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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NA

PRÁTICA – MICRO E PEQUENA EMPRESA

JULHO – 2018
SUMÁRIO

1 – FINANÇAS E AMBIENTE FINANCEIRO ..................................................................................... 2


1.1 – Introdução as Finanças:........................................................................................................ 2
1.2 – Ambiente Financeiro .......................................................................................................... 3
2 – FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ................................................................... 7
2.1 – Análise e Gestão do Fluxo de Caixa........................................................................................ 8
2.2 – Planejamento Financeiro ....................................................................................................... 21
3 – MECANISMO DO CAPITAL DE GIRO ........................................................................................ 22
3.1 – Capital de Giro: conceitos ..................................................................................................... 23
3.2 – Administração do ciclo operacional, econômico e financeiro ............................................ 24
3.3 – Análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG) ................................................................ 26
4 – ANÁLISE DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA...................................................... 27
4.1 – Sistemas de Custeio.............................................................................................................. 28
4.2 – Custo Unitário: formação do preço de venda ...................................................................... 28
4.3 – Custo Variável: margem de contribuição e ponto de equilíbrio ........................................... 29
5 – ANÁLISE DE INVESTIMENTOS E DE RESULTADOS .................................................................... 32

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1 – FINANÇAS E AMBIENTE FINANCEIRO

Para uma melhor compreensão do campo de Finanças e do Ambiente financeiro no qual a maior
parte das micro e pequenas empresas estão inseridas, faz-se necessário conhecermos alguns conceitos
básicos e identificarmos a relação entre Finanças, Economia e Contabilidade.

1.1 – INTRODUÇÃO AS FINANÇAS


Podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro (Gitman 2004). Finanças
abrange os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados à transferência de
dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais. A área de finanças é dinâmica e
abrangente, pois envolve os processos de transferência de recursos financeiros entre agentes
econômicos, seja de forma direta ou por intermédio do mercado financeiro, mercado de capitais,
mercado de crédito, mercado cambial.
A gestão financeira de empresas refere-se ao conjunto de decisões que se destinam à definição,
adequação e manutenção da estrutura de recursos monetários no âmbito das organizações
empresariais, visando basicamente assegurar a sua prosperidade e continuidade, sob a ótica do binômio
liquidez-rentabilidade (ponto chave em finanças).
Diante dos diversos objetivos a serem atingidos com o desenvolvimento das atividades
empresariais, pode-se destacar que o objetivo-magno da gestão financeira, no âmbito das empresas,
traduz-se basicamente na maximização do valor da mesmas, culminando na também maximização da
riqueza de seus proprietários ou acionistas, o que é obtido através do aumento do valor de mercado da
empresa ou de sua capacidade de geração de fluxos de caixa, cujo pré-requisito constitui-se na
obtenção e na maximização de lucros.
Os proprietários investem em suas entidades e doravante pretendem ter um retorno compatível
com o risco assumido, através de geração de resultados econômico-financeiros (lucro/caixa) adequados
por um tempo longo, ou seja, durante a perpetuidade da organização.
Uma geração adequada de lucro e caixa faz com que uma empresa moderna contribua de forma
ativa com suas funções sociais, como pagamentos de salários e encargos, capacitação dos funcionários,
investimentos em melhoria ambiental, etc.

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O campo de finanças está intimamente relacionado ao da economia. Os administradores
financeiros precisam compreender o arcabouço econômico e estar atentos para as consequências da
variação dos níveis de atividades econômicas e das mudanças de políticas econômicas. Também devem
utilizar as teorias econômicas como diretrizes e indicadores para o funcionamento eficiente da empresa.
O princípio econômico fundamental usado na administração financeira é a análise marginal.
As atividades financeiras (tesoureiro) e contábeis (Controller) estão estritamente relacionadas e
com frequência se sobrepõe. Na verdade nem sempre é fácil distinguir entre administração financeira e
contabilidade. Entretanto existe uma diferença básica entre finanças e contabilidade: regime de caixa
(situação financeira) e regime de competência (situação econômica).
De acordo com certos princípios padronizados e geralmente aceitos, a contabilidade reconhece
receitas no momento da venda (quer tenha sido recebido pagamento ou não) e reconhecem as despesas
quando são realizadas (regime de competência).
O Administrador Financeiro dá mais ênfase no fluxo de caixa, ou seja, ele usa o regime de caixa
para reconhecer as receitas e despesas somente no que diz respeito às entradas e saídas efetivas.
Independente do lucro ou prejuízo, a empresa precisa ter um fluxo suficiente de caixa para saldar suas
obrigações e sustentar seu negócio. Portanto, Lucro e Caixa devem ser gerenciadas de forma a otimizar a
relação liquidez-rentabilidade.

1.2 – AMBIENTE FINANCEIRO


O ambiente financeiro no qual as organizações estão inseridas é holístico. As empresas, assim
como as pessoas e governos formam os agentes econômicos. Estes agentes transferem recursos
financeiros entre si mediante a intermediação financeira.

FIGURA 1 – INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

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Segundo Assaf Neto (2008), o Sistema Financeiro Nacional – SFN – é composto de instituições
financeiras públicas e privadas (cujo órgão normativo máximo é o Conselho Monetário nacional – CMN).
O CMN viabiliza a relação entre agentes carentes de recursos para investimentos e agentes capazes de
gerar recursos e financiar a economia. Os agentes carentes de recursos são aqueles que assumem uma
posição de tomadores de recursos financeiros no mercado. Os agentes superavitários são aqueles que
geram poupança (gastam menos que geram) e aplicam estes recursos financeiros. A intermediação
financeira tem a missão de captar estes recursos excedentes dos agentes superavitários e distribuir para
os tomadores de recursos.

FIGURA 2 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Historicamente as finanças acompanharam os desdobramentos das organizações no contexto


socioeconômico de forma a buscar soluções que visavam aos objetivos organizacionais (funcionalismo).

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FIGURA 3 – QUADRO EPISTEMOLÓGICO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

As funções típicas do administrador financeiro em uma empresa envolve:


 Análise, planejamento e controle financeiro;
 Tomadas de decisões de investimento;
 Tomadas de decisões de financiamento.
Análise, planejamento e controle financeiro consiste em coordenar, monitorar e avaliar todas as
atividades da empresa, por meio de relatórios financeiros, bem como participar ativamente das decisões
estratégicas. A gestão de risco também ganhou importância nos últimos anos.
As decisões de investimentos dizem respeito à destinação dos recursos financeiros para aplicação
em ativos circulantes (giro do negócio) e não circulantes (imobilizado e realizáveis a longo prazo),
considerando a relação risco e retorno dos capitais investidos.
As decisões de financiamento são tomadas para captação de recursos financeiros para o
financiamento da empresa (considerando-se a estrutura ótima de capital).

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FIGURA 4 – OBJETIVOS DA GESTÃO FINANCEIRA

O objetivo deste curso é proporcionar conhecimentos e ferramentas para a gestão financeira das
micro e pequenas empresas. Neste sentido serão enfatizadas as finanças corporativas. Alguns conceitos
se fazem necessários:
Decisões de investimento: são as aplicações de recursos, envolvendo todo o processo de identificação,
avaliação e seleção das alternativas de aplicações na expectativa de se auferirem benefícios econômicos
futuros.
Decisões de financiamento: são as captações de recursos, onde a preocupação é com as melhores
ofertas de recursos e a melhor proporção a ser mantida entre capital de terceiros e capital próprio.
Essas duas decisões são tomadas tendo por base as seguintes funções:
 planejamento financeiro: evidencia as necessidades de expansão da empresa e identifica
eventuais desajustes futuros; seleciona os ativos mais rentáveis;
 controle financeiro: acompanha e avalia todo o desempenho financeiro da empresa;
 administração de ativos: persegue a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos
investimentos empresariais; acompanha as defasagens que podem ocorrer entre entradas e
saídas de dinheiro do caixa, o que é geralmente associado à gestão do capital de giro;
 administração de passivos: voltada para a aquisição de fundos (financiamento) e o
gerenciamento de sua composição, procurando definir a estrutura mais adequada em termos de
liquidez, redução de seus custos e risco financeiro (Assaf Neto, 2003).

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2 – FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO

As finanças têm assumido papel crucial na administração de empresas. Em uma visão tradicional
de negócios, a administração financeira é vista como a análise e gestão dos fluxos de caixa da empresa.
Em uma visão mais atual (moderna), a área financeira deve se preocupar em criar valor monetário para
seus proprietários (o que nos leva novamente ao fluxo de caixa).
A necessidade de desenvolver demonstrações de fluxo de caixa decorre do aumento da
complexidade das atividades operacionais, o que provoca grandes disparidades entre o período no qual
os lançamentos de receitas e despesas são apresentados e o período em que os correspondentes fluxos
de caixa realmente ocorrem. Fatores externos, tais como a inflação ou mudanças no cenário econômico
afetam mais rapidamente o fluxo de caixa do que o lucro contábil.

FIGURA 5 – DINÂMICA DO FLUXO DE CAIXA

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2.1 – ANÁLISE E GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA
É possível que a empresa apresente lucro líquido e um bom retorno sobre investimentos e, ainda
assim, vá à falência. O péssimo fluxo de caixa é o que acaba com a maioria das empresas que fracassam.
Segundo Sá (2012), a geração de caixa é mais importante do que a geração de lucro, já que o que
quebra uma empresa não é a falta de lucro e sim a falta de caixa. Ainda segundo ele inúmeros exemplos
de empresas que se inviabilizaram financeiramente mesmo apresentando lucros contábeis. Estudar o
fluxo de caixa é, em última análise, procurar compreender o processo de formação da liquidez na
empresa.
Segue alguns conceitos que são importantes para o entendimento do mecanismo “fluxo de
caixa”.
 Fluxo de Caixa: método de captura e registro dos fatos e valores que provoquem alterações no
saldo do disponível e sua apresentação em relatórios estruturados, de forma a permitir sua
compreensão e análise.
 Fluxo de Caixa Realizado: produto final da integração das entradas e das saídas havidas em um
determinado período.
 Fluxo de Caixa Projetado: produto final da integração das entradas e das saídas que se imagina
que ocorrerão no período projetado.
 Planejamento Financeiro: conjunto de operações financeiras que podem ser empréstimos,
aplicações financeiras, destinação de recursos financeiros nas empresas (investimentos), outras
que tenham como meta alcançar determinado objetivo (retorno).
 Disponível: recursos disponíveis são recursos que já são moeda ou que podem ser convertidos
em moeda prontamente (rapidamente). Exemplos: Caixa, Bancos, Valores em Trânsito,
Aplicações de curtíssimo prazo.
O fluxo de caixa pode ser obtido pelo método direto e indireto. Cada método possui suas
vantagens e desvantagens. É crucial para a boa gestão financeira o entendimento dos dois métodos.
O Fluxo de Caixa obtido pelo método direto permite visualizar o fluxo de caixa gerado pela
atividade principal da empresa e pelas demais atividades. Daí a necessidade de um plano de contas
estruturado com poucos níveis. Esta metodologia possui um campo visual limitado, uma vez que apenas
capta os efeitos finais dos fatores que alteram o valor do fluxo de caixa. Exemplos: variação no giro dos

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estoques, compra ou venda de itens imobilizados, variação nos prazos de pagamentos, variação na
inadimplência.
O Fluxo de Caixa obtido pelo método indireto fornece importantes informações a respeito do
processo de formação de caixa na empresa. Esta abordagem baseia-se nos dados das demonstrações
contábeis (variações das contas contábeis no início e no fim do período considerado).
Os resultados do saldo inicial e saldo final nos dois métodos não se contradizem (são os mesmos),
porém a forma como são apresentados os fatos que contribuem para liberar ou retirar recursos dos
fluxos de caixa é que são diferentes.

FIGURA 6 – FLUXO DE CAIXA PELOS MÉTODOS DIRETO E INDIRETO

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Fluxo de Caixa: Método Direto
O método direto demonstra todos os pagamentos e recebimentos decorrentes da atividade
operacional da empresa: compra a vista, pagamento de duplicatas decorrentes das compras a prazo,
pagamento das despesas operacionais com salários, encargos, despesas administrativas, comerciais e
gerais, recebimento de duplicatas de vendas a prazo, recebimento de cartões, outros.
O método direto é mais simples e elucidativo que o método indireto. Vide Exemplo:

SALDO INICIAL -52.870


TOTAL ENTRADAS 734.424
Recebido de Clientes 716.674
Outros Recebíveis 17.750
TOTAL SAÍDAS 560.262
Saídas Industriais 319.220
Saídas Comerciais 11.110
Saídas Administrativas 53.322
Salários e Encargos 128.050
Impostos e Taxas 16.230
Despesas Patrimoniais 32.330
SALDO FINAL 121.292

FIGURA 7 – FLUXO DE CAIXA SINTÉTICO: MÉTODO DIRETO

No relatório acima, as expressões saldo inicial e saldo final referem-se aos saldos do disponível no
início e no final do período que estamos analisando. A base do fluxo de caixa obtido pelo método direto
é o plano de contas da tesouraria. O plano de contas da tesouraria decompõe as entradas e as saídas em
contas e subcontas para que se possa compreender melhor porque o saldo de caixa está aumentando ou
diminuindo.
O plano de contas da tesouraria é mais simples e prático de se trabalhar, pois não existe
legislação (limitação) para sua criação. Deve ser feito da melhor forma visando facilitar o entendimento
da circulação (por onde anda?) dos recursos financeiros.
Uma das grandes vantagens do fluxo de caixa reside no fato de ele poder ser representado em
um gráfico, o que nos permite visualizar quando irá faltar ou sobrar dinheiro (fluxo de caixa projetado).

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FIGURA 8 – GRÁFICO DO FLUXO DE CAIXA

É importante comparar o fluxo de caixa realizado com o que havia sido projetado, de forma a
analisar os desvios e propor correções, caso seja necessário.
PROJETADO REALIZADO DIFERENÇA %
SALDO INICIAL -52.870 -52.870 0 0,0%
TOTAL ENTRADAS 734.424 633.800 -100.624 -13,7%
Recebido de Clientes 716.674 616.050 -100.624 -14,0%
Sul de Minas 235.870 198.652 -37.218 -15,8%
Centro Oeste Mineiro 125.524 132.580 7.056 5,6%
Triângulo Mineiro 157.850 125.478 -32.372 -20,5%
Zona da Mata 189.580 146.890 -42.690 -22,5%
Diversos 7.850 12.450 4.600 58,6%
Outros Recebíveis 17.750 17.750 0 0,0%
Resgate de aplicações 17.750 17.750 0 0,0%
TOTAL SAÍDAS 560.262 447.982 -112.280 -20,0%
Saídas Industriais 319.220 266.800 -52.420 -16,4%
Fornecedores A 198.650 178.100 -20.550 -10,3%
Fornecedores B 120.570 88.700 -31.870 -26,4%
Saídas Comerciais 11.110 6.610 -4.500 -40,5%
Propaganda e promoções 2.580 1.870 -710 -27,5%
Fretes 2.750 3.200 450 16,4%
Despesas de Viagem 5.780 1.540 -4.240 -73,4%
Saídas Administrativas 53.322 33.972 -19.350 -36,3%
Água (saneamento básico) 672 672 0 0,0%
Energia elétrica 15.230 6.580 -8.650 -56,8%
Telecomunicações 3.780 4.250 470 12,4%
Material de Escritório 2.670 1.580 -1.090 -40,8%
Material de Limpeza 1.250 890 -360 -28,8%
Manutenção de equipamentos 22.450 12.400 -10.050 -44,8%
Seguros Imóveis 3.350 3.350 0 0,0%

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Correios 650 750 100 15,4%
Diversos 3.270 3.500 230 7,0%
Salários e Encargos 128.050 116.570 -11.480 -9,0%
Folha pagamento 67.870 67.870 0 0,0%
Recisões 15.850 5.700 -10.150 -64,0%
Assistência Médica 39.750 39.750 0 0,0%
Diversos 4.580 3.250 -1.330 -29,0%
Impostos e Taxas 16.230 16.230 0 0,0%
IPTU 12.980 12.980 0 0,0%
Outros 3.250 3.250 0 0,0%
Despesas Patrimoniais 32.330 7.800 -24.530 -75,9%
Compra imobilizado 32.330 7.800 -24.530 -75,9%
SALDO FINAL 121.292 132.948 11.656 9,6%

FIGURA 9 – FLUXO DE CAIXA REALIZADO X PROJETADO – MÉTODO DIRETO

Análise Horizontal do Fluxo de Caixa


O fluxo de Caixa obtido pelo método direto permite a análise horizontal do fluxo de caixa, ou
seja, analisa-se a evolução do saldo do Disponível, acompanhando diariamente, as entradas e saídas de
caixa (dinheiro). Esta é a grande vantagem do método direto.
Ao se analisar o fluxo de caixa realizado pelo método direto, deve-se primeiro, separar o fluxo de
caixa do negócio do fluxo de caixa da empresa. Esta separação permite analisar a capacidade do negócio
de gerar caixa e sua dependência de empréstimos de curto prazo.
Portanto o fluxo de caixa deve ser classificado em três modalidades:
 Fluxo das Atividades Operacionais: refere-se a todas
FIGURA 11 – as entradas
FLUXO e saídas
DE CAIXA de caixa
DO NEGÓCIO relacionadas
– MÉTODO DIRETO

com a atividade principal da empresa (ciclo operacional da empresa).


 Fluxo das Atividades de Investimento: refere-se a todas as entradas e saídas de caixa
proveniente da conta do ativo não circulante.
 Fluxo das atividades de Financiamento: refere-se as entradas e saídas de caixa decorrentes das
variações dos saldos das contas do passivo financeiro (curto e longo prazo) e do Patrimônio
Líquido.
Assim nosso exemplo ficaria como a estrutura abaixo:

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SALDO INICIAL 132.199
FLUXO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 767.861
Entradas 1.525.286
Recebidos de Clientes 1.525.286
Saídas -757.425
Saídas Administrativas -67.812
Saídas Comerciais -15.846
Fornecedores -297.513
Saídas de Pessoal -174.139
Encargos -25.336
Serviços Prestados -47.637
Impostos e Taxas -126.673
Saídas com Veículos -2.469
FLUXO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO -14.800
Saídas -14.800
Compra de Equipamento -14.800
FLUXO DAS ATIVIDADES DE FINANCIMAMENTO -771.970
Entradas 151.202
Operações Financeiras 255.650
Transferências -104.448
Saídas -923.172
Saídas Financeiras -789.164
Leasing -34.803
Retirada de acionistas -99.205
SALDO FINAL 113.290

FIGURA 10 – FLUXO DE CAIXA POR ATIVIDADES – MÉTODO DIRETO

Fluxo de Caixa: Método Indireto


O Fluxo de Caixa obtido pelo método indireto inicia-se com as demonstrações financeiras
(Balanço Patrimonial e DRE) até chegar na demonstração de Fluxo de Caixa.
O Método Indireto parte da observação de que apenas dois fatos tem a capacidade de liberar ou
retirar recursos do fluxo de caixa: o lucro (ou prejuízo) e os fatos que provoquem variações nos saldos
das contas do ativo (menos o disponível) e do passivo.
É relativamente frequente, ao final da preparação da Demonstração do Fluxo de Caixa obtido
pelo método indireto, constatar que o saldo final do relatório não coincide cm o saldo do Disponível
apresentado no Balanço Patrimonial. Neste casos é necessário verificar minuciosamente as variações das
contas do ativo e passivo.

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Diversos quadros auxiliares são usados na preparação do fluxo de caixa pelo método indireto.
Estes quadros têm como objetivo decompor as variações dos saldos das diversas contas em seus
elementos constitutivos, de forma a permitir a visualização do processo de formação destes saldos.
Exemplos destes quadros são: quadro de demonstração das mutações do patrimônio líquido, quadro de
demonstração das mutações do passivo financeiro, quadro de demonstração das mutações do
imobilizado.
Segue um exemplo da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto com suas
demonstrações do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

FIGURA 11 – BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO

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De posse do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, e quadros
auxiliares, elaboramos o fluxo de caixa pelo método indireto, conforme a seguir:

FIGURA 12 – FLUXO DE CAIXA MÉTODO INDIRETO

Análise Vertical do Fluxo de Caixa


A riqueza do fluxo de caixa obtido pelo método indireto reside no fato de fornecer uma
radiografia do processo e formação de caixa na empresa e da forma como está sendo administrada.
A análise vertical do fluxo de caixa é a analise das demonstrações contábeis da empesa sobre o
prisma do regime de caixa. Imagine uma empresa,

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De todas as contas do Balanço Patrimonial, a única cujos saldos não estão sujeitos à interpretação
é o Disponível. Por isso, uma mudança de critérios contábeis pode afetar o lucro da empresa no
exercício, mas não o fluxo de caixa. Isto porque uma mudança de interpretação dos fatos contábeis não
tem poder de gerar ou destruir caixa (o caixa será alocado em uma das atividades operacionais, de
investimento e financiamento.)
Segundo Sá (2012), a análise vertical do Fluxo de Caixa parte do princípio de que a empresa é um
organismo vivo e que irá operar indefinidamente (visão econômica – geração e caixa). Por este motivo, a
análise vertical do fluxo de caixa é conhecida como a análise dinâmica das demonstrações financeiras.
É necessário fazer alguns ajustes nas demonstrações contábeis de forma a eliminar algumas
distorções e facilitar a interpretação dos seus relatórios.
Após estes ajustes, conforme exemplo nas figuras 11 e 12, verificamos alguns dos índices
financeiros mais usados na análise do fluxo de caixa.
Chamamos de índices financeiros as relações entre contas e grupo de contas do fluxo de caixa, ou
entre as contas e grupo de contas do fluxo de caixa e das demonstrações contábeis, que procuram
avaliar um determinado aspecto da atividade da financeira da empresa.
Os índices de fluxo de caixa podem ser divididos em três grupos:
 índices de cobertura: também chamados de índices de suficiência ou índices de liquidez,
são índices que procuram avaliar a capacidade da empresa liquidar seus compromissos;
 índices de eficiência financeira: também chamados de índices de rentabilidade, são
índices que procuram avaliar a capacidade da empresa remunerar seus acionistas e
credores;
 índices de consolidação: também chamados de índices de estrutura, são índices que
procuram avaliar o grau de consolidação da empresa, ou seja, sua capacidade de
atravessar crises sem se desestruturar.

Índices de Cobertura: ICPC; ICJCP, ICPFCP


São índices que avaliam a capacidade da empresa gerara caixa suficiente para pagar suas dívidas
(compromissos). Os mais usados são:

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Índice de Cobertura do Passivo Circulante – ICPC
Mede a capacidade da empresa gerar caixa suficiente para liquidar seus compromissos de curto
prazo. Este índice mostra quantas vezes o Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais paga o passivo
circulante.

𝒐𝒏𝒅𝒆: 𝐼𝐶𝑃𝐶 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒;


(𝑭𝑨𝑶 + 𝑪𝑽 + 𝑫𝑶)
𝑰𝑪𝑷𝑪 = 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑷𝑪
𝐶𝑉 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 ;
𝐷𝑂 = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠, 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑠𝑖𝑣𝑒 𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ;

No exemplo da figura 11 e figura 12, temos:

(2.455 + 41.384 + 17.836 + 994)


𝐼𝐶𝑃𝐶𝑎𝑛𝑜 2 = 𝑰𝑪𝑷𝑪 = 𝟑, 𝟒𝟗
17.962

(4.794 + 43.780 + 20.711 + 592)


𝐼𝐶𝑃𝐶𝑎𝑛𝑜 3 = 𝑰𝑪𝑷𝑪 = 𝟒, 𝟑𝟐
16.163

Índice de Cobertura de Juros de Curto Prazo – ICJCP


Mostra quantas vezes o Fluxo das Atividades Operacionais pagaria os juros que venceram no
período referentes aos empréstimos de curto prazo, caso fossem integralmente usados para isso.

𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝐼𝐶𝐽𝐶𝑃 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜;


(𝑭𝑨𝑶 + 𝑱𝑷)
𝑰𝑪𝑱𝑪𝑷 = 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑱𝑷
𝐽𝑃 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 ;

No exemplo da figura 11 e figura 12, temos:

(2.455 + 994) (4.794 + 592)


𝐼𝐶𝐽𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 2 = 𝑰𝑪𝑷𝑪 = 𝟑, 𝟒𝟕 𝐼𝐶𝐽𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 3 = 𝑰𝑪𝑷𝑪 = 𝟗, 𝟏𝟎
994 592

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Índice de Cobertura de Passivo Financeiro de Curto Prazo - ICPFCP
Mede a capacidade da empresa liquidar seus compromissos junto a credores de empréstimos de
curto prazo (sejam instituições financeiras ou não).

𝒐𝒏𝒅𝒆: 𝐼𝐶𝑃𝐹𝐶𝑃 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜;


𝑭𝑨𝑶
𝑰𝑪𝑷𝑭𝑪𝑷 = 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑷𝑭𝑪𝑷
𝑃𝐹𝐶𝑃 = 𝑃𝑎𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 ;

No exemplo da figura 11 e figura 12, temos:

2.455 4.794
𝐼𝐶𝑃𝐹𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 2 = 𝑰𝑪𝑷𝑭𝑪𝑷 = 𝟎, 𝟓𝟏 𝐼𝐶𝑃𝐹𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 3 = 𝑰𝑪𝑷𝑭𝑪𝑷 = 𝟏, 𝟖𝟕
4.781 2.562

Índices de Eficiência Financeira MOLA, MOLC, ROLCE, IEFL


A eficiência é o inverso da relação entre os insumos utilizados em determinada atividade e os
resultados obtidos. É um conceito relativo, portanto serve para acompanhar sua evolução em
determinado período ou compará-los com os índices do mercado (outras empresas).
Os índices de eficiência financeira nos permitem avaliar o grau de eficiência da empresa em gerar
caixa e de criar valor para o acionista. Os mais usados são:

Margem Operacional Líquida dos Acionistas e do Capital Empregado – MOLA e MOLC


A margem operacional líquida dos acionistas informa quanto cada R$ 100,00 de receita bruta
gera de caixa líquido para os acionistas.

𝑭𝑨𝑶 𝒐𝒏𝒅𝒆: 𝑀𝑂𝐿𝐴 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎 ;


𝑴𝑶𝑳𝑨 = 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑹𝑩
𝑅𝐵 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 ;

A margem Operacional Líquida do Capital empregado (MOLC) possui um conceito semelhante a


MOLA. Devemos somar o valor da despesa financeira havida com os juros ao valor do fluxo das
atividades operacionais.
𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑀𝑂𝐿𝐶 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜;
𝑭𝑨𝑶 + 𝑱𝑷
𝑴𝑶𝑳𝑪 = 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑹𝑩
𝐽𝑃 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 ;
𝑅𝐵 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 ;

Material elaborado pelo Professor: Wellington Luiz Teixeira Troglio Página 18


(4.794 + 562) 2.455 + 944
𝑀𝑂𝐿𝐴𝑎𝑛𝑜 3 = 𝑴𝑶𝑳𝑨 = 𝟓, 𝟐𝟏 𝑴𝑶𝑳𝑪𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝑴𝑶𝑳𝑪 = 𝟑, 𝟔𝟓
102.739 93.031

Rentabilidade Operacional Líquida do Capital Empregado – ROLCE


É a relação entre a soma do fluxo de caixa das atividades operacionais mais a despesa financeira
havida com pagamento de juros de curto e longo prazo e o capital empregado.

𝑭𝑨𝑶 + 𝑱𝑷 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑅𝑂𝐿𝐶𝐸 = 𝑟𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜;


𝑹𝑶𝑳𝑪𝑬 =
𝑪𝑰 𝐹𝐴𝑂 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝐽𝑃 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 ;
𝐶𝐼 = 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑎𝑡𝑙 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑃𝑎𝑡. 𝐿í𝑞. + 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑒 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜;

No exemplo da figura 11 e figura 12, temos...

(2.455 + 944)
= = . .
(20.389 + 5.754

4.794 + 562
= = , .
22.204 + 4.781

Índice de Eficiência Financeira do Lucro – IEFL


O Índice de Eficiência Financeira do Lucro é a relação entre o fluxo de caixa das atividades
operacionais e o lucro líquido.

2.455
𝑰𝑬𝑭𝑳𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝑰𝑬𝑭𝑳 = 𝟏, 𝟒𝟐 𝑶𝑼 𝟏𝟒𝟐
1.728 𝑭𝑨𝑶
𝑰𝑬𝑭𝑳 = × 𝟏𝟎𝟎
𝑳𝑳
4.794
𝑰𝑬𝑭𝑳𝒂𝒏𝒐 𝟑 = 𝑰𝑬𝑭𝑳 = 𝟏, 𝟔𝟑 𝑶𝑼 𝟏𝟔𝟑
2.949

Isto quer dizer que, no ano 2, para cada R$ 100,00 de lucro foram gerados R$ 142,00 de caixa, e
no ano 3, foram gerados R$ 163,00 de caixa.

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Índices de Consolidação: Grau de Consolidação do Disponível – GCD
Dizemos em Finanças que a empresa A está mais consolidada do que a empresa B quando possuir
uma maior capacidade de atravessar uma crise financeira sem se desestruturar.
Dizemos que o Disponível está consolidado quando a empresa consegue liquidar seus
compromissos sem recorrer a empréstimos de curto prazo.
Na análise dinâmica, o grau de dependência da empresa de empréstimos de curto prazo é feito
comparando-se o seu Passivo Financeiro com sua capacidade de endividamento de curto prazo.
Portanto as fórmulas para se calcular o grau de consolidação do Disponível seguem abaixo:

𝑷𝑭𝑪𝑷 𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝑭𝑨𝑶 + 𝑫𝑭 𝑫𝑭


𝑮𝑪𝑫 = 𝟏 − 𝑪𝑬𝑭𝑪𝑷 = 𝒊=
𝑪𝑬𝑪𝑷 𝒊 𝑷𝑭𝑪𝑷 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒐

: =
=
= ;
=
=
=

Calculo do grau de consolidação do Disponível no exemplo da figura 11 e figura 12 ...


994
2 = 2 = = ,
(5.754 + 4.781) 2

592
3 = 2 = = ,
(4.781 + 2.562) 2

2.455 + 944
2 = .
0,1887

4.794 + 562
3 = .
0,1612

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Finalmente calculamos o grau de consolidação do disponível.

(𝟓. 𝟕𝟓𝟒 + 𝟒. 𝟕𝟖𝟏) 𝟐


𝑮𝑪𝑫𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝟏 − 𝑮𝑪𝑫𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝟕𝟎, 𝟕𝟔
𝟏𝟖. 𝟎𝟏𝟐

(𝟒. 𝟕𝟖𝟏 + 𝟐. 𝟓𝟔𝟐) 𝟐


𝑮𝑪𝑫𝒂𝒏𝒐 𝟑 = 𝟏 − 𝑮𝑪𝑫𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝟖𝟖, 𝟗𝟓
𝟑𝟑. 𝟐𝟐𝟔

O que o índice informa e que, no ano 2, 71,20% da capacidade de endividamento da empresa


ainda não foi utilizada. No ano 3, 88,95% da capacidade de endividamento da empresa não foi utilizada,
ou seja, no ano 3 apenas 11,05% de sua capacidade de endividamento foi utilizada.

2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Controlar seu fluxo de caixa, projetar cenários, desenvolver planos de ação: como um
planejamento financeiro bem estruturado pode ajudar sua empresa a crescer.
Como empreendedor, você já deve ter plena consciência que planejar faz toda a diferença para o
seu negócio deslanchar. E isso em todas as áreas: estratégia, gestão, operações, etc. É por meio do
planejamento que você pensa criticamente sobre o negócio, define objetivos, projeta cenários e define
planos de ação. O planejamento financeiro é parte essencial desse processo.
Um planejamento financeiro serve para projetar as receitas e as despesas da sua empresa, com a
finalidade de indicar a situação econômica dos seus negócios. Ao realizá-lo, você consegue visualizar
claramente quanto você pretende faturar, gastar, investir e lucrar, podendo assim planejar a melhor
forma que utilizará seus recursos.
O planejamento financeiro é mais do que importante; é indispensável. Porque, no fundo, é a base
para quase todas as práticas da sua empresa. Sem realizá-lo corretamente, você não conseguirá tomar
decisões estratégicas no seu negócio. Caso não tenha avaliado suas projeções, se verá incapaz de
analisar e aplicar seus investimentos no momento certo, revisar custos e identificar as melhores
oportunidades para otimizar suas atividades. Por isso, nenhum negócio – tenha o tamanho que tiver –
pode prescindir de um planejamento financeiro completo e realista.

Material elaborado pelo Professor: Wellington Luiz Teixeira Troglio Página 21


Ainda assim, por mais importante que seja, é inacreditável a quantidade de empreendedores que
ignoram este aspecto. Em consequência, não é de se estranhar o número de empresas que encerram
suas atividades ainda nos primeiros anos de existência.
Como imaginamos, o planejamento financeiro requer uma análise minuciosa das movimentações
futuras de caixa, ou seja, quando e quanto irá desembolar e quando e quanto irá receber. Assim o fluxo
de caixa projetado é essencial na elaboração do planejamento financeiro.
De posse do fluxo de caixa projetado, e conhecendo os indicadores financeiros aqui explicados, o
gestor tem informações suficientes para planejar seus recursos financeiros, seja negociando mais prazos
de pagamento, empréstimos de curto prazo, aplicações de curto prazo, redução de inadimplência,
outros. O objetivo e alinhar os prazos de pagamentos com os prazos de recebimento.

3 – O MECANISMO DO CAPITAL DE GIRO

O balanço da empresa fornece informações a respeito da estrutura de seus investimentos de um


lado e, da estrutura de suas fontes de financiamento de outro lado. As estruturas escolhidas devem levar
sistematicamente a maximização do valor do investimento pelos proprietários das empresas.

FIGURA 13 – ESTRUTURA BALANÇO PATRIMONIAL NA ÓTICA FINANCEIRA

Alguns componentes importantes da estrutura da estrutura financeira incluem o nível de


investimento em ativos circulantes e o grau de financiamento com passivos circulantes. Na

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administração financeira de curto prazo, a gestão de ativos e passivos circulantes constituem em uma
das tarefas mais importantes do gestor financeiro.

FIGURA 14 – ESTRUTURA BALANÇO PATRIMONIAL

3.1 – CAPITAL DE GIRO: CONCEITOS

Os ativos circulantes, geralmente chamado de capital de giro, representam a proporção do


investimento total da empresa que circula, de uma forma ou outra, na condução normal das operações.
Esta ideia abrange a transição repetida de caixa para estoques para contas a receber e de volta para
caixa. Como substitutos de caixa, os títulos negociáveis de curto prazo também são considerados parte
do capital de giro. A conversão de ativos circulantes de estoques para contas a receber e para caixa é a
fonte de numerário usado para pagar os passivos circulantes.
O estudo do capital de giro é fundamental para a administração financeira, pois a empresa
precisa recuperar todos os custos e despesas (inclusive financeiras) incorridos durante o ciclo
operacional e obter lucro desejado por meio da prestação do serviço ou venda de produtos.

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FIGURA 15 – CICLO DO CAPITAL DE GIRO

A diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante é denominado de capital circulante


líquido – CCL ou capital de giro líquido. Quando o AC é maior que o PC, temos um CCL positivo (boa
liquidez) e quando PC maior que AC, temos um CCL negativo (problemas na liquidez).

3.2 – ADMINISTRAÇÃO DOS CICLOS OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONOMICO

O ciclo operacional de uma empresa é o prazo desde o início do processo de produção ao


recebimento de caixa resultante da venda do produto. Este ciclo envolve duas categorias básicas de
ativos circulantes: estoque e contas a receber. É medido em termos do tempo transcorrido, somando-se
o prazo médio de estocagem com o prazo médio de recebimento.

𝑪𝑶 = 𝑷𝑴𝑬 + 𝑷𝑴𝑹

As contas a pagar reduzem o número de dias pelos quais os recursos de uma empresa ficam
aplicados no ciclo operacional. O tempo necessário para liquidar as contas a pagar, medido em dias, é o
prazo médio de pagamento (PMP). O ciclo operacional menos o PMP é conhecido como Ciclo de
Conversão em Caixa (CCC).

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𝑪𝑪𝑪 = 𝑪𝑶 − 𝑷𝑴𝑷

Observamos que o ciclo de conversão em caixa (CCC) possui três componentes principais:

𝑪𝑪𝑪 = 𝑷𝑴𝑬 + 𝑷𝑴𝑹 − 𝑷𝑴𝑷


: =
= é
= é
=
= é

FIGURA 16 – CICLO OPERACIONAL, ECONOMICO E FINANCEIRO

Obviamente, se a empresa alterar qualquer um desses prazos, também modificará o volume de


recursos aplicados em suas operações no dia a dia.
Podemos utilizar o CCC como ponto de partida para discutir como a empresa financia o
investimento exigido em ativos operacionais.

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3.3 – ANÁLISE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO - NIG

A necessidade de investimento em capital de giro é a diferença entre o ativo circulante


operacional – ACO e o passivo circulante operacional – PCO. As contas ACO e PCO são chamadas de
contas cíclicas, pois a medida em que vão sendo realizadas/liquidadas, são substituídas por outra de
mesma natureza.

𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑁𝐼𝐺 = 𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑜;


𝑵𝑰𝑮 = 𝑨𝑪𝑶 − 𝑷𝑪𝑶 𝐴𝐶𝑂 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑃𝐶𝑂 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 ;

O Saldo da Tesouraria – ST – é a diferença entre os ativos e passivos financeiros, ou seja, não


cíclicos. Portanto, o Ativo Circulante não Operacional menos o Passivo Circulante não Operacional é o
saldo da tesouraria.

𝑺𝑻 = 𝑨𝑪𝑵𝑶 − 𝑷𝑪𝑵𝑶 𝒐𝒖 𝑺𝑻 = 𝑨𝑪𝑭 − 𝑷𝑪𝑭

𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑆𝑇 = 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑇𝑒𝑠𝑜𝑢𝑟𝑎𝑟𝑖𝑎;


𝐴𝐶𝑁𝑂 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛 𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠;
𝑃𝐶𝑁𝑂 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛 𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 ;
𝐴𝐶𝐹 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 ;
𝑃𝐶𝐹 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 ;

O Ativo Circulante não Operacional (ou ativo financeiro) corresponde a aplicação do capital de
giro em atividades financeiras, e o Passivo Circualnte não Operacional (ou passivo financeiro) representa
a fonte de capital de giro de natureza financeira, ou seja, não operacional.

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FIGURA 17 – Ativo e Passivo Circulante Operacional

Podemos ter as seguintes situações do capital de giro:


 ACO = PCO: existe equilíbrio entre o capital de giro e as fontes naturais de financiamento do
negócio;
 ACO > PCO: a empresa precisa de recursos de natureza financeira para financiar o giro dos
estoques;
 ACO < PCO: a empresa dispõe de excedentes de fontes naturais do negócio, para aplicações
financeiras;
 ACNO > PCNO: a empresa possui aplicações financeiras, portanto tem situação financeira folgada
no curto prazo;
 ACNO < PCNO: recursos de terceiros, de natureza financeira, estão financiando as atividades
operacionais (com algumas exceções).

4 – ANÁLISE DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A mensuração dos custos e sua análise é de vital importância para o resultado econômico da
empresa, visto na própria Demonstração de Resultado (DRE).
A teoria econômica leva em consideração que qualquer sacrifício financeiro seja considerado
como custos. A contabilidade oferece aspectos bem específicos para cada termo, como custos, despesas,

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investimento e desembolsos. Algumas confusões são causadas em decorrência desta classificação.
Porém para nosso estudo, é importante destacar quais as principais abordagens e o que elas trazem de
importante para a gestão financeira e econômica dos negócios.

4.1 – SISTEMAS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio apresentam a um único objetivo, que é a determinação dos custos na


fabricação dos produtos. Estes métodos se diferenciam entre si na forma de apropriação dos custos.
Os mais utilizados métodos de custeio são: custeio por absorção (aceito pelas normas contábeis),
custeio variável (permite a análise do ponto de equilíbrio), custo padrão e custeio ABC (por atividades).

FIGURA 18 –Resumo da classificação dos Custos e Despesas

4.2 – CUSTO UNITÁRIO: FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA


O Custeio por Absorção é um método de custeio que consiste na alocação de todos os custos
(diretos e indiretos) em cada fase da produção. Neste método, todos os gastos que participam na
elaboração dos produtos fabricados deverão ser absorvidos por eles.

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FIGURA 20 – Custeio por Absorção

Este método permite calcular o custo unitário por produto. De posse do custo unitário calcula-se
o preço de venda mediante o critério de markup ou critérios contábeis.
O markup é um dos métodos mais simples na determinação dos preços de vendas.

𝑴𝒂𝒓𝒌𝒖𝒑 = 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒐 + 𝑪𝒖 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝑪𝒖 = 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝑼𝒏𝒊𝒕á𝒓𝒊𝒐

Para se obter uma resposta mais exata do preço de venda, torna-se necessário saber qual é o
valor que deverá ser atribuído às despesas, impostos e também o percentual sobre o lucro. Assim om
preço de venda contemplará os seguintes elementos:

𝑷𝒗 = 𝑪𝒖 + 𝑫 + 𝑻 + 𝑳 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑃𝑣 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎;


𝐶𝑢 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜;
𝐷 = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 ;
𝑇 = 𝑇𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑜𝑠 ;
𝐿 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 ;

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4.3 – CUSTO VARIÁVEL: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE EQUILÍBRIO
Sistema de custeio direto que é utilizado pelas empresas no auxílio a tomada de decisões, tem
como premissa básica, conhecer qual é margem de contribuição que cada produto contribui para cobrir
os gastos fixos da empresa e gerar lucro.

Margem de Contribuição
Margem de Contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre a Receita e o Custo e
despesa variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra
entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.
Outras denominações: Contribuição para o lucro; Contribuição para o custos fixo; Saldo Marginal;
Receita Marginal; Lucro Marginal, etc.

Objetivos:
 - Ajuda a Administração na decisão que produtos merecem maior esforço de venda;
 - Auxilia os Administradores a decidir sobre linha de produção a ser abandonada, ou recuperação
do produto;
 - Auxilia na avaliação de alternativas que se criam em relação à redução de preços, descontos,
campanhas publicitárias, prêmios sobre vendas, etc.
 - Identifica o valor com o qual cada produto contribui na amortização dos gastos fixos e formação
do lucro.
Este método só admite na determinação do custo dos produtos a apropriação dos custos
variáveis, isto é, inclui os custos primários e os custos indiretos variáveis, sendo os custos indiretos fixos
são registrados como gastos do período em que o produto é fabricado.
Vantagens do Sistema de Custeio Direto
a) O impacto dos custos fixos nos resultados é salientado porque o total dos custos aparece no
demonstrativo de resultados

b) O sistema de custeio direto constitui o conceito dos gastos pelo regime de caixa, necessário para
produzir os bens. Pelo regime de caixa, as despesas são reconhecidas como resultado quando ocorrem.

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c) Os custos de manufatura e os demonstrativos de resultados pelo sistema de custeio direto, refletem
uma melhor apresentação do que pelo sistema de absorção.

d) O sistema de custeio direto adapta-se melhor aos instrumentos de controle da organização, tais como,
o custo-padrão e os orçamentos;

e) As informações para análise das relações entre custo-volume-lucro são obtidas mais facilmente do
que no sistema de custo por absorção.

Desvantagens do Sistema de Custeio Direto


a) Dificuldade serão encontradas na separação entre custos fixos e custos variáveis;

b) Os custos de manufatura não são determinados no processo de custo de produção, requerendo


alocações suplementares quando estudos de preço a longo prazo são realizados;

c) A legislação brasileira do imposto de renda não permite a sua utilização.

Em resumo a principal vantagem do custeio direto é que ele é uma ferramenta importante para
análise de custos apesar de ser algo desvantajoso para a elaboração de relatórios dirigidos a terceiros
como, por exemplo, acionistas.

FIGURA 21 – Ponto de Equilíbrio

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5 – ANÁLISE DE INVESTIMENTOS E DE RESULTADOS

A análise de resultados é uma necessidade de um conjunto de procedimentos de avaliação de


resultados e desempenho como forma de complementar o controle e decisão empresarial.
Basicamente a avaliação de resultados está ligada a mensuração da margem de contribuição
gerada pelos produtos / serviços e a avaliação de desempenho está ligada à responsabilidade de um
gestor por uma área dentro da empresa.

FIGURA 22 – Avaliação de Resultado x Desempenho

A análise Financeira ou de Balanço constitui-se em um processo de meditação sobre os


Demonstrativos Contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa em seus aspectos
operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros.
Tem por finalidade analisar o resultado e o desempenho da empresa, detectar os pontos fortes e
fracos do processo operacional e financeiro, objetivando propor alternativas de curso futuro a serem
tomadas e seguidas pelos gestores da empresa.

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Os demonstrativos de caixa (DFC) e os demonstrativos das origens e aplicações dos recursos
(DOAR) também devem ser utilizados para melhor compreender o desempenho empresarial.

FIGURA 23 – Processo de análise de indicadores

FIGURA 24 – Indicadores Econômico-financeiros

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FIGURA 25 – Indicadores Econômicos

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Os modelos para decisão de investimentos partem da ideia de verificar a viabilidade econômica
de um investimento antes de sua implementação. Os modelos de decisão de mensuração do valor de
uma empresa centram-se em determinar o valor de uma empresa em andamento.
A Controladoria tem como foco os resultados empresariais e avalia a eficácia da empresa através
dos resultados periódicos obtidos. O objetivo de qualquer empreendimento é criar valor para os
acionistas, valor
este que é gerado
pelas operações.

FIGURA 26 – Investimento e Avaliação

FIGURA 27 – Metodologia VPL

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O Valor Presente Líquido significa descontar o valor dos fluxos futuros a determinada taxa de
juros, de tal forma que este fluxo se apresente a valores de hoje, ou ao valor atual.
O valor atual dos fluxos futuros de caixa, confrontado com o valor atual dos investimentos, indica
a decisão a ser tomada.
Se VPL for igual a zero, dizemos que não houve perda nem ganho, ou seja, do ponto de vista
econômico, o projeto é indiferente quanto ao seu critério de aceitação.

BIBLIOGRAFIAS
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. Pearson, 2004
HORNGREN, Charles; SUNDEM, Gary; STRATTON, Willian. Contabilidade Gerencial. Pearson, 2004
PADOVEZE, Clóvis. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ed. Cengage Learning. 2012
MASAKAZU, Hoji. Administração Financeira e Orçamentária. 6ed. Atlas, 2007.
SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de Caixa: uma visão da tesouraria e da controladoria. 4 ed. Atlas, 2012
BRUNI, Adriano; FAMÁ, Rubens. Matemática Financeira: com HP-12C e Excel. 5 ed. Atlas, 2010

Material elaborado pelo Professor: Wellington Luiz Teixeira Troglio Página 36

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