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Brucelose

Epidemiologia
A brucelose bovina é uma doença infecto-contagiosa que é provocada por
bactérias do gênero Brucella. Esse gênero é composto por seis espécies mas,
no caso dos bovinos, a contaminação é feita pela Brucella abortus. A doença é
considerada uma zoonose pois pode ser transmitida para o ser humano. A
contaminação dos animais acontecem a partir do contato com outros animais
infectados ou restos de tecidos, tais como fetos abortados, placenta descartada
ou mesmo o corrimento secretado pela vaca. Também pode ocorrer pela
ingestão de pastagem contaminada pela urina de bovinos doentes.
As principais consequências dessa patologias no gado, especialmente o
rebanho leiteiro, são abortos recorrentes, repetição de cio, nascimento
prematuro e na produção de leite. É como estarem associados à brucelose,
outras infecções. Nos machos observa-se orquite unilateral ou bilateral,
epididimite, vesiculite e infertilidade. Além disso, é comum a presença de pus,
fibrose ou necrose nos órgãos reprodutivos. Em caso de animais reprodutores,
é ideal fazer o enxame andrológico para verificar a presença da doença.
Quanto aos bezerros, aqueles que não adquirem a doença via intra-uterina, ao
ingerir leite de vacas doentes, poderão infectar-se. Estes animais só
manifestarão sintomas de brucelose na fase da maturidade sexual. Até essa
fase, se parecem com animais saudáveis, porém podem se tornar fontes de
infecção para o rebanho. Por ser uma doença crônica, ou seja, de curso longo,
os prejuízos econômicos na pecuária são significativos pois levam a queda da
insuficiência reprodutiva no rebanho. A brucelose pode ser responsável pela
queda de 25% na produção de leite e pela redução de até 15% na produção de
bezerros. (McDonald et al., 2006).

Etiologia:
O gênero Brucella é composto por nove espécies (Foster et al., 2007; Scholz et
al., 2008). B. melitensis, B. suis e B. abortus são espécies lisas, altamente
patogênicas e responsáveis por doenças graves, principalmente em caprinos e
ovinos, suínos e bovinos, respectivamente, assim como no homem (Corbel et
al., 2006). As duas únicas espécies naturalmente rugosas são B. canis,
causadora da brucelose canina e considerada a menos patogênica para o
homem, e B. ovis, que só foi encontrada infectando naturalmente ovinos
(Corbel, 1997). As espécies B. neotomae e B. microti, isoladas de roedores
silvestres, não são consideradas zoonóticas (Corbel, 1997; Scholz et al.,
2008). B. ceti e B. pinnipedialis, patogênicas para mamíferos marinhos (Foster
et al., 2007), já foram associadas a granulomas intracerebrais em pacientes
com neurobrucelose (Sohn et al., 2003), osteomielite da coluna vertebral
(McDonald et al., 2006) e a acidentes laboratoriais (Brew et al., 1999).
Sinais Clínicos;

As infecções brucélicas nos animais domésticos estão associadas


principalmente a problemas reprodutivos como abortamentos, nascimento de
crias fracas, baixa fertilidade, queda na produção de leite, retenção da
placenta, corrimento vaginal, metrites e inflamação das articulações. Com
efeitos desastrosos para a pecuária. Assim, por causar prejuízo à pecuária e
por ser transmitida dos animais para o homem. (Foster et al., 2007; Scholz et
al., 2008).

Diagnóstico;

O diagnóstico da brucelose bovina pode ser feito por meio de alguns da análise
de membranas para a detecção do agente, os métodos mais recomendados
são o Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e
o 2-Mercaptoetanol (2-ME). O material utilizado para os dois testes são
amostras de soro sanguíneo. (Sohn et al., 2003).

Prevenção;

As principais formas de prevenção da brucelose bovina são a vacinação das


fêmeas e o sacrifício dos animais positivos, atualmente existem duas vacinas
indicadas para o controle da brucelose: B19 e RB51. A vacina B19 é obrigatória
para todas as bezerras com idade entre 3 e 8 meses de idades. Fêmeas
vacinas depois dessa idade podem apresentar produção de anticorpos que
perdurem e interfiram no diagnóstico da doença após os 24 meses. Ou seja,
um animal não infectado poderá apresentar resultado positivo no teste
diagnóstico. É importante lembrar que machos não devem receber essa vacina.
(Poester et al. 2000, Mathias et al. 2001).
A RB51 é semelhante à B19, no entanto, não interfere no diagnóstico da
doença. Portanto, é empregada  na vacinação estratégica de fêmeas adultas
na pecuária leiteira, em casos de animais contaminados, o recomendado é
encaminhá-lo para o sacrifício a fim de evitar que contamine os demais
indivíduos do rebanho. A brucelose bovina é uma enfermidade séria e, por isso,
é fundamental o reconhecimento dos seus sintomas o quanto antes. Assim,
conseguirá adotar as medidas necessárias para minimizar os danos causados
à propriedade. (Costa et al. 1999).

Saúde pública
A contaminação de seres humanos com a brucelose ocorre a partir do contato
da pessoa com as mucosas ou secreções liberadas pelos animais
contaminados. Também pode acontecer com a ingestão de leite cru ou de
outros produtos lácteos não submetidos ao tratamento térmico adequado,
assim como o consumo de carne crua com restos de tecido linfático
provenientes dos animais portadores da doença.
Os principais grupos de pessoas suscetíveis à doença são tratadores do gado
e médicos veterinários, que além do contato com os animais lidam com a
vacina B19, que é patógena ao homem, pesquisadores e técnicos de
laboratórios, ao desenvolver a vacina, e pessoas que lidam com a carne ou
leite que possam estar contaminados, como febre, sudorese noturna além de
dores musculares e articulares. Muitas vezes ela é confundida com gripe
recorrente, mas pode, em alguns casos, evoluir para complicações como
tromboflebite, espondilite e artrite periférica.

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