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Resumo
O objetivo deste trabalho é mostrar o uso da metodologia ágil como forma alternativa
aos ditos processos tradicionais na construção de site web com integração de sistemas
internos da empresa, no intuito de atendimento ao cliente. Os métodos ágeis estão cada
vez mais utilizados pelas empresas, como forma de adaptação ao mercado competitivo
atual. Serão discutidos aqui pontos fortes e fracos desses métodos. Estes têm sido os
métodos mais utilizados em empresas de pequeno e médio porte no âmbito Web, pois
permite a participação de equipes multifuncionais, com a inclusão dos clientes de forma
participativa. Sendo assim, o trabalho apresenta que é possível e benéfico para equipes
de desenvolvimento web utilizar métodos ágeis de construção sistêmica.
Abstract
The objective of this paper is showing the use of agile methodology as an alternative
way to the traditional process in a construction of a web page that integrates with
various internal softwares as a way to attend clients. Agile methods are becoming more
usual in companies, as a way to adapt the company to the actual competitive market.
This work will discuss the strong and weak points of these methods. These have been
the most used methods in small and medium web companies, because it allows to work
with multi functional teams and a more participatory role of the clients. Thus, this paper
shows that is possible and beneficial to web developers teams use systemic construction
agile methods. Thus, the paper shows that is possible and beneficial for web
development teams use agile methods in systemic construction.
Introdução
1
Formada em Comunicação Social – Hab. em Publicidade e Propaganda pela Universidade Estadual do Centro-Oeste
(UNICENTRO), pós-graduada em Marketing e Gestão de Negócios pela ESIC – Business and marketing School e
acadêmica do curso de Pós Graduação em Análise de Processos de Negócios do Instituto de Gestão em tecnologia da
Informação. marjalenak@gmail.com.
uma vez que possuem características duras e pouco maleáveis. O método mais utilizado
até então é conhecido por Waterfall, em português, Cascata, pois possui como premissa
o desencadeamento de tarefas em subsequência, como uma cascata. Trabalhar com esse
método limita a troca de requisitos nas fases posteriores ao planejamento, deixando o
processo de criação mais duro e pouco adepto as mudanças de mercado atual.
A Standish Group publicou em 1995 um estudo, realizado com mais de oito mil
projetos de desenvolvimento de software, que revelava que, mesmo com as melhorias
obtidas na época, o setor ainda necessitava de mudanças.
O estudo mostra que a taxa de sucesso de projetos acima de US$10 milhões (com
mais de 500 pessoas e que aconteça por pelo menos 3 anos), é estatisticamente nula, ou
seja, não representa sucesso para o mercado. Para pequenos projetos (até US$ 750 mil),
a taxa de sucesso chega a 55%. Ainda no estudo é possível verificar que apenas 16,2%
dos projetos respeitaram o prazo de entrega, custos e todos os requisitos iniciais
pedidos. Quase 31% dos projetos foram cancelados, quase 53% foram entregues com
prazos maiores, com custos maiores e menos funcionalidades do que o especificado.
Considerando os projetos entregues no prazo e com custo maior apenas 61% (em
média) das funcionalidades especificadas foram desenvolvidas (JOHNSON, 1995).
Nas Figuras 1 e 2 temos outras informações do estudo: aumento dos custos, atraso
de entrega, funcionalidades entregues e taxa de sucesso. Esta última refere-se a projetos
que resultaram em softwares utilizados pelo usuário final.
Um software tem como finalidade a entrega de valor ao cliente. Para que esta
entrega aconteça, um conjunto de atividades interdependentes deve ocorrer e gerenciar o
sistema. Estas atividades podem ser compostas de atividades menores que entregam um
tipo de artefato para alimentar alguma necessidade do sistema, gerando uma nova
entrega e assim por diante. Sem esse processo, o software entregue não teria
funcionalidade ou objetivo.
Estas aplicações podem ocorrer em HTML, CSS e Java Script, contento simples
itens de textos e imagens ou interativas, contendo funcionalidades e serviços on-line,
como carrinhos de compra, autosserviços, visualizações dinâmicas, entre outras.
Outro ponto importante de ser citado é que cada página ou aplicação web
desenvolvido também deve levar em consideração a experiência do usuário e a
arquitetura de informação que está sendo disponibilizada, no que tange a linguagem da
programação, a formatação de textos e imagens, a inclusão de algoritmos do Google, de
pontos de visão do cliente na tela etc.
Para Jacyntho (2009) há características técnicas bem diferentes entre sistemas web
e convencionais que devem ser considerados no momento do desenvolvimento de um
sistema web:
Diferenças relativas à aplicação:
Além das ponderações apresentadas nas seções anteriores, para que um projeto
web entregue real valor ao cliente (seja ele interno ou cliente final), deve-se avaliar
características do processo de desenvolvimento. Sendo assim, o sistema web deve dar
suporte à (JACHYNTO, 2009):
Ubiquidade;
Equipes multidisciplinares;
Pesquisa de mercado;
3. Metodologia ágil
Alguns anos se passaram, até que em 2001, 17 destes líderes2 de projetos que
trabalhavam com suas metodologias leves se uniram em um final de semana, em uma
estação de ski em Utah, com o intuito de formar uma nova metodologia, unificando suas
formas de trabalho que, embora despadronizadas seguiam o mesmo conceito e ideias.
Após dois dias de debates, o grupo acabou chegando ao consenso de que não havia
como formar uma nova metodologia e que as mesmas deviam adaptar-se a cada cenário,
contextualizada pelas variáveis de cada projeto.
Mesmo sem produzir uma nova metodologia, eles divulgaram o que foi chamado de
Manifesto Ágil: uma cartilha com 12 conceitos básicos a serem seguidos para o bom
andamento de projetos de metodologias leves (AGILE MANIFESTO). Conforme segue:
Simplicidade;
2
Kent Beck, Mike Beedle, Arie van Bennekun, Alistair Cockburn, Ward Cunningham, Martin Fowler, James
Grenning, Jim Highsmith, Andew Hunt, Roland Jeffries, Jon Kern, Brian Marick, Robert Martin, Steve Mellor, Ken
Schwaber, Jeff Sutherland e Dave Thomas.
Rápida adaptação às mudanças;
As metodologias ágeis não apresentam tanta diferença das tradicionais no que tange
o desenvolvimento em si, porém mudam o enfoque do trabalho a ser realizado, dando
prioridade aos indivíduos e interações ao longo do projeto (LEAL, 2012). Engana-se
quem pensa que essas metodologias desprezam ou anulam as documentações, processos e
planejamento, pois isto não ocorre, apenas modifica-se o pensamento. Nas metodologias
ágeis estes itens são utilizados com menos intensidade, pois cedem espaço aos debates,
participação do cliente e a entrega rápida com qualidade.
Benefício: todos apresentam sua visão de custo para os itens, que passam a
agregar desenvolvimento, teste, avaliação, necessidade etc., também avalia
tamanho de requisito x tempo de entrega. Costuma diminuir os riscos do
projeto.
Exatamente por acarretar essa mudança na visão de trabalho, o uso das metodologias
ágeis tem tornado os mais conservadores resistentes à mudança de métodos. Esses criticam
a falta de documentação, a necessidade de equipes multidisciplinares ou seniores,
dificuldade de negociações contratuais, principalmente entre empresas e terceiros etc. Por
isso, faz-se extremamente necessário à participação e incentivo dos superiores das empresas
na implementação das metodologias ágeis. Não basta pedir que suas equipes utilizem-nas,
sem que a empresa e suas doutrinas sejam adaptadas às mesmas.
3.1 Scrum
Essa metodologia ágil apareceu pela primeira vez por volta de 1993, quando foi
aplicada na Easel Corporation por Jeff Sutherland, John Scumniotales e Jeff McKenna.
Estes se basearam na aplicação de Takeuchi e Nonaka, que escreveram sobre
gerenciamento de projetos em equipes pequenas no artigo The New Product
Developmnet Game (Harvard Business Review, Janeiro-Fevereiro de 1986).
Como objetivo, este estudo buscava avaliar o desempenho do projeto (bem como
de seus participantes) sob a ótica dos principais pontos de atenção no desenvolvimento
web, conforme apontado nas seções 2 e 2.1. Estes foram apontados como meta para a
avaliação e estão dispostos abaixo:
Prazo curto – que tende a ser uma constante nas entregas de projetos web
devido à dinâmica do mercado e as pressões constantes de inovação frente à
concorrência.
5. Estudo de caso
A primeira medida tomada pelo corpo de gestores da área de TI foi montar uma
equipe multidisciplinar alocada exclusivamente para o desenvolvimento do site. Sendo
assim, a equipe contava com líder de projeto, arquitetos de solução, desenvolvedores
internos, desenvolvedores de empresa contratada para integração de plataforma de
gestão de conteúdo de sites, testadores da própria GVT, funcionários externos de
empresa especializada em testes de softwares e afins e até mesmo o clientes interno e
sponsor (recurso da equipe de Canais Eletrônicos). A princípio, por falta de recurso para
demais atividades da empresa, a equipe de Marketing Digital não disponibilizou recurso
para a equipe, porém, no decorrer do projeto e com a contratação de recursos foram
disponibilizadas duas pessoas, um designer e especialista em usabilidade e um gerente
de pauta, responsável pelo gerenciamento da agenda dos demais funcionários da área.
O projeto foi finalizado com cerca de 75% dos requisitos iniciais entregues, boa
qualidade de entrega, com apenas 30 dias de atraso e com o custo previsto. O projeto foi
avaliado posteriormente por todos os envolvidos e teve nota T+ (nas escalas da
empresa, do menor para o maior: N, T, T+ e S), devido à falta de um requisito muito
importante para as áreas de negócio que acabou não sendo entregue. Contudo, dadas às
circunstâncias do projeto ele foi considerado um sucesso pela entrega, prazo, pelo uso
pioneiro na empresa de método ágil e por utilizar em um campo diferente: web.
Uma vez que o caso foi apresentado, no relato da seção 5, faremos aqui um
avaliação do caso, com base nas metas estabelecidas para análise do projeto. Cada meta
é avaliada, conforme percepção da autora, indicando o quanto a metodologia contempla
as necessidades do desenvolvimento web, conforme: não (não contempla), parcial
(contempla parcialmente), total (contempla totalmente).
O projeto, embora bem avaliado pelo sponsor e pelos clientes, não alcançou
nota maior devido a não entrega de um requisito de alto impacto/valor para o
sponsor.
Com os dados apresentados não foi possível avaliar o ganho geral do projeto.
6. Conclusão
Segundo William,
Infelizmente não temos ainda estudos claros que comprovem esse tipo de
utilização da metodologia, principalmente em comparação com as entregas e resultados
das metodologias pesadas. Mas, pode-se concluir pela presente observação realizada
nesse estudo de caso que o uso de metodologias ágeis trouxe mais benefícios do que o
contrario para a criação de página web.
Referências