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VADE MECUM – Agente de Polícia Federal
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Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor cargo, observados os seguinte fatores: (Vide art. 6º da
apresentará ao órgão competente os elementos Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/1998)
necessários ao seu assentamento individual. I - assiduidade;
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de II - disciplina;
exercício, que é contado no novo posicionamento na III - capacidade de iniciativa;
carreira a partir da data de publicação do ato que IV - produtividade;
promover o servidor. (redação dada pela Lei nº 9.527, de V- responsabilidade.
10/12/1997). § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro estágio probatório, será submetida à homologação
município em razão de ter sido removido, da autoridade competente a avaliação do
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em desempenho do servidor, realizada por comissão
exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no constituída para essa finalidade, de acordo com o que
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira
do ato, para a retomada do efetivo desempenho das ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
necessário para o deslocamento para a nova sede. deste artigo. (redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se anteriormente ocupado, observado o disposto no
refere este artigo será contado a partir do término do parágrafo único do art. 29.
impedimento. (Parágrafo único transformado em § 1º e com § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
nova redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
quaisquer cargos de provimento em comissão ou
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos
funções de direção, chefia ou assessoramento no
estabelecidos no caput. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
10/12/1997).
cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
de Natureza Especial, cargos de provimento em
fixada em razão das atribuições pertinentes aos
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
trabalho semanal de quarenta horas e observados os
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente
diárias, respectivamente. (redação dada pela Lei nº 8.270,
poderão ser concedidas as licenças e os
de 17/12/1991)
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94,
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de
95 e 96, bem assim afastamento para participar de
confiança submete-se a regime de integral
curso de formação decorrente de aprovação em
dedicação ao serviço, observado o disposto no art.
concurso para outro cargo na Administração Pública
120, podendo ser convocado sempre que houver
Federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
interesse da Administração. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
de trabalho estabelecida em leis especiais. (acrescido § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991). em curso de formação, e será retomado a partir do
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado término do impedimento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 10/12/1997)
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em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
órgãos ou entidades da Administração Pública entende-se por modalidades de remoção: (redação
Federal. dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. I - de ofício, no interesse da Administração; (acrescido
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
II - a pedido, a critério da Administração; (acrescido pela
mantido sob responsabilidade do órgão central do
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
III - a pedido, para outra localidade,
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro
independentemente do interesse da Administração:
órgão ou entidade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
10/12/1997).
também servidor público civil ou militar, de qualquer
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada
interesse da Administração;
por junta médica oficial.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
CAPÍTULO II - DA VACÂNCIA companheiro ou dependente que viva às suas
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: expensas e conste do seu assentamento funcional,
I - exoneração; condicionada à comprovação por junta médica
II - demissão; oficial;
III - promoção; c) em virtude de processo seletivo promovido, na
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) hipótese em que o número de interessados for
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) superior ao número de vagas, de acordo com normas
VI - readaptação; preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
VII - aposentadoria; aqueles estejam lotados. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 10/12/1997)
IX - falecimento. SEÇÃO II - Da Redistribuição
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
pedido do servidor, ou de ofício. provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
I - quando não satisfeitas as condições do estágio entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
probatório; órgão central do SIPEC, observados os seguintes
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não preceitos: (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
entrar em exercício no prazo estabelecido. I - interesse da administração; (acrescido pela Lei nº 9.527,
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a de 10/12/1997)
dispensa de função de confiança dar-se-á: (redação II - equivalência de vencimentos; (acrescido pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I - a juízo da autoridade competente; III - manutenção da essência das atribuições do
II - a pedido do próprio servidor. cargo; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
CAPÍTULO III - DA REMOÇÃO E DA complexidade das atividades; (acrescido pela Lei nº 9.527,
REDISTRIBUIÇÃO de 10/12/1997)
SEÇÃO I - Da Remoção V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a habilitação profissional; (acrescido pela Lei nº 9.527, de
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 10/12/1997)
com ou sem mudança de sede.
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I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido
motivo justificado; (redação dada pela Lei nº 9.527, de no mês anterior ao do processamento da folha, a
10/12/1997) reposição será feita imediatamente, em uma única
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos parcela.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência
concessões de que trata o art. 97, e saídas de cumprimento a decisão liminar, a tutela
antecipadas, salvo na hipótese de compensação de antecipada ou a sentença que venha a ser revogada
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ou rescindida, serão eles atualizados até a data da
ser estabelecida pela chefia imediata. (redação dada pela reposição. (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) 4/9/2001)
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
caso fortuito ou de força maior poderão ser demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
compensadas a critério da chefia imediata, sendo ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
assim consideradas como efetivo exercício. (acrescido dias para quitar o débito.
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a (redação dada pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
remuneração ou provento. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora,
consignação em folha de pagamento em favor de exceto nos casos de prestação de alimentos
terceiros, a critério da administração e com reposição resultante de decisão judicial.
de custos, na forma definida em regulamento.
(Parágrafo único transformado em § 1º e com redação dada pela CAPÍTULO II - DAS VANTAGENS
Medida Provisória nº 681, de 10/7/2015, convertida na Lei nº 13.172, Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
de 21/10/2015) servidor as seguintes vantagens:
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata I - indenizações;
o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) II - gratificações;
da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) III - adicionais.
reservados exclusivamente para: (acrescido pela Medida § 1º As indenizações não se incorporam ao
Provisória nº 681, de 10/7/2015, com redação dada pela Lei nº
vencimento ou provento para qualquer efeito.
13.172, de 21/10/2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
cartão de crédito; ou (acrescido pela Lei nº 13.172, de vencimento ou provento, nos casos e condições
21/10/2015) indicados em lei.
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
cartão de crédito. (acrescido pela Lei nº 13.172, de 21/10/2015) computadas, nem acumuladas, para efeito de
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, concessão de quaisquer outros acréscimos
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
previamente comunicadas ao servidor ativo, idêntico fundamento.
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no SEÇÃO I - Das Indenizações
prazo máximo de trinta dias, podendo ser Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
parceladas, a pedido do interessado. I - ajuda de custo;
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao II - diárias;
correspondente a dez por cento da remuneração, III - transporte; (redação dada pela Lei nº 11.355, de
provento ou pensão. 19/10/2006)
IV – auxílio-moradia. (acrescido pela Medida Provisória nº
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
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Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas do território nacional ou para o exterior, fará jus a
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições passagens e diárias destinadas a indenizar as
para a sua concessão, serão estabelecidos em parcelas de despesas extraordinária com pousada,
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.355, de 19/10/2006) alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser
Subseção I - Da Ajuda de Custo em regulamento. (redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as 10/12/1997)
despesas de instalação do servidor que, no interesse § 1º A diária será concedida por dia de afastamento,
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com sendo devida pela metade quando o deslocamento
mudança de domicílio em caráter permanente, não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
vedado o duplo pagamento de indenização, a custear, por meio diverso, as despesas
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou extraordinárias cobertas por diárias. (redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
companheiro que detenha também a condição de
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede
servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) constituir exigência permanente do cargo, o servidor
§ 1º Correm por conta da administração as despesas não fará jus a diárias.
de transporte do servidor e de sua família, § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se
compreendendo passagem, bagagem e bens deslocar dentro da mesma região metropolitana,
pessoais. aglomeração urbana ou microrregião, constituídas
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
são assegurados ajuda de custo e transporte para a ou em áreas de controle integrado mantidas com
localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
contado do óbito. órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as
único do art. 36. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória fixadas para os afastamentos dentro do território
nº 632, de 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014) nacional. (Parágrafo acrescido dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a 10/12/1997).
remuneração do servidor, conforme se dispuser em Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
regulamento, não podendo exceder a importância afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a
correspondente a 3 (três) meses. restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em sede em prazo menor do que o previsto para o seu
virtude de mandato eletivo. afastamento, restituirá as diárias recebidas em
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, excesso, no prazo previsto no caput.
não sendo servidor da União, for nomeado para Subseção III - Da Indenização de Transporte
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I servidor que realizar despesas com a utilização de
do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão meio próprio de locomoção para a execução de
cessionário, quando cabível. serviços externos, por força das atribuições próprias
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
de custo quando, injustificadamente, não se Subseção IV - Do Auxílio-Moradia
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no
Subseção II - Das Diárias ressarcimento das despesas comprovadamente
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou
em caráter eventual ou transitório para outro ponto com meio de hospedagem administrado por
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empresa hoteleira, no prazo de um mês após a efetivo; e(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
comprovação da despesa pelo servidor. (acrescido pela convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
11.355, de 19/10/2006) de 2006. (acrescido pela Medida Provisória nº 341, de
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor 29/12/2006, convertida na Lei nº 11.490, de 20/6/2007)
se atendidos os seguintes requisitos: (acrescido pela Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº considerado o prazo no qual o servidor estava
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ocupando outro cargo em comissão relacionado no
I - não exista imóvel funcional disponível para uso
inciso V. (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006,
pelo servidor; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Medida Provisória nº 632, de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe 24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
imóvel funcional; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006)
limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não
cargo em comissão, função comissionada ou cargo
seja ou tenha sido proprietário, promitente
de Ministro de Estado ocupado. ("Caput" do artigo
comprador, cessionário ou promitente cessionário acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida
de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, na Lei nº 11.355, de 19/10/2006 e com nova redação dada pela Lei
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação nº 11.784, de 22/9/2008)
de construção, nos doze meses que antecederem a § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar
sua nomeação; (acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de
29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) Ministro de Estado. (acrescido pela Medida Provisória nº 431,
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
receba auxílio-moradia; (acrescido pela Medida Provisória nº § 2º Independentemente do valor do cargo em
301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) comissão ou função comissionada, fica garantido a
V - o servidor tenha se mudado do local de residência todos os que preencherem os requisitos o
para ocupar cargo em comissão ou função de ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
confiança do Grupo-Direção e Assessoramento oitocentos reais). (acrescido pela Medida Provisória nº 431, de
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,
(acrescido pela Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida colocação de imóvel funcional à disposição do
na Lei nº 11.355, de 19/10/2006) servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão continuará sendo pago por um mês. (acrescido pela
ou função de confiança não se enquadre nas Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº
hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de 11.355, de 19/10/2006)
residência ou domicílio do servidor; (acrescido pela SEÇÃO II - Das Gratificações e Adicionais
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
11.355, de 19/10/2006) previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
residido no Município, nos últimos doze meses, (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de I - retribuição pelo exercício de função de direção,
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a chefia e assessoramento; (redação dada pela Lei nº 9.527,
sessenta dias dentro desse período; (acrescido pela de 10/12/1997)
Medida Provisória nº 301, de 29/6/2006, convertida na Lei nº II - gratificação natalina;
11.355, de 19/10/2006) III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
alteração de lotação ou nomeação para cargo perigosas ou penosas;
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V - adicional pela prestação de serviço Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
extraordinário; para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
VI - adicional noturno; Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço
VII - adicional de férias; Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2225-45, de
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do 4/9/2001)
trabalho. Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade,
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. Periculosidade ou Atividades Penosas
(acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida Art. 68. Os servidores que trabalhem com
na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) habitualidade em locais insalubres ou em contato
Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
Função de Direção, Chefia e Assessoramento com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo vencimento do cargo efetivo.
investido em função de direção, chefia ou § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de
assessoramento, cargo de provimento em comissão insalubridade e de periculosidade deverá optar por
ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu um deles.
exercício. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a periculosidade cessa com a eliminação das condições
remuneração dos cargos em comissão de que trata o ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
inciso II do art. 9º. (redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
10/12/1997)
servidores em operações ou locais considerados
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
penosos, insalubres ou perigosos.
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante
retribuição pelo exercício de função de direção,
será afastada, enquanto durar a gestação e a
chefia ou assessoramento, cargo de provimento em
lactação, das operações e locais previstos neste
comissão ou de Natureza Especial a que se referem
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994,
em serviço não penoso e não perigoso.
e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
observadas as situações estabelecidas em legislação
remuneração dos servidores públicos federais.
específica.
(acrescido pela Medida Provisória nº 2225-45, de 4/9/2001)
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
Subseção II - Da Gratificação Natalina
aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12
em localidades cujas condições de vida o justifiquem,
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer
nos termos, condições e limites fixados em
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
regulamento.
respectivo ano.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
(quinze) dias será considerada como mês integral.
mantidos sob controle permanente, de modo que as
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte)
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
do mês de dezembro de cada ano.
máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
(seis) meses.
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês
da exoneração.
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Subseção V - Do Adicional por Serviço Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
3/7/2006)
Extraordinário
III - participar da logística de preparação e de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
realização de concurso público envolvendo
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em
atividades de planejamento, coordenação,
relação à hora normal de trabalho.
supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 74. Somente será permitido serviço
quando tais atividades não estiverem incluídas entre
extraordinário para atender a situações excepcionais
as suas atribuições permanentes; (acrescido pela Lei nº
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2
11.314, de 3/7/2006)
(duas) horas por jornada.
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
Subseção VI - Do Adicional Noturno
provas de exame vestibular ou de concurso público
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
ou supervisionar essas atividades. (acrescido pela Lei nº
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um 11.314, de 3/7/2006)
dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora § 1º Os critérios de concessão e os limites da
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), gratificação de que trata este artigo serão fixados em
computando-se cada hora como cinquenta e dois regulamento, observados os seguintes parâmetros:
minutos e trinta segundos. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida
Parágrafo único. Em se tratando de serviço na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo I - o valor da gratificação será calculado em horas,
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. observadas a natureza e a complexidade da atividade
Subseção VII - Do Adicional de Férias exercida; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional II - a retribuição não poderá ser superior ao
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
período das férias. anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer devidamente justificada e previamente aprovada
função de direção, chefia ou assessoramento, ou pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que
ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e
será considerada no cálculo do adicional de que trata vinte) horas de trabalho anuais; (acrescido pela Medida
Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de
este artigo.
3/7/2006)
Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de
III - o valor máximo da hora trabalhada
Curso ou Concurso
corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
sobre o maior vencimento básico da administração
Concurso é devida ao servidor que, em caráter
pública federal: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de
eventual: (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
caput deste artigo; (Alínea acrescida pela Medida Provisória
instituído no âmbito da administração pública nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
federal; (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
II - participar de banca examinadora ou de comissão tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
para exames orais, para análise curricular, para caput deste artigo. (Alínea acrescida pela Medida Provisória
correção de provas discursivas, para elaboração de nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006 e
questões de provas ou para julgamento de recursos com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007)
intentados por candidatos; (acrescido pela Medida
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§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 4º A indenização será calculada com base na
somente será paga se as atividades referidas nos remuneração do mês em que for publicado o ato
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem exoneratório. (acrescido pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
for titular, devendo ser objeto de compensação de valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da
carga horária quando desempenhadas durante a Constituição Federal quando da utilização do
jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta primeiro período. (acrescido pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997).
Lei. (acrescido pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, Art. 79. O servidor que opera direta e
convertida na Lei nº 11.314, de 3/7/2006) permanentemente com Raios X ou substâncias
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
não se incorpora ao vencimento ou salário do férias, por semestre de atividade profissional,
servidor para qualquer efeito e não poderá ser proibida em qualquer hipótese a acumulação.
utilizada como base de cálculo para quaisquer outras Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
vantagens, inclusive para fins de cálculo dos por motivo de calamidade pública, comoção interna,
proventos da aposentadoria e das pensões. (acrescido convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
pela Medida Provisória nº 283, de 23/2/2006, convertida na Lei nº
por necessidade do serviço declarada pela
11.314, de 3/7/2006)
autoridade máxima do órgão ou entidade. (redação
CAPÍTULO III - DAS FÉRIAS dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que Parágrafo único. O restante do período interrompido
podem ser acumuladas, até o máximo de dois será gozado de uma só vez, observado o disposto no
períodos, no caso de necessidade do serviço, art. 77. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação CAPÍTULO IV - DAS LICENÇAS
específica. (redação dada pela Lei nº 9.525, de 3/12/1997)
SEÇÃO I - Disposições gerais
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
serviço.
companheiro;
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três
III - para o serviço militar;
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
IV - para atividade política;
no interesse da administração pública. (acrescido pela Lei
V - para capacitação; (redação dada pela Lei nº 9.527, de
nº 9.525, de 3/121997).
10/12/1997)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
VI - para tratar de interesses particulares;
será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
VII - para desempenho de mandato classista.
respectivo período, observando-se o disposto no § 1º
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
deste artigo.
bem como cada uma de suas prorrogações serão
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
precedidas de exame por perícia médica oficial,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
observado o disposto no art. 204 desta Lei. (redação
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
comissão, perceberá indenização relativa ao período § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
das férias a que tiver direito e ao incompleto, na § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada
proporção de um doze avos por mês de efetivo durante o período da licença prevista no inciso I deste
exercício, ou fração superior a quatorze dias. (acrescido artigo.
pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
dias do término de outra da mesma espécie será
considerada como prorrogação.
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SEÇÃO II - Da Licença por Motivo de Doença em Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá
Pessoa da Família haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por Administração Federal direta, autárquica ou
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos fundacional, desde que para o exercício de atividade
pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, compatível com o seu cargo. (redação dada pela Lei nº
ou dependente que viva a suas expensas e conste do 9.527, de 10/12/1997)
seu assentamento funcional, mediante comprovação SEÇÃO IV - Da Licença para o Serviço Militar
por perícia médica oficial. (redação dada pela Lei nº 11.907, Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
de 2/2/2009) será concedida licença, na forma e condições
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência previstas na legislação específica.
direta do servidor for indispensável e não puder ser Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o
prestada simultaneamente com o exercício do cargo servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração
ou mediante compensação de horário, na forma do para reassumir o exercício do cargo.
disposto no inciso II do art. 44. (redação dada pela Lei nº SEÇÃO V - Da Licença para Atividade Política
9.527, de 10/12/1997) Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as remuneração, durante o período que mediar entre a
prorrogações, poderá ser concedida a cada período sua escolha em convenção partidária, como
de doze meses nas seguintes condições: candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
mantida a remuneração do servidor; e § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, localidade onde desempenha suas funções e que
sem remuneração. (redação dada pela Medida Provisória nº exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
partir do dia imediato ao do registro de sua
contado a partir da data do deferimento da primeira
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
licença concedida. (redação dada pela Medida Provisória nº
dia seguinte ao do pleito. (redação dada pela Lei nº 9.527,
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
de 10/12/1997)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo
não remuneradas, incluídas as respectivas
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
prorrogações, concedidas em um mesmo período de
licença, assegurados os vencimentos do cargo
12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não
efetivo, somente pelo período de três meses. (redação
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
incisos I e II do § 2º.(redação dada pela Medida Provisória nº SEÇÃO VI - Da Licença para Capacitação
479, de 30/12/2009, convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
SEÇÃO III - Da Licença por Motivo de Afastamento
servidor poderá, no interesse da Administração,
do Cônjuge
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor
respectiva remuneração, por até três meses, para
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
participar de curso de capacitação profissional.
deslocado para outro ponto do território nacional,
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
para o exterior ou para o exercício de mandato
o caput não são acumuláveis. (redação dada pela Lei nº
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
remuneração. Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Art. 90. (VETADO).
companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
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SEÇÃO VII - Da Licença para Tratar de Interesses União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Particulares Municípios, nas seguintes hipóteses: (redação dada pela
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, I - para exercício de cargo em comissão ou função de
desde que não esteja em estágio probatório, licenças confiança; (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
para o trato de assuntos particulares pelo prazo de II - em casos previstos em leis específicas. (redação dada
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
até três anos consecutivos, sem remuneração.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida,
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal
interesse do serviço. (dada pela Medida Provisória 2225/01) ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do
SEÇÃO VIII - Da Licença para o Desempenho de órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para
Mandato Classista o cedente nos demais casos. (redação dada pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa
sem remuneração para o desempenho de mandato
pública ou sociedade de economia mista, nos termos
em confederação, federação, associação de classe de
das respectivas normas, optar pela remuneração do
âmbito nacional, sindicato representativo da
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
acrescida de percentual da retribuição do cargo em
ainda, para participar de gerência ou administração
comissão, a entidade cessionária efetuará o
em sociedade cooperativa constituída por servidores
reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou
públicos para prestar serviços a seus membros,
entidade de origem. (redação dada pela Lei nº 11.355, de
observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art.
19/10/2006)
102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no
observados os seguintes limites: (redação dada pela Lei nº
Diário Oficial da União. (redação dada pela Lei nº 8.270, de
11.094, de 13/1/2005)
17/12/1991)
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil)
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
associados, 2 (dois) servidores; (acrescido pela Lei nº 9.527,
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
exercício em outro órgão da Administração Federal
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (acrescido
pela Lei nº 9.527/97, com redação dada pela Lei nº 12.998/14)
fim determinado e a prazo certo. (acrescido pela Lei nº
8.270, de 17/12/1991)
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado
associados, 8 (oito) servidores. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997, com redação dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014))
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores 1º e 2º deste artigo. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997
e com nova redação dada pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
eleitos para cargos de direção ou de representação
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública
nas referidas entidades, desde que cadastradas no
ou de sociedade de economia mista, que receba
órgão competente. (redação dada pela Lei nº 12.998/14)
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato,
parcial da sua folha de pagamento de pessoal,
podendo ser renovada, no caso de reeleição. (redação
dada pela Lei nº 12.998, de 18/6/2014)
independem das disposições contidas nos incisos I e
II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
CAPÍTULO V - DOS AFASTAMENTOS empregado cedido condicionado a autorização
SEÇÃO I - Do Afastamento para Servir a Outro específica do Ministério do Planejamento,
Órgão ou Entidade Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação
Art. 93 O servidor poderá ser cedido para ter de cargo em comissão ou função gratificada. (acrescido
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
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Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita X - participação em competição desportiva nacional
em dias, que serão convertidos em anos, considerado ou convocação para integrar representação
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no disposto em lei específica;
art. 97, são considerados como de efetivo exercício XI - afastamento para servir em organismo
os afastamentos em virtude de: internacional de que o Brasil participe ou com o qual
I - férias; coopere. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos aposentadoria e disponibilidade:
Estados, Municípios e Distrito Federal; I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
III - exercício de cargo ou função de governo ou Municípios e Distrito Federal;
administração, em qualquer parte do território II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
nacional, por nomeação do Presidente da República; família do servidor, com remuneração, que exceder a
IV - participação em programa de treinamento 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
regularmente instituído ou em programa de pós- (redação dada pela Medida Provisória nº 479, de 30/12/2009,
convertida na Lei nº 12.269, de 21/6/2010)
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o
III - a licença para atividade política, no caso do art.
regulamento; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.907, de
2/2/2009) 86, § 2º;
V - desempenho de mandato eletivo federal, IV - o tempo correspondente ao desempenho de
estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
para promoção por merecimento; distrital, anterior ao ingresso no serviço público
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; federal;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado V - o tempo de serviço em atividade privada,
o afastamento, conforme dispuser o regulamento; vinculada à Previdência Social;
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VIII - licença: VII - o tempo de licença para tratamento da própria
a) à gestante, à adotante e à paternidade; saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea b
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de do inciso VIII do art. 102. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo 10/12/1997)
de serviço público prestado à União, em cargo de § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
provimento efetivo; (redação dada pela Lei nº 9.527, de será contado apenas para nova aposentadoria.
10/12/1997) § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço
c) para o desempenho de mandato classista ou prestado às Forças Armadas em operações de
participação de gerência ou administração em guerra.
sociedade cooperativa constituída por servidores § 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de
para prestar serviços a seus membros, exceto para serviço prestado concomitantemente em mais de um
efeito de promoção por merecimento; (redação dada cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
pela Lei nº 11.094, de 13/1/2005) da União, Estado, Distrito Federal e Município,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença autarquia, fundação pública, sociedade de economia
profissional; mista e empresa pública.
e) para capacitação, conforme dispuser o
CAPÍTULO VIII - DO DIREITO DE PETIÇÃO
regulamento; (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
f) por convocação para o serviço militar; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
18; ou interesse legítimo.
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Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
competente para decidi-lo e encaminhado por podendo ser relevada pela administração.
intermédio daquela a que estiver imediatamente Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
subordinado o requerente. assegurada vista do processo ou documento, na
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à repartição, ao servidor ou a procurador por ele
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a constituído.
primeira decisão, não podendo ser renovado. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
reconsideração de que tratam os artigos anteriores Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força
decididos dentro de 30 (trinta) dias. maior.
Art. 107. Caberá recurso:
TÍTULO IV - DO REGIME DISCIPLINAR
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente CAPÍTULO I - DOS DEVERES
interpostos. Art. 116. São deveres do servidor:
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
imediatamente superior à que tiver expedido o ato cargo;
ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala II - ser leal às instituições a que servir;
ascendente, às demais autoridades. III - observar as normas legais e regulamentares;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
autoridade a que estiver imediatamente manifestamente ilegais;
subordinado o requerente. V - atender com presteza:
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de a) ao público em geral, prestando as informações
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
da decisão recorrida. direito ou esclarecimento de situações de interesse
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito pessoal;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
de reconsideração ou do recurso, os efeitos da razão do cargo ao conhecimento da autoridade
decisão retroagirão à data do ato impugnado. superior ou, quando houver suspeita de
Art. 110. O direito de requerer prescreve: envolvimento desta, ao conhecimento de outra
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e autoridade competente para apuração; (redação dada
pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011, publicada no DOU Edição Extra
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
de 18/11/2011, em vigor 180 dias após a publicação)
que afetem interesse patrimonial e créditos
VII - zelar pela economia do material e a conservação
resultantes das relações de trabalho;
do patrimônio público;
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
salvo quando outro prazo for fixado em lei.
IX - manter conduta compatível com a moralidade
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
administrativa;
da data da publicação do ato impugnado ou da data
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
da ciência pelo interessado, quando o ato não for
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
publicado.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
abuso de poder.
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
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Parágrafo único. A representação de que trata o XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e estrangeiro;
apreciada pela autoridade superior àquela contra a XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
qual é formulada, assegurando-se ao representando XV - proceder de forma desidiosa;
ampla defesa. XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
repartição em serviços ou atividades particulares;
CAPÍTULO II - DAS PROIBIÇÕES
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
Art. 117. Ao servidor é proibido:
ao cargo que ocupa, exceto em situações de
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
emergência e transitórias;
prévia autorização do chefe imediato;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
competente, qualquer documento ou objeto da
com o horário de trabalho;
repartição;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
III - recusar fé a documentos públicos;
quando solicitado. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
documento e processo ou execução de serviço;
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
V - promover manifestação de apreço ou desapreço
I - participação nos conselhos de administração e
no recinto da repartição;
fiscal de empresas ou entidades em que a União
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
detenha, direta ou indiretamente, participação no
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
capital social ou em sociedade cooperativa
que seja de sua responsabilidade ou de seu
constituída para prestar serviços a seus membros; e
subordinado;
II - gozo de licença para o trato de interesses
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
a legislação sobre conflito de interesses. (Parágrafo
partido político; único acrescido pela Medida Provisória nº 431, de 14/5/2008,
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou convertida na Lei nº 11.784, de 22/9/2008)
função de confiança, cônjuge, companheiro ou
CAPÍTULO III - DA ACUMULAÇÃO
parente até o segundo grau civil;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
de outrem, em detrimento da dignidade da função
cargos públicos.
pública;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
X - participar de gerência ou administração de
empregos e funções em autarquias, fundações
sociedade privada, personificada ou não
públicas, empresas públicas, sociedades de
personificada, exercer o comércio, exceto na
economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
(redação dada pela Lei nº 11.784, de 22/9/2008) Estados, dos Territórios e dos Municípios.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
repartições públicas, salvo quando se tratar de condicionada à comprovação da compatibilidade de
benefícios previdenciários ou assistenciais de horários.
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção
companheiro; de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
XII - receber propina, comissão, presente ou com proventos da inatividade, salvo quando os
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas cargos de que decorram essas remunerações forem
atribuições; acumuláveis na atividade. (acrescido pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
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Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
cargo em comissão, exceto no caso previsto no resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela desempenho do cargo ou função.
participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se Art. 126. A responsabilidade administrativa do
aplica à remuneração devida pela participação em servidor será afastada no caso de absolvição criminal
conselhos de administração e fiscal das empresas que negue a existência do fato ou sua autoria.
públicas e sociedades de economia mista, suas Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer responsabilizado civil, penal ou administrativamente
empresas ou entidades em que a União, direta ou por dar ciência à autoridade superior ou, quando
indiretamente, detenha participação no capital houver suspeita de envolvimento desta, a outra
social, observado o que, a respeito, dispuser autoridade competente para apuração de
legislação específica. (acrescido pela Lei nº 9.292, de informação concernente à prática de crimes ou
12/7/1996 e com nova redação dada pela Medida Provisória nº
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
2225-45, de 4/9/2001)
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
função pública. (acrescido pela Lei nº 12.527, de 18/11/2011,
que acumular licitamente dois cargos efetivos,
publicada no DOU Edição Extra de 18/11/2011, em vigor 180 dias
quando investido em cargo de provimento em após a publicação)
comissão, ficará afastado de ambos os cargos
CAPÍTULO V - DAS PENALIDADES
efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de Art. 127. São penalidades disciplinares:
um deles, declarada pelas autoridades máximas dos I - advertência;
órgãos ou entidades envolvidos. (redação dada pela Lei nº II - suspensão;
9.527, de 10/12/1997) III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
CAPÍTULO IV - DAS RESPONSABILIDADES
V - destituição de cargo em comissão;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e
VI - destituição de função comissionada.
administrativamente pelo exercício irregular de suas
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
atribuições.
consideradas a natureza e a gravidade da infração
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
cometida, os danos que dela provierem para o
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
serviço público, as circunstâncias agravantes ou
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
ao erário somente será liquidada na forma prevista
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
sanção disciplinar. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
execução do débito pela via judicial.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
casos de violação de proibição constante do art. 117,
responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
ação regressiva.
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
interna, que não justifique imposição de penalidade
sucessores e contra eles será executada, até o limite
mais grave. (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
do valor da herança recebida.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
reincidência das faltas punidas com advertência e de
e contravenções imputadas ao servidor, nessa
violação das demais proibições que não tipifiquem
qualidade.
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infração sujeita a penalidade de demissão, não dias, contados da data da ciência e, na hipótese de
podendo exceder de 90 (noventa) dias. omissão, adotará procedimento sumário para a sua
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) apuração e regularização imediata, cujo processo
dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a administrativo disciplinar se desenvolverá nas
ser submetido a inspeção médica determinada pela seguintes fases: (redação dada pela Lei nº 9.527, de
autoridade competente, cessando os efeitos da 10/12/1997)
penalidade uma vez cumprida a determinação. I - instauração, com a publicação do ato que
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a constituir a comissão, a ser composta por dois
penalidade de suspensão poderá ser convertida em servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia autoria e a materialidade da transgressão objeto da
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor apuração; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
obrigado a permanecer em serviço. II - instrução sumária, que compreende indiciação,
Art. 131. As penalidades de advertência e de defesa e relatório; (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
suspensão terão seus registros cancelados, após o III - julgamento. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
nesse período, praticado nova infração disciplinar. materialidade pela descrição dos cargos, empregos
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não ou funções públicas em situação de acumulação
surtirá efeitos retroativos. ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes datas de ingresso, do horário de trabalho e do
casos: correspondente regime jurídico. (redação dada pela Lei nº
9.527, de 10/12/1997)
I - crime contra a administração pública;
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a
II - abandono de cargo;
publicação do ato que a constituiu, termo de
III - inassiduidade habitual;
indiciação em que serão transcritas as informações
IV - improbidade administrativa;
de que trata o parágrafo anterior, bem como
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
repartição;
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no
VI - insubordinação grave em serviço;
prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
particular, salvo em legítima defesa própria ou de
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (redação dada
outrem;
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
relatório conclusivo quanto à inocência ou à
razão do cargo;
responsabilidade do servidor, em que resumirá as
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
patrimônio nacional;
acumulação em exame, indicará o respectivo
XI - corrupção;
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou
instauradora, para julgamento. (acrescido pela Lei nº
funções públicas;
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XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
autoridade a que se refere o art. 143 notificará o no § 3º do art. 167. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo
apresentar opção no prazo improrrogável de dez para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que
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III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, competências para o julgamento que se seguir à
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 apuração. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
(trinta) dias; Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, objeto de apuração, desde que contenham a
quando se tratar de destituição de cargo em identificação e o endereço do denunciante e sejam
comissão. formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. Quando o fato narrado não
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
com demissão, cassação de aposentadoria ou penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; I - arquivamento do processo;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á II - aplicação de penalidade de advertência ou
advertência. suspensão de até 30 (trinta) dias;
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data III - instauração de processo disciplinar.
em que o fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O prazo para conclusão da
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas ser prorrogado por igual período, a critério da
também como crime. autoridade superior.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
decisão final proferida por autoridade competente. mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
começará a correr a partir do dia em que cessar a cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
interrupção. processo disciplinar.
TÍTULO V - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CAPÍTULO II - DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
DISCIPLINAR
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS servidor não venha a influir na apuração da
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade, a autoridade instauradora do
irregularidade no serviço público é obrigada a processo disciplinar poderá determinar o seu
promover a sua apuração imediata, mediante afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
sindicância ou processo administrativo disciplinar, 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
assegurada ao acusado ampla defesa. Parágrafo único. O afastamento poderá ser
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 5/12/2005) seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
CAPÍTULO III - DO PROCESSO DISCIPLINAR
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento
por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele
destinado a apurar responsabilidade de servidor por
em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
infração praticada no exercício de suas atribuições,
competência específica para tal finalidade, delegada
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
em caráter permanente ou temporário pelo
que se encontre investido.
Presidente da República, pelos presidentes das Casas
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
comissão composta de três servidores estáveis
Procurador-Geral da República, no âmbito do
designados pela autoridade competente, observado
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o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da
eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de sindicância concluir que a infração está capitulada
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível como ilícito penal, a autoridade competente
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
(redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) independentemente da imediata instauração do
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor processo disciplinar.
designado pelo seu presidente, podendo a indicação Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
recair em um de seus membros. a tomada de depoimentos, acareações,
§ 2º Não poderá participar de comissão de investigações e diligências cabíveis, objetivando a
sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
linha reta ou colateral, até o terceiro grau. elucidação dos fatos.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo acompanhar o processo pessoalmente ou por
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
interesse da administração. testemunhas, produzir provas e contraprovas e
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
comissões terão caráter reservado. § 1º O presidente da comissão poderá denegar
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas pedidos considerados impertinentes, meramente
seguintes fases: protelatórios, ou de nenhum interesse para o
I - instauração, com a publicação do ato que esclarecimento dos fatos.
constituir a comissão; § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial,
II - inquérito administrativo, que compreende quando a comprovação do fato independer de
instrução, defesa e relatório; conhecimento especial de perito.
III - julgamento. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo mediante mandado expedido pelo presidente da
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados comissão, devendo a segunda via, com o ciente do
da data de publicação do ato que constituir a interessado, ser anexado aos autos.
comissão, admitida a sua prorrogação por igual Parágrafo único. Se a testemunha for servidor
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. público, a expedição do mandado será
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará imediatamente comunicada ao chefe da repartição
tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus onde serve, com a indicação do dia e hora marcados
membros dispensados do ponto, até a entrega do para inquirição.
relatório final. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. trazê-lo por escrito.
SEÇÃO I - Do Inquérito § 1º As testemunhas serão inquiridas
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao separadamente.
princípio do contraditório, assegurada ao acusado § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os
admitidos em direito. depoentes.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a
processo disciplinar, como peça informativa da comissão promoverá o interrogatório do acusado,
instrução. observados os procedimentos previstos nos arts. 157
e 158.
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§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo
será ouvido separadamente, e sempre que para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última
divergirem em suas declarações sobre fatos ou publicação do edital.
circunstâncias, será promovida a acareação entre Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
eles. regularmente citado, não apresentar defesa no prazo
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao legal.
interrogatório, bem como à inquirição das § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas processo e devolverá o prazo para a defesa.
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade
reinquiri-las, por intermédio do presidente da instauradora do processo designará um servidor
comissão. como defensor dativo, que deverá ser ocupante de
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
competente que ele seja submetido a exame por (redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
junta médica oficial, da qual participe pelo menos um Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
médico psiquiatra. relatório minucioso, onde resumirá as peças
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental principais dos autos e mencionará as provas em que
será processado em auto apartado e apenso ao se baseou para formar a sua convicção.
processo principal, após a expedição do laudo § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à
pericial. inocência ou à responsabilidade do servidor.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a
formulada a indiciação do servidor, com a comissão indicará o dispositivo legal ou
especificação dos fatos a ele imputados e das regulamentar transgredido, bem como as
respectivas provas. circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da
pelo presidente da comissão para apresentar defesa comissão, será remetido à autoridade que
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe determinou a sua instauração, para julgamento.
vista do processo na repartição. SEÇÃO II - Do Julgamento
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
comum e de 20 (vinte) dias. recebimento do processo, a autoridade julgadora
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo proferirá a sua decisão.
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente da autoridade instauradora do processo, este será
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á encaminhado à autoridade competente, que decidirá
da data declarada, em termo próprio, pelo membro em igual prazo.
da comissão que fez a citação, com a assinatura de § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
(2) duas testemunhas. sanções, o julgamento caberá à autoridade
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica competente para a imposição da pena mais grave.
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou
poderá ser encontrado. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e julgamento caberá às autoridades de que trata o
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário inciso I do art. 141.
Oficial da União e em jornal de grande circulação na § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do
localidade do último domicílio conhecido, para servidor, a autoridade instauradora do processo
apresentar defesa. determinará o seu arquivamento, salvo se
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flagrantemente contrária à prova dos autos. (acrescido para a realização de missão essencial ao
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). esclarecimento dos fatos.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da SEÇÃO III - Da Revisão do Processo
comissão, salvo quando contrário às provas dos Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
autos. qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis
contrariar as provas dos autos, a autoridade de justificar a inocência do punido ou a inadequação
julgadora poderá, motivadamente, agravar a da penalidade aplicada.
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o § 1º Em caso de falecimento, ausência ou
servidor de responsabilidade. desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a família poderá requerer a revisão do processo.
autoridade que determinou a instauração do § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
processo ou outra de hierarquia superior declarará a revisão será requerida pelo respectivo curador.
sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova
ato, a constituição de outra comissão para cabe ao requerente.
instauração de novo processo. (redação dada pela Lei nº Art. 176. A simples alegação de injustiça da
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penalidade não constitui fundamento para a revisão,
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
que requer elementos novos, ainda não apreciados
nulidade do processo.
no processo originário.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará
IV.
o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
originou o processo disciplinar.
autoridade julgadora determinará o registro do fato
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade
nos assentamentos individuais do servidor.
competente providenciará a constituição de
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
comissão, na forma do art. 149.
crime, o processo disciplinar será remetido ao
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo
Ministério Público para instauração da ação penal,
originário.
ficando trasladado na repartição.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente
Art. 172. O servidor que responder a processo
pedirá dia e hora para a produção de provas e
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
inquirição das testemunhas que arrolar.
aposentado voluntariamente, após a conclusão do
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
processo e o cumprimento da penalidade, acaso
para a conclusão dos trabalhos.
aplicada.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata
revisora, no que couber, as normas e procedimentos
o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
próprios da comissão do processo disciplinar.
convertido em demissão, se for o caso.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
I - ao servidor convocado para prestar depoimento
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
fora da sede de sua repartição, na condição de
(vinte) dias, contados do recebimento do processo,
testemunha, denunciado ou indiciado;
no curso do qual a autoridade julgadora poderá
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
determinar diligências.
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
declarada sem efeito a penalidade aplicada,
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restabelecendo-se todos os direitos do servidor, não recolhidas na data de vencimento. (acrescido pela
exceto em relação à destituição do cargo em Lei nº 10.667, de 14/5/2003)
comissão, que será convertida em exoneração. Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e
resultar agravamento de penalidade. sua família, e compreende um conjunto de benefícios
e ações que atendam às seguintes finalidades:
TÍTULO VI - DA SEGURIDADE SOCIAL DO
I - garantir meios de subsistência nos eventos de
SERVIDOR
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS inatividade, falecimento e reclusão;
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade II - proteção à maternidade, à adoção e à
Social para o servidor e sua família. paternidade;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que III - assistência à saúde.
não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
emprego efetivo na administração pública direta, termos e condições definidos em regulamento,
autárquica e fundacional, não terá direito aos observadas as disposições desta Lei.
benefícios do Plano de Seguridade Social, com Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
exceção da assistência à saúde. (acrescido pela Lei nº Social do servidor compreendem:
8.647, de 13/4/1993 e transformado em § 1º pela Lei nº 10.667, de
I - quanto ao servidor:
14/5/2003)
a) aposentadoria;
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo
b) auxílio-natalidade;
efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para
c) salário-família;
servir em organismo oficial internacional do qual o
d) licença para tratamento de saúde;
Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere,
e) licença à gestante, à adotante e licença-
ainda que contribua para regime de previdência
paternidade;
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o
f) licença por acidente em serviço;
regime do Plano de Seguridade Social do Servidor
g) assistência à saúde;
Público enquanto durar o afastamento ou a licença,
h) garantia de condições individuais e ambientais de
não lhes assistindo, neste período, os benefícios do
trabalho satisfatórias;
mencionado regime de previdência. (acrescido pela Lei nº
10.667, de 14/5/2003)
II - quanto ao dependente:
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou a) pensão vitalícia e temporária;
afastado sem remuneração a manutenção da b) auxílio-funeral;
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social c) auxílio-reclusão;
do Servidor Público, mediante o recolhimento d) assistência à saúde.
mensal da respectiva contribuição, no mesmo § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e
percentual devido pelos servidores em atividade, mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se
incidente sobre a remuneração total do cargo a que encontram vinculados os servidores, observado o
faz jus no exercício de suas atribuições, computando- disposto nos arts. 189 e 224.
se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos
(acrescido pela Lei nº 10.667, de 14/5/2003) por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal
efetuado até o segundo dia útil após a data do cabível.
pagamento das remunerações dos servidores
CAPÍTULO II - DOS BENEFÍCIOS
públicos, aplicando-se os procedimentos de
SEÇÃO I - Da Aposentadoria
cobrança e execução dos tributos federais quando
Art. 186. O servidor será aposentado:
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Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores
o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da públicos e viverem em comum, o salário-família será
remuneração da atividade. pago a um deles; quando separados, será pago a um
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). e outro, de acordo com a distribuição dos
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997). dependentes.
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de padrasto, a madrasta e, na falta destes, os
dezembro, em valor equivalente ao respectivo representantes legais dos incapazes.
provento, deduzido o adiantamento recebido. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente tributo, nem servirá de base para qualquer
participado de operações bélicas, durante a Segunda contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem
setembro de 1967, será concedida aposentadoria remuneração, não acarreta a suspensão do
com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de pagamento do salário-família.
serviço efetivo. SEÇÃO IV - Da Licença para Tratamento de Saúde
SEÇÃO II - Do Auxílio-Natalidade Art. 202. Será concedida ao servidor licença para
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
por motivo de nascimento de filho, em quantia em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a
equivalente ao menor vencimento do serviço que fizer jus.
público, inclusive no caso de natimorto. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será será concedida com base em perícia oficial. (redação
acrescido de 50% (cinquenta por cento), por dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009)
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que abranger o campo de atuação da odontologia. § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá
(acrescido pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) início a partir do parto.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias
a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser do evento, a servidora será submetida a exame
dispensada de perícia oficial, na forma definida em médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
regulamento. (redação dada pela Lei nº 11.907, de 2/2/2009) § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo remunerado.
quando se tratar de lesões produzidas por acidente Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o
em serviço, doença profissional ou qualquer das servidor terá direito à licença-paternidade de 5
doenças especificadas no art. 186, § 1º. (cinco) dias consecutivos.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção de seis meses, a servidora lactante terá direito,
médica. durante a jornada de trabalho, a uma hora de
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
médicos periódicos, nos termos e condições de meia hora.
definidos em regulamento. (acrescido pela Medida Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda
Provisória nº 441, de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de
judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
2/2/2009)
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda
União e suas entidades autárquicas e fundacionais
judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade,
poderão:
o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta)
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
dias.
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado
SEÇÃO VI - Da Licença por Acidente em Serviço
o servidor;
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral,
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação
o servidor acidentado em serviço.
ou parceria com os órgãos e entidades da
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico
administração direta, suas autarquias e fundações;
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione,
III - celebrar convênios com operadoras de plano de
mediata ou imediatamente, com as atribuições do
assistência à saúde, organizadas na modalidade de
cargo exercido.
autogestão, que possuam autorização de
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço
funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
o dano:
230; ou
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante
pelo servidor no exercício do cargo;
contrato administrativo, observado o disposto na Lei
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas
e vice-versa.
pertinentes. (acrescido pela Medida Provisória nº 632, de
24/12/2013, convertida na Lei nº 12.998, de 18/6/2014,
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que
SEÇÃO V - Da Licença à Gestante, à Adotante e da necessite de tratamento especializado poderá ser
Licença-Paternidade tratado em instituição privada, à conta de recursos
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante públicos.
por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem Parágrafo único. O tratamento recomendado por
prejuízo da remuneração. junta médica oficial constitui medida de exceção e
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do somente será admissível quando inexistirem meios e
nono mês de gestação, salvo antecipação por recursos adequados em instituição pública.
prescrição médica.
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Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de referidos nos incisos V e VI. (redação dada pela Medida
10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
exigirem.
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
SEÇÃO VII - Da Pensão de 17/6/2015)
Art. 215. Por morte do servidor, os seus § 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que
dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido
pensão por morte, observados os limites no inciso VI. ((redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da § 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a
Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de filho mediante declaração do servidor e desde que
18 de junho de 2004. (redação dada pela Medida Provisória nº comprovada dependência econômica, na forma
871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº
estabelecida em regulamento. (acrescido pela Medida
13.846, de 18/6/2019)
Provisória nº 664/14),
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 30/12/14)
§ 4º (VETADO na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à
I - o cônjuge; (redação dada pela Medida Provisória nº 664/14),
pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente
entre os beneficiários habilitados. (redação dada pela
ou de fato, com percepção de pensão alimentícia
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
estabelecida judicialmente; (redação dada pela Medida Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro
Provisória nº 664/14), mês subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº
III - o companheiro ou companheira que comprove 13.135, de 17/6/2015)
união estável como entidade familiar; (acrescido pela Art. 219. A pensão por morte será devida ao
Medida Provisória nº 664/14), conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos aposentado ou não, a contar da data: (redação dada pela
seguintes requisitos: (acrescido pela Medida Provisória nº Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
664/14), 13.846, de 18/6/2019)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (acrescida pela Lei I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e
nº 13.135, de 17/6/2015) oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores de
b) seja inválido; (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após
c) tenha deficiência grave; ou (acrescida pela Lei nº 13.135, o óbito, para os demais dependentes; (acrescido pela
de 17/6/2015, publicada no DOU de 18/6/2015, em vigor dois anos Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
após a publicação) 13.846, de 18/6/2019)
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (acrescida II - do requerimento, quando requerida após o prazo
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015, e com redação dada pela Lei nº previsto no inciso I do caput deste artigo; ou (acrescido
13.846, de 18/6/2019)
pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
V - a mãe e o pai que comprovem dependência 13.846, de 18/6/2019)
econômica do servidor; e (acrescido pela Medida Provisória III - da decisão judicial, na hipótese de morte
nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de presumida. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de
30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à
18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
§ 1º A concessão da pensão por morte não será
VI - o irmão de qualquer condição que comprove
protelada pela falta de habilitação de outro possível
dependência econômica do servidor e atenda a um
dependente e a habilitação posterior que importe em
dos requisitos previstos no inciso IV; (acrescido pela
exclusão ou inclusão de dependente só produzirá
Medida Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição
Extra do DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro efeito a partir da data da publicação da portaria de
mês subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela concessão da pensão ao dependente habilitado.
Lei nº 13.135, de 17/6/2015) (Parágrafo único transformado em § 1º, com redação dada pela
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários 13.846, de 18/6/2019)
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§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da Art. 221. Será concedida pensão provisória por
condição de dependente, este poderá requerer a sua morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
habilitação provisória ao benefício de pensão por I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores competente;
com outros dependentes, vedado o pagamento da II - desaparecimento em desabamento, inundação,
respectiva cota até o trânsito em julgado da incêndio ou acidente não caracterizado como em
respectiva ação, ressalvada a existência de decisão serviço;
judicial em contrário. (Parágrafo acrescido pela Medida III - desaparecimento no desempenho das
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada atribuições do cargo ou em missão de segurança.
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
Parágrafo único. A pensão provisória será
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público
transformada em vitalícia ou temporária, conforme o
responsável pela concessão da pensão por morte,
caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência,
este poderá proceder de ofício à habilitação
ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
excepcional da referida pensão, apenas para efeitos
hipótese em que o benefício será automaticamente
de rateio, descontando-se os valores referentes a
cancelado.
esta habilitação das demais cotas, vedado o
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de
pagamento da respectiva cota até o trânsito em
beneficiário:
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência
I - o seu falecimento;
de decisão judicial em contrário. (acrescido pela Medida
II - a anulação do casamento, quando a decisão
Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida e com redação dada
pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou III - a cessação da invalidez, em se tratando de
§ 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos beneficiário inválido, ou o afastamento da
índices legais de reajustamento e será pago de forma deficiência, em se tratando de beneficiário com
proporcional aos demais dependentes, de acordo deficiência, respeitados os períodos mínimos
com as suas cotas e o tempo de duração de seus decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso
benefícios. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de VII do caput deste artigo; (redação dada pela Lei nº 13.846,
18/1/2019, convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de de 18/6/2019)
18/6/2019) IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos,
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão pelo filho ou irmão; (redação dada pela Lei nº 13.135, de
concessor da pensão por morte a cobrança dos 17/6/2015)
valores indevidamente pagos em função de nova V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
habilitação. (acrescido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019) VI - a renúncia expressa; e (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (redação
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
dada pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135,
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário de 17/6/2015)
condenado pela prática de crime de que tenha VII - em relação aos beneficiários de que tratam os
dolosamente resultado a morte do servidor; (acrescido incisos I a III do caput do art. 217: (acrescido pela Medida
pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015) Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude subsequente à data de sua publicação, com redação dada pela Lei
nº 13.135, de 17/6/2015)
no casamento ou na união estável, ou a formalização
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer
desses com o fim exclusivo de constituir benefício
sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito)
previdenciário, apuradas em processo judicial no qual
contribuições mensais ou se o casamento ou a união
será assegurado o direito ao contraditório e à ampla
estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
defesa. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
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anos antes do óbito do servidor; (acrescida pela Lei nº ao referido incremento. (acrescido pela Lei nº 13.135, de
13.135, de 17/6/2015) 17/6/2015)
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos § 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
de acordo com a idade do pensionista na data de Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) Previdência Social (RGPS) será considerado na
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
após o início do casamento ou da união estável: referidas nas alíneas "a" e "b" do inciso VII do caput.
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
de idade; § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) de seu falecimento, obrigado por determinação
anos de idade; judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge,
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por
nove) anos de idade; morte será devida pelo prazo remanescente na data
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) do óbito, caso não incida outra hipótese de
anos de idade; cancelamento anterior do benefício. (acrescido pela
Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019, convertida na Lei nº
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43
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(quarenta e três) anos de idade;
§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
que trata o § 1º deste artigo terá o benefício
de idade. (acrescida pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do
§ 1º A critério da administração, o beneficiário de
caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
pensão cuja preservação seja motivada por invalidez,
2015. (acrescido pela Medida Provisória nº 871, de 18/1/2019,
por incapacidade ou por deficiência poderá ser convertida e com redação dada pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
convocado a qualquer momento para avaliação das § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive
referidas condições. (acrescido pela Medida Provisória nº 441, na condição de microempreendedor individual, não
de 29/8/2008, convertida na Lei nº 11.907, de 2/2/2009,
impede a concessão ou manutenção da cota da
transformado em § 1º e com redação dada pela Lei nº 13.135, de
17/6/2015) pensão de dependente com deficiência intelectual ou
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra mental ou com deficiência grave. (acrescido pela Lei nº
13.846, de 18/6/2019)
contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea
§ 8º No ato de requerimento de benefícios
"b" do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do
previdenciários, não será exigida apresentação de
servidor decorrer de acidente de qualquer natureza
termo de curatela de titular ou de beneficiário com
ou de doença profissional ou do trabalho,
deficiência, observados os procedimentos a serem
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
estabelecidos em regulamento. (acrescido pela Lei nº
contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois)
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anos de casamento ou de união estável. (acrescido pela
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
beneficiário, a respectiva cota reverterá para os
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
cobeneficiários. (redação dada pela Medida Provisória nº 664,
desde que nesse período se verifique o incremento
de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do DOU de 30/12/2014,
mínimo de um ano inteiro na média nacional única, em vigor no primeiro dia do terceiro mês subsequente à data de sua
para ambos os sexos, correspondente à expectativa publicação, convertida na Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
de sobrevida da população brasileira ao nascer, Art. 224. As pensões serão automaticamente
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas atualizadas na mesma data e na mesma proporção
idades para os fins previstos na alínea "b" do inciso VII dos reajustes dos vencimentos dos servidores,
do caput, em ato do Ministro de Estado do aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o 189.
acréscimo na comparação com as idades anteriores
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Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a pensão por morte, aos dependentes do segurado
percepção cumulativa de pensão deixada por mais de recolhido à prisão. (acrescido pela Lei nº 13.135, de 17/6/2015)
um cônjuge ou companheiro ou companheira e de
CAPÍTULO III - DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
mais de 2 (duas) pensões. (redação dada pela Medida
Provisória nº 664, de 30/12/2014, publicada na Edição Extra do
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
DOU de 30/12/2014, em vigor no primeiro dia do terceiro mês inativo, e de sua família compreende assistência
subsequente à data de sua publicação, convertida na Lei nº 13.135, médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
de 17/6/2015) farmacêutica, terá como diretriz básica o
SEÇÃO VIII - Do Auxílio-Funeral implemento de ações preventivas voltadas para a
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do promoção da saúde e será prestada pelo Sistema
servidor falecido na atividade ou aposentado, em Único de Saúde - SUS, diretamente pelo órgão ou
valor equivalente a um mês da remuneração ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou
provento. mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor
será pago somente em razão do cargo de maior despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
remuneração. dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
§ 2º (VETADO). privados de assistência à saúde, na forma
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e estabelecida em regulamento. (redação dada pela Lei nº
oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, 11.302, de 10/5/2006)
à pessoa da família que houver custeado o funeral. § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na
será indenizado, observado o disposto no artigo ausência de médico ou junta médica oficial, para a
anterior. sua realização o órgão ou entidade celebrará,
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em preferencialmente, convênio com unidades de
serviço fora do local de trabalho, inclusive no atendimento do sistema público de saúde, entidades
exterior, as despesas de transporte do corpo correrão sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
à conta de recursos da União, autarquia ou fundação ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.
pública. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
SEÇÃO IX - Do Auxílio-Reclusão § 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão
auxílio-reclusão, nos seguintes valores: ou entidade promoverá a contratação da prestação
I - dois terços da remuneração, quando afastado por de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, médica especificamente para esses fins, indicando os
determinada pela autoridade competente, enquanto nomes e especialidades dos seus integrantes, com a
perdurar a prisão; comprovação de suas habilitações e de que não
II - metade da remuneração, durante o afastamento, estejam respondendo a processo disciplinar junto à
em virtude de condenação, por sentença definitiva, a entidade fiscalizadora da profissão. (acrescido pela Lei nº
pena que não determine a perda de cargo. 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o § 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo,
servidor terá direito à integralização da ficam a União e suas entidades autárquicas e
remuneração, desde que absolvido. fundacionais autorizadas a: (acrescido pela Lei nº 11.302, de
10/5/2006)
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
I - celebrar convênios exclusivamente para a
do dia imediato àquele em que o servidor for posto
prestação de serviços de assistência à saúde para os
em liberdade, ainda que condicional.
seus servidores ou empregados ativos, aposentados,
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-
pensionistas, bem como para seus respectivos
reclusão será devido, nas mesmas condições da
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grupos familiares definidos, com entidades de prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo
autogestão por elas patrocinadas por meio de vencido em dia em que não haja expediente.
instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que convicção filosófica ou política, o servidor não poderá
possuam autorização de funcionamento do órgão ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer
regulador, sendo certo que os convênios celebrados discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma do cumprimento de seus deveres.
da regulamentação específica sobre patrocínio de Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão termos da Constituição Federal, o direito à livre
regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da associação sindical e os seguintes direitos, entre
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis outros, dela decorrentes:
aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006; a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) substituto processual;
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um
8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos ano após o final do mandato, exceto se a pedido;
e seguros privados de assistência à saúde que c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade
possuam autorização de funcionamento do órgão sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e
regulador; (acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006) contribuições definidas em assembleia geral da
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.302, de 10/5/2006) categoria.
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total d) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
despendido pelo servidor ou pensionista civil com e) (Revogada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
plano ou seguro privado de assistência à saúde. Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além
(acrescido pela Lei nº 11.302, de 10/5/2006)
do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às
TÍTULO VII suas expensas e constem do seu assentamento
CAPÍTULO ÚNICO - DA CONTRATAÇÃO individual.
TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a
PÚBLICO companheira ou companheiro, que comprove união
Art. 232 ao 235. (Revogados pela Lei nº 8.745, de 9/12/1993). estável como entidade familiar.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
TÍTULO VIII
município onde a repartição estiver instalada e onde
CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS o servidor tiver exercício, em caráter permanente.
Art. 236. O Dia do Servidor Público será
TÍTULO IX
comemorado a vinte e oito de outubro.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES
TRANSITÓRIAS E FINAIS
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
seguintes incentivos funcionais, além daqueles já Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico
previstos nos respectivos planos de carreira: instituído por esta Lei, na qualidade de servidores
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-
trabalhos que favoreçam o aumento de Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
produtividade e a redução dos custos operacionais; especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
mérito, condecoração e elogio. Funcionários Públicos Civis da União, ou pela
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
contados em dias corridos, excluindo-se o dia do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando os contratados por prazo determinado, cujos
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contratos não poderão ser prorrogados após o Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
vencimento do prazo de prorrogação. concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei,
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores ficam transformados em anuênio.
incluídos no regime instituído por esta Lei ficam Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116
transformados em cargos, na data de sua publicação. da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal,
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas fica transformada em licença-prêmio por
não integrantes de tabela permanente do órgão ou assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
entidade onde têm exercício ficam transformadas Art. 246. (VETADO).
em cargos em comissão, e mantidas enquanto não Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta
for implantado o plano de cargos dos órgãos ou Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência
entidades na forma da lei. Social, correspondente ao período de contribuição
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo
exercidas por servidor integrante de quadro ou art. 243. (redação dada pela Lei nº 8.162, de 8/1/1991).
tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
desta Lei. vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão
§ 4º (VETADO). ou entidade de origem do servidor.
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art.
serventuários da Justiça, remunerados com recursos 231, os servidores abrangidos por esta Lei
da União, no que couber. contribuirão na forma e nos percentuais atualmente
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabelecidos para o servidor civil da União conforme
estabilidade no serviço público, enquanto não regulamento próprio.
adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições
entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos necessárias para a aposentadoria nos termos do
planos de carreira aos quais se encontrem vinculados inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos
os empregos. Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº 1.711, de
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a
artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das vantagem prevista naquele dispositivo. (vetado pelo
Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, Presidente da República e mantido pelo Congresso Nacional, em
19/04/1991).
no interesse da Administração e conforme critérios
Art. 251. (pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
estabelecidos em regulamento, ser exonerados
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
mediante indenização de um mês de remuneração
publicação, com efeitos financeiros a partir do
por ano de efetivo exercício no serviço público
primeiro dia do mês subsequente.
federal. (acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na
fonte e na declaração de rendimentos, serão
considerados como indenizações isentas os
pagamentos efetuados a título de indenização
prevista no parágrafo anterior. (acrescido pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997)
§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
disposto no § 7º poderão ser extintos pelo Poder
Executivo quando considerados desnecessários.
(acrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997).
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I - produtos manufaturados e para serviços nacionais serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido pela Medida
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Inciso Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de
acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 15/12/2010)
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) § 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste
II - bens e serviços produzidos ou prestados por artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja
empresas que comprovem cumprimento de reserva capacidade de produção ou prestação no País seja
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência inferior: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.349, de
ou para reabilitado da Previdência Social e que 15/12/2010)
atendam às regras de acessibilidade previstas na I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
legislação. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
publicação) art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Inciso acrescido pela
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
estabelecida com base em estudos revistos § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos
anos, que levem em consideração: (Parágrafo com bens e serviços originários dos Estados Partes do
redação dada pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010) Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Parágrafo acrescido
I - geração de emprego e renda; (Inciso acrescido pela Lei pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
nº 12.349, de 15/12/2010) 12.349, de 15/12/2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, § 11. Os editais de licitação para a contratação de
estaduais e municipais; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, bens, serviços e obras poderão, mediante prévia
de 15/12/2010) justificativa da autoridade competente, exigir que o
III - desenvolvimento e inovação tecnológica contratado promova, em favor de órgão ou entidade
realizados no País; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de integrante da administração pública ou daqueles por
15/12/2010) ela indicados a partir de processo isonômico,
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Inciso medidas de compensação comercial, industrial,
acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
V - em suas revisões, análise retrospectiva de
financiamento, cumulativamente ou não, na forma
resultados (Inciso acrescido pela Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Parágrafo
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços acrescido pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010,
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
tecnológica realizados no País, poderá ser § 12. Nas contratações destinadas à implantação,
estabelecido margem de preferência adicional manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
àquela prevista no § 5º: (Parágrafo com redação dada pela tecnologia de informação e comunicação,
Lei nº 12.349, de 15/12/2010) considerados estratégicos em ato do Poder
I - geração de emprego e renda; Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a
II - efeito na arrecadação de tributos federais, bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País
estaduais e municipais; e e produzidos de acordo com o processo produtivo
III - desenvolvimento e inovação tecnológica básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro
realizados no País. (Inciso acrescido pela Medida Provisória de 2001. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 495,
nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) de 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se financeiro, a relação de empresas favorecidas em
referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste
Executivo federal, não podendo a soma delas artigo, com indicação do volume de recursos
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por destinados a cada uma delas. (Parágrafo acrescido pela Lei
cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e nº 12.349, de 15/12/2010)
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§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas § 3º Observado o disposto no caput, os pagamentos
demais normas de licitação e contratos devem decorrentes de despesas cujos valores não
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24,
microempresas e empresas de pequeno porte na sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único,
forma da lei. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias
147, de 7/8/2014) úteis, contados da apresentação da fatura. (Parágrafo
§ 15. As preferências dispostas neste artigo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
prevalecem sobre as demais preferências previstas Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem
na legislação quando estas forem aplicadas sobre privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
produtos ou serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido microempresas e empresas de pequeno porte na
pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014) forma da lei. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº 147,
§ 16. (VETADO na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) de 7/8/2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação SEÇÃO II - Das Definições
promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
o art. 1° têm direito público subjetivo à fiel I - Obra - toda construção, reforma, fabricação,
observância do pertinente procedimento recuperação ou ampliação, realizada por execução
estabelecido nesta Lei, podendo qualquer cidadão direta ou indireta;
acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não II - Serviço - toda atividade destinada a obter
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização determinada utilidade de interesse para a
dos trabalhos. Administração, tais como: demolição, conserto,
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto instalação, montagem, operação, conservação,
nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja reparação, adaptação, manutenção, transporte,
ele praticado em qualquer esfera da Administração locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
Pública. técnico-profissionais;
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados III - Compra - toda aquisição remunerada de bens
nas licitações terão como expressão monetária a para fornecimento de uma só vez ou
moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no parceladamente;
art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da IV - Alienação - toda transferência de domínio de
Administração, no pagamento das obrigações bens a terceiros;
relativas ao fornecimento de bens, locações, V - Obras, serviços e compras de grande vulto -
realização de obras e prestação de serviços, aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte
obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea c do
a estrita ordem cronológica das datas de suas inciso I do art. 23 desta Lei;
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
razões de interesse público e mediante prévia cumprimento das obrigações assumidas por
justificativa da autoridade competente, empresas em licitações e contratos;
devidamente publicada. VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e
§ 1º Os créditos a que se referem este artigo terão entidades da Administração, pelos próprios meios;
seus valores corrigidos por critérios previstos no ato VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
convocatório e que lhes preservem o valor. contrata com terceiros, sob qualquer dos seguintes
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior, cujo regimes:
pagamento será feito junto com o principal, correrá à a) empreitada por preço global - quando se contrata
conta das mesmas dotações orçamentárias que a execução da obra ou do serviço por preço certo e
atenderam aos créditos a que se referem. total;
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b) empreitada por preço unitário - quando se sem frustrar o caráter competitivo para a sua
contrata a execução da obra ou do serviço por preço execução;
certo de unidades determinadas; e) subsídios para montagem do plano de licitação e
c) (VETADO) gestão da obra, compreendendo a sua programação,
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para a estratégia de suprimentos, as normas de
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fiscalização e outros dados necessários em cada
fornecimento de materiais; caso;
e) empreitada integral - quando se contrata um f) orçamento detalhado do custo global da obra,
empreendimento em sua integralidade, fundamentado em quantitativos de serviços e
compreendendo todas as etapas das obras, serviços fornecimentos propriamente avaliados;
e instalações necessárias, sob inteira X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao necessários e suficientes à execução completa da
contratante em condições de entrada em operação, obra, de acordo com as normas pertinentes da
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
utilização em condições de segurança estrutural e XI - Administração Pública - a Administração direta e
operacional e com as características adequadas às indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
finalidades para que foi contratada; dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos com personalidade jurídica de direito privado sob
necessários e suficientes, com nível de precisão controle do poder público e das fundações por ele
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou instituídas ou mantidas;
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
elaborado com base nas indicações dos estudos administrativa pela qual a Administração Pública
técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade opera e atua concretamente;
técnica e o adequado tratamento do impacto XIII - Imprensa oficial - veículo oficial de divulgação
ambiental do empreendimento, e que possibilite a da Administração Pública, sendo para a União o
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes Federal e os Municípios, o que for definido nas
elementos: respectivas leis;
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária
fornecer visão global da obra e identificar todos os do instrumento contratual;
seus elementos constitutivos com clareza; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
b) soluções técnicas globais e localizadas, de contrato com a Administração Pública;
suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
necessidade de reformulação ou de variantes criada pela Administração com a função de receber,
durante as fases de elaboração do projeto executivo examinar e julgar todos os documentos e
e de realização das obras e montagem; procedimentos relativos às licitações e ao
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de cadastramento de licitantes.
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
como suas especificações que assegurem os manufaturados, produzidos no território nacional de
melhores resultados para o empreendimento, sem acordo com o processo produtivo básico ou com as
frustrar o caráter competitivo para a sua execução; regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
d) informações que possibilitem o estudo e a federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de
dedução de métodos construtivos, instalações 19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010)
provisórias e condições organizacionais para a obra, XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo
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federal; (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 495, de IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
19/7/2010, convertida na Lei nº 12.349, de 15/12/2010) metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
XIX - sistemas de tecnologia de informação e o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
comunicação estratégicos - bens e serviços de § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
tecnologia da informação e comunicação cuja de recursos financeiros para sua execução, qualquer
descontinuidade provoque dano significativo à que seja a sua origem, exceto nos casos de
administração pública e que envolvam pelo menos empreendimentos executados e explorados sob o
um dos seguintes requisitos relacionados às regime de concessão, nos termos da legislação
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, específica.
segurança e confidencialidade. (Inciso acrescido pela § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da
Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
licitação, de fornecimento de materiais e serviços
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sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento -
não correspondam às previsões reais do projeto
bens, insumos, serviços e obras necessários para
básico ou executivo.
atividade de pesquisa científica e tecnológica,
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto
desenvolvimento de tecnologia ou inovação
inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa
características e especificações exclusivas, salvo nos
aprovado pela instituição contratante. (Inciso acrescido
pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016)
casos em que for tecnicamente justificável ou ainda
SEÇÃO III - Das Obras e Serviços quando o fornecimento de tais materiais e serviços
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para for feito sob o regime de Administração contratada,
a prestação de serviços obedecerão ao disposto previsto e discriminado no ato convocatório.
neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
I - projeto básico; nulidade dos atos ou contratos realizados e a
II - projeto executivo; responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
III - execução das obras e serviços. § 7º Não será ainda computado como valor da obra
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente ou serviço, para fins de julgamento das propostas de
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade preços, a atualização monetária das obrigações de
competente, dos trabalhos relativos às etapas pagamento, desde a data final de cada período de
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual aferição até a do respectivo pagamento, que será
poderá ser desenvolvido concomitantemente com a calculada pelos mesmos critérios estabelecidos
execução das obras e serviços, desde que também obrigatoriamente no ato convocatório.
autorizado pela Administração. § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser Administração Pública os quantitativos das obras e
licitados quando: preços unitários de determinada obra executada.
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no
competente e disponível para exame dos que couber, aos casos de dispensa e de
interessados em participar do processo licitatório; inexigibilidade de licitação.
II - existir orçamento detalhado em planilhas que Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve
expressem a composição de todos os seus custos programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos
unitários; seus custos atual e final e considerados os prazos de
III - houver previsão de recursos orçamentários que sua execução.
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes Parágrafo único. É proibido o retardamento
de obras ou serviços a serem executados no exercício imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas
financeiro em curso, de acordo com o respectivo parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
cronograma; execução total, salvo insuficiência financeira ou
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realização de concurso, com estipulação prévia de III - validade do registro não superior a um ano.
prêmio ou remuneração. § 4º A existência de preços registrados não obriga a
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo Administração a firmar as contratações que deles
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
Lei. outros meios, respeitada a legislação relativa às
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos licitações, sendo assegurado ao beneficiário do
especializados que apresente relação de integrantes registro preferência em igualdade de condições.
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou § 5º O sistema de controle originado no quadro geral
como elemento de justificação de dispensa ou de preços, quando possível, deverá ser
inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir informatizado.
que os referidos integrantes realizem pessoal e § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para
diretamente os serviços objeto do contrato. impugnar preço constante do quadro geral em razão
SEÇÃO V - Das Compras de incompatibilidade desse com o preço vigente no
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada mercado.
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
orçamentários para seu pagamento, sob pena de I - a especificação completa do bem a ser adquirido
nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver sem indicação de marca;
dado causa. II - a definição das unidades e das quantidades a
Art. 15. As compras, sempre que possível deverão: serem adquiridas em função do consumo e utilização
I - atender ao princípio da padronização, que prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que
imponha compatibilidade de especificações técnicas possível, mediante adequadas técnicas quantitativas
e de desempenho, observadas, quando for o caso, as de estimação;
condições de manutenção, assistência técnica e III - as condições de guarda e armazenamento que
garantia oferecidas; não permitam a deterioração do material.
II - ser processadas através de sistema de registro de § 8º O recebimento de material de valor superior ao
preços; limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a
III - submeter-se às condições de aquisição e modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
pagamento semelhantes às do setor privado; comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em
necessárias para aproveitar as peculiaridades do órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos
mercado, visando economicidade; de amplo acesso público, à relação de todas as
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos compras feitas pela Administração direta ou indireta,
órgãos e entidades da Administração Pública. de maneira a clarificar a identificação do bem
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla comprado, seu preço unitário, a quantidade
pesquisa de mercado. adquirida, o nome do vendedor e o valor total da
§ 2º Os preços registrados serão publicados operação, podendo ser aglutinadas por itens as
trimestralmente para orientação da Administração, compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
na imprensa oficial. licitação.
§ 3º O sistema de registro de preços será Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
regulamentado por decreto, atendidas as aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no
peculiaridades regionais, observadas as seguintes inciso IX do art. 24.
condições; SEÇÃO VI - Das Alienações
I - seleção feita mediante concorrência; Art. 17. A alienação de bens da Administração
II - estipulação prévia do sistema de controle e Pública, subordinada à existência de interesse
atualização dos preços registrados;
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público devidamente justificado, será precedida de limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952,
avaliação e obedecerá às seguintes normas: de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
I - quando imóveis, dependerá de autorização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Alínea
legislativa para órgãos da Administração direta e acrescida pela Medida Provisória nº 458, de 10/2/2009,
convertida na Lei nº 11.952, de 25/6/2009, com redação dada
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
pela Lei nº 13.465, de 11/7/2017)
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
II - quando móveis dependerá de avaliação prévia e
avaliação prévia e de licitação na modalidade de
de licitação, dispensada esta nos seguintes casos;
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
a) dação em pagamento;
de interesse social, após avaliação de sua
b) doação, permitida exclusivamente para outro
oportunidade e conveniência sócio-econômica,
órgão ou entidade da administração pública, de
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos
nas alíneas f, h e i; (Alínea com redação dada pela Lei nº
ou entidades da Administração Pública;
11.952, de 25/6/2009)
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos
bolsa, observada a legislação específica;
requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) venda de títulos, na forma da legislação
d) investidura;
pertinente;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração
e) venda de bens produzidos ou comercializados por
pública, de qualquer esfera de governo;
órgãos ou entidades da Administração Pública, em
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
virtude de suas finalidades;
concessão de direito real de uso, locação ou
f) venda de materiais e equipamentos para outros
permissão de uso de bens imóveis residenciais
órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
construídos, destinados ou efetivamente utilizados
utilização previsível por quem deles dispõe.
no âmbito de programas habitacionais ou de
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea b do inciso
regularização fundiária de interesse social
I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a
desenvolvidos por órgãos ou entidades da
sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa
administração pública; (Alínea com redação dada pela Lei
nº 11.481, de 31/5/2007) jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo
g) procedimentos de legitimação de posse de que beneficiário.
trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de § 2º A Administração também poderá conceder título
1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
Administração Pública em cuja competência legal dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
inclua-se tal atribuição; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.196, I - a outro órgão ou entidade da Administração
de 21/11/2005) Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, II - a pessoa natural que, nos termos de lei,
concessão de direito real de uso, locação ou regulamento ou ato normativo do órgão
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial competente, haja implementado os requisitos
de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito exploração direta sobre área rural, observado o limite
de programas de regularização fundiária de interesse de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da de junho de 2009; (Inciso com redação dada pela Lei nº
administração pública; (Alínea acrescida pela Lei nº 11.481, 13.465, de 11/7/2017)
de 31/05/2007) § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam
i) alienação e concessão de direito real de uso, dispensadas de autorização legislativa, porém
gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da submetem-se aos seguintes condicionamentos:
União e do Incra, onde incidam ocupações até o ("Caput" do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de
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21/11/2005, e com nova redação dada pela Lei nº 11.952, de valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta
25/6/2009)
Lei;
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
detenção por particular seja comprovadamente
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
anterior a 5 de maio de 2014; (Inciso acrescido pela Lei nº
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos
11.196, de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida
Provisória nº 910, de 10/12/2019)
a usinas hidrelétricas, desde que considerados
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos dispensáveis na fase de operação dessas unidades e
do regime legal e administrativo da destinação e da não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
regularização fundiária de terras públicas; (Inciso da concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.648,
de 27/5/1998)
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de § 4º A doação com encargo será licitada e de seu
exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis instrumento constarão obrigatoriamente os
de destinação de terras públicas, ou nas normas encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de
legais ou administrativas de zoneamento ecológico- reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
econômico; e (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de dispensada a licitação no caso de interesse público
21/11/2005) devidamente justificado.
IV - previsão de rescisão automática da concessão, § 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o
dispensada notificação, em caso de declaração de donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de
utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. financiamento, a cláusula de reversão e demais
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) obrigações serão garantidas por hipoteca em 2° grau
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: em favor do doador.
(“Caput” do parágrafo acrescido pela Lei nº 11.196, de § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada
21/11/2005)
ou globalmente, em quantia não superior ao limite
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não
previsto no art. 23, inciso II, alínea "b ", desta Lei, a
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a
Administração poderá permitir o leilão.
sua exploração mediante atividades agropecuárias;
§ 7º (VETADO na Lei nº 11.481, de 31/5/2007)
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens
II - fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos
imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas
comprovação do recolhimento de quantia
superiores a esse limite; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196,
de 21/11/2005, e com nova redação dada pela Medida Provisória correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
nº 910, de 10/12/2019) Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área cuja aquisição haja derivado de procedimentos
decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso alienados por ato da autoridade competente,
II deste parágrafo. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.196, de observadas as seguintes regras:
21/11/2005) I - avaliação dos bens alienáveis;
IV - (VETADO na Lei nº 11.763, de 1/8/2008) II - comprovação da necessidade ou utilidade da
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta alienação;
Lei: III - adoção do procedimento licitatório, sob a
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros modalidade de concorrência ou leilão.
de área remanescente ou resultante de obra pública,
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente,
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que
esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do
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§ 4º Nos casos em que couber convite, a II - para outros serviços e compras de valor até 10%
Administração poderá utilizar a tomada de preços e, (dez por cento) do limite previsto na alínea a do inciso
em qualquer caso, a concorrência. II do artigo anterior e para alienações, nos casos
§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
tomada de preços, conforme o caso, para parcelas de parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
serviços da mesma natureza e no mesmo local que (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
possam ser realizadas conjunta e III - nos casos de guerra ou grave perturbação da
concomitantemente, sempre que o somatório de ordem;
seus valores caracterizar o caso de tomada de preços IV - nos casos de emergência ou de calamidade
ou concorrência, respectivamente, nos termos deste pública, quando caracterizada urgência de
artigo, exceto para as parcelas de natureza específica atendimento de situação que possa ocasionar
que possam ser executadas por pessoas ou empresas prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas,
de especialidade diversa daquele do executor da obra obras, serviços, equipamentos e outros bens,
ou serviço. públicos ou particulares, e somente para os bens
§ 6º As organizações industriais da Administração necessários ao atendimento da situação emergencial
Federal direta, em face de suas peculiaridades, ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I que possam ser concluídas no prazo máximo de 180
deste artigo também para suas compras e serviços (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
em geral, desde que para a aquisição de materiais contados da ocorrência da emergência ou
aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
fabricação de meios operacionais bélicos contratos;
pertencentes à União. V - quando não acudirem interessados à licitação
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde anterior e esta, justificadamente, não puder ser
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, repetida sem prejuízo para a Administração,
é permitida a cotação de quantidade inferior à mantidas, neste caso, todas as condições
demandada na licitação, com vistas a ampliação da preestabelecidas;
competitividade, podendo o edital fixar quantitativo VI - quando a União tiver que intervir no domínio
mínimo para preservar a economia de escala. econômico para regular preços ou normalizar o
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) abastecimento;
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o VII - quando as propostas apresentadas consignarem
dobro dos valores mencionados no caput deste preços manifestamente superiores aos praticados no
artigo quando formado por até 3 (três) entes da mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
Federação, e o triplo, quando formado por maior fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
número. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005) que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei
Art. 24. É dispensável a licitação: e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
I - para obras e serviços de engenharia de valor até direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea a do constante do registro de preços, ou dos serviços;
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda público interno, de bens produzidos ou serviços
para obras e serviços da mesma natureza e no prestados por órgão ou entidade que integre a
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e Administração Pública e que tenha sido criado para
concomitantemente; (Inciso com redação dada pela Lei nº esse fim específico em data anterior à vigência desta
9.648, de 27/5/1998) Lei, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado;
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subsidiárias e controladas, para a aquisição ou ratificadas pelo Comandante da Força. (Inciso acrescido
alienação de bens, prestação ou obtenção de pela Lei nº 11.783, de 17/9/2008)
serviços, desde que o preço contratado seja XXX - na contratação de instituição ou organização,
compatível com o praticado no mercado; (Inciso pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) prestação de serviços de assistência técnica e
XXIV - para a celebração de contratos de prestação extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
de serviços com as organizações sociais, qualificadas Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
no âmbito das respectivas esferas de governo, para Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
atividades contempladas no contrato de gestão. federal. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.188, de 11/1/2010,
(Inciso acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) (Vide ADIN nº publicada no DOU de 12/1/2010, em vigor 30 ( trinta) dias após a
1.923/1998) publicação )
XXV - na contratação realizada por Instituição XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
fomento para a transferência de tecnologia e para o de dezembro de 2004, observados os princípios
licenciamento de direito de uso ou de exploração de gerais de contratação dela constantes. (Inciso acrescido
criação protegida. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.973, de pela Medida Provisória nº 495, de 19/7/2010, convertida na Lei nº
2/12/2004) 12.349, de 15/12/2010)
XXVI - na celebração de contrato de programa com XXXII - na contratação em que houver transferência
ente da Federação ou com entidade de sua de tecnologia de produtos estratégicos para o
Administração indireta, para a prestação de serviços Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº
públicos de forma associada nos termos do 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
autorizado em contrato de consórcio público ou em elencados em ato da direção nacional do SUS,
convênio de cooperação. (Inciso acrescido pela Lei nº inclusive por ocasião da aquisição destes produtos
11.107, de 6/4/2005) durante as etapas de absorção tecnológica. (Inciso
XXVII - na contratação da coleta, processamento e acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012)
comercialização de resíduos sólidos urbanos XXXIII - na contratação de entidades privadas sem
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas consumo humano e produção de alimentos, para
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
público como catadores de materiais recicláveis, com pela seca ou falta regular de água. (Inciso acrescido pela
Medida Provisória nº 619, de 6/6/2013, convertida na Lei nº
o uso de equipamentos compatíveis com as normas
12.873, de 24/10/2013)
técnicas, ambientais e de saúde pública. (Inciso
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito
acrescido pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005 e com nova redação
dada pela Lei nº 11.445, de 5/1/2007) público interno de insumos estratégicos para a saúde
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou distribuídos por fundação que,
produzidos ou prestados no País, que envolvam, regimental ou estatutariamente, tenha por
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e finalidade apoiar órgão da administração pública
defesa nacional, mediante parecer de comissão direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
especialmente designada pela autoridade máxima ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
do órgão. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.484, de 31/5/2007) institucional, científico e tecnológico e estímulo à
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços inovação, inclusive na gestão administrativa e
para atender aos contingentes militares das Forças financeira necessária à execução desses projetos, ou
Singulares brasileiras empregadas em operações de em parcerias que envolvam transferência de
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e Único de Saúde - SUS, nos termos do inciso XXXII
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deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
específico em data anterior à vigência desta Lei, equivalentes.
desde que o preço contratado seja compatível com o II - para a contratação de serviços técnicos
praticado no mercado. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.204, enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza
de 14/12/2015) singular, com profissionais ou empresas de notória
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o especialização, vedada a inexigibilidade para
aprimoramento de estabelecimentos penais, desde serviços de publicidade e divulgação;
que configurada situação de grave e iminente risco à III - para contratação de profissional de qualquer
segurança pública. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.500, de setor artístico, diretamente ou através de empresário
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exclusivo, desde que consagrado pela crítica
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
especializada ou pela opinião pública.
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
§ 1º Considera-se de notória especialização o
compras, obras e serviços contratados por
profissional ou empresa, cujo conceito no campo de
consórcios públicos, sociedade de economia mista,
sua especialidade, decorrente de desempenho
empresa pública e por autarquia ou fundação
anterior, estudos, experiências, publicações,
qualificadas, na forma da lei, como Agências
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de
Executivas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.648, de
outros requisitos relacionados com suas atividades,
27/5/1998, transformado em §1º e com nova redação dada pela
Lei nº 12.715, de 17/9/2012)
permita inferir que o seu trabalho é essencial e
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou indiscutivelmente o mais adequado à plena
entidade que integre a administração pública satisfação do objeto do contrato.
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
se aplica aos órgãos ou entidades que produzem de dispensa, se comprovado superfaturamento,
produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei respondem solidariamente pelo dano causado à
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
elencados em ato da direção nacional do SUS. serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.715, de 17/9/2012) de outras sanções legais cabíveis.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
caput, quando aplicada a obras e serviços de 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
engenharia, seguirá procedimentos especiais inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
instituídos em regulamentação específica. (Parágrafo justificadas, e o retardamento previsto no final do
acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade
caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do superior, para ratificação e publicação na imprensa
caput. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.243, de 11/1/2016) oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver para a eficácia dos atos. (“Caput” do artigo com redação
inviabilidade de competição, em especial: dada pela Lei nº 11.107, de 6/4/2005)
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou Parágrafo único. O processo de dispensa, de
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
empresa ou representante comercial exclusivo, artigo, será instruído, no que couber, com os
vedada a preferência de marca, devendo a seguintes elementos:
comprovação de exclusividade ser feita através de I - caracterização da situação emergencial,
atestado fornecido pelo órgão de registro do calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança
comércio do local em que se realizaria a licitação ou pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
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data prevista para entrega da proposta, profissional preços e será efetuada exclusivamente por critérios
de nível superior ou outro devidamente reconhecido objetivos.
pela entidade competente, detentor de atestado de § 9º Entende-se por licitação de alta complexidade
responsabilidade técnica por execução de obra ou técnica aquela que envolva alta especialização, como
serviço de características semelhantes, limitadas fator de extrema relevância para garantir a execução
estas exclusivamente às parcelas de maior relevância do objeto a ser contratado, ou que possa
e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as comprometer a continuidade da prestação de
exigências de quantidades mínimas ou prazo serviços públicos essenciais.
máximos; § 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins
II - (VETADO) de comprovação da capacitação técnico-operacional
a) (VETADO) de que trata o inciso I do § 1° deste artigo deverão
b) (VETADO) participar da obra ou serviço objeto da licitação,
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor admitindo-se a substituição por profissionais de
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, experiência equivalente ou superior, desde que
serão definidas no instrumento convocatório. aprovada pela Administração.
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão § 11. (VETADO)
através de certidões ou atestados de obras ou § 12. (VETADO)
serviços similares de complexidade tecnológica e Art. 31. A documentação relativa à qualificação
operacional equivalente ou superior. econômico-financeira limitar-se-á a:
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis
comprovação de aptidão, quando for o caso, será do último exercício social, já exigíveis e apresentados
feita através de atestados fornecidos por pessoa na forma da lei, que comprovem a boa situação
jurídica de direito público ou privado. financeira da empresa, vedada a sua substituição por
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou atualizados por índices oficiais quando encerrado há
de época ou ainda em locais específicos, ou mais de 3 (três) meses da data de apresentação da
quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam proposta;
a participação na licitação. II - certidão negativa de falência ou concordata
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica,
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal ou de execução patrimonial, expedida no domicílio
técnico especializado, considerados essenciais para o da pessoa física;
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios
mediante a apresentação de relação explícita e da previstos no caput e § 1° do art. 56 desta Lei, limitada
declaração formal da sua disponibilidade, sob as a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade contratação.
e de localização prévia. § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
§ 7º (VETADO) demonstração da capacidade financeira do licitante
I - (VETADO) com vistas aos compromissos que terá que assumir
II - (VETADO) caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande exigência de valores mínimos de faturamento
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.
Administração exigir dos licitantes a metodologia de § 2º Administração, nas compras para entrega futura
execução, cuja avaliação, para efeito de sua e na execução de obras e serviços, poderá
aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos estabelecer, no instrumento convocatório da
licitação, a exigência de capital mínimo ou de
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Art. 33. Quando permitida na licitação a participação responsável a proceder, no mínimo anualmente,
de empresas em consórcio, observar-se-ão as através da imprensa oficial e de jornal diário, a
seguintes normas: chamamento público para a atualização dos registros
I - comprovação do compromisso público ou existentes e para o ingresso de novos interessados.
particular de constituição de consórcio, subscrito § 2º É facultado às unidades administrativas
pelos consorciados; utilizarem-se de registros cadastrais de outros
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio órgãos ou entidades da Administração Pública.
que deverá atender às condições de liderança, Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
obrigatoriamente fixadas no edital; atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. fornecerá os elementos necessários à satisfação das
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, exigências do art. 27 desta Lei.
admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o Art. 36. Os inscritos serão classificados por
somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, categorias, tendo-se em vista sua especialização,
para efeito de qualificação econômico-financeira, o subdivididas em grupos, segundo a qualificação
somatório dos valores de cada consorciado, na técnica e econômica avaliada pelos elementos
proporção de sua respectiva participação, podendo a constantes da documentação relacionada nos arts.
Administração estabelecer, para o consórcio, um 30 e 31 desta Lei.
acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
exigidos para licitante individual, inexigível este renovável sempre que atualizarem o registro.
acréscimo para os consórcios compostos, em sua § 2º A atuação do licitante no cumprimento de
totalidade, por micro e pequenas empresas assim obrigações assumidas será anotada no respectivo
definidas em Lei; registro cadastral.
IV - impedimento de participação de empresa Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
consorciada, na mesma licitação, através de mais de suspenso ou cancelado o registro do inscrito que
um consórcio ou isoladamente; deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta lei,
V - responsabilidade dos integrantes pelos atos ou as estabelecidas para classificação cadastral.
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação SEÇÃO IV - Do Procedimento e Julgamento
quanto na de execução do contrato. Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e com a abertura de processo administrativo,
estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à devidamente autuado, protocolado e numerado,
empresa brasileira, observado o disposto no inciso II contendo a autorização respectiva, a indicação
deste artigo. sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
antes da celebração do contrato, a constituição e o I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
registro do consórcio, nos termos do compromisso o caso;
referido no inciso I deste artigo. II - comprovante das publicações do edital resumido,
SEÇÃO III - Dos Registros Cadastrais na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do
Art. 34. Para os fins desta lei, os órgãos e entidades convite;
da Administração Pública que realizem III - ato de designação da comissão de licitação, do
frequentemente licitações manterão registros leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável
cadastrais para efeito de habilitação, na forma pelo convite;
regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. IV - original das propostas e dos documentos que as
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente instruírem;
divulgado e deverá estar permanentemente aberto V - atas, relatórios e deliberações da Comissão
aos interessados, obrigando-se a unidade por ele Julgadora;
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VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a como para início da abertura dos envelopes, e
licitação, dispensa ou inexigibilidade; indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
sua homologação; II - prazo e condições para assinatura do contrato ou
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
licitantes e respectivas manifestações e decisões; desta Lei, para execução do contrato e para entrega
IX - despacho de anulação ou de revogação da do objeto da licitação;
licitação, quando for o caso, fundamentado III - sanções para o caso de inadimplemento;
cicunstanciadamente; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, projeto básico;
conforme o caso; V - se há projeto executivo disponível na data da
XI - outros comprovantes de publicações; publicação do edital de licitação e o local onde possa
XII - demais documentos relativos à licitação. ser examinado e adquirido;
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, VI - condições para participação na licitação, em
bem como as dos contratos, acordos, convênios ou conformidade com os arts. 27 a 31 desta lei, e forma
ajustes devem ser previamente examinadas e de apresentação das propostas;
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. VII - critério para julgamento, com disposições claras
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma e parâmetros objetivos;
licitação ou para um conjunto de licitações VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) de comunicação à distância em que serão fornecidos
vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" elementos, informações e esclarecimentos relativos
desta Lei, o processo licitatório será iniciado, à licitação e às condições para atendimento das
obrigatoriamente, com uma audiência pública obrigações necessárias ao cumprimento de seu
concedida pela autoridade responsável com objeto;
antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da IX - condições equivalentes de pagamento entre
data prevista para a publicação do edital, e empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de
divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) licitações internacionais;
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão global, conforme o caso, permitida a fixação de
acesso e direito a todas as informações pertinentes e preços máximos e vedados a fixação de preços
a se manifestar todos os interessados. mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, em relação a preços de referência, ressalvado o
consideram-se licitações simultâneas aquelas com disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48. (Inciso com
objetos similares e com realização prevista para redação dada pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998)
intervalos são superiores a trinta dias, e licitações XI - critério de reajuste, que deverá retratar a
sucessivas aquelas em que, também com objetos variação efetiva do custo de produção, admitida a
similares, o edital subsequente tenha uma data adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
anterior a cento e vinte dias após o término do data prevista para apresentação da proposta, ou do
contrato resultante da licitação antecedente. orçamento a que essa proposta se referir, até a data
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de do adimplemento de cada parcela;
ordem em série anual, o nome da repartição XII - (VETADO)
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime XIII - limites, para pagamento de instalação e
de execução e o tipo da licitação, a menção de que mobilização para execução de obras ou serviços que
será regida por esta Lei, o local, dia e hora para serão obrigatoriamente previstos em separado das
recebimento da documentação e proposta, bem demais parcelas, etapas ou tarefas;
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XIV - condições de pagamento, prevendo: dias da data prevista para apresentação da proposta,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, poderão ser dispensados:
contado a partir da data final do período de I - o disposto no inciso XI deste artigo;
adimplemento de cada parcela; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c"
b) cronograma de desembolso máximo por período, do inciso XIV deste artigo, correspondente ao
em conformidade com a disponibilidade de recursos período compreendido entre as datas do
financeiros; adimplemento e a prevista para o pagamento, desde
c) critério de atualização financeira dos valores a que não superior a quinze dias.
serem pagos, desde a data final do período de § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo licitação para a contratação de serviços, exigir da
pagamento; contratada que um percentual mínimo de sua mão de
d) compensações financeiras e penalizações, por obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
eventuais atrasos, e descontos, por eventuais com a finalidade de ressocialização do reeducando,
antecipações de pagamentos; na forma estabelecida em regulamento. (Parágrafo
e) exigência de seguros, quando for o caso; acrescido pela Lei nº 13.500, de 26/10/2017)
XV - instruções e normas para os recursos previstos Art. 41. A Administração não pode descumprir as
nesta Lei; normas e condições do edital, ao qual se acha
XVI - condições de recebimento do objeto da estritamente vinculada.
licitação; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da edital de licitação por irregularidade na aplicação
licitação. desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado dias úteis antes da data fixada para a abertura dos
em todas as folhas e assinado pela autoridade que o envelopes de habilitação, devendo a Administração
expedir, permanecendo no processo de licitação, e julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias
dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1° do
sua divulgação e fornecimento aos interessados. art. 113.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do
integrante: edital de licitação perante a Administração o licitante
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder
partes, desenhos, especificações e outros a abertura dos envelopes de habilitação em
complementos; concorrência, a abertura dos envelopes com as
II - orçamento estimado em planilhas de propostas em convite, tomada de preços ou
quantitativos e preços unitários; concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
Administração e o licitante vencedor; em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
IV - as especificações complementares e as normas § 3º A impugnação feita tempestivamente pelo
de execução pertinentes à licitação. licitante não o impedirá de participar do processo
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
como adimplemento da obrigação contratual a pertinente.
prestação do serviço, a realização da obra, a entrega § 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do
do bem ou de parcela destes, bem como qualquer seu direito de participar das fases subsequentes.
outro evento contratual a cuja ocorrência esteja Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional o
vinculada a emissão de documento de cobrança. edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim monetária e do comércio exterior e atender às
entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta exigências dos órgãos competentes.
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§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro propostas, desde que não tenha havido recurso ou
cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o após sua denegação;
poderá fazer o licitante brasileiro. III - abertura dos envelopes contendo as propostas
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido
eventualmente contratado em virtude da licitação de o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
que trata o parágrafo anterior será efetuado em desistência expressa, ou após o julgamento dos
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil recursos interpostos;
imediatamente anterior à data do efetivo IV - verificação da conformidade de cada proposta
pagamento. com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro os preços correntes no mercado ou fixados por órgão
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante oficial competente, ou ainda com os constantes do
estrangeiro. sistema de registro de preços, os quais deverão ser
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas devidamente registrados na ata de julgamento,
apresentadas por licitantes estrangeiros serão promovendo-se a desclassificação das propostas
acrescidas dos gravames consequentes dos mesmos desconformes ou incompatíveis;
tributos que oneram exclusivamente os licitantes V - julgamento e classificação das propostas de
brasileiros quanto à operação final de venda. acordo com os critérios de avaliação constantes do
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços edital;
ou aquisição de bens com recursos provenientes de VI - deliberação da autoridade competente quanto à
financiamento ou doação oriundos de agência oficial homologação e adjudicação do objeto da licitação.
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro § 1º A abertura dos envelopes contendo a
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser documentação para habilitação e as propostas será
admitidas, na respectiva licitação, as condições realizada sempre em ato público previamente
decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou designado, do qual se lavrará ata circunstanciada,
tratados internacionais, aprovados pelo Congresso assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
Nacional, bem como as normas e procedimentos § 2º Todos os documentos e propostas serão
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de rubricados pelos licitantes presentes e pela
seleção da proposta mais vantajosa para a Comissão.
Administração, o qual poderá contemplar, além do § 3º É facultada à comissão ou autoridade superior,
preço, outros fatores de avaliação desde que por elas em qualquer fase da licitação, a promoção de
exigidos para a obtenção do financiamento ou da diligência destinada a esclarecer ou a complementar
doação, e que também não conflitem com o princípio a instrução do processo, vedada a inclusão posterior
do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho de documento ou informação que deveria constar
motivado do órgão executor do contrato, despacho originariamente da proposta.
esse ratificado pela autoridade imediatamente § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência
superior. e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para preços e ao convite.
entrega no mesmo local de destino. § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
Art. 43. A licitação será processada e julgada com concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas
observância dos seguintes procedimentos: (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relacionado com a habilitação, salvo em razão de
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua fatos supervenientes ou só conhecidos após o
apreciação; julgamento.
II - devolução dos envelopes fechados aos
concorrentes inabilitados, contendo as respectivas
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a) média aritmética dos valores das propostas das propostas ou com terceiros estranhos ao
superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
orçado pela Administração, ou Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em
b) valor orçado pela Administração. (Parágrafo acrescido registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento,
pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) e as propostas serão processadas e julgadas por
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3
parágrafo anterior cujo valor global da proposta for (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a servidores qualificados pertencentes aos quadros
que se referem as alíneas a e b, será exigida, para a permanentes dos órgãos da Administração
assinatura do contrato, prestação de garantia responsáveis pela licitação.
adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do § 1º No caso de convite, a comissão de licitação,
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do excepcionalmente, nas pequenas unidades
parágrafo anterior e o valor da correspondente administrativas e em face da exiguidade de pessoal
proposta. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.648, de 27/5/1998) disponível, poderá ser substituída por servidor
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou formalmente designado pela autoridade
todas as propostas forem desclassificadas, a competente.
Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de § 2º A comissão para julgamento dos pedidos de
oito dias úteis para a apresentação de nova inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
documentação ou de outras propostas escoimadas cancelamento, será integrada por profissionais
das causas referidas neste artigo, facultada, no caso legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. aquisição de equipamentos.
(Parágrafo único transformado em § 3º pela Lei nº 9.648, de
§ 3º Os membros das comissões de licitação
27/5/1998)
responderão solidariamente por todos os atos
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
praticados pela comissão, salvo se posição individual
do procedimento somente poderá revogar a licitação
divergente estiver devidamente fundamentada e
por razões de interesse público decorrente de fato
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver
superveniente devidamente comprovado,
sido tomada a decisão.
pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
§ 4º A investidura dos membros das Comissões
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e
recondução da totalidade de seus membros para a
devidamente fundamentado.
mesma comissão no período subsequente.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
motivo de ilegalidade não gera obrigação de
uma comissão especial integrada por pessoas de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da
do art. 59 desta Lei.
matéria em exame, servidores públicos ou não.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4° do art. 22
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único
desta Lei deve ser precedido de regulamento
do art. 59 desta Lei.
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
indicado no edital.
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos
I - a qualificação exigida dos participantes;
aplicam-se aos atos do procedimento de dispensa e
II - as diretrizes e a forma de apresentação do
de inexigibilidade de licitação.
trabalho;
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o
III - as condições de realização do concurso e os
contrato com preterição da ordem de classificação
prêmios a serem concedidos.
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políticos e os proventos, pensões ou outra espécie regulamentadas; (Alínea com redação dada pela Emenda
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, Constitucional nº 34, de 2001)
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra XVII - a proibição de acumular estende-se a
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, empregos e funções e abrange autarquias,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal fundações, empresas públicas, sociedades de
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito público; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
XVIII - a administração fazendária e seus servidores
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
jurisdição, precedência sobre os demais setores
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
administrativos, na forma da lei;
centésimos por cento do subsídio mensal, em
XIX - somente por lei específica poderá ser criada
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
autarquia e autorizada a instituição de empresa
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
pública, de sociedade de economia mista e de
aos membros do Ministério Público, aos
fundação, cabendo à lei complementar, neste último
Procuradores e aos Defensores Públicos; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003) caso, definir as áreas de sua atuação; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
XX - depende de autorização legislativa, em cada
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
caso, a criação de subsidiárias das entidades
pagos pelo Poder Executivo;
mencionadas no inciso anterior, assim como a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
participação de qualquer delas em empresa privada;
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
XXI - ressalvados os casos especificados na
remuneração de pessoal do serviço público; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) legislação, as obras, serviços, compras e alienações
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por serão contratados mediante processo de licitação
servidor público não serão computados nem pública que assegure igualdade de condições a todos
acumulados para fins de concessão de acréscimos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
ulteriores; (Inciso com redação dada pela Emenda obrigações de pagamento, mantidas as condições
Constitucional nº 19, de 1998) efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de somente permitirá as exigências de qualificação
cargos e empregos públicos são irredutíveis, técnica e econômica indispensáveis à garantia do
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo cumprimento das obrigações.
e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Inciso XXII - as administrações tributárias da União, dos
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de exercidas por servidores de carreiras específicas,
horários, observado em qualquer caso o disposto no terão recursos prioritários para a realização de suas
inciso XI: (“Caput” do inciso com redação dada pela Emenda atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
Constitucional nº 19, de 1998)
com o compartilhamento de cadastros e de
a) a de dois cargos de professor;
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
científico; § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
c) a de dois cargos ou empregos privativos de serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
profissionais de saúde, com profissões caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
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imagens que caracterizem promoção pessoal de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
autoridades ou servidores públicos. cabendo à lei dispor sobre:
§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III I - o prazo de duração do contrato;
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade II - os controles e critérios de avaliação de
responsável, nos termos da lei. desempenho, direitos, obrigações e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do responsabilidade dos dirigentes;
usuário na administração pública direta e indireta, III - a remuneração do pessoal. (Parágrafo acrescido pela
regulando especialmente: Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
públicos em geral, asseguradas a manutenção de públicas e às sociedades de economia mista, e suas
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
periódica, externa e interna, da qualidade dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
serviços; pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
II - o acesso dos usuários a registros administrativos geral. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19,
e a informações sobre atos de governo, observado o de 1998)
disposto no art. 5º, X e XXXIII; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
III - a disciplina da representação contra o exercício de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
na administração pública. (Parágrafo com redação dada função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
§ 4º Os atos de improbidade administrativa cargos em comissão declarados em lei de livre
importarão a suspensão dos direitos políticos, a nomeação e exoneração. (Parágrafo acrescido pela
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou previstas em lei. (Parágrafo acrescido pela Emenda
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as Constitucional nº 47, de 2005)
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escolaridade exigidos para o cargo de destino, competência, regime jurídico único e planos de
mantida a remuneração do cargo de origem. carreira para os servidores da administração pública
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide
2019) ADIN nº 2.135-4)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
tempo de contribuição decorrente de cargo, demais componentes do sistema remuneratório
emprego ou função pública, inclusive do Regime observará:
Geral de Previdência Social, acarretará o I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo complexidade dos cargos componentes de cada
de contribuição. (Parágrafo acrescido pela Emenda carreira;
Constitucional nº 103, de 2019)
II - os requisitos para a investidura;
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias
III - as peculiaridades dos cargos. (Parágrafo com redação
de servidores públicos e de pensões por morte a seus dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dependentes que não seja decorrente do disposto § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em manterão escolas de governo para a formação e o
lei que extinga regime próprio de previdência social. aperfeiçoamento dos servidores públicos,
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de
constituindo-se a participação nos cursos um dos
2019)
requisitos para a promoção na carreira, facultada,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
para isso, a celebração de convênios ou contratos
autárquica e fundacional, no exercício de mandato
entre os entes federados. (Parágrafo com redação dada
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (“Caput”
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
função; estabelecer requisitos diferenciados de admissão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado quando a natureza do cargo o exigir. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
optar pela sua remuneração;
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
III - investido no mandato de Vereador, havendo
Estaduais e Municipais serão remunerados
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
outra espécie remuneratória, obedecido, em
anterior;
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Parágrafo
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
promoção por merecimento;
maior e a menor remuneração dos servidores
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
previdência social, permanecerá filiado a esse
art. 37, XI. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
regime, no ente federativo de origem. (Inciso com 19, de 1998)
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
SEÇÃO II - Dos Servidores Públicos
publicarão anualmente os valores do subsídio e da
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
remuneração dos cargos e empregos públicos.
Municípios instituirão, no âmbito de sua (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos estabelecida mediante emenda às respectivas
orçamentários provenientes da economia com Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo
despesas correntes em cada órgão, autarquia e de contribuição e os demais requisitos estabelecidos
fundação, para aplicação no desenvolvimento de em lei complementar do respectivo ente federativo.
(Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
programas de qualidade e produtividade,
2019)
treinamento e desenvolvimento, modernização,
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido
produtividade. (Parágrafo acrescido pela Emenda para o Regime Geral de Previdência Social,
Constitucional nº 19, de 1998)
observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Parágrafo com
§ 8º A remuneração dos servidores públicos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
organizados em carreira poderá ser fixada nos § 3º As regras para cálculo de proventos de
termos do § 4º. (Parágrafo acrescido pela Emenda aposentadoria serão disciplinadas em lei do
Constitucional nº 19, de 1998) respectivo ente federativo. (Parágrafo com redação dada
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
temporário ou vinculadas ao exercício de função de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
confiança ou de cargo em comissão à remuneração diferenciados para concessão de benefícios em
do cargo efetivo. (Parágrafo acrescido pela Emenda regime próprio de previdência social, ressalvado o
Constitucional nº 103, de 2019) disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Parágrafo com
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
contributivo e solidário, mediante contribuição do complementar do respectivo ente federativo idade e
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de tempo de contribuição diferenciados para
aposentados e de pensionistas, observados critérios aposentadoria de servidores com deficiência,
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
(“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda realizada por equipe multiprofissional e
Constitucional nº 103, de 2019) interdisciplinar. (Parágrafo acrescido pela Emenda
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de Constitucional nº 103, de 2019)
previdência social será aposentado: (Parágrafo com § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar do respectivo ente federativo idade e
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no tempo de contribuição diferenciados para
cargo em que estiver investido, quando insuscetível aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a penitenciário, de agente socioeducativo ou de
realização de avaliações periódicas para verificação policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput
da continuidade das condições que ensejaram a do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos
concessão da aposentadoria, na forma de lei do I a IV do caput do art. 144. (Parágrafo acrescido pela
respectivo ente federativo; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais complementar do respectivo ente federativo idade e
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de tempo de contribuição diferenciados para
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
forma de lei complementar; (Inciso com redação dada pela exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
Emenda Constitucional nº 88, de 2015) físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos associação desses agentes, vedada a caracterização
de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos por categoria profissional ou ocupação. (Parágrafo
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade proventos de inatividade com remuneração de cargo
mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às acumulável na forma desta Constituição, cargo em
idades decorrentes da aplicação do disposto no comissão declarado em lei de livre nomeação e
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de exoneração, e de cargo eletivo. (Parágrafo com redação
efetivo exercício das funções de magistério na dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
educação infantil e no ensino fundamental e médio § 12. Além do disposto neste artigo, serão
fixado em lei complementar do respectivo ente observados, em regime próprio de previdência social,
federativo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Constitucional nº 103, de 2019) Regime Geral de Previdência Social. (Parágrafo com
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é § 13. Aplica-se ao agente público ocupante,
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
conta de regime próprio de previdência social, lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
aplicando-se outras vedações, regras e condições temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
para a acumulação de benefícios previdenciários emprego público, o Regime Geral de Previdência
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. Social. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 103, de 2019)
103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo respectivo Poder Executivo, regime de previdência
dependente, o benefício de pensão por morte será complementar para servidores públicos ocupantes
concedido nos termos de lei do respectivo ente de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a benefícios do Regime Geral de Previdência Social
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º- para o valor das aposentadorias e das pensões em
B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em regime próprio de previdência social, ressalvado o
razão da função. (Parágrafo com redação dada pela Emenda disposto no § 16. (Parágrafo com redação dada pela
Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios § 15. O regime de previdência complementar de que
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
real, conforme critérios estabelecidos em lei. modalidade contribuição definida, observará o
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio
de 2003)
de entidade fechada de previdência complementar
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, ou de entidade aberta de previdência complementar.
distrital ou municipal será contado para fins de (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º- 103, de 2019)
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente § 16. Somente mediante sua prévia e expressa
será contado para fins de disponibilidade. (Parágrafo opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ao servidor que tiver ingressado no serviço público
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de até a data da publicação do ato de instituição do
contagem de tempo de contribuição fictício. correspondente regime de previdência
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
complementar. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
de 1998)
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma § 17. Todos os valores de remuneração considerados
total dos proventos de inatividade, inclusive quando
para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos devidamente atualizados, na forma da lei. (Parágrafo
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
contribuição para o regime geral de previdência § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
social, e ao montante resultante da adição de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
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de que trata este artigo que superem o limite contribuições e dos bens, direitos e ativos de
máximo estabelecido para os benefícios do regime qualquer natureza;
geral de previdência social de que trata o art. 201, VI - mecanismos de equacionamento do déficit
com percentual igual ao estabelecido para os atuarial;
servidores titulares de cargos efetivos. (Parágrafo VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)
regime, observados os princípios relacionados com
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em
governança, controle interno e transparência;
lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
VIII - condições e hipóteses para responsabilização
cargo efetivo que tenha completado as exigências
daqueles que desempenhem atribuições
para a aposentadoria voluntária e que opte por
relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão
permanecer em atividade poderá fazer jus a um
do regime;
abono de permanência equivalente, no máximo, ao
valor da sua contribuição previdenciária, até IX - condições para adesão a consórcio público;
completar a idade para aposentadoria compulsória. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, definição de alíquota de contribuições ordinárias e
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de extraordinárias. (Parágrafo acrescido pela Emenda
2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
próprio de previdência social e de mais de um órgão exercício os servidores nomeados para cargo de
ou entidade gestora desse regime em cada ente provimento efetivo em virtude de concurso público.
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda
entidades autárquicas e fundacionais, que serão Constitucional nº 19, de 1998)
responsáveis pelo seu financiamento, observados os § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica I - em virtude de sentença judicial transitada em
definidos na lei complementar de que trata o § 22. julgado;
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, II - mediante processo administrativo em que lhe seja
e com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de assegurada ampla defesa;
2019)
III - mediante procedimento de avaliação periódica
§ 21. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de
de desempenho, na forma de lei complementar,
2005, e revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
assegurada ampla defesa. (Parágrafo com redação dada
(Vide inciso II do art. 36 da Emenda Constitucional nº 103, de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
2019)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
de previdência social, lei complementar federal
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais
de origem, sem direito a indenização, aproveitado
de organização, de funcionamento e de
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
outros aspectos, sobre: (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
I - requisitos para sua extinção e consequente de 1998)
migração para o Regime Geral de Previdência Social; § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de desnecessidade, o servidor estável ficará em
utilização dos recursos; disponibilidade, com remuneração proporcional ao
III - fiscalização pela União e controle externo e tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
social; em outro cargo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
V - condições para instituição do fundo com
é obrigatória a avaliação especial de desempenho
finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e
por comissão instituída para essa finalidade.
para vinculação a ele dos recursos provenientes de (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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ou por interesse social, mediante justa e prévia XXXIV - são a todos assegurados,
indenização em dinheiro, ressalvados os casos independentemente do pagamento de taxas:
previstos nesta Constituição; a) o direito de petição aos poderes públicos em
XXV - no caso de iminente perigo público, a defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
autoridade competente poderá usar de propriedade poder;
particular, assegurada ao proprietário indenização b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
ulterior, se houver dano; para defesa de direitos e esclarecimento de situações
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida de interesse pessoal;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
objeto de penhora para pagamento de débitos Judiciário lesão ou ameaça a direito;
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
lei sobre os meios de financiar o seu jurídico perfeito e a coisa julgada;
desenvolvimento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, organização que lhe der a lei, assegurados:
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; a) a plenitude de defesa;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: b) o sigilo das votações;
a) a proteção às participações individuais em obras c) a soberania dos veredictos;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, d) a competência para o julgamento dos crimes
inclusive nas atividades desportivas; dolosos contra a vida;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
econômico das obras que criarem ou de que nem pena sem prévia cominação legal;
participarem aos criadores, aos intérpretes e às XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
respectivas representações sindicais e associativas; réu;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
industriais privilégio temporário para sua utilização, dos direitos e liberdades fundamentais;
bem como proteção às criações industriais, à XLII - a prática do racismo constitui crime
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse reclusão, nos termos da lei;
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
do País; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
XXX - é garantido o direito de herança; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
País será regulada pela lei brasileira em benefício do por eles respondendo os mandantes, os executores e
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não os que, podendo evitá-los, se omitirem;
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
do consumidor; ordem constitucional e o Estado democrático;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
públicos informações de seu interesse particular, ou condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no e a decretação do perdimento de bens ser, nos
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à executadas, até o limite do valor do patrimônio
segurança da sociedade e do Estado; transferido;
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XLVI - a lei regulará a individualização da pena e LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
adotará, entre outras, as seguintes: pública, se esta não for intentada no prazo legal;
a) privação ou restrição da liberdade; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
b) perda de bens; processuais quando a defesa da intimidade ou o
c) multa; interesse social o exigirem;
d) prestação social alternativa; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
e) suspensão ou interdição de direitos; ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
XLVII - não haverá penas: judiciária competente, salvo nos casos de
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos transgressão militar ou crime propriamente militar,
termos do art. 84, XIX; definidos em lei;
b) de caráter perpétuo; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
c) de trabalhos forçados; encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
d) de banimento; competente e à família do preso ou à pessoa por ele
e) cruéis; indicada;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
e o sexo do apenado; assegurada a assistência da família e de advogado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à LXIV - o preso tem direito à identificação dos
integridade física e moral; responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
L - às presidiárias serão asseguradas condições para policial;
que possam permanecer com seus filhos durante o LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
período de amamentação; pela autoridade judiciária;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
naturalizado, em caso de crime comum, praticado quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
antes da naturalização, ou de comprovado sem fiança;
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
drogas afins, na forma da lei; responsável pelo inadimplemento voluntário e
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por inescusável de obrigação alimentícia e a do
crime político ou de opinião; depositário infiel;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
senão pela autoridade competente; alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
bens sem o devido processo legal; por ilegalidade ou abuso de poder;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
administrativo, e aos acusados em geral são proteger direito líquido e certo, não amparado por
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
os meios e recursos a ela inerentes; pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
obtidas por meios ilícitos; atribuições do poder público;
LVII - ninguém será considerado culpado até o LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; impetrado por:
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a a) partido político com representação no Congresso
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas Nacional;
em lei; b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em
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IX - remuneração do trabalho noturno superior à do XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
diurno; do empregador, sem excluir a indenização a que este
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
crime sua retenção dolosa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
XI - participação nos lucros, ou resultados, relações de trabalho, com prazo prescricional de
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
participação na gestão da empresa, conforme até o limite de dois anos após a extinção do contrato
definido em lei; de trabalho; (Inciso com redação dada pela Emenda
XII - salário-família pago em razão do dependente do Constitucional nº 28, de 2000)
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Inciso a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada de funções e de critério de admissão por motivo de
a compensação de horários e a redução da jornada, sexo, idade, cor ou estado civil;
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XXXI - proibição de qualquer discriminação no
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado tocante a salário e critérios de admissão do
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo trabalhador portador de deficiência;
negociação coletiva; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
XV - repouso semanal remunerado, técnico e intelectual ou entre os profissionais
preferencialmente aos domingos; respectivos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do insalubre a menores de dezoito e de qualquer
normal; trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
menos, um terço a mais do que o salário normal; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
com vínculo empregatício permanente e o
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
trabalhador avulso.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
as condições estabelecidas em lei e observada a
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
simplificação do cumprimento das obrigações
XXIII - adicional de remuneração para as atividades
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
relação de trabalho e suas peculiaridades, os
XXIV - aposentadoria;
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
como a sua integração à previdência social. (Parágrafo
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
único com redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de
creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela 2013)
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
observado o seguinte:
coletivos de trabalho;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
XXVII - proteção em face da automação, na forma da
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
lei;
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§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de para definir sua estrutura interna e estabelecer
proteger a probidade administrativa, a moralidade regras sobre escolha, formação e duração de seus
para o exercício do mandato, considerada a vida órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
pregressa do candidato, e a normalidade e organização e funcionamento e para adotar os
legitimidade das eleições contra a influência do critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
poder econômico ou o abuso do exercício de função, eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
cargo ou emprego na administração direta ou eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
indireta. (Parágrafo com redação dada pela Emenda vinculação entre as candidaturas em âmbito
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados fidelidade partidária. (Parágrafo com redação dada pela
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
do poder econômico, corrupção ou fraude. § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará personalidade jurídica, na forma da lei civil,
em segredo de justiça, respondendo o autor, na registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Eleitoral.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
I - cancelamento da naturalização por sentença forma da lei, os partidos políticos que
transitada em julgado; alternativamente: (Parágrafo com redação dada pela
II - incapacidade civil absoluta; Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
III - condenação criminal transitada em julgado, I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
enquanto durarem seus efeitos; Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
V - improbidade administrativa, nos termos do art. por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
(Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
37, § 4º.
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando
unidades da Federação. (Inciso acrescido pela Emenda
à eleição que ocorra até um ano da data de sua
Constitucional nº 97, de 2017)
vigência.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS organização paramilitar.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
extinção de partidos políticos, resguardados a requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado
soberania nacional, o regime democrático, o o mandato e facultada a filiação, sem perda do
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: sendo essa filiação considerada para fins de
I - caráter nacional; distribuição dos recursos do fundo partidário e de
II - proibição de recebimento de recursos financeiros acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
de entidade ou governo estrangeiros ou de (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
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Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, DEMOCRÁTICAS
será ele submetido a julgamento perante o Supremo CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
perante o Senado Federal, nos crimes de direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
responsabilidade. preservação da ordem pública e da incolumidade das
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
I - nas infrações penais comuns, se recebida a órgãos:
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal I - polícia federal;
Federal; II - polícia rodoviária federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a III - polícia ferroviária federal;
instauração do processo pelo Senado Federal. IV - polícias civis;
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o V - polícias militares e corpos de bombeiros militares;
julgamento não estiver concluído, cessará o VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Inciso
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular acrescido pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
prosseguimento do processo. § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, permanente, organizado e mantido pela União e
nas infrações comuns, o Presidente da República não estruturado em carreira, destina-se a: (“Caput” do
estará sujeito a prisão. parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu 1998)
mandato, não pode ser responsabilizado por atos I - apurar infrações penais contra a ordem política e
estranhos ao exercício de suas funções. social ou em detrimento de bens, serviços e
SEÇÃO IV - Dos Ministros de Estado interesses da União ou de suas entidades autárquicas
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos e empresas públicas, assim como outras infrações
dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no cuja prática tenha repercussão interestadual ou
exercício dos direitos políticos. internacional e exija repressão uniforme, segundo se
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, dispuser em lei;
além de outras atribuições estabelecidas nesta II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
Constituição e na lei: entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
dos órgãos e entidades da administração federal na outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
área de sua competência e referendar os atos e competência;
decretos assinados pelo Presidente da República; III - exercer as funções de polícia marítima,
II - expedir instruções para a execução das leis, aeroportuária e de fronteiras; (Inciso com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
decretos e regulamentos;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
III - apresentar ao Presidente da República relatório
judiciária da União.
anual de sua gestão no Ministério;
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
organizado e mantido pela União e estruturado em
forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
carreira, destina-se, na forma da lei, ao
República.
patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
Ministérios e órgãos da administração pública. (Artigo de 1998)
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao
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pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
vínculo empregatício; rurais e o pescador artesanal, bem como os
b) a receita ou o faturamento; respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
c) o lucro; (redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98) em regime de economia familiar, sem empregados
II - do trabalhador e dos demais segurados da permanentes, contribuirão para a seguridade social
previdência social, podendo ser adotadas alíquotas mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
progressivas de acordo com o valor do salário de resultado da comercialização da produção e farão jus
contribuição, não incidindo contribuição sobre aos benefícios nos termos da lei. (Parágrafo com redação
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Geral de Previdência Social; (Inciso com redação dada pela § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) caput deste artigo poderão ter alíquotas
III - sobre a receita de concursos de prognósticos; diferenciadas em razão da atividade econômica, da
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou utilização intensiva de mão de obra, do porte da
de quem a lei a ele equiparar. (Inciso acrescido pela Emenda empresa ou da condição estrutural do mercado de
Constitucional nº 42, de 2003) trabalho, sendo também autorizada a adoção de
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das
Municípios destinadas à seguridade social constarão alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. (Parágrafo acrescido
dos respectivos orçamentos, não integrando o pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação
orçamento da União. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social § 10. A lei definirá os critérios de transferência de
será elaborada de forma integrada pelos órgãos recursos para o sistema único de saúde e ações de
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social da União para os Estados, o Distrito
assistência social, tendo em vista as metas e Federal e os Municípios, e dos Estados para os
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes Municípios, observada a respectiva contrapartida de
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de recursos. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
seus recursos.
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de
seguridade social, como estabelecido em lei, não
lei complementar, a remissão e a anistia das
poderá contratar com o poder público nem dele
contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
inciso I e o inciso II do caput. (Parágrafo acrescido pela
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
garantir a manutenção ou expansão da seguridade pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade para os quais as contribuições incidentes na forma
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
a correspondente fonte de custeio total. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo § 13. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias 2003, e revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
da data da publicação da lei que as houver instituído § 14. O segurado somente terá reconhecida como
ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no tempo de contribuição ao Regime Geral de
art. 150, III, b . Previdência Social a competência cuja contribuição
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
social as entidades beneficentes de assistência social exigida para sua categoria, assegurado o
que atendam às exigências estabelecidas em lei. agrupamento de contribuições. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, complementar. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
vedada a caracterização por categoria profissional ou Constitucional nº 103, de 2019)
ocupação. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 103/2019) § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contagem recíproca do tempo de contribuição entre
contribuição ou o rendimento do trabalho do o Regime Geral de Previdência Social e os regimes
segurado terá valor mensal inferior ao salário próprios de previdência social, e destes entre si,
mínimo. (Parágrafo com redação dada pela Emenda observada a compensação financeira, de acordo com
Constitucional nº 20, de 1998) os critérios estabelecidos em lei. (Parágrafo acrescido pela
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
para o cálculo de benefício serão devidamente
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas
atualizados, na forma da lei. (Parágrafo com redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios tempo de contribuição ao Regime Geral de
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Previdência Social ou a regime próprio de
real, conforme critérios definidos em lei. (Parágrafo com previdência social terão contagem recíproca para fins
redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) de inativação militar ou aposentadoria, e a
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de compensação financeira será devida entre as receitas
previdência social, na qualidade de segurado de contribuição referentes aos militares e as receitas
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de contribuição aos demais regimes. (Parágrafo
de previdência. (Parágrafo com redação dada pela Emenda acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 20, de 1998) § 10. Lei complementar poderá disciplinar a
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e cobertura de benefícios não programados, inclusive
pensionistas terá por base o valor dos proventos do os decorrentes de acidente do trabalho, a ser
mês de dezembro de cada ano. (Parágrafo com redação atendida concorrentemente pelo Regime Geral de
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Previdência Social e pelo setor privado. (Parágrafo
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
seguintes condições: (Parágrafo com redação dada pela § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) título, serão incorporados ao salário para efeito de
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e contribuição previdenciária e conseqüente
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, repercussão em benefícios, nos casos e na forma da
observado tempo mínimo de contribuição; (Inciso lei. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão
redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive
(cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os
os que se encontram em situação de informalidade,
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas
e àqueles sem renda própria que se dediquem
atividades em regime de economia familiar, nestes
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
sua residência, desde que pertencentes a famílias de
artesanal. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
baixa renda. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
e nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nº 41, de 2003, e com nova redação dada pela Emenda
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que
que comprove tempo de efetivo exercício das trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
funções de magistério na educação infantil e no (acrescido pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005, e com nova
ensino fundamental e médio fixado em lei redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a
fictício para efeito de concessão dos benefícios União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
previdenciários e de contagem recíproca. (Parágrafo inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de
acrescido pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) economia mista e empresas controladas direta ou
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, indiretamente, enquanto patrocinadores de planos
regras e condições para a acumulação de benefícios de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdenciários. (Parágrafo acrescido pela Emenda previdência complementar. (Parágrafo acrescido pela
Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova redação dada
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
empresas públicas, das sociedades de economia § 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-
mista e das suas subsidiárias serão aposentados á, no que couber, às empresas privadas
compulsoriamente, observado o cumprimento do permissionárias ou concessionárias de prestação de
tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade serviços públicos, quando patrocinadoras de planos
máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na de benefícios em entidades de previdência
forma estabelecida em lei. (Parágrafo acrescido pela complementar. (acrescido pela Emenda Constitucional nº
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 20/98, e nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 103/19)
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter § 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos
complementar e organizado de forma autônoma em para a designação dos membros das diretorias das
relação ao regime geral de previdência social, será entidades fechadas de previdência complementar
facultativo, baseado na constituição de reservas que instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e
garantam o benefício contratado, e regulado por lei disciplinará a inserção dos participantes nos
complementar. (“Caput” do artigo com redação dada pela colegiados e instâncias de decisão em que seus
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo (acrescido pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, e com nova
assegurará ao participante de planos de benefícios redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de entidades de previdência privada o pleno acesso SEÇÃO IV - Da Assistência Social
às informações relativas à gestão de seus respectivos Art. 203. A assistência social será prestada a quem
planos. (redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998) dela necessitar, independentemente de contribuição
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e à seguridade social, e tem por objetivos:
as condições contratuais previstas nos estatutos, I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à
regulamentos e planos de benefícios das entidades adolescência e à velhice;
de previdência privada não integram o contrato de II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
trabalho dos participantes, assim como, à exceção III - a promoção da integração ao mercado de
dos benefícios concedidos, não integram a trabalho;
remuneração dos participantes, nos termos da lei. IV - a habilitação e reabilitação das pessoas
(redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) portadoras de deficiência e a promoção de sua
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de integração à vida comunitária;
previdência privada pela União, Estados, Distrito V - a garantia de um salário mínimo de benefício
Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
empresas públicas, sociedades de economia mista e que comprovem não possuir meios de prover à
outras entidades públicas, salvo na qualidade de própria manutenção ou de tê-la provida por sua
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, família, conforme dispuser a lei.
sua contribuição normal poderá exceder a do Art. 204. As ações governamentais na área da
segurado. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº assistência social serão realizadas com recursos do
20, de 1998) orçamento da seguridade social, previstos no art.
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195, além de outras fontes, e organizadas com base IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
nas seguintes diretrizes: atividade potencialmente causadora de significativa
I - descentralização político-administrativa, cabendo degradação do meio ambiente, estudo prévio de
a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a impacto ambiental, a que se dará publicidade;
coordenação e a execução dos respectivos V - controlar a produção, a comercialização e o
programas às esferas estadual e municipal, bem emprego de técnicas, métodos e substâncias que
como a entidades beneficentes e de assistência comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o
social; meio ambiente;
II - participação da população, por meio de VI - promover a educação ambiental em todos os
organizações representativas, na formulação das níveis de ensino e a conscientização pública para a
políticas e no controle das ações em todos os níveis. preservação do meio ambiente;
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
Federal vincular a programa de apoio à inclusão e lei, as práticas que coloquem em risco sua função
promoção social até cinco décimos por cento de sua ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses submetam os animais a crueldade.
recursos no pagamento de: § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
I - despesas com pessoal e encargos sociais; obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
II - serviço da dívida; de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada público competente, na forma da lei.
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
(acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003) meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
de reparar os danos causados.
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
se ao poder público e à coletividade o dever de
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
gerações.
dentro de condições que assegurem a preservação
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
incumbe ao poder público:
recursos naturais.
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
arrecadadas pelos Estados, por ações
e ecossistemas;
discriminatórias, necessárias à proteção dos
II - preservar a diversidade e a integridade do
ecossistemas naturais.
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
dedicadas à pesquisa e manipulação de material
deverão ter sua localização definida em lei federal,
genético;
sem o que não poderão ser instaladas.
III - definir, em todas as unidades da Federação,
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII
espaços territoriais e seus componentes a serem
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
especialmente protegidos, sendo a alteração e a
práticas desportivas que utilizem animais, desde que
supressão permitidas somente através de lei, vedada
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do
qualquer utilização que comprometa a integridade
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
dos atributos que justifiquem sua proteção;
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
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lei específica que assegure o bem-estar dos animais governamentais, mediante políticas específicas e
envolvidos. (acrescido pela Emenda Constitucional nº 96/17) obedecendo aos seguintes preceitos: (Parágrafo com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
CAPÍTULO VII - DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO
I - aplicação de percentual dos recursos públicos
ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
destinados à saúde na assistência materno-infantil;
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
II - criação de programas de prevenção e
proteção do Estado.
atendimento especializado para as pessoas
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
portadoras de deficiência física, sensorial ou mental,
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos
bem como de integração social do adolescente e do
termos da lei.
jovem portador de deficiência, mediante o
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida
treinamento para o trabalho e a convivência, e a
a união estável entre o homem e a mulher como
facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
conversão em casamento.
todas as formas de discriminação. (Inciso com redação
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
comunidade formada por qualquer dos pais e seus § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
descendentes. logradouros e dos edifícios de uso público e de
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
pela mulher. de deficiência.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo § 3º O direito a proteção especial abrangerá os
divórcio. (redação dada pela Emenda Constitucional nº 66/10) seguintes aspectos:
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
humana e da paternidade responsável, o trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
planejamento familiar é livre decisão do casal, II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
competindo ao Estado propiciar recursos III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
educacionais e científicos para o exercício desse jovem à escola; (Inciso com redação dada pela Emenda
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte Constitucional nº 65, de 2010)
de instituições oficiais ou privadas. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na atribuição de ato infracional, igualdade na relação
pessoa de cada um dos que a integram, criando processual e defesa técnica por profissional
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
relações. específica;
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado V - obediência aos princípios de brevidade,
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
alimentação, à educação, ao lazer, à qualquer medida privativa da liberdade;
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao VI - estímulo do poder público, através de assistência
respeito, à liberdade e à convivência familiar e jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de
forma de negligência, discriminação, exploração, criança ou adolescente órfão ou abandonado;
violência, crueldade e opressão. (“Caput” do artigo com VII - programas de prevenção e atendimento
redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência dependente de entorpecentes e drogas afins. (Inciso
integral à saúde da criança, do adolescente e do com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
jovem, admitida a participação de entidades não
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§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a as utilizadas para suas atividades produtivas, as
exploração sexual da criança e do adolescente. imprescindíveis à preservação dos recursos
§ 5º A adoção será assistida pelo poder público, na ambientais necessários a seu bem-estar e as
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de necessárias a sua reprodução física e cultural,
sua efetivação por parte de estrangeiros. segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes
e qualificações, proibidas quaisquer designações o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e
discriminatórias relativas à filiação. dos lagos nelas existentes.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos,
adolescente levar-se-á em consideração o disposto incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a
no art. 204. lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
§ 8º A Lei estabelecerá: podem ser efetivados com autorização do Congresso
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
direitos dos jovens; lhes assegurada participação nos resultados da lavra,
II - o plano nacional de juventude, de duração na forma da lei.
decenal, visando à articulação das várias esferas do § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis
poder público para a execução de políticas públicas. e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) imprescritíveis.
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de
de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação suas terras, salvo, ad referendum do Congresso
especial. Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e ponha em risco sua população, ou no interesse da
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o soberania do País, após deliberação do Congresso
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
ou enfermidade. imediato logo que cesse o risco.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação,
sua participação na comunidade, defendendo sua o domínio e a posse das terras a que se refere este
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo,
vida. dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão relevante interesse público da União, segundo o que
executados preferencialmente em seus lares. dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a extinção direito a indenização ou a ações contra a
a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
CAPÍTULO VIII - DOS ÍNDIOS derivadas da ocupação de boa-fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
art. 174, §§ 3º e 4º.
organização social, costumes, línguas, crenças e
Art. 232. Os índios, suas comunidades e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que
organizações são partes legítimas para ingressar em
tradicionalmente ocupam, competindo à União
juízo em defesa de seus direitos e interesses,
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
intervindo o Ministério Público em todos os atos do
bens.
processo.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios as por eles habitadas em caráter permanente,
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informando a existência do referido dispositivo e seu Art. 6º Além das atribuições previstas no art. 20,
funcionamento. compete ao Ministério da Justiça:
§ 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará I - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto
as instituições financeiras infratoras às penalidades ao cumprimento desta lei;
previstas no art. 7º desta Lei. II - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio
§ 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser cumprimento desta lei, pelo estabelecimento
implantadas pelas instituições financeiras de financeiro, à autoridade que autoriza o seu
maneira gradativa, atingindo-se, no mínimo, os funcionamento;
seguintes percentuais, a partir da entrada em vigor III - aplicar aos estabelecimentos financeiros as
desta Lei: penalidades previstas nesta lei.
I - nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) Parágrafo único. Para a execução da competência
habitantes, 50% (cinquenta por cento) em nove prevista no inciso I, o Ministério da Justiça poderá
meses e os outros 50% (cinquenta por cento) em celebrar convênio com as Secretarias de Segurança
dezoito meses; Pública dos respectivos Estados e Distrito Federal.
II - nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta (Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
mil) até 500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir
(cem por cento) em até vinte e quatro meses; disposição desta lei ficará sujeito às seguintes
III - nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos penalidades, conforme a gravidade da infração e
mil) habitantes, 100% (cem por cento) em até trinta levando-se em conta a reincidência e a condição
e seis meses. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) econômica do infrator:
Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de I - advertência;
valores serão executados: II - multa, de mil a vinte mil Ufirs;
I - por empresa especializada contratada; ou III - interdição do estabelecimento. (Artigo com redação
dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde
Art. 8º Nenhuma sociedade seguradora poderá
que organizado e preparado para tal fim, com
emitir, em favor de estabelecimentos financeiros,
pessoal próprio, aprovado em curso de formação de
apólice de seguros que inclua cobertura garantindo
vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo
riscos de roubo e furto qualificado de numerário e
sistema de segurança tenha parecer favorável à sua
outros valores, sem comprovação de cumprimento,
aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.
pelo segurado, das exigências previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros
Parágrafo único. As apólices com infringência do
estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá
disposto neste artigo não terão cobertura de
ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério
resseguros pelo Instituto de Resseguros do Brasil.
do Governo da respectiva Unidade da Federação.
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) Art. 9º Nos seguros contra roubo e furto qualificado
Art. 4º O transporte de numerário em montante de estabelecimentos financeiros, serão concedidos
superior a vinte mil Unidades Fiscais de Referência descontos sobre os prêmios aos segurados que
(Ufir), para suprimento ou recolhimento do possuírem, além dos requisitos mínimos de
movimento diário dos estabelecimentos financeiros, segurança, outros meios de proteção previstos nesta
será obrigatoriamente efetuado em veículo especial Lei, na forma de seu regulamento.
da própria instituição ou de empresa especializada. Art. 10. São considerados como segurança privada
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) as atividades desenvolvidas em prestação de serviços
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e com a finalidade de: (“Caput” do artigo com redação dada
vinte mil Ufirs poderá ser efetuado em veículo pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994)
comum, com a presença de dois vigilantes. (Artigo com I - proceder a vigilância patrimonial das instituições
redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995) financeiras e de outros estabelecimentos, públicos
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as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e espingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20,
Distrito Federal: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei de fabricação nacional.
nº 9.017, de 30/3/1995) Art. 23. As empresas especializadas e os cursos de
I - conceder autorização para o funcionamento: formação de vigilantes que infringirem disposições
a) das empresas especializadas em serviços de desta Lei ficarão sujeitos às seguintes penalidades,
vigilância; aplicáveis pelo Ministério da Justiça, ou, mediante
b) das empresas especializadas em transporte de convênio, pelas Secretarias de Segurança Pública,
valores; e conforme a gravidade da infração, levando-se em
c) dos cursos de formação de vigilantes; conta a reincidência e a condição econômica do
II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados infrator:
dos no inciso anterior; Ill - aplicar às empresas e aos I - advertência;
cursos a que se refere o inciso I deste artigo as II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs; (Inciso com
penalidades previstas no art. 23 desta Lei; redação dada pela Lei nº 9.017, de 30/3/1995)
IV - aprovar uniforme; III - proibição temporária de funcionamento; e
V - fixar o currículo dos cursos de formação de IV - cancelamento do registro para funcionar.
vigilantes; Parágrafo único. Incorrerão nas penas previstas
VI - fixar o número de vigilantes das empresas neste artigo as empresas e os estabelecimentos
especializadas em cada unidade da Federação; financeiros responsáveis pelo extravio de armas e
VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de munições.
propriedade das empresas especializadas e dos Art. 24. As empresas já em funcionamento deverão
estabelecimentos financeiros; proceder à adaptação de suas atividades aos
VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e preceitos desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta)
munições; e dias, a contar da data em que entrar em vigor o
IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição regulamento da presente Lei, sob pena de terem
utilizados. suspenso seu funcionamento até que comprovem
X - rever anualmente a autorização de essa adaptação.
funcionamento das empresas elencadas no inciso I Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
deste artigo. (Inciso acrescido pela Lei nº 8.863, de 28/3/1994) no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de sua
Parágrafo único. As competências previstas nos publicação.
incisos I e V deste artigo não serão objeto de Art. 26. Esta Lei entra em vigor na data de sua
convênio. (Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 9.017, publicação.
de 30/3/1995)
Art. 21. As armas destinadas ao uso dos vigilantes
serão de propriedade e responsabilidade:
I - das empresas especializadas;
II - dos estabelecimentos financeiros quando
dispuserem de serviço organizado de vigilância, ou
mesmo quando contratarem empresas
especializadas.
Art. 22. Será permitido ao vigilante, quando em
serviço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar
cassetete de madeira ou de borracha.
Parágrafo único. Os vigilantes, quando empenhados
em transporte de valores, poderão também utilizar
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§ 3o Das sanções aplicadas caberá recurso ao Diretor- Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de
Geral do Departamento de Polícia Federal, na forma Produtos Químicos é devida pela prática dos
e prazo estabelecidos em regulamento. seguintes atos de controle e fiscalização:
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
qualquer uma das infrações previstas nesta Lei terá a. emissão de Certificado de Registro Cadastral;
prazo de trinta dias, a contar da data da fiscalização, b. emissão de segunda via de Certificado de Registro
para sanar as irregularidades verificadas, sem Cadastral; e
prejuízo da aplicação de medidas administrativas c. alteração de Registro Cadastral;
previstas no art. 14. II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos químicos a. emissão de Certificado de Licença de
eventualmente apreendidos serão devolvidos ao seu Funcionamento;
legítimo proprietário ou representante legal. b. emissão de segunda via de Certificado de Licença
§ 2o Os produtos químicos que não forem de Funcionamento; e
regularizados e restituídos no prazo e nas condições c. renovação de Licença de Funcionamento;
estabelecidas neste artigo serão destruídos, III – no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) para:
alienados ou doados pelo Departamento de Polícia a. emissão de Autorização Especial; e
Federal a instituições de ensino, pesquisa ou saúde b. emissão de segunda via de Autorização Especial.
pública, após trânsito em julgado da decisão Parágrafo único. Os valores constantes dos incisos I e
proferida no respectivo processo administrativo. II deste artigo serão reduzidos de:
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao I - quarenta por cento, quando se tratar de empresa
meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá dar de pequeno porte;
destinação imediata aos produtos químicos II - cinquenta por cento, quando se tratar de filial de
apreendidos. empresa já cadastrada;
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e III - setenta por cento, quando se tratar de
Fiscalização de Produtos Químicos, cujo fato gerador microempresa.
é o exercício do poder de polícia conferido ao Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de
Departamento de Polícia Federal para controle e Produtos Químicos será recolhida nos prazos e nas
fiscalização das atividades relacionadas no art. condições estabelecidas em ato do Departamento de
1o desta Lei. Polícia Federal.
Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa de
Fiscalização de Produtos Químicos as pessoas físicas Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, à
e jurídicas que exerçam qualquer uma das atividades aplicação de multa e à alienação de produtos
sujeitas a controle e fiscalização de que trata o art. químicos previstas nesta Lei constituem receita do
1o desta Lei. Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD.
Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas
Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, sem destinará oitenta por cento dos recursos relativos à
prejuízo das demais obrigações previstas nesta Lei: cobrança da Taxa, à aplicação de multa e à alienação
I – os órgãos da Administração Pública direta federal, de produtos químicos, referidos no caput deste
estadual e municipal; artigo, ao Departamento de Polícia Federal, para o
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e reaparelhamento e custeio das atividades de
saúde; controle e fiscalização de produtos químicos e de
III – as entidades particulares de caráter assistencial, repressão ao tráfico ilícito de drogas.
filantrópico e sem fins lucrativos que comprovem Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua
essa condição na forma da lei específica em vigor. publicação (27/12/2001).
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j) atividades artísticas ou desportivas com contrato que trata a alínea “e” do inciso I do caput , bastando
por prazo determinado; a apresentação da carteira internacional de
II - o imigrante seja beneficiário de tratado em marítimo, nos termos de regulamento.
matéria de vistos; § 8º É reconhecida ao imigrante a quem se tenha
III - outras hipóteses definidas em regulamento. concedido visto temporário para trabalho a
§ 1º O visto temporário para pesquisa, ensino ou possibilidade de modificação do local de exercício de
extensão acadêmica poderá ser concedido ao sua atividade laboral.
imigrante com ou sem vínculo empregatício com a § 9º O visto para realização de investimento poderá
instituição de pesquisa ou de ensino brasileira, ser concedido ao imigrante que aporte recursos em
exigida, na hipótese de vínculo, a comprovação de projeto com potencial para geração de empregos ou
formação superior compatível ou equivalente de renda no País.
reconhecimento científico. Subseção V - Dos Vistos Diplomático, Oficial e de
§ 2º O visto temporário para tratamento de saúde Cortesia
poderá ser concedido ao imigrante e a seu Art. 15. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia
acompanhante, desde que o imigrante comprove serão concedidos, prorrogados ou dispensados na
possuir meios de subsistência suficientes. forma desta Lei e de regulamento.
§ 3º O visto temporário para acolhida humanitária Parágrafo único. Os vistos diplomático e oficial
poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de poderão ser transformados em autorização de
qualquer país em situação de grave ou iminente residência, o que importará cessação de todas as
instabilidade institucional, de conflito armado, de prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes
calamidade de grande proporção, de desastre do respectivo visto.
ambiental ou de grave violação de direitos humanos Art. 16. Os vistos diplomático e oficial poderão ser
ou de direito internacional humanitário, ou em concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros
outras hipóteses, na forma de regulamento. que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter
§ 4º O visto temporário para estudo poderá ser transitório ou permanente, representando Estado
concedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil estrangeiro ou organismo internacional reconhecido.
para frequentar curso regular ou realizar estágio ou § 1º Não se aplica ao titular dos vistos referidos
intercâmbio de estudo ou de pesquisa. no caput o disposto na legislação trabalhista
§ 5º Observadas as hipóteses previstas em brasileira.
regulamento, o visto temporário para trabalho § 2º Os vistos diplomático e oficial poderão ser
poderá ser concedido ao imigrante que venha estendidos aos dependentes das autoridades
exercer atividade laboral, com ou sem vínculo referidas no caput .
empregatício no Brasil, desde que comprove oferta Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial
de trabalho formalizada por pessoa jurídica em somente poderá ser remunerado por Estado
atividade no País, dispensada esta exigência se o estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o
imigrante comprovar titulação em curso de ensino disposto em tratado que contenha cláusula
superior ou equivalente. específica sobre o assunto.
§ 6º O visto temporário para férias-trabalho poderá Parágrafo único. O dependente de titular de visto
ser concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis) diplomático ou oficial poderá exercer atividade
anos que seja nacional de país que conceda idêntico remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação
benefício ao nacional brasileiro, em termos definidos trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país
por comunicação diplomática. que assegure reciprocidade de tratamento ao
§ 7º Não se exigirá do marítimo que ingressar no nacional brasileiro, por comunicação diplomática.
Brasil em viagem de longo curso ou em cruzeiros Art. 18. O empregado particular titular de visto de
marítimos pela costa brasileira o visto temporário de cortesia somente poderá exercer atividade
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remunerada para o titular de visto diplomático, Art. 24. A autorização referida no caput do art. 23
oficial ou de cortesia ao qual esteja vinculado, sob o indicará o Município fronteiriço no qual o residente
amparo da legislação trabalhista brasileira. estará autorizado a exercer os direitos a ele
Parágrafo único. O titular de visto diplomático, oficial atribuídos por esta Lei.
ou de cortesia será responsável pela saída de seu § 1º O residente fronteiriço detentor da autorização
empregado do território nacional. gozará das garantias e dos direitos assegurados pelo
SEÇÃO III - Do Registro e da Identificação Civil do regime geral de migração desta Lei, conforme
Imigrante e dos Detentores de Vistos Diplomático, especificado em regulamento.
Oficial e de Cortesia § 2º O espaço geográfico de abrangência e de
Art. 19. O registro consiste na identificação civil por validade da autorização será especificado no
dados biográficos e biométricos, e é obrigatório a documento de residente fronteiriço.
todo imigrante detentor de visto temporário ou de Art. 25. O documento de residente fronteiriço será
autorização de residência. cancelado, a qualquer tempo, se o titular:
§ 1º O registro gerará número único de identificação I - tiver fraudado documento ou utilizado documento
que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil. falso para obtê-lo;
§ 2º O documento de identidade do imigrante será II - obtiver outra condição migratória;
expedido com base no número único de III - sofrer condenação penal; ou
identificação. IV - exercer direito fora dos limites previstos na
§ 3º Enquanto não for expedida identificação civil, o autorização.
documento comprobatório de que o imigrante a SEÇÃO II - Da Proteção do Apátrida e da Redução
solicitou à autoridade competente garantirá ao da Apatridia
titular o acesso aos direitos disciplinados nesta Lei. Art. 26. Regulamento disporá sobre instituto
Art. 20. A identificação civil de solicitante de refúgio, protetivo especial do apátrida, consolidado em
de asilo, de reconhecimento de apatridia e de processo simplificado de naturalização.
acolhimento humanitário poderá ser realizada com a § 1º O processo de que trata o caput será iniciado tão
apresentação dos documentos de que o imigrante logo seja reconhecida a situação de apatridia.
dispuser. § 2º Durante a tramitação do processo de
Art. 21. Os documentos de identidade emitidos até a reconhecimento da condição de apátrida, incidem
data de publicação desta Lei continuarão válidos até todas as garantias e mecanismos protetivos e de
sua total substituição. facilitação da inclusão social relativos à Convenção
Art. 22. A identificação civil, o documento de sobre o Estatuto dos Apátridas de 1954, promulgada
identidade e as formas de gestão da base cadastral pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , à
dos detentores de vistos diplomático, oficial e de Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados,
cortesia atenderão a disposições específicas promulgada pelo Decreto nº 50.215, de 28 de janeiro
previstas em regulamento. de 1961 , e à Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 .
§ 3º Aplicam-se ao apátrida residente todos os
CAPÍTULO III - DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO
MIGRANTE E DO VISITANTE direitos atribuídos ao migrante relacionados no art.
4º.
SEÇÃO I - Do Residente Fronteiriço
§ 4º O reconhecimento da condição de apátrida
Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação,
assegura os direitos e garantias previstos na
poderá ser concedida ao residente fronteiriço,
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954,
mediante requerimento, autorização para a
promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de
realização de atos da vida civil.
2002 , bem como outros direitos e garantias
Parágrafo único. Condições específicas poderão ser
reconhecidos pelo Brasil.
estabelecidas em regulamento ou tratado.
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que a conduta esteja tipificada na legislação penal no País, observado procedimento administrativo que
brasileira, ressalvados os casos em que: garanta o contraditório e a ampla defesa.
I - a conduta caracterize infração de menor potencial Art. 34. Poderá ser negada autorização de residência
ofensivo; com fundamento nas hipóteses previstas nos incisos
II - (VETADO); ou I, II, III, IV e IX do art. 45.
III - a pessoa se enquadre nas hipóteses previstas nas Art. 35. A posse ou a propriedade de bem no Brasil
alíneas “b”, “c” e “i” do inciso I e na alínea “a” do inciso não confere o direito de obter visto ou autorização de
II do caput deste artigo. residência em território nacional, sem prejuízo do
§ 2º O disposto no § 1º não obsta progressão de disposto sobre visto para realização de investimento.
regime de cumprimento de pena, nos termos da Lei Art. 36. O visto de visita ou de cortesia poderá ser
nº 7.210, de 11 de julho de 1984 , ficando a pessoa transformado em autorização de residência,
autorizada a trabalhar quando assim exigido pelo mediante requerimento e registro, desde que
novo regime de cumprimento de pena. satisfeitos os requisitos previstos em regulamento.
§ 3º Nos procedimentos conducentes ao SEÇÃO V - Da Reunião Familiar
cancelamento de autorização de residência e no Art. 37. O visto ou a autorização de residência para
recurso contra a negativa de concessão de fins de reunião familiar será concedido ao imigrante:
autorização de residência devem ser respeitados o I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação
contraditório e a ampla defesa. alguma;
Art. 31. Os prazos e o procedimento da autorização II - filho de imigrante beneficiário de autorização de
de residência de que trata o art. 30 serão dispostos residência, ou que tenha filho brasileiro ou imigrante
em regulamento, observado o disposto nesta Lei. beneficiário de autorização de residência;
§ 1º Será facilitada a autorização de residência nas III - ascendente, descendente até o segundo grau ou
hipóteses das alíneas “a” e “e” do inciso I do art. 30 irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário de
desta Lei, devendo a deliberação sobre a autorização autorização de residência; ou
ocorrer em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, a IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.
contar de sua solicitação.
CAPÍTULO IV - DA ENTRADA E DA SAÍDA DO
§ 2º Nova autorização de residência poderá ser TERRITÓRIO NACIONAL
concedida, nos termos do art. 30, mediante
SEÇÃO I - Da Fiscalização Marítima, Aeroportuária
requerimento.
e de Fronteira
§ 3º O requerimento de nova autorização de
Art. 38. As funções de polícia marítima,
residência após o vencimento do prazo da
aeroportuária e de fronteira serão realizadas pela
autorização anterior implicará aplicação da sanção
Polícia Federal nos pontos de entrada e de saída do
prevista no inciso II do art. 109.
território nacional.
§ 4º O solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção
Parágrafo único. É dispensável a fiscalização de
ao apátrida fará jus a autorização provisória de
passageiro, tripulante e estafe de navio em
residência até a obtenção de resposta ao seu pedido.
passagem inocente, exceto quando houver
§ 5º Poderá ser concedida autorização de residência
necessidade de descida de pessoa a terra ou de
independentemente da situação migratória.
subida a bordo do navio.
Art. 32. Poderão ser cobradas taxas pela autorização
Art. 39. O viajante deverá permanecer em área de
de residência.
fiscalização até que seu documento de viagem tenha
Art. 33. Regulamento disporá sobre a perda e o
sido verificado, salvo os casos previstos em lei.
cancelamento da autorização de residência em razão
Art. 40. Poderá ser autorizada a admissão
de fraude ou de ocultação de condição impeditiva de
excepcional no País de pessoa que se encontre em
concessão de visto, de ingresso ou de permanência
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uma das seguintes condições, desde que esteja de nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
posse de documento de viagem válido: Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado
I - não possua visto; pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ;
II - seja titular de visto emitido com erro ou omissão; III - condenada ou respondendo a processo em outro
III - tenha perdido a condição de residente por ter país por crime doloso passível de extradição segundo
permanecido ausente do País na forma especificada a lei brasileira;
em regulamento e detenha as condições objetivas IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições
para a concessão de nova autorização de residência; por ordem judicial ou por compromisso assumido
IV - (VETADO); ou pelo Brasil perante organismo internacional;
V - seja criança ou adolescente desacompanhado de V - que apresente documento de viagem que:
responsável legal e sem autorização expressa para a) não seja válido para o Brasil;
viajar desacompanhado, independentemente do b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
documento de viagem que portar, hipótese em que c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
haverá imediato encaminhamento ao Conselho VI - que não apresente documento de viagem ou
Tutelar ou, em caso de necessidade, a instituição documento de identidade, quando admitido;
indicada pela autoridade competente. VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o
Parágrafo único. Regulamento poderá dispor sobre visto ou com o motivo alegado para a isenção de
outras hipóteses excepcionais de admissão, visto;
observados os princípios e as diretrizes desta Lei. VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado
Art. 41. A entrada condicional, em território documentação ou prestado informação falsa por
nacional, de pessoa que não preencha os requisitos ocasião da solicitação de visto; ou
de admissão poderá ser autorizada mediante a IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios
assinatura, pelo transportador ou por seu agente, de e objetivos dispostos na Constituição Federal.
termo de compromisso de custear as despesas com a Parágrafo único. Ninguém será impedido de
permanência e com as providências para a ingressar no País por motivo de raça, religião,
repatriação do viajante. nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião
Art. 42. O tripulante ou o passageiro que, por motivo política.
de força maior, for obrigado a interromper a viagem
CAPÍTULO V - DAS MEDIDAS DE RETIRADA
em território nacional poderá ter seu desembarque COMPULSÓRIA
permitido mediante termo de responsabilidade pelas
SEÇÃO I - Disposições Gerais
despesas decorrentes do transbordo.
Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o
Art. 43. A autoridade responsável pela fiscalização
disposto na Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , e nas
contribuirá para a aplicação de medidas sanitárias
disposições legais, tratados, instrumentos e
em consonância com o Regulamento Sanitário
mecanismos que tratem da proteção aos apátridas
Internacional e com outras disposições pertinentes
ou de outras situações humanitárias.
SEÇÃO II - Do Impedimento de Ingresso
Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão
Art. 44. (VETADO).
serão feitas para o país de nacionalidade ou de
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País,
procedência do migrante ou do visitante, ou para
após entrevista individual e mediante ato
outro que o aceite, em observância aos tratados dos
fundamentado, a pessoa:
quais o Brasil seja parte.
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o
efeitos da expulsão vigorarem;
chefe da unidade da Polícia Federal poderá
II - condenada ou respondendo a processo por ato de
representar perante o juízo federal, respeitados, nos
terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão,
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procedimentos judiciais, os direitos à ampla defesa e § 2º A notificação prevista no § 1º não impede a livre
ao devido processo legal. circulação em território nacional, devendo o
SEÇÃO II - Da Repatriação deportando informar seu domicílio e suas atividades.
Art. 49. A repatriação consiste em medida § 3º Vencido o prazo do § 1º sem que se regularize a
administrativa de devolução de pessoa em situação situação migratória, a deportação poderá ser
de impedimento ao país de procedência ou de executada.
nacionalidade. § 4º A deportação não exclui eventuais direitos
§ 1º Será feita imediata comunicação do ato adquiridos em relações contratuais ou decorrentes
fundamentado de repatriação à empresa da lei brasileira.
transportadora e à autoridade consular do país de § 5º A saída voluntária de pessoa notificada para
procedência ou de nacionalidade do migrante ou do deixar o País equivale ao cumprimento da notificação
visitante, ou a quem o representa. de deportação para todos os fins.
§ 2º A Defensoria Pública da União será notificada, § 6º O prazo previsto no § 1º poderá ser reduzido nos
preferencialmente por via eletrônica, no caso do § 4º casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
deste artigo ou quando a repatriação imediata não Art. 51. Os procedimentos conducentes à
seja possível. deportação devem respeitar o contraditório e a
§ 3º Condições específicas de repatriação podem ser ampla defesa e a garantia de recurso com efeito
definidas por regulamento ou tratado, observados os suspensivo.
princípios e as garantias previstos nesta Lei. § 1º A Defensoria Pública da União deverá ser
§ 4º Não será aplicada medida de repatriação à notificada, preferencialmente por meio eletrônico,
pessoa em situação de refúgio ou de apatridia, de para prestação de assistência ao deportando em
fato ou de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos todos os procedimentos administrativos de
desacompanhado ou separado de sua família, exceto deportação.
nos casos em que se demonstrar favorável para a § 2º A ausência de manifestação da Defensoria
garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua Pública da União, desde que prévia e devidamente
família de origem, ou a quem necessite de notificada, não impedirá a efetivação da medida de
acolhimento humanitário, nem, em qualquer caso, deportação.
medida de devolução para país ou região que possa Art. 52. Em se tratando de apátrida, o procedimento
apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à de deportação dependerá de prévia autorização da
liberdade da pessoa. autoridade competente.
SEÇÃO III - Da Deportação Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida
Art. 50. A deportação é medida decorrente de configurar extradição não admitida pela legislação
procedimento administrativo que consiste na brasileira.
retirada compulsória de pessoa que se encontre em SEÇÃO IV - Da Expulsão
situação migratória irregular em território nacional. Art. 54. A expulsão consiste em medida
§ 1º A deportação será precedida de notificação administrativa de retirada compulsória de migrante
pessoal ao deportando, da qual constem, ou visitante do território nacional, conjugada com o
expressamente, as irregularidades verificadas e impedimento de reingresso por prazo determinado.
prazo para a regularização não inferior a 60 § 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com
(sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual sentença transitada em julgado relativa à prática de:
período, por despacho fundamentado e mediante I - crime de genocídio, crime contra a humanidade,
compromisso de a pessoa manter atualizadas suas crime de guerra ou crime de agressão, nos termos
informações domiciliares. definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº
4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou
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II - crime comum doloso passível de pena privativa de Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o
liberdade, consideradas a gravidade e as contraditório e a ampla defesa.
possibilidades de ressocialização em território § 1º A Defensoria Pública da União será notificada da
nacional. instauração de processo de expulsão, se não houver
§ 2º Caberá à autoridade competente resolver sobre defensor constituído.
a expulsão, a duração do impedimento de reingresso § 2º Caberá pedido de reconsideração da decisão
e a suspensão ou a revogação dos efeitos da sobre a expulsão no prazo de 10 (dez) dias, a contar
expulsão, observado o disposto nesta Lei. da notificação pessoal do expulsando.
§ 3º O processamento da expulsão em caso de crime Art. 59. Será considerada regular a situação
comum não prejudicará a progressão de regime, o migratória do expulsando cujo processo esteja
cumprimento da pena, a suspensão condicional do pendente de decisão, nas condições previstas no art.
processo, a comutação da pena ou a concessão de 55.
pena alternativa, de indulto coletivo ou individual, de Art. 60. A existência de processo de expulsão não
anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em impede a saída voluntária do expulsando do País.
igualdade de condições ao nacional brasileiro. SEÇÃO V - Das Vedações
§ 4º O prazo de vigência da medida de impedimento Art. 61. Não se procederá à repatriação, à
vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional deportação ou à expulsão coletivas.
ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior Parágrafo único. Entende-se por repatriação,
ao dobro de seu tempo. deportação ou expulsão coletiva aquela que não
Art. 55. Não se procederá à expulsão quando: individualiza a situação migratória irregular de cada
I - a medida configurar extradição inadmitida pela pessoa.
legislação brasileira; Art. 62. Não se procederá à repatriação, à
II - o expulsando: deportação ou à expulsão de nenhum indivíduo
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou quando subsistirem razões para acreditar que a
dependência econômica ou socioafetiva ou tiver medida poderá colocar em risco a vida ou a
pessoa brasileira sob sua tutela; integridade pessoal.
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil,
CAPÍTULO VI - DA OPÇÃO DE NACIONALIDADE E
sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou DA NATURALIZAÇÃO
legalmente;
SEÇÃO I - Da Opção de Nacionalidade
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de
Art. 63. O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no
idade, residindo desde então no País;
exterior e que não tenha sido registrado em
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que
repartição consular poderá, a qualquer tempo,
resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados
promover ação de opção de nacionalidade.
a gravidade e o fundamento da expulsão; ou
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar
Art. 56. Regulamento definirá procedimentos para
periodicamente à autoridade competente os dados
apresentação e processamento de pedidos de
relativos à opção de nacionalidade, conforme
suspensão e de revogação dos efeitos das medidas
regulamento.
de expulsão e de impedimento de ingresso e
SEÇÃO II - Das Condições da Naturalização
permanência em território nacional.
Art. 64. A naturalização pode ser:
Art. 57. Regulamento disporá sobre condições
I - ordinária;
especiais de autorização de residência para viabilizar
II - extraordinária;
medidas de ressocialização a migrante e a visitante
III - especial; ou
em cumprimento de penas aplicadas ou executadas
IV - provisória.
em território nacional.
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Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas
àquele que preencher as seguintes condições: as condições do naturalizando; e
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; III - não possuir condenação penal ou estiver
II - ter residência em território nacional, pelo prazo reabilitado, nos termos da lei.
mínimo de 4 (quatro) anos; Art. 70. A naturalização provisória poderá ser
III - comunicar-se em língua portuguesa, concedida ao migrante criança ou adolescente que
consideradas as condições do naturalizando; e tenha fixado residência em território nacional antes
IV - não possuir condenação penal ou estiver de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser
reabilitado, nos termos da lei. requerida por intermédio de seu representante legal.
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II Parágrafo único. A naturalização prevista
do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 no caput será convertida em definitiva se o
(um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das naturalizando expressamente assim o requerer no
seguintes condições: prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade.
I - (VETADO); Art. 71. O pedido de naturalização será apresentado
II - ter filho brasileiro; e processado na forma prevista pelo órgão
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar competente do Poder Executivo, sendo cabível
dele separado legalmente ou de fato no momento de recurso em caso de denegação.
concessão da naturalização; § 1º No curso do processo de naturalização, o
IV - (VETADO); naturalizando poderá requerer a tradução ou a
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante adaptação de seu nome à língua portuguesa.
ao Brasil; ou § 2º Será mantido cadastro com o nome traduzido ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, adaptado associado ao nome anterior.
científica ou artística. Art. 72. No prazo de até 1 (um) ano após a concessão
Parágrafo único. O preenchimento das condições da naturalização, deverá o naturalizado comparecer
previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na perante a Justiça Eleitoral para o devido
forma disposta em regulamento. cadastramento.
Art. 67. A naturalização extraordinária será SEÇÃO III - Dos Efeitos da Naturalização
concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada Art. 73. A naturalização produz efeitos após a
no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e publicação no Diário Oficial do ato de naturalização.
sem condenação penal, desde que requeira a Art. 74. (VETADO).
nacionalidade brasileira. SEÇÃO IV - Da Perda da Nacionalidade
Art. 68. A naturalização especial poderá ser Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em
concedida ao estrangeiro que se encontre em uma razão de condenação transitada em julgado por
das seguintes situações: atividade nociva ao interesse nacional, nos termos
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal .
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em Parágrafo único. O risco de geração de situação de
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro apatridia será levado em consideração antes da
no exterior; ou efetivação da perda da nacionalidade.
II - seja ou tenha sido empregado em missão SEÇÃO V - Da Reaquisição da Nacionalidade
diplomática ou em repartição consular do Brasil por Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto
mais de 10 (dez) anos ininterruptos. no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal ,
Art. 69. São requisitos para a concessão da houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a
naturalização especial: causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; perda revogado, na forma definida pelo órgão
competente do Poder Executivo.
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IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro
termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , ou de meio que assegure a comunicação por escrito.
asilo territorial. § 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser
§ 1º A previsão constante do inciso VII do caput não transmitido à autoridade competente para
impedirá a extradição quando o fato constituir, extradição no Brasil por meio de canal estabelecido
principalmente, infração à lei penal comum ou com o ponto focal da Organização Internacional de
quando o crime comum, conexo ao delito político, Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente
constituir o fato principal. instruído com a documentação comprobatória da
§ 2º Caberá à autoridade judiciária competente a existência de ordem de prisão proferida por Estado
apreciação do caráter da infração. estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com
§ 3º Para determinação da incidência do disposto no a promessa de reciprocidade recebida por via
inciso I, será observada, nos casos de aquisição de diplomática.
outra nacionalidade por naturalização, a § 3º Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de
anterioridade do fato gerador da extradição. extradição será encaminhado à autoridade judiciária
§ 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de competente.
considerar crime político o atentado contra chefe de § 4º Na ausência de disposição específica em tratado,
Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime o Estado estrangeiro deverá formalizar o pedido de
contra a humanidade, crime de guerra, crime de extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da
genocídio e terrorismo. data em que tiver sido cientificado da prisão do
§ 5º Admite-se a extradição de brasileiro extraditando.
naturalizado, nas hipóteses previstas na Constituição § 5º Caso o pedido de extradição não seja
Federal. apresentado no prazo previsto no § 4º, o
Art. 83. São condições para concessão da extradição: extraditando deverá ser posto em liberdade, não se
I - ter sido o crime cometido no território do Estado admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo
requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as mesmo fato sem que a extradição tenha sido
leis penais desse Estado; e devidamente requerida.
II - estar o extraditando respondendo a processo § 6º A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o
investigatório ou a processo penal ou ter sido julgamento final da autoridade judiciária
condenado pelas autoridades judiciárias do Estado competente quanto à legalidade do pedido de
requerente a pena privativa de liberdade. extradição.
Art. 84. Em caso de urgência, o Estado interessado Art. 85. Quando mais de um Estado requerer a
na extradição poderá, previamente ou extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
conjuntamente com a formalização do pedido preferência o pedido daquele em cujo território a
extradicional, requerer, por via diplomática ou por infração foi cometida.
meio de autoridade central do Poder Executivo, § 1º Em caso de crimes diversos, terá preferência,
prisão cautelar com o objetivo de assegurar a sucessivamente:
executoriedade da medida de extradição que, após I - o Estado requerente em cujo território tenha sido
exame da presença dos pressupostos formais de cometido o crime mais grave, segundo a lei
admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, brasileira;
deverá representar à autoridade judicial II - o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a
competente, ouvido previamente o Ministério entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes
Público Federal. for idêntica;
§ 1º O pedido de prisão cautelar deverá conter III - o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar
informação sobre o crime cometido e deverá ser do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
fundamentado, podendo ser apresentado por
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§ 2º Nos casos não previstos nesta Lei, o órgão indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e
competente do Poder Executivo decidirá sobre a as circunstâncias do fato criminoso e a identidade do
preferência do pedido, priorizando o Estado extraditando e será acompanhado de cópia dos
requerente que mantiver tratado de extradição com textos legais sobre o crime, a competência, a pena e
o Brasil. a prescrição.
§ 3º Havendo tratado com algum dos Estados § 4º O encaminhamento do pedido de extradição ao
requerentes, prevalecerão suas normas no que diz órgão competente do Poder Executivo confere
respeito à preferência de que trata este artigo. autenticidade aos documentos.
Art. 86. O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado
Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue estrangeiro será recebido pelo órgão competente do
ou domiciliar ou determinar que o extraditando Poder Executivo e, após exame da presença dos
responda ao processo de extradição em liberdade, pressupostos formais de admissibilidade exigidos
com retenção do documento de viagem ou outras nesta Lei ou em tratado, encaminhado à autoridade
medidas cautelares necessárias, até o julgamento da judiciária competente.
extradição ou a entrega do extraditando, se Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos
pertinente, considerando a situação administrativa referidos no caput, o pedido será arquivado mediante
migratória, os antecedentes do extraditando e as decisão fundamentada, sem prejuízo da
circunstâncias do caso. possibilidade de renovação do pedido, devidamente
Art. 87. O extraditando poderá entregar-se instruído, uma vez superado o óbice apontado.
voluntariamente ao Estado requerente, desde que o Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem
declare expressamente, esteja assistido por prévio pronunciamento do Supremo Tribunal
advogado e seja advertido de que tem direito ao Federal sobre sua legalidade e procedência, não
processo judicial de extradição e à proteção que tal cabendo recurso da decisão.
direito encerra, caso em que o pedido será decidido Art. 91. Ao receber o pedido, o relator designará dia
pelo Supremo Tribunal Federal. e hora para o interrogatório do extraditando e,
Art. 88. Todo pedido que possa originar processo de conforme o caso, nomear-lhe-á curador ou
extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser advogado, se não o tiver.
encaminhado ao órgão competente do Poder § 1º A defesa, a ser apresentada no prazo de 10 (dez)
Executivo diretamente pelo órgão do Poder dias contado da data do interrogatório, versará sobre
Judiciário responsável pela decisão ou pelo processo a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma
penal que a fundamenta. de documento apresentado ou ilegalidade da
§ 1º Compete a órgão do Poder Executivo o papel de extradição.
orientação, de informação e de avaliação dos § 2º Não estando o processo devidamente instruído,
elementos formais de admissibilidade dos processos o Tribunal, a requerimento do órgão do Ministério
preparatórios para encaminhamento ao Estado Público Federal correspondente, poderá converter o
requerido. julgamento em diligência para suprir a falta.
§ 2º Compete aos órgãos do sistema de Justiça § 3º Para suprir a falta referida no § 2º, o Ministério
vinculados ao processo penal gerador de pedido de Público Federal terá prazo improrrogável de 60
extradição a apresentação de todos os documentos, (sessenta) dias, após o qual o pedido será julgado
manifestações e demais elementos necessários para independentemente da diligência.
o processamento do pedido, inclusive suas traduções § 4º O prazo referido no § 3º será contado da data de
oficiais. notificação à missão diplomática do Estado
§ 3º O pedido deverá ser instruído com cópia requerente.
autêntica ou com o original da sentença Art. 92. Julgada procedente a extradição e
condenatória ou da decisão penal proferida, conterá autorizada a entrega pelo órgão competente do
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Poder Executivo, será o ato comunicado por via feita com os objetos e instrumentos do crime
diplomática ao Estado requerente, que, no prazo de encontrados em seu poder.
60 (sessenta) dias da comunicação, deverá retirar o Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
extraditando do território nacional. neste artigo poderão ser entregues
Art. 93. Se o Estado requerente não retirar o independentemente da entrega do extraditando.
extraditando do território nacional no prazo previsto Art. 98. O extraditando que, depois de entregue ao
no art. 92, será ele posto em liberdade, sem prejuízo Estado requerente, escapar à ação da Justiça e
de outras medidas aplicáveis. homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido
Art. 94. Negada a extradição em fase judicial, não se mediante pedido feito diretamente por via
admitirá novo pedido baseado no mesmo fato. diplomática ou pela Interpol e novamente entregue,
Art. 95. Quando o extraditando estiver sendo sem outras formalidades.
processado ou tiver sido condenado, no Brasil, por Art. 99. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser
crime punível com pena privativa de liberdade, a permitido, pelo órgão competente do Poder
extradição será executada somente depois da Executivo, o trânsito no território nacional de pessoa
conclusão do processo ou do cumprimento da pena, extraditada por Estado estrangeiro, bem como o da
ressalvadas as hipóteses de liberação antecipada respectiva guarda, mediante apresentação de
pelo Poder Judiciário e de determinação da documento comprobatório de concessão da medida.
transferência da pessoa condenada. SEÇÃO II - Da Transferência de Execução da Pena
§ 1º A entrega do extraditando será igualmente Art. 100. Nas hipóteses em que couber solicitação de
adiada se a efetivação da medida puser em risco sua extradição executória, a autoridade competente
vida em virtude de enfermidade grave comprovada poderá solicitar ou autorizar a transferência de
por laudo médico oficial. execução da pena, desde que observado o princípio
§ 2º Quando o extraditando estiver sendo processado do non bis in idem .
ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto
menor potencial ofensivo, a entrega poderá ser no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
imediatamente efetivada. (Código Penal) , a transferência de execução da pena
Art. 96. Não será efetivada a entrega do será possível quando preenchidos os seguintes
extraditando sem que o Estado requerente assuma o requisitos:
compromisso de: I - o condenado em território estrangeiro for nacional
I - não submeter o extraditando a prisão ou processo ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no
por fato anterior ao pedido de extradição; Brasil;
II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi II - a sentença tiver transitado em julgado;
imposta por força da extradição; III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data
em pena privativa de liberdade, respeitado o limite de apresentação do pedido ao Estado da
máximo de cumprimento de 30 (trinta) anos; condenação;
IV - não entregar o extraditando, sem consentimento IV - o fato que originou a condenação constituir
do Brasil, a outro Estado que o reclame; infração penal perante a lei de ambas as partes; e
V - não considerar qualquer motivo político para V - houver tratado ou promessa de reciprocidade.
agravar a pena; e Art. 101. O pedido de transferência de execução da
VI - não submeter o extraditando a tortura ou a pena de Estado estrangeiro será requerido por via
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou diplomática ou por via de autoridades centrais.
degradantes. § 1º O pedido será recebido pelo órgão competente
Art. 97. A entrega do extraditando, de acordo com as do Poder Executivo e, após exame da presença dos
leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será pressupostos formais de admissibilidade exigidos
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nesta Lei ou em tratado, encaminhado ao Superior Art. 105. A forma do pedido de transferência de
Tribunal de Justiça para decisão quanto à pessoa condenada e seu processamento serão
homologação. definidos em regulamento.
§ 2º Não preenchidos os pressupostos referidos no § § 1º Nos casos previstos nesta Seção, a execução
1º, o pedido será arquivado mediante decisão penal será de competência da Justiça Federal.
fundamentada, sem prejuízo da possibilidade de § 2º Não se procederá à transferência quando
renovação do pedido, devidamente instruído, uma inadmitida a extradição.
vez superado o óbice apontado.
CAPÍTULO IX - DAS INFRAÇÕES E DAS
Art. 102. A forma do pedido de transferência de PENALIDADES ADMINISTRATIVAS
execução da pena e seu processamento serão
Art. 106. Regulamento disporá sobre o
definidos em regulamento.
procedimento de apuração das infrações
Parágrafo único. Nos casos previstos nesta Seção, a
administrativas e seu processamento e sobre a
execução penal será de competência da Justiça
fixação e a atualização das multas, em observância
Federal.
ao disposto nesta Lei.
SEÇÃO III - Da Transferência de Pessoa Condenada
Art. 107. As infrações administrativas previstas neste
Art. 103. A transferência de pessoa condenada
Capítulo serão apuradas em processo administrativo
poderá ser concedida quando o pedido se
próprio, assegurados o contraditório e a ampla
fundamentar em tratado ou houver promessa de
defesa e observadas as disposições desta Lei.
reciprocidade.
§ 1º O cometimento simultâneo de duas ou mais
§ 1º O condenado no território nacional poderá ser
infrações importará cumulação das sanções cabíveis,
transferido para seu país de nacionalidade ou país em
respeitados os limites estabelecidos nos incisos V e VI
que tiver residência habitual ou vínculo pessoal,
do art. 108.
desde que expresse interesse nesse sentido, a fim de
§ 2º A multa atribuída por dia de atraso ou por
cumprir pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por
excesso de permanência poderá ser convertida em
sentença transitada em julgado.
redução equivalente do período de autorização de
§ 2º A transferência de pessoa condenada no Brasil
estada para o visto de visita, em caso de nova entrada
pode ser concedida juntamente com a aplicação de
no País.
medida de impedimento de reingresso em território
Art. 108. O valor das multas tratadas neste Capítulo
nacional, na forma de regulamento.
considerará:
Art. 104. A transferência de pessoa condenada será
I - as hipóteses individualizadas nesta Lei;
possível quando preenchidos os seguintes requisitos:
II - a condição econômica do infrator, a reincidência e
I - o condenado no território de uma das partes for
a gravidade da infração;
nacional ou tiver residência habitual ou vínculo
III - a atualização periódica conforme estabelecido
pessoal no território da outra parte que justifique a
em regulamento;
transferência;
IV - o valor mínimo individualizável de R$ 100,00
II - a sentença tiver transitado em julgado;
(cem reais);
III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
V - o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o
para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data
máximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para
de apresentação do pedido ao Estado da
infrações cometidas por pessoa física;
condenação;
VI - o valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e o
IV - o fato que originou a condenação constituir
máximo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
infração penal perante a lei de ambos os Estados;
para infrações cometidas por pessoa jurídica, por ato
V - houver manifestação de vontade do condenado
infracional.
ou, quando for o caso, de seu representante; e
VI - houver concordância de ambos os Estados.
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Art. 109. Constitui infração, sujeitando o infrator às particular os tratados firmados no âmbito do
seguintes sanções: Mercosul.
I - entrar em território nacional sem estar autorizado: Art. 112. As autoridades brasileiras serão tolerantes
Sanção: deportação, caso não saia do País ou não quanto ao uso do idioma do residente fronteiriço e do
regularize a situação migratória no prazo fixado; imigrante quando eles se dirigirem a órgãos ou
II - permanecer em território nacional depois de repartições públicas para reclamar ou reivindicar os
esgotado o prazo legal da documentação migratória: direitos decorrentes desta Lei.
Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso Art. 113. As taxas e emolumentos consulares são
não saia do País ou não regularize a situação fixados em conformidade com a tabela anexa a esta
migratória no prazo fixado; Lei.
III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 § 1º Os valores das taxas e emolumentos consulares
(noventa) dias do ingresso no País, quando for poderão ser ajustados pelo órgão competente da
obrigatória a identificação civil: administração pública federal, de forma a preservar
Sanção: multa; o interesse nacional ou a assegurar a reciprocidade
IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de de tratamento.
autorização de residência, dentro do prazo de 30 § 2º Não serão cobrados emolumentos consulares
(trinta) dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão pela concessão de:
competente: I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e
Sanção: multa por dia de atraso; II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de
V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de
documentação migratória regular: tratamento a titulares de documento de viagem
Sanção: multa por pessoa transportada; similar brasileiro.
VI - deixar a empresa transportadora de atender a § 3º Não serão cobrados taxas e emolumentos
compromisso de manutenção da estada ou de consulares pela concessão de vistos ou para a
promoção da saída do território nacional de quem obtenção de documentos para regularização
tenha sido autorizado a ingresso condicional no migratória aos integrantes de grupos vulneráveis e
Brasil por não possuir a devida documentação indivíduos em condição de hipossuficiência
migratória: econômica.
Sanção: multa; Art. 114. Regulamento poderá estabelecer
VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou competência para órgãos do Poder Executivo
saída do território nacional: disciplinarem aspectos específicos desta Lei.
Sanção: multa. Art. 116. (VETADO).
Art. 110. As penalidades aplicadas serão objeto de Art. 117. O documento conhecido por Registro
pedido de reconsideração e de recurso, nos termos Nacional de Estrangeiro passa a ser denominado
de regulamento. Registro Nacional Migratório.
Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a Art. 118. (VETADO).
ampla defesa e a garantia de recurso, assim como a Art. 119. O visto emitido até a data de entrada em
situação de hipossuficiência do migrante ou do vigor desta Lei poderá ser utilizado até a data
visitante. prevista de expiração de sua validade, podendo ser
transformado ou ter seu prazo de estada prorrogado,
CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS nos termos de regulamento.
Art. 120. A Política Nacional de Migrações, Refúgio e
Art. 111. Esta Lei não prejudica direitos e obrigações
Apatridia terá a finalidade de coordenar e articular
estabelecidos por tratados vigentes no Brasil e que
ações setoriais implementadas pelo Poder Executivo
sejam mais benéficos ao migrante e ao visitante, em
federal em regime de cooperação com os Estados, o
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atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas CAPÍTULO II-A - DA FORMULAÇÃO DAS
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui POLÍTICAS SOBRE DROGAS
matéria definida no regulamento desta Lei. SEÇÃO I - Do Plano Nacional de Políticas sobre
Art. 8º (VETADO) Drogas
SEÇÃO II - Das Competências Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de
Art. 8º-A. Compete à União: Políticas sobre Drogas, dentre outros:
I - formular e coordenar a execução da Política I - promover a interdisciplinaridade e integração dos
Nacional sobre Drogas; programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, educação, trabalho, assistência social, previdência
Municípios e a sociedade; social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à
III - coordenar o Sisnad; prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e social dos usuários ou dependentes de drogas;
funcionamento do Sisnad e suas normas de II - viabilizar a ampla participação social na
referência; formulação, implementação e avaliação das políticas
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, sobre drogas;
prioridades, indicadores e definir formas de III - priorizar programas, ações, atividades e projetos
financiamento e gestão das políticas sobre drogas; articulados com os estabelecimentos de ensino, com
VI - (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) a sociedade e com a família para a prevenção do uso
VII - (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) de drogas;
VIII - promover a integração das políticas sobre IV - ampliar as alternativas de inserção social e
drogas com os Estados, o Distrito Federal e os econômica do usuário ou dependente de drogas,
Municípios; promovendo programas que priorizem a melhoria de
IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e sua escolarização e a qualificação profissional;
Municípios, a execução das políticas sobre drogas, V - promover o acesso do usuário ou dependente de
observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad; drogas a todos os serviços públicos;
X - estabelecer formas de colaboração com Estados, VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade
Distrito Federal e Municípios para a execução das dos programas, ações e projetos das políticas sobre
políticas sobre drogas; drogas;
XI - garantir publicidade de dados e informações VII - fomentar a criação de serviço de atendimento
sobre repasses de recursos para financiamento das telefônico com orientações e informações para apoio
políticas sobre drogas; aos usuários ou dependentes de drogas;
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos VIII - articular programas, ações e projetos de
nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento, incentivo ao emprego, renda e capacitação para o
reinserção social e econômica e repressão ao tráfico trabalho, com objetivo de promover a inserção
ilícito de drogas; profissional da pessoa que haja cumprido o plano
XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes individual de atendimento nas fases de tratamento
transfronteiriços; e ou acolhimento;
XIV - estabelecer uma política nacional de controle IX - promover formas coletivas de organização para o
de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no trabalho, redes de economia solidária e o
País. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) cooperativismo, como forma de promover
Art. 8º-B. (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) autonomia ao usuário ou dependente de drogas
Art. 8º-C. (VETADO na Lei nº 13.840, de 5/6/2019) egresso de tratamento ou acolhimento, observando-
se as especificidades regionais;
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do dependente de drogas encaminhados por órgão hospitalar contínua ou de emergência, caso em que
oficial. deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (Parágrafo
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde CAPÍTULO III - DOS CRIMES E DAS PENAS
e da assistência social, que atendam usuários ou
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão
dependentes de drogas poderão receber recursos do
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
Funad, condicionados à sua disponibilidade
como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
orçamentária e financeira.
Ministério Público e o defensor.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
razão da prática de infração penal, estiverem
transportar ou trouxer consigo, para consumo
cumprindo pena privativa de liberdade ou
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
submetidos a medida de segurança, têm garantidos
com determinação legal ou regulamentar será
os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo
submetido às seguintes penas:
respectivo sistema penitenciário
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
SEÇÃO VI - Do Acolhimento em Comunidade
II - prestação de serviços à comunidade;
Terapêutica Acolhedora
III - medida educativa de comparecimento a
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente
programa ou curso educativo.
de drogas na comunidade terapêutica acolhedora
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
caracteriza-se por: (“Caput” do artigo acrescido pela Lei nº
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
13.840, de 5/6/2019)
destinadas à preparação de pequena quantidade de
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou
substância ou produto capaz de causar dependência
dependente de drogas que visam à abstinência; (Inciso
acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
física ou psíquica.
II - adesão e permanência voluntária, formalizadas § 2º Para determinar se a droga destinava-se a
por escrito, entendida como uma etapa transitória consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
para a reinserção social e econômica do usuário ou quantidade da substância apreendida, ao local e às
dependente de drogas; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, condições em que se desenvolveu a ação, às
de 5/6/2019) circunstâncias sociais e pessoais, bem como à
III - ambiente residencial, propício à formação de conduta e aos antecedentes do agente.
vínculos, com a convivência entre os pares, § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
atividades práticas de valor educativo e a promoção deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
do desenvolvimento pessoal, vocacionada para (cinco) meses.
acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
vulnerabilidade social; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
5/6/2019) pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
IV - avaliação médica prévia; (Inciso acrescido pela Lei nº § 5º A prestação de serviços à comunidade será
13.840, de 5/6/2019) cumprida em programas comunitários, entidades
V - elaboração de plano individual de atendimento na educacionais ou assistenciais, hospitais,
forma do art. 23-B desta Lei; e (Inciso acrescido pela Lei nº estabelecimentos congêneres, públicos ou privados
13.840, de 5/6/2019)
sem fins lucrativos, que se ocupem,
VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da
dependente de drogas. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840,
recuperação de usuários e dependentes de drogas.
de 5/6/2019)
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas
com comprometimentos biológicos e psicológicos de educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e
natureza grave que mereçam atenção médico-
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III, a que injustificadamente se recuse o agente, § 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir
I - admoestação verbal; a plantação, observar-se-á, além das cautelas
II - multa. necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
à disposição do infrator, gratuitamente, couber, dispensada a autorização prévia do órgão
estabelecimento de saúde, preferencialmente próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
ambulatorial, para tratamento especializado. Sisnama.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se § 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas
refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243
à reprovabilidade da conduta, fixará o número de da Constituição Federal, de acordo com a legislação
dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 em vigor.
(quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo
CAPÍTULO II - DOS CRIMES
depois a cada um, segundo a capacidade econômica
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
o valor do maior salário mínimo.
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
Parágrafo único. Os valores decorrentes da
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28
consumo ou fornecer drogas, ainda que
serão creditados à conta do Fundo Nacional
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
Antidrogas.
com determinação legal ou regulamentar:
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
execução das penas, observado, no tocante à
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
quinhentos) dias-multa.
seguintes do Código Penal.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
TÍTULO IV - DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
DROGAS
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS que gratuitamente, sem autorização ou em
Art. 31. É indispensável a licença prévia da desacordo com determinação legal ou regulamentar,
autoridade competente para produzir, extrair, matéria-prima, insumo ou produto químico
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em destinado à preparação de drogas;
depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
transportar, expor, oferecer, vender, comprar, ou em desacordo com determinação legal ou
trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas regulamentar, de plantas que se constituam em
ou matéria-prima destinada à sua preparação, matéria-prima para a preparação de drogas;
observadas as demais exigências legais. III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. vigilância, ou consente que outrem dele se utilize,
50-A, que recolherá quantidade suficiente para ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
exame pericial, de tudo lavrando auto de desacordo com determinação legal ou regulamentar,
levantamento das condições encontradas, com a para o tráfico ilícito de drogas;
delimitação do local, asseguradas as medidas IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
necessárias para a preservação da prova. (“Caput” do insumo ou produto químico destinado à preparação
artigo com redação dada pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014) de drogas, sem autorização ou em desacordo com a
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)
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determinação legal ou regulamentar, a agente Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
policial disfarçado, quando presentes elementos dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
probatórios razoáveis de conduta criminal desta Lei:
preexistente. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
vigor 30 dias após a publicação)
(quatro mil) dias-multa.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
organização ou associação destinados à prática de
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
1º, e 34 desta Lei:
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
a consumirem:
dias-multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
lo em doses excessivas ou em desacordo com
previstas no art. 28.
determinação legal ou regulamentar:
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-
dois terços, desde que o agente seja primário, de
multa.
bons antecedentes, não se dedique às atividades
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
criminosas nem integre organização criminosa.
Conselho Federal da categoria profissional a que
(Expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos"
com execução suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52,
pertença o agente.
X, da Constituição Federal, pela Resolução nº 5, de 15/2/2012) Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, consumo de drogas, expondo a dano potencial a
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer incolumidade de outrem:
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento além da apreensão do veículo, cassação da
ou qualquer objeto destinado à fabricação, habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
preparação, produção ou transformação de drogas, mesmo prazo da pena privativa de liberdade
sem autorização ou em desacordo com aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400
determinação legal ou regulamentar: (quatrocentos) dias-multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e Parágrafo único. As penas de prisão e multa,
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois aplicadas cumulativamente com as demais, serão de
mil) dias-multa. 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no
fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos caput deste artigo for de transporte coletivo de
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta passageiros.
Lei: Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e I - a natureza, a procedência da substância ou do
duzentos) dias-multa. produto apreendido e as circunstâncias do fato
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste evidenciarem a transnacionalidade do delito;
artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
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§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no natureza e quantidade da droga, firmado por perito
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o
processado e julgado na forma dos arts. 60 e § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de elaboração do laudo definitivo.
1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o
Criminais. juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta regularidade formal do laudo de constatação e
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o determinará a destruição das drogas apreendidas,
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao guardando-se amostra necessária à realização do
juízo competente ou, na falta deste, assumir o laudo definitivo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961, de
compromisso de a ele comparecer, lavrando-se 4/4/2014)
termo circunstanciado e providenciando-se as § 4º A destruição das drogas será executada pelo
requisições dos exames e perícias necessários. delegado de polícia competente no prazo de 15
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências (quinze) dias na presença do Ministério Público e da
previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de autoridade sanitária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961,
de 4/4/2014)
imediato pela autoridade policial, no local em que se
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de
encontrar, vedada a detenção do agente.
efetivada a destruição das drogas referida no § 3º,
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º
sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de
deste artigo, o agente será submetido a exame de
polícia, certificando-se neste a destruição total delas.
corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014)
polícia judiciária entender conveniente, e em seguida
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem
liberado.
a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099,
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
contados da data da apreensão, guardando-se
Criminais, o Ministério Público poderá propor a
amostra necessária à realização do laudo definitivo.
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta (Artigo acrescido pela Lei nº 12.961, de 4/4/2014, e com nova
Lei, a ser especificada na proposta. redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
as circunstâncias o recomendem, empregará os 90 (noventa) dias, quando solto.
instrumentos protetivos de colaboradores e Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo
testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
de 1999. Público, mediante pedido justificado da autoridade
SEÇÃO I - Da Investigação de polícia judiciária.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
de polícia judiciária fará, imediatamente, desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe remetendo os autos do inquérito ao juízo:
cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) justificando as razões que a levaram à classificação
horas. do delito, indicando a quantidade e natureza da
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em substância ou do produto apreendido, o local e as
flagrante e estabelecimento da materialidade do condições em que se desenvolveu a ação criminosa,
delito, é suficiente o laudo de constatação da as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação
e os antecedentes do agente; ou
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II - requererá sua devolução para a realização de Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
diligências necessárias. notificação do acusado para oferecer defesa prévia,
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
prejuízo de diligências complementares: § 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, exceções, o acusado poderá argüir preliminares e
cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo invocar todas as razões de defesa, oferecer
competente até 3 (três) dias antes da audiência de documentos e justificações, especificar as provas que
instrução e julgamento; pretende produzir e, até o número de 5 (cinco),
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos arrolar testemunhas.
e valores de que seja titular o agente, ou que figurem § 2º As exceções serão processadas em apartado, nos
em seu nome, cujo resultado deverá ser termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
antes da audiência de instrução e julgamento. § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
permitidos, além dos previstos em lei, mediante § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os dias.
seguintes procedimentos investigatórios: § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de máximo de 10 (dez) dias, determinará a
investigação, constituída pelos órgãos apresentação do preso, realização de diligências,
especializados pertinentes; exames e perícias.
II - a não-atuação policial sobre os portadores de Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
drogas, seus precursores químicos ou outros hora para a audiência de instrução e julgamento,
produtos utilizados em sua produção, que se ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação
encontrem no território brasileiro, com a finalidade do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e
de identificar e responsabilizar maior número de requisitará os laudos periciais.
integrantes de operações de tráfico e distribuição, § 1º Tratando-se de condutas tipificadas como
sem prejuízo da ação penal cabível. infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá
a autorização será concedida desde que sejam decretar o afastamento cautelar do denunciado de
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos suas atividades, se for funcionário público,
agentes do delito ou de colaboradores. comunicando ao órgão respectivo.
SEÇÃO II - Da Instrução Criminal § 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou recebimento da denúncia, salvo se determinada a
peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério realização de avaliação para atestar dependência de
Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
das seguintes providências: Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento,
I - requerer o arquivamento; após o interrogatório do acusado e a inquirição das
II - requisitar as diligências que entender necessárias; testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente,
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) ao representante do Ministério Público e ao defensor
testemunhas e requerer as demais provas que do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
entender pertinentes. (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais
10 (dez), a critério do juiz.
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§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens condição para regularização dos bens. (Parágrafo
apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, § 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a
caso sejam necessários conhecimentos autoridade de trânsito ou o órgão congênere
especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em competente para o registro poderá emitir novos
prazo não superior a 10 (dez) dias. (Parágrafo acrescido identificadores dos bens. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) 13.886, de 17/10/2019)
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor Art. 62. Comprovado o interesse público na
do Funad, o Ministério Público e o interessado para utilização de quaisquer dos bens de que trata o art.
se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária
dirimidas eventuais divergências, homologará o poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e
valor atribuído aos bens. (revogado pela Medida Provisória com o objetivo de sua conservação, mediante
nº 885, de 17/6/2019revogado pela Medida Provisória nº 885, de autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
17/6/2019, convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019) garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.
§ 8º ( revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019, (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019) 5/6/2019)
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o § 1º (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
cumprimento da regra estipulada no § 1º deste convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
artigo. (acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) § 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência
regra estabelecida no § 1º deste artigo. (acrescido pela do interesse público mencionado no caput deste
Lei nº 13.886, de 17/10/2019) artigo e indique o órgão que deve receber o bem.
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
por meio de hasta pública, preferencialmente por § 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste
meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior artigo, os órgãos de segurança pública que
lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por participaram das ações de investigação ou repressão
cento) do valor da avaliação judicial. (Parágrafo acrescido ao crime que deu causa à medida. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos § 2º A autorização judicial de uso de bens deverá
órgãos de registro e controle que efetuem as conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e
averbações necessárias, tão logo tenha indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
conhecimento da apreensão. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 13.886, de 17/10/2019) § 3º O órgão responsável pela utilização do bem
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão momento quando por este solicitado, informações
congênere competente para o registro, bem como as sobre seu estado de conservação. (Parágrafo com redação
dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
secretarias de fazenda, devem proceder à
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre
regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias,
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará
ficando o arrematante isento do pagamento de
à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
expedição de certificado provisório de registro e
de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019) licenciamento em favor do órgão ao qual tenha
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos deferido o uso ou custódia, ficando este livre do
pendentes de pagamento não podem ser cobrados pagamento de multas, encargos e tributos anteriores
do arrematante ou do órgão público alienante como à decisão de utilização do bem até o trânsito em
julgado da decisão que decretar o seu perdimento
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em favor da União. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre:
13.840, de 5/6/2019) (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver 5/6/2019)
indicação de que os bens utilizados na forma deste I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor
artigo sofreram depreciação superior àquela apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
esperada em razão do transcurso do tempo e do uso,
II - o levantamento dos valores depositados em conta
poderá o interessado requerer nova avaliação
remunerada e a liberação dos bens utilizados nos
judicial. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
5/6/2019) termos do art. 62. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.840, de
5/6/2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em
ente federado ou a entidade que utilizou o bem
decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou
indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) objeto de medidas assecuratórias, após decretado
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores seu perdimento em favor da União, serão revertidos
referentes ao produto da alienação ou a numerários diretamente ao Funad. (Parágrafo com redação dada pela
Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
apreendidos ou que tenham sido convertidos deve
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad
ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio
relação dos bens, direitos e valores declarados
de documento de arrecadação destinado a essa
perdidos, indicando o local em que se encontram e a
finalidade.
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo
fins de sua destinação nos termos da legislação
devem ser transferidos, pela Caixa Econômica
vigente. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.840, de
Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
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independentemente de qualquer formalidade, no
§ 3º (Revogado pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
momento da realização do depósito, onde ficarão à § 4º Transitada em julgado a sentença condenatória,
disposição do Funad. o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em Ministério Público, remeterá à Senad relação dos
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a bens, direitos e valores declarados perdidos em favor
ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
(três) dias úteis, acrescido de juros, na forma se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
26 de dezembro de 1995. legislação vigente.
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento § 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor
em favor da União, o valor do depósito será do Funad, o juíz deve:
transformado em pagamento definitivo, respeitados I - ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de
os direitos de eventuais lesados e de terceiros de registro e controle que efetuem as averbações
boa-fé. necessárias, caso não tenham sido realizadas quando
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica da apreensão; e
Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados II - determinar, no caso de imóveis, o registro de
como anulação de receita do Funad no exercício em propriedade em favor da União no cartório de
que ocorrer a devolução. registro de imóveis competente, nos termos do caput
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o e do parágrafo único do art. 243 da Constituição
controle dos valores depositados ou devolvidos. Federal, afastada a responsabilidade de terceiros
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019,
prevista no inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº
convertida e com redação dada pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário
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se deve proceder à sua destruição ou inutilização. equipamentos e de recursos por ela arrecadados,
(Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 885, de 17/6/2019, para a implantação e execução de programas
convertida na Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
relacionados à questão das drogas.
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens
apreendidos ou confiscados será revertido TÍTULO V - DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
único do art. 243 da Constituição Federal, vedada a intervenção em assuntos internos, da igualdade
sub-rogação sobre o valor da arrematação para jurídica e do respeito à integridade territorial dos
saldar eventuais multas, encargos ou tributos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em
pendentes de pagamento. vigor, e observado o espírito das Convenções das
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em internacionais relacionados à questão das drogas, de
relação aos antigos devedores. (Artigo acrescido pela Lei que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,
nº 13.886, de 17/10/2019) quando solicitado, cooperação a outros países e
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações organismos internacionais e, quando necessário,
às quais esta Lei comine pena máxima superior a 6 deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
(seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, I - intercâmbio de informações sobre legislações,
como produto ou proveito do crime, dos bens experiências, projetos e programas voltados para
correspondentes à diferença entre o valor do atividades de prevenção do uso indevido, de atenção
patrimônio do condenado e aquele compatível com e de reinserção social de usuários e dependentes de
o seu rendimento lícito. drogas;
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste II - intercâmbio de inteligência policial sobre
artigo fica condicionada à existência de elementos produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em
probatórios que indiquem conduta criminosa especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e
habitual, reiterada ou profissional do condenado ou o desvio de precursores químicos;
sua vinculação a organização criminosa. III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste sobre produtores e traficantes de drogas e seus
artigo, entende-se por patrimônio do condenado precursores químicos.
todos os bens:
TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E
I - de sua titularidade, ou sobre os quais tenha TRANSITÓRIAS
domínio e benefício direto ou indireto, na data da
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do
infração penal, ou recebidos posteriormente; e
art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou
terminologia da lista mencionada no preceito,
mediante contraprestação irrisória, a partir do início
denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
da atividade criminal.
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência
especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio
da incompatibilidade ou a procedência lícita do
de 1998.
patrimônio. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá
7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de
firmar convênio com os Estados, com o Distrito
Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
Federal e com organismos orientados para a
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos
prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a
convênios firmados e do fornecimento de dados
reinserção social de usuários ou dependentes e a
necessários à atualização do sistema previsto no art.
atuação na repressão à produção não autorizada e ao
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de
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Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
recursos públicos para execução das políticas sobre previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado
drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, ilícito transnacional, são da competência da Justiça
à documentação e a todos os elementos necessários Federal.
à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. Parágrafo único. Os crimes praticados nos
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019) Municípios que não sejam sede de vara federal serão
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os processados e julgados na vara federal da
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, circunscrição respectiva.
destinados às pessoas físicas e jurídicas que Art. 71. (VETADO)
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado
atenção e reinserção social de usuários e o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
dependentes e na repressão da produção não representação da autoridade de polícia judiciária, ou
autorizada e do tráfico ilícito de drogas. a requerimento do Ministério Público, determinará a
Art. 69. No caso de falência ou liquidação destruição das amostras guardadas para
extrajudicial de empresas ou estabelecimentos contraprova, certificando nos autos. (Artigo com redação
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, dada pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
assim como nos serviços de saúde que produzirem, Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem os Estados e o com o Distrito Federal, visando à
ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao indevido de drogas, e com os Municípios, com o
juízo perante o qual tramite o feito: objetivo de prevenir o uso indevido delas e de
I - determinar, imediatamente à ciência da falência possibilitar a atenção e reinserção social de usuários
ou liquidação, sejam lacradas suas instalações; e dependentes de drogas. (Artigo com redação dada pela Lei
II - ordenar à autoridade sanitária competente a nº 12.219, de 31/3/2010)
urgente adoção das medidas necessárias ao Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
recebimento e guarda, em depósito, das drogas dias após a sua publicação (23/08/2006).
arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para
acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
regularmente habilitadas na área de saúde ou de
pesquisa científica que comprovem a destinação
lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo
à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária,
na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e
do Ministério Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de
emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a
guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à
rede pública de saúde.
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Parágrafo único. As penas restritivas de direitos Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar
podem ser aplicadas autônoma ou prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo
cumulativamente. legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA
CIVIL E ADMINISTRATIVA multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução
independentemente das sanções de natureza civil ou
de prisão temporária ou preventiva à autoridade
administrativa cabíveis.
judiciária que a decretou;
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
nesta Lei que descreverem falta funcional serão
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua
informadas à autoridade competente com vistas à
família ou à pessoa por ela indicada;
apuração.
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são
e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela
independentes da criminal, não se podendo mais
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do
questionar sobre a existência ou a autoria do fato
condutor e das testemunhas;
quando essas questões tenham sido decididas no
IV - prolonga a execução de pena privativa de
juízo criminal.
liberdade, de prisão temporária, de prisão
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim
preventiva, de medida de segurança ou de
como no administrativo-disciplinar, a sentença penal
internação, deixando, sem motivo justo e
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
necessidade, em legítima defesa, em estrito
imediatamente após recebido ou de promover a
cumprimento de dever legal ou no exercício regular
soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
de direito.
legal.
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em violência, grave ameaça ou redução de sua
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: capacidade de resistência, a:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a curiosidade pública;
autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, II - submeter-se a situação vexatória ou a
deixar de: constrangimento não autorizado em lei;
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; III - produzir prova contra si mesmo ou contra
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar terceiro: (Inciso vetado pelo Presidente da República, mantido
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
manifestamente cabível; Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, sem prejuízo da pena cominada à violência. (Artigo
quando manifestamente cabível. (Artigo vetado pelo retificado no DOU de 18/9/2019)
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I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com
silêncio; ou ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por de interrogatório ou no caso de audiência realizada
advogado ou defensor público, sem a presença de por videoconferência. (Artigo vetado pelo Presidente da
seu patrono. (Parágrafo único vetado pelo Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU
República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
de 30/9/2019) Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se cela ou espaço de confinamento:
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na
multa. companhia de maior de idade ou em ambiente
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de
como responsável por interrogatório em sede de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
procedimento investigatório de infração penal, deixa Adolescente).
de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
identidade, cargo ou função. (Artigo vetado pelo Presidente astuciosamente, ou à revelia da vontade do
da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou
DOU de 30/9/2019)
nele permanecer nas mesmas condições, sem
Art. 17. (VETADO).
determinação judicial ou fora das condições
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial
estabelecidas em lei:
durante o período de repouso noturno, salvo se
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
capturado em flagrante delito ou se ele,
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no
devidamente assistido, consentir em prestar
caput deste artigo, quem:
declarações:
I - coage alguém, mediante violência ou grave
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas
multa.
dependências;
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o
II - (VETADO);
envio de pleito de preso à autoridade judiciária
III - cumpre mandado de busca e apreensão
competente para a apreciação da legalidade de sua
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
das 5h (cinco horas).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
socorro, ou quando houver fundados indícios que
magistrado que, ciente do impedimento ou da
indiquem a necessidade do ingresso em razão de
demora, deixa de tomar as providências tendentes a
situação de flagrante delito ou de desastre.
saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade
diligência, de investigação ou de processo, o estado
judiciária que o seja.
de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
se de responsabilidade ou de responsabilizar
pessoal e reservada do preso com seu advogado:
criminalmente alguém ou agravar-lhe a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
responsabilidade:
multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
impede o preso, o réu solto ou o investigado de
pratica a conduta com o intuito de:
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu
advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
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I - eximir-se de responsabilidade civil ou Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal,
administrativa por excesso praticado no curso de civil ou administrativa sem justa causa
diligência; fundamentada ou contra quem sabe inocente:
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
informações incompletos para desviar o curso da Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
investigação, da diligência ou do processo. procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, fiscalizado:
funcionário ou empregado de instituição hospitalar Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa multa.
cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
local ou momento de crime, prejudicando sua inexistindo prazo para execução ou conclusão de
apuração: procedimento, o estende de forma imotivada,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
além da pena correspondente à violência. fiscalizado.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
procedimento de investigação ou fiscalização, por advogado acesso aos autos de investigação
meio manifestamente ilícito: preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. a qualquer outro procedimento investigatório de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz infração penal, civil ou administrativa, assim como
uso de prova, em desfavor do investigado ou impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua peças relativas a diligências em curso, ou que
ilicitude. indiquem a realização de diligências futuras, cujo
Art. 26. (VETADO). sigilo seja imprescindível:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
procedimento investigatório de infração penal ou multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019)
qualquer indício da prática de crime, de ilícito Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
funcional ou de infração administrativa: obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e sem expresso amparo legal:
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de multa.
sindicância ou investigação preliminar sumária, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
devidamente justificada. utiliza de cargo ou função pública ou invoca a
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação condição de agente público para se eximir de
sem relação com a prova que se pretenda produzir, obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a indevido.
honra ou a imagem do investigado ou acusado: Art. 34. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 35. (VETADO).
Art. 29. Prestar informação falsa sobre Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
procedimento judicial, policial, fiscal ou indisponibilidade de ativos financeiros em quantia
administrativo com o fim de prejudicar interesse de que extrapole exacerbadamente o valor estimado
investigado: para a satisfação da dívida da parte e, ante a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e demonstração, pela parte, da excessividade da
multa. medida, deixar de corrigi-la:
Parágrafo único. (VETADO). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
exame de processo de que tenha requerido vista em quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las,
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
andamento ou retardar o julgamento: § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
multa. anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, dezesseis anos.
por meio de comunicação, inclusive rede social, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações I - se o crime é cometido por agente público;
e formalizada a acusação: II - se o crime é cometido contra criança, gestante,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
multa. (Artigo vetado pelo Presidente da República, mantido pelo (sessenta) anos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 10.741,
Congresso Nacional e publicado no DOU de 30/9/2019) de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias
após a publicação).
CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos § 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as função ou emprego público e a interdição para seu
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível
9.099, de 26 de setembro de 1995. de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
LEI Nº 9.455/1997 crime não tenha sido cometido em território
Define os crimes de tortura e dá outras providências. nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se
Art. 1º Constitui crime de tortura: o agente em local sob jurisdição brasileira.
I - constranger alguém com emprego de violência ou Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou publicação (07/04/1997).
mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
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amamentação. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
13.257, de 8/3/2016) Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º
assistência psicológica à gestante e à mãe, no de fevereiro, com o objetivo de disseminar
período pré e pós-natal, inclusive como forma de informações sobre medidas preventivas e educativas
prevenir ou minorar as consequências do estado que contribuam para a redução da incidência da
puerperal. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, gravidez na adolescência.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá
disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
ser prestada também a gestantes e mães que
poder público, em conjunto com organizações da
manifestem interesse em entregar seus filhos para
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
adoção, bem como a gestantes e mães que se
público adolescente. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.798, de
encontrem em situação de privação de liberdade. 3/1/2019)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009 e com redação
Art. 9º O Poder Público, as instituições e os
dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
empregadores propiciarão condições adequadas ao
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
acompanhante de sua preferência durante o período
submetidas a medida privativa de liberdade.
do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde
imediato. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre
coletivas, visando ao planejamento, à
aleitamento materno, alimentação complementar
implementação e à avaliação de ações de promoção,
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil,
proteção e apoio ao aleitamento materno e à
bem como sobre formas de favorecer a criação de
alimentação complementar saudável, de forma
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento
contínua. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
integral da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
8/3/2016)
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento neonatal deverão dispor de banco de leite humano
saudável durante toda a gestação e a parto natural ou unidade de coleta de leite humano. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de
cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
atenção à saúde de gestantes, públicos e
motivos médicos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
8/3/2016)
particulares, são obrigados a:
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da I - manter registro das atividades desenvolvidas,
gestante que não iniciar ou que abandonar as através de prontuários individuais, pelo prazo de
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que dezoito anos;
não comparecer às consultas pós-parto. (Parágrafo II - identificar o recém-nascido mediante o registro de
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) sua impressão plantar e digital e da impressão digital
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas
à mulher com filho na primeira infância que se pela autoridade administrativa competente;
encontrem sob custódia em unidade de privação de III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
liberdade, ambiência que atenda às normas terapêutica de anormalidades no metabolismo do
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde recém-nascido, bem como prestar orientação aos
para o acolhimento do filho, em articulação com o pais;
sistema de ensino competente, visando ao IV - fornecer declaração de nascimento onde
desenvolvimento integral da criança. (Parágrafo constem necessariamente as intercorrências do
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) parto e do desenvolvimento do neonato;
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Único de Saúde. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-
8/3/2016) los, educá-los ou protegê-los.
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
ou outro instrumento construído com a finalidade de punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
facilitar a detecção, em consulta pediátrica de criança ou o adolescente que resulte em:
acompanhamento da criança, de risco para o seu a) sofrimento físico; ou
desenvolvimento psíquico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº b) lesão;
13.438, de 26/4/2017, publicada no DOU de 27/4/2017, em vigor 180
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
dias após a publicação)
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao
CAPÍTULO II - DO DIREITO À LIBERDADE, AO adolescente que:
RESPEITO E À DIGNIDADE a) humilhe; ou
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à b) ameace gravemente; ou
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas c) ridicularize. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.010, de
humanas em processo de desenvolvimento e como 26/6/2014)
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
garantidos na Constituição e nas leis. ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
Art. 16. O direito à liberdade compreende os executores de medidas socioeducativas ou qualquer
seguintes aspectos: pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que
comunitários, ressalvadas as restrições legais; utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou
II - opinião e expressão; degradante como formas de correção, disciplina,
III - crença e culto religioso; educação ou qualquer outro pretexto estarão
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
V - participar da vida familiar e comunitária, sem seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo
discriminação; com a gravidade do caso:
VI - participar da vida política, na forma da lei; I - encaminhamento a programa oficial ou
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. comunitário de proteção à família;
Art. 17. O direito ao respeito consiste na II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral psiquiátrico;
da criança e do adolescente, abrangendo a III - encaminhamento a cursos ou programas de
preservação da imagem, da identidade, da orientação;
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
e objetos pessoais. especializado;
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da V - advertência.
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
qualquer tratamento desumano, violento, serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. de outras providências legais. (Artigo acrescido pela Lei nº
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de 13.010, de 26/6/2014)
ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico CAPÍTULO III - DO DIREITO À CONVIVÊNCIA
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas FAMILIAR E COMUNITÁRIA
de correção, disciplina, educação ou qualquer outro Seção I - Disposições Gerais
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos criado e educado no seio de sua família e,
executores de medidas socioeducativas ou por excepcionalmente, em família substituta,
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assegurada a convivência familiar e comunitária, em Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.257, de logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça
8/3/2016)
da Infância e da Juventude. (“Caput” do artigo acrescido
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
em programa de acolhimento familiar ou § 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
institucional terá sua situação reavaliada, no interprofissional da Justiça da Infância e da
máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade Juventude, que apresentará relatório à autoridade
judiciária competente, com base em relatório judiciária, considerando inclusive os eventuais
elaborado por equipe interprofissional ou efeitos do estado gestacional e puerperal. (Parágrafo
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
possibilidade de reintegração familiar ou pela § 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária
colocação em família substituta, em quaisquer das poderá determinar o encaminhamento da gestante
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela pública de saúde e assistência social para
Lei nº 13.509, de 22/11/2017, vetado pelo Presidente da República,
atendimento especializado. (Parágrafo acrescido pela Lei
mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição
nº 13.509, de 22/11/2017)
Extra de 23/2/2018)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
programa de acolhimento institucional não se
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
prorrogável por igual período. (Parágrafo acrescido pela Lei
comprovada necessidade que atenda ao seu superior
nº 13.509, de 22/11/2017)
interesse, devidamente fundamentada pela
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor
autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
e de não existir outro representante da família
de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
extensa apto a receber a guarda, a autoridade
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou
judiciária competente deverá decretar a extinção do
adolescente à sua família terá preferência em relação
poder familiar e determinar a colocação da criança
a qualquer outra providência, caso em que será esta
sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
incluída em serviços e programas de proteção, apoio
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de
e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos
acolhimento familiar ou institucional. (Parágrafo
I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
do art. 129 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe
de 3/8/2009 e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do
pai indicado, deve ser manifestada na audiência a
adolescente com a mãe ou o pai privado de
que se refere o § 1º do art. 166 desta Lei, garantido o
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas
sigilo sobre a entrega. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
13.509, de 22/11/2017)
institucional, pela entidade responsável,
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência
independentemente de autorização judicial.
nem o genitor nem representante da família extensa
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.962, de 8/4/2014)
para confirmar a intenção de exercer o poder familiar
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança
ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob
institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
22/11/2017)
a guarda provisória de quem esteja habilitado a
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe adotá-la. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
nº 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e
especializada multidisciplinar. (Parágrafo acrescido pela
publicado no DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
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programas oficiais de proteção, apoio e promoção. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
(Parágrafo único transformado em §1º pela Lei nº 12.962, de mediante guarda, tutela ou adoção,
8/4/2014 e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
independentemente da situação jurídica da criança
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não
ou adolescente, nos termos desta Lei.
implicará a destituição do poder familiar, exceto na
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à
será previamente ouvido por equipe
pena de reclusão contra outrem igualmente titular do
interprofissional, respeitado seu estágio de
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
descendente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.962, de
implicações da medida, e terá sua opinião
8/4/2014, com redação dada pela Lei nº 13.715, de 24/9/2018)
devidamente considerada. (Parágrafo com redação dada
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
serão decretadas judicialmente, em procedimento vigor 90 dias após a publicação)
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, § 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
bem como na hipótese de descumprimento será necessário seu consentimento, colhido em
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o audiência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
art. 22. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009) publicação)
Seção II - Da Família Natural § 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
formada pelos pais ou qualquer deles e seus afetividade, a fim de evitar ou minorar as
descendentes. consequências decorrentes da medida. (Parágrafo
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
ampliada aquela que se estende para além da
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada
adoção, tutela ou guarda da mesma família
por parentes próximos com os quais a criança ou
substituta, ressalvada a comprovada existência de
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
risco de abuso ou outra situação que justifique
e afetividade. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
publicação) procurando-se, em qualquer caso, evitar o
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
separadamente, no próprio termo de nascimento,
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em
por testamento, mediante escritura ou outro
família substituta será precedida de sua preparação
documento público, qualquer que seja a origem da
gradativa e acompanhamento posterior, realizados
filiação.
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
Infância e da Juventude, preferencialmente com o
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento,
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
se deixar descendentes.
política municipal de garantia do direito à
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
podendo ser exercitado contra os pais ou seus a publicação)
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o § 6º Em se tratando de criança ou adolescente
segredo de Justiça. indígena ou proveniente de comunidade
Seção III - Da Família Substituta remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
Subseção I - Disposições Gerais I - que sejam consideradas e respeitadas sua
identidade social e cultural, os seus costumes e
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tradições, bem como suas instituições, desde que § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
não sejam incompatíveis com os direitos condição de dependente, para todos os fins e efeitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela de direito, inclusive previdenciários.
Constituição Federal; § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente em contrário, da autoridade judiciária competente,
no seio de sua comunidade ou junto a membros da ou quando a medida for aplicada em preparação para
mesma etnia; adoção, o deferimento da guarda de criança ou
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão adolescente a terceiros não impede o exercício do
federal responsável pela política indigenista, no caso direito de visitas pelos pais, assim como o dever de
de crianças e adolescentes indígenas, e de prestar alimentos, que serão objeto de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou regulamentação específica, a pedido do interessado
multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Parágrafo ou do Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) dias após a publicação)
Art. 29. Não se deferirá colocação em família Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
incompatibilidade com a natureza da medida ou não acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
ofereça ambiente familiar adequado. adolescente afastado do convívio familiar. ("Caput" do
Art. 30. A colocação em família substituta não artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
admitirá transferência da criança ou adolescente a
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em
terceiros ou a entidades governamentais ou não-
programas de acolhimento familiar terá preferência
governamentais, sem autorização judicial.
a seu acolhimento institucional, observado, em
Art. 31. A colocação em família substituta
qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da
estrangeira constitui medida excepcional, somente
medida, nos termos desta Lei. (Parágrafo acrescido pela
admissível na modalidade de adoção.
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o 90 dias após a publicação)
responsável prestará compromisso de bem e § 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal
fielmente desempenhar o encargo, mediante termo cadastrado no programa de acolhimento familiar
nos autos. poderá receber a criança ou adolescente mediante
Subseção II - Da Guarda guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
material, moral e educacional à criança ou publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de § 3º A União apoiará a implementação de serviços de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais. acolhimento em família acolhedora como política
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, pública, os quais deverão dispor de equipe que
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, organize o acolhimento temporário de crianças e de
nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adolescentes em residências de famílias
adoção por estrangeiros. selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora estejam no cadastro de adoção. (Parágrafo acrescido pela
dos casos de tutela e adoção, para atender a Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos § 4º Poderão ser utilizados recursos federais,
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito estaduais, distritais e municipais para a manutenção
de representação para a prática de atos dos serviços de acolhimento em família acolhedora,
determinados. facultando-se o repasse de recursos para a própria
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família acolhedora. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de § 2º É vedada a adoção por procuração. (Parágrafo único
8/3/2016) transformado em § 2º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido § 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do
o Ministério Público. adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
Subseção III - Da Tutela biológicos, devem prevalecer os direitos e os
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, interesses do adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
13.509, de 22/11/2017)
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
("Caput" do artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob
publicação) a guarda ou tutela dos adotantes.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
a prévia decretação da perda ou suspensão do poder adotado, com os mesmos direitos e deveres,
familiar e implica necessariamente o dever de inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
guarda. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
matrimoniais.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho
qualquer documento autêntico, conforme previsto
do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
no parágrafo único do art. 1.729 da Lei nº 10.406, de
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo
respectivos parentes.
de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
ingressar com pedido destinado ao controle judicial
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
do ato, observando o procedimento previsto nos
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
arts. 165 a 170 desta Lei. ("Caput" do artigo com redação
ordem de vocação hereditária.
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão anos, independentemente do estado civil. ("Caput" do
artigo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
indicada na disposição de última vontade, se restar
do adotando.
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os
e que não existe outra pessoa em melhores
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
condições de assumi-la. (Parágrafo único com redação dada
união estável, comprovada a estabilidade da família.
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
vigor 90 dias após a publicação)
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
no art. 24. dias após a publicação)
Subseção IV - Da Adoção § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger- mais velho do que o adotando.
se-á segundo o disposto nesta Lei. § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à ex-companheiros podem adotar conjuntamente,
qual se deve recorrer apenas quando esgotados os contanto que acordem sobre a guarda e o regime de
recursos de manutenção da criança ou adolescente visitas e desde que o estágio de convivência tenha
na família natural ou extensa, na forma do parágrafo sido iniciado na constância do período de convivência
único do art. 25 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº e que seja comprovada a existência de vínculos de
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 afinidade e afetividade com aquele não detentor da
dias após a publicação) guarda, que justifiquem a excepcionalidade da
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concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
publicação) § 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que artigo pode ser prorrogado por até igual período,
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será mediante decisão fundamentada da autoridade
assegurada a guarda compartilhada, conforme judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
previsto no art. 1.584 da Lei nº 10.406, de 10 de 22/11/2017)
janeiro de 2002 - Código Civil. (Parágrafo com redação § 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual
após inequívoca manifestação de vontade, vier a período, uma única vez, mediante decisão
falecer no curso do procedimento, antes de fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo
prolatada a sentença. (Parágrafo acrescido pela Lei nº acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
dias após a publicação) § 3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo,
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar deverá ser apresentado laudo fundamentado pela
reais vantagens para o adotando e fundar-se em equipe mencionada no § 4º deste artigo, que
motivos legítimos. recomendará ou não o deferimento da adoção à
Art. 44. Enquanto não der conta de sua autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509,
administração e saldar o seu alcance, não pode o de 22/11/2017)
tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. § 4º O estágio de convivência será acompanhado
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
pais ou do representante legal do adotando. Infância e da Juventude, preferencialmente com
§ 1º O consentimento será dispensado em relação à apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
criança ou adolescente cujos pais sejam política de garantia do direito à convivência familiar,
desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder que apresentarão relatório minucioso acerca da
familiar. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder conveniência do deferimento da medida. (Parágrafo
familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
de idade, será também necessário o seu § 5º O estágio de convivência será cumprido no
consentimento. território nacional, preferencialmente na comarca de
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da hipótese, a competência do juízo da comarca de
criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. residência da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509,
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.509, de de 22/11/2017)
22/11/2017) Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado sentença judicial, que será inscrita no registro civil
se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal mediante mandado do qual não se fornecerá
do adotante durante tempo suficiente para que seja certidão.
possível avaliar a conveniência da constituição do § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
vínculo. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
publicação)
cancelará o registro original do adotado.
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só,
a dispensa da realização do estágio de convivência.
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§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de poderá ser também deferido ao adotado menor de 18
sua residência. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 e assistência jurídica e psicológica. (Parágrafo único
dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
poderá constar nas certidões do registro. (Parágrafo Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o
com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no poder familiar dos pais naturais. (Expressão "pátrio poder"
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do 3/8/2009)
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada
determinar a modificação do prenome. (Parágrafo com comarca ou foro regional, um registro de crianças e
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de adolescentes em condições de serem adotados e
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando,
consulta aos órgãos técnicos do Juizado, ouvido o
observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta
Ministério Público.
Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito
qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
em julgado da sentença constitutiva, exceto na
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será
hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em
precedida de um período de preparação psicossocial
que terá força retroativa à data do óbito. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) Infância e da Juventude, preferencialmente com
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
a ele relacionados serão mantidos em arquivo, política municipal de garantia do direito à
admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
por outros meios, garantida a sua conservação para de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
a publicação)
consulta a qualquer tempo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a
dias após a publicação) preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de contato com crianças e adolescentes em
adoção em que o adotando for criança ou acolhimento familiar ou institucional em condições
adolescente com deficiência ou com doença crônica. de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.955, de 5/2/2014) supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
uma única vez por igual período, mediante decisão execução da política municipal de garantia do direito
fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo à convivência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua dias após a publicação)
origem biológica, bem como de obter acesso § 5º Serão criados e implementados cadastros
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
seus eventuais incidentes, após completar 18 condições de serem adotados e de pessoas ou casais
(dezoito) anos. ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei habilitados à adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
dias após a publicação) a publicação)
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§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
casais residentes fora do País, que somente serão
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor
consultados na inexistência de postulantes nacionais
de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste
previamente nos termos desta Lei quando:
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria II - for formulada por parente com o qual a criança ou
de adoção terão acesso integral aos cadastros, adolescente mantenha vínculos de afinidade e
incumbindo-lhes a troca de informações e a afetividade;
cooperação mútua, para melhoria do sistema. III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) adolescente, desde que o lapso de tempo de
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo convivência comprove a fixação de laços de afinidade
de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de
e adolescentes em condições de serem adotados que má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts.
não tiveram colocação familiar na comarca de 237 ou 238 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e a publicação)
nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
responsabilidade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de candidato deverá comprovar, no curso do
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a procedimento, que preenche os requisitos
publicação) necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
pela manutenção e correta alimentação dos DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a
Central Federal Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei nº pessoas interessadas em adotar criança ou
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 adolescente com deficiência, com doença crônica ou
dias após a publicação) com necessidades específicas de saúde, além de
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência grupo de irmãos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
de pretendentes habilitados residentes no País com 22/11/2017)
perfil compatível e interesse manifesto pela adoção Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
de criança ou adolescente inscrito nos cadastros qual o pretendente possui residência habitual em
existentes, será realizado o encaminhamento da país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de
criança ou adolescente à adoção internacional. 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação Cooperação em Matéria de Adoção Internacional,
dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
promulgada pelo Decreto nº 3.087, de 21 junho de
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
interessado em sua adoção, a criança ou o
Convenção. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº
adolescente, sempre que possível e recomendável, 13.509, de 22/11/2017)
será colocado sob guarda de família cadastrada em § 1º A adoção internacional de criança ou
programa de acolhimento familiar. (Parágrafo acrescido adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
somente terá lugar quando restar comprovado:
vigor 90 dias após a publicação)
("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas publicação)
pelo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº I - que a colocação em família adotiva é a solução
adequada ao caso concreto; (Inciso acrescido pela Lei nº
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12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de os motivos que os animam e sua aptidão para
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assumir uma adoção internacional; (Inciso acrescido pela
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
colocação da criança ou adolescente em família 90 dias após a publicação)
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia
residentes no Brasil com perfil compatível com a para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Inciso
criança ou adolescente, após consulta aos cadastros acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
mencionados nesta Lei; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010,
de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) IV - o relatório será instruído com toda a
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, documentação necessária, incluindo estudo
este foi consultado, por meios adequados ao seu psicossocial elaborado por equipe interprofissional
estágio de desenvolvimento, e que se encontra habilitada e cópia autenticada da legislação
preparado para a medida, mediante parecer pertinente, acompanhada da respectiva prova de
elaborado por equipe interprofissional, observado o vigência; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de V - os documentos em língua estrangeira serão
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) devidamente autenticados pela autoridade consular,
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão observados os tratados e convenções internacionais,
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção e acompanhados da respectiva tradução, por
internacional de criança ou adolescente brasileiro. tradutor público juramentado; (Inciso acrescido pela Lei nº
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) dias após a publicação)
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em exigências e solicitar complementação sobre o
matéria de adoção internacional. (Parágrafo com redação estudo psicossocial do postulante estrangeiro à
dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de adoção, já realizado no país de acolhida; (Inciso
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
Art. 52. A adoção internacional observará o 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, VII - verificada, após estudo realizado pela
com as seguintes adaptações: ("Caput" do artigo com Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de legislação estrangeira com a nacional, além do
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
preenchimento por parte dos postulantes à medida
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em
dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao
adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá
seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei
formular pedido de habilitação à adoção perante a
como da legislação do país de acolhida, será
Autoridade Central em matéria de adoção
expedido laudo de habilitação à adoção
internacional no país de acolhida, assim entendido
internacional, que terá validade por, no máximo, 1
aquele onde está situada sua residência habitual;
(um) ano; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
II - se a Autoridade Central do país de acolhida
será autorizado a formalizar pedido de adoção
considerar que os solicitantes estão habilitados e
perante o Juízo da Infância e da Juventude do local
aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha
em que se encontra a criança ou adolescente,
informações sobre a identidade, a capacidade
conforme indicação efetuada pela Autoridade
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua
Central Estadual. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de
situação pessoal, familiar e médica, seu meio social,
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3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a área de adoção internacional, cadastradas pelo
publicação)
Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o
Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
publicação de portaria do órgão federal competente;
adoção internacional sejam intermediados por
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
organismos credenciados. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
competentes do país onde estiverem sediados e no
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
país de acolhida, inclusive quanto à sua composição,
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira funcionamento e situação financeira;
o credenciamento de organismos nacionais e IV - apresentar à Autoridade Central Federal
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades
de habilitação à adoção internacional, com posterior desenvolvidas, bem como relatório de
comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e acompanhamento das adoções internacionais
publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada
próprio da internet. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, ao Departamento de Polícia Federal;
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
a publicação) Autoridade Central Estadual, com cópia para a
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
organismos que: mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
I - sejam oriundos de países que ratificaram a mantido até a juntada de cópia autenticada do
Convenção de Haia e estejam devidamente registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
credenciados pela Autoridade Central do país onde acolhida para o adotado;
estiverem sediados e no país de acolhida do VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
adotando para atuar em adoção internacional no os adotantes encaminhem à Autoridade Central
Brasil; Federal Brasileira cópia da certidão de registro de
II - satisfizerem as condições de integridade moral, nascimento estrangeira e do certificado de
competência profissional, experiência e nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.
responsabilidade exigidas pelos países respectivos e (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
pela Autoridade Central Federal Brasileira; DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua § 5º A não apresentação dos relatórios referidos no §
formação e experiência para atuar na área de adoção 4º deste artigo pelo organismo credenciado poderá
internacional; acarretar a suspensão de seu credenciamento.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou
estabelecidas pela Autoridade Central Federal
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de
Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda: DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas § 7º A renovação do credenciamento poderá ser
condições e dentro dos limites fixados pelas concedida mediante requerimento protocolado na
autoridades competentes do país onde estiverem Autoridade Central Federal Brasileira nos 60
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo
Central Federal Brasileira; prazo de validade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
II - ser dirigidos e administrados por pessoas 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com publicação)
comprovada formação ou experiência para atuar na
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§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
concedeu a adoção internacional, não será permitida
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
a saída do adotando do território nacional. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de limitar ou suspender a concessão de novos
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) credenciamentos sempre que julgar necessário,
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade mediante ato administrativo fundamentado.
judiciária determinará a expedição de alvará com (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autorização de viagem, bem como para obtenção de
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
passaporte, constando, obrigatoriamente, as
descredenciamento, o repasse de recursos
características da criança ou adolescente adotado,
provenientes de organismos estrangeiros
como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
encarregados de intermediar pedidos de adoção
peculiares, assim como foto recente e a aposição da
internacional a organismos nacionais ou a pessoas
impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
físicas.
documento com cópia autenticada da decisão e
Parágrafo único. Eventuais repasses somente
certidão de trânsito em julgado. (Parágrafo acrescido pela
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
90 dias após a publicação) Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
a qualquer momento, solicitar informações sobre a Criança e do Adolescente. (Artigo acrescido pela Lei nº
situação das crianças e adolescentes adotados. 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no dias após a publicação)
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos exterior em país ratificante da Convenção de Haia,
credenciados, que sejam considerados abusivos pela cujo processo de adoção tenha sido processado em
Autoridade Central Federal Brasileira e que não conformidade com a legislação vigente no país de
estejam devidamente comprovados, é causa de seu residência e atendido o disposto na Alínea "c" do
descredenciamento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, Artigo 17 da referida Convenção, será
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após automaticamente recepcionada com o reingresso no
a publicação)
Brasil.
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na
ser representados por mais de uma entidade
Alínea "c" do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá
credenciada para atuar na cooperação em adoção
a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de
internacional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
Justiça.
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
publicação)
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou em país não ratificante da Convenção de Haia, uma
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 vez reingressado no Brasil, deverá requerer a
(um) ano, podendo ser renovada. (Parágrafo acrescido homologação da sentença estrangeira pelo Superior
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em Tribunal de Justiça. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de
vigor 90 dias após a publicação) 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de publicação)
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o
com dirigentes de programas de acolhimento Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade
institucional ou familiar, assim como com crianças e competente do país de origem da criança ou do
adolescentes em condições de serem adotados, sem adolescente será conhecida pela Autoridade Central
a devida autorização judicial. (Parágrafo acrescido pela Lei Estadual que tiver processado o pedido de
habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato
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à Autoridade Central Federal e determinará as etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Inciso
providências necessárias à expedição do Certificado com redação dada pela Lei nº 13.845, de 18/6/2019)
de Naturalização Provisório. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o ter ciência do processo pedagógico, bem como
Ministério Público, somente deixará de reconhecer participar da definição das propostas educacionais.
os efeitos daquela decisão se restar demonstrado Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
que a adoção é manifestamente contrária à ordem agremiações recreativas e de estabelecimentos
pública ou não atende ao interesse superior da congêneres assegurar medidas de conscientização,
criança ou do adolescente. prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, de drogas ilícitas. (acrescido pela Lei nº 13.840, de 5/6/2019)
prevista no § 1º deste artigo, o Ministério Público Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
deverá imediatamente requerer o que for de direito adolescente:
para resguardar os interesses da criança ou do I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
adolescente, comunicando-se as providências à inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação idade própria;
à Autoridade Central Federal Brasileira e à II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
Autoridade Central do país de origem. (Artigo acrescido gratuidade ao ensino médio;
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em III - atendimento educacional especializado aos
vigor 90 dias após a publicação) portadores de deficiência, preferencialmente na rede
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o regular de ensino;
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças
deferida no país de origem porque a sua legislação a de zero a cinco anos de idade; (Inciso com redação dada
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, pela Lei nº 13.306, de 4/7/2016)
mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
oriundo de país que não tenha aderido à Convenção pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
referida, o processo de adoção seguirá as regras da de cada um;
adoção nacional. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a condições do adolescente trabalhador;
publicação)
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
CAPÍTULO IV - DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À programas suplementares de material didático-
CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER escolar, transporte, alimentação e assistência à
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à saúde.
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e direito público subjetivo.
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
I - igualdade de condições para o acesso e Poder Público ou sua oferta irregular importa
permanência na escola; responsabilidade da autoridade competente.
II - direito de ser respeitado por seus educadores; § 3º Compete ao Poder Público recensear os
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
recorrer às instâncias escolares superiores; chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
IV - direito de organização e participação em frequência à escola.
entidades estudantis; Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
residência, garantindo-se vagas no mesmo ensino.
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma
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Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
casos de: previdenciários.
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão assegurado trabalho protegido.
escolar, esgotados os recursos escolares; Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
III - elevados níveis de repetência. regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
Art. 57. O Poder Público estimulará pesquisas, assistido em entidade governamental ou não-
experiências e novas propostas relativas a governamental, é vedado trabalho:
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de
e avaliação, com vistas à inserção de crianças e um dia e as cinco horas do dia seguinte;
adolescentes excluídos do ensino fundamental II - perigoso, insalubre ou penoso;
obrigatório. III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e
valores culturais, artísticos e históricos próprios do social;
contexto social da criança e do adolescente, IV - realizado em horários e locais que não permitam
garantindo-se a estes a liberdade de criação e o a frequência à escola.
acesso às fontes de cultura. Art. 68. O programa social que tenha por base o
Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e da trabalho educativo, sob responsabilidade de
União, estimularão e facilitarão a destinação de entidade governamental ou não-governamental sem
recursos e espaços para programações culturais, fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a dele participe condições de capacitação para o
juventude. exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
CAPÍTULO V - DO DIREITO À
PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO laboral em que as exigências pedagógicas relativas
TRABALHO ao desenvolvimento pessoal e social do educando
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de prevalecem sobre o aspecto produtivo.
quatorze anos de idade, salvo na condição de § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
aprendiz. trabalho efetuado ou a participação na venda dos
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
regulada por legislação especial, sem prejuízo do educativo.
disposto nesta Lei. Art. 69. O adolescente tem direito à
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação profissionalização e à proteção no trabalho,
técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes observados os seguintes aspectos, entre outros:
e bases da legislação de educação em vigor. I - respeito à condição peculiar de pessoa em
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá desenvolvimento;
aos seguintes princípios: II - capacitação profissional adequada ao mercado de
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao trabalho.
ensino regular; TÍTULO III - DA PREVENÇÃO
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
adolescente;
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
III - horário especial para o exercício das atividades.
ameaça ou violação dos direitos da criança e do
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
adolescente.
assegurada bolsa de aprendizagem.
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Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos
Municípios deverão atuar de forma articulada na da criança e do adolescente.
elaboração de políticas públicas e na execução de Parágrafo único. As famílias com crianças e
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de adolescentes com deficiência terão prioridade de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas atendimento nas ações e políticas públicas de
não violentas de educação de crianças e de prevenção e proteção. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.010, de
adolescentes, tendo como principais ações: 26/6/2014)
I - a promoção de campanhas educativas Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
permanentes para a divulgação do direito da criança atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre
e do adolescente de serem educados e cuidados sem outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas
o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho
degradante e dos instrumentos de proteção aos Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
direitos humanos; contra crianças e adolescentes.
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o comunicação de que trata este artigo, as pessoas
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
Criança e do Adolescente e com as entidades não ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
governamentais que atuam na promoção, proteção e assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
defesa dos direitos da criança e do adolescente; punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
III - a formação continuada e a capacitação dos retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.046, de 1/12/2014)
profissionais de saúde, educação e assistência social
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
e dos demais agentes que atuam na promoção,
informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
proteção e defesa dos direitos da criança e do
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
adolescente para o desenvolvimento das
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
competências necessárias à prevenção, à
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao
excluem da prevenção especial outras decorrentes
enfrentamento de todas as formas de violência
dos princípios por ela adotados.
contra a criança e o adolescente;
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
importará em responsabilidade da pessoa física ou
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
jurídica, nos termos desta Lei.
criança e o adolescente;
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que CAPÍTULO II - DA PREVENÇÃO ESPECIAL
visem a garantir os direitos da criança e do Seção I - Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes,
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de Diversões e Espetáculos
atividades junto aos pais e responsáveis com o Art. 74. O Poder Público, através do órgão
objetivo de promover a informação, a reflexão, o competente, regulará as diversões e espetáculos
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de públicos, informando sobre a natureza deles, as
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante faixas etárias a que não se recomendem, locais e
no processo educativo; horários em que sua apresentação se mostre
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para inadequada.
a articulação de ações e a elaboração de planos de Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
atuação conjunta focados nas famílias em situação espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível
de violência, com participação de profissionais de e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
saúde, de assistência social e de educação e de informação destacada sobre a natureza do
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II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
expressamente pelo outro através de documento I - municipalização do atendimento;
com firma reconhecida. II - criação de conselhos municipais, estaduais e
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nacional dos direitos da criança e do adolescente,
nenhuma criança ou adolescente nascido em órgãos deliberativos e controladores das ações em
território nacional poderá sair do País em companhia todos os níveis, assegurada a participação popular
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;
LIVRO II - PARTE ESPECIAL
III - criação e manutenção de programas específicos,
TÍTULO I - DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
observada a descentralização político-
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS administrativa;
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
criança e do adolescente far-se-á através de um municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
conjunto articulado de ações governamentais e não- direitos da criança e do adolescente;
governamentais, da União, dos Estados, do Distrito V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Federal e dos Municípios. Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Art. 87. São linhas de ação da política de Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
atendimento: local, para efeito de agilização do atendimento inicial
I - políticas sociais básicas; a adolescente a quem se atribua autoria de ato
II - serviços, programas, projetos e benefícios de infracional;
assistência social de garantia de proteção social e de VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
prevenção e redução de violações de direitos, seus Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
agravamentos ou reincidências; (Inciso com redação dada encarregados da execução das políticas sociais
pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) básicas e de assistência social, para efeito de
III - serviços especiais de prevenção e atendimento agilização do atendimento de crianças e de
médico e psicossocial às vítimas de negligência, adolescentes inseridos em programas de
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e acolhimento familiar ou institucional, com vista na
opressão; sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal
IV - serviço de identificação e localização de pais, solução se mostrar comprovadamente inviável, sua
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; colocação em família substituta, em quaisquer das
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Inciso com
dos direitos da criança e do adolescente. redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. IX - formação profissional com abrangência dos
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU diversos direitos da criança e do adolescente que
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) favoreça a intersetorialidade no atendimento da
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criança e do adolescente e seu desenvolvimento art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e
integral; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) parágrafo único do art. 4º desta Lei. (Parágrafo acrescido
X - realização e divulgação de pesquisas sobre pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
vigor 90 dias após a publicação)
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados
violência. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Art. 89. A função de membro do Conselho Nacional
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
constituindo-se critérios para renovação da
da criança e do adolescente é considerada de
autorização de funcionamento:
interesse público relevante e não será remunerada.
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei,
CAPÍTULO II - DAS ENTIDADES DE bem como às resoluções relativas à modalidade de
ATENDIMENTO atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Seção I - Disposições Gerais Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
Art. 90. As entidades de atendimento são níveis;
responsáveis pela manutenção das próprias II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
unidades, assim como pelo planejamento e execução atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério
de programas de proteção e sócio-educativos Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;
destinados a crianças e adolescentes, em regime de: III - em se tratando de programas de acolhimento
I - orientação e apoio sócio-familiar; institucional ou familiar, serão considerados os
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; índices de sucesso na reintegração familiar ou de
III - colocação familiar; adaptação à família substituta, conforme o caso.
IV - acolhimento institucional; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
V - prestação de serviços à comunidade; DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
VI - liberdade assistida; Art. 91. As entidades não-governamentais somente
VII - semiliberdade; e poderão funcionar depois de registradas no Conselho
VIII - internação. Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
(Incisos com redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a autoridade judiciária da respectiva localidade.
publicação)
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Parágrafo
§ 1º As entidades governamentais e não único transformado em § 1º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
governamentais deverão proceder à inscrição de publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
seus programas, especificando os regimes de a) não ofereça instalações físicas em condições
atendimento, na forma definida neste artigo, no adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do segurança;
Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e b) não apresente plano de trabalho compatível com
de suas alterações, do que fará comunicação ao os princípios desta Lei;
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Parágrafo c) esteja irregularmente constituída;
único transformado em § 1º pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções
§ 2º Os recursos destinados à implementação e
e deliberações relativas à modalidade de
manutenção dos programas relacionados neste
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
dos órgãos públicos encarregados das áreas de
níveis. (Alínea acrescida pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
observando-se o princípio da prioridade absoluta à § 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro)
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da
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Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar § 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes
o cabimento de sua renovação, observado o disposto Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
no § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, permanente qualificação dos profissionais que
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após atuam direta ou indiretamente em programas de
a publicação)
acolhimento institucional e destinados à colocação
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas
familiar de crianças e adolescentes, incluindo
de acolhimento familiar ou institucional deverão
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e
adotar os seguintes princípios: ("Caput" do artigo com
Conselho Tutelar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
publicação)
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade
reintegração familiar; (Inciso com redação dada pela Lei nº
judiciária competente, as entidades que
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
dias após a publicação)
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
II - integração em família substituta, quando institucional, se necessário com o auxílio do Conselho
esgotados os recursos de manutenção na família Tutelar e dos órgãos de assistência social,
natural ou extensa; (Inciso com redação dada pela Lei nº estimularão o contato da criança ou adolescente com
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto
dias após a publicação) nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (Parágrafo
III - atendimento personalizado e em pequenos acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
grupos; 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
situação de cada criança ou adolescente acolhido e Art. 93. As entidades que mantenham programa de
sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1º acolhimento institucional poderão, em caráter
do art. 19 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, excepcional e de urgência, acolher crianças e
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após adolescentes sem prévia determinação da
a publicação) autoridade competente, fazendo comunicação do
fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
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Infância e da Juventude, sob pena de XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com
responsabilidade. ("Caput" do artigo com redação dada pela intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor resultados à autoridade competente;
90 dias após a publicação)
XV - informar, periodicamente, o adolescente
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
internado sobre sua situação processual;
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se
XVI - comunicar às autoridades competentes todos
necessário com o apoio do Conselho Tutelar local,
os casos de adolescente portadores de moléstias
tomará as medidas necessárias para promover a
infecto-contagiosas;
imediata reintegração familiar da criança ou do
XVII - fornecer comprovante de depósito dos
adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
pertences dos adolescentes;
possível ou recomendável, para seu
XVIII - manter programas destinados ao apoio e
encaminhamento a programa de acolhimento
acompanhamento de egressos;
familiar, institucional ou a família substituta,
XIX - providenciar os documentos necessários ao
observado o disposto no § 2º do art. 101 desta Lei.
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
XX - manter arquivo de anotações onde constem
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas data e circunstâncias do atendimento, nome do
de internação têm as seguintes obrigações, entre adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
outras: endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
I - observar os direitos e garantias de que são titulares formação, relação de seus pertences e demais dados
os adolescentes; que possibilitem sua identificação e a
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido individualização do atendimento.
objeto de restrição na decisão de internação; § 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações
III - oferecer atendimento personalizado, em constantes deste artigo às entidades que mantêm
pequenas unidades e grupos reduzidos; programas de acolhimento institucional e familiar.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
respeito e dignidade ao adolescente;
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
preservação dos vínculos familiares;
recursos da comunidade.
VI - comunicar à autoridade judiciária,
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
periodicamente, os casos em que se mostre inviável
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes,
ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
ainda que em caráter temporário, devem ter, em
VII - oferecer instalações físicas em condições
seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
ocorrências de maus-tratos. (Artigo acrescido pela Lei nº
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e 13.046, de 1/12/2014)
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; Seção II - Da Fiscalização das Entidades
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Art. 95. As entidades governamentais e não-
odontológicos e farmacêuticos; governamentais, referidas no art. 90, serão
X - propiciar escolarização e profissionalização; fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de pelos Conselhos Tutelares.
lazer; Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que contas serão apresentados ao Estado ou ao
desejarem, de acordo com suas crenças; Município, conforme a origem das dotações
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; orçamentárias.
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Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de CAPÍTULO II - DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE
atendimento que descumprirem obrigação PROTEÇÃO
constante do art. 94, sem prejuízo da Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
prepostos: bem como substituídas a qualquer tempo.
I - às entidades governamentais: Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em
a) advertência; conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
b) afastamento provisório de seus dirigentes; aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; familiares e comunitários.
d) fechamento de unidade ou interdição de Parágrafo único. São também princípios que regem a
programa; aplicação das medidas: (“Caput” do parágrafo único
II - às entidades não-governamentais: acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
a) advertência; 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
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da sua vida privada; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de autoridade judiciária competente, observado o
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
publicação) acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
VI - intervenção precoce: a intervenção das 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autoridades competentes deve ser efetuada logo que Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas
a situação de perigo seja conhecida; (Inciso acrescido pela no art. 98, a autoridade competente poderá
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
90 dias após a publicação)
I - encaminhamento aos pais ou responsável,
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser
mediante termo de responsabilidade;
exercida exclusivamente pelas autoridades e
II - orientação, apoio e acompanhamento
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
temporários;
promoção dos direitos e à proteção da criança e do
III - matrícula e frequência obrigatórias em
adolescente; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
estabelecimento oficial de ensino fundamental;
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
comunitários de proteção, apoio e promoção da
deve ser a necessária e adequada à situação de
família, da criança e do adolescente; (Inciso com redação
perigo em que a criança ou o adolescente se
dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
encontram no momento em que a decisão é tomada;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU
de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
efetuada de modo que os pais assumam os seus auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
deveres para com a criança e o adolescente; (Inciso toxicômanos;
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de VII - acolhimento institucional; (Inciso com redação dada
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em
X - prevalência da família: na promoção de direitos e vigor 90 dias após a publicação)
na proteção da criança e do adolescente deve ser VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
(Inciso com redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada
dada prevalência às medidas que os mantenham ou
no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
IX - colocação em família substituta. (Inciso acrescido pela
isso não for possível, que promovam a sua integração Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor
em família adotiva; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, de 90 dias após a publicação)
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) § 1º O acolhimento institucional e o acolhimento
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o familiar são medidas provisórias e excepcionais,
adolescente, respeitado seu estágio de utilizáveis como forma de transição para
desenvolvimento e capacidade de compreensão, reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
seus pais ou responsável devem ser informados dos para colocação em família substituta, não implicando
seus direitos, dos motivos que determinaram a privação de liberdade. (Parágrafo único transformado em §
intervenção e da forma como esta se processa; (Inciso 1º com nova redação dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação) § 2º Sem prejuízo da tomada de medidas
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o emergenciais para proteção de vítimas de violência
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, ou abuso sexual e das providências a que alude o art.
de responsável ou de pessoa por si indicada, bem 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
como os seus pais ou responsável, têm direito a ser adolescente do convívio familiar é de competência
ouvidos e a participar nos atos e na definição da exclusiva da autoridade judiciária e importará na
medida de promoção dos direitos e de proteção, deflagração, a pedido do Ministério Público ou de
sendo sua opinião devidamente considerada pela quem tenha legítimo interesse, de procedimento
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judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou pais ou responsável, com vista na reintegração
ao responsável legal o exercício do contraditório e da familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
ampla defesa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de fundamentada determinação judicial, as
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a providências a serem tomadas para sua colocação
publicação)
em família substituta, sob direta supervisão da
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser
autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010,
encaminhados às instituições que executam de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
programas de acolhimento institucional, a publicação)
governamentais ou não, por meio de uma Guia de § 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na no local mais próximo à residência dos pais ou do
qual obrigatoriamente constará, dentre outros: responsável e, como parte do processo de
I - sua identificação e a qualificação completa de seus reintegração familiar, sempre que identificada a
pais ou de seu responsável, se conhecidos; necessidade, a família de origem será incluída em
II - o endereço de residência dos pais ou do programas oficiais de orientação, de apoio e de
responsável, com pontos de referência; promoção social, sendo facilitado e estimulado o
III - os nomes de parentes ou de terceiros contato com a criança ou com o adolescente
interessados em tê-los sob sua guarda; acolhido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
convívio familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de § 8º Verificada a possibilidade de reintegração
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a familiar, o responsável pelo programa de
publicação) acolhimento familiar ou institucional fará imediata
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
ou do adolescente, a entidade responsável pelo ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias,
programa de acolhimento institucional ou familiar decidindo em igual prazo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
elaborará um plano individual de atendimento, 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
visando à reintegração familiar, ressalvada a dias após a publicação)
existência de ordem escrita e fundamentada em § 9º Em sendo constatada a impossibilidade de
contrário de autoridade judiciária competente, caso reintegração da criança ou do adolescente à família
em que também deverá contemplar sua colocação de origem, após seu encaminhamento a programas
em família substituta, observadas as regras e oficiais ou comunitários de orientação, apoio e
princípios desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, promoção social, será enviado relatório
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após fundamentado ao Ministério Público, no qual conste
a publicação) a descrição pormenorizada das providências
§ 5º O plano individual será elaborado sob a tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
responsabilidade da equipe técnica do respectivo técnicos da entidade ou responsáveis pela execução
programa de atendimento e levará em consideração da política municipal de garantia do direito à
a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos convivência familiar, para a destituição do poder
pais ou do responsável. (Parágrafo acrescido pela Lei nº familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Parágrafo
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
dias após a publicação) 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros: § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação
II - os compromissos assumidos pelos pais ou de destituição do poder familiar, salvo se entender
responsável; e necessária a realização de estudos complementares
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas ou de outras providências indispensáveis ao
com a criança ou com o adolescente acolhido e seus ajuizamento da demanda. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
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12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for
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encaminhada para adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90
comarca ou foro regional, um cadastro contendo dias após a publicação)
informações atualizadas sobre as crianças e § 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a
adolescentes em regime de acolhimento familiar e qualquer tempo, do nome do pai no assento de
institucional sob sua responsabilidade, com nascimento são isentos de multas, custas e
informações pormenorizadas sobre a situação emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
jurídica de cada um, bem como as providências (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação § 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
em família substituta, em qualquer das modalidades requerida do reconhecimento de paternidade no
previstas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei assento de nascimento e a certidão correspondente.
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
dias após a publicação)
TÍTULO III - DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos descrita como crime ou contravenção penal.
quais incumbe deliberar sobre a implementação de Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores
políticas públicas que permitam reduzir o número de de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta
crianças e adolescentes afastados do convívio Lei.
familiar e abreviar o período de permanência em Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
programa de acolhimento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº considerada a idade do adolescente à data do fato.
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
dias após a publicação) corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil. Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o liberdade senão em flagrante de ato infracional ou
assento de nascimento da criança ou adolescente por ordem escrita e fundamentada da autoridade
será feito à vista dos elementos disponíveis, judiciária competente.
mediante requisição da autoridade judiciária. Parágrafo único. O adolescente tem direito à
§ 2º Os registros e certidões necessárias à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
regularização de que trata este artigo são isentos de devendo ser informado acerca de seus direitos.
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o
prioridade. local onde se encontra recolhido serão incontinenti
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será comunicados à autoridade judiciária competente e à
deflagrado procedimento específico destinado à sua família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
averiguação, conforme previsto pela Lei nº 8.560, de Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
29 de dezembro de 1992. (Parágrafo acrescido pela Lei nº pena de responsabilidade, a possibilidade de
12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 liberação imediata.
dias após a publicação) Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
dispensável o ajuizamento de ação de investigação dias.
de paternidade pelo Ministério Público se, após o não Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada
comparecimento ou a recusa do suposto pai em e basear-se em indícios suficientes de autoria e
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materialidade, demonstrada a necessidade Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
imperiosa da medida. arts. 99 e 100.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
será submetido a identificação compulsória pelos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para provas suficientes da autoria e da materialidade da
efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
CAPÍTULO III - DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
sempre que houver prova da materialidade e indícios
liberdade sem o devido processo legal.
suficientes da autoria.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
Seção II - Da Advertência
outras, as seguintes garantias:
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
Seção III - Da Obrigação de Reparar o Dano
II - igualdade na relação processual, podendo
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
todas as provas necessárias à sua defesa;
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua
III - defesa técnica por advogado;
a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
necessitados, na forma da lei;
Parágrafo único. Havendo manifesta
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
autoridade competente;
outra adequada.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
Seção IV - Da Prestação de Serviços à Comunidade
responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários
CAPÍTULO IV - DAS MEDIDAS SÓCIO- consiste na realização de tarefas gratuitas de
EDUCATIVAS interesse geral, por período não excedente a seis
Seção I - Disposições Gerais meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
autoridade competente poderá aplicar ao como em programas comunitários ou
adolescente as seguintes medidas: governamentais.
I - advertência; Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
II - obrigação de reparar o dano; conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
III - prestação de serviços à comunidade; cumpridas durante jornada máxima de oito horas
IV - liberdade assistida; semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em
V - inserção em regime de semiliberdade; dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à
VI - internação em estabelecimento educacional; escola ou à jornada normal de trabalho.
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Seção V - Da Liberdade Assistida
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
conta a sua capacidade de cumpri-la, as que se afigurar a medida mais adequada para o fim
circunstâncias e a gravidade da infração. de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
admitida a prestação de trabalho forçado. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou por entidade ou programa de atendimento.
deficiência mental receberão tratamento individual e § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
especializado, em local adequado às suas condições. mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
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a criança ou o adolescente dependentes do agressor. presunção de idoneidade moral. (Artigo com redação dada
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.415, de 9/6/2011) pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012)
conselheiros tutelares. (Parágrafo único com redação dada XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
pela Lei nº 12.696, de 25/7/2012) grupos profissionais, ações de divulgação e
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro treinamento para o reconhecimento de sintomas de
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
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e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
televisão; aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
II - a participação de criança e adolescente em: previstas na legislação processual pertinente.
a) espetáculos públicos e seus ensaios; §1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
b) certames de beleza. prioridade absoluta na tramitação dos processos e
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
autoridade judiciária levará em conta, dentre outros execução dos atos e diligências judiciais a eles
fatores: referentes. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de
a) os princípios desta Lei; 3/8/2009, transformado em § 1º pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
b) as peculiaridades locais; § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis
c) a existência de instalações adequadas; aos seus procedimentos são contados em dias
d) o tipo de frequência habitual ao local; corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do
e) a adequação do ambiente a eventual participação vencimento, vedado o prazo em dobro para a
ou frequência de crianças e adolescentes; Fazenda Pública e o Ministério Público. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
f) a natureza do espetáculo.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste
corresponder a procedimento previsto nesta ou em
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os
vedadas as determinações de caráter geral.
fatos e ordenar de ofício as providências necessárias,
SEÇÃO III - Dos Serviços Auxiliares
ouvido o Ministério Público.
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
sua proposta orçamentária, prever recursos para
aplica para o fim de afastamento da criança ou do
manutenção de equipe interprofissional, destinada a
adolescente de sua família de origem e em outros
assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
procedimentos necessariamente contenciosos.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
outras atribuições que lhe forem reservadas pela publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
legislação local, fornecer subsídios por escrito, Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e SEÇÃO II - Da Perda e da Suspensão do Poder
bem assim desenvolver trabalhos de Familiar
aconselhamento, orientação, encaminhamento, Art. 155. O procedimento para a perda ou a
prevenção e outros, tudo sob a imediata suspensão do poder familiar terá início por
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a provocação do Ministério Público ou de quem tenha
livre manifestação do ponto de vista técnico. legítimo interesse. (Expressão "pátrio poder" substituída por
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário Art. 156. A petição inicial indicará:
responsáveis pela realização dos estudos I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
psicossociais ou de quaisquer outras espécies de II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por do requerente e do requerido, dispensada a
determinação judicial, a autoridade judiciária poderá qualificação em se tratando de pedido formulado por
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. representante do Ministério Público;
156 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código III - a exposição sumária do fato e o pedido;
de Processo Civil). (Parágrafo único acrescido pela Lei nº IV - as provas que serão produzidas, oferecendo,
13.509, de 22/11/2017) desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
CAPÍTULO III - DOS PROCEDIMENTOS Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
SEÇÃO I - Disposições Gerais autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou
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perante a Justiça quando devidamente citados. processual civil e, no que couber, o disposto na Seção
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação anterior.
dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Seção IV - Da Colocação em Família Substituta
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos
liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
de colocação em família substituta:
apresentação para a oitiva. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
I - qualificação completa do requerente e de seu
12.962, de 8/4/2014)
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
anuência deste;
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público,
II - indicação de eventual parentesco do requerente e
por cinco dias, salvo quando este for o requerente,
de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou
designando, desde logo, audiência de instrução e
adolescente, especificando se tem ou não parente
julgamento.
vivo;
§ 1º (Revogado pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
III - qualificação completa da criança ou adolescente
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério
e de seus pais, se conhecidos;
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
IV - indicação do cartório onde foi inscrito
oralmente o parecer técnico, salvo quando
nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
apresentado por escrito, manifestando-se
respectiva certidão;
sucessivamente o requerente, o requerido e o
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Parágrafo único. Em se tratando de adoção,
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a observar-se-ão também os requisitos específicos.
autoridade judiciária, excepcionalmente, designar Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
dias. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) houverem aderido expressamente ao pedido de
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder colocação em família substituta, este poderá ser
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não formulado diretamente em cartório, em petição
haverá necessidade de nomeação de curador assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
especial em favor da criança ou adolescente. assistência de advogado. ("Caput" do artigo com redação
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) dada pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
(“Caput” do parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de
manutenção do poder familiar, dirigir esforços para 22/11/2017)
preparar a criança ou o adolescente com vistas à I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
colocação em família substituta. (“Caput” do parágrafo devidamente assistidas por advogado ou por
com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) defensor público, para verificar sua concordância
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
a suspensão do poder familiar será averbada à contado da data do protocolo da petição ou da
margem do registro de nascimento da criança ou do entrega da criança em juízo, tomando por termo as
adolescente. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de declarações; e (Inciso acrescido pela Lei nº 13.509, de
3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a 22/11/2017)
publicação)
II - declarará a extinção do poder familiar. (Inciso
SEÇÃO III - Da Destituição da Tutela acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o § 2º O consentimento dos titulares do poder familiar
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei será precedido de orientações e esclarecimentos
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prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
Infância e da Juventude, em especial, no caso de pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a
DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
autoridade judiciária em igual prazo.
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo
tutela, a perda ou a suspensão do poder familiar
das informações. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de
constituir pressuposto lógico da medida principal de
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
colocação em família substituta, será observado o
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá
procedimento contraditório previsto nas seções II e III
validade se não for ratificado na audiência a que se
deste Capítulo. (Expressão "pátrio poder" substituída por
refere o § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
“poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
22/11/2017)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da poderá ser decretada nos mesmos autos do
realização da audiência especificada no § 1º deste procedimento, observado o disposto no art. 35.
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-
prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
da sentença de extinção do poder familiar. (Parágrafo contido no art. 47.
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Parágrafo único. A colocação de criança ou
Lei nº 13.509, de 22/11/2017) adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado programa de acolhimento familiar será comunicada
após o nascimento da criança. (Parágrafo acrescido pela pela autoridade judiciária à entidade por este
Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
90 dias após a publicação) (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
§ 7º A família natural e a família substituta receberão publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
a devida orientação por intermédio de equipe técnica SEÇÃO V - Da apuração de Ato Infracional
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Atribuído a Adolescente
Juventude, preferencialmente com apoio dos Art. 171. O adolescente apreendido por força de
técnicos responsáveis pela execução da política ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
municipal de garantia do direito à convivência autoridade judiciária.
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de
com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) ato infracional será, desde logo, encaminhado à
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a autoridade policial competente.
requerimento das partes ou do Ministério Público, Parágrafo único. Havendo repartição policial
determinará a realização de estudo social ou, se especializada para atendimento de adolescente e em
possível, perícia por equipe interprofissional, se tratando de ato infracional praticado em co-
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de repartição especializada, que, após as providências
convivência. necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda à repartição policial própria.
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
o adolescente será entregue ao interessado, cometido mediante violência ou grave ameaça a
mediante termo de responsabilidade. (Parágrafo único pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de
disposto nos arts. 106, parágrafo único e 107, deverá:
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
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I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas representante do Ministério Público relatório das
e o adolescente; investigações e demais documentos.
II - apreender o produto e os instrumentos da Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de
infração; ato infracional não poderá ser conduzido ou
III - requisitar os exames ou perícias necessários à transportado em compartimento fechado de veículo
comprovação da materialidade e autoria da infração. policial, em condições atentatórias à sua dignidade,
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
a lavratura do auto poderá ser substituída por mental, sob pena de responsabilidade.
boletim de ocorrência circunstanciada. Art. 179. Apresentado o adolescente, o
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou representante do Ministério Público, no mesmo dia e
responsável, o adolescente será prontamente à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
liberado pela autoridade policial, sob termo de ou relatório policial, devidamente autuados pelo
compromisso e responsabilidade de sua cartório judicial e com informação sobre os
apresentação ao representante do Ministério antecedentes do adolescente, procederá imediata e
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, Parágrafo único. Em caso de não-apresentação, o
deva o adolescente permanecer sob internação para representante do Ministério Público notificará os pais
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ou responsável para apresentação do adolescente,
ordem pública. podendo requisitar o concurso das Polícias Civil e
Art. 175. Em caso de não-liberação, a autoridade Militar.
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
representante do Ministério Público, juntamente artigo anterior, o representante do Ministério
com cópia do auto de apreensão ou boletim de Público poderá:
ocorrência. I - promover o arquivamento dos autos;
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a II - conceder a remissão;
autoridade policial encaminhará o adolescente a III - representar à autoridade judiciária para aplicação
entidade de atendimento, que fará a apresentação de medida sócio-educativa.
ao representante do Ministério Público no prazo de Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
vinte e quatro horas. concedida a remissão pelo representante do
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de Ministério Público, mediante termo fundamentado,
atendimento, a apresentação far-se-á pela que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
autoridade policial. À falta de repartição policial conclusos à autoridade judiciária para homologação.
especializada, o adolescente aguardará a § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
apresentação em dependência separada da autoridade judiciária determinará, conforme o caso,
destinada a maiores, não podendo, em qualquer o cumprimento da medida.
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
anterior. remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
policial encaminhará imediatamente ao representação, designará outro membro do
representante do Ministério Público cópia do auto de Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o
apreensão ou boletim de ocorrência. arquivamento ou a remissão, que só então estará a
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver autoridade judiciária obrigada a homologar.
indícios de participação de adolescente na prática de Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao Ministério Público não promover o arquivamento ou
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conceder a remissão, oferecerá representação à ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena
autoridade judiciária, propondo a instauração de de responsabilidade.
procedimento para aplicação da medida sócio- Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
educativa que se afigurar a mais adequada. responsável, a autoridade judiciária procederá à
§ 1º A representação será oferecida por petição, que oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do profissional qualificado.
ato infracional e, quando necessário, o rol de § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em remissão, ouvirá o representante do Ministério
sessão diária instalada pela autoridade judiciária. Público, proferindo decisão.
§ 2º A representação independe de prova pré- § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
constituída da autoria e materialidade. medida de internação ou colocação em regime de
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando
conclusão do procedimento, estando o adolescente que o adolescente não possui advogado constituído,
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco nomeará defensor, designando, desde logo,
dias. audiência em continuação, podendo determinar a
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade realização de diligências e estudo do caso.
judiciária designará audiência de apresentação do § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado,
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a no prazo de três dias contado da audiência de
decretação ou manutenção da internação, apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
observado o disposto no art. 108 e parágrafo. testemunhas.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
cientificados do teor da representação, e notificados testemunhas arroladas na representação e na defesa
a comparecer à audiência, acompanhados de prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório
advogado. da equipe interprofissional, será dada a palavra ao
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, representante do Ministério Público e ao defensor,
a autoridade judiciária dará curador especial ao sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para
adolescente. cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária, que em seguida proferirá
autoridade judiciária expedirá mandado de busca e decisão.
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado,
até a efetiva apresentação. não comparecer, injustificadamente, à audiência de
§ 4º Estando o adolescente internado, será apresentação, a autoridade judiciária designará nova
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da data, determinando sua condução coercitiva.
notificação dos pais ou responsável. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela suspensão do processo, poderá ser aplicada em
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
estabelecimento prisional. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
características definidas no art. 123, o adolescente I - estar provada a inexistência do fato;
deverá ser imediatamente transferido para a II - não haver prova da existência do fato;
localidade mais próxima. III - não constituir o fato ato infracional;
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido
adolescente aguardará sua remoção em repartição para o ato infracional.
policial, desde que em Seção isolada dos adultos e
com instalações apropriadas, não podendo
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Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o I - dados de conexão: informações referentes a hora,
adolescente internado, será imediatamente data, início, término, duração, endereço de
colocado em liberdade. Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar origem da conexão;
medida de internação ou regime de semiliberdade II - dados cadastrais: informações referentes a nome
será feita: e endereço de assinante ou de usuário registrado ou
I - ao adolescente e ao seu defensor; autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus identificação de usuário ou código de acesso tenha
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. sido atribuído no momento da conexão.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far- § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
se-á unicamente na pessoa do defensor. será admitida se a prova puder ser obtida por outros
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, meios. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da Art. 190-B. As informações da operação de
sentença. infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz
SEÇÃO V-A - Da Infiltração de Agentes de Polícia responsável pela autorização da medida, que zelará
para a Investigação de Crimes contra a Dignidade por seu sigilo.
Sexual de Criança e de Adolescente Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
internet com o fim de investigar os crimes previstos Público e ao delegado de polícia responsável pela
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do investigações. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a
(Código Penal), obedecerá às seguintes regras: sua identidade para, por meio da internet, colher
I - será precedida de autorização judicial indícios de autoria e materialidade dos crimes
devidamente circunstanciada e fundamentada, que previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e
de prova, ouvido o Ministério Público; 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério 1940 (Código Penal).
Público ou representação de delegado de polícia e Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
conterá a demonstração de sua necessidade, o deixar de observar a estrita finalidade da
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou investigação responderá pelos excessos praticados.
apelidos das pessoas investigadas e, quando (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
possível, os dados de conexão ou cadastrais que Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
permitam a identificação dessas pessoas; poderão incluir nos bancos de dados próprios,
III - não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, mediante procedimento sigiloso e requisição da
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o autoridade judicial, as informações necessárias à
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja efetividade da identidade fictícia criada.
demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que
autoridade judicial. trata esta Seção será numerado e tombado em livro
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público específico. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.441, de 8/5/2017)
poderão requisitar relatórios parciais da operação de Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
infiltração antes do término do prazo de que trata o eletrônicos praticados durante a operação deverão
inciso II do § 1º deste artigo. ser registrados, gravados, armazenados e
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
artigo, consideram-se: juntamente com relatório circunstanciado.
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conforme a disponibilidade de crianças ou 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após
a publicação)
adolescentes adotáveis. (“Caput” do artigo acrescido pela Lei
nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 I - os recursos serão interpostos independentemente
dias após a publicação) de preparo;
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
poderá deixar de ser observada pela autoridade declaração, o prazo para o Ministério Público e para
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Inciso com
desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU
de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
solução no interesse do adotando. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em III - os recursos terão preferência de julgamento e
vigor 90 dias após a publicação) dispensarão revisor;
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no IV a VI - (Revogados pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
interprofissional. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.010, de VII - antes de determinar a remessa dos autos à
3/8/2009, com redação dada pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) superior instância, no caso de apelação, ou do
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova instrumento, no caso de agravo, a autoridade
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, judiciária proferirá despacho fundamentado,
bastando a avaliação por equipe interprofissional. mantendo ou reformando a decisão, no prazo de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017) cinco dias;
§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o
habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
indicados dentro do perfil escolhido, haverá superior instância dentro de vinte e quatro horas,
reavaliação da habilitação concedida. (Parágrafo independentemente de novo pedido do recorrente;
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
se a reformar, a remessa dos autos dependerá de
§ 5º A desistência do pretendente em relação à
pedido expresso da parte interessada ou do
guarda para fins de adoção ou a devolução da criança
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
da intimação.
sentença de adoção importará na sua exclusão dos
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
cadastros de adoção e na vedação de renovação da
art. 149 caberá recurso de apelação.
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
sem prejuízo das demais sanções previstas na
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
legislação vigente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.509, de
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo,
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salvo se se tratar de adoção internacional ou se
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
houver perigo de dano irreparável ou de difícil
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
reparação ao adotando. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010,
prorrogável por igual período, mediante decisão
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após
fundamentada da autoridade judiciária. (Artigo a publicação)
acrescido pela Lei nº 13.509, de 22/11/2017)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou
CAPÍTULO IV - DOS RECURSOS qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à devolutivo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de
o sistema recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
adoção e de destituição de poder familiar, em face da
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes
relevância das questões, serão processados com
adaptações: (“Caput” com redação dada pela Lei nº 12.594, de
prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
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distribuídos, ficando vedado que aguardem, em inclusive os definidos no art. 220, § 3°, inciso II, da
qualquer situação, oportuna distribuição, e serão Constituição Federal;
colocados em mesa para julgamento sem revisão e VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
com parecer urgente do Ministério Público. (Artigo instruí-los:
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009, publicada no DOU de a) expedir notificações para colher depoimentos ou
4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
esclarecimentos e, em caso de não-comparecimento
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em
injustificado, requisitar condução coercitiva,
mesa para julgamento no prazo máximo de 60
inclusive pela polícia civil ou militar;
(sessenta) dias, contado da sua conclusão.
b) requisitar informações, exames, perícias e
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado
documentos de autoridades municipais, estaduais e
da data do julgamento e poderá na sessão, se
federais, da administração direta ou indireta, bem
entender necessário, apresentar oralmente seu
como promover inspeções e diligências
parecer. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
investigatórias;
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
c) requisitar informações e documentos a
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
particulares e instituições privadas;
instauração de procedimento para apuração de
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
responsabilidades se constatar o descumprimento
investigatórias e determinar a instauração de
das providências e do prazo previstos nos artigos
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou
anteriores. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009,
infrações às normas de proteção à infância e à
publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após a publicação)
juventude;
CAPÍTULO V - DO MINISTÉRIO PÚBLICO VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e
Art. 200. As funções do Ministério Público, previstas garantias legais assegurados às crianças e
nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
Lei Orgânica. extrajudiciais cabíveis;
Art. 201. Compete ao Ministério Público: IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
I - conceder a remissão como forma de exclusão do “habeas corpus”, em qualquer juízo, instância ou
processo; tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais
II - promover e acompanhar os procedimentos indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
relativos às infrações atribuídas a adolescentes; X - representar ao juízo visando à aplicação de
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e penalidade por infrações cometidas contra as
os procedimentos de suspensão e destituição do normas de proteção à infância e à juventude, sem
poder familiar, nomeação e remoção de tutores, prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os penal do infrator, quando cabível;
demais procedimentos da competência da Justiça da XI - inspecionar as entidades públicas e particulares
Infância e da Juventude; (Expressão "pátrio poder" de atendimento e os programas de que trata esta Lei,
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº 12.010, de adotando de pronto as medidas administrativas ou
3/8/2009)
judiciais necessárias à remoção de irregularidades
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
porventura verificadas;
interessados, a especialização e a inscrição de
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
curadores e quaisquer administradores de bens de
assistência social, públicos ou privados, para o
crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
desempenho de suas atribuições.
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
para a proteção dos interesses individuais, difusos ou
cíveis previstas neste artigo não impede a de
coletivos relativos à infância e à adolescência,
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terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo procedimentos de que trata esta Lei, através de
dispuserem a Constituição e esta Lei. advogado, o qual será intimado para todos os atos,
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
excluem outras, desde que compatíveis com a segredo de justiça.
finalidade do Ministério Público. Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
§ 3º O representante do Ministério Público, no integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
exercício de suas funções, terá livre acesso a todo Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
local onde se encontre criança ou adolescente. prática de ato infracional, ainda que ausente ou
§ 4º O representante do Ministério Público será foragido, será processado sem defensor.
responsável pelo uso indevido das informações e § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
sigilo. tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o § 2º A ausência do defensor não determinará o
inciso VIII deste artigo, poderá o representante do adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
Ministério Público: juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, ou para o só efeito do ato.
instaurando o competente procedimento, sob sua § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando
presidência; se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído,
b) entender-se diretamente com a pessoa ou tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a
autoridade reclamada, em dia, local e horário presença da autoridade judiciária.
previamente notificados ou acertados;
CAPÍTULO VII - DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E
serviços públicos e de relevância pública afetos à COLETIVOS
criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as
sua perfeita adequação. ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não assegurados à criança e ao adolescente, referentes
for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério ao não-oferecimento ou oferta irregular:
Público na defesa dos direitos e interesses de que I - do ensino obrigatório;
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos II - de atendimento educacional especializado aos
depois das partes, podendo juntar documentos e portadores de deficiência;
requerer diligências, usando os recursos cabíveis. III - de atendimento em creche e pré-escola às
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em crianças de zero a cinco anos de idade; (Inciso com
qualquer caso, será feita pessoalmente. redação dada pela Lei nº 13.306, de 4/7/2016)
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público IV - de ensino noturno regular, adequado às
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de condições do educando;
ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer V - de programas suplementares de oferta de
interessado. material didático-escolar, transporte e assistência à
Art. 205. As manifestações processuais do saúde do educando do ensino fundamental;
representante do Ministério Público deverão ser VI - de serviço de assistência social visando à
fundamentadas. proteção à família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e
CAPÍTULO VI - DO ADVOGADO
adolescentes que dele necessitem;
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
VIII - de escolarização e profissionalização dos
interesse na solução da lide poderão intervir nos
adolescentes privados de liberdade.
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IX - de ações, serviços e programas de orientação, protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
apoio e promoção social de famílias e destinados ao assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
pleno exercício do direito à convivência familiar por § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.010, Ministérios Públicos da União e dos Estados na
de 3/8/2009, publicada no DOU de 4/8/2009, em vigor 90 dias após defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
a publicação)
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
X - de programas de atendimento para a execução
associação legitimada, o Ministério Público ou outro
das medidas socioeducativas e aplicação de medidas
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
de proteção; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
publicação)
tomar dos interessados compromisso de
XI - de políticas e programas integrados de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o
atendimento à criança e ao adolescente vítima ou qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
testemunha de violência. (Inciso acrescido pela Lei nº Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
após a publicação) espécies de ações pertinentes.
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
da proteção judicial outros interesses individuais, normas do Código de Processo Civil.
difusos ou coletivos, próprios da infância e da § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
adolescência, protegidos pela Constituição e pela pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
Lei. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 11.259, de atribuições do Poder Público, que lesem direito
30/12/2005) líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
ou adolescentes será realizada imediatamente após mandado de segurança.
notificação aos órgãos competentes, que deverão Art. 213. Na ação que tenha por objeto o
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o
Rodoviária e companhias de transporte juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes determinará providências que assegurem o resultado
todos os dados necessários à identificação do prático equivalente ao do adimplemento.
desaparecido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.259, de § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
30/12/2005)
havendo justificado receio de ineficácia do
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
liminarmente ou após justificação prévia, citando o
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
réu.
competência absoluta para processar a causa,
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
ou na sentença, impor multa diária ao réu,
competência originária dos Tribunais Superiores.
independentemente de pedido do autor, se for
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
concorrentemente:
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
I - o Ministério Público;
julgado da sentença favorável ao autor, mas será
II - a União, os Estados, os Municípios, o Distrito
devida desde o dia em que se houver configurado o
Federal e os Territórios;
descumprimento.
III - as associações legalmente constituídas há pelo
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
menos um ano e que incluam entre seus fins
gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
institucionais a defesa dos interesses e direitos
Adolescente do respectivo município.
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§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
trânsito em julgado da decisão serão exigidas através poderá requerer às autoridades competentes as
de execução promovida pelo Ministério Público, nos certidões e informações que julgar necessárias, que
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais serão fornecidas no prazo de quinze dias.
legitimados. Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
dinheiro ficará depositado em estabelecimento qualquer pessoa, organismo público ou particular,
oficial de crédito, em conta com correção monetária. certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias
recursos, para evitar dano irreparável à parte. úteis.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
impuser condenação ao Poder Público, o juiz todas as diligências, se convencer da inexistência de
determinará a remessa de peças à autoridade fundamento para a propositura da ação cível,
competente, para apuração da responsabilidade civil promoverá o arquivamento dos autos do inquérito
e administrativa do agente a que se atribua a ação ou civil ou das peças informativas, fazendo-o
omissão. fundamentadamente.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
julgado da sentença condenatória sem que a informação arquivados serão remetidos, sob pena de
associação autora lhe promova a execução, deverá se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa Conselho Superior do Ministério Público.
aos demais legitimados. § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho
pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados Superior do Ministério Público, poderão as
na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, de associações legitimadas apresentar razões escritas
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, ou documentos, que serão juntados aos autos do
quando reconhecer que a pretensão é inquérito ou anexados às peças de informação.
manifestamente infundada. § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a exame e deliberação do Conselho Superior do
associação autora e os diretores responsáveis pela Ministério Público, conforme dispuser o seu
propositura da ação serão solidariamente Regimento.
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
responsabilidade por perdas e danos. promoção de arquivamento, designará, desde logo,
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento
haverá adiantamento de custas, emolumentos, da ação.
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor couber, as disposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho
público deverá provocar a iniciativa do Ministério de 1985.
Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
TÍTULO VII - DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os ADMINISTRATIVAS
elementos de convicção.
CAPÍTULO I - DOS CRIMES
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízes e
SEÇÃO I - Disposições Gerais
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças
praticados contra a criança e o adolescente, por ação
ao Ministério Público para as providências cabíveis.
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ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação Pena - detenção de seis meses a dois anos.
penal. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei procede à apreensão sem observância das
as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto formalidades legais.
ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável
Penal. pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação imediata comunicação à autoridade judiciária
pública incondicionada. competente e à família do apreendido ou à pessoa
Art. 227-A. Os efeitos da condenação prevista no por ele indicada:
inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, Pena - detenção de seis meses a dois anos.
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
públicos com abuso de autoridade, são constrangimento:
condicionados à ocorrência de reincidência. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7/4/1997)
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
reincidência. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.869, de 5/9/2019, causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
publicada no DOU Edição Extra de 5/9/2019, em vigor 120 dias após adolescente, tão logo tenha conhecimento da
a publicação)
ilegalidade da apreensão:
SEÇÃO II - Dos Crimes em Espécie
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
gestante de manter registro das atividades
de liberdade:
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
seu responsável, por ocasião da alta médica,
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
declaração de nascimento, onde constem as
representante do Ministério Público no exercício de
intercorrências do parto e do desenvolvimento do
função prevista nesta Lei:
neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
ordem judicial, com o fim de colocação em lar
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente
substituto:
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
de identificar corretamente o neonato e a
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Lei:
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
destinado ao envio de criança ou adolescente para o
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
exterior com inobservância das formalidades legais
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
ou com o fito de obter lucro:
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
escrita da autoridade judiciária competente:
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Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como
ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou tais definidos no caput do art. 2º desta Lei, à
armazena o material produzido na forma do caput prostituição ou à exploração sexual: (“Caput” do artigo
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.829, de acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
25/11/2008) Pena - reclusão de quatro a dez anos e multa, além
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, da perda de bens e valores utilizados na prática
por qualquer meio de comunicação, criança, com o criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança
fim de com ela praticar ato libidinoso: e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Pena
I - facilita ou induz o acesso à criança de material acrescida pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000, com redação dada pela
Lei nº 13.440, de 8/5/2017)
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
o fim de com ela praticar ato libidinoso;
gerente ou o responsável pelo local em que se
II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo
verifique a submissão de criança ou adolescente às
com o fim de induzir criança a se exibir de forma
práticas referidas no caput deste artigo. (Parágrafo
pornográfica ou sexualmente explícita. (Artigo acrescido
acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
pela Lei nº 11.829, de 25/11/2008)
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta
cassação da licença de localização e de
Lei, a expressão "cena de sexo explícito ou
funcionamento do estabelecimento. (Parágrafo
pornográfica" compreende qualquer situação que
acrescido pela Lei nº 9.975, de 23/6/2000)
envolva criança ou adolescente em atividades
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
órgãos genitais de uma criança ou adolescente para
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
fins primordialmente sexuais. (Artigo acrescido pela Lei nº
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
11.829, de 25/11/2008)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de
adolescente arma, munição ou explosivo:
bate-papo da internet.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Artigo com
redação dada pela Lei nº 10.764, de 12/11/2003) § 2º As penas previstas no caput deste artigo são
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou aumentadas de um terço no caso de a infração
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. (Artigo acrescido
pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)
ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES
psíquica: ADMINISTRATIVAS
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
se o fato não constitui crime mais grave. (Artigo com por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
redação dada pela Lei nº 13.106, de 17/3/2015) fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente autoridade competente os casos de que tenha
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação
adolescente fogos de estampido ou de artifício, de maus-tratos contra criança ou adolescente:
exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, Pena - multa de três a vinte salários de referência,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
caso de utilização indevida:
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Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de Pena - multa. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº
entidade de atendimento o exercício dos direitos 12.038, de 1/10/2009)
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
desta Lei: multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. dias. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.038, de 1/10/2009)
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem § 2º Se comprovada a reincidência em período
autorização devida, por qualquer meio de inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
comunicação, nome, ato ou documento de definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.038, de 1/10/2009)
procedimento policial, administrativo ou judicial
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
qualquer meio, com inobservância do disposto nos
infracional:
arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração
fácil acesso, à entrada do local de exibição,
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam
informação destacada sobre a natureza da diversão
atribuídos, de forma a permitir sua identificação,
ou espetáculo e a faixa etária especificada no
direta ou indiretamente.
certificado de classificação:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
neste artigo, a autoridade judiciária poderá
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
determinar a apreensão da publicação ou a
representações ou espetáculos, sem indicar os
suspensão da programação da emissora até por dois
limites de idade a que não se recomendem:
dias, bem como da publicação do periódico até por
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
dois números. (Expressão "ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico duplicada em caso de reincidência, aplicável,
até por dois números" declarada inconstitucional, em controle separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal, pela ADIN nº 869-2, divulgação ou publicidade.
publicada no DO de 03/09/2004, p. 1.)
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 4/4/2017, publicada
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a publicação)
aviso de sua classificação:
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de
duplicada em caso de reincidência a autoridade
tutela ou guarda, bem assim determinação da
judiciária poderá determinar a suspensão da
autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão
"pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei nº
programação da emissora por até dois dias. (Expressão
12.010, de 3/8/2009) “em horário diverso do autorizado” declarada inconstitucional, em
controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal, pela ADIN nº
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
2.404, publicada no DOU de 12/9/2016, p. 2)
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
congênere classificado pelo órgão competente como
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos
autorização escrita desses ou da autoridade
ao espetáculo:
judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
reincidência, a autoridade poderá determinar a
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§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem doação de que trata o inciso II do caput do art. 260
atendidas com os recursos captados pelos fundos diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
nacional, estaduais e municipais dos direitos da § 1º A doação de que trata o caput poderá ser
criança e do adolescente, serão consideradas as deduzida até os seguintes percentuais aplicados
disposições do Plano Nacional de Promoção, sobre o imposto apurado na declaração:
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e I - (VETADO);
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e II - (VETADO);
as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Parágrafo III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
acrescido pela Lei nº 12.010, de 3/8/2009 e com redação dada pela § 2º A dedução de que trata o caput:
Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais
imposto sobre a renda apurado na declaração de que
dos direitos da criança e do adolescente fixarão
trata o inciso II do caput do art. 260;
critérios de utilização, por meio de planos de
II - não se aplica à pessoa física que:
aplicação, das dotações subsidiadas e demais
a) utilizar o desconto simplificado;
receitas, aplicando necessariamente percentual para
b) apresentar declaração em formulário; ou
incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de
c) entregar a declaração fora do prazo;
crianças e adolescentes e para programas de atenção
III - só se aplica às doações em espécie; e
integral à primeira infância em áreas de maior
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou
carência socioeconômica e em situações de
deduções em vigor.
calamidade. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.257,
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a
de 8/3/2016)
data de vencimento da primeira quota ou quota única
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do
do imposto, observadas instruções específicas da
Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
regulamentará a comprovação das doações feitas
§ 4º O não pagamento da doação no prazo
aos fundos, nos termos deste artigo. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 8.242, de 12/10/1991)
estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta
§ 4º O Ministério Público determinará em cada parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo ao recolhimento da diferença de imposto devido
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do apurado na Declaração de Ajuste Anual com os
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste acréscimos legais previstos na legislação.
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.242, de 12/10/1991) § 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que feitas, no respectivo ano calendário, aos fundos
trata o inciso I do caput: (Parágrafo com redação dada pela controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança
Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e
vigor 90 dias após a publicação) nacional concomitantemente com a opção de que
I - será considerada isoladamente, não se trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II
submetendo a limite em conjunto com outras do art. 260. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012,
deduções do imposto; e (Inciso com redação dada pela Lei nº publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 publicação)
dias após a publicação) Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art.
II - não poderá ser computada como despesa 260 poderá ser deduzida:
operacional na apuração do lucro real. (Inciso com I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
redação dada pela Lei nº 12.594, de 18/01/2012, publicada no DOU jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
de 19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-
calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
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II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
dias após a publicação)
atendimento à criança e ao adolescente;
Art. 261. À falta dos Conselhos Municipais dos
III - os requisitos para a apresentação de projetos a
Direitos da Criança e do Adolescente, os registros,
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
inscrições e alterações a que se referem os arts. 90,
Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
estaduais, distrital ou municipais;
perante a autoridade judiciária da comarca a que
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
pertencer a entidade.
calendário e o valor dos recursos previstos para
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar
implementação das ações, por projeto;
aos Estados e Municípios, e os Estados aos
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
Municípios, os recursos referentes aos programas e
destinação, por projeto atendido, inclusive com
atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
cadastramento na base de dados do Sistema de
criados os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
Adolescente nos seus respectivos níveis.
VI - a avaliação dos resultados dos projetos
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
exercidas pela autoridade judiciária.
distrital e municipais. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 dias após Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro
a publicação) de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em seguintes alterações:
cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação "1) Art. 121.
dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. .....................................................................
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos .......
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder § 4º No homicídio culposo, a pena é
por ação judicial proposta pelo Ministério Público, aumentada de um terço, se o crime resulta de
que poderá atuar de ofício, a requerimento ou inobservância de regra técnica de profissão,
representação de qualquer cidadão. (Artigo acrescido arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, imediato socorro à vítima, não procura
em vigor 90 dias após a publicação)
diminuir as consequências do seu ato, ou
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
doloso o homicídio, a pena é aumentada de
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de
um terço, se o crime é praticado contra
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
pessoa menor de catorze anos.
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da
2) Art. 129.
Criança e do Adolescente nacional, distrital,
.....................................................................
estaduais e municipais, com a indicação dos
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se
respectivos números de inscrição no CNPJ e das
ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, §
contas bancárias específicas mantidas em
4º.
instituições financeiras públicas, destinadas
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no §
exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Artigo
5º do art. 121.
acrescido pela Lei nº 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 dias após a publicação)
3) Art. 136.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil .....................................................................
expedirá as instruções necessárias à aplicação do § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
disposto nos arts. 260 a 260-K. (Artigo acrescido pela Lei nº crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.
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4) Art. 213.
.....................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de
catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214.
.....................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos."
Art. 264. O art. 102 da Lei nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102.
.....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder."
(Vide art. 3º da Lei nº 12.010, de 3/8/2009)
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
União, da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
Federal, promoverão edição popular do texto
integral deste Estatuto, que será posto à disposição
das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
ampla divulgação dos direitos da criança e do
adolescente nos meios de comunicação social.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
será veiculada em linguagem clara, compreensível e
adequada a crianças e adolescentes, especialmente
às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após
sua publicação (13/07/1990).
Parágrafo único. Durante o período de vacância
deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis nºs 4.513, de 1964 e
6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.
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essas mercadorias, ficando registradas como de sua do pagamento de taxas e do cumprimento das
propriedade enquanto não forem vendidas. demais exigências constantes dos incisos I a III do
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios caput do art. 4º desta Lei. (redação dada pela Lei nº
e munições entre pessoas físicas somente será 11.706/2008)
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VII - os integrantes do quadro efetivo dos agentes e § 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de integrantes das instituições descritas nos incisos V,
presos e as guardas portuárias; VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à
VIII - as empresas de segurança privada e de comprovação do requisito a que se refere o inciso III
transporte de valores constituídas, nos termos desta do caput do art. 4º desta Lei nas condições
Lei; estabelecidas no regulamento desta Lei. (Parágrafo com
IX - para os integrantes das entidades de desporto redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas § 3º A autorização para o porte de arma de fogo das
demandem o uso de armas de fogo, na forma do guardas municipais está condicionada à formação
regulamento desta Lei, observando-se, no que funcional de seus integrantes em estabelecimentos
couber, a legislação ambiental. de ensino de atividade policial, à existência de
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita mecanismos de fiscalização e de controle interno,
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, nas condições estabelecidas no regulamento desta
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.
(acrescido pela Lei nº 11.118/05 e com nova redação dada pela Lei (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 10.884, de 17/6/2004)
nº 11.501, de 11/7/2007) § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como
92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao
da União e dos Estados, para uso exclusivo de exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam
servidores de seus quadros pessoais que dispensados do cumprimento do disposto nos incisos
efetivamente estejam no exercício de funções de I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento
segurança, na forma de regulamento a ser emitido desta Lei.
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.694, de 24/7/2012) emprego de arma de fogo para prover sua
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do subsistência alimentar familiar será concedido pela
caput deste artigo terão direito de portar arma de Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
fogo de propriedade particular ou fornecida pela caçador para subsistência, de uma arma de uso
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
validade em âmbito nacional para aquelas (dezesseis), desde que o interessado comprove a
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Parágrafo com redação efetiva necessidade em requerimento ao qual
dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
deverão ser anexados os seguintes documentos:
§ 1º-A (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.118, de 19/5/2005 e
I - documento de identificação pessoal;
revogado pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
II - comprovante de residência em área rural; e
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes
III - atestado de bons antecedentes. (Parágrafo com
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço,
sua arma de fogo, independentemente de outras
desde que estejam:
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
permitido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.867/2004)
regulamento; e
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
Municípios que integram regiões metropolitanas
controle interno. (acrescido pela Lei nº 12.993, de 17/6/2014)
§ 1º-C. (VETADO na Lei nº 12.993, de 17/6/2014)
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será autorizado porte de arma de fogo, quando em pessoais no exercício de funções de segurança que
serviço. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) poderão portar arma de fogo, respeitado o limite
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
empregados das empresas de segurança privada e de servidores que exerçam funções de segurança.
transporte de valores, constituídas na forma da lei, § 3º O porte de arma pelos servidores das instituições
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das de que trata este artigo fica condicionado à
respectivas empresas, somente podendo ser apresentação de documentação comprobatória do
utilizadas quando em serviço, devendo essas preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º
observar as condições de uso e de armazenagem desta Lei, bem como à formação funcional em
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
certificado de registro e a autorização de porte existência de mecanismos de fiscalização e de
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. controle interno, nas condições estabelecidas no
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa regulamento desta Lei.
de segurança privada e de transporte de valores § 4º A listagem dos servidores das instituições de que
responderá pelo crime previsto no parágrafo único trata este artigo deverá ser atualizada
do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções semestralmente no Sinarm.
administrativas e civis, se deixar de registrar § 5º As instituições de que trata este artigo são
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal obrigadas a registrar ocorrência policial e a
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto,
armas de fogo, acessórios e munições que estejam roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) acessórios e munições que estejam sob sua guarda,
horas depois de ocorrido o fato. nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de ocorrido o fato. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.694, de 24/7/12)
valores deverá apresentar documentação Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades
comprobatória do preenchimento dos requisitos desportivas legalmente constituídas devem
constantes do art. 4º desta Lei quanto aos obedecer às condições de uso e de armazenagem
empregados que portarão arma de fogo. estabelecidas pelo órgão competente, respondendo
§ 3º A listagem dos empregados das empresas o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua
referidas neste artigo deverá ser atualizada guarda na forma do regulamento desta Lei.
semestralmente junto ao Sinarm. Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos autorização do porte de arma para os responsáveis
servidores das instituições descritas no inciso XI do pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
guarda das respectivas instituições, somente termos do regulamento desta Lei, o registro e a
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
estas observar as condições de uso e de colecionadores, atiradores e caçadores e de
armazenagem estabelecidas pelo órgão representantes estrangeiros em competição
competente, sendo o certificado de registro e a internacional oficial de tiro realizada no território
autorização de porte expedidos pela Polícia Federal nacional.
em nome da instituição. Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de de uso permitido, em todo o território nacional, é de
que trata este artigo independe do pagamento de competência da Polícia Federal e somente será
taxa. concedida após autorização do Sinarm.
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser
Público designará os servidores de seus quadros concedida com eficácia temporária e territorial
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Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a
registrada em nome do agente. pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Disparo de arma de fogo (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição Comércio ilegal de arma de fogo
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
não tenha como finalidade a prática de outro crime: montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é alheio, no exercício de atividade comercial ou
inafiançável. industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso autorização ou em desacordo com determinação
restrito legal ou regulamentar:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
(Pena com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
acessório ou munição de uso restrito, sem
clandestino, inclusive o exercido em residência.
autorização e em desacordo com determinação legal
(Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 13.964, de
ou regulamentar: (“Caput” do artigo com redação dada pela 24/12/2019)
Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
arma de fogo, acessório ou munição, sem
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
autorização ou em desacordo com a determinação
I - suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
quando presentes elementos probatórios razoáveis
II - modificar as características de arma de fogo, de
de conduta criminal preexistente. (Parágrafo acrescido
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de Tráfico internacional de arma de fogo
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou
perito ou juiz; saída do território nacional, a qualquer título, de
III - possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato arma de fogo, acessório ou munição, sem
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em autorização da autoridade competente:
desacordo com determinação legal ou regulamentar; Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
IV - portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer multa. (redação dada pela Lei nº 13.964/2019)
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
adulterado; operação de importação, sem autorização da
V - vender, entregar ou fornecer, ainda que autoridade competente, a agente policial disfarçado,
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou quando presentes elementos probatórios razoáveis
explosivo a criança ou adolescente; e de conduta criminal preexistente. (Parágrafo único
VI - produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena
explosivo. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório
13.964, de 24/12/2019) ou munição forem de uso proibido ou restrito.
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Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e definidos em regulamento. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
18, a pena é aumentada da metade se: (“Caput” do artigo 11.706, de 19/6/2008)
com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019) Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o
I - forem praticados por integrante dos órgãos e art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019) importação, desembaraço alfandegário e o comércio
II - o agente for reincidente específico em crimes de armas de fogo e demais produtos controlados,
dessa natureza. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de
24/12/2019)
fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a
insuscetíveis de liberdade provisória.
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES GERAIS quando não mais interessarem à persecução penal
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar serão encaminhadas pelo juiz competente ao
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta
cumprimento do disposto nesta Lei. e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem de segurança pública ou às Forças Armadas, na
como a definição das armas de fogo e demais forma do regulamento desta Lei. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
Exército que receberem parecer favorável à doação,
disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força
Federal, mediante proposta do Comando do
Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os
Exército. (redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério
§ 1º Todas as munições comercializadas no País
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão
deverão estar acondicionadas em embalagens com
arroladas em relatório reservado trimestral a ser
sistema de código de barras, gravado na caixa,
encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes
visando possibilitar a identificação do fabricante e do
prazo para manifestação de interesse. (transformado em
adquirente, entre outras informações definidas pelo
§ 1º e com nova redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
regulamento desta Lei.
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente
decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
serão expedidas autorizações de compra de munição
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
com identificação do lote e do adquirente no culote
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um)
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas
ano da data de publicação desta Lei conterão
em favor da União e encaminhadas para o Comando
dispositivo intrínseco de segurança e de
do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que
identificação, gravado no corpo da arma, definido
atestem seu bom estado, destinadas com prioridade
pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
para os órgãos de segurança pública e do sistema
previstos no art. 6º.
penitenciário da unidade da federação responsável
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas
pela apreensão. (acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação
art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir
das armas a serem doadas ao juiz competente, que
insumos e máquinas de recarga de munição para o
determinará o seu perdimento em favor da
fim exclusivo de suprimento de suas atividades,
instituição beneficiada. (acrescido pela Lei nº 11.706/2008)
mediante autorização concedida nos termos
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§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de de prova admitidos em direito, ou declaração
responsabilidade da instituição beneficiada, que firmada na qual constem as características da arma e
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no a sua condição de proprietário, ficando este
Sigma. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) dispensado do pagamento de taxas e do
§ 4º (VETADO na Lei nº 11.706, de 19/6/2008) cumprimento das demais exigências constantes dos
§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. (redação dada
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, Parágrafo único. Para fins do cumprimento do
semestralmente, da relação de armas acauteladas disposto no caput deste artigo, o proprietário de
em juízo, mencionando suas características e o local arma de fogo poderá obter, no Departamento de
onde se encontram. (acrescido pela Lei nº 11.706/2008) Polícia Federal, certificado de registro provisório,
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
comercialização e a importação de brinquedos,
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
estas se possam confundir.
tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
recibo e indenização, nos termos do regulamento
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
desta Lei.
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
mediante recibo, e, presumindo- se de boa-fé, serão
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de
indenizados, na forma do regulamento, ficando
uso restrito.
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
referida arma. (redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
conforme especificar o regulamento desta Lei:
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
I - à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
do caput do art. 6º desta Lei. (Artigo com redação dada pela
Lei nº 11.706, de 19/6/2008) ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a facilite ou permita o transporte de arma ou munição
publicação desta Lei. sem a devida autorização ou com inobservância das
Parágrafo único. O detentor de autorização com normas de segurança;
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá II - à empresa de produção ou comércio de
renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições armamentos que realize publicidade para venda,
dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
(noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o exceto nas publicações especializadas.
requerente. Art. 34. Os promotores de eventos em locais
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
fogo de uso permitido ainda não registrada deverão pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de providências necessárias para evitar o ingresso de
2008, mediante apresentação de documento de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos
identificação pessoal e comprovante de residência pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.
fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios prestação dos serviços de transporte internacional e
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moradia habitual, conforme estabelecido na Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão
sentença condenatória. condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: condenação a pena privativa de liberdade não
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; superior a três anos.
II - arrependimento do infrator, manifestado pela Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o §
espontânea reparação do dano, ou limitação 2º do art. 78 do Código Penal será feita mediante
significativa da degradação ambiental causada; laudo de reparação do dano ambiental, e as
III - comunicação prévia pelo agente do perigo condições a serem impostas pelo juiz deverão
iminente de degradação ambiental; relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
IV - colaboração com os agentes encarregados da Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios
vigilância e do controle ambiental. do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até
quando não constituem ou qualificam o crime: três vezes, tendo em vista o valor da vantagem
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; econômica auferida.
II - ter o agente cometido a infração: Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental,
a) para obter vantagem pecuniária; sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
b) coagindo outrem para a execução material da causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo
infração; de multa.
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito
a saúde pública ou o meio ambiente; civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; processo penal, instaurando-se o contraditório.
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que
áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime possível, fixará o valor mínimo para reparação dos
especial de uso; danos causados pela infração, considerando os
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio
assentamentos humanos; ambiente.
g) em período de defeso à fauna; Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
h) em domingos ou feriados; condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo
i) à noite; valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da
j) em épocas de seca ou inundações; liquidação para apuração do dano efetivamente
l) no interior do espaço territorial especialmente sofrido.
protegido; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
captura de animais; com o disposto no art. 3º, são:
n) mediante fraude ou abuso de confiança; I - multa;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão II - restritivas de direitos;
ou autorização ambiental; III - prestação de serviços à comunidade.
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por jurídica são:
incentivos fiscais; I - suspensão parcial ou total de atividades;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em II - interdição temporária de estabelecimento, obra
relatórios oficiais das autoridades competentes; ou atividade;
r) facilitada por funcionário público no exercício de III - proibição de contratar com o Poder Público, bem
suas funções. como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
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do dano ambiental, podendo, conforme seu I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
resultado, ser novamente prorrogado o período de extinção, ainda que somente no local da infração;
suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste II - em período proibido à caça;
artigo, observado o disposto no inciso III; III - durante a noite;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a IV - com abuso de licença;
declaração de extinção de punibilidade dependerá de V - em unidade de conservação;
laudo de constatação que comprove ter o acusado VI - com emprego de métodos ou instrumentos
tomado as providências necessárias à reparação capazes de provocar destruição em massa.
integral do dano. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
decorre do exercício de caça profissional.
CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O MEIO
AMBIENTE § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos
atos de pesca.
SEÇÃO I - Dos Crimes contra a Fauna
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
autoridade ambiental competente:
migratória, sem a devida permissão, licença ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
autorização da autoridade competente, ou em
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
desacordo com a obtida:
parecer técnico oficial favorável e licença expedida
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
por autoridade competente:
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
autorização ou em desacordo com a obtida;
mutilar animais silvestres, domésticos ou
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo
domesticados, nativos ou exóticos:
ou criadouro natural;
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna
que para fins didáticos ou científicos, quando
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
existirem recursos alternativos.
produtos e objetos dela oriundos, provenientes de
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
criadouros não autorizados ou sem a devida
ocorre morte do animal.
permissão, licença ou autorização da autoridade
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou
competente.
carreamento de materiais, o perecimento de
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre
espécimes da fauna aquática existentes em rios,
não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz,
lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a
brasileiras:
pena.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
ambas cumulativamente.
pertencentes às espécies nativas, migratórias e
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo
estações de aqüicultura de domínio público;
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas
II - quem explora campos naturais de invertebrados
jurisdicionais brasileiras.
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
autorização da autoridade competente;
praticado:
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III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de ou utilizá-la com infringência das normas de
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou proteção:
corais, devidamente demarcados em carta náutica. Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja ambas as penas cumulativamente.
proibida ou em lugares interditados por órgão Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
competente: reduzida à metade.
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária
ambas as penas cumulativamente. ou secundária, em estágio avançado ou médio de
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou com infringência das normas de proteção:
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa,
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou ou ambas as penas cumulativamente.
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
técnicas e métodos não permitidos; reduzida à metade. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.428, de
III - transporta, comercializa, beneficia ou 22/12/2006)
industrializa espécimes provenientes da coleta, Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
apanha e pesca proibidas. preservação permanente, sem permissão da
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: autoridade competente:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
água, produzam efeito semelhante; ambas as penas cumulativamente.
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades
autoridade competente: de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca independentemente de sua localização:
todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos § 1º Entende-se por Unidades de Conservação de
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, Proteção Integral as Estações Ecológicas, as
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Silvestre. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de
18/7/2000)
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies
realizado:
ameaçadas de extinção no interior das Unidades de
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do
Conservação de Proteção Integral será considerada
agente ou de sua família;
circunstância agravante para a fixação da pena.
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000)
ação predatória ou destruidora de animais, desde
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
que legal e expressamente autorizado pela
metade.
autoridade competente;
Art. 40-A. (VETADO na Lei nº 9.985, de18/7/2000)
III - (VETADO)
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as
caracterizado pelo órgão competente.
Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas
SEÇÃO II - Dos Crimes contra a Flora
Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável
preservação permanente, mesmo que em formação,
e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
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§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
ameaçadas de extinção no interior das Unidades de qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
Conservação de Uso Sustentável será considerada de logradouros públicos ou em propriedade privada
circunstância agravante para a fixação da pena. alheia:
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
metade. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000) ou ambas as penas cumulativamente.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
detenção de seis meses a um ano, e multa. plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões de mangues, objeto de especial preservação:
que possam provocar incêndios nas florestas e Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou
qualquer tipo de assentamento humano: degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou domínio público ou devolutas, sem autorização do
ambas as penas cumulativamente. órgão competente:
Art. 43. (VETADO) Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou § 1º Não é crime a conduta praticada quando
consideradas de preservação permanente, sem necessária à subsistência imediata pessoal do agente
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer ou de sua família.
espécie de minerais: § 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de milhar de hectare. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.284, de
lei, assim classificada por ato do Poder Público, para 2/3/2006)
fins industriais, energéticos ou para qualquer outra Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em
exploração, econômica ou não, em desacordo com as florestas e nas demais formas de vegetação, sem
determinações legais: licença ou registro da autoridade competente:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do para caça ou para exploração de produtos ou
vendedor, outorgada pela autoridade competente, e subprodutos florestais, sem licença da autoridade
sem munir-se da via que deverá acompanhar o competente:
produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem aumentada de um sexto a um terço se:
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a
ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos erosão do solo ou a modificação do regime climático;
de origem vegetal, sem licença válida para todo o II - o crime é cometido:
tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada a) no período de queda das sementes;
pela autoridade competente. b) no período de formação de vegetações;
Art. 47. (VETADO) c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção,
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural ainda que a ameaça ocorra somente no local da
de florestas e demais formas de vegetação: infração;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. d) em época de seca ou inundação;
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I - bem especialmente protegido por lei, ato SEÇÃO V - Dos Crimes contra a Administração
administrativo ou decisão judicial; Ambiental
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa
instalação científica ou similar protegido por lei, ato ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações
administrativo ou decisão judicial: ou dados técnico-científicos em procedimentos de
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. autorização ou de licenciamento ambiental:
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da Art. 67. Conceder o funcionário público licença,
multa. autorização ou permissão em desacordo com as
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação normas ambientais, para as atividades, obras ou
ou local especialmente protegido por lei, ato serviços cuja realização depende de ato autorizativo
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu do Poder Público:
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
histórico, cultural, religioso, arqueológico, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
etnográfico ou monumental, sem autorização da três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da
autoridade competente ou em desacordo com a multa.
concedida: Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, relevante interesse ambiental: (Vide arts. 23, 39 § 2º da Lei
ou no seu entorno, assim considerado em razão de nº 12.305, de 2/8/2010)
seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
histórico, cultural, religioso, arqueológico, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
etnográfico ou monumental, sem autorização da três meses a um ano, sem prejuízo da multa.
autoridade competente ou em desacordo com a Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do
concedida: Poder Público no trato de questões ambientais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
edificação ou monumento urbano: concessão florestal ou qualquer outro procedimento
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental
multa. total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa por omissão: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
tombada em virtude do seu valor artístico, anos, e multa.
arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses § 1º Se o crime é culposo:
a 1 (um) ano de detenção e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou terços), se há dano significativo ao meio ambiente,
privado mediante manifestação artística, desde que em decorrência do uso da informação falsa,
consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo incompleta ou enganosa. (Artigo acrescido pela Lei nº
11.284, de 2/3/2006)
locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso
de bem público, com a autorização do órgão CAPÍTULO VI - DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
competente e a observância das posturas municipais Art. 70. Considera-se infração administrativa
e das normas editadas pelos órgãos governamentais ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
responsáveis pela preservação e conservação do jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
patrimônio histórico e artístico nacional. (Artigo com recuperação do meio ambiente.
redação dada pela Lei nº 12.408, de 25/5/2011)
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§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de equipamentos ou veículos de qualquer natureza
infração ambiental e instaurar processo utilizados na infração;
administrativo os funcionários de órgãos ambientais V - destruição ou inutilização do produto;
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
SISNAMA, designados para as atividades de VII - embargo de obra ou atividade;
fiscalização, bem como os agentes das Capitanias VIII - demolição de obra;
dos Portos, do Ministério da Marinha. IX - suspensão parcial ou total de atividades;
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração X - (VETADO)
ambiental, poderá dirigir representação às XI - restritiva de direitos.
autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou
efeito do exercício do seu poder de polícia. mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
de infração ambiental é obrigada a promover a sua § 2º A advertência será aplicada pela inobservância
apuração imediata, mediante processo das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou
administrativo próprio, sob pena de co- de preceitos regulamentares, sem prejuízo das
responsabilidade. demais sanções previstas neste artigo.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em § 3º A multa simples será aplicada sempre que o
processo administrativo próprio, assegurado o agente, por negligência ou dolo:
direito de ampla defesa e o contraditório, observadas I - advertido por irregularidades que tenham sido
as disposições desta Lei. praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado
Art. 71. O processo administrativo para apuração de por órgão competente do SISNAMA ou pela
infração ambiental deve observar os seguintes Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
prazos máximos: II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério
impugnação contra o auto de infração, contados da da Marinha.
data da ciência da autuação; § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
auto de infração, contados da data da sua lavratura, do meio ambiente.
apresentada ou não a defesa ou impugnação; § 5º A multa diária será aplicada sempre que o
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão cometimento da infração se prolongar no tempo.
condenatória à instância superior do Sistema § 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta
Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Lei.
Marinha, de acordo com o tipo de autuação; § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput
IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade
da data do recebimento da notificação. ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às
Art. 72. As infrações administrativas são punidas prescrições legais ou regulamentares.
com as seguintes sanções, observado o disposto no § 8º As sanções restritivas de direito são:
art. 6º: I - suspensão de registro, licença ou autorização;
I - advertência; II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
II - multa simples; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios
III - multa diária; fiscais;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos IV - perda ou suspensão da participação em linhas de
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito;
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aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
mar territorial do Brasil. (Artigo com redação dada pela Lei segundo a lei mais favorável.
nº 7.209, de 11/7/1984) § 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime
Lugar do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em Brasil, se, reunidas as condições previstas no
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, parágrafo anterior:
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
resultado. (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com
11/7/1984) redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Extraterritorialidade Pena cumprida no estrangeiro
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a
cometidos no estrangeiro: pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
I - os crimes: diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
República; Eficácia de sentença estrangeira
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação
Distrito Federal, de Estado, de Território, de da lei brasileira produz na espécie as mesmas
Município, de empresa pública, sociedade de consequências, pode ser homologada no Brasil para:
economia mista, autarquia ou fundação instituída I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
pelo Poder Público; restituições e a outros efeitos civis;
c) contra a administração pública, por quem está a II - sujeitá-lo à medida de segurança.
seu serviço; Parágrafo único. A homologação depende:
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
domiciliado no Brasil; parte interessada;
II - os crimes: b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou extradição com o país de cuja autoridade judiciária
a reprimir; emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
b) praticados por brasileiro; requisição do Ministro da Justiça. (Artigo com redação
c) praticados em aeronaves ou embarcações dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, Contagem de prazo
quando em território estrangeiro e aí não sejam Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do
julgados. prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo calendário comum. (Artigo com redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
Frações não computáveis da pena
estrangeiro.
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
depende do concurso das seguintes condições:
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Artigo
a) entrar o agente no território nacional;
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi
Legislação especial
praticado;
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
fatos incriminados por lei especial, se esta não
lei brasileira autoriza a extradição;
dispuser de modo diverso. (Artigo com redação dada pela
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
não ter aí cumprido a pena;
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Erro sobre a ilicitude do fato legítima defesa o agente de segurança pública que
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O repele agressão ou risco de agressão a vítima
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de mantida refém durante a prática de crimes. (acrescido
pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
um terço.
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o TÍTULO III - DA IMPUTABILIDADE PENAL
agente atua ou se omite sem a consciência da Inimputáveis
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Artigo mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
Coação irresistível e obediência hierárquica
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível
fato ou de determinar-se de acordo com esse
ou em estrita obediência a ordem, não
entendimento.
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
Redução de pena
punível o autor da coação ou da ordem. (Artigo com
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a
redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
Exclusão de ilicitude
de saúde mental ou por desenvolvimento mental
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz
I - em estado de necessidade;
de entender o caráter ilícito do fato ou de
II - em legítima defesa;
determinar-se de acordo com esse entendimento.
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
(Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
exercício regular de direito.
Menores de dezoito anos
Excesso punível
Art. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente
Parágrafo único. O agente, em qualquer das
inimputáveis, ficando sujeitos às normas
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
estabelecidas na legislação especial. (Artigo com redação
doloso ou culposo. (Artigo com redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
7.209, de 11/7/1984)
Emoção e paixão
Estado de necessidade
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade
I - a emoção ou a paixão;
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
Embriaguez
não provocou por sua vontade, nem podia de outro
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício,
ou substância de efeitos análogos.
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem
completa, proveniente de caso fortuito ou força
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um
fato ou de determinar-se de acordo com esse
a dois terços. (redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
entendimento.
Legítima defesa
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem,
o agente, por embriaguez, proveniente de caso
usando moderadamente dos meios necessários,
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender
seu ou de outrem. (redação dada pela Lei nº 7.209/1984).
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos
acordo com esse entendimento. (Artigo com redação dada
no caput deste artigo, considera-se também em pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
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III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que metade se o crime for praticado por milícia privada,
possa resultar perigo comum; sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
IV - à traição, de emboscada, ou mediante ou por grupo de extermínio. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 12.720, de 27/9/2012)
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
impossível a defesa do ofendido;
terço) até a metade se o crime for praticado: (Parágrafo
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
impunidade ou vantagem de outro crime;
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses
Feminicídio
posteriores ao parto; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 9/3/2015)
feminino; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015) II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do de doenças degenerativas que acarretem condição
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
Pública, no exercício da função ou em decorrência (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015, e com redação
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa III - na presença física ou virtual de descendente ou de
condição: (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de 6/7/2015) ascendente da vítima; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de
VIII - (VETADO na Lei nº 13.964, de 24/12/2019) 9/3/2015, e com redação dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
sexo feminino quando o crime envolve: 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Inciso
acrescido pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
I - violência doméstica e familiar;
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
II - menosprezo ou discriminação à condição de
automutilação
mulher. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
Homicídio culposo
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
§ 3º Se o homicídio é culposo:
material para que o faça: (redação dada pela Lei 13.968/19)
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Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Pena Aborto provocado pela gestante ou com seu
com redação dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) consentimento
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir
resulta lesão corporal de natureza grave ou que outrem lho provoque: (Vide ADPF nº 54/2004)
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 Pena - detenção, de um a três anos.
deste Código: Aborto provocado por terceiro
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Parágrafo Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
gestante:
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação
Pena - reclusão, de três a dez anos.
resulta morte:
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Parágrafo
gestante: (Vide ADPF nº 54/2004)
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 3º A pena é duplicada:
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é
ou fútil;
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
qualquer causa, a capacidade de resistência.
Forma qualificada
(transformado em § 3º e com redação dada pela Lei nº 13.968, de
26/12/2019) Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é anteriores são aumentadas de um terço, se, em
realizada por meio da rede de computadores, de rede conseqüência do aborto ou dos meios empregados
social ou transmitida em tempo real. (Parágrafo para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é dessas causas, lhe sobrevem a morte.
líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) Aborto necessário
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
em lesão corporal de natureza gravíssima e é (Vide ADPF nº 54/2004)
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
não tem o necessário discernimento para a prática do precedido de consentimento da gestante ou, quando
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode incapaz, de seu representante legal. (Vide ADPF nº
oferecer resistência, responde o agente pelo crime 54/2004)
descrito no § 2º do art. 129 deste Código. (Parágrafo
CAPÍTULO II - DAS LESÕES CORPORAIS
acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é Lesão corporal
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
contra quem não tem o necessário discernimento de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o Lesão corporal de natureza grave
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. § 1º Se resulta:
121 deste Código. (acrescido pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019) I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
Infanticídio mais de trinta dias;
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, II - perigo de vida;
o próprio filho, durante o parto ou logo após: III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função;
Pena - detenção, de dois a seis anos.
IV - aceleração de parto:
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Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo,
§ 2º Se resulta: se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste
I - Incapacidade permanente para o trabalho; artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
II - enfermidade incurável; (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004)
III- perda ou inutilização de membro, sentido ou § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
função; (Retificado no DOU de 3/1/1941) aumentada de um terço se o crime for cometido
IV - deformidade permanente; contra pessoa portadora de deficiência. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
V - aborto:
8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
Lesão corporal seguida de morte
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
risco de produzi-lo:
função ou em decorrência dela, ou contra seu
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
Diminuição de pena
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo
aumentada de um a dois terços. (Parágrafo acrescido pela
de relevante valor social ou moral ou sob o domínio
Lei nº 13.142, de 6/7/2015)
de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de CAPÍTULO III - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA
SAÚDE
um sexto a um terço.
Substituição da pena Perigo de contágio venéreo
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais
substituir a pena de detenção pela de multa: ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo venérea, de que sabe ou deve saber que está
anterior; contaminado:
II - se as lesões são recíprocas. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Lesão corporal culposa § 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
§ 6º Se a lesão é culposa: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 2º Somente se procede mediante representação.
Aumento de pena Perigo de contágio de moléstia grave
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem
qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste moléstia grave de que está contaminado, ato capaz
Código. (redação dada pela Lei nº 12.720, de 27/9/2012) de produzir o contágio:
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
art. 121. (acrescido pela Lei nº 6.416/1977, e com redação dada Perigo para a vida ou saúde de outrem
pela Lei nº 8.069//1990, publicada no DOU de 16/7/199o) Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
Violência Doméstica direto e iminente:
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou não constitui crime mais grave.
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, um terço se a exposição da vida ou da saúde de
de coabitação ou de hospitalidade: outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. para a prestação de serviços em estabelecimentos de
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.886, de 17/7/2004, e com qualquer natureza, em desacordo com as normas
redação dada pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada no DOU de
8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação)
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legais. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.777, de Condicionamento de atendimento médico-
29/12/1998) hospitalar emergencial
Abandono de incapaz Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por prévio de formulários administrativos, como
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos condição para o atendimento médico-hospitalar
resultantes do abandono: emergencial:
Pena - detenção, de seis meses a três anos. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de multa.
natureza grave: Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se
Pena - reclusão, de um a cinco anos. da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
§ 2º Se resulta a morte: natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Artigo
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. acrescido pela Lei nº 12.653, de 28/5/2012)
Aumento de pena Maus tratos
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
de um terço: sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
II - se o agente é ascendente ou descendente, privando-a de alimentação ou cuidados
cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Inciso excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de de correção ou disciplina:
3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Exposição ou abandono de recém-nascido
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para
grave:
ocultar desonra própria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2º Se resulta a morte:
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
grave:
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
Pena - detenção, de um a três anos.
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
§ 2º Se resulta a morte: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.069, de 13/7/1990, publicada no
Pena - detenção, de dois a seis anos. DOU de 16/7/1990, em vigor 90 dias após a publicação)
Omissão de socorro
CAPÍTULO IV - DA RIXA
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando
Rixa
possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os
abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou
contendores:
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
multa.
pública:
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se
participação na rixa, a pena de detenção, de seis
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
meses a dois anos.
e triplicada, se resulta a morte.
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CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A HONRA publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a
publicação)
Calúnia
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Pena
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe acrescida pela Lei nº 9.459, de 13/5/1997)
falsamente fato definido como crime: Disposições comuns
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 141. As penas cominadas neste capítulo
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
imputação, a propala ou divulga. cometido:
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. I - contra o Presidente da República, ou contra chefe
Exceção da verdade de governo estrangeiro;
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: II - contra funcionário público, em razão de suas
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação funções;
privada, o ofendido não foi condenado por sentença III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
irrecorrível; facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas injúria;
indicadas no nº I do art. 141; IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no
Difamação DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato § 1º Se o crime é cometido mediante paga ou
ofensivo à sua reputação: promessa de recompensa, aplica-se a pena em
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. dobro. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 13.964,
Exceção da verdade de 24/12/2019)
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que se praticou a ofensa. (Parágrafo único acrescido pela Lei Parágrafo único. Somente se procede mediante
nº 13.188, de 11/11/2015) representação.
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se Sequestro e cárcere privado
infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele seqüestro ou cárcere privado:
que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá Pena - reclusão, de um a três anos.
satisfatórias, responde pela ofensa. § 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
Art. 145. Nos crimes previstos neste capítulo I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
somente se procede mediante queixa, salvo, quando companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão anos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
corporal. II - se o crime é praticado mediante internação da
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do vítima em casa de saúde ou hospital;
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
art. 141 deste Código, e mediante representação do dias;
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem IV - se o crime é praticado contra menor de 18
como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. (dezoito) anos; (acrescido pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
(Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 12.033, de
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Inciso
29/09/2009)
acrescido pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A § 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou
LIBERDADE INDIVIDUAL da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou
SEÇÃO I - Dos crimes contra a liberdade pessoal moral:
Constrangimento ilegal Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou Redução a condição análoga à de escravo
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
manda: degradantes de trabalho, quer restringindo, por
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
Aumento de pena contraída com o empregador ou preposto:
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem pena correspondente à violência. (“Caput” do artigo com
mais de três pessoas, ou há emprego de armas. redação dada pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003)
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
correspondentes à violência. I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o trabalho;
consentimento do paciente ou de seu representante II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho
legal, se justificada por iminente perigo de vida; ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
II - a coação exercida para impedir suicídio. trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
Ameaça trabalho. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003)
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou § 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar- cometido:
lhe mal injusto e grave: I - contra criança ou adolescente;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou origem. (acrescido pela Lei nº 10.803/2003)
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TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
PATRIMÔNIO § 1º Somente se procede mediante representação.
CAPÍTULO I - DO FURTO § 2º Não é punível a subtração de coisa comum
Furto fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa direito o agente.
alheia móvel: CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Roubo
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
praticado durante o repouso noturno. outrem, mediante grave ameaça ou violência a
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reduzido à impossibilidade de resistência:
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
qualquer outra que tenha valor econômico.
ou grave ameaça, afim de assegurar a impunidade do
Furto qualificado crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
se o crime é cometido: (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à I - (Revogado pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
subtração da coisa; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, III - se a vítima está em serviço de transporte de
escalada ou destreza; valores e o agente conhece tal circunstância;
III - com emprego de chave falsa; IV - se a subtração for de veículo automotor que
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. venha a ser transportado para outro Estado ou para
§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) o exterior; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
artefato análogo que cause perigo comum. (Parágrafo restringindo sua liberdade; (acrescido pela Lei nº
acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) 9.426/1996)
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de
subtração for de veículo automotor que venha a ser acessórios que, conjunta ou isoladamente,
transportado para outro Estado ou para o exterior. possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego;
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) (Inciso acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
se a subtração for de semovente domesticável de emprego de arma branca; (acrescido pela Lei nº
produção, ainda que abatido ou dividido em partes 13.964/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019)
no local da subtração. (acrescido pela Lei nº 13.330/2016) § 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego
e multa, se a subtração for de substâncias explosivas de arma de fogo;
ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, II - se há destruição ou rompimento de obstáculo
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. mediante o emprego de explosivo ou de artefato
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.654, de 23/4/2018) análogo que cause perigo comum. (acrescido pela Lei nº
Furto de coisa comum 13.654, de 23/4/2018)
Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
a detém, a coisa comum: proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput
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§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido
anos, e multa, o acionista que, afim de obter ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas coisa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.346, de 3/11/1967, com
deliberações de assembleia geral. redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
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III - se o crime é praticado contra pessoa com idade dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Inciso acrescido ingresso, em razão do cargo.
pela Lei nº 10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003, Petrechos para falsificação de moeda
em vigor 90 dias após a publicação)
Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso
TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo,
CAPÍTULO I - DA MOEDA FALSA aparelho, instrumento ou qualquer objeto
especialmente destinado à falsificação de moeda:
Moeda falsa
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a,
Emissão de título ao portador sem permissão legal
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete,
país ou no estrangeiro:
ficha, vale ou título que contenha promessa de
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
Pena - detenção de um a seis meses, ou multa.
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como
circulação moeda falsa.
dinheiro qualquer dos documentos referidos neste
§ 2º Quem, tendo recebido de boa fé, como
artigo, incorre na pena de detenção, de quinze dias a
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
três meses, ou multa.
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. CAPÍTULO II - DA FALSIDADE DE TÍTULOS E
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou Falsificação de papéis públicos
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
autoriza a fabricação ou emissão: I - selo destinado a controle tributário, papel selado
I - de moeda com título ou peso inferior ao ou qualquer papel de emissão legal destinado à
determinado em lei; arrecadação de tributo; (Inciso com redação dada pela Lei nº
II - de papel-moeda em quantidade superior à 11.035, de 22/12/2004)
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II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, CAPÍTULO III - DA FALSIDADE DOCUMENTAL
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação Falsificação do selo ou sinal público
selo falsificado destinado a controle tributário; (Inciso Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
acrescido pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
União, de Estado ou de Município;
mantém em depósito, guarda, troca, cede,
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
atividade comercial ou industrial, produto ou
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
mercadoria:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal
controle tributário, falsificado;
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
próprio ou alheio;
tributária determina a obrigatoriedade de sua
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de
aplicação. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.035, de 22/12/2004)
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou
legítimos, com o fim de torná-los novamente
entidades da Administração Pública. (Inciso acrescido
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em
inutilização: vigor 90 dias após a publicação)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º Se o agente é funcionário público, e comete o
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o de sexta parte.
parágrafo anterior. Falsificação de documento público
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento
recebido de boa fé, qualquer dos papeis falsificados público, ou alterar documento público verdadeiro:
ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, § 1º Se o agente é funcionário público, e comete o
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
anos, ou multa. de sexta parte.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do § 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a
inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio documento público o emanado de entidade
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, paraestatal, o título ao portador ou transmissível por
praças ou outros logradouros públicos e em endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
residências. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.035, de mercantis e o testamento particular.
22/12/2004) § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
Petrechos de falsificação inserir:
Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou I - na folha de pagamento ou em documento de
guardar objeto especialmente destinado à informações que seja destinado a fazer prova
falsificação de qualquer dos papéis referidos no perante a previdência social, pessoa que não possua
artigo anterior: a qualidade de segurado obrigatório;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete empregado ou em documento que deva produzir
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a efeito perante a previdência social, declaração falsa
pena de sexta parte. ou diversa da que deveria ter sido escrita;
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CAPÍTULO IV - DE OUTRAS FALSIDADES estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei
Falsificação do sinal empregado no contraste de a propriedade ou a posse de tais bens:
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
(Artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
para outros fins
Adulteração de sinal identificador de veículo
Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o,
automotor
marca ou sinal empregado pelo poder público no
Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou
contraste de metal precioso ou na fiscalização
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza,
seu componente ou equipamento:
falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (“Caput”
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
do artigo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da
que usa a autoridade pública para o fim de
função pública ou em razão dela, a pena é
fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
aumentada de um terço. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento 9.426, de 24/12/1996)
de formalidade legal: § 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e que contribui para o licenciamento ou registro do
multa. veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
Falsa identidade indevidamente material ou informação oficial.
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
identidade para obter vantagem, em proveito
CAPÍTULO V - DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
INTERESSE PÚBLICO
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
Fraudes em certames de interesse público
se o fato não constitui elementos de crime mais
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com
grave.
o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de
comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
sigiloso de:
documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
I - concurso público;
para que dele se utilize, documento dessa natureza,
II - avaliação ou exame públicos;
próprio ou de terceiro:
III - processo seletivo para ingresso no ensino
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e
superior; ou
multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
grave.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fraude de lei sobre estrangeiros
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou
Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
permanecer no território nacional, nome que não é o
autorizadas às informações mencionadas no caput.
seu:
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
administração pública:
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
qualidade para promover-lhe a entrada em território
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
nacional:
cometido por funcionário público. (Artigo acrescido pela
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Lei nº 12.550, de 15/12/2011)
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou
possuidor de ação, título ou valor pertencente a
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Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário documento
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
funcionário. constitui crime mais grave.
Peculato culposo
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
crime de outrem: Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Pena - detenção, de três meses a um ano. diversa da estabelecida em lei:
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a Concussão
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou
pena imposta. indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
Peculato mediante erro de outrem assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Pena com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
de outrem: após a publicação)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Excesso de exação
Inserção de dados falsos em sistema de § 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição
informações social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou ou gravoso, que a lei não autoriza:
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
informatizados ou bancos de dados da (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
Administração Pública com o fim de obter vantagem § 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
indevida para si ou para outrem ou para causar dano; de outrem, o que recebeu indevidamente para
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. recolher aos cofres públicos:
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Corrupção passiva
Modificação ou alteração não autorizada de
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
sistema de informações
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
sistema de informações ou programa de informática
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
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Pena - detenção, de três meses um ano, e multa. Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício
Funcionário público da função ou em razão dela:
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou Tráfico de influência
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
pública. para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce pretexto de influir em ato praticado por funcionário
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, público no exercício da função.
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço Pena - Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
contratada ou conveniada para a execução de Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
atividade típica da Administração Pública. (Parágrafo o agente alega ou insinua que a vantagem é também
único transformado em § 1º pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980, e com destinada ao funcionário. (Artigo com redação dada pela Lei
nova redação dada pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no nº 9.127, de 16/11/1995)
DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
Corrupção ativa
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a
autores dos crimes previstos neste capítulo forem
funcionário público, para determiná-lo a praticar,
ocupantes de cargos em comissão ou de função de
omitir ou retardar ato de ofício:
direção ou assessoramento de órgão da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
administração direta, sociedade de economia mista, (Pena com redação dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)
empresa pública ou fundação instituída pelo poder Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.799, de 23/6/1980) se, em razão da vantagem ou promessa, o
CAPÍTULO II - DOS CRIMES PRATICADOS POR funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM pratica infringindo dever funcional.
GERAL Descaminho
Usurpação de função pública Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. ou pelo consumo de mercadoria:
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (“Caput”
vantagem: do artigo com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem: (Parágrafo com
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Resistência
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante
permitidos em lei; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de
violência ou ameaça a funcionário competente para
26/6/2014)
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
descaminho; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
Pena - reclusão, de um a três anos.
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
alheio, no exercício de atividade comercial ou
das correspondentes à violência.
industrial, mercadoria de procedência estrangeira
Desobediência
que introduziu clandestinamente no País ou
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário
importou fraudulentamente ou que sabe ser produto
público:
de introdução clandestina no território nacional ou
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
de importação fraudulenta por parte de outrem;
multa. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
Desacato
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IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou administração federal, estadual ou municipal, ou por
alheio, no exercício de atividade comercial ou entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
desacompanhada de documentação legal ou ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
acompanhada de documentos que sabe serem Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa
falsos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) além da pena correspondente à violência.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio abstém de concorrer ou licitar, em razão da
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, vantagem oferecida.
inclusive o exercido em residências. (Parágrafo com Inutilização de edital ou de sinal
redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014) Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma inutilizar ou
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
descaminho é praticado em transporte aéreo, público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado,
marítimo ou fluvial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 4.729, de por determinação legal ou por ordem de funcionário
14/7/1965, e com redação dada pela Lei nº 13.008, de 26/6/2014)
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Contrabando
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria
Subtração ou inutilização de livro ou documento
proibida:
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
parcialmente, livro oficial, processo ou documento
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
confiado à custódia de funcionário, em razão de
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a
ofício, ou de particular em serviço público:
contrabando;
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
constitui crime grave.
que dependa de registro, análise ou autorização de
Sonegação de contribuição previdenciária
órgão público competente;
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
III - reinsere no território nacional mercadoria
previdenciária e qualquer acessório, mediante as
brasileira destinada à exportação;
seguintes condutas:
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
documento de informações previsto pela legislação
alheio, no exercício de atividade comercial ou
previdenciária segurados empregado, empresário,
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
este equiparado que lhe prestem serviços;
alheio, no exercício de atividade comercial ou
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
da contabilidade da empresa as quantias
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os
descontadas dos segurados ou as devidas pelo
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
empregador ou pelo tomador de serviços;
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
inclusive o exercido em residências.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
demais fatos geradores de contribuições sociais
contrabando é praticado em transporte aéreo,
previdenciárias:
marítimo ou fluvial. (acrescido pela Lei nº 13.008/14)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Impedimento, perturbação ou fraude de
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente,
concorrência
espontaneamente, declara e confessa as
Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
contribuições, importâncias ou valores e presta as
pública ou venda em hasta pública, promovida pela
informações devidas à previdência social, na forma
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definida em lei ou regulamento, antes do início da exercício de suas funções, relacionado a transação
ação fiscal. comercial internacional:
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
aplicar somente a de multa se o agente for primário Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
e de bons antecedentes, desde que: o agente alega ou insinua que a vantagem é também
I - (VETADO) destinada a funcionário estrangeiro. (Artigo acrescido
II - o valor das contribuições devidas, inclusive pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002)
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido Funcionário público estrangeiro
pela previdência social administrativamente, como Art. 337-D. Considera-se funcionário público
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
execuções fiscais. transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha emprego ou função pública em entidades estatais ou
de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 em representações diplomáticas de país estrangeiro.
(um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função
de multa. em empresas controladas, diretamente ou
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será indiretamente, pelo Poder Público de país
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices estrangeiro ou em organizações públicas
do reajuste dos benefícios da previdência social. internacionais. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU 11/6/2002)
de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a publicação)
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A
CAPÍTULO II-A - DOS CRIMES PRATICADOS POR ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Reingresso de estrangeiro expulso
PÚBLICA ESTRANGEIRA Art. 338. Reingressar no território nacional o
Corrupção ativa em transação comercial estrangeiro que dele foi expulso:
internacional Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou de nova expulsão após o cumprimento da pena.
indiretamente, vantagem indevida a funcionário Denunciação caluniosa
público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de policial, de processo judicial, instauração de
ofício relacionado à transação comercial investigação administrativa, inquérito civil ou ação
internacional: de improbidade administrativa contra alguém,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (“Caput”
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um do artigo com redação dada pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
funcionário público estrangeiro retarda ou omite o § 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. se serve de anonimato ou de nome suposto.
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.467, de 11/6/2002) § 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é
Tráfico de influência em transação comercial de prática de contravenção.
internacional Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si Art. 340. Provocar a ação de autoridade,
ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
ou promessa de vantagem a pretexto de influir em contravenção que sabe não se ter verificado:
ato praticado por funcionário público estrangeiro no Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
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II - quando o montante da dívida consolidada Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000) Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Inscrição de despesas não empenhadas em restos Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
a pagar pública ou a colocação no mercado financeiro de
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em títulos da dívida pública sem que tenham sido criados
restos a pagar, de despesa que não tenha sido por lei ou sem que estejam registrados em sistema
previamente empenhada ou que exceda limite centralizado de liquidação e de custódia:
estabelecido em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último
ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não
possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Ordenação de despesa não autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Prestação de garantia graciosa
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em
valor igual ou superior ao valor da garantia prestada,
na forma da lei:
Pena - detenção, de 3(três) meses a 1 (um) ano. (Artigo
acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do montante de restos a
pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Aumento de despesa total com pessoal no último
ano do mandato ou legislatura
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
ou da legislatura:
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO- disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº
LEI 3.689/41) 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
LIVRO I – DO PROCESSO EM GERAL podendo determinar que este seja conduzido à sua
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
território brasileiro, por este Código, ressalvados:
investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - os tratados, as convenções e regras de direito
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória
internacional;
ou outra medida cautelar, observado o disposto no §
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
República, dos ministros de Estado, nos crimes
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
conexos com os do Presidente da República, e dos
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes
assegurado, no primeiro caso, o exercício do
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
contraditório em audiência pública e oral, na forma
III - os processos da competência da Justiça Militar;
do disposto neste Código ou em legislação especial
IV - os processos da competência do tribunal especial
(Constituição, art. 122, no 17); pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº VII - decidir sobre o requerimento de produção
130) antecipada de provas consideradas urgentes e não
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
Código aos processos referidos nos nos. IV e V, defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
quando as leis especiais que os regulam não 13.964, de 2019)
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e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não
direitos fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após
nº 13.964, de 2019) o recebimento da denúncia ou queixa, deverá
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do reexaminar a necessidade das medidas cautelares
oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído
2019) pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIII - determinar a instauração de incidente de § 3º Os autos que compõem as matérias de
insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) competência do juiz das garantias ficarão
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído Ministério Público e da defesa, e não serão
pela Lei nº 13.964, de 2019)
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da
XV - assegurar prontamente, quando se fizer
instrução e julgamento, ressalvados os documentos
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao
relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção
seu defensor de acesso a todos os elementos
de provas ou de antecipação de provas, que deverão
informativos e provas produzidos no âmbito da
ser remetidos para apensamento em apartado.
investigação criminal, salvo no que concerne, (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
estritamente, às diligências em andamento; (Incluído § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos
pela Lei nº 13.964, de 2019)
autos acautelados na secretaria do juízo das
XVI - deferir pedido de admissão de assistente
garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
técnico para acompanhar a produção da perícia;
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
praticar qualquer ato incluído nas competências dos
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
persecução penal ou os de colaboração premiada,
funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
quando formalizados durante a investigação; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº rodízio de magistrados, a fim de atender às
13.964, de 2019) disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
garantias poderá, mediante representação da conforme as normas de organização judiciária da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por critérios objetivos a serem periodicamente
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
investigação não for concluída, a prisão será
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
cumprimento das regras para o tratamento dos
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
abrange todas as infrações penais, exceto as de autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
menor potencial ofensivo, e cessa com o imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a realização da prisão e a identidade do preso serão,
de modo padronizado e respeitada a programação
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normativa aludida no caput deste artigo, Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade infração penal, a autoridade policial deverá:
da persecução penal, o direito à informação e a I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela alterem o estado e conservação das coisas, até a
Lei nº 13.964, de 2019) chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)
DO INQUÉRITO POLICIAL
II - apreender os objetos que tiverem relação com o
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação
autoridades policiais no território de suas respectivas dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações III - colher todas as provas que servirem para o
penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
9.5.1995)
IV - ouvir o ofendido;
Parágrafo único. A competência definida neste
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
artigo não excluirá a de autoridades administrativas,
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
a quem por lei seja cometida a mesma função.
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
será iniciado:
leitura;
I - de ofício;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou
a acareações;
do Ministério Público, ou a requerimento do
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame
ofendido ou de quem tiver qualidade para
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
representá-lo.
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
sempre que possível:
autos sua folha de antecedentes;
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
ponto de vista individual, familiar e social, sua
característicos e as razões de convicção ou de
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
presunção de ser ele o autor da infração, ou os
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
motivos de impossibilidade de o fazer;
outros elementos que contribuírem para a
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
apreciação do seu temperamento e caráter.
sua profissão e residência.
X - colher informações sobre a existência de filhos,
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
respectivas idades e se possuem alguma deficiência
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
e o nome e o contato de eventual responsável pelos
Polícia.
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
conhecimento da existência de infração penal em Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por infração sido praticada de determinado modo, a
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, autoridade policial poderá proceder à reprodução
verificada a procedência das informações, mandará simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
instaurar inquérito. moralidade ou a ordem pública.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
depender de representação, não poderá sem ela ser observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
iniciado. Livro.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,
somente poderá proceder a inquérito a requerimento num só processado, reduzidas a escrito ou
de quem tenha qualidade para intentá-la.
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datilografadas e, neste caso, rubricadas pela Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
autoridade. prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
estiver preso preventivamente, contado o prazo,
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
13.344, de 2016) (Vigência)
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que de 2016) (Vigência)
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão
competente. dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar membro do Ministério Público ou o delegado de
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, polícia poderão requisitar, mediante autorização
mencionando o lugar onde possam ser encontradas. judicial, às empresas prestadoras de serviço de
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o telecomunicações e/ou telemática que
indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer disponibilizem imediatamente os meios técnicos
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores adequados – como sinais, informações e outros – que
diligências, que serão realizadas no prazo marcado permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
pelo juiz. delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os (Vigência)
objetos que interessarem à prova, acompanharão os § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa
autos do inquérito. posicionamento da estação de cobertura,
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído
denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
ou outra. § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
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disponibilizem imediatamente os meios técnicos Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
adequados – como sinais, informações e outros – que devolução do inquérito à autoridade policial, senão
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do para novas diligências, imprescindíveis ao
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. oferecimento da denúncia.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o arquivar autos de inquérito.
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
será realizada, ou não, a juízo da autoridade. inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às para a denúncia, a autoridade policial poderá
instituições dispostas no art. 144 da Constituição proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
Federal figurarem como investigados em inquéritos notícia.
policiais, inquéritos policiais militares e demais Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública,
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
investigação de fatos relacionados ao uso da força competente, onde aguardarão a iniciativa do
letal praticados no exercício profissional, de forma ofendido ou de seu representante legal, ou serão
consumada ou tentada, incluindo as situações entregues ao requerente, se o pedir, mediante
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de traslado.
dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o
poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
2019)
interesse da sociedade.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que
investigado deverá ser citado da instauração do
lhe forem solicitados, a autoridade policial não
procedimento investigatório, podendo constituir
poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
instauração de inquérito contra os requerentes.
contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
13.964, de 2019)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
dependerá sempre de despacho nos autos e somente
com ausência de nomeação de defensor pelo
será permitida quando o interesse da sociedade ou a
investigado, a autoridade responsável pela
conveniência da investigação o exigir.
investigação deverá intimar a instituição a que estava
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
vinculado o investigado à época da ocorrência dos
excederá de três dias, será decretada por despacho
fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito)
fundamentado do Juiz, a requerimento da
horas, indique defensor para a representação do
autoridade policial, ou do órgão do Ministério
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o
§ 3º (VETADO).
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da
§ 4º (VETADO).
Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27
§ 5º (VETADO).
de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de
§ 6º As disposições constantes deste artigo se 30.5.1966)
aplicam aos servidores militares vinculados às Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
instituições dispostas no art. 142 da Constituição houver mais de uma circunscrição policial, a
Federal, desde que os fatos investigados digam autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
diligências em circunscrição de outra,
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
independentemente de precatórias ou requisições, e
curador pela autoridade policial.
bem assim providenciará, até que compareça a
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autoridade competente, sobre qualquer fato que causalidade entre umas e outras, ou quando as
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao independente das primeiras. (Parágrafo acrescido pela Lei
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
60 dias após a publicação)
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
próprios da investigação ou instrução criminal, seria
pessoa do indiciado.
capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Parágrafo
TÍTULO VII - DA PROVA acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada
apreciação da prova produzida em contraditório
por decisão judicial, facultado às partes acompanhar
judicial, não podendo fundamentar sua decisão
o incidente. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de
exclusivamente nos elementos informativos colhidos
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, a publicação)
não repetíveis e antecipadas. (“Caput” do artigo com § 4º (VETADO na Lei nº 11.690, de 9/6/2008)
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova
de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
declarada inadmissível não poderá proferir a
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das
sentença ou acórdão. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
pessoas serão observadas as restrições estabelecidas
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
na lei civil. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação) CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO,
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM
GERAL
fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.690, de Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
a publicação) indireto, não podendo supri-lo a confissão do
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a acusado.
produção antecipada de provas consideradas Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
urgentes e relevantes, observando a necessidade, exame de corpo de delito quando se tratar de crime
adequação e proporcionalidade da medida; (Inciso que envolva:
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de
pessoa com deficiência. (Parágrafo único acrescido pela Lei
proferir sentença, a realização de diligências para
nº 13.721, de 2/10/2018)
dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Inciso acrescido
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o
pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
em vigor 60 dias após a publicação) conjunto de todos os procedimentos utilizados para
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser manter e documentar a história cronológica do
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
entendidas as obtidas em violação a normas para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
constitucionais ou legais. (“Caput” do artigo com redação reconhecimento até o descarte.
dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/200) § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas preservação do local de crime ou com procedimentos
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
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policiais ou periciais nos quais seja detectada a relacionada, local de origem, nome de quem
existência de vestígio. transportou o vestígio, código de rastreamento,
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
como de potencial interesse para a produção da assinatura e identificação de quem o recebeu;
prova pericial fica responsável por sua preservação. VIII - processamento: exame pericial em si,
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível manipulação do vestígio de acordo com a
ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona metodologia adequada às suas características
à infração penal. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em resultado desejado, que deverá ser formalizado em
vigor 30 dias após a publicação)
laudo produzido por perito;
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o
IX - armazenamento: procedimento referente à
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
guarda, em condições adequadas, do material a ser
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento
processado, guardado para realização de
como de potencial interesse para a produção da
contraperícia, descartado ou transportado, com
prova pericial;
vinculação ao número do laudo correspondente;
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado
X - descarte: procedimento referente à liberação do
das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente
vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local
pertinente, mediante autorização judicial. (Artigo
de crime; acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
III - fixação: descrição detalhada do vestígio Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
conforme se encontra no local de crime ou no corpo Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser
de delito, e a sua posição na área de exames, realizada preferencialmente por perito oficial, que
podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou dará o encaminhamento necessário para a central de
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo custódia, mesmo quando for necessária a realização
pericial produzido pelo perito responsável pelo de exames complementares.
atendimento; § 1º Todos vestígios coletados no decurso do
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será inquérito ou processo devem ser tratados como
submetido à análise pericial, respeitando suas descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia
características e natureza; oficial de natureza criminal responsável por detalhar
V - acondicionamento: procedimento por meio do a forma do seu cumprimento.
qual cada vestígio coletado é embalado de forma § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem
individualizada, de acordo com suas características como a remoção de quaisquer vestígios de locais de
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, crime antes da liberação por parte do perito
com anotação da data, hora e nome de quem responsável, sendo tipificada como fraude
realizou a coleta e o acondicionamento; processual a sua realização. (Artigo acrescido pela Lei nº
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
local para o outro, utilizando as condições adequadas
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras),
vestígio será determinado pela natureza do material.
de modo a garantir a manutenção de suas
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com
características originais, bem como o controle de sua
lacres, com numeração individualizada, de forma a
posse;
garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio
VII - recebimento: ato formal de transferência da
durante o transporte.
posse do vestígio, que deve ser documentado com,
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,
no mínimo, informações referentes ao número de
preservar suas características, impedir contaminação
procedimento e unidade de polícia judiciária
e vazamento, ter grau de resistência adequado e
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espaço para registro de informações sobre seu ou judiciária determinar as condições de depósito do
conteúdo. referido material em local diverso, mediante
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que requerimento do diretor do órgão central de perícia
vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa oficial de natureza criminal. (Artigo acrescido pela Lei nº
autorizada. 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
constar na ficha de acompanhamento de vestígio o
perícias serão realizados por perito oficial, portador
nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a
de diploma de curso superior. (“Caput” do artigo com
finalidade, bem como as informações referentes ao
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
novo lacre utilizado. de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado
interior do novo recipiente. (Artigo acrescido pela Lei nº por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
de curso superior preferencialmente na área
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística
relacionada com a natureza do exame. (Parágrafo com
deverão ter uma central de custódia destinada à
redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU
guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
vinculada diretamente ao órgão central de perícia § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
oficial de natureza criminal. de bem e fielmente desempenhar o encargo.
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
de protocolo, com local para conferência, recepção, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
devolução de materiais e documentos, possibilitando publicação)
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§ 6º Havendo requerimento das partes, o material Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados
probatório que serviu de base à perícia será na posição em que forem encontrados, bem como,
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que na medida do possível, todas as lesões externas e
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito vestígios deixados no local do crime. (Artigo com redação
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for dada pela Lei nº 8.862, de 28/3/1994)
impossível a sua conservação. (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao
60 dias após a publicação) laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja desenhos, devidamente rubricados.
mais de uma área de conhecimento especializado, Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento
oficial, e a parte indicar mais de um assistente pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
técnico. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, repartição congênere ou pela inquirição de
publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e
publicação)
de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
todos os sinais e indicações.
descreverão minuciosamente o que examinarem, e
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão
responderão aos quesitos formulados.
arrecadados e autenticados todos os objetos
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
encontrados, que possam ser úteis para a
prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
identificação do cadáver.
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de
dos peritos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 8.862, de
28/3/1994)
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
em qualquer dia e a qualquer hora. Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência exame complementar por determinação da
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
antes daquele prazo, o que declararão no auto. requerimento do Ministério Público, do ofendido ou
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, do acusado, ou de seu defensor.
bastará o simples exame externo do cadáver, quando § 1º No exame complementar, os peritos terão
não houver infração penal que apurar, ou quando as presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe
lesões externas permitirem precisar a causa da morte a deficiência ou retificá-lo.
e não houver necessidade de exame interno para a § 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação
verificação de alguma circunstância relevante. do delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá
Art. 163. Em caso de exumação para exame ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado
cadavérico, a autoridade providenciará para que, em da data do crime.
dia e hora previamente marcados, se realize a § 3º A falta de exame complementar poderá ser
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. suprida pela prova testemunhal.
Parágrafo único. O administrador de cemitério Art. 169. Para o efeito de exame do local onde
público ou particular indicará o lugar da sepultura, houver sido praticada a infração, a autoridade
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de providenciará imediatamente para que não se altere
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar- o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a poderão instruir seus laudos com fotografias,
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que desenhos ou esquemas elucidativos.
tudo constará do auto.
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Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as IV - quando não houver escritos para a comparação
alterações do estado das coisas e discutirão, no ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade
relatório, as consequências dessas alterações na mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado.
dinâmica dos fatos. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta
8.862, de 28/3/1994) última diligência poderá ser feita por precatória, em
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos que se consignarão as palavras que a pessoa será
guardarão material suficiente para a eventualidade intimada a escrever.
de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
serão ilustrados com provas fotográficas, ou empregados para a prática da infração, a fim de se
microfotográficas, desenhos ou esquemas. lhes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
rompimento de obstáculo à subtração da coisa, ou quesitos até o ato da diligência.
por meio de escalada, os peritos, além de descrever Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
os vestígios, indicarão com que instrumentos, por peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo,
que meios e em que época presumem ter sido o fato porém, no caso de ação privada, acordo das partes,
praticado. essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes
avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que serão transcritos na precatória.
constituam produto do crime. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os requisitado pela autoridade ao diretor da repartição,
peritos procederão à avaliação por meio dos juntando-se ao processo o laudo assinado pelos
elementos existentes nos autos e dos que resultarem peritos.
de diligências. Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos
a causa e o lugar em que houver começado, o perigo peritos e, se presente ao exame, também pela
que dele tiver resultado para a vida ou para o autoridade.
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo
as demais circunstâncias que interessarem à único, o laudo, que poderá ser datilografado, será
elucidação do fato. subscrito e rubricado em suas folhas por todos os
Art. 174. No exame para o reconhecimento de peritos.
escritos, por comparação de letra, observar-se-á o Art. 180. Se houver divergência entre os peritos,
seguinte: serão consignadas no auto do exame as declarações
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
escrito será intimada para o ato, se for encontrada; separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará
II - para a comparação, poderão servir quaisquer um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade
documentos que a dita pessoa reconhecer ou já poderá mandar proceder a novo exame por outros
tiverem sido judicialmente reconhecidos como de peritos.
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver Art. 181. No caso de inobservância de formalidades,
dúvida; ou no caso de omissões, obscuridades ou
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, contradições, a autoridade judiciária mandará suprir
para o exame, os documentos que existirem em a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.
arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 8.862, de
realizará a diligência, se daí não puderem ser 28/3/1994)
retirados;
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Parágrafo único. A autoridade poderá também III - impedir a influência do réu no ânimo de
ordenar que se proceda a novo exame, por outros testemunha ou da vítima, desde que não seja
peritos, se julgar conveniente. possível colher o depoimento destas por
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo videoconferência, nos termos do art. 217 deste
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Código; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação IV - responder à gravíssima questão de ordem
pública, observar-se-á o disposto no art. 19. pública. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o § 3º Da decisão que determinar a realização de
juiz ou a autoridade policial negará a perícia interrogatório por videoconferência, as partes serão
requerida pelas partes, quando não for necessária ao intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
esclarecimento da verdade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o
CAPÍTULO III - DO INTERROGATÓRIO DO preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema
ACUSADO
tecnológico, a realização de todos os atos da
Art. 185. O acusado que comparecer perante a
audiência única de instrução e julgamento de que
autoridade judiciária, no curso do processo penal,
tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Parágrafo
será qualificado e interrogado na presença de seu acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
defensor, constituído ou nomeado. (“Caput” do artigo § 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz
com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em
reservada com o seu defensor; se realizado por
sala própria, no estabelecimento em que estiver
videoconferência, fica também garantido o acesso a
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança
canais telefônicos reservados para comunicação
do juiz, do membro do Ministério Público e dos
entre o defensor que esteja no presídio e o advogado
auxiliares bem como a presença do defensor e a
presente na sala de audiência do Fórum, e entre este
publicidade do ato. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de
e o preso. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
1º/12/2003, e com nova redação dada pela Lei nº 11.900, de
8/1/2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão para a realização de atos processuais por sistema de
fundamentada, de ofício ou a requerimento das videoconferência será fiscalizada pelos corregedores
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso e pelo juiz de cada causa, como também pelo
por sistema de videoconferência ou outro recurso Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do
tecnológico de transmissão de sons e imagens em Brasil. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
tempo real, desde que a medida seja necessária para § 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em
atender a uma das seguintes finalidades: (“Caput” do juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se
parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003, e com nova realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º deste artigo.
redação dada pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009) (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista § 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste
fundada suspeita de que o preso integre organização artigo, no que couber, à realização de outros atos
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir processuais que dependam da participação de
durante o deslocamento; (Inciso acrescido pela Lei nº pessoa que esteja presa, como acareação,
11.900, de 8/1/2009) reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de
II - viabilizar a participação do réu no referido ato testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
processual, quando haja relevante dificuldade para (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou § 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o
outra circunstância pessoal; (Inciso acrescido pela Lei nº acompanhamento do ato processual pelo acusado e
11.900, de 8/1/2009) seu defensor. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.900, de
8/1/2009)
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§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação VII - todos os demais fatos e pormenores que
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se conduzam à elucidação dos antecedentes e
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de circunstâncias da infração;
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
indicado pela pessoa presa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
13.257, de 8/3/2016) Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e indagará das partes se restou algum fato para ser
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado esclarecido, formulando as perguntas
será informado pelo juiz, antes de iniciar o correspondentes se o entender pertinente e
interrogatório, do seu direito de permanecer calado relevante. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
e de não responder perguntas que lhe forem 1º/12/2003)
formuladas. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no
10.792, de 1º/12/2003) todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em indicar provas. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo 1º/12/2003)
da defesa. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 10.792, de Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado
1º/12/2003) sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.
partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
1º/12/2003) interrogados separadamente. (Artigo com redação dada
§ 1º Na primeira parte o interrogando será pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
perguntado sobre a residência, meios de vida ou Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi I - ao surdo serão apresentadas por escrito as
preso ou processado alguma vez e, em caso perguntas, que ele responderá oralmente;
afirmativo, qual o juízo do processo, se houve II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,
suspensão condicional ou condenação, qual a pena respondendo-as por escrito;
imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas
sociais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003) por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. (Artigo
motivo particular a que atribuí-la, se conhece a com redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve nacional, o interrogatório será feito por meio de
antes da prática da infração ou depois dela; intérprete. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º/12/2003)
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º/12/2003)
infração e se teve notícia desta;
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não
IV - as provas já apuradas;
puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas
no termo. (Artigo com redação dada pela Lei nº 10.792, de
ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
1º/12/2003)
contra elas;
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado
a infração, ou qualquer objeto que com esta se
relacione e tenha sido apreendido;
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de qualquer das partes. (Artigo com redação dada pela Lei nº ofendido. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
10.792, de 1º/12/2003) publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação)
CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos encaminhar o ofendido para atendimento
critérios adotados para os outros elementos de multidisciplinar, especialmente nas áreas
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
confrontá-la com as demais provas do processo, expensas do ofensor ou do Estado. (Parágrafo acrescido
verificando se entre ela e estas existe pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
compatibilidade ou concordância. em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 198. O silêncio do acusado não importará § 6º O juiz tomará as providências necessárias à
confissão, mas poderá constituir elemento para a preservação da intimidade, vida privada, honra e
formação do convencimento do juiz. imagem do ofendido, podendo, inclusive,
Art. 199. A confissão, quando feita fora do determinar o segredo de justiça em relação aos
interrogatório, será tomada por termo nos autos, dados, depoimentos e outras informações
observado o disposto no art. 195. constantes dos autos a seu respeito para evitar sua
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem exposição aos meios de comunicação. (Parágrafo
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
exame das provas em conjunto.
CAPÍTULO VI - DAS TESTEMUNHAS
CAPÍTULO V - DO OFENDIDO
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
promessa de dizer a verdade do que souber e lhe for
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade,
provas que possa indicar, tomando-se por termo as
seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde
suas declarações. (“Caput” do artigo com redação dada pela
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de
Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em
vigor 60 dias após a publicação) alguma das partes, ou quais suas relações com
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer qualquer delas, e relatar o que souber, explicando
sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias
presença da autoridade. (Parágrafo único transformado em pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
§ 1º pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de Art. 204. O depoimento será prestado oralmente,
10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) não sendo permitido à testemunha trazê-lo por
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos escrito.
processuais relativos ao ingresso e à saída do Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,
acusado da prisão, à designação de data para entretanto, breve consulta a apontamentos.
audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da
mantenham ou modifiquem. (Parágrafo acrescido pela Lei testemunha, o juiz procederá à verificação pelos
nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-
60 dias após a publicação)
lhe o depoimento desde logo.
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
no endereço por ele indicado, admitindo-se, por
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se
opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação) linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
realização, será reservado espaço separado para o
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quando não for possível, por outro modo, obter-se ou pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008,
em vigor 60 dias após a publicação)
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em
juiz poderá complementar a inquirição. (Parágrafo único
razão de função, ministério, ofício ou profissão,
acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela 10/6/2008, em vigor 60 dias após a publicação)
parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando
o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos inseparáveis da narrativa do fato.
menores de 14 anos, nem às pessoas a que se refere Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes
o art. 206. poderão contraditar a testemunha ou argüir
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
partes. contradita ou argüição e a resposta da testemunha,
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá
pessoas a que as testemunhas se referirem. compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá
que nada souber que interesse à decisão da causa. cingir-se, tanto quanto possível, às expressões
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam as suas frases.
os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti- Art. 216. O depoimento da testemunha será
las das penas cominadas ao falso testemunho. reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 11.690, de
partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
publicação) puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela,
Parágrafo único. Antes do início da audiência e depois de lido na presença de ambos.
durante a sua realização, serão reservados espaços Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu
separados para a garantia da incomunicabilidade das poderá causar humilhação, temor, ou sério
testemunhas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de
9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a modo que prejudique a verdade do depoimento, fará
publicação) a inquirição por videoconferência e, somente na
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, impossibilidade dessa forma, determinará a retirada
reconhecer que alguma testemunha fez afirmação do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença
falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do do seu defensor. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei
depoimento à autoridade policial para a instauração nº 11.690, de 9/6/2008, publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor
de inquérito. 60 dias após a publicação)
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas
em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir previstas no caput deste artigo deverá constar do
decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. termo, assim como os motivos que a determinaram.
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 11.690, de 9/6/2008,
561), ou o conselho de sentença, após a votação dos
publicada no DOU de 10/6/2008, em vigor 60 dias após a
quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a publicação)
testemunha à autoridade policial. Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem apresentação ou determinar seja conduzida por
relação com a causa ou importarem na repetição de
outra já respondida. (“Caput” do artigo com redação dada
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oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da § 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o
força pública. julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa vez devolvida, será junta aos autos.
a multa prevista no artigo 453, sem prejuízo do § 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a
processo penal por crime de desobediência, e oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio
condená-la ao pagamento das custas da diligência. de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
(Artigo com redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) transmissão de sons e imagens em tempo real,
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por permitida a presença do defensor e podendo ser
enfermidade ou por velhice, de comparecer para realizada, inclusive, durante a realização da
depor, serão inquiridas onde estiverem. audiência de instrução e julgamento. (Parágrafo
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
República, os Senadores e Deputados Federais, os Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas
Ministros de Estado, os Governadores de Estado e se demonstrada previamente a sua
Territórios, os Secretários de Estado, os Prefeitos do imprescindibilidade, arcando a parte requerente com
Distrito Federal e dos Municípios, os Deputados às os custos de envio.
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o
Poder Judiciário, os Ministros e Juízes dos Tribunais disposto nos §§ 1º e 2º do art. 222 deste Código. (Artigo
de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, acrescido pela Lei nº 11.900, de 8/1/2009)
bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a
em local, dia e hora previamente ajustados entre eles língua nacional, será nomeado intérprete para
e o Juiz. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 3.653, traduzir as perguntas e respostas.
de 4/11/1959) Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art.
os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos 192.
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz,
optar pela prestação de depoimento por escrito, caso dentro de um ano, qualquer mudança de residência,
em que as perguntas, formuladas pelas partes e sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do
deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por ofício. não-comparecimento.
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) Art. 225. Se qualquer testemunha houver de
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,
autoridade superior. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
6.416, de 24/5/1977)
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
no artigo 218, devendo, porém, a expedição do
antecipadamente o depoimento.
mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia CAPÍTULO VII - DO RECONHECIMENTO DE
e da hora marcados. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 6.416, PESSOAS E COISAS
de 24/5/1977) Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
do juiz, será inquirida pelo juiz do lugar de sua seguinte forma:
residência, expedindo-se, para esse fim, carta I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. convidada a descrever a pessoa que deva ser
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a reconhecida;
instrução criminal. II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela
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tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem Esta diligência só se realizará quando não importe
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda
III - se houver razão para recear que a pessoa conveniente.
chamada para o reconhecimento, por efeito de
CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS
intimidação ou outra influência, não diga a verdade
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes
em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
poderão apresentar documentos em qualquer fase
autoridade providenciará para que esta não veja
do processo.
aquela;
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela
particulares.
pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
Parágrafo único. À fotografia do documento,
por duas testemunhas presenciais.
devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
Parágrafo único. O disposto no n. III deste artigo não
original.
terá aplicação na fase da instrução criminal ou em
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou
plenário de julgamento.
obtidas por meios criminosos, não serão admitidas
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-
em juízo.
se-á com as cautelas estabelecidas no artigo anterior,
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em
no que for aplicável.
juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a
seu direito, ainda que não haja consentimento do
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto,
signatário.
cada uma fará a prova em separado, evitando-se
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
qualquer comunicação entre elas.
documento relativo a ponto relevante da acusação
CAPÍTULO VIII - DA ACAREAÇÃO ou da defesa, providenciará, independentemente de
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, requerimento de qualquer das partes, para sua
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, juntada aos autos, se possível.
entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares
entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, serão submetidas a exame pericial, quando
em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias contestada a sua autenticidade.
relevantes. Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, prejuízo de sua juntada imediata, serão, se
para que expliquem os pontos de divergência, necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
reduzindo-se a termo o ato de acareação. falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
declarações divirjam das de outra, que esteja conferidas com o original, em presença da
presente, a esta se darão a conhecer os pontos da autoridade.
divergência, consignando-se no auto o que explicar Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo
ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á findo, quando não exista motivo relevante que
precatória à autoridade do lugar onde resida a justifique a sua conservação nos autos, poderão,
testemunha ausente, transcrevendo-se as mediante requerimento, e ouvido o Ministério
declarações desta e as da testemunha presente, nos Público, ser entregues à parte que os produziu,
pontos em que divergirem, bem como o texto do ficando traslado nos autos.
referido auto, a fim de que se complete a diligência,
CAPÍTULO X - DOS INDÍCIOS
ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma
Art. 239. Considera-se indício a circunstância
forma estabelecida para a testemunha presente.
conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,
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autorize, por indução, concluir-se a existência de § 2º Não será permitida a apreensão de documento
outra ou outras circunstâncias. em poder do defensor do acusado, salvo quando
constituir elemento do corpo de delito.
CAPÍTULO XI - DA BUSCA E DA APREENSÃO
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado,
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando
de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou
fundadas razões a autorizarem, para:
de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
a) prender criminosos;
ou quando a medida for determinada no curso de
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
busca domiciliar.
criminosos;
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores
d) apreender armas e munições, instrumentos
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem
utilizados na prática de crime ou destinados a fim
o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a
delituoso;
porta.
e) descobrir objetos necessários à prova de infração
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará
ou à defesa do réu;
previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de
porta e forçada a entrada.
que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o
elucidação do fato;
emprego de força contra coisas existentes no interior
g) apreender pessoas vítimas de crime;
da casa, para o descobrimento do que se procura.
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
houver e estiver presente.
letra h do parágrafo anterior.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
judiciária não a realizar pessoalmente, a busca
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura,
domiciliar deverá ser precedida da expedição de
será imediatamente apreendida e posta sob custódia
mandado.
da autoridade ou de seus agentes.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto
ou a requerimento de qualquer das partes.
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
Art. 243. O mandado de busca deverá:
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo
que será realizada a diligência e o nome do respectivo
anterior, quando se tiver de proceder a busca em
proprietário ou morador; ou, no caso de busca
compartimento habitado ou em aposento ocupado
pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os
de habitação coletiva ou em compartimento não
sinais que a identifiquem;
aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
atividade.
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa
autoridade que o fizer expedir.
procurada, os motivos da diligência serão
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o
texto do mandado de busca.
requerer.
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Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
a publicação)
modo que não moleste os moradores mais do que o
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas
indispensável para o êxito da diligência.
isolada ou cumulativamente. (Parágrafo acrescido pela Lei
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da 60 dias após a publicação)
diligência. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão a requerimento das partes ou, quando no curso da
penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que investigação criminal, por representação da
de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, autoridade policial ou mediante requerimento do
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403,
apresentar-se à competente autoridade local, antes de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de
da diligência ou após, conforme a urgência desta. 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes em vigor 30 dias após a publicação)
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e o não cabimento da substituição por outra medida não puder escrever, o fato será mencionado em
cautelar deverá ser justificado de forma declaração, assinada por duas testemunhas.
fundamentada nos elementos presentes do caso Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de
concreto, de forma individualizada. (Parágrafo acrescido exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso,
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, e com nova redação dada pela Lei em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
que tiver expedido o mandado, para a realização de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
audiência de custódia. (Artigo com redação dada pela Lei nº
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
flagrante delito ou por ordem escrita e 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
fundamentada da autoridade judiciária competente, Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que
em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou
condenação criminal transitada em julgado. (“Caput” carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
executor ou apresentada a guia expedida pela
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
autoridade competente, devendo ser passado recibo
dias após a publicação)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não da entrega do preso, com declaração de dia e hora.
se aplicam à infração a que não for isolada, Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no
cumulativa ou alternativamente cominada pena próprio exemplar do mandado, se este for o
privativa de liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº documento exibido.
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 Art. 289. Quando o acusado estiver no território
dias após a publicação) nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a deprecada a sua prisão, devendo constar da
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à precatória o inteiro teor do mandado. (“Caput” do artigo
inviolabilidade do domicílio. (Parágrafo acrescido pela Lei com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
60 dias após a publicação) § 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, prisão por qualquer meio de comunicação, do qual
salvo a indispensável no caso de resistência ou de deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor
tentativa de fuga do preso. da fiança se arbitrada. (Parágrafo único transformado em §
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará 1º e com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
expedir o respectivo mandado. no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
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Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que
competência territorial do juiz que o expediu. fique esclarecida a dúvida.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-
decretada, ainda que sem registro no Conselho se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer
Nacional de Justiça, adotando as precauções do réu, lhe apresente o mandado e o intime a
necessárias para averiguar a autenticidade do acompanhá-lo.
mandado e comunicando ao juiz que a decretou, Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
devendo este providenciar, em seguida, o registro do resistência à prisão em flagrante ou à determinada
mandado na forma do caput deste artigo. por autoridade competente, o executor e as pessoas
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários
do local de cumprimento da medida o qual para defender-se ou para vencer a resistência, do que
providenciará a certidão extraída do registro do tudo se lavrará auto subscrito também por duas
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo testemunhas.
que a decretou. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos mulheres grávidas durante os atos médico-
termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição hospitalares preparatórios para a realização do parto
Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu e durante o trabalho de parto, bem como em
advogado, será comunicado à Defensoria Pública. mulheres durante o período de puerpério imediato.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 13.434, de 12/4/2017)
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do segurança, que o réu entrou ou se encontra em
art. 290 deste Código. alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo,
§ 6° O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido
registro do mandado de prisão a que se refere o caput imediatamente, o executor convocará duas
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o
publicação) executor, depois da intimação ao morador, se não for
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a
território de outro município ou comarca, o executor casa incomunicável, e, logo que amanheça,
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, arrombará as portas e efetuará a prisão.
apresentando-o imediatamente à autoridade local, Parágrafo único. O morador que se recusar a
que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de entregar o réu oculto em sua casa será levado à
flagrante, providenciará para a remoção do preso. presença da autoridade, para que se proceda contra
(“Caput” do artigo retificado no DOU de 24/10/1941)
ele como for de direito.
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-
do réu, quando:
se-á o disposto no artigo anterior, no que for
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
aplicável.
interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas,
especial, à disposição da autoridade competente,
que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou
quando sujeitos a prisão antes de condenação
qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu
definitiva:
encalço.
I - os ministros de Estado;
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas
II - os governadores ou interventores de Estados e
razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
Territórios, o Prefeito do Distrito Federal, seus
executor ou da legalidade do mandado que
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os
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vereadores e chefes de Polícia; (Inciso com redação dada Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
pela Lei nº 3.181, de 11/6/1957) pela autoridade judiciária, a autoridade policial
III - os membros do Parlamento Nacional, do poderá expedir tantos outros quantos necessários às
Conselho de Economia Nacional e das Assembleias diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido
Legislativas dos Estados; o teor do mandado original.
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
V - os oficiais das Forças Armadas e os militares dos no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Inciso Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
com redação dada pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001) mandado judicial, por qualquer meio de
VI - os magistrados; comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se
VII - os diplomados por qualquer das faculdades fizer a requisição, as precauções necessárias para
superiores da República; averiguar a autenticidade desta. (Artigo com redação
VIII - os ministros de confissão religiosa; dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
a função de jurado, salvo quando excluídos da lista separadas das que já estiverem definitivamente
por motivo de incapacidade para o exercício daquela condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
função;
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos publicação)
Estados e Territórios, ativos ou inativos. (Inciso Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
acrescido pela Lei nº 4.760, de 23/8/1965, e com redação dada
após a lavratura dos procedimentos legais, será
pela Lei nº 5.126, de 29/9/1966)
recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em
onde ficará preso à disposição das autoridades
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
competentes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.403, de
em local distinto da prisão comum. (Parágrafo acrescido
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
publicação)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o
preso especial, este será recolhido em cela distinta CAPÍTULO II - DA PRISÃO EM FLAGRANTE
do mesmo estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
nº 10.258, de 11/7/2001) policiais e seus agentes deverão prender quem quer
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento que seja encontrado em flagrante delito.
coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, I - está cometendo a infração penal;
insolação e condicionamento térmico adequados à II - acaba de cometê-la;
existência humana. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.258, III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
de 11/7/2001)
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
§ 4º O preso especial não será transportado
faça presumir ser autor da infração;
juntamente com o preso comum. (Parágrafo acrescido
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial
autor da infração.
serão os mesmos do preso comum. (Parágrafo acrescido
pela Lei nº 10.258, de 11/7/2001)
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for agente em flagrante delito enquanto não cessar a
possível, serão recolhidos à prisão, em permanência.
estabelecimentos militares, de acordo com os Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
respectivos regulamentos. competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
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termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
60 dias após a publicação)
procederá à oitiva das testemunhas que o
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso,
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
condutor e os das testemunhas. (Parágrafo acrescido pela
autoridade, afinal, o auto. (“Caput” do artigo com redação
Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
§ 1º Resultando das respostas fundada suspeita dias após a publicação)
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo Art. 307. Quando o fato for praticado em presença
à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou funções, constarão do auto a narração desse fato, a
processo, se para isso for competente; se não o for, voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os
enviará os autos à autoridade que o seja. depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com remetido imediatamente ao juiz a quem couber
o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a
pessoas que hajam testemunhado a apresentação do autoridade que houver presidido o auto.
preso à autoridade. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em apresentado à do lugar mais próximo.
flagrante será assinado por duas testemunhas, que Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
tenham ouvido sua leitura na presença deste. liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.113, de 13/5/2005)
flagrante.
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,
deverá constar a informação sobre a existência de
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas
filhos, respectivas idades e se possuem alguma
após a realização da prisão, o juiz deverá promover
deficiência e o nome e o contato de eventual
audiência de custódia com a presença do acusado,
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
seu advogado constituído ou membro da Defensoria
pessoa presa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.257, de
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
8/3/2016)
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
auto, depois de prestado o compromisso legal. em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde I - relaxar a prisão ilegal; ou (Inciso acrescido pela Lei nº
se encontre serão comunicados imediatamente ao 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
juiz competente, ao Ministério Público e à família do dias após a publicação)
preso ou à pessoa por ele indicada. (“Caput” do artigo II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no quando presentes os requisitos constantes do art.
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização insuficientes as medidas cautelares diversas da
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o prisão; ou (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
informe o nome de seu advogado, cópia integral para publicação)
a Defensoria Pública. (Parágrafo único transformado em § III - conceder liberdade provisória, com ou sem
1º pela Lei nº 11.449, de 15/1/2007, e com redação dada pela Lei fiança. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
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publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
publicação)
como garantia da ordem pública, da ordem
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
econômica, por conveniência da instrução criminal
flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
das condições constantes dos incisos I, II ou III do
houver prova da existência do crime e indício
caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
de liberdade do imputado. (“Caput” do artigo com redação
fundamentadamente, conceder ao acusado dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra
liberdade provisória, mediante termo de do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
comparecimento obrigatório a todos os atos § 1º A prisão preventiva também poderá ser
processuais, sob pena de revogação. (Parágrafo único decretada em caso de descumprimento de qualquer
acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, transformado em § 1º das obrigações impostas por força de outras medidas
e com redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
cautelares (art. 282, § 4º). (Parágrafo único acrescido pela
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº
publicação)
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
que integra organização criminosa armada ou § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem existência concreta de fatos novos ou
medidas cautelares. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, contemporâneos que justifiquem a aplicação da
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
medida adotada. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
em vigor 30 dias após a publicação)
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação em vigor 30 dias após a publicação)
idônea, à não realização da audiência de custódia no Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá admitida a decretação da prisão preventiva: (“Caput”
administrativa, civil e penalmente pela omissão. do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
publicação) I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Inciso
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
a não realização de audiência de custódia sem DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
motivação idônea ensejará também a ilegalidade da II - se tiver sido condenado por outro crime doloso,
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
sem prejuízo da possibilidade de imediata disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-
decretação de prisão preventiva. (Parágrafo acrescido Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do Penal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
CAPÍTULO III - DA PRISÃO PREVENTIVA
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
do processo penal, caberá a prisão preventiva enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério execução das medidas protetivas de urgência; (Inciso
Público, do querelante ou do assistente, ou por com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
representação da autoridade policial. (Artigo com DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na § 1º Também será admitida a prisão preventiva
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a quando houver dúvida sobre a identidade civil da
publicação)
pessoa ou quando esta não fornecer elementos
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suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
colocado imediatamente em liberdade após a processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a adotada pelo julgador;
manutenção da medida. (Parágrafo único acrescido pela V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, transformado em § 1º pela Lei nº súmula, sem identificar seus fundamentos
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
determinantes nem demonstrar que o caso sob
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
preventiva com a finalidade de antecipação de
jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
cumprimento de pena ou como decorrência imediata
sem demonstrar a existência de distinção no caso em
de investigação criminal ou da apresentação ou
julgamento ou a superação do entendimento.
recebimento de denúncia. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
publicação)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
investigação ou do processo, verificar a falta de
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
motivo para que ela subsista, bem como novamente
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Código Penal. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 13.964, de
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
a publicação) em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
denegar a prisão preventiva será sempre motivada e deverá o órgão emissor da decisão revisar a
fundamentada. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
pena de tornar a prisão ilegal. (Parágrafo único acrescido
§ 1º Na motivação da decretação da prisão
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
deverá indicar concretamente a existência de fatos
CAPÍTULO IV - DA PRISÃO DOMICILIAR
novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada. (Parágrafo acrescido pela Art. 317. A prisão domiciliar consiste no
Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU recolhimento do indiciado ou acusado em sua
de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) residência, só podendo dela ausentar-se com
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer autorização judicial. (Artigo com redação dada pela Lei nº
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
acórdão, que: dias após a publicação)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
de ato normativo, sem explicar sua relação com a pela domiciliar quando o agente for: (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
causa ou a questão decidida;
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Inciso acrescido pela Lei nº
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
caso; dias após a publicação)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar II - extremamente debilitado por motivo de doença
qualquer outra decisão; grave; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011,
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
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III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação)
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no III - proibição de manter contato com pessoa
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) determinada quando, por circunstâncias
IV - gestante; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
e com redação dada pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) dela permanecer distante; (Inciso com redação dada pela
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
incompletos; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) vigor 60 dias após a publicação)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade permanência seja conveniente ou necessária para a
incompletos. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.257, de 8/3/2016) investigação ou instrução; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá
dias após a publicação)
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
artigo. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 12.403, de
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
publicação) residência e trabalho fixos; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher
dias após a publicação)
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças
VI - suspensão do exercício de função pública ou de
ou pessoas com deficiência será substituída por
atividade de natureza econômica ou financeira
prisão domiciliar, desde que:
quando houver justo receio de sua utilização para a
I - não tenha cometido crime com violência ou grave
prática de infrações penais; (Inciso acrescido pela Lei nº
ameaça a pessoa; 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dias após a publicação)
dependente. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.769, de VII - internação provisória do acusado nas hipóteses
19/12/2018) de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 quando os peritos concluírem ser inimputável ou
e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver
aplicação concomitante das medidas alternativas risco de reiteração; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de
previstas no art. 319 deste Código. (Artigo acrescido pela 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
Lei nº 13.769, de 19/12/2018) publicação)
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para
CAPÍTULO V - DAS OUTRAS MEDIDAS
CAUTELARES assegurar o comparecimento a atos do processo,
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de resistência injustificada à ordem judicial; (Inciso
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
publicação) 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e IX - monitoração eletrônica. (Inciso acrescido pela Lei nº
nas condições fixadas pelo juiz, para informar e 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
justificar atividades; (Inciso com redação dada pela Lei nº
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
dias após a publicação)
II - proibição de acesso ou frequência a determinados § 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
distante desses locais para evitar o risco de novas § 4º A fiança será aplicada de acordo com as
infrações; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
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cumulada com outras medidas cautelares. (Parágrafo Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será publicação)
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando- fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
se o indiciado ou acusado para entregar o motivo justo, qualquer das obrigações a que se
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Inciso com
(Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
publicação) II - em caso de prisão civil ou militar; (Inciso com redação
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
CAPÍTULO VI - DA LIBERDADE PROVISÓRIA, 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
COM OU SEM FIANÇA III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá IV - quando presentes os motivos que autorizam a
conceder liberdade provisória, impondo, se for o decretação da prisão preventiva (art. 312). (Inciso
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 acrescido pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977, e com redação dada
deste Código e observados os critérios constantes do pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
em vigor 60 dias após a publicação)
art. 282 deste Código. (“Caput” do artigo com redação dada
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
em vigor 60 dias após a publicação) autoridade que a conceder nos seguintes limites:
Art. 322. A autoridade policial somente poderá (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
conceder fiança nos casos de infração cuja pena
publicação)
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se
(quatro) anos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
60 dias após a publicação)
(Inciso acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos,
oito) horas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 6.416, de quando o máximo da pena privativa de liberdade
24/5/1977, e com redação da Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada
cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Inciso
no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
Art. 323. Não será concedida fiança: (“Caput” do artigo
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do
DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
I - nos crimes de racismo; (Inciso com redação dada pela Lei preso, a fiança poderá ser: (Parágrafo único transformado
em § 1º pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação dada pela
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
60 dias após a publicação)
vigor 60 dias após a publicação)
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos
(Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação
definidos como crimes hediondos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação) II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis (Inciso acrescido pela Lei nº 8.035, de 27/4/1990, e com redação
ou militares, contra a ordem constitucional e o dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
Estado Democrático; (Inciso com redação dada pela Lei nº 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60
dias após a publicação)
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III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Inciso cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de prova de que se acham livres de ônus.
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a
recolhido à repartição arrecadadora federal ou
autoridade terá em consideração a natureza da
estadual, ou entregue ao depositário público,
infração, as condições pessoais de fortuna e vida
juntando-se aos autos os respectivos
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas
conhecimentos.
de sua periculosidade, bem como a importância
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não
provável das custas do processo, até final
se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao
julgamento.
escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade,
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas
lhe assina este artigo, o que tudo constará do termo
as vezes que for intimado para atos do inquérito e da
de fiança.
instrução criminal e para julgamento. Quando o réu
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será
não comparecer, a fiança será havida como
competente para conceder a fiança a autoridade que
quebrada.
presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
mandado, o juiz que o houver expedido, ou a
quebramento da fiança, mudar de residência, sem
autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido
prévia permissão da autoridade processante, ou
requisitada a prisão.
ausentar-se por mais de oito dias de sua residência,
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será
concedida independentemente de audiência do
encontrado.
Ministério Público, este terá vista do processo a fim
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
de requerer o que julgar conveniente.
haverá um livro especial, com termos de abertura e
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não
de encerramento, numerado e rubricado em todas as
transitar em julgado a sentença condenatória. (Artigo
suas folhas pela autoridade, destinado com redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no
especialmente aos termos de fiança. O termo será DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade
por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por
para juntar-se aos autos. ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão perante o juiz competente, que decidirá em 48
pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção (quarenta e oito) horas. (Artigo com redação dada pela Lei
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor
60 dias após a publicação)
autos.
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva,
servirão ao pagamento das custas, da indenização do
consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for
ou metais preciosos, títulos da dívida pública,
condenado.
federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda
inscrita em primeiro lugar.
no caso da prescrição depois da sentença
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
condenatória (art. 110 do Código Penal). (Artigo com
metais preciosos será feita imediatamente por perito
redação dada pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU
nomeado pela autoridade. de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou
da dívida pública, o valor será determinado pela sua passar em julgado sentença que houver absolvido o
acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor
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que a constituir, atualizado, será restituído sem Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. importará na perda de metade do seu valor, cabendo
336 deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
dias após a publicação)
preventiva. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403, de
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após a
na espécie será cassada em qualquer fase do publicação)
processo. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o
Art. 339. Será também cassada a fiança quando valor da fiança, se, condenado, o acusado não se
reconhecida a existência de delito inafiançável, no apresentar para o início do cumprimento da pena
caso de inovação na classificação do delito. definitivamente imposta. (Artigo com redação dada pela
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em
vigor 60 dias após a publicação)
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor,
insuficiente;
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado
II - quando houver depreciação material ou
estiver obrigado, será recolhido ao fundo
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados,
penitenciário, na forma da lei. (Artigo com redação dada
ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011,
III - quando for inovada a classificação do delito. em vigor 60 dias após a publicação)
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas
será recolhido à prisão, quando, na conformidade as deduções previstas no art. 345 deste Código, o
deste artigo, não for reforçada. valor restante será recolhido ao fundo penitenciário,
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o na forma da lei. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
acusado: (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 a publicação)
dias após a publicação) Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o
I - regularmente intimado para ato do processo, saldo será entregue a quem houver prestado a fiança,
deixar de comparecer, sem motivo justo; (Inciso depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
obrigado.
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
prestada por meio de hipoteca, a execução será
andamento do processo; (Inciso acrescido pela Lei nº
12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério
dias após a publicação) Público.
III - descumprir medida cautelar imposta Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou
cumulativamente com a fiança; (Inciso acrescido pela Lei metais preciosos, o juiz determinará a venda por
nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor leiloeiro ou corretor.
60 dias após a publicação)
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz,
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Inciso
verificando a situação econômica do preso, poderá
acrescido pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de
5/5/2011, em vigor 60 dias após a publicação)
conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
V - praticar nova infração penal dolosa. (Inciso acrescido obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste
pela Lei nº 12.403, de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
em vigor 60 dias após a publicação) Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282
todos os seus efeitos. deste Código. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.403,
de 4/5/2011, publicada no DOU de 5/5/2011, em vigor 60 dias após
a publicação)
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§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, indiquem a manutenção do vínculo associativo.
individual ou coletivo, da organização criminosa, (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
ainda que não pratique pessoalmente atos de
publicação)
execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois CAPÍTULO II - DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS
terços): DE OBTENÇÃO DA PROVA
I - se há participação de criança ou adolescente; Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em
a organização criminosa dessa condição para a lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
prática de infração penal; I - colaboração premiada;
III - se o produto ou proveito da infração penal II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; ópticos ou acústicos;
IV - se a organização criminosa mantém conexão III - ação controlada;
com outras organizações criminosas independentes; IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a telemáticas, a dados cadastrais constantes de
transnacionalidade da organização. bancos de dados públicos ou privados e a
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o informações eleitorais ou comerciais;
funcionário público integra organização criminosa, V - interceptação de comunicações telefônicas e
poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar telemáticas, nos termos da legislação específica;
do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e
remuneração, quando a medida se fizer necessária à fiscal, nos termos da legislação específica;
investigação ou instrução processual. VII - infiltração, por policiais, em atividade de
§ 6º A condenação com trânsito em julgado investigação, na forma do art. 11;
acarretará ao funcionário público a perda do cargo, VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
função, emprego ou mandato eletivo e a interdição distritais, estaduais e municipais na busca de provas
para o exercício de função ou cargo público pelo e informações de interesse da investigação ou da
prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento instrução criminal.
da pena. § 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos sobre a capacidade investigatória, poderá ser
crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de dispensada licitação para contratação de serviços
Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao técnicos especializados, aquisição ou locação de
Ministério Público, que designará membro para equipamentos destinados à polícia judiciária para o
acompanhar o feito até a sua conclusão. rastreamento e obtenção de provas previstas nos
§ 8º As lideranças de organizações criminosas incisos II e V. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.097, de
armadas ou que tenham armas à disposição deverão 19/1/2015)
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(Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na colaboração e suas tratativas, ou firmada
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
pessoalmente pela parte que pretende a colaboração
publicação)
e seu advogado ou defensor público.
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
formalização de acordo de colaboração demarca o
deve ser realizada sem a presença de advogado
início das negociações e constitui também marco de
constituído ou defensor público.
confidencialidade, configurando violação de sigilo e
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
tratativas iniciais ou de documento que as formalize,
solicitar a presença de outro advogado ou a
até o levantamento de sigilo por decisão judicial.
participação de defensor público.
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida
colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os
justificativa, cientificando-se o interessado.
quais concorreu e que tenham relação direta com os
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes
fatos investigados.
deverão firmar Termo de Confidencialidade para
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os
colaboração e os anexos com os fatos
órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
adequadamente descritos, com todas as suas
indeferimento posterior sem justa causa.
circunstâncias, indicando as provas e os elementos
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para
de corroboração. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
por si só, a suspensão da investigação, ressalvado vigor 30 dias após a publicação)
acordo em contrário quanto à propositura de Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
medidas processuais penais cautelares e conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
assecuratórias, bem como medidas processuais terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la
cíveis admitidas pela legislação processual civil em por restritiva de direitos daquele que tenha
vigor. colaborado efetiva e voluntariamente com a
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser investigação e com o processo criminal, desde que
precedido de instrução, quando houver necessidade dessa colaboração advenha um ou mais dos
de identificação ou complementação de seu objeto, seguintes resultados:
dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, I - a identificação dos demais coautores e partícipes
utilidade e interesse público. da organização criminosa e das infrações penais por
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de eles praticadas;
colaboração e de confidencialidade serão elaborados II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão
pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador de tarefas da organização criminosa;
e pelo advogado ou defensor público com poderes III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
específicos. atividades da organização criminosa;
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de proveito das infrações penais praticadas pela
nenhuma das informações ou provas apresentadas organização criminosa;
pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra V - a localização de eventual vítima com a sua
finalidade. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, integridade física preservada.
publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício
após a publicação)
levará em conta a personalidade do colaborador, a
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
estar instruída com procuração do interessado com
poderes específicos para iniciar o procedimento de
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repercussão social do fato criminoso e a eficácia da caso, entre o Ministério Público e o investigado ou
colaboração. acusado e seu defensor.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo,
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, termo, as declarações do colaborador e cópia da
com a manifestação do Ministério Público, poderão investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
requerer ou representar ao juiz pela concessão de colaborador, acompanhado de seu defensor,
perdão judicial ao colaborador, ainda que esse oportunidade em que analisará os seguintes
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aspectos na homologação: (Parágrafo com redação dada
aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
I - regularidade e legalidade; (Inciso acrescido pela Lei nº
Processo Penal).
13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
processo, relativos ao colaborador, poderá ser II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
igual período, até que sejam cumpridas as medidas nulas as cláusulas que violem o critério de definição
de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33
prescricional. do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o (Código Penal), as regras de cada um dos regimes
Ministério Público poderá deixar de oferecer previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de
denúncia se a proposta de acordo de colaboração julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos
referir-se a infração de cuja existência não tenha de progressão de regime não abrangidos pelo § 5º
prévio conhecimento e o colaborador: (Parágrafo com deste artigo; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a após a publicação)
publicação)
III - adequação dos resultados da colaboração aos
I - não for o líder da organização criminosa;
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
do caput deste artigo; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de
termos deste artigo. 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento vigor 30 dias após a publicação)
prévio da infração quando o Ministério Público ou a IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
autoridade policial competente tenha instaurado especialmente nos casos em que o colaborador está
inquérito ou procedimento investigatório para ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (Inciso
apuração dos fatos apresentados pelo colaborador. acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
publicação) fundamentada do mérito da denúncia, do perdão
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena,
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
progressão de regime ainda que ausentes os dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei
requisitos objetivos. nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas Processo Penal), antes de conceder os benefícios
entre as partes para a formalização do acordo de pactuados, exceto quando o acordo prever o não
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
polícia, o investigado e o defensor, com a deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
manifestação do Ministério Público, ou, conforme o (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada
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na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
publicação)
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
assistido por defensor.
renúncia ao direito de impugnar a decisão
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será
homologatória. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
decretada ou proferida com fundamento apenas nas
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação)
declarações do colaborador: (Parágrafo com redação dada
pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
proposta que não atender aos requisitos legais,
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Inciso acrescido
devolvendo-a às partes para as adequações pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do
necessárias. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.964, DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Inciso
em vigor 30 dias após a publicação) acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser III - sentença condenatória. (Inciso acrescido pela Lei nº
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo 13.964, de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso
caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
em que as provas autoincriminatórias produzidas
colaboração. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
pelo colaborador não poderão ser utilizadas
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
exclusivamente em seu desfavor. vigor 30 dias após a publicação)
§ 10-A. Em todas as fases do processo, deve-se § 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe
garantir ao réu delatado a oportunidade de que o colaborador cesse o envolvimento em conduta
manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob
réu que o delatou. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de pena de rescisão. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.964, de
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação) vigor 30 dias após a publicação)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo Art. 5º São direitos do colaborador:
homologado e sua eficácia. I - usufruir das medidas de proteção previstas na
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou legislação específica;
não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em II - ter nome, qualificação, imagem e demais
juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da informações pessoais preservados;
autoridade judicial. III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de demais coautores e partícipes;
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos IV - participar das audiências sem contato visual com
de gravação magnética, estenotipia, digital ou os outros acusados;
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
obter maior fidelidade das informações, garantindo- comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem
se a disponibilização de cópia do material ao sua prévia autorização por escrito;
colaborador. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.964, VI - cumprir pena ou prisão cautelar em
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
estabelecimento penal diverso dos demais corréus
em vigor 30 dias após a publicação)
ou condenados. (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.964,
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
de 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019,
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito em vigor 30 dias após a publicação)
ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada
dizer a verdade. deverá ser feito por escrito e conter:
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I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
II - as condições da proposta do Ministério Público ou limites e comunicará ao Ministério Público.
do delegado de polícia; § 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu forma a não conter informações que possam indicar
defensor; a operação a ser efetuada.
IV - as assinaturas do representante do Ministério § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
de seu defensor; delegado de polícia, como forma de garantir o êxito
V - a especificação das medidas de proteção ao das investigações.
colaborador e à sua família, quando necessário. § 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será circunstanciado acerca da ação controlada.
sigilosamente distribuído, contendo apenas Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição
informações que não possam identificar o de fronteiras, o retardamento da intervenção policial
colaborador e o seu objeto. ou administrativa somente poderá ocorrer com a
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração cooperação das autoridades dos países que figurem
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a como provável itinerário ou destino do investigado,
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do
oito) horas. produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao SEÇÃO III - Da Infiltração de Agentes
Ministério Público e ao delegado de polícia, como Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas
forma de garantir o êxito das investigações, de investigação, representada pelo delegado de
assegurando-se ao defensor, no interesse do polícia ou requerida pelo Ministério Público, após
representado, amplo acesso aos elementos de prova manifestação técnica do delegado de polícia quando
que digam respeito ao exercício do direito de defesa, solicitada no curso de inquérito policial, será
devidamente precedido de autorização judicial, precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
ressalvados os referentes às diligências em autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
andamento. § 1º Na hipótese de representação do delegado de
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
depoimentos do colaborador serão mantidos em Ministério Público.
sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa- § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não
publicidade em qualquer hipótese. (Parágrafo com puder ser produzida por outros meios disponíveis.
redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
publicação)
desde que comprovada sua necessidade.
SEÇÃO II - Da Ação Controlada
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
circunstanciado será apresentado ao juiz
intervenção policial ou administrativa relativa à ação
competente, que imediatamente cientificará o
praticada por organização criminosa ou a ela
Ministério Público.
vinculada, desde que mantida sob observação e
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de
acompanhamento para que a medida legal se
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o
concretize no momento mais eficaz à formação de
Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
provas e obtenção de informações.
tempo, relatório da atividade de infiltração.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia
administrativa será previamente comunicado ao juiz
infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput
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do art. 10, na internet, com o fim de investigar os 24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
vigor 30 dias após a publicação)
crimes previstos nesta Lei e a eles conexos,
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração
praticados por organizações criminosas, desde que
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
demonstrada sua necessidade e indicados o alcance
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
conexão ou cadastrais que permitam a identificação
Público e ao delegado de polícia responsável pela
dessas pessoas.
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-
investigações. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de
se:
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em
I - dados de conexão: informações referentes a hora, vigor 30 dias após a publicação)
data, início, término, duração, endereço de Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de sua identidade para, por meio da internet, colher
origem da conexão; indícios de autoria e materialidade dos crimes
II - dados cadastrais: informações referentes a nome previstos no art. 1º desta Lei.
e endereço de assinante ou de usuário registrado ou Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, deixar de observar a estrita finalidade da
identificação de usuário ou código de acesso tenha investigação responderá pelos excessos praticados.
sido atribuído no momento da conexão. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o publicação)
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criada, nos casos de infiltração de agentes na IV - não ter sua identidade revelada, nem ser
internet. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 13.964, de fotografado ou filmado pelos meios de comunicação,
24/12/2019, publicada na Edição Extra do DOU de 24/12/2019, em sem sua prévia autorização por escrito.
vigor 30 dias após a publicação)
SEÇÃO IV - Do Acesso a Registros, Dados
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
Cadastrais, Documentos e Informações
distribuído, de forma a não conter informações que
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público
possam indicar a operação a ser efetivada ou
terão acesso, independentemente de autorização
identificar o agente que será infiltrado.
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado
§ 1º As informações quanto à necessidade da
que informem exclusivamente a qualificação
operação de infiltração serão dirigidas diretamente
pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça
ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24
Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
(vinte e quatro) horas, após manifestação do
financeiras, provedores de internet e
Ministério Público na hipótese de representação do
administradoras de cartão de crédito.
delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão,
necessárias para o êxito das investigações e a
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e
segurança do agente infiltrado.
permanente do juiz, do Ministério Público ou do
§ 2º Os autos contendo as informações da operação
delegado de polícia aos bancos de dados de reservas
de infiltração acompanharão a denúncia do
e registro de viagens.
Ministério Público, quando serão disponibilizados à
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
defesa, assegurando-se a preservação da identidade
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição
do agente.
das autoridades mencionadas no art. 15, registros de
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente
identificação dos números dos terminais de origem e
infiltrado sofre risco iminente, a operação será
de destino das ligações telefônicas internacionais,
sustada mediante requisição do Ministério Público
interurbanas e locais.
ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata
SEÇÃO V - Dos Crimes Ocorridos na Investigação e
ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial.
na Obtenção da Prova
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação,
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
a devida proporcionalidade com a finalidade da
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
investigação, responderá pelos excessos praticados.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado
colaboração com a Justiça, a prática de infração
no curso da investigação, quando inexigível conduta
penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar
diversa.
informações sobre a estrutura de organização
Art. 14. São direitos do agente:
criminosa que sabe inverídicas:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de
investigações que envolvam a ação controlada e a
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
infiltração de agentes:
proteção a testemunhas;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais,
voz e demais informações pessoais preservadas
registros, documentos e informações requisitadas
durante a investigação e o processo criminal, salvo se
pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia,
houver decisão judicial em contrário;
no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
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publicação da demonstração dos fluxos de caixa. principais mercados de valores mobiliários. (Parágrafo
(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu § 6º As companhias fechadas poderão optar por
critério, disciplinar de forma diversa o registro de que observar as normas sobre demonstrações financeiras
trata o § 3º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Medida expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de as companhias abertas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
27/5/2009) 11.638, de 28/12/2007)
Escrituração § 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
em registros permanentes, com obediência aos SEÇÃO III - Balanço Patrimonial
preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos Grupo de Contas
princípios de contabilidade geralmente aceitos, Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
devendo observar métodos ou critérios contábeis segundo os elementos do patrimônio que registrem,
uniformes no tempo e registrar as mutações e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
patrimoniais segundo o regime de competência. análise da situação financeira da companhia.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
que houver modificação de métodos ou critérios decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la registrados, nos seguintes grupos:
em nota e ressaltar esses efeitos. I - ativo circulante; e (Inciso acrescido pela Medida Provisória
§ 2º A companhia observará exclusivamente em nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
livros ou registros auxiliares, sem qualquer II - ativo não circulante, composto por ativo realizável
modificação da escrituração mercantil e das a longo prazo, investimentos, imobilizado e
demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições intangível. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
da lei tributária, ou de legislação especial sobre a
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
atividade que constitui seu objeto, que prescrevam,
seguintes grupos:
conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou
I - passivo circulante; (Inciso acrescido pela Medida Provisória
critérios contábeis diferentes ou determinem
nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de
II - passivo não circulante; e (Inciso acrescido pela Medida
outras demonstrações financeiras. Provisória nº 449, de 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de
I - (revogado); 27/5/2009)
II - (revogado). (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, III - patrimônio líquido, dividido em capital social,
de 27/5/2009) reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
§ 3º As demonstrações financeiras das companhias reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela acumulados. (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 449, de
Comissão de Valores Mobiliários e serão 3/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
obrigatoriamente submetidas a auditoria por § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia
auditores independentes nela registrados. (Parágrafo não tiver direito de compensar serão classificados
com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) separadamente.
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas Ativo
pelos administradores e por contabilistas legalmente Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte
habilitados. modo:
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos
Mobiliários a que se refere o § 3º deste artigo deverão realizáveis no curso do exercício social subsequente e
ser elaboradas em consonância com os padrões as aplicações de recursos em despesas do exercício
internacionais de contabilidade adotados nos seguinte;
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a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço
destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e líquido de realização mediante venda no mercado,
(Alínea com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) deduzidos os impostos e demais despesas
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de necessárias para a venda, e a margem de lucro;
emissão, atualizado conforme disposições legais ou c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual
contratuais, ajustado ao valor provável de realização, possam ser alienados a terceiros.
quando este for inferior, no caso das demais d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se
aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Alínea obter em um mercado ativo, decorrente de
acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
transação não compulsória realizada entre partes
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e
independentes; e, na ausência de um mercado ativo
produtos do comércio da companhia, assim como
para um determinado instrumento financeiro:
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em (“Caput” da alínea acrescida pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de com a negociação de outro instrumento financeiro
mercado, quando este for inferior; de natureza, prazo e risco similares; (Item acrescido pela
III - os investimentos em participação no capital Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
social de outras sociedades, ressalvado o disposto 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros
nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, para instrumentos financeiros de natureza, prazo e
deduzido de provisão para perdas prováveis na risco similares; ou (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de
realização do seu valor, quando essa perda estiver 28/12/2007)
comprovada como permanente, e que não será 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-
modificado em razão do recebimento, sem custo estatísticos de precificação de instrumentos
para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; financeiros. (Item acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007)
IV - os demais investimentos, pelo custo de § 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos
aquisição, deduzido de provisão para atender às imobilizado e intangível será registrada
perdas prováveis na realização do seu valor, ou para periodicamente nas contas de: ("Caput" do parágrafo com
redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)
redução do custo de aquisição ao valor de mercado,
a) depreciação, quando corresponder à perda do
quando este for inferior;
valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso,
de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta
ação da natureza ou obsolescência;
de depreciação, amortização ou exaustão;
b) amortização, quando corresponder à perda do
VI - (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3/12/2008,
convertida na Lei nº 11.941, de 27/5/2009) valor do capital aplicado na aquisição de direitos da
VII - os direitos classificados no intangível, pelo custo propriedade industrial ou comercial e quaisquer
incorrido na aquisição deduzido do saldo da outros com existência ou exercício de duração
respectiva conta de amortização; (Inciso acrescido pela Lei limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por
nº 11.638, de 28/12/2007) prazo legal ou contratualmente limitado;
VIII - os elementos do ativo decorrentes de operações c) exaustão, quando corresponder à perda do valor,
de longo prazo serão ajustados a valor presente, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sendo os demais ajustados quando houver efeito sejam recursos minerais ou florestais, ou bens
relevante. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007) aplicados nessa exploração.
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera- § 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente,
se valor justo: (redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009) análise sobre a recuperação dos valores registrados
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:
o preço pelo qual possam ser repostos, mediante ("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei nº 11.941, de
27/5/2009)
compra no mercado;
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financeira da companhia. O conselho fiscal, se em § 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa nominativo remetido por via postal para o endereço
informação e, na companhia aberta, seus comunicado pelo acionista à companhia, ou
administradores encaminharão à Comissão de mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da em nome do acionista.
realização da assembleia-geral, exposição § 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou
justificativa da informação transmitida à assembleia. em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos pagos pela companhia à instituição financeira
termos do § 4º serão registrados como reserva depositária, que será responsável pela sua entrega
especial e, se não absorvidos por prejuízos em aos titulares das ações depositadas.
exercícios subsequentes, deverão ser pagos como § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação
dividendo assim que o permitir a situação financeira em contrário da assembleia-geral, no prazo de 60
da companhia. (sessenta) dias da data em que for declarado e, em
§ 6º Os lucros não destinados nos termos dos arts. qualquer caso, dentro do exercício social.
193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001)
Dividendos de Ações Preferenciais
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de
receber os dividendos fixos ou mínimos a que
tenham prioridade, inclusive os atrasados, se
cumulativos.
Dividendos Intermediários
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de
disposição estatutária, levantar balanço semestral,
poderá declarar, por deliberação dos órgãos de
administração, se autorizados pelo estatuto,
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição
estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos
em períodos menores, desde que o total dos
dividendos pagos em cada semestre do exercício
social não exceda o montante das reservas de capital
de que trata o § 1º do artigo 182.
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de
administração a declarar dividendos intermediários,
à conta de lucros acumulados ou de reservas de
lucros existentes no último balanço anual ou
semestral.
Pagamento de Dividendos
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações
nominativas à pessoa que, na data do ato de
declaração do dividendo, estiver inscrita como
proprietária ou usufrutuária da ação.
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4. As seções a seguir destacam as características do setor público selecionadas para serem incluídas no
desenvolvimento desta estrutura conceitual.
Volume e significância das transações sem contraprestação
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5. Em transação sem contraprestação, a entidade recebe o valor da outra parte sem dar diretamente em troca
valor aproximadamente igual. Tais transações são comuns no setor público. A quantidade e a qualidade dos
serviços públicos prestados a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos, normalmente, não são diretamente
proporcionais ao volume de tributos cobrados. O indivíduo ou o grupo pode ter que pagar tarifa ou taxa
adicional e/ou pode estar sujeito a cobranças específicas para ter acesso a determinados serviços. No entanto,
essas operações são, geralmente, transações sem contraprestação, porque o valor dos benefícios que
indivíduo ou grupo de indivíduos pode obter não será aproximadamente igual ao valor de quaisquer cobranças
pagas por eles. A natureza das transações sem contraprestação pode impactar a forma pela qual elas são
reconhecidas, mensuradas e evidenciadas, no sentido de dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos
serviços e dos provedores de recursos.
6. A tributação é uma transação que ocorre por força de lei e, portanto, uma transação sem contraprestação
entre entidades (ou indivíduos) e o governo. A distribuição das competências tributárias entre os níveis de
governo não é uniforme e depende da relação entre as competências tributárias do governo federal, dos
demais entes federativos e de outras entidades do setor público. As entidades internacionais do setor público
são financiadas principalmente por meio de transferências oriundas dos governos. Tal financiamento pode ser
regido por tratados e convenções e pode também ser voluntário.
7. Os governos e outras entidades do setor público são responsabilizáveis perante os provedores de recursos,
especialmente àqueles que proveem esses recursos por meio do pagamento de obrigações tributárias e de
outras obrigações da mesma natureza. O objetivo da prestação de contas e responsabilização (accountability)
relacionado com a elaboração e divulgação dos RCPGs consta no Capítulo 2, intitulado Objetivos e Usuários
da Informação Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
Importância do orçamento público
8. O governo e outras entidades do setor público elaboram orçamentos. No Brasil, a Constituição exige a
elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à sociedade. A
legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve conter. A sociedade fiscaliza a gestão das entidades
públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por meio de representantes. O orçamento
aprovado é utilizado como base para a definição dos níveis de tributação e de outras receitas, compondo o
processo de obtenção de autorização legislativa para a realização do gasto público.
9. Devido à importância do orçamento público aprovado, as informações que possibilitam aos usuários
compararem a execução orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto ao desempenho
das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a prestação de contas e a
responsabilização (accountability) e fornecem subsídios para o processo decisório relativo aos orçamentos dos
exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento
com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente utilizado para demonstrar a conformidade com os
requisitos legais relativos às finanças públicas. As necessidades dos usuários quanto às informações
orçamentárias são discutidas no Capítulo 2.
Natureza dos programas e longevidade do setor público
10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capacidade para cumprir os compromissos depende
dos tributos e das contribuições a serem arrecadados no futuro. Muitos compromissos decorrentes dos
programas do setor público e as prerrogativas para cobrar e arrecadar tributos futuros não se encaixam nas
definições de ativo e passivo apresentados no Capítulo 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis.
Portanto, os compromissos e as prerrogativas com essa característica não são reconhecidos nas
demonstrações contábeis.
11. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a situação patrimonial e o desempenho não fornecem
todas as informações que os usuários precisam conhecer a respeito dos programas de longo prazo. Os efeitos
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financeiros de determinadas decisões poderão ser observados após muitos anos. Dessa forma, os RCPGs, ao
conterem informações financeiras prospectivas acerca da sustentabilidade em longo prazo das finanças e de
programas essenciais da entidade do setor público, são documentos necessários para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, como será visto no Capítulo 2.
12. Embora o controle político possa mudar periodicamente, os estados soberanos, geralmente, têm existências
muito longas. Eles continuam a existir mesmo que passem por severas dificuldades financeiras e se tornem
inadimplentes com as obrigações oriundas da sua respectiva dívida soberana. Se os entes subnacionais
passarem por dificuldades financeiras, os governos nacionais podem, por exemplo, agir como credores em
última instância ou podem prestar garantias em larga escala para os empréstimos tomados por esses entes.
Nesse exemplo, os principais compromissos de prestação de serviços das entidades subnacionais podem
continuar a serem financiados pelo governo nacional (ou central). Em outros exemplos, as entidades do setor
público que são incapazes de liquidar as suas obrigações na data de vencimento podem continuar a existir por
meio da reestruturação de suas operações.
13. A continuidade das entidades do setor público (going concern principle) fundamenta a elaboração das
demonstrações contábeis. É necessário que a interpretação desse princípio expresse as questões discutidas
nos itens 11 e 12.
Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público
14. No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada para o
potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Em razão dos tipos
de serviços prestados, uma parcela significativa dos ativos utilizados pelas entidades do setor público é
especializada, como, por exemplo, os ativos de infraestrutura e os ativos militares. Pode existir mercado
limitado para esses ativos e, mesmo assim, eles podem necessitar de uma considerável adaptação para serem
utilizados por outros operadores. Esses fatores têm implicações para a mensuração desses ativos. O Capítulo
7, intitulado Mensuração de Ativos e Passivos nas Demonstrações Contábeis, discute as bases de mensuração
dos ativos no setor público.
15. Governos e outras entidades do setor público podem manter itens que contribuam para o legado cultural e
histórico da nação ou da região, como, por exemplo, obras de arte, prédios históricos e outros artefatos. Os
entes públicos também podem ser responsáveis por parques nacionais e outras áreas naturais relevantes com
fauna e flora nativas. Esses itens geralmente não são mantidos para serem vendidos, mesmo que o mercado
para eles exista. Além disso, os governos e as entidades do setor público, normalmente, têm a
responsabilidade de preservá-los e mantê-los para as gerações atuais e futuras.
16. Governos frequentemente exercem poderes sobre recursos naturais e outros recursos, como reservas
minerais, água, áreas de pesca, florestas e o espectro eletromagnético (bandas de frequência de transmissões
de telecomunicações). Esses poderes conferem aos governos a prerrogativa de concessão de licenças, a
obtenção de royalties ou a arrecadação de tributos pela utilização desses recursos. A definição e os critérios de
reconhecimento de ativo são discutidos nos capítulos 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contábeis,
e 6, intitulado Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis.
17. Governos e outras entidades do setor público incorrem em passivos relacionados aos seus objetivos de
prestação de serviços. Muitos passivos são oriundos de transações sem contraprestação e isso inclui aqueles
relacionados a programas direcionados ao fornecimento de benefícios sociais. Os passivos também podem
ser oriundos do papel governamental de credor em última instância de entidades com problemas financeiros,
e podem ser oriundos de quaisquer obrigações de transferência de recursos para afetados por desastres. A
definição de passivo e os critérios de reconhecimento são discutidos nos capítulos 5 e 6.
Papel regulador das entidades do setor público
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18. Muitos governos e outras entidades do setor público possuem poder de regulação de entidades que operam
em determinados setores da economia, de forma direta ou por meio de agências reguladoras. A principal razão
da regulação é assegurar o interesse público de acordo com objetivos definidos nas políticas públicas. A
intervenção regulatória também pode ocorrer quando existem mercados imperfeitos ou falhas de mercado
para determinados serviços, ou, ainda, para mitigar alguns fatores, como, por exemplo, a poluição. Essas
atividades regulatórias são conduzidas de acordo com o estabelecido na legislação.
19. Governos podem também se autorregularem e regularem outras entidades do setor público. Pode ser
necessário um julgamento para determinar se a regulação cria direitos ou obrigações para as entidades do
setor público, os quais irão requerer o reconhecimento de ativos e passivos, ou se a prerrogativa de modificar
essa regulação exerce impacto na forma que tais direitos e obrigações são contabilizados. O Capítulo 5 aborda
os direitos e as obrigações das entidades do setor público.
Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP)
20. Muitos governos produzem dois tipos de informações financeiras ex-post: (a) Estatísticas de Finanças Públicas
(EFP) do Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise macroeconômica e a tomada de
decisão; e (b) Demonstrações Contábeis de Propósito Geral (Demonstrações Contábeis) para a prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão ao nível da entidade, incluindo as
demonstrações contábeis consolidadas do governo.
20A. Os objetivos das informações contábeis e das estatísticas de finanças públicas são distintos e podem
ocasionar interpretações diferentes para o mesmo fenômeno, mas deve-se buscar, sempre que possível, o
alinhamento entre essas informações.
21. (Não convergido).
22. As demonstrações contábeis e os relatórios de EFP têm muito em comum. Ambas as estruturas de relatórios
estão voltadas para (a) informação contábil, baseada no regime de competência, (b) ativos, passivos, receitas
e despesas governamentais e (c) informações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Há uma considerável
sobreposição entre as duas estruturas de relatórios que sustentam essas informações.
23. No entanto, as NBCs TSP e as diretrizes para relatórios de EFP têm objetivos diferentes. O objetivo das
demonstrações contábeis das entidades do setor público é o fornecimento de informações úteis sobre a
entidade que reporta a informação, voltadas para os usuários dos RCPGs para fins de prestação de contas e
responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. Os relatórios de EFP são utilizados,
principalmente, para: (a) analisar opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus impactos; (b)
determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar os resultados fiscais nacional e internacionalmente. O
foco é sobre a avaliação do impacto do SGG e do setor público em geral sobre a economia, no âmbito da
estrutura conceitual das estatísticas macroeconômicas.
24. Os objetivos e o alcance distintos levam ao tratamento também distinto de algumas transações e eventos. A
eliminação das diferenças não fundamentais para os objetivos das duas estruturas conceituais e a utilização
de um único sistema de informação contábil integrado para gerar tanto as demonstrações contábeis quanto
os relatórios de EFP podem proporcionar benefícios aos usuários em termos de qualidade, tempestividade e
compreensibilidade dos relatórios. Essas questões e suas implicações foram consideradas no desenvolvimento
dos capítulos 2, 4, e 7.
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desenvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) e nas demais
disposições aplicáveis à elaboração e divulgação dos RCPGs.
Autoridade
1.2 (Não convergido).
1.2A Os requisitos obrigatórios relacionados ao reconhecimento, mensuração e apresentação das transações e
outros eventos e atividades evidenciados nos RCPGs são especificados nas demais NBCs TSP, aplicando-se,
subsidiariamente, os conceitos descritos nesta estrutura conceitual.
1.2B Em caso de eventual conflito entre esta estrutura conceitual e outras NBCs TSP, prevalecem as disposições
específicas vigentes nestas últimas em relação às constantes na primeira. As referências às NBCs TSP abrangem
as NBCs T 16 nas partes não revogadas destas últimas (ver dispositivos de revogação nas disposições finais desta
estrutura conceitual e nas demais NBCs TSP).
1.3 Esta estrutura conceitual pode fornecer orientações para lidar com situações a serem evidenciadas pelas
entidades do setor público que não são tratadas por outras NBCs TSP ou por outras disposições do CFC aplicáveis
às entidades do setor público. Nessas circunstâncias, os profissionais da contabilidade podem consultar e
considerar a aplicabilidade das definições, dos critérios de reconhecimento, dos princípios de mensuração e de
outros conceitos identificados nesta estrutura conceitual.
Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPG)
1.4 Os RCPGs são os componentes centrais da transparência da informação contábil dos governos e de outras
entidades do setor público, aprimorando-a e favorecendo-a. Os RCPGs são relatórios contábeis elaborados
para atender às necessidades dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender a finalidades ou
necessidades específicas de determinados grupos de usuários.
1.5 Alguns usuários da informação contábil podem ter a prerrogativa de exigir a elaboração de relatórios para
atender às suas necessidades específicas. Mesmo que esses usuários identifiquem que a informação fornecida
pelos RCPGs seja útil aos seus propósitos, esses relatórios não são elaborados especificamente para atender a
essas necessidades.
1.6 Os RCPGs podem compreender múltiplos relatórios, cada qual atendendo a certos aspectos dos objetivos e
do alcance da elaboração e divulgação da informação contábil. Os RCPGs abrangem as demonstrações
contábeis, incluindo as suas notas explicativas (doravante referido como demonstrações contábeis, a menos
que especificado em contrário). Os RCPGs abrangem também a apresentação de informações que aprimoram,
complementam e suplementam as demonstrações contábeis.
1.7 O alcance da elaboração e divulgação da informação contábil estabelece o limite relacionado às transações e
outros eventos e atividades que podem ser reportados nos RCPGs. O alcance dos relatórios é determinado
pela necessidade de informações dos usuários primários dos RCPGs e pelos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. Os fatores que determinam o que deve estar no alcance da informação
contábil são abordados no Capítulo 2.
Alcance da estrutura conceitual e das NBCs TSP
1.8 (Não convergido).
1.8A Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades do setor
público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito de entidades do setor
público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os tribunais
de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias,
fundações (instituídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas
congêneres das administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
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1.8B As empresas estatais dependentes são empresas controladas que recebem do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal, despesas de custeio em geral ou despesas de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
1.8C As empresas estatais independentes são todas as demais empresas controladas pelas entidades do setor
público que não se enquadram nas características expostas no item 1.8B, as quais, em princípio, não estão no
alcance desta estrutura conceitual e das demais NBCs TSP (ver item 1.8D).
1.8D As demais entidades não compreendidas no item 1.8A, incluídas as empresas estatais independentes,
poderão aplicar esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP de maneira facultativa ou por determinação dos
respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres.
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2.6 Os RCPGs, elaborados para atender às necessidades de informações dos usuários dos serviços e provedores
de recursos com a finalidade de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão,
podem também fornecer informações úteis para outros indivíduos ou entidades para propósitos distintos. Por
exemplo, os responsáveis pelas estatísticas de finanças públicas, os analistas, a mídia, os consultores
financeiros, os grupos de interesse público ou privado podem entender que a informação fornecida pelos
RCPGs é útil para os seus propósitos. As organizações que possuem a prerrogativa de exigir a elaboração de
relatório contábil estruturado para atender as suas necessidades específicas de informação podem também
utilizar a informação fornecida pelos RCPGs para os seus propósitos – como, por exemplo: agências
reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria, comissões do poder Legislativo ou de outro órgão do
governo, órgãos centrais de orçamento e controle, agências de classificação de risco e, em alguns casos,
entidades emprestadoras de recursos e de fomento. Mesmo que esses outros indivíduos ou entidades
encontrem informações úteis nos RCPGs, eles não são usuários primários desses relatórios. Assim, os RCPGs
não são elaborados e divulgados para atender a necessidades de informações específicas ou particulares.
Prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão
2.7 A principal função dos governos e de outras entidades do setor público é a de fornecer serviços que aprimorem
ou mantenham o bem-estar dos cidadãos e dos outros indivíduos. Esses serviços incluem, por exemplo:
programas e políticas de bem-estar, educação pública, segurança nacional e defesa nacional. Na maioria dos
casos, esses serviços são fornecidos como resultado de transação sem contraprestação em ambiente não
competitivo.
2.8 Governos e outras entidades do setor público devem prestar contas àqueles que proveem os seus recursos,
bem como àqueles que dependam deles para que os serviços sejam prestados durante determinado exercício
ou em longo prazo. O atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer o fornecimento de informações sobre a gestão dos recursos da entidade confiados com
a finalidade de prestação de serviços aos cidadãos e aos outros indivíduos, bem como a sua adequação à
legislação, regulamentação ou outra norma que disponha sobre a prestação dos serviços e outras operações.
Em razão da maneira pela qual os serviços prestados pelas entidades do setor público são financiados
(principalmente pela tributação e outras transações sem contraprestação) e da dependência dos usuários dos
serviços no longo prazo, o atendimento das obrigações relacionadas à prestação de contas e responsabilização
(accountability) requer também o fornecimento de informação sobre o desempenho da prestação dos serviços
durante o exercício e a capacidade de continuidade dos mesmos em exercícios futuros.
2.9 Os usuários dos serviços e os provedores de recursos também exigem informações como insumo para a
tomada de decisão, como, por exemplo:
(a) credores, doadores e outros que proveem recursos voluntariamente, incluindo transação com
contraprestação, tomam decisões sobre se proveem recursos para dar suporte às atividades atuais ou
futuras do governo ou de outra entidade do setor público. Em algumas circunstâncias, os membros do
legislativo ou órgão representativo semelhante, que dependem dos RCPGs para obter a informação de
que necessitam, podem tomar ou influenciar as decisões sobre os objetivos da prestação do serviço dos
departamentos, órgãos ou programas do governo e os recursos alocados para dar suporte à sua
realização; e
(b) os contribuintes normalmente não proveem recursos ao governo ou a outra entidade do setor público
voluntariamente ou como resultado de transação com contraprestação. Além disso, em muitos casos,
eles não detêm a prerrogativa de escolher se aceitam ou não os serviços prestados pela entidade do setor
público ou de escolher um prestador alternativo do serviço. Consequentemente, eles têm pouca
capacidade direta ou imediata para tomar decisões sobre prover recursos ao governo, sobre os recursos
a serem alocados para a prestação dos serviços por entidade do setor público em particular ou, ainda, se
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de serviços em períodos futuros, às atividades e objetivos da prestação de serviços, aos montantes e às fontes de
recuperação dos custos necessários para dar suporte a essas atividades.
2.13 Os provedores de recursos exigem informação como subsídio para as avaliações sobre se a entidade:
(a) está alcançando os objetivos estabelecidos de modo a justificar os recursos angariados durante o
exercício;
(b) financiou as operações atuais a partir dos recursos angariados dos contribuintes, de empréstimos ou de
outras fontes no período atual; e
(c) provavelmente necessita de recursos adicionais (ou menos recursos) no futuro e as fontes prováveis
destes recursos.
Os credores por empréstimos e outros credores exigem informação como insumo para avaliações da liquidez da
entidade e, portanto, se o montante e o prazo para pagamento estarão em conformidade com o que foi
contratado. Os doadores exigem informação para dar suporte às avaliações se a entidade está utilizando os
recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira pretendida. Eles também exigem informação
sobre as atividades previstas de prestação de serviços e as necessidades de recursos.
Informação fornecida pelos RCPGs
Situação patrimonial, desempenho e fluxos de caixa
2.14 A informação sobre a situação patrimonial do governo ou outra entidade do setor público possibilita aos
usuários identificarem os recursos da entidade e as demandas sobre esses recursos na data de divulgação do
relatório. Isso fornece informação útil como subsídio às avaliações de questões tais como:
(a) a extensão na qual a administração cumpriu suas obrigações em salvaguardar e administrar os recursos
da entidade;
(b) a extensão na qual os recursos estão disponíveis para dar suporte às atividades relativas à prestação de
serviços futuros e as mudanças durante o exercício relativas ao montante ou à composição desses
recursos, bem como as demandas sobre esses recursos; e
(c) os montantes e o cronograma de fluxos de caixa futuros necessários aos serviços e ao pagamento das
demandas existentes sobre os recursos da entidade.
2.15 A informação sobre o desempenho do governo ou de outra entidade do setor público orienta as avaliações
de questões, como, por exemplo, se a entidade adquiriu recursos com economicidade e os utilizou com eficácia
e eficiência para atingir os seus objetivos de prestação de serviços. A informação sobre os custos da prestação
de serviços e os montantes e fontes de recuperação desses custos durante o exercício irá auxiliar os usuários a
determinar se os custos operacionais foram recuperados a partir de, por exemplo, tributos, cobranças aos
usuários, contribuições e transferências, ou se foram financiados pelo aumento do nível de endividamento da
entidade.
2.16 A informação sobre os fluxos de caixa do governo ou de outra entidade do setor público contribui para as
avaliações do desempenho e da liquidez e da solvência da entidade. Ela indica como a entidade arrecadou e
utilizou os recursos durante o período, inclusive os empréstimos tomados e pagos, bem como as suas
aquisições e vendas, por exemplo, do seu ativo imobilizado. Identifica também os recursos recebidos a partir
de, por exemplo, tributos e investimentos ou as transferências de recursos concedidas ou recebidas em
transações com outros governos, órgãos governamentais ou organismos internacionais. A informação sobre
os fluxos de caixa também pode subsidiar as avaliações sobre a conformidade da entidade com o que foi
definido pelos responsáveis pela gestão financeira e informar a avaliação dos montantes e fontes prováveis de
recursos para dar suporte aos objetivos da prestação de serviços.
2.17 As informações sobre a situação patrimonial, sobre o desempenho e sobre os fluxos de caixa são
normalmente apresentadas nas demonstrações contábeis. Para auxiliar os usuários a entender, interpretar e
inserir em contexto a informação apresentada nas demonstrações contábeis, os RCPGs também podem
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2.24 A divulgação de informações não financeiras e de informações financeiras das atividades de prestação de
serviços, desempenho e/ou os resultados durante o exercício, fornecem insumos para avaliações da
economicidade, da eficiência e da eficácia das operações da entidade. A divulgação dessas informações é
necessária para que o governo ou outra entidade do setor público cumpra com suas obrigações de prestação
de contas e responsabilização (accountability) – isto é, justificar a utilização dos recursos captados da
sociedade ou em nome dela. Decisões de doadores sobre a alocação de recursos para entidades e programas
específicos são também tomadas com base em informação sobre os resultados da prestação de serviços
durante o período e os objetivos da prestação de serviços no futuro (pelo menos em parte).
Informações financeiras e não financeiras prospectivas
2.25 Dada a longevidade das entidades do setor público e de muitos programas governamentais, os efeitos
financeiros de muitas decisões tomadas no exercício somente podem se tornar evidentes vários anos depois.
As demonstrações contábeis que apresentam informação sobre a situação patrimonial em um ponto no tempo
e sobre o desempenho e os fluxos de caixa durante o exercício precisam ser avaliadas no contexto de longo
prazo.
2.26 As decisões tomadas pelo governo ou por outra entidade do setor público em determinado período sobre
programas para a prestação e financiamento de serviços no futuro podem ter consequências significativas
para:
(a) os usuários que são dependentes desses serviços no futuro; e
(b) as gerações atuais e futuras de contribuintes e outros provedores involuntários que recolhem tributos e
taxas para financiar as atividades planejadas de prestação de serviços e os compromissos financeiros
relacionados.
2.27 As informações sobre os objetivos e atividades previstas de prestação de serviços futuros, bem como o
impacto provável nas necessidades futuras de recursos pela entidade e as fontes de financiamento prováveis,
são necessárias como subsídio para qualquer avaliação da capacidade do governo ou de outra entidade do
setor público em satisfazer aos seus compromissos financeiros e de prestação de serviços no futuro. A
evidenciação de tais informações nos RCPGs permite avaliações da sustentabilidade da prestação de serviços
pelo governo ou outra entidade do setor público, aprimora a prestação de contas e responsabilização
(accountability) e fornece informação útil adicional para fins de tomada de decisão.
Informação explicativa
2.28 As informações sobre os principais fatores relacionados ao desempenho e aos resultados da prestação de
serviços da entidade durante o exercício e sobre as premissas que corroboram as expectativas sobre esses
fatores que provavelmente irão influenciar o desempenho futuro da entidade podem ser apresentadas nos
RCPGs em notas explicativas às demonstrações contábeis ou em relatórios separados. Tal informação irá
auxiliar os usuários a entenderem melhor, e no contexto adequado, as informações financeiras e não
financeiras incluídas nos RCPGs e, ainda, aprimorar o papel dos RCPGs, no sentido de fornecer informação útil
para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
Demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e suplemente
2.29 O alcance da informação contábil estabelece o limite das transações, outros eventos e atividades que
podem ser reportadas nos RCPGs. Para responder às necessidades de informação dos usuários, esta estrutura
conceitual reflete o alcance da informação contábil, que é mais abrangente do que é evidenciado pelas
demonstrações contábeis. Ela fornece a apresentação nos RCPGs de informação adicional que aprimore,
complemente e suplemente essas demonstrações.
2.30 Mesmo que a estrutura conceitual preveja que o alcance da informação contábil seja mais abrangente do
que aquela evidenciada nas demonstrações contábeis, a informação apresentada nestas últimas permanece
sendo o núcleo da informação contábil. A forma na qual os elementos das demonstrações contábeis são
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definidos, reconhecidos e mensurados e as formas de apresentação e comunicação que podem ser adotadas
para a informação incluída nos RCPGs são consideradas em outros capítulos desta estrutura conceitual, e no
desenvolvimento de outras normas, quando for apropriado.
Outras fontes de informação
2.31 Os RCPGs têm papel significativo em fornecer a informação necessária para dar suporte ao cumprimento da
obrigação do governo ou de outra entidade do setor público em prestar contas, assim como o de fornecer
informação útil para a tomada de decisão. Entretanto, é improvável que os RCPGs forneçam todas as informações
que os usuários necessitem para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Consequentemente, os usuários dos serviços e os provedores de recursos podem também considerar
informação de outras fontes, inclusive os relatórios sobre as condições econômicas atuais e projetadas,
orçamentos e conjunturas governamentais, além de informação sobre as iniciativas de políticas governamentais
não relatadas nos RCPGs.
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questões, tais como: a extensão na qual os gestores cumpriram as suas responsabilidades pelo uso
eficiente e eficaz dos recursos; a realização dos objetivos especificados da prestação de serviços; e o
cumprimento da legislação e de regulamentos orçamentários, além de outros.
3.8 Os RCPGs podem apresentar informação acerca dos objetivos, custos e atividades previstas de prestação
de serviços, além do montante e das fontes de recursos que se destinam a serem alocadas na prestação
de serviços no futuro. Tal informação voltada para o futuro tem valor preditivo e é relevante para fins de
prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. A informação sobre
fenômenos econômicos e outros que existam ou já tenham ocorrido também pode ter valor preditivo ao
auxiliar a formar expectativas sobre o futuro. Por exemplo, a informação que confirma ou refuta
expectativas passadas pode reforçar ou alterar expectativas sobre o desempenho e os resultados da
prestação de serviços que possam ocorrer no futuro.
3.9 As funções confirmatória e preditiva da informação são inter-relacionadas, por exemplo, a informação
sobre o nível e a estrutura atual dos recursos da entidade e as demandas por esses recursos auxilia os
usuários a confirmarem o resultado das estratégias de gestão durante o período, além de preverem a
capacidade da entidade em responder às mudanças e às necessidades previstas relacionadas à prestação
de serviços no futuro. A mesma informação auxilia a confirmar ou a corrigir as expectativas e previsões
passadas dos usuários acerca da capacidade da entidade de responder a tais alterações. Auxilia também
a confirmar ou corrigir as informações financeiras prospectivas incluídas nos RCPGs anteriores.
Representação fidedigna
3.10 Para ser útil como informação contábil, a informação deve corresponder à representação fidedigna
dos fenômenos econômicos e outros que se pretenda representar. A representação fidedigna é alcançada
quando a representação do fenômeno é completa, neutra e livre de erro material. A informação que
representa fielmente um fenômeno econômico ou outro fenômeno retrata a substância da transação, a
qual pode não corresponder, necessariamente, à sua forma jurídica.
3.11Na prática, pode não ser possível ter certeza ou saber se a informação apresentada nos RCPGs está
completa, neutra e livre de erro material. Entretanto, a informação deve estar completa, neutra e livre de
erro material tanto quanto possível.
3.12 A omissão de algumas informações pode fazer com que a representação do fenômeno econômico
ou outro qualquer seja falsa ou enganosa, não sendo útil para os usuários dos RCPGs. Por exemplo, a
descrição completa de item do imobilizado nos RCPGs deve incluir a representação numérica do
montante agregado do item juntamente com outras informações quantitativas, descritivas e explicativas
necessárias para representar fielmente essa classe de ativo. Em alguns casos, isso pode incluir a
evidenciação de informação sobre questões, tais como: as classes importantes do imobilizado; os fatores
que afetaram a sua utilização no passado ou que podem impactar a sua utilização no futuro; e a base e o
processo para determinar a sua representação numérica. Do mesmo modo, as informações financeiras e
não financeiras prospectivas e a informação sobre o cumprimento dos objetivos e dos resultados incluídos
nos RCPGs devem ser apresentadas em conjunto com as premissas-chave e quaisquer explicações que
sejam necessárias para assegurar que a sua representação seja completa e útil para os usuários.
3.13A neutralidade da informação contábil corresponde à ausência de viés. Isso significa que a seleção e a
apresentação das informações financeiras e não financeiras não devem ser feitas com a intenção de se
atingir um resultado particular predeterminado, por exemplo, para influenciar a avaliação dos usuários
acerca da prestação de contas e responsabilização (accountability) por parte da entidade, para uma
decisão ou julgamento que está para ser feito, ou, ainda, para induzir a determinado comportamento.
3.14 A informação neutra representa fielmente os fenômenos econômicos e outros fenômenos que ela
se propõe a representar. Contudo, exigir que a informação incluída nos RCPGs seja neutra não significa
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que não haja propósito ou que não influencie algum comportamento. A relevância é uma característica
qualitativa, e, por definição, a informação relevante é capaz de influenciar as avaliações e as decisões dos
seus usuários.
3.15 Os fenômenos econômicos e outros fenômenos representados nos RCPGs ocorrem normalmente
sob condições de incerteza. Desse modo, a informação incluída nos RCPGs frequentemente apresenta
estimativas que incorporam o julgamento de valor dos gestores. Para representar fielmente o fenômeno
econômico ou de outra natureza, a estimativa deve ser baseada em dados apropriados e cada um deles
precisa refletir a melhor informação disponível. Deve-se ter o devido cuidado ao se lidar com condições
de incerteza. Às vezes, pode ser necessário divulgar explicitamente o nível de incerteza das informações
financeiras e não financeiras para representar fielmente fenômenos econômicos ou de outra natureza.
3.16 Estar livre de erro material não significa exatidão completa em todos os aspectos. Estar livre de
erro material significa que não há erros ou omissões que sejam individualmente ou coletivamente
relevantes na descrição do fenômeno, e que o processo utilizado para produzir a informação relatada foi
aplicado conforme descrito. Em alguns casos, pode ser possível determinar a exatidão de alguma
informação incluída nos RCPGs, por exemplo, o montante da transferência de disponibilidades para outra
esfera de governo, o volume dos serviços prestados ou o valor pago pela aquisição de item do imobilizado.
Entretanto, em outros casos pode não ser possível determinar a exatidão da informação, por exemplo,
pode não ser possível estimar a eficácia de programa de prestação de serviços com exatidão ou o valor ou
custo do item. Nesses casos, a estimativa está livre de erro material se o montante for descrito claramente
como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e
se nenhum erro material tiver sido identificado na seleção e na aplicação do processo de elaboração da
estimativa.
Compreensibilidade
3.17A compreensibilidade é a qualidade da informação que permite que os usuários compreendam o seu
significado. Os RCPGs devem apresentar a informação de maneira que corresponda às necessidades e à
base do conhecimento dos usuários, bem como a natureza da informação apresentada. Por exemplo, as
explicações acerca das informações financeiras e não financeiras e as informações adicionais acerca da
prestação de serviços e outros resultados durante o exercício, além das expectativas para os períodos
futuros, devem ser escritas em linguagem simples e apresentadas de maneira que sejam prontamente
compreensíveis pelos usuários. A compreensão é aprimorada quando a informação é classificada e
apresentada de maneira clara e sucinta. A comparabilidade pode também aprimorar a
compreensibilidade.
3.18 Espera-se que os usuários dos RCPGs tenham conhecimento razoável das atividades da entidade
e do ambiente no qual ela funciona, além de serem capazes e preparados para lerem os RCPGs e revisar
e analisar a informação apresentada com a diligência apropriada. Alguns fenômenos econômicos e de
outra natureza são particularmente complexos e difíceis de serem representados nos RCPGs, e alguns
usuários podem precisar de ajuda de assistente para auxiliá-los em sua compreensão. Todos os esforços
devem ser realizados para representar os fenômenos econômicos e de outra natureza incluídos nos
RCPGs de maneira que seja compreensível para a grande quantidade de usuários. Contudo, a informação
não deve ser excluída dos RCPGs somente pelo fato de ser muito complexa ou ser difícil para alguns
usuários compreenderem sem a devida assistência.
Tempestividade
3.19 Tempestividade significa ter informação disponível para os usuários antes que ela perca a sua
capacidade de ser útil para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
decisão. Ter informação disponível mais rapidamente pode aprimorar a sua utilidade como insumo para
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Verificabilidade
3.26 A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos usuários que a informação
contida nos RCPGs representa fielmente os fenômenos econômicos ou de outra natureza que se propõe
a representar. A suportabilidade, ou seja, a qualidade referente àquilo que dá suporte a algo, algumas
vezes é utilizada para descrever esta qualidade, quando aplicada em relação à informação explicativa e à
informação quantitativa financeira e não financeira prospectiva divulgada nos RCPGs. Quer referida como
verificabilidade ou como suportabilidade, a característica implica que dois observadores esclarecidos e
independentes podem chegar ao consenso geral, mas não necessariamente à concordância completa, em
que:
(a) a informação representa os fenômenos econômicos e de outra natureza, os quais se pretende representar
sem erro material ou viés; ou
(b) o reconhecimento apropriado, a mensuração ou o método de representação foi aplicado sem erro
material ou viés.
3.27 Para ser verificável, a informação não precisa ser um ponto único estimado. Um intervalo de
possíveis valores e suas probabilidades relacionadas também pode ser utilizado.
3.28 A verificação pode ocorrer de forma direta ou indireta. Com a verificação direta, o montante ou
outra representação podem ser verificados em si mesmos, tais como: pela contagem de caixa; pela
observação de títulos negociáveis e suas cotações de preço; ou pela confirmação de que os fatores
identificados que influenciaram o desempenho passado estejam presentes e relacionados com os efeitos
identificados. Com a verificação indireta, o montante ou outra representação podem ser verificados ao se
checar os dados e recalcular os resultados utilizando a mesma convenção ou metodologia contábil. Um
exemplo corresponde à verificação do valor contábil do estoque por meio da conferência das entradas
(quantidades e custos) e do recálculo do estoque final utilizando o mesmo método de mensuração (por
exemplo, custo médio ou “primeiro que entra, primeiro que sai” (PEPS)).
3.29 A qualidade da verificabilidade (ou suportabilidade, se tal termo for utilizado para descrever essa
característica) não é absoluta – alguma informação pode ser mais ou menos passível de verificação do que
outra. Contudo, quanto mais verificável for a informação incluída nos RCPGs, mais se irá assegurar aos
usuários de que a informação representa fielmente os fenômenos econômicos, ou de outra natureza os
quais se pretende representar.
3.30 Os RCPGs podem incluir informação financeira e outra informação quantitativa, além de
explicação sobre (a) as influências-chave a respeito do desempenho da entidade durante o período; (b) os
efeitos ou resultados futuros projetados dos programas de prestação de serviços realizados durante o
período; e (c) informações financeiras e não financeiras prospectivas. Pode não ser possível verificar a
exatidão de todas as representações quantitativas e explicações de tal informação até período futuro.
3.31Para ajudar a assegurar aos usuários de que a informação quantitativa financeira e não financeira
(prospectivas) e as explicações incluídas nos RCPGs representam fielmente os fenômenos econômicos ou
de outra natureza os quais se pretende representar, deve haver transparência nas premissas observadas
em relação à informação divulgada, nas metodologias adotadas na compilação dessa informação e nos
fatores e nas circunstâncias que apoiam quaisquer opiniões expressas ou evidenciações feitas. Isso
possibilita aos usuários formar opinião sobre a adequabilidade dessas premissas e sobre o método de
compilação, mensuração, representação e interpretação da informação.
RESTRIÇÕES ACERCA DA INFORMAÇÃO INCLUÍDA NOS RCPGS
Materialidade
3.32 A informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar o cumprimento do dever
de prestação de contas e responsabilização (accountability), ou as decisões que os usuários tomam com
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base nos RCPGs elaborados para aquele exercício. A materialidade depende tanto da natureza quanto do
montante do item analisado dentro das particularidades de cada entidade. Os RCPGs podem englobar
informação qualitativa e quantitativa acerca do cumprimento da prestação de serviços durante o período
de referência e das expectativas sobre a prestação de serviço e o desempenho no futuro.
Consequentemente, não é possível especificar um limite quantitativo uniforme no qual determinada
informação se torna material.
3.33As avaliações de materialidade são feitas no contexto do ambiente legislativo, institucional e operacional
dentro do qual as entidades funcionam e, em relação às informações financeiras e não financeiras
prospectivas, o conhecimento de quem as elabora e as expectativas acerca do futuro. A evidenciação da
informação sobre a conformidade, ou não, com a legislação, regulamentação ou outro normativo pode
ser material devido à sua natureza, independentemente da magnitude de quaisquer dos montantes
envolvidos. Nesse contexto, ao se determinar se um item é material, deve-se levar em consideração
questões, tais como a natureza, a legalidade, a sensibilidade e os efeitos de eventos e transações passados
ou previstos; as partes envolvidas em tais transações; e as circunstâncias que deram origem a essas
transações.
3.34 De acordo com esta estrutura conceitual, a materialidade é classificada como uma restrição na
informação incluída nos RCPGs. Ao se desenvolver as NBCs TSP e outras disposições, deve-se considerar a
materialidade dos efeitos da aplicação de uma política contábil específica. Sujeitas aos requisitos de quaisquer
NBCs TSP, a entidade, ao elaborar os RCPGs, deve considerar também a materialidade, por exemplo, da
aplicação de uma política contábil específica e da evidenciação em separado de determinados itens da
informação.
Custo-benefício
3.35 A informação contábil impõe custos, e seus benefícios devem justificá-los. Avaliar se os benefícios da
informação justificam seus custos é, com frequência, uma questão de julgamento de valor, pois não é
possível identificar todos os custos e todos os benefícios da informação incluída nos RCPGs.
3.36 Os custos, para fornecerem a informação, incluem os de coleta, de processamento e de verificação e/ou
de apresentação das premissas e das metodologias que dão suporte a elas, além dos de disseminação.
Os usuários incorrem nos custos da análise e interpretação. A omissão da informação útil também impõe
custos, inclusive aqueles em que os usuários incorrem na obtenção de informação necessária de
terceiros, além dos custos advindos da tomada de decisão utilizando dados incompletos fornecidos pelos
RCPGs.
3.37 Os responsáveis pelos RCPGs envidam a maior parte dos seus esforços para agregar informação aos
relatórios. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de recursos acabam por assumir os custos
desses esforços, uma vez que os recursos são redirecionados da prestação de serviços para a elaboração
da informação dos RCPGs.
3.38 Os usuários em geral obtêm a maior parte dos benefícios das informações fornecidas nos RCPGs.
Contudo, a informação elaborada para os RCPGs também pode ser utilizada internamente pela
administração, influenciando o processo decisório por parte dela. A evidenciação da informação nos RCPGs,
consistente com os conceitos desta estrutura conceitual e das NBCs TSP e com outras disposições do CFC,
deve aprimorar e reforçar as percepções da transparência da informação contábil pelos governos e outras
entidades do setor público, além de contribuir para a avaliação mais precisa da dívida pública por agentes
externos. Portanto, as entidades do setor público podem beneficiar-se de diversas maneiras da informação
fornecida nos RCPGs.
3.39 A aplicação da restrição custo-benefício envolve avaliar se os benefícios de divulgar a informação
provavelmente justificam os custos incorridos para fornecê-la e utilizá-la. Ao fazer essa avaliação, é
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necessário considerar se uma ou mais características qualitativas podem ser sacrificadas até certo ponto
para reduzir o custo.
3.40 Ao se desenvolverem as NBCs TSP, leva-se em consideração a informação obtida dos responsáveis
pelas demonstrações, dos usuários, da academia e de outros atores, acerca da natureza e dos benefícios
esperados, bem como dos custos dos requisitos propostos.
Equilíbrio entre as características qualitativas
3.41 As características qualitativas funcionam, conjuntamente, para contribuir com a utilidade da informação.
Por exemplo, nem a descrição que represente fielmente um fenômeno irrelevante, nem a descrição que
represente de modo não fidedigno um fenômeno relevante resultam em informação útil. Do mesmo
modo, para ser relevante, a informação precisar ser tempestiva e compreensível.
3.42 Em alguns casos, o equilíbrio ou a compensação (trade-off) entre as características qualitativas pode ser
necessário para se alcançar os objetivos da informação contábil. A importância relativa das
características qualitativas em cada situação é uma questão de julgamento profissional. A meta é
alcançar o equilíbrio apropriado entre as características para satisfazer aos objetivos da elaboração e da
divulgação da informação contábil.
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5.1 Este capítulo define os elementos utilizados nas demonstrações contábeis e fornece explicação adicional
acerca dessas definições.
Elementos e sua importância
5.2 As demonstrações contábeis retratam os efeitos financeiros e não financeiros das transações e outros
eventos ao agrupá-los em classes amplas que compartilham características econômicas comuns. Essas
classes amplas são denominadas elementos das demonstrações contábeis. Os elementos correspondem
às estruturas básicas a partir das quais as demonstrações contábeis são elaboradas. Essas estruturas
fornecem um ponto inicial para reconhecer, classificar e agregar dados e atividades econômicas de
maneira a fornecer aos usuários informação que satisfaça aos objetivos e atinja as características
qualitativas da informação contábil, levando em consideração as restrições sobre a informação incluída
nos RCPGs.
5.3 Os elementos definidos neste capítulo não se referem aos itens individuais que são reconhecidos como
resultado de transações e eventos. As subclassificações dos itens individuais dentro de um elemento e as
agregações de itens são utilizadas para aprimorar a compreensibilidade das demonstrações contábeis. A
apresentação dos RCPGs é tratada no Capítulo 8, intitulado Apresentação de Informação no Relatório
Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
5.4Em algumas circunstâncias, para assegurar que as demonstrações contábeis forneçam informação útil
para uma avaliação significativa do desempenho e da situação patrimonial da entidade, o reconhecimento de
fenômenos econômicos não capturados pelos elementos definidos neste capítulo pode ser necessário.
Consequentemente, a identificação dos elementos neste capítulo não impede as NBCs TSP de exigirem ou
permitirem o reconhecimento de recursos ou obrigações que não satisfaçam a definição de elemento
identificada neste capítulo (doravante referidos como “outros recursos” ou “outras obrigações”), quando
necessário no sentido de se alcançarem os objetivos da informação contábil.
Elementos
5.5 Os elementos definidos neste capítulo são:
(a) ativo;
(b) passivo;
(c) receita;
(d) despesa;
(e) contribuição dos proprietários;
(f) distribuição aos proprietários.
ATIVO
Definição
5.6 Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado.
Recurso
5.7 Recurso é um item com potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios econômicos. A
forma física não é uma condição necessária para um recurso. O potencial de serviços ou a capacidade de
gerar benefícios econômicos podem surgir diretamente do próprio recurso ou dos direitos de sua
utilização. Alguns recursos incluem os direitos da entidade a uma série de benefícios, inclusive, por
exemplo, o direito a:
(a) utilizar o recurso para a prestação de serviços (inclusive bens);
(b) utilizar os recursos de terceiros para prestar serviços como, por exemplo, arrendamento mercantil;
(c) converter o recurso em caixa por meio da sua alienação;
(d) beneficiar-se da valorização do recurso; ou
(e) receber fluxos de caixa.
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5.8 O potencial de serviços é a capacidade de prestar serviços que contribuam para alcançar os objetivos da
entidade. O potencial de serviços possibilita a entidade alcançar os seus objetivos sem, necessariamente,
gerar entrada líquida de caixa.
5.9 Os ativos do setor público que ensejam potencial de serviços podem ser representados pelos ativos de
recreação, do patrimônio cultural, comunitários, de defesa nacional e outros que sejam mantidos pelos
governos e outras entidades do setor público e que sejam utilizados para a prestação de serviços a
terceiros. Tais serviços podem ser para consumo coletivo ou individual. Vários serviços podem ser
fornecidos em áreas onde não haja concorrência de mercado ou concorrência limitada de mercado. A
utilização e a alienação de tais ativos podem ser restritas, já que muitos ativos que ensejam potencial de
serviços são especializados por natureza.
5.10 Os benefícios econômicos correspondem a entradas de caixa ou a reduções das saídas de caixa. As
entradas de caixa (ou as reduções das saídas de caixa) podem derivar, por exemplo:
(a) da utilização do ativo na produção e na venda de serviços; ou
(b) da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos.
Controlado no presente pela entidade
5.11 A entidade deve ter o controle do recurso. O controle do recurso envolve a capacidade da entidade
em utilizar o recurso (ou controlar terceiros na sua utilização) de modo que haja a geração do potencial
de serviços ou dos benefícios econômicos originados do recurso para o cumprimento dos seus objetivos
de prestação de serviços, entre outros.
5.12 Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente, deve ser observada a existência dos
seguintes indicadores de controle:
(a) propriedade legal;
(b) acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o acesso a esses;
(c) meios que assegurem que o recurso seja utilizado para alcançar os seus objetivos; ou
(d) a existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou à capacidade para gerar os benefícios
econômicos advindos do recurso.
Embora esses indicadores não sejam determinantes conclusivos acerca da existência do controle, sua
identificação e análise podem subsidiar essa decisão.
5.12A A propriedade legal do recurso, tal como terreno ou equipamento, é um dos métodos para se verificar
o potencial de serviços ou os benefícios econômicos de um ativo. No entanto, os direitos ao potencial de
serviços ou à capacidade de gerar benefícios econômicos podem existir sem que se verifique a propriedade
legal do recurso. Por exemplo, os direitos ao potencial de serviços ou à capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da manutenção e utilização de item patrimonial arrendado são verificados sem que haja
a propriedade legal do próprio item arrendado. Portanto, a propriedade legal do recurso não é uma
característica essencial de um ativo. No entanto, a propriedade legal é um indicador de controle.
5.12B O direito de acesso ao recurso pode fornecer à entidade a capacidade para determinar se pode, ou não:
(a) utilizar diretamente o potencial de serviços do recurso para prestar serviços aos usuários;
(b) trocar o recurso por outro ativo, tal como caixa; ou
(c) utilizar o ativo em quaisquer outras maneiras de modo a prestar serviços ou gerar benefícios econômicos.
5.12C Enquanto o acesso ao recurso é crucial, existem recursos aos quais a entidade tem acesso que não dá
origem a ativos como, por exemplo, o ar. Portanto, a capacidade de acessar o recurso precisa ser
suplementada pela capacidade de negar ou restringir o acesso de terceiros ao recurso, por exemplo, (a) a
entidade pode decidir se estabelece entrada grátis ao museu ou restringe o acesso daqueles que não pagam
a taxa, e (b) o governo pode controlar um recurso natural sob o seu território ao qual pode restringir o acesso
de terceiros. Demandas legalmente aplicáveis relativas a recursos específicos como, por exemplo, o direito
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de acesso a uma rodovia ou o direito de explorar um território na busca por recursos minerais, poderia
representar um ativo para o titular. No entanto, a entidade pode ser capaz de acessar o potencial de serviços
ou a capacidade de gerar benefícios econômicos associados ao recurso sem que haja a necessidade de
obtenção de direitos jurídicos.
Evento passado
5.13 A definição de ativo exige que o recurso controlado pela entidade no presente tenha surgido de
transação ou outro evento passado. Podem existir diversas transações passadas ou outros eventos que
resultem no ganho do controle do recurso pela entidade e, por conseguinte, o caracterize como ativo. As
entidades podem obter ativos por intermédio da sua compra em transação com contraprestação, bem
como pelo seu desenvolvimento. Os ativos também podem surgir de transações sem contraprestação,
inclusive por meio do exercício dos direitos soberanos. O poder de tributar ou emitir licenças, acessar,
restringir ou negar acesso aos benefícios oriundos de recursos intangíveis como, por exemplo, o espectro
eletromagnético (bandas de frequência de transmissões de telecomunicações), são exemplos dos
poderes específicos do setor público e dos direitos que podem dar origem a ativos. Ao se avaliar o
surgimento do direito de controle de recursos, os seguintes eventos devem ser considerados: (a) a
capacidade geral para exercer o poder; (b) a constituição de poder por meio de lei, estatuto ou
instrumento congênere; (c) o exercício do poder de criar um direito; e (d) o evento que dá origem ao direito
de receber recursos de terceiros. O ativo surge quando o poder for exercido e os direitos de receber
recursos existirem.
PASSIVO
Definição
5.14 Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na
saída de recursos da entidade.
Obrigação presente
5.15 As entidades do setor público podem ter uma série de obrigações. Obrigação presente é uma
obrigação que ocorre por força de lei (obrigação legal ou obrigação legalmente vinculada) ou uma
obrigação que não ocorre por força de lei (obrigação não legalmente vinculada), as quais não possam ser
evitadas pela entidade.
Saída de recursos da entidade
5.16 Um passivo deve envolver uma saída de recursos da entidade para ser liquidado ou extinto. A
obrigação que pode ser liquidada ou extinta sem a saída de recursos da entidade não é um passivo.
5.16A Para os fins desta estrutura conceitual, os termos “liquidado” ou “liquidação” não se confundem com os
termos correspondentes utilizados na execução orçamentária, conforme legislação brasileira sobre orçamento.
Evento passado
5.17Para satisfazer a definição de passivo, é necessário que a obrigação presente surja como resultado de
transação ou de outro evento passado e necessite da saída de recursos da entidade para ser extinta. A
complexidade inerente ao setor público faz com que eventos diversos referentes ao desenvolvimento,
implantação e execução de determinado programa ou atividade possam gerar obrigações. Para fins de
elaboração e divulgação da informação contábil, é necessário determinar se tais compromissos e
obrigações, inclusive aqueles que não possam ser evitados pela entidade, mas que não ocorrem por força
de lei (obrigações não legalmente vinculadas), são obrigações presentes e satisfazem a definição de
passivo. Quando a transação tem forma jurídica e é vinculada, tal como um contrato, o evento passado
pode ser identificado de forma inequívoca. Em outros casos, pode ser mais difícil identificar o evento
passado e é necessário fazer uma avaliação de quando a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa
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realista de evitar a saída de recursos. Ao se fazer tal avaliação, fatores jurisdicionais devem ser levados
em consideração pela entidade.
Obrigações legais e não legalmente vinculadas
5.18 As obrigações vinculadas podem ser obrigações legais (ou legalmente vinculadas) ou não
legalmente vinculadas. As obrigações vinculadas podem originar-se tanto de transações com
contraprestação quanto de transações sem contraprestação. A obrigação deve estar relacionada a um
terceiro para poder gerar um passivo. A entidade não pode obrigar a si mesma, mesmo quando tenha
divulgado publicamente a intenção de se comportar de determinado modo. A identificação de terceiros
é uma indicação da existência de obrigação que dá origem a um passivo. Entretanto, não é essencial saber
a identidade dos terceiros antes da época da extinção do passivo para que a obrigação presente exista.
5.19 Muitas transações que dão origem à obrigação preveem prazos de liquidação. A existência de
prazo de liquidação pode fornecer uma indicação de que a obrigação envolve a saída de recursos e origina
um passivo. Entretanto, existem muitos contratos ou acordos que não preveem prazos para a liquidação.
A ausência de data de liquidação não impede que a obrigação origine um passivo.
Obrigações legais
5.20 Obrigação legal (ou legalmente vinculada) é exigível por força de lei. Tais obrigações exigíveis
podem advir de uma série de dispositivos legais. Transações com contraprestação normalmente são de
natureza contratual e, portanto, exigíveis por meio do direito contratual ou equivalente. Para alguns tipos
de transações sem contraprestação, é necessário julgamento profissional para se determinar se a
obrigação é exigível por força de lei. Quando for definido que a obrigação é exigível por força de lei, não
há dúvida que a entidade não tem realisticamente alternativa alguma para evitar a obrigação e que,
consequentemente, o passivo existe.
5.21 Algumas obrigações relacionadas a transações com contraprestação não são rigorosamente
exigíveis por terceiros na data de apresentação das informações contábeis, mas serão exigíveis no
transcurso do tempo sem que terceiros tenham que satisfazer outras condições – ou ter que realizar
qualquer outra ação – antes da liquidação. As demandas que são exigíveis incondicionalmente em razão
do transcurso do tempo são obrigações exigíveis no contexto da definição de passivo.
5.22 O poder soberano é a autoridade maior do governo para fazer, aditar e vetar os dispositivos legais.
A existência do poder soberano não é uma condição para se concluir que a obrigação não satisfaz a
definição de passivo conforme esta estrutura conceitual. A situação jurídica deve ser avaliada a cada
apresentação da informação contábil para determinar se a obrigação deixa de ser vinculada e de satisfazer
a definição de passivo.
Obrigações não legalmente vinculadas
5.23 Passivos podem surgir de obrigações não legalmente vinculadas. Estas se diferenciam das
obrigações legais, pois as partes a quem as obrigações dizem respeito não podem tomar ações legais para
liquidá-las. Obrigações não legalmente vinculadas que geram passivos têm as seguintes características:
(a) a entidade indica a terceiros, por meio de um padrão estabelecido de práticas passadas, políticas
publicadas ou de declaração específica, que aceitará certas responsabilidades;
(b) como resultado de tal indicação, a entidade cria uma expectativa válida da parte de terceiros de que
cumprirá com essas responsabilidades; e
(c) a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista para evitar o cumprimento da obrigação
gerada a partir dessas responsabilidades.
5.24 No setor público, as obrigações podem surgir em uma série de eventos. Por exemplo, na
implementação de programa ou serviço, a obrigação pode decorrer:
(a) da realização de promessa política, tal como compromisso eleitoral;
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5.30 Despesa corresponde a diminuições na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas de
distribuições aos proprietários.
5.31 Receitas e despesas originam-se de transações com contraprestação e sem contraprestação, de outros
eventos, tais como: aumentos e decréscimos não realizados de ativos e passivos; do consumo dos ativos
por meio da depreciação; e da redução do potencial de serviços e da capacidade de gerar benefícios
econômicos por meio da redução ao valor recuperável. Receitas e despesas podem ser originadas de
transações individuais ou de grupos de transações.
Superávit ou déficit do exercício
5.32 O superávit ou o déficit da entidade para o exercício é a diferença entre as receitas e as despesas que
constam na demonstração que evidencia o desempenho das entidades do setor público.
Contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários
5.33 Contribuição dos proprietários corresponde a entrada de recursos para a entidade a título de contribuição
de partes externas, que estabelece ou aumenta a participação delas no patrimônio líquido da entidade.
5.34 Distribuição aos proprietários corresponde a saída de recursos da entidade a título de distribuição a
partes externas, que representa retorno sobre a participação ou a redução dessa participação no
patrimônio líquido da entidade.
5.35 É importante distinguir os conceitos de despesa e receita dos conceitos de distribuição aos proprietários
e contribuição dos proprietários, inclusive as entradas que estabelecem inicialmente suas participações
na entidade. Além do aporte de recursos e do pagamento de dividendos que podem ocorrer, é
relativamente comum que ativos e passivos sejam transferidos entre entidades do setor público. Sempre
que tais transferências satisfizerem as definições de contribuição dos proprietários ou de distribuição aos
proprietários, elas devem ser contabilizadas como tal.
5.36 As participações dos proprietários podem surgir na criação da entidade quando outra entidade contribui
com recursos para dar à nova entidade a capacidade de iniciar suas operações. No setor público, as
contribuições ou as distribuições de recursos são, algumas vezes, relacionadas à reestruturação do
governo e irão tomar a forma de transferências de ativos e passivos em vez de transações em espécie. As
participações dos proprietários podem tomar diferentes formas, podendo não ser evidenciadas por meio
de instrumento de capital próprio.
5.37 A contribuição dos proprietários pode tomar a forma de aporte inicial de recursos na criação da entidade
ou de aporte de recursos subsequente, inclusive quando da reestruturação da entidade. Já a distribuição
aos proprietários pode ser: (a) o retorno sobre investimento; (b) o retorno total ou parcial de
investimentos; ou (c) no caso da extinção ou reestruturação da entidade, o retorno de qualquer recurso
residual.
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6.3 Todos os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimento são inseridos nas demonstrações contábeis.
Em algumas circunstâncias, determinada NBC TSP pode também especificar que, para alcançar os
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil, um recurso ou obrigação que não
satisfaça a definição de elemento deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis desde que possa
ser mensurado de maneira que satisfaça as características qualitativas e as restrições sobre a informação
incluída nos RCPGs. Outros recursos e outras obrigações são discutidos no Capítulo 5.
6.4 O reconhecimento envolve a avaliação da incerteza relacionada à existência e à mensuração do elemento.
As condições que dão origem à incerteza, se existirem, podem mudar. Portanto, é importante que a
incerteza seja avaliada em cada data de divulgação do relatório.
Definição de elemento
6.5 Para ser reconhecido como elemento, o item precisa satisfazer a definição de um dos elementos descritos
no Capítulo 5. A incerteza sobre a existência de elemento é examinada ao considerar a evidência
disponível para emitir julgamento neutro sobre se o item satisfaz todas as características essenciais da
definição de elemento, considerando todos os fatos e circunstâncias disponíveis na data do relatório.
6.6 Caso se determine que o elemento, de fato, existe, a incerteza sobre o montante do potencial de serviços
ou da capacidade de gerar benefícios econômicos representados por ele deve ser levado em consideração
na sua mensuração (ver itens 6.7 e 6.8). Os responsáveis pela elaboração dos RCPGs revisam e avaliam
toda a evidência disponível ao determinarem se o elemento existe e deve ser reconhecido, se aquele
elemento continua a se qualificar para o reconhecimento (ver item 6.9), ou se houve mudança em
elemento existente.
Incerteza quanto à mensuração
6.7 Para se reconhecer um item nas demonstrações contábeis, é necessário atribuir um valor monetário a ele.
Isso requer escolher a base de mensuração apropriada e determinar se a mensuração do item cumpre as
características qualitativas, levando-se em consideração as restrições acerca da informação nos RCPGs,
inclusive que a mensuração seja suficientemente relevante e fidedignamente representativa para o item
a ser reconhecido nas demonstrações contábeis. A seleção da base de mensuração adequada é
considerada no Capítulo 7.
6.8 Pode haver incerteza associada à mensuração de montantes apresentados nas demonstrações contábeis.
O uso de estimativas é parte essencial da contabilidade sob o regime de competência. Uma decisão
acerca da relevância e da representação fidedigna da mensuração envolve a consideração de técnicas
como, por exemplo, utilizar intervalos de resultados e estimativas pontuais, e se uma evidência adicional
sobre as circunstâncias econômicas existentes na data do relatório está disponível. A evidenciação pode
fornecer informação útil sobre as técnicas de estimativa empregadas. Pode haver raras circunstâncias nas
quais o nível de incerteza em um único ponto da estimativa é tão grande que a relevância e a
representação fidedigna da medida utilizada são questionáveis, mesmo que haja a evidenciação das
técnicas de estimativa utilizadas. Nessas circunstâncias, o item não deve ser reconhecido.
Evidenciação e reconhecimento
6.9 A falha ao se reconhecer itens que satisfazem a definição de elemento e os critérios de reconhecimento
utilizados não é convalidada pela evidenciação das políticas contábeis, notas ou outro detalhe explicativo.
Contudo, a evidenciação pode fornecer informação sobre os itens que satisfazem muitas características
que definem o elemento, mas nem todas. A evidenciação pode também fornecer informação sobre os
itens que satisfazem a definição de elemento, mas que não podem ser mensurados de maneira que
satisfaça suficientemente as características qualitativas e ir de encontro aos objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil. A evidenciação é apropriada quando o conhecimento sobre o item é
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considerado relevante para a avaliação da situação patrimonial líquida da entidade e, portanto, satisfaz
os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil.
Desreconhecimento
6.10 O desreconhecimento é o processo de avaliar se ocorreram mudanças, desde a data do relatório
anterior, que justifiquem a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido nas
demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais mudanças ocorrerem. Ao se avaliar a
incerteza sobre a existência do elemento, os mesmos critérios devem ser utilizados para o
desreconhecimento, tais como aqueles utilizados no reconhecimento inicial.
7.3 A seleção da base de mensuração para ativos e passivos contribui para satisfazer aos objetivos da
elaboração e divulgação da informação contábil pelas entidades do setor público ao fornecer informação
que possibilita os usuários avaliarem:
(a) o custo dos serviços prestados no período, em termos históricos ou atuais;
(b) a capacidade operacional – a capacidade da entidade em dar suporte à prestação de serviços no futuro
por meio de recursos físicos e outros; e
(c) a capacidade financeira – a capacidade da entidade em financiar as suas próprias atividades.
7.4 A seleção da base de mensuração também pressupõe a avaliação do grau de observância das
características qualitativas enquanto considera as restrições sobre a informação nos RCPGs.
Bases de mensuração e sua seleção
7.5 No nível de estrutura conceitual, não é possível identificar uma única base de mensuração que melhor
atenda ao objetivo da mensuração. Portanto, a estrutura conceitual não propõe uma única base de
mensuração (ou a combinação de bases de mensuração) para todas as transações, eventos e condições.
A estrutura conceitual fornece orientação na seleção da base de mensuração para ativos e passivos.
7.6 As seguintes bases de mensuração para os ativos são identificadas e discutidas à luz da informação que
fornecem sobre o custo de serviços prestados, a capacidade operacional e a capacidade financeira da
entidade, além da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;
(b) valor de mercado(*);
(c) custo de reposição ou substituição;
(d) preço líquido de venda;
(e) valor em uso.
(*)
Justificativa em relação à adoção do valor de mercado em substituição ao valor justo (fair value):
Esta estrutura conceitual não propôs o valor justo (fair value) como uma das bases de mensuração para ativos
e passivos. Em substituição, propôs o valor de mercado, o qual foi definido do mesmo modo que o valor
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justo, ou seja, o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo extinto, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em transação sem favorecimentos.
O IPSASB/Ifac alega que o valor justo, no contexto do setor público, é semelhante ao valor de mercado e a
inclusão de ambas as bases de mensuração poderia ser confusa para os usuários dos RCPGs. Assim, esta
estrutura conceitual convergida, em vez de incluir a definição de valor justo baseada em valor de saída, ou a
definição de valor justo específica para o setor público, incluiu o valor de mercado como uma das bases de
mensuração.
No entanto, ressalta-se que a base de mensuração sob o valor justo ainda deverá permanecer em algumas
IPSAS editadas pelo IPSASB/Ifac após a estrutura conceitual e em algumas NBCs TSP convergidas, pois o
IPSASB/Ifac, gradualmente, irá rever as bases de mensuração constante das IPSAS de modo a excluir o valor
justo. Trata-se do projeto denominado Mensurações no Setor Público (Public Sector Measurement).
Os itens BC7.20 a 7.28 do documento original do IPSASB/Ifac (The Conceptual Framework for General Purpose
Financial Reporting by Public Sector Entities) expõem de maneira detalhada as razões pelas quais houve a
substituição da mensuração baseada no valor justo para o valor de mercado.
O Quadro 1 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de
saída; (b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas, ou não, para a entidade (*).
(*)
Em alguns casos, o julgamento de valor é emitido para se classificar a base de mensuração, em
particular, como observável ou não observável e/ou como específica ou não específica para a entidade.
7.7 As seguintes bases de mensuração dos passivos são identificadas e discutidas à luz (a) da informação que
fornecem sobre o custo dos serviços prestados, da capacidade operacional e da capacidade financeira da
entidade, e (b) da extensão na qual fornecem informação que satisfaça as características qualitativas:
(a) custo histórico;
(b) custo de cumprimento da obrigação;
(c) valor de mercado;
(d) custo de liberação; e
(e) preço presumido.
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O Quadro 2 resume essas bases de mensuração em termos de: (a) se fornecem valores de entrada ou de saída;
(b) se são observáveis no mercado; e (c) se são específicas para a entidade ou não.
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são equivalentes ao montante no qual foram evidenciados. Os aumentos no valor do ativo não são
refletidos no modelo do custo histórico. Caso o ativo tenha sido adquirido em transação sem
contraprestação, o valor da transação não fornece informação sobre a capacidade operacional.
(*)
Quando não for o caso, a mensuração inicial pelo custo histórico deve ser reduzida pelo montante da
redução ao valor recuperável.
Capacidade financeira
7.18 O montante no qual os ativos são apresentados nas demonstrações contábeis auxilia na avaliação
da capacidade financeira. O custo histórico pode fornecer informação sobre o montante dos ativos que
pode ser utilizado como garantia efetiva para empréstimos. A avaliação da capacidade financeira
também exige informação sobre o montante que poderia ser recebido pela venda do ativo e reinvestido
em outros ativos para fornecer serviços diferentes. O custo histórico não fornece essa informação quando
é significativamente diferente dos valores de saída atuais.
Aplicação das características qualitativas
7.19 Os itens 7.16 a 7.18 explicam as áreas nas quais o custo histórico fornece informação relevante em
termos do seu valor confirmatório ou preditivo. Frequentemente, a aplicação do custo histórico é direta,
porque a informação da transação está disponível prontamente. Como resultado, os montantes derivados
do modelo do custo histórico são, geralmente, representações fidedignas na medida em que representam
o que pretendem representar, isto é, o custo de se adquirir ou desenvolver um ativo baseado nas
transações efetivamente ocorridas. As estimativas de depreciação e redução ao valor recuperável
utilizadas no modelo do custo histórico, particularmente para ativos não geradores de caixa, podem
afetar a fidedignidade da representação da informação. Pelo fato da aplicação do custo histórico
geralmente refletir os recursos consumidos com referência às transações efetivamente ocorridas, as
medidas dessa aplicação são verificáveis, compreensíveis e podem ser elaboradas em tempo hábil.
7.20 A informação do custo histórico é comparável na extensão em que os ativos tenham a mesma data
de aquisição ou data similar. Como o custo histórico não reflete o impacto das mudanças do preço, não é
possível comparar os montantes dos ativos que foram adquiridos em épocas distintas quando os preços
variarem significativamente.
7.21 Em determinadas circunstâncias, a aplicação do custo histórico pressupõe o uso de alocações, por
exemplo, quando:
(a) vários ativos são adquiridos em uma única transação;
(b) os ativos são construídos pela própria entidade e os custos operacionais e outros gastos têm que ser
atribuídos; e
(c) a utilização de método de mensuração, tal como o primeiro a entrar é o primeiro a sair (PEPS), é
necessária quando vários ativos semelhantes são mantidos. Na medida em que tais alocações forem
arbitrárias, faz com que se reduza a extensão na qual a mensuração atende às características qualitativas.
Mensurações a valor corrente
7.22 As mensurações a valor corrente refletem o ambiente econômico vigente na data de apresentação
do relatório.
7.23 Existem quatro bases de mensuração a valor corrente para os ativos:
(a) valor de mercado;
(b) custo de reposição ou substituição;
(c) preço líquido de venda; e
(d) valor em uso.
Valor de mercado
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7.24 Valor de mercado para ativos é o montante pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes
cientes e dispostas, em transação sob condições normais de mercado.
7.25 Na aquisição, o valor de mercado e o custo histórico são os mesmos, caso os custos da transação
sejam ignorados e a transação seja uma transação com contraprestação. A extensão na qual o valor de
mercado satisfaz os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil e as necessidades de
informação dos usuários depende, parcialmente, da qualidade das evidências do mercado. Essas, por sua
vez, dependem das características do mercado no qual o ativo é comercializado. O valor de mercado é
especialmente apropriado quando se julga que a diferença entre os valores de entrada e de saída
provavelmente não será significativa ou o ativo é mantido com a intenção de ser vendido.
7.26 Em princípio, os valores de mercado fornecem informação útil porque refletem, de maneira
adequada, o valor do ativo para a entidade. Em mercado aberto, ativo e organizado (ver item 7.28), o ativo
não pode valer menos do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode obter esse montante pela
venda, e o ativo também não pode valer mais do que o valor de mercado, uma vez que a entidade pode
obter potencial de serviços equivalente ou capacidade de gerar benefícios econômicos pela compra do
mesmo ativo.
7.27A utilidade dos valores de mercado é mais questionável quando não se observa a premissa de que os
mercados são abertos, ativos e organizados. Em tais circunstâncias, não se pode presumir que o ativo
possa ser vendido pelo mesmo valor pelo qual ele pode ser adquirido e é necessário determinar se o valor
de saída ou de entrada é a medida mais útil. Os valores de mercado baseados em valores de saída são
úteis para ativos que são mantidos para comercialização como, por exemplo, certos instrumentos
financeiros, mas pode não ser útil para ativos operacionais especializados. Além disso, enquanto a compra
de um ativo fornece evidência de que o valor do ativo para a entidade é, pelo menos, tão grande quanto
o seu preço de compra, os fatores operacionais podem significar que o valor para a entidade pode ser
maior. Desse modo, os valores de mercado podem não refletir o valor do ativo para a entidade,
representado pela sua capacidade operacional.
Valores de mercado em mercado aberto, ativo e organizado
7.28 Os mercados abertos, ativos e organizados têm as seguintes características:
(a) não existem barreiras que impeçam a entidade de realizar transações no mercado;
(b) eles são mercados ativos e, assim, há frequência e volume suficientes de transações para fornecer
informação sobre o valor; e
(c) eles são organizados, com compradores e vendedores bem informados, agindo sem impulsos, de modo
a haver garantia de imparcialidade na determinação dos preços correntes, inclusive que os preços não
representem vendas precipitadas.
Mercado organizado é aquele que funciona de maneira confiável, segura, precisa e eficiente. Tais mercados
lidam com ativos que são idênticos e, portanto, mutuamente intercambiáveis como, por exemplo,
commodities, moedas e títulos em que os preços são públicos. Na prática, poucos mercados, se houver,
exibem plenamente todas essas características, mas alguns poderão se aproximar de mercado organizado tal
como descrito.
Valores de mercado em que os mercados não podem ser considerados abertos, ativos e organizados
7.29 Os mercados de ativos que sejam únicos e raramente comercializados não são abertos, ativos e
organizados, ou seja, quaisquer compras e vendas são negociadas individualmente e pode haver grande
amplitude de valores pelos quais uma transação pode ser acordada. Portanto, os participantes incorrem
em custos significativos para comprar ou vender um ativo. Em tais circunstâncias, é necessário utilizar
uma estimativa do valor de venda, à data de mensuração e conforme as condições presentes de mercado.
Custos dos serviços
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7.30 A receita da prestação de serviços evidenciada nas demonstrações contábeis deve ser mensurada
com base nos valores relativos ao exercício. Caso os ativos utilizados para prestar os serviços sejam
mensurados pelo valor de mercado, a alocação do custo dos ativos para refletir o seu consumo no período
se baseia nele.
7.31 A utilização de valores do mercado permite que o retorno sobre os ativos seja determinado. Contudo, as
entidades do setor público normalmente não realizam atividades com o objetivo principal de gerar lucros,
e os serviços, com frequência, são prestados por meio de transações sem contraprestação ou em
condições subsidiadas. Consequentemente, pode haver pouca relevância nas informações de resultados
decorrentes de saídas baseadas em valores de mercado.
7.32 Conforme observado no item 7.30, a receita da prestação de serviços evidenciada nas
demonstrações contábeis deve ser mensurada com base nos valores correntes no exercício. Assim, o
superávit ou o déficit do período inclui movimentações de valores que acontecem durante o período no
qual os ativos e passivos são mantidos e nenhum resultado é evidenciado na venda do ativo. Quando o
ativo é comercializado em mercado aberto, ativo e organizado, a existência do mercado fornece
segurança à entidade para constatar o valor de mercado (e nada além disso) à data do relatório. Portanto,
é desnecessário adiar o reconhecimento das mudanças no valor até que o ganho seja realizado no ato da
venda. Contudo, quando os ativos utilizados para prestar serviços não são comercializados em mercados
abertos, ativos e organizados (ou em mercados assemelhados), a relevância da receita e da despesa
relacionadas às mudanças no valor de mercado é questionável.
Capacidade operacional
7.33A informação sobre o valor de mercado dos ativos mantidos para prestar serviços futuros é útil se refletir
o valor que a entidade é capaz de obter deles ao utilizá-los na prestação de serviços. Entretanto, se o valor
de mercado baseado em valores de saída for significativamente menor do que o custo histórico, o valor
de mercado é provavelmente menos relevante do que o custo histórico para fornecer informação sobre a
capacidade operacional. Além disso, esse valor de mercado também é provavelmente menos relevante
do que as medidas correntes baseadas em valores de entrada.
Capacidade financeira
7.34 A avaliação da capacidade financeira requer a informação sobre o montante que deveria ser
recebido na venda do ativo. Essa informação é fornecida pelo valor de mercado.
Aplicação das características qualitativas
7.35Os valores determinados em mercados abertos, ativos e organizados podem ser prontamente utilizados
para fins de elaboração e divulgação da informação contábil. Nesses casos, a informação irá satisfazer as
características qualitativas, isto é, é relevante, fidedignamente representada, compreensível, comparável
e verificável. Em tais condições de mercado, os valores de entrada e de saída podem ser assumidos como
sendo os mesmos ou muito semelhantes. Pelo fato de ser em tempo hábil, tal informação,
provavelmente, também é tempestiva.
7.36 A extensão na qual os valores de mercado satisfazem as características qualitativas diminui na
medida em que a qualidade das evidências de mercado diminui e a determinação de tais valores é baseada
em estimativas. Conforme indicado acima, os valores de mercado baseados em valores de saída somente
são relevantes para avaliações da capacidade financeira e, não, para as avaliações dos custos dos serviços
e da capacidade operacional.
Custo de reposição ou substituição
7.37 Custo de reposição(*) ou substituição é o custo mais econômico exigido para a entidade substituir
o potencial de serviços de ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de sua alienação ao
final da sua vida útil) na data do relatório.
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(*)
O termo completo é “custo de reposição depreciado otimizado”, que se refere à reposição do
potencial de serviços incorporado em ativo e, não, o próprio ativo (ver item 7.41). O termo “custo de
reposição” foi utilizado para fins desta estrutura conceitual.
7.38 O custo de reposição difere do valor de mercado porque:
(a) no contexto do setor público, é, explicitamente, um valor de entrada que reflete o custo de reposição do
potencial de serviços do ativo;
(b) inclui todos os custos que seriam, necessariamente, incorridos na reposição do potencial de serviços do
ativo; e
(c) é específico à entidade e, portanto, reflete a posição econômica da entidade em vez da posição
predominante em mercado hipotético. Por exemplo, o custo de reposição de veículo é menor para a
entidade que normalmente adquire grande número de veículos em uma única transação e é capaz de
negociar descontos do que para a entidade que compra os veículos individualmente.
7.39 Como as entidades normalmente adquirem os seus ativos pelo meio mais econômico disponível, o custo
de reposição reflete o processo de compra ou de construção que a entidade geralmente observa. O custo
de reposição reflete a substituição do potencial de serviços no curso normal das operações e, não, os
custos que poderiam ser incorridos caso surgisse a necessidade urgente resultante de evento
imprevisível, tal como um incêndio.
7.40 O custo de reposição corresponde ao custo para substituir o potencial de serviços do ativo. O custo de
reposição adota a abordagem otimizada e difere do custo de reprodução, que é o custo de se adquirir um
ativo idêntico(*). Ainda que, em muitos casos, a substituição mais econômica do potencial de serviços
corresponda à compra de ativo semelhante ao que é controlado, o custo de reposição se baseia em ativo
alternativo caso forneça o mesmo potencial de serviços, com custo menor. Para os fins da informação
contábil, portanto, é necessário evidenciar a diferença no potencial de serviços entre o ativo existente e
o ativo substituto.
(*)
Podem existir casos em que o custo de reposição seja igual ao custo de reprodução. Isto é, a maneira
mais econômica de se substituir o potencial de serviços é reproduzir o ativo.
7.41 O potencial de serviços apropriado é aquele no qual a entidade seja capaz de utilizar ou espera utilizar,
tendo em vista a necessidade de se manter capacidade de serviços suficiente para lidar com as
contingências. Dessa maneira, o custo de reposição do ativo reflete a redução na capacidade de serviço
exigida. Por exemplo, se a entidade possui uma escola que comporte quinhentos alunos, mas, devido a
mudanças demográficas desde a sua construção, seja adequada uma escola para cem alunos para as
necessidades atuais e razoavelmente requeridas, o custo de reposição do ativo é aquele de uma escola
para cem alunos.
7.42 Em alguns casos, o valor a ser obtido do ativo será maior do que o seu custo de reposição. Contudo, não
seria apropriado mensurar o ativo por aquele valor, uma vez que ele inclui os benefícios das atividades
futuras, em vez do potencial de serviços na data do relatório. O custo de reposição representa o maior
valor potencial do ativo, já que, por definição, a entidade deve ser capaz de assegurar o potencial de
serviços equivalente ao incorrer no custo de reposição.
Custo dos serviços
7.43 O custo de reposição fornece uma medida relevante do custo de prestação de serviços. O custo de
consumo do ativo é equivalente ao montante do sacrifício do potencial de serviços incorrido por essa
utilização. Esse montante é o seu custo de reposição – a entidade é capaz de restaurar a sua posição para
aquela imediatamente anterior ao consumo do ativo pelo desembolso igual ao custo de reposição.
7.44 Os custos dos serviços devem ser evidenciados em termos presentes quando baseados no custo de
reposição. Assim, o montante do ativo consumido deve ser reconhecido pelo valor dos ativos à época em
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que foram consumidos – e não na época em que foram adquiridos, como custo histórico. Isso fornece
uma base válida para a comparação entre o custo dos serviços e o montante de tributos e outras receitas
recebidos no período – os quais são geralmente as transações do período atual e mensuradas aos valores
atuais – e para avaliar se os recursos foram utilizados com economicidade e eficiência. Fornece também
uma base útil para comparação com outras entidades que evidenciam na mesma base, já que os valores
do ativo não são afetados pelas diferentes datas de aquisição, além de possibilitar a avaliação do custo
de se prestar serviços futuros e das necessidades futuras de recursos, já que os custos futuros
provavelmente serão mais assemelhados aos custos presentes do que aqueles incorridos no passado,
quando os valores eram diferentes (ver também o item 7.48).
Capacidade operacional
7.45 Em princípio, o custo de reposição fornece uma medida útil dos recursos disponíveis para prestar os
serviços no futuro, uma vez que está centrado no valor atual dos ativos e o seu potencial de serviços para
a entidade.
Capacidade financeira
7.46 O custo de reposição não fornece informação sobre os montantes que seriam recebidos na venda de
ativos. Portanto, não facilita a avaliação da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.47 Conforme observado anteriormente, o custo de reposição é relevante para avaliações do custo dos
serviços e da capacidade operacional, mas não é relevante para avaliações da capacidade financeira. Em
algumas circunstâncias, o cálculo do custo de reposição é complexo e exige opiniões subjetivas. Esses
fatores podem reduzir a representação fidedigna do custo de reposição. Nesse contexto, a
tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade da informação elaborada com base no custo de
reposição podem ser afetadas e o custo de reposição pode ser mais dispendioso do que algumas outras
alternativas. A informação do custo de reposição pode também não ser de compreensão direta,
especialmente quando a informação reflete a redução na capacidade de serviços exigida (ver item 7.41).
7.48 A informação do custo de reposição é comparável dentro da entidade quando os ativos que fornecem
potencial de serviços equivalentes são informados em montantes semelhantes, independentemente de
quando tiverem sido adquiridos. Em princípio, entidades diferentes podem evidenciar ativos
semelhantes em montantes diferentes porque o custo de reposição é uma medida específica que reflete
as oportunidades de substituição que estão disponíveis para a entidade. As oportunidades de
substituição podem ser as mesmas ou semelhantes para diferentes entidades do setor público. Quando
são diferentes, a vantagem econômica da entidade que é capaz de adquirir o ativo de forma menos
dispendiosa é evidenciada nas demonstrações contábeis por meio de valores mais baixos dos ativos e de
menor custo de serviços, de modo a ser uma representação fidedigna.
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como base de mensuração se a entidade for capaz de utilizar os seus recursos de maneira mais eficiente
ao empregar o ativo de outra maneira, por exemplo, ao utilizá-lo na prestação de serviços.
7.52 O preço líquido de venda é útil, portanto, quando o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto
de vista dos recursos, for vender o ativo. Esse é o caso quando o ativo não puder fornecer potencial de
serviços ou gerar benefícios econômicos ao menos tão valiosos quanto seu preço líquido de venda. O
preço líquido de venda pode fornecer informação útil quando a entidade estiver obrigada
contratualmente a vender o ativo abaixo do valor de mercado. Pode haver casos em que o preço líquido
de venda pode indicar uma oportunidade de negócios.
Custo dos serviços
7.53 Não é apropriado quantificar o custo da prestação de serviços pelo preço líquido de venda. Tal
abordagem envolveria a utilização do valor de saída como base da despesa evidenciada.
Capacidade operacional
7.54 O registro de ativos mantidos para utilização na prestação de serviços ao preço líquido de venda não
fornece informação útil para a avaliação da capacidade operacional. O preço líquido de venda demonstra
o montante que poderia ser obtido na venda do ativo em vez do valor do potencial de serviços que
poderia ser obtido daquele ativo.
Capacidade financeira
7.55 Conforme observado anteriormente, a avaliação da capacidade financeira exige informação sobre o
montante que seria recebido na venda do ativo. Tal informação é fornecida pela utilização do preço
líquido de venda. Entretanto, essa mensuração não é relevante para ativos que podem gerar potencial
de serviços mais significativos ao continuar utilizando-os para prestar serviços.
Aplicação das características qualitativas
7.56 Conforme indicado no item 7.52, o preço líquido de venda fornece informação relevante somente quando
o emprego mais eficiente para a entidade, sob o ponto de vista dos recursos, for vender o ativo. As
avaliações do preço líquido de venda podem ser feitas por meio de referência aos mercados ativos onde
eles existirem. Para os ativos mais importantes, pode ser possível obter, com custo-benefício razoável,
avaliações de profissionais. O preço líquido de venda geralmente fornece informação compreensível.
7.57 Na maioria dos casos em que é relevante, o preço líquido de venda cumpre as características qualitativas
da representação fidedigna, da verificabilidade e da tempestividade.
Valor em uso
7.58 Valor em uso é o valor presente, para a entidade, do potencial de serviços ou da capacidade de gerar
benefícios econômicos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor líquido que
a entidade receberá pela sua alienação ao final da sua vida útil.
Adequação do valor em uso
7.59 O valor em uso é um valor específico à entidade que reflete o montante que pode ser obtido do ativo por
meio da sua operação e de sua alienação ao final da sua vida útil. Como observado no item 7.42, o valor
que deriva do ativo é, muitas vezes, maior do que seu custo de reposição – normalmente é, também,
maior do que o seu custo histórico. Quando for esse o caso, evidenciar o ativo pelo seu valor em uso é de
utilidade limitada, uma vez que, por definição, a entidade é capaz de garantir o potencial de serviços
equivalente pelo custo de reposição.
7.60 O valor em uso também não é base de mensuração apropriada quando for menor que o preço líquido de
venda, já que, nesse caso, o uso mais eficiente do ativo é vendê-lo em vez de continuar a utilizá-lo.
7.61 Portanto, o valor em uso é apropriado quando for menor do que o custo de reposição e maior do que o
seu preço líquido de venda. Isso ocorre quando não vale a pena substituir o ativo, mas o valor do seu
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potencial de serviços ou da capacidade de gerar benefícios econômicos for maior do que o seu preço
líquido de venda. Em tais circunstâncias, o valor em uso representa o valor do ativo para a entidade.
7.62 O valor em uso é base de mensuração apropriada para a avaliação de determinados ajustes de redução
ao valor recuperável porque é utilizado na determinação do montante recuperável para o ativo ou grupo
de ativos.
Custo dos serviços, capacidade operacional e capacidade financeira
7.63 Dada a sua complexidade potencial (ver item 7.66), a sua aplicabilidade limitada e o fato de que a sua
operacionalização no contexto do setor público para ativos não geradores de caixa envolve,
subsidiariamente, a utilização do custo de reposição, em regra, o valor em uso é inapropriado para
determinar o custo dos serviços e sua utilidade para avaliações da capacidade operacional é limitada e
provavelmente só deve ser significativa em circunstâncias atípicas quando as entidades têm grande
número de ativos que não se justifique substituir, mas o seu valor em uso é maior do que o seu preço
líquido de venda. Esse pode ser o caso, por exemplo, da descontinuidade da prestação do serviço no
futuro, em que os recursos advindos da venda imediata sejam menores do que o potencial de serviços
gerado pelos ativos. O valor em uso não envolve uma estimativa do montante líquido que a entidade
receberá pela alienação do ativo. Entretanto, a sua aplicabilidade limitada reduz a sua relevância para as
avaliações da capacidade financeira.
Aplicação das características qualitativas
7.64 Enquanto o valor em uso pode ser utilizado nas avaliações de determinadas perdas por redução ao valor
recuperável, a sua relevância para a informação contábil é limitada às circunstâncias delineadas no item
7.61.
7.65 A extensão na qual o valor em uso satisfaz as outras características qualitativas depende de como ele for
determinado. Em alguns casos, o valor em uso do ativo pode ser quantificado ao se calcular o valor que a
entidade pode obter do ativo assumindo a sua utilização continuada. Isso pode se basear nas entradas
de caixa futuras relacionadas ao ativo ou nas reduções de custo que se acumulam para a entidade por
meio do controle do ativo. O cálculo do valor em uso leva em consideração o valor temporal do dinheiro
e, em princípio, o risco das variações no montante e no cronograma dos fluxos de caixa.
7.66 O cálculo do valor em uso pode ser complexo. Os ativos que são empregados nas atividades geradoras
de caixa fornecem, muitas vezes, fluxos de caixa juntamente com outros ativos. Nesses casos, o valor em
uso pode ser estimado somente ao calcular o valor presente dos fluxos de caixa de grupo de ativos e
então fazer a alocação para os ativos individuais.
7.67 No setor público, a maioria dos ativos é mantida com o objetivo primordial de contribuir para o
fornecimento de serviços em vez da geração de retorno comercial, sendo que tais ativos são referidos
como ativos não geradores de caixa. Como o valor em uso normalmente é derivado dos fluxos de caixa
esperados, a sua operacionalização em tal contexto pode ser difícil. Pode ser inapropriado calcular o valor
em uso com base nos fluxos de caixa esperados porque tal mensuração não seria uma representação
fidedigna do valor em uso de tal ativo para a entidade. Portanto, seria necessário utilizar,
subsidiariamente, o custo de reposição para fins de elaboração e divulgação da informação contábil.
7.68 O método de se determinar o valor em uso reduz a sua representação fidedigna em muitos casos. Afeta
também a tempestividade, a comparabilidade, a compreensibilidade e a verificabilidade da informação
elaborada com base no valor em uso.
Bases de mensuração para os passivos
7.69 Esta seção discute as bases de mensuração para os passivos, não repete toda a discussão sobre os ativos
e considera as seguintes bases de mensuração:
(a) custo histórico;
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7.79 Geralmente, o custo de cumprimento da obrigação é relevante para mensurar passivos, com exceção das
seguintes circunstâncias:
(a) quando a entidade puder ser dispensada da obrigação em montante menor do que o custo de seu
cumprimento, então o custo dessa dispensa é a mensuração mais relevante do ônus do passivo, do
mesmo modo que, para o ativo, o preço líquido de venda é mais relevante quando for maior do que o valor
em uso; e
(b) no caso dos passivos assumidos por determinada importância, o preço presumido (ver itens 7.87 a 7.91) é
mais relevante quando for maior que o custo de cumprimento da obrigação e o custo da liberação.
Valor de mercado
7.80 Valor de mercado para passivos é o montante pelo qual um passivo pode ser liquidado entre partes
cientes e interessadas em transação sob condições normais de mercado.
7.81 As vantagens e desvantagens do valor de mercado para os passivos são as mesmas que para os ativos.
Tal base de mensuração pode ser adequada, por exemplo, quando o passivo for atribuível a mudanças
em determinada taxa, preço ou índice cotado em mercado aberto, ativo e organizado. Entretanto,
quando a capacidade para transferir o passivo for restrita e os termos nos quais a transferência puder ser
feita não estiverem claros, os casos nos quais os valores de mercado são aplicáveis, mesmo que existam,
serão significativamente mais frágeis. Esse é particularmente o caso dos passivos originados das
obrigações nas transações sem contraprestação, dado ser improvável que exista mercado aberto, ativo
e organizado para tais passivos.
Custo de liberação
7.82 O custo de liberação é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito de
preço líquido de venda utilizado no contexto dos ativos. O custo de liberação se refere ao montante que
corresponde à baixa imediata da obrigação. O custo de liberação é o montante que o credor aceita no
cumprimento da sua demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a transferência do passivo do
devedor. Quando há mais de um modo de garantir a liberação do passivo, o custo de liberação é aquele
que representa o menor montante — isso é consistente com a abordagem para os ativos, em que, por
exemplo, o preço líquido de venda não refletiria o montante que deveria ser recebido na venda a
sucateiro, caso o preço maior pudesse ser obtido na venda para o comprador que utilizaria o ativo.
7.83 Para alguns passivos, especialmente no setor público, a transferência de passivo é praticamente
impossível e, assim, o custo de liberação corresponde ao montante que o credor aceita para o
cumprimento da sua demanda. Esse montante é conhecido se estiver especificado no acordo com o
credor – por exemplo, quando o contrato inclui cláusula específica de cancelamento.
7.84 Em alguns casos, pode haver evidência do valor pelo qual o passivo poderá ser transferido – por exemplo,
no caso do passivo de algumas obrigações por pensões. Transferir o passivo pode ser diferente de
celebrar um acordo com a parte que cumprirá a obrigação da entidade ou arcará com todos os custos
decorrentes do passivo. Para o passivo ser transferido é necessário que todos os direitos do credor em
relação à entidade sejam extintos. Caso esse não seja o efeito do acordo, o passivo da entidade
permanece com ela.
7.85 Ao se avaliar se o custo de liberação é adequado para mensurar passivos, é necessário considerar se a
maneira prevista é uma opção que, na prática, está aberta para entidade, estando ciente de quaisquer
consequências da obtenção da liberação como, por exemplo, dano à reputação da entidade.
7.86 Assim como o preço líquido de venda é relevante somente quando a alternativa mais eficiente do recurso
para a entidade for vender o ativo, o custo de liberação é relevante somente quando a alternativa mais
eficiente for buscar a liberação imediata da obrigação. Em especial, quando o custo do cumprimento da
obrigação for menor do que o custo de liberação, o primeiro fornece informação mais relevante do que
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o segundo, mesmo se for viável negociar a liberação da obrigação, conforme os métodos de transferência
de passivos previstos no item 7.84.
Preço presumido
7.87 O preço presumido é o termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao mesmo conceito do
custo de reposição para os ativos. Do mesmo modo que o custo de reposição representa o montante que
a entidade pagaria racionalmente para adquirir o ativo, o preço presumido representa o montante que a
entidade racionalmente aceitaria na troca pela assunção do passivo existente. As transações com
contraprestação realizadas em condições normais fornecem evidência do preço presumido – esse não é
o caso das transações sem contraprestação.
7.88 No contexto da atividade que é realizada visando lucro, a entidade assumirá o passivo somente se o
montante pago para assumi-lo for maior do que o custo de cumprimento da obrigação ou que o custo de
liberação, isto é, o montante da liquidação. Uma vez que o preço presumido tiver sido aceito pela
entidade, a entidade tem a obrigação com o seu credor.
7.89 Quando se incorre em passivo pela primeira vez em transação com contraprestação, o preço presumido
representa o montante que foi aceito pela entidade para assumi-lo – é razoável considerar que o preço
presumido é o valor que a entidade racionalmente aceitaria para assumir um passivo semelhante. Seria
cobrado um valor maior caso algumas pressões concorrenciais permitissem fazê-lo, mas não
necessariamente um menor. Assim, como o custo de reposição é o valor atual, conceitualmente o preço
presumido também é. Existem, contudo, problemas práticos ao se refletir mudanças nos valores das
obrigações que são informadas no preço presumido.
7.90 Uma consequência de se informar as obrigações do exercício com base no preço presumido é que
nenhum ganho é informado à época na qual a obrigação é aceita. O ganho ou a perda é evidenciado nas
demonstrações contábeis no período em que ocorre o cumprimento da obrigação (ou liberação), já que
corresponde à diferença entre a receita originada e o custo de cumprimento da obrigação.
7.91 A entidade pode ter a obrigação potencial que seja maior do que o preço presumido. Caso a entidade
tenha que buscar a liberação do contrato, a outra parte no contrato poderá ser capaz de demandar
compensação por perdas, bem como o retorno de quaisquer montantes pagos. Contudo, dado que a
entidade pode liquidar a obrigação, ela pode evitar tais obrigações adicionais e seria uma representação
fidedigna evidenciar a obrigação por valor inferior ao preço presumido – esta é uma situação análoga à
situação do ativo que gera benefícios superiores ao custo de reposição. Em tais circunstâncias, como
explicado no item 7.42, o custo de reposição (em vez do valor em uso) é a base de mensuração mais
relevante.
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(a) a definição dos elementos afeta os itens que podem ser apresentados nas demonstrações contábeis;
(b) a aplicação dos critérios de reconhecimento afeta a localização da informação; e
(c) a seleção das bases de mensuração impacta a informação apresentada nas metodologias de mensuração.
Idioma no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados
8.3 O idioma (ou idiomas) no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs são divulgados dá suporte à
realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e as características
qualitativas. Todas as versões traduzidas precisam ser fiéis à versão do idioma original. A versão traduzida
é disponibilizada para satisfazer as necessidades dos usuários em referência a:
(a) dispositivos legais na jurisdição da entidade; e
(b) relação custo-benefício da tradução.
Apresentação
8.4 A apresentação corresponde à seleção, à localização e à organização da informação que é evidenciada
nos RCPGs.
8.5 A apresentação visa fornecer informação que contribua com os objetivos da elaboração e da divulgação
da informação contábil e alcança as características qualitativas, enquanto considera as restrições na
informação incluída nos RCPGs. As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação
são tomadas em resposta às necessidades dos usuários pela informação sobre os fenômenos econômicos,
financeiros e de outra natureza.
8.6 O Capítulo 1 explica que os RCPGs compreendem relatórios múltiplos, cada um respondendo mais
diretamente a determinados aspectos dos objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
ou no alcance dessas informações. Adicionalmente às demonstrações contábeis, os RCPGs fornecem
informação relevante, por exemplo, para avaliações do desempenho dos serviços da entidade e a
sustentabilidade das suas finanças. Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil
aplicados à área coberta por determinado relatório orientam as decisões sobre a apresentação daquele
relatório.
8.7 As decisões sobre a apresentação podem:
(a) resultar no desenvolvimento de novo RCPG, na movimentação da informação entre os relatórios ou na
fusão dos relatórios existentes; ou
(b) ser decisões detalhadas sobre a seleção, a localização e a organização da informação no RCPG.
Decisões sobre a apresentação estão interligadas
8.8 As decisões sobre a seleção, a localização e a organização da informação estão interligadas e, na prática,
provavelmente são consideradas em conjunto. O montante ou o tipo de informação selecionada pode ter
implicações sobre se relatório é elaborado em separado ou organizado em quadros ou tabelas separados.
As três seções seguintes focam separadamente em cada decisão sobre a apresentação.
Seleção da informação
8.9 As decisões sobre a seleção da informação tratam da informação que é evidenciada:
(a) nas demonstrações contábeis; e
(b) nos RCPGs que não correspondam às demonstrações contábeis (outros RCPGs).
8.10 Como explica o Capítulo 2, os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são
o de fornecer informação sobre a entidade que seja útil para os usuários dos RCPGs para fins de prestação
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. O Capítulo 2 descreve os tipos de
informações que os usuários necessitam para satisfazer esses objetivos. Aquela descrição orienta as
decisões sobre se determinados tipos de relatórios são necessários. Este capítulo foca na seleção da
informação a ser apresentada nos RCPGs, incluindo as demonstrações contábeis e outros relatórios.
Seleção e natureza da informação
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8.12 As demonstrações contábeis podem fornecer também informação que auxilia os usuários na
avaliação da extensão na qual:
(a) a entidade satisfez os seus objetivos financeiros;
(b) as receitas, as despesas, os fluxos de caixa e o desempenho da entidade estão em conformidade com os
orçamentos aprovados; e
(c) a entidade observou a legislação vigente e outros regulamentos que regem a captação e a utilização de
recursos públicos.
8.13 As demonstrações contábeis não evidenciam de modo abrangente o desempenho dos serviços da
entidade. Contudo, a informação nas demonstrações contábeis pode fornecer informação relevante aos
aspectos financeiros do desempenho dos serviços, como informação sobre:
(a) receita, despesa e fluxos de caixa relativos aos serviços; e
(b) os ativos e os passivos que orientam as avaliações dos usuários em relação à capacidade operacional da
entidade ou aos riscos financeiros que podem impactar no fornecimento do serviço.
8.14 Outros relatórios nos RCPGs apresentam informação adicional às demonstrações contábeis. Tal
informação poderia, por exemplo, incluir:
(a) informação sobre a sustentabilidade das finanças públicas da entidade;
(b) discussão e análise das demonstrações contábeis; ou
(c) informação sobre o desempenho dos serviços.
Informação selecionada para exposição ou evidenciação
8.15 A informação é selecionada para exposição ou para evidenciação nos RCPGs. A informação
selecionada para exposição comunica mensagens-chave no RCPG, enquanto a informação selecionada
para evidenciação torna a informação exposta mais útil ou fornece detalhes que auxiliam os usuários a
entenderem a informação exposta. A evidenciação não substitui a exposição.
8.16 A repetição da informação no RCPG geralmente precisa ser evitada. Contudo, a mesma
informação pode ser tanto exposta como evidenciada. Por exemplo, o montante exposto nas
demonstrações contábeis pode ser repetido nas notas explicativas quando tais notas fornecem o
detalhamento do total exposto. Do mesmo modo, a mesma informação pode ser apresentada em RCPGs
diferentes para tratar diferentes propósitos.
Informação selecionada para exposição
8.17 Todos os RCPGs contêm mensagens-chave que são comunicadas, uma vez que todos eles contêm
informação exposta. A informação exposta observa um nível conciso e compreensível de modo que os
usuários possam focar nas mensagens-chave apresentadas e não serem distraídos por algum detalhe que,
de outra maneira, poderia obscurecer essas mensagens. A informação exposta é destacadamente
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(c) os detalhamentos dos montantes expostos nas demonstrações (por exemplo, a divisão do imobilizado
em classes diferentes);
(d) os itens que não satisfazem a definição de elemento ou os critérios de reconhecimento, mas são
importantes para a devida compreensão das finanças e da capacidade de prestar serviços da entidade,
por exemplo, a informação sobre os eventos e as condições que podem afetar fluxos de caixa ou potencial
de serviços futuros, inclusive as suas naturezas, os efeitos possíveis sobre os fluxos de caixa ou potencial
de serviços, as probabilidades de ocorrência e as sensibilidades a mudanças nas condições; e
(e) a informação que pode explicar as tendências subjacentes afetando os totais expostos.
Princípios aplicáveis à seleção da informação
8.25 As decisões sobre qual informação precisa ser exposta e evidenciada envolve considerar:
(a) os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil;
(b) as características qualitativas e as restrições das informações contidas nos RCPGs; e
(c) os fenômenos econômicos relevantes e outros fenômenos sobre os quais a informação seja necessária.
8.26 A seleção da informação contribui para satisfazer aos objetivos da elaboração e da divulgação da
informação contábil, uma vez que deve ser aplicada à informação coberta por relatório em particular e
fornecer o nível de detalhe apropriado. As decisões sobre a seleção da informação envolvem priorizar e
resumir e evita a sobrecarga de informação, a qual reduz a compreensibilidade. Informação em demasia
pode dificultar a compreensão das mensagens-chave por parte dos usuários e, consequentemente,
comprometer a realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.27 Os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis, que aplicam as normas e o julgamento
profissional, são responsáveis por assegurar que a informação que satisfaça aos objetivos da elaboração
e da divulgação da informação contábil e que alcance as características qualitativas fornecidas nos
RCPGs.
8.28 As decisões sobre a seleção da informação exigem revisão contínua e crítica. A informação identificada
para possível seleção é revisada à medida que for desenvolvida e considerada para apresentação, com
referência especial à sua relevância, materialidade e custo-benefício, embora todas as características
qualitativas e restrições sejam aplicadas às decisões sobre a seleção da informação. As decisões passadas
podem exigir reconsideração porque nova informação pode tornar redundante a informação existente,
fazendo com que esses itens não alcancem mais as características qualitativas e/ou as restrições.
8.29 Todas as transações materiais, eventos e outros itens reportados são apresentados de maneira que
transmitam a sua essência em vez da sua forma jurídica ou outra forma, de modo que as características
qualitativas da relevância e da representação fidedigna sejam alcançadas.
8.30 Os benefícios para os usuários ao receberem a informação precisam justificar os custos das entidades em
coletar e apresentar a informação. Ao se fazer essa avaliação, é importante considerar como os itens
individuais impactam o quadro geral apresentado e a natureza da informação apresentada. Os itens que
aparentarem gerar pouco benefício quando vistos isoladamente, podem contribuir significativamente
para o conjunto completo da informação apresentada.
8.31 A informação precisa ser apresentada em base suficientemente oportuna para possibilitar aos usuários
manter a administração sujeita à prestação de contas e responsabilização (accountability) e para subsidiar
a tomada de decisão por parte dos usuários.
8.32 Os RCPGs podem incluir informação adicional derivada de fontes distintas do sistema de informação
financeira. As características qualitativas se aplicam a essa informação e a data da entrega dela precisa
ser mais próxima possível da data da divulgação das demonstrações contábeis, de modo que seja
tempestiva.
Princípios para a seleção da informação para a exposição ou evidenciação
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8.33 As decisões sobre a exposição e a evidenciação se aplicam tanto às demonstrações contábeis quanto aos
outros RCPGs. Os objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil são aplicados à área
coberta por relatório em particular para orientar a identificação da informação para exposição ou
evidenciação. A identificação da informação para exposição e evidenciação em RCPG em particular pode
envolver o desenvolvimento de:
(a) princípios de classificação;
(b) lista de tipos gerais de informações que são expostas e de lista semelhante de tipos gerais de informações
que são evidenciadas; e/ou
(c) listas de informação específica que aqueles que elaboram a informação precisam expor ou evidenciar.
8.34 As decisões sobre a seleção da informação a ser exposta e evidenciada são tomadas:
(a) com referência umas às outras, em vez de estarem isoladas; e
(b) para comunicar efetivamente o conjunto integrado de informação.
8.35 As decisões sobre a seleção da informação em outros RCPGs são tomadas após considerar,
cuidadosamente, a relação dos outros RCPGs com as demonstrações contábeis.
Localização da informação
8.36 As decisões sobre a localização da informação são tomadas sobre:
(a) o local no qual a informação é contida no relatório; e
(b) o local no qual o componente do relatório está localizado.
8.37 A localização da informação tem impacto sobre a contribuição da informação para a realização dos
objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e para o atendimento das características
qualitativas. A localização pode afetar a maneira que os usuários interpretam a informação e a
comparabilidade da informação. A localização pode ser utilizada para:
(a) transmitir a importância relativa da informação e as suas conexões com os outros itens da informação;
(b) transmitir a natureza da informação;
(c) ligar itens de informação diferentes que se combinam para satisfazer a necessidade de um usuário em
particular; e
(d) distinguir entre a informação selecionada para exposição e a informação selecionada para evidenciação.
Princípios para a alocação da informação entre diferentes relatórios
8.38 Os fatores relevantes para as decisões sobre alocar a informação entre as demonstrações contábeis e
outros RCPGs incluem:
(a) Natureza: se a natureza da informação – por exemplo, histórica versus prospectiva – indica a inclusão da
informação no mesmo ou em RCPG diferente em razão das considerações relacionadas a, por exemplo,
comparabilidade e/ou compreensibilidade;
(b) Especificidade à jurisdição: se os fatores específicos à jurisdição, como, por exemplo, os dispositivos legais
vigentes, especificarem regras acerca da localização da informação; e
(c) Conexão: se a informação adicional considerada precisa ou não estar conectada de modo estreito com a
informação já incluída em relatório existente. As conexões entre todas as informações precisam ser
avaliadas, não se restringindo somente à conexão entre a informação nova e a já existente.
8.39 Os fatores expostos nos itens 8.36 a 8.38, os quais representam a perspectiva de se adicionar informação
ao conjunto de informação já existente, também se aplicam à consideração se o agrupamento da
informação existente pode ser aprimorado, o que é discutido na seção sobre a organização da
informação.
8.40 Um RCPG específico pode ser necessário quando:
(a) necessidades adicionais de informação do usuário, não satisfeitas por relatório existente, são
identificadas; e
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(b) um RCPG específico para satisfazer essas necessidades é mais adequado ao alcance dos objetivos da
elaboração e da divulgação da informação contábil e do cumprimento das características qualitativas do
que a inclusão da informação em relatório já existente.
Princípios para a localização da informação dentro do relatório
8.41 O item 8.17 afirma que a informação exposta é destacadamente apresentada utilizando-se técnicas de
apresentação apropriadas – a localização é o modo de se alcançar isso. A localização da informação
dentro do relatório assegura que a informação exposta tenha o destaque apropriado e não fique
obscurecida por informação evidenciada com mais detalhe e extensão.
8.42 A localização da informação nas demonstrações contábeis contribui para representar um panorama
financeiro mais abrangente da entidade.
8.43 Para as demonstrações contábeis, a informação exposta é mostrada na demonstração apropriada,
enquanto as evidenciações encontram-se nas notas explicativas. Distinguir a informação exposta e a
informação evidenciada por meio da localização assegura que esses itens, os quais se relacionam
diretamente a questões de comunicação, como, por exemplo, os itens da demonstração que evidencia a
situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade, podem ser realçados, com
informação ainda mais detalhada fornecida por meio da evidenciação em notas explicativas.
8.44 Para outros RCPGs, a informação exposta pode estar localizada separadamente da informação
evidenciada ou no mesmo local, mas difere-se da informação evidenciada e do destaque dado por meio
de outra técnica de apresentação.
Organização da informação
8.45 A organização da informação trata da disposição, agrupamento e ordenamento da informação, a qual
inclui decisões sobre:
(a) como a informação está disposta no RCPG;
(b) a estrutura geral do RCPG.
8.46 A organização da informação envolve uma série de decisões incluindo as decisões sobre a utilização de
referência cruzada, quadros, tabelas, gráficos, cabeçalhos, numeração e a disposição dos itens dentro de
determinado componente de relatório, incluindo decisões sobre a ordem dos itens. A forma na qual a
informação está organizada pode afetar a sua interpretação por parte dos usuários.
Natureza da informação relevante para fins de organização
8.47 As decisões sobre a organização da informação levam em consideração:
(a) importantes relacionamentos entre a informação; e
(b) se a informação é para exposição ou para evidenciação.
Tipos de relacionamentos
8.48 Os relacionamentos importantes incluem, mas não se restringem a:
(a) aprimoramento;
(b) similaridade; e
(c) propósito comum.
8.49 Aprimoramento: a informação em determinado lugar no RCPG pode ser aprimorada por meio de
informação fornecida em outro local. Por exemplo, o orçamento, a informação prospectiva e do
desempenho de serviços aprimoram a informação das demonstrações contábeis. Os quadros e os
gráficos podem ser utilizados para aprimorar a compreensão da informação narrativa. Os elos com a
informação evidenciada fora dos RCPGs podem aprimorar a compreensibilidade da informação
evidenciada pelos RCPGs.
8.50 Similaridade: a relação de similaridade existe quando a informação evidenciada em um lugar se baseia na
informação relatada em outro local nos RCPGs, e a informação ou não foi ajustada ou teve ajustes
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relativamente menores. Por exemplo, caso a informação do desempenho dos serviços inclua o custo dos
serviços, ou o valor dos ativos utilizados em diferentes serviços, pode auxiliar a demonstrar como aqueles
totais se relacionam à despesa e aos ativos evidenciados nas demonstrações contábeis. Outro exemplo
é a relação entre a despesa total evidenciada no orçamento e o total da despesa evidenciada na
demonstração de desempenho. A conciliação ou aproximação, na medida do possível, entre os dois
montantes diferentes, pode aprimorar a compreensão dos usuários sobre as finanças da entidade.
8.51 Propósito comum: o relacionamento de propósito comum existe quando a informação relatada em locais
diferentes contribui para os mesmos fins. Um exemplo é quando demonstrações e evidenciações
diferentes fornecem informação necessária para avaliações de responsabilização pelos serviços
prestados. As informações sobre (a) o custo real e orçado de serviços diferentes, (b) os recursos
financeiros e não financeiros utilizados na prestação de serviços diferentes e (c) o fornecimento futuro
de serviços diferentes podem ser incluídos em locais diferentes. Para tornar clara a relação entre a
informação em locais diferentes, é adequado organizar a informação por intermédio da utilização de
técnicas como cabeçalhos e referências.
8.52 Podem existir relações entre informações expostas em diferentes:
(a) RCPGs;
(b) componentes dentro do RCPG;
(c) partes de um único componente.
Agrupamento da informação
8.53 Os três fatores constantes do item 8.38 da seção sobre localização da informação – natureza,
especificidade à jurisdição e conexão – se aplicam também às considerações se o agrupamento da
informação existente puder ser aprimorado. As decisões sobre o agrupamento efetivo da informação
consideram as conexões entre os conjuntos de informações, a natureza dos diferentes conjuntos de
informações e, na extensão apropriada, os fatores específicos à determinada jurisdição.
Princípios aplicáveis à organização da informação
8.54 A organização da informação:
(a) dá suporte ao alcance dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil; e
(b) auxilia a informação evidenciada a satisfazer as características qualitativas.
8.55 A organização da informação:
(a) busca assegurar que as mensagens-chave sejam compreensíveis;
(b) identifica claramente as relações importantes;
(c) fornece o destaque apropriado à informação que transmite mensagens-chave; e
(d) facilita as comparações.
8.56 A informação evidenciada está conectada por meio da utilização de cabeçalhos consistentes, ordem de
apresentação e/ou outros métodos apropriados à relação e ao tipo de informação. Quando há conexões
com informações evidenciadas fora dos RCPGs é importante que:
(a) as conexões com a informação proveniente de outras fontes não prejudiquem o alcance das
características qualitativas do RCPG; e
(b) a data de emissão de qualquer informação conectada seja tão próxima quanto possível à data da
divulgação das demonstrações contábeis, de modo que a informação evidenciada seja tempestiva.
Comparabilidade
8.57 A organização da informação leva em consideração os benefícios da apresentação consistente no
decorrer do tempo. A apresentação consistente dá suporte à capacidade dos usuários em entenderem a
informação e facilitam o seu acesso. Além disso, auxilia o alcance da característica qualitativa da
comparabilidade.
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