IV ENUTEC - Encontro UNIUBE de Tecnologia Empreendedorismo e Ciência

I Encontro Científico ENUTEC

Uberlândia – MG 14/06 a 16/06/2010 - http://www.uniube.br/eventos/enutec/2010/

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO TRECHO DA PONTE DO PRAIA CLUBE

ATÉ A PONTE DO VAU, EM UBERLÂNDIA/MG

REZENDE, L.A¹*.; ABREU, C.S²; BORGES, K.³; PEREIRA, A.M4* ; SILVA, C.R.5; SOUZA,
P.R6; TUMANG6, C. F

Instituto de Tecnologia - UNIUBE - Universidade de Uberada

Uberlândia – MG
e-mail: cristiane.tumang@uniube.br

RESUMO – Este estudo vem abordar as condições na qual a fauna e a flora do leito do
Rio Uberabinha, que corta a cidade de Uberlândia-MG, se encontra. Traçar um
comparativo com um diagnóstico ambiental, baseado na experiência e no registro
fotográfico, feito na mesma época do ano anterior por alunos da Universidade de
Uberaba – Campus Uberlândia. Caracterizar as espécies que habitam o percurso.
Destacar projetos de recuperação e conscientização que tem sido aplicados a favor do
trecho que interage com a cidade, da ponte do Praia Clube até a Ponte do Vau.

Palavras Chaves: rio uberabinha, diagnóstico ambiental, fauna e flora do cerrado

INTRODUÇÃO constitui a melhor alternativa para captação

Com grande freqüência vêm sendo
abordadas questões sobre os impactos am-
bientais gerados por todo mundo. Os recur-
sos hídricos são certamente uma das prin-
cipais preocupações que hoje é discutida,
pela grande demanda de poluentes e dese-
quilíbrios diante dos mananciais e reserva-
tórios de água.
O Rio Uberabinha que nasce no
município de Uberaba atravessa o municí-
pio de Uberlândia e da mesma maneira a-
contece em Tupaciguara até chegar ao Rio
Araguari. O entorno do rio a ser estudado é
na cidade de Uberlândia – MG, da Ponte
do Praia Clube, que liga o Bairro Copaca-
bana ao Cidade Jardim, passando pela
Ponte da Av. Getulio Vargas, posterior-
mente pela Ponte da Avenida Brigadeiro
Sampaio, logo após pela Ponte da Avenida
Juscelino Kubistchek, com término na
Ponte do Vau. Essa bacia tem suma impor-
tância no município de Uberlândia, pois é
responsável pelo abastecimento de água e
e distribuição desse recurso natural, devido
as suas condições de vazão, qualidade da
água e proximidade da área urbana [Sch-
neider, 1996]. A consciência ambiental já
gerou varias iniciativas que além de bene-
ficiar o meio ambiente melhoram o abaste-
cimento de água a milhares de habitantes
de Uberlândia. O reflorestamento da bacia
do rio Uberabinha é considerado importan-
te não só por contribuir com a despoluição
da mesma, mas também por unir forças do
poder público municipal, estadual, empre-
sas, sindicatos e produtores rurais em prol
de uma questão de interesse de toda a co-
munidade. Mesmo com iniciativas impor-
tantes foi visto que na área do estudo fo-
ram encontrados esgotos que são lançados
clandestinamente no rio, mesmo que as a-
ções do poder público estejam voltadas pa-
ra a limpeza e tratamento dos resíduos pro-
duzidos na cidade. O rio Uberabinha ainda
é o destino final dos dejetos trazidos pelas
ligações irregulares de esgoto, de produtos
químicos lançados irregularmente por agri-
cultores e indústrias, além do lixo jogado
diariamente nas ruas pela população [Luiz
Nishiyama, 2008]. Discutidos também al-
guns projetos que já estão sendo implanta-
dos ao entorno do rio, o de “Revitalização
e urbanização do Rio Uberabinha”, o qual
visava à recomposição da mata ciliar com
várias espécies, atraindo pessoas de vários
bairros a caminhar em suas margens. Em
seqüência a este projeto, a OPA se desta-
cou um com iniciativa em parceria com a
“SADIA” para proteger e plantar mais es-
pécies nas margens do rio, que se aproxima
da empresa. Atualmente já se tem grande
parte dessa área revitalizada, com um par-
que linear, de área ampla de esporte e lazer
para todos os bairros próximos do rio.
Este diagnóstico foi produzido com
o objetivo de caracterizar a área através de
registros de fotográficos, analisando a situ-
ação atual do ambiente, comparando com o
que realmente deveríamos encontrar pelas
características do local. À importância do
mesmo é mostrar o grande desequilíbrio
observado, numa área que seria de preser-
vação e atualmente é situada no perímetro
urbano. Foram levados em consideração a
análise dos componentes físicos, bióticos,
abiótico, socioeconômicos e culturais onde
o objetivo do mesmo é que para a partir do
presente momento, como já deveria ter si-
do feito, criar-se um plano de conservação
e restauração das características naturais do
local onde já se perdeu várias espécies da
flora e da fauna. È visto que a situação atu-
al da vegetação nativa na área do traçado é
semelhante à de outras regiões brasileiras
no que se refere à condição da vegetação
primária, ou seja, na sua maior parte a co-
bertura vegetal foi quase que totalmente
dizimada. A conseqüência desta devasta-
ção é a fragmentação da vegetação e o que
resta atualmente, são fragmentos de dimen-
sões variadas em diversos estádios suces-
sionais, isolados uns dos outros.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste projeto
adotamos o registro fotográfico, antes e
após a construção do Parque Linear do Rio
Uberabinha, que abrange o trecho em
estudo.
Utilizamos de um breve histórico de
como foram surgindo as atividades
antropológicas, para a revitalização e
urbanização da área.
Realizamos duas visitas ao local,
sendo uma no dia 30 de maio de 2.009 e
outra um ano após, no dia 15 de maio de
2.010. Caracterizamos as principais
modificações nos fatores bióticos (fauna e
flora), no local.
Em meados de 90, houve a primeira
iniciativa ambiental significativa para a
área em estudo. Iniciaram com a
descontaminação das águas do Rio e
intercepção dos esgotos que lá eram
lançados e atualmente são encaminhados
para a Estação de Tratamento de Esgoto de
Uberlândia. Nesta mesma época a
Prefeitura Municipal lançou concurso
publico no qual as equipes vencedoras
foram contratadas para desenvolverem o
detalhamento do Projeto de Implantação do
Parque Linear Rio Uberabinha. Os mesmos
dividiram o trecho em duas etapas.
Sendo que em 2000, concluíram a
primeira etapa, composta pela recuperação
da margem direita do Rio, e
consequentemente a pré urbanização da
mesma. Já em 2009, iniciaram a obra da
segunda etapa, a margem esquerda, entre
as Avenidas Getulio Vargas e Brigadeiro
Sampaio, com a construção de ciclovias,
posto de apoio, bancos de alvenaria,
calçadas, plantio de gramas e recuperação
da flora das margens do Rio.
 Tabela 02: Exemplo de árvores nativas
na área em estudo
Nativas do Cerrado
Nome Época de Floração
Angicos Meses de seca
Ipês Meses de seca
Paineiras Meses de seca
Peroba do Campo Meses de seca

No local, desde antes da iniciação da

obras da segunda etapa, já havia presença
Figura 1 - Obras para a implantação do de uma fauna terrestre diversificada, que
Parque Linear. Foto: Arvelos L. B. usufrui da vegetação lá presente para como
30/05/2009 forma de alimento. Exemplos capivaras,
gaviões, formiga de pau, pombos e bem-te-
Para promover o plantio das árvores vi.
nativas a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente promoveu três eventos, em
parcerias com a Caixa Econômica Federal,
a OAB Uberlândia e a Polícia Federal.
Além do plantio promovido junto a
Prefeitura de Uberlândia, os moradores da
região cultivam e ajudam na manutenção
da área.

Figura 3 – Fauna presente nas margens -

Filhote de Gavião

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os dados coletados a partir do

registro fotográfico, fica bem claro, a
situação na qual o rio se encontrava, um
descaso por completo com um patrimônio
Figura 2 - Moradores voluntários natural, fundamental as cidades que abrem
participam do projeto da S.O.S Uberabinha passagem para seu curso. Atualmente a
situação se encontra bem melhor, do que á
No trecho encontramos vários tipos um ano atrás, fruto da conscientização
de vegetação dentre elas: coletiva, da comunidade uberlandense e de
suas empresas.
Tabela 01: Exemplo de árvores Na primeira visita a área de estudo,
frutíferas na área em estudo notamos a presença de moradores nas
Árvores frutíferas margens do rio. Com o projeto de
Nome Época frutífera revitalização, o trecho em questão foi
Abacate Janeiro a Setembro totalmente desapropriado e reflorestado
Bananeira Dezembro e Janeiro com vegetações nativas.
Laranjeira Fevereiro a Outubro
Mangueira Outubro a Janeiro

Figura 4 – Moradores na margens
esquerda do Rio.
Figura 5 – Revitalização e a
Urbanização das margens do Rio
Uberabinha.
Em comparativo a áreas de igual
valor, observamos no período do estudo,
que o trecho analisado mantém
características naturais, mas a sua fauna e
flora nativas estão bem comprometidas
pela urbanização crescente.
Este estudo abrange os parâmetros
ideais do comportamento de uma
comunidade em relação a sua fonte de
sobrevivência. O levantamento da fauna e
flora ideal, é uma linha significativa, que
funciona como indicador das condições na
qual o rio se encontra.
O trabalho limitou-se pela
dificuldade em registrar um maior número
de espécies animais, pois a área nativa
mantém um fluxo constante da população,
o que influi na dizimação dos mesmos. E
este é um indicador favorável ao
reconhecimento do problema apresentado e
um indicador desfavorável ao meio
ambiente.
CONCLUSÕES
Toda a sociedade deve voltar-se para
problemas como este, em face da
sobrevivência das futuras gerações. O
impacto que este trecho tem sofrido, está
longe de ser resolvido, se nós
continuarmos como meros espectadores. A
fauna e a flora sofrem com o impactante
crescimento de Uberlândia, o rio deve
seguir seu curso sem prejuízo algum. É de
nossa responsabilidade minimizar toda e
qualquer perda que ele venha a sofrer,
recuperando e conservando seu leito.
Ressalvamos uma maior atenção por parte
dos órgãos públicos, uma interação
consciente da população e um
desligamento dos interesses políticos e
econômicos. A continuidade deste estudo,
dependerá do desenvolvimento da
consciência ambiental na seio da
sociedade, visando sempre esclarecer com
métodos imparciais quaisquer dúvidas que
surjam.
REFERÊNCIAS
SCHNEIDER, M. O. Bacia do Rio Ube-
rabinha: Uso agrícola do solo e meio ambi-
ente. 1996. 157p. Tese (Doutorado 19 em
Geografia)-Departamento de Geografia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1996.
Esgoto clandestino continua poluindo o
rio Uberabinha. Disponível em:
http://www.correiodeuberlandia.com.br/im
primirMateri-
a.php?tid=14231&pubDate=2005-11-23
Acesso: 21/06/2009 às 8:34 Site atualiza-
do: 21/05/2008
Implantação De Parque Linear No Rio
Uberabinha. Disponível em:
www.cnrh.gov.br/.../mencao/.../Parque_Lin
Lin_do_Rio_Uberabinha.pdf
Acesso: 13/05/2010