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JEFFERSON RODRIGO LOPES DE ARAÚJO

RECOZIMENTO E RECRISTALIZAÇÃO DE UM AÇO


ELÉTRICO DE GRÃO ORIENTADO (GO)

Cidade
Ano
JEFFERSON RODRIGO LOPES DE ARAÚJO

RECOZIMENTO E RECRISTALIZAÇÃO DE UM AÇO


ELÉTRICO DE GRÃO ORIENTADO (GO)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de bacharel em
Engenharia Mecânica.

Orientador: Helington Leandro

Ipatinga
2018
JEFFERSON RODRIGO LOPES DE ARAÚJO

RECOZIMENTO E RECRISTALIZAÇÃO DE UM AÇO


ELÉTRICO DE GRÃO ORIENTADO (GO)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de bacharel em
Engenharia Mecânica.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Ipatinga, 03 de dezembro de 2018


AGRADECIMENTOS

A Deus por todas as graças concedidas durante toda a vida.

Aos meus pais José e Maria, e irmã Gersiane, por fazerem o possível, o impossível
e acreditarem em mim até mesmo quando eu não via possibilidades.

Aos amigos do gerenciamento e controle de processo dos aços elétricos da Aperam


South America, por não medirem esforços para que o conhecimento fosse adquirido.

Aos amigos do laboratório de testes magnéticos também da Aperam South America


pela atenção e disponibilidade para que nenhum detalhe sobre aços elétricos não
passasse desapercebidos.

Ao professor e orientador Helington Leandro pela agilidade e precisão nos


feedbacks para que ocorresse o bom andamento do trabalho.

A professora e co-orientadora Michelle Bitencourt por incentivar meu ingresso no


campo das pesquisas e estar de prontidão a qualquer dúvida sempre de bom humor.

A Aperam South America pelo período fantástico de estágio o qual pude tirar o
melhor proveito possível.

A toda equipe que compõem a instituição da Faculdade Pitágoras à direção e


administração, pela atenção, por nos impulsionar à busca pelo conhecimento, além
de nos proporcionar um ambiente acadêmico agradável e favorável e que tenho o
prazer de concluir meu tão almejado curso de Engenharia Mecânica.
ARAÚJO, Jefferson Rodrigo Lopes de. Recozimento e Recristalização de um Aço
Elétrico de Grão Orientado (GO): 2018. 41p. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Ipatinga, 2018.

RESUMO

O aço é uma liga de Ferro e Carbono que contem aproximadamente 2,1% de


carbono. Os aços siliciosos são aqueles que contêm uma porcentagem de
aproximadamente 3% de silício e são utilizados para fabricação de máquinas com
fluxo eletromagnético, como por exemplo, componentes de geradores,
transformadores e motores industriais. Portanto o processamento deste, envolvendo
a orientação dos grãos e processos de recozimento devem ser cuidadosamente
monitorados a fim de garantir a qualidade das suas características eletromagnéticas.
Analisando a importância deste material para o meio industrial, deve-se
compreender como o rearranjo molecular, através do tratamento térmico imposto no
processo de fabricação do aço silício aperfeiçoa as propriedades de condutividade
de cargas eletromagnéticas. Para tal deve-se explicitar os aços siliciosos e suas
subclasses, assim compreendendo um pouco mais sobre sua composição química,
propriedades e perdas magnéticas, as quais inferem diretamente na sua
performance de trabalho quando submetido a indução magnética. Ainda com ênfase
na influência das propriedades magnéticas do aço, expor o processo de tratamento
térmico de recozimento e recristalização dos materiais observando efeitos das
curvas e patamares de aquecimento, purga e resfriamento dos materiais. Logo
assim entender como a mudança estrutural física, micro e macroscópica causada
pelos processos de recozimento influem nas propriedades magnéticas e estruturais
dos aços elétricos.

Palavras-chave: Aço Elétrico; Eletromagnetismo; Recristalização; Recozimento;


Tamanho de Grão;
ARAÚJO, Jefferson Rodrigo Lopes de. Annealing and Recrystallization of a grain-
oriented Eletrical Steel (GO): 2018. 41p. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Ipatinga, 2018.

ABSTRACT

Steel is an iron and carbon alloy with approximately 2,1% of carbon. The siliceous
steel are there have approximately 3% of silicon an it’s used to make
eletromagneticals products, like, generators components, electrical transformers and
industrial engineers. Therefore the processing from the siliceous steel involving grain
orientation and annealing process must be carefully monitored to ensure the
eletromagneticals quality. Analyzing this material’s importance for the industry, to this
must how molecular rearranged by heat treatment applied at the fabrication process
from this steel improves conductivity properties of electromagnetic charges. To get it,
must understanding silicon rank and under ranks, and learning more about chemical
composition, magneticals proprieties and losses, who infludes directly on this work
performance when exposed to magnetical influence. Still focused on the influence of
magnetic properties from siliceous steel, showing this material heat treatment of
annealing and recrystallization, looking at effects of heat curves, baseline and cooling
process. By this realize the physics, micro and macro structural changes caused in
the annealing process who infludes at magnetical properties of the electrical steel.

Key-words: Annealing; Eletromagnetical; Eletrical Steel; Grain Size;


Recrystalization.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Momentos magnéticos que caracterizam os spins de elétrons. ................ 15

Figura 2 - Apresentação dos domínios magnéticos, suas paredes e suas variadas


direções dentro de um mesmo corpo magnetizado externamente. ........................... 16

Figura 3 - Gráfico da magnetização de saturação em função da temperatura para


ferro puro Fe3O4. ...................................................................................................... 16

Figura 4 – Curva de histerese magnética .................................................................. 17

Figura 5 – Alinhamento de momentos magnéticos resultando para propriedade do


ferromagnetismo. ...................................................................................................... 21

Figura 6 – Orientação de Goss {110} <001> ............................................................. 23

Figura 7– Representação da Lei de Fourrier da condução de calor. ......................... 29

Figura 8 – Ilustração da Lei do Resfriamento de Newton .......................................... 30

Figura 9 – Troca de calor por radiação ..................................................................... 31

Figura 10 – Processo de Recozimento Aço Elétrico de Grão Orientado ................... 33

Figura 11 – Superfície do aço silício (GO) com e sem falha de atuação do inibidor
respectivamente, decapado após o recozimento em caixa ....................................... 34

Figura 12 – Diagrama Esquemático dos Perfis Térmicos de Recozimento Utilizados


.................................................................................................................................. 35

Figura 13 - Macrografia do aço GO nas extremidades e no meio da chapa


respectivamente. ....................................................................................................... 36

Figura 14 – Características dos aços GO ................................................................. 37

Figura 15 – Estrutura micrográfica alongada após o processo de laminação a frio. . 37

Figura 16 – Metalografia dos grãos do aço GO após seu recozimento e


recristalização ........................................................................................................... 38
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características dos aços GO ................................................................... 37


LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 ................................................................................................................. 29

Equação 2 ................................................................................................................. 30

Equação 3 ................................................................................................................. 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

{110} <001> - Direções no cubo de Bunge da textura de Goss


A – Área
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
B – Densidade de fluxo (indução magnética - medido em Tesla no S.I.)
CO – Monóxido de Carbono
CO2 – Dióxido de Carbono
𝜀 – Emissividade da Superfície
Fe – Ferro
FeO – Óxido de Ferro
Fe-C – Liga metálica Ferro/Carbono
Fe-Si – Liga metálica Ferro/Silício
GO – Classificação do aço elétrico de grão orientado
GNO – Classificação do aço elétrico de grão não orientado
ℎ - Fator de proporcionalidade denominado coeficiente de transferência de calor
H - Força de magnetização (campo magnético –medido em A/m no S.I.)
H2 – Gás Hidrogênio
H2O – Composição molecular da água
Hz – Unidade de Frequência no sistema SI
K – Kelvin (Unidade de temperatura)
𝑘 - Constante de proporcionalidade
N2 – Gás Nitrogênio
T – Tesla (densidade de fluxo magnético)
𝑇𝑏 - Temperatura da superfície
𝑇𝑓 – Temperatura do Fluido
𝜎 – Constante de Stefan-Boltzmann
ppm – Partes por milhão de um elemento em outro.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

2. AÇOS ELÉTRICOS ........................................................................................... 15

2.1 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS AÇOS ............................................... 15


2.2 AÇOS SILÍCIO ................................................................................................ 20
2.3 AÇOS ELÉTRICOS DE GRÃO NÃO ORIENTADO (GNO).............................. 22
2.4 AÇOS ELÉTRICOS DE GRÃO ORIENTADO (GO) ......................................... 23

3. TRATAMENTOS TÉRMICOS (ÊNFASE RECOZIMENTO) ............................... 25

3.1 PROCESSOS DE TRATAMENTO TÉRMICO ................................................. 25


3.2 RECOZIMENTO PRIMÁRIO ........................................................................... 27
3.3 RECOZIMENTO SECUNDÁRIO EM FORNO TIPO CAIXA ............................ 28
3.3.1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR ............................................................... 28
3.3.2 CONDUÇÃO............................................................................................ 29
3.3.3 CONVECÇÃO ......................................................................................... 30
3.3.4 RADIAÇÃO .............................................................................................. 31
3.3.5 RECOZIMENTO EM FORNOS TIPO CAIXA .......................................... 32

4. INFLUÊNCIA DO RECOZIMENTO NAS PROPRIEDADES


ELETROMAGNÉTICAS DOS AÇOS SILÍCIO DE GRÃO ORIENTADO .................. 34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 39

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 40
13

1. INTRODUÇÃO

A indústria metal mecânica é aquela que em sua grande maioria visa a


transformação de recursos naturais em materiais para construção mecânica para
inúmeros seguimentos industriais para o homem, o principal material derivado desse
processo é o aço. O aço é uma liga de Fe-C (Ferro e Carbono) que contenha
aproximadamente 2% de carbono em sua composição, as ligas que contemplem
uma maior percentagem deste são relativamente mais fáceis de fundir e por este
motivo são denominadas ferros-fundidos, o aço pode variar sua composição química
e estrutural e isto dependerá exclusivamente da adição de outras ligas como a liga
de Fe-Si que está presente na composição química dos aços elétricos, sendo eles
de grãos orientados ou não. O aço silício de grão-orientado é uma liga de Fe-Si com
aproximadamente 3% de silício e um baixíssimo teor de carbono e outros elementos
residuais de sua composição.
Aços ferro-silício, composição química base a qual possibilitou a criação dos
posteriormente nomeados aços elétricos, os quais por sua singularidade em facilitar
a circulação de correntes magnéticas as quais serão expostos, com isso destacam-
se nesse ramo em dois grandes setores de engenharia no Brasil, os setores de
siderurgia e o de eletricidade, dando a esses aços uma larga margem de aplicação.
Conhecendo tais propriedades e sucintas mudanças as quais cercam os aços
elétricos pode-se assim como um processo de melhoria constante, descobrir maior
eficácia de um ou outro material e processos de tratamento térmico. Tais estudos
podem posteriormente acarretar, melhor aproveitamento de material e processos,
criando assim muitas variáveis e orientar vários rumos diferentes para estudos no
meio acadêmico no campo de aços elétricos, reduzindo assim custos, o que impacta
direta e indiretamente na sociedade, com um aço com grande valor agregado, mas
com um bom custo benefício.
A dificuldade de passagem de elétrons nos aços carbono convencionais,
levou a criação de uma classe de aço cuja sua composição química e estrutural com
baixo teor de carbono permitisse assim menor resistência a passagem de corrente
magnética, o aço elétrico, mas ainda sim após fabricado, tem-se a necessidade de
ajustes para destacar ainda mais essa permeabilidade magnética e reduzir as
percas magnéticas que ocorrem pelo três meios mais comuns que são por correntes
14

parasitas, por histerese e por perdas anômalas. Tendo em vista tais anomalias no
material, como fazer com que tais aços apresentem baixa perca magnética e alta
permeabilidade magnética?
Este trabalho teve como objetivo geral compreender como o rearranjo
molecular através do tratamento térmico imposto no processo de fabricação do aço
silício melhora as propriedades de condutividade de cargas eletromagnéticas.
Através dessa pesquisa tem-se o objetivo de explicitar os aços silício e suas
subclasses com isso entender um pouco mais sobre sua composição química, suas
propriedades magnéticas, as perdas magnéticas a qual estão sujeitos que inferem
diretamente na sua principal propriedade que é a melhor magnetização quando
exposto a um campo magnético externo. Ainda com âmbito de influência em
propriedades magnéticas do aço, explanar o processo de tratamento térmico dos
materiais observando efeitos de aquecimento, purga e resfriamento dos materiais.
Logo assim entender como a mudança estrutural física micro e macroscópicas
causada pelo tratamento térmico de recozimento influi na melhora ou piora das
propriedades magnéticas e estruturais dos aços elétricos.
A pesquisa em questão se desenvolverá em formato de revisão bibliográfica
relacionada ao estudo dos aços siliciosos de grão orientado suas respectivas
propriedades magnéticas. Esse estudo irá compreender a teoria de magnetização,
as direções cristalográficas que favorecem ou desfavorecem o fluxo magnético, as
perdas magnéticas oriundas do processo de fabricação dos mesmos e ainda sim
como os tratamentos térmicos tem uma função chave na mudança microestrutural,
restauração e/ou aumento das propriedades magnéticas do material em questão,
tendo como fonte de pesquisa uma variedade literária pertinente à temática em
estudo, tais como: Artigos Científicos, Teses de Mestrado e Doutorado relacionados
a aços elétricos, Livros de Metalografia, Tratamento Térmico e Propriedades dos
Materiais. A pesquisa será embasada na fundamentação de um referencial literário
com um imenso prestígio no mundo acadêmico entre a década de 80 mais
precisamente (1986) e os anos 2000 (2014) como Willian D. Callister Jr., Vicente
Chiaverini e outros grandes colaboradores acadêmicos no ramo de estudo de
materiais para engenharia.
15

2. AÇOS ELÉTRICOS

1.1 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS AÇOS

As forças magnéticas são geradas pelo movimento de partículas carregadas


eletricamente; essas forças magnéticas são adicionais a quaisquer forças que
possam prevalecer (CALLISTER JR, 2014). Dois fatores extremos nas propriedades
magnéticas dos aços elétricos e que são inversamente proporcionais são a
permeabilidade magnética e as perdas magnéticas, pois a permeabilidade
magnética é a capacidade de um material após magnetizado externamente, ampliar
o campo magnético. Já as perdas como o próprio nome sugerem, tendem a dissipar
ou dificultar a passagem de um campo magnético pelo material o qual o mesmo é
aplicado.
Como até hoje é impossível criar um ciclo com rendimento ideal (com eficiência
energética de 100%) em inúmeras áreas do setor siderúrgico, logo no processo de
fabricação dos aços elétricos não seria diferente, então apresentaram-se três
consideráveis perdas em suas propriedades magnéticas. Para se ter uma ideia das
perdas magnéticas sofridas pelos aços é necessário a compreensão prévia de
termos residuais dos processos de magnetização como “spin de elétrons”, “domínio”,
“magnetização de saturação”, pois os mesmos estão entrelaçados em suas
respectivas definições.
Os spins de elétrons, mostrados na figura 1, são os giros derivados das rotações
do átomo no seu campo magnético o que dependendo da força de coerção do
campo pode girar em vários sentidos, os mais comumente relatados são os spins
horário ou anti-horário.

Figura 1 - Momentos magnéticos que caracterizam os spins de elétrons.

Fonte: CALLISTER JR. (2014, p.550)


16

Já os domínios são as partes onde ocorre o alinhamento mútuo dos spins ao


longo de uma região volumétrica do elemento magnetizado (CALLISTER JR, 2014).

Figura 2 - Apresentação dos domínios magnéticos, suas paredes e suas variadas


direções dentro de um mesmo corpo magnetizado externamente.

Fonte: CALLISTER JR. (2014, p.557)

Logo a magnetização de saturação é compreendida como a máxima


magnetização possível de um material ferromagnético, ou seja, tende a ser a maior
magnetização possível quando todos os dipolos magnéticos em uma peça sólida
estão mutuamente alinhados com um campo externo.

Figura 3 - Gráfico da magnetização de saturação em função da temperatura para


ferro puro Fe3O4.

Fonte: CALLISTER JR. (2014, pag.556)


17

A curva B-H, disposta na figura 4, descreve a resposta (indução B, em T) de


um material à aplicação cíclica de uma força de magnetização externa (campo H, em
A/m), sendo a curva característica de suas propriedades magnéticas.

Figura 4 – Curva de histerese magnética

Fonte: HOADLEY, 2017.

Um material inicialmente em repouso magnético, se submetido a um campo


H, terá seus momentos magnéticos atômicos orientados, induzindo ao seu redor um
campo magnético muito maior do o que aquele aplicado (LANDGRAF, 2004). Esse
aumento de indução tem comportamento não-linear (linha pontilhada), havendo um
limite “a”, também chamado de polarização de saturação magnética. A partir desse
ponto, um aumento na intensidade do campo aplicado não implica em aumento da
indução gerada no material. É preferível que os materiais magnéticos tenham em
geral altas respostas de indução com a aplicação da menor força de magnetização
possível. O trecho “a-b” é a resposta da indução à redução do campo aplicado até o
valor de 0 A/m. Após a magnetização, ainda que a força anteriormente aplicada seja
completamente retirada, parte os momentos magnéticos atômicos continuam
orientados. Esse comportamento caracteriza a retentividade ou remanência
magnética do material “b”.
O trecho “b-c” ilustra a necessidade da aplicação de um campo externo H de
sentido oposto ao anteriormente aplicado para que a remanência seja eliminada.
18

Essa força é a chamada coercitividade magnética. Em imãs permanentes é


interessante que a remanência seja alta, mas em materiais magneticamente macios
como o GO, que trabalham com ciclos alternados de sentido de campo, a
remanência uma força opositora à resposta de indução no sentido oposto, sendo
necessário primeiro neutralizar a remanência num sentido de campo (coercitividade
magnética), para que então o material possa ser induzido no campo de sentido
oposto. Por isso, busca-se desenvolver o GO remanência e coercitividade
magnéticas o mais baixo possível.
Os trechos “c-d”, “d-e” e “e-f” representam respectivamente os fenômenos de
sauração, remanência e coercitividade, no campo oposto, fechando o ciclo
histerético. Em suma, busca-se materiais com curvas de histerese de maior
amplitude entre os pontos de polarização magnética de saturação, e que sejam mais
estreitas, já que a área da curva B-H representa a perda magnética por histerese.
Mesmo que um material esteja desmagnetizado, seus momentos magnéticos
atômicos ficam alinhados em grupos menores que os grãos, em uma das direções
cristalográficas <100>, formando regiões chamadas de domínios magnéticos
(LANDGRAF, 2004). As fronteiras entre eles são chamadas de paredes de domínios,
e podem ser vistas na Figura 2. Durante a aplicação de um campo externo, o
alinhamento dos momentos magnéticos atômicos do material faz com que os
domínios alterem sua forma e tamanho, o provocando o chamado movimento das
paredes de domínio. Um material em estado de saturação magnética, por exemplo,
tem todos os momentos magnéticos atômicos alinhados numa só direção,
constituindo um único domínio.
Como a magnetização é cíclica, as paredes de domínio se movem
constantemente em sentidos alternados no material. É possível travar ou dificultar o
movimento das paredes de domínio, seja por discordâncias, fronteiras de grão,
impurezas ou deformações na estrutura dos materiais. As perdas por histerese
também ocorrem em consequência do movimento, criação ou limitação das paredes
de domínio (GOEL, 2016).
A variação de um campo magnético gera naturalmente no material uma força
eletromotriz opositora ao campo, que produz correntes elétricas que dissipam a
energia aplicada na forma de calor, diminuindo a potência secundária de um
transformador. Essas perdas são as chamadas de perdas por correntes parasitas, e
19

podem ser mitigadas, seja pela redução do tamanho de grão, da espessura do


material, e/ou pelo aumento do teor de silício (GOEL, 2016). Por isso existe um
interesse em se produzir tiras cada vez mais finas, embora isso também traga
desvantagens do ponto de vista metalúrgico: instabilidade na recristalização
secundária, diminuição do fator de empilhamento e deterioração na forma do
material, são exemplos que confirmam a necessidade de se equilibrar essas
variáveis para que se produza um material de bom desempenho.
As perdas anômalas foram assim chamadas porque foi notada uma diferença
entre os valores totais teóricos e práticos das perdas magnéticas. Isso ocorre porque
na parte não linear da curva B-H surgem os campos magnéticos harmônicos no
material, e também e porque durante o movimento das paredes de domínio, o centro
das paredes se move mais lentamente as superfícies causando curvaturas de
domínio. Os modelos teóricos até então concebidos para esse fenômeno previam
uniformidade de movimento, justificando o termo atribuído a essas perdas, que de
acordo com Goel (2016), pode representar 50% das perdas a 50 e 60 Hz. Domínios
menores implicam em menores distâncias percorridas pelas paredes durante seu
movimento, o que diminui as perdas anômalas. Por isso, tamanhos de grãos
menores e técnicas de refino de domínio são aplicadas para reduzi-las.
20

1.2 AÇOS SILÍCIO

Tem-se como aço, ligas de uma composição Fe-C com teor de carbono que
varia entre 0,2 e 1,8% de carbono (CHIAVERINI, 1986). O aço carbono tem suas
propriedades específicas, que podem ser modificadas para melhor através da adição
de outros elementos químicos em sua composição de base alterando assim sua
micro e macroestrutura e suas propriedades químicas e mecânicas. A essa nova
forma aderida pela inserção de outros agentes na liga base de Fe-C se explicita pelo
termo “liga metálica”. Assim foi mencionado “ligas metálicas são substâncias que
consistem de misturas íntimas de dois ou mais elementos químicos, dos quais pelo
menos um dos elementos da sua composição é de origem metálica, possuindo
assim suas propriedades” (CHIAVERINI,1986, p.67), podendo ser ferrosas e não
ferrosas.
O setor de energia elétrica no Brasil é um dos maiores consumidores de aço
especiais, pois esses têm suas propriedades alteradas para atender o insumo de
energia elétrica, reduzindo perdas durante processamento e distribuição da mesma,
a partir dessa crescente demanda surgiram os aços elétricos.
Aços elétricos também chamados de aços siliciosos são ligas metálicas de
Fe-Si com baixo teor de Carbono, menores do que 30ppm. O silício tem como uma
das principais funções elevar a resistividade do material (Hou, 1996), reduzindo
assim as correntes parasitas. As propriedades magnéticas macroscópicas dos
materiais são uma consequência dos momentos magnéticos associados aos
elétrons individuais (CALLISTER JR, 2014). Isso é enfatizado pelo fato de uma das
principais propriedades remanescentes das ligas dos aços elétricos ser o
ferromagnetismo, fenômeno onde se geralmente se ocorrem grandes e permanentes
magnetizações oriundos da estrutura eletrônica dos átomos, no caso do estudo
deste trabalho traz-se o exemplo o ferro (Fe), que é uma das partes da liga que
compõe o aço elétrico, que são resultado de um alinhamento paralelo de momentos
magnéticos vizinhos. Mostrado claramente na figura 5:
21

Figura 5 – Alinhamento de momentos magnéticos resultando para propriedade do


ferromagnetismo.

Fonte: CALLISTER (2014, p.552)

São aços que apresentam uma alta performance e boas propriedades


mecânicas, porém seu diferencial são suas propriedades magnéticas como
defendido por Chuen e também Souza:
No início do século XX, Barrett et al. (1902), estudando as propriedades
eletromagnéticas de ligas de Fe-3%Si, descobriram que a resistividade do
ferro aumentava bastante com a presença do silício, o que contribuía para a
redução das perdas causadas pelas correntes parasitas (CHUEN, 1980).
Esta descoberta foi o ponto de partida para o processo de evolução e
desenvolvimento da tecnologia de fabricação e utilização dos aços elétricos.
Suas características elétricas e magnéticas o tornam bem aceito para uso
em núcleos montados com empilhamento de lâminas, nos quais o fluxo
reverte à direção ou pulsa muitas vezes a cada segundo. À medida que se
aumenta o teor de silício, aumentam-se também os limites de resistência e
de escoamento. (SOUZA, 2013, p. 3).

As propriedades magnéticas dos aços baixo carbono como nos materiais


ferrosos geralmente são sensíveis devido a presença de impurezas (LANDGRAF,
2001b). Altos valores de permeabilidade e baixos de perdas magnéticas tornam os
aços ao silício adequados para fabricantes de equipamentos elétricos, como
geradores, transformadores e motores, pois a menor dissipação de energia no
núcleo gera uma significativa economia de recursos. Esse controle do consumo se
tornou primordial em momentos de crise de abastecimento de energia elétrica, como
a que ocorreu no Brasil, na virada do milênio.
22

1.3 AÇOS ELÉTRICOS DE GRÃO NÃO ORIENTADO (GNO)

O aço silício de grão não-orientado são uma liga de Fe-Si com teor de
carbono variando entre 1.0 a 3,5% de silício apresenta um baixíssimo teor de
carbono e dependendo de sua aplicação específica pode conter uma leve adição de
alumínio para melhorar certas propriedades oriundas da liga formada. Esse aço
ainda sim, tem como característica a ausência de uma preferencial orientação para
seus grãos, apresentando assim uma distribuição aleatória de seus grãos no
material, favorecendo a aplicação do mesmo em máquinas rotativas onde a grande
desorganização do fluxo magnético em seu núcleo seja favorecida para atravessar
qualquer direção do material.
O parâmetro mais importante nos aços de grão não-orientado é a perda
magnética que decresce conforme aumentado o teor de silício por exemplo pode ser
2,0%, 3,0% e 3,3% de silício. A liga com 2,0% produz os aços elétricos média perda,
a liga com 3,0% produz os aços baixa perda e a liga com 3,3% produz os aços
baixíssima perda, totalmente diferente do aço de grão orientado.
23

1.4 AÇOS ELÉTRICOS DE GRÃO ORIENTADO (GO)

Define-se como aço silício de grão orientado ou casualmente conhecido como


aço (GO) como uma liga de Fe-Si contendo até aproximadamente 3,2% de silício em
sua composição e assim como o aço GNO tem baixíssimo teor de carbono em sua
composição (GLERIAN, 2011). Sua denominação “grão orientado” vem da
orientação adquirida nos grãos no processo de laminação a frio dos aços elétricos
onde o mesmo adquire a denominada textura de Goss.
A textura de Goss nada mais é que uma textura cristalográfica oriunda do
processo de fabricação que induz uma forte textura cristalográfica {110} <001> que
permite a obtenção de excelentes propriedades magnéticas que significa altos
valores de permeabilidade magnética e baixas perdas magnéticas no aço produzido.
A mesma pode ser influenciada por três fatores que consequentemente influem
diretamente nas propriedades magnéticas do material ferromagnético sendo elas:
composição química, tamanho do grão e deformação do material.
Composição química – O teor de carbono da tem suma importância na textura
de Goss por ser o elemento químico o qual fornece a estabilidade do aço na fase
austenítica. Segundo estudos previamente publicados mostram que o teor de
austenita no material não deve ultrapassar 28% para não comprometer a textura
com a estrutura cristalina {110} <001> da superfície do material vista na figura 6.

Figura 6 – Orientação de Goss {110} <001>

Fonte: Raabe, (2015, pag.3)


24

Tamanho do grão – Em todo material deformado plasticamente, sua


nucleação tende a ocorrer com maior facilidade nos contornos de grãos ou em
regiões aleatórias com orientação diferente da textura de Goss. Essa nucleação
resulta em microbandas que envolvem intensa desorganização com a orientação
{110} <001>, logo a contribuição de Goss é totalmente dependente da proporção
volumétrica dessas microbandas na estrutura. A diminuição dos grãos tende a
aumentar o volume de zonas dos contornos de grãos enquanto cai o volume das
microbandas, assim a contribuição dos núcleos com a orientação pretendida deve
ser maior quando o tamanho de grão, após recozimento intermediário, for maior.
Deformação – Estudos apontam a importância da sequência de passes no
processo de laminação a frio do material ferromagnético para se obter uma melhor
orientação cristalográfica. Onde a sequência de laminação precisa causar a maior
deformação do material no primeiro passe para produzir um menor desvio de
textura, e assim, melhores propriedades eletromagnéticas. Logo a deformação tem
que atingir no máximo entre 70 e 80% pois valores acima resultarão em texturas que
criação tendência a dificultar o surgimento da textura de Goss no recozimento do
material. Devido a isso a deformação deve respeitar rigorosamente o grau definido
para o parâmetro de fabricação do material no processo de laminação a frio. O aço
silício de grão orientado (GO), é submetido a vários processos físico químicos os
quais vão gradativamente melhorando suas propriedades, os mais comuns, porém
complexos tratamentos são os de nitretação e descarbonetação. Para o parâmetro
da descarbonetação Gebler (2000, pag.27) afirma que:
A descarbonetação é o processo que visa a retirada de carbono dos aços.
Esta retirada, dependendo do tipo de atmosfera empregada nos fornos
seguirá reações segundo relação de pressão parciais de H2, H2O, CO e
CO2. Em atmosferas obtidas em geradores exotérmicos este processo é
mais lento, pois existirão várias reações que se processarão ao mesmo
tempo. Em se tratando de aços elétricos, os teores iniciais de carbono do
material e a quantidade de umidade vão determinar o tempo necessário
para que as reações se processem. Entretanto, se for utilizada uma grande
quantidade de vapor d’água poderá haver a formação de FeO (Óxido de
ferro) na superfície do aço que será prejudicial ao processo.

Já o processo de nitretação consiste num tratamento superficial que tende a


inserir nitrogênio superficialmente em aços com microestrutura ferrítica, com um
excelente controle das dimensões do processo por não necessitar de nenhuma
alteração de fase no material de base o qual é inserido, isso se comparado a outros
processos gera uma mínima distorção no material.
25

3. TRATAMENTOS TÉRMICOS (ÊNFASE RECOZIMENTO)

1.5 PROCESSOS DE TRATAMENTO TÉRMICO

Tratamentos térmicos são tratamentos que envolvem operações de


aquecimento e resfriamento subsequente, dentro de condições controladas de
temperatura, tempo, à temperatura, ambiente de aquecimento e velocidade de
resfriamento (CHIAVERINI, 1986, p.240). Outra caracterização desse processo
térmico e explicitada como “um processo de recozimento consiste no fornecimento
de energia (calor), acima da temperatura de recristalização, e é utilizado como meio
de tratamento térmico para obtenção de alívio de tensões, obtenção de
microestrutura específica, tornar o material mais dúctil e tenaz, deve ser aplicado
certa atenção quanto ao processo de resfriamento (CALLISTER JR, 2014).
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000) tem-se explicito como
ciclo térmico e ainda tratamento térmico como:
Ciclo térmico: História ou programa térmico em função do aquecimento,
tempo, permanência e resfriamento seguido por um aço, no qual os estados
estruturais iniciais e finais estão à temperatura ambiente. Tratamento
térmico: Operação ou conjunto de operações (no caso de tratamento
completo) através dos quais se submete o aço, em estado sólido, a um ou
vários ciclos térmicos. O meio em que se colocam as peças no transcurso
destas operações pode modificar, mais ou menos profundamente, a
composição química das camadas superficiais da peça (tratamentos
termoquímicos). A finalidade de tratamento térmico é a de conferir ao aço
propriedades particulares, adequadas à sua transformação ou emprego
posterior (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000,
p.1).

Ainda inerente as afirmações de CALLISTER JR., o autor revela que a


atmosfera do forno de aquecimento é de extrema importância no processo, tendo em
vista que a sua qualidade tem grande influência sobre os resultados finais dos
tratamentos térmicos. O autor pontua que o tempo real de recozimento deve ser
longo o suficiente para garantir que o produto sofra reações de transformações
necessárias. Segundo Almeida e Araújo (2018 apud CALLISTER JR., 2014) diz que:

A fase de aquecimento, devem ser apropriadamente consideradas a


velocidade de aquecimento (taxa de aquecimento) e a temperatura máxima
de aquecimento]. A taxa de aquecimento apresenta certa importância,
principalmente quando os aços estão em estado de tensão interna ou
26

possuem tensões residuais devidas a encruamento prévio ou ao estado


inteiramente martensítico porque, nessas condições, um aquecimento muito
rápido pode provocar defeitos de forma no material.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000) os


recozimentos podem ser: recozimento de homogeneização; recozimento de
regeneração; recozimento de grão grosso; recozimento de esferoidização;
recozimento de abrandamento; recozimento para alivio de tensões; recozimento de
restauração, e; recozimento de recristalização. Nos aços siliciosos o mesmo
tratamento além de aliviar tensões residuais de processos anteriores de fabricação
(laminação a quente) tem como função de reestruturação das propriedades
magnéticas com crescimento dos grãos. O recozimento é dividido em três tipos, a
normalização, o recozimento pleno.
O procedimento de recozimento de normalização consiste no fornecimento de
calor acima da linha horizontal denominada como linha de temperatura crítica
superior, é aplicável quando se deseja obter uma microestrutura regular, e uma
redução uniforme no tamanho de grão médio. Como frisado por CHIAVERINI (1986,
p.245) “o resfriamento do material é realizado ao ar, obtendo uma curva
característica de um tratamento térmico de normalização.” É altamente utilizado em
materiais obtidos através de processos mecânicos como a laminação a frio.
Outro método do processo é o recozimento pleno, onde o mesmo ocorre com
o fornecimento de energia em forma de calor acima da linha crítica superior no
diagrama de fase relativo ao material a ser tratado termicamente. O tempo correto
deve ser levado seria e rigorosamente levado em conta, pois o mesmo e
fundamental para que haja aquecimento homogêneo do material. O resfriamento no
processo de recozimento pleno é obtido dentro do próprio forno. Sendo necessárias
altas taxas de tempo para tal realização.
27

1.6 RECOZIMENTO PRIMÁRIO

Propriamente após a laminação, a chapa que teve sua espessura


drasticamente reduzida no processo de laminação de tira a quente popularmente
conhecido como (LTQ), passa por um recozimento inicial para uma reorganização
parcial de seus grãos obtendo assim um alívio de tensão estrutural, para
posteriormente ser encaminhada para o processo de laminação a frio (LTF). Uma
breve síntese geral do processo de laminação é dada por Helman e Cetlin (2005,
pag.199) da seguinte forma:
Quando o aço é lingotado é primeiramente desbastado em um laminador
reversível cuja distância dos cilindros de laminação pode ser ajustados
conforme a redução necessária produzindo tarugos (barras de aço com
seção quadrada ou retangular). Os tarugos são então laminados até barras,
em laminadores não reguláveis durante a operação, arranjados em trens
contínuos ou não. As placas são laminadas até chapas, comumente
passando inicialmente por algumas cadeiras preparadores e, a seguir, nos
laminadores tipo steckel. Os materiais produto da laminação a quente são
bobinados a quente, onde seguem para uma linha de correção de
parâmetros como bordas, defeitos iniciais e finais derivados da laminação
anterior. Após a eliminação desses defeitos o material é decapado
mecânica e quimicamente e submetido a laminação a frio por um laminador
reversível, que pode ser também do tipo sendzimir.

Então tendo sido laminada até a espessura final ser condizente com a
especificada e desenvolvendo ali sua orientação preferencial cristalográfica “Goss”
no caso do aço silício (GO), posteriormente ocorre a descarbonetação juntamente
com a recristalização primária. Em um ambiente controlado e com ajuda de H2O a
chapa ao fazer o percurso pelo equipamento acontece a descarbonetação, uma
linha de recozimento contínuo, através das reações químicas entre carbono e água
o carbono proveniente do processo inicial na aciaria é reduzido em incrivelmente
95% do valor inicial, atingindo assim os valores que são objetivados que giram em
torno de 20 ppm. “Durante o processo de descarbonetação, a superfície da chapa de
(GO), em contato com a atmosfera de recozimento, oxida, formando uma
subcamada de óxidos de aproximadamente 2 mícrons” Glerian (2011 apud CESAR
et al.,1998; KOMATSUBARA et al., 1996). Na recristalização primária o crescimento
dos grãos é controlado e inibido por formação de sulfeto de manganês (MnS) e (AlN)
que são soluções que agem no controle de processo para o funcionamento correto e
cronológico.
28

1.7 RECOZIMENTO SECUNDÁRIO EM FORNO TIPO CAIXA

1.7.1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Em todo ambiente onde se tem corpos em diferentes temperaturas ocorre o


fenômeno caracterizado como transferência de calor. “Sempre que existir um
gradiente de temperatura dentro de um sistema ou que dois sistemas diferentes a
diferentes temperaturas forem colocados em contato, haverá transferência de
energia.” (KREITH; BOHN, 2003, p. 1). O calor em si desse processo não pode ser
medido ou observado diretamente por isso estuda-se o transporte de sua energia. O
ramo da ciência que estuda esse e outros fenômenos físico-químicos denomina-se
termodinâmica. Seguindo os princípios que regem a termodinâmica, os fenômenos
observados na transferência de calor podem ser regidos pelas suas três leis.
A primeira lei enuncia o princípio da conservação de energia, “estabelece que
a energia não pode ser criada nem destruída durante um processo, pode apenas
mudar de forma.” (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p. 11). A segunda lei universal é que “o
calor flui espontaneamente de um corpo com maior temperatura para um corpo de
menor temperatura” (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p. 2), o inverso só ocorre com a
realização de trabalho. A terceira e última lei retrata o zero absoluto que é expresso
pela temperatura de -273K, que é impossível obter essa temperatura com um
número finito de operações segundo (MORAN et al, 2011). Todas as leis regidas
acima são aplicadas universalmente aos processos de transferência de calor, pois
até a atualidade não foi-se provado nada que as contrariassem, assim anulando os
seus conceitos. Os três processos de transferência de calor e massa são conhecidos
como condução, convecção e radiação.
29

1.7.2 CONDUÇÃO

A condução pode ser compreendida como a forma de transferência de calor


através de contato entre partes. “A condução pode ser imaginada como a
transferência de energia das partículas mais energéticas de uma substância para
partículas adjacentes que são menos energéticas, devido a interação de suas
partículas.” (MORAN et al., 2011). Ainda é regida pela lei de Fourrier, apresentada
na figura 7, que explica que a taxa de transferência de calor entre sólidos depende
da quantidade de calor e ainda sim da espessura do material a qual essa energia em
forma de calor irá transpassar. É expressa pela equação abaixo, em que a constante
de proporcionalidade "𝑘" é uma propriedade chamada de condutividade térmica, o
sinal negativo é consequência da transferência de energia no sentido decrescente
da temperatura.

𝑑𝑇
𝑄𝑥 = −𝑘𝐴
𝑑𝑥
Equação 1

Figura 7– Representação da Lei de Fourrier da condução de calor.

Fonte: MORAN et al (2011, pag.41)


30

1.7.3 CONVECÇÃO

É dada como a transferência de calor entre um meio gás ou líquido e uma


superfície sólida. Também retratada como “modo de transferência de energia entre a
superfície sólida e a líquida ou gás adjacente, que esteja em movimento e que
envolva efeitos combinados de condução e de movimento de fluido” (ÇENGEL;
GHAJAR, 2012). Esse meio de troca de calor ou transferência de energia pode se
apresentar de duas maneiras, de forma forçada e natural. A convecção forçada
ocorre quando o fluido e forçado a fluir sobre a superfície por meios externos, como
ventiladores ou outros meios que forcem a circulação do ar, já em contrapartida a
convecção natural é obtida quando o fluido movimenta-se pela flutuação induzida
pela diferença de densidade derivadas da variação de temperatura no fluido. É
regida também pela Lei de Newton do Resfriamento que é ilustrada pela Figura 8 e
expressa pela equação:
𝑄𝑐 = ℎ𝐴(𝑇𝑏 − 𝑇𝑓)
Equação 2
Onde “ℎ” representa o fator de proporcionalidade denominado coeficiente de
transferência de calor. “𝐴” representa a área da superfície onde se têm a
transferência de calor por convecção, “𝑇𝑏” é a temperatura oriunda da superfície e
“𝑇𝑓" é a temperatura do fluido.

Figura 8 – Ilustração da Lei do Resfriamento de Newton

Fonte: MORAN, et al., (2011, p. 42)


31

1.7.4 RADIAÇÃO

É a forma de transferência de energia a qual independe de um meio para sua


propagação, ou seja, para que ocorra. Uma definição mais sucinta desse fenômeno
consiste “na energia emitida pela matéria sob forma de ondas eletromagnéticas
como resultado das mudanças nas configurações eletrônicas de átomos ou
moléculas” (ÇENGEL; GHAJAR, 2012, p. 27). E é também a mesma forma com que
a energia solar atinge todo o planeta. Além de ser um fenômeno volumétrico sólidos,
líquidos, gases que estejam acima da temperatura do zero absoluto (-273K) emitem
radiação térmica em diferentes frequências. A máxima taxa de radiação que uma
superfície emite na termodinâmica é regida pela lei de Stefan-Boltzmann, Figura 9 e
descrita pela equação,
𝑄𝑒 = 𝜀𝜎𝐴[𝑇𝑏 4 − 𝑇𝑓 4 ]
Equação 3
onde 𝜀 é a emissividade da superfície em questão, 𝜎 a constante, A sendo
área da superfície, “𝑇𝑏” é a temperatura oriunda da superfície e “𝑇𝑓" é a temperatura
da superfície circunvizinha.

Figura 9 – Troca de calor por radiação

Fonte: MORAN et al.(2011, p. 42)


32

1.7.5 RECOZIMENTO EM FORNOS TIPO CAIXA

O processo de recozimento de produtos planos pode vir a ocorrer em duas


linhas distintas de tipos de fornos: os denominados fornos de linha contínua e fornos
tipo caixa. Almeida e Araújo. (2018 apud SILVA et al., 2011) avaliam que os fornos
de recozimento contínuo possuem produtividade extremamente alta e uma enorme
homogeneidade microestrutural, pois consegue distribuir a temperatura de forma
uniforme no seu meio em seu meio, todavia, tendo um custo muito elevado e por
este motivo no Brasil há muitos poucos deles e muitos dos fornos em caixa. Esta
revisão de bibliografia tem seu em foco o aço elétrico de grão orientado, logo será
visado o tipo de recozimento no qual o mesmo é submetido para explicitar suas
propriedades magnéticas, o recozimento em forno do tipo caixa, conhecidos também
como fornos tipo caixa e todo o processo que ocorre dentro mesmo durante o
processo.
O processo no forno tipo caixa consiste em controlar toda a atmosfera dentro
do mesmo para que as propriedades almejadas no material sejam alcançadas, isso
através de gases e monitoradores que dão retorno em tempo real das propriedades
dentro do meio. Baseado nos princípios termodinâmicos da troca de calor, que
acontecem dentro do forno. as bobinas por serem espiras de aço enroladas tendem
a trocar mais calor com o ambiente de sua parte externa para sua parte interna,
devido ao contato maior com a atmosfera do forno das espiras de fora se comparada
as espiras de dentro, a esse fenômeno denomina-se ponto quente e ponto frio que
são ocorrem com os lados de fora e dentro (centro) da bobina, respectivamente.
De acordo com Almeida e Araújo (2018 apud GLERIAN, 2011) o processo é
realizado em um equipamento de processamento por batelada, em que as bobinas
são carregadas em fornos de aquecimento elétrico a resistência e tratadas
termicamente por 120 horas, com temperaturas de até 1200°C na presença de gás
hidrogênio seco. O autor ainda cita que as funções principais dessa linha são: a
recristalização secundaria com o crescimento anormal de grãos, a formação do
recobrimento de forsterita (filme de vidro) e a purificação do aço, com eliminação dos
elementos químicos residuais de enxofre, nitrogênio e oxigênio.
33

Figura 10 – Processo de Recozimento Aço Elétrico de Grão Orientado

Fonte: Almeida; Araújo (2018, pag.28 apud Aperam)

Ainda Almeida e Araújo. (2018 apud GLERIAN, 2011) afirmam que a fase do
encharque intermediário é necessário para se garantir que o ponto de orvalho da
atmosfera de recozimento seja negativo em altas temperaturas e, objetivando evitar
a interferência da formação de outros compostos derivados da oxidação do ferro na
formação do recobrimento do filme de vidro. Logo após o ciclo de aquecimento e
encharque tem-se o processo de resfriamento forçado, onde através de sistemas de
ventilação e trocadores de calor há a primeira redução de temperatura no meio, e
após o mesmo resfriasse naturalmente removendo as do forno e permitindo a troca
de calor com o ambiente como observado no gráfico da figura 10 acima.
34

4. INFLUÊNCIA DO RECOZIMENTO NAS PROPRIEDADES


ELETROMAGNÉTICAS DOS AÇOS SILÍCIO DE GRÃO ORIENTADO

As propriedades magnéticas dos aços elétricos em geral variam com seus


aspectos químicos e microestruturais, o tratamento a qual eles são submetidos, a
descarbonetação, o tamanho de grão, dentre outros. (GIROTO, 2010). O teor de
carbono no material influencia no crescimento de grãos e consequentemente em
suas propriedades magnéticas pelo efeito do envelhecimento magnético causado
por ciclos de magnetização no material dentro de transformadores, o (GO) antes de
ser submetido a seu recozimento final é descarbonetado até atingir uma grandeza
menor do que 30ppm de carbono, segundo SILVEIRA (2011) estudos mais recentes
apontam que se consegue uma redução no teor de carbono a cerca de 20ppm.
Quando ocorre falha nos inibidores de crescimento de grão no processo de
recozimento primário, Figura 11, logo a nucleação preferencial dos grãos é afetada,
pois os grãos pra seu crescimento precisam de energia dada no momento certo aos
grão com orientação preferencial no recozimento secundário, caso falhe esse
processo não haverá orientação preferencial e sim um crescimento de qualquer grão
que se apresente no material como pode ser observado na figura abaixo:

Figura 11 – Superfície do aço silício (GO) com e sem falha de atuação do inibidor
respectivamente, decapado após o recozimento em caixa

Fonte: SOUZA (2013, pag.34)


35

Os principais fatores que influenciam a recristalização secundária são:


presença de partículas do primeiro recozimento para descarbonetação, textura e
espessura do material. Os grãos que crescem são aqueles que possuem uma
orientação especial, o que faz com que a recristalização secundária gere uma
determinada textura (HUMPHRAYS; HATHERLY, 2004). Deste modo é possível a
observação da diferenciação dos grãos na superfície do material, onde no centro, os
grãos se alongam e em sua superfície ocorre o crescimento dos grãos do material
após todo processo de recozimento e recristalização.

Figura 12 – Diagrama esquemático dos perfis térmicos de recozimento utilizados

Fonte: TSAI e HWANG (2010)

Souza (2013) afirma que, após o processo de recozimento secundário no


forno caixa tem-se por estimativa e monitoramento do processo que as perdas
magnéticas sejam baixas e tenha alta permeabilidade. Outra fantástica observação
durante o processo de fabricação deste material é evidenciada ainda durante a
laminação, Figura 13, pois Dieter (1981) traz a ressalva que os grãos das
extremidades são submetidos a tensões de cisalhamento e baixas temperaturas.
Ainda Souza (2013) denota que os grãos no centro da tira permanecem com altas
temperaturas estando em processo de recuperação dinâmica e, portanto,
permanecem com a forma alongada. Essa deformação denota a formação das
bandas de cisalhamento, as quais preferencialmente necessitam ter 30° ou girar em
torno dessa angulação pois tais bandas são pontos de nucleação da textura de goss
e a chave para obtenção das propriedades magnéticas acerca deste material.
36

Figura 13 - Macrografia do aço GO nas extremidades e no meio da chapa


respectivamente.

Fonte: ALCÂNTRA; CUNHA (2006)

Para se quantificar as propriedades magnéticas dos aços elétricos utiliza-se o


teste denominado Epstein que consiste em simular a condição dentro de um
transformador de circulação da magnetização induzida pelos campos de força
externos as lâminas de aço e medindo assim qual capacidade de magnetização da
amostra e ainda sim qual sua perda magnética residual do processo. Por ser o
processo mais comum de teste em universidades e industrias “o procedimento
Epstein é padronizado pela norma brasileira NBR 5161, 1996” (MENDES, 2004). Os
testes são realizados apenas após todo o processo produtivo, pois o que interessa a
cliente são as propriedades magnéticas do produto final e não em cada parte do seu
processo de fabricação. Como a Aperam South America é a maior produtora desse
material na América latina, através de um de seus catálogos de parâmetros
aceitáveis na Tabela 1, podemos observar todas as propriedades necessárias do
aço GO para que atenda o mercado e gere assim seu máximo potencial energético
dentro dos transformadores.
37

Tabela 1 – Características dos aços GO

Fonte: Aperam (2012)

A primeira mudança observada após o processo de recozimento secundário


ocorre metalurgicamente, observando a reestruturação micro e macroestrutural do
material pois podemos observar que durante o processo de laminação. Processo o
qual através da deformação gera bandas de cisalhamento no material, as mesmas
bandas que são pontos preferenciais para a nucleação da textura de Goss na
recristalização secundária.

Figura 14 – Estrutura micrográfica alongada após o processo de laminação a frio.

Fonte: GLERIAN (2011, pag.80)


38

Esses grãos alongados podem ser observados como adquirindo a orientação


preferencial como foi tratado nos capítulos anteriores. Desenvolvem assim após
esse processo uma orientação cristalográfica que origina texturas secundárias e
primárias que após o processo de recozimento em caixa mudando sua morfologia
tende a se reorganizar e dar forma a textura de Goss que é a textura chave para
explicitar as propriedades magnéticas.

Figura 15 – Metalografia dos grãos do aço GO após seu recozimento e


recristalização

Fonte: GLERIAN (2011, pag.80)

Em consequência do aumento dos grãos, diminuem drasticamente a


quantidade de contorno dos mesmos, os mesmos contornos que causam perda
magnética no material devido as orientações dos domínios de cada grão, então
tendo sua orientação adequada será menor dificuldade para passagem de um
campo coercivo externo aumentando assim a permeabilidade magnética com menor
força de magnetização a deixando adequada aos padrões que necessitem atender.
No caso do aço GO as condições de teste dadas são 1,7T uma frequência de 60 Hz,
que são as induções e frequências a quais a maioria dos equipamentos em território
nacional estão submetidos.
39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão literária teve sucesso satisfatório dando durante o trabalho um


melhor entendimento acerca dos materiais ferromagnéticos dos quais se destacam
os aços elétricos, correlacionando parâmetros e processo por meio de uma vasta
gama de bibliografia sobre o assunto. Possibilitou assim uma clara compreensão do
processo de fabricação deste material, principalmente sobre os processos de
recozimento e recristalização desse material, processos os quais reduzem teores de
carbono e também dão ênfase nas propriedades magnéticas dos mesmos. Esse
estudo possibilita um melhor entendimento da relação desses processos na macro,
microestrutura e propriedades eletromagnéticas desse material nobre.
Conhecendo-se os processos de tratamento térmico e propriedades das
composições químicas dos elementos que constituem a liga ferro silício (FeSi), pode
correlacionar então microestrutura, domínios magnéticos, permeabilidade magnética
e ainda sim suas perdas magnéticas, uma vez que através da pesquisa literária,
pode-se comprovar que essas propriedades físico-químicas e magnéticas são
totalmente entrelaçadas umas as outras de forma proporcional e as vezes
inversamente proporcionais. Durante o desenvolvimento desta concepção, pôde-se
infundir um alto nível de conhecimento acerca dos processos físico-químicos dos
tratamentos térmicos a qual o aço elétrico (GO) é submetido resultando em suas
excepcionais propriedades eletromagnéticas.
Observou-se nos resultados dos processos das bibliografias que após os
processos são obtidos um crescimento significativo no tamanho dos grãos após o
recozimento secundário, também a transformação da textura gama em goss, que é
desejada ao material para que se haja um melhor desempenho magnético,
configurando ao material uma menor perda magnética. Os mesmos são dados após
o teste Epstein nas condições de 1,7T a uma frequência de 60 Hz (frequência
padrão brasileira).
O trabalho agregou um vasto conhecimento metalúrgico destes materiais
ferromagnéticos, uma vez que é explicito no mesmo as influências dos parâmetros
de processo na estrutura do material e o impacto no rendimento das máquinas as
quais os utilizam em seus núcleos, com uma concreta base de dados para futuras
pesquisas.
40

REFERÊNCIAS

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