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MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

SEMINÁRIO DE CASA

SEMINÁRIO IV – IMUNIDADE E NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019. Capítulos VI
e VII.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7 ed. São Paulo: Noeses, 2018.
Capítulo I, item 1.4 (Imunidades tributárias) e Capítulo II, item 2.1. (Normas gerais de direito tributário)
da segunda parte.

Leitura complementar
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol I. São Paulo: Noeses.
Tema VIII (Imunidades condicionadas e suspensão de imunidades: análise dos requisitos do artigo 14 do
Código Tributário Nacional impostos às instituições de educação sem fins lucrativos).
• LINS, Robson Maia. Curso de Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Noeses. Capítulos 3 e 5 da
segunda parte.
• CHIESA, Clélio. A competência tributária do estado brasileiro: desonerações nacionais e imunidades
condicionadas. São Paulo: Max Limonad. Capítulos V, VII e VIII.
• COSTA, Regina Helena. Imunidades tributárias: teoria e análise da jurisprudência do STF. São Paulo:
Malheiros.
• GAMA, Tacio Lacerda. Competência tributária: fundamentos para uma teoria da nulidade. São Paulo:
Noeses. Item 8.1.2.3 do Capítulo 8.
• MCNAUGHTON, Charles William. Hierarquia e Sistema Tributário. São Paulo: Quartier Latin. Capítulo
VII.
• MOURA, Frederico Araújo Seabra de. Lei complementar tributária. São Paulo: Quartier Latin. Capítulos V,
VI, VII e VII.
• BORGES, José Souto Maior. Normas gerais de direito tributário: velho tema sob perspectiva nova. Revista
Dialética de Direito Tributário, n. 213.
• SEHN, Solon. Lei complementar e normas gerais de direito tributário. In: VALLE, Maurício Dalri Timm
do; VALADÃO, Alexsander Roberto Alves; DALLAZEM, Dalton Luiz. Ensaios em homenagem ao
Professor José Roberto Vieira. São Paulo: Noeses, 2017.
• ANDERLE, Ricardo. Conflitos de Competência tributária entre o ISS, o ICMS e o IPI. São Paulo: Noeses.
Capítulos 3, 4 e 5.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Questões
1. Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e incidência tributária.
O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições
de melhoria?
2. As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda Constitucional pode
revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna? As normas constitucionais que
veiculam imunidades são autoaplicáveis ou dependem de regulamentação infraconstitucional?
3. Na sua opinião, são imunes:
(a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por
entidades religiosas (vide anexos I e II);
(b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade (vide anexo III);
e os cemitérios particulares (vide anexo IV);
(c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, DJ 04/02/14);
(d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de concorrência (vide anexos
V);
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista (vide anexo VI e
VII);
(f) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista cujas ações sejam
negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII).
Justifique suas respostas.
4. A agência de publicidade Bravia foi contratada pela empresa Xilitol para que produzisse a
campanha de seus novos produtos e, após definida a estratégia, indicasse os melhores meios para a
divulgação do anúncio. Além da mídia na TV Tupi, a agência Bravia recomendou a exposição da
campanha via folder a ser inserido na revista “A Pastorinha” por dois domingos seguidos, após a
veiculação do anúncio na TV Tupi. No orçamento referente à divulgação do anúncio, a agência
inseriu o preço da sua veiculação no horário nobre passado pela TV Tupi e também o preço
informado pela revista “A Pastorinha”. Ambos associaram o preço de seus serviços aos tributos
inerentes às suas atividades (gross up, em especial do ISS, PIS e COFINS).
Ao receber o orçamento, o depto. jurídico da Xilitol questionou o gross up do ISS apresentado pela
revista “A Pastorinha”, com base no item “17.25 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais
de propaganda e publicidade, em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas
modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita)”,
introduzido na lista de serviços da LC 116/2003 pela LC 157/2016, e manifestou sua recusa no
pagamento. Considerando o disposto no art. 150 da CF, e os fundamentos utilizados pelos
Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676, na sua opinião o questionamento
apresentado pelos advogados da Xilitol quanto à incidência do ISS sobre os serviços prestados pela
revista “A Pastorinha” procede?
5. Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, jornais e periódicos e o
papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que livros e periódicos eletrônicos (“e-books”),
bem como o material utilizado para sua comportá-los (“e-book readers”) são imunes com
fundamento neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII e XIII e considere para sua resposta,
os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676)

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6. No caso da imunidade para as instituições de assistência social sem fins lucrativos, o cumprimento
do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua aplicação ou ainda é necessária a comprovação do
caráter assistencial e filantrópico previsto no art. 203 da CF/88? É possível que lei ordinária garanta
sua aplicação? (Vide anexo XIV).
7. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das normas gerais
de direito tributário. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de direito tributário”,
diferenciando lei complementar nacional e lei complementar federal.
8. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição? Isso não violaria o princípio
da autonomia das pessoas políticas? Considerar as recentes decisões proferidas pelos Ministros do
STF no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621.

Sugestão para pesquisa suplementar


• Capítulos IV, V e VI do livro Limitações constitucionais ao poder de tributar, de Aliomar Baleeiro. Rio de
Janeiro: Forense.
• Capítulo VI do livro Lei complementar tributária, de José Souto Maior Borges. São Paulo: Ed. RT.
• Item 4.11 do capítulo IV do livro Teoria do sistema jurídico: direito, economia e tributação, de Cristiano
Carvalho. São Paulo: Quartier Latin.
• Capítulos VII e VIII do livro Contribuição de intervenção no domínio econômico, de Tácio Lacerda Gama. São
Paulo: Quartier Latin.
• Imunidades tributárias: limitações constitucionais ao poder de tributar, de Aires F. Barreto e Paulo Ayres
Barreto. São Paulo: Dialética.
• Capítulo III do livro Decadência e prescrição no direito tributário, de Eurico Marcos Diniz de Santi. São
Paulo: Max Limonad.
• Artigo: “Segurança jurídica e normas gerais tributárias”, de Tercio Sampaio Ferraz Jr., Revista de Direito
Tributário n. 17-18.
• Artigo: “A imunidade recíproca dos entes federados: sentido e alcance à luz da jurisprudência do STF”, de
André Mendes Moreira, in O direito tributário entre a forma e o conteúdo, Paulo de Barros Cavalho
(Coord.). São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Requisitos objetivos para gozar de imunidades de estabelecimentos de ensino e saúde só podem
ser regulados por lei complementar”, de Ives Gandra da Silva Martins, in O direito tributário entre a
forma e o conteúdo, Paulo de Barros Carvalho (Coord.). São Paulo: Noeses.

Anexo I
RE n. 144.900/SP

DJ 22/04/1997
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE
O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA

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ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante
cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das
atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da
Corte: RE 116.188-4. Recurso conhecido e provido.

Anexo II
REsp n. 41.002/SP

DJ 13/11/1995
EMBARGOS À EXECUÇÃO. ISS. ASSOCIAÇÃO HOSPITAL OSVALDO CRUZ.
ESTACIONAMENTO EM ÁREA DO PRÉDIO DA EMBARGANTE. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.
DESCABIMENTO. COISA JULGADA. INOCORRÊNCIA. I – a imunidade tributária conferida à
fundação hospital Osvaldo Cruz compreende tão somente os serviços relacionados com as finalidades
essenciais da instituição, não alcançando atividades desenvolvidas com intuito de lucro, como no caso
da exploração de estacionamento de veículos, que se caracteriza como prestação de serviço, sujeita à
incidência do ISS. II – “in casu”, não restou configurada a coisa julgada, porquanto a sentença
garantiu isenção e não imunidade, institutos jurídicos de características próprias. III – recurso a que se
nega provimento, sem discrepância.

Anexo III
AI n. 742.230 AgRg/SP

DJ 03/05/2013

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DA ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.


IMPRESCINDIBILIDADE DE O IMÓVEL ESTAR RELACIONADO ÀS FINALIDADES
ESSENCIAIS DA INSTITUIÇÃO. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DAS NORMAS DE
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, DE MODO A MAXIMIZAR O SEU POTENCIAL DE
EFETIVIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem flexibilizando as regras atinentes à
imunidade, de modo a estender o alcance axiológico dos dispositivos imunitórios, em homenagem aos
intentos protetivos do constituinte originário.
2. A Corte já reconhece a imunidade do IPTU para imóveis locados e lotes não edificados.
Nesse esteio, cumpre reconhecer a imunidade ao caso em apreço, sobretudo em face do
reconhecimento, pelo Tribunal de origem, do caráter assistencial da entidade.
3. Agravo regimental não provido.

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Anexo IV
RE n. 578.562/BA

DJ 12/09/2008

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE
ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades
de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do
Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que
gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da
Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. 3. As áreas da incidência
e da imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido.

Anexo V
RE 627.051

DJe 11/02/2015
Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com
particulares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da
Imunidade do art. 150, VI, a da Constituição. Condição de sujeito passivo de obrigação acessória. Legalidade. 1.
Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas
públicas exploradoras de atividade econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se reconhecer a
natureza pública dos serviços postais, destacando-se que tais serviços são exercidos em regime de exclusividade
pela ECT. 3. Nos autos do RE nº 601.392/PR, Relator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes , ficou assentado
que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando
relacionada às atividades em que a empresa não age em regime de monopólio. 4. O transporte de encomendas está
inserido no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar todos os lugares
do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não há comprometimento do status de empresa
pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da atividade de transporte de encomendas, de
modo que essa atividade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço postal contínuo,
universal e de preços módicos. 6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração de cumprimento das
obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de
previsão na legislação tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento,
reconhecendo a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas.

Anexo VI
RE n. 363.412 AgRg/BA

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DJ 19/09/2008

INFRAERO – EMPRESA PÚBLICA FEDERAL VOCACIONADA A EXECUTAR, COMO


ATIVIDADE-FIM, EM FUNÇÃO DE SUA ESPECÍFICA DESTINAÇÃO INSTITUCIONAL,
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA – MATÉRIA SOB RESERVA
CONSTITUCIONAL DE MONOPÓLIO ESTATAL (CF, ART. 21, XII, “C”) – POSSIBILIDADE
DE A UNIÃO FEDERAL OUTORGAR, POR LEI, A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O
EXERCÍCIO DESSE ENCARGO, SEM QUE ESTE PERCA O ATRIBUTO DE ESTATALIDADE
QUE LHE É PRÓPRIO – OPÇÃO CONSTITUCIONALMENTE LEGÍTIMA – CRIAÇÃO DA
INFRAERO COMO INSTRUMENTALIDADE ADMINISTRATIVA DA UNIÃO FEDERAL,
INCUMBIDA, NESSA CONDIÇÃO INSTITUCIONAL, DE EXECUTAR TÍPICO SERVIÇO
PÚBLICO (LEI N. 5.862/1972) – CONSEQÜENTE EXTENSÃO, A ESSA EMPRESA PÚBLICA,
EM MATÉRIA DE IMPOSTOS, DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL FUNDADA NA
GARANTIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (CF, ART. 150, VI, “A”) – O ALTO
SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE TRADUZ
UMA DAS PROJEÇÕES CONCRETIZADORAS DO POSTULADO DA FEDERAÇÃO –
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DA INFRAERO, EM FACE DO ISS, QUANTO ÀS ATIVIDADES
EXECUTADAS NO DESEMPENHO DO ENCARGO, QUE, A ELA OUTORGADO, FOI
DEFERIDO, CONSTITUCIONALMENTE, À UNIÃO FEDERAL – DOUTRINA –
JURISPRUDÊNCIA – PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – AGRAVO
IMPROVIDO. – A INFRAERO, que é empresa pública, executa, como atividade-fim, em regime de
monopólio, serviços de infraestrutura aeroportuária constitucionalmente outorgados à União Federal,
qualificando-se, em razão de sua específica destinação institucional, como entidade delegatária dos
serviços públicos a que se refere o art. 21, inciso XII, alínea “c”, da Lei Fundamental, o que exclui
essa empresa governamental, em matéria de impostos, por efeito da imunidade tributária recíproca
(CF, art. 150, VI, “a”), do poder de tributar dos entes políticos em geral. Consequente inexigibilidade,
por parte do Município tributante, do ISS referente às atividades executadas pela INFRAERO na
prestação dos serviços públicos de infraestrutura aeroportuária e daquelas necessárias à realização
dessa atividade-fim. O ALTO SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DA IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, QUE REPRESENTA VERDADEIRA GARANTIA INSTITUCIONAL
DE PRESERVAÇÃO DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF.
INAPLICABILIDADE, À INFRAERO, DA REGRA INSCRITA NO ART. 150, § 3º, DA
CONSTITUIÇÃO. – A submissão ao regime jurídico das empresas do setor privado, inclusive quanto
aos direitos e obrigações tributárias, somente se justifica, como consectário natural do postulado da
livre concorrência (CF, art. 170, IV), se e quando as empresas governamentais explorarem atividade
econômica em sentido estrito, não se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, § 1 º,
da Constituição, às empresas públicas (caso da INFRAERO), às sociedades de economia mista e às
suas subsidiárias que se qualifiquem como delegatárias de serviços públicos.”

Anexo VII
ARE n. 763.000 AgRg/ES

DJ 30/09/2014

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇO DE
SANEAMENTO. IMUNIDADE RECÍPROCA RECONHECIDA. PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 279/STF. É firme o entendimento desta Corte no sentido
de que a imunidade recíproca é aplicável às sociedades de economia mista prestadoras de serviço de
distribuição de água e saneamento, tendo em vista que desempenham atividade de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado. As instâncias ordinárias assentaram que a companhia é controlada
pelo Governo do Estado do Espírito Santo e que tem por finalidade essencial os serviços de
abastecimento de água e esgotos sanitários, razão pela qual as taxas cobradas a título de serviço teriam
por escopo cobrir os custos operacionais, sem qualquer finalidade lucrativa. Dessa forma, o
acolhimento da pretensão encontra óbice na Súmula 279/STF. Agravo regimental a que se nega
provimento.

Anexo VIII
REsp 1.091.198/PR

DJe 13/06/2011

TRIBUTÁRIO. BEM PÚBLICO. IMÓVEL. (RUAS E ÁREAS VERDES). CONTRATO DE


CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO. CONDOMÍNIO FECHADO. IPTU.

NÃO-INCIDÊNCIA. POSSE SEM ANIMUS DOMINI. AUSÊNCIA DO FATO GERADOR DO


TRIBUTO (ARTS. 32 E 34, CTN).

1. A controvérsia refere-se à possibilidade ou não da incidência de IPTU sobre bens públicos (ruas e
áreas verdes) cedidos com base em contrato de concessão de direito real de uso a condomínio
residencial.

2. O artigo 34 do CTN define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu
domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Contudo, a interpretação desse dispositivo legal não
pode se distanciar do disposto no art. 156, I, da Constituição Federal. Nesse contexto, a posse apta a
gerar a obrigação tributária é aquela qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja
em vias de ser transformada em propriedade, seja por meio da promessa de compra e venda, seja pela
posse ad usucapionem. Precedentes.

3. A incidência do IPTU deve ser afastada nos casos em que a posse é exercida precariamente, bem
como nas demais situações em que, embora envolvam direitos reais, não estejam diretamente
correlacionadas com a aquisição da propriedade.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
4. Na hipótese, a concessão de direito real de uso não viabiliza ao concessionário tornar-se proprietário
do bem público, ao menos durante a vigência do contrato, o que descaracteriza o animus domini.

5. A inclusão de cláusula prevendo a responsabilidade do concessionário por todos os encargos civis,


administrativos e tributários que possam incidir sobre o imóvel não repercute sobre a esfera tributária,
pois a instituição do tributo está submetida ao princípio da legalidade, não podendo o contrato alterar a
hipótese de incidência prevista em lei. Logo, deve-se reconhecer a inexistência da relação jurídica
tributária nesse caso.

6. Recurso especial provido.

(REsp 1091198/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/05/2011,
DJe 13/06/2011)
Anexo IX
RE 594.015

DJe 25/08/2017
IMUNIDADE – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ARRENDATÁRIA DE BEM DA
UNIÃO – IPTU. Não se beneficia da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição Federal a sociedade de economia mista ocupante de bem público.

Anexo X
RE 601.720

DJe 05/09/2017

IPTU – BEM PÚBLICO – CESSÃO – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. Incide o imposto Predial
e Territorial Urbano considerado bem público cedido a pessoa jurídica de direito privado, sendo esta a devedora.

Anexo XI
ARE 1.062.946

DJe 25/10/2017

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AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. AQUISIÇÃO
DE EQUIPAMENTOS, MAQUINÁRIOS E INSUMOS DIVERSOS DO PAPEL EMPREGADOS NA EDIÇÃO,
IMPRESSÃO E PUBLICAÇÃO DE LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS. APLICAÇÃO DA IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA PREVISTA NO ARTIGO 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER
OBJETIVO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. INAPLICABILIDADE
DO ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. SÚMULA 512 DO STF. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

Anexo XII
ARE 330.817

DJe 31/08/2017
Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d,
da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes.
Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de
livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da imunidade contida no art. 150, VI, d, da
Constituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada importância, tais como
a liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da cultura; a formação cultural do povo
indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos economicamente
fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de ser informado; o barateamento
do custo de produção dos livros, jornais e periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de
ideias, conhecimentos e informações etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o livro não
constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos, ainda que formalmente possa ser
considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade dos livros, jornais e
periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob pena
de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a
imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte,
numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da
competência tributária apenas abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das
operações com livros, jornais, periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação
das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais,
culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas imunizantes por mero lapso
temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI,
d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e
periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O
suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus
misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da
imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta
para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de livro. A
imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book). 5.
É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu destinatário

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
(consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita.
Quero dizer que a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em
áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer outro). 6. A teleologia da regra de imunidade
igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers) confeccionados
exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam equipados com funcionalidades
acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos,
marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos
aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros
equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico
ou suporte. Aquilo que está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-Rom)
quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da
Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. TESE DA
REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral
do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art.
150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo.”

Anexo XIII
RE 600.867 RG

DJe 10/02/2012

TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.


PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DISPERSA E NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES. EXAME DA
RELAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS E O OBJETIVO DE DISTRIBUIÇÃO DE
LUCROS A INVESTIDORES PÚBLICOS E PRIVADOS COMO ELEMENTO DETERMINANTE PARA
APLICAÇÃO DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. Tem
repercussão geral a questão consistente em saber se a imunidade tributária recíproca se aplica a entidade cuja
composição acionária, objeto de negociação em Bolsas de Valores, revela inequívoco objetivo de distribuição de
lucros a investidores públicos e privados.

Anexo XIV
AI n. 740.563 AgRg/SP

DJ 25/04/2013

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DECIDIDOS MONOCRATICAMENTE. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO
DO AGRAVO PREVISTO NO ART. 557, § 1º, DO CPC. INSTÂNCIA RECURSAL NÃO ESGOTADA.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 281/STF. DECISÃO QUE SE MANTÉM POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS.

1. O agravo é inadmissível quando interposto contra decisão suscetível de impugnação na via recursal ordinária.
O esgotamento da instância é condição de acesso à via do apelo extremo. Precedentes: AI 670.775-AgR, Rel.
Min. CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe 17.4.2009 e AI 713.039-AgR-ED, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2ª Turma,
DJe 25.9.2009.

2. Deveras, não foi interposto o agravo previsto no art. 557, § 1º, do CPC, contra decisão monocrática proferida
nos embargos de declaração.

3. Incidência da Súmula n. 281/STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem,
recurso ordinário da decisão impugnada.

4. In casu, o acórdão recorrido assentou: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA


INSTITUIÇÃO DEDICADA À ASSISTÊNCIA SOCIAL – ARTIGO 150, VI, C DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL –
CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 14 DO CTN LEI N. 9532/1997 – EXCLUSÃO DA
IMUNIDADE DOS RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS EM APLICAÇÕES FINANCEIRAS
– VIGÊNCIA SUSPENSA. 1. A Constituição Federal assegura imunidade tributária às instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, no que se refere à instituição de impostos incidentes sobre o
patrimônio, a renda ou serviços relacionados às suas finalidades essenciais, desde que sejam cumpridos os
requisitos contidos no art. 14 do CTN. 2. O parágrafo 4º do artigo 150 da Constituição, ao determinar que a
imunidade concerne apenas ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com suas finalidades essenciais,
não exclui os rendimentos decorrentes das aplicações financeiras que são vertidos aos objetivos da própria
entidade, como ocorre com a renda auferida a partir das suas atividades assistenciais, ou mesmo da
comercialização de seus bens. 3. A imunidade não é restrita apenas à renda decorrente do objeto social da
entidade, mas sim toda aquela auferida de forma regular visando resguardar o seu patrimônio dos efeitos
corrosivos da inflação, como ocorre com as aplicações financeiras. 4. O art. 12, § 1º da Lei n. L. 9.532/97, lei
ordinária, excluiu da imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de
renda fixa ou de renda variável. 5. Ofensa ao art. 146, II, da Constituição Federal, que determina competir à lei
complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. 6. A imposição tributária também
estaria tributando o patrimônio da entidade, o que é vedado pela Constituição Federal, porquanto as aplicações
financeiras não têm a finalidade de auferir lucros, mas sim de resguardar o patrimônio dos efeitos corrosivos da
inflação. 7. O dispositivo teve sua vigência suspensa por força de decisão proferida em Medida Cautelar na
ADIN n. 1802.

5. Agravo Regimental a que se nega provimento.

Leitura obrigatória
 Capítulos VI e VII do livro Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. São
Paulo: Saraiva.
 Capítulo I, item 1.4 (Imunidades tributárias) e Capítulo II, item 2.1. (Normas gerais de
direito tributário) da segunda parte do livro Direito tributário, linguagem e método, de
Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Noeses.

Leitura complementar

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
 Tema VIII (Imunidades condicionadas e suspensão de imunidades: análise dos
requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional impostos às instituições de
educação sem fins lucrativos), do livro Derivação e positivação no direito tributário,
volume I, de Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: Noeses.
 Capítulos V, VII e VIII do livro A competência tributária do estado brasileiro:
desonerações nacionais e imunidades condicionadas, de Clélio Chiesa. São Paulo: Max
Limonad.
 Imunidades tributárias: teoria e análise da jurisprudência do STF, de Regina Helena
Costa. São Paulo: Malheiros.
 Item 8.1.2.3 do Capítulo 8, do livro Competência tributária: fundamentos para uma teoria
da nulidade, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses.
 Capítulo VII, do livro Hierarquia e Sistema Tributário, de Charles William McNaughton.
São Paulo: Quartier Latin.
 Capítulos V, VI, VII e VII do livro Lei complementar tributária, de Frederico Araújo Seabra
de Moura. São Paulo: Quartier Latin.
 Artigo: “Normas gerais de direito tributário: velho tema sob perspectiva nova”, de José
Souto Maior Borges, Revista Dialética de Direito Tributário n. 213.
 Artigo: “Lei complementar e normas gerais de direito tributário”, de Solon Sehn, no livro
Ensaios em homenagem ao Professor José Roberto Vieira. São Paulo: Noeses.
 Capítulos 3, 4 e 5 do livro Conflitos de Competência tributária entre o ISS, o ICMS e o
IPI, de Ricardo Anderle. São Paulo: Noeses.

Questões
1. Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e incidência
tributária. O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições
e as contribuições de melhoria?
2. As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda
Constitucional pode revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna? As
normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis ou dependem de
regulamentação infraconstitucional?
3. Na sua opinião, são imunes:
(a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores
prestados por entidades religiosas (vide anexos I e II);
(b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade (vide
anexo III); e os cemitérios particulares (vide anexo IV);
(c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, DJ
04/02/14);
(d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de concorrência
(vide anexos V);
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista (vide

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
anexo VI e VII);
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista cujas
ações sejam negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII).
Justifique suas respostas.
4. Considerando a imunidade recíproca, responda:
(i) o fato de um imóvel de propriedade do ente público ter seu uso transferido a
particulares gera repercussão direta na manutenção da imunidade? (vide anexo IX, X e
XI)
(ii) um automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município está
imune ao IPVA? (vide RE 7271851 MG, disponível em www.stf.jus.br).
4. Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, jornais e
periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que livros e periódicos
eletrônicos (“e-books”), bem como o material utilizado para sua comportá-los (“e-book
readers”) são imunes com fundamento neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII
e XIII e considere para sua resposta, os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF
no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676)
5. No caso da imunidade para as instituições de assistência social sem fins lucrativos, o
cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua aplicação ou ainda é
necessária a comprovação do caráter assistencial e filantrópico previsto no art. 203 da
CF/88? É possível que lei ordinária garanta sua aplicação? (Vide anexo XIV).
6. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das
normas gerais de direito tributário. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de
direito tributário”, diferenciando lei complementar nacional e lei complementar federal.
7. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição? Isso não
violaria o princípio da autonomia das pessoas políticas? Considerar as recentes decisões
proferidas pelos Ministros do STF no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621.

Sugestão para pesquisa suplementar


 Capítulos IV, V e VI do livro Limitações constitucionais ao poder de tributar, de Aliomar
Baleeiro. Rio de Janeiro: Forense.
 Capítulo VI do livro Lei complementar tributária, de José Souto Maior Borges. São Paulo:
Ed. RT.
 Item 4.11 do capítulo IV do livro Teoria do sistema jurídico: direito, economia e
tributação, de Cristiano Carvalho. São Paulo: Quartier Latin.
 Capítulos VII e VIII do livro Contribuição de intervenção no domínio econômico, de Tácio
Lacerda Gama. São Paulo: Quartier Latin.
 Imunidades tributárias: limitações constitucionais ao poder de tributar, de Aires F.
Barreto e Paulo Ayres Barreto. São Paulo: Dialética.
 Capítulo III do livro Decadência e prescrição no direito tributário, de Eurico Marcos Diniz

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
de Santi. São Paulo: Max Limonad.
 Artigo: “Segurança jurídica e normas gerais tributárias”, de Tercio Sampaio Ferraz Jr.,
Revista de Direito Tributário n. 17-18.
 Artigo: “A imunidade recíproca dos entes federados: sentido e alcance à luz da
jurisprudência do STF”, de André Mendes Moreira, in O direito tributário entre a forma e
o conteúdo, Paulo de Barros Cavalho (Coord.). São Paulo: Noeses.
 Artigo: “Requisitos objetivos para gozar de imunidades de estabelecimentos de ensino e
saúde só podem ser regulados por lei complementar”, de Ives Gandra da Silva Martins,
in O direito tributário entre a forma e o conteúdo, Paulo de Barros Carvalho (Coord.). São
Paulo: Noeses.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.

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