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PTS e Redução de Danos
PTS e Redução de Danos
No início do século XX, a cocaína entra no Brasil e tem seu uso reservado às elites. A
partir da década de 1970, há uma banalização do seu uso e o seu consumo começa a
se transformar num problema de saúde pública, principalmente pelo aumento do
número de usuários dependentes. (DOMANICO; MACRAE, 2006). Não temos dados
sobre o início de uso de drogas injetáveis no Brasil, o que sabemos é que, nas
décadas de 1950 a 1970, os usuários de drogas injetáveis (UDIs) tinham a
anfetamina[1] como droga de escolha. Após a sua proibição, na década de 1970,
começam a usar cocaína injetável. Essa substituição se dá por dois motivos: o
primeiro, porque a cocaína é um estimulante, causando os mesmos efeitos que a
anfetamina, e o segundo, porque os usuários começaram a se deparar com uma
grande quantidade de cocaína disponível no comércio ilícito.
Um grande teórico canadense que morou nos Estados Unidos teorizou sobre a
redução de danos num livro clássico traduzido no Brasil e lançado em 1999: Redução
de danos: estratégias práticas para lidar com comportamentos de alto risco. Nesse
livro, além do histórico e das estratégias da RD, ele descreveu os cinco princípios que
até hoje são reconhecidos como os princípios básicos da redução de danos
associados ao uso de drogas (MARLLAT, 1999). São eles: 1. A RD é uma alternativa
de saúde pública para modelos moral/criminal e de doença do uso e da dependência
de drogas. 2. A RD reconhece a abstinência como resultado ideal, mas aceita
alternativas que reduzam danos. 3. A RD surgiu principalmente como uma abordagem
de “baixo para cima”. 4. A RD promove acesso a serviços de baixa exigência como
alternativa para abordagens tradicionais de alta exigência. 5. A RD baseia-se nos
princípios do pragmatismo empático versus idealismo moralista.