Você está na página 1de 8
FLORESTAN FERNANDES e a derrocada do mito | iilica NO Brasil, enia as chaves desmascara rio em suds Fundador da sociologia ¢ Florestan Fernandes apres para destrancar 0 passage © | a pecha de pais jusio & igualil bo relacées sociais. {DA CLASS, OE TARSLA D0 AMARALFETBAZA COMO O NEGFO RA VISTO NO BRASH we “Tudo nao passava de um grande engodo, um desvario coletivo’. Florestan Fernandes RelzesJorolimo Cultural 14 es, * pa say yyy (ithe [RESCOLA NACIONAL RORESIAN RNANDES INIT}, GUARAEEVA, NA REGIAG METROFOMTANA EE S40 PAULO, E UMGENTRO DE EDUCACAOE IORMACAO, CONSTIUIDO MLO HOVIENTO OOS WABAADOETS ORAS Sea TERRA AST emtcacions +5 de importa: agonal connie ig Hy {da no Brasil. “0 negro nio ficou apenas A partir da releitura de tese $ margem dessa revolugao, Ele fol sele- tes Homes da intelectal jionado negativamente, precisando con- Silvio Humerw, Oliveira Vianna rere done davordem @ insuficente tentar-se com aquilo que, dal por dante, argue de ola neat ty Tara eliminar ay iniguidades educacionals, seria conhecido come servign de nega: dom dhe Fuelies ca ntia, Manel Hee Far ci ete queaetam os esta’ tabalhosincertosebrutos, to peso fine Cal Mak Jains a A ae Gaanegrote mestigos da populagio. Mesmo quanto mal remmunerados, Em con explcitaente, anasto umd OP endeenegrondo sabeo que ésocialismo, Enci, achou-se numa extrana situate eta tll wm W690 syandooneererdade eguakiade possul Enguanto a prosperidadebafeava todas pensar o psa «0 lima signficagio socialista” se jemats camadas da populagio, «‘ne- formayao, as desenvolvimento, Wa Paaie aaboligaodaescravatura ndofol, gro’ sentiu-se em apuros até p. perspectivas di puvo brasileira Alea dis nem de longe, uma ago libertadora eigua- ou conquistar as fontes inhite da teorta soniuligica, eae Tfdria para a populagdo negra estabeleci- mais humildes e relegadas” tina obra fundamental ae dialagar eps 3 principats fe permanente te pas Salo epresente,desde Spencer, Cant, Mar, Durkheim © Weber até Mannlies Merton e Marcuse, entre autius. A suc ‘esti amplamente marcads por sua entrada praduyien aque dpresenta ‘consciéncia de que sua emancipagio coleti ‘va poe o problema da democracia e de uma Repiiblica democrstica sem subterfigios: a Tas O pai da sociologia brasileira Seem da aor eae ee ince Dn & Press ta Facultad de tufarmaqao e Conuncas (EC) da Unlvee Siu Mateal de Gats (086) Traballa com erga ec dfevengae-é 1 responisvel pela Ehren ons Alri au cera Dont mt Anup Sl ped Departament she Ania (AB) {hs Unwrvidate se es (On fea em afiar que popula trl stew urn etna permanente «que mbna recon heyaa grandee a fara nd dy seg Heres esas a hale qe sn) 9443 propia movies passanda a acupar Jupares es i coletividade, ayerslande neve FEPR00UCH0 CE NOTIA RRUCADA PALO JORNAL OO BRAS SOBRE ACRE DO 30011000 Cou Brctta oes de ADMRADOHES COLD RUTH CHIEED, TRAE camrovansunicne soll aroes act Declaragao de Luciene Dias Ura € wi pats acta 0 ratio O=: presente nas telages soci no Gras desde os primerdion Sheds als bratty sate cua ae Auer negro e quent nao e quand ee fh ty elevation emt um pee te ee Nesta seupaiovatincpontode dees verti moje sink cunt aj FUamente-ss pistes os bares pee temmovtepromatunae item asco toda sted cil or panizada¢consttuon pate mus Iites 0 nha pericioso eles, ho hace Cilia a pessoas tempotoda Grates howdigavertezs do nosso ines e iaginarinnitonal eontutee econ: Tua pet mito da democracy te remos ue ingati desybes tes Jorn Clr pontuais Cuidar e admitir nossos passivos hhistoricos talvez seja 0 methor caminko. Embora todos os movimentos tenham sua logica © sta coeréncia internas, esses ue defendem a necessidade de ama “se gunda Abolicio" parecem inadequados. Particularmente, penso que a proposta da Lei Aurea nunca for “hbertar” a populagio egra, mas sim entrar em sintonia com a emergéncia de um mercado de trabalho que acabou por absorver a mio de obra es- {rangeira ¢ jogar nas ruas um sem mumero de pessoas negras que no foram absor- vidas por esse mercado de trabalho. Falar em segunda aboliio talvez nio seja caso, compreendo que a populacio negra no Brasil 14 da sinais de que esti assumindo a agéncia do seu proceso de construgao his torica, Estamos construindo nossa propria historia e essa eserita tem que ter 0 nosso jeito de fazer as coisas, A relevincia dos discursos sociolégicos, fem especial de Florestan Fernandes, fun: damental para construir imaginarios nacio- Rais que nos sam agir no sentido de ng 21 ou reforgar discursos racists Peng ue hoje jd temos pesquisadoras epee quisadores negros elaborando Proprios movimentos e isso éfantitse Porque quando passamos 3 ocupa lig tes estratégicos na vida de uma colen, dade, azenciamos novas formas deve Sou profundamente otimista com relagio ao futuro da pessoa negra ns Brasil. Hoje, nossas criangas jd nso tom Vergonha de se afirmarem e nossa ju. vventude jd se engaja em movimentos de conquista equanime de espacos e pode. es, Temos profissionais competent em diversas areas do conhecimenta € ndo temos mais medo de conviver com adiferenca. Contudo, um longo camino ainda deve ser percorndo para que con. guistemos uma sociedade sem racism. A populacio negra ainda ¢ vitima cot diana de racismo e ainda tem que en- frontar situagdes que somente a fora da lei consegue resolver. ® logos renamados como Ovo Tanne Femando Henngue Cardoso, cassado com base 0 AUS, em 1969, det sou pals clecionou nas unversidades de Columbia (EVA), Toronto (Canad) e ea UA). Retornou ao Bas em 1972 ¢ pst soualeconarnaFUCSt Fx Fernandes foi mestre de so- Sener en Tr Sree er “ refi] ae Cos : ene Sra J oa pee Peo Re See ee Ue Pee One) eee evans eke PS er eee Te rere ee tis Pte aT ray ee ee et RN Ty recente, ao qual muitos dos leitores nao tiveram acesso, ou sequer foram provoca- Prem nneeney any ECOS DO WAL ORT ee te ue Ke Rito Soe ole Eo Kod =c)6e) Ainda hoje, se j assumimos esse conti- Oe eee See eee Deore as Cen eros Tonidade do nosso saber. Afinal de contas, PO totem ee oe ert ee eee et ee ey bisico, mas que continua perdido quando Sey nee ean cel eee etd Per ew keer tee lopithecus”(surgido nas regides da Etipia eda Africa do Sul ha mais de 3 milhdes de anos) 6a mals antiga espécie de hominideo Se ee a ey ‘como essa no apaga as formas jé institu cionalizadas de racismo por essa mesma ‘céncia a0 longo dos séculos, que reverbe- © cr oon ae Ln SU et a Sey eee - ‘Ao falarmos de “raga’, e inclusive sal POR nicl th Pane era acter Ce orn yer ary Pree ee ear ones ee eee machi s ore etic sor da Universidade de Brasilia, José Jorge SOM eM ear te Tad Ce ee enue Ons Penner tener ey Crete neem Onc a ey ue abre margem para pensarmos 0 “rios- Pa cee Reon roe ocr Pret Cited nidense, de origem., 6 de marca no Brasil, oeneeeenge ren a eros a eee eyo iecT ‘0s casos envolvendo racismo e violencia policial poderiam ser pontuais, mas nio 60 {ue os dados brasleios relatives a violén- ia contra a populagio negra revelam. Em Pere er rts Pe Tree Leas Par ene ees en ee art cede ene Settee tere co SU arson eo ey Sree eet ernie tornou parte de um cotidiano, oltando no cern co Saeed co 5 oars r Oe ea cs nets Paneer Reet Oe ent es Bence caries eto oe ea Ce ore sty = no necessariamente alguém que ‘io CCL ear tom ak ostiy Vcr ee Oe uae ones Ue Oe centres Cr onic tasty Positivismo do sécule XIX e nos inteleetu Onur ence ean Pree eat ah ecu oe Pree tit dos por exercer o trabalho no reconheci- do naquele momento, Fazia parte do alvo POSH enn tan i seat oO nOr etre sett] polica insiste em identficar suspeitos ba- seanido-se nos tragosfisicos cor de pele, oer ier since CRU CL tree ees REN See cet nine estes Bt status de elénciaajudaria a Se ue Coe eer oct Cee ‘em ecoar ainda em 2015 - 0 que torna ur- Perera AS CORES DAS CIENCIAS NO PASSADO ornalizmo Curl Segundo os resultados da pesquisa do Gevac, dais em cada trés jovens mortos pela policia paulista so negros e 79% dos policiais en- volvidos sao brancos. DADOS GLAROS, REALIDADE OBSCURA tados da pesquisa de Gevac, dois em Jeada trés jovens mortos pela policia paulista sio negros © 79% dos policiais tenvolvidos sio brancos. Os dados abarca- ram 0s anos de 2009 e 2011 e a anslise sobre taxas de 100 mil habitantes indica que a mortalidade da populagao negra @ pelo menos trés vezes maior que ade brancos. No que concerne aos jovens en: tre 15 e 19 anos, sio negras duas a cada trés pessoas mortas pela PM paulista. A coordenadora da pesquisa, Jacqueline Sinhoretto, jd desmentiu publicamente 0 mito de que os niimeros seriam propor clonais & populacio ~ em Sio Paulo, ape nas 30% dela é negra. ‘As conclusdes do estudo afirmam no ser possivel analisar, no entanto, se negros co- ‘metem ou ndo mais crimes. O que ocorre- Se XXI. De acordo com os resul- ria seria um racismo construfdo a partir da concepsao incorporada das préprias agdes piblicas ~ o que indica que ha apenas uma vigilineia policial que recai de forma mais Intensa A populagi0 com determinado per- fil: jovens negros e com determinadas ca- racteristicas fisicas. Mais vigiadas, seriam também mais faeilmente surpreendidas a0 cometerem delites. ‘Mas os dados de violencia - instituciona- Hizada ou nao nao ficam restritas apenas realidade paulista. De acordo com 0 Mapa da Violéncia 2012: a cor dos homicidios ‘no Brasil, coordenado por Julio Waiselfisa, da Area de Estudos sobre Violéneta da Fa: ‘culdade Latino-Americana de Ciéneias So Cais (Flacso),a populagao negra teve uma taxa de morte por homicidio 73,1% maior {que a populagao branca~ 0 que demonstra a vulnerabilidade desse grupo social 0) OLWAR ENVIESAD MG eesentindarart Niniae Taga Hsicas didlo na Lasse opel ot gat elas 86 18 ol fa scamento de ros no Brasil cr taro aii, ti prea rojo ata & tomadi came ft onmante por de fie nes teas titers seam decodif malt iguais” perante uma Gio desres: ida fe Ent pocas palaerss: mesmo to diferente da antrapolagla eriminal de Lait qe Mlenticava na meg a0 gerinio a tamanho de um carter rival mistica to siéncio perma necesteat cites ata esa ai parte de a estratura muito ant Econ My proprias insti partida, estud tei westrad da sot Intitulada "Negra andi: aan estudo sobre I (Uinesyy Araraquara, 0, argumentada como Ale peasamente adotadas: no sara com os pFACESSOS histories e politicos de epacas mareadas, ‘contrib para formagio de um st Jeito perigaso, eriminase ~ uma Wentida slo banda’ Esse discurso servitla para legitimar toma orden vigente, que determinaria #ECOS DO RACIALISMO} IT} uals sujeitos paderiam ocupar quais Sssemetha jos modelos clentiicos em= prepatos no século NIN, Ainda hoje, a0 Pensarnos a negritude BrasilAfeea, po fli da slolecia das relagdes de poder linpestatstas? Bem que medida propela dianesses discursos de poder? Podesse, inclusive, questionars por que nBo ocupa hie crmos,n Brains storografia di Ate to saga anda a sn ac Spe das religides dessa matriz, nas ecole? Quats lech final ainda pet- ° Questionamentos que, sem duividas, re- nas variadas formas de mento social Real Sareea ode 2014, Rio de Janel- A auxiliar de servigos | Claudia Silva ¢ are }oF umn carro da 1) durante un lando 0 veiculo, talhlo histori: Ke a abordagem policial ‘rmachc rca hO RO wea OWA RAEN CHAO Corredores* na época da Chacina de Vi- ‘kirlo Geral, x Fevereiro de 2015, madrugada do dia 6, No balevo Cabula, ems Salvator (BA). 13 Jovens negros sio executados pela PM. A versio dos moradores se contrapde & dda Secretaria de Seguranga Publica e ale 2 chacina. Meses antes, em agosto de DLA, no mesino estado, um jovern ni le 22 anos desaparece: levado pela PM, sera encontrado 15 dias depois, com © corpo esquartejado ¢ carbonizado. _ Em comum ao caso de Claudia, este _ atime viria d tona porque fora filma- do e divulgado na internet. Entretan- to, muitos outros corpos violentados Permaneceriam esquecidos, restimi dos 3 escuridao das ruas e dos becos imundos ~ de onde ha quem acredite que nunca deveriam ter saido,

Você também pode gostar