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JULHO – 2018
SUMÁRIO
Para uma melhor compreensão do campo de Finanças e do Ambiente financeiro no qual a maior
parte das micro e pequenas empresas estão inseridas, faz-se necessário conhecermos alguns conceitos
básicos e identificarmos a relação entre Finanças, Economia e Contabilidade.
O objetivo deste curso é proporcionar conhecimentos e ferramentas para a gestão financeira das
micro e pequenas empresas. Neste sentido serão enfatizadas as finanças corporativas. Alguns conceitos
se fazem necessários:
Decisões de investimento: são as aplicações de recursos, envolvendo todo o processo de identificação,
avaliação e seleção das alternativas de aplicações na expectativa de se auferirem benefícios econômicos
futuros.
Decisões de financiamento: são as captações de recursos, onde a preocupação é com as melhores
ofertas de recursos e a melhor proporção a ser mantida entre capital de terceiros e capital próprio.
Essas duas decisões são tomadas tendo por base as seguintes funções:
planejamento financeiro: evidencia as necessidades de expansão da empresa e identifica
eventuais desajustes futuros; seleciona os ativos mais rentáveis;
controle financeiro: acompanha e avalia todo o desempenho financeiro da empresa;
administração de ativos: persegue a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos
investimentos empresariais; acompanha as defasagens que podem ocorrer entre entradas e
saídas de dinheiro do caixa, o que é geralmente associado à gestão do capital de giro;
administração de passivos: voltada para a aquisição de fundos (financiamento) e o
gerenciamento de sua composição, procurando definir a estrutura mais adequada em termos de
liquidez, redução de seus custos e risco financeiro (Assaf Neto, 2003).
As finanças têm assumido papel crucial na administração de empresas. Em uma visão tradicional
de negócios, a administração financeira é vista como a análise e gestão dos fluxos de caixa da empresa.
Em uma visão mais atual (moderna), a área financeira deve se preocupar em criar valor monetário para
seus proprietários (o que nos leva novamente ao fluxo de caixa).
A necessidade de desenvolver demonstrações de fluxo de caixa decorre do aumento da
complexidade das atividades operacionais, o que provoca grandes disparidades entre o período no qual
os lançamentos de receitas e despesas são apresentados e o período em que os correspondentes fluxos
de caixa realmente ocorrem. Fatores externos, tais como a inflação ou mudanças no cenário econômico
afetam mais rapidamente o fluxo de caixa do que o lucro contábil.
No relatório acima, as expressões saldo inicial e saldo final referem-se aos saldos do disponível no
início e no final do período que estamos analisando. A base do fluxo de caixa obtido pelo método direto
é o plano de contas da tesouraria. O plano de contas da tesouraria decompõe as entradas e as saídas em
contas e subcontas para que se possa compreender melhor porque o saldo de caixa está aumentando ou
diminuindo.
O plano de contas da tesouraria é mais simples e prático de se trabalhar, pois não existe
legislação (limitação) para sua criação. Deve ser feito da melhor forma visando facilitar o entendimento
da circulação (por onde anda?) dos recursos financeiros.
Uma das grandes vantagens do fluxo de caixa reside no fato de ele poder ser representado em
um gráfico, o que nos permite visualizar quando irá faltar ou sobrar dinheiro (fluxo de caixa projetado).
É importante comparar o fluxo de caixa realizado com o que havia sido projetado, de forma a
analisar os desvios e propor correções, caso seja necessário.
PROJETADO REALIZADO DIFERENÇA %
SALDO INICIAL -52.870 -52.870 0 0,0%
TOTAL ENTRADAS 734.424 633.800 -100.624 -13,7%
Recebido de Clientes 716.674 616.050 -100.624 -14,0%
Sul de Minas 235.870 198.652 -37.218 -15,8%
Centro Oeste Mineiro 125.524 132.580 7.056 5,6%
Triângulo Mineiro 157.850 125.478 -32.372 -20,5%
Zona da Mata 189.580 146.890 -42.690 -22,5%
Diversos 7.850 12.450 4.600 58,6%
Outros Recebíveis 17.750 17.750 0 0,0%
Resgate de aplicações 17.750 17.750 0 0,0%
TOTAL SAÍDAS 560.262 447.982 -112.280 -20,0%
Saídas Industriais 319.220 266.800 -52.420 -16,4%
Fornecedores A 198.650 178.100 -20.550 -10,3%
Fornecedores B 120.570 88.700 -31.870 -26,4%
Saídas Comerciais 11.110 6.610 -4.500 -40,5%
Propaganda e promoções 2.580 1.870 -710 -27,5%
Fretes 2.750 3.200 450 16,4%
Despesas de Viagem 5.780 1.540 -4.240 -73,4%
Saídas Administrativas 53.322 33.972 -19.350 -36,3%
Água (saneamento básico) 672 672 0 0,0%
Energia elétrica 15.230 6.580 -8.650 -56,8%
Telecomunicações 3.780 4.250 470 12,4%
Material de Escritório 2.670 1.580 -1.090 -40,8%
Material de Limpeza 1.250 890 -360 -28,8%
Manutenção de equipamentos 22.450 12.400 -10.050 -44,8%
Seguros Imóveis 3.350 3.350 0 0,0%
2.455 4.794
𝐼𝐶𝑃𝐹𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 2 = 𝑰𝑪𝑷𝑭𝑪𝑷 = 𝟎, 𝟓𝟏 𝐼𝐶𝑃𝐹𝐶𝑃𝑎𝑛𝑜 3 = 𝑰𝑪𝑷𝑭𝑪𝑷 = 𝟏, 𝟖𝟕
4.781 2.562
(2.455 + 944)
= = . .
(20.389 + 5.754
4.794 + 562
= = , .
22.204 + 4.781
2.455
𝑰𝑬𝑭𝑳𝒂𝒏𝒐 𝟐 = 𝑰𝑬𝑭𝑳 = 𝟏, 𝟒𝟐 𝑶𝑼 𝟏𝟒𝟐
1.728 𝑭𝑨𝑶
𝑰𝑬𝑭𝑳 = × 𝟏𝟎𝟎
𝑳𝑳
4.794
𝑰𝑬𝑭𝑳𝒂𝒏𝒐 𝟑 = 𝑰𝑬𝑭𝑳 = 𝟏, 𝟔𝟑 𝑶𝑼 𝟏𝟔𝟑
2.949
Isto quer dizer que, no ano 2, para cada R$ 100,00 de lucro foram gerados R$ 142,00 de caixa, e
no ano 3, foram gerados R$ 163,00 de caixa.
: =
=
= ;
=
=
=
592
3 = 2 = = ,
(4.781 + 2.562) 2
2.455 + 944
2 = .
0,1887
4.794 + 562
3 = .
0,1612
Controlar seu fluxo de caixa, projetar cenários, desenvolver planos de ação: como um
planejamento financeiro bem estruturado pode ajudar sua empresa a crescer.
Como empreendedor, você já deve ter plena consciência que planejar faz toda a diferença para o
seu negócio deslanchar. E isso em todas as áreas: estratégia, gestão, operações, etc. É por meio do
planejamento que você pensa criticamente sobre o negócio, define objetivos, projeta cenários e define
planos de ação. O planejamento financeiro é parte essencial desse processo.
Um planejamento financeiro serve para projetar as receitas e as despesas da sua empresa, com a
finalidade de indicar a situação econômica dos seus negócios. Ao realizá-lo, você consegue visualizar
claramente quanto você pretende faturar, gastar, investir e lucrar, podendo assim planejar a melhor
forma que utilizará seus recursos.
O planejamento financeiro é mais do que importante; é indispensável. Porque, no fundo, é a base
para quase todas as práticas da sua empresa. Sem realizá-lo corretamente, você não conseguirá tomar
decisões estratégicas no seu negócio. Caso não tenha avaliado suas projeções, se verá incapaz de
analisar e aplicar seus investimentos no momento certo, revisar custos e identificar as melhores
oportunidades para otimizar suas atividades. Por isso, nenhum negócio – tenha o tamanho que tiver –
pode prescindir de um planejamento financeiro completo e realista.
𝑪𝑶 = 𝑷𝑴𝑬 + 𝑷𝑴𝑹
As contas a pagar reduzem o número de dias pelos quais os recursos de uma empresa ficam
aplicados no ciclo operacional. O tempo necessário para liquidar as contas a pagar, medido em dias, é o
prazo médio de pagamento (PMP). O ciclo operacional menos o PMP é conhecido como Ciclo de
Conversão em Caixa (CCC).
Observamos que o ciclo de conversão em caixa (CCC) possui três componentes principais:
O Ativo Circulante não Operacional (ou ativo financeiro) corresponde a aplicação do capital de
giro em atividades financeiras, e o Passivo Circualnte não Operacional (ou passivo financeiro) representa
a fonte de capital de giro de natureza financeira, ou seja, não operacional.
A mensuração dos custos e sua análise é de vital importância para o resultado econômico da
empresa, visto na própria Demonstração de Resultado (DRE).
A teoria econômica leva em consideração que qualquer sacrifício financeiro seja considerado
como custos. A contabilidade oferece aspectos bem específicos para cada termo, como custos, despesas,
Este método permite calcular o custo unitário por produto. De posse do custo unitário calcula-se
o preço de venda mediante o critério de markup ou critérios contábeis.
O markup é um dos métodos mais simples na determinação dos preços de vendas.
Para se obter uma resposta mais exata do preço de venda, torna-se necessário saber qual é o
valor que deverá ser atribuído às despesas, impostos e também o percentual sobre o lucro. Assim om
preço de venda contemplará os seguintes elementos:
Margem de Contribuição
Margem de Contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre a Receita e o Custo e
despesa variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra
entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.
Outras denominações: Contribuição para o lucro; Contribuição para o custos fixo; Saldo Marginal;
Receita Marginal; Lucro Marginal, etc.
Objetivos:
- Ajuda a Administração na decisão que produtos merecem maior esforço de venda;
- Auxilia os Administradores a decidir sobre linha de produção a ser abandonada, ou recuperação
do produto;
- Auxilia na avaliação de alternativas que se criam em relação à redução de preços, descontos,
campanhas publicitárias, prêmios sobre vendas, etc.
- Identifica o valor com o qual cada produto contribui na amortização dos gastos fixos e formação
do lucro.
Este método só admite na determinação do custo dos produtos a apropriação dos custos
variáveis, isto é, inclui os custos primários e os custos indiretos variáveis, sendo os custos indiretos fixos
são registrados como gastos do período em que o produto é fabricado.
Vantagens do Sistema de Custeio Direto
a) O impacto dos custos fixos nos resultados é salientado porque o total dos custos aparece no
demonstrativo de resultados
b) O sistema de custeio direto constitui o conceito dos gastos pelo regime de caixa, necessário para
produzir os bens. Pelo regime de caixa, as despesas são reconhecidas como resultado quando ocorrem.
d) O sistema de custeio direto adapta-se melhor aos instrumentos de controle da organização, tais como,
o custo-padrão e os orçamentos;
e) As informações para análise das relações entre custo-volume-lucro são obtidas mais facilmente do
que no sistema de custo por absorção.
Em resumo a principal vantagem do custeio direto é que ele é uma ferramenta importante para
análise de custos apesar de ser algo desvantajoso para a elaboração de relatórios dirigidos a terceiros
como, por exemplo, acionistas.
BIBLIOGRAFIAS
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. Pearson, 2004
HORNGREN, Charles; SUNDEM, Gary; STRATTON, Willian. Contabilidade Gerencial. Pearson, 2004
PADOVEZE, Clóvis. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ed. Cengage Learning. 2012
MASAKAZU, Hoji. Administração Financeira e Orçamentária. 6ed. Atlas, 2007.
SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de Caixa: uma visão da tesouraria e da controladoria. 4 ed. Atlas, 2012
BRUNI, Adriano; FAMÁ, Rubens. Matemática Financeira: com HP-12C e Excel. 5 ed. Atlas, 2010