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FIAM- FAAM
JENIFER BERGAMINI
São Paulo – SP
2019
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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
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Sumário
Abreviaturas ............................................................................................................................... 4
Lista de Tabelas .......................................................................................................................... 5
Lista de Exemplos Musicais ...................................................................................................... 6
Introdução ....................................................................................................................................... 7
Bibliografias .................................................................................................................................. 31
Partitura ........................................................................................................................................ 36
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Abreviaturas
Comp. - Compasso
Ex. - Exemplo
Fig. - Figura
Tab. - Tabela
Ed. - Edição
p. - Página
n. - Número
KV. - Klavier
Min. - Minutos
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Lista de Tabelas
Tab. 2 – Tabela de Ornamentos, de Muzio Clementi, Introduction to the art of playing the
Pianoforte (London, 1801), p. 15, 16, 17, 18 e 19. 32
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Lista de Exemplos Musicais
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Introdução
A pesquisa na área comparativa ainda é um pouco escassa, mas muito necessária para
o intérprete na atualidade. O conhecimento histórico é fundamental para nos aproximar das
intenções do compositor e das práticas interpretativas vigentes em sua época.
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Capítulo 1: Primeiro Movimento da Sonata KV. 310, de W. A. Mozart
É sabido que Mozart compôs ao todo dezoito sonatas para piano solo e nelas está
contido o rico universo sonoro que caracteriza sua música, segundo o pianista Alberto Andrés
Heller:
A sonata n. 8 KV. 310 é a primeira de somente duas sonatas de piano de Mozart e foi
composta no verão de 1778 em Paris, com o pesar da morte de sua mãe. Estas informações
são poucas pois não há muitas escritas mencionadas em correspondências pessoais de Mozart,
mas podemos ter certeza que foi um dos momentos mais trágicos da vida do compositor e
interferiu diretamente nesta obra tão dramática e doce ao mesmo tempo.
De acordo com a origem, a palavra “sonata” tem o termo originado do latim sonare
(soar). Musicalmente, nos últimos 200 anos tinha como objetivo a música executada para um
ou dois instrumentistas. Sonatas para três executantes, era chamado “trio”, para quatro
executantes “quarteto” e para orquestras “sinfonia”. Mesmo que o termo variasse, todos se
enquadrariam na denominação sonata pela sua forma estrutural em comum.
Até o século XVI, a palavra "sonata" significava uma peça para ser "soada"
num instrumento, podia denotar qualquer tipo de composição instrumental.
Como um gênero, a sonata era uma peça em várias seções contrastantes
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para um ou mais instrumentos que, no início do séc. XVII podia ser
designada por uma variedade de termos. Ricercare, canzona, sinfonia,
capriccio, além de sonata, apareciam como títulos para tais peças, às vezes
indiscriminadamente. [...] A sonata da camera geralmente consistia de um
prelúdio seguido por duas ou mais danças, tendo em torno de três a seis
movimentos no todo. Tais composições guardam uma estreita relação com a
suite para teclado que foi cultivada em toda a Europa durante a final do
séc. XVI e no séc. XVII. Durante o século XVIII, os conjuntos de peças de
dança vieram a ser chamados de suites ou partitas mais do que sonate da
camera. Os compositores do final do séc. XVIII, incluindo Haydn e Mozart,
geralmente os chamavam serenades, cassations, notturni, ou divertimenti, e
os escreviam como música para funções sociais. Como tais, elas eram de
uma qualidade apropriada - alegres, agradáveis, divertidas, ou meramente
bonitas. Com algumas notáveis exceções (p. ex., Mozart, K. 563), tais obras
não eram caracterizadas por um conteúdo profundo ou intelectual...
(Green, A Forma Sonata, cap 11 e 12).
A edição e partitura (em anexo) utilizadas para este trabalho é a Henle, com
marcações e observações da pianista e minha professora de piano Vanessa Nonis.
Esta sonata tem a estrutura musical clássica, chamada Forma Allegro- Sonata,
considerada a forma mais esquematizada e ampla para uma composição. Dividindo em partes,
temos a Exposição, o Desenvolvimento e a Reexposição.
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Tab. 1- Motivos (rítmicos) e suas variações (J. Bergamini)
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2. Analisando os Intérpretes
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2.1.Ornamentação
Segundo o tratado Versuch über die wahre Art das Clavier zu spielen (1753-1762).o
compositor C. P. E. Bach afirma:
Assim como o “uso correto” e bem executado dos ornamentos pode enfeitar e deixar
a obra mais rica e bonita, o “mau uso” deles e mal tocados podem ser inconvenientes e
resultar em um desconforto à interpretação e até em danos à obra.
2.1.1. Appoggiatura
A primeira dúvida sobre ornamentação está logo nas duas primeiras semicolcheias dos
dois primeiros compassos:
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Em outras edições, podemos ver a mesma appoggiatura sendo escrita por uma
colcheia cortada, ou até mesmo a forma escrita como se executa, diferente da imagem acima.
Ex. 2 - Primeiro e Segundo comp. do tema (Ed. Leipzig: Carl & Wilhelm)
Ex. 3 – Primeiro e Segundo comp. do tema (Ed. G. Schirmer: Sigmund & William)
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Segundo a notação e explicação do compositor M. Clementi, podemos ler a execução
escrita conforme cada appoggiatura, sendo a segunda pauta os exemplos que estão na sonata:
Ex. 4 – Introduction to the Art of Playing on the Piano Forte (M. Clementi)
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2.1.3. Trinados
Há muita confusão e dúvidas evidentes sobre este ornamento, tais como: Com qual
nota começar (superior, inferior ou juntas)? Em qual parar? Qual sua velocidade? Como
finalizar? Dentre outras questões a serem enfrentadas pelo intérprete.
Nesta sonata, podemos perceber o primeiro tr escrito com ondulações logo em seguida
(trinado longo), que permanecem até o final do comp. 34, com duas notas indicadas para
finalizarem:
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Ex. 6 – Comp. 38. 39 e 40 da sonata (Ed. Henle)
No comp. 34:
Martha Argerich (em 0:55 seg.) repete nítidas três vezes as notas mi e ré, começando
pelo mi e segurando o último mi do final, até completar o tempo até o final do compasso.
Daniel Baremboim (em 1:13 min.) parece que toca o ré e segura (dando ênfase) e em
seguida faz o trinado com as notas mi e ré repetidas duas vezes.
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No comp. 39:
Martha Argerich (em 1:03 min.) repete as notas mi e ré duas vezes e finaliza.
Daniel Baremboim (em 1:22 min.) parece que começa pelo mi e repete três vezes o mi e o ré e
finaliza.
Mitsuko Uchida (em 1:10 min.) repete as notas mi e ré duas vezes e finaliza.
2.2. Andamento
Mas para Mozart, o andamento não significava o equivalente a tempo (no sentido alemão
de “Takt” ou do Francês “mesure”). Para Mozart e seus contemporâneos, a fórmula de
compasso e as figuras musicais utilizadas se relacionavam diretamente, e isso era um critério
para a escolha do andamento. “O andamento era para ele um aspecto difícil, importante e
central da música, e não uma tentativa pré-metronômica para avaliar o tempo musical, em
sua notação abstrata” (Marty, 1991, p. 56).
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[...] O andamento está sempre relacionado com o conteúdo, e muitos
músicos cometem o erro fatal, a meu ver, de definir o andamento antes de
mais nada. Eles seguem o metrônomo, às vezes indicado pelo compositor, e
o metrônomo inevitavelmente é rápido demais, porque, quando anota a
indicação, o compositor não tem o peso do som, tem só a ideia na cabeça
[...] Isso tem levado muitos músicos a definir antes de mais nada o
andamento e depois ver que conteúdo se encaixa. E não se pode fazer isso.
É exatamente o contrário. É o conteúdo que determina o andamento [...]
Martha Argerich transita entre 141 - 151 bpm (a intérprete mais rápida, precisa e que sai
menos da pulsação comparada com os outros dois intérpretes).
Daniel Baremboim transita entre 134 - 141 bpm (o intérprete que mais sai do andamento
comparado com os outros dois intérpretes, ora atrasando antes dos ornamentos, ora
acelerando).
Mitsuko transita entre 128 - 134 bpm (a intérprete que mais conseguiu deixar com carácter
“majestoso” e sempre elegante com seu andamento preciso, porém oscilando com as frases
quando necessário).
2.3.Pedalização
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O surgimento das primeiras notações de pedalização foi na década de 1790, quando
iniciou o surgimento dos primeiros fortepianos, fabricados por Bartolomeo Cristofori. O
registro para o controle dos abafadores já existia, mas tinham que ser acionados pelas mãos, o
que obrigava o pianista a tirar uma das mãos do teclado (Banowetz, 1985, p. 2). “Entre 1760 e
1770, os artistas começavam a exigir um meio mais flexível do que este mecanismo utilizado
pelas mãos” (Rowland, 2004, p.18). Para resolver este problema, por volta de 1765 na
Alemanha, surgiram as alavancas que eram acionadas pelo joelhos (Banowetz, 1985, p.2).
Até hoje, se discute a possibilidade de Mozart ter utilizado estas alavancas. Michael
Latcham, que foi o último pesquisador a fazer uma investigação cuidadosa no piano de
Mozart, fabricado por Anton Walter, refuta a possibilidade de que Mozart tenha utilizado as
alavancas de joelho. Ele argumenta que as alavancas encontradas neste piano teriam sido
adicionadas após a morte de Mozart.
[...] Eu toquei minhas seis sonatas de cor várias vezes, tanto aqui como em
Munique. A quinta em Sol Maior, eu toquei no distinto Cassino Concert, e a
última em Ré Maior, que tem um efeito incomparável nos pianos Stein. Os
pedais, pressionados pelos joelhos, também são melhor feitos por ele do que
por qualquer outra pessoa, você não precisa nem tocá-los para fazê-los
agir, e logo que a pressão é removida, nem a menor vibração é perceptível
[...] (Mozart, 1865, p. 98).
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“Existe uma ampla evidência que Mozart contou com o uso de alavancas de joelho em sua
música para piano. Portanto, o uso ocasional do pedal de sustentação nas obras de Mozart é
plenamente justificável historicamente”.
Martha Argerich
Em nenhum momento notei a utilização do pedal. Todas as notas bem secas e algumas
sensações de notas graves da mão esquerda mais sustentadas e um som mais legato feito pelos
próprios dedos.
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Daniel Baremboim
Utiliza o pedal para começar, ligando algumas as notas mais graves do ritmo da mão
esquerda, e outras soltas. Utiliza em algumas passagens de notas em escalas descendentes da
mão esquerda, (em 1:27 min.) como nos comp. 42 e 43, depois comp. 45 em diante.
Os dois termos são muito confundidos ou até mesmo despercebidos por alguns pianistas e
estudantes de piano. Talvez por serem em função de transmitir o texto musical em seus
mínimos detalhes e alguns professores deixarem um pouco de lado e até não falarem sobre
eles desde o começo do ensino musical. Porém, são tão importantes quanto todas as outras
técnicas interpretativas citadas.
A articulação que define as ideias, frases e motivos musicais, como, por exemplo, a
acentuação das notas, a separação ou agrupamento (Rosemblum, 1991, p. 144).
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compositor deixa a escolha entre o legato e o stacatto para o intérprete, a melhor regra é aderir
ao legato, deixando o stacatto para realçar certas passagens.
Notas são usadas em música como palavras na fala; são usadas para
construir uma frase, para criar uma ideia; consequentemente se deve usar
pontos finais e vírgulas como em um texto escrito, para distinguir suas
frases e partes, e para fazê-los mais fáceis de se entender. (BAILLOT,
Pierre. L’Art du violon [1834], trad. Louise Goldberg [1991]. Evanston:
Northwestern Univ., 1991., p. 163).
O termo “fraseado” (que foi utilizado pela primeira vez no século XIX) deve somente
ser aplicado a figuras motívicas ou temáticas utilizadas na construção de uma melodia. Para
isto, utiliza-se a ligadura de frase (uma linha curva que agrupa duas notas ou mais) como um
modo de indicação de coerência de uma frase musical.
Crelle comenta em 1823: “como regra, a unidade musical começa de forma importante
e poderosa, o meio continua moderada e equilibradamente, e o fim acelera e se torna menos
forte”. CRELLE, August Ludwig. Einiges über musikalischen Ausdruck und Vortag. Berlin:
Maurerschen Buchhandlung, 1823, apud BROWN, Clive. Classical and Romantic Performing
Practice 1750-1900. Oxford; New York: Oxford Univ., 1999.
Kalkbrenner possui uma opinião divergente, escrevendo que as notas iniciais e finais
de uma passagem devem ser mais enérgicas do que o restante. (KALKBRENNER, Frédéric.
Méthode pour apprendre le piano-forte à l’aide du guide mains. Paris: [s.n., ca. 1836], p. 12).
Embora sejam opiniões diferentes, elas podem coexistir, visto que pode haver
terminações masculinas ou femininas. Cabe ao intérprete estudar e conseguir chegar a um
consenso perceptivo do caráter da frase e determinar se o acento deve ser executado ou não.
Desde o século XVI, muitos compositores têm usado diversos sinais de notação para
representar a sua verdadeira intenção em relação à articulação. Indicações de ligaduras,
staccato e, portanto, aparecem em suas partituras com muita frequência. (Badura – Skoda,
1986, p. 53).
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Todavia, Mozart nunca usou ligaduras em sua música para indicar um fraseado. Elas
foram adicionadas posteriormente aos seus textos por editores, como o musicólogo, pedagogo
e historiador alemão Karl Riemmann, que publicou “edições completas” com estas notações.
Sobre as indicações das ligaduras na obras de Mozart, Badura – Skoda observa que elas
contêm dois propósitos:
2. Indicar duas ou mais notas, deixando a última com um valor mais curto:
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Ex. 8 – Comp. 13 e 14 da Sonata (Ed. Henle)
No comp. 28 e 29, na mão direita é indicada a ligadura de frase (como no Ex. 7), e na
mão esquerda a ligadura de valor (que significa não tocar a segunda nota, apenas somar os
seus valores):
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Ex. 9 – Comp. 28 e 29 da sonata (Ed. Henle)
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2.5. Dinâmica
É preciso saber como mudar de um piano para um forte mesmo que não
haja indicações, mesmo e por sua própria vontade, e isso no momento
certo. Isso significa, na bem conhecido fraseologia dos pintores, Luz e
Sombra. As notas acrescidas de um sustenido ou um bemol, deveriam ser
tocadas um pouco mais forte, com um decrescendo no curso da melodia. Do
mesmo modo, um súbito rebaixamento de uma nota por um bemol e
bequadro, deveria ser diferenciado pelo forte. (MOZART, 1948, p. 218).
Conseguinte, para obter uma melhor interpretação relacionada à este tópico, é seguir a
adequação da prática vigente do século XIII ao piano moderno.
Há uma grande diferença do pianoforte para o piano moderno. “Ao escolher um piano
atual para a interpretação das obras do período clássico, o intérprete terá optado por um som
diferente daquele original”. (Rossemblum, 1988, p. 56).
Outra questão é a intensidade da dinâmica: um forte no piano moderno soa, sem dúvida,
muito mais potente do que no fortepiano. Dessa forma, o pianista deverá escolher entre estas
duas abordagens básicas:
1. Explorar o máximo possível o piano do século XXI para perceber o maior volume da
execução, se comparado a um instrumento antigo. Naturalmente, deverá valer-se das
dinâmicas indicadas originalmente na partitura, assumindo que todos os parâmetros da
intensidade de som, comparados à sonoridade original, serão expandidos ao som do piano
moderno.
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porém, sem que se faça uso da densidade sonora total do instrumento. (Rosemblum, 1988,
p. 55).
Como atesta o trabalho estatístico empreendido por Audun Ravnan, citado por
Rosemblum (1988, p. 59), aproximadamente 86% dos sinais de dinâmica utilizados por
Mozart em suas obras para piano são absolutos.
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2.5.2. Interpretação dos pianistas e conclusão prática – Articulação, Fraseado e
Dinâmica
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Conclusões Práticas
1. Ornamentação
1.1. Appoggiaturas
Optei por fazer o primeiro e o segundo compassos como todos os intérpretes. Mas na
segunda vez quando repetir este mesmo motivo no comp. 4, farei com a appoggiatura sendo
mais rápida e o sol sustenido pontuado, como propõe M. Clementi para diferenciar a da
primeira vez e dar uma resposta com ar mais “majestosa”. Seguirei com esta ideia,
executando diferente somente quando houver compassos repetidos, com a resposta do
compasso repetido, diferente da primeira.
1.2. Trinados
Optei por começar pela nota superior nos dois casos, repetindo mais vezes no comp. 34 e
menos vezes no 39 por ter menos tempo. Analisando o contexto (as notas antes e depois do
trinado) e pelas referências que no barroco sempre começa-se pela nota superior do trinado e
na tabela abaixo de M. Clementi, acredito que por ser uma peça do início do classicismo,
ainda continua com regras e execuções parecidas referentes aos ornamentos.
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2. Andamentos
Optei executar um pouco mais lenta, em torno de 107 – 120 bpm, que é o meio termo entre o
“allegro” e o “maestoso” dando ênfase ao majestoso, pois existem poucas interpretações
lentas com este objetivo e também, quero entender melhor as outras técnicas, assim podendo
ter mais liberdade e consciência na execução dos outros domínios interpretativos.
3. Pedalização
Optei por utilizar o pedal em alguns momentos apenas para ligar notas que não
conseguir com os dedos, assim como o Daniel, mesmo achando que ele sai um pouco do
estilo clássico utilizando bastante este artifício de sustentação com o pedal. Os compositores
da época estavam acostumados a ligar as notas com os dedos, porque no barroco não existia
nenhum mecanismo de pedalização, então eram obrigados a se acostumarem com isto.
Como temos hoje um instrumento que nos dá essa possibilidade, quero explorá-la
(utilizando o pedal para passagens rápidas, semelhante à pedalização rítmica) e mesmo assim,
tentar não sair do estilo clássico.
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Bibliografias
Livro: C. P. E.. BACH, Versuch über die wahre Art das Clavier zu spielen.
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Tab. 2 – Tabela de Ornamentos, de Muzio Clementi, Introduction to the art of playing
the Pianoforte (London, 1801), p. 15, 16, 17, 18 e 19.
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