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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE LÓGICA

Amanda Chaia (UNICENTRO), Elen Paula Bussolotto (UNICENTRO), Tatieli Licheta


Marcondes (UNICENTRO), Sergio Silva Ribeiro (Orientador) e-mail:
professor@sergioribeiro.com.br.
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de
Administração/Guarapuava, PR.
GRANDE ÁREA E SUB-ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas; Administração;
Outros.
Palavras-chave: Lógica, divergências, argumentos, princípios, operadores lógicos.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica, buscando
identificar se os autores divergem, quanto à definição e caracterização da lógica e
seus princípios, sendo que a lógica tem como foco determinar se o argumento
utilizado por um individuo é valido ou não, para tanto, foram utilizadas fontes
secundárias, a partir de livros e artigos. Foram identificados no decorrer do trabalho
que há poucas divergências entre os autores utilizados, na maioria das vezes os
assuntos passam uma mesma ideia para os mesmos. Pesquisas como estas
garantem um melhor entendimento do estudo da lógica.
Introdução
O trabalho teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica dos seguintes
temas: lógica, proposição, argumento, operadores lógicos, tabela verdade,
tautologia, contradição e contingencia, buscando verificar se há divergências entre
os autores sobre os assuntos.
Para isso foi elaborado um quadro mostrando os autores e suas ideias,
buscando assim identificar se há divergência entre os mesmos.
A lógica como disciplina foi criada no século IV, pelo filósofo Aristóteles. As
contribuições de Aristóteles para a lógica foram várias, uma delas foi a sua Teoria do
Silogismo, que é um tipo particular de argumento, tendo sempre duas premissas e,
claro uma conclusão, sendo que somente as proposições categóricas podem fazer
parte do silogismo, por exemplo, “todo gato é preto”. Procurou também caracterizar
as formas de silogismo e determinar quais delas são válidas ou não (MORTARI,
2001).Em 1849, Boole, publicou o livro Investigação sobre as leis do pensamento,
que deu início a simbolização, ou matematização da lógica, que consistiu em fazer,
numa linguagem simbólica, o que Aristóteles havia começado, apresentando um
cálculo lógico contendo números infinitos de formas válidas de argumento. O grande
avanço da lógica contemporânea veio com a obra do filósofo e matemático Gottlob
Frege, no ano de 1879, que ao contrário de Aristóteles e Boole, Frege se
preocupava principalmente com a sistematização do raciocínio matemático, ou seja,
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encontrar uma caracterização precisa do que é uma demonstração matemática,
formalizando regras de demonstração, iniciando com regras elementares, sobre cuja
aplicação não houvesse dúvidas (MORTARI, 2001).
De acordo com Filho (2002), a lógica tem como objetivo principal determinar
se o argumento usado por determinado indivíduo para se chegar a uma certa
conclusão é válida ou não, dessa forma a lógica pode e tem sido utilizada por várias
áreas de conhecimento.
Para Copi (1978, p.20) “a lógica não pode ser “a” ciência das leis do
pensamento, porque a psicologia também é uma ciência que trata das leis mentais
(entre outras coisas). E a lógica não é um ramo da psicologia: é um campo separado
e distinto”.
A lógica se ramifica em lógica formal e material, sendo que a lógica formal
estuda as formas de pensamento, enquanto a lógica material estuda o conjunto de
regras que devemos seguir a fim de obter conhecimento que nos permita chegar à
verdade (MUNDIM, 2002).
Materiais e métodos
O seguinte trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica dos
seguintes temas: lógica, proposição, argumento, operadores lógicos, tabela verdade,
tautologia, contradição e contingencia, buscando verificar se há divergências entre
os autores sobre os assuntos.
Para isso foi utilizado dados secundários, obtidos através de pesquisa
bibliográfica em livros, artigos e revistas.
Resultados e Discussão
A seguir estão elencados os autores e suas citações, para comparação.
Quadro 1- Autores e suas citações.
AUTOR TEMA
LÓGICA
MORTARI
(2001) Lógica é a ciência que estuda princípios e métodos de inferência, tendo o
objetivo principal de determinar em que condições certas as coisas se seguem
(são consequência), ou não, de outras.
BASTOS
(1991) A lógica é a doutrina que trata das formas de pensamento, das leis da
argumentação, da linguagem descritiva do pensamento, e dos raciocínios
corretos, dessa forma, a lógica não se trata de uma arte, mas também de uma
ciência.
COPI
(1978) O estudo da lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir
o raciocínio correto do incorreto.
A lógica não pode ser “a” ciência das leis do pensamento, porque a psicologia
também é uma ciência que trata das leis mentais (entre outras coisas). E a
lógica não é um ramo da psicologia: é um campo separado e distinto.
PROPOSIÇÃO
FILHO
(2002) A proposição é um conjunto de palavra ou símbolos que exprimem um
pensamento com sentido completo.
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Os valores lógicos das proposições são verdade se a proposição for
verdadeira ou falsidade se a proposição for falsa.
MORTARI
(2001) Proposição são alegações ou asserções sobre o mundo e estas podem ser
verdadeiras ou falsas, uma proposição nunca pode ter os dois valores ao
mesmo tempo, ou seja, uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao
mesmo tempo.
COPI
(1978) Proposição é uma sentença ou oração declarativa. As proposições podem ser
verdadeiras ou falsas e nisto diferem das perguntas, ordens e exclamações.
Proposições podem ser simples ou compostas. As proposições simples são
aquelas que vêm sozinhas, desacompanhadas de outras proposições, por
exemplo, “todo homem é mortal”. Já as compostas são duas proposições
conectadas entre si, formando apenas uma sentença, como por exemplo,
“João é rico e Pedro é pobre”.
ARGUMENTO
COPI
(1917)
Em cada argumento uma ou mais premissas e uma conclusão são afirmados.
Para que um argumento esteja presente, uma proposição afirmativa deve
decorrer de outra proposição declarativa como verdadeira, as quais se
apresentam como base para a conclusão.
MUNDIM
(2002) Um argumento é um conjunto de proposições relacionados umas com as
outras.
MORTARI
(2001)
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais
redunda em outra proposição final, que será consequência das primeiras. Ou
seja, é uma relação entre varias proposições que resultará em conclusão do
argumento.
Um argumento pode ser válido e inválido, sendo que o argumento só é valido
quando a conclusão é uma sequência lógica das proposições apresentadas.
Já o argumento inválido assim se caracteriza quando a soma das premissas
não gera uma conclusão considerada verdadeira.
OPERADORES LÓGICOS
FILHO
(2002)
os conectivos são palavras que são utilizadas para formar novas proposições
a partir de outras. São conectivos as palavras “e” “ou” “não” “se...então...”
“...se e somente se ...”.
COPI
(1917)
Os conectivos lógicos estabelecem classes de fórmulas proposicionais
específicas, as quais dão origem às operações lógicas fundamentais do
cálculo proposicional”.TABELA VERDADE
FILHO
(2002)
É possível construir a tabela verdade correspondente para qualquer
proposição composta, esta mostrará os casos onde a proposição é verdadeira
ou falsa.
MORTARI
(2001) A tabela verdade ou função verdade dá a condição de calcular o valor das
formulas moleculares a partir de suas sub-fórmulas imediatas.
TAUTOLOGIA
FILHO
(2002)
Para que uma proposição seja considerada Tautologia é preciso que esta seja
composta e que sua tabela verdade contenha na última coluna apenas a letra
V (verdadeiro).
MORTARI
(2001)
Uma vez que a verdade de uma proposição independe da verdade de seus
componentes pode-se dizer que ela é verdadeira em função apenas de seus
operadores. A isso se dá o nome de tautologia.
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CONTRADIÇÃO
FILHO
(2002) Uma proposição é considerada uma contradição quando acontece da última
coluna da tabela verdade apenas F (falsidade).
CONTINGÊNCIA
FILHO
(2002)
Uma fórmula proposicional será dita uma contingencia sempre que não for
uma tautologia (somente resultados verdadeiros) ou uma contradição
(somente resultados falsos), ou seja, sempre que se construir a tabela
verdade, e se verificar que tem-se pelo menos um resultado verdadeiro e um
resultado falso, será uma contingência.
MORTARI
(2001)
Contingências são fórmulas cuja verdade ou falsidade não pode ser
determinada apenas por meio de uma análise lógica: é necessário recorrer à
observação para isso.
*Elaborado pelas acadêmicas.
Conclusão
A lógica tem como principal objetivo determinar se o argumento usado por
determinado indivíduo para se chegar a uma certa conclusão é válida ou não, no
entanto a lógica não procura dizer como as pessoas, mas se interessa
primeiramente pela questão de que se aquelas coisas que sabemos ou em que
acreditamos – o ponto de partida do processo – de fato constituem uma boa razão
para aceitar a conclusão alcançada, isto é, se a conclusão é uma consequência
daquilo que sabemos.
Com base no quadro 1 conclui-se que há poucas divergências entre os
autores elencados, sobre o tema abordado no presente trabalho. Cada um possui
sua síntese, porém o entendimento dos conceitos são relativamente parecidos.
Referências

COPI, I. M. Introdução a Lógica. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978.


FILHO, E. A. Iniciação a Lógica Matemática. São Paulo: Nobel, 2002.
MORTARI. C. A. Introdução a Lógica. São Paulo: UNESP, 2001.
MUNDIM, R. P. A Lógica Formal: Princípios Elementares. Revista Economia e
Gestão, 2002.

Direito e Filosofia Política em Platão e Aristóteles

Flávio Pansieri, Rene Sampar


Resumo

O presente artigo tem por intuito analisar alguns temas políticos recorrentes aos
pensadores da Grécia clássica, tendo como enfoque a filosofia política de Platão e
Aristóteles, cujas paradigmáticas discussões ainda são legítimas no contexto estatal
contemporâneo. Através da revisão bibliográfica destes autores e de alguns de seus
intérpretes, o texto desenvolve os temas da liberdade, justiça e formas de governo,
fortalecendo a atualidade destas filosofias no cotidiano jurídico e político dos Estados.

Palavras-chave

liberdade; justiça; formas de governo; Platão; Aristóteles

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Referências

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