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DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO

ELEVATÓRIA

• Estas notas têm a finalidade fornecer elementos


compilados sobre estações elevatórias de modo
a permitir o dimensionamento de pequenos
sistemas de recalque, principalmente voltados
para água tratada, como no caso dos edifícios
residenciais.
• As estações elevatórias transferem energia ao
líquido através do conjunto a uma cota mais
elevada, vencendo as perdas de carga.
Esquematização dos Sistemas de Recalque

• Bomba Afogada (sucção negativa)


• HG = hr – hs, onde:
• HG - altura geométrica em metros;
• hr – altura estática de recalque;
• hs – altura estática de sucção.
Vantagens
• A sucção, é dita negativa, pois a altura geométrica é
obtida pela diferença entre a altura de recalque e a
altura de sucção.
• A bomba encontra-se permanentemente escorvada, isto
é, a canalização de sucção acha-se cheia de líquido.
• Não há necessidade de válvula de pé, porém exige um
registro de gaveta na linha de sucção para permitir a
manutenção da bomba.
• Sempre que possível é recomendável optar-se por
sistemas afogados, pois não há necessidade de escorva
da bomba nem de válvula de retenção facilitando a
instalação de comandos automáticos
Sucção Positiva
• Bomba Sucionando (sucção positiva)
HG = hs + hr

• A altura geométrica neste caso é obtida pela


soma da altura de sucção e de

• Na sucção é positiva, torna-se necessário


instalar uma válvula de pé, pois a escorva não é
automatica devendo ser feita por um dispositivo
qualquer (by-pass)

Roteiro de Cálculo de uma Elevatória

• Dados
• Vazão(Q)
• Desníveis
• Traçado das instalações

• Cálculos
• Altura manométrica (Hm)
• Seleção da bomba (catálogo)
• Potência do motor (Pm)
1. Vazão

Q = CD/TF

TF – tempo de funcionamento da bomba

TF > 15% CD (< 6,66 hs/dia)

TF usual = 3 períodos de 1:30h cada.


2. Desníveis

Posição do RI e RS

Fornece: hs, hr, HG

3. Traçado

Comprimento real das tubulações

Comprimento equivalente das Peças especiais


Cálculos
• Hm = HG + hp
• Hp depende de:
• Q
• D*
• tipo de tubulação (define a rugosidade)
Diametro
• Dc = 1,3 (Q)^1/2 (X)^1/4 (Forscheimer)
• X = TF/24
• Dr* = Dc e Ds* ≥ Dc
• * deve obedecer limites de velocidades
• Vs < 1,5 m/s normalmente Vs = 1.0 m/s
• Vr < 2,5 m/s normalmente Vr = 1.5 m/s
Fórmulas de hp

• Flamant hp = 0,000824 Q^1.75 * L


D^4.75

• Fair Whipple Hsiao hp = 0,002023 Q^1.88 * L


D^4.88
• Darcy-Weissbach
hp = F * L * V^2 hp = 0,0824 F Q^2 L
D 2g D^5
Seleção da bomba

• CATÁLOGO fornece (Q * Hm)


• rendimento (%),
• NPSH requerido,
• Potência Bomba (CV)
• Calcular a potência do motor
• Calcular o NPSH disponível.
Darcy Weissbach

• hp = perda de carga total em mca;


• L – comprimento virtual em m;
• D – diâmetro interno em m;
• V – velocidade em m/s;
• Q – vazão em m3/s;
• g – aceleração da gravidade em m/s2;
• f – fator de atrito (adimensional);
• O fator de atrito “f” depende simultaneamente
da rugosidade relativa (K/D) e do Número de
Reynolds (R).

• A rugosidade relativa leva em consideração a


aspereza interna dos condutos (K) e é relativa
ao diâmetro do mesmo.
Material da Tubulação K (mm)
Ferro fundido não revestido 0,15 a 0,60
Ferro fundido revestido 0,10
Ferro galvanizado 0,20
Aço revestido 0,10
Cimento amianto 0,10
Plástico 0,06
• O Número de Reynolds (R) é:
• R=VD/y
• V – velocidade em m/s;
• D – diâmetro em m;
• y - coeficiente de viscosidade cinemática
do fluido em m2/s
QUADRO 8 – VISCOSIDADE CINEMÁTICA DA ÁGUA ( y )

Viscosidade Cinemática
Temperatura (º C) (m2/s)
0 1,792 * 10-6
5 1,519 * 10-6
10 1,308 * 10-6
15 1,140 * 10-6
20 1,005 * 10-6
25 0,897 * 10-6
30 0,804 * 10-
40 0,659 * 10-6
50 0,549 * 10-6
60 0,469 * 10-6
70 0,406 * 10-6
80 0,356 * 10-6
90 0,316 * 10-6
100 0,284 * 10-6
Fator de Atrito

• O ábaco de Stanton-Moody (Figura 12)


permite obter o valor do fator de atrito uma
vez conhecido a rugosidade relativa e o
número de Reynolds.
• Na maioria dos problemas o escoamento
se dá na zona de transição entre tubos
lisos e rugosos apresentada no ábaco da
Figura 12.
• Pode-se também obter “f” a partir da expressão
de JAIN, baseada na expressão de Colebrook-
White.
• Esta expressão explicita de “f” facilita os
cálculos e apresenta um erro relativo menor do
que 1% quando comparada com a expressão de
Colebrook-White.

f = 1,14 – 2 Log (K/D + 21,25/R^0,9 )


Perdas Localizadas
• As perdas de carga localizadas às peças
especiais, podem ser traduzidas em
comprimento equivalente de canalização
conforme Quadro 16 ou similar. Este valor
somado ao comprimento real fornece o
comprimento virtual de tubulação
• Dedução da expressão
Peça ou Conexão Número de Diâmetros

Cotovelo 90 37
Cotovelo 45 17
Curva Longa 90 21
Curva Longa 45 16
Entrada Normal 14
Entrada de Borda 28
Saída de Canalização 28
Registro de Gaveta 8
Registro de Pressão 180
Registro de Ângulo 175
Tê saída lateral e bilateral 54
Tê passagem direta 7
Válvula de retenção horizontal 84
Válvula de pé com crivo 290
Válvula de retenção vertical 126
Curva de retorno 34
Transposição de ½” 70
Junção 45 passagem direta 7
Junção 45 saída lateral 35
Cruzeta passagem direta 8
Cruzeta saída lateral 54
Altura Manométrica (Hm)

• A altura manométrica é a soma da altura


geométrica mais as perdas de carga.
• Hm = HG + hpr + hps,
• Hm - altura manométrica em m;
• HG – altura geométrica em m;
• hps – perda de carga na sucção em m;
• hpr = perda de carga no recalque em m
Escolha da Bomba

• Com os valores de Q (m3/s) e Hm (m)


pode-se selecionar o tipo de bomba de
acordo com as curvas características
contidas no catálogo dos fabricantes.
• Este catálogo fornece uma série de
elementos como: modelo, tipo de bomba,
número de rotações por minuto, diâmetro
do rotor, rendimento, NPSH, potência
cálculo da potência da bomba
• Pb = y Q Hm/(75 nb),
• Pb – potência da bomba em cv;
• (1 cv = 0,986 Hp e 1 kw = 0,736 Hp)
• y – peso específico do fluído (Kgf/m3 )
• Q – vazão em m3 /s
• Hm – altura manométrica em mca
• nb – rendimento da bomba em %
Cálculo da potência do Motor

• Pm = Pb/nm, onde:
• Pm – potência do motor em cv
• Pb – potência da bomba em cv
• nm – rendimento do motor em %
• O arredondamento da potência calculada até o
valor da potência comercial dos motores
normalmente já constitui numa folga, suficiente
para o sistema, uma vez que a instalação
elevatória trabalha de forma intermitente.
Cálculo do NPSHd
• NPSHd = Patm – hs – hps – pv/y
• Patm - pressão atmosférica em mca (Q 11);
• hs - altura estática de sucção;
• hps - perda de carga na sucção;
• pv/y - tensão de vapor do líquido a
temperatura de bombeamento (Q12)
QUADRO 11 – PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM FUNÇÃO DA ALTITUDE

PressãoAtmosférica (mca)
Altitude (m)
0 10,33
300 9,96
600 9,59
900 9,22
1200 8,88
1500 8,54
1800 8,20
2100 7,89
2400 7,58
2700 7,31
3000 7,03
QUADRO 12 – PRESSÃO DE VAPOR DA ÁGUA

Tensão de Vapor (mca)


Temperatura (.oC)
15 0,174
20 0,238
25 0,322
30 0,429
35 0,572
40 0,750
45 0,974
50 1,255
60 2,028
70 3,175
80 4,828
90 7,149
100 10,333
SELEÇÃO DE BOMBAS

• De posse do par Q x Hm é possível selecionar


um modelo de bomba capaz de realizar o
trabalho proposto.
• Seleção previa da bomba;
• Escolha definitiva da bomba (diâmetro do rotor).
• No trabalho de seleção de bombas deve-se ter
os catálogos dos fabricantes, que uma forma
própria de apresentar seus produtos. Um
mesmo modelo de bomba é capaz de atender a
diferentes pares de Q x Hm.
Seleção Definitiva

• Nem sempre o par Q x Hm recairá sobre a curva característica da bomba


(CCB) devendo-se traçar a curva característica da tubulação (CCT) de
modo a definir o ponto de trabalho (PT) do sistema e conseqüentemente o
diâmetro mais adequado para o rotor.

• A curva característica da tubulação é obtida conforme:


• Hm = HG + hp, sendo:
• hp = K1.(Q)^n, onde

• Hm – altura manométrica em m
• HG – altura geométrica em m
• Q – vazão em m3/s (variável)
• n – expoente da vazão conforme a equação de perda da carga utilizada
• K1 – constante resultante do produto dos demais termos da equação de
perda de carga utilizada. No caso da fórmula de Darcy Weissbach, tem-se:
• n = 2,0 e K1 = 0,0826 f L/D^5

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