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segue a volatilidade dos mercados

Nos dias que correm, a volatilidade é a única coisa que permanece alta nos mercados.
Enquanto isso, a rotação de ativos acontece em grande escala. As apostas estão abertas
para quem acha que diante da terceira onda da pandemia alguns ativos e setores estão
caros e outros baratos. Jerome Powell, do FED, disse hoje que preço dos ativos estão
altos. Há quem aposte que vacinas chegarão em grandes quantidades, enquanto outros
discutem que isso não deve acontecer e que bolsonaristas não irão se vacinar.

A verdade, nesse momento, é que não existe certeza para quase nada e os mercados de
risco assumem tendência mais para vendas. A busca por proteção, principalmente para
aplicações em emergentes ocorre, e o Brasil como tem bastante liquidez acaba sofrendo
mais. Além disso, por aqui ainda temos todas as complicações políticas, discursos mal
colocados e negacionismo. Portanto, sofremos bem mais.

Hoje foi um dia típico disso. No Japão, a economia mostra nova fraqueza e o governo
reduziu projeções de exportações. O PIB da Alemanha também está sendo projetado
ainda mais para baixo, em alta de 3,5%, quando se falava em 4,5%. Nos EUA, as
vendas de casas novas encolheram em fevereiro na comparação anual em 18,2%,
quando o esperado era -5,7%.

Jerome Powell (FED) e Janet Yellen (Tesouro) falaram na Câmara mantendo o discurso


de estar comprometido com a meta de inflação de 2,0% ao longo do tempo e que
a inflação em alta não é grande e nem persistente. Já Yellen, disse que o governo de
Biden poderá propor aumento de impostos para empresas e que ainda existem cerca de
9,5 milhões de desempregados. Mas Powell manteve a postura de que tudo será avisado
com antecedência e com movimento vagaroso.

O que assusta de fato é a perspectiva de uma terceira onda de covid-19 e a extensão do


isolamento social e lockdown, comprometendo a recuperação das economias. O
mercado internacional capturou bem isso, com forte queda do petróleo WTI negociado
em NY com queda de mais de 6,20% na sessão de hoje e barril cotado a US$ 57,70. O
euro era transacionado em queda para US$ 1,185 e notes americanos de 10 anos com
taxa de juros em queda para 1,63%.O ouro e a prata com quedas na Comex e
commodities agrícolas com comportamento misto.O minério de ferro negociado em
Qingdao na China é que teve recuperação, com alta de 3,05% e tonelada em US$
161,80.

Aqui, o ministro Marco Aurélio, do STF, negou pedido de Bolsonaro para derrubar o
toque de recolher dos governadores e Nunes Marques liberou para votação, da segunda
turma, o processo de parcialidade de Sérgio Moro no caso de Lula. Ele votou contra,
mas disse que conversas hackeadas não podem ser usadas como provas. Bolsonaro faz
pronunciamento hoje em cadeia nacional sobre vacinas, e Pazuello parece ser indicado
para assumir o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), com a área econômica
contra.

A agência de classificação de risco S&P falou que a perspectiva do Brasil pode ficar
negativa com piora sensível do PIB e estimou crescimento de 2,0/2,5% em 2021,
acrescentando ser essencial o equilíbrio das contas públicas. Já a Ata do Copom,
divulgada logo cedo, veio mais dura do que prevíamos e intuiu a perspectiva de nova
alta da Selic de 0,75% na reunião de maio ou até mais dependendo da situação até lá.
Há nítida preocupação em manter inflação controlada em 2022 e sem fugir da meta,
considerando a contaminação de 2021.

No mercado, dia de dólar oscilando bastante entre alta e baixa, para terminara o dia em
-0,04% e cotado a R$ 5,516. No mercado acionário, dia de queda de 0,40% para a Bolsa
de Londres, Paris com -0,39% e Frankfurt com +0,03%. Madri com alta de 0,56% e
Milão com queda de 0,61%. No mercado americano, dia de Dow Jones com -0,94% e
Nasdaq com -1,12%. Na Bovespa, mercado em nova queda de 1,49% e índice
em 113.261 pontos.

Na agenda de amanhã teremos a confiança do comércio de março, a nota de mercado


aberto e relatório da dívida pública de fevereiro e o fluxo cambial da semana anterior.
Nos EUA, as encomendas de bens duráveis de fevereiro, os estoques de petróleo e
derivados da semana anterior e mais discursos de dirigentes do FED.

Boa noite.
Alvaro Bandeira

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