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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................ 4


LEI Nº 8.112/1990 .............................................................................................................................................. 4
LEI Nº 8.666/1993 – art. 1 ao 53 ....................................................................................................................... 40
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - art. 37 ao 41 ................................................................................................... 65

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL .............................................................................. 72


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 .......................................................................................................................... 72

LEGISLAÇÃO ESPECIAL ...................................................................................................... 92


LEI Nº 7.102/1983 ............................................................................................................................................ 92
LEI Nº 10.357/2001........................................................................................................................................... 96
LEI Nº 13.445/2017........................................................................................................................................... 99
LEI Nº 11.343/2006 ......................................................................................................................................... 116
LEI Nº 13.869/2019 ......................................................................................................................................... 135
LEI Nº 9.455/1997 ........................................................................................................................................... 139
LEI Nº 8.069/1990...........................................................................................................................................140
LEI Nº 10.826/2003 .........................................................................................................................................196
LEI Nº 9.605/1998...........................................................................................................................................205
LEI Nº 10.446/2002 .........................................................................................................................................216

NOÇÕES DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL ........................................................... 217


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 ........................................................................................................................ 217
CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848/40) ................................................................................................218
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI 3.689/41) ........................................................................... 248
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS – Art. 8, 2 (g) ............................................................. 276
LEI Nº 12.850/2013 ......................................................................................................................................... 276

CONTABILIDADE GERAL.................................................................................................... 285


LEI N° 6.404/76...............................................................................................................................................285
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – 23/09/16 ................................................................................. 294
VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é


Noções de Direito assegurado o direito de se inscrever em concurso
Administrativo público para provimento de cargo cujas atribuições
sejam compatíveis com a deficiência de que são
LEI Nº 8.112/1990
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
Dispõe sobre o Regime Jurídico dos 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no
Servidores Públicos Civis da União, das concurso.
autarquias e das fundações públicas federais. § 3º As universidades e instituições de pesquisa
TÍTULO I científica e tecnológica federais poderão prover seus
cargos com professores, técnicos e cientistas
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES
PRELIMINARES estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.515, de
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos
20/11/1997).
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
inclusive as em regime especial, e das fundações
mediante ato da autoridade competente de cada
públicas federais.
Poder.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com
legalmente investida em cargo público.
a posse.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
responsabilidades previstas na estrutura
I - nomeação;
organizacional que devem ser cometidas a um
II - promoção;
servidor.
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
todos os brasileiros, são criados por lei, com
V - readaptação;
denominação própria e vencimento pago pelos
VI - reversão;
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo
VII - aproveitamento;
ou em comissão.
VIII - reintegração;
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos,
IX - recondução.
salvo os casos previstos em lei.
SEÇÃO II - Da Nomeação
TÍTULO II - DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, Art. 9º A nomeação far-se-á:
REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
CAPÍTULO I - DO PROVIMENTO isolado de provimento efetivo ou de carreira;
SEÇÃO I - Disposições Gerais II - em comissão, inclusive na condição de interino,
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em para cargos de confiança vagos. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
cargo público:
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
I - a nacionalidade brasileira;
comissão ou de natureza especial poderá ser
II - o gozo dos direitos políticos;
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
III - a quitação com as obrigações militares e
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
eleitorais;
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
optar pela remuneração de um deles durante o
do cargo;
período da interinidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
V - a idade mínima de dezoito anos;
10/12/1997).
VI - aptidão física e mental.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a
isolado de provimento efetivo depende de prévia
exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

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habilitação em concurso público de provas ou de § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração


provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação específica.
e o prazo de sua validade. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de
Parágrafo único. Os demais requisitos para o cargo por nomeação. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, 10/12/1997)
mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que § 5º No ato da posse, o servidor apresentará
fixar as diretrizes do sistema de carreira na declaração de bens e valores que constituem seu
Administração Pública Federal e seus regulamentos. patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) de outro cargo, emprego ou função pública.
SEÇÃO III - Do Concurso Público § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, artigo.
conforme dispuserem a lei e o regulamento do Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição prévia inspeção médica oficial.
do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as que for julgado apto física e mentalmente para o
hipóteses de isenção nele expressamente previstas. exercício do cargo.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 atribuições do cargo público ou da função de
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, confiança. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
por igual período. § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições empossado em cargo público entrar em exercício,
de sua realização serão fixados em edital, que será contados da data da posse. (redação dada pela Lei nº 9.527,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de 10/12/1997)
de grande circulação. § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver tornado sem efeito o ato de sua designação para
candidato aprovado em concurso anterior com prazo função de confiança, se não entrar em exercício nos
de validade não expirado. prazos previstos neste artigo, observado o disposto
SEÇÃO IV - Da Posse e do Exercício no art. 18. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade
respectivo termo, no qual deverão constar as para onde for nomeado ou designado o servidor
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os compete dar-lhe exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527,
direitos inerentes ao cargo ocupado, que não de 10/12/1997)
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer § 4º O início do exercício de função de confiança
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em coincidirá com a data de publicação do ato de
lei. designação, salvo quando o servidor estiver em
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados licença ou afastado por qualquer outro motivo legal,
da publicação do ato de provimento. (redação dada pela hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) término do impedimento, que não poderá exceder a
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de trinta dias da publicação. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
publicação do ato de provimento, em licença prevista 10/12/1997).
nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o
hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e reinício do exercício serão registrados no
f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término assentamento individual do servidor.
do impedimento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor cargo, observados os seguinte fatores: (Vide art. 6º da
apresentará ao órgão competente os elementos Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)
necessários ao seu assentamento individual. I - assiduidade;
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de II - disciplina;
exercício, que é contado no novo posicionamento na III - capacidade de iniciativa;
carreira a partir da data de publicação do ato que IV - produtividade;
promover o servidor. (redação dada pela Lei nº 9.527, de V- responsabilidade.
10/12/1997). § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro estágio probatório, será submetida à homologação
município em razão de ter sido removido, da autoridade competente a avaliação do
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em desempenho do servidor, realizada por comissão
exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no constituída para essa finalidade, de acordo com o que
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
do ato, para a retomada do efetivo desempenho das ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
necessário para o deslocamento para a nova sede. deste artigo. (redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se anteriormente ocupado, observado o disposto no
refere este artigo será contado a partir do término do parágrafo único do art. 29.
impedimento. (Parágrafo único transformado em § 1º e com § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
nova redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
funções de direção, chefia ou assessoramento no
estabelecidos no caput. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
10/12/1997).
cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
de Natureza Especial, cargos de provimento em
fixada em razão das atribuições pertinentes aos
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
trabalho semanal de quarenta horas e observados os
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente
diárias, respectivamente. (redação dada pela Lei nº 8.270,
poderão ser concedidas as licenças e os
de 17/12/1991)
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94,
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de
95 e 96, bem assim afastamento para participar de
confiança submete-se a regime de integral
curso de formação decorrente de aprovação em
dedicação ao serviço, observado o disposto no art.
concurso para outro cargo na Administração Pública
120, podendo ser convocado sempre que houver
Federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
interesse da Administração. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
de trabalho estabelecida em leis especiais. (acrescido § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991). em curso de formação, e será retomado a partir do
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado término do impedimento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 10/12/1997)

estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) SEÇÃO V - Da Estabilidade


meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
serão objeto de avaliação para o desempenho do empossado em cargo de provimento efetivo

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adquirirá estabilidade no serviço público ao proventos da aposentadoria, a remuneração do


completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (Vide art. cargo que voltar a exercer, inclusive com as
6º da Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998) vantagens de natureza pessoal que percebia
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em anteriormente à aposentadoria.
virtude de sentença judicial transitada em julgado ou § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá
de processo administrativo disciplinar no qual lhe os proventos calculados com base nas regras atuais
seja assegurada ampla defesa. se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
SEÇÃO VI - Da Transferência § 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) neste artigo. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45,
SEÇÃO VII - Da Readaptação de 4/9/2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
cargo de atribuições e responsabilidades 4/9/2001)
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já
sua capacidade física ou mental verificada em tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
inspeção médica. SEÇÃO IX - Da Reintegração
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
readaptando será aposentado. estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de cargo resultante de sua transformação, quando
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, invalidada a sua demissão por decisão administrativa
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos ou judicial, com ressarcimento de todas as
e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o vantagens.
servidor exercerá suas atribuições como excedente, § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
até a ocorrência de vaga. (redação dada pela Lei nº 9.527, de ficará em disponibilidade, observado o disposto nos
10/12/1997) arts. 30 e 31.
SEÇÃO VIII - Da Reversão § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
aposentado: direito à indenização ou aproveitado em outro cargo,
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar ou, ainda, posto em disponibilidade.
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou SEÇÃO X - Da Recondução
II - no interesse da administração, desde que: Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável
a) tenha solicitado a reversão; ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
c) estável quando na atividade; cargo;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos II - reintegração do anterior ocupante.
anteriores à solicitação; Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de
e) haja cargo vago. origem, o servidor será aproveitado em outro,
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo observado o disposto no art. 30.
resultante de sua transformação. SEÇÃO XI - Da Disponibilidade e do
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício Aproveitamento
será considerado para concessão da aposentadoria. Art. 30. O retorno à atividade de servidor em
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
cargo, o servidor exercerá suas atribuições como obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
excedente, até a ocorrência de vaga. compatíveis com o anteriormente ocupado.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
da administração perceberá, em substituição aos determinará o imediato aproveitamento de servidor

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em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
órgãos ou entidades da Administração Pública entende-se por modalidades de remoção: (redação
Federal. dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. I - de ofício, no interesse da Administração; (acrescido
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
II - a pedido, a critério da Administração; (acrescido pela
mantido sob responsabilidade do órgão central do
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
III - a pedido, para outra localidade,
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro
independentemente do interesse da Administração:
órgão ou entidade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
10/12/1997).
também servidor público civil ou militar, de qualquer
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada
interesse da Administração;
por junta médica oficial.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
CAPÍTULO II - DA VACÂNCIA companheiro ou dependente que viva às suas
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: expensas e conste do seu assentamento funcional,
I - exoneração; condicionada à comprovação por junta médica
II - demissão; oficial;
III - promoção; c) em virtude de processo seletivo promovido, na
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) hipótese em que o número de interessados for
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) superior ao número de vagas, de acordo com normas
VI - readaptação; preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
VII - aposentadoria; aqueles estejam lotados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 10/12/1997)
IX - falecimento. SEÇÃO II - Da Redistribuição
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
pedido do servidor, ou de ofício. provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
I - quando não satisfeitas as condições do estágio entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
probatório; órgão central do SIPEC, observados os seguintes
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não preceitos: (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
entrar em exercício no prazo estabelecido. I - interesse da administração; (acrescido pela Lei nº 9.527,
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a de 10/12/1997)

dispensa de função de confiança dar-se-á: (redação II - equivalência de vencimentos; (acrescido pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I - a juízo da autoridade competente; III - manutenção da essência das atribuições do
II - a pedido do próprio servidor. cargo; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
CAPÍTULO III - DA REMOÇÃO E DA complexidade das atividades; (acrescido pela Lei nº 9.527,
REDISTRIBUIÇÃO de 10/12/1997)
SEÇÃO I - Da Remoção V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a habilitação profissional; (acrescido pela Lei nº 9.527, de
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 10/12/1997)
com ou sem mudança de sede.

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VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e impedimentos legais do titular, superiores a trinta


as finalidades institucionais do órgão ou entidade. dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) efetiva substituição, que excederem o referido
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
ajustamento de lotação e da força de trabalho às Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de titulares de unidades administrativas organizadas
reorganização, extinção ou criação de órgão ou em nível de assessoria.
entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO III - DOS DIREITOS E VANTAGENS
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do CAPÍTULO I - DO VENCIMENTO E DA
SIPEC e os órgãos e entidades da Administração REMUNERAÇÃO
Pública Federal envolvidos. (acrescido pela Lei nº 9.527, de Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
10/12/1997) exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor permanentes estabelecidas em lei.
estável que não for redistribuído será colocado em § 1º A remuneração do servidor investido em função
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma ou cargo em comissão será paga na forma prevista no
dos arts. 30 e 31. (Primitivo § 2º renumerado e com nova art. 62.
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor investido em cargo em comissão de
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá
em disponibilidade poderá ser mantido sob a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter do art. 93.
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
seu adequado aproveitamento. (acrescido pela Lei nº vantagens de caráter permanente, é irredutível.
9.527, de 10/12/1997)
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
CAPÍTULO IV - DA SUBSTITUIÇÃO cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes,
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
Natureza Especial terão substitutos indicados no relativas à natureza ou ao local de trabalho.
regimento interno ou, no caso de omissão, § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior
previamente designados pelo dirigente máximo do ao salário mínimo. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
órgão ou entidade. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,
§ 1º O substituto assumirá automática e mensalmente, a título de remuneração, importância
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, superior à soma dos valores percebidos como
o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e remuneração, em espécie, a qualquer título, no
os de Natureza Especial, nos afastamentos, âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de
impedimentos legais ou regulamentares do titular e Estado, por membros do Congresso Nacional e
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar Ministros do Supremo Tribunal Federal.
pela remuneração de um deles durante o respectivo Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração
período. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/1998)
do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo Art. 44. O servidor perderá:
de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou

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I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido
motivo justificado; (redação dada pela Lei nº 9.527, de no mês anterior ao do processamento da folha, a
10/12/1997) reposição será feita imediatamente, em uma única
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos parcela.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência
concessões de que trata o art. 97, e saídas de cumprimento a decisão liminar, a tutela
antecipadas, salvo na hipótese de compensação de antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
ser estabelecida pela chefia imediata. (redação dada pela reposição. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) 4/9/2001)
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
caso fortuito ou de força maior poderão ser demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
compensadas a critério da chefia imediata, sendo ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
assim consideradas como efetivo exercício. (acrescido dias para quitar o débito.
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
remuneração ou provento. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora,
consignação em folha de pagamento em favor de exceto nos casos de prestação de alimentos
terceiros, a critério da administração e com reposição resultante de decisão judicial.
de custos, na forma definida em regulamento.
(Parágrafo único transformado em § 1º e com redação dada pela CAPÍTULO II - DAS VANTAGENS
Medida Provisória nº 681, de 10/7/2015, convertida na Lei nº 13.172, Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
de 21/10/2015) servidor as seguintes vantagens:
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata I - indenizações;
o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) II - gratificações;
da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) III - adicionais.
reservados exclusivamente para: (acrescido pela Medida § 1º As indenizações não se incorporam ao
Provisória nº 681, de 10/7/2015, com redação dada pela Lei nº
vencimento ou provento para qualquer efeito.
13.172, de 21/10/2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
cartão de crédito; ou (acrescido pela Lei nº 13.172, de vencimento ou provento, nos casos e condições
21/10/2015) indicados em lei.
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
cartão de crédito. (acrescido pela Lei nº 13.172, de 21/10/2015) computadas, nem acumuladas, para efeito de
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, concessão de quaisquer outros acréscimos
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
previamente comunicadas ao servidor ativo, idêntico fundamento.
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no SEÇÃO I - Das Indenizações
prazo máximo de trinta dias, podendo ser Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
parceladas, a pedido do interessado. I - ajuda de custo;
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao II - diárias;
correspondente a dez por cento da remuneração, III - transporte; (redação dada pela Lei nº 11.355, de
provento ou pensão. 19/10/2006)
IV – auxílio-moradia. (acrescido pela Medida Provisória nº
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)

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Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas do território nacional ou para o exterior, fará jus a
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições passagens e diárias destinadas a indenizar as
para a sua concessão, serão estabelecidos em parcelas de despesas extraordinária com pousada,
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.355, de 19/10/2006) alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser
Subseção I - Da Ajuda de Custo em regulamento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as 10/12/1997)
despesas de instalação do servidor que, no interesse § 1º A diária será concedida por dia de afastamento,
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com sendo devida pela metade quando o deslocamento
mudança de domicílio em caráter permanente, não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
vedado o duplo pagamento de indenização, a custear, por meio diverso, as despesas
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou extraordinárias cobertas por diárias. (redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
companheiro que detenha também a condição de
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede
servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) constituir exigência permanente do cargo, o servidor
§ 1º Correm por conta da administração as despesas não fará jus a diárias.
de transporte do servidor e de sua família, § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se
compreendendo passagem, bagagem e bens deslocar dentro da mesma região metropolitana,
pessoais. aglomeração urbana ou microrregião, constituídas
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
são assegurados ajuda de custo e transporte para a ou em áreas de controle integrado mantidas com
localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
contado do óbito. órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as
único do art. 36. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória fixadas para os afastamentos dentro do território
nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014) nacional. (Parágrafo acrescido dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a 10/12/1997).
remuneração do servidor, conforme se dispuser em Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
regulamento, não podendo exceder a importância afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a
correspondente a 3 (três) meses. restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em sede em prazo menor do que o previsto para o seu
virtude de mandato eletivo. afastamento, restituirá as diárias recebidas em
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, excesso, no prazo previsto no caput.
não sendo servidor da União, for nomeado para Subseção III - Da Indenização de Transporte
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I servidor que realizar despesas com a utilização de
do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão meio próprio de locomoção para a execução de
cessionário, quando cabível. serviços externos, por força das atribuições próprias
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
de custo quando, injustificadamente, não se Subseção IV - Do Auxílio-Moradia
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no
Subseção II - Das Diárias ressarcimento das despesas comprovadamente
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou
em caráter eventual ou transitório para outro ponto com meio de hospedagem administrado por

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empresa hoteleira, no prazo de um mês após a efetivo; e(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
comprovação da despesa pelo servidor. (acrescido pela convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
11.355, de 19/10/2006) de 2006. (acrescido pela Medida Provisória nº 341, de
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor 29/12/2006, convertida na Lei nº 11.490, de 20/6/2007)
se atendidos os seguintes requisitos: (acrescido pela Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº considerado o prazo no qual o servidor estava
11.355, de 19/10/2006)
ocupando outro cargo em comissão relacionado no
I - não exista imóvel funcional disponível para uso
inciso V. (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
pelo servidor; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Medida Provisória nº 632, de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
imóvel funcional; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não
cargo em comissão, função comissionada ou cargo
seja ou tenha sido proprietário, promitente
de Ministro de Estado ocupado. ("Caput" do artigo
comprador, cessionário ou promitente cessionário acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida
de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, na Lei nº 11.355, de 19/10/2006 e com nova redação dada pela Lei
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação nº 11.784, de 22/9/2008)
de construção, nos doze meses que antecederem a § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar
sua nomeação; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) Ministro de Estado. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
receba auxílio-moradia; (acrescido pela Medida Provisória nº § 2º Independentemente do valor do cargo em
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) comissão ou função comissionada, fica garantido a
V - o servidor tenha se mudado do local de residência todos os que preencherem os requisitos o
para ocupar cargo em comissão ou função de ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
confiança do Grupo-Direção e Assessoramento oitocentos reais). (acrescido pela Medida Provisória nº 431, de
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,
(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida colocação de imóvel funcional à disposição do
na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão continuará sendo pago por um mês. (acrescido pela
ou função de confiança não se enquadre nas Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº
hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de 11.355, de 19/10/2006)
residência ou domicílio do servidor; (acrescido pela SEÇÃO II - Das Gratificações e Adicionais
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
11.355, de 19/10/2006) previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
residido no Município, nos últimos doze meses, (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de I - retribuição pelo exercício de função de direção,
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a chefia e assessoramento; (redação dada pela Lei nº 9.527,
sessenta dias dentro desse período; (acrescido pela de 10/12/1997)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº II - gratificação natalina;
11.355, de 19/10/2006) III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
alteração de lotação ou nomeação para cargo perigosas ou penosas;

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V - adicional pela prestação de serviço Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
extraordinário; para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
VI - adicional noturno; Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço
VII - adicional de férias; Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do 4/9/2001)
trabalho. Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade,
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. Periculosidade ou Atividades Penosas
(acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida Art. 68. Os servidores que trabalhem com
na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) habitualidade em locais insalubres ou em contato
Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
Função de Direção, Chefia e Assessoramento com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo vencimento do cargo efetivo.
investido em função de direção, chefia ou § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de
assessoramento, cargo de provimento em comissão insalubridade e de periculosidade deverá optar por
ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu um deles.
exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a periculosidade cessa com a eliminação das condições
remuneração dos cargos em comissão de que trata o ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
inciso II do art. 9º. (redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
10/12/1997)
servidores em operações ou locais considerados
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
penosos, insalubres ou perigosos.
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante
retribuição pelo exercício de função de direção,
será afastada, enquanto durar a gestação e a
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em
lactação, das operações e locais previstos neste
comissão ou de Natureza Especial a que se referem
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994,
em serviço não penoso e não perigoso.
e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
observadas as situações estabelecidas em legislação
remuneração dos servidores públicos federais.
específica.
(acrescido pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
Subseção II - Da Gratificação Natalina
aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12
em localidades cujas condições de vida o justifiquem,
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer
nos termos, condições e limites fixados em
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
regulamento.
respectivo ano.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
(quinze) dias será considerada como mês integral.
mantidos sob controle permanente, de modo que as
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte)
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
do mês de dezembro de cada ano.
máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
(seis) meses.
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês
da exoneração.

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Subseção V - Do Adicional por Serviço Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
3/7/2006)
Extraordinário
III - participar da logística de preparação e de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
realização de concurso público envolvendo
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em
atividades de planejamento, coordenação,
relação à hora normal de trabalho.
supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 74. Somente será permitido serviço
quando tais atividades não estiverem incluídas entre
extraordinário para atender a situações excepcionais
as suas atribuições permanentes; (acrescido pela Lei nº
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2
11.314, de 3/7/2006)
(duas) horas por jornada.
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
Subseção VI - Do Adicional Noturno
provas de exame vestibular ou de concurso público
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
ou supervisionar essas atividades. (acrescido pela Lei nº
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um 11.314, de 3/7/2006)
dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora § 1º Os critérios de concessão e os limites da
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), gratificação de que trata este artigo serão fixados em
computando-se cada hora como cinquenta e dois regulamento, observados os seguintes parâmetros:
minutos e trinta segundos. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida
Parágrafo único. Em se tratando de serviço na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo I - o valor da gratificação será calculado em horas,
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. observadas a natureza e a complexidade da atividade
Subseção VII - Do Adicional de Férias exercida; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional II - a retribuição não poderá ser superior ao
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
período das férias. anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer devidamente justificada e previamente aprovada
função de direção, chefia ou assessoramento, ou pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que
ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
será considerada no cálculo do adicional de que trata vinte) horas de trabalho anuais; (acrescido pela Medida
Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
este artigo.
3/7/2006)
Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de
III - o valor máximo da hora trabalhada
Curso ou Concurso
corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
sobre o maior vencimento básico da administração
Concurso é devida ao servidor que, em caráter
pública federal: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
eventual: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
caput deste artigo; (Alínea acrescida pela Medida Provisória
instituído no âmbito da administração pública nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
federal; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
II - participar de banca examinadora ou de comissão tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
para exames orais, para análise curricular, para caput deste artigo. (Alínea acrescida pela Medida Provisória
correção de provas discursivas, para elaboração de nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
questões de provas ou para julgamento de recursos com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
intentados por candidatos; (acrescido pela Medida

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§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 4º A indenização será calculada com base na
somente será paga se as atividades referidas nos remuneração do mês em que for publicado o ato
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem exoneratório. (acrescido pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
for titular, devendo ser objeto de compensação de valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da
carga horária quando desempenhadas durante a Constituição Federal quando da utilização do
jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta primeiro período. (acrescido pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997).
Lei. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, Art. 79. O servidor que opera direta e
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) permanentemente com Raios X ou substâncias
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
não se incorpora ao vencimento ou salário do férias, por semestre de atividade profissional,
servidor para qualquer efeito e não poderá ser proibida em qualquer hipótese a acumulação.
utilizada como base de cálculo para quaisquer outras Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
vantagens, inclusive para fins de cálculo dos por motivo de calamidade pública, comoção interna,
proventos da aposentadoria e das pensões. (acrescido convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
por necessidade do serviço declarada pela
11.314, de 3/7/2006)
autoridade máxima do órgão ou entidade. (redação
CAPÍTULO III - DAS FÉRIAS dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que Parágrafo único. O restante do período interrompido
podem ser acumuladas, até o máximo de dois será gozado de uma só vez, observado o disposto no
períodos, no caso de necessidade do serviço, art. 77. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação CAPÍTULO IV - DAS LICENÇAS
específica. (redação dada pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997)
SEÇÃO I - Disposições gerais
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
serviço.
companheiro;
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três
III - para o serviço militar;
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
IV - para atividade política;
no interesse da administração pública. (acrescido pela Lei
V - para capacitação; (redação dada pela Lei nº 9.527, de
nº 9.525, de 3/121997).
10/12/1997)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
VI - para tratar de interesses particulares;
será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
VII - para desempenho de mandato classista.
respectivo período, observando-se o disposto no § 1º
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
deste artigo.
bem como cada uma de suas prorrogações serão
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
precedidas de exame por perícia médica oficial,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
observado o disposto no art. 204 desta Lei. (redação
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comissão, perceberá indenização relativa ao período § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
das férias a que tiver direito e ao incompleto, na § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada
proporção de um doze avos por mês de efetivo durante o período da licença prevista no inciso I deste
exercício, ou fração superior a quatorze dias. (acrescido artigo.
pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
dias do término de outra da mesma espécie será
considerada como prorrogação.

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SEÇÃO II - Da Licença por Motivo de Doença em Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá
Pessoa da Família haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por Administração Federal direta, autárquica ou
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos fundacional, desde que para o exercício de atividade
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, compatível com o seu cargo. (redação dada pela Lei nº
ou dependente que viva a suas expensas e conste do 9.527, de 10/12/1997)
seu assentamento funcional, mediante comprovação SEÇÃO IV - Da Licença para o Serviço Militar
por perícia médica oficial. (redação dada pela Lei nº 11.907, Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
de 2/2/2009) será concedida licença, na forma e condições
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência previstas na legislação específica.
direta do servidor for indispensável e não puder ser Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o
prestada simultaneamente com o exercício do cargo servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração
ou mediante compensação de horário, na forma do para reassumir o exercício do cargo.
disposto no inciso II do art. 44. (redação dada pela Lei nº SEÇÃO V - Da Licença para Atividade Política
9.527, de 10/12/1997) Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as remuneração, durante o período que mediar entre a
prorrogações, poderá ser concedida a cada período sua escolha em convenção partidária, como
de doze meses nas seguintes condições: candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
mantida a remuneração do servidor; e § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, localidade onde desempenha suas funções e que
sem remuneração. (redação dada pela Medida Provisória nº exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
partir do dia imediato ao do registro de sua
contado a partir da data do deferimento da primeira
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
licença concedida. (redação dada pela Medida Provisória nº
dia seguinte ao do pleito. (redação dada pela Lei nº 9.527,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
de 10/12/1997)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo
não remuneradas, incluídas as respectivas
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
prorrogações, concedidas em um mesmo período de
licença, assegurados os vencimentos do cargo
12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não
efetivo, somente pelo período de três meses. (redação
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
incisos I e II do § 2º.(redação dada pela Medida Provisória nº SEÇÃO VI - Da Licença para Capacitação
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
SEÇÃO III - Da Licença por Motivo de Afastamento
servidor poderá, no interesse da Administração,
do Cônjuge
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor
respectiva remuneração, por até três meses, para
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
participar de curso de capacitação profissional.
deslocado para outro ponto do território nacional,
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
para o exterior ou para o exercício de mandato
o caput não são acumuláveis. (redação dada pela Lei nº
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
remuneração. Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Art. 90. (VETADO).
companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos

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SEÇÃO VII - Da Licença para Tratar de Interesses União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Particulares Municípios, nas seguintes hipóteses: (redação dada pela
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, I - para exercício de cargo em comissão ou função de
desde que não esteja em estágio probatório, licenças confiança; (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
para o trato de assuntos particulares pelo prazo de II - em casos previstos em leis específicas. (redação dada
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
até três anos consecutivos, sem remuneração.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida,
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal
interesse do serviço. (dada pela Medida Provisória 2225/01) ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do
SEÇÃO VIII - Da Licença para o Desempenho de órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para
Mandato Classista o cedente nos demais casos. (redação dada pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa
sem remuneração para o desempenho de mandato
pública ou sociedade de economia mista, nos termos
em confederação, federação, associação de classe de
das respectivas normas, optar pela remuneração do
âmbito nacional, sindicato representativo da
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
acrescida de percentual da retribuição do cargo em
ainda, para participar de gerência ou administração
comissão, a entidade cessionária efetuará o
em sociedade cooperativa constituída por servidores
reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
públicos para prestar serviços a seus membros,
entidade de origem. (redação dada pela Lei nº 11.355, de
observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art.
19/10/2006)
102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
observados os seguintes limites: (redação dada pela Lei nº
Diário Oficial da União. (redação dada pela Lei nº 8.270, de
11.094, de 13/1/2005)
17/12/1991)
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil)
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
associados, 2 (dois) servidores; (acrescido pela Lei nº 9.527,
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
exercício em outro órgão da Administração Federal
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (acrescido
pela Lei nº 9.527/97, com redação dada pela Lei nº 12.998/14)
fim determinado e a prazo certo. (acrescido pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado
associados, 8 (oito) servidores. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014))
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997
e com nova redação dada pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
eleitos para cargos de direção ou de representação
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública
nas referidas entidades, desde que cadastradas no
ou de sociedade de economia mista, que receba
órgão competente. (redação dada pela Lei nº 12.998/14)
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato,
parcial da sua folha de pagamento de pessoal,
podendo ser renovada, no caso de reeleição. (redação
dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
independem das disposições contidas nos incisos I e
II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
CAPÍTULO V - DOS AFASTAMENTOS empregado cedido condicionado a autorização
SEÇÃO I - Do Afastamento para Servir a Outro específica do Ministério do Planejamento,
Órgão ou Entidade Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação
Art. 93 O servidor poderá ser cedido para ter de cargo em comissão ou função gratificada. (acrescido
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)

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§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e hipótese de ressarcimento da despesa havida com


Gestão, com a finalidade de promover a composição seu afastamento.
da força de trabalho dos órgãos e entidades da § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos
Administração Pública Federal, poderá determinar a servidores da carreira diplomática.
lotação ou o exercício de empregado ou servidor, § 4º As hipóteses, condições e formas para a
independentemente da observância do constante no autorização de que trata este artigo, inclusive no que
inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº se refere à remuneração do servidor, serão
10.470, de 25/6/2002) disciplinadas em regulamento. (acrescido pela Lei nº 9.527,
SEÇÃO II - Do Afastamento para Exercício de de 10/12/1997).
Mandato Eletivo Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo organismo internacional de que o Brasil participe ou
aplicam-se as seguintes disposições: com o qual coopere dar-se-á com perda total da
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou remuneração.
distrital, ficará afastado do cargo; SEÇÃO IV - Do Afastamento para Participação em
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
remuneração; Administração, e desde que a participação não possa
III - investido no mandato de vereador: ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as ou mediante compensação de horário, afastar-se do
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração do cargo eletivo; remuneração, para participar em programa de pós-
b) não havendo compatibilidade de horário, será graduação stricto sensu em instituição de ensino
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela superior no País. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
sua remuneração. 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
contribuirá para a seguridade social como se em definirá, em conformidade com a legislação vigente,
exercício estivesse. os programas de capacitação e os critérios para
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou participação em programas de pós-graduação no
classista não poderá ser removido ou redistribuído de País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o avaliados por um comitê constituído para este fim.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
mandato.
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
SEÇÃO III - Do Afastamento para Estudo ou Missão
§ 2º Os afastamentos para realização de programas
no Exterior
de mestrado e doutorado somente serão concedidos
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
aos servidores titulares de cargos efetivos no
para estudo ou missão oficial, sem autorização do
respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três)
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
doutorado, incluído o período de estágio probatório,
Federal.
que não tenham se afastado por licença para tratar
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e
de assuntos particulares para gozo de licença
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2
período, será permitida nova ausência.
(dois) anos anteriores à data da solicitação de
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
afastamento. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
artigo não será concedida exoneração ou licença para 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
tratar de interesse particular antes de decorrido § 3º Os afastamentos para realização de programas
período igual ao do afastamento, ressalvada a de pós-doutorado somente serão concedidos aos

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servidores titulares de cargos efetivo no respectivo a) casamento;


órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
incluído o período de estágio probatório, e que não madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
tenham se afastado por licença para tratar de guarda ou tutela e irmãos.
assuntos particulares ou com fundamento neste Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor
artigo, nos quatro anos anteriores à data da estudante, quando comprovada a incompatibilidade
solicitação de afastamento. (acrescido pela Medida entre o horário escolar e o da repartição, sem
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de prejuízo do exercício do cargo.
2/2/2009, com redação dada pela Medida Provisória nº 479, de
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida
30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
a compensação de horário no órgão ou entidade que
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos
tiver exercício, respeitada a duração semanal do
previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que
trabalho. (Parágrafo único transformado em § 1º com nova
permanecer no exercício de suas funções, após o seu
redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
retorno, por um período igual ao do afastamento
§ 2º Também será concedido horário especial ao
concedido. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de
servidor portador de deficiência, quando
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comprovada a necessidade por junta médica oficial,
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
independentemente de compensação de horário.
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
período de permanência previsto no § 4º deste
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas
artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente
forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
com deficiência. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997,
de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. com redação dada pela Lei nº 13.370, de 12/12/2016)
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
§ 4º Será igualmente concedido horário especial,
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
vinculado à compensação de horário a ser efetivada
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que
justificou seu afastamento no período previsto,
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na
caput do art. 76-A desta Lei. (Parágrafo acrescido pela
hipótese comprovada de força maior ou de caso
Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou 11.314, de 3/7/2006 e com nova redação dada pela Lei nº 11.501,
entidade. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, de de 11/7/2007)
29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009) Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós- interesse da administração é assegurada, na
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. localidade da nova residência ou na mais próxima,
95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. matrícula em instituição de ensino congênere, em
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
qualquer época, independentemente de vaga.
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se
CAPÍTULO VI - DAS CONCESSÕES ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor do servidor que vivam na sua companhia, bem como
ausentar-se do serviço: aos menores sob sua guarda, com autorização
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; judicial.
II - pelo período comprovadamente necessário para
CAPÍTULO VII - DO TEMPO DE SERVIÇO
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
em qualquer caso, a 2 (dois) dias; e (redação dada pela
Medida Provisória nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
12.998, de 18/6/2014, retificada no DOU de 25/6/2014) Armadas.
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :

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Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita X - participação em competição desportiva nacional
em dias, que serão convertidos em anos, considerado ou convocação para integrar representação
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no disposto em lei específica;
art. 97, são considerados como de efetivo exercício XI - afastamento para servir em organismo
os afastamentos em virtude de: internacional de que o Brasil participe ou com o qual
I - férias; coopere. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos aposentadoria e disponibilidade:
Estados, Municípios e Distrito Federal; I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
III - exercício de cargo ou função de governo ou Municípios e Distrito Federal;
administração, em qualquer parte do território II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
nacional, por nomeação do Presidente da República; família do servidor, com remuneração, que exceder a
IV - participação em programa de treinamento 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
regularmente instituído ou em programa de pós- (redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 30/12/2009,
convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o
III - a licença para atividade política, no caso do art.
regulamento; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.907, de
2/2/2009) 86, § 2º;
V - desempenho de mandato eletivo federal, IV - o tempo correspondente ao desempenho de
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
para promoção por merecimento; distrital, anterior ao ingresso no serviço público
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; federal;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado V - o tempo de serviço em atividade privada,
o afastamento, conforme dispuser o regulamento; vinculada à Previdência Social;
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VIII - licença: VII - o tempo de licença para tratamento da própria
a) à gestante, à adotante e à paternidade; saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea b
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de do inciso VIII do art. 102. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo 10/12/1997)

de serviço público prestado à União, em cargo de § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
provimento efetivo; (redação dada pela Lei nº 9.527, de será contado apenas para nova aposentadoria.
10/12/1997) § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço
c) para o desempenho de mandato classista ou prestado às Forças Armadas em operações de
participação de gerência ou administração em guerra.
sociedade cooperativa constituída por servidores § 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de
para prestar serviços a seus membros, exceto para serviço prestado concomitantemente em mais de um
efeito de promoção por merecimento; (redação dada cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
pela Lei nº 11.094, de 13/1/2005) da União, Estado, Distrito Federal e Município,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença autarquia, fundação pública, sociedade de economia
profissional; mista e empresa pública.
e) para capacitação, conforme dispuser o
CAPÍTULO VIII - DO DIREITO DE PETIÇÃO
regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
f) por convocação para o serviço militar; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
18; ou interesse legítimo.

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Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
competente para decidi-lo e encaminhado por podendo ser relevada pela administração.
intermédio daquela a que estiver imediatamente Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
subordinado o requerente. assegurada vista do processo ou documento, na
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à repartição, ao servidor ou a procurador por ele
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a constituído.
primeira decisão, não podendo ser renovado. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
reconsideração de que tratam os artigos anteriores Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força
decididos dentro de 30 (trinta) dias. maior.
Art. 107. Caberá recurso:
TÍTULO IV - DO REGIME DISCIPLINAR
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente CAPÍTULO I - DOS DEVERES
interpostos. Art. 116. São deveres do servidor:
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
imediatamente superior à que tiver expedido o ato cargo;
ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala II - ser leal às instituições a que servir;
ascendente, às demais autoridades. III - observar as normas legais e regulamentares;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
autoridade a que estiver imediatamente manifestamente ilegais;
subordinado o requerente. V - atender com presteza:
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de a) ao público em geral, prestando as informações
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
da decisão recorrida. direito ou esclarecimento de situações de interesse
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito pessoal;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
de reconsideração ou do recurso, os efeitos da razão do cargo ao conhecimento da autoridade
decisão retroagirão à data do ato impugnado. superior ou, quando houver suspeita de
Art. 110. O direito de requerer prescreve: envolvimento desta, ao conhecimento de outra
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e autoridade competente para apuração; (redação dada
pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011, publicada no DOU Edição Extra
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
de 18/11/2011, em vigor 180 dias após a publicação)
que afetem interesse patrimonial e créditos
VII - zelar pela economia do material e a conservação
resultantes das relações de trabalho;
do patrimônio público;
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
salvo quando outro prazo for fixado em lei.
IX - manter conduta compatível com a moralidade
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
administrativa;
da data da publicação do ato impugnado ou da data
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
da ciência pelo interessado, quando o ato não for
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
publicado.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
abuso de poder.
quando cabíveis, interrompem a prescrição.

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Parágrafo único. A representação de que trata o XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e estrangeiro;
apreciada pela autoridade superior àquela contra a XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
qual é formulada, assegurando-se ao representando XV - proceder de forma desidiosa;
ampla defesa. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
Art. 117. Ao servidor é proibido:
ao cargo que ocupa, exceto em situações de
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
emergência e transitórias;
prévia autorização do chefe imediato;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
competente, qualquer documento ou objeto da
com o horário de trabalho;
repartição;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
III - recusar fé a documentos públicos;
quando solicitado. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
documento e processo ou execução de serviço;
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
I - participação nos conselhos de administração e
no recinto da repartição;
fiscal de empresas ou entidades em que a União
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
detenha, direta ou indiretamente, participação no
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
capital social ou em sociedade cooperativa
que seja de sua responsabilidade ou de seu
constituída para prestar serviços a seus membros; e
subordinado;
II - gozo de licença para o trato de interesses
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
a legislação sobre conflito de interesses. (Parágrafo
partido político; único acrescido pela Medida Provisória nº 431, de 14/5/2008,
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO
parente até o segundo grau civil;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
de outrem, em detrimento da dignidade da função
cargos públicos.
pública;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
X - participar de gerência ou administração de
empregos e funções em autarquias, fundações
sociedade privada, personificada ou não
públicas, empresas públicas, sociedades de
personificada, exercer o comércio, exceto na
economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
(redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008) Estados, dos Territórios e dos Municípios.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
repartições públicas, salvo quando se tratar de condicionada à comprovação da compatibilidade de
benefícios previdenciários ou assistenciais de horários.
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
companheiro; de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
XII - receber propina, comissão, presente ou com proventos da inatividade, salvo quando os
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas cargos de que decorram essas remunerações forem
atribuições; acumuláveis na atividade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)

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Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
cargo em comissão, exceto no caso previsto no resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela desempenho do cargo ou função.
participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se Art. 126. A responsabilidade administrativa do
aplica à remuneração devida pela participação em servidor será afastada no caso de absolvição criminal
conselhos de administração e fiscal das empresas que negue a existência do fato ou sua autoria.
públicas e sociedades de economia mista, suas Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer responsabilizado civil, penal ou administrativamente
empresas ou entidades em que a União, direta ou por dar ciência à autoridade superior ou, quando
indiretamente, detenha participação no capital houver suspeita de envolvimento desta, a outra
social, observado o que, a respeito, dispuser autoridade competente para apuração de
legislação específica. (acrescido pela Lei nº 9.292, de informação concernente à prática de crimes ou
12/7/1996 e com nova redação dada pela Medida Provisória nº
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
2225-45, de 4/9/2001)
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
função pública. (acrescido pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011,
que acumular licitamente dois cargos efetivos,
publicada no DOU Edição Extra de 18/11/2011, em vigor 180 dias
quando investido em cargo de provimento em após a publicação)
comissão, ficará afastado de ambos os cargos
CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES
efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de Art. 127. São penalidades disciplinares:
um deles, declarada pelas autoridades máximas dos I - advertência;
órgãos ou entidades envolvidos. (redação dada pela Lei nº II - suspensão;
9.527, de 10/12/1997) III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES
V - destituição de cargo em comissão;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e
VI - destituição de função comissionada.
administrativamente pelo exercício irregular de suas
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
atribuições.
consideradas a natureza e a gravidade da infração
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
cometida, os danos que dela provierem para o
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
serviço público, as circunstâncias agravantes ou
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
ao erário somente será liquidada na forma prevista
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
sanção disciplinar. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
execução do débito pela via judicial.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
casos de violação de proibição constante do art. 117,
responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
ação regressiva.
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
interna, que não justifique imposição de penalidade
sucessores e contra eles será executada, até o limite
mais grave. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
do valor da herança recebida.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
reincidência das faltas punidas com advertência e de
e contravenções imputadas ao servidor, nessa
violação das demais proibições que não tipifiquem
qualidade.

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infração sujeita a penalidade de demissão, não dias, contados da data da ciência e, na hipótese de
podendo exceder de 90 (noventa) dias. omissão, adotará procedimento sumário para a sua
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) apuração e regularização imediata, cujo processo
dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a administrativo disciplinar se desenvolverá nas
ser submetido a inspeção médica determinada pela seguintes fases: (redação dada pela Lei nº 9.527, de
autoridade competente, cessando os efeitos da 10/12/1997)
penalidade uma vez cumprida a determinação. I - instauração, com a publicação do ato que
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a constituir a comissão, a ser composta por dois
penalidade de suspensão poderá ser convertida em servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia autoria e a materialidade da transgressão objeto da
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor apuração; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
obrigado a permanecer em serviço. II - instrução sumária, que compreende indiciação,
Art. 131. As penalidades de advertência e de defesa e relatório; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
suspensão terão seus registros cancelados, após o III - julgamento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
nesse período, praticado nova infração disciplinar. materialidade pela descrição dos cargos, empregos
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não ou funções públicas em situação de acumulação
surtirá efeitos retroativos. ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes datas de ingresso, do horário de trabalho e do
casos: correspondente regime jurídico. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
I - crime contra a administração pública;
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a
II - abandono de cargo;
publicação do ato que a constituiu, termo de
III - inassiduidade habitual;
indiciação em que serão transcritas as informações
IV - improbidade administrativa;
de que trata o parágrafo anterior, bem como
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
repartição;
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no
VI - insubordinação grave em serviço;
prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
particular, salvo em legítima defesa própria ou de
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (redação dada
outrem;
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
relatório conclusivo quanto à inocência ou à
razão do cargo;
responsabilidade do servidor, em que resumirá as
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
patrimônio nacional;
acumulação em exame, indicará o respectivo
XI - corrupção;
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou
instauradora, para julgamento. (acrescido pela Lei nº
funções públicas;
9.527, de 10/12/1997)
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
autoridade a que se refere o art. 143 notificará o no § 3º do art. 167. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo
apresentar opção no prazo improrrogável de dez para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que

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se converterá automaticamente em pedido de destituído do cargo em comissão por infringência do


exoneração do outro cargo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
10/12/1997) Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a intencional do servidor ao serviço por mais de trinta
má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição dias consecutivos.
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a
relação aos cargos, empregos ou funções públicas falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta
em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os dias, interpoladamente, durante o período de doze
órgãos ou entidades de vinculação serão meses.
comunicados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
§ 7º O prazo para a conclusão do processo inassiduidade habitual, também será adotado o
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário procedimento sumário a que se refere o art. 133,
não excederá trinta dias, contados da data de observando-se especialmente que: (redação dada pela
publicação do ato que constituir a comissão, Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, I - a indicação da materialidade dar-se-á:
quando as circunstâncias o exigirem. (acrescido pela Lei a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
nº 9.527, de 10/12/1997) precisa do período de ausência intencional do
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas servidor ao serviço superior a trinta dias;
disposições deste artigo, observando-se, no que lhe b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
Títulos IV e V desta Lei. (acrescido pela Lei nº 9.527, de período igual ou superior a sessenta dias
10/12/1997).
interpoladamente, durante o período de doze meses;
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
disponibilidade do inativo que houver praticado, na II - após a apresentação da defesa a comissão
atividade, falta punível com a demissão. elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou
Art. 135. A destituição de cargo em comissão à responsabilidade do servidor, em que resumirá as
exercido por não ocupante de cargo efetivo será peças principais dos autos, indicará o respectivo
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
de suspensão e de demissão. de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. autoridade instauradora para julgamento. (acrescido
35 será convertida em destituição de cargo em pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
comissão. Art. 141. As penalidades disciplinares serão
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em aplicadas:
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
132, implica a indisponibilidade dos bens e o das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal Federais e pelo Procurador-Geral da República,
cabível. quando se tratar de demissão e cassação de
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em aposentadoria ou disponibilidade de servidor
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) imediatamente inferior àquelas mencionadas no
anos. inciso anterior quando se tratar de suspensão
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço superior a 30 (trinta) dias;
público federal o servidor que for demitido ou

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III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, competências para o julgamento que se seguir à
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 apuração. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
(trinta) dias; Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, objeto de apuração, desde que contenham a
quando se tratar de destituição de cargo em identificação e o endereço do denunciante e sejam
comissão. formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. Quando o fato narrado não
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
com demissão, cassação de aposentadoria ou penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; I - arquivamento do processo;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á II - aplicação de penalidade de advertência ou
advertência. suspensão de até 30 (trinta) dias;
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data III - instauração de processo disciplinar.
em que o fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O prazo para conclusão da
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas ser prorrogado por igual período, a critério da
também como crime. autoridade superior.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
decisão final proferida por autoridade competente. mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
começará a correr a partir do dia em que cessar a cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
interrupção. processo disciplinar.
TÍTULO V - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO II - DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
DISCIPLINAR
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS servidor não venha a influir na apuração da
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade, a autoridade instauradora do
irregularidade no serviço público é obrigada a processo disciplinar poderá determinar o seu
promover a sua apuração imediata, mediante afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
sindicância ou processo administrativo disciplinar, 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
assegurada ao acusado ampla defesa. Parágrafo único. O afastamento poderá ser
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
CAPÍTULO III - DO PROCESSO DISCIPLINAR
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento
por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele
destinado a apurar responsabilidade de servidor por
em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
infração praticada no exercício de suas atribuições,
competência específica para tal finalidade, delegada
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
em caráter permanente ou temporário pelo
que se encontre investido.
Presidente da República, pelos presidentes das Casas
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
comissão composta de três servidores estáveis
Procurador-Geral da República, no âmbito do
designados pela autoridade competente, observado

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o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da
eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de sindicância concluir que a infração está capitulada
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível como ilícito penal, a autoridade competente
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) independentemente da imediata instauração do
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor processo disciplinar.
designado pelo seu presidente, podendo a indicação Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
recair em um de seus membros. a tomada de depoimentos, acareações,
§ 2º Não poderá participar de comissão de investigações e diligências cabíveis, objetivando a
sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. elucidação dos fatos.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo acompanhar o processo pessoalmente ou por
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
interesse da administração. testemunhas, produzir provas e contraprovas e
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
comissões terão caráter reservado. § 1º O presidente da comissão poderá denegar
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas pedidos considerados impertinentes, meramente
seguintes fases: protelatórios, ou de nenhum interesse para o
I - instauração, com a publicação do ato que esclarecimento dos fatos.
constituir a comissão; § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial,
II - inquérito administrativo, que compreende quando a comprovação do fato independer de
instrução, defesa e relatório; conhecimento especial de perito.
III - julgamento. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo mediante mandado expedido pelo presidente da
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados comissão, devendo a segunda via, com o ciente do
da data de publicação do ato que constituir a interessado, ser anexado aos autos.
comissão, admitida a sua prorrogação por igual Parágrafo único. Se a testemunha for servidor
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. público, a expedição do mandado será
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará imediatamente comunicada ao chefe da repartição
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus onde serve, com a indicação do dia e hora marcados
membros dispensados do ponto, até a entrega do para inquirição.
relatório final. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. trazê-lo por escrito.
SEÇÃO I - Do Inquérito § 1º As testemunhas serão inquiridas
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao separadamente.
princípio do contraditório, assegurada ao acusado § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os
admitidos em direito. depoentes.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
processo disciplinar, como peça informativa da comissão promoverá o interrogatório do acusado,
instrução. observados os procedimentos previstos nos arts. 157
e 158.

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§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo
será ouvido separadamente, e sempre que para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última
divergirem em suas declarações sobre fatos ou publicação do edital.
circunstâncias, será promovida a acareação entre Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
eles. regularmente citado, não apresentar defesa no prazo
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao legal.
interrogatório, bem como à inquirição das § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas processo e devolverá o prazo para a defesa.
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade
reinquiri-las, por intermédio do presidente da instauradora do processo designará um servidor
comissão. como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
competente que ele seja submetido a exame por (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
junta médica oficial, da qual participe pelo menos um Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
médico psiquiatra. relatório minucioso, onde resumirá as peças
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental principais dos autos e mencionará as provas em que
será processado em auto apartado e apenso ao se baseou para formar a sua convicção.
processo principal, após a expedição do laudo § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à
pericial. inocência ou à responsabilidade do servidor.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
formulada a indiciação do servidor, com a comissão indicará o dispositivo legal ou
especificação dos fatos a ele imputados e das regulamentar transgredido, bem como as
respectivas provas. circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
pelo presidente da comissão para apresentar defesa comissão, será remetido à autoridade que
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe determinou a sua instauração, para julgamento.
vista do processo na repartição. SEÇÃO II - Do Julgamento
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
comum e de 20 (vinte) dias. recebimento do processo, a autoridade julgadora
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo proferirá a sua decisão.
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente da autoridade instauradora do processo, este será
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á encaminhado à autoridade competente, que decidirá
da data declarada, em termo próprio, pelo membro em igual prazo.
da comissão que fez a citação, com a assinatura de § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
(2) duas testemunhas. sanções, o julgamento caberá à autoridade
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica competente para a imposição da pena mais grave.
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou
poderá ser encontrado. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e julgamento caberá às autoridades de que trata o
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário inciso I do art. 141.
Oficial da União e em jornal de grande circulação na § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do
localidade do último domicílio conhecido, para servidor, a autoridade instauradora do processo
apresentar defesa. determinará o seu arquivamento, salvo se

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flagrantemente contrária à prova dos autos. (acrescido para a realização de missão essencial ao
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). esclarecimento dos fatos.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da SEÇÃO III - Da Revisão do Processo
comissão, salvo quando contrário às provas dos Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
autos. qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
contrariar as provas dos autos, a autoridade de justificar a inocência do punido ou a inadequação
julgadora poderá, motivadamente, agravar a da penalidade aplicada.
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o § 1º Em caso de falecimento, ausência ou
servidor de responsabilidade. desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a família poderá requerer a revisão do processo.
autoridade que determinou a instauração do § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
processo ou outra de hierarquia superior declarará a revisão será requerida pelo respectivo curador.
sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova
ato, a constituição de outra comissão para cabe ao requerente.
instauração de novo processo. (redação dada pela Lei nº Art. 176. A simples alegação de injustiça da
9.527, de 10/12/1997)
penalidade não constitui fundamento para a revisão,
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
que requer elementos novos, ainda não apreciados
nulidade do processo.
no processo originário.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará
IV.
o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
originou o processo disciplinar.
autoridade julgadora determinará o registro do fato
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
nos assentamentos individuais do servidor.
competente providenciará a constituição de
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
comissão, na forma do art. 149.
crime, o processo disciplinar será remetido ao
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo
Ministério Público para instauração da ação penal,
originário.
ficando trasladado na repartição.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente
Art. 172. O servidor que responder a processo
pedirá dia e hora para a produção de provas e
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
inquirição das testemunhas que arrolar.
aposentado voluntariamente, após a conclusão do
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
processo e o cumprimento da penalidade, acaso
para a conclusão dos trabalhos.
aplicada.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata
revisora, no que couber, as normas e procedimentos
o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
próprios da comissão do processo disciplinar.
convertido em demissão, se for o caso.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
fora da sede de sua repartição, na condição de
(vinte) dias, contados do recebimento do processo,
testemunha, denunciado ou indiciado;
no curso do qual a autoridade julgadora poderá
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
determinar diligências.
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
declarada sem efeito a penalidade aplicada,

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restabelecendo-se todos os direitos do servidor, não recolhidas na data de vencimento. (acrescido pela
exceto em relação à destituição do cargo em Lei nº 10.667, de 14/5/2003)
comissão, que será convertida em exoneração. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e
resultar agravamento de penalidade. sua família, e compreende um conjunto de benefícios
e ações que atendam às seguintes finalidades:
TÍTULO VI - DA SEGURIDADE SOCIAL DO
I - garantir meios de subsistência nos eventos de
SERVIDOR
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS inatividade, falecimento e reclusão;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade II - proteção à maternidade, à adoção e à
Social para o servidor e sua família. paternidade;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que III - assistência à saúde.
não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
emprego efetivo na administração pública direta, termos e condições definidos em regulamento,
autárquica e fundacional, não terá direito aos observadas as disposições desta Lei.
benefícios do Plano de Seguridade Social, com Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
exceção da assistência à saúde. (acrescido pela Lei nº Social do servidor compreendem:
8.647, de 13/4/1993 e transformado em § 1º pela Lei nº 10.667, de
I - quanto ao servidor:
14/5/2003)
a) aposentadoria;
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo
b) auxílio-natalidade;
efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para
c) salário-família;
servir em organismo oficial internacional do qual o
d) licença para tratamento de saúde;
Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere,
e) licença à gestante, à adotante e licença-
ainda que contribua para regime de previdência
paternidade;
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o
f) licença por acidente em serviço;
regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
g) assistência à saúde;
Público enquanto durar o afastamento ou a licença,
h) garantia de condições individuais e ambientais de
não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
trabalho satisfatórias;
mencionado regime de previdência. (acrescido pela Lei nº
10.667, de 14/5/2003)
II - quanto ao dependente:
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou a) pensão vitalícia e temporária;
afastado sem remuneração a manutenção da b) auxílio-funeral;
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social c) auxílio-reclusão;
do Servidor Público, mediante o recolhimento d) assistência à saúde.
mensal da respectiva contribuição, no mesmo § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e
percentual devido pelos servidores em atividade, mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se
incidente sobre a remuneração total do cargo a que encontram vinculados os servidores, observado o
faz jus no exercício de suas atribuições, computando- disposto nos arts. 189 e 224.
se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos
(acrescido pela Lei nº 10.667, de 14/5/2003) por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal
efetuado até o segundo dia útil após a data do cabível.
pagamento das remunerações dos servidores
CAPÍTULO II - DOS BENEFÍCIOS
públicos, aplicando-se os procedimentos de
SEÇÃO I - Da Aposentadoria
cobrança e execução dos tributos federais quando
Art. 186. O servidor será aposentado:

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I - por invalidez permanente, sendo os proventos atingir a idade-limite de permanência no serviço


integrais quando decorrente de acidente em serviço, ativo.
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez
incurável, especificada em lei, e proporcionais nos vigorará a partir da data da publicação do respectivo
demais casos; ato.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, § 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de
com proventos proporcionais ao tempo de serviço; licença para tratamento de saúde, por período não
III - voluntariamente: excedente a 24 (vinte e quatro) meses.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, § 2º Expirado o período de licença e não estando em
e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; condições de reassumir o cargo ou de ser
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções readaptado, o servidor será aposentado.
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se § 3º O lapso de tempo compreendido entre o término
professora, com proventos integrais; da licença e a publicação do ato da aposentadoria
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 será considerado como de prorrogação da licença.
(vinte e cinco) se mulher, com proventos § 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo,
proporcionais a esse tempo; serão consideradas apenas as licenças motivadas
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, pela enfermidade ensejadora da invalidez ou
e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos doenças correlacionadas. (acrescido pela Medida Provisória
proporcionais ao tempo de serviço. nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou § 5º A critério da Administração, o servidor em


incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, licença para tratamento de saúde ou aposentado por
tuberculose ativa, alienação mental, esclerose invalidez poderá ser convocado a qualquer
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao momento, para avaliação das condições que
ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.
(acrescido pela Medida Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
na Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
Art. 189. O provento da aposentadoria será
nefropatia grave, estados avançados do mal de
calculado com observância do disposto no § 3º do art.
Paget (osteíte deformante), Síndrome de
41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei
se modificar a remuneração dos servidores em
indicar, com base na medicina especializada.
atividade.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades
Parágrafo único. São estendidos aos inativos
consideradas insalubres ou perigosas, bem como nas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que
concedidas aos servidores em atividade, inclusive
trata o inciso III, a e c, observará o disposto em lei
quando decorrentes de transformação ou
específica.
reclassificação do cargo ou função em que se deu a
§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido
aposentadoria.
à junta médica oficial, que atestará a invalidez
Art. 190. O servidor aposentado com provento
quando caracterizada a incapacidade para o
proporcional ao tempo de serviço se acometido de
desempenho das atribuições do cargo ou a
qualquer das moléstias especificadas no § 1º do art.
impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.
186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
inválido por junta médica oficial passará a perceber
Art. 187. A aposentadoria compulsória será
provento integral, calculado com base no
automática, e declarada por ato, com vigência a
fundamento legal de concessão da aposentadoria.
partir do dia imediato àquele em que o servidor
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

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Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores
o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da públicos e viverem em comum, o salário-família será
remuneração da atividade. pago a um deles; quando separados, será pago a um
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). e outro, de acordo com a distribuição dos
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). dependentes.
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de padrasto, a madrasta e, na falta destes, os
dezembro, em valor equivalente ao respectivo representantes legais dos incapazes.
provento, deduzido o adiantamento recebido. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente tributo, nem servirá de base para qualquer
participado de operações bélicas, durante a Segunda contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem
setembro de 1967, será concedida aposentadoria remuneração, não acarreta a suspensão do
com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de pagamento do salário-família.
serviço efetivo. SEÇÃO IV - Da Licença para Tratamento de Saúde
SEÇÃO II - Do Auxílio-Natalidade Art. 202. Será concedida ao servidor licença para
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
por motivo de nascimento de filho, em quantia em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a
equivalente ao menor vencimento do serviço que fizer jus.
público, inclusive no caso de natimorto. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será será concedida com base em perícia oficial. (redação
acrescido de 50% (cinquenta por cento), por dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)

nascituro. § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será


§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro realizada na residência do servidor ou no
servidor público, quando a parturiente não for estabelecimento hospitalar onde se encontrar
servidora. internado.
SEÇÃO III - Do Salário-Família § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo onde se encontra ou tenha exercício em caráter
ou ao inativo, por dependente econômico. permanente o servidor, e não se configurando as
Parágrafo único. Consideram-se dependentes hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será
econômicos para efeito de percepção do salário- aceito atestado passado por médico particular.
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
família:
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
produzirá efeitos depois de recepcionado pela
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se
(redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
inválido, de qualquer idade;
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do
autorização judicial, viver na companhia e às
primeiro dia de afastamento será concedida
expensas do servidor, ou do inativo;
mediante avaliação por junta médica oficial. (acrescido
III - a mãe e o pai sem economia própria. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 e com nova redação dada pela Lei
Art. 198. Não se configura a dependência econômica nº 11.907, de 2/2/2009)
quando o beneficiário do salário-família perceber § 5º A perícia oficial para concessão da licença de que
rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, trata o caput deste artigo, bem como nos demais
inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será
valor igual ou superior ao salário-mínimo. efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em

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que abranger o campo de atuação da odontologia. § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá
(acrescido pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) início a partir do parto.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias
a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser do evento, a servidora será submetida a exame
dispensada de perícia oficial, na forma definida em médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo remunerado.
quando se tratar de lesões produzidas por acidente Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o
em serviço, doença profissional ou qualquer das servidor terá direito à licença-paternidade de 5
doenças especificadas no art. 186, § 1º. (cinco) dias consecutivos.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção de seis meses, a servidora lactante terá direito,
médica. durante a jornada de trabalho, a uma hora de
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
médicos periódicos, nos termos e condições de meia hora.
definidos em regulamento. (acrescido pela Medida Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de
judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
2/2/2009)
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda
União e suas entidades autárquicas e fundacionais
judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade,
poderão:
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta)
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
dias.
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado
SEÇÃO VI - Da Licença por Acidente em Serviço
o servidor;
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral,
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação
o servidor acidentado em serviço.
ou parceria com os órgãos e entidades da
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico
administração direta, suas autarquias e fundações;
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione,
III - celebrar convênios com operadoras de plano de
mediata ou imediatamente, com as atribuições do
assistência à saúde, organizadas na modalidade de
cargo exercido.
autogestão, que possuam autorização de
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço
funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
o dano:
230; ou
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
pelo servidor no exercício do cargo;
contrato administrativo, observado o disposto na Lei
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
e vice-versa.
pertinentes. (acrescido pela Medida Provisória nº 632, de
24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que
SEÇÃO V - Da Licença à Gestante, à Adotante e da necessite de tratamento especializado poderá ser
Licença-Paternidade tratado em instituição privada, à conta de recursos
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante públicos.
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem Parágrafo único. O tratamento recomendado por
prejuízo da remuneração. junta médica oficial constitui medida de exceção e
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do somente será admissível quando inexistirem meios e
nono mês de gestação, salvo antecipação por recursos adequados em instituição pública.
prescrição médica.

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Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de referidos nos incisos V e VI. (redação dada pela Medida
10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
exigirem.
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
SEÇÃO VII - Da Pensão de 17/6/2015)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que
dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido
pensão por morte, observados os limites no inciso VI. ((redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da § 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a
Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de filho mediante declaração do servidor e desde que
18 de junho de 2004. (redação dada pela Medida Provisória nº comprovada dependência econômica, na forma
871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº
estabelecida em regulamento. (acrescido pela Medida
13.846, de 18/6/2019)
Provisória nº 664/14),
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 30/12/14)
§ 4º (VETADO na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à
I - o cônjuge; (redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente
entre os beneficiários habilitados. (redação dada pela
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
estabelecida judicialmente; (redação dada pela Medida Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
Provisória nº 664/14), mês subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº
III - o companheiro ou companheira que comprove 13.135, de 17/6/2015)
união estável como entidade familiar; (acrescido pela Art. 219. A pensão por morte será devida ao
Medida Provisória nº 664/14), conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos aposentado ou não, a contar da data: (redação dada pela
seguintes requisitos: (acrescido pela Medida Provisória nº Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
664/14), 13.846, de 18/6/2019)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (acrescida pela Lei I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e
nº 13.135, de 17/6/2015) oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores de
b) seja inválido; (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após
c) tenha deficiência grave; ou (acrescida pela Lei nº 13.135, o óbito, para os demais dependentes; (acrescido pela
de 17/6/2015, publicada no DOU de 18/6/2015, em vigor dois anos Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
após a publicação) 13.846, de 18/6/2019)
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (acrescida II - do requerimento, quando requerida após o prazo
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015, e com redação dada pela Lei nº previsto no inciso I do caput deste artigo; ou (acrescido
13.846, de 18/6/2019)
pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
V - a mãe e o pai que comprovem dependência 13.846, de 18/6/2019)
econômica do servidor; e (acrescido pela Medida Provisória III - da decisão judicial, na hipótese de morte
nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de presumida. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de
30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à
18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
§ 1º A concessão da pensão por morte não será
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
protelada pela falta de habilitação de outro possível
dependência econômica do servidor e atenda a um
dependente e a habilitação posterior que importe em
dos requisitos previstos no inciso IV; (acrescido pela
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro efeito a partir da data da publicação da portaria de
mês subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela concessão da pensão ao dependente habilitado.
Lei nº 13.135, de 17/6/2015) (Parágrafo único transformado em § 1º, com redação dada pela
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários 13.846, de 18/6/2019)

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§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da Art. 221. Será concedida pensão provisória por
condição de dependente, este poderá requerer a sua morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
habilitação provisória ao benefício de pensão por I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores competente;
com outros dependentes, vedado o pagamento da II - desaparecimento em desabamento, inundação,
respectiva cota até o trânsito em julgado da incêndio ou acidente não caracterizado como em
respectiva ação, ressalvada a existência de decisão serviço;
judicial em contrário. (Parágrafo acrescido pela Medida III - desaparecimento no desempenho das
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada atribuições do cargo ou em missão de segurança.
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Parágrafo único. A pensão provisória será
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público
transformada em vitalícia ou temporária, conforme o
responsável pela concessão da pensão por morte,
caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência,
este poderá proceder de ofício à habilitação
ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
excepcional da referida pensão, apenas para efeitos
hipótese em que o benefício será automaticamente
de rateio, descontando-se os valores referentes a
cancelado.
esta habilitação das demais cotas, vedado o
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de
pagamento da respectiva cota até o trânsito em
beneficiário:
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência
I - o seu falecimento;
de decisão judicial em contrário. (acrescido pela Medida
II - a anulação do casamento, quando a decisão
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou III - a cessação da invalidez, em se tratando de
§ 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos beneficiário inválido, ou o afastamento da
índices legais de reajustamento e será pago de forma deficiência, em se tratando de beneficiário com
proporcional aos demais dependentes, de acordo deficiência, respeitados os períodos mínimos
com as suas cotas e o tempo de duração de seus decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso
benefícios. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de VII do caput deste artigo; (redação dada pela Lei nº 13.846,
18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de de 18/6/2019)
18/6/2019) IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos,
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão pelo filho ou irmão; (redação dada pela Lei nº 13.135, de
concessor da pensão por morte a cobrança dos 17/6/2015)

valores indevidamente pagos em função de nova V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
habilitação. (acrescido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019) VI - a renúncia expressa; e (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (redação
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
dada pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário de 17/6/2015)
condenado pela prática de crime de que tenha VII - em relação aos beneficiários de que tratam os
dolosamente resultado a morte do servidor; (acrescido incisos I a III do caput do art. 217: (acrescido pela Medida
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela Lei
nº 13.135, de 17/6/2015)
no casamento ou na união estável, ou a formalização
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer
desses com o fim exclusivo de constituir benefício
sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito)
previdenciário, apuradas em processo judicial no qual
contribuições mensais ou se o casamento ou a união
será assegurado o direito ao contraditório e à ampla
estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
defesa. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)

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anos antes do óbito do servidor; (acrescida pela Lei nº ao referido incremento. (acrescido pela Lei nº 13.135, de
13.135, de 17/6/2015) 17/6/2015)
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos § 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
de acordo com a idade do pensionista na data de Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) Previdência Social (RGPS) será considerado na
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
após o início do casamento ou da união estável: referidas nas alíneas "a" e "b" do inciso VII do caput.
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
de idade; § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) de seu falecimento, obrigado por determinação
anos de idade; judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge,
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por
nove) anos de idade; morte será devida pelo prazo remanescente na data
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) do óbito, caso não incida outra hipótese de
anos de idade; cancelamento anterior do benefício. (acrescido pela
Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43
13.846, de 18/6/2019)
(quarenta e três) anos de idade;
§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
que trata o § 1º deste artigo terá o benefício
de idade. (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de
caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
pensão cuja preservação seja motivada por invalidez,
2015. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019,
por incapacidade ou por deficiência poderá ser convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
convocado a qualquer momento para avaliação das § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive
referidas condições. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, na condição de microempreendedor individual, não
de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009,
impede a concessão ou manutenção da cota da
transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº 13.135, de
17/6/2015) pensão de dependente com deficiência intelectual ou
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra mental ou com deficiência grave. (acrescido pela Lei nº
13.846, de 18/6/2019)
contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea
§ 8º No ato de requerimento de benefícios
"b" do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do
previdenciários, não será exigida apresentação de
servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
termo de curatela de titular ou de beneficiário com
ou de doença profissional ou do trabalho,
deficiência, observados os procedimentos a serem
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
estabelecidos em regulamento. (acrescido pela Lei nº
contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois)
13.846, de 18/6/2019)
anos de casamento ou de união estável. (acrescido pela
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
beneficiário, a respectiva cota reverterá para os
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
cobeneficiários. (redação dada pela Medida Provisória nº 664,
desde que nesse período se verifique o incremento
de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014,
mínimo de um ano inteiro na média nacional única, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
para ambos os sexos, correspondente à expectativa publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
de sobrevida da população brasileira ao nascer, Art. 224. As pensões serão automaticamente
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas atualizadas na mesma data e na mesma proporção
idades para os fins previstos na alínea "b" do inciso VII dos reajustes dos vencimentos dos servidores,
do caput, em ato do Ministro de Estado do aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o 189.
acréscimo na comparação com as idades anteriores

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Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a pensão por morte, aos dependentes do segurado
percepção cumulativa de pensão deixada por mais de recolhido à prisão. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
um cônjuge ou companheiro ou companheira e de
CAPÍTULO III - DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
mais de 2 (duas) pensões. (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês inativo, e de sua família compreende assistência
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
de 17/6/2015) farmacêutica, terá como diretriz básica o
SEÇÃO VIII - Do Auxílio-Funeral implemento de ações preventivas voltadas para a
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do promoção da saúde e será prestada pelo Sistema
servidor falecido na atividade ou aposentado, em Único de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou
valor equivalente a um mês da remuneração ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou
provento. mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor
será pago somente em razão do cargo de maior despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
remuneração. dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
§ 2º (VETADO). privados de assistência à saúde, na forma
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e estabelecida em regulamento. (redação dada pela Lei nº
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, 11.302, de 10/5/2006)
à pessoa da família que houver custeado o funeral. § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na
será indenizado, observado o disposto no artigo ausência de médico ou junta médica oficial, para a
anterior. sua realização o órgão ou entidade celebrará,
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em preferencialmente, convênio com unidades de
serviço fora do local de trabalho, inclusive no atendimento do sistema público de saúde, entidades
exterior, as despesas de transporte do corpo correrão sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
à conta de recursos da União, autarquia ou fundação ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.
pública. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
SEÇÃO IX - Do Auxílio-Reclusão § 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão
auxílio-reclusão, nos seguintes valores: ou entidade promoverá a contratação da prestação
I - dois terços da remuneração, quando afastado por de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, médica especificamente para esses fins, indicando os
determinada pela autoridade competente, enquanto nomes e especialidades dos seus integrantes, com a
perdurar a prisão; comprovação de suas habilitações e de que não
II - metade da remuneração, durante o afastamento, estejam respondendo a processo disciplinar junto à
em virtude de condenação, por sentença definitiva, a entidade fiscalizadora da profissão. (acrescido pela Lei nº
pena que não determine a perda de cargo. 9.527, de 10/12/1997)

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o § 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo,
servidor terá direito à integralização da ficam a União e suas entidades autárquicas e
remuneração, desde que absolvido. fundacionais autorizadas a: (acrescido pela Lei nº 11.302, de
10/5/2006)
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
I - celebrar convênios exclusivamente para a
do dia imediato àquele em que o servidor for posto
prestação de serviços de assistência à saúde para os
em liberdade, ainda que condicional.
seus servidores ou empregados ativos, aposentados,
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-
pensionistas, bem como para seus respectivos
reclusão será devido, nas mesmas condições da

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grupos familiares definidos, com entidades de prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo
autogestão por elas patrocinadas por meio de vencido em dia em que não haja expediente.
instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que convicção filosófica ou política, o servidor não poderá
possuam autorização de funcionamento do órgão ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer
regulador, sendo certo que os convênios celebrados discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma do cumprimento de seus deveres.
da regulamentação específica sobre patrocínio de Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão termos da Constituição Federal, o direito à livre
regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da associação sindical e os seguintes direitos, entre
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis outros, dela decorrentes:
aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006; a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) substituto processual;
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um
8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos ano após o final do mandato, exceto se a pedido;
e seguros privados de assistência à saúde que c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
possuam autorização de funcionamento do órgão sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e
regulador; (acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) contribuições definidas em assembleia geral da
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.302, de 10/5/2006) categoria.
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total d) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
despendido pelo servidor ou pensionista civil com e) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
plano ou seguro privado de assistência à saúde. Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às
TÍTULO VII suas expensas e constem do seu assentamento
CAPÍTULO ÚNICO - DA CONTRATAÇÃO individual.
TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a
PÚBLICO companheira ou companheiro, que comprove união
Art. 232 ao 235. (Revogados pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). estável como entidade familiar.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
TÍTULO VIII
município onde a repartição estiver instalada e onde
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS o servidor tiver exercício, em caráter permanente.
Art. 236. O Dia do Servidor Público será
TÍTULO IX
comemorado a vinte e oito de outubro.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES
TRANSITÓRIAS E FINAIS
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
seguintes incentivos funcionais, além daqueles já Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico
previstos nos respectivos planos de carreira: instituído por esta Lei, na qualidade de servidores
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
trabalhos que favoreçam o aumento de Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
produtividade e a redução dos custos operacionais; especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
mérito, condecoração e elogio. Funcionários Públicos Civis da União, ou pela
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
contados em dias corridos, excluindo-se o dia do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando os contratados por prazo determinado, cujos

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contratos não poderão ser prorrogados após o Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
vencimento do prazo de prorrogação. concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei,
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores ficam transformados em anuênio.
incluídos no regime instituído por esta Lei ficam Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116
transformados em cargos, na data de sua publicação. da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal,
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas fica transformada em licença-prêmio por
não integrantes de tabela permanente do órgão ou assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
entidade onde têm exercício ficam transformadas Art. 246. (VETADO).
em cargos em comissão, e mantidas enquanto não Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta
for implantado o plano de cargos dos órgãos ou Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência
entidades na forma da lei. Social, correspondente ao período de contribuição
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo
exercidas por servidor integrante de quadro ou art. 243. (redação dada pela Lei nº 8.162, de 8/1/1991).
tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
desta Lei. vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão
§ 4º (VETADO). ou entidade de origem do servidor.
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art.
serventuários da Justiça, remunerados com recursos 231, os servidores abrangidos por esta Lei
da União, no que couber. contribuirão na forma e nos percentuais atualmente
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabelecidos para o servidor civil da União conforme
estabilidade no serviço público, enquanto não regulamento próprio.
adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições
entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos necessárias para a aposentadoria nos termos do
planos de carreira aos quais se encontrem vinculados inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos
os empregos. Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº 1.711, de
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das vantagem prevista naquele dispositivo. (vetado pelo
Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, Presidente da República e mantido pelo Congresso Nacional, em
19/04/1991).
no interesse da Administração e conforme critérios
Art. 251. (pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
estabelecidos em regulamento, ser exonerados
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
mediante indenização de um mês de remuneração
publicação, com efeitos financeiros a partir do
por ano de efetivo exercício no serviço público
primeiro dia do mês subsequente.
federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na
fonte e na declaração de rendimentos, serão
considerados como indenizações isentas os
pagamentos efetuados a título de indenização
prevista no parágrafo anterior. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997)
§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
disposto no § 7º poderão ser extintos pelo Poder
Executivo quando considerados desnecessários.
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).

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LEI Nº 8.666/1993 – art. 1 ao 53 cooperativas, e estabeleçam preferências ou


distinções em razão da naturalidade, da sede ou
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
SEÇÃO I - Dos Princípios circunstância impertinente ou irrelevante para o
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre
específico objeto do contrato, ressalvado o disposto
licitações e contratos administrativos pertinentes a nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248,
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, de 23 de outubro de 1991; (Inciso com redação dada pela
alienações e locações no âmbito dos Poderes da Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
Municípios. comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, qualquer outra, entre empresas brasileiras e
além dos órgãos da Administração direta, os fundos estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as modalidade e local de pagamentos, mesmo quando
empresas públicas, as sociedades de economia mista envolvidos financiamentos de agências
e demais entidades controladas direta ou internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e seguinte e no art. 3° da Lei n° 8.248, de 23 de outubro
Municípios. de 1991.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, § 2º Em igualdade de condições, como critério de
compras, alienações, concessões, permissões e desempate, será assegurada preferência,
locações da Administração Pública, quando sucessivamente, aos bens e serviços:
contratadas com terceiros, serão necessariamente I – (Revogado pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses II - produzidos no País;
previstas nesta Lei. III - produzidos ou prestados por empresas
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se brasileiras;
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou IV - produzidos ou prestados por empresas que
entidades da Administração Pública e particulares, invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
em que haja um acordo de vontade para a formação tecnologia no País; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, 21/11/2005)
seja qual for a denominação utilizada. V - produzidos ou prestados por empresas que
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância comprovem cumprimento de reserva de cargos
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
proposta mais vantajosa para a administração e a reabilitado da Previdência Social e que atendam às
promoção do desenvolvimento nacional sustentável regras de acessibilidade previstas na legislação. (Inciso
e será processada e julgada em estrita conformidade acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
com os princípios básicos da legalidade, da
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
publicidade, da probidade administrativa, da
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
vinculação ao instrumento convocatório, do
respectiva abertura.
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.349, de § 4º (VETADO na Lei nº 8.883, de 8/6/1994)
15/12/2010) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser
§ 1º É vedado aos agentes públicos: estabelecida margem de preferência para: (Parágrafo
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de acrescido pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010,
convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010 e com redação dada
convocação, cláusulas ou condições que
pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter em vigor 180 dias após sua publicação)
competitivo, inclusive nos casos de sociedades

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I - produtos manufaturados e para serviços nacionais serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido pela Medida
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Inciso Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de
acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 15/12/2010)
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) § 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste
II - bens e serviços produzidos ou prestados por artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja
empresas que comprovem cumprimento de reserva capacidade de produção ou prestação no País seja
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência inferior: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.349, de
ou para reabilitado da Previdência Social e que 15/12/2010)
atendam às regras de acessibilidade previstas na I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
legislação. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
publicação) art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Inciso acrescido pela
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
estabelecida com base em estudos revistos § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos
anos, que levem em consideração: (Parágrafo com bens e serviços originários dos Estados Partes do
redação dada pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010) Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Parágrafo acrescido
I - geração de emprego e renda; (Inciso acrescido pela Lei pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
nº 12.349, de 15/12/2010) 12.349, de 15/12/2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, § 11. Os editais de licitação para a contratação de
estaduais e municipais; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, bens, serviços e obras poderão, mediante prévia
de 15/12/2010) justificativa da autoridade competente, exigir que o
III - desenvolvimento e inovação tecnológica contratado promova, em favor de órgão ou entidade
realizados no País; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de integrante da administração pública ou daqueles por
15/12/2010) ela indicados a partir de processo isonômico,
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Inciso medidas de compensação comercial, industrial,
acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
V - em suas revisões, análise retrospectiva de
financiamento, cumulativamente ou não, na forma
resultados (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Parágrafo
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços acrescido pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010,
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica realizados no País, poderá ser § 12. Nas contratações destinadas à implantação,
estabelecido margem de preferência adicional manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
àquela prevista no § 5º: (Parágrafo com redação dada pela tecnologia de informação e comunicação,
Lei nº 12.349, de 15/12/2010) considerados estratégicos em ato do Poder
I - geração de emprego e renda; Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
II - efeito na arrecadação de tributos federais, bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País
estaduais e municipais; e e produzidos de acordo com o processo produtivo
III - desenvolvimento e inovação tecnológica básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro
realizados no País. (Inciso acrescido pela Medida Provisória de 2001. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 495,
nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se financeiro, a relação de empresas favorecidas em
referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste
Executivo federal, não podendo a soma delas artigo, com indicação do volume de recursos
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por destinados a cada uma delas. (Parágrafo acrescido pela Lei
cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e nº 12.349, de 15/12/2010)

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§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas § 3º Observado o disposto no caput, os pagamentos
demais normas de licitação e contratos devem decorrentes de despesas cujos valores não
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24,
microempresas e empresas de pequeno porte na sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único,
forma da lei. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias
147, de 7/8/2014) úteis, contados da apresentação da fatura. (Parágrafo
§ 15. As preferências dispostas neste artigo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
prevalecem sobre as demais preferências previstas Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem
na legislação quando estas forem aplicadas sobre privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
produtos ou serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido microempresas e empresas de pequeno porte na
pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014) forma da lei. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº 147,
§ 16. (VETADO na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) de 7/8/2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação SEÇÃO II - Das Definições
promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
o art. 1° têm direito público subjetivo à fiel I - Obra - toda construção, reforma, fabricação,
observância do pertinente procedimento recuperação ou ampliação, realizada por execução
estabelecido nesta Lei, podendo qualquer cidadão direta ou indireta;
acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não II - Serviço - toda atividade destinada a obter
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização determinada utilidade de interesse para a
dos trabalhos. Administração, tais como: demolição, conserto,
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto instalação, montagem, operação, conservação,
nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja reparação, adaptação, manutenção, transporte,
ele praticado em qualquer esfera da Administração locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
Pública. técnico-profissionais;
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados III - Compra - toda aquisição remunerada de bens
nas licitações terão como expressão monetária a para fornecimento de uma só vez ou
moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no parceladamente;
art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da IV - Alienação - toda transferência de domínio de
Administração, no pagamento das obrigações bens a terceiros;
relativas ao fornecimento de bens, locações, V - Obras, serviços e compras de grande vulto -
realização de obras e prestação de serviços, aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte
obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea c do
a estrita ordem cronológica das datas de suas inciso I do art. 23 desta Lei;
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
razões de interesse público e mediante prévia cumprimento das obrigações assumidas por
justificativa da autoridade competente, empresas em licitações e contratos;
devidamente publicada. VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e
§ 1º Os créditos a que se referem este artigo terão entidades da Administração, pelos próprios meios;
seus valores corrigidos por critérios previstos no ato VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
convocatório e que lhes preservem o valor. contrata com terceiros, sob qualquer dos seguintes
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior, cujo regimes:
pagamento será feito junto com o principal, correrá à a) empreitada por preço global - quando se contrata
conta das mesmas dotações orçamentárias que a execução da obra ou do serviço por preço certo e
atenderam aos créditos a que se referem. total;

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b) empreitada por preço unitário - quando se sem frustrar o caráter competitivo para a sua
contrata a execução da obra ou do serviço por preço execução;
certo de unidades determinadas; e) subsídios para montagem do plano de licitação e
c) (VETADO) gestão da obra, compreendendo a sua programação,
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para a estratégia de suprimentos, as normas de
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fiscalização e outros dados necessários em cada
fornecimento de materiais; caso;
e) empreitada integral - quando se contrata um f) orçamento detalhado do custo global da obra,
empreendimento em sua integralidade, fundamentado em quantitativos de serviços e
compreendendo todas as etapas das obras, serviços fornecimentos propriamente avaliados;
e instalações necessárias, sob inteira X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao necessários e suficientes à execução completa da
contratante em condições de entrada em operação, obra, de acordo com as normas pertinentes da
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
utilização em condições de segurança estrutural e XI - Administração Pública - a Administração direta e
operacional e com as características adequadas às indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
finalidades para que foi contratada; dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos com personalidade jurídica de direito privado sob
necessários e suficientes, com nível de precisão controle do poder público e das fundações por ele
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou instituídas ou mantidas;
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
elaborado com base nas indicações dos estudos administrativa pela qual a Administração Pública
técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade opera e atua concretamente;
técnica e o adequado tratamento do impacto XIII - Imprensa oficial - veículo oficial de divulgação
ambiental do empreendimento, e que possibilite a da Administração Pública, sendo para a União o
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes Federal e os Municípios, o que for definido nas
elementos: respectivas leis;
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária
fornecer visão global da obra e identificar todos os do instrumento contratual;
seus elementos constitutivos com clareza; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
b) soluções técnicas globais e localizadas, de contrato com a Administração Pública;
suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
necessidade de reformulação ou de variantes criada pela Administração com a função de receber,
durante as fases de elaboração do projeto executivo examinar e julgar todos os documentos e
e de realização das obras e montagem; procedimentos relativos às licitações e ao
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de cadastramento de licitantes.
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
como suas especificações que assegurem os manufaturados, produzidos no território nacional de
melhores resultados para o empreendimento, sem acordo com o processo produtivo básico ou com as
frustrar o caráter competitivo para a sua execução; regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
d) informações que possibilitem o estudo e a federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de
dedução de métodos construtivos, instalações 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
provisórias e condições organizacionais para a obra, XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo

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federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
XIX - sistemas de tecnologia de informação e o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
comunicação estratégicos - bens e serviços de § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
tecnologia da informação e comunicação cuja de recursos financeiros para sua execução, qualquer
descontinuidade provoque dano significativo à que seja a sua origem, exceto nos casos de
administração pública e que envolvam pelo menos empreendimentos executados e explorados sob o
um dos seguintes requisitos relacionados às regime de concessão, nos termos da legislação
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, específica.
segurança e confidencialidade. (Inciso acrescido pela § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da
Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
licitação, de fornecimento de materiais e serviços
12.349, de 15/12/2010)
sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento -
não correspondam às previsões reais do projeto
bens, insumos, serviços e obras necessários para
básico ou executivo.
atividade de pesquisa científica e tecnológica,
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto
desenvolvimento de tecnologia ou inovação
inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa
características e especificações exclusivas, salvo nos
aprovado pela instituição contratante. (Inciso acrescido
pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)
casos em que for tecnicamente justificável ou ainda
SEÇÃO III - Das Obras e Serviços quando o fornecimento de tais materiais e serviços
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para for feito sob o regime de Administração contratada,
a prestação de serviços obedecerão ao disposto previsto e discriminado no ato convocatório.
neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
I - projeto básico; nulidade dos atos ou contratos realizados e a
II - projeto executivo; responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
III - execução das obras e serviços. § 7º Não será ainda computado como valor da obra
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente ou serviço, para fins de julgamento das propostas de
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade preços, a atualização monetária das obrigações de
competente, dos trabalhos relativos às etapas pagamento, desde a data final de cada período de
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual aferição até a do respectivo pagamento, que será
poderá ser desenvolvido concomitantemente com a calculada pelos mesmos critérios estabelecidos
execução das obras e serviços, desde que também obrigatoriamente no ato convocatório.
autorizado pela Administração. § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser Administração Pública os quantitativos das obras e
licitados quando: preços unitários de determinada obra executada.
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no
competente e disponível para exame dos que couber, aos casos de dispensa e de
interessados em participar do processo licitatório; inexigibilidade de licitação.
II - existir orçamento detalhado em planilhas que Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve
expressem a composição de todos os seus custos programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos
unitários; seus custos atual e final e considerados os prazos de
III - houver previsão de recursos orçamentários que sua execução.
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes Parágrafo único. É proibido o retardamento
de obras ou serviços a serem executados no exercício imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas
financeiro em curso, de acordo com o respectivo parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
cronograma; execução total, salvo insuficiência financeira ou

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comprovado motivo de ordem técnica, justificados d) tarefa;


em despacho circunstanciado da autoridade a que se e) empreitada integral.
refere o art. 26 desta Lei. Parágrafo único. (VETADO)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos
indiretamente, da licitação ou da execução de obra fins terão projetos padronizados por tipos,
ou serviço e do fornecimento de bens a eles categorias ou classes, exceto quando o projeto-
necessários: padrão não atender às condições peculiares do local
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa ou às exigências específicas do empreendimento.
física ou jurídica; Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, de obras e serviços serão considerados
responsável pela elaboração do projeto básico ou principalmente os seguintes requisitos:
executivo ou da qual o autor do projeto seja I - segurança;
dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou III - economia na execução, conservação e operação;
controlador, responsável técnico ou subcontratado; IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra,
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade materiais, tecnologia e matérias-primas existentes
contratante ou responsável pela licitação. no local para execução, conservação e operação;
§1º É permitida a participação do autor do projeto ou V - facilidade na execução, conservação e operação,
da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
licitação de obra ou serviço, ou na execução, como VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, segurança do trabalho adequadas;
supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a VII - impacto ambiental.
serviço da Administração interessada. SEÇÃO IV - Dos Serviços Técnicos Profissionais
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou Especializados
contratação de obra ou serviço que inclua a Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se
elaboração de projeto executivo como encargo do serviços técnicos profissionais especializados os
contratado ou pelo preço previamente fixado pela trabalhos relativos a:
Administração. I - estudos técnicos, planejamentos e projetos
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do básicos ou executivos;
disposto neste artigo, a existência de qualquer II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, financeiras ou tributárias;
pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se obras ou serviços;
os fornecimentos de bens e serviços a estes V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
necessários. administrativas;
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
membros da comissão de licitação. VII - restauração de obras de arte e bens de valor
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados histórico;
nas seguintes formas: VIII - (VETADO)
I - execução direta; § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de
II - execução indireta, nos seguintes regimes: licitação, os contratos para a prestação de serviços
a) empreitada por preço global; técnicos profissionais especializados deverão,
b) empreitada por preço unitário; preferencialmente, ser celebrados mediante a
c) (VETADO)

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realização de concurso, com estipulação prévia de III - validade do registro não superior a um ano.
prêmio ou remuneração. § 4º A existência de preços registrados não obriga a
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo Administração a firmar as contratações que deles
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
Lei. outros meios, respeitada a legislação relativa às
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos licitações, sendo assegurado ao beneficiário do
especializados que apresente relação de integrantes registro preferência em igualdade de condições.
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou § 5º O sistema de controle originado no quadro geral
como elemento de justificação de dispensa ou de preços, quando possível, deverá ser
inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir informatizado.
que os referidos integrantes realizem pessoal e § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para
diretamente os serviços objeto do contrato. impugnar preço constante do quadro geral em razão
SEÇÃO V - Das Compras de incompatibilidade desse com o preço vigente no
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada mercado.
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
orçamentários para seu pagamento, sob pena de I - a especificação completa do bem a ser adquirido
nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver sem indicação de marca;
dado causa. II - a definição das unidades e das quantidades a
Art. 15. As compras, sempre que possível deverão: serem adquiridas em função do consumo e utilização
I - atender ao princípio da padronização, que prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que
imponha compatibilidade de especificações técnicas possível, mediante adequadas técnicas quantitativas
e de desempenho, observadas, quando for o caso, as de estimação;
condições de manutenção, assistência técnica e III - as condições de guarda e armazenamento que
garantia oferecidas; não permitam a deterioração do material.
II - ser processadas através de sistema de registro de § 8º O recebimento de material de valor superior ao
preços; limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a
III - submeter-se às condições de aquisição e modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
pagamento semelhantes às do setor privado; comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em
necessárias para aproveitar as peculiaridades do órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos
mercado, visando economicidade; de amplo acesso público, à relação de todas as
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos compras feitas pela Administração direta ou indireta,
órgãos e entidades da Administração Pública. de maneira a clarificar a identificação do bem
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla comprado, seu preço unitário, a quantidade
pesquisa de mercado. adquirida, o nome do vendedor e o valor total da
§ 2º Os preços registrados serão publicados operação, podendo ser aglutinadas por itens as
trimestralmente para orientação da Administração, compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
na imprensa oficial. licitação.
§ 3º O sistema de registro de preços será Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
regulamentado por decreto, atendidas as aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no
peculiaridades regionais, observadas as seguintes inciso IX do art. 24.
condições; SEÇÃO VI - Das Alienações
I - seleção feita mediante concorrência; Art. 17. A alienação de bens da Administração
II - estipulação prévia do sistema de controle e Pública, subordinada à existência de interesse
atualização dos preços registrados;

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público devidamente justificado, será precedida de limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952,
avaliação e obedecerá às seguintes normas: de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
I - quando imóveis, dependerá de autorização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Alínea
legislativa para órgãos da Administração direta e acrescida pela Medida Provisória nº 458, de 10/2/2009,
convertida na Lei nº 11.952, de 25/6/2009, com redação dada
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
pela Lei nº 13.465, de 11/7/2017)
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
II - quando móveis dependerá de avaliação prévia e
avaliação prévia e de licitação na modalidade de
de licitação, dispensada esta nos seguintes casos;
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
a) dação em pagamento;
de interesse social, após avaliação de sua
b) doação, permitida exclusivamente para outro
oportunidade e conveniência sócio-econômica,
órgão ou entidade da administração pública, de
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos
nas alíneas f, h e i; (Alínea com redação dada pela Lei nº
ou entidades da Administração Pública;
11.952, de 25/6/2009)
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos
bolsa, observada a legislação específica;
requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) venda de títulos, na forma da legislação
d) investidura;
pertinente;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração
e) venda de bens produzidos ou comercializados por
pública, de qualquer esfera de governo;
órgãos ou entidades da Administração Pública, em
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
virtude de suas finalidades;
concessão de direito real de uso, locação ou
f) venda de materiais e equipamentos para outros
permissão de uso de bens imóveis residenciais
órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
construídos, destinados ou efetivamente utilizados
utilização previsível por quem deles dispõe.
no âmbito de programas habitacionais ou de
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea b do inciso
regularização fundiária de interesse social
I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a
desenvolvidos por órgãos ou entidades da
sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa
administração pública; (Alínea com redação dada pela Lei
nº 11.481, de 31/5/2007) jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo
g) procedimentos de legitimação de posse de que beneficiário.
trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de § 2º A Administração também poderá conceder título
1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
Administração Pública em cuja competência legal dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
inclua-se tal atribuição; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.196, I - a outro órgão ou entidade da Administração
de 21/11/2005) Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, II - a pessoa natural que, nos termos de lei,
concessão de direito real de uso, locação ou regulamento ou ato normativo do órgão
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial competente, haja implementado os requisitos
de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito exploração direta sobre área rural, observado o limite
de programas de regularização fundiária de interesse de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da de junho de 2009; (Inciso com redação dada pela Lei nº
administração pública; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.481, 13.465, de 11/7/2017)
de 31/05/2007) § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam
i) alienação e concessão de direito real de uso, dispensadas de autorização legislativa, porém
gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da submetem-se aos seguintes condicionamentos:
União e do Incra, onde incidam ocupações até o ("Caput" do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de

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21/11/2005, e com nova redação dada pela Lei nº 11.952, de valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta
25/6/2009)
Lei;
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
detenção por particular seja comprovadamente
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
anterior a 5 de maio de 2014; (Inciso acrescido pela Lei nº
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos
11.196, de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida
Provisória nº 910, de 10/12/2019)
a usinas hidrelétricas, desde que considerados
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos dispensáveis na fase de operação dessas unidades e
do regime legal e administrativo da destinação e da não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
regularização fundiária de terras públicas; (Inciso da concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.648,
de 27/5/1998)
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de § 4º A doação com encargo será licitada e de seu
exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis instrumento constarão obrigatoriamente os
de destinação de terras públicas, ou nas normas encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de
legais ou administrativas de zoneamento ecológico- reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
econômico; e (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de dispensada a licitação no caso de interesse público
21/11/2005) devidamente justificado.
IV - previsão de rescisão automática da concessão, § 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o
dispensada notificação, em caso de declaração de donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de
utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. financiamento, a cláusula de reversão e demais
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) obrigações serão garantidas por hipoteca em 2° grau
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: em favor do doador.
(“Caput” do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada
21/11/2005)
ou globalmente, em quantia não superior ao limite
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não
previsto no art. 23, inciso II, alínea "b ", desta Lei, a
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a
Administração poderá permitir o leilão.
sua exploração mediante atividades agropecuárias;
§ 7º (VETADO na Lei nº 11.481, de 31/5/2007)
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens
II - fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos
imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas
comprovação do recolhimento de quantia
superiores a esse limite; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196,
de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida Provisória correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
nº 910, de 10/12/2019) Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área cuja aquisição haja derivado de procedimentos
decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso alienados por ato da autoridade competente,
II deste parágrafo. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de observadas as seguintes regras:
21/11/2005) I - avaliação dos bens alienáveis;
IV - (VETADO na Lei nº 11.763, de 1/8/2008) II - comprovação da necessidade ou utilidade da
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta alienação;
Lei: III - adoção do procedimento licitatório, sob a
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros modalidade de concorrência ou leilão.
de área remanescente ou resultante de obra pública,
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente,
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que
esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do

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CAPÍTULO II - DA LICITAÇÃO b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo


SEÇÃO I - Das Modalidades, Limites e Dispensa "melhor técnica" ou "técnica e preço".
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde III - quinze dias para tomada de preços, nos casos não
se situar a repartição interessada, salvo por motivo especificados na alínea b do inciso anterior, ou leilão;
de interesse público, devidamente justificado. IV - cinco dias úteis para convite.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
impedirá a habilitação de interessados residentes ou serão contados a partir da última publicação do edital
sediados em outros locais. resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais efetiva disponibilidade do edital ou do convite e
das concorrências e das tomadas de preços, dos respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
concursos e dos leilões, embora realizadas no local da mais tarde.
repartição interessada, deverão ser publicados com § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
antecedência, no mínimo, por uma vez; pela mesma forma que se deu o texto original,
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,
licitação feita por órgão ou entidade da exceto quando, inquestionavelmente, a alteração
Administração Pública Federal e, ainda, quando se não afetar a formulação das propostas.
tratar de obras financiadas parcial ou totalmente Art. 22. São modalidades de licitação:
com recursos federais ou garantidas por instituições I - concorrência;
federais; II - tomada de preços;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, III - convite;
quando se tratar respectivamente, de licitação feita IV - concurso;
por órgão ou entidade da Administração Pública V - leilão;
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e quaisquer interessados que, na fase inicial de
também, se houver, em jornal de circulação no habilitação preliminar, comprovem possuir os
Município ou na região onde será realizada a obra, requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o para execução de seu objeto.
bem, podendo, ainda, a Administração, conforme o § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de entre interessados devidamente cadastrados ou que
divulgação para ampliar a área de competição. atenderem a todas as condições exigidas para
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
que os interessados poderão ler e obter o texto recebimento das propostas, observada a necessária
integral do edital e todas as informações sobre a qualificação.
licitação. § 3º Convite é a modalidade de licitação entre
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
propostas ou da realização do evento será: cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
I - quarenta e cinco dias para: número mínimo e 3 (três), pela unidade
a) concurso; administrativa, a qual afixará, em local apropriado,
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
contemplar o regime de empreitada integral ou demais cadastrados na correspondente
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou especialidade que manifestarem seu interesse com
"técnica e preço"; antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
II - trinta dias para: apresentação das propostas.
a) concorrência, nos casos não especificados na § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre
alínea b do inciso anterior; quaisquer interessados para escolha de trabalho

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técnico, científico ou artístico, mediante a instituição c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um


de prêmios ou remuneração aos vencedores, milhão e quinhentos mil reais); (Inciso com redação dada
conforme critérios constantes de edital publicado na pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) (Valor atualizado para R$
3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) pelo Decreto nº
imprensa oficial com antecedência mínima de 45
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30
(quarenta e cinco) dias. dias após a publicação)
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre II - para compras e serviços não referidos no inciso
quaisquer interessados para a venda de bens móveis anterior:
inservíveis para a Administração ou de produtos a) convite: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Valor
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a atualizado para R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais)
alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem pelo Decreto nº 9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da 19/6/2018, em vigor 30 dias após a publicação)

avaliação. b) tomada de preços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e


§ 6º Na hipótese do § 3° deste artigo, existindo na cinquenta mil reais); (Valor atualizado para R$ 1.430.000,00
(um milhão, quatrocentos e trinta mil reais) pelo Decreto nº
praça mais de três possíveis interessados, a cada
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30
novo convite, realizado para objeto idêntico ou dias após a publicação)
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, c) concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos
mais um interessado, enquanto existirem e cinquenta mil reais). (Inciso com redação dada pela Lei nº
cadastrados não convidados nas últimas licitações. 9.648, de 27/5/1998) (Valor atualizado para R$ 1.430.000,00 (um
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou milhão, quatrocentos e trinta mil reais) pelo Decreto nº 9.412, de
18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30 dias após
manifesto desinteresse dos convidados, for
a publicação)
impossível a obtenção do número mínimo de
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela
licitantes exigidos no § 3° deste artigo, essas
Administração serão divididas em tantas parcelas
circunstâncias deverão ser devidamente justificadas
quantas se comprovarem técnica e economicamente
no processo, sob pena de repetição do convite.
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de
melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no
licitação ou a combinação das referidas neste artigo.
mercado e à ampliação da competitividade sem
§ 9º Na hipótese do § 2° deste artigo, a Administração
perda da economia de escala.
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras
documentos previstos nos arts. 27 a 31, que
de bens, parceladas nos termos do parágrafo
comprovem habilitação compatível com o objeto da
anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
licitação, nos termos do edital.
serviço ou compra há de corresponder licitação
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem
distinta, preservada a modalidade pertinente para a
os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas
execução do objeto em licitação.
em função dos seguintes limites, tendo em vista o
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação
valor estimado da contratação:
cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto
I - para obras e serviços de engenharia:
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado
a) convite: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
o disposto no art. 19, como nas concessões de direito
reais); (Valor atualizado para R$ 330.000,00 (trezentos e trinta
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-
mil reais) pelo Decreto nº 9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU
de 19/6/2018, em vigor 30 dias após a publicação) se neste último caso, observados os limites deste
b) tomada de preços: até R$ 1.500.000,00 (um milhão artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou
e quinhentos mil reais); (Valor atualizado para R$ entidade dispuser de cadastro internacional de
3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) pelo Decreto nº fornecedores ou o convite, quando não houver
9.412, de 18/6/2018, publicado no DOU de 19/6/2018, em vigor 30 fornecedor do bem ou serviço no País.
dias após a publicação)

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§ 4º Nos casos em que couber convite, a II - para outros serviços e compras de valor até 10%
Administração poderá utilizar a tomada de preços e, (dez por cento) do limite previsto na alínea a do inciso
em qualquer caso, a concorrência. II do artigo anterior e para alienações, nos casos
§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
tomada de preços, conforme o caso, para parcelas de parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
serviços da mesma natureza e no mesmo local que (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
possam ser realizadas conjunta e III - nos casos de guerra ou grave perturbação da
concomitantemente, sempre que o somatório de ordem;
seus valores caracterizar o caso de tomada de preços IV - nos casos de emergência ou de calamidade
ou concorrência, respectivamente, nos termos deste pública, quando caracterizada urgência de
artigo, exceto para as parcelas de natureza específica atendimento de situação que possa ocasionar
que possam ser executadas por pessoas ou empresas prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
de especialidade diversa daquele do executor da obra obras, serviços, equipamentos e outros bens,
ou serviço. públicos ou particulares, e somente para os bens
§ 6º As organizações industriais da Administração necessários ao atendimento da situação emergencial
Federal direta, em face de suas peculiaridades, ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I que possam ser concluídas no prazo máximo de 180
deste artigo também para suas compras e serviços (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
em geral, desde que para a aquisição de materiais contados da ocorrência da emergência ou
aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
fabricação de meios operacionais bélicos contratos;
pertencentes à União. V - quando não acudirem interessados à licitação
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde anterior e esta, justificadamente, não puder ser
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, repetida sem prejuízo para a Administração,
é permitida a cotação de quantidade inferior à mantidas, neste caso, todas as condições
demandada na licitação, com vistas a ampliação da preestabelecidas;
competitividade, podendo o edital fixar quantitativo VI - quando a União tiver que intervir no domínio
mínimo para preservar a economia de escala. econômico para regular preços ou normalizar o
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) abastecimento;
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o VII - quando as propostas apresentadas consignarem
dobro dos valores mencionados no caput deste preços manifestamente superiores aos praticados no
artigo quando formado por até 3 (três) entes da mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
Federação, e o triplo, quando formado por maior fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
número. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005) que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei
Art. 24. É dispensável a licitação: e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
I - para obras e serviços de engenharia de valor até direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea a do constante do registro de preços, ou dos serviços;
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda público interno, de bens produzidos ou serviços
para obras e serviços da mesma natureza e no prestados por órgão ou entidade que integre a
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e Administração Pública e que tenha sido criado para
concomitantemente; (Inciso com redação dada pela Lei nº esse fim específico em data anterior à vigência desta
9.648, de 27/5/1998) Lei, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado;

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IX - quando houver possibilidade de XVII - para a aquisição de componentes ou peças de


comprometimento da segurança nacional, nos casos origem nacional ou estrangeira, necessários à
estabelecidos em decreto do Presidente da manutenção de equipamentos durante o período de
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
X - para compra ou locação de imóvel destinado ao equipamentos, quando tal condição de exclusividade
atendimento das finalidades precípuas da for indispensável para a vigência da garantia;
Administração, cujas necessidades de instalação e XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
localização condicionem a sua escolha, desde que o o abastecimento de navios, embarcações, unidades
preço seja compatível com o valor de mercado, aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento,
segundo avaliação prévia. quando em estada eventual de curta duração em
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
ou fornecimento, em consequência de rescisão sedes, por motivo de movimentação operacional ou
contratual, desde que atendida a ordem de de adestramento, quando a exiguidade dos prazos
classificação da licitação anterior e aceitas as legais puder comprometer a normalidade e os
mesmas condições oferecidas pelo licitante propósitos das operações e desde que seu valor não
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente exceda ao limite previsto na alínea a do inciso II do
corrigido; art. 23 desta Lei;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros XIX - para as compras de materiais de uso pelas
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
realização dos processos licitatórios pessoal e administrativo, quando houver
correspondentes, realizadas diretamente com base necessidade de manter a padronização requerida
no preço do dia; pela estrutura de apoio logístico dos meios navais,
XIII - na contratação de instituição brasileira aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
incumbida regimental ou estatutariamente da instituída por decreto;
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento XX - na contratação de associação de portadores de
institucional, ou de instituição dedicada à deficiência física, sem fins lucrativos e de
recuperação social do preso, desde que a contratada comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da
detenha inquestionável reputação ético-profissional Administração Pública, para a prestação de serviços
e não tenha fins lucrativos; ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos contratado seja compatível com o praticado no
de acordo internacional específico aprovado pelo mercado.
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
forem manifestamente vantajosas para o Poder pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de
Público; obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte cento) do valor de que trata a alínea "b" do inciso I do
e objetos históricos, de autenticidade certificada, caput do art. 23; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de
desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do 27/5/1998, e com redação dada pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)
órgão ou entidade; XXII - na contratação do fornecimento ou suprimento
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de de energia elétrica e gás natural com concessionário,
formulários padronizados de uso da Administração, permissionário ou autorizado, segundo as normas da
e de edições técnicas oficiais, bem como para a legislação específica; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de
27/5/1998, e com nova redação dada pela Lei nº 10.438, de
prestação de serviços de informática a pessoa
26/4/2002)
jurídica de direito público interno, por órgãos ou
XXIII - na contratação realizada por empresa pública
entidades que integrem a Administração Pública,
ou sociedade de economia mista com suas
criados para esse fim específico;

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subsidiárias e controladas, para a aquisição ou ratificadas pelo Comandante da Força. (Inciso acrescido
alienação de bens, prestação ou obtenção de pela Lei nº 11.783, de 17/9/2008)
serviços, desde que o preço contratado seja XXX - na contratação de instituição ou organização,
compatível com o praticado no mercado; (Inciso pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) prestação de serviços de assistência técnica e
XXIV - para a celebração de contratos de prestação extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
de serviços com as organizações sociais, qualificadas Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
no âmbito das respectivas esferas de governo, para Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
atividades contempladas no contrato de gestão. federal. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.188, de 11/1/2010,
(Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) (Vide ADIN nº publicada no DOU de 12/1/2010, em vigor 30 ( trinta) dias após a
1.923/1998) publicação )
XXV - na contratação realizada por Instituição XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
fomento para a transferência de tecnologia e para o de dezembro de 2004, observados os princípios
licenciamento de direito de uso ou de exploração de gerais de contratação dela constantes. (Inciso acrescido
criação protegida. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.973, de pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
2/12/2004) 12.349, de 15/12/2010)

XXVI - na celebração de contrato de programa com XXXII - na contratação em que houver transferência
ente da Federação ou com entidade de sua de tecnologia de produtos estratégicos para o
Administração indireta, para a prestação de serviços Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº
públicos de forma associada nos termos do 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
autorizado em contrato de consórcio público ou em elencados em ato da direção nacional do SUS,
convênio de cooperação. (Inciso acrescido pela Lei nº inclusive por ocasião da aquisição destes produtos
11.107, de 6/4/2005) durante as etapas de absorção tecnológica. (Inciso
XXVII - na contratação da coleta, processamento e acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012)
comercialização de resíduos sólidos urbanos XXXIII - na contratação de entidades privadas sem
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas consumo humano e produção de alimentos, para
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
público como catadores de materiais recicláveis, com pela seca ou falta regular de água. (Inciso acrescido pela
Medida Provisória nº 619, de 6/6/2013, convertida na Lei nº
o uso de equipamentos compatíveis com as normas
12.873, de 24/10/2013)
técnicas, ambientais e de saúde pública. (Inciso
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005 e com nova redação
dada pela Lei nº 11.445, de 5/1/2007) público interno de insumos estratégicos para a saúde
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou distribuídos por fundação que,
produzidos ou prestados no País, que envolvam, regimental ou estatutariamente, tenha por
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e finalidade apoiar órgão da administração pública
defesa nacional, mediante parecer de comissão direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
especialmente designada pela autoridade máxima ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
do órgão. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.484, de 31/5/2007) institucional, científico e tecnológico e estímulo à
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços inovação, inclusive na gestão administrativa e
para atender aos contingentes militares das Forças financeira necessária à execução desses projetos, ou
Singulares brasileiras empregadas em operações de em parcerias que envolvam transferência de
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e Único de Saúde - SUS, nos termos do inciso XXXII

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deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
específico em data anterior à vigência desta Lei, equivalentes.
desde que o preço contratado seja compatível com o II - para a contratação de serviços técnicos
praticado no mercado. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.204, enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza
de 14/12/2015) singular, com profissionais ou empresas de notória
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o especialização, vedada a inexigibilidade para
aprimoramento de estabelecimentos penais, desde serviços de publicidade e divulgação;
que configurada situação de grave e iminente risco à III - para contratação de profissional de qualquer
segurança pública. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.500, de setor artístico, diretamente ou através de empresário
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exclusivo, desde que consagrado pela crítica
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
especializada ou pela opinião pública.
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
§ 1º Considera-se de notória especialização o
compras, obras e serviços contratados por
profissional ou empresa, cujo conceito no campo de
consórcios públicos, sociedade de economia mista,
sua especialidade, decorrente de desempenho
empresa pública e por autarquia ou fundação
anterior, estudos, experiências, publicações,
qualificadas, na forma da lei, como Agências
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de
Executivas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.648, de
outros requisitos relacionados com suas atividades,
27/5/1998, transformado em §1º e com nova redação dada pela
Lei nº 12.715, de 17/9/2012)
permita inferir que o seu trabalho é essencial e
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou indiscutivelmente o mais adequado à plena
entidade que integre a administração pública satisfação do objeto do contrato.
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
se aplica aos órgãos ou entidades que produzem de dispensa, se comprovado superfaturamento,
produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei respondem solidariamente pelo dano causado à
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
elencados em ato da direção nacional do SUS. serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012) de outras sanções legais cabíveis.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
caput, quando aplicada a obras e serviços de 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
engenharia, seguirá procedimentos especiais inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
instituídos em regulamentação específica. (Parágrafo justificadas, e o retardamento previsto no final do
acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade
caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do superior, para ratificação e publicação na imprensa
caput. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver para a eficácia dos atos. (“Caput” do artigo com redação
inviabilidade de competição, em especial: dada pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005)
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou Parágrafo único. O processo de dispensa, de
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
empresa ou representante comercial exclusivo, artigo, será instruído, no que couber, com os
vedada a preferência de marca, devendo a seguintes elementos:
comprovação de exclusividade ser feita através de I - caracterização da situação emergencial,
atestado fornecido pelo órgão de registro do calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança
comércio do local em que se realizaria a licitação ou pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

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III - justificativa do preço. ramo de atividade e compatível com o objeto


IV - documento de aprovação dos projetos de contratual;
pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Inciso III - prova de regularidade para a Fazenda Federal,
acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) Estadual e Municipal do domicílio ou sede do
SEÇÃO II - Da Habilitação licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á IV - prova de regularidade relativa à Seguridade
dos interessados, exclusivamente, documentação Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
relativa a: (FGTS), demonstrando situação regular no
I - habilitação jurídica; cumprimento dos encargos sociais instituídos por
II - qualificação técnica; Lei.
III - qualificação econômico-financeira; V - prova de inexistência de débitos inadimplidos
IV - regularidade fiscal e trabalhista; (Inciso com redação perante a Justiça do Trabalho, mediante a
dada pela Lei nº 12.440, de 7/7/2011, publicada no DOU de
apresentação de certidão negativa, nos termos do
8/7/2011, em vigor 180 (cento oitenta) dias após a publicação)
Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
7º da Constituição Federal. (Inciso acrescido pela Lei nº
1943. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.440, de 7/7/2011, publicada
9.854, de 27/10/1999)
no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento oitenta) dias após a
Art. 28. A documentação relativa à habilitação
publicação)
jurídica, conforme o caso, consistirá em:
Art. 30. A documentação relativa à qualificação
I - cédula de identidade;
técnica limitar-se-á a:
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
I - registro ou inscrição na entidade profissional
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em
competente;
vigor, devidamente registrado, em se tratando de
II - comprovação de aptidão para desempenho de
sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por
atividade pertinente e compatível em características,
ações, acompanhado de documentos de eleição de
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e
seus administradores;
indicação das instalações e do aparelhamento e do
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de
pessoal técnico adequados e disponíveis para a
sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria
realização do objeto da licitação, bem como da
em exercício;
qualificação de cada um dos membros da equipe
V - decreto de autorização, em se tratando de
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
empresa ou sociedade estrangeira em
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de
funcionamento no País, e ato de registro ou
que recebeu os documentos, e, quando exigido, de
autorização para funcionamento expedido pelo
que tomou conhecimento de todas as informações e
órgão competente, quando a atividade assim o
das condições locais para o cumprimento das
exigir.
obrigações objeto da licitação;
Art. 29. A documentação relativa à regularidade
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em :
lei especial, quando for o caso.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.440, de
7/7/2011, publicada no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
oitenta) dias após a publicação) caput deste artigo, no caso das licitações pertinentes
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes devidamente registrados nas entidades profissionais
estadual ou municipal, se houver, relativo ao competentes, limitadas as exigências a:
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
licitante de possuir em seu quadro permanente, na

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data prevista para entrega da proposta, profissional preços e será efetuada exclusivamente por critérios
de nível superior ou outro devidamente reconhecido objetivos.
pela entidade competente, detentor de atestado de § 9º Entende-se por licitação de alta complexidade
responsabilidade técnica por execução de obra ou técnica aquela que envolva alta especialização, como
serviço de características semelhantes, limitadas fator de extrema relevância para garantir a execução
estas exclusivamente às parcelas de maior relevância do objeto a ser contratado, ou que possa
e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as comprometer a continuidade da prestação de
exigências de quantidades mínimas ou prazo serviços públicos essenciais.
máximos; § 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins
II - (VETADO) de comprovação da capacitação técnico-operacional
a) (VETADO) de que trata o inciso I do § 1° deste artigo deverão
b) (VETADO) participar da obra ou serviço objeto da licitação,
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor admitindo-se a substituição por profissionais de
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, experiência equivalente ou superior, desde que
serão definidas no instrumento convocatório. aprovada pela Administração.
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão § 11. (VETADO)
através de certidões ou atestados de obras ou § 12. (VETADO)
serviços similares de complexidade tecnológica e Art. 31. A documentação relativa à qualificação
operacional equivalente ou superior. econômico-financeira limitar-se-á a:
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis
comprovação de aptidão, quando for o caso, será do último exercício social, já exigíveis e apresentados
feita através de atestados fornecidos por pessoa na forma da lei, que comprovem a boa situação
jurídica de direito público ou privado. financeira da empresa, vedada a sua substituição por
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou atualizados por índices oficiais quando encerrado há
de época ou ainda em locais específicos, ou mais de 3 (três) meses da data de apresentação da
quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam proposta;
a participação na licitação. II - certidão negativa de falência ou concordata
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica,
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal ou de execução patrimonial, expedida no domicílio
técnico especializado, considerados essenciais para o da pessoa física;
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios
mediante a apresentação de relação explícita e da previstos no caput e § 1° do art. 56 desta Lei, limitada
declaração formal da sua disponibilidade, sob as a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade contratação.
e de localização prévia. § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
§ 7º (VETADO) demonstração da capacidade financeira do licitante
I - (VETADO) com vistas aos compromissos que terá que assumir
II - (VETADO) caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande exigência de valores mínimos de faturamento
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.
Administração exigir dos licitantes a metodologia de § 2º Administração, nas compras para entrega futura
execução, cuja avaliação, para efeito de sua e na execução de obras e serviços, poderá
aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos estabelecer, no instrumento convocatório da
licitação, a exigência de capital mínimo ou de

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patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias superveniência de fato impeditivo da habilitação .


previstas no § 1° do art. 56 desta Lei, como dado (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
objetivo de comprovação da qualificação § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de substituída por registro cadastral emitido por órgão
garantia ao adimplemento do contrato a ser ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
ulteriormente celebrado. registro tenha sido feito em obediência ao disposto
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido nesta Lei.
a que se refere o parágrafo anterior, não poderá § 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
contratação, devendo a comprovação ser feita internacionais, às exigências dos parágrafos
relativamente à data da apresentação da proposta, anteriores mediante documentos equivalentes,
na forma da lei, admitida a atualização para esta data autenticados pelos respectivos consulados e
através de índices oficiais. traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos representação legal no Brasil com poderes expressos
compromissos assumidos pelo licitante que para receber citação e responder administrativa ou
importem diminuição da capacidade operativa ou judicialmente.
absorção de disponibilidade financeira, calculada § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata
esta em função do patrimônio líquido atualizado e este artigo, prévio recolhimento de taxas ou
sua capacidade de rotação. emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do
§ 5º A comprovação da boa situação financeira da edital, quando solicitado, com os seus elementos
empresa será feita de forma objetiva, através do constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de
cálculo de índices contábeis previstos no edital e reprodução gráfica da documentação fornecida.
devidamente justificados no processo administrativo § 6º O disposto no § 4° deste artigo, no § 1° do art. 33
da licitação que tenha dado início ao certame e no § 2° do art. 55 não se aplica às licitações
licitatório, vedada a exigência de índices e valores internacionais para a aquisição de bens e serviços
não usualmente adotados para a correta avaliação de cujo pagamento seja feito com o produto de
situação financeira suficiente ao cumprimento das financiamento concedido por organismo financeiro
obrigações decorrentes da licitação. internacional de que o Brasil faça parte, ou por
§ 6º (VETADO) agência estrangeira de cooperação, nem nos casos
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação de contratação com empresa estrangeira, para a
poderão ser apresentados em original, por qualquer compra de equipamentos fabricados e entregues no
processo de cópia autenticada por cartório exterior, desde que para este caso tenha havido
competente ou por servidor da Administração ou prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,
publicação em órgão da imprensa oficial. nem nos casos de aquisição de bens e serviços
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 realizada por unidades administrativas com sede no
desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em exterior.
parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento § 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
de bens para pronta entrega e leilão. este artigo poderá ser dispensada, nos termos de
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere regulamento, no todo ou em parte, para a
o § 1º do art. 36, substitui os documentos contratação de produto para pesquisa e
enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou
disponibilizadas em sistema informatizado de até o valor previsto na alínea "a" do inciso II do caput
consulta direta indicado no edital, obrigando-se a do art. 23. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.243, de
11/1/2016)
parte a declarar, sob as penalidades legais, a

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Art. 33. Quando permitida na licitação a participação responsável a proceder, no mínimo anualmente,
de empresas em consórcio, observar-se-ão as através da imprensa oficial e de jornal diário, a
seguintes normas: chamamento público para a atualização dos registros
I - comprovação do compromisso público ou existentes e para o ingresso de novos interessados.
particular de constituição de consórcio, subscrito § 2º É facultado às unidades administrativas
pelos consorciados; utilizarem-se de registros cadastrais de outros
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio órgãos ou entidades da Administração Pública.
que deverá atender às condições de liderança, Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
obrigatoriamente fixadas no edital; atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. fornecerá os elementos necessários à satisfação das
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, exigências do art. 27 desta Lei.
admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o Art. 36. Os inscritos serão classificados por
somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, categorias, tendo-se em vista sua especialização,
para efeito de qualificação econômico-financeira, o subdivididas em grupos, segundo a qualificação
somatório dos valores de cada consorciado, na técnica e econômica avaliada pelos elementos
proporção de sua respectiva participação, podendo a constantes da documentação relacionada nos arts.
Administração estabelecer, para o consórcio, um 30 e 31 desta Lei.
acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
exigidos para licitante individual, inexigível este renovável sempre que atualizarem o registro.
acréscimo para os consórcios compostos, em sua § 2º A atuação do licitante no cumprimento de
totalidade, por micro e pequenas empresas assim obrigações assumidas será anotada no respectivo
definidas em Lei; registro cadastral.
IV - impedimento de participação de empresa Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
consorciada, na mesma licitação, através de mais de suspenso ou cancelado o registro do inscrito que
um consórcio ou isoladamente; deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta lei,
V - responsabilidade dos integrantes pelos atos ou as estabelecidas para classificação cadastral.
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação SEÇÃO IV - Do Procedimento e Julgamento
quanto na de execução do contrato. Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e com a abertura de processo administrativo,
estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à devidamente autuado, protocolado e numerado,
empresa brasileira, observado o disposto no inciso II contendo a autorização respectiva, a indicação
deste artigo. sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
antes da celebração do contrato, a constituição e o I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
registro do consórcio, nos termos do compromisso o caso;
referido no inciso I deste artigo. II - comprovante das publicações do edital resumido,
SEÇÃO III - Dos Registros Cadastrais na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do
Art. 34. Para os fins desta lei, os órgãos e entidades convite;
da Administração Pública que realizem III - ato de designação da comissão de licitação, do
frequentemente licitações manterão registros leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável
cadastrais para efeito de habilitação, na forma pelo convite;
regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. IV - original das propostas e dos documentos que as
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente instruírem;
divulgado e deverá estar permanentemente aberto V - atas, relatórios e deliberações da Comissão
aos interessados, obrigando-se a unidade por ele Julgadora;

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VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a como para início da abertura dos envelopes, e
licitação, dispensa ou inexigibilidade; indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
sua homologação; II - prazo e condições para assinatura do contrato ou
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
licitantes e respectivas manifestações e decisões; desta Lei, para execução do contrato e para entrega
IX - despacho de anulação ou de revogação da do objeto da licitação;
licitação, quando for o caso, fundamentado III - sanções para o caso de inadimplemento;
cicunstanciadamente; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, projeto básico;
conforme o caso; V - se há projeto executivo disponível na data da
XI - outros comprovantes de publicações; publicação do edital de licitação e o local onde possa
XII - demais documentos relativos à licitação. ser examinado e adquirido;
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, VI - condições para participação na licitação, em
bem como as dos contratos, acordos, convênios ou conformidade com os arts. 27 a 31 desta lei, e forma
ajustes devem ser previamente examinadas e de apresentação das propostas;
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. VII - critério para julgamento, com disposições claras
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma e parâmetros objetivos;
licitação ou para um conjunto de licitações VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) de comunicação à distância em que serão fornecidos
vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" elementos, informações e esclarecimentos relativos
desta Lei, o processo licitatório será iniciado, à licitação e às condições para atendimento das
obrigatoriamente, com uma audiência pública obrigações necessárias ao cumprimento de seu
concedida pela autoridade responsável com objeto;
antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da IX - condições equivalentes de pagamento entre
data prevista para a publicação do edital, e empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de
divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) licitações internacionais;
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão global, conforme o caso, permitida a fixação de
acesso e direito a todas as informações pertinentes e preços máximos e vedados a fixação de preços
a se manifestar todos os interessados. mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, em relação a preços de referência, ressalvado o
consideram-se licitações simultâneas aquelas com disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48. (Inciso com
objetos similares e com realização prevista para redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
intervalos são superiores a trinta dias, e licitações XI - critério de reajuste, que deverá retratar a
sucessivas aquelas em que, também com objetos variação efetiva do custo de produção, admitida a
similares, o edital subsequente tenha uma data adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
anterior a cento e vinte dias após o término do data prevista para apresentação da proposta, ou do
contrato resultante da licitação antecedente. orçamento a que essa proposta se referir, até a data
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de do adimplemento de cada parcela;
ordem em série anual, o nome da repartição XII - (VETADO)
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime XIII - limites, para pagamento de instalação e
de execução e o tipo da licitação, a menção de que mobilização para execução de obras ou serviços que
será regida por esta Lei, o local, dia e hora para serão obrigatoriamente previstos em separado das
recebimento da documentação e proposta, bem demais parcelas, etapas ou tarefas;

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XIV - condições de pagamento, prevendo: dias da data prevista para apresentação da proposta,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, poderão ser dispensados:
contado a partir da data final do período de I - o disposto no inciso XI deste artigo;
adimplemento de cada parcela; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c"
b) cronograma de desembolso máximo por período, do inciso XIV deste artigo, correspondente ao
em conformidade com a disponibilidade de recursos período compreendido entre as datas do
financeiros; adimplemento e a prevista para o pagamento, desde
c) critério de atualização financeira dos valores a que não superior a quinze dias.
serem pagos, desde a data final do período de § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo licitação para a contratação de serviços, exigir da
pagamento; contratada que um percentual mínimo de sua mão de
d) compensações financeiras e penalizações, por obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
eventuais atrasos, e descontos, por eventuais com a finalidade de ressocialização do reeducando,
antecipações de pagamentos; na forma estabelecida em regulamento. (Parágrafo
e) exigência de seguros, quando for o caso; acrescido pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
XV - instruções e normas para os recursos previstos Art. 41. A Administração não pode descumprir as
nesta Lei; normas e condições do edital, ao qual se acha
XVI - condições de recebimento do objeto da estritamente vinculada.
licitação; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da edital de licitação por irregularidade na aplicação
licitação. desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado dias úteis antes da data fixada para a abertura dos
em todas as folhas e assinado pela autoridade que o envelopes de habilitação, devendo a Administração
expedir, permanecendo no processo de licitação, e julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias
dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1° do
sua divulgação e fornecimento aos interessados. art. 113.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do
integrante: edital de licitação perante a Administração o licitante
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder
partes, desenhos, especificações e outros a abertura dos envelopes de habilitação em
complementos; concorrência, a abertura dos envelopes com as
II - orçamento estimado em planilhas de propostas em convite, tomada de preços ou
quantitativos e preços unitários; concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
Administração e o licitante vencedor; em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
IV - as especificações complementares e as normas § 3º A impugnação feita tempestivamente pelo
de execução pertinentes à licitação. licitante não o impedirá de participar do processo
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
como adimplemento da obrigação contratual a pertinente.
prestação do serviço, a realização da obra, a entrega § 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do
do bem ou de parcela destes, bem como qualquer seu direito de participar das fases subsequentes.
outro evento contratual a cuja ocorrência esteja Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional o
vinculada a emissão de documento de cobrança. edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim monetária e do comércio exterior e atender às
entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta exigências dos órgãos competentes.

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§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro propostas, desde que não tenha havido recurso ou
cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o após sua denegação;
poderá fazer o licitante brasileiro. III - abertura dos envelopes contendo as propostas
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido
eventualmente contratado em virtude da licitação de o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
que trata o parágrafo anterior será efetuado em desistência expressa, ou após o julgamento dos
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil recursos interpostos;
imediatamente anterior à data do efetivo IV - verificação da conformidade de cada proposta
pagamento. com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro os preços correntes no mercado ou fixados por órgão
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante oficial competente, ou ainda com os constantes do
estrangeiro. sistema de registro de preços, os quais deverão ser
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas devidamente registrados na ata de julgamento,
apresentadas por licitantes estrangeiros serão promovendo-se a desclassificação das propostas
acrescidas dos gravames consequentes dos mesmos desconformes ou incompatíveis;
tributos que oneram exclusivamente os licitantes V - julgamento e classificação das propostas de
brasileiros quanto à operação final de venda. acordo com os critérios de avaliação constantes do
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços edital;
ou aquisição de bens com recursos provenientes de VI - deliberação da autoridade competente quanto à
financiamento ou doação oriundos de agência oficial homologação e adjudicação do objeto da licitação.
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro § 1º A abertura dos envelopes contendo a
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser documentação para habilitação e as propostas será
admitidas, na respectiva licitação, as condições realizada sempre em ato público previamente
decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou designado, do qual se lavrará ata circunstanciada,
tratados internacionais, aprovados pelo Congresso assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
Nacional, bem como as normas e procedimentos § 2º Todos os documentos e propostas serão
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de rubricados pelos licitantes presentes e pela
seleção da proposta mais vantajosa para a Comissão.
Administração, o qual poderá contemplar, além do § 3º É facultada à comissão ou autoridade superior,
preço, outros fatores de avaliação desde que por elas em qualquer fase da licitação, a promoção de
exigidos para a obtenção do financiamento ou da diligência destinada a esclarecer ou a complementar
doação, e que também não conflitem com o princípio a instrução do processo, vedada a inclusão posterior
do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho de documento ou informação que deveria constar
motivado do órgão executor do contrato, despacho originariamente da proposta.
esse ratificado pela autoridade imediatamente § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência
superior. e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para preços e ao convite.
entrega no mesmo local de destino. § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
Art. 43. A licitação será processada e julgada com concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas
observância dos seguintes procedimentos: (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relacionado com a habilitação, salvo em razão de
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua fatos supervenientes ou só conhecidos após o
apreciação; julgamento.
II - devolução dos envelopes fechados aos
concorrentes inabilitados, contendo as respectivas

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§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência II - a de melhor técnica;


de proposta, salvo por motivo justo decorrente de III - a de técnica e preço;
fato superveniente e aceito pela Comissão. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de
Art. 44. No julgamento das propostas, a comissão alienação de bens ou concessão de direito real de
levará em consideração os critérios objetivos uso.
definidos no edital ou convite, os quais não devem § 2º No caso de empate entre duas ou mais
contrariar as normas e princípios estabelecidos por propostas, e após obedecido o disposto no § 2° do
esta Lei. art. 3° desta Lei, a classificação se fará,
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para
critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou o qual todos os licitantes serão convocados, vedado
reservado que possa ainda que indiretamente elidir o qualquer outro processo.
princípio da igualdade entre os licitantes. § 3º No caso da licitação do tipo menor preço, entre
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem os licitantes considerados qualificados a classificação
não prevista no edital ou no convite, inclusive se dará pela ordem crescente dos preços propostos,
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais critério previsto no parágrafo anterior.
licitantes. § 4º Para a contratação de bens e serviços de
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços informática, a Administração observará o disposto
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor no art. 3° da Lei n° 8.248, de 23 de outubro de 1991,
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e levando em conta os fatores especificados em seu §
salários de mercado, acrescidos dos respectivos 2° e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto de licitação nos casos indicados em decreto do Poder
quando se referirem a materiais e instalações de Executivo.
propriedade do próprio licitante, para os quais ele § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação
renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. não previstos neste artigo.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior se aplica § 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão
também às propostas que incluam mão-de-obra selecionadas tantas propostas quantas necessárias
estrangeira ou importações de qualquer natureza. até que se atinja a quantidade demandada na
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, licitação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
devendo a Comissão de licitação ou o responsável Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou
pelo convite realizá-lo em conformidade com os "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente
tipos de licitação, os critérios previamente para serviços de natureza predominantemente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com intelectual, em especial na elaboração de projetos,
os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos de engenharia consultiva em geral, e, em particular,
órgãos de controle. para a elaboração de estudos técnicos preliminares e
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto
licitação, exceto na modalidade concurso. no § 4° do artigo anterior.
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da § 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será
proposta mais vantajosa para a Administração adotado o seguinte procedimento claramente
determinar que será vencedor o licitante que explicitado no instrumento convocatório, o qual
apresentar a proposta de acordo com as fixará o preço máximo que a Administração se
especificações do edital ou convite e ofertar o menor propõe a pagar:
preço;

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I - serão abertos os envelopes contendo as propostas § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos


técnicas exclusivamente dos licitantes previamente neste artigo poderão ser adotados, por autorização
qualificados e feita então a avaliação e classificação expressa e mediante justificativa circunstanciada da
destas propostas de acordo com os critérios maior autoridade da Administração promotora
pertinentes e adequados a objeto licitado, definidos constante do ato convocatório, para fornecimento
com clareza e objetividade no instrumento de bens e execução de obras ou prestação de serviços
convocatório e que considerem a capacitação e a de grande vulto majoritariamente dependentes de
experiência do proponente, a qualidade técnica da tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio
proposta, compreendendo metodologia, restrito, atestado por autoridades técnicas de
organização, tecnologias e recursos materiais a reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto
serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das pretendido admitir soluções alternativas e variações
equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua de execução, com repercussões significativas sobre
execução; sua qualidade, produtividade, rendimento e
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, durabilidade concretamente mensuráveis, e estas
proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes,
licitantes que tenham atingido a valorização mínima na conformidade dos critérios objetivamente fixados
estabelecida no instrumento convocatório e à no ato convocatório.
negociação das condições propostas, com a § 4º (VETADO)
proponente melhor classificada, com base nos Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e
orçamentos detalhados apresentados e respectivos serviços, quando for adotada a modalidade de
preços unitários e tendo como referência o limite execução de empreitada por preço global, a
representado pela proposta de menor preço entre os Administração deverá fornecer obrigatoriamente,
licitantes que obtiveram a valorização mínima; junto com o edital, todos os elementos e
III - no caso de impasse na negociação anterior, informações necessárias para que os licitantes
procedimento idêntico será adotado, possam elaborar suas propostas de preços com total
sucessivamente, com os demais proponentes, pela e completo conhecimento do objeto da licitação .
ordem de classificação, até a consecução de acordo Art. 48. Serão desclassificadas:
para a contratação; I - as propostas que não atendam às exigências do ato
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas convocatório da licitação;
aos licitantes que não forem preliminarmente II - propostas com valor global superior ao limite
habilitados ou que não obtiverem a valorização estabelecido ou com preços manifestamente
mínima estabelecida para a proposta técnica. inexequíveis, assim considerados aqueles que não
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo documentação que comprove que os custos dos
anterior, o seguinte procedimento claramente insumos são coerentes com os de mercado e que os
explicitado no instrumento convocatório: coeficientes de produtividade são compatíveis com a
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas execução do objeto do contrato, condições estas
de preços, de acordo com critérios objetivos necessariamente especificadas no ato convocatório
preestabelecidos no instrumento convocatório; da licitação.
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste
com a média ponderada das valorizações das artigo, consideram-se manifestamente inexequíveis,
propostas técnicas e de preço, de acordo com os no caso de licitações de menor preço para obras e
pesos preestabelecidos no instrumento serviços de engenharia, as propostas cujos valores
convocatório. sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor
dos seguintes valores:

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a) média aritmética dos valores das propostas das propostas ou com terceiros estranhos ao
superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
orçado pela Administração, ou Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em
b) valor orçado pela Administração. (Parágrafo acrescido registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento,
pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) e as propostas serão processadas e julgadas por
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3
parágrafo anterior cujo valor global da proposta for (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a servidores qualificados pertencentes aos quadros
que se referem as alíneas a e b, será exigida, para a permanentes dos órgãos da Administração
assinatura do contrato, prestação de garantia responsáveis pela licitação.
adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do § 1º No caso de convite, a comissão de licitação,
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do excepcionalmente, nas pequenas unidades
parágrafo anterior e o valor da correspondente administrativas e em face da exiguidade de pessoal
proposta. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) disponível, poderá ser substituída por servidor
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou formalmente designado pela autoridade
todas as propostas forem desclassificadas, a competente.
Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de § 2º A comissão para julgamento dos pedidos de
oito dias úteis para a apresentação de nova inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
documentação ou de outras propostas escoimadas cancelamento, será integrada por profissionais
das causas referidas neste artigo, facultada, no caso legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. aquisição de equipamentos.
(Parágrafo único transformado em § 3º pela Lei nº 9.648, de
§ 3º Os membros das comissões de licitação
27/5/1998)
responderão solidariamente por todos os atos
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
praticados pela comissão, salvo se posição individual
do procedimento somente poderá revogar a licitação
divergente estiver devidamente fundamentada e
por razões de interesse público decorrente de fato
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver
superveniente devidamente comprovado,
sido tomada a decisão.
pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
§ 4º A investidura dos membros das Comissões
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e
recondução da totalidade de seus membros para a
devidamente fundamentado.
mesma comissão no período subsequente.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
motivo de ilegalidade não gera obrigação de
uma comissão especial integrada por pessoas de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da
do art. 59 desta Lei.
matéria em exame, servidores públicos ou não.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4° do art. 22
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único
desta Lei deve ser precedido de regulamento
do art. 59 desta Lei.
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
indicado no edital.
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos
I - a qualificação exigida dos participantes;
aplicam-se aos atos do procedimento de dispensa e
II - as diretrizes e a forma de apresentação do
de inexigibilidade de licitação.
trabalho;
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o
III - as condições de realização do concurso e os
contrato com preterição da ordem de classificação
prêmios a serem concedidos.

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§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá de provas ou de provas e títulos, de acordo com a


autorizar a Administração a executá-lo quando julgar natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
conveniente. forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial para cargo em comissão declarado em lei de livre
ou a servidor designado pela Administração, nomeação e exoneração; (Inciso com redação dada pela
procedendo-se na forma da legislação pertinente. Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente III - o prazo de validade do concurso público será de
avaliado pela Administração para fixação do preço até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
mínimo de arrematação. período;
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% de convocação, aquele aprovado em concurso
(cinco por cento), e, após a assinatura da respectiva público de provas ou de provas e títulos será
ata lavrada no local do leilão, imediatamente convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;
entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao
V - as funções de confiança, exercidas
pagamento do restante no prazo estipulado no edital
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
de convocação, sob pena de perder em favor da
efetivo, e os cargos em comissão, a serem
Administração o valor já recolhido.
preenchidos por servidores de carreira nos casos,
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da
condições e percentuais mínimos previstos em lei,
parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
horas.
e assessoramento; (Inciso com redação dada pela Emenda
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente
Constitucional nº 19, de 1998)
divulgado principalmente no município em que se
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
realizará.
livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica; (Inciso com redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - art. 37 ao 41 VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
CAPÍTULO VII - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
SEÇÃO I - Disposições Gerais
tempo determinado para atender a necessidade
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
temporária de excepcional interesse público;
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
X - a remuneração dos servidores públicos e o
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
princípios de legalidade, impessoalidade,
poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
observada a iniciativa privativa em cada caso,
seguinte: (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
Constitucional nº 19, de 1998)
data e sem distinção de índices; (Inciso com redação dada
I - os cargos, empregos e funções públicas são
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
acessíveis aos brasileiros que preencham os
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
cargos, funções e empregos públicos da
estrangeiros, na forma da lei; (Inciso com redação dada
administração direta, autárquica e fundacional, dos
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
membros de qualquer dos Poderes da União, dos
II - a investidura em cargo ou emprego público
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
depende de aprovação prévia em concurso público
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes

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políticos e os proventos, pensões ou outra espécie regulamentadas; (Alínea com redação dada pela Emenda
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, Constitucional nº 34, de 2001)
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra XVII - a proibição de acumular estende-se a
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, empregos e funções e abrange autarquias,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal fundações, empresas públicas, sociedades de
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito público; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
XVIII - a administração fazendária e seus servidores
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
jurisdição, precedência sobre os demais setores
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
administrativos, na forma da lei;
centésimos por cento do subsídio mensal, em
XIX - somente por lei específica poderá ser criada
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
autarquia e autorizada a instituição de empresa
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
pública, de sociedade de economia mista e de
aos membros do Ministério Público, aos
fundação, cabendo à lei complementar, neste último
Procuradores e aos Defensores Públicos; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003) caso, definir as áreas de sua atuação; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
XX - depende de autorização legislativa, em cada
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
caso, a criação de subsidiárias das entidades
pagos pelo Poder Executivo;
mencionadas no inciso anterior, assim como a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
participação de qualquer delas em empresa privada;
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
XXI - ressalvados os casos especificados na
remuneração de pessoal do serviço público; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) legislação, as obras, serviços, compras e alienações
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por serão contratados mediante processo de licitação
servidor público não serão computados nem pública que assegure igualdade de condições a todos
acumulados para fins de concessão de acréscimos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
ulteriores; (Inciso com redação dada pela Emenda obrigações de pagamento, mantidas as condições
Constitucional nº 19, de 1998) efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de somente permitirá as exigências de qualificação
cargos e empregos públicos são irredutíveis, técnica e econômica indispensáveis à garantia do
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo cumprimento das obrigações.
e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Inciso XXII - as administrações tributárias da União, dos
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de exercidas por servidores de carreiras específicas,
horários, observado em qualquer caso o disposto no terão recursos prioritários para a realização de suas
inciso XI: (“Caput” do inciso com redação dada pela Emenda atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
Constitucional nº 19, de 1998)
com o compartilhamento de cadastros e de
a) a de dois cargos de professor;
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
científico; § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
c) a de dois cargos ou empregos privativos de serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
profissionais de saúde, com profissões caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou

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imagens que caracterizem promoção pessoal de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
autoridades ou servidores públicos. cabendo à lei dispor sobre:
§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III I - o prazo de duração do contrato;
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade II - os controles e critérios de avaliação de
responsável, nos termos da lei. desempenho, direitos, obrigações e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do responsabilidade dos dirigentes;
usuário na administração pública direta e indireta, III - a remuneração do pessoal. (Parágrafo acrescido pela
regulando especialmente: Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
públicos em geral, asseguradas a manutenção de públicas e às sociedades de economia mista, e suas
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
periódica, externa e interna, da qualidade dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
serviços; pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
II - o acesso dos usuários a registros administrativos geral. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19,
e a informações sobre atos de governo, observado o de 1998)
disposto no art. 5º, X e XXXIII; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
III - a disciplina da representação contra o exercício de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
na administração pública. (Parágrafo com redação dada função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
§ 4º Os atos de improbidade administrativa cargos em comissão declarados em lei de livre
importarão a suspensão dos direitos políticos, a nomeação e exoneração. (Parágrafo acrescido pela
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou previstas em lei. (Parágrafo acrescido pela Emenda
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as Constitucional nº 47, de 2005)

respectivas ações de ressarcimento. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput


deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
responderão pelos danos que seus agentes, nessa respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito limite único, o subsídio mensal dos
de regresso contra o responsável nos casos de dolo Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
ou culpa. limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao por cento do subsídio mensal dos Ministros do
ocupante de cargo ou emprego da administração Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
direta e indireta que possibilite o acesso a disposto neste parágrafo aos subsídios dos
informações privilegiadas. (Parágrafo acrescido pela Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e § 13. O servidor público titular de cargo efetivo
financeira dos órgãos e entidades da administração poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
direta e indireta poderá ser ampliada mediante atribuições e responsabilidades sejam compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
contrato, a ser firmado entre seus administradores e
o poder público, que tenha por objeto a fixação de física ou mental, enquanto permanecer nesta
condição, desde que possua a habilitação e o nível de

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escolaridade exigidos para o cargo de destino, competência, regime jurídico único e planos de
mantida a remuneração do cargo de origem. carreira para os servidores da administração pública
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide
2019) ADIN nº 2.135-4)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
tempo de contribuição decorrente de cargo, demais componentes do sistema remuneratório
emprego ou função pública, inclusive do Regime observará:
Geral de Previdência Social, acarretará o I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo complexidade dos cargos componentes de cada
de contribuição. (Parágrafo acrescido pela Emenda carreira;
Constitucional nº 103, de 2019)
II - os requisitos para a investidura;
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias
III - as peculiaridades dos cargos. (Parágrafo com redação
de servidores públicos e de pensões por morte a seus dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dependentes que não seja decorrente do disposto § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em manterão escolas de governo para a formação e o
lei que extinga regime próprio de previdência social. aperfeiçoamento dos servidores públicos,
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de
constituindo-se a participação nos cursos um dos
2019)
requisitos para a promoção na carreira, facultada,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
para isso, a celebração de convênios ou contratos
autárquica e fundacional, no exercício de mandato
entre os entes federados. (Parágrafo com redação dada
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (“Caput”
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
função; estabelecer requisitos diferenciados de admissão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado quando a natureza do cargo o exigir. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
optar pela sua remuneração;
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
III - investido no mandato de Vereador, havendo
Estaduais e Municipais serão remunerados
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
outra espécie remuneratória, obedecido, em
anterior;
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Parágrafo
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
promoção por merecimento;
maior e a menor remuneração dos servidores
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
previdência social, permanecerá filiado a esse
art. 37, XI. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
regime, no ente federativo de origem. (Inciso com 19, de 1998)
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
SEÇÃO II - Dos Servidores Públicos
publicarão anualmente os valores do subsídio e da
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
remuneração dos cargos e empregos públicos.
Municípios instituirão, no âmbito de sua (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos estabelecida mediante emenda às respectivas
orçamentários provenientes da economia com Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo
despesas correntes em cada órgão, autarquia e de contribuição e os demais requisitos estabelecidos
fundação, para aplicação no desenvolvimento de em lei complementar do respectivo ente federativo.
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
programas de qualidade e produtividade,
2019)
treinamento e desenvolvimento, modernização,
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido
produtividade. (Parágrafo acrescido pela Emenda para o Regime Geral de Previdência Social,
Constitucional nº 19, de 1998)
observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Parágrafo com
§ 8º A remuneração dos servidores públicos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
organizados em carreira poderá ser fixada nos § 3º As regras para cálculo de proventos de
termos do § 4º. (Parágrafo acrescido pela Emenda aposentadoria serão disciplinadas em lei do
Constitucional nº 19, de 1998) respectivo ente federativo. (Parágrafo com redação dada
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
temporário ou vinculadas ao exercício de função de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
confiança ou de cargo em comissão à remuneração diferenciados para concessão de benefícios em
do cargo efetivo. (Parágrafo acrescido pela Emenda regime próprio de previdência social, ressalvado o
Constitucional nº 103, de 2019) disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Parágrafo com
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
contributivo e solidário, mediante contribuição do complementar do respectivo ente federativo idade e
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de tempo de contribuição diferenciados para
aposentados e de pensionistas, observados critérios aposentadoria de servidores com deficiência,
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
(“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda realizada por equipe multiprofissional e
Constitucional nº 103, de 2019) interdisciplinar. (Parágrafo acrescido pela Emenda
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de Constitucional nº 103, de 2019)
previdência social será aposentado: (Parágrafo com § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar do respectivo ente federativo idade e
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no tempo de contribuição diferenciados para
cargo em que estiver investido, quando insuscetível aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a penitenciário, de agente socioeducativo ou de
realização de avaliações periódicas para verificação policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput
da continuidade das condições que ensejaram a do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos
concessão da aposentadoria, na forma de lei do I a IV do caput do art. 144. (Parágrafo acrescido pela
respectivo ente federativo; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais complementar do respectivo ente federativo idade e
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de tempo de contribuição diferenciados para
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
forma de lei complementar; (Inciso com redação dada pela exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos associação desses agentes, vedada a caracterização
de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos por categoria profissional ou ocupação. (Parágrafo
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade proventos de inatividade com remuneração de cargo
mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às acumulável na forma desta Constituição, cargo em
idades decorrentes da aplicação do disposto no comissão declarado em lei de livre nomeação e
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de exoneração, e de cargo eletivo. (Parágrafo com redação
efetivo exercício das funções de magistério na dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
educação infantil e no ensino fundamental e médio § 12. Além do disposto neste artigo, serão
fixado em lei complementar do respectivo ente observados, em regime próprio de previdência social,
federativo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Constitucional nº 103, de 2019) Regime Geral de Previdência Social. (Parágrafo com
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é § 13. Aplica-se ao agente público ocupante,
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
conta de regime próprio de previdência social, lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
aplicando-se outras vedações, regras e condições temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
para a acumulação de benefícios previdenciários emprego público, o Regime Geral de Previdência
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. Social. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 103, de 2019)
103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo respectivo Poder Executivo, regime de previdência
dependente, o benefício de pensão por morte será complementar para servidores públicos ocupantes
concedido nos termos de lei do respectivo ente de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a benefícios do Regime Geral de Previdência Social
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º- para o valor das aposentadorias e das pensões em
B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em regime próprio de previdência social, ressalvado o
razão da função. (Parágrafo com redação dada pela Emenda disposto no § 16. (Parágrafo com redação dada pela
Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios § 15. O regime de previdência complementar de que
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
real, conforme critérios estabelecidos em lei. modalidade contribuição definida, observará o
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio
de 2003)
de entidade fechada de previdência complementar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, ou de entidade aberta de previdência complementar.
distrital ou municipal será contado para fins de (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º- 103, de 2019)
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente § 16. Somente mediante sua prévia e expressa
será contado para fins de disponibilidade. (Parágrafo opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ao servidor que tiver ingressado no serviço público
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de até a data da publicação do ato de instituição do
contagem de tempo de contribuição fictício. correspondente regime de previdência
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
complementar. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma § 17. Todos os valores de remuneração considerados
total dos proventos de inatividade, inclusive quando
para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos devidamente atualizados, na forma da lei. (Parágrafo
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
contribuição para o regime geral de previdência § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
social, e ao montante resultante da adição de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime

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de que trata este artigo que superem o limite contribuições e dos bens, direitos e ativos de
máximo estabelecido para os benefícios do regime qualquer natureza;
geral de previdência social de que trata o art. 201, VI - mecanismos de equacionamento do déficit
com percentual igual ao estabelecido para os atuarial;
servidores titulares de cargos efetivos. (Parágrafo VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
regime, observados os princípios relacionados com
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em
governança, controle interno e transparência;
lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
VIII - condições e hipóteses para responsabilização
cargo efetivo que tenha completado as exigências
daqueles que desempenhem atribuições
para a aposentadoria voluntária e que opte por
relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão
permanecer em atividade poderá fazer jus a um
do regime;
abono de permanência equivalente, no máximo, ao
valor da sua contribuição previdenciária, até IX - condições para adesão a consórcio público;
completar a idade para aposentadoria compulsória. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, definição de alíquota de contribuições ordinárias e
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de extraordinárias. (Parágrafo acrescido pela Emenda
2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
próprio de previdência social e de mais de um órgão exercício os servidores nomeados para cargo de
ou entidade gestora desse regime em cada ente provimento efetivo em virtude de concurso público.
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda
entidades autárquicas e fundacionais, que serão Constitucional nº 19, de 1998)
responsáveis pelo seu financiamento, observados os § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica I - em virtude de sentença judicial transitada em
definidos na lei complementar de que trata o § 22. julgado;
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, II - mediante processo administrativo em que lhe seja
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de assegurada ampla defesa;
2019)
III - mediante procedimento de avaliação periódica
§ 21. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de
de desempenho, na forma de lei complementar,
2005, e revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
assegurada ampla defesa. (Parágrafo com redação dada
(Vide inciso II do art. 36 da Emenda Constitucional nº 103, de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
2019)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
de previdência social, lei complementar federal
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais
de origem, sem direito a indenização, aproveitado
de organização, de funcionamento e de
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
outros aspectos, sobre: (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
I - requisitos para sua extinção e consequente de 1998)
migração para o Regime Geral de Previdência Social; § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de desnecessidade, o servidor estável ficará em
utilização dos recursos; disponibilidade, com remuneração proporcional ao
III - fiscalização pela União e controle externo e tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
social; em outro cargo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
V - condições para instituição do fundo com
é obrigatória a avaliação especial de desempenho
finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e
por comissão instituída para essa finalidade.
para vinculação a ele dos recursos provenientes de (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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morador, salvo em caso de flagrante delito ou


Noções de Direito desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
Constitucional por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
comunicações telegráficas, de dados e das
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
INDIVIDUAIS E COLETIVOS estabelecer para fins de investigação criminal ou
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção instrução processual penal;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade profissão, atendidas as qualificações profissionais
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à que a lei estabelecer;
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
I - homens e mulheres são iguais em direitos e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
obrigações, nos termos desta Constituição; exercício profissional;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer XV - é livre a locomoção no território nacional em
alguma coisa senão em virtude de lei; tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
III - ninguém será submetido a tortura nem a da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
tratamento desumano ou degradante; bens;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
vedado o anonimato; armas, em locais abertos ao público,
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional independentemente de autorização, desde que não
ao agravo, além da indenização por dano material, frustrem outra reunião anteriormente convocada
moral ou à imagem; para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de aviso à autoridade competente;
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos XVII - é plena a liberdade de associação para fins
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
locais de culto e a suas liturgias; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de de cooperativas independem de autorização, sendo
assistência religiosa nas entidades civis e militares de vedada a interferência estatal em seu
internação coletiva; funcionamento;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XIX - as associações só poderão ser
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação primeiro caso, o trânsito em julgado;
alternativa, fixada em lei; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, a permanecer associado;
artística, científica e de comunicação, XXI - as entidades associativas, quando
independentemente de censura ou licença; expressamente autorizadas, têm legitimidade para
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a representar seus filiados judicial ou
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito extrajudicialmente;
a indenização pelo dano material ou moral XXII - é garantido o direito de propriedade;
decorrente de sua violação; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
nela podendo penetrar sem consentimento do desapropriação por necessidade ou utilidade pública,

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ou por interesse social, mediante justa e prévia XXXIV - são a todos assegurados,
indenização em dinheiro, ressalvados os casos independentemente do pagamento de taxas:
previstos nesta Constituição; a) o direito de petição aos poderes públicos em
XXV - no caso de iminente perigo público, a defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
autoridade competente poderá usar de propriedade poder;
particular, assegurada ao proprietário indenização b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
ulterior, se houver dano; para defesa de direitos e esclarecimento de situações
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida de interesse pessoal;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
objeto de penhora para pagamento de débitos Judiciário lesão ou ameaça a direito;
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
lei sobre os meios de financiar o seu jurídico perfeito e a coisa julgada;
desenvolvimento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, organização que lhe der a lei, assegurados:
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; a) a plenitude de defesa;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: b) o sigilo das votações;
a) a proteção às participações individuais em obras c) a soberania dos veredictos;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, d) a competência para o julgamento dos crimes
inclusive nas atividades desportivas; dolosos contra a vida;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
econômico das obras que criarem ou de que nem pena sem prévia cominação legal;
participarem aos criadores, aos intérpretes e às XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
respectivas representações sindicais e associativas; réu;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
industriais privilégio temporário para sua utilização, dos direitos e liberdades fundamentais;
bem como proteção às criações industriais, à XLII - a prática do racismo constitui crime
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse reclusão, nos termos da lei;
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
do País; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
XXX - é garantido o direito de herança; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
País será regulada pela lei brasileira em benefício do por eles respondendo os mandantes, os executores e
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não os que, podendo evitá-los, se omitirem;
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
do consumidor; ordem constitucional e o Estado democrático;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
públicos informações de seu interesse particular, ou condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no e a decretação do perdimento de bens ser, nos
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à executadas, até o limite do valor do patrimônio
segurança da sociedade e do Estado; transferido;

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XLVI - a lei regulará a individualização da pena e LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
adotará, entre outras, as seguintes: pública, se esta não for intentada no prazo legal;
a) privação ou restrição da liberdade; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
b) perda de bens; processuais quando a defesa da intimidade ou o
c) multa; interesse social o exigirem;
d) prestação social alternativa; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
e) suspensão ou interdição de direitos; ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
XLVII - não haverá penas: judiciária competente, salvo nos casos de
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos transgressão militar ou crime propriamente militar,
termos do art. 84, XIX; definidos em lei;
b) de caráter perpétuo; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
c) de trabalhos forçados; encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
d) de banimento; competente e à família do preso ou à pessoa por ele
e) cruéis; indicada;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
e o sexo do apenado; assegurada a assistência da família e de advogado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à LXIV - o preso tem direito à identificação dos
integridade física e moral; responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
L - às presidiárias serão asseguradas condições para policial;
que possam permanecer com seus filhos durante o LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
período de amamentação; pela autoridade judiciária;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
naturalizado, em caso de crime comum, praticado quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
antes da naturalização, ou de comprovado sem fiança;
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
drogas afins, na forma da lei; responsável pelo inadimplemento voluntário e
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por inescusável de obrigação alimentícia e a do
crime político ou de opinião; depositário infiel;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
senão pela autoridade competente; alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
bens sem o devido processo legal; por ilegalidade ou abuso de poder;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
administrativo, e aos acusados em geral são proteger direito líquido e certo, não amparado por
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
os meios e recursos a ela inerentes; pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
obtidas por meios ilícitos; atribuições do poder público;
LVII - ninguém será considerado culpado até o LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; impetrado por:
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a a) partido político com representação no Congresso
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas Nacional;
em lei; b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em

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funcionamento há pelo menos um ano, em defesa tratados internacionais em que a República


dos interesses de seus membros ou associados; Federativa do Brasil seja parte.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável direitos humanos que forem aprovados, em cada
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à quintos dos votos dos respectivos membros, serão
soberania e à cidadania; equivalentes às emendas constitucionais. (Parágrafo
LXXII - conceder-se-á habeas data: acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a) para assegurar o conhecimento de informações § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
relativas à pessoa do impetrante, constantes de Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
registros ou bancos de dados de entidades adesão. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
administrativo; alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
ação popular que vise a anular ato lesivo ao maternidade e à infância, a assistência aos
patrimônio público ou de entidade de que o Estado desamparados, na forma desta Constituição. (Artigo
participe, à moralidade administrativa, ao meio com redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
custas judiciais e do ônus da sucumbência; condição social:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral I - relação de emprego protegida contra despedida
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
recursos; complementar, que preverá indenização
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro compensatória, dentre outros direitos;
judiciário, assim como o que ficar preso além do II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
tempo fixado na sentença; involuntário;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente III - fundo de garantia do tempo de serviço;
pobres, na forma da lei: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
a) o registro civil de nascimento; unificado, capaz de atender às suas necessidades
b) a certidão de óbito; vitais básicas e às de sua família com moradia,
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários higiene, transporte e previdência social, com
ao exercício da cidadania. reajustes periódicos que lhe preservem o poder
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
são assegurados a razoável duração do processo e os qualquer fim;
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. V - piso salarial proporcional à extensão e à
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) complexidade do trabalho;
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
fundamentais têm aplicação imediata. convenção ou acordo coletivo;
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
Constituição não excluem outros decorrentes do para os que percebem remuneração variável;
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos VIII - décimo terceiro salário com base na
remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

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IX - remuneração do trabalho noturno superior à do XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
diurno; do empregador, sem excluir a indenização a que este
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
crime sua retenção dolosa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
XI - participação nos lucros, ou resultados, relações de trabalho, com prazo prescricional de
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
participação na gestão da empresa, conforme até o limite de dois anos após a extinção do contrato
definido em lei; de trabalho; (Inciso com redação dada pela Emenda
XII - salário-família pago em razão do dependente do Constitucional nº 28, de 2000)
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Inciso a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada de funções e de critério de admissão por motivo de
a compensação de horários e a redução da jornada, sexo, idade, cor ou estado civil;
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XXXI - proibição de qualquer discriminação no
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado tocante a salário e critérios de admissão do
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo trabalhador portador de deficiência;
negociação coletiva; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
XV - repouso semanal remunerado, técnico e intelectual ou entre os profissionais
preferencialmente aos domingos; respectivos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do insalubre a menores de dezoito e de qualquer
normal; trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
menos, um terço a mais do que o salário normal; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
com vínculo empregatício permanente e o
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
trabalhador avulso.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
as condições estabelecidas em lei e observada a
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
simplificação do cumprimento das obrigações
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
relação de trabalho e suas peculiaridades, os
XXIV - aposentadoria;
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
como a sua integração à previdência social. (Parágrafo
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de
creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela 2013)
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
observado o seguinte:
coletivos de trabalho;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
XXVII - proteção em face da automação, na forma da
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
lei;

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órgão competente, vedadas ao poder público a ou previdenciários sejam objeto de discussão e


interferência e a intervenção na organização sindical; deliberação.
II - é vedada a criação de mais de uma organização Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
sindical, em qualquer grau, representativa de empregados, é assegurada a eleição de um
categoria profissional ou econômica, na mesma base representante destes com a finalidade exclusiva de
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores interessados, não podendo ser empregadores.
inferior à área de um Município;
CAPÍTULO III - DA NACIONALIDADE
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
Art. 12. São brasileiros:
interesses coletivos ou individuais da categoria,
I - natos:
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
se tratando de categoria profissional, será
estejam a serviço de seu país;
descontada em folha, para custeio do sistema
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
confederativo da representação sindical respectiva,
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
independentemente da contribuição prevista em lei;
serviço da República Federativa do Brasil;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
filiado a sindicato;
mãe brasileira, desde que sejam registrados em
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
repartição brasileira competente ou venham a residir
negociações coletivas de trabalho;
na República Federativa do Brasil e optem, em
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
votado nas organizações sindicais;
pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação dada
VIII - é vedada a dispensa do empregado
pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
sindicalizado a partir do registro da candidatura a
II - naturalizados:
cargo de direção ou representação sindical e, se
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da
portuguesa apenas residência por um ano
lei.
ininterrupto e idoneidade moral;
Parágrafo único. As disposições deste artigo
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
residentes na República Federativa do Brasil há mais
colônias de pescadores, atendidas as condições que
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
a lei estabelecer.
penal, desde que requeiram a nacionalidade
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
brasileira. (Alínea com redação dada pela Emenda
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio § 1º Aos portugueses com residência permanente no
dele defender. País, se houver reciprocidade em favor dos
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
e disporá sobre o atendimento das necessidades brasileiro, salvo os casos previstos nesta
inadiáveis da comunidade. Constituição. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
às penas da lei. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre
Art. 10. É assegurada a participação dos brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos previstos nesta Constituição.
órgãos públicos em que seus interesses profissionais § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

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II - de Presidente da Câmara dos Deputados; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os


III - de Presidente do Senado Federal; estrangeiros e, durante o período do serviço militar
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; obrigatório, os conscritos.
V - da carreira diplomática; § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
VI - de oficial das Forças Armadas; I - a nacionalidade brasileira;
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido II - o pleno exercício dos direitos políticos;
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) III - o alistamento eleitoral;
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
brasileiro que: V - a filiação partidária;
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença VI - a idade mínima de:
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
nacional; Presidente da República e Senador;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional de
Estado e do Distrito Federal;
Revisão nº 3, de 1994)
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
pela lei estrangeira; (Alínea acrescida pela Emenda
paz;
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma d) dezoito anos para Vereador.
estrangeira, ao brasileiro residente em Estado § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
estrangeiro, como condição para permanência em § 5º O Presidente da República, os Governadores de
seu território ou para o exercício de direitos civis; Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
(Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de houver sucedido ou substituído no curso dos
1994) mandatos poderão ser reeleitos para um único
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da período subsequente. (Parágrafo com redação dada pela
República Federativa do Brasil. Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. da República, os Governadores de Estado e do
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
poderão ter símbolos próprios. respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo afins, até o segundo grau ou por adoção, do
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com Presidente da República, de Governador de Estado
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
I - plebiscito; quem os haja substituído dentro dos seis meses
II - referendo; anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
III - iniciativa popular. eletivo e candidato à reeleição.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; seguintes condições:
II - facultativos para: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
a) os analfabetos; afastar-se da atividade;
b) os maiores de setenta anos; II - se contar mais de dez anos de serviço, será
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito agregado pela autoridade superior e, se eleito,
anos. passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.

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§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de para definir sua estrutura interna e estabelecer
proteger a probidade administrativa, a moralidade regras sobre escolha, formação e duração de seus
para o exercício do mandato, considerada a vida órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
pregressa do candidato, e a normalidade e organização e funcionamento e para adotar os
legitimidade das eleições contra a influência do critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
poder econômico ou o abuso do exercício de função, eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
cargo ou emprego na administração direta ou eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
indireta. (Parágrafo com redação dada pela Emenda vinculação entre as candidaturas em âmbito
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados fidelidade partidária. (Parágrafo com redação dada pela
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
do poder econômico, corrupção ou fraude. § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará personalidade jurídica, na forma da lei civil,
em segredo de justiça, respondendo o autor, na registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Eleitoral.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
I - cancelamento da naturalização por sentença forma da lei, os partidos políticos que
transitada em julgado; alternativamente: (Parágrafo com redação dada pela
II - incapacidade civil absoluta; Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
III - condenação criminal transitada em julgado, I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
enquanto durarem seus efeitos; Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
V - improbidade administrativa, nos termos do art. por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
37, § 4º.
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando
unidades da Federação. (Inciso acrescido pela Emenda
à eleição que ocorra até um ano da data de sua
Constitucional nº 97, de 2017)
vigência.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS organização paramilitar.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
extinção de partidos políticos, resguardados a requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado
soberania nacional, o regime democrático, o o mandato e facultada a filiação, sem perda do
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: sendo essa filiação considerada para fins de
I - caráter nacional; distribuição dos recursos do fundo partidário e de
II - proibição de recebimento de recursos financeiros acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
de entidade ou governo estrangeiros ou de (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

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DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre


CAPÍTULO II - DO PODER EXECUTIVO que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
SEÇÃO I - Do Presidente e do Vice-Presidente da
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
República
serão sucessivamente chamados ao exercício da
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados,
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal
Estado.
Federal.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
da República realizar-se-á, simultaneamente, no
Presidente da República, far-se-á eleição noventa
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e
dias depois de aberta a última vaga.
no último domingo de outubro, em segundo turno,
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
se houver, do ano anterior ao do término do mandato
período presidencial, a eleição para ambos os cargos
presidencial vigente. (“Caput” do artigo com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
§ 1º A eleição do Presidente da República importará Congresso Nacional, na forma da lei.
a do Vice-Presidente com ele registrado. § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato completar o período de seus antecessores.
que, registrado por partido político, obtiver a maioria Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data
absoluta de votos, não computados os em branco e fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
os nulos. Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta assumido o cargo, este será declarado vago.
na primeira votação, far-se-á nova eleição em até Art. 82. O mandato do Presidente da República é de
vinte dias após a proclamação do resultado, quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do
concorrendo os dois candidatos mais votados e ano seguinte ao da sua eleição. (Artigo com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da
dos votos válidos.
República não poderão, sem licença do Congresso
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
Nacional, ausentar-se do País por período superior a
morte, desistência ou impedimento legal de
quinze dias, sob pena de perda do cargo.
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes,
SEÇÃO II - Das Atribuições do Presidente da
o de maior votação.
República
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
remanescer, em segundo lugar, mais de um
República:
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
mais idoso.
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da
direção superior da administração federal;
República tomarão posse em sessão do Congresso
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
Nacional, prestando o compromisso de manter,
previstos nesta Constituição;
defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
união, a integridade e a independência do Brasil.
execução;
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Inciso com redação
Presidente.
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República,
além de outras atribuições que lhe forem conferidas

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a) organização e funcionamento da administração XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo


federal, quando não implicar aumento de despesa do Congresso Nacional;
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Alínea XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
acrescida pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) XXII - permitir, nos casos previstos em lei
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando complementar, que forças estrangeiras transitem
vagos; (acrescida pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) pelo território nacional ou nele permaneçam
VII - manter relações com Estados estrangeiros e temporariamente;
acreditar seus representantes diplomáticos; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano
VIII - celebrar tratados, convenções e atos plurianual, o projeto de lei de diretrizes
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso orçamentárias e as propostas de orçamento
Nacional; previstas nesta Constituição;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
X - decretar e executar a intervenção federal; dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
XI - remeter mensagem e plano de governo ao legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
Congresso Nacional por ocasião da abertura da XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
sessão legislativa, expondo a situação do País e na forma da lei;
solicitando as providências que julgar necessárias; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei,
XII - conceder indulto e comutar penas, com nos termos do art. 62;
audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
lei; Constituição.
XIII - exercer o comando supremo das Forças Parágrafo único. O Presidente da República poderá
Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais- e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
generais e nomeá-los para os cargos que lhes são Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
privativos; (redação dada pela Emenda Constitucional 23/99) Geral da União, que observarão os limites traçados
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, nas respectivas delegações.
os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos SEÇÃO III - Da Responsabilidade do Presidente da
Tribunais Superiores, os Governadores de República
Territórios, o Procurador-Geral da República, o Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
presidente e os diretores do Banco Central e outros Presidente da República que atentem contra a
servidores, quando determinado em lei; Constituição Federal e, especialmente, contra:
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os I - a existência da União;
Ministros do Tribunal de Contas da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; constitucionais das unidades da Federação;
XVII - nomear membros do Conselho da República, III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
nos termos do art. 89, VII; sociais;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e IV - a segurança interna do País;
o Conselho de Defesa Nacional; V - a probidade na administração;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão VI - a lei orçamentária;
estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, especial, que estabelecerá as normas de processo e
decretar, total ou parcialmente, a mobilização julgamento.
nacional;

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Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, DEMOCRÁTICAS
será ele submetido a julgamento perante o Supremo CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
perante o Senado Federal, nos crimes de direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
responsabilidade. preservação da ordem pública e da incolumidade das
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
I - nas infrações penais comuns, se recebida a órgãos:
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal I - polícia federal;
Federal; II - polícia rodoviária federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a III - polícia ferroviária federal;
instauração do processo pelo Senado Federal. IV - polícias civis;
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o V - polícias militares e corpos de bombeiros militares;
julgamento não estiver concluído, cessará o VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Inciso
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular acrescido pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
prosseguimento do processo. § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, permanente, organizado e mantido pela União e
nas infrações comuns, o Presidente da República não estruturado em carreira, destina-se a: (“Caput” do
estará sujeito a prisão. parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu 1998)

mandato, não pode ser responsabilizado por atos I - apurar infrações penais contra a ordem política e
estranhos ao exercício de suas funções. social ou em detrimento de bens, serviços e
SEÇÃO IV - Dos Ministros de Estado interesses da União ou de suas entidades autárquicas
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos e empresas públicas, assim como outras infrações
dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no cuja prática tenha repercussão interestadual ou
exercício dos direitos políticos. internacional e exija repressão uniforme, segundo se
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, dispuser em lei;
além de outras atribuições estabelecidas nesta II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
Constituição e na lei: entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
dos órgãos e entidades da administração federal na outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
área de sua competência e referendar os atos e competência;
decretos assinados pelo Presidente da República; III - exercer as funções de polícia marítima,
II - expedir instruções para a execução das leis, aeroportuária e de fronteiras; (Inciso com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
decretos e regulamentos;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
III - apresentar ao Presidente da República relatório
judiciária da União.
anual de sua gestão no Ministério;
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
organizado e mantido pela União e estruturado em
forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
carreira, destina-se, na forma da lei, ao
República.
patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
Ministérios e órgãos da administração pública. (Artigo de 1998)
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao

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patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. DA ORDEM SOCIAL


(redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÃO GERAL
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de
Art. 193. A ordem social tem como base o primado
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
competência da União, as funções de polícia
sociais.
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares. CAPÍTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e SEÇÃO I - Disposições Gerais
a preservação da ordem pública; aos corpos de Art. 194. A seguridade social compreende um
bombeiros militares, além das atribuições definidas conjunto integrado de ações de iniciativa dos
em lei, incumbe a execução de atividades de defesa poderes públicos e da sociedade, destinadas a
civil. assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão e à assistência social.
administrador do sistema penal da unidade Parágrafo único. Compete ao poder público, nos
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos termos da lei, organizar a seguridade social, com
estabelecimentos penais. (Parágrafo acrescido pela base nos seguintes objetivos:
Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e
militares, forças auxiliares e reserva do Exército
serviços às populações urbanas e rurais;
subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as
III - seletividade e distributividade na prestação dos
polícias penais estaduais e distrital, aos
benefícios e serviços;
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
Territórios. (redação dada pela Emenda Constitucional 104/19) V - equidade na forma de participação no custeio;
§ 7º A lei disciplinará a organização e o
VI - diversidade da base de financiamento,
funcionamento dos órgãos responsáveis pela
identificando-se, em rubricas contábeis específicas
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência
para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
de suas atividades.
ações de saúde, previdência e assistência social,
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
preservado o caráter contributivo da previdência
municipais destinadas à proteção de seus bens,
social; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº
serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 103, de 2019)
§ 9º A remuneração dos servidores policiais VII - caráter democrático e descentralizado da
integrantes dos órgãos relacionados neste artigo administração, mediante gestão quadripartite, com
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Parágrafo participação dos trabalhadores, dos empregadores,
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dos aposentados e do Governo nos órgãos
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação
colegiados. (redação dada pela Emenda Constitucional 20/98)
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
seu patrimônio nas vias públicas:
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização
da lei, mediante recursos provenientes dos
de trânsito, além de outras atividades previstas em orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade Federal e dos Municípios, e das seguintes
urbana eficiente; e
contribuições sociais:
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
entidades executivos e seus agentes de trânsito,
a) a folha de salários e demais rendimentos do
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Parágrafo
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
acrescido pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

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pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
vínculo empregatício; rurais e o pescador artesanal, bem como os
b) a receita ou o faturamento; respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
c) o lucro; (redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98) em regime de economia familiar, sem empregados
II - do trabalhador e dos demais segurados da permanentes, contribuirão para a seguridade social
previdência social, podendo ser adotadas alíquotas mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
progressivas de acordo com o valor do salário de resultado da comercialização da produção e farão jus
contribuição, não incidindo contribuição sobre aos benefícios nos termos da lei. (Parágrafo com redação
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Geral de Previdência Social; (Inciso com redação dada pela § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) caput deste artigo poderão ter alíquotas
III - sobre a receita de concursos de prognósticos; diferenciadas em razão da atividade econômica, da
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou utilização intensiva de mão de obra, do porte da
de quem a lei a ele equiparar. (Inciso acrescido pela Emenda empresa ou da condição estrutural do mercado de
Constitucional nº 42, de 2003) trabalho, sendo também autorizada a adoção de
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das
Municípios destinadas à seguridade social constarão alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. (Parágrafo acrescido
dos respectivos orçamentos, não integrando o pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação
orçamento da União. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social § 10. A lei definirá os critérios de transferência de
será elaborada de forma integrada pelos órgãos recursos para o sistema único de saúde e ações de
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social da União para os Estados, o Distrito
assistência social, tendo em vista as metas e Federal e os Municípios, e dos Estados para os
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes Municípios, observada a respectiva contrapartida de
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de recursos. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
seus recursos.
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de
seguridade social, como estabelecido em lei, não
lei complementar, a remissão e a anistia das
poderá contratar com o poder público nem dele
contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
inciso I e o inciso II do caput. (Parágrafo acrescido pela
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
garantir a manutenção ou expansão da seguridade pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade para os quais as contribuições incidentes na forma
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
a correspondente fonte de custeio total. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo § 13. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias 2003, e revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
da data da publicação da lei que as houver instituído § 14. O segurado somente terá reconhecida como
ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no tempo de contribuição ao Regime Geral de
art. 150, III, b . Previdência Social a competência cuja contribuição
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
social as entidades beneficentes de assistência social exigida para sua categoria, assegurado o
que atendam às exigências estabelecidas em lei. agrupamento de contribuições. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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SEÇÃO II - Da Saúde 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas


Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do que forem transferidas aos respectivos Municípios;
Estado, garantido mediante políticas sociais e (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
econômicas que visem à redução do risco de doença III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário produto da arrecadação dos impostos a que se refere
às ações e serviços para sua promoção, proteção e o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e
recuperação. 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Inciso acrescido pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 197. São de relevância pública as ações e
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo
serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor,
menos a cada cinco anos, estabelecerá: (Parágrafo
nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
acrescido pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
fiscalização e controle, devendo sua execução ser
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §
feita diretamente ou através de terceiros e, também,
2º; (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000,
por pessoa física ou jurídica de direito privado. com redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015,
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde publicada no DOU de 18/3/2015, em vigor na data de publicação,
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e produzindo efeitos a partir da execução orçamentária do exercício
constituem um sistema único, organizado de acordo de 2014)

com as seguintes diretrizes: II - os critérios de rateio dos recursos da União


I - descentralização, com direção única em cada vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
esfera de governo; Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
II - atendimento integral, com prioridade para as destinados a seus respectivos Municípios,
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços objetivando a progressiva redução das disparidades
assistenciais; regionais; (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
III - participação da comunidade.
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos
das despesas com saúde nas esferas federal,
termos do art. 195, com recursos do orçamento da
estadual, distrital e municipal; (Inciso acrescido pela
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde
(Parágrafo único transformado em § 1º pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
poderão admitir agentes comunitários de saúde e
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os agentes de combate às endemias por meio de
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e processo seletivo público, de acordo com a natureza
serviços públicos de saúde recursos mínimos e complexidade de suas atribuições e requisitos
derivados da aplicação de percentuais calculados específicos para sua atuação. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
sobre: (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
I - no caso da União, a receita corrente líquida do salarial profissional nacional, as diretrizes para os
respectivo exercício financeiro, não podendo ser Planos de Carreira e a regulamentação das atividades
inferior a 15% (quinze por cento); (Inciso acrescido pela de agente comunitário de saúde e agente de
Emenda Constitucional nº 29, de 2000, com redação dada pela combate às endemias, competindo à União, nos
Emenda Constitucional nº 86, de 2015, publicada no DOU de termos da lei, prestar assistência financeira
18/3/2015, em vigor na data de publicação, produzindo efeitos a complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos
partir da execução orçamentária do exercício de 2014) (Vide art. 2º
Municípios, para o cumprimento do referido piso
da Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
salarial. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 51,
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o
de 2006, e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº
produto da arrecadação dos impostos a que se refere 63, de 2010)
o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e

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§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido


no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
que exerça funções equivalentes às de agente e águas para consumo humano;
comunitário de saúde ou de agente de combate às VII - participar do controle e fiscalização da produção,
endemias poderá perder o cargo em caso de transporte, guarda e utilização de substâncias e
descumprimento dos requisitos específicos, fixados produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
em lei, para o seu exercício. (Parágrafo acrescido pela VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
Emenda Constitucional nº 51, de 2006) compreendido o do trabalho.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa SEÇÃO III - Da Previdência Social
privada. Art. 201. A previdência social será organizada sob a
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma do Regime Geral de Previdência Social, de
forma complementar do sistema único de saúde, caráter contributivo e de filiação obrigatória,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de observados critérios que preservem o equilíbrio
direito público ou convênio, tendo preferência as financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para nº 103, de 2019)
auxílios ou subvenções às instituições privadas com I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária
fins lucrativos. ou permanente para o trabalho e idade avançada;
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de
2019)
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
II - proteção à maternidade, especialmente à
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
gestante; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos nº 20, de 1998)
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e III - proteção ao trabalhador em situação de
substâncias humanas para fins de transplante, desemprego involuntário; (Inciso com redação dada pela
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
processamento e transfusão de sangue e seus IV - salário-família e auxílio-reclusão para os
derivados, sendo vedado todo tipo de dependentes dos segurados de baixa renda; (Inciso com
comercialização. redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além V - pensão por morte do segurado, homem ou
de outras atribuições, nos termos da lei: mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e observado o disposto no § 2º. (Inciso com redação dada
substâncias de interesse para a saúde e participar da pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

produção de medicamentos, equipamentos, § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios


imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; diferenciados para concessão de benefícios,
II - executar as ações de vigilância sanitária e ressalvada, nos termos de lei complementar, a
epidemiológica, bem como as de saúde do possibilidade de previsão de idade e tempo de
trabalhador; contribuição distintos da regra geral para concessão
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de aposentadoria exclusivamente em favor dos
de saúde; segurados: (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
IV - participar da formulação da política e da
I - com deficiência, previamente submetidos a
execução das ações de saneamento básico;
avaliação biopsicossocial realizada por equipe
V - incrementar, em sua área de atuação, o
multiprofissional e interdisciplinar; (Inciso acrescido pela
desenvolvimento científico e tecnológico e a
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
inovação; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva
nº 85, de 2015, republicada no DOU de 3/3/2015)
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos

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prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, complementar. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
vedada a caracterização por categoria profissional ou Constitucional nº 103, de 2019)
ocupação. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 103/2019) § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contagem recíproca do tempo de contribuição entre
contribuição ou o rendimento do trabalho do o Regime Geral de Previdência Social e os regimes
segurado terá valor mensal inferior ao salário próprios de previdência social, e destes entre si,
mínimo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda observada a compensação financeira, de acordo com
Constitucional nº 20, de 1998) os critérios estabelecidos em lei. (Parágrafo acrescido pela
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
para o cálculo de benefício serão devidamente
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas
atualizados, na forma da lei. (Parágrafo com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios tempo de contribuição ao Regime Geral de
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Previdência Social ou a regime próprio de
real, conforme critérios definidos em lei. (Parágrafo com previdência social terão contagem recíproca para fins
redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) de inativação militar ou aposentadoria, e a
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de compensação financeira será devida entre as receitas
previdência social, na qualidade de segurado de contribuição referentes aos militares e as receitas
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de contribuição aos demais regimes. (Parágrafo
de previdência. (Parágrafo com redação dada pela Emenda acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 20, de 1998) § 10. Lei complementar poderá disciplinar a
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e cobertura de benefícios não programados, inclusive
pensionistas terá por base o valor dos proventos do os decorrentes de acidente do trabalho, a ser
mês de dezembro de cada ano. (Parágrafo com redação atendida concorrentemente pelo Regime Geral de
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Previdência Social e pelo setor privado. (Parágrafo
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
seguintes condições: (Parágrafo com redação dada pela § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) título, serão incorporados ao salário para efeito de
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e contribuição previdenciária e conseqüente
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, repercussão em benefícios, nos casos e na forma da
observado tempo mínimo de contribuição; (Inciso lei. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive
(cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os
os que se encontram em situação de informalidade,
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas
e àqueles sem renda própria que se dediquem
atividades em regime de economia familiar, nestes
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
sua residência, desde que pertencentes a famílias de
artesanal. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
baixa renda. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
e nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nº 41, de 2003, e com nova redação dada pela Emenda
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que
que comprove tempo de efetivo exercício das trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
funções de magistério na educação infantil e no (acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005, e com nova
ensino fundamental e médio fixado em lei redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a
fictício para efeito de concessão dos benefícios União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
previdenciários e de contagem recíproca. (Parágrafo inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de
acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) economia mista e empresas controladas direta ou
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, indiretamente, enquanto patrocinadores de planos
regras e condições para a acumulação de benefícios de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdenciários. (Parágrafo acrescido pela Emenda previdência complementar. (Parágrafo acrescido pela
Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
empresas públicas, das sociedades de economia § 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-
mista e das suas subsidiárias serão aposentados á, no que couber, às empresas privadas
compulsoriamente, observado o cumprimento do permissionárias ou concessionárias de prestação de
tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade serviços públicos, quando patrocinadoras de planos
máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na de benefícios em entidades de previdência
forma estabelecida em lei. (Parágrafo acrescido pela complementar. (acrescido pela Emenda Constitucional nº
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 20/98, e nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103/19)
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter § 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos
complementar e organizado de forma autônoma em para a designação dos membros das diretorias das
relação ao regime geral de previdência social, será entidades fechadas de previdência complementar
facultativo, baseado na constituição de reservas que instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e
garantam o benefício contratado, e regulado por lei disciplinará a inserção dos participantes nos
complementar. (“Caput” do artigo com redação dada pela colegiados e instâncias de decisão em que seus
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova
assegurará ao participante de planos de benefícios redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de entidades de previdência privada o pleno acesso SEÇÃO IV - Da Assistência Social
às informações relativas à gestão de seus respectivos Art. 203. A assistência social será prestada a quem
planos. (redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998) dela necessitar, independentemente de contribuição
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e à seguridade social, e tem por objetivos:
as condições contratuais previstas nos estatutos, I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à
regulamentos e planos de benefícios das entidades adolescência e à velhice;
de previdência privada não integram o contrato de II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
trabalho dos participantes, assim como, à exceção III - a promoção da integração ao mercado de
dos benefícios concedidos, não integram a trabalho;
remuneração dos participantes, nos termos da lei. IV - a habilitação e reabilitação das pessoas
(redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) portadoras de deficiência e a promoção de sua
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de integração à vida comunitária;
previdência privada pela União, Estados, Distrito V - a garantia de um salário mínimo de benefício
Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
empresas públicas, sociedades de economia mista e que comprovem não possuir meios de prover à
outras entidades públicas, salvo na qualidade de própria manutenção ou de tê-la provida por sua
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, família, conforme dispuser a lei.
sua contribuição normal poderá exceder a do Art. 204. As ações governamentais na área da
segurado. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº assistência social serão realizadas com recursos do
20, de 1998) orçamento da seguridade social, previstos no art.

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195, além de outras fontes, e organizadas com base IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
nas seguintes diretrizes: atividade potencialmente causadora de significativa
I - descentralização político-administrativa, cabendo degradação do meio ambiente, estudo prévio de
a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a impacto ambiental, a que se dará publicidade;
coordenação e a execução dos respectivos V - controlar a produção, a comercialização e o
programas às esferas estadual e municipal, bem emprego de técnicas, métodos e substâncias que
como a entidades beneficentes e de assistência comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
social; meio ambiente;
II - participação da população, por meio de VI - promover a educação ambiental em todos os
organizações representativas, na formulação das níveis de ensino e a conscientização pública para a
políticas e no controle das ações em todos os níveis. preservação do meio ambiente;
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
Federal vincular a programa de apoio à inclusão e lei, as práticas que coloquem em risco sua função
promoção social até cinco décimos por cento de sua ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses submetam os animais a crueldade.
recursos no pagamento de: § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
I - despesas com pessoal e encargos sociais; obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
II - serviço da dívida; de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada público competente, na forma da lei.
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
(acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003) meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
de reparar os danos causados.
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
se ao poder público e à coletividade o dever de
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
gerações.
dentro de condições que assegurem a preservação
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
incumbe ao poder público:
recursos naturais.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
arrecadadas pelos Estados, por ações
e ecossistemas;
discriminatórias, necessárias à proteção dos
II - preservar a diversidade e a integridade do
ecossistemas naturais.
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
dedicadas à pesquisa e manipulação de material
deverão ter sua localização definida em lei federal,
genético;
sem o que não poderão ser instaladas.
III - definir, em todas as unidades da Federação,
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII
espaços territoriais e seus componentes a serem
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
especialmente protegidos, sendo a alteração e a
práticas desportivas que utilizem animais, desde que
supressão permitidas somente através de lei, vedada
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do
qualquer utilização que comprometa a integridade
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
dos atributos que justifiquem sua proteção;
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por

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lei específica que assegure o bem-estar dos animais governamentais, mediante políticas específicas e
envolvidos. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 96/17) obedecendo aos seguintes preceitos: (Parágrafo com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
CAPÍTULO VII - DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO
I - aplicação de percentual dos recursos públicos
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
destinados à saúde na assistência materno-infantil;
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
II - criação de programas de prevenção e
proteção do Estado.
atendimento especializado para as pessoas
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
portadoras de deficiência física, sensorial ou mental,
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos
bem como de integração social do adolescente e do
termos da lei.
jovem portador de deficiência, mediante o
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida
treinamento para o trabalho e a convivência, e a
a união estável entre o homem e a mulher como
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
conversão em casamento.
todas as formas de discriminação. (Inciso com redação
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
comunidade formada por qualquer dos pais e seus § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
descendentes. logradouros e dos edifícios de uso público e de
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
pela mulher. de deficiência.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo § 3º O direito a proteção especial abrangerá os
divórcio. (redação dada pela Emenda Constitucional nº 66/10) seguintes aspectos:
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
humana e da paternidade responsável, o trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
planejamento familiar é livre decisão do casal, II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
competindo ao Estado propiciar recursos III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
educacionais e científicos para o exercício desse jovem à escola; (Inciso com redação dada pela Emenda
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte Constitucional nº 65, de 2010)
de instituições oficiais ou privadas. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na atribuição de ato infracional, igualdade na relação
pessoa de cada um dos que a integram, criando processual e defesa técnica por profissional
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
relações. específica;
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado V - obediência aos princípios de brevidade,
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
alimentação, à educação, ao lazer, à qualquer medida privativa da liberdade;
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao VI - estímulo do poder público, através de assistência
respeito, à liberdade e à convivência familiar e jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de
forma de negligência, discriminação, exploração, criança ou adolescente órfão ou abandonado;
violência, crueldade e opressão. (“Caput” do artigo com VII - programas de prevenção e atendimento
redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência dependente de entorpecentes e drogas afins. (Inciso
integral à saúde da criança, do adolescente e do com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
jovem, admitida a participação de entidades não

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§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a as utilizadas para suas atividades produtivas, as
exploração sexual da criança e do adolescente. imprescindíveis à preservação dos recursos
§ 5º A adoção será assistida pelo poder público, na ambientais necessários a seu bem-estar e as
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de necessárias a sua reprodução física e cultural,
sua efetivação por parte de estrangeiros. segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes
e qualificações, proibidas quaisquer designações o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e
discriminatórias relativas à filiação. dos lagos nelas existentes.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos,
adolescente levar-se-á em consideração o disposto incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a
no art. 204. lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
§ 8º A Lei estabelecerá: podem ser efetivados com autorização do Congresso
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
direitos dos jovens; lhes assegurada participação nos resultados da lavra,
II - o plano nacional de juventude, de duração na forma da lei.
decenal, visando à articulação das várias esferas do § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis
poder público para a execução de políticas públicas. e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) imprescritíveis.
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de
de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação suas terras, salvo, ad referendum do Congresso
especial. Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e ponha em risco sua população, ou no interesse da
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o soberania do País, após deliberação do Congresso
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
ou enfermidade. imediato logo que cesse o risco.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação,
sua participação na comunidade, defendendo sua o domínio e a posse das terras a que se refere este
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo,
vida. dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão relevante interesse público da União, segundo o que
executados preferencialmente em seus lares. dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a extinção direito a indenização ou a ações contra a
a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
CAPÍTULO VIII - DOS ÍNDIOS derivadas da ocupação de boa-fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
art. 174, §§ 3º e 4º.
organização social, costumes, línguas, crenças e
Art. 232. Os índios, suas comunidades e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que
organizações são partes legítimas para ingressar em
tradicionalmente ocupam, competindo à União
juízo em defesa de seus direitos e interesses,
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
intervindo o Ministério Público em todos os atos do
bens.
processo.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios as por eles habitadas em caráter permanente,

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as cooperativas singulares de crédito e suas


Legislação Especial dependências. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.718, de
LEI Nº 7.102/1983 20/6/2008)
Art. 2º O sistema de segurança referido no artigo
Dispõe sobre segurança para
anterior inclui pessoas adequadamente preparadas,
estabelecimentos financeiros, estabelece
assim chamadas vigilantes; alarme capaz de
normas para constituição e funcionamento
permitir, com segurança, comunicação entre o
das empresas particulares que exploram
estabelecimento financeiro e outro da mesma
serviços de vigilância e de transporte de
instituição, empresa de vigilância ou órgão policial
valores, e dá outras providências.
mais próximo; e, pelo menos, mais um dos seguintes
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer
dispositivos:
estabelecimento financeiro onde haja guarda de
I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens
valores ou movimentação de numerário, que não
que possibilitem a identificação dos assaltantes;
possua sistema de segurança com parecer favorável
II - artefatos que retardem a ação dos criminosos,
à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da
permitindo sua perseguição, identificação ou
Justiça, na forma desta lei. (“Caput” do artigo com redação
captura; e
dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de
§ 1º Os estabelecimentos financeiros referidos neste
vigilante durante o expediente para o público e
artigo compreendem bancos oficiais ou privados,
enquanto houver movimentação de numerário no
caixas econômicas, sociedades de crédito,
interior do estabelecimento.
associações de poupança, suas agências, postos de
Art. 2º-A. As instituições financeiras e demais
atendimento, subagências e seções, assim como as
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
cooperativas singulares de crédito e suas respectivas
Central do Brasil, que colocarem à disposição do
dependências. (Parágrafo único transformado em § 1º e com
nova redação dada pela Lei nº 11.718, de 20/6/2008) público caixas eletrônicos, são obrigadas a instalar
§ 2º O Poder Executivo estabelecerá, considerando a equipamentos que inutilizem as cédulas de moeda
reduzida circulação financeira, requisitos próprios de corrente depositadas no interior das máquinas em
segurança para as cooperativas singulares de crédito caso de arrombamento, movimento brusco ou alta
e suas dependências que contemplem, entre outros, temperatura.
os seguintes procedimentos: § 1º Para cumprimento do disposto no caput deste
I - dispensa de sistema de segurança para o artigo, as instituições financeiras poderão utilizar-se
estabelecimento de cooperativa singular de crédito de qualquer tipo de tecnologia existente para
que se situe dentro de qualquer edificação que inutilizar as cédulas de moeda corrente depositadas
possua estrutura de segurança instalada em no interior dos seus caixas eletrônicos, tais como:
conformidade com o art. 2º desta Lei; I - tinta especial colorida;
II - necessidade de elaboração e aprovação de apenas II - pó químico;
um único plano de segurança por cooperativa III - ácidos insolventes;
singular de crédito, desde que detalhadas todas as IV - pirotecnia, desde que não coloque em perigo os
suas dependências; usuários e funcionários que utilizam os caixas
III - dispensa de contratação de vigilantes, caso isso eletrônicos;
inviabilize economicamente a existência do V - qualquer outra substância, desde que não coloque
estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.718, de em perigo os usuários dos caixas eletrônicos.
20/6/2008) § 2º Será obrigatória a instalação de placa de alerta,
§ 3º Os processos administrativos em curso no que deverá ser afixada de forma visível no caixa
âmbito do Departamento de Polícia Federal eletrônico, bem como na entrada da instituição
observarão os requisitos próprios de segurança para bancária que possua caixa eletrônico em seu interior,

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informando a existência do referido dispositivo e seu Art. 6º Além das atribuições previstas no art. 20,
funcionamento. compete ao Ministério da Justiça:
§ 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará I - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto
as instituições financeiras infratoras às penalidades ao cumprimento desta lei;
previstas no art. 7º desta Lei. II - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio
§ 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser cumprimento desta lei, pelo estabelecimento
implantadas pelas instituições financeiras de financeiro, à autoridade que autoriza o seu
maneira gradativa, atingindo-se, no mínimo, os funcionamento;
seguintes percentuais, a partir da entrada em vigor III - aplicar aos estabelecimentos financeiros as
desta Lei: penalidades previstas nesta lei.
I - nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) Parágrafo único. Para a execução da competência
habitantes, 50% (cinquenta por cento) em nove prevista no inciso I, o Ministério da Justiça poderá
meses e os outros 50% (cinquenta por cento) em celebrar convênio com as Secretarias de Segurança
dezoito meses; Pública dos respectivos Estados e Distrito Federal.
II - nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta (Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
mil) até 500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir
(cem por cento) em até vinte e quatro meses; disposição desta lei ficará sujeito às seguintes
III - nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos penalidades, conforme a gravidade da infração e
mil) habitantes, 100% (cem por cento) em até trinta levando-se em conta a reincidência e a condição
e seis meses. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) econômica do infrator:
Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de I - advertência;
valores serão executados: II - multa, de mil a vinte mil Ufirs;
I - por empresa especializada contratada; ou III - interdição do estabelecimento. (Artigo com redação
dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde
Art. 8º Nenhuma sociedade seguradora poderá
que organizado e preparado para tal fim, com
emitir, em favor de estabelecimentos financeiros,
pessoal próprio, aprovado em curso de formação de
apólice de seguros que inclua cobertura garantindo
vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo
riscos de roubo e furto qualificado de numerário e
sistema de segurança tenha parecer favorável à sua
outros valores, sem comprovação de cumprimento,
aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.
pelo segurado, das exigências previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros
Parágrafo único. As apólices com infringência do
estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá
disposto neste artigo não terão cobertura de
ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério
resseguros pelo Instituto de Resseguros do Brasil.
do Governo da respectiva Unidade da Federação.
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) Art. 9º Nos seguros contra roubo e furto qualificado
Art. 4º O transporte de numerário em montante de estabelecimentos financeiros, serão concedidos
superior a vinte mil Unidades Fiscais de Referência descontos sobre os prêmios aos segurados que
(Ufir), para suprimento ou recolhimento do possuírem, além dos requisitos mínimos de
movimento diário dos estabelecimentos financeiros, segurança, outros meios de proteção previstos nesta
será obrigatoriamente efetuado em veículo especial Lei, na forma de seu regulamento.
da própria instituição ou de empresa especializada. Art. 10. São considerados como segurança privada
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) as atividades desenvolvidas em prestação de serviços
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e com a finalidade de: (“Caput” do artigo com redação dada
vinte mil Ufirs poderá ser efetuado em veículo pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994)

comum, com a presença de dois vigilantes. (Artigo com I - proceder a vigilância patrimonial das instituições
redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) financeiras e de outros estabelecimentos, públicos

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ou privados, bem como a segurança de pessoas II - comunicação à Secretaria de Segurança Pública


físicas; (Inciso acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994) do respectivo Estado, Território ou Distrito Federal.
II - realizar o transporte de valores ou garantir o Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta Lei, é o
transporte de qualquer outro tipo de carga. (Inciso empregado contratado para a execução das
acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994) atividades definidas nos incisos I e II do caput e §§ 2º,
§ 1º Os serviços de vigilância e de transporte de 3º e 4º do art. 10. (Artigo com redação dada pela Lei nº 8.863,
valores poderão ser executados por uma mesma de 28/3/1994)
empresa. (Parágrafo único transformado em §1º pela Lei nº Art. 16. Para o exercício da profissão, o vigilante
8.863, de 28/3/1994) preencherá os seguintes requisitos:
§ 2º As empresas especializadas em prestação de I - ser brasileiro;
serviços de segurança, vigilância e transporte de II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;
valores, constituídas sob a forma de empresas III - ter instrução correspondente à quarta série do
privadas, além das hipóteses previstas nos incisos do primeiro grau;
caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício IV - ter sido aprovado, em curso de formação de
das atividades de segurança privada a pessoas; a vigilante, realizado em estabelecimento com
estabelecimentos comerciais, industriais, de funcionamento autorizado nos termos desta Lei.
prestação de serviços e residenciais; a entidades sem (Inciso com redação dada pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994)
fins lucrativos; e órgãos e empresas públicas. V - ter sido aprovado em exame de saúde física,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994) mental e psicotécnico;
§ 3º Serão regidas por esta Lei, pelos regulamentos VI - não ter antecedentes criminais registrados; e
dela decorrentes e pelas disposições da legislação VII - estar quite com as obrigações eleitorais e
civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as militares.
empresas definidas no parágrafo anterior. (Parágrafo Parágrafo único. O requisito previsto no inciso III
acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994)
deste artigo não se aplica aos vigilantes admitidos
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico
até a publicação da presente Lei.
diverso da vigilância ostensiva e do transporte de
Art. 17. O exercício da profissão de vigilante requer
valores, que utilizem pessoal de quadro funcional
prévio registro no Departamento de Polícia Federal,
próprio, para execução dessas atividades, ficam
que se fará após a apresentação dos documentos
obrigadas ao cumprimento do disposto nesta Lei e
comprobatórios das situações enumeradas no art.
demais legislações pertinentes. (Parágrafo acrescido pela
16. (“Caput” do artigo alterado pela Medida Provisória nº 2.184-
Lei nº 8.863, de 28/3/1994)
23, de 24/8/2001)
Art. 11. A propriedade e a administração das
Parágrafo único. Ao vigilante será fornecida Carteira
empresas especializadas que vierem a se constituir
de Trabalho e Previdência Social, em que será
são vedadas a estrangeiros.
especificada a atividade do seu portador.
Art. 12. Os diretores e demais empregados das
Art. 18. O vigilante usará uniforme somente quando
empresas especializadas não poderão ter
em efetivo serviço.
antecedentes criminais registrados.
Art. 19. É assegurado ao vigilante:
Art. 13. O capital integralizado das empresas
I - uniforme especial às expensas da empresa a que se
especializadas não pode ser inferior a cem mil Ufirs.
vincular;
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
II - porte de arma, quando em serviço;
Art. 14. São condições essenciais para que as
III - prisão especial por ato decorrente do serviço;
empresas especializadas operem nos Estados,
IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa
Territórios e Distrito Federal:
empregadora.
I - autorização de funcionamento concedida
Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio
conforme o art. 20 desta Lei; e
do seu órgão competente ou mediante convênio com

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as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e espingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20,
Distrito Federal: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei de fabricação nacional.
nº 9.017, de 30/3/1995) Art. 23. As empresas especializadas e os cursos de
I - conceder autorização para o funcionamento: formação de vigilantes que infringirem disposições
a) das empresas especializadas em serviços de desta Lei ficarão sujeitos às seguintes penalidades,
vigilância; aplicáveis pelo Ministério da Justiça, ou, mediante
b) das empresas especializadas em transporte de convênio, pelas Secretarias de Segurança Pública,
valores; e conforme a gravidade da infração, levando-se em
c) dos cursos de formação de vigilantes; conta a reincidência e a condição econômica do
II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados infrator:
dos no inciso anterior; Ill - aplicar às empresas e aos I - advertência;
cursos a que se refere o inciso I deste artigo as II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs; (Inciso com
penalidades previstas no art. 23 desta Lei; redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
IV - aprovar uniforme; III - proibição temporária de funcionamento; e
V - fixar o currículo dos cursos de formação de IV - cancelamento do registro para funcionar.
vigilantes; Parágrafo único. Incorrerão nas penas previstas
VI - fixar o número de vigilantes das empresas neste artigo as empresas e os estabelecimentos
especializadas em cada unidade da Federação; financeiros responsáveis pelo extravio de armas e
VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de munições.
propriedade das empresas especializadas e dos Art. 24. As empresas já em funcionamento deverão
estabelecimentos financeiros; proceder à adaptação de suas atividades aos
VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e preceitos desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta)
munições; e dias, a contar da data em que entrar em vigor o
IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição regulamento da presente Lei, sob pena de terem
utilizados. suspenso seu funcionamento até que comprovem
X - rever anualmente a autorização de essa adaptação.
funcionamento das empresas elencadas no inciso I Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
deste artigo. (Inciso acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994) no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de sua
Parágrafo único. As competências previstas nos publicação.
incisos I e V deste artigo não serão objeto de Art. 26. Esta Lei entra em vigor na data de sua
convênio. (Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 9.017, publicação.
de 30/3/1995)
Art. 21. As armas destinadas ao uso dos vigilantes
serão de propriedade e responsabilidade:
I - das empresas especializadas;
II - dos estabelecimentos financeiros quando
dispuserem de serviço organizado de vigilância, ou
mesmo quando contratarem empresas
especializadas.
Art. 22. Será permitido ao vigilante, quando em
serviço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar
cassetete de madeira ou de borracha.
Parágrafo único. Os vigilantes, quando empenhados
em transporte de valores, poderão também utilizar

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LEI Nº 10.357/2001 que se refere o art. 1o desta Lei e a aplicação das


Estabelece normas de controle e fiscalização sanções administrativas decorrentes.
Art. 4o Para exercer qualquer uma das atividades
sobre produtos químicos que direta ou
indiretamente possam ser destinados à sujeitas a controle e fiscalização relacionadas no art.
elaboração ilícita de substâncias 1o , a pessoa física ou jurídica deverá se cadastrar e
entorpecentes, psicotrópicas ou que requerer licença de funcionamento ao
determinem dependência física ou psíquica, Departamento de Polícia Federal, de acordo com os
e dá outras providências critérios e as formas a serem estabelecidas na
o
Art. 1 Estão sujeitos a controle e fiscalização, na portaria a que se refere o art. 2o, independentemente
forma prevista nesta Lei, em sua fabricação, das demais exigências legais e regulamentares.
produção, armazenamento, transformação, § 1o As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam
embalagem, compra, venda, comercialização, exercendo atividade sujeita a controle e fiscalização,
aquisição, posse, doação, empréstimo, permuta, deverão providenciar seu recadastramento junto ao
Departamento de Polícia Federal, na forma a ser
remessa, transporte, distribuição, importação,
exportação, reexportação, cessão, estabelecida em regulamento.
§ 2o A pessoa física ou jurídica que, em caráter
reaproveitamento, reciclagem, transferência e
eventual, necessitar exercer qualquer uma das
utilização, todos os produtos químicos que possam
ser utilizados como insumo na elaboração de atividades sujeitas a controle e fiscalização, deverá
providenciar o seu cadastro junto ao Departamento
substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que
determinem dependência física ou psíquica. de Polícia Federal e requerer autorização especial
para efetivar as suas operações.
§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo às substâncias
Art. 5o A pessoa jurídica referida no caput do art.
entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem
dependência física ou psíquica que não estejam sob 4o deverá requerer, anualmente, a Renovação da
controle do órgão competente do Ministério da Licença de Funcionamento para o prosseguimento
Saúde. de suas atividades.
§ 2o Para efeito de aplicação das medidas de controle Art. 6o Todas as partes envolvidas deverão possuir
e fiscalização previstas nesta Lei, considera-se licença de funcionamento, exceto quando se tratar
produto químico as substâncias químicas e as de quantidades de produtos químicos inferiores aos
formulações que as contenham, nas concentrações limites a serem estabelecidos em portaria do
Ministro de Estado da Justiça.
estabelecidas em portaria, em qualquer estado físico,
independentemente do nome fantasia dado ao Art. 7o Para importar, exportar ou reexportar os
produtos químicos sujeitos a controle e fiscalização,
produto e do uso lícito a que se destina.
Art. 2o O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou nos termos dos arts. 1o e 2o, será necessária
em razão de proposta do Departamento de Polícia autorização prévia do Departamento de Polícia
Federal, da Secretaria Nacional Antidrogas ou da Federal, nos casos previstos em portaria, sem
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, definirá, prejuízo do disposto no art. 6o e dos procedimentos
em portaria, os produtos químicos a serem adotados pelos demais órgãos competentes.
Art. 8o A pessoa jurídica que realizar qualquer uma
controlados e, quando necessário, promoverá sua
das atividades a que se refere o art. 1 o desta Lei é
atualização, excluindo ou incluindo produtos, bem
como estabelecerá os critérios e as formas de obrigada a fornecer ao Departamento de Polícia
controle. Federal, periodicamente, as informações sobre suas
Art. 3o Compete ao Departamento de Polícia Federal operações.
Parágrafo único. Os documentos que
o controle e a fiscalização dos produtos químicos a
consubstanciam as informações a que se refere este
artigo deverão ser arquivados pelo prazo de cinco

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anos e apresentados ao Departamento de Polícia IX – alterar a composição de produto químico


Federal quando solicitados. controlado, sem prévia comunicação ao órgão
Art. 9o Os modelos de mapas e formulários competente;
necessários à implementação das normas a que se X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e
referem os artigos anteriores serão publicados em embalagens de produtos químicos controlados
portaria ministerial. visando a burlar o controle e a fiscalização;
Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota
motivo, suspender o exercício de atividade sujeita a fiscal, quando for o caso, em local visível da
controle e fiscalização ou mudar de atividade embalagem e do rótulo, a concentração do produto
controlada deverá comunicar a paralisação ou químico controlado;
alteração ao Departamento de Polícia Federal, no XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia
prazo de trinta dias a partir da data da suspensão ou Federal furto, roubo ou extravio de produto químico
da mudança de atividade. controlado e documento de controle, no prazo de
Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça quarenta e oito horas; e
atividade sujeita a controle e fiscalização deverá XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão
informar ao Departamento de Polícia Federal, no de controle e fiscalização.
prazo máximo de vinte e quatro horas, qualquer Art. 13. Os procedimentos realizados no exercício da
suspeita de desvio de produto químico a que se refere fiscalização deverão ser formalizados mediante a
esta Lei. elaboração de documento próprio.
Art. 12. Constitui infração administrativa: Art. 14. O descumprimento das normas
I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo estabelecidas nesta Lei, independentemente de
legal; responsabilidade penal, sujeitará os infratores às
II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia seguintes medidas administrativas, aplicadas
Federal, no prazo de trinta dias, qualquer alteração cumulativa ou isoladamente:
cadastral ou estatutária a partir da data do ato I – advertência formal;
aditivo, bem como a suspensão ou mudança de II – apreensão do produto químico encontrado em
atividade sujeita a controle e fiscalização; situação irregular;
III – omitir as informações a que se refere o art. III – suspensão ou cancelamento de licença de
8o desta Lei, ou prestá-las com dados incompletos ou funcionamento;
inexatos; IV – revogação da autorização especial; e
IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e
quando solicitado, notas fiscais, manifestos e outros oito reais e vinte centavos) a R$ 1.064.100,00 (um
documentos de controle; milhão, sessenta e quatro mil e cem reais).
V – exercer qualquer das atividades sujeitas a § 1o Na dosimetria da medida administrativa, serão
controle e fiscalização, sem a devida Licença de consideradas a situação econômica, a conduta do
Funcionamento ou Autorização Especial do órgão infrator, a reincidência, a natureza da infração, a
competente; quantidade dos produtos químicos encontrados em
VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização situação irregular e as circunstâncias em que
com pessoa física ou jurídica não autorizada ou em ocorreram os fatos.
situação irregular, nos termos desta Lei; § 2o A critério da autoridade competente, o
VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio recolhimento do valor total da multa arbitrada
de produto químico controlado, para fins ilícitos; poderá ser feito em até cinco parcelas mensais e
VIII – importar, exportar ou reexportar produto consecutivas.
químico controlado, sem autorização prévia;

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§ 3o Das sanções aplicadas caberá recurso ao Diretor- Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de
Geral do Departamento de Polícia Federal, na forma Produtos Químicos é devida pela prática dos
e prazo estabelecidos em regulamento. seguintes atos de controle e fiscalização:
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
qualquer uma das infrações previstas nesta Lei terá a. emissão de Certificado de Registro Cadastral;
prazo de trinta dias, a contar da data da fiscalização, b. emissão de segunda via de Certificado de Registro
para sanar as irregularidades verificadas, sem Cadastral; e
prejuízo da aplicação de medidas administrativas c. alteração de Registro Cadastral;
previstas no art. 14. II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos químicos a. emissão de Certificado de Licença de
eventualmente apreendidos serão devolvidos ao seu Funcionamento;
legítimo proprietário ou representante legal. b. emissão de segunda via de Certificado de Licença
§ 2o Os produtos químicos que não forem de Funcionamento; e
regularizados e restituídos no prazo e nas condições c. renovação de Licença de Funcionamento;
estabelecidas neste artigo serão destruídos, III – no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) para:
alienados ou doados pelo Departamento de Polícia a. emissão de Autorização Especial; e
Federal a instituições de ensino, pesquisa ou saúde b. emissão de segunda via de Autorização Especial.
pública, após trânsito em julgado da decisão Parágrafo único. Os valores constantes dos incisos I e
proferida no respectivo processo administrativo. II deste artigo serão reduzidos de:
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao I - quarenta por cento, quando se tratar de empresa
meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá dar de pequeno porte;
destinação imediata aos produtos químicos II - cinquenta por cento, quando se tratar de filial de
apreendidos. empresa já cadastrada;
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e III - setenta por cento, quando se tratar de
Fiscalização de Produtos Químicos, cujo fato gerador microempresa.
é o exercício do poder de polícia conferido ao Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de
Departamento de Polícia Federal para controle e Produtos Químicos será recolhida nos prazos e nas
fiscalização das atividades relacionadas no art. condições estabelecidas em ato do Departamento de
1o desta Lei. Polícia Federal.
Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa de
Fiscalização de Produtos Químicos as pessoas físicas Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, à
e jurídicas que exerçam qualquer uma das atividades aplicação de multa e à alienação de produtos
sujeitas a controle e fiscalização de que trata o art. químicos previstas nesta Lei constituem receita do
1o desta Lei. Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD.
Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas
Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, sem destinará oitenta por cento dos recursos relativos à
prejuízo das demais obrigações previstas nesta Lei: cobrança da Taxa, à aplicação de multa e à alienação
I – os órgãos da Administração Pública direta federal, de produtos químicos, referidos no caput deste
estadual e municipal; artigo, ao Departamento de Polícia Federal, para o
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e reaparelhamento e custeio das atividades de
saúde; controle e fiscalização de produtos químicos e de
III – as entidades particulares de caráter assistencial, repressão ao tráfico ilícito de drogas.
filantrópico e sem fins lucrativos que comprovem Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua
essa condição na forma da lei específica em vigor. publicação (27/12/2001).

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LEI Nº 13.445/2017 IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos


Institui a Lei de Migração. procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em
território nacional;
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - promoção de entrada regular e de regularização
SEÇÃO I - Disposições Gerais documental;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os direitos e os deveres VI - acolhida humanitária;
do migrante e do visitante, regula a sua entrada e VII - desenvolvimento econômico, turístico, social,
estada no País e estabelece princípios e diretrizes cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil;
para as políticas públicas para o emigrante. VIII - garantia do direito à reunião familiar;
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se: IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao
I - (VETADO); migrante e a seus familiares;
II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante
apátrida que trabalha ou reside e se estabelece por meio de políticas públicas;
temporária ou definitivamente no Brasil; XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços,
III - emigrante: brasileiro que se estabelece programas e benefícios sociais, bens públicos,
temporária ou definitivamente no exterior; educação, assistência jurídica integral pública,
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade
limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência social;
habitual em município fronteiriço de país vizinho; XII - promoção e difusão de direitos, liberdades,
V - visitante: pessoa nacional de outro país ou garantias e obrigações do migrante;
apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta XIII - diálogo social na formulação, na execução e na
duração, sem pretensão de se estabelecer avaliação de políticas migratórias e promoção da
temporária ou definitivamente no território nacional; participação cidadã do migrante;
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como XIV - fortalecimento da integração econômica,
nacional por nenhum Estado, segundo a sua política, social e cultural dos povos da América
legislação, nos termos da Convenção sobre o Latina, mediante constituição de espaços de
Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada cidadania e de livre circulação de pessoas;
pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , ou XV - cooperação internacional com Estados de
assim reconhecida pelo Estado brasileiro. origem, de trânsito e de destino de movimentos
§ 2º (VETADO). migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos
Art. 2º Esta Lei não prejudica a aplicação de normas direitos humanos do migrante;
internas e internacionais específicas sobre XVI - integração e desenvolvimento das regiões de
refugiados, asilados, agentes e pessoal diplomático fronteira e articulação de políticas públicas regionais
ou consular, funcionários de organização capazes de garantir efetividade aos direitos do
internacional e seus familiares. residente fronteiriço;
SEÇÃO II - Dos Princípios e das Garantias XVII - proteção integral e atenção ao superior
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos interesse da criança e do adolescente migrante;
seguintes princípios e diretrizes: XVIII - observância ao disposto em tratado;
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
dos direitos humanos; XX - migração e desenvolvimento humano no local
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a de origem, como direitos inalienáveis de todas as
quaisquer formas de discriminação; pessoas;
III - não criminalização da migração; XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do
exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e

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XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar


deportação coletivas. em território nacional, mesmo enquanto pendente
Art. 4º Ao migrante é garantida no território pedido de autorização de residência, de prorrogação
nacional, em condição de igualdade com os de estada ou de transformação de visto em
nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à autorização de residência; e
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as
bem como são assegurados: garantias que lhe são asseguradas para fins de
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e regularização migratória.
econômicos; § 1º Os direitos e as garantias previstos nesta Lei
II - direito à liberdade de circulação em território serão exercidos em observância ao disposto na
nacional; Constituição Federal, independentemente da
III - direito à reunião familiar do migrante com seu situação migratória, observado o disposto no § 4º
cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e deste artigo, e não excluem outros decorrentes de
dependentes; tratado de que o Brasil seja parte.
IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de
CAPÍTULO II - DA SITUAÇÃO DOCUMENTAL DO
crimes e de violações de direitos; MIGRANTE E DO VISITANTE
V - direito de transferir recursos decorrentes de sua
SEÇÃO I - Dos Documentos de Viagem
renda e economias pessoais a outro país, observada
Art. 5º São documentos de viagem:
a legislação aplicável;
I - passaporte;
VI - direito de reunião para fins pacíficos;
II - laissez-passer;
VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins
III - autorização de retorno;
lícitos;
IV - salvo-conduto;
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de
V - carteira de identidade de marítimo;
assistência social e à previdência social, nos termos
VI - carteira de matrícula consular;
da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade
VII - documento de identidade civil ou documento
e da condição migratória;
estrangeiro equivalente, quando admitidos em
IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica
tratado;
integral gratuita aos que comprovarem insuficiência
VIII - certificado de membro de tripulação de
de recursos;
transporte aéreo; e
X - direito à educação pública, vedada a
IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado
discriminação em razão da nacionalidade e da
brasileiro em regulamento.
condição migratória;
§ 1º Os documentos previstos nos incisos I, II, III, IV,
XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e
V, VI e IX, quando emitidos pelo Estado brasileiro, são
contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de
de propriedade da União, cabendo a seu titular a
proteção ao trabalhador, sem discriminação em
posse direta e o uso regular.
razão da nacionalidade e da condição migratória;
§ 2º As condições para a concessão dos documentos
XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante
de que trata o § 1º serão previstas em regulamento.
declaração de hipossuficiência econômica, na forma
SEÇÃO II - Dos Vistos
de regulamento;
Subseção I - Disposições Gerais
XIII - direito de acesso à informação e garantia de
Art. 6º O visto é o documento que dá a seu titular
confidencialidade quanto aos dados pessoais do
expectativa de ingresso em território nacional.
migrante, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de
Parágrafo único. (VETADO).
novembro de 2011 ;
Art. 7º O visto será concedido por embaixadas,
XIV - direito a abertura de conta bancária;
consulados-gerais, consulados, vice-consulados e,

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quando habilitados pelo órgão competente do Poder II - temporário;


Executivo, por escritórios comerciais e de III - diplomático;
representação do Brasil no exterior. IV - oficial;
Parágrafo único. Excepcionalmente, os vistos V - de cortesia.
diplomático, oficial e de cortesia poderão ser Subseção III - Do Visto de Visita
concedidos no Brasil. Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao
Art. 8º Poderão ser cobrados taxas e emolumentos visitante que venha ao Brasil para estada de curta
consulares pelo processamento do visto. duração, sem intenção de estabelecer residência, nos
Art. 9º Regulamento disporá sobre: seguintes casos:
I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua I - turismo;
simplificação, inclusive por reciprocidade; II - negócios;
II - prazo de validade do visto e sua forma de III - trânsito;
contagem; IV - atividades artísticas ou desportivas; e
III - prazo máximo para a primeira entrada e para a V - outras hipóteses definidas em regulamento.
estada do imigrante e do visitante no País; § 1º É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer
IV - hipóteses e condições de dispensa recíproca ou atividade remunerada no Brasil.
unilateral de visto e de taxas e emolumentos § 2º O beneficiário de visto de visita poderá receber
consulares por seu processamento; e pagamento do governo, de empregador brasileiro ou
V - solicitação e emissão de visto por meio eletrônico. de entidade privada a título de diária, ajuda de custo,
Parágrafo único. A simplificação e a dispensa cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem,
recíproca de visto ou de cobrança de taxas e bem como concorrer a prêmios, inclusive em
emolumentos consulares por seu processamento dinheiro, em competições desportivas ou em
poderão ser definidas por comunicação diplomática. concursos artísticos ou culturais.
Art. 10. Não se concederá visto: § 3º O visto de visita não será exigido em caso de
I - a quem não preencher os requisitos para o tipo de escala ou conexão em território nacional, desde que
visto pleiteado; o visitante não deixe a área de trânsito internacional.
II - a quem comprovadamente ocultar condição Subseção IV - Do Visto Temporário
impeditiva de concessão de visto ou de ingresso no Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao
País; ou imigrante que venha ao Brasil com o intuito de
III - a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado estabelecer residência por tempo determinado e que
ou sem autorização de viagem por escrito dos se enquadre em pelo menos uma das seguintes
responsáveis legais ou de autoridade competente. hipóteses:
Art. 11. Poderá ser denegado visto a quem se I - o visto temporário tenha como finalidade:
enquadrar em pelo menos um dos casos de a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
impedimento definidos nos incisos I, II, III, IV e IX do b) tratamento de saúde;
art. 45. c) acolhida humanitária;
Parágrafo único. A pessoa que tiver visto brasileiro d) estudo;
denegado será impedida de ingressar no País e) trabalho;
enquanto permanecerem as condições que f) férias-trabalho;
ensejaram a denegação. g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
Subseção II - Dos Tipos de Visto h) realização de investimento ou de atividade com
Art. 12. Ao solicitante que pretenda ingressar ou relevância econômica, social, científica, tecnológica
permanecer em território nacional poderá ser ou cultural;
concedido visto: i) reunião familiar;
I - de visita;

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j) atividades artísticas ou desportivas com contrato que trata a alínea “e” do inciso I do caput , bastando
por prazo determinado; a apresentação da carteira internacional de
II - o imigrante seja beneficiário de tratado em marítimo, nos termos de regulamento.
matéria de vistos; § 8º É reconhecida ao imigrante a quem se tenha
III - outras hipóteses definidas em regulamento. concedido visto temporário para trabalho a
§ 1º O visto temporário para pesquisa, ensino ou possibilidade de modificação do local de exercício de
extensão acadêmica poderá ser concedido ao sua atividade laboral.
imigrante com ou sem vínculo empregatício com a § 9º O visto para realização de investimento poderá
instituição de pesquisa ou de ensino brasileira, ser concedido ao imigrante que aporte recursos em
exigida, na hipótese de vínculo, a comprovação de projeto com potencial para geração de empregos ou
formação superior compatível ou equivalente de renda no País.
reconhecimento científico. Subseção V - Dos Vistos Diplomático, Oficial e de
§ 2º O visto temporário para tratamento de saúde Cortesia
poderá ser concedido ao imigrante e a seu Art. 15. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia
acompanhante, desde que o imigrante comprove serão concedidos, prorrogados ou dispensados na
possuir meios de subsistência suficientes. forma desta Lei e de regulamento.
§ 3º O visto temporário para acolhida humanitária Parágrafo único. Os vistos diplomático e oficial
poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de poderão ser transformados em autorização de
qualquer país em situação de grave ou iminente residência, o que importará cessação de todas as
instabilidade institucional, de conflito armado, de prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes
calamidade de grande proporção, de desastre do respectivo visto.
ambiental ou de grave violação de direitos humanos Art. 16. Os vistos diplomático e oficial poderão ser
ou de direito internacional humanitário, ou em concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros
outras hipóteses, na forma de regulamento. que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter
§ 4º O visto temporário para estudo poderá ser transitório ou permanente, representando Estado
concedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil estrangeiro ou organismo internacional reconhecido.
para frequentar curso regular ou realizar estágio ou § 1º Não se aplica ao titular dos vistos referidos
intercâmbio de estudo ou de pesquisa. no caput o disposto na legislação trabalhista
§ 5º Observadas as hipóteses previstas em brasileira.
regulamento, o visto temporário para trabalho § 2º Os vistos diplomático e oficial poderão ser
poderá ser concedido ao imigrante que venha estendidos aos dependentes das autoridades
exercer atividade laboral, com ou sem vínculo referidas no caput .
empregatício no Brasil, desde que comprove oferta Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial
de trabalho formalizada por pessoa jurídica em somente poderá ser remunerado por Estado
atividade no País, dispensada esta exigência se o estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o
imigrante comprovar titulação em curso de ensino disposto em tratado que contenha cláusula
superior ou equivalente. específica sobre o assunto.
§ 6º O visto temporário para férias-trabalho poderá Parágrafo único. O dependente de titular de visto
ser concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis) diplomático ou oficial poderá exercer atividade
anos que seja nacional de país que conceda idêntico remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação
benefício ao nacional brasileiro, em termos definidos trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país
por comunicação diplomática. que assegure reciprocidade de tratamento ao
§ 7º Não se exigirá do marítimo que ingressar no nacional brasileiro, por comunicação diplomática.
Brasil em viagem de longo curso ou em cruzeiros Art. 18. O empregado particular titular de visto de
marítimos pela costa brasileira o visto temporário de cortesia somente poderá exercer atividade

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remunerada para o titular de visto diplomático, Art. 24. A autorização referida no caput do art. 23
oficial ou de cortesia ao qual esteja vinculado, sob o indicará o Município fronteiriço no qual o residente
amparo da legislação trabalhista brasileira. estará autorizado a exercer os direitos a ele
Parágrafo único. O titular de visto diplomático, oficial atribuídos por esta Lei.
ou de cortesia será responsável pela saída de seu § 1º O residente fronteiriço detentor da autorização
empregado do território nacional. gozará das garantias e dos direitos assegurados pelo
SEÇÃO III - Do Registro e da Identificação Civil do regime geral de migração desta Lei, conforme
Imigrante e dos Detentores de Vistos Diplomático, especificado em regulamento.
Oficial e de Cortesia § 2º O espaço geográfico de abrangência e de
Art. 19. O registro consiste na identificação civil por validade da autorização será especificado no
dados biográficos e biométricos, e é obrigatório a documento de residente fronteiriço.
todo imigrante detentor de visto temporário ou de Art. 25. O documento de residente fronteiriço será
autorização de residência. cancelado, a qualquer tempo, se o titular:
§ 1º O registro gerará número único de identificação I - tiver fraudado documento ou utilizado documento
que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil. falso para obtê-lo;
§ 2º O documento de identidade do imigrante será II - obtiver outra condição migratória;
expedido com base no número único de III - sofrer condenação penal; ou
identificação. IV - exercer direito fora dos limites previstos na
§ 3º Enquanto não for expedida identificação civil, o autorização.
documento comprobatório de que o imigrante a SEÇÃO II - Da Proteção do Apátrida e da Redução
solicitou à autoridade competente garantirá ao da Apatridia
titular o acesso aos direitos disciplinados nesta Lei. Art. 26. Regulamento disporá sobre instituto
Art. 20. A identificação civil de solicitante de refúgio, protetivo especial do apátrida, consolidado em
de asilo, de reconhecimento de apatridia e de processo simplificado de naturalização.
acolhimento humanitário poderá ser realizada com a § 1º O processo de que trata o caput será iniciado tão
apresentação dos documentos de que o imigrante logo seja reconhecida a situação de apatridia.
dispuser. § 2º Durante a tramitação do processo de
Art. 21. Os documentos de identidade emitidos até a reconhecimento da condição de apátrida, incidem
data de publicação desta Lei continuarão válidos até todas as garantias e mecanismos protetivos e de
sua total substituição. facilitação da inclusão social relativos à Convenção
Art. 22. A identificação civil, o documento de sobre o Estatuto dos Apátridas de 1954, promulgada
identidade e as formas de gestão da base cadastral pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , à
dos detentores de vistos diplomático, oficial e de Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados,
cortesia atenderão a disposições específicas promulgada pelo Decreto nº 50.215, de 28 de janeiro
previstas em regulamento. de 1961 , e à Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 .
§ 3º Aplicam-se ao apátrida residente todos os
CAPÍTULO III - DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO
MIGRANTE E DO VISITANTE direitos atribuídos ao migrante relacionados no art.
4º.
SEÇÃO I - Do Residente Fronteiriço
§ 4º O reconhecimento da condição de apátrida
Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação,
assegura os direitos e garantias previstos na
poderá ser concedida ao residente fronteiriço,
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954,
mediante requerimento, autorização para a
promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de
realização de atos da vida civil.
2002 , bem como outros direitos e garantias
Parágrafo único. Condições específicas poderão ser
reconhecidos pelo Brasil.
estabelecidas em regulamento ou tratado.

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§ 5º O processo de reconhecimento da condição de humanidade, crime de guerra ou crime de agressão,


apátrida tem como objetivo verificar se o solicitante nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal
é considerado nacional pela legislação de algum Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº
Estado e poderá considerar informações, 4.388, de 25 de setembro de 2002 .
documentos e declarações prestadas pelo próprio Art. 29. A saída do asilado do País sem prévia
solicitante e por órgãos e organismos nacionais e comunicação implica renúncia ao asilo.
internacionais. SEÇÃO IV - Da Autorização de Residência
§ 6º Reconhecida a condição de apátrida, nos termos Art. 30. A residência poderá ser autorizada,
do inciso VI do § 1º do art. 1º, o solicitante será mediante registro, ao imigrante, ao residente
consultado sobre o desejo de adquirir a fronteiriço ou ao visitante que se enquadre em uma
nacionalidade brasileira. das seguintes hipóteses:
§ 7º Caso o apátrida opte pela naturalização, a I - a residência tenha como finalidade:
decisão sobre o reconhecimento será encaminhada a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
ao órgão competente do Poder Executivo para b) tratamento de saúde;
publicação dos atos necessários à efetivação da c) acolhida humanitária;
naturalização no prazo de 30 (trinta) dias, observado d) estudo;
o art. 65. e) trabalho;
§ 8º O apátrida reconhecido que não opte pela f) férias-trabalho;
naturalização imediata terá a autorização de g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
residência outorgada em caráter definitivo. h) realização de investimento ou de atividade com
§ 9º Caberá recurso contra decisão negativa de relevância econômica, social, científica, tecnológica
reconhecimento da condição de apátrida. ou cultural;
§ 10. Subsistindo a denegação do reconhecimento da i) reunião familiar;
condição de apátrida, é vedada a devolução do II - a pessoa:
indivíduo para país onde sua vida, integridade a) seja beneficiária de tratado em matéria de
pessoal ou liberdade estejam em risco. residência e livre circulação;
§ 11. Será reconhecido o direito de reunião familiar a b) seja detentora de oferta de trabalho;
partir do reconhecimento da condição de apátrida. c) já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não
§ 12. Implica perda da proteção conferida por esta deseje ou não reúna os requisitos para readquiri-la;
Lei: d) (VETADO);
I - a renúncia; e) seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção
II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados ao apátrida;
para o reconhecimento da condição de apátrida; ou f) seja menor nacional de outro país ou apátrida,
III - a existência de fatos que, se fossem conhecidos desacompanhado ou abandonado, que se encontre
por ocasião do reconhecimento, teriam ensejado nas fronteiras brasileiras ou em território nacional;
decisão negativa. g) tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de
SEÇÃO III - Do Asilado trabalho escravo ou de violação de direito agravada
Art. 27. O asilo político, que constitui ato por sua condição migratória;
discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou h) esteja em liberdade provisória ou em
territorial e será outorgado como instrumento de cumprimento de pena no Brasil;
proteção à pessoa. III - outras hipóteses definidas em regulamento.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre as § 1º Não se concederá a autorização de residência a
condições para a concessão e a manutenção de asilo. pessoa condenada criminalmente no Brasil ou no
Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha exterior por sentença transitada em julgado, desde
cometido crime de genocídio, crime contra a

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que a conduta esteja tipificada na legislação penal no País, observado procedimento administrativo que
brasileira, ressalvados os casos em que: garanta o contraditório e a ampla defesa.
I - a conduta caracterize infração de menor potencial Art. 34. Poderá ser negada autorização de residência
ofensivo; com fundamento nas hipóteses previstas nos incisos
II - (VETADO); ou I, II, III, IV e IX do art. 45.
III - a pessoa se enquadre nas hipóteses previstas nas Art. 35. A posse ou a propriedade de bem no Brasil
alíneas “b”, “c” e “i” do inciso I e na alínea “a” do inciso não confere o direito de obter visto ou autorização de
II do caput deste artigo. residência em território nacional, sem prejuízo do
§ 2º O disposto no § 1º não obsta progressão de disposto sobre visto para realização de investimento.
regime de cumprimento de pena, nos termos da Lei Art. 36. O visto de visita ou de cortesia poderá ser
nº 7.210, de 11 de julho de 1984 , ficando a pessoa transformado em autorização de residência,
autorizada a trabalhar quando assim exigido pelo mediante requerimento e registro, desde que
novo regime de cumprimento de pena. satisfeitos os requisitos previstos em regulamento.
§ 3º Nos procedimentos conducentes ao SEÇÃO V - Da Reunião Familiar
cancelamento de autorização de residência e no Art. 37. O visto ou a autorização de residência para
recurso contra a negativa de concessão de fins de reunião familiar será concedido ao imigrante:
autorização de residência devem ser respeitados o I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação
contraditório e a ampla defesa. alguma;
Art. 31. Os prazos e o procedimento da autorização II - filho de imigrante beneficiário de autorização de
de residência de que trata o art. 30 serão dispostos residência, ou que tenha filho brasileiro ou imigrante
em regulamento, observado o disposto nesta Lei. beneficiário de autorização de residência;
§ 1º Será facilitada a autorização de residência nas III - ascendente, descendente até o segundo grau ou
hipóteses das alíneas “a” e “e” do inciso I do art. 30 irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário de
desta Lei, devendo a deliberação sobre a autorização autorização de residência; ou
ocorrer em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, a IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.
contar de sua solicitação.
CAPÍTULO IV - DA ENTRADA E DA SAÍDA DO
§ 2º Nova autorização de residência poderá ser TERRITÓRIO NACIONAL
concedida, nos termos do art. 30, mediante
SEÇÃO I - Da Fiscalização Marítima, Aeroportuária
requerimento.
e de Fronteira
§ 3º O requerimento de nova autorização de
Art. 38. As funções de polícia marítima,
residência após o vencimento do prazo da
aeroportuária e de fronteira serão realizadas pela
autorização anterior implicará aplicação da sanção
Polícia Federal nos pontos de entrada e de saída do
prevista no inciso II do art. 109.
território nacional.
§ 4º O solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção
Parágrafo único. É dispensável a fiscalização de
ao apátrida fará jus a autorização provisória de
passageiro, tripulante e estafe de navio em
residência até a obtenção de resposta ao seu pedido.
passagem inocente, exceto quando houver
§ 5º Poderá ser concedida autorização de residência
necessidade de descida de pessoa a terra ou de
independentemente da situação migratória.
subida a bordo do navio.
Art. 32. Poderão ser cobradas taxas pela autorização
Art. 39. O viajante deverá permanecer em área de
de residência.
fiscalização até que seu documento de viagem tenha
Art. 33. Regulamento disporá sobre a perda e o
sido verificado, salvo os casos previstos em lei.
cancelamento da autorização de residência em razão
Art. 40. Poderá ser autorizada a admissão
de fraude ou de ocultação de condição impeditiva de
excepcional no País de pessoa que se encontre em
concessão de visto, de ingresso ou de permanência

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uma das seguintes condições, desde que esteja de nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
posse de documento de viagem válido: Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado
I - não possua visto; pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ;
II - seja titular de visto emitido com erro ou omissão; III - condenada ou respondendo a processo em outro
III - tenha perdido a condição de residente por ter país por crime doloso passível de extradição segundo
permanecido ausente do País na forma especificada a lei brasileira;
em regulamento e detenha as condições objetivas IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições
para a concessão de nova autorização de residência; por ordem judicial ou por compromisso assumido
IV - (VETADO); ou pelo Brasil perante organismo internacional;
V - seja criança ou adolescente desacompanhado de V - que apresente documento de viagem que:
responsável legal e sem autorização expressa para a) não seja válido para o Brasil;
viajar desacompanhado, independentemente do b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
documento de viagem que portar, hipótese em que c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
haverá imediato encaminhamento ao Conselho VI - que não apresente documento de viagem ou
Tutelar ou, em caso de necessidade, a instituição documento de identidade, quando admitido;
indicada pela autoridade competente. VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o
Parágrafo único. Regulamento poderá dispor sobre visto ou com o motivo alegado para a isenção de
outras hipóteses excepcionais de admissão, visto;
observados os princípios e as diretrizes desta Lei. VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado
Art. 41. A entrada condicional, em território documentação ou prestado informação falsa por
nacional, de pessoa que não preencha os requisitos ocasião da solicitação de visto; ou
de admissão poderá ser autorizada mediante a IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios
assinatura, pelo transportador ou por seu agente, de e objetivos dispostos na Constituição Federal.
termo de compromisso de custear as despesas com a Parágrafo único. Ninguém será impedido de
permanência e com as providências para a ingressar no País por motivo de raça, religião,
repatriação do viajante. nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião
Art. 42. O tripulante ou o passageiro que, por motivo política.
de força maior, for obrigado a interromper a viagem
CAPÍTULO V - DAS MEDIDAS DE RETIRADA
em território nacional poderá ter seu desembarque COMPULSÓRIA
permitido mediante termo de responsabilidade pelas
SEÇÃO I - Disposições Gerais
despesas decorrentes do transbordo.
Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o
Art. 43. A autoridade responsável pela fiscalização
disposto na Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , e nas
contribuirá para a aplicação de medidas sanitárias
disposições legais, tratados, instrumentos e
em consonância com o Regulamento Sanitário
mecanismos que tratem da proteção aos apátridas
Internacional e com outras disposições pertinentes
ou de outras situações humanitárias.
SEÇÃO II - Do Impedimento de Ingresso
Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão
Art. 44. (VETADO).
serão feitas para o país de nacionalidade ou de
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País,
procedência do migrante ou do visitante, ou para
após entrevista individual e mediante ato
outro que o aceite, em observância aos tratados dos
fundamentado, a pessoa:
quais o Brasil seja parte.
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o
efeitos da expulsão vigorarem;
chefe da unidade da Polícia Federal poderá
II - condenada ou respondendo a processo por ato de
representar perante o juízo federal, respeitados, nos
terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão,

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procedimentos judiciais, os direitos à ampla defesa e § 2º A notificação prevista no § 1º não impede a livre
ao devido processo legal. circulação em território nacional, devendo o
SEÇÃO II - Da Repatriação deportando informar seu domicílio e suas atividades.
Art. 49. A repatriação consiste em medida § 3º Vencido o prazo do § 1º sem que se regularize a
administrativa de devolução de pessoa em situação situação migratória, a deportação poderá ser
de impedimento ao país de procedência ou de executada.
nacionalidade. § 4º A deportação não exclui eventuais direitos
§ 1º Será feita imediata comunicação do ato adquiridos em relações contratuais ou decorrentes
fundamentado de repatriação à empresa da lei brasileira.
transportadora e à autoridade consular do país de § 5º A saída voluntária de pessoa notificada para
procedência ou de nacionalidade do migrante ou do deixar o País equivale ao cumprimento da notificação
visitante, ou a quem o representa. de deportação para todos os fins.
§ 2º A Defensoria Pública da União será notificada, § 6º O prazo previsto no § 1º poderá ser reduzido nos
preferencialmente por via eletrônica, no caso do § 4º casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
deste artigo ou quando a repatriação imediata não Art. 51. Os procedimentos conducentes à
seja possível. deportação devem respeitar o contraditório e a
§ 3º Condições específicas de repatriação podem ser ampla defesa e a garantia de recurso com efeito
definidas por regulamento ou tratado, observados os suspensivo.
princípios e as garantias previstos nesta Lei. § 1º A Defensoria Pública da União deverá ser
§ 4º Não será aplicada medida de repatriação à notificada, preferencialmente por meio eletrônico,
pessoa em situação de refúgio ou de apatridia, de para prestação de assistência ao deportando em
fato ou de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos todos os procedimentos administrativos de
desacompanhado ou separado de sua família, exceto deportação.
nos casos em que se demonstrar favorável para a § 2º A ausência de manifestação da Defensoria
garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua Pública da União, desde que prévia e devidamente
família de origem, ou a quem necessite de notificada, não impedirá a efetivação da medida de
acolhimento humanitário, nem, em qualquer caso, deportação.
medida de devolução para país ou região que possa Art. 52. Em se tratando de apátrida, o procedimento
apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à de deportação dependerá de prévia autorização da
liberdade da pessoa. autoridade competente.
SEÇÃO III - Da Deportação Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida
Art. 50. A deportação é medida decorrente de configurar extradição não admitida pela legislação
procedimento administrativo que consiste na brasileira.
retirada compulsória de pessoa que se encontre em SEÇÃO IV - Da Expulsão
situação migratória irregular em território nacional. Art. 54. A expulsão consiste em medida
§ 1º A deportação será precedida de notificação administrativa de retirada compulsória de migrante
pessoal ao deportando, da qual constem, ou visitante do território nacional, conjugada com o
expressamente, as irregularidades verificadas e impedimento de reingresso por prazo determinado.
prazo para a regularização não inferior a 60 § 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com
(sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual sentença transitada em julgado relativa à prática de:
período, por despacho fundamentado e mediante I - crime de genocídio, crime contra a humanidade,
compromisso de a pessoa manter atualizadas suas crime de guerra ou crime de agressão, nos termos
informações domiciliares. definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº
4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou

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II - crime comum doloso passível de pena privativa de Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o
liberdade, consideradas a gravidade e as contraditório e a ampla defesa.
possibilidades de ressocialização em território § 1º A Defensoria Pública da União será notificada da
nacional. instauração de processo de expulsão, se não houver
§ 2º Caberá à autoridade competente resolver sobre defensor constituído.
a expulsão, a duração do impedimento de reingresso § 2º Caberá pedido de reconsideração da decisão
e a suspensão ou a revogação dos efeitos da sobre a expulsão no prazo de 10 (dez) dias, a contar
expulsão, observado o disposto nesta Lei. da notificação pessoal do expulsando.
§ 3º O processamento da expulsão em caso de crime Art. 59. Será considerada regular a situação
comum não prejudicará a progressão de regime, o migratória do expulsando cujo processo esteja
cumprimento da pena, a suspensão condicional do pendente de decisão, nas condições previstas no art.
processo, a comutação da pena ou a concessão de 55.
pena alternativa, de indulto coletivo ou individual, de Art. 60. A existência de processo de expulsão não
anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em impede a saída voluntária do expulsando do País.
igualdade de condições ao nacional brasileiro. SEÇÃO V - Das Vedações
§ 4º O prazo de vigência da medida de impedimento Art. 61. Não se procederá à repatriação, à
vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional deportação ou à expulsão coletivas.
ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior Parágrafo único. Entende-se por repatriação,
ao dobro de seu tempo. deportação ou expulsão coletiva aquela que não
Art. 55. Não se procederá à expulsão quando: individualiza a situação migratória irregular de cada
I - a medida configurar extradição inadmitida pela pessoa.
legislação brasileira; Art. 62. Não se procederá à repatriação, à
II - o expulsando: deportação ou à expulsão de nenhum indivíduo
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou quando subsistirem razões para acreditar que a
dependência econômica ou socioafetiva ou tiver medida poderá colocar em risco a vida ou a
pessoa brasileira sob sua tutela; integridade pessoal.
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil,
CAPÍTULO VI - DA OPÇÃO DE NACIONALIDADE E
sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou DA NATURALIZAÇÃO
legalmente;
SEÇÃO I - Da Opção de Nacionalidade
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de
Art. 63. O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no
idade, residindo desde então no País;
exterior e que não tenha sido registrado em
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que
repartição consular poderá, a qualquer tempo,
resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados
promover ação de opção de nacionalidade.
a gravidade e o fundamento da expulsão; ou
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar
Art. 56. Regulamento definirá procedimentos para
periodicamente à autoridade competente os dados
apresentação e processamento de pedidos de
relativos à opção de nacionalidade, conforme
suspensão e de revogação dos efeitos das medidas
regulamento.
de expulsão e de impedimento de ingresso e
SEÇÃO II - Das Condições da Naturalização
permanência em território nacional.
Art. 64. A naturalização pode ser:
Art. 57. Regulamento disporá sobre condições
I - ordinária;
especiais de autorização de residência para viabilizar
II - extraordinária;
medidas de ressocialização a migrante e a visitante
III - especial; ou
em cumprimento de penas aplicadas ou executadas
IV - provisória.
em território nacional.

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Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas
àquele que preencher as seguintes condições: as condições do naturalizando; e
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; III - não possuir condenação penal ou estiver
II - ter residência em território nacional, pelo prazo reabilitado, nos termos da lei.
mínimo de 4 (quatro) anos; Art. 70. A naturalização provisória poderá ser
III - comunicar-se em língua portuguesa, concedida ao migrante criança ou adolescente que
consideradas as condições do naturalizando; e tenha fixado residência em território nacional antes
IV - não possuir condenação penal ou estiver de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser
reabilitado, nos termos da lei. requerida por intermédio de seu representante legal.
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II Parágrafo único. A naturalização prevista
do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 no caput será convertida em definitiva se o
(um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das naturalizando expressamente assim o requerer no
seguintes condições: prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade.
I - (VETADO); Art. 71. O pedido de naturalização será apresentado
II - ter filho brasileiro; e processado na forma prevista pelo órgão
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar competente do Poder Executivo, sendo cabível
dele separado legalmente ou de fato no momento de recurso em caso de denegação.
concessão da naturalização; § 1º No curso do processo de naturalização, o
IV - (VETADO); naturalizando poderá requerer a tradução ou a
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante adaptação de seu nome à língua portuguesa.
ao Brasil; ou § 2º Será mantido cadastro com o nome traduzido ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, adaptado associado ao nome anterior.
científica ou artística. Art. 72. No prazo de até 1 (um) ano após a concessão
Parágrafo único. O preenchimento das condições da naturalização, deverá o naturalizado comparecer
previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na perante a Justiça Eleitoral para o devido
forma disposta em regulamento. cadastramento.
Art. 67. A naturalização extraordinária será SEÇÃO III - Dos Efeitos da Naturalização
concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada Art. 73. A naturalização produz efeitos após a
no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e publicação no Diário Oficial do ato de naturalização.
sem condenação penal, desde que requeira a Art. 74. (VETADO).
nacionalidade brasileira. SEÇÃO IV - Da Perda da Nacionalidade
Art. 68. A naturalização especial poderá ser Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em
concedida ao estrangeiro que se encontre em uma razão de condenação transitada em julgado por
das seguintes situações: atividade nociva ao interesse nacional, nos termos
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal .
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em Parágrafo único. O risco de geração de situação de
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro apatridia será levado em consideração antes da
no exterior; ou efetivação da perda da nacionalidade.
II - seja ou tenha sido empregado em missão SEÇÃO V - Da Reaquisição da Nacionalidade
diplomática ou em repartição consular do Brasil por Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto
mais de 10 (dez) anos ininterruptos. no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal ,
Art. 69. São requisitos para a concessão da houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a
naturalização especial: causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; perda revogado, na forma definida pelo órgão
competente do Poder Executivo.

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CAPÍTULO VII - DO EMIGRANTE ao emigrante pelas representações brasileiras no


SEÇÃO I - Das Políticas Públicas para os exterior.
Emigrantes Art. 80. O tripulante brasileiro contratado por
Art. 77. As políticas públicas para os emigrantes embarcação ou armadora estrangeira, de
observarão os seguintes princípios e diretrizes: cabotagem ou a longo curso e com sede ou filial no
I - proteção e prestação de assistência consular por Brasil, que explore economicamente o mar territorial
meio das representações do Brasil no exterior; e a costa brasileira terá direito a seguro a cargo do
II - promoção de condições de vida digna, por meio, contratante, válido para todo o período da
entre outros, da facilitação do registro consular e da contratação, conforme o disposto no Registro de
prestação de serviços consulares relativos às áreas de Embarcações Brasileiras (REB), contra acidente de
educação, saúde, trabalho, previdência social e trabalho, invalidez total ou parcial e morte, sem
cultura; prejuízo de benefícios de apólice mais favorável
III - promoção de estudos e pesquisas sobre os vigente no exterior.
emigrantes e as comunidades de brasileiros no CAPÍTULO VIII - DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO
exterior, a fim de subsidiar a formulação de políticas
SEÇÃO I - Da Extradição
públicas;
Art. 81. A extradição é a medida de cooperação
IV - atuação diplomática, nos âmbitos bilateral,
internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado
regional e multilateral, em defesa dos direitos do
pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa
emigrante brasileiro, conforme o direito
sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou
internacional
para fins de instrução de processo penal em curso.
V - ação governamental integrada, com a
§ 1º A extradição será requerida por via diplomática
participação de órgãos do governo com atuação nas
ou pelas autoridades centrais designadas para esse
áreas temáticas mencionadas nos incisos I, II, III e IV,
fim.
visando a assistir as comunidades brasileiras no
§ 2º A extradição e sua rotina de comunicação serão
exterior; e
realizadas pelo órgão competente do Poder
VI - esforço permanente de desburocratização,
Executivo em coordenação com as autoridades
atualização e modernização do sistema de
judiciárias e policiais competentes.
atendimento, com o objetivo de aprimorar a
Art. 82. Não se concederá a extradição quando:
assistência ao emigrante.
I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for
SEÇÃO II - Dos Direitos do Emigrante
brasileiro nato;
Art. 78. Todo emigrante que decida retornar ao
II - o fato que motivar o pedido não for considerado
Brasil com ânimo de residência poderá introduzir no
crime no Brasil ou no Estado requerente;
País, com isenção de direitos de importação e de
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para
taxas aduaneiras, os bens novos ou usados que um
julgar o crime imputado ao extraditando;
viajante, em compatibilidade com as circunstâncias
IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão
de sua viagem, puder destinar para seu uso ou
inferior a 2 (dois) anos;
consumo pessoal e profissional, sempre que, por sua
V - o extraditando estiver respondendo a processo ou
quantidade, natureza ou variedade, não permitam
já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo
presumir importação ou exportação com fins
mesmo fato em que se fundar o pedido;
comerciais ou industriais.
VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição,
Art. 79. Em caso de ameaça à paz social e à ordem
segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
pública por grave ou iminente instabilidade
VII - o fato constituir crime político ou de opinião;
institucional ou de calamidade de grande proporção
VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado
na natureza, deverá ser prestada especial assistência
requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou

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IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro
termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , ou de meio que assegure a comunicação por escrito.
asilo territorial. § 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser
§ 1º A previsão constante do inciso VII do caput não transmitido à autoridade competente para
impedirá a extradição quando o fato constituir, extradição no Brasil por meio de canal estabelecido
principalmente, infração à lei penal comum ou com o ponto focal da Organização Internacional de
quando o crime comum, conexo ao delito político, Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente
constituir o fato principal. instruído com a documentação comprobatória da
§ 2º Caberá à autoridade judiciária competente a existência de ordem de prisão proferida por Estado
apreciação do caráter da infração. estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com
§ 3º Para determinação da incidência do disposto no a promessa de reciprocidade recebida por via
inciso I, será observada, nos casos de aquisição de diplomática.
outra nacionalidade por naturalização, a § 3º Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de
anterioridade do fato gerador da extradição. extradição será encaminhado à autoridade judiciária
§ 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de competente.
considerar crime político o atentado contra chefe de § 4º Na ausência de disposição específica em tratado,
Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime o Estado estrangeiro deverá formalizar o pedido de
contra a humanidade, crime de guerra, crime de extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da
genocídio e terrorismo. data em que tiver sido cientificado da prisão do
§ 5º Admite-se a extradição de brasileiro extraditando.
naturalizado, nas hipóteses previstas na Constituição § 5º Caso o pedido de extradição não seja
Federal. apresentado no prazo previsto no § 4º, o
Art. 83. São condições para concessão da extradição: extraditando deverá ser posto em liberdade, não se
I - ter sido o crime cometido no território do Estado admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo
requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as mesmo fato sem que a extradição tenha sido
leis penais desse Estado; e devidamente requerida.
II - estar o extraditando respondendo a processo § 6º A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o
investigatório ou a processo penal ou ter sido julgamento final da autoridade judiciária
condenado pelas autoridades judiciárias do Estado competente quanto à legalidade do pedido de
requerente a pena privativa de liberdade. extradição.
Art. 84. Em caso de urgência, o Estado interessado Art. 85. Quando mais de um Estado requerer a
na extradição poderá, previamente ou extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
conjuntamente com a formalização do pedido preferência o pedido daquele em cujo território a
extradicional, requerer, por via diplomática ou por infração foi cometida.
meio de autoridade central do Poder Executivo, § 1º Em caso de crimes diversos, terá preferência,
prisão cautelar com o objetivo de assegurar a sucessivamente:
executoriedade da medida de extradição que, após I - o Estado requerente em cujo território tenha sido
exame da presença dos pressupostos formais de cometido o crime mais grave, segundo a lei
admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, brasileira;
deverá representar à autoridade judicial II - o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a
competente, ouvido previamente o Ministério entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes
Público Federal. for idêntica;
§ 1º O pedido de prisão cautelar deverá conter III - o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar
informação sobre o crime cometido e deverá ser do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
fundamentado, podendo ser apresentado por

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§ 2º Nos casos não previstos nesta Lei, o órgão indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e
competente do Poder Executivo decidirá sobre a as circunstâncias do fato criminoso e a identidade do
preferência do pedido, priorizando o Estado extraditando e será acompanhado de cópia dos
requerente que mantiver tratado de extradição com textos legais sobre o crime, a competência, a pena e
o Brasil. a prescrição.
§ 3º Havendo tratado com algum dos Estados § 4º O encaminhamento do pedido de extradição ao
requerentes, prevalecerão suas normas no que diz órgão competente do Poder Executivo confere
respeito à preferência de que trata este artigo. autenticidade aos documentos.
Art. 86. O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado
Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue estrangeiro será recebido pelo órgão competente do
ou domiciliar ou determinar que o extraditando Poder Executivo e, após exame da presença dos
responda ao processo de extradição em liberdade, pressupostos formais de admissibilidade exigidos
com retenção do documento de viagem ou outras nesta Lei ou em tratado, encaminhado à autoridade
medidas cautelares necessárias, até o julgamento da judiciária competente.
extradição ou a entrega do extraditando, se Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos
pertinente, considerando a situação administrativa referidos no caput, o pedido será arquivado mediante
migratória, os antecedentes do extraditando e as decisão fundamentada, sem prejuízo da
circunstâncias do caso. possibilidade de renovação do pedido, devidamente
Art. 87. O extraditando poderá entregar-se instruído, uma vez superado o óbice apontado.
voluntariamente ao Estado requerente, desde que o Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem
declare expressamente, esteja assistido por prévio pronunciamento do Supremo Tribunal
advogado e seja advertido de que tem direito ao Federal sobre sua legalidade e procedência, não
processo judicial de extradição e à proteção que tal cabendo recurso da decisão.
direito encerra, caso em que o pedido será decidido Art. 91. Ao receber o pedido, o relator designará dia
pelo Supremo Tribunal Federal. e hora para o interrogatório do extraditando e,
Art. 88. Todo pedido que possa originar processo de conforme o caso, nomear-lhe-á curador ou
extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser advogado, se não o tiver.
encaminhado ao órgão competente do Poder § 1º A defesa, a ser apresentada no prazo de 10 (dez)
Executivo diretamente pelo órgão do Poder dias contado da data do interrogatório, versará sobre
Judiciário responsável pela decisão ou pelo processo a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma
penal que a fundamenta. de documento apresentado ou ilegalidade da
§ 1º Compete a órgão do Poder Executivo o papel de extradição.
orientação, de informação e de avaliação dos § 2º Não estando o processo devidamente instruído,
elementos formais de admissibilidade dos processos o Tribunal, a requerimento do órgão do Ministério
preparatórios para encaminhamento ao Estado Público Federal correspondente, poderá converter o
requerido. julgamento em diligência para suprir a falta.
§ 2º Compete aos órgãos do sistema de Justiça § 3º Para suprir a falta referida no § 2º, o Ministério
vinculados ao processo penal gerador de pedido de Público Federal terá prazo improrrogável de 60
extradição a apresentação de todos os documentos, (sessenta) dias, após o qual o pedido será julgado
manifestações e demais elementos necessários para independentemente da diligência.
o processamento do pedido, inclusive suas traduções § 4º O prazo referido no § 3º será contado da data de
oficiais. notificação à missão diplomática do Estado
§ 3º O pedido deverá ser instruído com cópia requerente.
autêntica ou com o original da sentença Art. 92. Julgada procedente a extradição e
condenatória ou da decisão penal proferida, conterá autorizada a entrega pelo órgão competente do

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Poder Executivo, será o ato comunicado por via feita com os objetos e instrumentos do crime
diplomática ao Estado requerente, que, no prazo de encontrados em seu poder.
60 (sessenta) dias da comunicação, deverá retirar o Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
extraditando do território nacional. neste artigo poderão ser entregues
Art. 93. Se o Estado requerente não retirar o independentemente da entrega do extraditando.
extraditando do território nacional no prazo previsto Art. 98. O extraditando que, depois de entregue ao
no art. 92, será ele posto em liberdade, sem prejuízo Estado requerente, escapar à ação da Justiça e
de outras medidas aplicáveis. homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido
Art. 94. Negada a extradição em fase judicial, não se mediante pedido feito diretamente por via
admitirá novo pedido baseado no mesmo fato. diplomática ou pela Interpol e novamente entregue,
Art. 95. Quando o extraditando estiver sendo sem outras formalidades.
processado ou tiver sido condenado, no Brasil, por Art. 99. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser
crime punível com pena privativa de liberdade, a permitido, pelo órgão competente do Poder
extradição será executada somente depois da Executivo, o trânsito no território nacional de pessoa
conclusão do processo ou do cumprimento da pena, extraditada por Estado estrangeiro, bem como o da
ressalvadas as hipóteses de liberação antecipada respectiva guarda, mediante apresentação de
pelo Poder Judiciário e de determinação da documento comprobatório de concessão da medida.
transferência da pessoa condenada. SEÇÃO II - Da Transferência de Execução da Pena
§ 1º A entrega do extraditando será igualmente Art. 100. Nas hipóteses em que couber solicitação de
adiada se a efetivação da medida puser em risco sua extradição executória, a autoridade competente
vida em virtude de enfermidade grave comprovada poderá solicitar ou autorizar a transferência de
por laudo médico oficial. execução da pena, desde que observado o princípio
§ 2º Quando o extraditando estiver sendo processado do non bis in idem .
ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto
menor potencial ofensivo, a entrega poderá ser no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
imediatamente efetivada. (Código Penal) , a transferência de execução da pena
Art. 96. Não será efetivada a entrega do será possível quando preenchidos os seguintes
extraditando sem que o Estado requerente assuma o requisitos:
compromisso de: I - o condenado em território estrangeiro for nacional
I - não submeter o extraditando a prisão ou processo ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no
por fato anterior ao pedido de extradição; Brasil;
II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi II - a sentença tiver transitado em julgado;
imposta por força da extradição; III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data
em pena privativa de liberdade, respeitado o limite de apresentação do pedido ao Estado da
máximo de cumprimento de 30 (trinta) anos; condenação;
IV - não entregar o extraditando, sem consentimento IV - o fato que originou a condenação constituir
do Brasil, a outro Estado que o reclame; infração penal perante a lei de ambas as partes; e
V - não considerar qualquer motivo político para V - houver tratado ou promessa de reciprocidade.
agravar a pena; e Art. 101. O pedido de transferência de execução da
VI - não submeter o extraditando a tortura ou a pena de Estado estrangeiro será requerido por via
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou diplomática ou por via de autoridades centrais.
degradantes. § 1º O pedido será recebido pelo órgão competente
Art. 97. A entrega do extraditando, de acordo com as do Poder Executivo e, após exame da presença dos
leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será pressupostos formais de admissibilidade exigidos

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nesta Lei ou em tratado, encaminhado ao Superior Art. 105. A forma do pedido de transferência de
Tribunal de Justiça para decisão quanto à pessoa condenada e seu processamento serão
homologação. definidos em regulamento.
§ 2º Não preenchidos os pressupostos referidos no § § 1º Nos casos previstos nesta Seção, a execução
1º, o pedido será arquivado mediante decisão penal será de competência da Justiça Federal.
fundamentada, sem prejuízo da possibilidade de § 2º Não se procederá à transferência quando
renovação do pedido, devidamente instruído, uma inadmitida a extradição.
vez superado o óbice apontado.
CAPÍTULO IX - DAS INFRAÇÕES E DAS
Art. 102. A forma do pedido de transferência de PENALIDADES ADMINISTRATIVAS
execução da pena e seu processamento serão
Art. 106. Regulamento disporá sobre o
definidos em regulamento.
procedimento de apuração das infrações
Parágrafo único. Nos casos previstos nesta Seção, a
administrativas e seu processamento e sobre a
execução penal será de competência da Justiça
fixação e a atualização das multas, em observância
Federal.
ao disposto nesta Lei.
SEÇÃO III - Da Transferência de Pessoa Condenada
Art. 107. As infrações administrativas previstas neste
Art. 103. A transferência de pessoa condenada
Capítulo serão apuradas em processo administrativo
poderá ser concedida quando o pedido se
próprio, assegurados o contraditório e a ampla
fundamentar em tratado ou houver promessa de
defesa e observadas as disposições desta Lei.
reciprocidade.
§ 1º O cometimento simultâneo de duas ou mais
§ 1º O condenado no território nacional poderá ser
infrações importará cumulação das sanções cabíveis,
transferido para seu país de nacionalidade ou país em
respeitados os limites estabelecidos nos incisos V e VI
que tiver residência habitual ou vínculo pessoal,
do art. 108.
desde que expresse interesse nesse sentido, a fim de
§ 2º A multa atribuída por dia de atraso ou por
cumprir pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por
excesso de permanência poderá ser convertida em
sentença transitada em julgado.
redução equivalente do período de autorização de
§ 2º A transferência de pessoa condenada no Brasil
estada para o visto de visita, em caso de nova entrada
pode ser concedida juntamente com a aplicação de
no País.
medida de impedimento de reingresso em território
Art. 108. O valor das multas tratadas neste Capítulo
nacional, na forma de regulamento.
considerará:
Art. 104. A transferência de pessoa condenada será
I - as hipóteses individualizadas nesta Lei;
possível quando preenchidos os seguintes requisitos:
II - a condição econômica do infrator, a reincidência e
I - o condenado no território de uma das partes for
a gravidade da infração;
nacional ou tiver residência habitual ou vínculo
III - a atualização periódica conforme estabelecido
pessoal no território da outra parte que justifique a
em regulamento;
transferência;
IV - o valor mínimo individualizável de R$ 100,00
II - a sentença tiver transitado em julgado;
(cem reais);
III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
V - o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o
para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data
máximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para
de apresentação do pedido ao Estado da
infrações cometidas por pessoa física;
condenação;
VI - o valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e o
IV - o fato que originou a condenação constituir
máximo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
infração penal perante a lei de ambos os Estados;
para infrações cometidas por pessoa jurídica, por ato
V - houver manifestação de vontade do condenado
infracional.
ou, quando for o caso, de seu representante; e
VI - houver concordância de ambos os Estados.

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Art. 109. Constitui infração, sujeitando o infrator às particular os tratados firmados no âmbito do
seguintes sanções: Mercosul.
I - entrar em território nacional sem estar autorizado: Art. 112. As autoridades brasileiras serão tolerantes
Sanção: deportação, caso não saia do País ou não quanto ao uso do idioma do residente fronteiriço e do
regularize a situação migratória no prazo fixado; imigrante quando eles se dirigirem a órgãos ou
II - permanecer em território nacional depois de repartições públicas para reclamar ou reivindicar os
esgotado o prazo legal da documentação migratória: direitos decorrentes desta Lei.
Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso Art. 113. As taxas e emolumentos consulares são
não saia do País ou não regularize a situação fixados em conformidade com a tabela anexa a esta
migratória no prazo fixado; Lei.
III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 § 1º Os valores das taxas e emolumentos consulares
(noventa) dias do ingresso no País, quando for poderão ser ajustados pelo órgão competente da
obrigatória a identificação civil: administração pública federal, de forma a preservar
Sanção: multa; o interesse nacional ou a assegurar a reciprocidade
IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de de tratamento.
autorização de residência, dentro do prazo de 30 § 2º Não serão cobrados emolumentos consulares
(trinta) dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão pela concessão de:
competente: I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e
Sanção: multa por dia de atraso; II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de
V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de
documentação migratória regular: tratamento a titulares de documento de viagem
Sanção: multa por pessoa transportada; similar brasileiro.
VI - deixar a empresa transportadora de atender a § 3º Não serão cobrados taxas e emolumentos
compromisso de manutenção da estada ou de consulares pela concessão de vistos ou para a
promoção da saída do território nacional de quem obtenção de documentos para regularização
tenha sido autorizado a ingresso condicional no migratória aos integrantes de grupos vulneráveis e
Brasil por não possuir a devida documentação indivíduos em condição de hipossuficiência
migratória: econômica.
Sanção: multa; Art. 114. Regulamento poderá estabelecer
VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou competência para órgãos do Poder Executivo
saída do território nacional: disciplinarem aspectos específicos desta Lei.
Sanção: multa. Art. 116. (VETADO).
Art. 110. As penalidades aplicadas serão objeto de Art. 117. O documento conhecido por Registro
pedido de reconsideração e de recurso, nos termos Nacional de Estrangeiro passa a ser denominado
de regulamento. Registro Nacional Migratório.
Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a Art. 118. (VETADO).
ampla defesa e a garantia de recurso, assim como a Art. 119. O visto emitido até a data de entrada em
situação de hipossuficiência do migrante ou do vigor desta Lei poderá ser utilizado até a data
visitante. prevista de expiração de sua validade, podendo ser
transformado ou ter seu prazo de estada prorrogado,
CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS nos termos de regulamento.
Art. 120. A Política Nacional de Migrações, Refúgio e
Art. 111. Esta Lei não prejudica direitos e obrigações
Apatridia terá a finalidade de coordenar e articular
estabelecidos por tratados vigentes no Brasil e que
ações setoriais implementadas pelo Poder Executivo
sejam mais benéficos ao migrante e ao visitante, em
federal em regime de cooperação com os Estados, o

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Distrito Federal e os Municípios, com participação de LEI Nº 11.343/2006


organizações da sociedade civil, organismos Institui o Sistema Nacional de Políticas
internacionais e entidades privadas, conforme
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
regulamento. medidas para prevenção do uso indevido,
§ 1º Ato normativo do Poder Executivo federal atenção e reinserção social de usuários e
poderá definir os objetivos, a organização e a dependentes de drogas; estabelece normas
estratégia de coordenação da Política Nacional de para repressão à produção não autorizada e
Migrações, Refúgio e Apatridia. ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá
§ 2º Ato normativo do Poder Executivo federal outras providências.
poderá estabelecer planos nacionais e outros
instrumentos para a efetivação dos objetivos desta TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Lei e a coordenação entre órgãos e colegiados Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de
setoriais. Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
§ 3º Com vistas à formulação de políticas públicas, medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
deverá ser produzida informação quantitativa e reinserção social de usuários e dependentes de
qualitativa, de forma sistemática, sobre os drogas; estabelece normas para repressão à
migrantes, com a criação de banco de dados. produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas
Art. 121. Na aplicação desta Lei, devem ser e define crimes.
observadas as disposições da Lei nº 9.474, de 22 de Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
julho de 1997 , nas situações que envolvam como drogas as substâncias ou os produtos capazes
refugiados e solicitantes de refúgio. de causar dependência, assim especificados em lei ou
Art. 122. A aplicação desta Lei não impede o relacionados em listas atualizadas periodicamente
tratamento mais favorável assegurado por tratado pelo Poder Executivo da União.
em que a República Federativa do Brasil seja parte. Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território
Art. 123. Ninguém será privado de sua liberdade por nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a
razões migratórias, exceto nos casos previstos nesta colheita e a exploração de vegetais e substratos dos
Lei. quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
Art. 124. Revogam-se: ressalvada a hipótese de autorização legal ou
I - a Lei nº 818, de 18 de setembro de 1949 ; e regulamentar, bem como o que estabelece a
II - a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre
do Estrangeiro) . Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de
Art. 125. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
(24/05/2015). cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput
deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou
científicos, em local e prazo predeterminados,
mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas
supramencionadas.

TÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE


POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular,
integrar, organizar e coordenar as atividades
relacionadas com:

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I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a dependentes de drogas e de repressão à sua


reinserção social de usuários e dependentes de produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
drogas; VIII - a articulação com os órgãos do Ministério
II - a repressão da produção não autorizada e do Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando
tráfico ilícito de drogas. à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que
princípios, regras, critérios e recursos materiais e reconheça a interdependência e a natureza
humanos que envolvem as políticas, planos, complementar das atividades de prevenção do uso
programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo- indevido, atenção e reinserção social de usuários e
se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas dependentes de drogas, repressão da produção não
sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
Municípios. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.840, de X - a observância do equilíbrio entre as atividades de
5/6/2019) prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema social de usuários e dependentes de drogas e de
Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
Assistência Social - SUAS. (Parágrafo acrescido pela Lei nº tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o
13.840, de 5/6/2019)
bem-estar social;
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS XI - a observância às orientações e normas emanadas
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
PÚBLICAS SOBRE DROGAS Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
Art. 4º São princípios do Sisnad: I - contribuir para a inclusão social do cidadão,
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
humana, especialmente quanto à sua autonomia e à comportamentos de risco para o uso indevido de
sua liberdade; drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
II - o respeito à diversidade e às especificidades correlacionados;
populacionais existentes; II - promover a construção e a socialização do
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de conhecimento sobre drogas no país;
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como III - promover a integração entre as políticas de
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
outros comportamentos correlacionados; social de usuários e dependentes de drogas e de
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico
participação social, para o estabelecimento dos ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do
fundamentos e estratégias do Sisnad; Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados
V - a promoção da responsabilidade compartilhada e Municípios;
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a IV - assegurar as condições para a coordenação, a
importância da participação social nas atividades do integração e a articulação das atividades de que trata
Sisnad; o art. 3º desta Lei.
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos
CAPÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE
fatores correlacionados com o uso indevido de
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
SEÇÃO I - Da Composição do Sistema Nacional de
tráfico ilícito;
Políticas Públicas sobre Drogas
VII - a integração das estratégias nacionais e
Art. 6º (VETADO)
internacionais de prevenção do uso indevido,
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a
atenção e reinserção social de usuários e
orientação central e a execução descentralizada das

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atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas CAPÍTULO II-A - DA FORMULAÇÃO DAS
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui POLÍTICAS SOBRE DROGAS
matéria definida no regulamento desta Lei. SEÇÃO I - Do Plano Nacional de Políticas sobre
Art. 8º (VETADO) Drogas
SEÇÃO II - Das Competências Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de
Art. 8º-A. Compete à União: Políticas sobre Drogas, dentre outros:
I - formular e coordenar a execução da Política I - promover a interdisciplinaridade e integração dos
Nacional sobre Drogas; programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, educação, trabalho, assistência social, previdência
Municípios e a sociedade; social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à
III - coordenar o Sisnad; prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e social dos usuários ou dependentes de drogas;
funcionamento do Sisnad e suas normas de II - viabilizar a ampla participação social na
referência; formulação, implementação e avaliação das políticas
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, sobre drogas;
prioridades, indicadores e definir formas de III - priorizar programas, ações, atividades e projetos
financiamento e gestão das políticas sobre drogas; articulados com os estabelecimentos de ensino, com
VI - (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) a sociedade e com a família para a prevenção do uso
VII - (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) de drogas;
VIII - promover a integração das políticas sobre IV - ampliar as alternativas de inserção social e
drogas com os Estados, o Distrito Federal e os econômica do usuário ou dependente de drogas,
Municípios; promovendo programas que priorizem a melhoria de
IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e sua escolarização e a qualificação profissional;
Municípios, a execução das políticas sobre drogas, V - promover o acesso do usuário ou dependente de
observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad; drogas a todos os serviços públicos;
X - estabelecer formas de colaboração com Estados, VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade
Distrito Federal e Municípios para a execução das dos programas, ações e projetos das políticas sobre
políticas sobre drogas; drogas;
XI - garantir publicidade de dados e informações VII - fomentar a criação de serviço de atendimento
sobre repasses de recursos para financiamento das telefônico com orientações e informações para apoio
políticas sobre drogas; aos usuários ou dependentes de drogas;
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos VIII - articular programas, ações e projetos de
nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento, incentivo ao emprego, renda e capacitação para o
reinserção social e econômica e repressão ao tráfico trabalho, com objetivo de promover a inserção
ilícito de drogas; profissional da pessoa que haja cumprido o plano
XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes individual de atendimento nas fases de tratamento
transfronteiriços; e ou acolhimento;
XIV - estabelecer uma política nacional de controle IX - promover formas coletivas de organização para o
de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no trabalho, redes de economia solidária e o
País. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) cooperativismo, como forma de promover
Art. 8º-B. (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) autonomia ao usuário ou dependente de drogas
Art. 8º-C. (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) egresso de tratamento ou acolhimento, observando-
se as especificidades regionais;

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X - propor a formulação de políticas públicas que CAPÍTULO IV - DO ACOMPANHAMENTO E DA


conduzam à efetivação das diretrizes e princípios AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
previstos no art. 22; Art. 15. (VETADO)
XI - articular as instâncias de saúde, assistência social Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da
e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas; e atenção à saúde e da assistência social que atendam
XII - promover estudos e avaliação dos resultados das usuários ou dependentes de drogas devem
políticas sobre drogas. comunicar ao órgão competente do respectivo
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 sistema municipal de saúde os casos atendidos e os
(cinco) anos a contar de sua aprovação. óbitos ocorridos, preservando a identidade das
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla pessoas, conforme orientações emanadas da União.
divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão
Políticas sobre Drogas. ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
SEÇÃO II - Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas informações do Poder Executivo.
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas,
TÍTULO III - DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO
constituídos por Estados, Distrito Federal e DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO
Municípios, terão os seguintes objetivos: SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE
I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; DROGAS
II - colaborar com os órgãos governamentais no CAPÍTULO I - DA PREVENÇÃO
planejamento e na execução das políticas sobre SEÇÃO I - Das Diretrizes
drogas, visando à efetividade das políticas sobre Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso
drogas; indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
III - propor a celebração de instrumentos de direcionadas para a redução dos fatores de
cooperação, visando à elaboração de programas, vulnerabilidade e risco e para a promoção e o
ações, atividades e projetos voltados à prevenção, fortalecimento dos fatores de proteção.
tratamento, acolhimento, reinserção social e Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido
econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; de drogas devem observar os seguintes princípios e
IV - promover a realização de estudos, com o objetivo diretrizes:
de subsidiar o planejamento das políticas sobre I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como
drogas; fator de interferência na qualidade de vida do
V - propor políticas públicas que permitam a indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual
integração e a participação do usuário ou pertence;
dependente de drogas no processo social, II - a adoção de conceitos objetivos e de
econômico, político e cultural no respectivo ente fundamentação científica como forma de orientar as
federado; e ações dos serviços públicos comunitários e privados
VI - desenvolver outras atividades relacionadas às e de evitar preconceitos e estigmatização das
políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad pessoas e dos serviços que as atendam;
e com os respectivos planos. III - o fortalecimento da autonomia e da
CAPÍTULO III (VETADO) responsabilidade individual em relação ao uso
Art. 9º (VETADO) indevido de drogas;
Art. 10. (VETADO) IV - o compartilhamento de responsabilidades e a
Art. 11. (VETADO) colaboração mútua com as instituições do setor
Art. 12. (VETADO) privado e com os diversos segmentos sociais,
Art. 13. (VETADO) incluindo usuários e dependentes de drogas e
Art. 14. (VETADO) respectivos familiares, por meio do estabelecimento
de parcerias;

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V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas I - difusão de informações sobre os problemas


e adequadas às especificidades socioculturais das decorrentes do uso de drogas;
diversas populações, bem como das diferentes II - promoção de eventos para o debate público sobre
drogas utilizadas; as políticas sobre drogas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do III - difusão de boas práticas de prevenção,
“retardamento do uso” e da redução de riscos como tratamento, acolhimento e reinserção social e
resultados desejáveis das atividades de natureza econômica de usuários de drogas;
preventiva, quando da definição dos objetivos a IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de
serem alcançados; prevenção do uso indevido de drogas;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais V - mobilização da comunidade para a participação
vulneráveis da população, levando em consideração nas ações de prevenção e enfrentamento às drogas;
as suas necessidades específicas; VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na
VIII - a articulação entre os serviços e organizações Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de
que atuam em atividades de prevenção do uso Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e realização de atividades de prevenção ao uso de
dependentes de drogas e respectivos familiares; drogas.
IX - o investimento em alternativas esportivas,
CAPÍTULO II - DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO,
culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE
forma de inclusão social e de melhoria da qualidade REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE
de vida; USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
X - o estabelecimento de políticas de formação SEÇÃO I - Disposições Gerais
continuada na área da prevenção do uso indevido de Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário
drogas para profissionais de educação nos 3 (três) e dependente de drogas e respectivos familiares,
níveis de ensino; para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria
XI - a implantação de projetos pedagógicos de da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos
prevenção do uso indevido de drogas, nas danos associados ao uso de drogas.
instituições de ensino público e privado, alinhados às Art. 21. Constituem atividades de reinserção social
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos do usuário ou do dependente de drogas e respectivos
conhecimentos relacionados a drogas; familiares, para efeito desta Lei, aquelas
XII - a observância das orientações e normas direcionadas para sua integração ou reintegração em
emanadas do Conad; redes sociais.
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção
controle social de políticas setoriais específicas. social do usuário e do dependente de drogas e
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso respectivos familiares devem observar os seguintes
indevido de drogas dirigidas à criança e ao princípios e diretrizes:
adolescente deverão estar em consonância com as I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos independentemente de quaisquer condições,
Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. observados os direitos fundamentais da pessoa
SEÇÃO II - Da Semana Nacional de Políticas Sobre humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único
Drogas de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção
Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na e reinserção social do usuário e do dependente de
quarta semana de junho. drogas e respectivos familiares que considerem as
§ 1º No período de que trata o caput, serão suas peculiaridades socioculturais;
intensificadas as ações de:

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III - definição de projeto terapêutico individualizado, excepcionalmente formas de internação em


orientado para a inclusão social e para a redução de unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de
riscos e de danos sociais e à saúde; normas dispostas pela União e articuladas com os
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e serviços de assistência social e em etapas que
aos respectivos familiares, sempre que possível, de permitam:
forma multidisciplinar e por equipes I - articular a atenção com ações preventivas que
multiprofissionais; atinjam toda a população;
V - observância das orientações e normas emanadas II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos,
do Conad; baseados em evidências científicas, oferecendo
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de atendimento individualizado ao usuário ou
controle social de políticas setoriais específicas; dependente de drogas com abordagem preventiva e,
VII - estímulo à capacitação técnica e profissional; sempre que indicado, ambulatorial;
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) III - preparar para a reinserção social e econômica,
VIII - efetivação de políticas de reinserção social respeitando as habilidades e projetos individuais por
voltadas à educação continuada e ao trabalho; (Inciso meio de programas que articulem educação,
acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e
IX - observância do plano individual de atendimento
acompanhamento individualizado; e
na forma do art. 23-B desta Lei; (Inciso acrescido pela Lei
IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e
nº 13.840, de 5/6/2019)
Sisnad, de forma articulada.
X - orientação adequada ao usuário ou dependente
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos
de drogas quanto às consequências lesivas do uso de
técnicos de tratamento, em âmbito nacional.
drogas, ainda que ocasional. (Inciso acrescido pela Lei nº
13.840, de 5/6/2019)
§ 2º A internação de dependentes de drogas somente
SEÇÃO II - Da Educação na Reinserção Social e será realizada em unidades de saúde ou hospitais
Econômica gerais, dotados de equipes multidisciplinares e
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico
integrantes do Sisnad terão atendimento nos devidamente registrado no Conselho Regional de
programas de educação profissional e tecnológica, Medicina - CRM do Estado onde se localize o
educação de jovens e adultos e alfabetização. (Artigo estabelecimento no qual se dará a internação.
acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) § 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação:
SEÇÃO III - Do Trabalho na Reinserção Social e I - internação voluntária: aquela que se dá com o
Econômica consentimento do dependente de drogas;
Art. 22-B. (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o
SEÇÃO IV - Do Tratamento do Usuário ou consentimento do dependente, a pedido de familiar
Dependente de Drogas ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste,
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos de servidor público da área de saúde, da assistência
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad,
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao com exceção de servidores da área de segurança
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do pública, que constate a existência de motivos que
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no justifiquem a medida.
art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária § 4º A internação voluntária:
adequada. I - deverá ser precedida de declaração escrita da
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente pessoa solicitante de que optou por este regime de
de drogas deverá ser ordenado em uma rede de tratamento;
atenção à saúde, com prioridade para as
modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo

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II - seu término dar-se-á por determinação do médico II - elaboração de um Plano Individual de


responsável ou por solicitação escrita da pessoa que Atendimento - PIA.
deseja interromper o tratamento. § 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a
§ 5º A internação involuntária: elaboração e execução do projeto terapêutico
I - deve ser realizada após a formalização da decisão individual a ser adotado, levantando no mínimo:
por médico responsável; I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e
II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de II - o risco à saúde física e mental do usuário ou
droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese dependente de drogas ou das pessoas com as quais
comprovada da impossibilidade de utilização de convive.
outras alternativas terapêuticas previstas na rede de § 2º (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
atenção à saúde; § 3º O PIA deverá contemplar a participação dos
III - perdurará apenas pelo tempo necessário à familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) contribuir com o processo, sendo esses, no caso de
dias, tendo seu término determinado pelo médico crianças e adolescentes, passíveis de
responsável; responsabilização civil, administrativa e criminal, nos
IV - a família ou o representante legal poderá, a termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -
qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção Estatuto da Criança e do Adolescente.
do tratamento. § 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, responsabilidade da equipe técnica do primeiro
só será indicada quando os recursos extra- projeto terapêutico que atender o usuário ou
hospitalares se mostrarem insuficientes. dependente de drogas e será atualizado ao longo das
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei diversas fases do atendimento.
deverão ser informadas, em, no máximo, de 72 § 5º Constarão do plano individual, no mínimo:
(setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à I - os resultados da avaliação multidisciplinar;
Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, II - os objetivos declarados pelo atendido;
por meio de sistema informatizado único, na forma III - a previsão de suas atividades de integração social
do regulamento desta Lei. ou capacitação profissional;
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis IV - atividades de integração e apoio à família;
no sistema referido no § 7º e o acesso será permitido V - formas de participação da família para efetivo
apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob cumprimento do plano individual;
pena de responsabilidade. VI - designação do projeto terapêutico mais
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de adequado para o cumprimento do previsto no plano;
internação nas comunidades terapêuticas e
acolhedoras. VII - as medidas específicas de atenção à saúde do
§ 10. O planejamento e a execução do projeto atendido.
terapêutico individual deverão observar, no que § 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta)
couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de dias da data do ingresso no atendimento.
2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das § 7º As informações produzidas na avaliação e as
pessoas portadoras de transtornos mentais e registradas no plano individual de atendimento são
redireciona o modelo assistencial em saúde mental. consideradas sigilosas.
SEÇÃO V - Do Plano Individual de Atendimento Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente Municípios poderão conceder benefícios às
de drogas na rede de atenção à saúde dependerá de: instituições privadas que desenvolverem programas
I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e
e multissetorial; e

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do dependente de drogas encaminhados por órgão hospitalar contínua ou de emergência, caso em que
oficial. deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (Parágrafo
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde CAPÍTULO III - DOS CRIMES E DAS PENAS
e da assistência social, que atendam usuários ou
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão
dependentes de drogas poderão receber recursos do
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
Funad, condicionados à sua disponibilidade
como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
orçamentária e financeira.
Ministério Público e o defensor.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
razão da prática de infração penal, estiverem
transportar ou trouxer consigo, para consumo
cumprindo pena privativa de liberdade ou
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
submetidos a medida de segurança, têm garantidos
com determinação legal ou regulamentar será
os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo
submetido às seguintes penas:
respectivo sistema penitenciário
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
SEÇÃO VI - Do Acolhimento em Comunidade
II - prestação de serviços à comunidade;
Terapêutica Acolhedora
III - medida educativa de comparecimento a
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente
programa ou curso educativo.
de drogas na comunidade terapêutica acolhedora
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
caracteriza-se por: (“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
13.840, de 5/6/2019)
destinadas à preparação de pequena quantidade de
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou
substância ou produto capaz de causar dependência
dependente de drogas que visam à abstinência; (Inciso
acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
física ou psíquica.
II - adesão e permanência voluntária, formalizadas § 2º Para determinar se a droga destinava-se a
por escrito, entendida como uma etapa transitória consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
para a reinserção social e econômica do usuário ou quantidade da substância apreendida, ao local e às
dependente de drogas; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, condições em que se desenvolveu a ação, às
de 5/6/2019) circunstâncias sociais e pessoais, bem como à
III - ambiente residencial, propício à formação de conduta e aos antecedentes do agente.
vínculos, com a convivência entre os pares, § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
atividades práticas de valor educativo e a promoção deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
do desenvolvimento pessoal, vocacionada para (cinco) meses.
acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
vulnerabilidade social; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
5/6/2019) pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
IV - avaliação médica prévia; (Inciso acrescido pela Lei nº § 5º A prestação de serviços à comunidade será
13.840, de 5/6/2019) cumprida em programas comunitários, entidades
V - elaboração de plano individual de atendimento na educacionais ou assistenciais, hospitais,
forma do art. 23-B desta Lei; e (Inciso acrescido pela Lei nº estabelecimentos congêneres, públicos ou privados
13.840, de 5/6/2019)
sem fins lucrativos, que se ocupem,
VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
dependente de drogas. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840,
recuperação de usuários e dependentes de drogas.
de 5/6/2019)
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas
com comprometimentos biológicos e psicológicos de educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e
natureza grave que mereçam atenção médico-

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III, a que injustificadamente se recuse o agente, § 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir
I - admoestação verbal; a plantação, observar-se-á, além das cautelas
II - multa. necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
à disposição do infrator, gratuitamente, couber, dispensada a autorização prévia do órgão
estabelecimento de saúde, preferencialmente próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
ambulatorial, para tratamento especializado. Sisnama.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se § 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas
refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243
à reprovabilidade da conduta, fixará o número de da Constituição Federal, de acordo com a legislação
dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 em vigor.
(quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo
CAPÍTULO II - DOS CRIMES
depois a cada um, segundo a capacidade econômica
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
o valor do maior salário mínimo.
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
Parágrafo único. Os valores decorrentes da
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28
consumo ou fornecer drogas, ainda que
serão creditados à conta do Fundo Nacional
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
Antidrogas.
com determinação legal ou regulamentar:
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
execução das penas, observado, no tocante à
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
quinhentos) dias-multa.
seguintes do Código Penal.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
TÍTULO IV - DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
DROGAS
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS que gratuitamente, sem autorização ou em
Art. 31. É indispensável a licença prévia da desacordo com determinação legal ou regulamentar,
autoridade competente para produzir, extrair, matéria-prima, insumo ou produto químico
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em destinado à preparação de drogas;
depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
transportar, expor, oferecer, vender, comprar, ou em desacordo com determinação legal ou
trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas regulamentar, de plantas que se constituam em
ou matéria-prima destinada à sua preparação, matéria-prima para a preparação de drogas;
observadas as demais exigências legais. III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. vigilância, ou consente que outrem dele se utilize,
50-A, que recolherá quantidade suficiente para ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
exame pericial, de tudo lavrando auto de desacordo com determinação legal ou regulamentar,
levantamento das condições encontradas, com a para o tráfico ilícito de drogas;
delimitação do local, asseguradas as medidas IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
necessárias para a preservação da prova. (“Caput” do insumo ou produto químico destinado à preparação
artigo com redação dada pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014) de drogas, sem autorização ou em desacordo com a
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)

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determinação legal ou regulamentar, a agente Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
policial disfarçado, quando presentes elementos dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
probatórios razoáveis de conduta criminal desta Lei:
preexistente. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
vigor 30 dias após a publicação)
(quatro mil) dias-multa.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
organização ou associação destinados à prática de
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
1º, e 34 desta Lei:
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
a consumirem:
dias-multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
lo em doses excessivas ou em desacordo com
previstas no art. 28.
determinação legal ou regulamentar:
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-
dois terços, desde que o agente seja primário, de
multa.
bons antecedentes, não se dedique às atividades
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
criminosas nem integre organização criminosa.
Conselho Federal da categoria profissional a que
(Expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos"
com execução suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52,
pertença o agente.
X, da Constituição Federal, pela Resolução nº 5, de 15/2/2012) Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, consumo de drogas, expondo a dano potencial a
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer incolumidade de outrem:
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento além da apreensão do veículo, cassação da
ou qualquer objeto destinado à fabricação, habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
preparação, produção ou transformação de drogas, mesmo prazo da pena privativa de liberdade
sem autorização ou em desacordo com aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
determinação legal ou regulamentar: (quatrocentos) dias-multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e Parágrafo único. As penas de prisão e multa,
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois aplicadas cumulativamente com as demais, serão de
mil) dias-multa. 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no
fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos caput deste artigo for de transporte coletivo de
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta passageiros.
Lei: Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e I - a natureza, a procedência da substância ou do
duzentos) dias-multa. produto apreendido e as circunstâncias do fato
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste evidenciarem a transnacionalidade do delito;
artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

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II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de da situação econômica do acusado, considerá-las o


função pública ou no desempenho de missão de juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
educação, poder familiar, guarda ou vigilância; Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º,
III - a infração tiver sido cometida nas dependências e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de
ou imediações de estabelecimentos prisionais, de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
ensino ou hospitalares, de sedes de entidades vedada a conversão de suas penas em restritivas de
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, direitos.
ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste
recintos onde se realizem espetáculos ou diversões artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
de qualquer natureza, de serviços de tratamento de cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
dependentes de drogas ou de reinserção social, de concessão ao reincidente específico.
unidades militares ou policiais ou em transportes Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
públicos; dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a
processo de intimidação difusa ou coletiva; infração penal praticada, inteiramente incapaz de
V - caracterizado o tráfico entre Estados da entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
Federação ou entre estes e o Distrito Federal; de acordo com esse entendimento.
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou Parágrafo único. Quando absolver o agente,
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, reconhecendo, por força pericial, que este
diminuída ou suprimida a capacidade de apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as
entendimento e determinação; condições referidas no caput deste artigo, poderá
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. determinar o juiz, na sentença, o seu
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar encaminhamento para tratamento médico
voluntariamente com a investigação policial e o adequado.
processo criminal na identificação dos demais co- Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a
autores ou partícipes do crime e na recuperação total dois terços se, por força das circunstâncias previstas
ou parcial do produto do crime, no caso de no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo
condenação, terá pena reduzida de um terço a dois da ação ou da omissão, a plena capacidade de
terços. entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, de acordo com esse entendimento.
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base
Código Penal, a natureza e a quantidade da em avaliação que ateste a necessidade de
substância ou do produto, a personalidade e a encaminhamento do agente para tratamento,
conduta social do agente. realizada por profissional de saúde com competência
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. específica na forma da lei, determinará que a tal se
33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-
CAPÍTULO III - DO PROCEDIMENTO PENAL
multa, atribuindo a cada um, segundo as condições
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por
econômicas dos acusados, valor não inferior a um
crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto
trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior
neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as
salário-mínimo.
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso
Execução Penal.
de crimes serão impostas sempre cumulativamente,
podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude

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§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no natureza e quantidade da droga, firmado por perito
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o
processado e julgado na forma dos arts. 60 e § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de elaboração do laudo definitivo.
1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
Criminais. juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta regularidade formal do laudo de constatação e
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o determinará a destruição das drogas apreendidas,
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao guardando-se amostra necessária à realização do
juízo competente ou, na falta deste, assumir o laudo definitivo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961, de
compromisso de a ele comparecer, lavrando-se 4/4/2014)
termo circunstanciado e providenciando-se as § 4º A destruição das drogas será executada pelo
requisições dos exames e perícias necessários. delegado de polícia competente no prazo de 15
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências (quinze) dias na presença do Ministério Público e da
previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de autoridade sanitária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961,
de 4/4/2014)
imediato pela autoridade policial, no local em que se
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de
encontrar, vedada a detenção do agente.
efetivada a destruição das drogas referida no § 3º,
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º
sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de
deste artigo, o agente será submetido a exame de
polícia, certificando-se neste a destruição total delas.
corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)
polícia judiciária entender conveniente, e em seguida
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem
liberado.
a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099,
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
contados da data da apreensão, guardando-se
Criminais, o Ministério Público poderá propor a
amostra necessária à realização do laudo definitivo.
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta (Artigo acrescido pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014, e com nova
Lei, a ser especificada na proposta. redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
as circunstâncias o recomendem, empregará os 90 (noventa) dias, quando solto.
instrumentos protetivos de colaboradores e Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo
testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
de 1999. Público, mediante pedido justificado da autoridade
SEÇÃO I - Da Investigação de polícia judiciária.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
de polícia judiciária fará, imediatamente, desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe remetendo os autos do inquérito ao juízo:
cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) justificando as razões que a levaram à classificação
horas. do delito, indicando a quantidade e natureza da
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em substância ou do produto apreendido, o local e as
flagrante e estabelecimento da materialidade do condições em que se desenvolveu a ação criminosa,
delito, é suficiente o laudo de constatação da as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação
e os antecedentes do agente; ou

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II - requererá sua devolução para a realização de Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
diligências necessárias. notificação do acusado para oferecer defesa prévia,
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
prejuízo de diligências complementares: § 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, exceções, o acusado poderá argüir preliminares e
cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo invocar todas as razões de defesa, oferecer
competente até 3 (três) dias antes da audiência de documentos e justificações, especificar as provas que
instrução e julgamento; pretende produzir e, até o número de 5 (cinco),
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos arrolar testemunhas.
e valores de que seja titular o agente, ou que figurem § 2º As exceções serão processadas em apartado, nos
em seu nome, cujo resultado deverá ser termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
antes da audiência de instrução e julgamento. § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
permitidos, além dos previstos em lei, mediante § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os dias.
seguintes procedimentos investigatórios: § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de máximo de 10 (dez) dias, determinará a
investigação, constituída pelos órgãos apresentação do preso, realização de diligências,
especializados pertinentes; exames e perícias.
II - a não-atuação policial sobre os portadores de Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
drogas, seus precursores químicos ou outros hora para a audiência de instrução e julgamento,
produtos utilizados em sua produção, que se ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação
encontrem no território brasileiro, com a finalidade do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e
de identificar e responsabilizar maior número de requisitará os laudos periciais.
integrantes de operações de tráfico e distribuição, § 1º Tratando-se de condutas tipificadas como
sem prejuízo da ação penal cabível. infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá
a autorização será concedida desde que sejam decretar o afastamento cautelar do denunciado de
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos suas atividades, se for funcionário público,
agentes do delito ou de colaboradores. comunicando ao órgão respectivo.
SEÇÃO II - Da Instrução Criminal § 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou recebimento da denúncia, salvo se determinada a
peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério realização de avaliação para atestar dependência de
Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
das seguintes providências: Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento,
I - requerer o arquivamento; após o interrogatório do acusado e a inquirição das
II - requisitar as diligências que entender necessárias; testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente,
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) ao representante do Ministério Público e ao defensor
testemunhas e requerer as demais provas que do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
entender pertinentes. (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais
10 (dez), a critério do juiz.

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Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o imediatamente, a sua conversão em moeda


juiz indagará das partes se restou algum fato para ser nacional.
esclarecido, formulando as perguntas § 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie
correspondentes se o entender pertinente e deve ser encaminhada a instituição financeira, ou
relevante. equiparada, para alienação na forma prevista pelo
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz Conselho Monetário Nacional.
sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, § 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a
ordenando que os autos para isso lhe sejam que se refere o § 1º deste artigo, a moeda estrangeira
conclusos. será custodiada pela instituição financeira até
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § decisão sobre o seu destino.
1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem § 3º Após a decisão sobre o destino da moeda
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso
antecedentes, assim reconhecido na sentença seja verificada a inexistência de valor de mercado,
condenatória. seus espécimes poderão ser destruídos ou doados à
representação diplomática do país de origem.
CAPÍTULO IV - DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO
E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO § 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da
data de entrada em vigor da Medida Provisória nº
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público
885, de 17 de junho de 2019, e que estejam
ou do assistente de acusação, ou mediante
custodiados nas dependências do Banco Central do
representação da autoridade de polícia judiciária,
Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica
poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação
Federal, no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias,
penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias
para que se proceda à alienação ou custódia, de
nos casos em que haja suspeita de que os bens,
acordo com o previsto nesta Lei
direitos ou valores sejam produto do crime ou
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações,
constituam proveito dos crimes previstos nesta Lei,
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e
procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 -
de qualquer natureza utilizados para a prática dos
Código de Processo Penal. (“Caput” do artigo com redação
dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) crimes definidos nesta Lei será imediatamente
§ 1º (Revogado pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) comunicada pela autoridade de polícia judiciária
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) responsável pela investigação ao juízo competente.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689,
5/6/2019)
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal,
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da
o juiz poderá determinar a prática de atos
comunicação de que trata o caput, determinará a
necessários à conservação dos bens, direitos ou
alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
valores. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
armas, que serão recolhidas na forma da legislação
5/6/2019)
específica. (Parágrafo único transformado em § 1º e com
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens,
redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz,
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados,
ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
dos quais constará a exposição sucinta do nexo de
imediata puder comprometer as investigações.
instrumentalidade entre o delito e os bens
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos,
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata
as informações sobre quem os tiver sob custódia e o
o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda estrangeira,
local em que se encontrem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos
13.840, de 5/6/2019)
como ordem de pagamento, será determinada,

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§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens condição para regularização dos bens. (Parágrafo
apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, § 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a
caso sejam necessários conhecimentos autoridade de trânsito ou o órgão congênere
especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em competente para o registro poderá emitir novos
prazo não superior a 10 (dez) dias. (Parágrafo acrescido identificadores dos bens. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) 13.886, de 17/10/2019)
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor Art. 62. Comprovado o interesse público na
do Funad, o Ministério Público e o interessado para utilização de quaisquer dos bens de que trata o art.
se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária
dirimidas eventuais divergências, homologará o poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e
valor atribuído aos bens. (revogado pela Medida Provisória com o objetivo de sua conservação, mediante
nº 885, de 17/6/2019revogado pela Medida Provisória nº 885, de autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
17/6/2019, convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019) garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.
§ 8º ( revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019, (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019) 5/6/2019)
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o § 1º (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
cumprimento da regra estipulada no § 1º deste convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
artigo. (acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) § 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência
regra estabelecida no § 1º deste artigo. (acrescido pela do interesse público mencionado no caput deste
Lei nº 13.886, de 17/10/2019) artigo e indique o órgão que deve receber o bem.
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
por meio de hasta pública, preferencialmente por § 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste
meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior artigo, os órgãos de segurança pública que
lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por participaram das ações de investigação ou repressão
cento) do valor da avaliação judicial. (Parágrafo acrescido ao crime que deu causa à medida. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos § 2º A autorização judicial de uso de bens deverá
órgãos de registro e controle que efetuem as conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e
averbações necessárias, tão logo tenha indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
conhecimento da apreensão. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 13.886, de 17/10/2019) § 3º O órgão responsável pela utilização do bem
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão momento quando por este solicitado, informações
congênere competente para o registro, bem como as sobre seu estado de conservação. (Parágrafo com redação
dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
secretarias de fazenda, devem proceder à
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre
regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias,
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará
ficando o arrematante isento do pagamento de
à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
expedição de certificado provisório de registro e
de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) licenciamento em favor do órgão ao qual tenha
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos deferido o uso ou custódia, ficando este livre do
pendentes de pagamento não podem ser cobrados pagamento de multas, encargos e tributos anteriores
do arrematante ou do órgão público alienante como à decisão de utilização do bem até o trânsito em
julgado da decisão que decretar o seu perdimento

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em favor da União. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre:
13.840, de 5/6/2019) (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver 5/6/2019)
indicação de que os bens utilizados na forma deste I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor
artigo sofreram depreciação superior àquela apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
esperada em razão do transcurso do tempo e do uso,
II - o levantamento dos valores depositados em conta
poderá o interessado requerer nova avaliação
remunerada e a liberação dos bens utilizados nos
judicial. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
5/6/2019) termos do art. 62. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de
5/6/2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em
ente federado ou a entidade que utilizou o bem
decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou
indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) objeto de medidas assecuratórias, após decretado
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores seu perdimento em favor da União, serão revertidos
referentes ao produto da alienação ou a numerários diretamente ao Funad. (Parágrafo com redação dada pela
Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
apreendidos ou que tenham sido convertidos deve
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad
ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio
relação dos bens, direitos e valores declarados
de documento de arrecadação destinado a essa
perdidos, indicando o local em que se encontram e a
finalidade.
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo
fins de sua destinação nos termos da legislação
devem ser transferidos, pela Caixa Econômica
vigente. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
5/6/2019)
independentemente de qualquer formalidade, no
§ 3º (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
momento da realização do depósito, onde ficarão à § 4º Transitada em julgado a sentença condenatória,
disposição do Funad. o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em Ministério Público, remeterá à Senad relação dos
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a bens, direitos e valores declarados perdidos em favor
ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
(três) dias úteis, acrescido de juros, na forma se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
26 de dezembro de 1995. legislação vigente.
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento § 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor
em favor da União, o valor do depósito será do Funad, o juíz deve:
transformado em pagamento definitivo, respeitados I - ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de
os direitos de eventuais lesados e de terceiros de registro e controle que efetuem as averbações
boa-fé. necessárias, caso não tenham sido realizadas quando
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica da apreensão; e
Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados II - determinar, no caso de imóveis, o registro de
como anulação de receita do Funad no exercício em propriedade em favor da União no cartório de
que ocorrer a devolução. registro de imóveis competente, nos termos do caput
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o e do parágrafo único do art. 243 da Constituição
controle dos valores depositados ou devolvidos. Federal, afastada a responsabilidade de terceiros
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
prevista no inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº
convertida e com redação dada pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário

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Nacional), bem como determinar à Secretaria de IV - inutilização.


Coordenação e Governança do Patrimônio da União § 1º A alienação por meio de licitação deve ser
a incorporação e entrega do imóvel, tornando-o livre realizada na modalidade leilão, para bens móveis e
e desembaraçado de quaisquer ônus para sua imóveis, independentemente do valor de avaliação,
destinação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.886, de isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada a
17/10/2019) venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50%
§ 5º (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) (cinquenta por cento) do valor da avaliação.
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 § 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste
(trezentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e artigo será amplamente divulgado em jornais de
do conhecimento da sentença pelo interessado, os grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais,
bens apreendidos, os que tenham sido objeto de principalmente no Município em que será realizado,
medidas assecuratórias ou os valores depositados dispensada a publicação em diário oficial.
que não forem reclamados serão revertidos ao § 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema
Funad. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) eletrônico da administração pública, a publicidade
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será dada pelo sistema substituirá a publicação em diário
conhecido sem o comparecimento pessoal do oficial e em jornais de grande circulação.
acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos § 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre
necessários à conservação de bens, direitos ou do pagamento de encargos e tributos anteriores,
valores. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou proprietário.
parcial dos bens, direitos e objeto de medidas § 5º Na alienação de veículos, embarcações ou
assecuratórias quando comprovada a licitude de sua aeronaves deverão ser observadas as disposições dos
origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos §§ 13 e 15 do art. 61 desta Lei.
e valores necessários e suficientes à reparação dos § 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a
danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, proibição relativa à cobrança de multas, encargos ou
multas e custas decorrentes da infração penal. (Artigo tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei.
acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança
Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça
Pública, pode celebrar convênios ou instrumentos
e Segurança Pública, proceder à destinação dos bens
congêneres com órgãos e entidades da União, dos
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem
perdimento seja decretado em favor da União, por
como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a
meio das seguintes modalidades:
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido
I - alienação, mediante:
neste artigo.
a) licitação;
§ 8º Observados os procedimentos licitatórios
b) doação com encargo a entidades ou órgãos
previstos em lei, fica autorizada a contratação da
públicos, bem como a comunidades terapêuticas
iniciativa privada para a execução das ações de
acolhedoras que contribuam para o alcance das
avaliação, de administração e de alienação dos bens
finalidades do Funad; ou
a que se refere esta Lei. (Artigo acrescido pela Medida
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do Provisória nº 885, de 17/6/2019, convertida e com redação dada
caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
1993; Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e
II - incorporação ao patrimônio de órgão da Segurança Pública regulamentar os procedimentos
administração pública, observadas as finalidades do relativos à administração, à preservação e à
Funad; destinação dos recursos provenientes de delitos e
III - destruição; ou atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais

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se deve proceder à sua destruição ou inutilização. equipamentos e de recursos por ela arrecadados,
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019, para a implantação e execução de programas
convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
relacionados à questão das drogas.
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens
apreendidos ou confiscados será revertido TÍTULO V - DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
único do art. 243 da Constituição Federal, vedada a intervenção em assuntos internos, da igualdade
sub-rogação sobre o valor da arrematação para jurídica e do respeito à integridade territorial dos
saldar eventuais multas, encargos ou tributos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em
pendentes de pagamento. vigor, e observado o espírito das Convenções das
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em internacionais relacionados à questão das drogas, de
relação aos antigos devedores. (Artigo acrescido pela Lei que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,
nº 13.886, de 17/10/2019) quando solicitado, cooperação a outros países e
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações organismos internacionais e, quando necessário,
às quais esta Lei comine pena máxima superior a 6 deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
(seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, I - intercâmbio de informações sobre legislações,
como produto ou proveito do crime, dos bens experiências, projetos e programas voltados para
correspondentes à diferença entre o valor do atividades de prevenção do uso indevido, de atenção
patrimônio do condenado e aquele compatível com e de reinserção social de usuários e dependentes de
o seu rendimento lícito. drogas;
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste II - intercâmbio de inteligência policial sobre
artigo fica condicionada à existência de elementos produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em
probatórios que indiquem conduta criminosa especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e
habitual, reiterada ou profissional do condenado ou o desvio de precursores químicos;
sua vinculação a organização criminosa. III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste sobre produtores e traficantes de drogas e seus
artigo, entende-se por patrimônio do condenado precursores químicos.
todos os bens:
TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E
I - de sua titularidade, ou sobre os quais tenha TRANSITÓRIAS
domínio e benefício direto ou indireto, na data da
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do
infração penal, ou recebidos posteriormente; e
art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou
terminologia da lista mencionada no preceito,
mediante contraprestação irrisória, a partir do início
denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
da atividade criminal.
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência
especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio
da incompatibilidade ou a procedência lícita do
de 1998.
patrimônio. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá
7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de
firmar convênio com os Estados, com o Distrito
Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
Federal e com organismos orientados para a
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos
prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a
convênios firmados e do fornecimento de dados
reinserção social de usuários ou dependentes e a
necessários à atualização do sistema previsto no art.
atuação na repressão à produção não autorizada e ao
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de

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Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
recursos públicos para execução das políticas sobre previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado
drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, ilícito transnacional, são da competência da Justiça
à documentação e a todos os elementos necessários Federal.
à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. Parágrafo único. Os crimes praticados nos
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) Municípios que não sejam sede de vara federal serão
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os processados e julgados na vara federal da
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, circunscrição respectiva.
destinados às pessoas físicas e jurídicas que Art. 71. (VETADO)
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado
atenção e reinserção social de usuários e o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
dependentes e na repressão da produção não representação da autoridade de polícia judiciária, ou
autorizada e do tráfico ilícito de drogas. a requerimento do Ministério Público, determinará a
Art. 69. No caso de falência ou liquidação destruição das amostras guardadas para
extrajudicial de empresas ou estabelecimentos contraprova, certificando nos autos. (Artigo com redação
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
assim como nos serviços de saúde que produzirem, Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem os Estados e o com o Distrito Federal, visando à
ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao indevido de drogas, e com os Municípios, com o
juízo perante o qual tramite o feito: objetivo de prevenir o uso indevido delas e de
I - determinar, imediatamente à ciência da falência possibilitar a atenção e reinserção social de usuários
ou liquidação, sejam lacradas suas instalações; e dependentes de drogas. (Artigo com redação dada pela Lei
II - ordenar à autoridade sanitária competente a nº 12.219, de 31/3/2010)
urgente adoção das medidas necessárias ao Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
recebimento e guarda, em depósito, das drogas dias após a sua publicação (23/08/2006).
arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
regularmente habilitadas na área de saúde ou de
pesquisa científica que comprovem a destinação
lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo
à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária,
na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e
do Ministério Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de
emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a
guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à
rede pública de saúde.

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LEI Nº 13.869/2019 CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL


Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação
a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº penal pública incondicionada.
9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de § 1º Será admitida ação privada se a ação penal
julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
dezembro de 1940 (Código Penal). termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
negligência do querelante, retomar a ação como
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de parte principal.
autoridade, cometidos por agente público, servidor § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo
ou não, que, no exercício de suas funções ou a de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar
pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha o prazo para oferecimento da denúncia. (vetado pelo
sido atribuído. Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime publicado no DOU de 30/9/2019)
de abuso de autoridade quando praticadas pelo
CAPÍTULO IV - DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E
agente com a finalidade específica de prejudicar DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou,
SEÇÃO I - Dos Efeitos da Condenação
ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. Art. 4º São efeitos da condenação:
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
avaliação de fatos e provas não configura abuso de causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento
autoridade.
do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para
CAPÍTULO II - DOS SUJEITOS DO CRIME reparação dos danos causados pela infração,
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de considerando os prejuízos por ele sofridos;
autoridade qualquer agente público, servidor ou não, II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato
da administração direta, indireta ou fundacional de ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco)
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do anos;
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, III - a perda do cargo, do mandato ou da função
compreendendo, mas não se limitando a: pública.
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e
equiparadas; III do caput deste artigo são condicionados à
II - membros do Poder Legislativo; ocorrência de reincidência em crime de abuso de
III - membros do Poder Executivo; autoridade e não são automáticos, devendo ser
IV - membros do Poder Judiciário; declarados motivadamente na sentença.
V - membros do Ministério Público; SEÇÃO II - Das Penas Restritivas de Direitos
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, públicas;
nomeação, designação, contratação ou qualquer II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com
cargo, emprego ou função em órgão ou entidade a perda dos vencimentos e das vantagens;
abrangidos pelo caput deste artigo. III - (VETADO).

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Parágrafo único. As penas restritivas de direitos Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar
podem ser aplicadas autônoma ou prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo
cumulativamente. legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA
CIVIL E ADMINISTRATIVA multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução
independentemente das sanções de natureza civil ou
de prisão temporária ou preventiva à autoridade
administrativa cabíveis.
judiciária que a decretou;
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
nesta Lei que descreverem falta funcional serão
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua
informadas à autoridade competente com vistas à
família ou à pessoa por ela indicada;
apuração.
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são
e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela
independentes da criminal, não se podendo mais
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do
questionar sobre a existência ou a autoria do fato
condutor e das testemunhas;
quando essas questões tenham sido decididas no
IV - prolonga a execução de pena privativa de
juízo criminal.
liberdade, de prisão temporária, de prisão
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim
preventiva, de medida de segurança ou de
como no administrativo-disciplinar, a sentença penal
internação, deixando, sem motivo justo e
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
necessidade, em legítima defesa, em estrito
imediatamente após recebido ou de promover a
cumprimento de dever legal ou no exercício regular
soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
de direito.
legal.
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em violência, grave ameaça ou redução de sua
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: capacidade de resistência, a:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a curiosidade pública;
autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, II - submeter-se a situação vexatória ou a
deixar de: constrangimento não autorizado em lei;
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; III - produzir prova contra si mesmo ou contra
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar terceiro: (Inciso vetado pelo Presidente da República, mantido
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
manifestamente cabível; Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, sem prejuízo da pena cominada à violência. (Artigo
quando manifestamente cabível. (Artigo vetado pelo retificado no DOU de 18/9/2019)

Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e Art. 14. (VETADO).


publicado no DOU de 30/9/2019) Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
testemunha ou investigado manifestamente profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
descabida ou sem prévia intimação de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
comparecimento ao juízo: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. prossegue com o interrogatório:
Art. 11. (VETADO).

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I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com
silêncio; ou ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por de interrogatório ou no caso de audiência realizada
advogado ou defensor público, sem a presença de por videoconferência. (Artigo vetado pelo Presidente da
seu patrono. (Parágrafo único vetado pelo Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU
República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
de 30/9/2019) Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se cela ou espaço de confinamento:
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na
multa. companhia de maior de idade ou em ambiente
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de
como responsável por interrogatório em sede de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
procedimento investigatório de infração penal, deixa Adolescente).
de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
identidade, cargo ou função. (Artigo vetado pelo Presidente astuciosamente, ou à revelia da vontade do
da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou
DOU de 30/9/2019)
nele permanecer nas mesmas condições, sem
Art. 17. (VETADO).
determinação judicial ou fora das condições
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial
estabelecidas em lei:
durante o período de repouso noturno, salvo se
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
capturado em flagrante delito ou se ele,
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no
devidamente assistido, consentir em prestar
caput deste artigo, quem:
declarações:
I - coage alguém, mediante violência ou grave
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas
multa.
dependências;
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o
II - (VETADO);
envio de pleito de preso à autoridade judiciária
III - cumpre mandado de busca e apreensão
competente para a apreciação da legalidade de sua
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
das 5h (cinco horas).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
socorro, ou quando houver fundados indícios que
magistrado que, ciente do impedimento ou da
indiquem a necessidade do ingresso em razão de
demora, deixa de tomar as providências tendentes a
situação de flagrante delito ou de desastre.
saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade
diligência, de investigação ou de processo, o estado
judiciária que o seja.
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
se de responsabilidade ou de responsabilizar
pessoal e reservada do preso com seu advogado:
criminalmente alguém ou agravar-lhe a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
responsabilidade:
multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
impede o preso, o réu solto ou o investigado de
pratica a conduta com o intuito de:
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu
advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de

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I - eximir-se de responsabilidade civil ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal,
administrativa por excesso praticado no curso de civil ou administrativa sem justa causa
diligência; fundamentada ou contra quem sabe inocente:
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
informações incompletos para desviar o curso da Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
investigação, da diligência ou do processo. procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, fiscalizado:
funcionário ou empregado de instituição hospitalar Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa multa.
cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
local ou momento de crime, prejudicando sua inexistindo prazo para execução ou conclusão de
apuração: procedimento, o estende de forma imotivada,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
além da pena correspondente à violência. fiscalizado.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
procedimento de investigação ou fiscalização, por advogado acesso aos autos de investigação
meio manifestamente ilícito: preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. a qualquer outro procedimento investigatório de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz infração penal, civil ou administrativa, assim como
uso de prova, em desfavor do investigado ou impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua peças relativas a diligências em curso, ou que
ilicitude. indiquem a realização de diligências futuras, cujo
Art. 26. (VETADO). sigilo seja imprescindível:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
procedimento investigatório de infração penal ou multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)

qualquer indício da prática de crime, de ilícito Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
funcional ou de infração administrativa: obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e sem expresso amparo legal:
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de multa.
sindicância ou investigação preliminar sumária, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
devidamente justificada. utiliza de cargo ou função pública ou invoca a
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação condição de agente público para se eximir de
sem relação com a prova que se pretenda produzir, obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a indevido.
honra ou a imagem do investigado ou acusado: Art. 34. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 35. (VETADO).
Art. 29. Prestar informação falsa sobre Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
procedimento judicial, policial, fiscal ou indisponibilidade de ativos financeiros em quantia
administrativo com o fim de prejudicar interesse de que extrapole exacerbadamente o valor estimado
investigado: para a satisfação da dívida da parte e, ante a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e demonstração, pela parte, da excessividade da
multa. medida, deixar de corrigi-la:
Parágrafo único. (VETADO). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
exame de processo de que tenha requerido vista em quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
andamento ou retardar o julgamento: § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
multa. anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, dezesseis anos.
por meio de comunicação, inclusive rede social, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações I - se o crime é cometido por agente público;
e formalizada a acusação: II - se o crime é cometido contra criança, gestante,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo (sessenta) anos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 10.741,
Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019) de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias
após a publicação).
CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos § 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as função ou emprego público e a interdição para seu
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível
9.099, de 26 de setembro de 1995. de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
LEI Nº 9.455/1997 crime não tenha sido cometido em território
Define os crimes de tortura e dá outras providências. nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se
Art. 1º Constitui crime de tortura: o agente em local sob jurisdição brasileira.
I - constranger alguém com emprego de violência ou Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou publicação (07/04/1997).
mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.

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LEI Nº 8.069/1990 c) preferência na formulação e na execução das


Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
Adolescente, e dá outras providências.
áreas relacionadas com a proteção à infância e à
LIVRO I - PARTE GERAL juventude.
TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à de qualquer forma de negligência, discriminação,
criança e ao adolescente. exploração, violência, crueldade e opressão, punido
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e omissão, aos seus direitos fundamentais.
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em
idade. conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica- do bem comum, os direitos e deveres individuais e
se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre coletivos, e a condição peculiar da criança e do
dezoito e vinte e um anos de idade. adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
CAPÍTULO I - DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
políticas sociais públicas que permitam o nascimento
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
espiritual e social, em condições de liberdade e de
condições dignas de existência.
dignidade.
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
aos programas e às políticas de saúde da mulher e de
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
discriminação de nascimento, situação familiar,
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto
idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de
aprendizagem, condição econômica, ambiente
Saúde. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.257,
social, região e local de moradia ou outra condição
de 8/3/2016)
que diferencie as pessoas, as famílias ou a
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por
comunidade em que vivem. y
profissionais da atenção primária. (Parágrafo com
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
sociedade em geral e do Poder Público assegurar, § 2º Os profissionais de saúde de referência da
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos gestante garantirão sua vinculação, no último
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à trimestre da gestação, ao estabelecimento em que
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, será realizado o parto, garantido o direito de opção
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à da mulher. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.257, de
convivência familiar e comunitária. 8/3/2016)
Parágrafo único. A garantia de prioridade § 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado
compreende: assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
a) primazia de receber proteção e socorro em nascidos alta hospitalar responsável e
quaisquer circunstâncias; contrarreferência na atenção primária, bem como o
b) precedência de atendimento nos serviços públicos acesso a outros serviços e a grupos de apoio à
ou de relevância pública;

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amamentação. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
13.257, de 8/3/2016) Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º
assistência psicológica à gestante e à mãe, no de fevereiro, com o objetivo de disseminar
período pré e pós-natal, inclusive como forma de informações sobre medidas preventivas e educativas
prevenir ou minorar as consequências do estado que contribuam para a redução da incidência da
puerperal. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, gravidez na adolescência.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá
disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
ser prestada também a gestantes e mães que
poder público, em conjunto com organizações da
manifestem interesse em entregar seus filhos para
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
adoção, bem como a gestantes e mães que se
público adolescente. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.798, de
encontrem em situação de privação de liberdade. 3/1/2019)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009 e com redação
Art. 9º O Poder Público, as instituições e os
dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
empregadores propiciarão condições adequadas ao
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
acompanhante de sua preferência durante o período
submetidas a medida privativa de liberdade.
do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde
imediato. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre
coletivas, visando ao planejamento, à
aleitamento materno, alimentação complementar
implementação e à avaliação de ações de promoção,
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil,
proteção e apoio ao aleitamento materno e à
bem como sobre formas de favorecer a criação de
alimentação complementar saudável, de forma
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento
contínua. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
integral da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
8/3/2016)
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento neonatal deverão dispor de banco de leite humano
saudável durante toda a gestação e a parto natural ou unidade de coleta de leite humano. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de
cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
atenção à saúde de gestantes, públicos e
motivos médicos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
8/3/2016)
particulares, são obrigados a:
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da I - manter registro das atividades desenvolvidas,
gestante que não iniciar ou que abandonar as através de prontuários individuais, pelo prazo de
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que dezoito anos;
não comparecer às consultas pós-parto. (Parágrafo II - identificar o recém-nascido mediante o registro de
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) sua impressão plantar e digital e da impressão digital
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas
à mulher com filho na primeira infância que se pela autoridade administrativa competente;
encontrem sob custódia em unidade de privação de III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
liberdade, ambiência que atenda às normas terapêutica de anormalidades no metabolismo do
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde recém-nascido, bem como prestar orientação aos
para o acolhimento do filho, em articulação com o pais;
sistema de ensino competente, visando ao IV - fornecer declaração de nascimento onde
desenvolvimento integral da criança. (Parágrafo constem necessariamente as intercorrências do
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) parto e do desenvolvimento do neonato;

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V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao da respectiva localidade, sem prejuízo de outras


neonato a permanência junto à mãe. providências legais. (“Caput” do artigo com redação dada pela
VI – acompanhar a prática do processo de Lei nº 13.010, de 26/6/2014)
amamentação, prestando orientações quanto à § 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse
técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na em entregar seus filhos para adoção serão
unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já obrigatoriamente encaminhadas, sem
existente. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.436, de 12/4/2017, constrangimento, à Justiça da Infância e da
publicada no DOU de 13/4/2017, em vigor 90 dias após a Juventude. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de
publicação) 3/8/2009 transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de 13.257, de 8/3/2016)
cuidado voltadas à saúde da criança e do § 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas
adolescente, por intermédio do Sistema Único de de entrada, os serviços de assistência social em seu
Saúde, observado o princípio da equidade no acesso componente especializado, o Centro de Referência
a ações e serviços para promoção, proteção e Especializado de Assistência Social (Creas) e os
recuperação da saúde. (“Caput” do artigo com redação dada demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) Criança e do Adolescente deverão conferir máxima
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão prioridade ao atendimento das crianças na faixa
atendidos, sem discriminação ou segregação, em etária da primeira infância com suspeita ou
suas necessidades gerais de saúde e específicas de confirmação de violência de qualquer natureza,
habilitação e reabilitação. (Parágrafo com redação dada formulando projeto terapêutico singular que inclua
pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) intervenção em rede e, se necessário,
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer acompanhamento domiciliar. (Parágrafo acrescido pela Lei
gratuitamente, àqueles que necessitarem, nº 13.257, de 8/3/2016)
medicamentos, órteses, próteses e outras Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
tecnologias assistivas relativas ao tratamento, programas de assistência médica e odontológica
habilitação ou reabilitação para crianças e para a prevenção das enfermidades que
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado ordinariamente afetam a população infantil, e
voltadas às suas necessidades específicas. (Parágrafo campanhas de educação sanitária para pais,
com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) educadores e alunos.
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou § 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
frequente de crianças na primeira infância receberão recomendados pelas autoridades sanitárias. (Parágrafo
formação específica e permanente para a detecção único transformado em § 1º pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, § 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção
bem como para o acompanhamento que se fizer à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
necessário. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) transversal, integral e intersetorial com as demais
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
intensiva e de cuidados intermediários, deverão § 3º A atenção odontológica à criança terá função
proporcionar condições para a permanência em educativa protetiva e será prestada, inicialmente,
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento
casos de internação de criança ou adolescente. (Artigo pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo
com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) segundo anos de vida, com orientações sobre saúde
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de bucal. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e § 4º A criança com necessidade de cuidados
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão odontológicos especiais será atendida pelo Sistema
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

Único de Saúde. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-
8/3/2016) los, educá-los ou protegê-los.
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
ou outro instrumento construído com a finalidade de punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
facilitar a detecção, em consulta pediátrica de criança ou o adolescente que resulte em:
acompanhamento da criança, de risco para o seu a) sofrimento físico; ou
desenvolvimento psíquico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº b) lesão;
13.438, de 26/4/2017, publicada no DOU de 27/4/2017, em vigor 180
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
dias após a publicação)
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao
CAPÍTULO II - DO DIREITO À LIBERDADE, AO adolescente que:
RESPEITO E À DIGNIDADE a) humilhe; ou
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à b) ameace gravemente; ou
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas c) ridicularize. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.010, de
humanas em processo de desenvolvimento e como 26/6/2014)
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
garantidos na Constituição e nas leis. ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
Art. 16. O direito à liberdade compreende os executores de medidas socioeducativas ou qualquer
seguintes aspectos: pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que
comunitários, ressalvadas as restrições legais; utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou
II - opinião e expressão; degradante como formas de correção, disciplina,
III - crença e culto religioso; educação ou qualquer outro pretexto estarão
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
V - participar da vida familiar e comunitária, sem seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo
discriminação; com a gravidade do caso:
VI - participar da vida política, na forma da lei; I - encaminhamento a programa oficial ou
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. comunitário de proteção à família;
Art. 17. O direito ao respeito consiste na II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral psiquiátrico;
da criança e do adolescente, abrangendo a III - encaminhamento a cursos ou programas de
preservação da imagem, da identidade, da orientação;
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
e objetos pessoais. especializado;
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da V - advertência.
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
qualquer tratamento desumano, violento, serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. de outras providências legais. (Artigo acrescido pela Lei nº
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de 13.010, de 26/6/2014)

ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico CAPÍTULO III - DO DIREITO À CONVIVÊNCIA
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas FAMILIAR E COMUNITÁRIA
de correção, disciplina, educação ou qualquer outro Seção I - Disposições Gerais
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos criado e educado no seio de sua família e,
executores de medidas socioeducativas ou por excepcionalmente, em família substituta,

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assegurada a convivência familiar e comunitária, em Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.257, de logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça
8/3/2016)
da Infância e da Juventude. (“Caput” do artigo acrescido
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
em programa de acolhimento familiar ou § 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
institucional terá sua situação reavaliada, no interprofissional da Justiça da Infância e da
máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade Juventude, que apresentará relatório à autoridade
judiciária competente, com base em relatório judiciária, considerando inclusive os eventuais
elaborado por equipe interprofissional ou efeitos do estado gestacional e puerperal. (Parágrafo
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
possibilidade de reintegração familiar ou pela § 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária
colocação em família substituta, em quaisquer das poderá determinar o encaminhamento da gestante
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela pública de saúde e assistência social para
Lei nº 13.509, de 22/11/2017, vetado pelo Presidente da República,
atendimento especializado. (Parágrafo acrescido pela Lei
mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição
nº 13.509, de 22/11/2017)
Extra de 23/2/2018)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
programa de acolhimento institucional não se
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
prorrogável por igual período. (Parágrafo acrescido pela Lei
comprovada necessidade que atenda ao seu superior
nº 13.509, de 22/11/2017)
interesse, devidamente fundamentada pela
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor
autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
e de não existir outro representante da família
de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
extensa apto a receber a guarda, a autoridade
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou
judiciária competente deverá decretar a extinção do
adolescente à sua família terá preferência em relação
poder familiar e determinar a colocação da criança
a qualquer outra providência, caso em que será esta
sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
incluída em serviços e programas de proteção, apoio
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de
e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos
acolhimento familiar ou institucional. (Parágrafo
I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
do art. 129 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe
de 3/8/2009 e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do
pai indicado, deve ser manifestada na audiência a
adolescente com a mãe ou o pai privado de
que se refere o § 1º do art. 166 desta Lei, garantido o
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas
sigilo sobre a entrega. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
13.509, de 22/11/2017)
institucional, pela entidade responsável,
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência
independentemente de autorização judicial.
nem o genitor nem representante da família extensa
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.962, de 8/4/2014)
para confirmar a intenção de exercer o poder familiar
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança
ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob
institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
22/11/2017)
a guarda provisória de quem esteja habilitado a
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe adotá-la. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
nº 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e
especializada multidisciplinar. (Parágrafo acrescido pela
publicado no DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
Lei nº 13.509, de 22/11/2017)

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§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 programa de apadrinhamento, com prioridade para


(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado crianças ou adolescentes com remota possibilidade
do dia seguinte à data do término do estágio de de reinserção familiar ou colocação em família
convivência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
22/11/2017) § 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
manifestada em audiência ou perante a equipe poderão ser executados por órgãos públicos ou por
interprofissional - da entrega da criança após o organizações da sociedade civil. (Parágrafo acrescido pela
nascimento, a criança será mantida com os Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
genitores, e será determinado pela Justiça da § 6º Se ocorrer violação das regras de
Infância e da Juventude o acompanhamento familiar apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e
pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Parágrafo pelos serviços de acolhimento deverão
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) imediatamente notificar a autoridade judiciária
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o competente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta 22/11/2017)
Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias e qualificações, proibidas quaisquer designações
no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do discriminatórias relativas à filiação.
acolhimento. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade
na Lei nº 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
e publicado no DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
deles o direito de, em caso de discordância, recorrer
acolhimento institucional ou familiar poderão
à autoridade judiciária competente para a solução da
participar de programa de apadrinhamento. (“Caput”
divergência. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder
do artigo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
externos à instituição para fins de convivência
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
familiar e comunitária e colaboração com o seu
fazer cumprir as determinações judiciais.
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico,
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis,
cognitivo, educacional e financeiro. (Parágrafo acrescido
têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
compartilhados no cuidado e na educação da criança,
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
devendo ser resguardado o direito de transmissão
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
cadastros de adoção, desde que cumpram os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Parágrafo
requisitos exigidos pelo programa de
único acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
apadrinhamento de que fazem parte. (Parágrafo vetado
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
pelo Presidente da República na Lei nº 13.509, de 22/11/2017,
mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição
não constitui motivo suficiente para a perda ou a
Extra de 23/2/2018) suspensão do poder familiar. (Expressão "pátrio poder"
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de
3/8/2009)
adolescente a fim de colaborar para o seu
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize
desenvolvimento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
22/11/2017)
a decretação da medida, a criança ou o adolescente
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser será mantido em sua família de origem, a qual deverá
apadrinhado será definido no âmbito de cada obrigatoriamente ser incluída em serviços e

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programas oficiais de proteção, apoio e promoção. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
(Parágrafo único transformado em §1º pela Lei nº 12.962, de mediante guarda, tutela ou adoção,
8/4/2014 e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
independentemente da situação jurídica da criança
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não
ou adolescente, nos termos desta Lei.
implicará a destituição do poder familiar, exceto na
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à
será previamente ouvido por equipe
pena de reclusão contra outrem igualmente titular do
interprofissional, respeitado seu estágio de
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
descendente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.962, de
implicações da medida, e terá sua opinião
8/4/2014, com redação dada pela Lei nº 13.715, de 24/9/2018)
devidamente considerada. (Parágrafo com redação dada
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
serão decretadas judicialmente, em procedimento vigor 90 dias após a publicação)
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, § 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
bem como na hipótese de descumprimento será necessário seu consentimento, colhido em
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o audiência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
art. 22. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009) publicação)
Seção II - Da Família Natural § 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
formada pelos pais ou qualquer deles e seus afetividade, a fim de evitar ou minorar as
descendentes. consequências decorrentes da medida. (Parágrafo
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
ampliada aquela que se estende para além da
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada
adoção, tutela ou guarda da mesma família
por parentes próximos com os quais a criança ou
substituta, ressalvada a comprovada existência de
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
risco de abuso ou outra situação que justifique
e afetividade. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
publicação) procurando-se, em qualquer caso, evitar o
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
separadamente, no próprio termo de nascimento,
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em
por testamento, mediante escritura ou outro
família substituta será precedida de sua preparação
documento público, qualquer que seja a origem da
gradativa e acompanhamento posterior, realizados
filiação.
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
Infância e da Juventude, preferencialmente com o
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento,
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
se deixar descendentes.
política municipal de garantia do direito à
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
podendo ser exercitado contra os pais ou seus a publicação)
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o § 6º Em se tratando de criança ou adolescente
segredo de Justiça. indígena ou proveniente de comunidade
Seção III - Da Família Substituta remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
Subseção I - Disposições Gerais I - que sejam consideradas e respeitadas sua
identidade social e cultural, os seus costumes e

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tradições, bem como suas instituições, desde que § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
não sejam incompatíveis com os direitos condição de dependente, para todos os fins e efeitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela de direito, inclusive previdenciários.
Constituição Federal; § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente em contrário, da autoridade judiciária competente,
no seio de sua comunidade ou junto a membros da ou quando a medida for aplicada em preparação para
mesma etnia; adoção, o deferimento da guarda de criança ou
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão adolescente a terceiros não impede o exercício do
federal responsável pela política indigenista, no caso direito de visitas pelos pais, assim como o dever de
de crianças e adolescentes indígenas, e de prestar alimentos, que serão objeto de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou regulamentação específica, a pedido do interessado
multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Parágrafo ou do Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) dias após a publicação)
Art. 29. Não se deferirá colocação em família Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
incompatibilidade com a natureza da medida ou não acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
ofereça ambiente familiar adequado. adolescente afastado do convívio familiar. ("Caput" do
Art. 30. A colocação em família substituta não artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
admitirá transferência da criança ou adolescente a
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em
terceiros ou a entidades governamentais ou não-
programas de acolhimento familiar terá preferência
governamentais, sem autorização judicial.
a seu acolhimento institucional, observado, em
Art. 31. A colocação em família substituta
qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da
estrangeira constitui medida excepcional, somente
medida, nos termos desta Lei. (Parágrafo acrescido pela
admissível na modalidade de adoção.
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o 90 dias após a publicação)
responsável prestará compromisso de bem e § 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal
fielmente desempenhar o encargo, mediante termo cadastrado no programa de acolhimento familiar
nos autos. poderá receber a criança ou adolescente mediante
Subseção II - Da Guarda guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
material, moral e educacional à criança ou publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de § 3º A União apoiará a implementação de serviços de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais. acolhimento em família acolhedora como política
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, pública, os quais deverão dispor de equipe que
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, organize o acolhimento temporário de crianças e de
nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adolescentes em residências de famílias
adoção por estrangeiros. selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora estejam no cadastro de adoção. (Parágrafo acrescido pela
dos casos de tutela e adoção, para atender a Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos § 4º Poderão ser utilizados recursos federais,
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito estaduais, distritais e municipais para a manutenção
de representação para a prática de atos dos serviços de acolhimento em família acolhedora,
determinados. facultando-se o repasse de recursos para a própria

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família acolhedora. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de § 2º É vedada a adoção por procuração. (Parágrafo único
8/3/2016) transformado em § 2º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido § 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do
o Ministério Público. adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
Subseção III - Da Tutela biológicos, devem prevalecer os direitos e os
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, interesses do adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
13.509, de 22/11/2017)
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
("Caput" do artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob
publicação) a guarda ou tutela dos adotantes.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
a prévia decretação da perda ou suspensão do poder adotado, com os mesmos direitos e deveres,
familiar e implica necessariamente o dever de inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
guarda. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
matrimoniais.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho
qualquer documento autêntico, conforme previsto
do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
no parágrafo único do art. 1.729 da Lei nº 10.406, de
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo
respectivos parentes.
de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
ingressar com pedido destinado ao controle judicial
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
do ato, observando o procedimento previsto nos
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
arts. 165 a 170 desta Lei. ("Caput" do artigo com redação
ordem de vocação hereditária.
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão anos, independentemente do estado civil. ("Caput" do
artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
indicada na disposição de última vontade, se restar
do adotando.
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os
e que não existe outra pessoa em melhores
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
condições de assumi-la. (Parágrafo único com redação dada
união estável, comprovada a estabilidade da família.
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
vigor 90 dias após a publicação)
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
no art. 24. dias após a publicação)
Subseção IV - Da Adoção § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger- mais velho do que o adotando.
se-á segundo o disposto nesta Lei. § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à ex-companheiros podem adotar conjuntamente,
qual se deve recorrer apenas quando esgotados os contanto que acordem sobre a guarda e o regime de
recursos de manutenção da criança ou adolescente visitas e desde que o estágio de convivência tenha
na família natural ou extensa, na forma do parágrafo sido iniciado na constância do período de convivência
único do art. 25 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº e que seja comprovada a existência de vínculos de
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 afinidade e afetividade com aquele não detentor da
dias após a publicação) guarda, que justifiquem a excepcionalidade da

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concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
publicação) § 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que artigo pode ser prorrogado por até igual período,
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será mediante decisão fundamentada da autoridade
assegurada a guarda compartilhada, conforme judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
previsto no art. 1.584 da Lei nº 10.406, de 10 de 22/11/2017)
janeiro de 2002 - Código Civil. (Parágrafo com redação § 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual
após inequívoca manifestação de vontade, vier a período, uma única vez, mediante decisão
falecer no curso do procedimento, antes de fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo
prolatada a sentença. (Parágrafo acrescido pela Lei nº acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
dias após a publicação) § 3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo,
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar deverá ser apresentado laudo fundamentado pela
reais vantagens para o adotando e fundar-se em equipe mencionada no § 4º deste artigo, que
motivos legítimos. recomendará ou não o deferimento da adoção à
Art. 44. Enquanto não der conta de sua autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509,
administração e saldar o seu alcance, não pode o de 22/11/2017)
tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. § 4º O estágio de convivência será acompanhado
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
pais ou do representante legal do adotando. Infância e da Juventude, preferencialmente com
§ 1º O consentimento será dispensado em relação à apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
criança ou adolescente cujos pais sejam política de garantia do direito à convivência familiar,
desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder que apresentarão relatório minucioso acerca da
familiar. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder conveniência do deferimento da medida. (Parágrafo
familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
de idade, será também necessário o seu § 5º O estágio de convivência será cumprido no
consentimento. território nacional, preferencialmente na comarca de
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da hipótese, a competência do juízo da comarca de
criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. residência da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509,
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.509, de de 22/11/2017)
22/11/2017) Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado sentença judicial, que será inscrita no registro civil
se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal mediante mandado do qual não se fornecerá
do adotante durante tempo suficiente para que seja certidão.
possível avaliar a conveniência da constituição do § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
vínculo. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
publicação)
cancelará o registro original do adotado.
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só,
a dispensa da realização do estágio de convivência.

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§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de poderá ser também deferido ao adotado menor de 18
sua residência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 e assistência jurídica e psicológica. (Parágrafo único
dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
poderá constar nas certidões do registro. (Parágrafo Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o
com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no poder familiar dos pais naturais. (Expressão "pátrio poder"
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do 3/8/2009)
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada
determinar a modificação do prenome. (Parágrafo com comarca ou foro regional, um registro de crianças e
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de adolescentes em condições de serem adotados e
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando,
consulta aos órgãos técnicos do Juizado, ouvido o
observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta
Ministério Público.
Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito
qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
em julgado da sentença constitutiva, exceto na
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será
hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em
precedida de um período de preparação psicossocial
que terá força retroativa à data do óbito. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) Infância e da Juventude, preferencialmente com
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
a ele relacionados serão mantidos em arquivo, política municipal de garantia do direito à
admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
por outros meios, garantida a sua conservação para de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
a publicação)
consulta a qualquer tempo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a
dias após a publicação) preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de contato com crianças e adolescentes em
adoção em que o adotando for criança ou acolhimento familiar ou institucional em condições
adolescente com deficiência ou com doença crônica. de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.955, de 5/2/2014) supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
uma única vez por igual período, mediante decisão execução da política municipal de garantia do direito
fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo à convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua dias após a publicação)
origem biológica, bem como de obter acesso § 5º Serão criados e implementados cadastros
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
seus eventuais incidentes, após completar 18 condições de serem adotados e de pessoas ou casais
(dezoito) anos. ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei habilitados à adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
dias após a publicação) a publicação)

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§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
casais residentes fora do País, que somente serão
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor
consultados na inexistência de postulantes nacionais
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste
previamente nos termos desta Lei quando:
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria II - for formulada por parente com o qual a criança ou
de adoção terão acesso integral aos cadastros, adolescente mantenha vínculos de afinidade e
incumbindo-lhes a troca de informações e a afetividade;
cooperação mútua, para melhoria do sistema. III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) adolescente, desde que o lapso de tempo de
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo convivência comprove a fixação de laços de afinidade
de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de
e adolescentes em condições de serem adotados que má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts.
não tiveram colocação familiar na comarca de 237 ou 238 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e a publicação)
nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
responsabilidade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de candidato deverá comprovar, no curso do
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a procedimento, que preenche os requisitos
publicação) necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
pela manutenção e correta alimentação dos DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a
Central Federal Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei nº pessoas interessadas em adotar criança ou
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 adolescente com deficiência, com doença crônica ou
dias após a publicação) com necessidades específicas de saúde, além de
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência grupo de irmãos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
de pretendentes habilitados residentes no País com 22/11/2017)
perfil compatível e interesse manifesto pela adoção Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
de criança ou adolescente inscrito nos cadastros qual o pretendente possui residência habitual em
existentes, será realizado o encaminhamento da país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de
criança ou adolescente à adoção internacional. 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação Cooperação em Matéria de Adoção Internacional,
dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
promulgada pelo Decreto nº 3.087, de 21 junho de
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
interessado em sua adoção, a criança ou o
Convenção. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº
adolescente, sempre que possível e recomendável, 13.509, de 22/11/2017)
será colocado sob guarda de família cadastrada em § 1º A adoção internacional de criança ou
programa de acolhimento familiar. (Parágrafo acrescido adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
somente terá lugar quando restar comprovado:
vigor 90 dias após a publicação)
("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas publicação)
pelo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº I - que a colocação em família adotiva é a solução
adequada ao caso concreto; (Inciso acrescido pela Lei nº

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12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de os motivos que os animam e sua aptidão para
22/11/2017)
assumir uma adoção internacional; (Inciso acrescido pela
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
colocação da criança ou adolescente em família 90 dias após a publicação)
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia
residentes no Brasil com perfil compatível com a para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Inciso
criança ou adolescente, após consulta aos cadastros acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
mencionados nesta Lei; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010,
de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) IV - o relatório será instruído com toda a
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, documentação necessária, incluindo estudo
este foi consultado, por meios adequados ao seu psicossocial elaborado por equipe interprofissional
estágio de desenvolvimento, e que se encontra habilitada e cópia autenticada da legislação
preparado para a medida, mediante parecer pertinente, acompanhada da respectiva prova de
elaborado por equipe interprofissional, observado o vigência; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de V - os documentos em língua estrangeira serão
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) devidamente autenticados pela autoridade consular,
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão observados os tratados e convenções internacionais,
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção e acompanhados da respectiva tradução, por
internacional de criança ou adolescente brasileiro. tradutor público juramentado; (Inciso acrescido pela Lei nº
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) dias após a publicação)
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em exigências e solicitar complementação sobre o
matéria de adoção internacional. (Parágrafo com redação estudo psicossocial do postulante estrangeiro à
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de adoção, já realizado no país de acolhida; (Inciso
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
Art. 52. A adoção internacional observará o 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, VII - verificada, após estudo realizado pela
com as seguintes adaptações: ("Caput" do artigo com Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de legislação estrangeira com a nacional, além do
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
preenchimento por parte dos postulantes à medida
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em
dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao
adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá
seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei
formular pedido de habilitação à adoção perante a
como da legislação do país de acolhida, será
Autoridade Central em matéria de adoção
expedido laudo de habilitação à adoção
internacional no país de acolhida, assim entendido
internacional, que terá validade por, no máximo, 1
aquele onde está situada sua residência habitual;
(um) ano; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
II - se a Autoridade Central do país de acolhida
será autorizado a formalizar pedido de adoção
considerar que os solicitantes estão habilitados e
perante o Juízo da Infância e da Juventude do local
aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha
em que se encontra a criança ou adolescente,
informações sobre a identidade, a capacidade
conforme indicação efetuada pela Autoridade
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua
Central Estadual. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de
situação pessoal, familiar e médica, seu meio social,

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3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a área de adoção internacional, cadastradas pelo
publicação)
Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o
Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
publicação de portaria do órgão federal competente;
adoção internacional sejam intermediados por
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
organismos credenciados. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
competentes do país onde estiverem sediados e no
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
país de acolhida, inclusive quanto à sua composição,
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira funcionamento e situação financeira;
o credenciamento de organismos nacionais e IV - apresentar à Autoridade Central Federal
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades
de habilitação à adoção internacional, com posterior desenvolvidas, bem como relatório de
comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e acompanhamento das adoções internacionais
publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada
próprio da internet. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, ao Departamento de Polícia Federal;
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
a publicação) Autoridade Central Estadual, com cópia para a
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
organismos que: mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
I - sejam oriundos de países que ratificaram a mantido até a juntada de cópia autenticada do
Convenção de Haia e estejam devidamente registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
credenciados pela Autoridade Central do país onde acolhida para o adotado;
estiverem sediados e no país de acolhida do VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
adotando para atuar em adoção internacional no os adotantes encaminhem à Autoridade Central
Brasil; Federal Brasileira cópia da certidão de registro de
II - satisfizerem as condições de integridade moral, nascimento estrangeira e do certificado de
competência profissional, experiência e nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.
responsabilidade exigidas pelos países respectivos e (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
pela Autoridade Central Federal Brasileira; DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua § 5º A não apresentação dos relatórios referidos no §
formação e experiência para atuar na área de adoção 4º deste artigo pelo organismo credenciado poderá
internacional; acarretar a suspensão de seu credenciamento.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou
estabelecidas pela Autoridade Central Federal
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de
Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda: DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas § 7º A renovação do credenciamento poderá ser
condições e dentro dos limites fixados pelas concedida mediante requerimento protocolado na
autoridades competentes do país onde estiverem Autoridade Central Federal Brasileira nos 60
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo
Central Federal Brasileira; prazo de validade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
II - ser dirigidos e administrados por pessoas 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com publicação)
comprovada formação ou experiência para atuar na

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§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
concedeu a adoção internacional, não será permitida
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
a saída do adotando do território nacional. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de limitar ou suspender a concessão de novos
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) credenciamentos sempre que julgar necessário,
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade mediante ato administrativo fundamentado.
judiciária determinará a expedição de alvará com (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autorização de viagem, bem como para obtenção de
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
passaporte, constando, obrigatoriamente, as
descredenciamento, o repasse de recursos
características da criança ou adolescente adotado,
provenientes de organismos estrangeiros
como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
encarregados de intermediar pedidos de adoção
peculiares, assim como foto recente e a aposição da
internacional a organismos nacionais ou a pessoas
impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
físicas.
documento com cópia autenticada da decisão e
Parágrafo único. Eventuais repasses somente
certidão de trânsito em julgado. (Parágrafo acrescido pela
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
90 dias após a publicação) Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
a qualquer momento, solicitar informações sobre a Criança e do Adolescente. (Artigo acrescido pela Lei nº
situação das crianças e adolescentes adotados. 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no dias após a publicação)
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos exterior em país ratificante da Convenção de Haia,
credenciados, que sejam considerados abusivos pela cujo processo de adoção tenha sido processado em
Autoridade Central Federal Brasileira e que não conformidade com a legislação vigente no país de
estejam devidamente comprovados, é causa de seu residência e atendido o disposto na Alínea "c" do
descredenciamento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, Artigo 17 da referida Convenção, será
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após automaticamente recepcionada com o reingresso no
a publicação)
Brasil.
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na
ser representados por mais de uma entidade
Alínea "c" do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá
credenciada para atuar na cooperação em adoção
a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de
internacional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
Justiça.
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
publicação)
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou em país não ratificante da Convenção de Haia, uma
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 vez reingressado no Brasil, deverá requerer a
(um) ano, podendo ser renovada. (Parágrafo acrescido homologação da sentença estrangeira pelo Superior
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em Tribunal de Justiça. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de
vigor 90 dias após a publicação) 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de publicação)

organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o
com dirigentes de programas de acolhimento Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade
institucional ou familiar, assim como com crianças e competente do país de origem da criança ou do
adolescentes em condições de serem adotados, sem adolescente será conhecida pela Autoridade Central
a devida autorização judicial. (Parágrafo acrescido pela Lei Estadual que tiver processado o pedido de
habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato

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à Autoridade Central Federal e determinará as etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Inciso
providências necessárias à expedição do Certificado com redação dada pela Lei nº 13.845, de 18/6/2019)
de Naturalização Provisório. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o ter ciência do processo pedagógico, bem como
Ministério Público, somente deixará de reconhecer participar da definição das propostas educacionais.
os efeitos daquela decisão se restar demonstrado Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
que a adoção é manifestamente contrária à ordem agremiações recreativas e de estabelecimentos
pública ou não atende ao interesse superior da congêneres assegurar medidas de conscientização,
criança ou do adolescente. prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, de drogas ilícitas. (acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
prevista no § 1º deste artigo, o Ministério Público Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
deverá imediatamente requerer o que for de direito adolescente:
para resguardar os interesses da criança ou do I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
adolescente, comunicando-se as providências à inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação idade própria;
à Autoridade Central Federal Brasileira e à II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
Autoridade Central do país de origem. (Artigo acrescido gratuidade ao ensino médio;
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em III - atendimento educacional especializado aos
vigor 90 dias após a publicação) portadores de deficiência, preferencialmente na rede
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o regular de ensino;
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças
deferida no país de origem porque a sua legislação a de zero a cinco anos de idade; (Inciso com redação dada
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, pela Lei nº 13.306, de 4/7/2016)
mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
oriundo de país que não tenha aderido à Convenção pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
referida, o processo de adoção seguirá as regras da de cada um;
adoção nacional. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a condições do adolescente trabalhador;
publicação)
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
CAPÍTULO IV - DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À programas suplementares de material didático-
CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER escolar, transporte, alimentação e assistência à
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à saúde.
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e direito público subjetivo.
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
I - igualdade de condições para o acesso e Poder Público ou sua oferta irregular importa
permanência na escola; responsabilidade da autoridade competente.
II - direito de ser respeitado por seus educadores; § 3º Compete ao Poder Público recensear os
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
recorrer às instâncias escolares superiores; chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
IV - direito de organização e participação em frequência à escola.
entidades estudantis; Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
residência, garantindo-se vagas no mesmo ensino.
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma

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Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
casos de: previdenciários.
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão assegurado trabalho protegido.
escolar, esgotados os recursos escolares; Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
III - elevados níveis de repetência. regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
Art. 57. O Poder Público estimulará pesquisas, assistido em entidade governamental ou não-
experiências e novas propostas relativas a governamental, é vedado trabalho:
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de
e avaliação, com vistas à inserção de crianças e um dia e as cinco horas do dia seguinte;
adolescentes excluídos do ensino fundamental II - perigoso, insalubre ou penoso;
obrigatório. III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e
valores culturais, artísticos e históricos próprios do social;
contexto social da criança e do adolescente, IV - realizado em horários e locais que não permitam
garantindo-se a estes a liberdade de criação e o a frequência à escola.
acesso às fontes de cultura. Art. 68. O programa social que tenha por base o
Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e da trabalho educativo, sob responsabilidade de
União, estimularão e facilitarão a destinação de entidade governamental ou não-governamental sem
recursos e espaços para programações culturais, fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a dele participe condições de capacitação para o
juventude. exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
CAPÍTULO V - DO DIREITO À
PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO laboral em que as exigências pedagógicas relativas
TRABALHO ao desenvolvimento pessoal e social do educando
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de prevalecem sobre o aspecto produtivo.
quatorze anos de idade, salvo na condição de § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
aprendiz. trabalho efetuado ou a participação na venda dos
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
regulada por legislação especial, sem prejuízo do educativo.
disposto nesta Lei. Art. 69. O adolescente tem direito à
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação profissionalização e à proteção no trabalho,
técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes observados os seguintes aspectos, entre outros:
e bases da legislação de educação em vigor. I - respeito à condição peculiar de pessoa em
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá desenvolvimento;
aos seguintes princípios: II - capacitação profissional adequada ao mercado de
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao trabalho.
ensino regular; TÍTULO III - DA PREVENÇÃO
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
adolescente;
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
III - horário especial para o exercício das atividades.
ameaça ou violação dos direitos da criança e do
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
adolescente.
assegurada bolsa de aprendizagem.

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Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos
Municípios deverão atuar de forma articulada na da criança e do adolescente.
elaboração de políticas públicas e na execução de Parágrafo único. As famílias com crianças e
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de adolescentes com deficiência terão prioridade de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas atendimento nas ações e políticas públicas de
não violentas de educação de crianças e de prevenção e proteção. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.010, de
adolescentes, tendo como principais ações: 26/6/2014)
I - a promoção de campanhas educativas Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
permanentes para a divulgação do direito da criança atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre
e do adolescente de serem educados e cuidados sem outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas
o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho
degradante e dos instrumentos de proteção aos Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
direitos humanos; contra crianças e adolescentes.
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o comunicação de que trata este artigo, as pessoas
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
Criança e do Adolescente e com as entidades não ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
governamentais que atuam na promoção, proteção e assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
defesa dos direitos da criança e do adolescente; punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
III - a formação continuada e a capacitação dos retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.046, de 1/12/2014)
profissionais de saúde, educação e assistência social
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
e dos demais agentes que atuam na promoção,
informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
proteção e defesa dos direitos da criança e do
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
adolescente para o desenvolvimento das
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
competências necessárias à prevenção, à
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao
excluem da prevenção especial outras decorrentes
enfrentamento de todas as formas de violência
dos princípios por ela adotados.
contra a criança e o adolescente;
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
importará em responsabilidade da pessoa física ou
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
jurídica, nos termos desta Lei.
criança e o adolescente;
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que CAPÍTULO II - DA PREVENÇÃO ESPECIAL
visem a garantir os direitos da criança e do Seção I - Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes,
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de Diversões e Espetáculos
atividades junto aos pais e responsáveis com o Art. 74. O Poder Público, através do órgão
objetivo de promover a informação, a reflexão, o competente, regulará as diversões e espetáculos
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de públicos, informando sobre a natureza deles, as
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante faixas etárias a que não se recomendem, locais e
no processo educativo; horários em que sua apresentação se mostre
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para inadequada.
a articulação de ações e a elaboração de planos de Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
atuação conjunta focados nas famílias em situação espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível
de violência, com participação de profissionais de e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
saúde, de assistência social e de educação e de informação destacada sobre a natureza do

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espetáculo e a faixa etária especificada no certificado Seção II - Dos Produtos e Serviços


de classificação. Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às adolescente de:
diversões e espetáculos públicos classificados como I - armas, munições e explosivos;
adequados à sua faixa etária. II - bebidas alcoólicas;
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos III - produtos cujos componentes possam causar
somente poderão ingressar e permanecer nos locais dependência física ou psíquica ainda que por
de apresentação ou exibição quando acompanhadas utilização indevida;
dos pais ou responsável. IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
exibirão, no horário recomendado para o público provocar qualquer dano físico em caso de utilização
infanto-juvenil, programas com finalidades indevida;
educativas, artísticas, culturais e informativas. V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
apresentado ou anunciado sem aviso de sua Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
classificação, antes de sua transmissão, adolescente em hotel, motel, pensão ou
apresentação ou exibição. estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e acompanhado pelos pais ou responsável.
funcionários de empresas que explorem a venda ou Seção III - Da Autorização para Viajar
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de
para que não haja venda ou locação em desacordo 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
com a classificação atribuída pelo órgão competente. comarca onde reside desacompanhado dos pais ou
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo dos responsáveis sem expressa autorização judicial.
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.812, de
16/3/2019)
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada,
anos, se na mesma unidade da Federação, ou
com a advertência de seu conteúdo.
incluída na mesma região metropolitana; (Alínea com
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
redação dada pela Lei nº 13.812, de 16/3/2019)
capas que contenham mensagens pornográficas ou
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis)
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
anos estiver acompanhado: (“Caput” da alínea com redação
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao dada pela Lei nº 13.812, de 16/3/2019)
público infanto-juvenil não poderão conter 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou grau, comprovado documentalmente o parentesco;
anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
munições, e deverão respeitar os valores éticos e pai, mãe ou responsável.
sociais da pessoa e da família. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ou responsável, conceder autorização válida por dois
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou anos.
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, autorização é dispensável, se a criança ou
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a adolescente:
permanência de crianças e adolescentes no local, I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
afixando aviso para orientação do público. responsável;

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II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
expressamente pelo outro através de documento I - municipalização do atendimento;
com firma reconhecida. II - criação de conselhos municipais, estaduais e
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nacional dos direitos da criança e do adolescente,
nenhuma criança ou adolescente nascido em órgãos deliberativos e controladores das ações em
território nacional poderá sair do País em companhia todos os níveis, assegurada a participação popular
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;
LIVRO II - PARTE ESPECIAL
III - criação e manutenção de programas específicos,
TÍTULO I - DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
observada a descentralização político-
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS administrativa;
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
criança e do adolescente far-se-á através de um municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
conjunto articulado de ações governamentais e não- direitos da criança e do adolescente;
governamentais, da União, dos Estados, do Distrito V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Federal e dos Municípios. Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Art. 87. São linhas de ação da política de Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
atendimento: local, para efeito de agilização do atendimento inicial
I - políticas sociais básicas; a adolescente a quem se atribua autoria de ato
II - serviços, programas, projetos e benefícios de infracional;
assistência social de garantia de proteção social e de VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
prevenção e redução de violações de direitos, seus Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
agravamentos ou reincidências; (Inciso com redação dada encarregados da execução das políticas sociais
pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) básicas e de assistência social, para efeito de
III - serviços especiais de prevenção e atendimento agilização do atendimento de crianças e de
médico e psicossocial às vítimas de negligência, adolescentes inseridos em programas de
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e acolhimento familiar ou institucional, com vista na
opressão; sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal
IV - serviço de identificação e localização de pais, solução se mostrar comprovadamente inviável, sua
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; colocação em família substituta, em quaisquer das
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Inciso com
dos direitos da criança e do adolescente. redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

abreviar o período de afastamento do convívio VII - mobilização da opinião pública para a


familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à indispensável participação dos diversos segmentos
convivência familiar de crianças e adolescentes; (Inciso da sociedade. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) VIII - especialização e formação continuada dos
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
forma de guarda de crianças e adolescentes atenção à primeira infância, incluindo os
afastados do convívio familiar e à adoção, conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
especificamente inter-racial, de crianças maiores ou desenvolvimento infantil; (Inciso acrescido pela Lei nº
de adolescentes, com necessidades específicas de 13.257, de 8/3/2016)

saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. IX - formação profissional com abrangência dos
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU diversos direitos da criança e do adolescente que
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) favoreça a intersetorialidade no atendimento da

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criança e do adolescente e seu desenvolvimento art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e
integral; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) parágrafo único do art. 4º desta Lei. (Parágrafo acrescido
X - realização e divulgação de pesquisas sobre pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
vigor 90 dias após a publicação)
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados
violência. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Art. 89. A função de membro do Conselho Nacional
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
constituindo-se critérios para renovação da
da criança e do adolescente é considerada de
autorização de funcionamento:
interesse público relevante e não será remunerada.
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei,
CAPÍTULO II - DAS ENTIDADES DE bem como às resoluções relativas à modalidade de
ATENDIMENTO atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Seção I - Disposições Gerais Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
Art. 90. As entidades de atendimento são níveis;
responsáveis pela manutenção das próprias II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
unidades, assim como pelo planejamento e execução atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério
de programas de proteção e sócio-educativos Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;
destinados a crianças e adolescentes, em regime de: III - em se tratando de programas de acolhimento
I - orientação e apoio sócio-familiar; institucional ou familiar, serão considerados os
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; índices de sucesso na reintegração familiar ou de
III - colocação familiar; adaptação à família substituta, conforme o caso.
IV - acolhimento institucional; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
V - prestação de serviços à comunidade; DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
VI - liberdade assistida; Art. 91. As entidades não-governamentais somente
VII - semiliberdade; e poderão funcionar depois de registradas no Conselho
VIII - internação. Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
(Incisos com redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a autoridade judiciária da respectiva localidade.
publicação)
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Parágrafo
§ 1º As entidades governamentais e não único transformado em § 1º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
governamentais deverão proceder à inscrição de publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
seus programas, especificando os regimes de a) não ofereça instalações físicas em condições
atendimento, na forma definida neste artigo, no adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do segurança;
Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e b) não apresente plano de trabalho compatível com
de suas alterações, do que fará comunicação ao os princípios desta Lei;
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Parágrafo c) esteja irregularmente constituída;
único transformado em § 1º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções
§ 2º Os recursos destinados à implementação e
e deliberações relativas à modalidade de
manutenção dos programas relacionados neste
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
dos órgãos públicos encarregados das áreas de
níveis. (Alínea acrescida pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
observando-se o princípio da prioridade absoluta à § 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro)
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da

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Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar § 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes
o cabimento de sua renovação, observado o disposto Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
no § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, permanente qualificação dos profissionais que
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após atuam direta ou indiretamente em programas de
a publicação)
acolhimento institucional e destinados à colocação
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas
familiar de crianças e adolescentes, incluindo
de acolhimento familiar ou institucional deverão
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e
adotar os seguintes princípios: ("Caput" do artigo com
Conselho Tutelar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
publicação)
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade
reintegração familiar; (Inciso com redação dada pela Lei nº
judiciária competente, as entidades que
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
II - integração em família substituta, quando institucional, se necessário com o auxílio do Conselho
esgotados os recursos de manutenção na família Tutelar e dos órgãos de assistência social,
natural ou extensa; (Inciso com redação dada pela Lei nº estimularão o contato da criança ou adolescente com
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto
dias após a publicação) nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (Parágrafo
III - atendimento personalizado e em pequenos acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
grupos; 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co- § 5º As entidades que desenvolvem programas de


educação; acolhimento familiar ou institucional somente
V - não-desmembramento de grupos de irmãos; poderão receber recursos públicos se comprovado o
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para atendimento dos princípios, exigências e finalidades
outras entidades de crianças e adolescentes desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
abrigados;
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei
VII - participação na vida da comunidade local;
pelo dirigente de entidade que desenvolva
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
programas de acolhimento familiar ou institucional é
IX - participação de pessoas da comunidade no
causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração
processo educativo.
de sua responsabilidade administrativa, civil e
§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve
criminal. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
programa de acolhimento institucional é equiparado
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
ao guardião, para todos os efeitos de direito.
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
(Parágrafo único transformado em § 1º com nova redação dada
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
vigor 90 dias após a publicação) atenção à atuação de educadores de referência
§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas
programas de acolhimento familiar ou institucional específicas e ao atendimento das necessidades
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.
6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)

situação de cada criança ou adolescente acolhido e Art. 93. As entidades que mantenham programa de
sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1º acolhimento institucional poderão, em caráter
do art. 19 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, excepcional e de urgência, acolher crianças e
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após adolescentes sem prévia determinação da
a publicação) autoridade competente, fazendo comunicação do
fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da

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Infância e da Juventude, sob pena de XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com
responsabilidade. ("Caput" do artigo com redação dada pela intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor resultados à autoridade competente;
90 dias após a publicação)
XV - informar, periodicamente, o adolescente
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
internado sobre sua situação processual;
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se
XVI - comunicar às autoridades competentes todos
necessário com o apoio do Conselho Tutelar local,
os casos de adolescente portadores de moléstias
tomará as medidas necessárias para promover a
infecto-contagiosas;
imediata reintegração familiar da criança ou do
XVII - fornecer comprovante de depósito dos
adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
pertences dos adolescentes;
possível ou recomendável, para seu
XVIII - manter programas destinados ao apoio e
encaminhamento a programa de acolhimento
acompanhamento de egressos;
familiar, institucional ou a família substituta,
XIX - providenciar os documentos necessários ao
observado o disposto no § 2º do art. 101 desta Lei.
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
XX - manter arquivo de anotações onde constem
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas data e circunstâncias do atendimento, nome do
de internação têm as seguintes obrigações, entre adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
outras: endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
I - observar os direitos e garantias de que são titulares formação, relação de seus pertences e demais dados
os adolescentes; que possibilitem sua identificação e a
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido individualização do atendimento.
objeto de restrição na decisão de internação; § 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações
III - oferecer atendimento personalizado, em constantes deste artigo às entidades que mantêm
pequenas unidades e grupos reduzidos; programas de acolhimento institucional e familiar.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
respeito e dignidade ao adolescente;
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
preservação dos vínculos familiares;
recursos da comunidade.
VI - comunicar à autoridade judiciária,
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
periodicamente, os casos em que se mostre inviável
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes,
ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
ainda que em caráter temporário, devem ter, em
VII - oferecer instalações físicas em condições
seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
ocorrências de maus-tratos. (Artigo acrescido pela Lei nº
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e 13.046, de 1/12/2014)
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; Seção II - Da Fiscalização das Entidades
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Art. 95. As entidades governamentais e não-
odontológicos e farmacêuticos; governamentais, referidas no art. 90, serão
X - propiciar escolarização e profissionalização; fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de pelos Conselhos Tutelares.
lazer; Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que contas serão apresentados ao Estado ou ao
desejarem, de acordo com suas crenças; Município, conforme a origem das dotações
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; orçamentárias.

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Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de CAPÍTULO II - DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE
atendimento que descumprirem obrigação PROTEÇÃO
constante do art. 94, sem prejuízo da Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
prepostos: bem como substituídas a qualquer tempo.
I - às entidades governamentais: Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em
a) advertência; conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
b) afastamento provisório de seus dirigentes; aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; familiares e comunitários.
d) fechamento de unidade ou interdição de Parágrafo único. São também princípios que regem a
programa; aplicação das medidas: (“Caput” do parágrafo único
II - às entidades não-governamentais: acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
a) advertência; 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas I - condição da criança e do adolescente como


públicas; sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis,
d) cassação do registro. bem como na Constituição Federal; (Inciso acrescido pela
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por
90 dias após a publicação)
entidades de atendimento, que coloquem em risco II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
comunicado ao Ministério Público ou representado deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
perante autoridade judiciária competente para as direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
providências cabíveis, inclusive suspensão das (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU
atividades ou dissolução da entidade. (Parágrafo único de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
transformado em § 1º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no III - responsabilidade primária e solidária do poder
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) público: a plena efetivação dos direitos assegurados
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
organizações não governamentais responderão Constituição Federal, salvo nos casos por esta
pelos danos que seus agentes causarem às crianças e expressamente ressalvados, é de responsabilidade
aos adolescentes, caracterizado o descumprimento primária e solidária das 3 (três) esferas de governo,
dos princípios norteadores das atividades de sem prejuízo da municipalização do atendimento e
proteção específica. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, da possibilidade da execução de programas por
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
entidades não governamentais; (Inciso acrescido pela Lei
a publicação)
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
TÍTULO II - DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO dias após a publicação)
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
intervenção deve atender prioritariamente aos
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem
adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
prejuízo da consideração que for devida a outros
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
violados:
interesses presentes no caso concreto; (Inciso acrescido
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou vigor 90 dias após a publicação)
responsável; V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção
III - em razão de sua conduta. da criança e do adolescente deve ser efetuada no
respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva

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da sua vida privada; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de autoridade judiciária competente, observado o
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
VI - intervenção precoce: a intervenção das 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autoridades competentes deve ser efetuada logo que Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas
a situação de perigo seja conhecida; (Inciso acrescido pela no art. 98, a autoridade competente poderá
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
90 dias após a publicação)
I - encaminhamento aos pais ou responsável,
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser
mediante termo de responsabilidade;
exercida exclusivamente pelas autoridades e
II - orientação, apoio e acompanhamento
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
temporários;
promoção dos direitos e à proteção da criança e do
III - matrícula e frequência obrigatórias em
adolescente; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
estabelecimento oficial de ensino fundamental;
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
comunitários de proteção, apoio e promoção da
deve ser a necessária e adequada à situação de
família, da criança e do adolescente; (Inciso com redação
perigo em que a criança ou o adolescente se
dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
encontram no momento em que a decisão é tomada;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
efetuada de modo que os pais assumam os seus auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
deveres para com a criança e o adolescente; (Inciso toxicômanos;
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de VII - acolhimento institucional; (Inciso com redação dada
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
X - prevalência da família: na promoção de direitos e vigor 90 dias após a publicação)

na proteção da criança e do adolescente deve ser VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
(Inciso com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
dada prevalência às medidas que os mantenham ou
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
IX - colocação em família substituta. (Inciso acrescido pela
isso não for possível, que promovam a sua integração Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
em família adotiva; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 90 dias após a publicação)
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) § 1º O acolhimento institucional e o acolhimento
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o familiar são medidas provisórias e excepcionais,
adolescente, respeitado seu estágio de utilizáveis como forma de transição para
desenvolvimento e capacidade de compreensão, reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
seus pais ou responsável devem ser informados dos para colocação em família substituta, não implicando
seus direitos, dos motivos que determinaram a privação de liberdade. (Parágrafo único transformado em §
intervenção e da forma como esta se processa; (Inciso 1º com nova redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o emergenciais para proteção de vítimas de violência
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, ou abuso sexual e das providências a que alude o art.
de responsável ou de pessoa por si indicada, bem 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
como os seus pais ou responsável, têm direito a ser adolescente do convívio familiar é de competência
ouvidos e a participar nos atos e na definição da exclusiva da autoridade judiciária e importará na
medida de promoção dos direitos e de proteção, deflagração, a pedido do Ministério Público ou de
sendo sua opinião devidamente considerada pela quem tenha legítimo interesse, de procedimento

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judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou pais ou responsável, com vista na reintegração
ao responsável legal o exercício do contraditório e da familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
ampla defesa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de fundamentada determinação judicial, as
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a providências a serem tomadas para sua colocação
publicação)
em família substituta, sob direta supervisão da
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser
autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
encaminhados às instituições que executam de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
programas de acolhimento institucional, a publicação)
governamentais ou não, por meio de uma Guia de § 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na no local mais próximo à residência dos pais ou do
qual obrigatoriamente constará, dentre outros: responsável e, como parte do processo de
I - sua identificação e a qualificação completa de seus reintegração familiar, sempre que identificada a
pais ou de seu responsável, se conhecidos; necessidade, a família de origem será incluída em
II - o endereço de residência dos pais ou do programas oficiais de orientação, de apoio e de
responsável, com pontos de referência; promoção social, sendo facilitado e estimulado o
III - os nomes de parentes ou de terceiros contato com a criança ou com o adolescente
interessados em tê-los sob sua guarda; acolhido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
convívio familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de § 8º Verificada a possibilidade de reintegração
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a familiar, o responsável pelo programa de
publicação) acolhimento familiar ou institucional fará imediata
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
ou do adolescente, a entidade responsável pelo ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias,
programa de acolhimento institucional ou familiar decidindo em igual prazo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
elaborará um plano individual de atendimento, 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
visando à reintegração familiar, ressalvada a dias após a publicação)
existência de ordem escrita e fundamentada em § 9º Em sendo constatada a impossibilidade de
contrário de autoridade judiciária competente, caso reintegração da criança ou do adolescente à família
em que também deverá contemplar sua colocação de origem, após seu encaminhamento a programas
em família substituta, observadas as regras e oficiais ou comunitários de orientação, apoio e
princípios desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, promoção social, será enviado relatório
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após fundamentado ao Ministério Público, no qual conste
a publicação) a descrição pormenorizada das providências
§ 5º O plano individual será elaborado sob a tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
responsabilidade da equipe técnica do respectivo técnicos da entidade ou responsáveis pela execução
programa de atendimento e levará em consideração da política municipal de garantia do direito à
a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos convivência familiar, para a destituição do poder
pais ou do responsável. (Parágrafo acrescido pela Lei nº familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Parágrafo
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
dias após a publicação) 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros: § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação
II - os compromissos assumidos pelos pais ou de destituição do poder familiar, salvo se entender
responsável; e necessária a realização de estudos complementares
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas ou de outras providências indispensáveis ao
com a criança ou com o adolescente acolhido e seus ajuizamento da demanda. (Parágrafo acrescido pela Lei nº

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12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for
22/11/2017)
encaminhada para adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
comarca ou foro regional, um cadastro contendo dias após a publicação)
informações atualizadas sobre as crianças e § 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a
adolescentes em regime de acolhimento familiar e qualquer tempo, do nome do pai no assento de
institucional sob sua responsabilidade, com nascimento são isentos de multas, custas e
informações pormenorizadas sobre a situação emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
jurídica de cada um, bem como as providências (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação § 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
em família substituta, em qualquer das modalidades requerida do reconhecimento de paternidade no
previstas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei assento de nascimento e a certidão correspondente.
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
dias após a publicação)
TÍTULO III - DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos descrita como crime ou contravenção penal.
quais incumbe deliberar sobre a implementação de Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores
políticas públicas que permitam reduzir o número de de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta
crianças e adolescentes afastados do convívio Lei.
familiar e abreviar o período de permanência em Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
programa de acolhimento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº considerada a idade do adolescente à data do fato.
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
dias após a publicação) corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil. Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o liberdade senão em flagrante de ato infracional ou
assento de nascimento da criança ou adolescente por ordem escrita e fundamentada da autoridade
será feito à vista dos elementos disponíveis, judiciária competente.
mediante requisição da autoridade judiciária. Parágrafo único. O adolescente tem direito à
§ 2º Os registros e certidões necessárias à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
regularização de que trata este artigo são isentos de devendo ser informado acerca de seus direitos.
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o
prioridade. local onde se encontra recolhido serão incontinenti
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será comunicados à autoridade judiciária competente e à
deflagrado procedimento específico destinado à sua família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
averiguação, conforme previsto pela Lei nº 8.560, de Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
29 de dezembro de 1992. (Parágrafo acrescido pela Lei nº pena de responsabilidade, a possibilidade de
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 liberação imediata.
dias após a publicação) Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
dispensável o ajuizamento de ação de investigação dias.
de paternidade pelo Ministério Público se, após o não Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada
comparecimento ou a recusa do suposto pai em e basear-se em indícios suficientes de autoria e

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materialidade, demonstrada a necessidade Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
imperiosa da medida. arts. 99 e 100.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
será submetido a identificação compulsória pelos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para provas suficientes da autoria e da materialidade da
efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
CAPÍTULO III - DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
sempre que houver prova da materialidade e indícios
liberdade sem o devido processo legal.
suficientes da autoria.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
Seção II - Da Advertência
outras, as seguintes garantias:
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
Seção III - Da Obrigação de Reparar o Dano
II - igualdade na relação processual, podendo
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
todas as provas necessárias à sua defesa;
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua
III - defesa técnica por advogado;
a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
necessitados, na forma da lei;
Parágrafo único. Havendo manifesta
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
autoridade competente;
outra adequada.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
Seção IV - Da Prestação de Serviços à Comunidade
responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários
CAPÍTULO IV - DAS MEDIDAS SÓCIO- consiste na realização de tarefas gratuitas de
EDUCATIVAS interesse geral, por período não excedente a seis
Seção I - Disposições Gerais meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
autoridade competente poderá aplicar ao como em programas comunitários ou
adolescente as seguintes medidas: governamentais.
I - advertência; Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
II - obrigação de reparar o dano; conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
III - prestação de serviços à comunidade; cumpridas durante jornada máxima de oito horas
IV - liberdade assistida; semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em
V - inserção em regime de semiliberdade; dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à
VI - internação em estabelecimento educacional; escola ou à jornada normal de trabalho.
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Seção V - Da Liberdade Assistida
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
conta a sua capacidade de cumpri-la, as que se afigurar a medida mais adequada para o fim
circunstâncias e a gravidade da infração. de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
admitida a prestação de trabalho forçado. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou por entidade ou programa de atendimento.
deficiência mental receberão tratamento individual e § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
especializado, em local adequado às suas condições. mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo

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ser prorrogada, revogada ou substituída por outra em regime de semiliberdade ou de liberdade


medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o assistida.
defensor. § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a de idade.
supervisão da autoridade competente, a realização § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
dos seguintes encargos, entre outros: precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
I - promover socialmente o adolescente e sua família, Público.
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se § 7º A determinação judicial mencionada no § 1º
necessário, em programa oficial ou comunitário de poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade
auxílio e assistência social; judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
publicação)
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
Art. 122. A medida de internação só poderá ser
matrícula;
aplicada quando:
III - diligenciar no sentido da profissionalização do
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante
adolescente e de sua inserção no mercado de
grave ameaça ou violência a pessoa;
trabalho;
II - por reiteração no cometimento de outras
IV - apresentar relatório do caso.
infrações graves;
Seção VI - Do Regime de Semiliberdade
III - por descumprimento reiterado e injustificável da
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser
medida anteriormente imposta.
determinado desde o início, ou como forma de
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III
transição para o meio aberto, possibilitada a
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses,
realização de atividades externas,
devendo ser decretada judicialmente após o devido
independentemente de autorização judicial.
processo legal. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
§ 1º É obrigatória a escolarização e a
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
profissionalização, devendo, sempre que possível, dias após a publicação)
ser utilizados os recursos existentes na comunidade. § 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, internação, havendo outra medida adequada.
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas Art. 123. A internação deverá ser cumprida em
à internação. entidade exclusiva para adolescentes, em local
Seção VII - Da Internação distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
Art. 121. A internação constitui medida privativa da rigorosa separação por critérios de idade,
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, compleição física e gravidade da infração.
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de Parágrafo único. Durante o período de internação,
pessoa em desenvolvimento. inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
§ 1º Será permitida a realização de atividades pedagógicas.
externas, a critério da equipe técnica da entidade, Art. 124. São direitos do adolescente privado de
salvo expressa determinação judicial em contrário. liberdade, entre outros, os seguintes:
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, I - entrevistar-se pessoalmente com o representante
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante do Ministério Público;
decisão fundamentada, no máximo a cada seis II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
meses. III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de IV - ser informado de sua situação processual,
internação excederá a três anos. sempre que solicitada;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo V - ser tratado com respeito e dignidade;
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado

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VI - permanecer internado na mesma localidade ou responsabilidade, nem prevalece para efeito de


naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou antecedentes, podendo incluir eventualmente a
responsável; aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
VII - receber visitas, ao menos semanalmente; exceto a colocação em regime de semiliberdade e a
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; internação.
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
asseio pessoal; poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
X - habitar alojamento em condições adequadas de mediante pedido expresso do adolescente ou de seu
higiene e salubridade; representante legal, ou do Ministério Público.
XI - receber escolarização e profissionalização;
TÍTULO IV - DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de PAIS OU RESPONSÁVEL
lazer;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
responsável:
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais
crença, e desde que assim o deseje;
ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
família; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
de local seguro para guardá-los, recebendo
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
comprovante daqueles porventura depositados em
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
poder da entidade;
toxicômanos;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
documentos pessoais indispensáveis à vida em
psiquiátrico;
sociedade.
IV - encaminhamento a cursos ou programas de
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
orientação;
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
acompanhar sua frequência e aproveitamento
responsável, se existirem motivos sérios e fundados
escolar;
de sua prejudicialidade aos interesses do
VI - obrigação de encaminhar a criança ou
adolescente.
adolescente a tratamento especializado;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade
VII - advertência;
física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as
VIII - perda da guarda;
medidas adequadas de contenção e segurança.
IX - destituição da tutela;
CAPÍTULO V - DA REMISSÃO X - suspensão ou destituição do poder familiar.
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
para apuração de ato infracional, o representante do
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas
Ministério Público poderá conceder a remissão,
nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o
como forma de exclusão do processo, atendendo às
disposto nos arts. 23 e 24.
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
social, bem como à personalidade do adolescente e
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
sua maior ou menor participação no ato infracional.
responsável, a autoridade judiciária poderá
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
determinar, como medida cautelar, o afastamento
concessão da remissão pela autoridade judiciária
do agressor da moradia comum.
importará na suspensão ou extinção do processo.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda,
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
a fixação provisória dos alimentos de que necessitem
reconhecimento ou comprovação da

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a criança ou o adolescente dependentes do agressor. presunção de idoneidade moral. (Artigo com redação dada
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.415, de 9/6/2011) pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012)

TÍTULO V - DO CONSELHO TUTELAR CAPÍTULO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO


CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da previstas no art. 101, I a VII;
criança e do adolescente, definidos nesta Lei. II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
Art. 132. Em cada Município e em cada Região aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Administrativa do Distrito Federal haverá, no III - promover a execução de suas decisões, podendo
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão para tanto:
integrante da administração pública local, composto a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população educação, serviço social, previdência, trabalho e
local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida segurança;
recondução por novos processos de escolha. (Artigo b) representar junto à autoridade judiciária nos casos
com redação dada pela Lei nº 13.824, de 9/5/2019) de descumprimento injustificado de suas
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho deliberações;
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
I - reconhecida idoneidade moral; que constitua infração administrativa ou penal
II - idade superior a vinte e um anos; contra os direitos da criança ou adolescente;
III - residir no município. V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o sua competência;
local, dia e horário de funcionamento do Conselho VI - providenciar a medida estabelecida pela
Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101,
respectivos membros, aos quais é assegurado o de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
direito a: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº VII - expedir notificações;
12.696, de 25/7/2012) VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
I - cobertura previdenciária; (Inciso acrescido pela Lei nº criança ou adolescente quando necessário;
12.696, de 25/7/2012) IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de da proposta orçamentária para planos e programas
1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Inciso de atendimento dos direitos da criança e do
acrescido pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012)
adolescente;
III - licença-maternidade; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.696,
X - representar, em nome da pessoa e da família,
de 25/7/2012)
IV - licença-paternidade; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.696, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, §
de 25/7/2012) 3°, inciso II da Constituição Federal;
V - gratificação natalina. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.696, XI - representar ao Ministério Público para efeito das
de 25/7/2012) ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária esgotadas as possibilidades de manutenção da
municipal e da do Distrito Federal previsão dos criança ou do adolescente junto à família natural.
recursos necessários ao funcionamento do Conselho (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
Tutelar e à remuneração e formação continuada dos no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

conselheiros tutelares. (Parágrafo único com redação dada XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012) grupos profissionais, ações de divulgação e
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro treinamento para o reconhecimento de sintomas de
constituirá serviço público relevante e estabelecerá

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maus-tratos em crianças e adolescentes. (Inciso cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,


acrescido pela Lei nº 13.046, de 1/12/2014) padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
o Conselho Tutelar entender necessário o conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
afastamento do convívio familiar, comunicará autoridade judiciária e ao representante do
incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando- Ministério Público com atuação na Justiça da Infância
lhe informações sobre os motivos de tal e da Juventude, em exercício na Comarca, Foro
entendimento e as providências tomadas para a Regional ou Distrital.
orientação, o apoio e a promoção social da família.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
TÍTULO VI - DO ACESSO À JUSTIÇA
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério
pedido de quem tenha legítimo interesse. Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus
CAPÍTULO III - DA COMPETÊNCIA órgãos.
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de § 1° A assistência judiciária gratuita será prestada aos
competência constante do art. 147. que dela necessitarem, através de defensor público
ou advogado nomeado.
CAPÍTULO IV - DA ESCOLHA DOS § 2° As ações judiciais da competência da Justiça da
CONSELHEIROS
Infância e da Juventude são isentas de custas e
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal má fé.
e realizado sob a responsabilidade do Conselho
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, representados e os maiores de dezesseis e menores
e a fiscalização do Ministério Público. (“Caput” do artigo de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores
com redação dada pela Lei nº 8.242, de 12/10/1991)
ou curadores, na forma da legislação civil ou
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho
processual.
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro
especial à criança ou adolescente, sempre que os
domingo do mês de outubro do ano subsequente ao
interesses destes colidirem com os de seus pais ou
da eleição presidencial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
responsável, ou quando carecer de representação ou
12.696, de 25/7/2012)
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no assistência legal ainda que eventual.
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais,
escolha. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012) policiais e administrativos que digam respeito a
§ 3º No processo de escolha dos membros do crianças e adolescentes a que se atribua autoria de
Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, ato infracional.
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive não poderá identificar a criança ou adolescente,
brindes de pequeno valor. (Parágrafo acrescido pela Lei nº vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
12.696, de 25/7/2012) filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais
do nome e sobrenome. (Parágrafo único com redação dada
CAPÍTULO V - DOS IMPEDIMENTOS pela Lei nº 10.764, de 12/11/2003)
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a
Conselho marido e mulher, ascendentes e que se refere o artigo anterior somente será deferida
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos,

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pela autoridade judiciária competente, se IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses


demonstrado o interesse e justificada a finalidade. individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209;
CAPÍTULO II - DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA
JUVENTUDE V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades
em entidades de atendimento, aplicando as medidas
SEÇÃO I - Disposições Gerais
cabíveis;
Art. 145. Os Estados e o Distrito Federal poderão
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
criar varas especializadas e exclusivas da infância e da
infrações contra norma de proteção a criança ou
juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer
adolescentes;
sua proporcionalidade por número de habitantes,
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o
Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
atendimento, inclusive em plantões.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
SEÇÃO II - Do Juiz
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz
competente a Justiça da Infância e da Juventude para
da Infância e da Juventude, ou o Juiz que exerce essa
o fim de:
função, na forma da Lei de Organização Judiciária
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
local.
b) conhecer de ações de destituição do poder
Art. 147. A competência será determinada:
familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
(Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
adolescente, à falta dos pais ou responsável. c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
§ 1º Nos casos de ato infracional, será competente a casamento;
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas d) conhecer de pedidos baseados em discordância
as regras de conexão, continência e prevenção. paterna ou materna, em relação ao exercício do
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à poder familiar; (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder
autoridade competente da residência dos pais ou familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
que abrigar a criança ou adolescente. quando faltarem os pais;
§ 3º Em caso de infração cometida através de f) designar curador especial em casos de
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que apresentação de queixa ou representação, ou de
atinja mais de uma comarca, será competente, para outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do que haja interesses de criança ou adolescente;
local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a g) conhecer de ações de alimentos;
sentença eficácia para todas as transmissoras ou h) determinar o cancelamento, a retificação e o
retransmissoras do respectivo Estado. suprimento dos registros de nascimento e óbito.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
competente para: através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - conhecer de representações promovidas pelo I - a entrada e permanência de criança ou
Ministério Público, para apuração de ato infracional adolescente, desacompanhado dos pais ou
atribuído a adolescente, aplicando as medidas responsável, em:
cabíveis; a) estádio, ginásio e campo desportivo;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão b) bailes ou promoções dançantes;
ou extinção do processo; c) boate ou congêneres;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; d) casa que explore comercialmente diversões
eletrônicas;

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e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
televisão; aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
II - a participação de criança e adolescente em: previstas na legislação processual pertinente.
a) espetáculos públicos e seus ensaios; §1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
b) certames de beleza. prioridade absoluta na tramitação dos processos e
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
autoridade judiciária levará em conta, dentre outros execução dos atos e diligências judiciais a eles
fatores: referentes. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de
a) os princípios desta Lei; 3/8/2009, transformado em § 1º pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
b) as peculiaridades locais; § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis
c) a existência de instalações adequadas; aos seus procedimentos são contados em dias
d) o tipo de frequência habitual ao local; corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do
e) a adequação do ambiente a eventual participação vencimento, vedado o prazo em dobro para a
ou frequência de crianças e adolescentes; Fazenda Pública e o Ministério Público. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
f) a natureza do espetáculo.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste
corresponder a procedimento previsto nesta ou em
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os
vedadas as determinações de caráter geral.
fatos e ordenar de ofício as providências necessárias,
SEÇÃO III - Dos Serviços Auxiliares
ouvido o Ministério Público.
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
sua proposta orçamentária, prever recursos para
aplica para o fim de afastamento da criança ou do
manutenção de equipe interprofissional, destinada a
adolescente de sua família de origem e em outros
assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
procedimentos necessariamente contenciosos.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
outras atribuições que lhe forem reservadas pela publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
legislação local, fornecer subsídios por escrito, Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e SEÇÃO II - Da Perda e da Suspensão do Poder
bem assim desenvolver trabalhos de Familiar
aconselhamento, orientação, encaminhamento, Art. 155. O procedimento para a perda ou a
prevenção e outros, tudo sob a imediata suspensão do poder familiar terá início por
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a provocação do Ministério Público ou de quem tenha
livre manifestação do ponto de vista técnico. legítimo interesse. (Expressão "pátrio poder" substituída por
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário Art. 156. A petição inicial indicará:
responsáveis pela realização dos estudos I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
psicossociais ou de quaisquer outras espécies de II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por do requerente e do requerido, dispensada a
determinação judicial, a autoridade judiciária poderá qualificação em se tratando de pedido formulado por
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. representante do Ministério Público;
156 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código III - a exposição sumária do fato e o pedido;
de Processo Civil). (Parágrafo único acrescido pela Lei nº IV - as provas que serão produzidas, oferecendo,
13.509, de 22/11/2017) desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
CAPÍTULO III - DOS PROCEDIMENTOS Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
SEÇÃO I - Disposições Gerais autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou

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incidentalmente, até o julgamento definitivo da dispensado o envio de ofícios para a localização.


causa, ficando a criança ou adolescente confiado a (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
(Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. constituir advogado, sem prejuízo do próprio
3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009) sustento e de sua família, poderá requerer, em
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual
determinará, concomitantemente ao despacho de incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
citação e independentemente de requerimento do o prazo a partir da intimação do despacho de
interessado, a realização de estudo social ou perícia nomeação.
por equipe interprofissional ou multidisciplinar para Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado
comprovar a presença de uma das causas de de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no
suspensão ou destituição do poder familiar, momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja
ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e nomeado defensor. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº
observada a Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. 12.962, de 8/4/2014)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à apresentação de documento que interesse à causa,
equipe interprofissional ou multidisciplinar referida de ofício ou a requerimento das partes ou do
no § 1º deste artigo, de representantes do órgão Ministério Público.
federal responsável pela política indigenista, Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
observado o disposto no § 6º do art. 28 desta Lei. concluído o estudo social ou a perícia realizada por
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de
autoridade judiciária dará vista dos autos ao
dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando
provas a serem produzidas e oferecendo desde logo
este for o requerente, e decidirá em igual prazo.
o rol de testemunhas e documentos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.509, de
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos 22/11/2017)
os meios para sua realização. (Parágrafo único § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a
transformado em §1º e com redação dada pela Lei nº 12.962, de requerimento das partes ou do Ministério Público,
8/4/2014)
determinará a oitiva de testemunhas que
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser
comprovem a presença de uma das causas de
citado pessoalmente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
suspensão ou destituição do poder familiar previstas
12.962, de 8/4/2014)
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei nº 10.406, de 10 de
§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.
houver procurado o citando em seu domicílio ou
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
residência sem o encontrar, deverá, havendo
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da
§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda,
família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil
será obrigatória, desde que possível e razoável, a
em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu
designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei nº
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
sobre as implicações da medida. (Parágrafo acrescido pela
Civil). (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em 90 dias após a publicação)
local incerto ou não sabido, serão citados por edital § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, forem identificados e estiverem em local conhecido,
ressalvados os casos de não comparecimento

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perante a Justiça quando devidamente citados. processual civil e, no que couber, o disposto na Seção
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação anterior.
dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Seção IV - Da Colocação em Família Substituta
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos
liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
de colocação em família substituta:
apresentação para a oitiva. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
I - qualificação completa do requerente e de seu
12.962, de 8/4/2014)
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
anuência deste;
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público,
II - indicação de eventual parentesco do requerente e
por cinco dias, salvo quando este for o requerente,
de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou
designando, desde logo, audiência de instrução e
adolescente, especificando se tem ou não parente
julgamento.
vivo;
§ 1º (Revogado pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
III - qualificação completa da criança ou adolescente
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério
e de seus pais, se conhecidos;
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
IV - indicação do cartório onde foi inscrito
oralmente o parecer técnico, salvo quando
nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
apresentado por escrito, manifestando-se
respectiva certidão;
sucessivamente o requerente, o requerido e o
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Parágrafo único. Em se tratando de adoção,
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a observar-se-ão também os requisitos específicos.
autoridade judiciária, excepcionalmente, designar Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
dias. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) houverem aderido expressamente ao pedido de
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder colocação em família substituta, este poderá ser
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não formulado diretamente em cartório, em petição
haverá necessidade de nomeação de curador assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
especial em favor da criança ou adolescente. assistência de advogado. ("Caput" do artigo com redação
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
(“Caput” do parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de
manutenção do poder familiar, dirigir esforços para 22/11/2017)
preparar a criança ou o adolescente com vistas à I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
colocação em família substituta. (“Caput” do parágrafo devidamente assistidas por advogado ou por
com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) defensor público, para verificar sua concordância
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
a suspensão do poder familiar será averbada à contado da data do protocolo da petição ou da
margem do registro de nascimento da criança ou do entrega da criança em juízo, tomando por termo as
adolescente. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de declarações; e (Inciso acrescido pela Lei nº 13.509, de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a 22/11/2017)
publicação)
II - declarará a extinção do poder familiar. (Inciso
SEÇÃO III - Da Destituição da Tutela acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o § 2º O consentimento dos titulares do poder familiar
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei será precedido de orientações e esclarecimentos

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prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
Infância e da Juventude, em especial, no caso de pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autoridade judiciária em igual prazo.
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo
tutela, a perda ou a suspensão do poder familiar
das informações. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
constituir pressuposto lógico da medida principal de
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
colocação em família substituta, será observado o
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá
procedimento contraditório previsto nas seções II e III
validade se não for ratificado na audiência a que se
deste Capítulo. (Expressão "pátrio poder" substituída por
refere o § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
“poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
22/11/2017)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da poderá ser decretada nos mesmos autos do
realização da audiência especificada no § 1º deste procedimento, observado o disposto no art. 35.
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-
prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
da sentença de extinção do poder familiar. (Parágrafo contido no art. 47.
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Parágrafo único. A colocação de criança ou
Lei nº 13.509, de 22/11/2017) adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado programa de acolhimento familiar será comunicada
após o nascimento da criança. (Parágrafo acrescido pela pela autoridade judiciária à entidade por este
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
90 dias após a publicação) (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
§ 7º A família natural e a família substituta receberão publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
a devida orientação por intermédio de equipe técnica SEÇÃO V - Da apuração de Ato Infracional
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Atribuído a Adolescente
Juventude, preferencialmente com apoio dos Art. 171. O adolescente apreendido por força de
técnicos responsáveis pela execução da política ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
municipal de garantia do direito à convivência autoridade judiciária.
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de
com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) ato infracional será, desde logo, encaminhado à
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a autoridade policial competente.
requerimento das partes ou do Ministério Público, Parágrafo único. Havendo repartição policial
determinará a realização de estudo social ou, se especializada para atendimento de adolescente e em
possível, perícia por equipe interprofissional, se tratando de ato infracional praticado em co-
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de repartição especializada, que, após as providências
convivência. necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda à repartição policial própria.
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
o adolescente será entregue ao interessado, cometido mediante violência ou grave ameaça a
mediante termo de responsabilidade. (Parágrafo único pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
disposto nos arts. 106, parágrafo único e 107, deverá:
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)

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I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas representante do Ministério Público relatório das
e o adolescente; investigações e demais documentos.
II - apreender o produto e os instrumentos da Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de
infração; ato infracional não poderá ser conduzido ou
III - requisitar os exames ou perícias necessários à transportado em compartimento fechado de veículo
comprovação da materialidade e autoria da infração. policial, em condições atentatórias à sua dignidade,
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
a lavratura do auto poderá ser substituída por mental, sob pena de responsabilidade.
boletim de ocorrência circunstanciada. Art. 179. Apresentado o adolescente, o
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou representante do Ministério Público, no mesmo dia e
responsável, o adolescente será prontamente à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
liberado pela autoridade policial, sob termo de ou relatório policial, devidamente autuados pelo
compromisso e responsabilidade de sua cartório judicial e com informação sobre os
apresentação ao representante do Ministério antecedentes do adolescente, procederá imediata e
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, Parágrafo único. Em caso de não-apresentação, o
deva o adolescente permanecer sob internação para representante do Ministério Público notificará os pais
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ou responsável para apresentação do adolescente,
ordem pública. podendo requisitar o concurso das Polícias Civil e
Art. 175. Em caso de não-liberação, a autoridade Militar.
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
representante do Ministério Público, juntamente artigo anterior, o representante do Ministério
com cópia do auto de apreensão ou boletim de Público poderá:
ocorrência. I - promover o arquivamento dos autos;
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a II - conceder a remissão;
autoridade policial encaminhará o adolescente a III - representar à autoridade judiciária para aplicação
entidade de atendimento, que fará a apresentação de medida sócio-educativa.
ao representante do Ministério Público no prazo de Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
vinte e quatro horas. concedida a remissão pelo representante do
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de Ministério Público, mediante termo fundamentado,
atendimento, a apresentação far-se-á pela que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
autoridade policial. À falta de repartição policial conclusos à autoridade judiciária para homologação.
especializada, o adolescente aguardará a § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
apresentação em dependência separada da autoridade judiciária determinará, conforme o caso,
destinada a maiores, não podendo, em qualquer o cumprimento da medida.
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
anterior. remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
policial encaminhará imediatamente ao representação, designará outro membro do
representante do Ministério Público cópia do auto de Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o
apreensão ou boletim de ocorrência. arquivamento ou a remissão, que só então estará a
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver autoridade judiciária obrigada a homologar.
indícios de participação de adolescente na prática de Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao Ministério Público não promover o arquivamento ou

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conceder a remissão, oferecerá representação à ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena
autoridade judiciária, propondo a instauração de de responsabilidade.
procedimento para aplicação da medida sócio- Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
educativa que se afigurar a mais adequada. responsável, a autoridade judiciária procederá à
§ 1º A representação será oferecida por petição, que oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do profissional qualificado.
ato infracional e, quando necessário, o rol de § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em remissão, ouvirá o representante do Ministério
sessão diária instalada pela autoridade judiciária. Público, proferindo decisão.
§ 2º A representação independe de prova pré- § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
constituída da autoria e materialidade. medida de internação ou colocação em regime de
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando
conclusão do procedimento, estando o adolescente que o adolescente não possui advogado constituído,
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco nomeará defensor, designando, desde logo,
dias. audiência em continuação, podendo determinar a
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade realização de diligências e estudo do caso.
judiciária designará audiência de apresentação do § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado,
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a no prazo de três dias contado da audiência de
decretação ou manutenção da internação, apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
observado o disposto no art. 108 e parágrafo. testemunhas.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
cientificados do teor da representação, e notificados testemunhas arroladas na representação e na defesa
a comparecer à audiência, acompanhados de prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório
advogado. da equipe interprofissional, será dada a palavra ao
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, representante do Ministério Público e ao defensor,
a autoridade judiciária dará curador especial ao sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para
adolescente. cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária, que em seguida proferirá
autoridade judiciária expedirá mandado de busca e decisão.
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado,
até a efetiva apresentação. não comparecer, injustificadamente, à audiência de
§ 4º Estando o adolescente internado, será apresentação, a autoridade judiciária designará nova
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da data, determinando sua condução coercitiva.
notificação dos pais ou responsável. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela suspensão do processo, poderá ser aplicada em
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
estabelecimento prisional. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
características definidas no art. 123, o adolescente I - estar provada a inexistência do fato;
deverá ser imediatamente transferido para a II - não haver prova da existência do fato;
localidade mais próxima. III - não constituir o fato ato infracional;
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido
adolescente aguardará sua remoção em repartição para o ato infracional.
policial, desde que em Seção isolada dos adultos e
com instalações apropriadas, não podendo

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Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o I - dados de conexão: informações referentes a hora,
adolescente internado, será imediatamente data, início, término, duração, endereço de
colocado em liberdade. Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar origem da conexão;
medida de internação ou regime de semiliberdade II - dados cadastrais: informações referentes a nome
será feita: e endereço de assinante ou de usuário registrado ou
I - ao adolescente e ao seu defensor; autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus identificação de usuário ou código de acesso tenha
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. sido atribuído no momento da conexão.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far- § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
se-á unicamente na pessoa do defensor. será admitida se a prova puder ser obtida por outros
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, meios. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da Art. 190-B. As informações da operação de
sentença. infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz
SEÇÃO V-A - Da Infiltração de Agentes de Polícia responsável pela autorização da medida, que zelará
para a Investigação de Crimes contra a Dignidade por seu sigilo.
Sexual de Criança e de Adolescente Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
internet com o fim de investigar os crimes previstos Público e ao delegado de polícia responsável pela
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do investigações. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a
(Código Penal), obedecerá às seguintes regras: sua identidade para, por meio da internet, colher
I - será precedida de autorização judicial indícios de autoria e materialidade dos crimes
devidamente circunstanciada e fundamentada, que previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e
de prova, ouvido o Ministério Público; 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério 1940 (Código Penal).
Público ou representação de delegado de polícia e Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
conterá a demonstração de sua necessidade, o deixar de observar a estrita finalidade da
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou investigação responderá pelos excessos praticados.
apelidos das pessoas investigadas e, quando (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
possível, os dados de conexão ou cadastrais que Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
permitam a identificação dessas pessoas; poderão incluir nos bancos de dados próprios,
III - não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, mediante procedimento sigiloso e requisição da
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o autoridade judicial, as informações necessárias à
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja efetividade da identidade fictícia criada.
demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que
autoridade judicial. trata esta Seção será numerado e tombado em livro
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público específico. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
poderão requisitar relatórios parciais da operação de Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
infiltração antes do término do prazo de que trata o eletrônicos praticados durante a operação deverão
inciso II do § 1º deste artigo. ser registrados, gravados, armazenados e
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
artigo, consideram-se: juntamente com relatório circunstanciado.

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Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados SEÇÃO VII - Da Apuração de Infração


citados no caput deste artigo serão reunidos em Administrativa às Normas de Proteção à Criança e
autos apartados e apensados ao processo criminal ao Adolescente
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se Art. 194. O procedimento para imposição de
a preservação da identidade do agente policial penalidade administrativa por infração às normas de
infiltrado e a intimidade das crianças e dos proteção à criança e ao adolescente terá início por
adolescentes envolvidos. (Artigo acrescido pela Lei nº representação do Ministério Público, ou do Conselho
13.441, de 8/5/2017) Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor
SEÇÃO VI - Da Apuração de Irregularidades em efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
Entidade de Atendimento duas testemunhas, se possível.
Art. 191. O procedimento de apuração de § 1º No procedimento iniciado com o auto de
irregularidades em entidade governamental e não- infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
governamental terá início mediante portaria da especificando-se a natureza e as circunstâncias da
autoridade judiciária ou representação do Ministério infração.
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
necessariamente, resumo dos fatos. seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a caso contrário, dos motivos do retardamento.
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
decretar liminarmente o afastamento provisório do apresentação de defesa, contado da data da
dirigente da entidade, mediante decisão intimação, que será feita:
fundamentada. I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no lavrado na presença do requerido;
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
juntar documentos e indicar as provas a produzir. habilitado, que entregará cópia do auto ou da
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo representação ao requerido, ou a seu representante
necessário, a autoridade judiciária designará legal, lavrando certidão;
audiência de instrução e julgamento, intimando as III - por via postal, com aviso de recebimento, se não
partes. for encontrado o requerido ou seu representante
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o legal;
Ministério Público terão cinco dias para oferecer IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
em igual prazo. representante legal.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo
definitivo de dirigente de entidade governamental, a legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao
autoridade judiciária oficiará à autoridade Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual
administrativa imediatamente superior ao afastado, prazo.
marcando prazo para a substituição. Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a judiciária procederá na conformidade do artigo
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a anterior, ou, sendo necessário, designará audiência
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas de instrução e julgamento.
as exigências, o processo será extinto, sem Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-
julgamento de mérito. ão sucessivamente o Ministério Público e o
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao procurador do requerido, pelo tempo de vinte
dirigente da entidade ou programa de atendimento. minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a

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critério da autoridade judiciária, que em seguida municipal de garantia do direito à convivência


proferirá sentença. familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente
SEÇÃO VIII - Da Habilitação de Pretendentes à habilitados perante a Justiça da Infância e da
Adoção Juventude, que inclua preparação psicológica,
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no orientação e estímulo à adoção inter-racial, de
Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: crianças ou de adolescentes com deficiência, com
I - qualificação completa; doenças crônicas ou com necessidades específicas de
II - dados familiares; saúde, e de grupos de irmãos. (Parágrafo acrescido pela
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de
22/11/2017)
casamento, ou declaração relativa ao período de
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa
união estável;
obrigatória da preparação referida no § 1º deste
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no
artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes
Cadastro de Pessoas Físicas;
em regime de acolhimento familiar ou institucional,
V - comprovante de renda e domicílio;
a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação
VI - atestados de sanidade física e mental;
da equipe técnica da Justiça da Infância e da
VII - certidão de antecedentes criminais;
Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Artigo
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) acolhimento familiar e institucional e pela execução
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 da política municipal de garantia do direito à
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)

poderá: § 3º É recomendável que as crianças e os


I - apresentar quesitos a serem respondidos pela adolescentes acolhidos institucionalmente ou por
equipe interprofissional encarregada de elaborar o família acolhedora sejam preparados por equipe
estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; interprofissional antes da inclusão em família
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
postulantes em juízo e testemunhas; Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
III - requerer a juntada de documentos participação no programa referido no art. 197-C
complementares e a realização de outras diligências desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
que entender necessárias. (Artigo acrescido pela Lei nº (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 diligências requeridas pelo Ministério Público e
dias após a publicação) determinará a juntada do estudo psicossocial,
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, designando, conforme o caso, audiência de instrução
equipe interprofissional a serviço da Justiça da e julgamento.
Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo Parágrafo único. Caso não sejam requeridas
psicossocial, que conterá subsídios que permitam diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade
aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para judiciária determinará a juntada do estudo
o exercício de uma paternidade ou maternidade psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em
Lei. (“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, igual prazo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
programa oferecido pela Justiça da Infância e da inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei,
Juventude, preferencialmente com apoio dos sendo a sua convocação para a adoção feita de
técnicos responsáveis pela execução da política acordo com ordem cronológica de habilitação e

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conforme a disponibilidade de crianças ou 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após
a publicação)
adolescentes adotáveis. (“Caput” do artigo acrescido pela Lei
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 I - os recursos serão interpostos independentemente
dias após a publicação) de preparo;
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
poderá deixar de ser observada pela autoridade declaração, o prazo para o Ministério Público e para
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Inciso com
desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU
de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
solução no interesse do adotando. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em III - os recursos terão preferência de julgamento e
vigor 90 dias após a publicação) dispensarão revisor;
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no IV a VI - (Revogados pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
interprofissional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de VII - antes de determinar a remessa dos autos à
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) superior instância, no caso de apelação, ou do
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova instrumento, no caso de agravo, a autoridade
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, judiciária proferirá despacho fundamentado,
bastando a avaliação por equipe interprofissional. mantendo ou reformando a decisão, no prazo de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) cinco dias;
§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o
habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
indicados dentro do perfil escolhido, haverá superior instância dentro de vinte e quatro horas,
reavaliação da habilitação concedida. (Parágrafo independentemente de novo pedido do recorrente;
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
se a reformar, a remessa dos autos dependerá de
§ 5º A desistência do pretendente em relação à
pedido expresso da parte interessada ou do
guarda para fins de adoção ou a devolução da criança
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
da intimação.
sentença de adoção importará na sua exclusão dos
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
cadastros de adoção e na vedação de renovação da
art. 149 caberá recurso de apelação.
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
sem prejuízo das demais sanções previstas na
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
legislação vigente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo,
22/11/2017)
salvo se se tratar de adoção internacional ou se
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
houver perigo de dano irreparável ou de difícil
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
reparação ao adotando. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010,
prorrogável por igual período, mediante decisão
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
fundamentada da autoridade judiciária. (Artigo a publicação)
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou
CAPÍTULO IV - DOS RECURSOS qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à devolutivo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de
o sistema recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
adoção e de destituição de poder familiar, em face da
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes
relevância das questões, serão processados com
adaptações: (“Caput” com redação dada pela Lei nº 12.594, de
prioridade absoluta, devendo ser imediatamente

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distribuídos, ficando vedado que aguardem, em inclusive os definidos no art. 220, § 3°, inciso II, da
qualquer situação, oportuna distribuição, e serão Constituição Federal;
colocados em mesa para julgamento sem revisão e VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
com parecer urgente do Ministério Público. (Artigo instruí-los:
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de a) expedir notificações para colher depoimentos ou
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
esclarecimentos e, em caso de não-comparecimento
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em
injustificado, requisitar condução coercitiva,
mesa para julgamento no prazo máximo de 60
inclusive pela polícia civil ou militar;
(sessenta) dias, contado da sua conclusão.
b) requisitar informações, exames, perícias e
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado
documentos de autoridades municipais, estaduais e
da data do julgamento e poderá na sessão, se
federais, da administração direta ou indireta, bem
entender necessário, apresentar oralmente seu
como promover inspeções e diligências
parecer. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
investigatórias;
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
c) requisitar informações e documentos a
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
particulares e instituições privadas;
instauração de procedimento para apuração de
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
responsabilidades se constatar o descumprimento
investigatórias e determinar a instauração de
das providências e do prazo previstos nos artigos
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou
anteriores. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
infrações às normas de proteção à infância e à
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
juventude;
CAPÍTULO V - DO MINISTÉRIO PÚBLICO VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e
Art. 200. As funções do Ministério Público, previstas garantias legais assegurados às crianças e
nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
Lei Orgânica. extrajudiciais cabíveis;
Art. 201. Compete ao Ministério Público: IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
I - conceder a remissão como forma de exclusão do “habeas corpus”, em qualquer juízo, instância ou
processo; tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais
II - promover e acompanhar os procedimentos indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
relativos às infrações atribuídas a adolescentes; X - representar ao juízo visando à aplicação de
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e penalidade por infrações cometidas contra as
os procedimentos de suspensão e destituição do normas de proteção à infância e à juventude, sem
poder familiar, nomeação e remoção de tutores, prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os penal do infrator, quando cabível;
demais procedimentos da competência da Justiça da XI - inspecionar as entidades públicas e particulares
Infância e da Juventude; (Expressão "pátrio poder" de atendimento e os programas de que trata esta Lei,
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de adotando de pronto as medidas administrativas ou
3/8/2009)
judiciais necessárias à remoção de irregularidades
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
porventura verificadas;
interessados, a especialização e a inscrição de
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
curadores e quaisquer administradores de bens de
assistência social, públicos ou privados, para o
crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
desempenho de suas atribuições.
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
para a proteção dos interesses individuais, difusos ou
cíveis previstas neste artigo não impede a de
coletivos relativos à infância e à adolescência,

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terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo procedimentos de que trata esta Lei, através de
dispuserem a Constituição e esta Lei. advogado, o qual será intimado para todos os atos,
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
excluem outras, desde que compatíveis com a segredo de justiça.
finalidade do Ministério Público. Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
§ 3º O representante do Ministério Público, no integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
exercício de suas funções, terá livre acesso a todo Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
local onde se encontre criança ou adolescente. prática de ato infracional, ainda que ausente ou
§ 4º O representante do Ministério Público será foragido, será processado sem defensor.
responsável pelo uso indevido das informações e § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
sigilo. tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o § 2º A ausência do defensor não determinará o
inciso VIII deste artigo, poderá o representante do adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
Ministério Público: juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, ou para o só efeito do ato.
instaurando o competente procedimento, sob sua § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando
presidência; se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído,
b) entender-se diretamente com a pessoa ou tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a
autoridade reclamada, em dia, local e horário presença da autoridade judiciária.
previamente notificados ou acertados;
CAPÍTULO VII - DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E
serviços públicos e de relevância pública afetos à COLETIVOS
criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as
sua perfeita adequação. ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não assegurados à criança e ao adolescente, referentes
for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério ao não-oferecimento ou oferta irregular:
Público na defesa dos direitos e interesses de que I - do ensino obrigatório;
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos II - de atendimento educacional especializado aos
depois das partes, podendo juntar documentos e portadores de deficiência;
requerer diligências, usando os recursos cabíveis. III - de atendimento em creche e pré-escola às
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em crianças de zero a cinco anos de idade; (Inciso com
qualquer caso, será feita pessoalmente. redação dada pela Lei nº 13.306, de 4/7/2016)
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público IV - de ensino noturno regular, adequado às
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de condições do educando;
ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer V - de programas suplementares de oferta de
interessado. material didático-escolar, transporte e assistência à
Art. 205. As manifestações processuais do saúde do educando do ensino fundamental;
representante do Ministério Público deverão ser VI - de serviço de assistência social visando à
fundamentadas. proteção à família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e
CAPÍTULO VI - DO ADVOGADO
adolescentes que dele necessitem;
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
VIII - de escolarização e profissionalização dos
interesse na solução da lide poderão intervir nos
adolescentes privados de liberdade.

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IX - de ações, serviços e programas de orientação, protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
apoio e promoção social de famílias e destinados ao assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
pleno exercício do direito à convivência familiar por § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, Ministérios Públicos da União e dos Estados na
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
a publicação)
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
X - de programas de atendimento para a execução
associação legitimada, o Ministério Público ou outro
das medidas socioeducativas e aplicação de medidas
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
de proteção; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
publicação)
tomar dos interessados compromisso de
XI - de políticas e programas integrados de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o
atendimento à criança e ao adolescente vítima ou qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
testemunha de violência. (Inciso acrescido pela Lei nº Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
após a publicação) espécies de ações pertinentes.
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
da proteção judicial outros interesses individuais, normas do Código de Processo Civil.
difusos ou coletivos, próprios da infância e da § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
adolescência, protegidos pela Constituição e pela pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
Lei. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 11.259, de atribuições do Poder Público, que lesem direito
30/12/2005) líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
ou adolescentes será realizada imediatamente após mandado de segurança.
notificação aos órgãos competentes, que deverão Art. 213. Na ação que tenha por objeto o
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o
Rodoviária e companhias de transporte juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes determinará providências que assegurem o resultado
todos os dados necessários à identificação do prático equivalente ao do adimplemento.
desaparecido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.259, de § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
30/12/2005)
havendo justificado receio de ineficácia do
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
liminarmente ou após justificação prévia, citando o
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
réu.
competência absoluta para processar a causa,
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
ou na sentença, impor multa diária ao réu,
competência originária dos Tribunais Superiores.
independentemente de pedido do autor, se for
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
concorrentemente:
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
I - o Ministério Público;
julgado da sentença favorável ao autor, mas será
II - a União, os Estados, os Municípios, o Distrito
devida desde o dia em que se houver configurado o
Federal e os Territórios;
descumprimento.
III - as associações legalmente constituídas há pelo
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
menos um ano e que incluam entre seus fins
gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
institucionais a defesa dos interesses e direitos
Adolescente do respectivo município.

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§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
trânsito em julgado da decisão serão exigidas através poderá requerer às autoridades competentes as
de execução promovida pelo Ministério Público, nos certidões e informações que julgar necessárias, que
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais serão fornecidas no prazo de quinze dias.
legitimados. Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
dinheiro ficará depositado em estabelecimento qualquer pessoa, organismo público ou particular,
oficial de crédito, em conta com correção monetária. certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias
recursos, para evitar dano irreparável à parte. úteis.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
impuser condenação ao Poder Público, o juiz todas as diligências, se convencer da inexistência de
determinará a remessa de peças à autoridade fundamento para a propositura da ação cível,
competente, para apuração da responsabilidade civil promoverá o arquivamento dos autos do inquérito
e administrativa do agente a que se atribua a ação ou civil ou das peças informativas, fazendo-o
omissão. fundamentadamente.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
julgado da sentença condenatória sem que a informação arquivados serão remetidos, sob pena de
associação autora lhe promova a execução, deverá se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa Conselho Superior do Ministério Público.
aos demais legitimados. § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho
pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados Superior do Ministério Público, poderão as
na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, de associações legitimadas apresentar razões escritas
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, ou documentos, que serão juntados aos autos do
quando reconhecer que a pretensão é inquérito ou anexados às peças de informação.
manifestamente infundada. § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a exame e deliberação do Conselho Superior do
associação autora e os diretores responsáveis pela Ministério Público, conforme dispuser o seu
propositura da ação serão solidariamente Regimento.
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
responsabilidade por perdas e danos. promoção de arquivamento, designará, desde logo,
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento
haverá adiantamento de custas, emolumentos, da ação.
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor couber, as disposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho
público deverá provocar a iniciativa do Ministério de 1985.
Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
TÍTULO VII - DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os ADMINISTRATIVAS
elementos de convicção.
CAPÍTULO I - DOS CRIMES
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízes e
SEÇÃO I - Disposições Gerais
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças
praticados contra a criança e o adolescente, por ação
ao Ministério Público para as providências cabíveis.

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ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação Pena - detenção de seis meses a dois anos.
penal. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei procede à apreensão sem observância das
as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto formalidades legais.
ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável
Penal. pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação imediata comunicação à autoridade judiciária
pública incondicionada. competente e à família do apreendido ou à pessoa
Art. 227-A. Os efeitos da condenação prevista no por ele indicada:
inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, Pena - detenção de seis meses a dois anos.
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
públicos com abuso de autoridade, são constrangimento:
condicionados à ocorrência de reincidência. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7/4/1997)
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
reincidência. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
publicada no DOU Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após adolescente, tão logo tenha conhecimento da
a publicação)
ilegalidade da apreensão:
SEÇÃO II - Dos Crimes em Espécie
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
gestante de manter registro das atividades
de liberdade:
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
seu responsável, por ocasião da alta médica,
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
declaração de nascimento, onde constem as
representante do Ministério Público no exercício de
intercorrências do parto e do desenvolvimento do
função prevista nesta Lei:
neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
ordem judicial, com o fim de colocação em lar
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente
substituto:
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
de identificar corretamente o neonato e a
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Lei:
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
destinado ao envio de criança ou adolescente para o
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
exterior com inobservância das formalidades legais
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
ou com o fito de obter lucro:
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
escrita da autoridade judiciária competente:

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Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave I - assegura os meios ou serviços para o


ameaça ou fraude: armazenamento das fotografias, cenas ou imagens
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da de que trata o caput deste artigo;
pena correspondente à violência. (Parágrafo único II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
acrescido pela Lei nº 10.764, de 12/11/2003) computadores às fotografias, cenas ou imagens de
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, que trata o caput deste artigo.
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo § 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou deste artigo são puníveis quando o responsável legal
adolescente: pela prestação do serviço, oficialmente notificado,
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de
("Caput" do artigo com redação dada pela Lei nº 11.829, de
que trata o caput deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº
25/11/2008)
11.829, de 25/11/2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia,
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por
facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
intermedeia a participação de criança ou adolescente
registro que contenha cena de sexo explícito ou
nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
quem com esses contracena. (Parágrafo com redação dada
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços)
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
se de pequena quantidade o material a que se refere
comete o crime: ("Caput" do parágrafo com redação dada pela
o caput deste artigo.
Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
I - no exercício de cargo ou função pública ou a § 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento
pretexto de exercê-la; (Inciso com redação dada pela Lei nº tem a finalidade de comunicar às autoridades
11.829, de 25/11/2008) competentes a ocorrência das condutas descritas nos
II - prevalecendo-se de relações domésticas, de arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a
coabitação ou de hospitalidade; ou (Inciso com redação comunicação for feita por:
dada pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008) I - agente público no exercício de suas funções;
III - prevalecendo-se de relações de parentesco II - membro de entidade, legalmente constituída, que
consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por inclua, entre suas finalidades institucionais, o
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da recebimento, o processamento e o encaminhamento
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. III - representante legal e funcionários responsáveis
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008) de provedor de acesso ou serviço prestado por meio
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo de rede de computadores, até o recebimento do
ou outro registro que contenha cena de sexo explícito material relativo à notícia feita à autoridade policial,
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão
(Artigo com redação dada pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
manter sob sigilo o material ilícito referido. (Artigo
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar,
acrescido pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de adolescente em cena de sexo explícito ou
informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
registro que contenha cena de sexo explícito ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: forma de representação visual:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

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Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como
ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou tais definidos no caput do art. 2º desta Lei, à
armazena o material produzido na forma do caput prostituição ou à exploração sexual: (“Caput” do artigo
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.829, de acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
25/11/2008) Pena - reclusão de quatro a dez anos e multa, além
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, da perda de bens e valores utilizados na prática
por qualquer meio de comunicação, criança, com o criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança
fim de com ela praticar ato libidinoso: e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Pena
I - facilita ou induz o acesso à criança de material acrescida pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000, com redação dada pela
Lei nº 13.440, de 8/5/2017)
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
o fim de com ela praticar ato libidinoso;
gerente ou o responsável pelo local em que se
II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo
verifique a submissão de criança ou adolescente às
com o fim de induzir criança a se exibir de forma
práticas referidas no caput deste artigo. (Parágrafo
pornográfica ou sexualmente explícita. (Artigo acrescido
acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta
cassação da licença de localização e de
Lei, a expressão "cena de sexo explícito ou
funcionamento do estabelecimento. (Parágrafo
pornográfica" compreende qualquer situação que
acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
envolva criança ou adolescente em atividades
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
órgãos genitais de uma criança ou adolescente para
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
fins primordialmente sexuais. (Artigo acrescido pela Lei nº
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
11.829, de 25/11/2008)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de
adolescente arma, munição ou explosivo:
bate-papo da internet.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Artigo com
redação dada pela Lei nº 10.764, de 12/11/2003) § 2º As penas previstas no caput deste artigo são
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou aumentadas de um terço no caso de a infração
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. (Artigo acrescido
pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)
ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES
psíquica: ADMINISTRATIVAS
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
se o fato não constitui crime mais grave. (Artigo com por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
redação dada pela Lei nº 13.106, de 17/3/2015) fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente autoridade competente os casos de que tenha
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação
adolescente fogos de estampido ou de artifício, de maus-tratos contra criança ou adolescente:
exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, Pena - multa de três a vinte salários de referência,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
caso de utilização indevida:

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Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de Pena - multa. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº
entidade de atendimento o exercício dos direitos 12.038, de 1/10/2009)
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
desta Lei: multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. dias. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.038, de 1/10/2009)
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem § 2º Se comprovada a reincidência em período
autorização devida, por qualquer meio de inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
comunicação, nome, ato ou documento de definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.038, de 1/10/2009)
procedimento policial, administrativo ou judicial
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
qualquer meio, com inobservância do disposto nos
infracional:
arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração
fácil acesso, à entrada do local de exibição,
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam
informação destacada sobre a natureza da diversão
atribuídos, de forma a permitir sua identificação,
ou espetáculo e a faixa etária especificada no
direta ou indiretamente.
certificado de classificação:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
neste artigo, a autoridade judiciária poderá
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
determinar a apreensão da publicação ou a
representações ou espetáculos, sem indicar os
suspensão da programação da emissora até por dois
limites de idade a que não se recomendem:
dias, bem como da publicação do periódico até por
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
dois números. (Expressão "ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico duplicada em caso de reincidência, aplicável,
até por dois números" declarada inconstitucional, em controle separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal, pela ADIN nº 869-2, divulgação ou publicidade.
publicada no DO de 03/09/2004, p. 1.)
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 4/4/2017, publicada
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a publicação)
aviso de sua classificação:
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de
duplicada em caso de reincidência a autoridade
tutela ou guarda, bem assim determinação da
judiciária poderá determinar a suspensão da
autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão
"pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº
programação da emissora por até dois dias. (Expressão
12.010, de 3/8/2009) “em horário diverso do autorizado” declarada inconstitucional, em
controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal, pela ADIN nº
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
2.404, publicada no DOU de 12/9/2016, p. 2)
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
congênere classificado pelo órgão competente como
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos
autorização escrita desses ou da autoridade
ao espetáculo:
judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
reincidência, a autoridade poderá determinar a

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suspensão do espetáculo ou o fechamento do Parágrafo único. Incorre na mesma pena o


estabelecimento por até quinze dias. funcionário de programa oficial ou comunitário
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente destinado à garantia do direito à convivência familiar
fita de programação em vídeo, em desacordo com a que deixa de efetuar a comunicação referida no caput
classificação atribuído pelo órgão competente: deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no
determinar o fechamento do estabelecimento por inciso II do art. 81:
até quinze dias. Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 10.000,00 (dez mil reais);
78 e 79 desta Lei: Medida Administrativa - interdição do
Pena - multa de três a vinte salários de referência, estabelecimento comercial até o recolhimento da
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem multa aplicada. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.106, de
17/3/2015)
prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados
sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei
de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo. dispondo sobre a criação ou adaptação de seus
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em órgãos às diretrizes da política de atendimento
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do
determinar o fechamento do estabelecimento por Livro II.
até quinze dias. Parágrafo único. Compete aos Estados e Municípios
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de promoverem a adaptação de seus órgãos e
providenciar a instalação e operacionalização dos programas às diretrizes e princípios estabelecidos
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 nesta Lei.
desta Lei: Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
(três mil reais). nacional, distrital, estaduais ou municipais,
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a devidamente comprovadas, sendo essas
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de integralmente deduzidas do imposto de renda,
crianças e de adolescentes em condições de serem obedecidos os seguintes limites: (“Caput” com redação
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
e de crianças e adolescentes em regime de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
acolhimento institucional ou familiar. (Artigo acrescido I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas
vigor 90 dias após a publicação) com base no lucro real; e (Inciso com redação dada pela Lei
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante 90 dias após a publicação)
de efetuar imediato encaminhamento à autoridade II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
judiciária de caso de que tenha conhecimento de apurado pelas pessoas físicas na Declaração de
mãe ou gestante interessada em entregar seu filho Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
para adoção: nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997. (Inciso com redação
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
(três mil reais).
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10/12/1997)

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§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem doação de que trata o inciso II do caput do art. 260
atendidas com os recursos captados pelos fundos diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
nacional, estaduais e municipais dos direitos da § 1º A doação de que trata o caput poderá ser
criança e do adolescente, serão consideradas as deduzida até os seguintes percentuais aplicados
disposições do Plano Nacional de Promoção, sobre o imposto apurado na declaração:
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e I - (VETADO);
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e II - (VETADO);
as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Parágrafo III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009 e com redação dada pela § 2º A dedução de que trata o caput:
Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais
imposto sobre a renda apurado na declaração de que
dos direitos da criança e do adolescente fixarão
trata o inciso II do caput do art. 260;
critérios de utilização, por meio de planos de
II - não se aplica à pessoa física que:
aplicação, das dotações subsidiadas e demais
a) utilizar o desconto simplificado;
receitas, aplicando necessariamente percentual para
b) apresentar declaração em formulário; ou
incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de
c) entregar a declaração fora do prazo;
crianças e adolescentes e para programas de atenção
III - só se aplica às doações em espécie; e
integral à primeira infância em áreas de maior
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou
carência socioeconômica e em situações de
deduções em vigor.
calamidade. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.257,
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a
de 8/3/2016)
data de vencimento da primeira quota ou quota única
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do
do imposto, observadas instruções específicas da
Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
regulamentará a comprovação das doações feitas
§ 4º O não pagamento da doação no prazo
aos fundos, nos termos deste artigo. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 8.242, de 12/10/1991)
estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta
§ 4º O Ministério Público determinará em cada parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo ao recolhimento da diferença de imposto devido
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do apurado na Declaração de Ajuste Anual com os
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste acréscimos legais previstos na legislação.
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.242, de 12/10/1991) § 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que feitas, no respectivo ano calendário, aos fundos
trata o inciso I do caput: (Parágrafo com redação dada pela controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança
Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e
vigor 90 dias após a publicação) nacional concomitantemente com a opção de que
I - será considerada isoladamente, não se trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II
submetendo a limite em conjunto com outras do art. 260. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
deduções do imposto; e (Inciso com redação dada pela Lei nº publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 publicação)
dias após a publicação) Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art.
II - não poderá ser computada como despesa 260 poderá ser deduzida:
operacional na apuração do lucro real. (Inciso com I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/01/2012, publicada no DOU jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-
calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela

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II - do imposto devido mensalmente e no ajuste II - baixar os bens doados na declaração de bens e


anual, para as pessoas jurídicas que apuram o direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
imposto anualmente. escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada II - considerar como valor dos bens doados:
dentro do período a que se refere a apuração do a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
imposto. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, declaração do imposto de renda, desde que não
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a exceda o valor de mercado;
publicação)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
não será considerado na determinação do valor dos
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie
bens doados, exceto se o leilão for determinado por
devem ser depositadas em conta específica, em
autoridade judiciária. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de
instituição financeira pública, vinculadas aos 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após
respectivos fundos de que trata o art. 260. (Artigo a publicação)
acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de
administração das contas dos Fundos dos Direitos da
comprovação da dedução perante a Receita Federal
Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
do Brasil. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
distrital e municipais devem emitir recibo em favor publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
do doador, assinado por pessoa competente e pelo publicação)
presidente do Conselho correspondente, Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela
especificando: administração das contas dos Fundos dos Direitos da
I - número de ordem; Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica distrital e municipais devem:
(CNPJ) e endereço do emitente; I - manter conta bancária específica destinada
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
do doador; II - manter controle das doações recebidas; e
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e III - informar anualmente à Secretaria da Receita
V - ano-calendário a que se refere a doação. Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês,
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo identificando os seguintes dados por doador:
pode ser emitido anualmente, desde que discrimine a) nome, CNPJ ou CPF;
os valores doados mês a mês. b) valor doado, especificando se a doação foi em
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante espécie ou em bens. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de
deve conter a identificação dos bens, mediante 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após
a publicação)
descrição em campo próprio ou em relação anexa ao
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das
comprovante, informando também se houve
obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
avaliadores. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a ao Ministério Público. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de
publicação) 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após
a publicação)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
doador deverá:
Adolescente nacional, estaduais, distrital e
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
municipais divulgarão amplamente à comunidade:
documentação hábil;
I - o calendário de suas reuniões;

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II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
dias após a publicação)
atendimento à criança e ao adolescente;
Art. 261. À falta dos Conselhos Municipais dos
III - os requisitos para a apresentação de projetos a
Direitos da Criança e do Adolescente, os registros,
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
inscrições e alterações a que se referem os arts. 90,
Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
estaduais, distrital ou municipais;
perante a autoridade judiciária da comarca a que
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
pertencer a entidade.
calendário e o valor dos recursos previstos para
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar
implementação das ações, por projeto;
aos Estados e Municípios, e os Estados aos
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
Municípios, os recursos referentes aos programas e
destinação, por projeto atendido, inclusive com
atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
cadastramento na base de dados do Sistema de
criados os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
Adolescente nos seus respectivos níveis.
VI - a avaliação dos resultados dos projetos
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
exercidas pela autoridade judiciária.
distrital e municipais. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro
a publicação) de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em seguintes alterações:
cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação "1) Art. 121.
dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. .....................................................................
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos .......
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder § 4º No homicídio culposo, a pena é
por ação judicial proposta pelo Ministério Público, aumentada de um terço, se o crime resulta de
que poderá atuar de ofício, a requerimento ou inobservância de regra técnica de profissão,
representação de qualquer cidadão. (Artigo acrescido arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, imediato socorro à vítima, não procura
em vigor 90 dias após a publicação)
diminuir as consequências do seu ato, ou
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
doloso o homicídio, a pena é aumentada de
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
um terço, se o crime é praticado contra
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
pessoa menor de catorze anos.
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da
2) Art. 129.
Criança e do Adolescente nacional, distrital,
.....................................................................
estaduais e municipais, com a indicação dos
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se
respectivos números de inscrição no CNPJ e das
ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, §
contas bancárias específicas mantidas em
4º.
instituições financeiras públicas, destinadas
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no §
exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Artigo
5º do art. 121.
acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
3) Art. 136.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil .....................................................................
expedirá as instruções necessárias à aplicação do § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
disposto nos arts. 260 a 260-K. (Artigo acrescido pela Lei nº crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.

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4) Art. 213.
.....................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de
catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214.
.....................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos."
Art. 264. O art. 102 da Lei nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102.
.....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder."
(Vide art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
União, da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
Federal, promoverão edição popular do texto
integral deste Estatuto, que será posto à disposição
das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
ampla divulgação dos direitos da criança e do
adolescente nos meios de comunicação social.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
será veiculada em linguagem clara, compreensível e
adequada a crianças e adolescentes, especialmente
às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após
sua publicação (13/07/1990).
Parágrafo único. Durante o período de vacância
deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis nºs 4.513, de 1964 e
6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

LEI Nº 10.826/2003 respectivos territórios, bem como manter o cadastro


Dispõe sobre registro, posse e comercialização de atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional
de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
providências. Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.
CAPÍTULO I - DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
CAPÍTULO II - DO REGISTRO
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas - Sinarm,
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no
órgão competente.
Polícia Federal, tem circunscrição em todo o
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito
território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete: serão registradas no Comando do Exército, na forma
I - identificar as características e a propriedade de do regulamento desta Lei.
armas de fogo, mediante cadastro; Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido
II - cadastrar as armas de fogo produzidas, o interessado deverá, além de declarar a efetiva
importadas e vendidas no País; necessidade, atender aos seguintes requisitos:
III - cadastrar as autorizações de porte de arma de I - comprovação de idoneidade, com a apresentação
de certidões negativas de antecedentes criminais
fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
IV - cadastrar as transferências de propriedade, fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e
extravio, furto, roubo e outras ocorrências Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as policial ou a processo criminal, que poderão ser
decorrentes de fechamento de empresas de fornecidas por meios eletrônicos; (Inciso com redação
dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
segurança privada e de transporte de valores;
II - apresentação de documento comprobatório de
V - identificar as modificações que alterem as
ocupação lícita e de residência certa;
características ou o funcionamento de arma de fogo;
III - comprovação de capacidade técnica e de aptidão
VI - integrar no cadastro os acervos policiais já
psicológica para o manuseio de arma de fogo,
existentes;
atestadas na forma disposta no regulamento desta
VII - cadastrar as apreensões de armas de fogo,
Lei.
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de
judiciais;
arma de fogo após atendidos os requisitos
VIII - cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
anteriormente estabelecidos, em nome do
como conceder licença para exercer a atividade;
requerente e para a arma indicada, sendo
IX - cadastrar mediante registro os produtores,
intransferível esta autorização.
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita
autorizados de armas de fogo, acessórios e
no calibre correspondente à arma registrada e na
munições;
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
X - cadastrar a identificação do cano da arma, as
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
características das impressões de raiamento e de § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em
microestriamento de projétil disparado, conforme território nacional é obrigada a comunicar a venda à
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo autoridade competente, como também a manter
fabricante; banco de dados com todas as características da arma
XI - informar às Secretarias de Segurança Pública dos e cópia dos documentos previstos neste artigo.
Estados e do Distrito Federal os registros e § 4º A empresa que comercializa armas de fogo,
autorizações de porte de armas de fogo nos acessórios e munições responde legalmente por

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

essas mercadorias, ficando registradas como de sua do pagamento de taxas e do cumprimento das
propriedade enquanto não forem vendidas. demais exigências constantes dos incisos I a III do
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios caput do art. 4º desta Lei. (redação dada pela Lei nº
e munições entre pessoas físicas somente será 11.706/2008)

efetivada mediante autorização do Sinarm. § 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º


§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
será concedida, ou recusada com a devida obter, no Departamento de Polícia Federal,
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a certificado de registro provisório, expedido na rede
contar da data do requerimento do interessado. mundial de computadores - internet, na forma do
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º regulamento e obedecidos os procedimentos a
prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos seguir:
I, II e III deste artigo. I - emissão de certificado de registro provisório pela
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
inciso III do caput deste artigo, na forma do II - revalidação pela unidade do Departamento de
regulamento, o interessado em adquirir arma de Polícia Federal do certificado de registro provisório
fogo de uso permitido que comprove estar pelo prazo que estimar como necessário para a
autorizado a portar arma com as mesmas emissão definitiva do certificado de registro de
características daquela a ser adquirida. (Parágrafo propriedade. (acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, disposto no caput deste artigo, considera-se
com validade em todo o território nacional, autoriza residência ou domicílio toda a extensão do
o seu proprietário a manter a arma de fogo respectivo imóvel rural. (acrescido pela Lei nº 13.870/19)
exclusivamente no interior de sua residência ou
CAPÍTULO III - DO PORTE
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
território nacional, salvo para os casos previstos em
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
(redação dada pela Lei nº 10.884, de 17/6/2004)
legislação própria e para:
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será I - os integrantes das Forças Armadas;
expedido pela Polícia Federal e será precedido de II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II,
autorização do Sinarm. III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
(Inciso com redação dada pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
art. 4º deverão ser comprovados periodicamente,
III - os integrantes das guardas municipais das
em período não inferior a 3 (três) anos, na
capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
conformidade do estabelecido no regulamento desta
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
Lei, para a renovação do Certificado de Registro de
estabelecidas no regulamento desta Lei;
Arma de Fogo.
IV - os integrantes das guardas municipais dos
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
de registro de propriedade expedido por órgão
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
estadual ou do Distrito Federal até a data da
quando em serviço; (redação dada pela Lei nº 10.867/04)
publicação desta Lei que não optar pela entrega
V - os agentes operacionais da Agência Brasileira de
espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá
Inteligência e os agentes do Departamento de
renová-lo mediante o pertinente registro federal, até
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação
da Presidência da República;
de documento de identificação pessoal e
VI - os integrantes dos órgãos policiais referidos no
comprovante de residência fixa, ficando dispensado
art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;

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VII - os integrantes do quadro efetivo dos agentes e § 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de integrantes das instituições descritas nos incisos V,
presos e as guardas portuárias; VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à
VIII - as empresas de segurança privada e de comprovação do requisito a que se refere o inciso III
transporte de valores constituídas, nos termos desta do caput do art. 4º desta Lei nas condições
Lei; estabelecidas no regulamento desta Lei. (Parágrafo com
IX - para os integrantes das entidades de desporto redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas § 3º A autorização para o porte de arma de fogo das
demandem o uso de armas de fogo, na forma do guardas municipais está condicionada à formação
regulamento desta Lei, observando-se, no que funcional de seus integrantes em estabelecimentos
couber, a legislação ambiental. de ensino de atividade policial, à existência de
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita mecanismos de fiscalização e de controle interno,
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, nas condições estabelecidas no regulamento desta
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.
(acrescido pela Lei nº 11.118/05 e com nova redação dada pela Lei (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 10.884, de 17/6/2004)
nº 11.501, de 11/7/2007) § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao
da União e dos Estados, para uso exclusivo de exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam
servidores de seus quadros pessoais que dispensados do cumprimento do disposto nos incisos
efetivamente estejam no exercício de funções de I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento
segurança, na forma de regulamento a ser emitido desta Lei.
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.694, de 24/7/2012) emprego de arma de fogo para prover sua
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do subsistência alimentar familiar será concedido pela
caput deste artigo terão direito de portar arma de Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
fogo de propriedade particular ou fornecida pela caçador para subsistência, de uma arma de uso
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
validade em âmbito nacional para aquelas (dezesseis), desde que o interessado comprove a
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Parágrafo com redação efetiva necessidade em requerimento ao qual
dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
deverão ser anexados os seguintes documentos:
§ 1º-A (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.118, de 19/5/2005 e
I - documento de identificação pessoal;
revogado pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
II - comprovante de residência em área rural; e
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes
III - atestado de bons antecedentes. (Parágrafo com
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço,
sua arma de fogo, independentemente de outras
desde que estejam:
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
permitido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.867/2004)
regulamento; e
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
Municípios que integram regiões metropolitanas
controle interno. (acrescido pela Lei nº 12.993, de 17/6/2014)
§ 1º-C. (VETADO na Lei nº 12.993, de 17/6/2014)

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será autorizado porte de arma de fogo, quando em pessoais no exercício de funções de segurança que
serviço. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) poderão portar arma de fogo, respeitado o limite
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
empregados das empresas de segurança privada e de servidores que exerçam funções de segurança.
transporte de valores, constituídas na forma da lei, § 3º O porte de arma pelos servidores das instituições
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das de que trata este artigo fica condicionado à
respectivas empresas, somente podendo ser apresentação de documentação comprobatória do
utilizadas quando em serviço, devendo essas preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º
observar as condições de uso e de armazenagem desta Lei, bem como à formação funcional em
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
certificado de registro e a autorização de porte existência de mecanismos de fiscalização e de
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. controle interno, nas condições estabelecidas no
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa regulamento desta Lei.
de segurança privada e de transporte de valores § 4º A listagem dos servidores das instituições de que
responderá pelo crime previsto no parágrafo único trata este artigo deverá ser atualizada
do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções semestralmente no Sinarm.
administrativas e civis, se deixar de registrar § 5º As instituições de que trata este artigo são
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal obrigadas a registrar ocorrência policial e a
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto,
armas de fogo, acessórios e munições que estejam roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) acessórios e munições que estejam sob sua guarda,
horas depois de ocorrido o fato. nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de ocorrido o fato. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.694, de 24/7/12)
valores deverá apresentar documentação Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades
comprobatória do preenchimento dos requisitos desportivas legalmente constituídas devem
constantes do art. 4º desta Lei quanto aos obedecer às condições de uso e de armazenagem
empregados que portarão arma de fogo. estabelecidas pelo órgão competente, respondendo
§ 3º A listagem dos empregados das empresas o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua
referidas neste artigo deverá ser atualizada guarda na forma do regulamento desta Lei.
semestralmente junto ao Sinarm. Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos autorização do porte de arma para os responsáveis
servidores das instituições descritas no inciso XI do pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
guarda das respectivas instituições, somente termos do regulamento desta Lei, o registro e a
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
estas observar as condições de uso e de colecionadores, atiradores e caçadores e de
armazenagem estabelecidas pelo órgão representantes estrangeiros em competição
competente, sendo o certificado de registro e a internacional oficial de tiro realizada no território
autorização de porte expedidos pela Polícia Federal nacional.
em nome da instituição. Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de de uso permitido, em todo o território nacional, é de
que trata este artigo independe do pagamento de competência da Polícia Federal e somente será
taxa. concedida após autorização do Sinarm.
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser
Público designará os servidores de seus quadros concedida com eficácia temporária e territorial

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limitada, nos termos de atos regulamentares, e § 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor


dependerá de o requerente: cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não
I - demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua custo da munição.
integridade física; § 3º A cobrança de valores superiores aos previstos
II - atender às exigências previstas no art. 4º desta nos §§ 1º e 2º deste artigo implicará o
Lei; descredenciamento do profissional pela Polícia
III - apresentar documentação de propriedade de Federal. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
arma de fogo, bem como o seu devido registro no
CAPÍTULO IV - DOS CRIMES E DAS PENAS
órgão competente.
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
caso o portador dela seja detido ou abordado em
desacordo com determinação legal ou regulamentar,
estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias
no interior de sua residência ou dependência desta,
químicas ou alucinógenas.
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou
valores constantes do Anexo desta Lei, pela
empresa:
prestação de serviços relativos:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I - ao registro de arma de fogo;
Omissão de cautela
II - à renovação de registro de arma de fogo;
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias
III - à expedição de segunda via de registro de arma
para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
de fogo;
pessoa portadora de deficiência mental se apodere
IV - à expedição de porte federal de arma de fogo;
de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja
V - à renovação de porte de arma de fogo;
de sua propriedade:
VI - à expedição de segunda via de porte federal de
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
arma de fogo.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e
proprietário ou diretor responsável de empresa de
à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia
segurança e transporte de valores que deixarem de
Federal e do Comando do Exército, no âmbito de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
suas respectivas responsabilidades.
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que
neste artigo as pessoas e as instituições a que se
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º desta
quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Lei. (redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter
e as condições do credenciamento de profissionais
em depósito, transportar, ceder, ainda que
pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
psicológica e da capacidade técnica para o manuseio
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
de arma de fogo.
acessório ou munição, de uso permitido, sem
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
autorização e em desacordo com determinação legal
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
ou regulamentar:
médio dos honorários profissionais para realização
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
de avaliação psicológica constante do item 1.16 da
tabela do Conselho Federal de Psicologia.

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Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a
registrada em nome do agente. pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Disparo de arma de fogo (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição Comércio ilegal de arma de fogo
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
não tenha como finalidade a prática de outro crime: montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é alheio, no exercício de atividade comercial ou
inafiançável. industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso autorização ou em desacordo com determinação
restrito legal ou regulamentar:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
(Pena com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
acessório ou munição de uso restrito, sem
clandestino, inclusive o exercido em residência.
autorização e em desacordo com determinação legal
(Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 13.964, de
ou regulamentar: (“Caput” do artigo com redação dada pela 24/12/2019)
Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
arma de fogo, acessório ou munição, sem
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
autorização ou em desacordo com a determinação
I - suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
quando presentes elementos probatórios razoáveis
II - modificar as características de arma de fogo, de
de conduta criminal preexistente. (Parágrafo acrescido
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de Tráfico internacional de arma de fogo
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou
perito ou juiz; saída do território nacional, a qualquer título, de
III - possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato arma de fogo, acessório ou munição, sem
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em autorização da autoridade competente:
desacordo com determinação legal ou regulamentar; Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
IV - portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer multa. (redação dada pela Lei nº 13.964/2019)
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
adulterado; operação de importação, sem autorização da
V - vender, entregar ou fornecer, ainda que autoridade competente, a agente policial disfarçado,
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou quando presentes elementos probatórios razoáveis
explosivo a criança ou adolescente; e de conduta criminal preexistente. (Parágrafo único
VI - produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena
explosivo. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório
13.964, de 24/12/2019) ou munição forem de uso proibido ou restrito.

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Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e definidos em regulamento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
18, a pena é aumentada da metade se: (“Caput” do artigo 11.706, de 19/6/2008)
com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019) Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o
I - forem praticados por integrante dos órgãos e art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019) importação, desembaraço alfandegário e o comércio
II - o agente for reincidente específico em crimes de armas de fogo e demais produtos controlados,
dessa natureza. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de
24/12/2019)
fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
insuscetíveis de liberdade provisória.
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES GERAIS quando não mais interessarem à persecução penal
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar serão encaminhadas pelo juiz competente ao
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta
cumprimento do disposto nesta Lei. e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem de segurança pública ou às Forças Armadas, na
como a definição das armas de fogo e demais forma do regulamento desta Lei. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
Exército que receberem parecer favorável à doação,
disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força
Federal, mediante proposta do Comando do
Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os
Exército. (redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério
§ 1º Todas as munições comercializadas no País
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão
deverão estar acondicionadas em embalagens com
arroladas em relatório reservado trimestral a ser
sistema de código de barras, gravado na caixa,
encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes
visando possibilitar a identificação do fabricante e do
prazo para manifestação de interesse. (transformado em
adquirente, entre outras informações definidas pelo
§ 1º e com nova redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
regulamento desta Lei.
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente
decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
serão expedidas autorizações de compra de munição
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
com identificação do lote e do adquirente no culote
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um)
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas
ano da data de publicação desta Lei conterão
em favor da União e encaminhadas para o Comando
dispositivo intrínseco de segurança e de
do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que
identificação, gravado no corpo da arma, definido
atestem seu bom estado, destinadas com prioridade
pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
para os órgãos de segurança pública e do sistema
previstos no art. 6º.
penitenciário da unidade da federação responsável
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas
pela apreensão. (acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação
art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir
das armas a serem doadas ao juiz competente, que
insumos e máquinas de recarga de munição para o
determinará o seu perdimento em favor da
fim exclusivo de suprimento de suas atividades,
instituição beneficiada. (acrescido pela Lei nº 11.706/2008)
mediante autorização concedida nos termos

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de de prova admitidos em direito, ou declaração
responsabilidade da instituição beneficiada, que firmada na qual constem as características da arma e
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no a sua condição de proprietário, ficando este
Sigma. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) dispensado do pagamento de taxas e do
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.706, de 19/6/2008) cumprimento das demais exigências constantes dos
§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. (redação dada
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, Parágrafo único. Para fins do cumprimento do
semestralmente, da relação de armas acauteladas disposto no caput deste artigo, o proprietário de
em juízo, mencionando suas características e o local arma de fogo poderá obter, no Departamento de
onde se encontram. (acrescido pela Lei nº 11.706/2008) Polícia Federal, certificado de registro provisório,
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
comercialização e a importação de brinquedos,
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
estas se possam confundir.
tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
recibo e indenização, nos termos do regulamento
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
desta Lei.
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
mediante recibo, e, presumindo- se de boa-fé, serão
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de
indenizados, na forma do regulamento, ficando
uso restrito.
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
referida arma. (redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
conforme especificar o regulamento desta Lei:
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
I - à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
do caput do art. 6º desta Lei. (Artigo com redação dada pela
Lei nº 11.706, de 19/6/2008) ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a facilite ou permita o transporte de arma ou munição
publicação desta Lei. sem a devida autorização ou com inobservância das
Parágrafo único. O detentor de autorização com normas de segurança;
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá II - à empresa de produção ou comércio de
renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições armamentos que realize publicidade para venda,
dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
(noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o exceto nas publicações especializadas.
requerente. Art. 34. Os promotores de eventos em locais
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
fogo de uso permitido ainda não registrada deverão pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de providências necessárias para evitar o ingresso de
2008, mediante apresentação de documento de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos
identificação pessoal e comprovante de residência pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.
fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios prestação dos serviços de transporte internacional e

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interestadual de passageiros adotarão as judicial responderá civil, penal e


providências necessárias para evitar o embarque de administrativamente.
passageiros armados. § 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
registros balísticos serão armazenados no Banco § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
Nacional de Perfis Balísticos. Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como em ato do Poder Executivo federal.
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
CAPÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS
características de classe e individualizadoras de
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo
projéteis e de estojos de munição deflagrados por
e munição em todo o território nacional, salvo para
arma de fogo.
as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá
constituído pelos registros de elementos de munição
de aprovação mediante referendo popular, a ser
deflagrados por armas de fogo relacionados a
realizado em outubro de 2005.
crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o
criminais federais, estaduais e distritais.
disposto neste artigo entrará em vigor na data de
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
pela unidade oficial de perícia criminal.
Eleitoral.
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis
Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro
Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que
de 1997.
permitir ou promover sua utilização para fins
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
publicação (22/12/2003).

ANEXO - TABELA DE TAXAS


ATO ADMINISTRATIVO R$
I – Registro de arma de fogo:
Gratuito (art. 30)
- até 31 de dezembro de 2008
60,00
- a partir de 1º de janeiro de 2009
II – Renovação de certificado de registro de arma de fogo:
Gratuito (art. 5º, § 3º)
- até 31 de dezembro de 2008
60,00
- a partir de 1º de janeiro de 2009
III – Registro de arma de fogo para empresa de segurança
60,00
privada e de transporte de valores
IV – Renovação do certificado de registro de arma de fogo para
empresa de segurança privada e de transporte de valores 30,00
- até 30 de junho de 2008 45,00
- de 1º de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 60,00
- a partir de 1º de novembro de 2008
V – Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI – Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII – Expedição de segunda via de registro de arma de fogo 60,00
VIII – Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

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LEI Nº 9.605/1998 I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena


Dispõe sobre as sanções penais e privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social
administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá e a personalidade do condenado, bem como os
outras providências. motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
substituição seja suficiente para efeitos de
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS reprovação e prevenção do crime.
Art. 1º (VETADO) Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a se refere este artigo terão a mesma duração da pena
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas privativa de liberdade substituída.
penas a estes cominadas, na medida da sua Art. 8º As penas restritivas de direito são:
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, I - prestação de serviços à comunidade;
o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, II - interdição temporária de direitos;
o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa III - suspensão parcial ou total de atividades;
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de IV - prestação pecuniária;
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando V - recolhimento domiciliar.
podia agir para evitá-la. Art. 9º A prestação de serviços à comunidade
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas consiste na atribuição ao condenado de tarefas
administrativa, civil e penalmente conforme o gratuitas junto a parques e jardins públicos e
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa
cometida por decisão de seu representante legal ou particular, pública ou tombada, na restauração
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse desta, se possível.
ou benefício da sua entidade. Art. 10. As penas de interdição temporária de direito
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas são a proibição de o condenado contratar com o
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co- Poder Público, de receber incentivos fiscais ou
autoras ou partícipes do mesmo fato. quaisquer outros benefícios, bem como de participar
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de
sempre que sua personalidade for obstáculo ao crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada
meio ambiente. quando estas não estiverem obedecendo às
Art. 5º (VETADO) prescrições legais.
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no
CAPÍTULO II - DA APLICAÇÃO DA PENA
pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a
pública ou privada com fim social, de importância,
autoridade competente observará:
fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da
superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O
infração e suas consequências para a saúde pública e
valor pago será deduzido do montante de eventual
para o meio ambiente;
reparação civil a que for condenado o infrator.
II - os antecedentes do infrator quanto ao
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
cumprimento da legislação de interesse ambiental;
autodisciplina e senso de responsabilidade do
III - a situação econômica do infrator, no caso de
condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
multa.
frequentar curso ou exercer atividade autorizada,
Art. 7º As penas restritivas de direitos são
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga
autônomas e substituem as privativas de liberdade
em residência ou em qualquer local destinado a sua
quando:

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moradia habitual, conforme estabelecido na Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão
sentença condenatória. condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: condenação a pena privativa de liberdade não
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; superior a três anos.
II - arrependimento do infrator, manifestado pela Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o §
espontânea reparação do dano, ou limitação 2º do art. 78 do Código Penal será feita mediante
significativa da degradação ambiental causada; laudo de reparação do dano ambiental, e as
III - comunicação prévia pelo agente do perigo condições a serem impostas pelo juiz deverão
iminente de degradação ambiental; relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
IV - colaboração com os agentes encarregados da Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios
vigilância e do controle ambiental. do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até
quando não constituem ou qualificam o crime: três vezes, tendo em vista o valor da vantagem
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; econômica auferida.
II - ter o agente cometido a infração: Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental,
a) para obter vantagem pecuniária; sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
b) coagindo outrem para a execução material da causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo
infração; de multa.
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito
a saúde pública ou o meio ambiente; civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; processo penal, instaurando-se o contraditório.
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que
áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime possível, fixará o valor mínimo para reparação dos
especial de uso; danos causados pela infração, considerando os
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio
assentamentos humanos; ambiente.
g) em período de defeso à fauna; Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
h) em domingos ou feriados; condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo
i) à noite; valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da
j) em épocas de seca ou inundações; liquidação para apuração do dano efetivamente
l) no interior do espaço territorial especialmente sofrido.
protegido; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
captura de animais; com o disposto no art. 3º, são:
n) mediante fraude ou abuso de confiança; I - multa;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão II - restritivas de direitos;
ou autorização ambiental; III - prestação de serviços à comunidade.
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por jurídica são:
incentivos fiscais; I - suspensão parcial ou total de atividades;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em II - interdição temporária de estabelecimento, obra
relatórios oficiais das autoridades competentes; ou atividade;
r) facilitada por funcionário público no exercício de III - proibição de contratar com o Poder Público, bem
suas funções. como dele obter subsídios, subvenções ou doações.

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§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras,


estas não estiverem obedecendo às disposições serão estes avaliados e doados a instituições
legais ou regulamentares, relativas à proteção do científicas, hospitalares, penais e outras com fins
meio ambiente. beneficentes. (Primitivo § 2º, renumerado pela Lei nº 13.052, de
§ 2º A interdição será aplicada quando o 8/12/2014)
estabelecimento, obra ou atividade estiver § 4º Os produtos e subprodutos da fauna não
funcionando sem a devida autorização, ou em perecíveis serão destruídos ou doados a instituições
desacordo com a concedida, ou com violação de científicas, culturais ou educacionais. (Primitivo § 3º,
renumerado pela Lei nº 13.052, de 8/12/2014)
disposição legal ou regulamentar.
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e
serão vendidos, garantida a sua descaracterização
dele obter subsídios, subvenções ou doações não
por meio da reciclagem. (Primitivo § 4º, renumerado pela Lei
poderá exceder o prazo de dez anos.
nº 13.052, de 8/12/2014)
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
pessoa jurídica consistirá em: CAPÍTULO IV - DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
I - custeio de programas e de projetos ambientais; Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a
II - execução de obras de recuperação de áreas ação penal é pública incondicionada.
degradadas; Parágrafo único. (VETADO)
III - manutenção de espaços públicos; Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
públicas. restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar poderá ser formulada desde que tenha havido a
ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá prévia composição do dano ambiental, de que trata o
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada
será considerado instrumento do crime e como tal impossibilidade.
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de
CAPÍTULO III - DA APREENSÃO DO PRODUTO E
DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME seguintes modificações:
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus I - a declaração de extinção de punibilidade, de que
produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de
autos. laudo de constatação de reparação do dano
§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no
seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não inciso I do § 1° do mesmo artigo;
recomendável por questões sanitárias, entregues a II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar
jardins zoológicos, fundações ou entidades não ter sido completa a reparação, o prazo de
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a suspensão do processo será prorrogado, até o
responsabilidade de técnicos habilitados. (Parágrafo período máximo previsto no artigo referido no caput,
com redação dada pela Lei nº 13.052, de 8/12/2014) acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo
§ 2º Até que os animais sejam entregues às da prescrição;
instituições mencionadas no § 1º deste artigo, o III - no período de prorrogação, não se aplicarão as
órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo
em condições adequadas de acondicionamento e mencionado no caput;
transporte que garantam o seu bem-estar físico. IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.052, de 8/12/2014) lavratura de novo laudo de constatação de reparação

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do dano ambiental, podendo, conforme seu I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
resultado, ser novamente prorrogado o período de extinção, ainda que somente no local da infração;
suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste II - em período proibido à caça;
artigo, observado o disposto no inciso III; III - durante a noite;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a IV - com abuso de licença;
declaração de extinção de punibilidade dependerá de V - em unidade de conservação;
laudo de constatação que comprove ter o acusado VI - com emprego de métodos ou instrumentos
tomado as providências necessárias à reparação capazes de provocar destruição em massa.
integral do dano. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
decorre do exercício de caça profissional.
CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O MEIO
AMBIENTE § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos
atos de pesca.
SEÇÃO I - Dos Crimes contra a Fauna
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
autoridade ambiental competente:
migratória, sem a devida permissão, licença ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
autorização da autoridade competente, ou em
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
desacordo com a obtida:
parecer técnico oficial favorável e licença expedida
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
por autoridade competente:
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
autorização ou em desacordo com a obtida;
mutilar animais silvestres, domésticos ou
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo
domesticados, nativos ou exóticos:
ou criadouro natural;
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna
que para fins didáticos ou científicos, quando
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
existirem recursos alternativos.
produtos e objetos dela oriundos, provenientes de
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
criadouros não autorizados ou sem a devida
ocorre morte do animal.
permissão, licença ou autorização da autoridade
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou
competente.
carreamento de materiais, o perecimento de
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre
espécimes da fauna aquática existentes em rios,
não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz,
lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a
brasileiras:
pena.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
ambas cumulativamente.
pertencentes às espécies nativas, migratórias e
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo
estações de aqüicultura de domínio público;
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas
II - quem explora campos naturais de invertebrados
jurisdicionais brasileiras.
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
autorização da autoridade competente;
praticado:

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III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de ou utilizá-la com infringência das normas de
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou proteção:
corais, devidamente demarcados em carta náutica. Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja ambas as penas cumulativamente.
proibida ou em lugares interditados por órgão Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
competente: reduzida à metade.
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária
ambas as penas cumulativamente. ou secundária, em estágio avançado ou médio de
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou com infringência das normas de proteção:
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa,
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou ou ambas as penas cumulativamente.
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
técnicas e métodos não permitidos; reduzida à metade. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.428, de
III - transporta, comercializa, beneficia ou 22/12/2006)
industrializa espécimes provenientes da coleta, Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
apanha e pesca proibidas. preservação permanente, sem permissão da
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: autoridade competente:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
água, produzam efeito semelhante; ambas as penas cumulativamente.
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades
autoridade competente: de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca independentemente de sua localização:
todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos § 1º Entende-se por Unidades de Conservação de
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, Proteção Integral as Estações Ecológicas, as
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Silvestre. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de
18/7/2000)
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies
realizado:
ameaçadas de extinção no interior das Unidades de
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do
Conservação de Proteção Integral será considerada
agente ou de sua família;
circunstância agravante para a fixação da pena.
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000)
ação predatória ou destruidora de animais, desde
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
que legal e expressamente autorizado pela
metade.
autoridade competente;
Art. 40-A. (VETADO na Lei nº 9.985, de18/7/2000)
III - (VETADO)
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as
caracterizado pelo órgão competente.
Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas
SEÇÃO II - Dos Crimes contra a Flora
Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável
preservação permanente, mesmo que em formação,
e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

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§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
ameaçadas de extinção no interior das Unidades de qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
Conservação de Uso Sustentável será considerada de logradouros públicos ou em propriedade privada
circunstância agravante para a fixação da pena. alheia:
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
metade. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000) ou ambas as penas cumulativamente.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
detenção de seis meses a um ano, e multa. plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões de mangues, objeto de especial preservação:
que possam provocar incêndios nas florestas e Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou
qualquer tipo de assentamento humano: degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou domínio público ou devolutas, sem autorização do
ambas as penas cumulativamente. órgão competente:
Art. 43. (VETADO) Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou § 1º Não é crime a conduta praticada quando
consideradas de preservação permanente, sem necessária à subsistência imediata pessoal do agente
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer ou de sua família.
espécie de minerais: § 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de milhar de hectare. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.284, de
lei, assim classificada por ato do Poder Público, para 2/3/2006)
fins industriais, energéticos ou para qualquer outra Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em
exploração, econômica ou não, em desacordo com as florestas e nas demais formas de vegetação, sem
determinações legais: licença ou registro da autoridade competente:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do para caça ou para exploração de produtos ou
vendedor, outorgada pela autoridade competente, e subprodutos florestais, sem licença da autoridade
sem munir-se da via que deverá acompanhar o competente:
produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem aumentada de um sexto a um terço se:
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a
ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos erosão do solo ou a modificação do regime climático;
de origem vegetal, sem licença válida para todo o II - o crime é cometido:
tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada a) no período de queda das sementes;
pela autoridade competente. b) no período de formação de vegetações;
Art. 47. (VETADO) c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção,
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural ainda que a ameaça ocorra somente no local da
de florestas e demais formas de vegetação: infração;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. d) em época de seca ou inundação;

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e) durante a noite, em domingo ou feriado. exigências estabelecidas em leis ou nos seus


SEÇÃO III - Da Poluição e outros Crimes regulamentos:
Ambientais Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
níveis tais que resultem ou possam resultar em danos I - abandona os produtos ou substâncias referidos no
à saúde humana, ou que provoquem a mortandade caput ou os utiliza em desacordo com as normas
de animais ou a destruição significativa da flora: ambientais ou de segurança;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. II - manipula, acondiciona, armazena, coleta,
§ 1º Se o crime é culposo: transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida
§ 2º Se o crime: em lei ou regulamento. (Parágrafo com redação dada pela
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a Lei nº 12.305, de 2/8/2010)
ocupação humana; § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou
II - causar poluição atmosférica que provoque a radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das terço.
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde § 3º Se o crime é culposo:
da população; Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
III - causar poluição hídrica que torne necessária a Art. 57. (VETADO)
interrupção do abastecimento público de água de Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as
uma comunidade; penas serão aumentadas:
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, à flora ou ao meio ambiente em geral;
líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias II - de um terço até a metade, se resulta lesão
oleosas, em desacordo com as exigências corporal de natureza grave em outrem;
estabelecidas em leis ou regulamentos: III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Pena - reclusão, de um a cinco anos. Parágrafo único. As penalidades previstas neste
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo artigo somente serão aplicadas se do fato não
anterior quem deixar de adotar, quando assim o resultar crime mais grave.
exigir a autoridade competente, medidas de Art. 59. (VETADO)
precaução em caso de risco de dano ambiental grave Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou
ou irreversível. fazer funcionar, em qualquer parte do território
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
recursos minerais sem a competente autorização, potencialmente poluidores, sem licença ou
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo autorização dos órgãos ambientais competentes, ou
com a obtida: contrariando as normas legais e regulamentares
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. pertinentes:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou
deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, ambas as penas cumulativamente.
nos termos da autorização, permissão, licença, Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que
concessão ou determinação do órgão competente. possam causar dano à agricultura, à pecuária, à
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, fauna, à flora ou aos ecossistemas:
exportar, comercializar, fornecer, transportar, Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto SEÇÃO IV - Dos Crimes contra o Ordenamento
ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde Urbano e o Patrimônio Cultural
humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

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I - bem especialmente protegido por lei, ato SEÇÃO V - Dos Crimes contra a Administração
administrativo ou decisão judicial; Ambiental
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa
instalação científica ou similar protegido por lei, ato ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações
administrativo ou decisão judicial: ou dados técnico-científicos em procedimentos de
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. autorização ou de licenciamento ambiental:
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da Art. 67. Conceder o funcionário público licença,
multa. autorização ou permissão em desacordo com as
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação normas ambientais, para as atividades, obras ou
ou local especialmente protegido por lei, ato serviços cuja realização depende de ato autorizativo
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu do Poder Público:
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
histórico, cultural, religioso, arqueológico, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
etnográfico ou monumental, sem autorização da três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da
autoridade competente ou em desacordo com a multa.
concedida: Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, relevante interesse ambiental: (Vide arts. 23, 39 § 2º da Lei
ou no seu entorno, assim considerado em razão de nº 12.305, de 2/8/2010)
seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
histórico, cultural, religioso, arqueológico, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
etnográfico ou monumental, sem autorização da três meses a um ano, sem prejuízo da multa.
autoridade competente ou em desacordo com a Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do
concedida: Poder Público no trato de questões ambientais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
edificação ou monumento urbano: concessão florestal ou qualquer outro procedimento
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental
multa. total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa por omissão: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
tombada em virtude do seu valor artístico, anos, e multa.
arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses § 1º Se o crime é culposo:
a 1 (um) ano de detenção e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou terços), se há dano significativo ao meio ambiente,
privado mediante manifestação artística, desde que em decorrência do uso da informação falsa,
consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo incompleta ou enganosa. (Artigo acrescido pela Lei nº
11.284, de 2/3/2006)
locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso
de bem público, com a autorização do órgão CAPÍTULO VI - DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
competente e a observância das posturas municipais Art. 70. Considera-se infração administrativa
e das normas editadas pelos órgãos governamentais ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
responsáveis pela preservação e conservação do jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
patrimônio histórico e artístico nacional. (Artigo com recuperação do meio ambiente.
redação dada pela Lei nº 12.408, de 25/5/2011)

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§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de equipamentos ou veículos de qualquer natureza
infração ambiental e instaurar processo utilizados na infração;
administrativo os funcionários de órgãos ambientais V - destruição ou inutilização do produto;
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
SISNAMA, designados para as atividades de VII - embargo de obra ou atividade;
fiscalização, bem como os agentes das Capitanias VIII - demolição de obra;
dos Portos, do Ministério da Marinha. IX - suspensão parcial ou total de atividades;
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração X - (VETADO)
ambiental, poderá dirigir representação às XI - restritiva de direitos.
autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou
efeito do exercício do seu poder de polícia. mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
de infração ambiental é obrigada a promover a sua § 2º A advertência será aplicada pela inobservância
apuração imediata, mediante processo das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou
administrativo próprio, sob pena de co- de preceitos regulamentares, sem prejuízo das
responsabilidade. demais sanções previstas neste artigo.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em § 3º A multa simples será aplicada sempre que o
processo administrativo próprio, assegurado o agente, por negligência ou dolo:
direito de ampla defesa e o contraditório, observadas I - advertido por irregularidades que tenham sido
as disposições desta Lei. praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado
Art. 71. O processo administrativo para apuração de por órgão competente do SISNAMA ou pela
infração ambiental deve observar os seguintes Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
prazos máximos: II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério
impugnação contra o auto de infração, contados da da Marinha.
data da ciência da autuação; § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
auto de infração, contados da data da sua lavratura, do meio ambiente.
apresentada ou não a defesa ou impugnação; § 5º A multa diária será aplicada sempre que o
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão cometimento da infração se prolongar no tempo.
condenatória à instância superior do Sistema § 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta
Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Lei.
Marinha, de acordo com o tipo de autuação; § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput
IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade
da data do recebimento da notificação. ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às
Art. 72. As infrações administrativas são punidas prescrições legais ou regulamentares.
com as seguintes sanções, observado o disposto no § 8º As sanções restritivas de direito são:
art. 6º: I - suspensão de registro, licença ou autorização;
I - advertência; II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
II - multa simples; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios
III - multa diária; fiscais;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos IV - perda ou suspensão da participação em linhas de
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito;

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V - proibição de contratar com a Administração § 2º A solicitação deverá conter:


Pública, pelo período de até três anos. I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de II - o objeto e o motivo de sua formulação;
multas por infração ambiental serão revertidos ao III - a descrição sumária do procedimento em curso
Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº no país solicitante;
7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado IV - a especificação da assistência solicitada;
pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, V - a documentação indispensável ao seu
fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, esclarecimento, quando for o caso.
ou correlatos, conforme dispuser o órgão Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei
arrecadador. e especialmente para a reciprocidade da cooperação
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, internacional, deve ser mantido sistema de
metro cúbico, quilograma ou outra medida comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e
pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. seguro de informações com órgãos de outros países.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS
será fixado no regulamento desta Lei e corrigido
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
periodicamente, com base nos índices estabelecidos
disposições do Código Penal e do Código de Processo
na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
Penal.
(cinquenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta
(cinquenta milhões de reais).
Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA,
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos
responsáveis pela execução de programas e projetos
Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios
e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e
substitui a multa federal na mesma hipótese de
das atividades suscetíveis de degradarem a
incidência.
qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar,
CAPÍTULO VII - DA COOPERAÇÃO com força de título executivo extrajudicial, termo de
INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO compromisso com pessoas físicas ou jurídicas
MEIO AMBIENTE
responsáveis pela construção, instalação, ampliação
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem e funcionamento de estabelecimentos e atividades
pública e os bons costumes, o Governo brasileiro utilizadores de recursos ambientais, considerados
prestará, no que concerne ao meio ambiente, a efetiva ou potencialmente poluidores.
necessária cooperação a outro país, sem qualquer § 1º O termo de compromisso a que se refere este
ônus, quando solicitado para: artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que
I - produção de prova; as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput
II - exame de objetos e lugares; possam promover as necessárias correções de suas
III - informações sobre pessoas e coisas; atividades, para o atendimento das exigências
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas
impostas pelas autoridades ambientais
declarações tenham relevância para a decisão de competentes, sendo obrigatório que o respectivo
uma causa; instrumento disponha sobre:
V - outras formas de assistência permitidas pela I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil compromissadas e dos respectivos representantes
seja parte. legais;
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida II - o prazo de vigência do compromisso, que, em
ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando função da complexidade das obrigações nele fixadas,
necessário, ao órgão judiciário competente para poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o
decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade
capaz de atendê-la.

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máximo de três anos, com possibilidade de § 7º O requerimento de celebração do termo de


prorrogação por igual período; compromisso deverá conter as informações
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e
investimento previsto e o cronograma físico de jurídica, sob pena de indeferimento do plano.
execução e de implantação das obras e serviços § 8º Sob pena de ineficácia, os termos de
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; compromisso deverão ser publicados no órgão oficial
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física competente, mediante extrato. (Artigo acrescido pela
ou jurídica compromissada e os casos de rescisão, em Medida Provisória nº 2.163-41, de 23/8/2001)
decorrência do não-cumprimento das obrigações Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
nele pactuadas; no prazo de noventa dias a contar de sua publicação
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não (12/02/1998)
poderá ser superior ao valor do investimento Art. 81. (VETADO)
previsto; Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as
partes.
§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até
o dia 30 de março de 1998, envolvendo construção,
instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, a assinatura do termo de
compromisso deverá ser requerida pelas pessoas
físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de
dezembro de 1998, mediante requerimento escrito
protocolizado junto aos órgãos competentes do
SISNAMA, devendo ser firmado pelo dirigente
máximo do estabelecimento.
§ 3º Da data da protocolização do requerimento
previsto no § 2º e enquanto perdurar a vigência do
correspondente termo de compromisso, ficarão
suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
celebração do instrumento, a aplicação de sanções
administrativas contra a pessoa física ou jurídica que
o houver firmado.
§ 4º A celebração do termo de compromisso de que
trata este artigo não impede a execução de eventuais
multas aplicadas antes da protocolização do
requerimento.
§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo
de compromisso, quando descumprida qualquer de
suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força
maior.
§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em
até noventa dias, contados da protocolização do
requerimento.

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LEI Nº 10.446/2002 VII - quaisquer crimes praticados por meio da rede


Dispõe sobre infrações penais de mundial de computadores que difundam conteúdo
misógino, definidos como aqueles que propagam o
repercussão interestadual ou internacional
que exigem repressão uniforme, para os fins ódio ou a aversão às mulheres. (Inciso acrescido pela Lei nº
13.642, de 3/4/2018)
do disposto no inciso I do § 1º do art. 144 da
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do
Constituição.
caput, o Departamento de Polícia Federal procederá
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da
à apuração de outros casos, desde que tal
Constituição, quando houver repercussão
providência seja autorizada ou determinada pelo
interestadual ou internacional que exija repressão
Ministro de Estado da Justiça.
uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua
do Ministério da Justiça, sem prejuízo da
publicação.
responsabilidade dos órgãos de segurança pública
arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em
especial das Polícias Militares e Civis dos Estados,
proceder à investigação, dentre outras, das seguintes
infrações penais:
I - sequestro, cárcere privado e extorsão mediante
sequestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o
agente foi impelido por motivação política ou
quando praticado em razão da função pública
exercida pela vítima;
II - formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º
da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
III - relativas à violação a direitos humanos, que a
República Federativa do Brasil se comprometeu a
reprimir em decorrência de tratados internacionais
de que seja parte; e
IV - furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive
bens e valores, transportadas em operação
interestadual ou internacional, quando houver
indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais
de um Estado da Federação;
V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito
ou distribuição do produto falsificado, corrompido,
adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal);
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.894, de 17/12/2013)
VI - furto, roubo ou dano contra instituições
financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas
eletrônicos, quando houver indícios da atuação de
associação criminosa em mais de um Estado da
Federação. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.124, de 21/5/2015)

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LVII - ninguém será considerado culpado até o


Noções de Direito Penal trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
e Processual Penal LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
interesse social o exigirem;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
INDIVIDUAIS E COLETIVOS judiciária competente, salvo nos casos de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção transgressão militar ou crime propriamente militar,
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e definidos em lei;
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à responsável pelo inadimplemento voluntário e
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: inescusável de obrigação alimentícia e a do
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém depositário infiel;
nela podendo penetrar sem consentimento do LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
morador, salvo em caso de flagrante delito ou são assegurados a razoável duração do processo e os
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
por determinação judicial;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, CAPÍTULO III - DOS ESTADOS FEDERADOS
nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 27. § 1º Será de quatro anos o mandato dos
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras
réu;
desta Constituição sobre sistema eleitoral,
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
mandato, licença, impedimentos e incorporação às
e a decretação do perdimento de bens ser, nos
Forças Armadas.
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
transferido; CAPÍTULO I - DO PODER LEGISLATIVO
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e SEÇÃO IV - Do Senado Federal
adotará, entre outras, as seguintes: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
a) privação ou restrição da liberdade; I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
b) perda de bens; da República nos crimes de responsabilidade, bem
c) multa; como os Ministros de Estado e os Comandantes da
d) prestação social alternativa; Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
e) suspensão ou interdição de direitos; mesma natureza conexos com aqueles; (Inciso com
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
crime político ou de opinião; II - processar e julgar os Ministros do Supremo
LV - aos litigantes, em processo judicial ou Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional
administrativo, e aos acusados em geral são de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com Público, o Procurador-Geral da República e o
os meios e recursos a ela inerentes; Advogado-Geral da União nos crimes de
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas responsabilidade; (dada pela Emenda Constitucional 45/04)
obtidas por meios ilícitos; Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal

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Federal, limitando-se a condenação, que somente CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848/40)


será proferida por dois terços dos votos do Senado
PARTE GERAL
Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem TÍTULO I - DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Anterioridade da lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina.
CAPÍTULO II - DO PODER EXECUTIVO
Não há pena sem prévia cominação legal. (Artigo com
SEÇÃO III - Da Responsabilidade do Presidente da redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
República Lei penal no tempo
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, posterior deixa de considerar crime, cessando em
será ele submetido a julgamento perante o Supremo virtude dela a execução e os efeitos penais da
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou sentença condenatória.
perante o Senado Federal, nos crimes de Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer
responsabilidade. modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: anteriores, ainda que decididos por sentença
I - nas infrações penais comuns, se recebida a condenatória transitada em julgado. (Artigo com redação
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Federal; Lei excepcional ou temporária
II - nos crimes de responsabilidade, após a Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora
instauração do processo pelo Senado Federal. decorrido o período de sua duração ou cessadas as
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
julgamento não estiver concluído, cessará o praticado durante sua vigência. (Artigo com redação dada
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
prosseguimento do processo. Tempo do crime
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento
nas infrações comuns, o Presidente da República não da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
estará sujeito a prisão. do resultado. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de
11/7/1984)
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu
Territorialidade
mandato, não pode ser responsabilizado por atos
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
estranhos ao exercício de suas funções.
convenções, tratados e regras de direito
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES internacional, ao crime cometido no território
CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO nacional.
SEÇÃO I - Disposições Gerais § 1º Para os efeitos penais, consideram-se como
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo extensão do território nacional as embarcações e
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
Magistratura, observados os seguintes princípios: serviço do governo brasileiro, onde quer que se
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder encontrem, bem como as aeronaves e as
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as embarcações brasileiras, mercantes ou de
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar propriedade privada, que se achem,
a presença, em determinados atos, às próprias partes respectivamente, no espaço aéreo correspondente
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos ou em alto-mar.
nos quais a preservação do direito à intimidade do § 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes
interessado no sigilo não prejudique o interesse praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
público à informação; estrangeiras de propriedade privada, achando-se

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aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
mar territorial do Brasil. (Artigo com redação dada pela Lei segundo a lei mais favorável.
nº 7.209, de 11/7/1984) § 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime
Lugar do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em Brasil, se, reunidas as condições previstas no
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, parágrafo anterior:
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
resultado. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com
11/7/1984) redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Extraterritorialidade Pena cumprida no estrangeiro
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a
cometidos no estrangeiro: pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
I - os crimes: diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
República; Eficácia de sentença estrangeira
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação
Distrito Federal, de Estado, de Território, de da lei brasileira produz na espécie as mesmas
Município, de empresa pública, sociedade de consequências, pode ser homologada no Brasil para:
economia mista, autarquia ou fundação instituída I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
pelo Poder Público; restituições e a outros efeitos civis;
c) contra a administração pública, por quem está a II - sujeitá-lo à medida de segurança.
seu serviço; Parágrafo único. A homologação depende:
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
domiciliado no Brasil; parte interessada;
II - os crimes: b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou extradição com o país de cuja autoridade judiciária
a reprimir; emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
b) praticados por brasileiro; requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com redação
c) praticados em aeronaves ou embarcações dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, Contagem de prazo
quando em território estrangeiro e aí não sejam Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do
julgados. prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo calendário comum. (Artigo com redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
Frações não computáveis da pena
estrangeiro.
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
depende do concurso das seguintes condições:
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Artigo
a) entrar o agente no território nacional;
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi
Legislação especial
praticado;
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
fatos incriminados por lei especial, se esta não
lei brasileira autoriza a extradição;
dispuser de modo diverso. (Artigo com redação dada pela
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
não ter aí cumprido a pena;

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TÍTULO II - DO CRIME Crime impossível


Relação de causalidade Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o o crime. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de
11/7/1984)
resultado não teria ocorrido.
Art. 18. Diz-se o crime:
Superveniência de causa independente
Crime doloso
§ 1º A superveniência de causa relativamente
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
independente exclui a imputação quando, por si só,
assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
de 11.7.1984)
imputam-se a quem os praticou.
Crime culposo
Relevância da omissão
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o
por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dever de agir incumbe a quem: Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou ninguém pode ser punido por fato previsto como
vigilância; crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
impedir o resultado; Agravação pelo resultado
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a
ocorrência do resultado. (redação dada pela Lei nº 7.209/84) pena, só responde o agente que o houver causado ao
Art. 14. Diz-se o crime: menos culposamente. (Artigo com redação dada pela Lei nº
Crime consumado 7.209, de 11/7/1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os Erro sobre elementos do tipo
elementos de sua definição legal; Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo
Tentativa legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se por crime culposo, se previsto em lei.
consuma por circunstâncias alheias à vontade do Descriminantes putativas
agente. § 1º É isento de pena quem, por erro plenamente
Pena da tentativa justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o
crime consumado, diminuída de um a dois terços. fato é punível como crime culposo.
(Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Erro determinado por terceiro
Desistência voluntária e arrependimento eficaz § 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de erro.
prosseguir na execução ou impede que o resultado se Erro sobre a pessoa
produza, só responde pelos atos já praticados. (Artigo § 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) praticado não isenta de pena. Não se consideram,
Arrependimento posterior neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou senão as da pessoa contra quem o agente queria
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou praticar o crime. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209,
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou de 11/7/1984)
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços. (dada pela Lei nº 7.209/84)

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Erro sobre a ilicitude do fato legítima defesa o agente de segurança pública que
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O repele agressão ou risco de agressão a vítima
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de mantida refém durante a prática de crimes. (acrescido
pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o TÍTULO III - DA IMPUTABILIDADE PENAL
agente atua ou se omite sem a consciência da Inimputáveis
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Artigo mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
Coação irresistível e obediência hierárquica
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível
fato ou de determinar-se de acordo com esse
ou em estrita obediência a ordem, não
entendimento.
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
Redução de pena
punível o autor da coação ou da ordem. (Artigo com
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a
redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
Exclusão de ilicitude
de saúde mental ou por desenvolvimento mental
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz
I - em estado de necessidade;
de entender o caráter ilícito do fato ou de
II - em legítima defesa;
determinar-se de acordo com esse entendimento.
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
(Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
exercício regular de direito.
Menores de dezoito anos
Excesso punível
Art. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente
Parágrafo único. O agente, em qualquer das
inimputáveis, ficando sujeitos às normas
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
estabelecidas na legislação especial. (Artigo com redação
doloso ou culposo. (Artigo com redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
7.209, de 11/7/1984)
Emoção e paixão
Estado de necessidade
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade
I - a emoção ou a paixão;
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
Embriaguez
não provocou por sua vontade, nem podia de outro
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício,
ou substância de efeitos análogos.
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem
completa, proveniente de caso fortuito ou força
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um
fato ou de determinar-se de acordo com esse
a dois terços. (redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
entendimento.
Legítima defesa
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem,
o agente, por embriaguez, proveniente de caso
usando moderadamente dos meios necessários,
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender
seu ou de outrem. (redação dada pela Lei nº 7.209/1984).
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos
acordo com esse entendimento. (Artigo com redação dada
no caput deste artigo, considera-se também em pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

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PARTE ESPECIAL Pena - detenção, de um a três anos.


TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
Homicídio simples regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
Art. 121. Matar alguém: agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. não procura diminuir as consequências do seu ato, ou
Caso de diminuição de pena foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio o crime é praticado contra pessoa menor de 14
de violenta emoção, logo em seguida a injusta (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Parágrafo
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de com redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no
um sexto a um terço. DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Homicídio qualificado § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
§ 2º Se o homicídio é cometido: deixar de aplicar a pena, se as consequências da
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou infração atingiram o próprio agente de forma tão
por outro motivo torpe; grave que a sanção penal se torne desnecessária.
II - por motivo fútil; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977)

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que metade se o crime for praticado por milícia privada,
possa resultar perigo comum; sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
IV - à traição, de emboscada, ou mediante ou por grupo de extermínio. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 12.720, de 27/9/2012)
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
impossível a defesa do ofendido;
terço) até a metade se o crime for praticado: (Parágrafo
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
impunidade ou vantagem de outro crime;
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses
Feminicídio
posteriores ao parto; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 9/3/2015)
feminino; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015) II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do de doenças degenerativas que acarretem condição
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
Pública, no exercício da função ou em decorrência (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015, e com redação
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa III - na presença física ou virtual de descendente ou de
condição: (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de 6/7/2015) ascendente da vítima; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de
VIII - (VETADO na Lei nº 13.964, de 24/12/2019) 9/3/2015, e com redação dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
sexo feminino quando o crime envolve: 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Inciso
acrescido pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
I - violência doméstica e familiar;
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
II - menosprezo ou discriminação à condição de
automutilação
mulher. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
Homicídio culposo
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
§ 3º Se o homicídio é culposo:
material para que o faça: (redação dada pela Lei 13.968/19)

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Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Pena Aborto provocado pela gestante ou com seu
com redação dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) consentimento
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir
resulta lesão corporal de natureza grave ou que outrem lho provoque: (Vide ADPF nº 54/2004)
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 Pena - detenção, de um a três anos.
deste Código: Aborto provocado por terceiro
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Parágrafo Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
gestante:
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação
Pena - reclusão, de três a dez anos.
resulta morte:
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Parágrafo
gestante: (Vide ADPF nº 54/2004)
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 3º A pena é duplicada:
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é
ou fútil;
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
qualquer causa, a capacidade de resistência.
Forma qualificada
(transformado em § 3º e com redação dada pela Lei nº 13.968, de
26/12/2019) Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é anteriores são aumentadas de um terço, se, em
realizada por meio da rede de computadores, de rede conseqüência do aborto ou dos meios empregados
social ou transmitida em tempo real. (Parágrafo para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é dessas causas, lhe sobrevem a morte.
líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) Aborto necessário
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
em lesão corporal de natureza gravíssima e é (Vide ADPF nº 54/2004)
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
não tem o necessário discernimento para a prática do precedido de consentimento da gestante ou, quando
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode incapaz, de seu representante legal. (Vide ADPF nº
oferecer resistência, responde o agente pelo crime 54/2004)
descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (Parágrafo
CAPÍTULO II - DAS LESÕES CORPORAIS
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é Lesão corporal
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
contra quem não tem o necessário discernimento de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o Lesão corporal de natureza grave
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. § 1º Se resulta:
121 deste Código. (acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
Infanticídio mais de trinta dias;
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, II - perigo de vida;
o próprio filho, durante o parto ou logo após: III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função;
Pena - detenção, de dois a seis anos.
IV - aceleração de parto:

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Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo,
§ 2º Se resulta: se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste
I - Incapacidade permanente para o trabalho; artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
II - enfermidade incurável; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004)

III- perda ou inutilização de membro, sentido ou § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
função; (Retificado no DOU de 3/1/1941) aumentada de um terço se o crime for cometido
IV - deformidade permanente; contra pessoa portadora de deficiência. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
V - aborto:
8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
Lesão corporal seguida de morte
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
risco de produzi-lo:
função ou em decorrência dela, ou contra seu
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
Diminuição de pena
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo
aumentada de um a dois terços. (Parágrafo acrescido pela
de relevante valor social ou moral ou sob o domínio
Lei nº 13.142, de 6/7/2015)
de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de CAPÍTULO III - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA
SAÚDE
um sexto a um terço.
Substituição da pena Perigo de contágio venéreo
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais
substituir a pena de detenção pela de multa: ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo venérea, de que sabe ou deve saber que está
anterior; contaminado:
II - se as lesões são recíprocas. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Lesão corporal culposa § 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
§ 6º Se a lesão é culposa: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 2º Somente se procede mediante representação.
Aumento de pena Perigo de contágio de moléstia grave
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem
qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste moléstia grave de que está contaminado, ato capaz
Código. (redação dada pela Lei nº 12.720, de 27/9/2012) de produzir o contágio:
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
art. 121. (acrescido pela Lei nº 6.416/1977, e com redação dada Perigo para a vida ou saúde de outrem
pela Lei nº 8.069//1990, publicada no DOU de 16/7/199o) Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
Violência Doméstica direto e iminente:
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou não constitui crime mais grave.
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, um terço se a exposição da vida ou da saúde de
de coabitação ou de hospitalidade: outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. para a prestação de serviços em estabelecimentos de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004, e com qualquer natureza, em desacordo com as normas
redação dada pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)

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legais. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.777, de Condicionamento de atendimento médico-
29/12/1998) hospitalar emergencial
Abandono de incapaz Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por prévio de formulários administrativos, como
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos condição para o atendimento médico-hospitalar
resultantes do abandono: emergencial:
Pena - detenção, de seis meses a três anos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de multa.
natureza grave: Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se
Pena - reclusão, de um a cinco anos. da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
§ 2º Se resulta a morte: natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Artigo
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. acrescido pela Lei nº 12.653, de 28/5/2012)
Aumento de pena Maus tratos
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
de um terço: sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
II - se o agente é ascendente ou descendente, privando-a de alimentação ou cuidados
cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Inciso excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de de correção ou disciplina:
3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Exposição ou abandono de recém-nascido
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para
grave:
ocultar desonra própria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2º Se resulta a morte:
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
grave:
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
Pena - detenção, de um a três anos.
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
§ 2º Se resulta a morte: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.069, de 13/7/1990, publicada no
Pena - detenção, de dois a seis anos. DOU de 16/7/1990, em vigor 90 dias após a publicação)
Omissão de socorro
CAPÍTULO IV - DA RIXA
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando
Rixa
possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os
abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou
contendores:
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
multa.
pública:
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se
participação na rixa, a pena de detenção, de seis
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
meses a dois anos.
e triplicada, se resulta a morte.

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CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A HONRA publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a
publicação)
Calúnia
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Pena
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe acrescida pela Lei nº 9.459, de 13/5/1997)
falsamente fato definido como crime: Disposições comuns
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 141. As penas cominadas neste capítulo
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
imputação, a propala ou divulga. cometido:
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. I - contra o Presidente da República, ou contra chefe
Exceção da verdade de governo estrangeiro;
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: II - contra funcionário público, em razão de suas
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação funções;
privada, o ofendido não foi condenado por sentença III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
irrecorrível; facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas injúria;
indicadas no nº I do art. 141; IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no
Difamação DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato § 1º Se o crime é cometido mediante paga ou
ofensivo à sua reputação: promessa de recompensa, aplica-se a pena em
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. dobro. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 13.964,
Exceção da verdade de 24/12/2019)

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se § 2º (VETADO na Lei nº 13.964, de 24/12/2019)


admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa Exclusão do crime
é relativa ao exercício de suas funções. Art. 142. Não constituem injúria ou difamação
Injúria punível:
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
ou o decoro: pela parte ou por seu procurador;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou injuriar ou difamar;
diretamente a injúria; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário
II - no caso de retorsão imediata, que consista em público, em apreciação ou informação que preste no
outra injúria. cumprimento de dever do ofício.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
considerem aviltantes: publicidade.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, Retratação
além da pena correspondente à violência. Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a isento de pena.
condição de pessoa idosa ou portadora de Parágrafo único. Nos casos em que o querelado
deficiência: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.459, de tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-
13/5/1997, e com redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á,
se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em

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que se praticou a ofensa. (Parágrafo único acrescido pela Lei Parágrafo único. Somente se procede mediante
nº 13.188, de 11/11/2015) representação.
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se Sequestro e cárcere privado
infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele seqüestro ou cárcere privado:
que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá Pena - reclusão, de um a três anos.
satisfatórias, responde pela ofensa. § 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
Art. 145. Nos crimes previstos neste capítulo I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
somente se procede mediante queixa, salvo, quando companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão anos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
corporal. II - se o crime é praticado mediante internação da
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do vítima em casa de saúde ou hospital;
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
art. 141 deste Código, e mediante representação do dias;
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem IV - se o crime é praticado contra menor de 18
como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. (dezoito) anos; (acrescido pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
(Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 12.033, de
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Inciso
29/09/2009)
acrescido pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A § 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou
LIBERDADE INDIVIDUAL da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou
SEÇÃO I - Dos crimes contra a liberdade pessoal moral:
Constrangimento ilegal Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou Redução a condição análoga à de escravo
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
manda: degradantes de trabalho, quer restringindo, por
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
Aumento de pena contraída com o empregador ou preposto:
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem pena correspondente à violência. (“Caput” do artigo com
mais de três pessoas, ou há emprego de armas. redação dada pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003)

§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
correspondentes à violência. I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o trabalho;
consentimento do paciente ou de seu representante II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho
legal, se justificada por iminente perigo de vida; ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
II - a coação exercida para impedir suicídio. trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
Ameaça trabalho. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003)
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou § 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar- cometido:
lhe mal injusto e grave: I - contra criança ou adolescente;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou origem. (acrescido pela Lei nº 10.803/2003)

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Tráfico de pessoas § 3º Não constitui crime a entrada ou permanência


Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, em casa alheia ou em suas dependências:
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, I - durante o dia, com observância das formalidades
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
abuso, com a finalidade de: II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; crime está sendo ali praticado ou na iminência de o
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de ser.
escravo; § 4º A expressão "casa" compreende:
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; I - qualquer compartimento habitado;
IV - adoção ilegal; ou II - aposento ocupado de habitação coletiva;
V - exploração sexual. III - compartimento não aberto ao público, onde
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. alguém exerce profissão ou atividade.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade § 5º Não se compreendem na expressão "casa":
se: I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra
I - o crime for cometido por funcionário público no habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; restrição do nº II do parágrafo anterior;
II - o crime for cometido contra criança, adolescente II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
ou pessoa idosa ou com deficiência; SEÇÃO III - Dos crimes contra a inviolabilidade de
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, correspondência
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de Violação de correspondência
dependência econômica, de autoridade ou de Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de correspondência fechada, dirigida a outrem:
emprego, cargo ou função; ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do Sonegação ou destruição de correspondência
território nacional. § 1º Na mesma pena incorre:
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente I - quem se apossa indevidamente de
for primário e não integrar organização criminosa. correspondência alheia, embora não fechada e, no
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.344, de 6/10/2016, publicada no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
DOU de 7/10/2016, em vigor 45 dias após a publicação)
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica
SEÇÃO II - Dos crimes contra a inviolabilidade do
ou telefônica
domicílio
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem
Violação de domicílio
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
telefônica entre outras pessoas;
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
III - quem impede a comunicação ou a conversação
dependências:
referidas no número anterior;
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em
radioelétrico, sem observância de disposição legal.
lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano
arma, ou por duas ou mais pessoas:
para outrem.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de
pena correspondente à violência.
função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, publicada no DOU
ou telefônico:
Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após a publicação)
Pena - detenção, de um a três anos.

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§ 4º Somente se procede mediante representação, mediante violação indevida de mecanismo de


salvo nos casos do § 1º, nº IV, e do § 3º. segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
Correspondência comercial dados ou informações sem autorização expressa ou
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado tácita do titular do dispositivo ou instalar
de estabelecimento comercial ou industrial para, no vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
suprimir correspondência, ou revelar a estranho o multa.
seu conteúdo: § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
Pena - detenção, de três meses a dois anos. distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
Parágrafo único. Somente se procede mediante de computador com o intuito de permitir a prática da
representação. conduta definida no caput.
SEÇÃO IV - Dos crimes contra a inviolabilidade dos § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da
segredos invasão resulta prejuízo econômico.
Divulgação de segredo § 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, de comunicações eletrônicas privadas, segredos
conteúdo de documento particular ou de comerciais ou industriais, informações sigilosas,
correspondência confidencial, de que é destinatário assim definidas em lei, ou o controle remoto não
ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a autorizado do dispositivo invadido:
outrem: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
§ 1º Somente se procede mediante representação. § 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a
(Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 9.983, de dois terços se houver divulgação, comercialização ou
14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
a publicação)
ou informações obtidos.
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o
sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
crime for praticado contra:
contidas ou não nos sistemas de informações ou
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
banco de dados da Administração Pública.
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação) Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara
Pública, a ação penal será incondicionada. (Parágrafo Municipal; ou
acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de IV - dirigente máximo da administração direta e
17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação) indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
Violação do segredo profissional Federal. (acrescido pela Lei nº 12.737, de 30/11/2012, publicada
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, no DOU de 3/12/2012, em vigor 120 dias após a publicação)
de que tem ciência em razão de função, ministério, Ação penal
ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,
dano a outrem: somente se procede mediante representação, salvo
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. se o crime é cometido contra a administração pública
Parágrafo único. Somente se procede mediante direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
representação. Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra
Invasão de dispositivo informático empresas concessionárias de serviços públicos.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, (acrescido pela Lei nº 12.737, de 30/11/2012, publicada no DOU de
conectado ou não à rede de computadores, 3/12/2012, em vigor 120 dias após a publicação)

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TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
PATRIMÔNIO § 1º Somente se procede mediante representação.
CAPÍTULO I - DO FURTO § 2º Não é punível a subtração de coisa comum
Furto fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa direito o agente.
alheia móvel: CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Roubo
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
praticado durante o repouso noturno. outrem, mediante grave ameaça ou violência a
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reduzido à impossibilidade de resistência:
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
qualquer outra que tenha valor econômico.
ou grave ameaça, afim de assegurar a impunidade do
Furto qualificado crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
se o crime é cometido: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à I - (Revogado pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
subtração da coisa; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, III - se a vítima está em serviço de transporte de
escalada ou destreza; valores e o agente conhece tal circunstância;
III - com emprego de chave falsa; IV - se a subtração for de veículo automotor que
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. venha a ser transportado para outro Estado ou para
§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) o exterior; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
artefato análogo que cause perigo comum. (Parágrafo restringindo sua liberdade; (acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) 9.426/1996)
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de
subtração for de veículo automotor que venha a ser acessórios que, conjunta ou isoladamente,
transportado para outro Estado ou para o exterior. possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego;
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) (Inciso acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
se a subtração for de semovente domesticável de emprego de arma branca; (acrescido pela Lei nº
produção, ainda que abatido ou dividido em partes 13.964/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019)
no local da subtração. (acrescido pela Lei nº 13.330/2016) § 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego
e multa, se a subtração for de substâncias explosivas de arma de fogo;
ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, II - se há destruição ou rompimento de obstáculo
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. mediante o emprego de explosivo ou de artefato
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) análogo que cause perigo comum. (acrescido pela Lei nº
Furto de coisa comum 13.654, de 23/4/2018)
Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
a detém, a coisa comum: proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput

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deste artigo. (acrescido pela Lei nº 13.96/2019, publicada na § 3º Se resulta a morte:


Edição Extra do DOU de 24/12/2019) Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Pena
§ 3º Se da violência resulta: (redação dada pela Lei nº com redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
13.654, de 23/4/2018) § 4º Se o crime é cometido em concurso, o
I - lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 concorrente que o denunciar à autoridade,
(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (acrescido pela Lei nº facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
13.654, de 23/4/2018)
pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo acrescido
II - morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990, e com redação dada pela Lei nº
(trinta) anos, e multa. (acrescido pela Lei nº 13.654/2018) 9.269, de 2/4/1996)
Extorsão Extorsão indireta
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida,
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou abusando da situação de alguém, documento que
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, pode dar causa a procedimento criminal contra a
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
CAPÍTULO III - DA USURPAÇÃO
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um
Alteração de limites
terço até metade.
Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para
violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da
alheia:
liberdade da vítima, e essa condição é necessária
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
Usurpação de águas
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
outrem, águas alheias;
respectivamente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.923, de
17/4/2009)
Esbulho possessório
Extorsão mediante sequestro II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça,
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para ou mediante concurso de mais de duas pessoas,
si ou para outrem, qualquer vantagem, como terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
condição ou preço do resgate: possessório.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Pena com § 2º Se o agente usa de violência, incorre também na
redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) pena a esta cominada.
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) § 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou de violência, somente se procede mediante queixa.
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é Supressão ou alteração de marca em animais
cometido por bando ou quadrilha. (Parágrafo com Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em
redação dada pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação) propriedade:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Pena com redação Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990)
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza CAPÍTULO IV - DO DANO
grave: Dano
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) alheia:

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Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º A pena é aumentada de um terço, quando o


Dano qualificado agente recebeu a coisa:
Parágrafo único. Se o crime é cometido: I - em depósito necessário;
I - com violência a pessoa ou grave ameaça; II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
II - com emprego de substância inflamável ou liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; depositário judicial;
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Distrito Federal, de Município ou de autarquia, Apropriação indébita previdenciária
fundação pública, empresa pública, sociedade de Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
economia mista ou empresa concessionária de contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
serviços públicos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.531, e forma legal ou convencional:
de 7/12/2017) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo (“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000,
considerável para a vítima: publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
publicação)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
além da pena correspondente à violência.
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
Introdução ou abandono de animais em
importância destinada à previdência social que tenha
propriedade alheia
sido descontada de pagamento efetuado a
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em
segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
propriedade alheia, sem consentimento de quem de
II - recolher contribuições devidas à previdência
direito, desde que do fato resulte prejuízo:
social que tenham integrado despesas contábeis ou
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou
custos relativos à venda de produtos ou à prestação
multa.
de serviços;
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
III - pagar benefício devido a segurado, quando as
histórico
respectivas cotas ou valores já tiverem sido
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
reembolsados à empresa pela previdência social.
tombada pela autoridade competente em virtude de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
valor artístico, arqueológico ou histórico: DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 2º É extinta a punibilidade se o agente,
Alteração de local especialmente protegido espontaneamente, declara, confessa e efetua o
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade pagamento das contribuições, importâncias ou
competente, o aspecto de local especialmente valores e presta as informações devidas à previdência
protegido por lei: social, na forma definida em lei ou regulamento,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. antes do início da ação fiscal. (Parágrafo acrescido pela Lei
Ação penal nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor
Art. 167. Nos casos do art. 163, do n. IV do seu 90 dias após a publicação)
parágrafo e do art. 164, somente se procede § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
mediante queixa. aplicar somente a de multa se o agente for primário
e de bons antecedentes, desde que:
CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e
Apropriação indébita antes de oferecida a denúncia, o pagamento da
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que contribuição social previdenciária, inclusive
tem a posse ou a detenção:
acessórios; ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. II - o valor das contribuições devidas, inclusive
Aumento de pena acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido

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pela previdência social, administrativamente, como I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou


sendo o mínimo para o ajuizamento de suas em garantia coisa alheia como própria;
execuções fiscais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após própria
a publicação)
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se
garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
aplica aos casos de parcelamento de contribuições
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
terceiro, mediante pagamento em prestações,
àquele estabelecido, administrativamente, como
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
Defraudação de penhor
execuções fiscais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.606, de
III - defrauda, mediante alienação não consentida
9/1/2018)
pelo credor ou por outro modo, a garantia
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito
pignoratícia, quando tem a posse do objeto
ou força da natureza
empenhado;
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda
Fraude na entrega de coisa
ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
natureza:
coisa que deve entregar a alguém;
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Fraude para recebimento de indenização ou valor
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
de seguro
Apropriação de tesouro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
as consequências da lesão ou doença, com o intuito
proprietário do prédio;
de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
Apropriação de coisa achada
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à
cometido em detrimento de entidade de direito
autoridade competente, dentro do prazo de quinze
público ou de instituto de economia popular,
dias.
assistência social ou beneficência.
Art. 170. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-
Estelionato contra idoso
se o disposto no art. 155, § 2º.
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for
CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS cometido contra idoso. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
FRAUDES 13.228, de 28/12/2015)
Estelionato § 5º Somente se procede mediante representação,
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem salvo se a vítima for:
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo I - a Administração Pública, direta ou indireta;
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou II - criança ou adolescente;
qualquer outro meio fraudulento: III - pessoa com deficiência mental; ou
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o
publicação)
disposto no art. 155, § 2º.
Duplicata simulada
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
Disposição de coisa alheia como própria
que não corresponda à mercadoria vendida, em

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quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Parágrafo único. Somente se procede mediante


(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.137, de representação, e o juiz pode, conforme as
27/12/1990)
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
Fraudes e abusos na fundação ou administração de
multa. (Pena com redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
sociedade por ações
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele
Art. 177. Promover a fundação de sociedade por
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
Registro de Duplicatas. (Parágrafo único acrescido pela Lei
ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
nº 5.474, de 18/7/1968, publicada no DOU de 19/7/1968, em vigor
30 dias após a publicação)
constituição da sociedade, ou ocultando
Abuso de incapazes fraudulentamente fato a ela relativo:
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou fato não constitui crime contra a economia popular.
da alienação ou debilidade mental de outrem, § 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível crime contra a economia popular:
de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
terceiro: ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. ou comunicação ao público ou à assembleia, faz
Induzimento a especulação afirmação falsa sobre as condições econômicas da
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade em parte, fato a elas relativo;
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de
sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: outros títulos da sociedade;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
Fraude no comércio sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização
comercial, o adquirente ou consumidor: da assembleia geral;
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
mercadoria falsificada ou deteriorada; conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo
II - entregando uma mercadoria por outra: quando a lei o permite;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. V - o diretor ou o gerente que, como garantia de
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a crédito social, aceita em penhor ou em caução ações
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no da própria sociedade;
mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço,
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
vender, como precioso, metal de outra qualidade: distribui lucros ou dividendos fictícios;
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
Outras fraudes consegue a aprovação de conta ou parecer;
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem IX - o representante da sociedade anônima
dispor de recursos para efetuar o pagamento: estrangeira, autorizada a funcionar no país, que
Pena - detenção de quinze dias a dois meses, ou pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
multa. informação ao Governo.

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§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido
anos, e multa, o acionista que, afim de obter ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas coisa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.346, de 3/11/1967, com
deliberações de assembleia geral. redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou § 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,


"warrant" pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa
warrant, em desacordo com disposição legal: aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de
Fraude à execução
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando,
autarquia, fundação pública, empresa pública,
destruindo ou danificando bens, ou simulando
sociedade de economia mista ou empresa
dívidas:
concessionária de serviços públicos, aplica-se em
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Parágrafo
Parágrafo único. Somente se procede mediante
acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996, e com redação dada
queixa.
pela Lei nº 13.531, de 7/12/2017)
CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO Receptação de animal
Receptação Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe de produção ou de comercialização, semovente
ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de domesticável de produção, ainda que abatido ou
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: dividido em partes, que deve saber ser produto de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (“Caput” crime:
do artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Receptação qualificada (Artigo acrescido pela Lei nº 13.330, de 2/8/2016)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS


ter em depósito, desmontar, montar, remontar, Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
em proveito próprio ou alheio, no exercício de I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
atividade comercial ou industrial, coisa que deve II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
saber ser produto de crime: legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Parágrafo Art. 182. Somente se procede mediante
com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
representação, se o crime previsto neste título é
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
cometido em prejuízo:
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
residência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
24/12/1996)
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
anteriores:
ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
condição de quem a oferece, deve presumir-se
quando haja emprego de grave ameaça ou violência
obtida por meio criminoso:
a pessoa;
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
II - ao estranho que participa do crime;
ambas as penas. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
9.426, de 24/12/1996)

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III - se o crime é praticado contra pessoa com idade dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Inciso acrescido ingresso, em razão do cargo.
pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003, Petrechos para falsificação de moeda
em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso
TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo,
CAPÍTULO I - DA MOEDA FALSA aparelho, instrumento ou qualquer objeto
especialmente destinado à falsificação de moeda:
Moeda falsa
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a,
Emissão de título ao portador sem permissão legal
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete,
país ou no estrangeiro:
ficha, vale ou título que contenha promessa de
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
Pena - detenção de um a seis meses, ou multa.
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como
circulação moeda falsa.
dinheiro qualquer dos documentos referidos neste
§ 2º Quem, tendo recebido de boa fé, como
artigo, incorre na pena de detenção, de quinze dias a
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
três meses, ou multa.
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. CAPÍTULO II - DA FALSIDADE DE TÍTULOS E
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou Falsificação de papéis públicos
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
autoriza a fabricação ou emissão: I - selo destinado a controle tributário, papel selado
I - de moeda com título ou peso inferior ao ou qualquer papel de emissão legal destinado à
determinado em lei; arrecadação de tributo; (Inciso com redação dada pela Lei nº
II - de papel-moeda em quantidade superior à 11.035, de 22/12/2004)

autorizada. II - papel de crédito público que não seja moeda de


§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz curso legal;
circular moeda, cuja circulação não estava ainda III - vale postal;
autorizada. IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de
Crimes assimilados ao de moeda falsa caixa econômica ou de outro estabelecimento
Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete mantido por entidade de direito público;
representativo de moeda com fragmentos de V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir em documento relativo a arrecadação de rendas públicas
nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de ou a depósito ou caução por que o poder público seja
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua responsável;
inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim transporte administrada pela União, por Estado ou
de inutilização: por Município:
Pena - reclusão de dois a oito anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a § 1º Incorre na mesma pena quem: (Parágrafo com
redação dada pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)
doze anos e o da multa, se o crime é cometido por
I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
funcionário que trabalha na repartição onde o
falsificados a que se refere este artigo; (Inciso acrescido
pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)

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II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, CAPÍTULO III - DA FALSIDADE DOCUMENTAL
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação Falsificação do selo ou sinal público
selo falsificado destinado a controle tributário; (Inciso Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
acrescido pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
União, de Estado ou de Município;
mantém em depósito, guarda, troca, cede,
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
atividade comercial ou industrial, produto ou
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
mercadoria:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal
controle tributário, falsificado;
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
próprio ou alheio;
tributária determina a obrigatoriedade de sua
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de
aplicação. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou
legítimos, com o fim de torná-los novamente
entidades da Administração Pública. (Inciso acrescido
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em
inutilização: vigor 90 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º Se o agente é funcionário público, e comete o
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o de sexta parte.
parágrafo anterior. Falsificação de documento público
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento
recebido de boa fé, qualquer dos papeis falsificados público, ou alterar documento público verdadeiro:
ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, § 1º Se o agente é funcionário público, e comete o
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
anos, ou multa. de sexta parte.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do § 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a
inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio documento público o emanado de entidade
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, paraestatal, o título ao portador ou transmissível por
praças ou outros logradouros públicos e em endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
residências. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.035, de mercantis e o testamento particular.
22/12/2004) § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
Petrechos de falsificação inserir:
Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou I - na folha de pagamento ou em documento de
guardar objeto especialmente destinado à informações que seja destinado a fazer prova
falsificação de qualquer dos papéis referidos no perante a previdência social, pessoa que não possua
artigo anterior: a qualidade de segurado obrigatório;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete empregado ou em documento que deva produzir
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a efeito perante a previdência social, declaração falsa
pena de sexta parte. ou diversa da que deveria ter sido escrita;

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III - em documento contábil ou em qualquer outro Certidão ou atestado ideologicamente falso


documento relacionado com as obrigações da Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão
empresa perante a previdência social, declaração de função pública, fato ou circunstância que habilite
falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Parágrafo alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de serviço de caráter público, ou qualquer outra
17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
vantagem:
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
documentos mencionados no § 3º, nome do
Falsidade material de atestado ou certidão
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
serviços. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000,
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
publicação)
habilite alguém a obter cargo público, isenção de
Falsificação de documento particular ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer
Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento outra vantagem:
particular ou alterar documento particular Pena - detenção, de três meses a dois anos.
verdadeiro: § 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Falsificação de cartão Falsidade de atestado médico
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão,
equipara-se a documento particular o cartão de atestado falso:
crédito ou débito. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº Pena - detenção, de um mês a um ano.
12.737, de 30/11/2012, publicada no DOU de 3/12/2012, em vigor Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de
120 dias após a publicação) lucro, aplica-se também multa.
Falsidade ideológica Reprodução ou adulteração de selo ou peça
Art. 299. Omitir, em documento público ou filatélica
particular, declaração que dele devia constar, ou nele Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que tenha valor para coleção, salvo quando a
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, reprodução ou a alteração está visivelmente anotada
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato na face ou no verso do selo ou peça:
juridicamente relevante: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para
documento é público, e reclusão, de um a três anos, fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
e multa, se o documento é particular. Uso de documento falso
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis
comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificados ou alterados, a que se referem os artigos
falsificação ou alteração é de assentamento de 297 a 302:
registo civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Falso reconhecimento de firma ou letra Supressão de documento
Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
de função pública, firma ou letra que o não seja: próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento público ou particular verdadeiro, de que
documento é público; e de um a três anos, e multa, não podia dispor:
se o documento é particular. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o
documento é público, e reclusão, de um a cinco anos,
e multa, se o documento é particular.

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CAPÍTULO IV - DE OUTRAS FALSIDADES estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei
Falsificação do sinal empregado no contraste de a propriedade ou a posse de tais bens:
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
para outros fins
Adulteração de sinal identificador de veículo
Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o,
automotor
marca ou sinal empregado pelo poder público no
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou
contraste de metal precioso ou na fiscalização
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza,
seu componente ou equipamento:
falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (“Caput”
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
do artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da
que usa a autoridade pública para o fim de
função pública ou em razão dela, a pena é
fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
aumentada de um terço. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento 9.426, de 24/12/1996)
de formalidade legal: § 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e que contribui para o licenciamento ou registro do
multa. veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
Falsa identidade indevidamente material ou informação oficial.
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
identidade para obter vantagem, em proveito
CAPÍTULO V - DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
INTERESSE PÚBLICO
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
Fraudes em certames de interesse público
se o fato não constitui elementos de crime mais
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com
grave.
o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de
comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
sigiloso de:
documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
I - concurso público;
para que dele se utilize, documento dessa natureza,
II - avaliação ou exame públicos;
próprio ou de terceiro:
III - processo seletivo para ingresso no ensino
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e
superior; ou
multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
grave.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fraude de lei sobre estrangeiros
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou
Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
permanecer no território nacional, nome que não é o
autorizadas às informações mencionadas no caput.
seu:
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
administração pública:
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
qualidade para promover-lhe a entrada em território
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
nacional:
cometido por funcionário público. (Artigo acrescido pela
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Lei nº 12.550, de 15/12/2011)
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou
possuidor de ação, título ou valor pertencente a

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TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A sem autorização ou solicitação de autoridade


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA competente:
CAPÍTULO I - DOS CRIMES PRATICADOS POR Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A multa.
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
Peculato terço até a metade se da modificação ou alteração
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de resulta dano para a Administração Pública ou para o
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público administrado. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000,
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: publicação)

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário documento
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
funcionário. constitui crime mais grave.
Peculato culposo
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
crime de outrem: Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Pena - detenção, de três meses a um ano. diversa da estabelecida em lei:
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a Concussão
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou
pena imposta. indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Peculato mediante erro de outrem assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Pena com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
de outrem: após a publicação)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Excesso de exação
Inserção de dados falsos em sistema de § 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição
informações social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou ou gravoso, que a lei não autoriza:
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
informatizados ou bancos de dados da (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
Administração Pública com o fim de obter vantagem § 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
indevida para si ou para outrem ou para causar dano; de outrem, o que recebeu indevidamente para
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. recolher aos cofres públicos:
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Corrupção passiva
Modificação ou alteração não autorizada de
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
sistema de informações
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
sistema de informações ou programa de informática
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Violência arbitrária


(Pena com redação dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003) Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em a pretexto de exercê-la:
conseqüência da vantagem ou promessa, o Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato pena correspondente à violência.
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Abandono de função
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos
retarda ato de ofício, com infração de dever permitidos em lei:
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Facilitação de contrabando ou descaminho Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a § 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): de fronteira:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - detenção de um a três anos, e multa.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.137, de
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
27/12/1990)
prolongado
Prevaricação
Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
exercê-la, sem autorização, depois de saber
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
oficialmente que foi exonerado, removido,
ou sentimento pessoal:
substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou
Violação de sigilo funcional
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
similar, que permita a comunicação com outros
facilitar-lhe a revelação:
presos ou com o ambiente externo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
acrescido pela Lei nº 11.466, de 28/3/2007)
se o fato não constitui crime mais grave.
Condescendência criminosa § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de I - permite ou facilita, mediante atribuição,
responsabilizar subordinado que cometeu infração fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
no exercício do cargo ou, quando lhe falte outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
competência, não levar o fato ao conhecimento da sistemas de informações ou banco de dados da
autoridade competente: Administração Pública;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
Advocacia administrativa
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente,
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
interesse privado perante a administração pública,
Administração Pública ou a outrem:
valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Pena - detenção de um a três meses, ou multa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Pena - detenção de três meses a um ano, além da Violação do sigilo de proposta de concorrência
multa. Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
ensejo de devassá-lo:

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Pena - detenção, de três meses um ano, e multa. Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício
Funcionário público da função ou em razão dela:
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou Tráfico de influência
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
pública. para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce pretexto de influir em ato praticado por funcionário
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, público no exercício da função.
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço Pena - Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
contratada ou conveniada para a execução de Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
atividade típica da Administração Pública. (Parágrafo o agente alega ou insinua que a vantagem é também
único transformado em § 1º pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980, e com destinada ao funcionário. (Artigo com redação dada pela Lei
nova redação dada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no nº 9.127, de 16/11/1995)
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Corrupção ativa
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a
autores dos crimes previstos neste capítulo forem
funcionário público, para determiná-lo a praticar,
ocupantes de cargos em comissão ou de função de
omitir ou retardar ato de ofício:
direção ou assessoramento de órgão da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
administração direta, sociedade de economia mista, (Pena com redação dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)
empresa pública ou fundação instituída pelo poder Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980) se, em razão da vantagem ou promessa, o
CAPÍTULO II - DOS CRIMES PRATICADOS POR funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM pratica infringindo dever funcional.
GERAL Descaminho
Usurpação de função pública Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. ou pelo consumo de mercadoria:
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (“Caput”
vantagem: do artigo com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem: (Parágrafo com
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Resistência
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante
permitidos em lei; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de
violência ou ameaça a funcionário competente para
26/6/2014)
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
descaminho; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
Pena - reclusão, de um a três anos.
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
alheio, no exercício de atividade comercial ou
das correspondentes à violência.
industrial, mercadoria de procedência estrangeira
Desobediência
que introduziu clandestinamente no País ou
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário
importou fraudulentamente ou que sabe ser produto
público:
de introdução clandestina no território nacional ou
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
de importação fraudulenta por parte de outrem;
multa. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Desacato

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IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou administração federal, estadual ou municipal, ou por
alheio, no exercício de atividade comercial ou entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
desacompanhada de documentação legal ou ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
acompanhada de documentos que sabe serem Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa
falsos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) além da pena correspondente à violência.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio abstém de concorrer ou licitar, em razão da
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, vantagem oferecida.
inclusive o exercido em residências. (Parágrafo com Inutilização de edital ou de sinal
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma inutilizar ou
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
descaminho é praticado em transporte aéreo, público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,
marítimo ou fluvial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 4.729, de por determinação legal ou por ordem de funcionário
14/7/1965, e com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Contrabando
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria
Subtração ou inutilização de livro ou documento
proibida:
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
parcialmente, livro oficial, processo ou documento
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
confiado à custódia de funcionário, em razão de
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a
ofício, ou de particular em serviço público:
contrabando;
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
constitui crime grave.
que dependa de registro, análise ou autorização de
Sonegação de contribuição previdenciária
órgão público competente;
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
III - reinsere no território nacional mercadoria
previdenciária e qualquer acessório, mediante as
brasileira destinada à exportação;
seguintes condutas:
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
documento de informações previsto pela legislação
alheio, no exercício de atividade comercial ou
previdenciária segurados empregado, empresário,
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
este equiparado que lhe prestem serviços;
alheio, no exercício de atividade comercial ou
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
da contabilidade da empresa as quantias
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os
descontadas dos segurados ou as devidas pelo
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
empregador ou pelo tomador de serviços;
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
inclusive o exercido em residências.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
demais fatos geradores de contribuições sociais
contrabando é praticado em transporte aéreo,
previdenciárias:
marítimo ou fluvial. (acrescido pela Lei nº 13.008/14)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Impedimento, perturbação ou fraude de
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente,
concorrência
espontaneamente, declara e confessa as
Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
contribuições, importâncias ou valores e presta as
pública ou venda em hasta pública, promovida pela
informações devidas à previdência social, na forma

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definida em lei ou regulamento, antes do início da exercício de suas funções, relacionado a transação
ação fiscal. comercial internacional:
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
aplicar somente a de multa se o agente for primário Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
e de bons antecedentes, desde que: o agente alega ou insinua que a vantagem é também
I - (VETADO) destinada a funcionário estrangeiro. (Artigo acrescido
II - o valor das contribuições devidas, inclusive pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002)
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido Funcionário público estrangeiro
pela previdência social administrativamente, como Art. 337-D. Considera-se funcionário público
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
execuções fiscais. transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha emprego ou função pública em entidades estatais ou
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 em representações diplomáticas de país estrangeiro.
(um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função
de multa. em empresas controladas, diretamente ou
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será indiretamente, pelo Poder Público de país
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices estrangeiro ou em organizações públicas
do reajuste dos benefícios da previdência social. internacionais. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU 11/6/2002)
de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A
CAPÍTULO II-A - DOS CRIMES PRATICADOS POR ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Reingresso de estrangeiro expulso
PÚBLICA ESTRANGEIRA Art. 338. Reingressar no território nacional o
Corrupção ativa em transação comercial estrangeiro que dele foi expulso:
internacional Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou de nova expulsão após o cumprimento da pena.
indiretamente, vantagem indevida a funcionário Denunciação caluniosa
público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de policial, de processo judicial, instauração de
ofício relacionado à transação comercial investigação administrativa, inquérito civil ou ação
internacional: de improbidade administrativa contra alguém,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (“Caput”
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um do artigo com redação dada pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
funcionário público estrangeiro retarda ou omite o § 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. se serve de anonimato ou de nome suposto.
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002) § 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é
Tráfico de influência em transação comercial de prática de contravenção.
internacional Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si Art. 340. Provocar a ação de autoridade,
ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
ou promessa de vantagem a pretexto de influir em contravenção que sabe não se ter verificado:
ato praticado por funcionário público estrangeiro no Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Auto-acusação falsa Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além


Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime da pena correspondente à violência.
inexistente ou praticado por outrem: Exercício arbitrário das próprias razões
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para
Falso testemunho ou falsa perícia satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a a lei o permite:
verdade, como testemunha, perito, contador, Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou além da pena correspondente à violência.
administrativo, inquérito policial, ou em juízo Parágrafo único. Se não há emprego de violência,
arbitral: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 10.268, somente se procede mediante queixa.
de 28/8/2001) Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. própria, que se acha em poder de terceiro por
(Pena com redação dada pela Lei nº 12.850, de 2/8/2013, publicada
determinação judicial ou convenção:
na Edição Extra do DOU de 5/8/2013, em vigor 45 dias após a
publicação)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, Fraude processual
se o crime é praticado mediante suborno ou se Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de
cometido com o fim de obter prova destinada a processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
produzir efeito em processo penal, ou em processo coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz
civil em que for parte entidade da administração ou o perito:
pública direta ou indireta. (Parágrafo com redação dada Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001) Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se penas aplicam-se em dobro.
retrata ou declara a verdade. (Parágrafo com redação dada Favorecimento pessoal
pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001) Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou pública autor de crime a que é cominada pena de
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, reclusão:
contador, tradutor ou intérprete, para fazer Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
afirmação falsa, negar ou calar a verdade em § 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e
interpretação: multa.
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter isento de pena.
prova destinada a produzir efeito em processo penal Favorecimento real
ou em processo civil em que for parte entidade da Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de co-
administração pública direta ou indireta. (Artigo com autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
redação dada pela Lei nº 10.268, de 28/8/2001) seguro o proveito do crime:
Coação no curso do processo Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
funciona ou é chamada a intervir em processo autorização legal, em estabelecimento prisional.
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
arbitral: acrescido pela Lei nº 12.012, de 6/8/2009)

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Exercício arbitrário ou abuso de poder mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes


Art. 350. (Revogado pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, publicada contrárias.
no DOU Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após a Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
publicação)
Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
de restituir autos, documento ou objeto de valor
segurança
probatório, que recebeu na qualidade de advogado
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa
ou procurador:
legalmente presa ou submetida a medida de
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
segurança detentiva:
Exploração de prestígio
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
§ 1º Se o crime é praticado à mão armada, ou por
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a
órgão do ministério público, funcionário de justiça,
pena é de reclusão, de dois a seis anos.
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
aplica-se também a pena correspondente à violência.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas
guarda está o preso ou o internado.
referidas neste artigo.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da
Violência ou fraude em arrematação judicial
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de
Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
três meses a um ano, ou multa.
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou
Evasão mediante violência contra a pessoa
licitante, por meio de violência, grave ameaça,
Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
fraude ou oferecimento de vantagem:
indivíduo submetido a medida de segurança
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou multa,
detentiva, usando de violência contra a pessoa:
além da pena correspondente à violência.
Pena - detenção de três meses a um ano, além da
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
pena correspondente à violência.
suspensão de direito
Arrebatamento de preso
Art. 359. Exercer função, atividade, direito,
Art. 353. Arrebatar preso, afim de maltratá-lo, do
autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado
poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
por decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
correspondente à violência.
Motim de presos CAPÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA AS
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a FINANÇAS PÚBLICAS
ordem ou disciplina da prisão: Contratação de operação de crédito
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação
pena correspondente à violência. de crédito, interno ou externo, sem prévia
Patrocínio infiel autorização legislativa:
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
procurador, o dever profissional, prejudicando Parágrafo único. Incide na mesma pena quem
interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,
Pena - detenção, de seis meses a três anos e multa. interno ou externo:
Patrocínio simultâneo ou tergiversação I - com inobservância de limite, condição ou
Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o montante estabelecido em lei ou em resolução do
advogado ou procurador judicial que defende na Senado Federal;

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II - quando o montante da dívida consolidada Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000) Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Inscrição de despesas não empenhadas em restos Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
a pagar pública ou a colocação no mercado financeiro de
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em títulos da dívida pública sem que tenham sido criados
restos a pagar, de despesa que não tenha sido por lei ou sem que estejam registrados em sistema
previamente empenhada ou que exceda limite centralizado de liquidação e de custódia:
estabelecido em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último
ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Ordenação de despesa não autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Prestação de garantia graciosa
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em
valor igual ou superior ao valor da garantia prestada,
na forma da lei:
Pena - detenção, de 3(três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do montante de restos a
pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Aumento de despesa total com pessoal no último
ano do mandato ou legislatura
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
ou da legislatura:

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO- disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº
LEI 3.689/41) 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
LIVRO I – DO PROCESSO EM GERAL podendo determinar que este seja conduzido à sua
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
território brasileiro, por este Código, ressalvados:
investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - os tratados, as convenções e regras de direito
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória
internacional;
ou outra medida cautelar, observado o disposto no §
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
República, dos ministros de Estado, nos crimes
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
conexos com os do Presidente da República, e dos
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes
assegurado, no primeiro caso, o exercício do
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
contraditório em audiência pública e oral, na forma
III - os processos da competência da Justiça Militar;
do disposto neste Código ou em legislação especial
IV - os processos da competência do tribunal especial
(Constituição, art. 122, no 17); pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº VII - decidir sobre o requerimento de produção
130) antecipada de provas consideradas urgentes e não
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
Código aos processos referidos nos nos. IV e V, defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
quando as leis especiais que os regulam não 13.964, de 2019)

dispuserem de modo diverso. VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito,


Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, estando o investigado preso, em vista das razões
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a apresentadas pela autoridade policial e observado o
vigência da lei anterior. disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação
IX - determinar o trancamento do inquérito policial
extensiva e aplicação analógica, bem como o
quando não houver fundamento razoável para sua
suplemento dos princípios gerais de direito.
instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura
13.964, de 2019)
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
X - requisitar documentos, laudos e informações ao
investigação e a substituição da atuação probatória
delegado de polícia sobre o andamento da
do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei
controle da legalidade da investigação criminal e pela nº 13.964, de 2019)
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia a) interceptação telefônica, do fluxo de
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder comunicações em sistemas de informática e
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído telemática ou de outras formas de comunicação;
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados
termos do inciso LXII do caput do art. 5º da e telefônico; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº
II - receber o auto da prisão em flagrante para o 13.964, de 2019)
controle da legalidade da prisão, observado o d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

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e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não
direitos fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após
nº 13.964, de 2019) o recebimento da denúncia ou queixa, deverá
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do reexaminar a necessidade das medidas cautelares
oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído
2019) pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIII - determinar a instauração de incidente de § 3º Os autos que compõem as matérias de
insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) competência do juiz das garantias ficarão
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído Ministério Público e da defesa, e não serão
pela Lei nº 13.964, de 2019)
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da
XV - assegurar prontamente, quando se fizer
instrução e julgamento, ressalvados os documentos
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao
relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção
seu defensor de acesso a todos os elementos
de provas ou de antecipação de provas, que deverão
informativos e provas produzidos no âmbito da
ser remetidos para apensamento em apartado.
investigação criminal, salvo no que concerne, (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
estritamente, às diligências em andamento; (Incluído § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos
pela Lei nº 13.964, de 2019)
autos acautelados na secretaria do juízo das
XVI - deferir pedido de admissão de assistente
garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
técnico para acompanhar a produção da perícia;
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
praticar qualquer ato incluído nas competências dos
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
persecução penal ou os de colaboração premiada,
funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
quando formalizados durante a investigação; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº rodízio de magistrados, a fim de atender às
13.964, de 2019) disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
garantias poderá, mediante representação da conforme as normas de organização judiciária da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por critérios objetivos a serem periodicamente
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
investigação não for concluída, a prisão será
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
cumprimento das regras para o tratamento dos
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
abrange todas as infrações penais, exceto as de autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
menor potencial ofensivo, e cessa com o imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a realização da prisão e a identidade do preso serão,
de modo padronizado e respeitada a programação

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normativa aludida no caput deste artigo, Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade infração penal, a autoridade policial deverá:
da persecução penal, o direito à informação e a I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela alterem o estado e conservação das coisas, até a
Lei nº 13.964, de 2019) chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)
DO INQUÉRITO POLICIAL
II - apreender os objetos que tiverem relação com o
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação
autoridades policiais no território de suas respectivas dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações III - colher todas as provas que servirem para o
penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
9.5.1995)
IV - ouvir o ofendido;
Parágrafo único. A competência definida neste
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
artigo não excluirá a de autoridades administrativas,
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
a quem por lei seja cometida a mesma função.
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
será iniciado:
leitura;
I - de ofício;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou
a acareações;
do Ministério Público, ou a requerimento do
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame
ofendido ou de quem tiver qualidade para
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
representá-lo.
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
sempre que possível:
autos sua folha de antecedentes;
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
ponto de vista individual, familiar e social, sua
característicos e as razões de convicção ou de
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
presunção de ser ele o autor da infração, ou os
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
motivos de impossibilidade de o fazer;
outros elementos que contribuírem para a
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
apreciação do seu temperamento e caráter.
sua profissão e residência.
X - colher informações sobre a existência de filhos,
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
respectivas idades e se possuem alguma deficiência
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
e o nome e o contato de eventual responsável pelos
Polícia.
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
conhecimento da existência de infração penal em Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por infração sido praticada de determinado modo, a
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, autoridade policial poderá proceder à reprodução
verificada a procedência das informações, mandará simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
instaurar inquérito. moralidade ou a ordem pública.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
depender de representação, não poderá sem ela ser observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
iniciado. Livro.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,
somente poderá proceder a inquérito a requerimento num só processado, reduzidas a escrito ou
de quem tenha qualidade para intentá-la.

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datilografadas e, neste caso, rubricadas pela Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
autoridade. prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
estiver preso preventivamente, contado o prazo,
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
13.344, de 2016) (Vigência)
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que de 2016) (Vigência)
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão
competente. dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar membro do Ministério Público ou o delegado de
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, polícia poderão requisitar, mediante autorização
mencionando o lugar onde possam ser encontradas. judicial, às empresas prestadoras de serviço de
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o telecomunicações e/ou telemática que
indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer disponibilizem imediatamente os meios técnicos
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores adequados – como sinais, informações e outros – que
diligências, que serão realizadas no prazo marcado permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
pelo juiz. delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os (Vigência)
objetos que interessarem à prova, acompanharão os § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa
autos do inquérito. posicionamento da estação de cobertura,
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído
denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
ou outra. § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação


necessárias à instrução e julgamento dos processos; de qualquer natureza, que dependerá de autorização
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)
pelo Ministério Público;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas
móvel celular por período não superior a 30 (trinta)
autoridades judiciárias;
dias, renovável por uma única vez, por igual período;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts.
III - para períodos superiores àquele de que trata o
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do
inciso II, será necessária a apresentação de ordem
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72
o membro do Ministério Público ou o delegado de
(setenta e duas) horas, contado do registro da
polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do
respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344,
poder público ou de empresas da iniciativa privada, de 2016) (Vigência)
dados e informações cadastrais da vítima ou de § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de
suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará
às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que

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disponibilizem imediatamente os meios técnicos Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
adequados – como sinais, informações e outros – que devolução do inquérito à autoridade policial, senão
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do para novas diligências, imprescindíveis ao
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. oferecimento da denúncia.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o arquivar autos de inquérito.
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
será realizada, ou não, a juízo da autoridade. inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às para a denúncia, a autoridade policial poderá
instituições dispostas no art. 144 da Constituição proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
Federal figurarem como investigados em inquéritos notícia.
policiais, inquéritos policiais militares e demais Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública,
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
investigação de fatos relacionados ao uso da força competente, onde aguardarão a iniciativa do
letal praticados no exercício profissional, de forma ofendido ou de seu representante legal, ou serão
consumada ou tentada, incluindo as situações entregues ao requerente, se o pedir, mediante
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de traslado.
dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o
poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
2019)
interesse da sociedade.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que
investigado deverá ser citado da instauração do
lhe forem solicitados, a autoridade policial não
procedimento investigatório, podendo constituir
poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
instauração de inquérito contra os requerentes.
contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
13.964, de 2019)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
dependerá sempre de despacho nos autos e somente
com ausência de nomeação de defensor pelo
será permitida quando o interesse da sociedade ou a
investigado, a autoridade responsável pela
conveniência da investigação o exigir.
investigação deverá intimar a instituição a que estava
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
vinculado o investigado à época da ocorrência dos
excederá de três dias, será decretada por despacho
fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito)
fundamentado do Juiz, a requerimento da
horas, indique defensor para a representação do
autoridade policial, ou do órgão do Ministério
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o
§ 3º (VETADO).
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da
§ 4º (VETADO).
Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27
§ 5º (VETADO).
de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de
§ 6º As disposições constantes deste artigo se 30.5.1966)
aplicam aos servidores militares vinculados às Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
instituições dispostas no art. 142 da Constituição houver mais de uma circunscrição policial, a
Federal, desde que os fatos investigados digam autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
diligências em circunscrição de outra,
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
independentemente de precatórias ou requisições, e
curador pela autoridade policial.
bem assim providenciará, até que compareça a

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autoridade competente, sobre qualquer fato que causalidade entre umas e outras, ou quando as
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao independente das primeiras. (Parágrafo acrescido pela Lei
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
60 dias após a publicação)
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
próprios da investigação ou instrução criminal, seria
pessoa do indiciado.
capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Parágrafo
TÍTULO VII - DA PROVA acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada
apreciação da prova produzida em contraditório
por decisão judicial, facultado às partes acompanhar
judicial, não podendo fundamentar sua decisão
o incidente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de
exclusivamente nos elementos informativos colhidos
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, a publicação)
não repetíveis e antecipadas. (“Caput” do artigo com § 4º (VETADO na Lei nº 11.690, de 9/6/2008)
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
declarada inadmissível não poderá proferir a
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das
sentença ou acórdão. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pessoas serão observadas as restrições estabelecidas
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
na lei civil. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação) CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO,
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM
GERAL
fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.690, de Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
a publicação) indireto, não podendo supri-lo a confissão do
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a acusado.
produção antecipada de provas consideradas Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
urgentes e relevantes, observando a necessidade, exame de corpo de delito quando se tratar de crime
adequação e proporcionalidade da medida; (Inciso que envolva:
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de
pessoa com deficiência. (Parágrafo único acrescido pela Lei
proferir sentença, a realização de diligências para
nº 13.721, de 2/10/2018)
dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Inciso acrescido
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
em vigor 60 dias após a publicação) conjunto de todos os procedimentos utilizados para
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser manter e documentar a história cronológica do
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
entendidas as obtidas em violação a normas para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
constitucionais ou legais. (“Caput” do artigo com redação reconhecimento até o descarte.
dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/200) § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas preservação do local de crime ou com procedimentos
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de

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policiais ou periciais nos quais seja detectada a relacionada, local de origem, nome de quem
existência de vestígio. transportou o vestígio, código de rastreamento,
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
como de potencial interesse para a produção da assinatura e identificação de quem o recebeu;
prova pericial fica responsável por sua preservação. VIII - processamento: exame pericial em si,
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível manipulação do vestígio de acordo com a
ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona metodologia adequada às suas características
à infração penal. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em resultado desejado, que deverá ser formalizado em
vigor 30 dias após a publicação)
laudo produzido por perito;
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o
IX - armazenamento: procedimento referente à
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
guarda, em condições adequadas, do material a ser
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento
processado, guardado para realização de
como de potencial interesse para a produção da
contraperícia, descartado ou transportado, com
prova pericial;
vinculação ao número do laudo correspondente;
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado
X - descarte: procedimento referente à liberação do
das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente
vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local
pertinente, mediante autorização judicial. (Artigo
de crime; acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
III - fixação: descrição detalhada do vestígio Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
conforme se encontra no local de crime ou no corpo Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser
de delito, e a sua posição na área de exames, realizada preferencialmente por perito oficial, que
podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou dará o encaminhamento necessário para a central de
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo custódia, mesmo quando for necessária a realização
pericial produzido pelo perito responsável pelo de exames complementares.
atendimento; § 1º Todos vestígios coletados no decurso do
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será inquérito ou processo devem ser tratados como
submetido à análise pericial, respeitando suas descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia
características e natureza; oficial de natureza criminal responsável por detalhar
V - acondicionamento: procedimento por meio do a forma do seu cumprimento.
qual cada vestígio coletado é embalado de forma § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem
individualizada, de acordo com suas características como a remoção de quaisquer vestígios de locais de
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, crime antes da liberação por parte do perito
com anotação da data, hora e nome de quem responsável, sendo tipificada como fraude
realizou a coleta e o acondicionamento; processual a sua realização. (Artigo acrescido pela Lei nº
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
local para o outro, utilizando as condições adequadas
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras),
vestígio será determinado pela natureza do material.
de modo a garantir a manutenção de suas
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com
características originais, bem como o controle de sua
lacres, com numeração individualizada, de forma a
posse;
garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
VII - recebimento: ato formal de transferência da
durante o transporte.
posse do vestígio, que deve ser documentado com,
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,
no mínimo, informações referentes ao número de
preservar suas características, impedir contaminação
procedimento e unidade de polícia judiciária
e vazamento, ter grau de resistência adequado e

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espaço para registro de informações sobre seu ou judiciária determinar as condições de depósito do
conteúdo. referido material em local diverso, mediante
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que requerimento do diretor do órgão central de perícia
vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa oficial de natureza criminal. (Artigo acrescido pela Lei nº
autorizada. 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
constar na ficha de acompanhamento de vestígio o
perícias serão realizados por perito oficial, portador
nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a
de diploma de curso superior. (“Caput” do artigo com
finalidade, bem como as informações referentes ao
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
novo lacre utilizado. de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado
interior do novo recipiente. (Artigo acrescido pela Lei nº por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
de curso superior preferencialmente na área
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística
relacionada com a natureza do exame. (Parágrafo com
deverão ter uma central de custódia destinada à
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
vinculada diretamente ao órgão central de perícia § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
oficial de natureza criminal. de bem e fielmente desempenhar o encargo.
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
de protocolo, com local para conferência, recepção, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
devolução de materiais e documentos, possibilitando publicação)

a seleção, a classificação e a distribuição de § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao


materiais, devendo ser um espaço seguro e assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e
apresentar condições ambientais que não interfiram ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
nas características do vestígio. assistente técnico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de
publicação)
vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua
informações sobre a ocorrência no inquérito que a
admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
eles se relacionam.
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio
partes intimadas desta decisão. (Parágrafo acrescido pela
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em
registradas a data e a hora do acesso. vigor 60 dias após a publicação)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido
armazenado, todas as ações deverão ser registradas, às partes, quanto à perícia:
consignando-se a identificação do responsável pela I - requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. prova ou para responderem a quesitos, desde que o
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na mandado de intimação e os quesitos ou questões a
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
serem esclarecidas sejam encaminhados com
publicação)
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material
apresentar as respostas em laudo complementar;
deverá ser devolvido à central de custódia, devendo
II - indicar assistentes técnicos que poderão
nela permanecer.
apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz
Parágrafo único. Caso a central de custódia não
ou ser inquiridos em audiência. (Parágrafo acrescido pela
possua espaço ou condições de armazenar
Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em
determinado material, deverá a autoridade policial vigor 60 dias após a publicação)

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§ 6º Havendo requerimento das partes, o material Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados
probatório que serviu de base à perícia será na posição em que forem encontrados, bem como,
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que na medida do possível, todas as lesões externas e
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito vestígios deixados no local do crime. (Artigo com redação
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for dada pela Lei nº 8.862, de 28/3/1994)
impossível a sua conservação. (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao
60 dias após a publicação) laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja desenhos, devidamente rubricados.
mais de uma área de conhecimento especializado, Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento
oficial, e a parte indicar mais de um assistente pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
técnico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, repartição congênere ou pela inquirição de
publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e
publicação)
de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
todos os sinais e indicações.
descreverão minuciosamente o que examinarem, e
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão
responderão aos quesitos formulados.
arrecadados e autenticados todos os objetos
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
encontrados, que possam ser úteis para a
prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
identificação do cadáver.
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de
dos peritos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 8.862, de
28/3/1994)
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
em qualquer dia e a qualquer hora. Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência exame complementar por determinação da
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
antes daquele prazo, o que declararão no auto. requerimento do Ministério Público, do ofendido ou
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, do acusado, ou de seu defensor.
bastará o simples exame externo do cadáver, quando § 1º No exame complementar, os peritos terão
não houver infração penal que apurar, ou quando as presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe
lesões externas permitirem precisar a causa da morte a deficiência ou retificá-lo.
e não houver necessidade de exame interno para a § 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação
verificação de alguma circunstância relevante. do delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá
Art. 163. Em caso de exumação para exame ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado
cadavérico, a autoridade providenciará para que, em da data do crime.
dia e hora previamente marcados, se realize a § 3º A falta de exame complementar poderá ser
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. suprida pela prova testemunhal.
Parágrafo único. O administrador de cemitério Art. 169. Para o efeito de exame do local onde
público ou particular indicará o lugar da sepultura, houver sido praticada a infração, a autoridade
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de providenciará imediatamente para que não se altere
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar- o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a poderão instruir seus laudos com fotografias,
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que desenhos ou esquemas elucidativos.
tudo constará do auto.

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Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as IV - quando não houver escritos para a comparação
alterações do estado das coisas e discutirão, no ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade
relatório, as consequências dessas alterações na mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado.
dinâmica dos fatos. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta
8.862, de 28/3/1994) última diligência poderá ser feita por precatória, em
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos que se consignarão as palavras que a pessoa será
guardarão material suficiente para a eventualidade intimada a escrever.
de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
serão ilustrados com provas fotográficas, ou empregados para a prática da infração, a fim de se
microfotográficas, desenhos ou esquemas. lhes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
rompimento de obstáculo à subtração da coisa, ou quesitos até o ato da diligência.
por meio de escalada, os peritos, além de descrever Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
os vestígios, indicarão com que instrumentos, por peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo,
que meios e em que época presumem ter sido o fato porém, no caso de ação privada, acordo das partes,
praticado. essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes
avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que serão transcritos na precatória.
constituam produto do crime. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os requisitado pela autoridade ao diretor da repartição,
peritos procederão à avaliação por meio dos juntando-se ao processo o laudo assinado pelos
elementos existentes nos autos e dos que resultarem peritos.
de diligências. Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos
a causa e o lugar em que houver começado, o perigo peritos e, se presente ao exame, também pela
que dele tiver resultado para a vida ou para o autoridade.
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo
as demais circunstâncias que interessarem à único, o laudo, que poderá ser datilografado, será
elucidação do fato. subscrito e rubricado em suas folhas por todos os
Art. 174. No exame para o reconhecimento de peritos.
escritos, por comparação de letra, observar-se-á o Art. 180. Se houver divergência entre os peritos,
seguinte: serão consignadas no auto do exame as declarações
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
escrito será intimada para o ato, se for encontrada; separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará
II - para a comparação, poderão servir quaisquer um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade
documentos que a dita pessoa reconhecer ou já poderá mandar proceder a novo exame por outros
tiverem sido judicialmente reconhecidos como de peritos.
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver Art. 181. No caso de inobservância de formalidades,
dúvida; ou no caso de omissões, obscuridades ou
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, contradições, a autoridade judiciária mandará suprir
para o exame, os documentos que existirem em a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.
arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.862, de
realizará a diligência, se daí não puderem ser 28/3/1994)
retirados;

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Parágrafo único. A autoridade poderá também III - impedir a influência do réu no ânimo de
ordenar que se proceda a novo exame, por outros testemunha ou da vítima, desde que não seja
peritos, se julgar conveniente. possível colher o depoimento destas por
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo videoconferência, nos termos do art. 217 deste
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Código; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação IV - responder à gravíssima questão de ordem
pública, observar-se-á o disposto no art. 19. pública. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o § 3º Da decisão que determinar a realização de
juiz ou a autoridade policial negará a perícia interrogatório por videoconferência, as partes serão
requerida pelas partes, quando não for necessária ao intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
esclarecimento da verdade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o
CAPÍTULO III - DO INTERROGATÓRIO DO preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema
ACUSADO
tecnológico, a realização de todos os atos da
Art. 185. O acusado que comparecer perante a
audiência única de instrução e julgamento de que
autoridade judiciária, no curso do processo penal,
tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Parágrafo
será qualificado e interrogado na presença de seu acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
defensor, constituído ou nomeado. (“Caput” do artigo § 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz
com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em
reservada com o seu defensor; se realizado por
sala própria, no estabelecimento em que estiver
videoconferência, fica também garantido o acesso a
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança
canais telefônicos reservados para comunicação
do juiz, do membro do Ministério Público e dos
entre o defensor que esteja no presídio e o advogado
auxiliares bem como a presença do defensor e a
presente na sala de audiência do Fórum, e entre este
publicidade do ato. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de
e o preso. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
1º/12/2003, e com nova redação dada pela Lei nº 11.900, de
8/1/2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão para a realização de atos processuais por sistema de
fundamentada, de ofício ou a requerimento das videoconferência será fiscalizada pelos corregedores
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso e pelo juiz de cada causa, como também pelo
por sistema de videoconferência ou outro recurso Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do
tecnológico de transmissão de sons e imagens em Brasil. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
tempo real, desde que a medida seja necessária para § 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em
atender a uma das seguintes finalidades: (“Caput” do juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se
parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003, e com nova realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º deste artigo.
redação dada pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista § 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste
fundada suspeita de que o preso integre organização artigo, no que couber, à realização de outros atos
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir processuais que dependam da participação de
durante o deslocamento; (Inciso acrescido pela Lei nº pessoa que esteja presa, como acareação,
11.900, de 8/1/2009) reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de
II - viabilizar a participação do réu no referido ato testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
processual, quando haja relevante dificuldade para (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou § 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o
outra circunstância pessoal; (Inciso acrescido pela Lei nº acompanhamento do ato processual pelo acusado e
11.900, de 8/1/2009) seu defensor. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de
8/1/2009)

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§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação VII - todos os demais fatos e pormenores que
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se conduzam à elucidação dos antecedentes e
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de circunstâncias da infração;
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
indicado pela pessoa presa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
13.257, de 8/3/2016) Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e indagará das partes se restou algum fato para ser
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado esclarecido, formulando as perguntas
será informado pelo juiz, antes de iniciar o correspondentes se o entender pertinente e
interrogatório, do seu direito de permanecer calado relevante. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
e de não responder perguntas que lhe forem 1º/12/2003)
formuladas. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no
10.792, de 1º/12/2003) todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em indicar provas. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo 1º/12/2003)
da defesa. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 10.792, de Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado
1º/12/2003) sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.
partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
1º/12/2003) interrogados separadamente. (Artigo com redação dada
§ 1º Na primeira parte o interrogando será pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
perguntado sobre a residência, meios de vida ou Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi I - ao surdo serão apresentadas por escrito as
preso ou processado alguma vez e, em caso perguntas, que ele responderá oralmente;
afirmativo, qual o juízo do processo, se houve II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,
suspensão condicional ou condenação, qual a pena respondendo-as por escrito;
imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas
sociais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003) por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. (Artigo
motivo particular a que atribuí-la, se conhece a com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve nacional, o interrogatório será feito por meio de
antes da prática da infração ou depois dela; intérprete. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º/12/2003)
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
infração e se teve notícia desta;
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não
IV - as provas já apuradas;
puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas
no termo. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
1º/12/2003)
contra elas;
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado
a infração, ou qualquer objeto que com esta se
relacione e tenha sido apreendido;

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de qualquer das partes. (Artigo com redação dada pela Lei nº ofendido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
10.792, de 1º/12/2003) publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos encaminhar o ofendido para atendimento
critérios adotados para os outros elementos de multidisciplinar, especialmente nas áreas
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
confrontá-la com as demais provas do processo, expensas do ofensor ou do Estado. (Parágrafo acrescido
verificando se entre ela e estas existe pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
compatibilidade ou concordância. em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 198. O silêncio do acusado não importará § 6º O juiz tomará as providências necessárias à
confissão, mas poderá constituir elemento para a preservação da intimidade, vida privada, honra e
formação do convencimento do juiz. imagem do ofendido, podendo, inclusive,
Art. 199. A confissão, quando feita fora do determinar o segredo de justiça em relação aos
interrogatório, será tomada por termo nos autos, dados, depoimentos e outras informações
observado o disposto no art. 195. constantes dos autos a seu respeito para evitar sua
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem exposição aos meios de comunicação. (Parágrafo
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
exame das provas em conjunto.
CAPÍTULO VI - DAS TESTEMUNHAS
CAPÍTULO V - DO OFENDIDO
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade,
provas que possa indicar, tomando-se por termo as
seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde
suas declarações. (“Caput” do artigo com redação dada pela
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de
Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em
vigor 60 dias após a publicação) alguma das partes, ou quais suas relações com
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer qualquer delas, e relatar o que souber, explicando
sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias
presença da autoridade. (Parágrafo único transformado em pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
§ 1º pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de Art. 204. O depoimento será prestado oralmente,
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) não sendo permitido à testemunha trazê-lo por
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos escrito.
processuais relativos ao ingresso e à saída do Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,
acusado da prisão, à designação de data para entretanto, breve consulta a apontamentos.
audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da
mantenham ou modifiquem. (Parágrafo acrescido pela Lei testemunha, o juiz procederá à verificação pelos
nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-
60 dias após a publicação)
lhe o depoimento desde logo.
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
no endereço por ele indicado, admitindo-se, por
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se
opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
realização, será reservado espaço separado para o

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quando não for possível, por outro modo, obter-se ou pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
em vigor 60 dias após a publicação)
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em
juiz poderá complementar a inquirição. (Parágrafo único
razão de função, ministério, ofício ou profissão,
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando
o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos inseparáveis da narrativa do fato.
menores de 14 anos, nem às pessoas a que se refere Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes
o art. 206. poderão contraditar a testemunha ou argüir
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
partes. contradita ou argüição e a resposta da testemunha,
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá
pessoas a que as testemunhas se referirem. compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá
que nada souber que interesse à decisão da causa. cingir-se, tanto quanto possível, às expressões
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam as suas frases.
os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti- Art. 216. O depoimento da testemunha será
las das penas cominadas ao falso testemunho. reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.690, de
partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação) puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela,
Parágrafo único. Antes do início da audiência e depois de lido na presença de ambos.
durante a sua realização, serão reservados espaços Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu
separados para a garantia da incomunicabilidade das poderá causar humilhação, temor, ou sério
testemunhas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a modo que prejudique a verdade do depoimento, fará
publicação) a inquirição por videoconferência e, somente na
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, impossibilidade dessa forma, determinará a retirada
reconhecer que alguma testemunha fez afirmação do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença
falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do do seu defensor. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei
depoimento à autoridade policial para a instauração nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
de inquérito. 60 dias após a publicação)
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas
em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir previstas no caput deste artigo deverá constar do
decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. termo, assim como os motivos que a determinaram.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
561), ou o conselho de sentença, após a votação dos
publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a publicação)
testemunha à autoridade policial. Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem apresentação ou determinar seja conduzida por
relação com a causa ou importarem na repetição de
outra já respondida. (“Caput” do artigo com redação dada

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oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da § 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o
força pública. julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa vez devolvida, será junta aos autos.
a multa prevista no artigo 453, sem prejuízo do § 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a
processo penal por crime de desobediência, e oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio
condená-la ao pagamento das custas da diligência. de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
(Artigo com redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) transmissão de sons e imagens em tempo real,
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por permitida a presença do defensor e podendo ser
enfermidade ou por velhice, de comparecer para realizada, inclusive, durante a realização da
depor, serão inquiridas onde estiverem. audiência de instrução e julgamento. (Parágrafo
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
República, os Senadores e Deputados Federais, os Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas
Ministros de Estado, os Governadores de Estado e se demonstrada previamente a sua
Territórios, os Secretários de Estado, os Prefeitos do imprescindibilidade, arcando a parte requerente com
Distrito Federal e dos Municípios, os Deputados às os custos de envio.
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o
Poder Judiciário, os Ministros e Juízes dos Tribunais disposto nos §§ 1º e 2º do art. 222 deste Código. (Artigo
de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a
em local, dia e hora previamente ajustados entre eles língua nacional, será nomeado intérprete para
e o Juiz. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 3.653, traduzir as perguntas e respostas.
de 4/11/1959) Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art.
os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos 192.
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz,
optar pela prestação de depoimento por escrito, caso dentro de um ano, qualquer mudança de residência,
em que as perguntas, formuladas pelas partes e sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do
deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofício. não-comparecimento.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) Art. 225. Se qualquer testemunha houver de
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,
autoridade superior. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
6.416, de 24/5/1977)
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
no artigo 218, devendo, porém, a expedição do
antecipadamente o depoimento.
mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia CAPÍTULO VII - DO RECONHECIMENTO DE
e da hora marcados. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, PESSOAS E COISAS
de 24/5/1977) Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
do juiz, será inquirida pelo juiz do lugar de sua seguinte forma:
residência, expedindo-se, para esse fim, carta I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. convidada a descrever a pessoa que deva ser
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a reconhecida;
instrução criminal. II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela

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tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem Esta diligência só se realizará quando não importe
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda
III - se houver razão para recear que a pessoa conveniente.
chamada para o reconhecimento, por efeito de
CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS
intimidação ou outra influência, não diga a verdade
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes
em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
poderão apresentar documentos em qualquer fase
autoridade providenciará para que esta não veja
do processo.
aquela;
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela
particulares.
pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
Parágrafo único. À fotografia do documento,
por duas testemunhas presenciais.
devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
Parágrafo único. O disposto no n. III deste artigo não
original.
terá aplicação na fase da instrução criminal ou em
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou
plenário de julgamento.
obtidas por meios criminosos, não serão admitidas
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-
em juízo.
se-á com as cautelas estabelecidas no artigo anterior,
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em
no que for aplicável.
juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a
seu direito, ainda que não haja consentimento do
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto,
signatário.
cada uma fará a prova em separado, evitando-se
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
qualquer comunicação entre elas.
documento relativo a ponto relevante da acusação
CAPÍTULO VIII - DA ACAREAÇÃO ou da defesa, providenciará, independentemente de
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, requerimento de qualquer das partes, para sua
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, juntada aos autos, se possível.
entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares
entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, serão submetidas a exame pericial, quando
em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias contestada a sua autenticidade.
relevantes. Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, prejuízo de sua juntada imediata, serão, se
para que expliquem os pontos de divergência, necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
reduzindo-se a termo o ato de acareação. falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
declarações divirjam das de outra, que esteja conferidas com o original, em presença da
presente, a esta se darão a conhecer os pontos da autoridade.
divergência, consignando-se no auto o que explicar Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo
ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á findo, quando não exista motivo relevante que
precatória à autoridade do lugar onde resida a justifique a sua conservação nos autos, poderão,
testemunha ausente, transcrevendo-se as mediante requerimento, e ouvido o Ministério
declarações desta e as da testemunha presente, nos Público, ser entregues à parte que os produziu,
pontos em que divergirem, bem como o texto do ficando traslado nos autos.
referido auto, a fim de que se complete a diligência,
CAPÍTULO X - DOS INDÍCIOS
ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma
Art. 239. Considera-se indício a circunstância
forma estabelecida para a testemunha presente.
conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,

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autorize, por indução, concluir-se a existência de § 2º Não será permitida a apreensão de documento
outra ou outras circunstâncias. em poder do defensor do acusado, salvo quando
constituir elemento do corpo de delito.
CAPÍTULO XI - DA BUSCA E DA APREENSÃO
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado,
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando
de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou
fundadas razões a autorizarem, para:
de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
a) prender criminosos;
ou quando a medida for determinada no curso de
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
busca domiciliar.
criminosos;
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores
d) apreender armas e munições, instrumentos
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem
utilizados na prática de crime ou destinados a fim
o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a
delituoso;
porta.
e) descobrir objetos necessários à prova de infração
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará
ou à defesa do réu;
previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de
porta e forçada a entrada.
que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o
elucidação do fato;
emprego de força contra coisas existentes no interior
g) apreender pessoas vítimas de crime;
da casa, para o descobrimento do que se procura.
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
houver e estiver presente.
letra h do parágrafo anterior.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
judiciária não a realizar pessoalmente, a busca
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura,
domiciliar deverá ser precedida da expedição de
será imediatamente apreendida e posta sob custódia
mandado.
da autoridade ou de seus agentes.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto
ou a requerimento de qualquer das partes.
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
Art. 243. O mandado de busca deverá:
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo
que será realizada a diligência e o nome do respectivo
anterior, quando se tiver de proceder a busca em
proprietário ou morador; ou, no caso de busca
compartimento habitado ou em aposento ocupado
pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os
de habitação coletiva ou em compartimento não
sinais que a identifiquem;
aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
atividade.
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa
autoridade que o fizer expedir.
procurada, os motivos da diligência serão
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o
texto do mandado de busca.
requerer.

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Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
a publicação)
modo que não moleste os moradores mais do que o
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas
indispensável para o êxito da diligência.
isolada ou cumulativamente. (Parágrafo acrescido pela Lei
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da 60 dias após a publicação)
diligência. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão a requerimento das partes ou, quando no curso da
penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que investigação criminal, por representação da
de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, autoridade policial ou mediante requerimento do
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403,
apresentar-se à competente autoridade local, antes de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
da diligência ou após, conforme a urgência desta. 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes em vigor 30 dias após a publicação)

vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de


a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
transporte, a seguirem sem interrupção, embora medida cautelar, determinará a intimação da parte
depois a percam de vista; contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco)
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, dias, acompanhada de cópia do requerimento e das
por informações fidedignas ou circunstâncias peças necessárias, permanecendo os autos em juízo,
indiciárias, que está sendo removida ou transportada e os casos de urgência ou de perigo deverão ser
em determinada direção, forem ao seu encalço. justificados e fundamentados em decisão que
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões contenha elementos do caso concreto que
para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas justifiquem essa medida excepcional. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova redação
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos,
dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra
ou da legalidade dos mandados que apresentarem, do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de § 4º No caso de descumprimento de qualquer das
modo que não se frustre a diligência. obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento
TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS do Ministério Público, de seu assistente ou do
CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA querelante, poderá substituir a medida, impor outra
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste
deste Código. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de
Título deverão ser aplicadas observando-se a: (“Caput”
4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
em vigor 30 dias após a publicação)
publicação)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
verificar a falta de motivo para que subsista, bem
expressamente previstos, para evitar a prática de
como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que
infrações penais; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
a justifiquem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de
publicação) 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
II - adequação da medida à gravidade do crime,
em vigor 30 dias após a publicação)
circunstâncias do fato e condições pessoais do
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada
indiciado ou acusado. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403,
quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código,

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e o não cabimento da substituição por outra medida não puder escrever, o fato será mencionado em
cautelar deverá ser justificado de forma declaração, assinada por duas testemunhas.
fundamentada nos elementos presentes do caso Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de
concreto, de forma individualizada. (Parágrafo acrescido exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso,
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
que tiver expedido o mandado, para a realização de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
audiência de custódia. (Artigo com redação dada pela Lei nº
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
flagrante delito ou por ordem escrita e 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
fundamentada da autoridade judiciária competente, Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que
em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou
condenação criminal transitada em julgado. (“Caput” carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
executor ou apresentada a guia expedida pela
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
autoridade competente, devendo ser passado recibo
dias após a publicação)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não da entrega do preso, com declaração de dia e hora.
se aplicam à infração a que não for isolada, Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no
cumulativa ou alternativamente cominada pena próprio exemplar do mandado, se este for o
privativa de liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº documento exibido.
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 Art. 289. Quando o acusado estiver no território
dias após a publicação) nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a deprecada a sua prisão, devendo constar da
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à precatória o inteiro teor do mandado. (“Caput” do artigo
inviolabilidade do domicílio. (Parágrafo acrescido pela Lei com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
60 dias após a publicação) § 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, prisão por qualquer meio de comunicação, do qual
salvo a indispensável no caso de resistência ou de deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor
tentativa de fuga do preso. da fiança se arbitrada. (Parágrafo único transformado em §
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará 1º e com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
expedir o respectivo mandado. no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)

Parágrafo único. O mandado de prisão: § 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará


a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela as precauções necessárias para averiguar a
autoridade; autenticidade da comunicação. (Parágrafo acrescido pela
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
vigor 60 dias após a publicação)
nome, alcunha ou sinais característicos;
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta)
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
dias, contados da efetivação da medida. (Parágrafo
afiançável a infração; acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
execução. Art. 289-A. O juiz competente providenciará o
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o imediato registro do mandado de prisão em banco de
executor entregará ao preso, logo depois da prisão, dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
um dos exemplares com declaração do dia, hora e para essa finalidade.
lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar § 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou determinada no mandado de prisão registrado no

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Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que
competência territorial do juiz que o expediu. fique esclarecida a dúvida.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-
decretada, ainda que sem registro no Conselho se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer
Nacional de Justiça, adotando as precauções do réu, lhe apresente o mandado e o intime a
necessárias para averiguar a autenticidade do acompanhá-lo.
mandado e comunicando ao juiz que a decretou, Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
devendo este providenciar, em seguida, o registro do resistência à prisão em flagrante ou à determinada
mandado na forma do caput deste artigo. por autoridade competente, o executor e as pessoas
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários
do local de cumprimento da medida o qual para defender-se ou para vencer a resistência, do que
providenciará a certidão extraída do registro do tudo se lavrará auto subscrito também por duas
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo testemunhas.
que a decretou. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos mulheres grávidas durante os atos médico-
termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição hospitalares preparatórios para a realização do parto
Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu e durante o trabalho de parto, bem como em
advogado, será comunicado à Defensoria Pública. mulheres durante o período de puerpério imediato.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 13.434, de 12/4/2017)

legitimidade da pessoa do executor ou sobre a Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do segurança, que o réu entrou ou se encontra em
art. 290 deste Código. alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo,
§ 6° O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido
registro do mandado de prisão a que se refere o caput imediatamente, o executor convocará duas
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o
publicação) executor, depois da intimação ao morador, se não for
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a
território de outro município ou comarca, o executor casa incomunicável, e, logo que amanheça,
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, arrombará as portas e efetuará a prisão.
apresentando-o imediatamente à autoridade local, Parágrafo único. O morador que se recusar a
que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de entregar o réu oculto em sua casa será levado à
flagrante, providenciará para a remoção do preso. presença da autoridade, para que se proceda contra
(“Caput” do artigo retificado no DOU de 24/10/1941)
ele como for de direito.
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-
do réu, quando:
se-á o disposto no artigo anterior, no que for
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
aplicável.
interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas,
especial, à disposição da autoridade competente,
que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou
quando sujeitos a prisão antes de condenação
qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu
definitiva:
encalço.
I - os ministros de Estado;
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas
II - os governadores ou interventores de Estados e
razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
Territórios, o Prefeito do Distrito Federal, seus
executor ou da legalidade do mandado que
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os

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vereadores e chefes de Polícia; (Inciso com redação dada Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
pela Lei nº 3.181, de 11/6/1957) pela autoridade judiciária, a autoridade policial
III - os membros do Parlamento Nacional, do poderá expedir tantos outros quantos necessários às
Conselho de Economia Nacional e das Assembleias diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido
Legislativas dos Estados; o teor do mandado original.
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
V - os oficiais das Forças Armadas e os militares dos no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Inciso Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
com redação dada pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001) mandado judicial, por qualquer meio de
VI - os magistrados; comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se
VII - os diplomados por qualquer das faculdades fizer a requisição, as precauções necessárias para
superiores da República; averiguar a autenticidade desta. (Artigo com redação
VIII - os ministros de confissão religiosa; dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)

X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
a função de jurado, salvo quando excluídos da lista separadas das que já estiverem definitivamente
por motivo de incapacidade para o exercício daquela condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
função;
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos publicação)
Estados e Territórios, ativos ou inativos. (Inciso Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
acrescido pela Lei nº 4.760, de 23/8/1965, e com redação dada
após a lavratura dos procedimentos legais, será
pela Lei nº 5.126, de 29/9/1966)
recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em
onde ficará preso à disposição das autoridades
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
competentes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de
em local distinto da prisão comum. (Parágrafo acrescido
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
publicação)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o
preso especial, este será recolhido em cela distinta CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE
do mesmo estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
nº 10.258, de 11/7/2001) policiais e seus agentes deverão prender quem quer
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento que seja encontrado em flagrante delito.
coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, I - está cometendo a infração penal;
insolação e condicionamento térmico adequados à II - acaba de cometê-la;
existência humana. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.258, III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
de 11/7/2001)
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
§ 4º O preso especial não será transportado
faça presumir ser autor da infração;
juntamente com o preso comum. (Parágrafo acrescido
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial
autor da infração.
serão os mesmos do preso comum. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for agente em flagrante delito enquanto não cessar a
possível, serão recolhidos à prisão, em permanência.
estabelecimentos militares, de acordo com os Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
respectivos regulamentos. competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do

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termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
60 dias após a publicação)
procederá à oitiva das testemunhas que o
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso,
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
condutor e os das testemunhas. (Parágrafo acrescido pela
autoridade, afinal, o auto. (“Caput” do artigo com redação
Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
§ 1º Resultando das respostas fundada suspeita dias após a publicação)
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo Art. 307. Quando o fato for praticado em presença
à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou funções, constarão do auto a narração desse fato, a
processo, se para isso for competente; se não o for, voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os
enviará os autos à autoridade que o seja. depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com remetido imediatamente ao juiz a quem couber
o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a
pessoas que hajam testemunhado a apresentação do autoridade que houver presidido o auto.
preso à autoridade. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em apresentado à do lugar mais próximo.
flagrante será assinado por duas testemunhas, que Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
tenham ouvido sua leitura na presença deste. liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005)
flagrante.
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,
deverá constar a informação sobre a existência de
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas
filhos, respectivas idades e se possuem alguma
após a realização da prisão, o juiz deverá promover
deficiência e o nome e o contato de eventual
audiência de custódia com a presença do acusado,
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
seu advogado constituído ou membro da Defensoria
pessoa presa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
8/3/2016)
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
auto, depois de prestado o compromisso legal. em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde I - relaxar a prisão ilegal; ou (Inciso acrescido pela Lei nº
se encontre serão comunicados imediatamente ao 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
juiz competente, ao Ministério Público e à família do dias após a publicação)

preso ou à pessoa por ele indicada. (“Caput” do artigo II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no quando presentes os requisitos constantes do art.
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização insuficientes as medidas cautelares diversas da
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o prisão; ou (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
informe o nome de seu advogado, cópia integral para publicação)

a Defensoria Pública. (Parágrafo único transformado em § III - conceder liberdade provisória, com ou sem
1º pela Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei fiança. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
publicação)
como garantia da ordem pública, da ordem
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
econômica, por conveniência da instrução criminal
flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
das condições constantes dos incisos I, II ou III do
houver prova da existência do crime e indício
caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
de liberdade do imputado. (“Caput” do artigo com redação
fundamentadamente, conceder ao acusado dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra
liberdade provisória, mediante termo de do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
comparecimento obrigatório a todos os atos § 1º A prisão preventiva também poderá ser
processuais, sob pena de revogação. (Parágrafo único decretada em caso de descumprimento de qualquer
acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, transformado em § 1º das obrigações impostas por força de outras medidas
e com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
cautelares (art. 282, § 4º). (Parágrafo único acrescido pela
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº
publicação)
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
que integra organização criminosa armada ou § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem existência concreta de fatos novos ou
medidas cautelares. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, contemporâneos que justifiquem a aplicação da
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
medida adotada. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
em vigor 30 dias após a publicação)
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação em vigor 30 dias após a publicação)
idônea, à não realização da audiência de custódia no Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá admitida a decretação da prisão preventiva: (“Caput”
administrativa, civil e penalmente pela omissão. do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
publicação) I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Inciso
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
a não realização de audiência de custódia sem DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
motivação idônea ensejará também a ilegalidade da II - se tiver sido condenado por outro crime doloso,
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
sem prejuízo da possibilidade de imediata disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-
decretação de prisão preventiva. (Parágrafo acrescido Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do Penal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
do processo penal, caberá a prisão preventiva enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério execução das medidas protetivas de urgência; (Inciso
Público, do querelante ou do assistente, ou por com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
representação da autoridade policial. (Artigo com DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na § 1º Também será admitida a prisão preventiva
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a quando houver dúvida sobre a identidade civil da
publicação)
pessoa ou quando esta não fornecer elementos

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
colocado imediatamente em liberdade após a processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a adotada pelo julgador;
manutenção da medida. (Parágrafo único acrescido pela V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº súmula, sem identificar seus fundamentos
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
determinantes nem demonstrar que o caso sob
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
preventiva com a finalidade de antecipação de
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
cumprimento de pena ou como decorrência imediata
sem demonstrar a existência de distinção no caso em
de investigação criminal ou da apresentação ou
julgamento ou a superação do entendimento.
recebimento de denúncia. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
publicação)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
investigação ou do processo, verificar a falta de
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
motivo para que ela subsista, bem como novamente
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Código Penal. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
a publicação) em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
denegar a prisão preventiva será sempre motivada e deverá o órgão emissor da decisão revisar a
fundamentada. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
pena de tornar a prisão ilegal. (Parágrafo único acrescido
§ 1º Na motivação da decretação da prisão
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
deverá indicar concretamente a existência de fatos
CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR
novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada. (Parágrafo acrescido pela Art. 317. A prisão domiciliar consiste no
Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU recolhimento do indiciado ou acusado em sua
de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) residência, só podendo dela ausentar-se com
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer autorização judicial. (Artigo com redação dada pela Lei nº
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
acórdão, que: dias após a publicação)

I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
de ato normativo, sem explicar sua relação com a pela domiciliar quando o agente for: (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
causa ou a questão decidida;
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Inciso acrescido pela Lei nº
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
caso; dias após a publicação)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar II - extremamente debilitado por motivo de doença
qualquer outra decisão; grave; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)

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III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no III - proibição de manter contato com pessoa
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) determinada quando, por circunstâncias
IV - gestante; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) dela permanecer distante; (Inciso com redação dada pela
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
incompletos; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) vigor 60 dias após a publicação)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade permanência seja conveniente ou necessária para a
incompletos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) investigação ou instrução; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá
dias após a publicação)
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
artigo. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.403, de
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação) residência e trabalho fixos; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher
dias após a publicação)
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças
VI - suspensão do exercício de função pública ou de
ou pessoas com deficiência será substituída por
atividade de natureza econômica ou financeira
prisão domiciliar, desde que:
quando houver justo receio de sua utilização para a
I - não tenha cometido crime com violência ou grave
prática de infrações penais; (Inciso acrescido pela Lei nº
ameaça a pessoa; 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dias após a publicação)
dependente. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.769, de VII - internação provisória do acusado nas hipóteses
19/12/2018) de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 quando os peritos concluírem ser inimputável ou
e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver
aplicação concomitante das medidas alternativas risco de reiteração; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de
previstas no art. 319 deste Código. (Artigo acrescido pela 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
Lei nº 13.769, de 19/12/2018) publicação)
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para
CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS
CAUTELARES assegurar o comparecimento a atos do processo,
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de resistência injustificada à ordem judicial; (Inciso
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
publicação) 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e IX - monitoração eletrônica. (Inciso acrescido pela Lei nº
nas condições fixadas pelo juiz, para informar e 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
justificar atividades; (Inciso com redação dada pela Lei nº
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
dias após a publicação)
II - proibição de acesso ou frequência a determinados § 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
distante desses locais para evitar o risco de novas § 4º A fiança será aplicada de acordo com as
infrações; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser

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cumulada com outras medidas cautelares. (Parágrafo Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será publicação)
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando- fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
se o indiciado ou acusado para entregar o motivo justo, qualquer das obrigações a que se
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Inciso com
(Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
publicação) II - em caso de prisão civil ou militar; (Inciso com redação
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
COM OU SEM FIANÇA III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá IV - quando presentes os motivos que autorizam a
conceder liberdade provisória, impondo, se for o decretação da prisão preventiva (art. 312). (Inciso
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, e com redação dada
deste Código e observados os critérios constantes do pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
em vigor 60 dias após a publicação)
art. 282 deste Código. (“Caput” do artigo com redação dada
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
em vigor 60 dias após a publicação) autoridade que a conceder nos seguintes limites:
Art. 322. A autoridade policial somente poderá (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
conceder fiança nos casos de infração cuja pena
publicação)
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se
(quatro) anos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
60 dias após a publicação)
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos,
oito) horas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 6.416, de quando o máximo da pena privativa de liberdade
24/5/1977, e com redação da Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Inciso
no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
Art. 323. Não será concedida fiança: (“Caput” do artigo
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
I - nos crimes de racismo; (Inciso com redação dada pela Lei preso, a fiança poderá ser: (Parágrafo único transformado
em § 1º pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação dada pela
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
60 dias após a publicação)
vigor 60 dias após a publicação)
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
(Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação
definidos como crimes hediondos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis (Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação
ou militares, contra a ordem constitucional e o dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
Estado Democrático; (Inciso com redação dada pela Lei nº 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)

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III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Inciso cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de prova de que se acham livres de ônus.
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
recolhido à repartição arrecadadora federal ou
autoridade terá em consideração a natureza da
estadual, ou entregue ao depositário público,
infração, as condições pessoais de fortuna e vida
juntando-se aos autos os respectivos
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas
conhecimentos.
de sua periculosidade, bem como a importância
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não
provável das custas do processo, até final
se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao
julgamento.
escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade,
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas
lhe assina este artigo, o que tudo constará do termo
as vezes que for intimado para atos do inquérito e da
de fiança.
instrução criminal e para julgamento. Quando o réu
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será
não comparecer, a fiança será havida como
competente para conceder a fiança a autoridade que
quebrada.
presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
mandado, o juiz que o houver expedido, ou a
quebramento da fiança, mudar de residência, sem
autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido
prévia permissão da autoridade processante, ou
requisitada a prisão.
ausentar-se por mais de oito dias de sua residência,
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será
concedida independentemente de audiência do
encontrado.
Ministério Público, este terá vista do processo a fim
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
de requerer o que julgar conveniente.
haverá um livro especial, com termos de abertura e
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não
de encerramento, numerado e rubricado em todas as
transitar em julgado a sentença condenatória. (Artigo
suas folhas pela autoridade, destinado com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
especialmente aos termos de fiança. O termo será DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade
por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por
para juntar-se aos autos. ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão perante o juiz competente, que decidirá em 48
pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção (quarenta e oito) horas. (Artigo com redação dada pela Lei
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
60 dias após a publicação)
autos.
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
servirão ao pagamento das custas, da indenização do
consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for
ou metais preciosos, títulos da dívida pública,
condenado.
federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
inscrita em primeiro lugar.
no caso da prescrição depois da sentença
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
condenatória (art. 110 do Código Penal). (Artigo com
metais preciosos será feita imediatamente por perito
redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
nomeado pela autoridade. de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou
da dívida pública, o valor será determinado pela sua passar em julgado sentença que houver absolvido o
acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor

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que a constituir, atualizado, será restituído sem Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. importará na perda de metade do seu valor, cabendo
336 deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
dias após a publicação)
preventiva. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
na espécie será cassada em qualquer fase do publicação)
processo. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o
Art. 339. Será também cassada a fiança quando valor da fiança, se, condenado, o acusado não se
reconhecida a existência de delito inafiançável, no apresentar para o início do cumprimento da pena
caso de inovação na classificação do delito. definitivamente imposta. (Artigo com redação dada pela
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
vigor 60 dias após a publicação)
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor,
insuficiente;
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado
II - quando houver depreciação material ou
estiver obrigado, será recolhido ao fundo
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados,
penitenciário, na forma da lei. (Artigo com redação dada
ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
III - quando for inovada a classificação do delito. em vigor 60 dias após a publicação)
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas
será recolhido à prisão, quando, na conformidade as deduções previstas no art. 345 deste Código, o
deste artigo, não for reforçada. valor restante será recolhido ao fundo penitenciário,
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o na forma da lei. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
acusado: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 a publicação)
dias após a publicação) Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o
I - regularmente intimado para ato do processo, saldo será entregue a quem houver prestado a fiança,
deixar de comparecer, sem motivo justo; (Inciso depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
obrigado.
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
prestada por meio de hipoteca, a execução será
andamento do processo; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério
dias após a publicação) Público.
III - descumprir medida cautelar imposta Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou
cumulativamente com a fiança; (Inciso acrescido pela Lei metais preciosos, o juiz determinará a venda por
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor leiloeiro ou corretor.
60 dias após a publicação)
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz,
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Inciso
verificando a situação econômica do preso, poderá
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
V - praticar nova infração penal dolosa. (Inciso acrescido obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
em vigor 60 dias após a publicação) Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282
todos os seus efeitos. deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
a publicação)

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TÍTULO XII - DA SENTENÇA LEI Nº 12.850/2013


Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a Define organização criminosa e dispõe sobre
causa na parte dispositiva, desde que reconheça: a investigação criminal, os meios de
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou obtenção da prova, infrações penais
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º correlatas e o procedimento criminal; altera
do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação 1940 (Código Penal); revoga a Lei nº 9.034,
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) de 3 de maio de 1995; e dá outras
providências.

CAPÍTULO I - DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA


Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e
dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
HUMANOS – Art. 8, 2 (g) procedimento criminal a ser aplicado.
PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS § 1º Considera-se organização criminosa a associação
PROTEGIDOS de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente
CAPÍTULO II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter,
Artigo 8º - Garantias judiciais
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a
natureza, mediante a prática de infrações penais
que se presuma sua inocência, enquanto não for
cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro)
legalmente comprovada sua culpa. Durante o
anos, ou que sejam de caráter transnacional.
processo, toda pessoa tem direito, em plena
§ 2º Esta Lei se aplica também:
igualdade, às seguintes garantias mínimas:
I - às infrações penais previstas em tratado ou
g) direito de não ser obrigada a depor contra si
convenção internacional quando, iniciada a execução
mesma, nem a confessar-se culpada.
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;
II - às organizações terroristas, entendidas como
aquelas voltadas para a prática dos atos de
terrorismo legalmente definidos. (Inciso com redação
dada pela Lei nº 13.260, de 16/3/2016)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa,
sem prejuízo das penas correspondentes às demais
infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de
qualquer forma, embaraça a investigação de infração
penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na
atuação da organização criminosa houver emprego
de arma de fogo.

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§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, indiquem a manutenção do vínculo associativo.
individual ou coletivo, da organização criminosa, (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
ainda que não pratique pessoalmente atos de
publicação)
execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois CAPÍTULO II - DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS
terços): DE OBTENÇÃO DA PROVA
I - se há participação de criança ou adolescente; Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em
a organização criminosa dessa condição para a lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
prática de infração penal; I - colaboração premiada;
III - se o produto ou proveito da infração penal II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; ópticos ou acústicos;
IV - se a organização criminosa mantém conexão III - ação controlada;
com outras organizações criminosas independentes; IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a telemáticas, a dados cadastrais constantes de
transnacionalidade da organização. bancos de dados públicos ou privados e a
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o informações eleitorais ou comerciais;
funcionário público integra organização criminosa, V - interceptação de comunicações telefônicas e
poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar telemáticas, nos termos da legislação específica;
do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e
remuneração, quando a medida se fizer necessária à fiscal, nos termos da legislação específica;
investigação ou instrução processual. VII - infiltração, por policiais, em atividade de
§ 6º A condenação com trânsito em julgado investigação, na forma do art. 11;
acarretará ao funcionário público a perda do cargo, VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição distritais, estaduais e municipais na busca de provas
para o exercício de função ou cargo público pelo e informações de interesse da investigação ou da
prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento instrução criminal.
da pena. § 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos sobre a capacidade investigatória, poderá ser
crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de dispensada licitação para contratação de serviços
Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao técnicos especializados, aquisição ou locação de
Ministério Público, que designará membro para equipamentos destinados à polícia judiciária para o
acompanhar o feito até a sua conclusão. rastreamento e obtenção de provas previstas nos
§ 8º As lideranças de organizações criminosas incisos II e V. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.097, de
armadas ou que tenham armas à disposição deverão 19/1/2015)

iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos § 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de


penais de segurança máxima. (Parágrafo acrescido pela Lei que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666,
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) órgão de controle interno da realização da
§ 9º O condenado expressamente em sentença por contratação. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.097, de
integrar organização criminosa ou por crime 19/1/2015)
praticado por meio de organização criminosa não SEÇÃO I - Da Colaboração Premiada
poderá progredir de regime de cumprimento de pena Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é
ou obter livramento condicional ou outros benefícios negócio jurídico processual e meio de obtenção de
prisionais se houver elementos probatórios que prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.

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(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na colaboração e suas tratativas, ou firmada
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
pessoalmente pela parte que pretende a colaboração
publicação)
e seu advogado ou defensor público.
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
formalização de acordo de colaboração demarca o
deve ser realizada sem a presença de advogado
início das negociações e constitui também marco de
constituído ou defensor público.
confidencialidade, configurando violação de sigilo e
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
tratativas iniciais ou de documento que as formalize,
solicitar a presença de outro advogado ou a
até o levantamento de sigilo por decisão judicial.
participação de defensor público.
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida
colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os
justificativa, cientificando-se o interessado.
quais concorreu e que tenham relação direta com os
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes
fatos investigados.
deverão firmar Termo de Confidencialidade para
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os
colaboração e os anexos com os fatos
órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
adequadamente descritos, com todas as suas
indeferimento posterior sem justa causa.
circunstâncias, indicando as provas e os elementos
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para
de corroboração. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
por si só, a suspensão da investigação, ressalvado vigor 30 dias após a publicação)
acordo em contrário quanto à propositura de Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
medidas processuais penais cautelares e conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
assecuratórias, bem como medidas processuais terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la
cíveis admitidas pela legislação processual civil em por restritiva de direitos daquele que tenha
vigor. colaborado efetiva e voluntariamente com a
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser investigação e com o processo criminal, desde que
precedido de instrução, quando houver necessidade dessa colaboração advenha um ou mais dos
de identificação ou complementação de seu objeto, seguintes resultados:
dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, I - a identificação dos demais coautores e partícipes
utilidade e interesse público. da organização criminosa e das infrações penais por
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de eles praticadas;
colaboração e de confidencialidade serão elaborados II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão
pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador de tarefas da organização criminosa;
e pelo advogado ou defensor público com poderes III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
específicos. atividades da organização criminosa;
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de proveito das infrações penais praticadas pela
nenhuma das informações ou provas apresentadas organização criminosa;
pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra V - a localização de eventual vítima com a sua
finalidade. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, integridade física preservada.
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício
após a publicação)
levará em conta a personalidade do colaborador, a
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
estar instruída com procuração do interessado com
poderes específicos para iniciar o procedimento de

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repercussão social do fato criminoso e a eficácia da caso, entre o Ministério Público e o investigado ou
colaboração. acusado e seu defensor.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo,
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, termo, as declarações do colaborador e cópia da
com a manifestação do Ministério Público, poderão investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
requerer ou representar ao juiz pela concessão de colaborador, acompanhado de seu defensor,
perdão judicial ao colaborador, ainda que esse oportunidade em que analisará os seguintes
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aspectos na homologação: (Parágrafo com redação dada
aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
I - regularidade e legalidade; (Inciso acrescido pela Lei nº
Processo Penal).
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
processo, relativos ao colaborador, poderá ser II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
igual período, até que sejam cumpridas as medidas nulas as cláusulas que violem o critério de definição
de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33
prescricional. do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o (Código Penal), as regras de cada um dos regimes
Ministério Público poderá deixar de oferecer previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de
denúncia se a proposta de acordo de colaboração julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos
referir-se a infração de cuja existência não tenha de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º
prévio conhecimento e o colaborador: (Parágrafo com deste artigo; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a após a publicação)
publicação)
III - adequação dos resultados da colaboração aos
I - não for o líder da organização criminosa;
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
do caput deste artigo; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de
termos deste artigo. 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento vigor 30 dias após a publicação)
prévio da infração quando o Ministério Público ou a IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
autoridade policial competente tenha instaurado especialmente nos casos em que o colaborador está
inquérito ou procedimento investigatório para ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (Inciso
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador. acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
publicação) fundamentada do mérito da denúncia, do perdão
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena,
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
progressão de regime ainda que ausentes os dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei
requisitos objetivos. nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas Processo Penal), antes de conceder os benefícios
entre as partes para a formalização do acordo de pactuados, exceto quando o acordo prever o não
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
polícia, o investigado e o defensor, com a deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
manifestação do Ministério Público, ou, conforme o (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada

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na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
publicação)
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
assistido por defensor.
renúncia ao direito de impugnar a decisão
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será
homologatória. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
decretada ou proferida com fundamento apenas nas
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação)
declarações do colaborador: (Parágrafo com redação dada
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
proposta que não atender aos requisitos legais,
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Inciso acrescido
devolvendo-a às partes para as adequações pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
necessárias. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.964, DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Inciso
em vigor 30 dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser III - sentença condenatória. (Inciso acrescido pela Lei nº
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso
caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
em que as provas autoincriminatórias produzidas
colaboração. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
pelo colaborador não poderão ser utilizadas
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
exclusivamente em seu desfavor. vigor 30 dias após a publicação)
§ 10-A. Em todas as fases do processo, deve-se § 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe
garantir ao réu delatado a oportunidade de que o colaborador cesse o envolvimento em conduta
manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob
réu que o delatou. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de pena de rescisão. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação) vigor 30 dias após a publicação)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo Art. 5º São direitos do colaborador:
homologado e sua eficácia. I - usufruir das medidas de proteção previstas na
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou legislação específica;
não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em II - ter nome, qualificação, imagem e demais
juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da informações pessoais preservados;
autoridade judicial. III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de demais coautores e partícipes;
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos IV - participar das audiências sem contato visual com
de gravação magnética, estenotipia, digital ou os outros acusados;
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
obter maior fidelidade das informações, garantindo- comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem
se a disponibilização de cópia do material ao sua prévia autorização por escrito;
colaborador. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.964, VI - cumprir pena ou prisão cautelar em
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
estabelecimento penal diverso dos demais corréus
em vigor 30 dias após a publicação)
ou condenados. (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.964,
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito em vigor 30 dias após a publicação)
ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada
dizer a verdade. deverá ser feito por escrito e conter:

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I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
II - as condições da proposta do Ministério Público ou limites e comunicará ao Ministério Público.
do delegado de polícia; § 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu forma a não conter informações que possam indicar
defensor; a operação a ser efetuada.
IV - as assinaturas do representante do Ministério § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
de seu defensor; delegado de polícia, como forma de garantir o êxito
V - a especificação das medidas de proteção ao das investigações.
colaborador e à sua família, quando necessário. § 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será circunstanciado acerca da ação controlada.
sigilosamente distribuído, contendo apenas Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição
informações que não possam identificar o de fronteiras, o retardamento da intervenção policial
colaborador e o seu objeto. ou administrativa somente poderá ocorrer com a
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração cooperação das autoridades dos países que figurem
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a como provável itinerário ou destino do investigado,
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do
oito) horas. produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao SEÇÃO III - Da Infiltração de Agentes
Ministério Público e ao delegado de polícia, como Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas
forma de garantir o êxito das investigações, de investigação, representada pelo delegado de
assegurando-se ao defensor, no interesse do polícia ou requerida pelo Ministério Público, após
representado, amplo acesso aos elementos de prova manifestação técnica do delegado de polícia quando
que digam respeito ao exercício do direito de defesa, solicitada no curso de inquérito policial, será
devidamente precedido de autorização judicial, precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
ressalvados os referentes às diligências em autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
andamento. § 1º Na hipótese de representação do delegado de
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
depoimentos do colaborador serão mantidos em Ministério Público.
sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa- § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não
publicidade em qualquer hipótese. (Parágrafo com puder ser produzida por outros meios disponíveis.
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
publicação)
desde que comprovada sua necessidade.
SEÇÃO II - Da Ação Controlada
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
circunstanciado será apresentado ao juiz
intervenção policial ou administrativa relativa à ação
competente, que imediatamente cientificará o
praticada por organização criminosa ou a ela
Ministério Público.
vinculada, desde que mantida sob observação e
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de
acompanhamento para que a medida legal se
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o
concretize no momento mais eficaz à formação de
Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
provas e obtenção de informações.
tempo, relatório da atividade de infiltração.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia
administrativa será previamente comunicado ao juiz
infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput

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do art. 10, na internet, com o fim de investigar os 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação)
crimes previstos nesta Lei e a eles conexos,
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração
praticados por organizações criminosas, desde que
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
demonstrada sua necessidade e indicados o alcance
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
conexão ou cadastrais que permitam a identificação
Público e ao delegado de polícia responsável pela
dessas pessoas.
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-
investigações. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
se:
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
I - dados de conexão: informações referentes a hora, vigor 30 dias após a publicação)
data, início, término, duração, endereço de Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de sua identidade para, por meio da internet, colher
origem da conexão; indícios de autoria e materialidade dos crimes
II - dados cadastrais: informações referentes a nome previstos no art. 1º desta Lei.
e endereço de assinante ou de usuário registrado ou Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, deixar de observar a estrita finalidade da
identificação de usuário ou código de acesso tenha investigação responderá pelos excessos praticados.
sido atribuído no momento da conexão. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o publicação)

Ministério Público. Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos


§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de eletrônicos praticados durante a operação deverão
infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as ser registrados, gravados, armazenados e
provas não puderem ser produzidas por outros meios encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
disponíveis. juntamente com relatório circunstanciado.
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, citados no caput deste artigo serão reunidos em
mediante ordem judicial fundamentada e desde que autos apartados e apensados ao processo criminal
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e juntamente com o inquérito policial, assegurando-se
seja comprovada sua necessidade. a preservação da identidade do agente policial
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
relatório circunstanciado, juntamente com todos os
Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
atos eletrônicos praticados durante a operação,
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
deverão ser registrados, gravados, armazenados e
representação do delegado de polícia para a
apresentados ao juiz competente, que
infiltração de agentes conterão a demonstração da
imediatamente cientificará o Ministério Público.
necessidade da medida, o alcance das tarefas dos
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de
agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o
das pessoas investigadas e o local da infiltração.
Ministério Público e o juiz competente poderão
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade
público poderão incluir nos bancos de dados
de infiltração.
próprios, mediante procedimento sigiloso e
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do
requisição da autoridade judicial, as informações
disposto neste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
necessárias à efetividade da identidade fictícia

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criada, nos casos de infiltração de agentes na IV - não ter sua identidade revelada, nem ser
internet. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 13.964, de fotografado ou filmado pelos meios de comunicação,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em sem sua prévia autorização por escrito.
vigor 30 dias após a publicação)
SEÇÃO IV - Do Acesso a Registros, Dados
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
Cadastrais, Documentos e Informações
distribuído, de forma a não conter informações que
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público
possam indicar a operação a ser efetivada ou
terão acesso, independentemente de autorização
identificar o agente que será infiltrado.
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado
§ 1º As informações quanto à necessidade da
que informem exclusivamente a qualificação
operação de infiltração serão dirigidas diretamente
pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça
ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24
Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
(vinte e quatro) horas, após manifestação do
financeiras, provedores de internet e
Ministério Público na hipótese de representação do
administradoras de cartão de crédito.
delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão,
necessárias para o êxito das investigações e a
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e
segurança do agente infiltrado.
permanente do juiz, do Ministério Público ou do
§ 2º Os autos contendo as informações da operação
delegado de polícia aos bancos de dados de reservas
de infiltração acompanharão a denúncia do
e registro de viagens.
Ministério Público, quando serão disponibilizados à
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
defesa, assegurando-se a preservação da identidade
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição
do agente.
das autoridades mencionadas no art. 15, registros de
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
identificação dos números dos terminais de origem e
infiltrado sofre risco iminente, a operação será
de destino das ligações telefônicas internacionais,
sustada mediante requisição do Ministério Público
interurbanas e locais.
ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata
SEÇÃO V - Dos Crimes Ocorridos na Investigação e
ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial.
na Obtenção da Prova
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação,
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
a devida proporcionalidade com a finalidade da
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
investigação, responderá pelos excessos praticados.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado
colaboração com a Justiça, a prática de infração
no curso da investigação, quando inexigível conduta
penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar
diversa.
informações sobre a estrutura de organização
Art. 14. São direitos do agente:
criminosa que sabe inverídicas:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de
investigações que envolvam a ação controlada e a
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
infiltração de agentes:
proteção a testemunhas;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,
voz e demais informações pessoais preservadas
registros, documentos e informações requisitadas
durante a investigação e o processo criminal, salvo se
pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia,
houver decisão judicial em contrário;
no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.

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Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de


forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz
uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III - DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações
penais conexas serão apurados mediante
procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal), observado o disposto no parágrafo único
deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá
exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por
decisão fundamentada, devidamente motivada pela
complexidade da causa ou por fato procrastinatório
atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
decretado pela autoridade judicial competente, para
garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no
interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício
do direito de defesa, devidamente precedido de
autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia
vista dos autos, ainda que classificados como
sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que
antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério
da autoridade responsável pela investigação.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45
(quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.

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demonstrações contábeis necessárias para


Contabilidade Geral esclarecimento da situação patrimonial e dos
LEI N° 6.404/76 resultados do exercício.
§ 5º As notas explicativas devem:
CAPÍTULO XV - EXERCÍCIO SOCIAL E
I - apresentar informações sobre a base de
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
preparação das demonstrações financeiras e das
SEÇÃO I - Exercício Social
práticas contábeis específicas selecionadas e
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um)
aplicadas para negócios e eventos significativos;
ano e a data do término será fixada no estatuto.
II - divulgar as informações exigidas pelas práticas
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos
contábeis adotadas no Brasil que não estejam
casos de alteração estatutária o exercício social
apresentadas em nenhuma outra parte das
poderá ter duração diversa.
demonstrações financeiras;
SEÇÃO II - Demonstrações Financeiras
III - fornecer informações adicionais não indicadas
Disposições Gerais
nas próprias demonstrações financeiras e
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria
consideradas necessárias para uma apresentação
fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
adequada; e
companhia, as seguintes demonstrações financeiras,
IV - indicar:
que deverão exprimir com clareza a situação do
a) os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos
no exercício:
de depreciação, amortização e exaustão, de
I - balanço patrimonial;
constituição de provisões para encargos ou riscos, e
II - demonstração dos lucros ou prejuízos
dos ajustes para atender a perdas prováveis na
acumulados;
realização de elementos do ativo;
III - demonstração do resultado do exercício; e
b) os investimentos em outras sociedades, quando
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Inciso com
relevantes (art. 247, parágrafo único);
redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
c) o aumento de valor de elementos do ativo
V - se companhia aberta, demonstração do valor
resultante de novas avaliações (art. 182, § 3º );
adicionado. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão
ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
publicadas com a indicação dos valores
responsabilidades eventuais ou contingentes;
correspondentes das demonstrações do exercício
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as
anterior.
garantias das obrigações a longo prazo;
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes
f) o número, espécies e classes das ações do capital
poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão
social;
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e
g) as opções de compra de ações outorgadas e
não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
exercidas no exercício;
respectivo grupo de contas; mas é vedada a
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1º); e
utilização de designações genéricas, como "diversas
i) os eventos subsequentes à data de encerramento
contas" ou "contas-correntes".
do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a
relevante sobre a situação financeira e os resultados
destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos
futuros da companhia. (Parágrafo com redação dada pela Lei
da administração, no pressuposto de sua aprovação
nº 11.941, de 27/5/2009)
pela assembleia-geral.
§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na
§ 4º As demonstrações serão complementadas por
data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois
notas explicativas e outros quadros analíticos ou
milhões de reais) não será obrigada à elaboração e

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publicação da demonstração dos fluxos de caixa. principais mercados de valores mobiliários. (Parágrafo
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu § 6º As companhias fechadas poderão optar por
critério, disciplinar de forma diversa o registro de que observar as normas sobre demonstrações financeiras
trata o § 3º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Medida expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de as companhias abertas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
27/5/2009) 11.638, de 28/12/2007)
Escrituração § 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
em registros permanentes, com obediência aos SEÇÃO III - Balanço Patrimonial
preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos Grupo de Contas
princípios de contabilidade geralmente aceitos, Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
devendo observar métodos ou critérios contábeis segundo os elementos do patrimônio que registrem,
uniformes no tempo e registrar as mutações e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
patrimoniais segundo o regime de competência. análise da situação financeira da companhia.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
que houver modificação de métodos ou critérios decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la registrados, nos seguintes grupos:
em nota e ressaltar esses efeitos. I - ativo circulante; e (Inciso acrescido pela Medida Provisória
§ 2º A companhia observará exclusivamente em nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
livros ou registros auxiliares, sem qualquer II - ativo não circulante, composto por ativo realizável
modificação da escrituração mercantil e das a longo prazo, investimentos, imobilizado e
demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições intangível. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
da lei tributária, ou de legislação especial sobre a
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
atividade que constitui seu objeto, que prescrevam,
seguintes grupos:
conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou
I - passivo circulante; (Inciso acrescido pela Medida Provisória
critérios contábeis diferentes ou determinem
nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de
II - passivo não circulante; e (Inciso acrescido pela Medida
outras demonstrações financeiras. Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de
I - (revogado); 27/5/2009)
II - (revogado). (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, III - patrimônio líquido, dividido em capital social,
de 27/5/2009) reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
§ 3º As demonstrações financeiras das companhias reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela acumulados. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
Comissão de Valores Mobiliários e serão 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
obrigatoriamente submetidas a auditoria por § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia
auditores independentes nela registrados. (Parágrafo não tiver direito de compensar serão classificados
com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) separadamente.
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas Ativo
pelos administradores e por contabilistas legalmente Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte
habilitados. modo:
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos
Mobiliários a que se refere o § 3º deste artigo deverão realizáveis no curso do exercício social subsequente e
ser elaboradas em consonância com os padrões as aplicações de recursos em despesas do exercício
internacionais de contabilidade adotados nos seguinte;

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II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos Patrimônio Líquido


realizáveis após o término do exercício seguinte, Art. 182. A conta do capital social discriminará o
assim como os derivados de vendas, adiantamentos montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda
ou empréstimos a sociedades coligadas ou não realizada.
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou § 1º Serão classificadas como reservas de capital as
participantes no lucro da companhia, que não contas que registrarem:
constituírem negócios usuais na exploração do a) a contribuição do subscritor de ações que
objeto da companhia; ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de
III - em investimentos: as participações permanentes emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar
em outras sociedades e os direitos de qualquer a importância destinada à formação do capital social,
natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que inclusive nos casos de conversão em ações de
não se destinem à manutenção da atividade da debêntures ou partes beneficiárias;
companhia ou da empresa; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por bônus de subscrição;
objeto bens corpóreos destinados à manutenção das § 2°. Será ainda registrado como reserva de capital o
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos resultado da correção monetária do capital realizado,
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de enquanto não-capitalizado.
operações que transfiram à companhia os benefícios, § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação
riscos e controle desses bens; (Inciso com redação dada patrimonial, enquanto não computadas no resultado
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) do exercício em obediência ao regime de
V - (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008, competência, as contrapartidas de aumentos ou
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo
VI - no intangível: os direitos que tenham por objeto
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor
bens incorpóreos destinados à manutenção da
justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
companhia ou exercidos com essa finalidade,
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,
inclusive o fundo de comércio adquirido. (Inciso
com base na competência conferida pelo § 3º do art.
acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
177 desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941,
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo
de 27/5/2009)
operacional da empresa tiver duração maior que o
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as
exercício social, a classificação no circulante ou longo
contas constituídas pela apropriação de lucros da
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
companhia.
Passivo Exigível
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive
no balanço como dedução da conta do patrimônio
financiamentos para aquisição de direitos do ativo
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados
não circulante, serão classificadas no passivo
na sua aquisição.
circulante, quando se vencerem no exercício
Critérios de Avaliação do Ativo
seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
vencimento em prazo maior, observado o disposto
avaliados segundo os seguintes critérios:
no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Artigo com
I - as aplicações em instrumentos financeiros,
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
inclusive derivativos, e em direitos e títulos de
Resultados de Exercícios Futuros
créditos, classificados no ativo circulante ou no
Art. 181. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de
3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
realizável a longo prazo: (“Caput” do inciso com redação
dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)

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a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço
destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e líquido de realização mediante venda no mercado,
(Alínea com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) deduzidos os impostos e demais despesas
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de necessárias para a venda, e a margem de lucro;
emissão, atualizado conforme disposições legais ou c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual
contratuais, ajustado ao valor provável de realização, possam ser alienados a terceiros.
quando este for inferior, no caso das demais d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se
aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Alínea obter em um mercado ativo, decorrente de
acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
transação não compulsória realizada entre partes
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e
independentes; e, na ausência de um mercado ativo
produtos do comércio da companhia, assim como
para um determinado instrumento financeiro:
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em (“Caput” da alínea acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de com a negociação de outro instrumento financeiro
mercado, quando este for inferior; de natureza, prazo e risco similares; (Item acrescido pela
III - os investimentos em participação no capital Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
social de outras sociedades, ressalvado o disposto 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros
nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, para instrumentos financeiros de natureza, prazo e
deduzido de provisão para perdas prováveis na risco similares; ou (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de
realização do seu valor, quando essa perda estiver 28/12/2007)
comprovada como permanente, e que não será 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-
modificado em razão do recebimento, sem custo estatísticos de precificação de instrumentos
para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; financeiros. (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
IV - os demais investimentos, pelo custo de § 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos
aquisição, deduzido de provisão para atender às imobilizado e intangível será registrada
perdas prováveis na realização do seu valor, ou para periodicamente nas contas de: ("Caput" do parágrafo com
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
redução do custo de aquisição ao valor de mercado,
a) depreciação, quando corresponder à perda do
quando este for inferior;
valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso,
de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta
ação da natureza ou obsolescência;
de depreciação, amortização ou exaustão;
b) amortização, quando corresponder à perda do
VI - (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009) valor do capital aplicado na aquisição de direitos da
VII - os direitos classificados no intangível, pelo custo propriedade industrial ou comercial e quaisquer
incorrido na aquisição deduzido do saldo da outros com existência ou exercício de duração
respectiva conta de amortização; (Inciso acrescido pela Lei limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por
nº 11.638, de 28/12/2007) prazo legal ou contratualmente limitado;
VIII - os elementos do ativo decorrentes de operações c) exaustão, quando corresponder à perda do valor,
de longo prazo serão ajustados a valor presente, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sendo os demais ajustados quando houver efeito sejam recursos minerais ou florestais, ou bens
relevante. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) aplicados nessa exploração.
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera- § 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente,
se valor justo: (redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) análise sobre a recuperação dos valores registrados
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
o preço pelo qual possam ser repostos, mediante ("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, de
27/5/2009)
compra no mercado;

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I - registradas as perdas de valor do capital aplicado I - o saldo do início do período, os ajustes de


quando houver decisão de interromper os exercícios anteriores e a correção monetária do saldo
empreendimentos ou atividades a que se destinavam inicial;
ou quando comprovado que não poderão produzir II - as reversões de reservas e o lucro líquido do
resultados suficientes para recuperação desse valor; exercício;
ou (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) III - as transferências para reservas, os dividendos, a
II - revisados e ajustados os critérios utilizados para parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao
determinação da vida útil econômica estimada e para fim do período.
cálculo da depreciação, exaustão e amortização. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) considerados apenas os decorrentes de efeitos da
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis mudança de critério contábil, ou da retificação de
destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor erro imputável a determinado exercício anterior, e
de mercado, quando esse for o costume mercantil que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
aceito pela técnica contábil. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos
Critérios de Avaliação do Passivo acumulados deverá indicar o montante do dividendo
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão por ação do capital social e poderá ser incluída na
avaliados de acordo com os seguintes critérios: demonstração das mutações do patrimônio líquido,
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou se elaborada e publicada pela companhia.
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar SEÇÃO V - Demonstração do Resultado do
com base no resultado do exercício, serão Exercício
computados pelo valor atualizado até a data do Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
balanço; discriminará:
II - as obrigações em moeda estrangeira, com I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções
cláusula de paridade cambial, serão convertidas em das vendas, os abatimentos e os impostos;
moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das
do balanço; mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as obrigações, os encargos e os riscos III - as despesas com as vendas, as despesas
classificados no passivo não circulante serão financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
ajustados ao seu valor presente, sendo os demais gerais e administrativas, e outras despesas
ajustados quando houver efeito relevante. (Inciso com operacionais;
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas
Critérios de Avaliação em Operações Societárias
e as outras despesas; (Inciso com redação dada pela Lei nº
Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários 11.941, de 27/5/2009)
estabelecerá, com base na competência conferida V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a
pelo § 3º do art. 177 desta Lei, normas especiais de Renda e a provisão para o imposto;
avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de VI - as participações de debêntures, empregados,
controle, participações societárias ou negócios. administradores e partes beneficiárias, mesmo na
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
forma de instrumentos financeiros, e de instituições
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
ou fundos de assistência ou previdência de
Correção Monetária
empregados, que não se caracterizem como
Art. 185. (Revogado pela Lei nº 7.730, de 31/1/1989)
despesa; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.941, de
SEÇÃO IV - Demonstração de Lucros ou Prejuízos
27/5/2009)
Acumulados
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos
montante por ação do capital social.
acumulados discriminará:

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§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão Parágrafo único. o prejuízo do exercício será


computados: obrigatoriamente absorvido pelos lucros
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva
independentemente da sua realização em moeda; e legal, nessa ordem.
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou
incorridos, correspondentes a essas receitas e Participações
rendimentos. Art. 190. As participações estatutárias de
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) empregados, administradores e partes beneficiárias
SEÇÃO VI - Demonstrações dos Fluxos de Caixa e serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem,
do Valor Adicionado com base nos lucros que remanescerem depois de
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e deduzida a participação anteriormente calculada.
V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.638, de participações dos administradores e das partes
28/12/2007)
beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201.
I - demonstração dos fluxos de caixa - as alterações
Lucro Líquido
ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do
equivalentes de caixa, segregando-se essas
exercício que remanescer depois de deduzidas as
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (“Caput” do
participações de que trata o artigo 190.
inciso com redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
Proposta de Destinação do Lucro
a) das operações; (Alínea com redação dada pela Lei nº 11.638,
de 28/12/2007)
Art. 192. Juntamente com as demonstrações
b) dos financiamentos; e (Alínea com redação dada pela Lei financeiras do exercício, os órgãos da administração
nº 11.638, de 28/12/2007) da companhia apresentarão à assembleia-geral
c) dos investimentos; (Alínea com redação dada pela Lei nº ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203
11.638, de 28/12/2007) e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada
II - demonstração do valor adicionado - o valor da ao lucro líquido do exercício.
riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição SEÇÃO II - Reservas e Retenção de Lucros
entre os elementos que contribuíram para a geração Reserva Legal
dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por
acionistas, governo e outros, bem como a parcela da cento) serão aplicados, antes de qualquer outra
riqueza não distribuída. (“Caput” do inciso com redação dada destinação, na constituição da reserva legal, que não
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.
a) dividendos distribuídos; § 1º A companhia poderá deixar de constituir a
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; reserva legal no exercício em que o saldo dessa
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos reserva, acrescido do montante das reservas de
investimentos e do ativo diferido; capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de
d) redução do passivo exigível a longo prazo; 30% (trinta por cento) do capital social.
CAPÍTULO XVI - LUCRO, RESERVAS E § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a
DIVIDENDOS integridade do capital social e somente poderá ser
SEÇÃO I - Lucro utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda capital.
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, Reservas Estatutárias
antes de qualquer participação, os prejuízos Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que,
acumulados e a provisão para o Imposto sobre a para cada uma:
Renda. I - indique, de modo preciso e completo, a sua
finalidade;

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II - fixe os critérios para determinar a parcela anual Reserva de Lucros a Realizar


dos lucros líquidos que serão destinados à sua Art. 197. No exercício em que o montante do
constituição; e dividendo obrigatório, calculado nos termos do
III - estabeleça o limite máximo da reserva. estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela
Reservas para Contingências realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-
Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta geral poderá, por proposta dos órgãos de
dos órgãos da administração, destinar parte do lucro administração, destinar o excesso à constituição de
líquido à formação de reserva com a finalidade de reserva de lucros a realizar. (“Caput” do artigo com redação
compensar, em exercício futuro, a diminuição do dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
lucro decorrente de perda julgada provável, cujo § 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se
valor possa ser estimado. realizada a parcela do lucro líquido do exercício que
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá exceder da soma dos seguintes valores: (Parágrafo único
transformado em § 1º pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
indicar a causa da perda prevista e justificar, com as
I - o resultado líquido positivo da equivalência
razões de prudência que a recomendem, a
patrimonial (art. 248); e (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303,
constituição da reserva.
de 31/10/2001)
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que
II - o lucro, rendimento ou ganho líquidos em
deixarem de existir as razões que justificaram a sua
operações ou contabilização de ativo e passivo pelo
constituição ou em que ocorrer a perda.
valor de mercado, cujo prazo de realização financeira
Reserva de Incentivos Fiscais
ocorra após o término do exercício social seguinte.
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001 e com nova
dos órgãos de administração, destinar para a reserva redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido § 2º A reserva de lucros a realizar somente poderá ser
decorrente de doações ou subvenções utilizada para pagamento do dividendo obrigatório
governamentais para investimentos, que poderá ser e, para efeito do inciso III do art. 202, serão
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório considerados como integrantes da reserva os lucros
(inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Artigo acrescido a realizar de cada exercício que forem os primeiros a
pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) serem realizados em dinheiro. (Parágrafo acrescido pela
Retenção de Lucros Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta Limite da Constituição de Reservas e Retenção de
dos órgãos da administração, deliberar reter parcela Lucros
do lucro líquido do exercício prevista em orçamento Art. 198. A destinação dos lucros para constituição
de capital por ela previamente aprovado. das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas,
administração com a justificação da retenção de em cada exercício, em prejuízo da distribuição do
lucros proposta, deverá compreender todas as fontes dividendo obrigatório (artigo 202).
de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, Limite do Saldo das Reservas de Lucro
e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as
salvo no caso de execução, por prazo maior, de para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a
projeto de investimento. realizar, não poderá ultrapassar o capital social.
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre
assembleia-geral ordinária que deliberar sobre o aplicação do excesso na integralização ou no
balanço do exercício e revisado anualmente, quando aumento do capital social ou na distribuição de
tiver duração superior a um exercício social. (Parágrafo dividendos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 11.638, de
com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) 28/12/2007)

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Reserva de Capital b) importância destinada à formação da reserva para


Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva
utilizadas para: formada em exercícios anteriores; (Alínea acrescida pela
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros Lei nº 10.303, de 31/10/2001)

acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, II - o pagamento do dividendo determinado nos


parágrafo único); termos do inciso I poderá ser limitado ao montante
II - resgate, reembolso ou compra de ações; do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado,
III - resgate de partes beneficiárias; desde que a diferença seja registrada como reserva
IV - incorporação ao capital social; de lucros a realizar (art. 197); (Inciso com redação dada pela
Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais,
III - os lucros registrados na reserva de lucros a
quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo
realizar, quando realizados e se não tiverem sido
17, § 5º).
absorvidos por prejuízos em exercícios
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto
subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro
da venda de partes beneficiárias poderá ser
dividendo declarado após a realização. (Inciso com
destinada ao resgate desses títulos.
redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
SEÇÃO III - Dividendos
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como
Origem
porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar
Art. 201. A companhia somente pode pagar
outros critérios para determiná-lo, desde que sejam
dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de
regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os
lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta
acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de
de reserva de capital, no caso das ações preferenciais
administração ou da maioria.
de que trata o § 5º do artigo 17.
§ 2º Quando o estatuto for omisso e a assembleia-
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância
geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre
do disposto neste artigo implica responsabilidade
a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser
solidária dos administradores e fiscais, que deverão
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro
repor à caixa social a importância distribuída, sem
líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo.
prejuízo da ação penal que no caso couber. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os § 3º A assembleia-geral pode, desde que não haja
dividendos que em boa-fé tenham recebido. oposição de qualquer acionista presente, deliberar a
Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos
distribuídos sem o levantamento do balanço ou em termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro
desacordo com os resultados deste. líquido, nas seguintes sociedades: ("Caput" do parágrafo
Dividendo Obrigatório com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como I - companhias abertas exclusivamente para a
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela captação de recursos por debêntures não
dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for conversíveis em ações; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.303,
omisso, a importância determinada de acordo com de 31/10/2001)
as seguintes normas: (“Caput” do artigo com redação dada II - companhias fechadas, exceto nas controladas por
pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) companhias abertas que não se enquadrem na
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou condição prevista no inciso I. (Inciso acrescido pela Lei nº
acrescido dos seguintes valores: (“Caput” do inciso 10.303, de 31/10/2001)
com redação dada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001) § 4º O dividendo previsto neste artigo não será
a) importância destinada à constituição da reserva obrigatório no exercício social em que os órgãos da
legal (art. 193); e (Alínea acrescida pela Lei nº 10.303, de administração informarem à assembleia-geral
31/10/2001) ordinária ser ele incompatível com a situação

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financeira da companhia. O conselho fiscal, se em § 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa nominativo remetido por via postal para o endereço
informação e, na companhia aberta, seus comunicado pelo acionista à companhia, ou
administradores encaminharão à Comissão de mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da em nome do acionista.
realização da assembleia-geral, exposição § 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou
justificativa da informação transmitida à assembleia. em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos pagos pela companhia à instituição financeira
termos do § 4º serão registrados como reserva depositária, que será responsável pela sua entrega
especial e, se não absorvidos por prejuízos em aos titulares das ações depositadas.
exercícios subsequentes, deverão ser pagos como § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação
dividendo assim que o permitir a situação financeira em contrário da assembleia-geral, no prazo de 60
da companhia. (sessenta) dias da data em que for declarado e, em
§ 6º Os lucros não destinados nos termos dos arts. qualquer caso, dentro do exercício social.
193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Dividendos de Ações Preferenciais
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de
receber os dividendos fixos ou mínimos a que
tenham prioridade, inclusive os atrasados, se
cumulativos.
Dividendos Intermediários
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de
disposição estatutária, levantar balanço semestral,
poderá declarar, por deliberação dos órgãos de
administração, se autorizados pelo estatuto,
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição
estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos
em períodos menores, desde que o total dos
dividendos pagos em cada semestre do exercício
social não exceda o montante das reservas de capital
de que trata o § 1º do artigo 182.
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de
administração a declarar dividendos intermediários,
à conta de lucros acumulados ou de reservas de
lucros existentes no último balanço anual ou
semestral.
Pagamento de Dividendos
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações
nominativas à pessoa que, na data do ato de
declaração do dividendo, estiver inscrita como
proprietária ou usufrutuária da ação.

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NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – 23/09/16


Aprova a NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, considerando o processo de convergência das Normas Brasileiras
de Contabilidade aos padrões internacionais e que, mediante acordo firmado com a Ifac que autorizou, no Brasil,
o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações, outorgando os direitos de realizar tradução,
publicação e distribuição das normas internacionais e demais pronunciamentos em formato eletrônico, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do
Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010, faz saber que foi aprovada em seu Plenário a
seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), elaborada de acordo com o Pronunciamento intitulado The
Conceptual Framework for General Purpose Financial Reporting by Public Sector Entities, emitido pelo International
Public Sector Accounting Standards Board da International Federation of Accountants (IPSASB/Ifac):
NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL PELAS ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
PREFÁCIO
Introdução
1. A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas
Entidades do Setor Público (Estrutura Conceitual) estabelece os conceitos que devem ser aplicados no
desenvolvimento das demais Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) destinados às entidades do setor público. Além disso, tais conceitos
são aplicáveis à elaboração e à divulgação formal dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades
do Setor Público (RCPGs).
2. O objetivo principal da maioria das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter
lucros e gerar retorno financeiro aos investidores. Consequentemente, o desempenho de tais entidades pode
ser apenas parcialmente avaliado por meio da análise da situação patrimonial, do desempenho e dos fluxos de
caixa. Os RCPGs fornecem informações aos seus usuários para subsidiar os processos decisórios e a prestação
de contas e responsabilização (accountability). Portanto, os usuários dos RCPGs das entidades do setor público
precisam de informações para subsidiar as avaliações de algumas questões, tais como:
(a) se a entidade prestou seus serviços à sociedade de maneira eficiente e eficaz;
(b) quais são os recursos atualmente disponíveis para gastos futuros, e até que ponto há restrições ou
condições para a utilização desses recursos;
(c) a extensão na qual a carga tributária, que recai sobre os contribuintes em períodos futuros para pagar
por serviços correntes, tem mudado; e
(d) se a capacidade da entidade para prestar serviços melhorou ou piorou em comparação com exercícios
anteriores.
3. Os governos geralmente têm amplos poderes, incluindo a capacidade de estabelecer e fazer cumprir requisitos
legais e alterar esses requisitos. Globalmente, o setor público varia consideravelmente em suas disposições
constitucionais e em suas metodologias de funcionamento. No entanto, a governança no setor público,
geralmente, envolve a realização de prestação de contas do Poder Executivo para o Poder Legislativo.

4. As seções a seguir destacam as características do setor público selecionadas para serem incluídas no
desenvolvimento desta estrutura conceitual.
Volume e significância das transações sem contraprestação

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5. Em transação sem contraprestação, a entidade recebe o valor da outra parte sem dar diretamente em troca
valor aproximadamente igual. Tais transações são comuns no setor público. A quantidade e a qualidade dos
serviços públicos prestados a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos, normalmente, não são diretamente
proporcionais ao volume de tributos cobrados. O indivíduo ou o grupo pode ter que pagar tarifa ou taxa
adicional e/ou pode estar sujeito a cobranças específicas para ter acesso a determinados serviços. No entanto,
essas operações são, geralmente, transações sem contraprestação, porque o valor dos benefícios que
indivíduo ou grupo de indivíduos pode obter não será aproximadamente igual ao valor de quaisquer cobranças
pagas por eles. A natureza das transações sem contraprestação pode impactar a forma pela qual elas são
reconhecidas, mensuradas e evidenciadas, no sentido de dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos
serviços e dos provedores de recursos.
6. A tributação é uma transação que ocorre por força de lei e, portanto, uma transação sem contraprestação
entre entidades (ou indivíduos) e o governo. A distribuição das competências tributárias entre os níveis de
governo não é uniforme e depende da relação entre as competências tributárias do governo federal, dos
demais entes federativos e de outras entidades do setor público. As entidades internacionais do setor público
são financiadas principalmente por meio de transferências oriundas dos governos. Tal financiamento pode ser
regido por tratados e convenções e pode também ser voluntário.
7. Os governos e outras entidades do setor público são responsabilizáveis perante os provedores de recursos,
especialmente àqueles que proveem esses recursos por meio do pagamento de obrigações tributárias e de
outras obrigações da mesma natureza. O objetivo da prestação de contas e responsabilização (accountability)
relacionado com a elaboração e divulgação dos RCPGs consta no Capítulo 2, intitulado Objetivos e Usuários
da Informação Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
Importância do orçamento público
8. O governo e outras entidades do setor público elaboram orçamentos. No Brasil, a Constituição exige a
elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à sociedade. A
legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve conter. A sociedade fiscaliza a gestão das entidades
públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por meio de representantes. O orçamento
aprovado é utilizado como base para a definição dos níveis de tributação e de outras receitas, compondo o
processo de obtenção de autorização legislativa para a realização do gasto público.
9. Devido à importância do orçamento público aprovado, as informações que possibilitam aos usuários
compararem a execução orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto ao desempenho
das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a prestação de contas e a
responsabilização (accountability) e fornecem subsídios para o processo decisório relativo aos orçamentos dos
exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento
com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente utilizado para demonstrar a conformidade com os
requisitos legais relativos às finanças públicas. As necessidades dos usuários quanto às informações
orçamentárias são discutidas no Capítulo 2.
Natureza dos programas e longevidade do setor público
10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capacidade para cumprir os compromissos depende
dos tributos e das contribuições a serem arrecadados no futuro. Muitos compromissos decorrentes dos
programas do setor público e as prerrogativas para cobrar e arrecadar tributos futuros não se encaixam nas
definições de ativo e passivo apresentados no Capítulo 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis.
Portanto, os compromissos e as prerrogativas com essa característica não são reconhecidos nas
demonstrações contábeis.
11. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a situação patrimonial e o desempenho não fornecem
todas as informações que os usuários precisam conhecer a respeito dos programas de longo prazo. Os efeitos

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financeiros de determinadas decisões poderão ser observados após muitos anos. Dessa forma, os RCPGs, ao
conterem informações financeiras prospectivas acerca da sustentabilidade em longo prazo das finanças e de
programas essenciais da entidade do setor público, são documentos necessários para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, como será visto no Capítulo 2.
12. Embora o controle político possa mudar periodicamente, os estados soberanos, geralmente, têm existências
muito longas. Eles continuam a existir mesmo que passem por severas dificuldades financeiras e se tornem
inadimplentes com as obrigações oriundas da sua respectiva dívida soberana. Se os entes subnacionais
passarem por dificuldades financeiras, os governos nacionais podem, por exemplo, agir como credores em
última instância ou podem prestar garantias em larga escala para os empréstimos tomados por esses entes.
Nesse exemplo, os principais compromissos de prestação de serviços das entidades subnacionais podem
continuar a serem financiados pelo governo nacional (ou central). Em outros exemplos, as entidades do setor
público que são incapazes de liquidar as suas obrigações na data de vencimento podem continuar a existir por
meio da reestruturação de suas operações.
13. A continuidade das entidades do setor público (going concern principle) fundamenta a elaboração das
demonstrações contábeis. É necessário que a interpretação desse princípio expresse as questões discutidas
nos itens 11 e 12.
Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público
14. No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada para o
potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Em razão dos tipos
de serviços prestados, uma parcela significativa dos ativos utilizados pelas entidades do setor público é
especializada, como, por exemplo, os ativos de infraestrutura e os ativos militares. Pode existir mercado
limitado para esses ativos e, mesmo assim, eles podem necessitar de uma considerável adaptação para serem
utilizados por outros operadores. Esses fatores têm implicações para a mensuração desses ativos. O Capítulo
7, intitulado Mensuração de Ativos e Passivos nas Demonstrações Contábeis, discute as bases de mensuração
dos ativos no setor público.
15. Governos e outras entidades do setor público podem manter itens que contribuam para o legado cultural e
histórico da nação ou da região, como, por exemplo, obras de arte, prédios históricos e outros artefatos. Os
entes públicos também podem ser responsáveis por parques nacionais e outras áreas naturais relevantes com
fauna e flora nativas. Esses itens geralmente não são mantidos para serem vendidos, mesmo que o mercado
para eles exista. Além disso, os governos e as entidades do setor público, normalmente, têm a
responsabilidade de preservá-los e mantê-los para as gerações atuais e futuras.
16. Governos frequentemente exercem poderes sobre recursos naturais e outros recursos, como reservas
minerais, água, áreas de pesca, florestas e o espectro eletromagnético (bandas de frequência de transmissões
de telecomunicações). Esses poderes conferem aos governos a prerrogativa de concessão de licenças, a
obtenção de royalties ou a arrecadação de tributos pela utilização desses recursos. A definição e os critérios de
reconhecimento de ativo são discutidos nos capítulos 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis,
e 6, intitulado Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis.
17. Governos e outras entidades do setor público incorrem em passivos relacionados aos seus objetivos de
prestação de serviços. Muitos passivos são oriundos de transações sem contraprestação e isso inclui aqueles
relacionados a programas direcionados ao fornecimento de benefícios sociais. Os passivos também podem
ser oriundos do papel governamental de credor em última instância de entidades com problemas financeiros,
e podem ser oriundos de quaisquer obrigações de transferência de recursos para afetados por desastres. A
definição de passivo e os critérios de reconhecimento são discutidos nos capítulos 5 e 6.
Papel regulador das entidades do setor público

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18. Muitos governos e outras entidades do setor público possuem poder de regulação de entidades que operam
em determinados setores da economia, de forma direta ou por meio de agências reguladoras. A principal razão
da regulação é assegurar o interesse público de acordo com objetivos definidos nas políticas públicas. A
intervenção regulatória também pode ocorrer quando existem mercados imperfeitos ou falhas de mercado
para determinados serviços, ou, ainda, para mitigar alguns fatores, como, por exemplo, a poluição. Essas
atividades regulatórias são conduzidas de acordo com o estabelecido na legislação.
19. Governos podem também se autorregularem e regularem outras entidades do setor público. Pode ser
necessário um julgamento para determinar se a regulação cria direitos ou obrigações para as entidades do
setor público, os quais irão requerer o reconhecimento de ativos e passivos, ou se a prerrogativa de modificar
essa regulação exerce impacto na forma que tais direitos e obrigações são contabilizados. O Capítulo 5 aborda
os direitos e as obrigações das entidades do setor público.
Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP)
20. Muitos governos produzem dois tipos de informações financeiras ex-post: (a) Estatísticas de Finanças Públicas
(EFP) do Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise macroeconômica e a tomada de
decisão; e (b) Demonstrações Contábeis de Propósito Geral (Demonstrações Contábeis) para a prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão ao nível da entidade, incluindo as
demonstrações contábeis consolidadas do governo.
20A. Os objetivos das informações contábeis e das estatísticas de finanças públicas são distintos e podem
ocasionar interpretações diferentes para o mesmo fenômeno, mas deve-se buscar, sempre que possível, o
alinhamento entre essas informações.
21. (Não convergido).
22. As demonstrações contábeis e os relatórios de EFP têm muito em comum. Ambas as estruturas de relatórios
estão voltadas para (a) informação contábil, baseada no regime de competência, (b) ativos, passivos, receitas
e despesas governamentais e (c) informações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Há uma considerável
sobreposição entre as duas estruturas de relatórios que sustentam essas informações.
23. No entanto, as NBCs TSP e as diretrizes para relatórios de EFP têm objetivos diferentes. O objetivo das
demonstrações contábeis das entidades do setor público é o fornecimento de informações úteis sobre a
entidade que reporta a informação, voltadas para os usuários dos RCPGs para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. Os relatórios de EFP são utilizados,
principalmente, para: (a) analisar opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus impactos; (b)
determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar os resultados fiscais nacional e internacionalmente. O
foco é sobre a avaliação do impacto do SGG e do setor público em geral sobre a economia, no âmbito da
estrutura conceitual das estatísticas macroeconômicas.
24. Os objetivos e o alcance distintos levam ao tratamento também distinto de algumas transações e eventos. A
eliminação das diferenças não fundamentais para os objetivos das duas estruturas conceituais e a utilização
de um único sistema de informação contábil integrado para gerar tanto as demonstrações contábeis quanto
os relatórios de EFP podem proporcionar benefícios aos usuários em termos de qualidade, tempestividade e
compreensibilidade dos relatórios. Essas questões e suas implicações foram consideradas no desenvolvimento
dos capítulos 2, 4, e 7.

CAPÍTULO 1 – FUNÇÃO, AUTORIDADE E ALCANCE DA ESTRUTURA CONCEITUAL


Função
1.1 A estrutura conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração e a divulgação dos
Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), os quais devem ser elaborados
com base no regime de competência. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aplicará estes conceitos no

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desenvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) e nas demais
disposições aplicáveis à elaboração e divulgação dos RCPGs.
Autoridade
1.2 (Não convergido).
1.2A Os requisitos obrigatórios relacionados ao reconhecimento, mensuração e apresentação das transações e
outros eventos e atividades evidenciados nos RCPGs são especificados nas demais NBCs TSP, aplicando-se,
subsidiariamente, os conceitos descritos nesta estrutura conceitual.
1.2B Em caso de eventual conflito entre esta estrutura conceitual e outras NBCs TSP, prevalecem as disposições
específicas vigentes nestas últimas em relação às constantes na primeira. As referências às NBCs TSP abrangem
as NBCs T 16 nas partes não revogadas destas últimas (ver dispositivos de revogação nas disposições finais desta
estrutura conceitual e nas demais NBCs TSP).
1.3 Esta estrutura conceitual pode fornecer orientações para lidar com situações a serem evidenciadas pelas
entidades do setor público que não são tratadas por outras NBCs TSP ou por outras disposições do CFC aplicáveis
às entidades do setor público. Nessas circunstâncias, os profissionais da contabilidade podem consultar e
considerar a aplicabilidade das definições, dos critérios de reconhecimento, dos princípios de mensuração e de
outros conceitos identificados nesta estrutura conceitual.
Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPG)
1.4 Os RCPGs são os componentes centrais da transparência da informação contábil dos governos e de outras
entidades do setor público, aprimorando-a e favorecendo-a. Os RCPGs são relatórios contábeis elaborados
para atender às necessidades dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender a finalidades ou
necessidades específicas de determinados grupos de usuários.
1.5 Alguns usuários da informação contábil podem ter a prerrogativa de exigir a elaboração de relatórios para
atender às suas necessidades específicas. Mesmo que esses usuários identifiquem que a informação fornecida
pelos RCPGs seja útil aos seus propósitos, esses relatórios não são elaborados especificamente para atender a
essas necessidades.
1.6 Os RCPGs podem compreender múltiplos relatórios, cada qual atendendo a certos aspectos dos objetivos e
do alcance da elaboração e divulgação da informação contábil. Os RCPGs abrangem as demonstrações
contábeis, incluindo as suas notas explicativas (doravante referido como demonstrações contábeis, a menos
que especificado em contrário). Os RCPGs abrangem também a apresentação de informações que aprimoram,
complementam e suplementam as demonstrações contábeis.
1.7 O alcance da elaboração e divulgação da informação contábil estabelece o limite relacionado às transações e
outros eventos e atividades que podem ser reportados nos RCPGs. O alcance dos relatórios é determinado
pela necessidade de informações dos usuários primários dos RCPGs e pelos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. Os fatores que determinam o que deve estar no alcance da informação
contábil são abordados no Capítulo 2.
Alcance da estrutura conceitual e das NBCs TSP
1.8 (Não convergido).
1.8A Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades do setor
público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito de entidades do setor
público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os tribunais
de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias,
fundações (instituídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas
congêneres das administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).

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1.8B As empresas estatais dependentes são empresas controladas que recebem do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal, despesas de custeio em geral ou despesas de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
1.8C As empresas estatais independentes são todas as demais empresas controladas pelas entidades do setor
público que não se enquadram nas características expostas no item 1.8B, as quais, em princípio, não estão no
alcance desta estrutura conceitual e das demais NBCs TSP (ver item 1.8D).
1.8D As demais entidades não compreendidas no item 1.8A, incluídas as empresas estatais independentes,
poderão aplicar esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP de maneira facultativa ou por determinação dos
respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres.

CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL DAS


ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
Objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
2.1 Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil estão relacionados ao fornecimento de
informações sobre a entidade do setor público que são úteis aos usuários dos RCPGs para a prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
2.2 A elaboração e a divulgação de informação contábil não são um fim em si mesmas. O propósito é o de fornecer
informações úteis aos usuários dos RCPGs. Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
são determinados com base nos usuários dos RCPGs e suas necessidades de informações.
Usuários dos RCPGs
2.3 Governos e outras entidades do setor público obtêm recursos dos contribuintes, doadores, credores por
empréstimos e de outros provedores de recursos para serem utilizados na prestação de serviços aos cidadãos
e aos outros usuários. Essas entidades são responsáveis pela gestão e utilização dos recursos perante os
usuários desses serviços. Aqueles que proveem os recursos também requerem informações que sirvam de base
para a tomada de decisão.
2.4 Consequentemente, os RCPGs devem ser elaborados e divulgados, principalmente, para atender às
necessidades de informações dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos, quando estes não detêm
a prerrogativa de exigir que a entidade do setor público divulgue as informações que atendam às suas
necessidades específicas. Os membros do poder Legislativo são também usuários primários dos RCPGs e
utilizam extensiva e continuamente esses relatórios enquanto atuam como representantes dos interesses dos
usuários de serviços e dos provedores de recursos. Assim, para os propósitos desta estrutura conceitual, os
usuários primários dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus representantes e os provedores de recursos
e seus representantes (doravante identificados como usuários dos serviços e provedores de recursos, a não ser
que sejam identificados de outra forma).
2.5 Os cidadãos recebem os serviços do governo e de outras entidades do setor público e proveem parte dos
recursos para esse fim. Assim, eles são usuários primários dos RCPGs. Alguns usuários dos serviços e alguns
provedores de recursos que dependem dos RCPGs para obter informações que eles necessitam para os
propósitos de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão podem não ser
cidadãos, como, por exemplo: indivíduos que pagam tributos e recebem benefícios e não são considerados
cidadãos; agências bilaterais ou multilaterais; provedores de recursos e corporações que realizam transações
com o governo; bem como aqueles que financiam e/ou se beneficiam dos serviços fornecidos por organizações
governamentais internacionais. Na maioria dos casos, os governos que proveem recursos para as organizações
governamentais internacionais são dependentes dos RCPGs daquelas organizações para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.

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2.6 Os RCPGs, elaborados para atender às necessidades de informações dos usuários dos serviços e provedores
de recursos com a finalidade de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão,
podem também fornecer informações úteis para outros indivíduos ou entidades para propósitos distintos. Por
exemplo, os responsáveis pelas estatísticas de finanças públicas, os analistas, a mídia, os consultores
financeiros, os grupos de interesse público ou privado podem entender que a informação fornecida pelos
RCPGs é útil para os seus propósitos. As organizações que possuem a prerrogativa de exigir a elaboração de
relatório contábil estruturado para atender as suas necessidades específicas de informação podem também
utilizar a informação fornecida pelos RCPGs para os seus propósitos – como, por exemplo: agências
reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria, comissões do poder Legislativo ou de outro órgão do
governo, órgãos centrais de orçamento e controle, agências de classificação de risco e, em alguns casos,
entidades emprestadoras de recursos e de fomento. Mesmo que esses outros indivíduos ou entidades
encontrem informações úteis nos RCPGs, eles não são usuários primários desses relatórios. Assim, os RCPGs
não são elaborados e divulgados para atender a necessidades de informações específicas ou particulares.
Prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão
2.7 A principal função dos governos e de outras entidades do setor público é a de fornecer serviços que aprimorem
ou mantenham o bem-estar dos cidadãos e dos outros indivíduos. Esses serviços incluem, por exemplo:
programas e políticas de bem-estar, educação pública, segurança nacional e defesa nacional. Na maioria dos
casos, esses serviços são fornecidos como resultado de transação sem contraprestação em ambiente não
competitivo.
2.8 Governos e outras entidades do setor público devem prestar contas àqueles que proveem os seus recursos,
bem como àqueles que dependam deles para que os serviços sejam prestados durante determinado exercício
ou em longo prazo. O atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer o fornecimento de informações sobre a gestão dos recursos da entidade confiados com
a finalidade de prestação de serviços aos cidadãos e aos outros indivíduos, bem como a sua adequação à
legislação, regulamentação ou outra norma que disponha sobre a prestação dos serviços e outras operações.
Em razão da maneira pela qual os serviços prestados pelas entidades do setor público são financiados
(principalmente pela tributação e outras transações sem contraprestação) e da dependência dos usuários dos
serviços no longo prazo, o atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer também o fornecimento de informação sobre o desempenho da prestação dos serviços
durante o exercício e a capacidade de continuidade dos mesmos em exercícios futuros.
2.9 Os usuários dos serviços e os provedores de recursos também exigem informações como insumo para a
tomada de decisão, como, por exemplo:
(a) credores, doadores e outros que proveem recursos voluntariamente, incluindo transação com
contraprestação, tomam decisões sobre se proveem recursos para dar suporte às atividades atuais ou
futuras do governo ou de outra entidade do setor público. Em algumas circunstâncias, os membros do
legislativo ou órgão representativo semelhante, que dependem dos RCPGs para obter a informação de
que necessitam, podem tomar ou influenciar as decisões sobre os objetivos da prestação do serviço dos
departamentos, órgãos ou programas do governo e os recursos alocados para dar suporte à sua
realização; e
(b) os contribuintes normalmente não proveem recursos ao governo ou a outra entidade do setor público
voluntariamente ou como resultado de transação com contraprestação. Além disso, em muitos casos,
eles não detêm a prerrogativa de escolher se aceitam ou não os serviços prestados pela entidade do setor
público ou de escolher um prestador alternativo do serviço. Consequentemente, eles têm pouca
capacidade direta ou imediata para tomar decisões sobre prover recursos ao governo, sobre os recursos
a serem alocados para a prestação dos serviços por entidade do setor público em particular ou, ainda, se

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compram ou consomem os serviços prestados. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de


recursos podem tomar decisões sobre as suas preferências de voto e das representações que delegam aos
eleitos ou aos órgãos governamentais ― essas decisões, em tese, podem ter implicação na alocação de
recursos para determinadas entidades, setores ou serviços públicos.
2.10 A informação fornecida nos RCPGs para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability)
subsidia e contribui para a tomada de decisão. Por exemplo, as informações sobre os custos, a eficiência ou a
eficácia das atividades de prestação de serviços no passado, o montante e as fontes de recuperação de custos
e os recursos disponíveis para dar suporte às atividades futuras, são necessárias para o atendimento da
prestação de contas e responsabilização (accountability). Essa informação também é útil para a tomada de
decisão pelos usuários dos RCPGs, inclusive as decisões que os doadores e outros patrocinadores tomam sobre
o provimento de recursos à entidade.
Necessidade de informação dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos
2.11 Para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, os usuários de
serviço e os provedores de recursos necessitam de informações que possam dar suporte às avaliações de
questões como:
(a) o desempenho da entidade durante o exercício como, por exemplo, em:
(i) satisfazer a sua prestação de serviços e outros objetivos operacionais e financeiros;
(ii) administrar os recursos pelos quais é responsável; e
(iii) estar em conformidade com a legislação, regramentos orçamentários ou com os pronunciamentos
de outro órgão ou entidade que regulamente a captação e a utilização dos recursos;
(b) a liquidez (por exemplo, a capacidade de satisfazer as obrigações atuais) e a solvência (por exemplo, a
capacidade de satisfazer as obrigações em longo prazo) da entidade;
(c) a sustentabilidade da prestação de serviços pela entidade e de outras operações em longo prazo, e as
mudanças decorrentes como resultado das atividades da entidade durante o exercício, incluindo, por
exemplo:
(i) a capacidade de a entidade de continuar a financiar as suas atividades para satisfazer aos seus
objetivos operacionais em futuro (a sua capacidade financeira), inclusive as fontes prováveis de
financiamento e a extensão na qual a entidade depende de tais fontes e, portanto, é vulnerável ao
financiamento ou a pressões por demandas que estariam fora do seu controle; e
(ii) os recursos físicos e outros disponíveis atualmente para dar suporte à prestação de serviços no
futuro (a sua capacidade operacional); e
(d) a capacidade da entidade de se adaptar a novas situações, devido a mudanças demográficas ou nas
condições econômicas nacionais ou globais que provavelmente irão impactar a natureza ou a composição
das atividades que realiza ou os serviços que são prestados.
2.12 A informação que os usuários dos serviços e os provedores de recursos precisam para os propósitos citados
no item 2.11, provavelmente, se sobrepõe em muitos aspectos. Por exemplo, os usuários de serviços exigem
informação como insumo para avaliação de questões tais como se:
(a) a entidade está utilizando os recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira pretendida,
e se tal uso corresponde ao interesse público;
(b) o alcance, o volume e o custo dos serviços prestados durante o exercício são apropriados, bem como os
montantes e as fontes de recuperação dos custos; e
(c) a carga tributária atual e outros recursos angariados são suficientes para manter o volume e a qualidade
dos serviços prestados atualmente.
Os usuários dos serviços exigem, também, informação sobre as consequências das decisões tomadas e das
atividades realizadas pela entidade durante o exercício e sobre os recursos disponíveis para dar suporte à prestação

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de serviços em períodos futuros, às atividades e objetivos da prestação de serviços, aos montantes e às fontes de
recuperação dos custos necessários para dar suporte a essas atividades.
2.13 Os provedores de recursos exigem informação como subsídio para as avaliações sobre se a entidade:
(a) está alcançando os objetivos estabelecidos de modo a justificar os recursos angariados durante o
exercício;
(b) financiou as operações atuais a partir dos recursos angariados dos contribuintes, de empréstimos ou de
outras fontes no período atual; e
(c) provavelmente necessita de recursos adicionais (ou menos recursos) no futuro e as fontes prováveis
destes recursos.
Os credores por empréstimos e outros credores exigem informação como insumo para avaliações da liquidez da
entidade e, portanto, se o montante e o prazo para pagamento estarão em conformidade com o que foi
contratado. Os doadores exigem informação para dar suporte às avaliações se a entidade está utilizando os
recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira pretendida. Eles também exigem informação
sobre as atividades previstas de prestação de serviços e as necessidades de recursos.
Informação fornecida pelos RCPGs
Situação patrimonial, desempenho e fluxos de caixa
2.14 A informação sobre a situação patrimonial do governo ou outra entidade do setor público possibilita aos
usuários identificarem os recursos da entidade e as demandas sobre esses recursos na data de divulgação do
relatório. Isso fornece informação útil como subsídio às avaliações de questões tais como:
(a) a extensão na qual a administração cumpriu suas obrigações em salvaguardar e administrar os recursos
da entidade;
(b) a extensão na qual os recursos estão disponíveis para dar suporte às atividades relativas à prestação de
serviços futuros e as mudanças durante o exercício relativas ao montante ou à composição desses
recursos, bem como as demandas sobre esses recursos; e
(c) os montantes e o cronograma de fluxos de caixa futuros necessários aos serviços e ao pagamento das
demandas existentes sobre os recursos da entidade.
2.15 A informação sobre o desempenho do governo ou de outra entidade do setor público orienta as avaliações
de questões, como, por exemplo, se a entidade adquiriu recursos com economicidade e os utilizou com eficácia
e eficiência para atingir os seus objetivos de prestação de serviços. A informação sobre os custos da prestação
de serviços e os montantes e fontes de recuperação desses custos durante o exercício irá auxiliar os usuários a
determinar se os custos operacionais foram recuperados a partir de, por exemplo, tributos, cobranças aos
usuários, contribuições e transferências, ou se foram financiados pelo aumento do nível de endividamento da
entidade.
2.16 A informação sobre os fluxos de caixa do governo ou de outra entidade do setor público contribui para as
avaliações do desempenho e da liquidez e da solvência da entidade. Ela indica como a entidade arrecadou e
utilizou os recursos durante o período, inclusive os empréstimos tomados e pagos, bem como as suas
aquisições e vendas, por exemplo, do seu ativo imobilizado. Identifica também os recursos recebidos a partir
de, por exemplo, tributos e investimentos ou as transferências de recursos concedidas ou recebidas em
transações com outros governos, órgãos governamentais ou organismos internacionais. A informação sobre
os fluxos de caixa também pode subsidiar as avaliações sobre a conformidade da entidade com o que foi
definido pelos responsáveis pela gestão financeira e informar a avaliação dos montantes e fontes prováveis de
recursos para dar suporte aos objetivos da prestação de serviços.
2.17 As informações sobre a situação patrimonial, sobre o desempenho e sobre os fluxos de caixa são
normalmente apresentadas nas demonstrações contábeis. Para auxiliar os usuários a entender, interpretar e
inserir em contexto a informação apresentada nas demonstrações contábeis, os RCPGs também podem

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fornecer informações financeiras e não financeiras que aprimoram, complementam e suplementam as


demonstrações contábeis, inclusive as informações sobre questões relacionadas ao governo ou outra entidade
do setor público, tais como:
(a) a conformidade com os orçamentos aprovados e outra regulamentação relativa às suas operações;
(b) as atividades de prestação de serviços e os seus respectivos resultados durante o exercício; e
(c) as expectativas relacionadas às atividades da prestação de serviços e outras atividades no futuro, bem
como as consequências, em longo prazo, das decisões tomadas e das atividades realizadas durante o
exercício, inclusive aquelas que possam impactar as expectativas sobre o futuro.
Essa informação pode ser apresentada nas notas explicativas às demonstrações contábeis ou em relatórios
separados incluídos nos RCPGs.
Informação orçamentária e cumprimento da legislação ou outra regulamentação relativa à captação e à utilização
de recursos
2.18 O governo elabora, aprova e divulga o orçamento anual. O orçamento fornece informação financeira aos
interessados sobre os planos operacionais da entidade para o período futuro, as suas necessidades de capital
e, frequentemente, os seus objetivos e as suas expectativas em relação à prestação de serviços. O orçamento
é utilizado para justificar a captação de recursos dos contribuintes e de outros provedores de recursos e
estabelece os regramentos para os dispêndios de recursos.
2.19 Alguns recursos para dar suporte às atividades das entidades do setor público podem ser recebidos de
doadores, credores por empréstimos ou como resultado de transações com contraprestação. Entretanto, os
recursos se originam, predominantemente, de transações sem contraprestação advindas dos contribuintes e
de outros, de acordo com as expectativas refletidas no orçamento aprovado.
2.20 Os RCPGs fornecem informação sobre os resultados (sendo descritos como “superávit ou déficit”, “lucro
ou prejuízo”, ou por outros termos cabíveis), o desempenho e os fluxos de caixa da entidade durante o
exercício, os ativos e os passivos na data do relatório e as alterações realizadas nesses itens durante o período
(situação patrimonial), bem como os resultados obtidos na prestação de serviços.
2.21 A inclusão nos RCPGs de informação que auxilia os usuários na avaliação da extensão na qual as receitas,
as despesas, os fluxos de caixa e os resultados financeiros da entidade devem estar em conformidade com as
estimativas refletidas nos orçamentos aprovados, bem como a aderência da entidade à legislação ou outra
regulamentação acerca da captação e da utilização dos recursos, é importante para a determinação de quão
bem a entidade do setor público alcançou os seus objetivos financeiros. Tal informação é necessária para a
prestação de contas e responsabilização (accountability) do governo ou de outra entidade do setor público
perante os administrados, para o aprimoramento da avaliação do desempenho da entidade e para a tomada
de decisão.
Resultado da prestação de serviços
2.22 O objetivo principal dos governos e da maioria das entidades do setor público é prestar os serviços
necessários para a sociedade. Consequentemente, o desempenho dos governos e da maioria das entidades
do setor público não está total ou adequadamente refletido em qualquer medida de resultados financeiros.
Portanto, os resultados financeiros necessitam ser avaliados no contexto dos resultados da prestação de
serviços à sociedade.
2.23 Em alguns casos, as mensurações quantitativas dos produtos e resultados das atividades de prestação de
serviços da entidade durante o exercício fornecem informações relevantes sobre o cumprimento dos objetivos
da prestação de serviços – por exemplo, a informação sobre o custo, o volume e a frequência da prestação de
serviços e a relação dos serviços prestados com a quantidade de recursos da entidade. Em outros casos, pode
ser necessário comunicar a realização dos objetivos da prestação de serviços por meio da explicação da
qualidade de determinados serviços prestados ou do resultado de determinados programas.

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2.24 A divulgação de informações não financeiras e de informações financeiras das atividades de prestação de
serviços, desempenho e/ou os resultados durante o exercício, fornecem insumos para avaliações da
economicidade, da eficiência e da eficácia das operações da entidade. A divulgação dessas informações é
necessária para que o governo ou outra entidade do setor público cumpra com suas obrigações de prestação
de contas e responsabilização (accountability) – isto é, justificar a utilização dos recursos captados da
sociedade ou em nome dela. Decisões de doadores sobre a alocação de recursos para entidades e programas
específicos são também tomadas com base em informação sobre os resultados da prestação de serviços
durante o período e os objetivos da prestação de serviços no futuro (pelo menos em parte).
Informações financeiras e não financeiras prospectivas
2.25 Dada a longevidade das entidades do setor público e de muitos programas governamentais, os efeitos
financeiros de muitas decisões tomadas no exercício somente podem se tornar evidentes vários anos depois.
As demonstrações contábeis que apresentam informação sobre a situação patrimonial em um ponto no tempo
e sobre o desempenho e os fluxos de caixa durante o exercício precisam ser avaliadas no contexto de longo
prazo.
2.26 As decisões tomadas pelo governo ou por outra entidade do setor público em determinado período sobre
programas para a prestação e financiamento de serviços no futuro podem ter consequências significativas
para:
(a) os usuários que são dependentes desses serviços no futuro; e
(b) as gerações atuais e futuras de contribuintes e outros provedores involuntários que recolhem tributos e
taxas para financiar as atividades planejadas de prestação de serviços e os compromissos financeiros
relacionados.
2.27 As informações sobre os objetivos e atividades previstas de prestação de serviços futuros, bem como o
impacto provável nas necessidades futuras de recursos pela entidade e as fontes de financiamento prováveis,
são necessárias como subsídio para qualquer avaliação da capacidade do governo ou de outra entidade do
setor público em satisfazer aos seus compromissos financeiros e de prestação de serviços no futuro. A
evidenciação de tais informações nos RCPGs permite avaliações da sustentabilidade da prestação de serviços
pelo governo ou outra entidade do setor público, aprimora a prestação de contas e responsabilização
(accountability) e fornece informação útil adicional para fins de tomada de decisão.
Informação explicativa
2.28 As informações sobre os principais fatores relacionados ao desempenho e aos resultados da prestação de
serviços da entidade durante o exercício e sobre as premissas que corroboram as expectativas sobre esses
fatores que provavelmente irão influenciar o desempenho futuro da entidade podem ser apresentadas nos
RCPGs em notas explicativas às demonstrações contábeis ou em relatórios separados. Tal informação irá
auxiliar os usuários a entenderem melhor, e no contexto adequado, as informações financeiras e não
financeiras incluídas nos RCPGs e, ainda, aprimorar o papel dos RCPGs, no sentido de fornecer informação útil
para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
Demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e suplemente
2.29 O alcance da informação contábil estabelece o limite das transações, outros eventos e atividades que
podem ser reportadas nos RCPGs. Para responder às necessidades de informação dos usuários, esta estrutura
conceitual reflete o alcance da informação contábil, que é mais abrangente do que é evidenciado pelas
demonstrações contábeis. Ela fornece a apresentação nos RCPGs de informação adicional que aprimore,
complemente e suplemente essas demonstrações.
2.30 Mesmo que a estrutura conceitual preveja que o alcance da informação contábil seja mais abrangente do
que aquela evidenciada nas demonstrações contábeis, a informação apresentada nestas últimas permanece
sendo o núcleo da informação contábil. A forma na qual os elementos das demonstrações contábeis são

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definidos, reconhecidos e mensurados e as formas de apresentação e comunicação que podem ser adotadas
para a informação incluída nos RCPGs são consideradas em outros capítulos desta estrutura conceitual, e no
desenvolvimento de outras normas, quando for apropriado.
Outras fontes de informação
2.31 Os RCPGs têm papel significativo em fornecer a informação necessária para dar suporte ao cumprimento da
obrigação do governo ou de outra entidade do setor público em prestar contas, assim como o de fornecer
informação útil para a tomada de decisão. Entretanto, é improvável que os RCPGs forneçam todas as informações
que os usuários necessitem para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Consequentemente, os usuários dos serviços e os provedores de recursos podem também considerar
informação de outras fontes, inclusive os relatórios sobre as condições econômicas atuais e projetadas,
orçamentos e conjunturas governamentais, além de informação sobre as iniciativas de políticas governamentais
não relatadas nos RCPGs.

CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS


Introdução
3.1 Os RCPGs apresentam informações financeiras e não financeiras sobre fenômenos econômicos, além de
outros fenômenos. As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são atributos que tornam
a informação útil para os usuários e dão suporte ao cumprimento dos objetivos da informação contábil. O
objetivo da elaboração e divulgação da informação contábil é fornecer informação para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
3.2 As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são a relevância, a representação fidedigna,
a compreensibilidade, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.
3.3 As restrições inerentes à informação contida nos RCPGs são a materialidade, o custo-benefício e o alcance do
equilíbrio apropriado entre as características qualitativas.
3.4 Cada uma das características qualitativas é integrada e funciona em conjunto com as outras características, de
modo a fornecer informação útil nos RCPGs para cumprir os objetivos da informação contábil. Entretanto, na
prática, talvez não seja possível alcançar todas as características qualitativas e, nesse caso, um equilíbrio ou
compensação entre algumas delas poderá ser necessário.
3.5 As características qualitativas se aplicam a todas as informações financeiras e não financeiras apresentadas
nos RCPGs, inclusive às informações histórica e prospectiva, além da informação explicativa. Contudo, pode
haver variação no grau que as características qualitativas podem ser alcançadas, dependendo do nível de
incerteza e de avaliação subjetiva envolvidos na compilação das informações financeiras e não financeiras. A
necessidade de orientação adicional na interpretação e aplicação das características qualitativas àquilo que
estende o alcance da informação contábil para além das demonstrações contábeis deve ser considerada no
desenvolvimento de qualquer NBC TSP ou de outras disposições do CFC inerentes às entidades do setor
público e que tratam de tais questões.
Relevância
3.6 As informações financeiras e não financeiras são relevantes caso sejam capazes de influenciar
significativamente o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
As informações financeiras e não financeiras são capazes de exercer essa influência quando têm valor
confirmatório, preditivo ou ambos. A informação pode ser capaz de influenciar e, desse modo, ser
relevante, mesmo se alguns usuários decidirem não considerá-la ou já estiverem cientes dela.
3.7 As informações financeiras e não financeiras têm valor confirmatório se confirmarem ou alterarem
expectativas passadas (ou presentes). Por exemplo, a informação é relevante, para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, se confirmar as expectativas sobre

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questões, tais como: a extensão na qual os gestores cumpriram as suas responsabilidades pelo uso
eficiente e eficaz dos recursos; a realização dos objetivos especificados da prestação de serviços; e o
cumprimento da legislação e de regulamentos orçamentários, além de outros.
3.8 Os RCPGs podem apresentar informação acerca dos objetivos, custos e atividades previstas de prestação
de serviços, além do montante e das fontes de recursos que se destinam a serem alocadas na prestação
de serviços no futuro. Tal informação voltada para o futuro tem valor preditivo e é relevante para fins de
prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. A informação sobre
fenômenos econômicos e outros que existam ou já tenham ocorrido também pode ter valor preditivo ao
auxiliar a formar expectativas sobre o futuro. Por exemplo, a informação que confirma ou refuta
expectativas passadas pode reforçar ou alterar expectativas sobre o desempenho e os resultados da
prestação de serviços que possam ocorrer no futuro.
3.9 As funções confirmatória e preditiva da informação são inter-relacionadas, por exemplo, a informação
sobre o nível e a estrutura atual dos recursos da entidade e as demandas por esses recursos auxilia os
usuários a confirmarem o resultado das estratégias de gestão durante o período, além de preverem a
capacidade da entidade em responder às mudanças e às necessidades previstas relacionadas à prestação
de serviços no futuro. A mesma informação auxilia a confirmar ou a corrigir as expectativas e previsões
passadas dos usuários acerca da capacidade da entidade de responder a tais alterações. Auxilia também
a confirmar ou corrigir as informações financeiras prospectivas incluídas nos RCPGs anteriores.
Representação fidedigna
3.10 Para ser útil como informação contábil, a informação deve corresponder à representação fidedigna
dos fenômenos econômicos e outros que se pretenda representar. A representação fidedigna é alcançada
quando a representação do fenômeno é completa, neutra e livre de erro material. A informação que
representa fielmente um fenômeno econômico ou outro fenômeno retrata a substância da transação, a
qual pode não corresponder, necessariamente, à sua forma jurídica.
3.11Na prática, pode não ser possível ter certeza ou saber se a informação apresentada nos RCPGs está
completa, neutra e livre de erro material. Entretanto, a informação deve estar completa, neutra e livre de
erro material tanto quanto possível.
3.12 A omissão de algumas informações pode fazer com que a representação do fenômeno econômico
ou outro qualquer seja falsa ou enganosa, não sendo útil para os usuários dos RCPGs. Por exemplo, a
descrição completa de item do imobilizado nos RCPGs deve incluir a representação numérica do
montante agregado do item juntamente com outras informações quantitativas, descritivas e explicativas
necessárias para representar fielmente essa classe de ativo. Em alguns casos, isso pode incluir a
evidenciação de informação sobre questões, tais como: as classes importantes do imobilizado; os fatores
que afetaram a sua utilização no passado ou que podem impactar a sua utilização no futuro; e a base e o
processo para determinar a sua representação numérica. Do mesmo modo, as informações financeiras e
não financeiras prospectivas e a informação sobre o cumprimento dos objetivos e dos resultados incluídos
nos RCPGs devem ser apresentadas em conjunto com as premissas-chave e quaisquer explicações que
sejam necessárias para assegurar que a sua representação seja completa e útil para os usuários.
3.13A neutralidade da informação contábil corresponde à ausência de viés. Isso significa que a seleção e a
apresentação das informações financeiras e não financeiras não devem ser feitas com a intenção de se
atingir um resultado particular predeterminado, por exemplo, para influenciar a avaliação dos usuários
acerca da prestação de contas e responsabilização (accountability) por parte da entidade, para uma
decisão ou julgamento que está para ser feito, ou, ainda, para induzir a determinado comportamento.
3.14 A informação neutra representa fielmente os fenômenos econômicos e outros fenômenos que ela
se propõe a representar. Contudo, exigir que a informação incluída nos RCPGs seja neutra não significa

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que não haja propósito ou que não influencie algum comportamento. A relevância é uma característica
qualitativa, e, por definição, a informação relevante é capaz de influenciar as avaliações e as decisões dos
seus usuários.
3.15 Os fenômenos econômicos e outros fenômenos representados nos RCPGs ocorrem normalmente
sob condições de incerteza. Desse modo, a informação incluída nos RCPGs frequentemente apresenta
estimativas que incorporam o julgamento de valor dos gestores. Para representar fielmente o fenômeno
econômico ou de outra natureza, a estimativa deve ser baseada em dados apropriados e cada um deles
precisa refletir a melhor informação disponível. Deve-se ter o devido cuidado ao se lidar com condições
de incerteza. Às vezes, pode ser necessário divulgar explicitamente o nível de incerteza das informações
financeiras e não financeiras para representar fielmente fenômenos econômicos ou de outra natureza.
3.16 Estar livre de erro material não significa exatidão completa em todos os aspectos. Estar livre de
erro material significa que não há erros ou omissões que sejam individualmente ou coletivamente
relevantes na descrição do fenômeno, e que o processo utilizado para produzir a informação relatada foi
aplicado conforme descrito. Em alguns casos, pode ser possível determinar a exatidão de alguma
informação incluída nos RCPGs, por exemplo, o montante da transferência de disponibilidades para outra
esfera de governo, o volume dos serviços prestados ou o valor pago pela aquisição de item do imobilizado.
Entretanto, em outros casos pode não ser possível determinar a exatidão da informação, por exemplo,
pode não ser possível estimar a eficácia de programa de prestação de serviços com exatidão ou o valor ou
custo do item. Nesses casos, a estimativa está livre de erro material se o montante for descrito claramente
como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e
se nenhum erro material tiver sido identificado na seleção e na aplicação do processo de elaboração da
estimativa.
Compreensibilidade
3.17A compreensibilidade é a qualidade da informação que permite que os usuários compreendam o seu
significado. Os RCPGs devem apresentar a informação de maneira que corresponda às necessidades e à
base do conhecimento dos usuários, bem como a natureza da informação apresentada. Por exemplo, as
explicações acerca das informações financeiras e não financeiras e as informações adicionais acerca da
prestação de serviços e outros resultados durante o exercício, além das expectativas para os períodos
futuros, devem ser escritas em linguagem simples e apresentadas de maneira que sejam prontamente
compreensíveis pelos usuários. A compreensão é aprimorada quando a informação é classificada e
apresentada de maneira clara e sucinta. A comparabilidade pode também aprimorar a
compreensibilidade.
3.18 Espera-se que os usuários dos RCPGs tenham conhecimento razoável das atividades da entidade
e do ambiente no qual ela funciona, além de serem capazes e preparados para lerem os RCPGs e revisar
e analisar a informação apresentada com a diligência apropriada. Alguns fenômenos econômicos e de
outra natureza são particularmente complexos e difíceis de serem representados nos RCPGs, e alguns
usuários podem precisar de ajuda de assistente para auxiliá-los em sua compreensão. Todos os esforços
devem ser realizados para representar os fenômenos econômicos e de outra natureza incluídos nos
RCPGs de maneira que seja compreensível para a grande quantidade de usuários. Contudo, a informação
não deve ser excluída dos RCPGs somente pelo fato de ser muito complexa ou ser difícil para alguns
usuários compreenderem sem a devida assistência.
Tempestividade
3.19 Tempestividade significa ter informação disponível para os usuários antes que ela perca a sua
capacidade de ser útil para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Ter informação disponível mais rapidamente pode aprimorar a sua utilidade como insumo para

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processos de avaliação da prestação de contas e responsabilização (accountability) e a sua capacidade de


informar e influenciar os processos decisórios. A ausência de tempestividade pode tornar a informação
menos útil.
3.20 Alguns itens de informação podem continuar sendo úteis por bastante tempo após a publicação
do relatório ou após o encerramento do exercício. Por exemplo, para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão, os usuários dos RCPGs podem precisar avaliar as
projeções do desempenho e da prestação de serviços da entidade e a sua conformidade com os
orçamentos por vários exercícios. Adicionalmente, o resultado e os efeitos de alguns programas de
prestação de serviços podem não ser determináveis até períodos futuros, por exemplo, em relação aos
programas em que se tenha a intenção de aprimorar o bem-estar econômico da sociedade, reduzir a
incidência de determinada doença ou aumentar os níveis de alfabetização de determinados grupos
etários.
Comparabilidade
3.21 Comparabilidade é a qualidade da informação que possibilita aos usuários identificar semelhanças
e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos. A comparabilidade não é uma qualidade de item
individual de informação, mas, antes, a qualidade da relação entre dois ou mais itens de informação.
3.22 A comparabilidade difere da consistência. A consistência se refere à utilização dos mesmos
princípios ou políticas contábeis e da mesma base de elaboração, seja de período a período dentro da
entidade ou de um único período entre duas ou mais entidades. A comparabilidade é o objetivo, enquanto
que a consistência auxilia a atingi-lo. Em alguns casos, os princípios ou políticas contábeis adotados pela
entidade podem ser revisados para melhor representar determinada transação ou evento nos RCPGs.
Nesses casos, a inclusão de evidenciação ou explicação adicional pode ser necessária para satisfazer às
características da comparabilidade.
3.23 A comparabilidade também difere da uniformidade. Para que a informação seja comparável,
coisas semelhantes devem parecer semelhantes e coisas distintas devem parecer distintas. A ênfase
demasiada na uniformidade pode reduzir a comparabilidade ao fazer com que coisas distintas pareçam
semelhantes. A comparabilidade da informação nos RCPGs não é aprimorada ao se fazer com que coisas
distintas pareçam semelhantes, assim como ao fazer com que coisas semelhantes pareçam distintas.
3.24 A informação sobre a situação patrimonial da entidade, o desempenho, os fluxos de caixa, a
conformidade com os orçamentos aprovados ou com outra legislação relevante ou com os demais
regulamentos relacionados à captação e à utilização dos recursos, o desempenho da prestação de
serviços e os seus planos futuros, é necessária para fins de prestação de contas e responsabilização
(accountability) e tomada de decisão. A utilidade de tal informação é aprimorada se puder ser comparada
com, por exemplo:
(a) informações financeiras e não financeiras prospectivas anteriormente apresentadas para aquele exercício
ou data do relatório;
(b) informação similar sobre a mesma entidade referente a algum outro exercício ou a algum outro momento
no tempo; e
(c) informação similar sobre outras entidades (por exemplo, entidades do setor público prestando serviços
semelhantes em jurisdições distintas) para o mesmo exercício.
3.25 A aplicação consistente dos princípios contábeis, das políticas e da base de elaboração para as
informações financeiras e não financeiras prospectivas aprimora a utilidade de qualquer comparação
entre os resultados projetados e os reais. A comparabilidade com outras entidades pode ser menos
significativa para as explicações da percepção ou opinião dos gestores acerca de fatores relacionados ao
desempenho atual da entidade.

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Verificabilidade
3.26 A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos usuários que a informação
contida nos RCPGs representa fielmente os fenômenos econômicos ou de outra natureza que se propõe
a representar. A suportabilidade, ou seja, a qualidade referente àquilo que dá suporte a algo, algumas
vezes é utilizada para descrever esta qualidade, quando aplicada em relação à informação explicativa e à
informação quantitativa financeira e não financeira prospectiva divulgada nos RCPGs. Quer referida como
verificabilidade ou como suportabilidade, a característica implica que dois observadores esclarecidos e
independentes podem chegar ao consenso geral, mas não necessariamente à concordância completa, em
que:
(a) a informação representa os fenômenos econômicos e de outra natureza, os quais se pretende representar
sem erro material ou viés; ou
(b) o reconhecimento apropriado, a mensuração ou o método de representação foi aplicado sem erro
material ou viés.
3.27 Para ser verificável, a informação não precisa ser um ponto único estimado. Um intervalo de
possíveis valores e suas probabilidades relacionadas também pode ser utilizado.
3.28 A verificação pode ocorrer de forma direta ou indireta. Com a verificação direta, o montante ou
outra representação podem ser verificados em si mesmos, tais como: pela contagem de caixa; pela
observação de títulos negociáveis e suas cotações de preço; ou pela confirmação de que os fatores
identificados que influenciaram o desempenho passado estejam presentes e relacionados com os efeitos
identificados. Com a verificação indireta, o montante ou outra representação podem ser verificados ao se
checar os dados e recalcular os resultados utilizando a mesma convenção ou metodologia contábil. Um
exemplo corresponde à verificação do valor contábil do estoque por meio da conferência das entradas
(quantidades e custos) e do recálculo do estoque final utilizando o mesmo método de mensuração (por
exemplo, custo médio ou “primeiro que entra, primeiro que sai” (PEPS)).
3.29 A qualidade da verificabilidade (ou suportabilidade, se tal termo for utilizado para descrever essa
característica) não é absoluta – alguma informação pode ser mais ou menos passível de verificação do que
outra. Contudo, quanto mais verificável for a informação incluída nos RCPGs, mais se irá assegurar aos
usuários de que a informação representa fielmente os fenômenos econômicos, ou de outra natureza os
quais se pretende representar.
3.30 Os RCPGs podem incluir informação financeira e outra informação quantitativa, além de
explicação sobre (a) as influências-chave a respeito do desempenho da entidade durante o período; (b) os
efeitos ou resultados futuros projetados dos programas de prestação de serviços realizados durante o
período; e (c) informações financeiras e não financeiras prospectivas. Pode não ser possível verificar a
exatidão de todas as representações quantitativas e explicações de tal informação até período futuro.
3.31Para ajudar a assegurar aos usuários de que a informação quantitativa financeira e não financeira
(prospectivas) e as explicações incluídas nos RCPGs representam fielmente os fenômenos econômicos ou
de outra natureza os quais se pretende representar, deve haver transparência nas premissas observadas
em relação à informação divulgada, nas metodologias adotadas na compilação dessa informação e nos
fatores e nas circunstâncias que apoiam quaisquer opiniões expressas ou evidenciações feitas. Isso
possibilita aos usuários formar opinião sobre a adequabilidade dessas premissas e sobre o método de
compilação, mensuração, representação e interpretação da informação.
RESTRIÇÕES ACERCA DA INFORMAÇÃO INCLUÍDA NOS RCPGS
Materialidade
3.32 A informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar o cumprimento do dever
de prestação de contas e responsabilização (accountability), ou as decisões que os usuários tomam com

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base nos RCPGs elaborados para aquele exercício. A materialidade depende tanto da natureza quanto do
montante do item analisado dentro das particularidades de cada entidade. Os RCPGs podem englobar
informação qualitativa e quantitativa acerca do cumprimento da prestação de serviços durante o período
de referência e das expectativas sobre a prestação de serviço e o desempenho no futuro.
Consequentemente, não é possível especificar um limite quantitativo uniforme no qual determinada
informação se torna material.
3.33As avaliações de materialidade são feitas no contexto do ambiente legislativo, institucional e operacional
dentro do qual as entidades funcionam e, em relação às informações financeiras e não financeiras
prospectivas, o conhecimento de quem as elabora e as expectativas acerca do futuro. A evidenciação da
informação sobre a conformidade, ou não, com a legislação, regulamentação ou outro normativo pode
ser material devido à sua natureza, independentemente da magnitude de quaisquer dos montantes
envolvidos. Nesse contexto, ao se determinar se um item é material, deve-se levar em consideração
questões, tais como a natureza, a legalidade, a sensibilidade e os efeitos de eventos e transações passados
ou previstos; as partes envolvidas em tais transações; e as circunstâncias que deram origem a essas
transações.
3.34 De acordo com esta estrutura conceitual, a materialidade é classificada como uma restrição na
informação incluída nos RCPGs. Ao se desenvolver as NBCs TSP e outras disposições, deve-se considerar a
materialidade dos efeitos da aplicação de uma política contábil específica. Sujeitas aos requisitos de quaisquer
NBCs TSP, a entidade, ao elaborar os RCPGs, deve considerar também a materialidade, por exemplo, da
aplicação de uma política contábil específica e da evidenciação em separado de determinados itens da
informação.
Custo-benefício
3.35 A informação contábil impõe custos, e seus benefícios devem justificá-los. Avaliar se os benefícios da
informação justificam seus custos é, com frequência, uma questão de julgamento de valor, pois não é
possível identificar todos os custos e todos os benefícios da informação incluída nos RCPGs.
3.36 Os custos, para fornecerem a informação, incluem os de coleta, de processamento e de verificação e/ou
de apresentação das premissas e das metodologias que dão suporte a elas, além dos de disseminação.
Os usuários incorrem nos custos da análise e interpretação. A omissão da informação útil também impõe
custos, inclusive aqueles em que os usuários incorrem na obtenção de informação necessária de
terceiros, além dos custos advindos da tomada de decisão utilizando dados incompletos fornecidos pelos
RCPGs.
3.37 Os responsáveis pelos RCPGs envidam a maior parte dos seus esforços para agregar informação aos
relatórios. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de recursos acabam por assumir os custos
desses esforços, uma vez que os recursos são redirecionados da prestação de serviços para a elaboração
da informação dos RCPGs.
3.38 Os usuários em geral obtêm a maior parte dos benefícios das informações fornecidas nos RCPGs.
Contudo, a informação elaborada para os RCPGs também pode ser utilizada internamente pela
administração, influenciando o processo decisório por parte dela. A evidenciação da informação nos RCPGs,
consistente com os conceitos desta estrutura conceitual e das NBCs TSP e com outras disposições do CFC,
deve aprimorar e reforçar as percepções da transparência da informação contábil pelos governos e outras
entidades do setor público, além de contribuir para a avaliação mais precisa da dívida pública por agentes
externos. Portanto, as entidades do setor público podem beneficiar-se de diversas maneiras da informação
fornecida nos RCPGs.
3.39 A aplicação da restrição custo-benefício envolve avaliar se os benefícios de divulgar a informação
provavelmente justificam os custos incorridos para fornecê-la e utilizá-la. Ao fazer essa avaliação, é

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necessário considerar se uma ou mais características qualitativas podem ser sacrificadas até certo ponto
para reduzir o custo.
3.40 Ao se desenvolverem as NBCs TSP, leva-se em consideração a informação obtida dos responsáveis
pelas demonstrações, dos usuários, da academia e de outros atores, acerca da natureza e dos benefícios
esperados, bem como dos custos dos requisitos propostos.
Equilíbrio entre as características qualitativas
3.41 As características qualitativas funcionam, conjuntamente, para contribuir com a utilidade da informação.
Por exemplo, nem a descrição que represente fielmente um fenômeno irrelevante, nem a descrição que
represente de modo não fidedigno um fenômeno relevante resultam em informação útil. Do mesmo
modo, para ser relevante, a informação precisar ser tempestiva e compreensível.
3.42 Em alguns casos, o equilíbrio ou a compensação (trade-off) entre as características qualitativas pode ser
necessário para se alcançar os objetivos da informação contábil. A importância relativa das
características qualitativas em cada situação é uma questão de julgamento profissional. A meta é
alcançar o equilíbrio apropriado entre as características para satisfazer aos objetivos da elaboração e da
divulgação da informação contábil.

CAPÍTULO 4 – ENTIDADE QUE REPORTA A INFORMAÇÃO CONTÁBIL


Introdução
4.1 A entidade do setor público que reporta a informação contábil é um ente governamental ou outra
organização, programa ou outra área identificável de atividade (doravante referida como entidade ou
entidade do setor público) que elabora os RCPGs.
4.2 A entidade do setor público que reporta a informação contábil pode compreender duas ou mais entidades
que apresentem os RCPGs como se fossem uma única entidade – tal entidade é referida como grupo de
entidades que reportam a informação contábil.
Características-chave de entidade do setor público que reporta a informação contábil
4.3 As características-chave de entidade do setor público que reporta a informação contábil são:
(a) ser uma entidade que capta recursos da sociedade ou em nome desta e/ou utiliza recursos para realizar
atividades em benefício dela; e
(b) existir usuários de serviços ou provedores de recursos dependentes de informações contidas nos RCPGs
para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
4.4 O governo pode estabelecer e/ou funcionar por meio de unidades administrativas como, por exemplo,
ministérios, secretarias ou departamentos. Ele pode funcionar também por meio de fundos, autoridades
estatutárias, empresas estatais e outras entidades com identidade jurídica própria ou autonomia
operacional para realizar, ou de outra maneira dar suporte à prestação de serviços à sociedade. Outras
organizações do setor público, inclusive organizações internacionais do setor público e autoridades
municipais, podem realizar também determinadas atividades por intermédio das entidades com
identidade jurídica própria ou autonomia operacional e podem beneficiar-se e estarem sujeitas a encargo
financeiro ou perda resultante das atividades.
4.5 Os RCPGs são elaborados para reportar informação útil aos usuários para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Os usuários de serviços ou os provedores de
recursos são os usuários primários dos RCPGs. Consequentemente, uma característica-chave da entidade
do setor público que reporta a informação, inclusive de grupo dessas entidades, é a existência de usuários
de serviços ou provedores de recursos que são dependentes dos RCPGs para fins de prestação de contas
e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.

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4.6 Os RCPGs englobam as demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e


suplemente. As demonstrações contábeis apresentam informação sobre os recursos e as demandas sobre
estes, além dos fluxos de caixa da entidade ou grupo de entidades que reportam a informação durante o
exercício. Portanto, para possibilitar a elaboração das demonstrações contábeis, a entidade que reporta
a informação deve captar recursos e/ou deve utilizar recursos captados anteriormente para realizar
atividades em benefício da sociedade ou em nome dela.
4.7 A existência de usuários dos RCPGs de entidade do setor público ou grupo de entidades pressupõe a
existência de entidade que tenha a responsabilidade ou a capacidade de captar ou utilizar recursos,
adquirir ou administrar bens públicos, incorrer em passivos ou realizar atividades para atingir os objetivos
da prestação de serviços. Quanto maiores os recursos que a entidade do setor público capta, administra
e/ou tem a capacidade de utilizar, e quanto maiores as obrigações que incorre e maior o impacto
econômico ou social das suas atividades, é mais provável que existam usuários de serviços ou provedores
de recursos que sejam dependentes dos RCPGs para obter informação para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Na ausência desses fatores, em que eles não
sejam significativos, é improvável que existam usuários dos RCPGs dessas entidades.
4.8 A elaboração dos RCPGs não é um processo sem custos. Portanto, se a imposição de requisitos para a
informação contábil pressupõe que estas devam ser eficientes e eficazes, é importante que seja exigido
que os RCPGs sejam elaborados somente pelas entidades do setor público para as quais existam usuários.
4.9 Em muitos casos, é clara a existência, ou não, de usuários de serviços ou de provedores de recursos que
dependam dos RCPGs para fornecer informação para fins de prestação de contas e responsabilização
(accountability) e tomada de decisão. Por exemplo, tais usuários, provavelmente, existem para os RCPGs
de governo em nível nacional, estadual ou municipal e para as organizações internacionais do setor
público. Isso porque esses governos e organizações normalmente têm a capacidade de captar recursos
substanciais e/ou empregar esses recursos em nome da sociedade, incorrer em responsabilidades e
impactar o bem-estar econômico e/ou social das comunidades que dependem deles para a prestação de
serviços.
4.10 Contudo, nem sempre está claro se há usuários de serviços ou provedores de recursos que
dependam dos RCPGs de, por exemplo, departamentos ou órgãos individuais do governo, programas
especiais ou áreas identificáveis de atividades com informação para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Determinar se essas organizações, programas ou
atividades devem ser identificados como entidades que reportam a informação e, consequentemente,
serem exigidas a elaborarem os RCPGs envolve o exercício de julgamento profissional.
4.11 O governo e algumas outras entidades do setor público têm identidade e enquadramento legal
específicos (personalidade jurídica). Entretanto, as organizações, os programas e as atividades do setor
público sem personalidade jurídica também podem captar ou empregar recursos, adquirir e administrar
ativos, incorrer em obrigações, realizar atividades para atingir os objetivos da prestação de serviços ou,
de outra maneira, implementar a política governamental. Os usuários de serviços e os provedores de
recursos podem depender dos RCPGs para obter informação para os fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Consequentemente, a entidade que reporta a
informação contábil do setor público pode ter personalidade jurídica específica ou ser, por exemplo,
organização, acordo administrativo ou programa sem personalidade jurídica.

CAPÍTULO 5 – ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


INTRODUÇÃO
Propósito

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5.1 Este capítulo define os elementos utilizados nas demonstrações contábeis e fornece explicação adicional
acerca dessas definições.
Elementos e sua importância
5.2 As demonstrações contábeis retratam os efeitos financeiros e não financeiros das transações e outros
eventos ao agrupá-los em classes amplas que compartilham características econômicas comuns. Essas
classes amplas são denominadas elementos das demonstrações contábeis. Os elementos correspondem
às estruturas básicas a partir das quais as demonstrações contábeis são elaboradas. Essas estruturas
fornecem um ponto inicial para reconhecer, classificar e agregar dados e atividades econômicas de
maneira a fornecer aos usuários informação que satisfaça aos objetivos e atinja as características
qualitativas da informação contábil, levando em consideração as restrições sobre a informação incluída
nos RCPGs.
5.3 Os elementos definidos neste capítulo não se referem aos itens individuais que são reconhecidos como
resultado de transações e eventos. As subclassificações dos itens individuais dentro de um elemento e as
agregações de itens são utilizadas para aprimorar a compreensibilidade das demonstrações contábeis. A
apresentação dos RCPGs é tratada no Capítulo 8, intitulado Apresentação de Informação no Relatório
Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
5.4Em algumas circunstâncias, para assegurar que as demonstrações contábeis forneçam informação útil
para uma avaliação significativa do desempenho e da situação patrimonial da entidade, o reconhecimento de
fenômenos econômicos não capturados pelos elementos definidos neste capítulo pode ser necessário.
Consequentemente, a identificação dos elementos neste capítulo não impede as NBCs TSP de exigirem ou
permitirem o reconhecimento de recursos ou obrigações que não satisfaçam a definição de elemento
identificada neste capítulo (doravante referidos como “outros recursos” ou “outras obrigações”), quando
necessário no sentido de se alcançarem os objetivos da informação contábil.
Elementos
5.5 Os elementos definidos neste capítulo são:
(a) ativo;
(b) passivo;
(c) receita;
(d) despesa;
(e) contribuição dos proprietários;
(f) distribuição aos proprietários.
ATIVO
Definição
5.6 Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado.
Recurso
5.7 Recurso é um item com potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios econômicos. A
forma física não é uma condição necessária para um recurso. O potencial de serviços ou a capacidade de
gerar benefícios econômicos podem surgir diretamente do próprio recurso ou dos direitos de sua
utilização. Alguns recursos incluem os direitos da entidade a uma série de benefícios, inclusive, por
exemplo, o direito a:
(a) utilizar o recurso para a prestação de serviços (inclusive bens);
(b) utilizar os recursos de terceiros para prestar serviços como, por exemplo, arrendamento mercantil;
(c) converter o recurso em caixa por meio da sua alienação;
(d) beneficiar-se da valorização do recurso; ou
(e) receber fluxos de caixa.

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5.8 O potencial de serviços é a capacidade de prestar serviços que contribuam para alcançar os objetivos da
entidade. O potencial de serviços possibilita a entidade alcançar os seus objetivos sem, necessariamente,
gerar entrada líquida de caixa.
5.9 Os ativos do setor público que ensejam potencial de serviços podem ser representados pelos ativos de
recreação, do patrimônio cultural, comunitários, de defesa nacional e outros que sejam mantidos pelos
governos e outras entidades do setor público e que sejam utilizados para a prestação de serviços a
terceiros. Tais serviços podem ser para consumo coletivo ou individual. Vários serviços podem ser
fornecidos em áreas onde não haja concorrência de mercado ou concorrência limitada de mercado. A
utilização e a alienação de tais ativos podem ser restritas, já que muitos ativos que ensejam potencial de
serviços são especializados por natureza.
5.10 Os benefícios econômicos correspondem a entradas de caixa ou a reduções das saídas de caixa. As
entradas de caixa (ou as reduções das saídas de caixa) podem derivar, por exemplo:
(a) da utilização do ativo na produção e na venda de serviços; ou
(b) da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos.
Controlado no presente pela entidade
5.11 A entidade deve ter o controle do recurso. O controle do recurso envolve a capacidade da entidade
em utilizar o recurso (ou controlar terceiros na sua utilização) de modo que haja a geração do potencial
de serviços ou dos benefícios econômicos originados do recurso para o cumprimento dos seus objetivos
de prestação de serviços, entre outros.
5.12 Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente, deve ser observada a existência dos
seguintes indicadores de controle:
(a) propriedade legal;
(b) acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o acesso a esses;
(c) meios que assegurem que o recurso seja utilizado para alcançar os seus objetivos; ou
(d) a existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou à capacidade para gerar os benefícios
econômicos advindos do recurso.
Embora esses indicadores não sejam determinantes conclusivos acerca da existência do controle, sua
identificação e análise podem subsidiar essa decisão.
5.12A A propriedade legal do recurso, tal como terreno ou equipamento, é um dos métodos para se verificar
o potencial de serviços ou os benefícios econômicos de um ativo. No entanto, os direitos ao potencial de
serviços ou à capacidade de gerar benefícios econômicos podem existir sem que se verifique a propriedade
legal do recurso. Por exemplo, os direitos ao potencial de serviços ou à capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da manutenção e utilização de item patrimonial arrendado são verificados sem que haja
a propriedade legal do próprio item arrendado. Portanto, a propriedade legal do recurso não é uma
característica essencial de um ativo. No entanto, a propriedade legal é um indicador de controle.
5.12B O direito de acesso ao recurso pode fornecer à entidade a capacidade para determinar se pode, ou não:
(a) utilizar diretamente o potencial de serviços do recurso para prestar serviços aos usuários;
(b) trocar o recurso por outro ativo, tal como caixa; ou
(c) utilizar o ativo em quaisquer outras maneiras de modo a prestar serviços ou gerar benefícios econômicos.
5.12C Enquanto o acesso ao recurso é crucial, existem recursos aos quais a entidade tem acesso que não dá
origem a ativos como, por exemplo, o ar. Portanto, a capacidade de acessar o recurso precisa ser
suplementada pela capacidade de negar ou restringir o acesso de terceiros ao recurso, por exemplo, (a) a
entidade pode decidir se estabelece entrada grátis ao museu ou restringe o acesso daqueles que não pagam
a taxa, e (b) o governo pode controlar um recurso natural sob o seu território ao qual pode restringir o acesso
de terceiros. Demandas legalmente aplicáveis relativas a recursos específicos como, por exemplo, o direito

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de acesso a uma rodovia ou o direito de explorar um território na busca por recursos minerais, poderia
representar um ativo para o titular. No entanto, a entidade pode ser capaz de acessar o potencial de serviços
ou a capacidade de gerar benefícios econômicos associados ao recurso sem que haja a necessidade de
obtenção de direitos jurídicos.
Evento passado
5.13 A definição de ativo exige que o recurso controlado pela entidade no presente tenha surgido de
transação ou outro evento passado. Podem existir diversas transações passadas ou outros eventos que
resultem no ganho do controle do recurso pela entidade e, por conseguinte, o caracterize como ativo. As
entidades podem obter ativos por intermédio da sua compra em transação com contraprestação, bem
como pelo seu desenvolvimento. Os ativos também podem surgir de transações sem contraprestação,
inclusive por meio do exercício dos direitos soberanos. O poder de tributar ou emitir licenças, acessar,
restringir ou negar acesso aos benefícios oriundos de recursos intangíveis como, por exemplo, o espectro
eletromagnético (bandas de frequência de transmissões de telecomunicações), são exemplos dos
poderes específicos do setor público e dos direitos que podem dar origem a ativos. Ao se avaliar o
surgimento do direito de controle de recursos, os seguintes eventos devem ser considerados: (a) a
capacidade geral para exercer o poder; (b) a constituição de poder por meio de lei, estatuto ou
instrumento congênere; (c) o exercício do poder de criar um direito; e (d) o evento que dá origem ao direito
de receber recursos de terceiros. O ativo surge quando o poder for exercido e os direitos de receber
recursos existirem.
PASSIVO
Definição
5.14 Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na
saída de recursos da entidade.
Obrigação presente
5.15 As entidades do setor público podem ter uma série de obrigações. Obrigação presente é uma
obrigação que ocorre por força de lei (obrigação legal ou obrigação legalmente vinculada) ou uma
obrigação que não ocorre por força de lei (obrigação não legalmente vinculada), as quais não possam ser
evitadas pela entidade.
Saída de recursos da entidade
5.16 Um passivo deve envolver uma saída de recursos da entidade para ser liquidado ou extinto. A
obrigação que pode ser liquidada ou extinta sem a saída de recursos da entidade não é um passivo.
5.16A Para os fins desta estrutura conceitual, os termos “liquidado” ou “liquidação” não se confundem com os
termos correspondentes utilizados na execução orçamentária, conforme legislação brasileira sobre orçamento.
Evento passado
5.17Para satisfazer a definição de passivo, é necessário que a obrigação presente surja como resultado de
transação ou de outro evento passado e necessite da saída de recursos da entidade para ser extinta. A
complexidade inerente ao setor público faz com que eventos diversos referentes ao desenvolvimento,
implantação e execução de determinado programa ou atividade possam gerar obrigações. Para fins de
elaboração e divulgação da informação contábil, é necessário determinar se tais compromissos e
obrigações, inclusive aqueles que não possam ser evitados pela entidade, mas que não ocorrem por força
de lei (obrigações não legalmente vinculadas), são obrigações presentes e satisfazem a definição de
passivo. Quando a transação tem forma jurídica e é vinculada, tal como um contrato, o evento passado
pode ser identificado de forma inequívoca. Em outros casos, pode ser mais difícil identificar o evento
passado e é necessário fazer uma avaliação de quando a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa

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realista de evitar a saída de recursos. Ao se fazer tal avaliação, fatores jurisdicionais devem ser levados
em consideração pela entidade.
Obrigações legais e não legalmente vinculadas
5.18 As obrigações vinculadas podem ser obrigações legais (ou legalmente vinculadas) ou não
legalmente vinculadas. As obrigações vinculadas podem originar-se tanto de transações com
contraprestação quanto de transações sem contraprestação. A obrigação deve estar relacionada a um
terceiro para poder gerar um passivo. A entidade não pode obrigar a si mesma, mesmo quando tenha
divulgado publicamente a intenção de se comportar de determinado modo. A identificação de terceiros
é uma indicação da existência de obrigação que dá origem a um passivo. Entretanto, não é essencial saber
a identidade dos terceiros antes da época da extinção do passivo para que a obrigação presente exista.
5.19 Muitas transações que dão origem à obrigação preveem prazos de liquidação. A existência de
prazo de liquidação pode fornecer uma indicação de que a obrigação envolve a saída de recursos e origina
um passivo. Entretanto, existem muitos contratos ou acordos que não preveem prazos para a liquidação.
A ausência de data de liquidação não impede que a obrigação origine um passivo.
Obrigações legais
5.20 Obrigação legal (ou legalmente vinculada) é exigível por força de lei. Tais obrigações exigíveis
podem advir de uma série de dispositivos legais. Transações com contraprestação normalmente são de
natureza contratual e, portanto, exigíveis por meio do direito contratual ou equivalente. Para alguns tipos
de transações sem contraprestação, é necessário julgamento profissional para se determinar se a
obrigação é exigível por força de lei. Quando for definido que a obrigação é exigível por força de lei, não
há dúvida que a entidade não tem realisticamente alternativa alguma para evitar a obrigação e que,
consequentemente, o passivo existe.
5.21 Algumas obrigações relacionadas a transações com contraprestação não são rigorosamente
exigíveis por terceiros na data de apresentação das informações contábeis, mas serão exigíveis no
transcurso do tempo sem que terceiros tenham que satisfazer outras condições – ou ter que realizar
qualquer outra ação – antes da liquidação. As demandas que são exigíveis incondicionalmente em razão
do transcurso do tempo são obrigações exigíveis no contexto da definição de passivo.
5.22 O poder soberano é a autoridade maior do governo para fazer, aditar e vetar os dispositivos legais.
A existência do poder soberano não é uma condição para se concluir que a obrigação não satisfaz a
definição de passivo conforme esta estrutura conceitual. A situação jurídica deve ser avaliada a cada
apresentação da informação contábil para determinar se a obrigação deixa de ser vinculada e de satisfazer
a definição de passivo.
Obrigações não legalmente vinculadas
5.23 Passivos podem surgir de obrigações não legalmente vinculadas. Estas se diferenciam das
obrigações legais, pois as partes a quem as obrigações dizem respeito não podem tomar ações legais para
liquidá-las. Obrigações não legalmente vinculadas que geram passivos têm as seguintes características:
(a) a entidade indica a terceiros, por meio de um padrão estabelecido de práticas passadas, políticas
publicadas ou de declaração específica, que aceitará certas responsabilidades;
(b) como resultado de tal indicação, a entidade cria uma expectativa válida da parte de terceiros de que
cumprirá com essas responsabilidades; e
(c) a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista para evitar o cumprimento da obrigação
gerada a partir dessas responsabilidades.
5.24 No setor público, as obrigações podem surgir em uma série de eventos. Por exemplo, na
implementação de programa ou serviço, a obrigação pode decorrer:
(a) da realização de promessa política, tal como compromisso eleitoral;

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(b) do anúncio de política; e


(c) da proposta (e aprovação) do orçamento (que podem ser dois eventos distintos).
Os estágios iniciais de implementação não devem dar origem a obrigações presentes que atendem à
definição de passivo. Fases posteriores como, por exemplo, requerimentos que cumpram os critérios de
elegibilidade para o serviço a ser prestado, pode dar lugar a obrigações que atendem à definição de passivo.
5.25 O momento no qual a obrigação dá origem ao passivo depende da natureza da obrigação. Os
fatores que provavelmente irão impactar os julgamentos de que terceiros podem concluir de maneira válida
que a obrigação é tal que a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista de evitar a saída de recursos
incluem:
(a) a natureza do evento ou eventos passados que dão origem à obrigação. Por exemplo, a promessa feita em
eleição é improvável que dê origem a uma obrigação presente, porque uma promessa eleitoral raramente
cria uma expectativa válida por parte de terceiros de que a entidade tem obrigação que tem pouca ou
nenhuma alternativa realista para evitar o seu cumprimento. No entanto, um anúncio em relação a evento
ocorrido pode ter apoio político tal que o governo não possa se desobrigar de cumpri-lo. Onde o governo se
comprometeu a introduzir e a assegurar a dotação orçamentária necessária, tal anúncio pode dar origem a
uma obrigação não legalmente vinculada;
(b) a capacidade da entidade em modificar ou alterar a obrigação antes que ela se cristalize. Por exemplo, o
anúncio de uma política geralmente não vai dar origem a uma obrigação não legalmente vinculada, que não
possa ser modificada antes de ser implementada. Da mesma forma, se a obrigação depende da ocorrência
de eventos futuros, pode haver discernimento para evitar a saída de recursos antes de ocorrerem esses
eventos; e
(c) pode haver uma correlação entre a disponibilidade de fundos para liquidar uma obrigação particular e a
criação de uma obrigação presente. Por exemplo, quando a despesa orçamentária foi aprovada e seu
financiamento vinculado é assegurado por meio de apropriação, quando há disponibilidade de
financiamento para uma contingência ou quando há transferência de nível diferente de governo, a
obrigação não legalmente vinculada pode existir. No entanto, a ausência de dotação orçamentária própria
não significa que a obrigação presente não surgiu.
5.26 “Coerção econômica”, “necessidade política” ou outras circunstâncias podem criar situações em que,
apesar de o setor público não ser legalmente obrigado a incorrer na saída de recursos, as consequências
políticas ou econômicas de não as atender são tão significativas que não deixam alternativa à entidade a
não ser a de despender recursos para liquidá-las.
Situação patrimonial líquida, outros recursos e outras obrigações
5.27 Conforme o item 5.4, em alguns casos, ao se desenvolver ou revisar uma NBC TSP, pode-se determinar
que, para alcançar os objetivos da informação contábil, o recurso ou a obrigação que não satisfaça a
definição de elemento definido nesta estrutura conceitual precise ser reconhecido nas demonstrações
contábeis. Nesses casos, as NBCs TSP podem exigir ou permitir que esses recursos ou obrigações sejam
reconhecidos como outros recursos ou outras obrigações, os quais são itens adicionais aos seis elementos
definidos nesta estrutura conceitual.
5.28 A situação patrimonial líquida é a diferença entre os ativos e os passivos após a inclusão de outros
recursos e a dedução de outras obrigações, reconhecida na demonstração que evidencia a situação
patrimonial como patrimônio líquido. A situação patrimonial líquida pode ser um montante residual
positivo ou negativo.
Receita e despesa
5.29 Receita corresponde a aumentos na situação patrimonial líquida da entidade não oriundos de
contribuições dos proprietários.

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5.30 Despesa corresponde a diminuições na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas de
distribuições aos proprietários.
5.31 Receitas e despesas originam-se de transações com contraprestação e sem contraprestação, de outros
eventos, tais como: aumentos e decréscimos não realizados de ativos e passivos; do consumo dos ativos
por meio da depreciação; e da redução do potencial de serviços e da capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da redução ao valor recuperável. Receitas e despesas podem ser originadas de
transações individuais ou de grupos de transações.
Superávit ou déficit do exercício
5.32 O superávit ou o déficit da entidade para o exercício é a diferença entre as receitas e as despesas que
constam na demonstração que evidencia o desempenho das entidades do setor público.
Contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários
5.33 Contribuição dos proprietários corresponde a entrada de recursos para a entidade a título de contribuição
de partes externas, que estabelece ou aumenta a participação delas no patrimônio líquido da entidade.
5.34 Distribuição aos proprietários corresponde a saída de recursos da entidade a título de distribuição a
partes externas, que representa retorno sobre a participação ou a redução dessa participação no
patrimônio líquido da entidade.
5.35 É importante distinguir os conceitos de despesa e receita dos conceitos de distribuição aos proprietários
e contribuição dos proprietários, inclusive as entradas que estabelecem inicialmente suas participações
na entidade. Além do aporte de recursos e do pagamento de dividendos que podem ocorrer, é
relativamente comum que ativos e passivos sejam transferidos entre entidades do setor público. Sempre
que tais transferências satisfizerem as definições de contribuição dos proprietários ou de distribuição aos
proprietários, elas devem ser contabilizadas como tal.
5.36 As participações dos proprietários podem surgir na criação da entidade quando outra entidade contribui
com recursos para dar à nova entidade a capacidade de iniciar suas operações. No setor público, as
contribuições ou as distribuições de recursos são, algumas vezes, relacionadas à reestruturação do
governo e irão tomar a forma de transferências de ativos e passivos em vez de transações em espécie. As
participações dos proprietários podem tomar diferentes formas, podendo não ser evidenciadas por meio
de instrumento de capital próprio.
5.37 A contribuição dos proprietários pode tomar a forma de aporte inicial de recursos na criação da entidade
ou de aporte de recursos subsequente, inclusive quando da reestruturação da entidade. Já a distribuição
aos proprietários pode ser: (a) o retorno sobre investimento; (b) o retorno total ou parcial de
investimentos; ou (c) no caso da extinção ou reestruturação da entidade, o retorno de qualquer recurso
residual.

CAPÍTULO 6 – RECONHECIMENTO NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Critérios de reconhecimento e sua relação com a evidenciação
6.1 Este capítulo identifica os critérios que devem ser satisfeitos para que um elemento seja reconhecido nas
demonstrações contábeis. O reconhecimento é o processo de incorporar e de incluir um item, expresso
em valores a serem demonstrados no corpo da demonstração contábil apropriada, que satisfaça a
definição de elemento e possa ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas,
levando em consideração as restrições sobre a informação incluída nos RCPGs.
6.2 O item deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis quando:
(a) satisfizer a definição de elemento; e
(b) puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em consideração as
restrições sobre a informação incluída nos RCPGs.

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6.3 Todos os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimento são inseridos nas demonstrações contábeis.
Em algumas circunstâncias, determinada NBC TSP pode também especificar que, para alcançar os
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil, um recurso ou obrigação que não
satisfaça a definição de elemento deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis desde que possa
ser mensurado de maneira que satisfaça as características qualitativas e as restrições sobre a informação
incluída nos RCPGs. Outros recursos e outras obrigações são discutidos no Capítulo 5.
6.4 O reconhecimento envolve a avaliação da incerteza relacionada à existência e à mensuração do elemento.
As condições que dão origem à incerteza, se existirem, podem mudar. Portanto, é importante que a
incerteza seja avaliada em cada data de divulgação do relatório.
Definição de elemento
6.5 Para ser reconhecido como elemento, o item precisa satisfazer a definição de um dos elementos descritos
no Capítulo 5. A incerteza sobre a existência de elemento é examinada ao considerar a evidência
disponível para emitir julgamento neutro sobre se o item satisfaz todas as características essenciais da
definição de elemento, considerando todos os fatos e circunstâncias disponíveis na data do relatório.
6.6 Caso se determine que o elemento, de fato, existe, a incerteza sobre o montante do potencial de serviços
ou da capacidade de gerar benefícios econômicos representados por ele deve ser levado em consideração
na sua mensuração (ver itens 6.7 e 6.8). Os responsáveis pela elaboração dos RCPGs revisam e avaliam
toda a evidência disponível ao determinarem se o elemento existe e deve ser reconhecido, se aquele
elemento continua a se qualificar para o reconhecimento (ver item 6.9), ou se houve mudança em
elemento existente.
Incerteza quanto à mensuração
6.7 Para se reconhecer um item nas demonstrações contábeis, é necessário atribuir um valor monetário a ele.
Isso requer escolher a base de mensuração apropriada e determinar se a mensuração do item cumpre as
características qualitativas, levando-se em consideração as restrições acerca da informação nos RCPGs,
inclusive que a mensuração seja suficientemente relevante e fidedignamente representativa para o item
a ser reconhecido nas demonstrações contábeis. A seleção da base de mensuração adequada é
considerada no Capítulo 7.
6.8 Pode haver incerteza associada à mensuração de montantes apresentados nas demonstrações contábeis.
O uso de estimativas é parte essencial da contabilidade sob o regime de competência. Uma decisão
acerca da relevância e da representação fidedigna da mensuração envolve a consideração de técnicas
como, por exemplo, utilizar intervalos de resultados e estimativas pontuais, e se uma evidência adicional
sobre as circunstâncias econômicas existentes na data do relatório está disponível. A evidenciação pode
fornecer informação útil sobre as técnicas de estimativa empregadas. Pode haver raras circunstâncias nas
quais o nível de incerteza em um único ponto da estimativa é tão grande que a relevância e a
representação fidedigna da medida utilizada são questionáveis, mesmo que haja a evidenciação das
técnicas de estimativa utilizadas. Nessas circunstâncias, o item não deve ser reconhecido.
Evidenciação e reconhecimento
6.9 A falha ao se reconhecer itens que satisfazem a definição de elemento e os critérios de reconhecimento
utilizados não é convalidada pela evidenciação das políticas contábeis, notas ou outro detalhe explicativo.
Contudo, a evidenciação pode fornecer informação sobre os itens que satisfazem muitas características
que definem o elemento, mas nem todas. A evidenciação pode também fornecer informação sobre os
itens que satisfazem a definição de elemento, mas que não podem ser mensurados de maneira que
satisfaça suficientemente as características qualitativas e ir de encontro aos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. A evidenciação é apropriada quando o conhecimento sobre o item é

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considerado relevante para a avaliação da situação patrimonial líquida da entidade e, portanto, satisfaz
os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil.
Desreconhecimento
6.10 O desreconhecimento é o processo de avaliar se ocorreram mudanças, desde a data do relatório
anterior, que justifiquem a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido nas
demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais mudanças ocorrerem. Ao se avaliar a
incerteza sobre a existência do elemento, os mesmos critérios devem ser utilizados para o
desreconhecimento, tais como aqueles utilizados no reconhecimento inicial.

CAPÍTULO 7 – MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Introdução
7.1 Este capítulo identifica os conceitos que orientam a seleção das bases de mensuração de ativos e
passivos para as NBCs TSP e pelos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis quando
não existirem regramentos específicos constantes das NBCs TSP.
Objetivo da mensuração
7.2 O objetivo da mensuração é selecionar bases que reflitam de modo mais adequado o custo dos serviços,
a capacidade operacional e a capacidade financeira da entidade de forma que seja útil para a prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.

7.3 A seleção da base de mensuração para ativos e passivos contribui para satisfazer aos objetivos da
elaboração e divulgação da informação contábil pelas entidades do setor público ao fornecer informação
que possibilita os usuários avaliarem:
(a) o custo dos serviços prestados no período, em termos históricos ou atuais;
(b) a capacidade operacional – a capacidade da entidade em dar suporte à prestação de serviços no futuro
por meio de recursos físicos e outros; e
(c) a capacidade financeira – a capacidade da entidade em financiar as suas próprias atividades.

7.4 A seleção da base de mensuração também pressupõe a avaliação do grau de observância das
características qualitativas enquanto considera as restrições sobre a informação nos RCPGs.
Bases de mensuração e sua seleção
7.5 No nível de estrutura conceitual, não é possível identificar uma única base de mensuração que melhor
atenda ao objetivo da mensuração. Portanto, a estrutura conceitual não propõe uma única base de
mensuração (ou a combinação de bases de mensuração) para todas as transações, eventos e condições.
A estrutura conceitual fornece orientação na seleção da base de mensuração para ativos e passivos.
7.6 As seguintes bases de mensuração para os ativos são identificadas e discutidas à luz da informação que
fornecem sobre o custo de serviços prestados, a capacidade operacional e a capacidade financeira da
entidade, além da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;
(b) valor de mercado(*);
(c) custo de reposição ou substituição;
(d) preço líquido de venda;
(e) valor em uso.
(*)
Justificativa em relação à adoção do valor de mercado em substituição ao valor justo (fair value):
Esta estrutura conceitual não propôs o valor justo (fair value) como uma das bases de mensuração para ativos
e passivos. Em substituição, propôs o valor de mercado, o qual foi definido do mesmo modo que o valor

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justo, ou seja, o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo extinto, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em transação sem favorecimentos.
O IPSASB/Ifac alega que o valor justo, no contexto do setor público, é semelhante ao valor de mercado e a
inclusão de ambas as bases de mensuração poderia ser confusa para os usuários dos RCPGs. Assim, esta
estrutura conceitual convergida, em vez de incluir a definição de valor justo baseada em valor de saída, ou a
definição de valor justo específica para o setor público, incluiu o valor de mercado como uma das bases de
mensuração.
No entanto, ressalta-se que a base de mensuração sob o valor justo ainda deverá permanecer em algumas
IPSAS editadas pelo IPSASB/Ifac após a estrutura conceitual e em algumas NBCs TSP convergidas, pois o
IPSASB/Ifac, gradualmente, irá rever as bases de mensuração constante das IPSAS de modo a excluir o valor
justo. Trata-se do projeto denominado Mensurações no Setor Público (Public Sector Measurement).
Os itens BC7.20 a 7.28 do documento original do IPSASB/Ifac (The Conceptual Framework for General Purpose
Financial Reporting by Public Sector Entities) expõem de maneira detalhada as razões pelas quais houve a
substituição da mensuração baseada no valor justo para o valor de mercado.
O Quadro 1 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de
saída; (b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas, ou não, para a entidade (*).
(*)
Em alguns casos, o julgamento de valor é emitido para se classificar a base de mensuração, em
particular, como observável ou não observável e/ou como específica ou não específica para a entidade.

Quadro 1 – Resumo das bases de mensuração dos ativos


Observável, ou não, no Específica, ou não, à
Base de mensuração Entrada ou saída
mercado entidade
Específica para a
Custo histórico Entrada Geralmente observável
entidade
Valor de mercado
(quando o mercado é Não específica para a
Entrada e saída Observável
aberto, ativo e entidade
organizado)
Valor de mercado Depende da técnica de Depende da técnica de
Saída
(em mercado inativo) atribuição de valor atribuição de valor
Custo de reposição ou Específica para a
Entrada Observável
substituição entidade
Específica para a
Preço líquido de venda Saída Observável
entidade
Específica para a
Valor em uso Saída(*) Não observável
entidade
(*)
Como indicado no item 7.66, para os ativos não geradores de caixa o cálculo do valor em uso pode exigir,
subsidiariamente, o uso de custo de substituição.

7.7 As seguintes bases de mensuração dos passivos são identificadas e discutidas à luz (a) da informação que
fornecem sobre o custo dos serviços prestados, da capacidade operacional e da capacidade financeira da
entidade, e (b) da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;
(b) custo de cumprimento da obrigação;
(c) valor de mercado;
(d) custo de liberação; e
(e) preço presumido.

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O Quadro 2 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de saída;
(b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas para a entidade ou não.

Quadro 2 – Resumo das bases de mensuração dos passivos


Observável, ou não, no Específica, ou não, à
Base de mensuração Entrada ou saída
mercado entidade
Específica para a
Custo histórico Entrada Geralmente observável
entidade
Custo de cumprimento Específica para a
Saída Não observável
da obrigação entidade
Valor de mercado
(quando o mercado é Não específica para a
Entrada e saída Observável
aberto, ativo e entidade
organizado)
Valor de mercado Depende da técnica de Depende da técnica de
Saída
(em mercado inativo) atribuição de valor atribuição de valor
Específica para a
Custo de liberação Saída Observável
entidade
Específica para a
Preço presumido Entrada Observável
entidade

Valores de entrada e de saída


7.8 As bases de mensuração podem fornecer valores de entrada e valores de saída. Para o ativo, os valores
de entrada refletem o custo da compra. O custo histórico e o custo de reposição são valores de entrada.
Os valores de saída refletem os benefícios econômicos da venda e também o montante que será obtido
com a utilização do ativo. Em economia diversificada, os valores de entrada e saída diferem à medida que
as entidades, normalmente:
(a) adquirem ativos concebidos para suas particularidades operacionais para as quais outros participantes do
mercado não estariam dispostos a pagar valor semelhante; e
(b) incorrem em custos de transação na aquisição.
7.9 As bases de mensuração para o passivo também podem ser classificadas em termos de valores de entrada
ou de saída. Os valores de entrada se relacionam à transação na qual a obrigação é contraída ou ao
montante que a entidade aceitaria para assumir um passivo. Os valores de saída refletem o montante
exigido para cumprir a obrigação ou o montante exigido para liberar a entidade da obrigação.
Medidas observáveis e não observáveis
7.10 Determinadas medidas podem ser classificadas como sendo ou não observáveis em mercado
aberto, ativo e organizado. As medidas observáveis em mercado são, provavelmente, mais fáceis de
serem compreendidas e verificadas do que as medidas não observáveis. Elas também podem representar
mais fielmente os fenômenos que estejam mensurando.
Medidas específicas e não específicas para a entidade
7.11 As medidas podem ser também classificadas conforme o fato de serem ou não específicas para a
entidade. As bases de mensuração que são específicas para a entidade refletem as restrições de cunho
econômico ou político presentes que afetam as utilizações possíveis de ativo e a extinção de passivo. As
medidas específicas para a entidade podem refletir as oportunidades econômicas que não estão
disponíveis para outras entidades e os riscos que não são vivenciados por estas. As medidas não

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específicas para a entidade refletem as oportunidades e os riscos gerais de mercado. A decisão de se


utilizar ou não uma medida específica para a entidade é tomada com base no objetivo da mensuração e
nas características qualitativas.
Nível de agregação ou desagregação para fins de mensuração
7.12 Para apresentar os ativos e os passivos nas demonstrações contábeis de modo a fornecer a
informação que melhor satisfaça o objetivo da mensuração e a observar as características qualitativas
pode ser necessário agregá-los ou desagregá-los para fins de mensuração. Os custos são comparados
com os benefícios para se avaliar se tal agregação ou desagregação é apropriada.
BASES DE MENSURAÇÃO PARA OS ATIVOS
Custo histórico
7.13Custo histórico de um ativo é a importância fornecida para se adquirir ou desenvolver um ativo, o qual
corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa ou o valor de outra importância fornecida à época de sua
aquisição ou desenvolvimento.
7.14 Custo histórico é o valor de entrada, específico para a entidade(*). No modelo do custo histórico,
os ativos devem ser inicialmente reconhecidos pelo custo incorrido na sua aquisição. Subsequentemente
ao reconhecimento inicial, esse custo pode ser alocado como despesa do exercício na forma de
depreciação ou amortização para determinados ativos, à medida que o potencial de serviços ou a
capacidade de gerar benefícios econômicos fornecidos por tais ativos são consumidos durante a sua vida
útil. Após o reconhecimento inicial, a mensuração de ativo não é alterada para refletir as mudanças nos
preços ou aumentos no valor do ativo.
(*)
O termo “custo histórico” também pode ser apresentado como “modelo de custo” ou, genericamente,
como “mensuração baseada em custos”.
7.15No modelo do custo histórico, o montante do ativo pode ser reduzido ao se reconhecer a redução ao valor
recuperável. O referido ajuste corresponde à extensão na qual o potencial de serviços ou a capacidade de
gerar benefícios econômicos fornecidos por ativo diminuiu devido às mudanças nas condições
econômicas ou em outras condições, as quais são distintas do seu consumo. Isso envolve avaliações da
capacidade de recuperação. Por outro lado, o montante do ativo pode ser aumentado para refletir o custo
das adições e aprimoramentos (excluindo aumentos de preço para os ativos sem melhorias) ou outros
eventos como, por exemplo, o incremento do valor de face de ativo financeiro.
Custo dos serviços
7.16 Quando o custo histórico for utilizado, o custo dos serviços reflete o montante dos recursos gastos
para se adquirir ou desenvolver ativos consumidos na prestação de serviços. Normalmente, o custo
histórico fornece um elo direto com as transações que, de fato, foram realizadas pela entidade. Como os
custos utilizados são aqueles trazidos de exercícios anteriores sem ajuste pelas mudanças do preço, eles
não refletem o custo dos ativos quando consumidos. Na medida em que o custo dos serviços é
evidenciado utilizando-se preços passados, a informação fornecida pelo custo histórico não irá facilitar a
avaliação do custo futuro de prestação de serviços caso as mudanças no valor cumulativo desde a sua
aquisição sejam significativas.
Capacidade operacional
7.17 Caso o ativo tenha sido adquirido em transação com contraprestação, o custo histórico fornece
informação sobre os recursos disponíveis para a prestação de serviços no futuro, baseada no seu custo de
aquisição. À época em que o ativo é comprado ou desenvolvido, pode-se assumir que o valor do seu
potencial de serviços para a entidade é igual ou maior do que o custo da aquisição(*). Quando a
depreciação ou amortização é reconhecida, ela reflete a extensão na qual o potencial de serviços do ativo
foi consumido. A informação do custo histórico mostra que os recursos disponíveis para serviços futuros

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são equivalentes ao montante no qual foram evidenciados. Os aumentos no valor do ativo não são
refletidos no modelo do custo histórico. Caso o ativo tenha sido adquirido em transação sem
contraprestação, o valor da transação não fornece informação sobre a capacidade operacional.
(*)
Quando não for o caso, a mensuração inicial pelo custo histórico deve ser reduzida pelo montante da
redução ao valor recuperável.
Capacidade financeira
7.18 O montante no qual os ativos são apresentados nas demonstrações contábeis auxilia na avaliação
da capacidade financeira. O custo histórico pode fornecer informação sobre o montante dos ativos que
pode ser utilizado como garantia efetiva para empréstimos. A avaliação da capacidade financeira
também exige informação sobre o montante que poderia ser recebido pela venda do ativo e reinvestido
em outros ativos para fornecer serviços diferentes. O custo histórico não fornece essa informação quando
é significativamente diferente dos valores de saída atuais.
Aplicação das características qualitativas
7.19 Os itens 7.16 a 7.18 explicam as áreas nas quais o custo histórico fornece informação relevante em
termos do seu valor confirmatório ou preditivo. Frequentemente, a aplicação do custo histórico é direta,
porque a informação da transação está disponível prontamente. Como resultado, os montantes derivados
do modelo do custo histórico são, geralmente, representações fidedignas na medida em que representam
o que pretendem representar, isto é, o custo de se adquirir ou desenvolver um ativo baseado nas
transações efetivamente ocorridas. As estimativas de depreciação e redução ao valor recuperável
utilizadas no modelo do custo histórico, particularmente para ativos não geradores de caixa, podem
afetar a fidedignidade da representação da informação. Pelo fato da aplicação do custo histórico
geralmente refletir os recursos consumidos com referência às transações efetivamente ocorridas, as
medidas dessa aplicação são verificáveis, compreensíveis e podem ser elaboradas em tempo hábil.
7.20 A informação do custo histórico é comparável na extensão em que os ativos tenham a mesma data
de aquisição ou data similar. Como o custo histórico não reflete o impacto das mudanças do preço, não é
possível comparar os montantes dos ativos que foram adquiridos em épocas distintas quando os preços
variarem significativamente.
7.21 Em determinadas circunstâncias, a aplicação do custo histórico pressupõe o uso de alocações, por
exemplo, quando:
(a) vários ativos são adquiridos em uma única transação;
(b) os ativos são construídos pela própria entidade e os custos operacionais e outros gastos têm que ser
atribuídos; e
(c) a utilização de método de mensuração, tal como o primeiro a entrar é o primeiro a sair (PEPS), é
necessária quando vários ativos semelhantes são mantidos. Na medida em que tais alocações forem
arbitrárias, faz com que se reduza a extensão na qual a mensuração atende às características qualitativas.
Mensurações a valor corrente
7.22 As mensurações a valor corrente refletem o ambiente econômico vigente na data de apresentação
do relatório.
7.23 Existem quatro bases de mensuração a valor corrente para os ativos:
(a) valor de mercado;
(b) custo de reposição ou substituição;
(c) preço líquido de venda; e
(d) valor em uso.
Valor de mercado

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7.24 Valor de mercado para ativos é o montante pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes
cientes e dispostas, em transação sob condições normais de mercado.
7.25 Na aquisição, o valor de mercado e o custo histórico são os mesmos, caso os custos da transação
sejam ignorados e a transação seja uma transação com contraprestação. A extensão na qual o valor de
mercado satisfaz os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil e as necessidades de
informação dos usuários depende, parcialmente, da qualidade das evidências do mercado. Essas, por sua
vez, dependem das características do mercado no qual o ativo é comercializado. O valor de mercado é
especialmente apropriado quando se julga que a diferença entre os valores de entrada e de saída
provavelmente não será significativa ou o ativo é mantido com a intenção de ser vendido.
7.26 Em princípio, os valores de mercado fornecem informação útil porque refletem, de maneira
adequada, o valor do ativo para a entidade. Em mercado aberto, ativo e organizado (ver item 7.28), o ativo
não pode valer menos do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode obter esse montante pela
venda, e o ativo também não pode valer mais do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode
obter potencial de serviços equivalente ou capacidade de gerar benefícios econômicos pela compra do
mesmo ativo.
7.27A utilidade dos valores de mercado é mais questionável quando não se observa a premissa de que os
mercados são abertos, ativos e organizados. Em tais circunstâncias, não se pode presumir que o ativo
possa ser vendido pelo mesmo valor pelo qual ele pode ser adquirido e é necessário determinar se o valor
de saída ou de entrada é a medida mais útil. Os valores de mercado baseados em valores de saída são
úteis para ativos que são mantidos para comercialização como, por exemplo, certos instrumentos
financeiros, mas pode não ser útil para ativos operacionais especializados. Além disso, enquanto a compra
de um ativo fornece evidência de que o valor do ativo para a entidade é, pelo menos, tão grande quanto
o seu preço de compra, os fatores operacionais podem significar que o valor para a entidade pode ser
maior. Desse modo, os valores de mercado podem não refletir o valor do ativo para a entidade,
representado pela sua capacidade operacional.
Valores de mercado em mercado aberto, ativo e organizado
7.28 Os mercados abertos, ativos e organizados têm as seguintes características:
(a) não existem barreiras que impeçam a entidade de realizar transações no mercado;
(b) eles são mercados ativos e, assim, há frequência e volume suficientes de transações para fornecer
informação sobre o valor; e
(c) eles são organizados, com compradores e vendedores bem informados, agindo sem impulsos, de modo
a haver garantia de imparcialidade na determinação dos preços correntes, inclusive que os preços não
representem vendas precipitadas.
Mercado organizado é aquele que funciona de maneira confiável, segura, precisa e eficiente. Tais mercados
lidam com ativos que são idênticos e, portanto, mutuamente intercambiáveis como, por exemplo,
commodities, moedas e títulos em que os preços são públicos. Na prática, poucos mercados, se houver,
exibem plenamente todas essas características, mas alguns poderão se aproximar de mercado organizado tal
como descrito.
Valores de mercado em que os mercados não podem ser considerados abertos, ativos e organizados
7.29 Os mercados de ativos que sejam únicos e raramente comercializados não são abertos, ativos e
organizados, ou seja, quaisquer compras e vendas são negociadas individualmente e pode haver grande
amplitude de valores pelos quais uma transação pode ser acordada. Portanto, os participantes incorrem
em custos significativos para comprar ou vender um ativo. Em tais circunstâncias, é necessário utilizar
uma estimativa do valor de venda, à data de mensuração e conforme as condições presentes de mercado.
Custos dos serviços

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7.30 A receita da prestação de serviços evidenciada nas demonstrações contábeis deve ser mensurada
com base nos valores relativos ao exercício. Caso os ativos utilizados para prestar os serviços sejam
mensurados pelo valor de mercado, a alocação do custo dos ativos para refletir o seu consumo no período
se baseia nele.
7.31 A utilização de valores do mercado permite que o retorno sobre os ativos seja determinado. Contudo, as
entidades do setor público normalmente não realizam atividades com o objetivo principal de gerar lucros,
e os serviços, com frequência, são prestados por meio de transações sem contraprestação ou em
condições subsidiadas. Consequentemente, pode haver pouca relevância nas informações de resultados
decorrentes de saídas baseadas em valores de mercado.
7.32 Conforme observado no item 7.30, a receita da prestação de serviços evidenciada nas
demonstrações contábeis deve ser mensurada com base nos valores correntes no exercício. Assim, o
superávit ou o déficit do período inclui movimentações de valores que acontecem durante o período no
qual os ativos e passivos são mantidos e nenhum resultado é evidenciado na venda do ativo. Quando o
ativo é comercializado em mercado aberto, ativo e organizado, a existência do mercado fornece
segurança à entidade para constatar o valor de mercado (e nada além disso) à data do relatório. Portanto,
é desnecessário adiar o reconhecimento das mudanças no valor até que o ganho seja realizado no ato da
venda. Contudo, quando os ativos utilizados para prestar serviços não são comercializados em mercados
abertos, ativos e organizados (ou em mercados assemelhados), a relevância da receita e da despesa
relacionadas às mudanças no valor de mercado é questionável.
Capacidade operacional
7.33A informação sobre o valor de mercado dos ativos mantidos para prestar serviços futuros é útil se refletir
o valor que a entidade é capaz de obter deles ao utilizá-los na prestação de serviços. Entretanto, se o valor
de mercado baseado em valores de saída for significativamente menor do que o custo histórico, o valor
de mercado é provavelmente menos relevante do que o custo histórico para fornecer informação sobre a
capacidade operacional. Além disso, esse valor de mercado também é provavelmente menos relevante
do que as medidas correntes baseadas em valores de entrada.
Capacidade financeira
7.34 A avaliação da capacidade financeira requer a informação sobre o montante que deveria ser
recebido na venda do ativo. Essa informação é fornecida pelo valor de mercado.
Aplicação das características qualitativas
7.35Os valores determinados em mercados abertos, ativos e organizados podem ser prontamente utilizados
para fins de elaboração e divulgação da informação contábil. Nesses casos, a informação irá satisfazer as
características qualitativas, isto é, é relevante, fidedignamente representada, compreensível, comparável
e verificável. Em tais condições de mercado, os valores de entrada e de saída podem ser assumidos como
sendo os mesmos ou muito semelhantes. Pelo fato de ser em tempo hábil, tal informação,
provavelmente, também é tempestiva.
7.36 A extensão na qual os valores de mercado satisfazem as características qualitativas diminui na
medida em que a qualidade das evidências de mercado diminui e a determinação de tais valores é baseada
em estimativas. Conforme indicado acima, os valores de mercado baseados em valores de saída somente
são relevantes para avaliações da capacidade financeira e, não, para as avaliações dos custos dos serviços
e da capacidade operacional.
Custo de reposição ou substituição
7.37 Custo de reposição(*) ou substituição é o custo mais econômico exigido para a entidade substituir
o potencial de serviços de ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de sua alienação ao
final da sua vida útil) na data do relatório.

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(*)
O termo completo é “custo de reposição depreciado otimizado”, que se refere à reposição do
potencial de serviços incorporado em ativo e, não, o próprio ativo (ver item 7.41). O termo “custo de
reposição” foi utilizado para fins desta estrutura conceitual.
7.38 O custo de reposição difere do valor de mercado porque:
(a) no contexto do setor público, é, explicitamente, um valor de entrada que reflete o custo de reposição do
potencial de serviços do ativo;
(b) inclui todos os custos que seriam, necessariamente, incorridos na reposição do potencial de serviços do
ativo; e
(c) é específico à entidade e, portanto, reflete a posição econômica da entidade em vez da posição
predominante em mercado hipotético. Por exemplo, o custo de reposição de veículo é menor para a
entidade que normalmente adquire grande número de veículos em uma única transação e é capaz de
negociar descontos do que para a entidade que compra os veículos individualmente.
7.39 Como as entidades normalmente adquirem os seus ativos pelo meio mais econômico disponível, o custo
de reposição reflete o processo de compra ou de construção que a entidade geralmente observa. O custo
de reposição reflete a substituição do potencial de serviços no curso normal das operações e, não, os
custos que poderiam ser incorridos caso surgisse a necessidade urgente resultante de evento
imprevisível, tal como um incêndio.
7.40 O custo de reposição corresponde ao custo para substituir o potencial de serviços do ativo. O custo de
reposição adota a abordagem otimizada e difere do custo de reprodução, que é o custo de se adquirir um
ativo idêntico(*). Ainda que, em muitos casos, a substituição mais econômica do potencial de serviços
corresponda à compra de ativo semelhante ao que é controlado, o custo de reposição se baseia em ativo
alternativo caso forneça o mesmo potencial de serviços, com custo menor. Para os fins da informação
contábil, portanto, é necessário evidenciar a diferença no potencial de serviços entre o ativo existente e
o ativo substituto.
(*)
Podem existir casos em que o custo de reposição seja igual ao custo de reprodução. Isto é, a maneira
mais econômica de se substituir o potencial de serviços é reproduzir o ativo.
7.41 O potencial de serviços apropriado é aquele no qual a entidade seja capaz de utilizar ou espera utilizar,
tendo em vista a necessidade de se manter capacidade de serviços suficiente para lidar com as
contingências. Dessa maneira, o custo de reposição do ativo reflete a redução na capacidade de serviço
exigida. Por exemplo, se a entidade possui uma escola que comporte quinhentos alunos, mas, devido a
mudanças demográficas desde a sua construção, seja adequada uma escola para cem alunos para as
necessidades atuais e razoavelmente requeridas, o custo de reposição do ativo é aquele de uma escola
para cem alunos.
7.42 Em alguns casos, o valor a ser obtido do ativo será maior do que o seu custo de reposição. Contudo, não
seria apropriado mensurar o ativo por aquele valor, uma vez que ele inclui os benefícios das atividades
futuras, em vez do potencial de serviços na data do relatório. O custo de reposição representa o maior
valor potencial do ativo, já que, por definição, a entidade deve ser capaz de assegurar o potencial de
serviços equivalente ao incorrer no custo de reposição.
Custo dos serviços
7.43 O custo de reposição fornece uma medida relevante do custo de prestação de serviços. O custo de
consumo do ativo é equivalente ao montante do sacrifício do potencial de serviços incorrido por essa
utilização. Esse montante é o seu custo de reposição – a entidade é capaz de restaurar a sua posição para
aquela imediatamente anterior ao consumo do ativo pelo desembolso igual ao custo de reposição.
7.44 Os custos dos serviços devem ser evidenciados em termos presentes quando baseados no custo de
reposição. Assim, o montante do ativo consumido deve ser reconhecido pelo valor dos ativos à época em

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que foram consumidos – e não na época em que foram adquiridos, como custo histórico. Isso fornece
uma base válida para a comparação entre o custo dos serviços e o montante de tributos e outras receitas
recebidos no período – os quais são geralmente as transações do período atual e mensuradas aos valores
atuais – e para avaliar se os recursos foram utilizados com economicidade e eficiência. Fornece também
uma base útil para comparação com outras entidades que evidenciam na mesma base, já que os valores
do ativo não são afetados pelas diferentes datas de aquisição, além de possibilitar a avaliação do custo
de se prestar serviços futuros e das necessidades futuras de recursos, já que os custos futuros
provavelmente serão mais assemelhados aos custos presentes do que aqueles incorridos no passado,
quando os valores eram diferentes (ver também o item 7.48).
Capacidade operacional
7.45 Em princípio, o custo de reposição fornece uma medida útil dos recursos disponíveis para prestar os
serviços no futuro, uma vez que está centrado no valor atual dos ativos e o seu potencial de serviços para
a entidade.
Capacidade financeira
7.46 O custo de reposição não fornece informação sobre os montantes que seriam recebidos na venda de
ativos. Portanto, não facilita a avaliação da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.47 Conforme observado anteriormente, o custo de reposição é relevante para avaliações do custo dos
serviços e da capacidade operacional, mas não é relevante para avaliações da capacidade financeira. Em
algumas circunstâncias, o cálculo do custo de reposição é complexo e exige opiniões subjetivas. Esses
fatores podem reduzir a representação fidedigna do custo de reposição. Nesse contexto, a
tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade da informação elaborada com base no custo de
reposição podem ser afetadas e o custo de reposição pode ser mais dispendioso do que algumas outras
alternativas. A informação do custo de reposição pode também não ser de compreensão direta,
especialmente quando a informação reflete a redução na capacidade de serviços exigida (ver item 7.41).
7.48 A informação do custo de reposição é comparável dentro da entidade quando os ativos que fornecem
potencial de serviços equivalentes são informados em montantes semelhantes, independentemente de
quando tiverem sido adquiridos. Em princípio, entidades diferentes podem evidenciar ativos
semelhantes em montantes diferentes porque o custo de reposição é uma medida específica que reflete
as oportunidades de substituição que estão disponíveis para a entidade. As oportunidades de
substituição podem ser as mesmas ou semelhantes para diferentes entidades do setor público. Quando
são diferentes, a vantagem econômica da entidade que é capaz de adquirir o ativo de forma menos
dispendiosa é evidenciada nas demonstrações contábeis por meio de valores mais baixos dos ativos e de
menor custo de serviços, de modo a ser uma representação fidedigna.

Preço líquido de venda


7.49 Preço líquido de venda é o montante que a entidade pode obter com a venda do ativo após deduzir os
gastos para a venda.
7.50 O preço líquido de venda é diferente do valor de mercado, uma vez que não exige mercado aberto, ativo
e organizado ou estimativa de preço em tal mercado e que inclua os gastos para a venda da entidade.
Portanto, o preço líquido de venda reflete as restrições na venda e é específico à entidade.
7.51 A utilidade potencial de mensurar ativos pelo preço líquido de venda é que o ativo não pode valer menos
para a entidade do que o montante que ela poderia obter na venda do ativo. Entretanto, não é apropriado

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como base de mensuração se a entidade for capaz de utilizar os seus recursos de maneira mais eficiente
ao empregar o ativo de outra maneira, por exemplo, ao utilizá-lo na prestação de serviços.
7.52 O preço líquido de venda é útil, portanto, quando o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto
de vista dos recursos, for vender o ativo. Esse é o caso quando o ativo não puder fornecer potencial de
serviços ou gerar benefícios econômicos ao menos tão valiosos quanto seu preço líquido de venda. O
preço líquido de venda pode fornecer informação útil quando a entidade estiver obrigada
contratualmente a vender o ativo abaixo do valor de mercado. Pode haver casos em que o preço líquido
de venda pode indicar uma oportunidade de negócios.
Custo dos serviços
7.53 Não é apropriado quantificar o custo da prestação de serviços pelo preço líquido de venda. Tal
abordagem envolveria a utilização do valor de saída como base da despesa evidenciada.
Capacidade operacional
7.54 O registro de ativos mantidos para utilização na prestação de serviços ao preço líquido de venda não
fornece informação útil para a avaliação da capacidade operacional. O preço líquido de venda demonstra
o montante que poderia ser obtido na venda do ativo em vez do valor do potencial de serviços que
poderia ser obtido daquele ativo.
Capacidade financeira
7.55 Conforme observado anteriormente, a avaliação da capacidade financeira exige informação sobre o
montante que seria recebido na venda do ativo. Tal informação é fornecida pela utilização do preço
líquido de venda. Entretanto, essa mensuração não é relevante para ativos que podem gerar potencial
de serviços mais significativos ao continuar utilizando-os para prestar serviços.
Aplicação das características qualitativas
7.56 Conforme indicado no item 7.52, o preço líquido de venda fornece informação relevante somente quando
o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto de vista dos recursos, for vender o ativo. As
avaliações do preço líquido de venda podem ser feitas por meio de referência aos mercados ativos onde
eles existirem. Para os ativos mais importantes, pode ser possível obter, com custo-benefício razoável,
avaliações de profissionais. O preço líquido de venda geralmente fornece informação compreensível.
7.57 Na maioria dos casos em que é relevante, o preço líquido de venda cumpre as características qualitativas
da representação fidedigna, da verificabilidade e da tempestividade.
Valor em uso
7.58 Valor em uso é o valor presente, para a entidade, do potencial de serviços ou da capacidade de gerar
benefícios econômicos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor líquido que
a entidade receberá pela sua alienação ao final da sua vida útil.
Adequação do valor em uso
7.59 O valor em uso é um valor específico à entidade que reflete o montante que pode ser obtido do ativo por
meio da sua operação e de sua alienação ao final da sua vida útil. Como observado no item 7.42, o valor
que deriva do ativo é, muitas vezes, maior do que seu custo de reposição – normalmente é, também,
maior do que o seu custo histórico. Quando for esse o caso, evidenciar o ativo pelo seu valor em uso é de
utilidade limitada, uma vez que, por definição, a entidade é capaz de garantir o potencial de serviços
equivalente pelo custo de reposição.
7.60 O valor em uso também não é base de mensuração apropriada quando for menor que o preço líquido de
venda, já que, nesse caso, o uso mais eficiente do ativo é vendê-lo em vez de continuar a utilizá-lo.
7.61 Portanto, o valor em uso é apropriado quando for menor do que o custo de reposição e maior do que o
seu preço líquido de venda. Isso ocorre quando não vale a pena substituir o ativo, mas o valor do seu

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potencial de serviços ou da capacidade de gerar benefícios econômicos for maior do que o seu preço
líquido de venda. Em tais circunstâncias, o valor em uso representa o valor do ativo para a entidade.
7.62 O valor em uso é base de mensuração apropriada para a avaliação de determinados ajustes de redução
ao valor recuperável porque é utilizado na determinação do montante recuperável para o ativo ou grupo
de ativos.
Custo dos serviços, capacidade operacional e capacidade financeira
7.63 Dada a sua complexidade potencial (ver item 7.66), a sua aplicabilidade limitada e o fato de que a sua
operacionalização no contexto do setor público para ativos não geradores de caixa envolve,
subsidiariamente, a utilização do custo de reposição, em regra, o valor em uso é inapropriado para
determinar o custo dos serviços e sua utilidade para avaliações da capacidade operacional é limitada e
provavelmente só deve ser significativa em circunstâncias atípicas quando as entidades têm grande
número de ativos que não se justifique substituir, mas o seu valor em uso é maior do que o seu preço
líquido de venda. Esse pode ser o caso, por exemplo, da descontinuidade da prestação do serviço no
futuro, em que os recursos advindos da venda imediata sejam menores do que o potencial de serviços
gerado pelos ativos. O valor em uso não envolve uma estimativa do montante líquido que a entidade
receberá pela alienação do ativo. Entretanto, a sua aplicabilidade limitada reduz a sua relevância para as
avaliações da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.64 Enquanto o valor em uso pode ser utilizado nas avaliações de determinadas perdas por redução ao valor
recuperável, a sua relevância para a informação contábil é limitada às circunstâncias delineadas no item
7.61.
7.65 A extensão na qual o valor em uso satisfaz as outras características qualitativas depende de como ele for
determinado. Em alguns casos, o valor em uso do ativo pode ser quantificado ao se calcular o valor que a
entidade pode obter do ativo assumindo a sua utilização continuada. Isso pode se basear nas entradas
de caixa futuras relacionadas ao ativo ou nas reduções de custo que se acumulam para a entidade por
meio do controle do ativo. O cálculo do valor em uso leva em consideração o valor temporal do dinheiro
e, em princípio, o risco das variações no montante e no cronograma dos fluxos de caixa.
7.66 O cálculo do valor em uso pode ser complexo. Os ativos que são empregados nas atividades geradoras
de caixa fornecem, muitas vezes, fluxos de caixa juntamente com outros ativos. Nesses casos, o valor em
uso pode ser estimado somente ao calcular o valor presente dos fluxos de caixa de grupo de ativos e
então fazer a alocação para os ativos individuais.
7.67 No setor público, a maioria dos ativos é mantida com o objetivo primordial de contribuir para o
fornecimento de serviços em vez da geração de retorno comercial, sendo que tais ativos são referidos
como ativos não geradores de caixa. Como o valor em uso normalmente é derivado dos fluxos de caixa
esperados, a sua operacionalização em tal contexto pode ser difícil. Pode ser inapropriado calcular o valor
em uso com base nos fluxos de caixa esperados porque tal mensuração não seria uma representação
fidedigna do valor em uso de tal ativo para a entidade. Portanto, seria necessário utilizar,
subsidiariamente, o custo de reposição para fins de elaboração e divulgação da informação contábil.
7.68 O método de se determinar o valor em uso reduz a sua representação fidedigna em muitos casos. Afeta
também a tempestividade, a comparabilidade, a compreensibilidade e a verificabilidade da informação
elaborada com base no valor em uso.
Bases de mensuração para os passivos
7.69 Esta seção discute as bases de mensuração para os passivos, não repete toda a discussão sobre os ativos
e considera as seguintes bases de mensuração:
(a) custo histórico;

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(b) custo de cumprimento da obrigação;


(c) valor de mercado;
(d) custo de liberação; e
(e) preço presumido.
Custo histórico
7.70 Custo histórico para o passivo é a importância recebida para se assumir uma obrigação, a qual
corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa, ou ao valor de outra importância recebida à época na qual
a entidade incorreu no passivo.
7.71 No modelo do custo histórico, as mensurações iniciais podem ser ajustadas para refletir fatores como o
acúmulo de juros, o acréscimo de descontos ou a amortização de prêmio.
7.72 Quando o valor temporal do passivo é material – por exemplo, quando o prazo de vencimento for
significativo – o montante do pagamento futuro é descontado de modo que, quando do reconhecimento
inicial do passivo, ele represente o valor do montante recebido. A diferença entre o montante a ser pago
no futuro e o valor presente do passivo é amortizada ao longo da vida do passivo, sendo registrada
conforme a data do fato gerador.
7.73 As vantagens e as desvantagens de se utilizar a base do custo histórico para passivos são semelhantes às
aplicadas em relação aos ativos. O custo histórico é apropriado quando os passivos provavelmente forem
liquidados nos termos estabelecidos. No entanto, o custo histórico não pode ser aplicado para os passivos
que não se originam de transação como, por exemplo, passivo para o pagamento de danos civis. É
também improvável que o custo histórico forneça informação relevante quando o passivo decorrer de
transação sem contraprestação, uma vez que esta não fornece uma representação fidedigna das
demandas sobre os recursos da entidade. Também se torna difícil aplicar o custo histórico aos passivos
que podem variar em seu montante como, por exemplo, aqueles relacionados a passivos previdenciários.
Custo de cumprimento da obrigação
7.74 Custo de cumprimento da obrigação corresponde aos custos nos quais a entidade incorre no
cumprimento das obrigações representadas pelo passivo, assumindo que o faz da maneira menos
onerosa.
7.75 Quando o custo de cumprimento depender de eventos futuros incertos, todos os resultados possíveis
devem ser levados em consideração em sua estimativa, visando refletir todos esses possíveis resultados
de forma imparcial.
7.76 Quando o cumprimento da obrigação exigir que algum trabalho venha a ser feito (obrigação de fazer) –
por exemplo, quando o passivo for para sanar dano ambiental –, os custos relevantes devem
corresponder àqueles em que a entidade irá incorrer; pode corresponder ao custo de reparação por conta
própria ou por meio de terceiros. Contudo, os custos de contratar um terceiro somente são relevantes
quando se tratar da maneira menos onerosa para se liquidar a obrigação.
7.77 Quando o cumprimento da obrigação vier a ser realizado por conta própria, o custo de cumprimento da
obrigação não deve incluir qualquer ganho, dado que tais ganhos não representam a utilização dos
recursos da entidade. Quando o cumprimento for baseado em terceiros, o montante deve incluir,
implicitamente, o lucro exigido pelo contratado, já que o valor total cobrado por este é uma demanda
por recursos da entidade – isso é consistente com a abordagem para ativos, em que o custo de reposição
incluiria o lucro exigido pelo fornecedor, mas nenhum lucro seria incluído no custo de reposição para
ativos que a entidade deve substituir por meio de desenvolvimento próprio.
7.78 Quando o cumprimento da obrigação não acontecer por período prolongado, os fluxos de caixa devem
ser descontados para refletir o valor do passivo na data do relatório.

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7.79 Geralmente, o custo de cumprimento da obrigação é relevante para mensurar passivos, com exceção das
seguintes circunstâncias:
(a) quando a entidade puder ser dispensada da obrigação em montante menor do que o custo de seu
cumprimento, então o custo dessa dispensa é a mensuração mais relevante do ônus do passivo, do
mesmo modo que, para o ativo, o preço líquido de venda é mais relevante quando for maior do que o valor
em uso; e
(b) no caso dos passivos assumidos por determinada importância, o preço presumido (ver itens 7.87 a 7.91) é
mais relevante quando for maior que o custo de cumprimento da obrigação e o custo da liberação.
Valor de mercado
7.80 Valor de mercado para passivos é o montante pelo qual um passivo pode ser liquidado entre partes
cientes e interessadas em transação sob condições normais de mercado.
7.81 As vantagens e desvantagens do valor de mercado para os passivos são as mesmas que para os ativos.
Tal base de mensuração pode ser adequada, por exemplo, quando o passivo for atribuível a mudanças
em determinada taxa, preço ou índice cotado em mercado aberto, ativo e organizado. Entretanto,
quando a capacidade para transferir o passivo for restrita e os termos nos quais a transferência puder ser
feita não estiverem claros, os casos nos quais os valores de mercado são aplicáveis, mesmo que existam,
serão significativamente mais frágeis. Esse é particularmente o caso dos passivos originados das
obrigações nas transações sem contraprestação, dado ser improvável que exista mercado aberto, ativo
e organizado para tais passivos.
Custo de liberação
7.82 O custo de liberação é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito de
preço líquido de venda utilizado no contexto dos ativos. O custo de liberação se refere ao montante que
corresponde à baixa imediata da obrigação. O custo de liberação é o montante que o credor aceita no
cumprimento da sua demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a transferência do passivo do
devedor. Quando há mais de um modo de garantir a liberação do passivo, o custo de liberação é aquele
que representa o menor montante — isso é consistente com a abordagem para os ativos, em que, por
exemplo, o preço líquido de venda não refletiria o montante que deveria ser recebido na venda a
sucateiro, caso o preço maior pudesse ser obtido na venda para o comprador que utilizaria o ativo.
7.83 Para alguns passivos, especialmente no setor público, a transferência de passivo é praticamente
impossível e, assim, o custo de liberação corresponde ao montante que o credor aceita para o
cumprimento da sua demanda. Esse montante é conhecido se estiver especificado no acordo com o
credor – por exemplo, quando o contrato inclui cláusula específica de cancelamento.
7.84 Em alguns casos, pode haver evidência do valor pelo qual o passivo poderá ser transferido – por exemplo,
no caso do passivo de algumas obrigações por pensões. Transferir o passivo pode ser diferente de
celebrar um acordo com a parte que cumprirá a obrigação da entidade ou arcará com todos os custos
decorrentes do passivo. Para o passivo ser transferido é necessário que todos os direitos do credor em
relação à entidade sejam extintos. Caso esse não seja o efeito do acordo, o passivo da entidade
permanece com ela.
7.85 Ao se avaliar se o custo de liberação é adequado para mensurar passivos, é necessário considerar se a
maneira prevista é uma opção que, na prática, está aberta para entidade, estando ciente de quaisquer
consequências da obtenção da liberação como, por exemplo, dano à reputação da entidade.
7.86 Assim como o preço líquido de venda é relevante somente quando a alternativa mais eficiente do recurso
para a entidade for vender o ativo, o custo de liberação é relevante somente quando a alternativa mais
eficiente for buscar a liberação imediata da obrigação. Em especial, quando o custo do cumprimento da
obrigação for menor do que o custo de liberação, o primeiro fornece informação mais relevante do que

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o segundo, mesmo se for viável negociar a liberação da obrigação, conforme os métodos de transferência
de passivos previstos no item 7.84.
Preço presumido
7.87 O preço presumido é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito do
custo de reposição para os ativos. Do mesmo modo que o custo de reposição representa o montante que
a entidade pagaria racionalmente para adquirir o ativo, o preço presumido representa o montante que a
entidade racionalmente aceitaria na troca pela assunção do passivo existente. As transações com
contraprestação realizadas em condições normais fornecem evidência do preço presumido – esse não é
o caso das transações sem contraprestação.
7.88 No contexto da atividade que é realizada visando lucro, a entidade assumirá o passivo somente se o
montante pago para assumi-lo for maior do que o custo de cumprimento da obrigação ou que o custo de
liberação, isto é, o montante da liquidação. Uma vez que o preço presumido tiver sido aceito pela
entidade, a entidade tem a obrigação com o seu credor.
7.89 Quando se incorre em passivo pela primeira vez em transação com contraprestação, o preço presumido
representa o montante que foi aceito pela entidade para assumi-lo – é razoável considerar que o preço
presumido é o valor que a entidade racionalmente aceitaria para assumir um passivo semelhante. Seria
cobrado um valor maior caso algumas pressões concorrenciais permitissem fazê-lo, mas não
necessariamente um menor. Assim, como o custo de reposição é o valor atual, conceitualmente o preço
presumido também é. Existem, contudo, problemas práticos ao se refletir mudanças nos valores das
obrigações que são informadas no preço presumido.
7.90 Uma consequência de se informar as obrigações do exercício com base no preço presumido é que
nenhum ganho é informado à época na qual a obrigação é aceita. O ganho ou a perda é evidenciado nas
demonstrações contábeis no período em que ocorre o cumprimento da obrigação (ou liberação), já que
corresponde à diferença entre a receita originada e o custo de cumprimento da obrigação.
7.91 A entidade pode ter a obrigação potencial que seja maior do que o preço presumido. Caso a entidade
tenha que buscar a liberação do contrato, a outra parte no contrato poderá ser capaz de demandar
compensação por perdas, bem como o retorno de quaisquer montantes pagos. Contudo, dado que a
entidade pode liquidar a obrigação, ela pode evitar tais obrigações adicionais e seria uma representação
fidedigna evidenciar a obrigação por valor inferior ao preço presumido – esta é uma situação análoga à
situação do ativo que gera benefícios superiores ao custo de reposição. Em tais circunstâncias, como
explicado no item 7.42, o custo de reposição (em vez do valor em uso) é a base de mensuração mais
relevante.

CAPÍTULO 8 – APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÃO NO RELATÓRIO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL DAS


ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO
Introdução
8.1 Este capítulo estabelece os conceitos aplicáveis à apresentação da informação nos RCPGs, inclusive nas
demonstrações contábeis dos governos e outras entidades do setor público.
8.2 A apresentação das informações nos RCPGs possui ligação com os capítulos 1 a 4 – os objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil, as necessidades dos usuários, as características
qualitativas, as restrições na informação incluída nos RCPGs e a entidade que reporta a informação
contábil influenciam as decisões relativas à apresentação das informações. Para a informação
evidenciada nas demonstrações contábeis, a apresentação é relacionada também às definições dos
elementos, critérios de reconhecimento e bases de mensuração identificados nos capítulos 5 a 7, por
exemplo:

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(a) a definição dos elementos afeta os itens que podem ser apresentados nas demonstrações contábeis;
(b) a aplicação dos critérios de reconhecimento afeta a localização da informação; e
(c) a seleção das bases de mensuração impacta a informação apresentada nas metodologias de mensuração.
Idioma no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados
8.3 O idioma (ou idiomas) no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados dá suporte à
realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e as características
qualitativas. Todas as versões traduzidas precisam ser fiéis à versão do idioma original. A versão traduzida
é disponibilizada para satisfazer as necessidades dos usuários em referência a:
(a) dispositivos legais na jurisdição da entidade; e
(b) relação custo-benefício da tradução.
Apresentação
8.4 A apresentação corresponde à seleção, à localização e à organização da informação que é evidenciada
nos RCPGs.
8.5 A apresentação visa fornecer informação que contribua com os objetivos da elaboração e da divulgação
da informação contábil e alcança as características qualitativas, enquanto considera as restrições na
informação incluída nos RCPGs. As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação
são tomadas em resposta às necessidades dos usuários pela informação sobre os fenômenos econômicos,
financeiros e de outra natureza.
8.6 O Capítulo 1 explica que os RCPGs compreendem relatórios múltiplos, cada um respondendo mais
diretamente a determinados aspectos dos objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
ou no alcance dessas informações. Adicionalmente às demonstrações contábeis, os RCPGs fornecem
informação relevante, por exemplo, para avaliações do desempenho dos serviços da entidade e a
sustentabilidade das suas finanças. Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
aplicados à área coberta por determinado relatório orientam as decisões sobre a apresentação daquele
relatório.
8.7 As decisões sobre a apresentação podem:
(a) resultar no desenvolvimento de novo RCPG, na movimentação da informação entre os relatórios ou na
fusão dos relatórios existentes; ou
(b) ser decisões detalhadas sobre a seleção, a localização e a organização da informação no RCPG.
Decisões sobre a apresentação estão interligadas
8.8 As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação estão interligadas e, na prática,
provavelmente são consideradas em conjunto. O montante ou o tipo de informação selecionada pode ter
implicações sobre se relatório é elaborado em separado ou organizado em quadros ou tabelas separados.
As três seções seguintes focam separadamente em cada decisão sobre a apresentação.
Seleção da informação
8.9 As decisões sobre a seleção da informação tratam da informação que é evidenciada:
(a) nas demonstrações contábeis; e
(b) nos RCPGs que não correspondam às demonstrações contábeis (outros RCPGs).
8.10 Como explica o Capítulo 2, os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são
o de fornecer informação sobre a entidade que seja útil para os usuários dos RCPGs para fins de prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. O Capítulo 2 descreve os tipos de
informações que os usuários necessitam para satisfazer esses objetivos. Aquela descrição orienta as
decisões sobre se determinados tipos de relatórios são necessários. Este capítulo foca na seleção da
informação a ser apresentada nos RCPGs, incluindo as demonstrações contábeis e outros relatórios.
Seleção e natureza da informação

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Natureza da informação nas demonstrações contábeis


8.11 As necessidades de informação dos usuários identificados no Capítulo 2 corroboram a seleção da
informação para as demonstrações contábeis. Essas necessidades incluem a informação sobre a situação
patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade para:
(a) possibilitar aos usuários identificarem os recursos da entidade e as demandas por estes recursos na data
do relatório;
(b) informar as avaliações de questões como se a entidade adquiriu recursos com economicidade e os utilizou
de forma eficiente e eficaz para alcançar os seus objetivos na prestação de serviços; e
(c) informar as avaliações do desempenho e a liquidez e solvência da entidade.

8.12 As demonstrações contábeis podem fornecer também informação que auxilia os usuários na
avaliação da extensão na qual:
(a) a entidade satisfez os seus objetivos financeiros;
(b) as receitas, as despesas, os fluxos de caixa e o desempenho da entidade estão em conformidade com os
orçamentos aprovados; e
(c) a entidade observou a legislação vigente e outros regulamentos que regem a captação e a utilização de
recursos públicos.

8.13 As demonstrações contábeis não evidenciam de modo abrangente o desempenho dos serviços da
entidade. Contudo, a informação nas demonstrações contábeis pode fornecer informação relevante aos
aspectos financeiros do desempenho dos serviços, como informação sobre:
(a) receita, despesa e fluxos de caixa relativos aos serviços; e
(b) os ativos e os passivos que orientam as avaliações dos usuários em relação à capacidade operacional da
entidade ou aos riscos financeiros que podem impactar no fornecimento do serviço.

8.14 Outros relatórios nos RCPGs apresentam informação adicional às demonstrações contábeis. Tal
informação poderia, por exemplo, incluir:
(a) informação sobre a sustentabilidade das finanças públicas da entidade;
(b) discussão e análise das demonstrações contábeis; ou
(c) informação sobre o desempenho dos serviços.
Informação selecionada para exposição ou evidenciação
8.15 A informação é selecionada para exposição ou para evidenciação nos RCPGs. A informação
selecionada para exposição comunica mensagens-chave no RCPG, enquanto a informação selecionada
para evidenciação torna a informação exposta mais útil ou fornece detalhes que auxiliam os usuários a
entenderem a informação exposta. A evidenciação não substitui a exposição.
8.16 A repetição da informação no RCPG geralmente precisa ser evitada. Contudo, a mesma
informação pode ser tanto exposta como evidenciada. Por exemplo, o montante exposto nas
demonstrações contábeis pode ser repetido nas notas explicativas quando tais notas fornecem o
detalhamento do total exposto. Do mesmo modo, a mesma informação pode ser apresentada em RCPGs
diferentes para tratar diferentes propósitos.
Informação selecionada para exposição
8.17 Todos os RCPGs contêm mensagens-chave que são comunicadas, uma vez que todos eles contêm
informação exposta. A informação exposta observa um nível conciso e compreensível de modo que os
usuários possam focar nas mensagens-chave apresentadas e não serem distraídos por algum detalhe que,
de outra maneira, poderia obscurecer essas mensagens. A informação exposta é destacadamente

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apresentada utilizando-se técnicas de apresentação apropriadas, como classificações, margens, quadros


e gráficos.
8.18 Os itens expostos nas demonstrações contábeis fornecem informação sobre questões como, por
exemplo, a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade que reporta a
informação.
8.19 A avaliação se o item satisfaz os critérios de reconhecimento é um dos principais mecanismos para
se determinar se a informação deve ser exposta no demonstrativo que evidencia a situação patrimonial
ou no demonstrativo que evidencia o desempenho das entidades do setor público e/ou divulgada nas
notas explicativas ou em outro lugar nos RCPGs. Em outros casos, por exemplo, a demonstração dos
fluxos de caixa apoia também o cumprimento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação
contábil.
8.20 O desenvolvimento de requisitos para a exposição das rubricas dos relatórios e os respectivos
totais envolve equilibrar a padronização da informação exposta (a qual facilita a compreensibilidade) com
a informação que é elaborada para os fatores específicos à entidade. O objetivo tanto dos requisitos da
exposição padronizada como da informação específica à entidade é assegurar que a informação
necessária para satisfazer aos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil esteja
disponível para todas as entidades, ao permitir que a informação seja exposta de maneira que reflita a
natureza e as operações de entidades específicas.
Informação selecionada para evidenciação
8.21 A informação evidenciada deve incluir:
(a) a base para a informação exposta como, por exemplo, políticas e metodologias aplicáveis;
(b) detalhamentos da informação exposta; e
(c) itens que compartilham alguns, mas nem todos os aspectos da informação exposta, por exemplo,
evidenciações de itens que satisfaçam algumas, mas nem todas as características da definição de
elemento ou evidenciações sobre itens que satisfaçam a definição de elemento, mas não os critérios de
reconhecimento. O Capítulo 5 explica quais os outros recursos e outras obrigações que não satisfazem a
definição de elementos e que podem ser reconhecidos para contribuir com os objetivos da elaboração e
da divulgação da informação contábil.
8.22 O nível de detalhe fornecido pela informação exposta contribui para a realização dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil, desde que não seja excessivo. A informação
evidenciada, assim como a informação exposta, é necessária para a realização dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.23 A informação evidenciada nas notas explicativas às demonstrações contábeis:
(a) é necessária para a compreensão dos usuários das demonstrações contábeis;
(b) fornece informação que apresenta as demonstrações contábeis no contexto da entidade e o seu ambiente
operacional; e
(c) geralmente tem relação clara e demonstrável com a informação exposta nas demonstrações contábeis
às quais ela pertence.
8.24 A informação evidenciada nas notas explicativas pode incluir também:
(a) os fatores relacionados à entidade que podem influenciar as opiniões sobre a informação evidenciada (por
exemplo, informação sobre as partes relacionadas e entidades controladas ou participações em outras
entidades);
(b) a fundamentação para o que é exposto (por exemplo, a informação sobre as políticas contábeis e critérios
de mensuração, inclusive os métodos e as incertezas quanto à mensuração, quando aplicáveis);

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(c) os detalhamentos dos montantes expostos nas demonstrações (por exemplo, a divisão do imobilizado
em classes diferentes);
(d) os itens que não satisfazem a definição de elemento ou os critérios de reconhecimento, mas são
importantes para a devida compreensão das finanças e da capacidade de prestar serviços da entidade,
por exemplo, a informação sobre os eventos e as condições que podem afetar fluxos de caixa ou potencial
de serviços futuros, inclusive as suas naturezas, os efeitos possíveis sobre os fluxos de caixa ou potencial
de serviços, as probabilidades de ocorrência e as sensibilidades a mudanças nas condições; e
(e) a informação que pode explicar as tendências subjacentes afetando os totais expostos.
Princípios aplicáveis à seleção da informação
8.25 As decisões sobre qual informação precisa ser exposta e evidenciada envolve considerar:
(a) os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil;
(b) as características qualitativas e as restrições das informações contidas nos RCPGs; e
(c) os fenômenos econômicos relevantes e outros fenômenos sobre os quais a informação seja necessária.
8.26 A seleção da informação contribui para satisfazer aos objetivos da elaboração e da divulgação da
informação contábil, uma vez que deve ser aplicada à informação coberta por relatório em particular e
fornecer o nível de detalhe apropriado. As decisões sobre a seleção da informação envolvem priorizar e
resumir e evita a sobrecarga de informação, a qual reduz a compreensibilidade. Informação em demasia
pode dificultar a compreensão das mensagens-chave por parte dos usuários e, consequentemente,
comprometer a realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.27 Os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis, que aplicam as normas e o julgamento
profissional, são responsáveis por assegurar que a informação que satisfaça aos objetivos da elaboração
e da divulgação da informação contábil e que alcance as características qualitativas fornecidas nos
RCPGs.
8.28 As decisões sobre a seleção da informação exigem revisão contínua e crítica. A informação identificada
para possível seleção é revisada à medida que for desenvolvida e considerada para apresentação, com
referência especial à sua relevância, materialidade e custo-benefício, embora todas as características
qualitativas e restrições sejam aplicadas às decisões sobre a seleção da informação. As decisões passadas
podem exigir reconsideração porque nova informação pode tornar redundante a informação existente,
fazendo com que esses itens não alcancem mais as características qualitativas e/ou as restrições.
8.29 Todas as transações materiais, eventos e outros itens reportados são apresentados de maneira que
transmitam a sua essência em vez da sua forma jurídica ou outra forma, de modo que as características
qualitativas da relevância e da representação fidedigna sejam alcançadas.
8.30 Os benefícios para os usuários ao receberem a informação precisam justificar os custos das entidades em
coletar e apresentar a informação. Ao se fazer essa avaliação, é importante considerar como os itens
individuais impactam o quadro geral apresentado e a natureza da informação apresentada. Os itens que
aparentarem gerar pouco benefício quando vistos isoladamente, podem contribuir significativamente
para o conjunto completo da informação apresentada.
8.31 A informação precisa ser apresentada em base suficientemente oportuna para possibilitar aos usuários
manter a administração sujeita à prestação de contas e responsabilização (accountability) e para subsidiar
a tomada de decisão por parte dos usuários.
8.32 Os RCPGs podem incluir informação adicional derivada de fontes distintas do sistema de informação
financeira. As características qualitativas se aplicam a essa informação e a data da entrega dela precisa
ser mais próxima possível da data da divulgação das demonstrações contábeis, de modo que seja
tempestiva.
Princípios para a seleção da informação para a exposição ou evidenciação

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8.33 As decisões sobre a exposição e a evidenciação se aplicam tanto às demonstrações contábeis quanto aos
outros RCPGs. Os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são aplicados à área
coberta por relatório em particular para orientar a identificação da informação para exposição ou
evidenciação. A identificação da informação para exposição e evidenciação em RCPG em particular pode
envolver o desenvolvimento de:
(a) princípios de classificação;
(b) lista de tipos gerais de informações que são expostas e de lista semelhante de tipos gerais de informações
que são evidenciadas; e/ou
(c) listas de informação específica que aqueles que elaboram a informação precisam expor ou evidenciar.
8.34 As decisões sobre a seleção da informação a ser exposta e evidenciada são tomadas:
(a) com referência umas às outras, em vez de estarem isoladas; e
(b) para comunicar efetivamente o conjunto integrado de informação.
8.35 As decisões sobre a seleção da informação em outros RCPGs são tomadas após considerar,
cuidadosamente, a relação dos outros RCPGs com as demonstrações contábeis.
Localização da informação
8.36 As decisões sobre a localização da informação são tomadas sobre:
(a) o local no qual a informação é contida no relatório; e
(b) o local no qual o componente do relatório está localizado.
8.37 A localização da informação tem impacto sobre a contribuição da informação para a realização dos
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e para o atendimento das características
qualitativas. A localização pode afetar a maneira que os usuários interpretam a informação e a
comparabilidade da informação. A localização pode ser utilizada para:
(a) transmitir a importância relativa da informação e as suas conexões com os outros itens da informação;
(b) transmitir a natureza da informação;
(c) ligar itens de informação diferentes que se combinam para satisfazer a necessidade de um usuário em
particular; e
(d) distinguir entre a informação selecionada para exposição e a informação selecionada para evidenciação.
Princípios para a alocação da informação entre diferentes relatórios
8.38 Os fatores relevantes para as decisões sobre alocar a informação entre as demonstrações contábeis e
outros RCPGs incluem:
(a) Natureza: se a natureza da informação – por exemplo, histórica versus prospectiva – indica a inclusão da
informação no mesmo ou em RCPG diferente em razão das considerações relacionadas a, por exemplo,
comparabilidade e/ou compreensibilidade;
(b) Especificidade à jurisdição: se os fatores específicos à jurisdição, como, por exemplo, os dispositivos legais
vigentes, especificarem regras acerca da localização da informação; e
(c) Conexão: se a informação adicional considerada precisa ou não estar conectada de modo estreito com a
informação já incluída em relatório existente. As conexões entre todas as informações precisam ser
avaliadas, não se restringindo somente à conexão entre a informação nova e a já existente.
8.39 Os fatores expostos nos itens 8.36 a 8.38, os quais representam a perspectiva de se adicionar informação
ao conjunto de informação já existente, também se aplicam à consideração se o agrupamento da
informação existente pode ser aprimorado, o que é discutido na seção sobre a organização da
informação.
8.40 Um RCPG específico pode ser necessário quando:
(a) necessidades adicionais de informação do usuário, não satisfeitas por relatório existente, são
identificadas; e

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(b) um RCPG específico para satisfazer essas necessidades é mais adequado ao alcance dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil e do cumprimento das características qualitativas do
que a inclusão da informação em relatório já existente.
Princípios para a localização da informação dentro do relatório
8.41 O item 8.17 afirma que a informação exposta é destacadamente apresentada utilizando-se técnicas de
apresentação apropriadas – a localização é o modo de se alcançar isso. A localização da informação
dentro do relatório assegura que a informação exposta tenha o destaque apropriado e não fique
obscurecida por informação evidenciada com mais detalhe e extensão.
8.42 A localização da informação nas demonstrações contábeis contribui para representar um panorama
financeiro mais abrangente da entidade.
8.43 Para as demonstrações contábeis, a informação exposta é mostrada na demonstração apropriada,
enquanto as evidenciações encontram-se nas notas explicativas. Distinguir a informação exposta e a
informação evidenciada por meio da localização assegura que esses itens, os quais se relacionam
diretamente a questões de comunicação, como, por exemplo, os itens da demonstração que evidencia a
situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade, podem ser realçados, com
informação ainda mais detalhada fornecida por meio da evidenciação em notas explicativas.
8.44 Para outros RCPGs, a informação exposta pode estar localizada separadamente da informação
evidenciada ou no mesmo local, mas difere-se da informação evidenciada e do destaque dado por meio
de outra técnica de apresentação.
Organização da informação
8.45 A organização da informação trata da disposição, agrupamento e ordenamento da informação, a qual
inclui decisões sobre:
(a) como a informação está disposta no RCPG;
(b) a estrutura geral do RCPG.
8.46 A organização da informação envolve uma série de decisões incluindo as decisões sobre a utilização de
referência cruzada, quadros, tabelas, gráficos, cabeçalhos, numeração e a disposição dos itens dentro de
determinado componente de relatório, incluindo decisões sobre a ordem dos itens. A forma na qual a
informação está organizada pode afetar a sua interpretação por parte dos usuários.
Natureza da informação relevante para fins de organização
8.47 As decisões sobre a organização da informação levam em consideração:
(a) importantes relacionamentos entre a informação; e
(b) se a informação é para exposição ou para evidenciação.
Tipos de relacionamentos
8.48 Os relacionamentos importantes incluem, mas não se restringem a:
(a) aprimoramento;
(b) similaridade; e
(c) propósito comum.
8.49 Aprimoramento: a informação em determinado lugar no RCPG pode ser aprimorada por meio de
informação fornecida em outro local. Por exemplo, o orçamento, a informação prospectiva e do
desempenho de serviços aprimoram a informação das demonstrações contábeis. Os quadros e os
gráficos podem ser utilizados para aprimorar a compreensão da informação narrativa. Os elos com a
informação evidenciada fora dos RCPGs podem aprimorar a compreensibilidade da informação
evidenciada pelos RCPGs.
8.50 Similaridade: a relação de similaridade existe quando a informação evidenciada em um lugar se baseia na
informação relatada em outro local nos RCPGs, e a informação ou não foi ajustada ou teve ajustes

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relativamente menores. Por exemplo, caso a informação do desempenho dos serviços inclua o custo dos
serviços, ou o valor dos ativos utilizados em diferentes serviços, pode auxiliar a demonstrar como aqueles
totais se relacionam à despesa e aos ativos evidenciados nas demonstrações contábeis. Outro exemplo
é a relação entre a despesa total evidenciada no orçamento e o total da despesa evidenciada na
demonstração de desempenho. A conciliação ou aproximação, na medida do possível, entre os dois
montantes diferentes, pode aprimorar a compreensão dos usuários sobre as finanças da entidade.
8.51 Propósito comum: o relacionamento de propósito comum existe quando a informação relatada em locais
diferentes contribui para os mesmos fins. Um exemplo é quando demonstrações e evidenciações
diferentes fornecem informação necessária para avaliações de responsabilização pelos serviços
prestados. As informações sobre (a) o custo real e orçado de serviços diferentes, (b) os recursos
financeiros e não financeiros utilizados na prestação de serviços diferentes e (c) o fornecimento futuro
de serviços diferentes podem ser incluídos em locais diferentes. Para tornar clara a relação entre a
informação em locais diferentes, é adequado organizar a informação por intermédio da utilização de
técnicas como cabeçalhos e referências.
8.52 Podem existir relações entre informações expostas em diferentes:
(a) RCPGs;
(b) componentes dentro do RCPG;
(c) partes de um único componente.
Agrupamento da informação
8.53 Os três fatores constantes do item 8.38 da seção sobre localização da informação – natureza,
especificidade à jurisdição e conexão – se aplicam também às considerações se o agrupamento da
informação existente puder ser aprimorado. As decisões sobre o agrupamento efetivo da informação
consideram as conexões entre os conjuntos de informações, a natureza dos diferentes conjuntos de
informações e, na extensão apropriada, os fatores específicos à determinada jurisdição.
Princípios aplicáveis à organização da informação
8.54 A organização da informação:
(a) dá suporte ao alcance dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil; e
(b) auxilia a informação evidenciada a satisfazer as características qualitativas.
8.55 A organização da informação:
(a) busca assegurar que as mensagens-chave sejam compreensíveis;
(b) identifica claramente as relações importantes;
(c) fornece o destaque apropriado à informação que transmite mensagens-chave; e
(d) facilita as comparações.
8.56 A informação evidenciada está conectada por meio da utilização de cabeçalhos consistentes, ordem de
apresentação e/ou outros métodos apropriados à relação e ao tipo de informação. Quando há conexões
com informações evidenciadas fora dos RCPGs é importante que:
(a) as conexões com a informação proveniente de outras fontes não prejudiquem o alcance das
características qualitativas do RCPG; e
(b) a data de emissão de qualquer informação conectada seja tão próxima quanto possível à data da
divulgação das demonstrações contábeis, de modo que a informação evidenciada seja tempestiva.
Comparabilidade
8.57 A organização da informação leva em consideração os benefícios da apresentação consistente no
decorrer do tempo. A apresentação consistente dá suporte à capacidade dos usuários em entenderem a
informação e facilitam o seu acesso. Além disso, auxilia o alcance da característica qualitativa da
comparabilidade.

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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal

Princípios da organização da informação nas demonstrações contábeis


8.58 A informação exposta nas demonstrações contábeis, usualmente, é organizada em totais e subtotais
numéricos. A sua organização fornece um resumo estruturado de tais parâmetros por meio dos itens das
demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa.
8.59 Nas demonstrações contábeis, algumas relações podem existir entre:
(a) subconjuntos de montantes expostos ou mudanças nos montantes expostos e o seu impacto nos itens
das demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da
entidade;
(b) os diferentes montantes expostos em demonstrações contábeis diferentes, os quais refletem o impacto
de determinado evento externo comum ou contribuem juntos para a compreensão de aspecto das
demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade; e
(c) os montantes expostos e as evidenciações respectivas nas notas explicativas que explicam ou podem, de
outra maneira, dar suporte à compreensão dos usuários acerca dos itens expostos.
8.60 A organização da informação nas demonstrações contábeis inclui decisões sobre:
(a) o tipo e o número de demonstrações;
(b) o detalhamento dos totais em subcategorias significativas;
(c) o ordenamento e o agrupamento de itens expostos em cada demonstração;
(d) a identificação de agregados (aditivos ou subtrativos); e
(e) a identificação de outra informação para inclusão na demonstração.
8.61 A informação evidenciada nas notas explicativas às demonstrações contábeis é organizada de modo que
as relações com os itens evidenciados nas demonstrações contábeis sejam claras. As notas explicativas
são parte integrante das demonstrações contábeis.
Princípios para a organização da informação em outros RCPGs
8.62 A organização da informação em outros RCPGs, assim como para as demonstrações contábeis, busca
assegurar que as mensagens-chave que são transmitidas pela informação exposta são compreensíveis. A
apresentação que identifica claramente as relações relevantes aprimora a extensão na qual o relatório:
(a) satisfaça os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil;
(b) alcance as características qualitativas.
8.63 Conectar informações relacionadas auxilia os usuários a encontrar informações importantes. Algumas
informações são mais compreensíveis quando organizadas em gráficos, quadros, tabelas, percentuais ou
indicadores-chave de desempenho. Outra informação pode ser representada mais efetivamente de
forma narrativa. A organização da informação apoia a compreensão por parte dos usuários acerca das
conexões entre as informações no mesmo RCPG.
8.64 A organização da informação facilita as comparações ao tornar mais claro quando determinados itens
são semelhantes ou não. A comparabilidade intertemporal é facilitada ao se evitar alterações no modo em
que a informação é organizada, para a mesma entidade, ano após ano, a menos que tais mudanças aprimorem
a relevância e a compreensibilidade. A comparação entre entidades é facilitada quando diferentes entidades
que reportam a informação contábil organizam de maneira semelhante a informação que apresentam.
Disposições finais
1A. Esta estrutura conceitual entra em vigor na data de sua publicação (, tendo os seus efeitos aplicados a
partir de 1º de janeiro de 2017.

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