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ARQUITETURA DE SISTEMAS

DISTRIBUÍDOS

COMPUTAÇÃO UBÍQUA E COMPUTAÇÃO


NAS NUVENS

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Olá!
Objetivo desta Aula

Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Identificar novas tecnologias em sistemas distribuídos (computação ubíqua e computação em nuvens);

2- Definir o foco da computação ubíqua;

3- Descrever os recursos utilizados no processamento e armazenamento de computadores compartilhados na

computação em nuvens.

Introdução

Um sistema ubíquo é capaz de utilizar como entrada informações relevantes sobre as entidades relacionadas à

aplicação.

Esse sistema pode prover serviços de maneira mais precisa, dinâmica e otimizada, aumentando a satisfação dos

usuários e minimizando o consumo de recursos, tais como: energia, processamento, comunicação, entre outros.

Já a computação em nuvem possui um longo histórico, mas surgiu na área da telefonia. Seu conceito foi criado

por John McCarthy, na década de 1960.

Comercialmente, essa expressão começou a ser utilizada na década de 1990 para descrever um ambiente

baseado em redes massivas de servidores – virtuais ou físicos.

Tanto a computação em nuvem quanto a computação ubíqua são tendências já em grande expansão que têm

como objetivo proporcionar serviços de tecnologia, extrapolando os limites de infraestrutura tanto física quanto

virtual.

1 COMPUTAÇÃO UBÍQUA
Em 1991, Mark Weiser publicou o artigo O computador do século 21 (The computer for the 21st century).

A partir desse momento, surgiu a expressão computação ubíqua (o termo ubíquo significa estar ao mesmo

tempo em toda a parte), que tem como foco operações voltadas para a tarefa, e não para a ferramenta. Nesse

caso, a computação está embutida em nosso dia a dia.

Diversos locais já possuem sistemas de segurança que incluem sensores em portas e janelas.

Dessa forma, também é possível que muitos outros sensores possam ser embutidos em monitores inteligentes, o

que permite o uso desses dispositivos para diferentes aplicações.

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À medida que o custo dos sensores e da comunicação é reduzido, mais aplicações de medição e de envio de

informação são disponibilizadas pelas redes.

Com o aumento do acesso à internet, houve o crescimento da computação móvel e da facilidade de uso do

sistema de computação por qualquer pessoa através de um software ou de uma interface associados a novas

tecnologias.

Nesse sentido, podemos identificar a tendência ao uso da computação ubíqua.

Clique aqui para conhecer a definição de computação ubíqua de Loureiro et al (2009).

De acordo com Loureiro et al (2009)

A computação ubíqua é um novo paradigma no qual dispositivos com capacidade de processamento e

comunicação são embutidos nos elementos do dia a dia, provendo serviços de forma transparente aos usuários.

2 CONCEITOS DA COMPUTAÇÃO UBÍQUA


A computação ubíqua está posicionada entre a computação móvel (são características da computação móvel:

capacidade de mobilidade de um dispositivo computacional e seus serviços; capadidade de estar conectada à

internet ou a alguma rede; redes sem fio; acesso à internet através de dispositivos celulares; aplicações bluetooth

) e a computação pervasiva (são características da computação pervasiva: equipamentos portáteis; conexão

sem fio; ausência de controle administrativo humano; adaptação automática a seu ambiente), conforme

apresenta a figura ao lado:

Nesse tipo de computação, há:

· Integração entre mobilidade e presença distribuída;

· Inovação em interfaces – tendência para as interfaces naturais;

· Determinados problemas, tais como de segurança, complexidade e privacidade.

Clique aqui para saber mais sobre o tema segurança.

A segurança é um tema de pesquisa considerado atual e de grande importância para diversas áreas da

computação, inclusive para a computação ubíqua.

Isso se deve ao fato de que os dispositivos, as aplicações, as redes de comunicação etc. são bastante específicos e,

em geral, diferentes da computação tradicional.

Além disso, os dados compartilhados por sistemas ubíquos são bastante sensíveis, uma vez que refletem o

estado corrente de pessoas, lugares e objetos.

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3 APLICAÇÕES DA COMPUTAÇÃO UBÍQUA
· A computação ubiqua pode ser aplicada nos seguintes sistemas:

· Ambientes inteligentes;

· Interfaces hands-free (sem as mãos) - reconhecimento de voz, tiveboards, pads e tabs;

· Consciência de contexto - além da interação fisica do usuário a partir da utilização de sensores;

· Computação de vestir (wearable) tecnologia que utiliza acessórios como interfaces;

· Computação sensivel à posição;

· Computação desagregada reconfiguração automática;

· Realidade aumentada - combinação de computadores wearabte com informações de sensores de posição;

· Interfaces sensíveis a objeto - Radio-Frequency IDentification (RFID).

EXEMPLOS

Veja um exemplo de aplicação da computação ubíqua:

A DroidGuide utiliza uma arquitetura cliente-servidor (composta de clientes móveis) na plataforma de software

e sistema operacional Android, e um servidor de dados remoto na plataforma de desenvolvimento de aplicações

Web App Engine (GAE) também da Google , executando sobre o ambiente de execução Python.

Clientes móveis comunicam com o servidor através de mensagens de requisição/resposta sobre o protocolo

HTTP.

Os dados, por sua vez, são enviados do cliente para o servidor através de requisições do tipo GET. Ao receber

essas requisições, o servidor as processa e responde para o cliente através do envio de documentos XML sobre

HTTP.

A figura abaixo representa a arquitetura do servidor de eventos para aplicações ubíquas.

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Fonte: LOUREIRO, A. A. F. et al. Computação ubíqua ciente de contexto: desafios e tendências. In: Simpósio
Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, 2009.

4 COMPUTAÇÃO EM NUVENS (CLOUD COMPUTING)


A computação em nuvens consiste na utilização de recursos de processamento e armazenamento de

computadores compartilhados e interligados por meio da internet.

A cloud computing segue os moldes da computação em grid. Nesse caso, o acesso aos dados e às aplicações é

permitido a partir de qualquer computador que tenha conexão com a internet, independente de sua plataforma.

Características da Cloud Computing

Veja a seguir, algumas características da Cloud Computing:

Serviços sob demanda

Os recursos podem ser adquiridos conforme a necessidade.

Virtualização

Os recursos podem ser acessados pela internet.

Alta escalabilidade

As alocações de recursos são dinâmicas, conforme a demanda.

Independência de plataformas

Não há a necessidade de vínculos entre hardwares e softwares.

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Compartilhamento de recursos

Há disponibilidade de uso compartilhado para hardwares, softwares e arquivos.

Tolerância a falhas

Em caso de falhas, há maiores possibilidades de recuperação na computação em nuvens do que em máquinas

locais.

Otimização de custos na aquisição de softwares e hardwares.

Implementação de transparência

Para o usuário, não há a necessidade de conhecer toda a estrutura que está por trás da nuvem.

5 SERVIÇOS DA COMPUTAÇÃO EM NUVENS


Os tipos de serviços em cloud computing podem ser classificados nos seguintes modelos:

Software as a Service (SaaS) – Software como Serviço

Trata-se do uso de um software através da internet. Em outras palavras, o usuário utiliza o software como

serviço sem a necessidade de aquisição ou instalação local.

São exemplos do modelo SaaS:

· Google Docs;

· HP SaaS;

· Microsoft Sharepoint Online;

· IBM SaaS.

Os tipos de serviços em cloud computing podem ser classificados nos seguintes modelos:

Platform as a Service (PaaS) – Plataforma como Serviço

Trata-se da utilização apenas da plataforma como:

· Um banco de dados;

· Um web service;

· Serviços para desenvolvimento, testes etc.

Normalmente, as aplicações desenvolvidas em uma PaaS ficam vinculadas ao fornecedor.

São exemplos do modelo PaaS: Windows Azure e Google App Engine.

Os tipos de serviços em cloud computing podem ser classificados nos seguintes modelos:

Development as a Service (DaaS) – Desenvolvimento como Serviço

Trata-se de ferramentas de desenvolvimento utilizadas como:

· Ferramentas compartilhadas;

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· Ferramentas de desenvolvimento web-based;

· Serviços baseados em mashup.

Os tipos de serviços em cloud computing podem ser classificados nos seguintes modelos:

Infrastructure as a Service (IaaS) – Infraestrutura como Serviço

Trata-se da entrega de infraestrutura como serviço.

Em outras palavras, o foco está na estrutura do hardware ou de máquinas virtuais, no armazenamento, o que

permite uma ampla diversidade de softwares.

São exemplos do modelo IaaS:

· Amazon EC2;

· GoGrid.

Os tipos de serviços em cloud computing podem ser classificados nos seguintes modelos:

Communication as a Service (CaaS) – Comunicação como Serviço

Trata-se da solução terceirizada em comunicação.

Os fornecedores desse tipo de serviço são responsáveis pelo gerenciamento de hardwares e softwares,

entregando serviços como VoIP e serviços de mensagens instantâneas, além da capacidade de gerenciar

videoconferências.

Um exemplo do modelo CaaS é o Microsoft Lync.v

6 MODELOS DE IMPLANTAÇÃO DA CLOUD COMPUTING


Existem quatro tipos de implementação em cloud computing, quais sejam:

Nuvem comunitária (Community cloud)

A nuvem comunitária compartilha infraestrutura com um grupo de organizações específicas que tenham

interesses e missão em comum.

A community cloud pode ser administrada internamente ou por terceiros.

Esse tipo de implementação da cloud computing é similar à nuvem privada, mas suas informações são

disponibilizadas para a comunidade.

Nuvem privada (Private cloud)

A nuvem privada apresenta infraestrutura e serviço dedicados.

Dentre os diversos tipos de nuvem, a private cloud apresenta o menor risco em relação à segurança.

Entretanto, quando comparada a uma nuvem pública, não é possível garantir a escalabilidade e a agilidade na

nuvem privada.

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Nuvem pública (Public cloud)

Na public ctoud, a infraestrutura é de uso público.

Essa computação em nuvem possui larga escalabilidade e maior risco de segurança, pois a organização não

detém ciência ou controle sobre o armazenamento de suas informações.

Nuvem hibrida (Hybrid cloud)

A nuvem hibrida apresenta infraestrutura composta pelos modelos de nuvem privada e pública.

A hybrid cloud permite que haja a expansão dos recursos da nuvem privada a partir da reserva de uma nuvem

pública.

Gerenciamento da segurança da informação na nuvem

De acordo com o artigo da Computeworld (2008), há sete princípios de segurança em uma rede em nuvem. São

eles:

Acesso privilegiado de usuários

A sensibilidade de informações confidenciais nas empresas as obriga a controlar o acesso dos usuários e a

informação bem específica de quem terá privilégio de administrador.

O objetivo é que esse administrador possa controlar os referidos acessos.

Compliance com regulamentação

As empresas são responsáveis pela segurança, pela integridade e pela confidencialidade de seus próprios dados.

Sendo assim, os fornecedores de cloud computing devem estar preparados para auditorias externas e

certificações de segurança.

Localização dos dados

A empresa que usa cloud provavelmente não sabe onde os dados estão, de fato, armazenados – talvez nem o país

no qual as informações estejam guardadas.

Portanto, o fornecedor deve estar disposto a se comprometer a armazenar e a processar dados em jurisdições

específicas, assumindo um compromisso – em contrato – de obedecer aos requerimentos de privacidade que o

país de origem da empresa exige.

Segregação dos dados

Geralmente, uma empresa divide um ambiente com dados de diversos clientes.

Nesse caso, precisamos entender o que é feito para a separação de dados e que tipo de criptografia é seguro o

suficiente para o funcionamento correto da aplicação.

Recuperação dos dados

O fornecedor em cloud deve saber onde estão os dados da empresa e o que é preciso para recuperá-los em caso

de catástrofe.

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Qualquer aplicação que não faça réplica dos dados e da infraestrutura em diversas localidades estará vulnerável

à falha completa.

Por isso, é importante ter um plano de recuperação completo e um tempo estimado para esse plano.

Apoio à investigação

A auditabilidade de atividades ilegais pode-se tornar impossível em cloud computing, uma vez que há uma

variação de servidores em função do tempo em que estão localizados os acessos e os dados dos usuários.

Diante disso, é importante obter um compromisso contratual com a empresa fornecedora do serviço e uma

evidência de sucesso no passado para esse tipo de investigação.

Viabilidade em longo prazo

No mundo ideal, o fornecedor de cloud computing jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa maior.

Por isso, a empresa precisa garantir que seus dados estarão disponíveis caso o fornecedor de cloud computing

deixe de existir, ou seja, caso seja migrado para uma empresa maior.

Nesse sentido, é importante haver um plano de recuperação de dados e um formato específico para que esse

plano possa ser utilizado em uma aplicação substituta.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conheceu os conceitos de computação ubíqua e computação em nuvem;
• Conheceu os tipos de serviços disponibilizados em nuvem;
• Conheceu as aplicações pervasivas e móveis aplicadas na computação ubíqua;
• Conheceu os modelos de implementação em nuvem;
• Conheceu as aplicações em computação em nuvem.

Referências
Conheça sete dos riscos de segurança em cloud computing. Network World, Estados Unidos, 11 jul. 2008.

Disponível em: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2008/07/11/conheca-os-sete-riscos-de-seguranca-

em-cloud-computing/

LOUREIRO, A. A. F. et al. Computação ubíqua ciente de contexto: desafios e tendências. In: Simpósio Brasileiro de

Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, 2009, p. 99-149

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