Amazonas – Expostos a acidentes em função do manuseio de agulhas e materiais perfuro-cortantes,
profissionais de saúde, auxiliares e pessoal de limpeza que atuam nos hospitais são submetidos a ações de prevenção que incluem até teste rápido de HIV, que identifica a contaminação pelo vírus da Aids. A informação é da vice-presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Artemisa Carneiro. Ainda é grande o número de profissionais de saúde que se acidentam no trabalho, segundo Artemisa, que abordou o tema Biossegurança e os Equipamentos de Proteção de Segurança Individual (EPIs), no segundo dia da Semana de Enfermagem, que acontece no auditório Damião Litaiff, do Hospital Alfredo da Matta, Zona Sul. Com base em dados recentes, Artemisa disse que esses acidentes atingem cerca de 60% dos profissionais de saúde, auxiliares e pessoais ligados ao serviço de limpeza. Um índice considerado alto e na maioria das vezes motivadas pela falta de orientação desses profissionais. Com base em experiência pessoal, Artemisa disse que os acidentes envolvendo trabalhadores de empresas de limpeza quase sempre ocorrem porque os profissionais de saúde que trabalham com materiais perfuro- cortantes, em lugar de colocarem os descartáveis nos locais adequados, jogam esses materiais diretamente no lixo. “Daí o pessoal de limpeza, ao manipulá-los, acaba se ferindo”, explicou. Quando infelizmente ocorrem os acidentes, Artemisa diz que é feito todo um trabalho profilático com a vítima. Inicialmente, com o trabalho de limpeza do local afetado. Em seguida, a pessoa acidentada faz um teste rápido para verificação do vírus HIV, que dura 30 minutos. Depois é encaminhada para a Fundação de Medicina Tropical (FTM) para tomar todas as orientações e saber se é necessário passar por uma quimioprofilaxia. “Ele fica sendo acompanhado durante seis meses para ver se realmente não contraiu nenhuma doença em decorrência desse acidente”, assegurou. Apesar dos altos índices de acidentes profissionais na área de saúde, Artemisa informou que é baixo o índice de pessoas que contraem uma doença por meio dessa ocorrência. “Essa proporção está numa média de um para mil casos”, disse, acrescentando que entre as pessoas que mais se acidentam nos hospitais estão os técnicos, os enfermeiros e os auxiliares. Artemisa disse, ainda, que em parte alguns profissionais da saúde, tal como os trabalhadores da construção civil, muitas vezes têm os equipamentos de segurança, mas não os utilizam. Ela entende que isso ocorre, em geral, por desleixo, o que acaba levando aos acidentes. Os equipamentos básicos são luvas, máscaras, óculos de proteção e o jaleco, que alguns preferem usá-los abertos, o que é completamente errado.