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Planejamento Tributário

Consuelo de Souza
Leonardo Arruda
Luana da Conceição
Natália Duarte
Silviene Alves
Stela Freitas
Suzana Quirino
Necessidade do Planejamento
Tributário

O mundo globalizado, o mercado


competitivo e o pesado ônus tributário
que sufoca as empresas requer do
profissional da contabilidade, a todo
instante, práticas de gerenciamento
eficazes para preservar a continuidade do
empreendimento.
CONCEITOS E OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO

O planejamento tributário consiste em um conjunto de


medidas contínuas que visam a economia no pagamento de
tributos, de forma legal, levando-se em conta as possíveis
mudanças rápidas e eficazes, na hipótese do fisco alterar as
regras fiscais.
Quando se trabalha o planejamento tributário, busca-se
através da ação do contador ou em conjunto com profissional
da área jurídica promover menor impacto no fluxo de caixa da
empresa. As grandes empresas já contemplam, hoje, em sua
estrutura organizacional, um Comitê de Planejamento
Tributário constituído por pessoas de várias formações e
segmentos para tratar especificamente desse grande projeto.
IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
Quando se pensa em realizar algo de forma clara e objetiva no
âmbito empresarial está se decidindo pelo planejamento, isto
é, por um projeto de previsão das necessidades e realizações,
sendo o contador figura de destaque no instante de
implementar essa ferramenta valiosa de gestão: O
Planejamento Tributário. Com isso estará colaborando
decisivamente para a continuidade do negócio e consequente
manutenção de empregos.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
.
No Brasil, existem mais de 80 diferentes taxas, impostos
e contribuições. Todos nós, diretamente ou
indiretamente, somos contribuintes destes encargos.
Lista de tributos (impostos, taxas,
contribuições) existentes no Brasil.
• Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei 10.893/2004
• Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000
• Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação"
- Decreto 6.003/2006
• Contribuição ao Funrural
• Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955
• Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
• Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990
• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei 8.621/1946
• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993
• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942
• Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
• Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946
• Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946
• Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP 1.715-2/1998
• Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
• Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)
• Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)
• Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001
• Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior - Lei 10.168/2000
• Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP - Decreto 6.297/2007
• Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002
• Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE - art. 32 da Medida
Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002
• Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública - art. 32 da Lei 11.652/2008.
• Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários
sobre a Contribuição Sindical Patronal)
• Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição
Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8, inciso IV, da
Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados,
independentemente da contribuição prevista na CLT)
• Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001
• Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
• Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.)
• Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc.
• Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974
• Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000
• Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas disposições da Lei 9.472/1997
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
• Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9.998/2000
• Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do
Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002
• Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) - Lei 10.052/2000
• Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
• Imposto sobre a Exportação (IE)
• Imposto sobre a Importação (II)
• Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
• Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
• Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
• Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica)
• Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
• Imposto sobre Transmissão Bens Inter-Vivos (ITBI)
• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
• INSS Autônomos e Empresários
• INSS Empregados
• INSS Patronal
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
• Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
• Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro
• Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - Lei 10.870/2004
• Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades
agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981
• Taxa de Coleta de Lixo
• Taxa de Combate a Incêndios
• Taxa de Conservação e Limpeza Pública
• Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei 10.165/2000
• Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16
• Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais)
• Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006
• Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA - art. 13 e 14 da MP 437/2008
• Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989
• Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-35/2001
• Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23

• Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - Lei 10.834/2003
• Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004
• Taxa de Licenciamento Anual de Veículo
• Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e Radioativos e suas instalações - Lei
9.765/1998
• Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal
• Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999
• Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus - Lei 9.960/2000
• Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999
• Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
• Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13, da Lei 9.427/1996
• Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42 do Decreto 2.615/1998
• Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei
10.233/2001
• Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18
• Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006.
• Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004
• Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)
• Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998
No nosso país, em média, 33% do faturamento
empresarial é dirigido ao pagamento de tributos.
Somente o ônus do Imposto de Renda e da Contribuição
Social sobre o Lucro das empresas pode corresponder a
51,51% do lucro líquido apurado. Se o contribuinte
pretende diminuir os seus encargos tributários, poderá
fazê-lo legal ou ilegalmente. A forma ilegal denomina-se
sonegação ou evasão fiscal e a maneira legal chama-se
elisão fiscal ou economia legal, o que chamamos
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.
EVASÃO FISCAL

A evasão fiscal, consiste em toda ação consciente,


espontânea, dolosa ou intencional do contribuinte através de
meios ilícitos para evitar, eliminar, reduzir ou retardar o
pagamento do tributo devido, não se configurando em
hipótese alguma com o planejamento tributário lícito.

A evasão causa enormes prejuízos aos negócios, ao governo e


por extensão à sociedade como um todo. Trata-se de
procedimentos adotados após o fato gerador ocorrido.
Exemplos
Destacamos a omissão de registros em livros
fiscais próprios, a falta de recolhimento de tributos
apurados, as falsas declarações, a produção de
documentos que contenham informações falsas ou
distorcidas, como a contratação de notas fiscais,
faturas e duplicatas.
ELISÃO FISCAL

A elisão fiscal, representa a execução de procedimentos,


antes do fato gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar
ou postergar a tipificação da obrigação tributária,
caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento
tributário.

Elisão é uma conduta lícita do contribuinte antes da


ocorrência do fato gerador, que ele pratique sem que esteja
revestida de nenhuma prática simulatória, com a qual ele
obtenha uma menor carga tributária legalmente possível.
A elisão fiscal surge muitas vezes das brechas encontradas na
legislação e, por isso mesmo, há defensores de que o sistema
tributário deveria ser simples, acreditando que, dessa
maneira, o legislador estaria protegido da elisão.
Exemplificando esta situação podemos citar uma empresa
optante pelo lucro presumido e que tenha faturamento
relevante a prazo, é viável optar por calcular e recolher os
tributos federais pelo regime de caixa uma vez que assim
procedendo somente pagaria pela receita efetivamente
recebida.
Exemplos

1) Evitar a incidência do fato gerador do


tributo.
Substituir a maior parte do valor do pró-labore dos sócios de
uma empresa, por distribuição de lucros, pois a partir de
janeiro/1996 eles não sofrem incidência do IR nem na fonte
nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS
(20%) e do IR na Fonte (até 27,5%) sobre o valor retirado
como lucros em substituição do pró-labore.
2) Reduzir o montante do tributo: sua alíquota ou
reduzir a base de cálculo do tributo.

Ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar


por deduzir até 20% da renda tributável como desconto
padrão ou efetuar as deduções de dependentes,
despesas médicas, plano de previdência privada, etc.
Você certamente escolherá o maior valor, que lhe
permitirá uma maior dedução da base de cálculo, para
gerar um menor Imposto de Renda a pagar (ou um
maior valor a restituir).
3) Retardar o pagamento do tributo, postergando
(adiando) o seu pagamento, sem a ocorrência da multa.

Transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou 31)


para o 1º dia do mês subseqüente. Com isto, ganha-se
30 dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS,
SIMPLES, ICMS, ISS, IRPJ e CSLL (Lucro Real por
estimativa), se for final de trimestre até 90 dias do IRPJ e
CSLL (Lucro Presumido ou Lucro Real trimestral) e 10 a
30 dias se a empresa pagar IPI.
Dicas de Elisão

LOJA VIRTUAL – DISTRIBUIÇÃO VIA ESTADO COM


MENOR ICMS
Ao lançar sua loja virtual, verifique se não há
possibilidade de operar a distribuição de seus
produtos através de operação em estado com menor
alíquota do ICMS para o consumidor final. Caso seu
produto tenha substituição tributária, verifique as
normas do estado para viabilizar a não cobrança do
imposto, ou o ressarcimento da diferença do ICMS
pago anteriormente sobre a base de cálculo maior. São
planejamentos deste tipo que viabilizam um preço
mais competitivo.
DESCONTOS FINANCEIROS X COMERCIAIS: ECONOMIA PARA FORNECEDOR E
CLIENTE

O desconto financeiro, condicionando a sua existência a evento definido (pagamento


no prazo, fidelidade, etc.) é uma prática muito cara, em termos tributários.
Recomendamos as empresas que o praticam, a reverem seus procedimentos,
adotando, em princípio, sua substituição pelo desconto comercial.
Desta forma, por exemplo, se desejar premiar os clientes que pagam pontualmente,
bastaria conceder desconto relativo ao evento no próximo pedido de compra, como
desconto comercial. A economia de tributos, para uma empresa comercial, optante
pelo Lucro Presumido, pode chegar até 24,73% do valor do desconto concedido. O
cálculo é o seguinte:
até 18% a título de ICMS
3% a título de COFINS (alíquota do lucro presumido)
0,65% a título de PIS (alíquota do lucro presumido)
até 2% a título de IRPJ/Lucro Presumido (8% x até 25% de alíquota do IRPJ) e até
1,08% a título de CSLL/Lucro Presumido (12% x alíquota de 9% da CSLL).
Interessante observar que, para o cliente, o desconto comercial também pode ser
menos oneroso, já que, quando for tributado pelo Lucro Presumido, o custo
tributário pode chegar a 37,65 % do desconto financeiro obtido (IRPJ até 25%, CSLL
até 9%, PIS e COFINS 3,65%). Como desconto comercial, este custo não existe.
REDUZINDO O IRPJ A PAGAR COM COMPENSAÇÕES NA
FONTE

Podem ser compensados, mediante dedução do IRPJ


devido pelas empresas, os valores retidos na fonte,
como: a)remuneração de serviços profissionais,
comissões, propaganda e publicidade, limpeza,
conservação de imóveis, segurança, vigilância e locação
de mão-de-obra;b) rendimentos de aplicações
financeiras; c) importâncias recebidas de entidades de
administração pública federal, pelo fornecimento de
bens e serviços; d) juros do capital próprio pago ou
creditado por empresa da qual tenha participação
societária. Base: Regulamento do IR (art. 229 e 231).
ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR
DEDUÇÃO DO EXCESSO DE GASTOS

Os valores aplicados pelas empresas optantes pelo Lucro


Real no Plano de Alimentação do Trabalhador (PAT) que
excederem ao limite legal de dedução, poderão ser
deduzidos em até 2 (dois) exercícios subsequentes.
Basta controlar estes valores na Parte "B" do Livro de
Apuração do Lucro Real e deduzi-los de acordo com sua
efetiva utilização. Base: art. 582 do Regulamento do IR.
GASTOS COM VEÍCULOS - NÃO TRIBUTAÇÃO (INSS E
FGTS)

O valor pago pelas empresas para ressarcimento dos


gastos dos empregados que utilizam seus veículos a
serviço da empresa não sofrerá incidência de INSS ou
FGTS, desde que devidamente comprovada a despesa
(notas fiscais). Base: art. 214, parágrafo 9, item XVIII do
Regulamento da Previdência Social.
GANHO DE CAPITAL E TRIBUTAÇÃO
O ganho de capital apurado na venda de bens do imobilizado deverá ser apurado por
qualquer empresa, independentemente de ser optante pelo SIMPLES, Lucro Presumido ou
Real, para fins de tributação do Imposto de Renda.
O ganho de capital é a diferença positiva entre o valor de venda e o custo contábil. No caso
das empresas optantes pelo SIMPLES, o custo contábil é o valor corrigido do bem até
31.12.1995 (utilizando-se a UFIR de 0,8287). Nas aquisições de 1996 em diante, não há
mais correção do custo. Assim, a venda de um bem adquirido em 30.12.1994, por
exemplo, terá uma correção de 25,219%, reduzindo assim o eventual ganho de capital e o
respectivo pagamento do Imposto de Renda. Em relação as demais empresas, a
determinação do ganho ou perda de capital terá por base o valor contábil do bem, assim
entendido o que estiver registrado na escrituração e diminuído, se for o caso, da
depreciação, amortização ou exaustão acumulada (artigo 418 do Regulamento do IR).
O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capital obtido na desapropriação de
bens, desde que:
I – transfira o ganho de capital para reserva especial de lucros;
II – aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento da indenização, na aquisição
de outros bens do ativo permanente, importância igual ao ganho de capital;
III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da aplicação de que trata o inciso
anterior, em condições que permitam a determinação do valor realizado em cada período
de apuração (artigo 422 do Regulamento do Imposto de Renda).
Está isento do imposto o ganho obtido nas operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária (Constituição Federal, art. 184, § 5º).
IPI - APROVEITAMENTO DE TODOS OS CRÉDITOS

Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditar-se


do IPI em diversas hipóteses previstas no Regulamento do respectivo imposto,
dentre as quais destacamos:
IPI pago na aquisição de materiais, inclusive os consumidos, destinados ao processo
de industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero (art. 11
da Lei 9.779/1999). Nota: não confundir o crédito do IPI na aquisição de insumos
(quando destacado o respectivo imposto) com os créditos de insumos com alíquota
zero ou naquelas não-tributadas (ou seja, quando não há destaque do imposto na
nota fiscal). Os primeiros são créditos admissíveis, por Lei, enquanto os últimos não
se constituem créditos - conforme julgado do STF.
do imposto pago no desembaraço aduaneiro;
do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos estrangeiros,
diretamente da repartição que o liberou;
sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou suspensão, quando
descumprida a condição, em operação que dê direito ao crédito;
destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou transferências simbólicas do
produto, permitidas pelo Regulamento do IPI;
de 50% do valor dos materiais adquiridos de comerciante atacadista não
contribuinte, mediante aplicação da alíquota correspondente, para os
estabelecimentos industriais.
LUCRO PRESUMIDO (REFIS) - OPERAÇÕES NO EXTERIOR -
COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO PAGO

Com as mudanças ocorridas no Programa REFIS, as


empresas que tiverem lucros auferidos no exterior, sendo
optantes, poderão optar pela sistemática do Lucro
Presumido. Do Imposto de Renda apurado no Brasil, poderá
ser deduzido aquele pago no exterior. O valor que exceder o
valor compensável relativo a lucros disponibilizados poderá
ser compensado até o limite da Contribuição Social sobre o
Lucro devida em virtude da adição de tais valores a sua base
de cálculo. Base: Instrução Normativa SRF 16/2001.
CUSTO UNITÁRIO DE AQUISIÇÃO DO IMOBILIZADO

O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301)


permite que se deduza como despesa operacional, o
custo unitário de bem imobilizado no valor de até R$
326,61 – desde que para sua utilização não se exija um
conjunto desses bens.

Assim, ao invés de imobilizar o bem (débito a Ativo


Imobilizado), efetua-se o lançamento a uma conta de
resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de
empresa tributada pelo Lucro Real, com redução do IRPJ
e CSL devidos.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA CONTÁBIL - EM FUNÇÃO DOS
TURNOS

Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função


do número de horas diárias de operação, os seguintes
coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/1958, art. 69):
I – um turno de oito horas................................ 1,0
II – dois turnos de oito horas........................... 1,5
III – três turnos de oito horas........................... 2,0
Portanto, a utilização da aceleração da depreciação contábil,
quando há mais de um turno diário de operação, poderá
permitir uma contabilização maior de encargos dedutíveis na
apuração do resultado tributável. Base: art. 312 do RIR/99.
DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA (DIPJ)

Por ocasião da entrega da DIPJ, observe os seguintes procedimentos:


Não deixe atrasar a entrega, pois isto gera multa.
Verifique se todo o Imposto de Renda Retido na Fonte (Aplicações Financeiras, Serviços,
etc.) foi compensado. Caso tenha esquecido de compensar, efetue a compensação e utilize
o valor pago a maior para abater o IRPJ no próximo recolhimento deste imposto. O mesmo
procedimento é válido para CSLL, PIS e COFINS retidos por órgãos públicos ou outras
retenções previstas pelo artigo 30 da Lei 10.833/2003. Caso haja crédito a utilizar, não
esquecer de elaborar a PER/DCOMP e, se for o caso, retificar DCTF/ DACON.
Cheque se todas as aplicações em benefícios fiscais no Lucro Real foram procedidas, como
exemplo: Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT.
Antes de entregar a declaração, faça a confrontação entre os cálculos de tributos a
recolher, gerados pelo programa, e os DARF efetivamente recolhidos. Verifique
especialmente as exclusões/deduções permitidas, que podem gerar valores recolhidos a
maior e compensáveis (corrigidos pela SELIC) com recolhimentos futuros de tributos
federais arrecadados pela SRF.
Cruze os valores informados na DCTF, com os informados no Imposto de Renda (PIS,
COFINS, IRPJ, CSL), com o objetivo de identificar possíveis divergências.
PAPEL DO CONTADOR E DA CONTABILIDADE
O planejamento tributário existe para todas as esferas do poder legislativo,
quer seja municipal, estadual ou federal, e a pergunta que se faz é: estão os
contadores preparados adequadamente para efetuar o planejamento
tributário?, estão efetivamente gerenciando os impostos de seus clientes
ou empregador?, estão procurando formas lícitas de pagar menos
tributos?, ou estão preferindo aplicar opções legais mais simplificadas que
lhes tiram maiores responsabilidades e competências? São perguntas que
não encontramos respostas neste instante, vislumbramos alguns motivos,
porém cabe uma pesquisa de campo para se obter conclusões.
Somente assim, e do interesse de cada um acontecerá o crescimento e a
competência para adequadamente promover o planejamento tributário,
pois a imperícia do contador na aplicação dos dispositivos legais sempre
ocasionará prejuízo para seu cliente ou seu empregador, quer seja pelo
recolhimento a menor de tributo que ocasionará o pagamento de
acréscimos legais, quer seja pelo recolhimento a maior que provocará
maior desembolso por parte das empresas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um estudo econômico de investimento, neste


mundo de incertezas e muita competitividade,
pressupõe uma tentativa séria de diminuir
custos e maximizar os lucros. Nesse contexto o
planejamento tributário é um processo
indispensável a qualquer negócio, tanto na
condição de cliente, quanto na condição de
empregador.

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