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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
pesquisa de
preços
Edição 2021
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Coordenadoria de Auditoria de
Aquisições e Contratações
Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
1.1. Fundamentação Legal da Pesquisa de Preços .................................. 4
1.2. Função da Pesquisa de Preços ............................................................ 5
1.3. Consequências para a Administração da ausência da Pesquisa de
Preços................................................................................................................ 7
1.4. Fontes para Pesquisa de Preços .......................................................... 8
1.5. Avaliação da Pesquisa de Preços ...................................................... 11
2. PRINCIPAIS ERROS NA REALIZAÇÃO DA PESQUISA DE
PREÇOS ......................................................................................................... 12
3. PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE A PESQUISA DE PREÇOS ........... 14
4. PRINCIPAIS PASSOS PARA UMA PESQUISA DE PREÇOS
EFICIENTE ..................................................................................................... 45
5. NORMAS E PUBLICAÇÕES CONSULTADAS .................................. 49
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1. Introdução
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com os requisitos estabelecidos no edital;
XIV. auxiliar à identificação de vantagem econômica na adesão à
uma ata de registro de preços;
XV. auxiliar na definição dos critérios de recebimento do objeto a
ser contratado;
XVI. identificar a obrigatoriedade de aplicação de margem de
preferência de bens ou produtos, quando o valor influenciar
a mesma;
XVII. prevenir aplicação de sanções aos agentes públicos por parte
dos órgãos de controle.
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Contratações e à jurisprudência do Tribunal de Contas, pode render
ensejo à contratação de serviços ou aquisição de bens por preços
superiores aos praticados pelo mercado, ferindo, assim, o princípio da
economicidade, conforme entendimento constante do Acórdão TCU n.
1.785/2013 – Plenário.
Percebe-se, assim, que a inexistência de uma pesquisa de preços
eficiente impossibilita à Administração Pública atingir os objetivos
definidos pela Lei de Licitações e Contratos e os elencados no item
anterior, principalmente aqueles relacionados à seleção da proposta mais
vantajosa.
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O Acórdão em questão recomendou ao órgão auditado que, ao
realizar a pesquisa de preços, utilizasse mais de um parâmetro como fonte
de pesquisa de preços, priorizando aqueles praticados na Administração
Pública, por meio de contratos firmados por outros órgãos ou dos atos
registrados no portal, à época, denominado Comprasnet.
Além disso, complementou que a pesquisa publicada em mídia
especializada, sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo” e
“pesquisa com os fornecedores” devem ser adotadas como prática
subsidiária, suplementar.
Assim, esta unidade de auditoria se alinha ao entendimento do
Tribunal de Contas da União – TCU e do atual Ministério da Economia
quanto à necessidade de promover a necessária pesquisa de preços que
represente, o mais fielmente possível, os preços praticados pelo mercado,
devendo levar em conta diversas origens, como, por exemplo, Portal de
Compras Governamentais, contratações similares do próprio órgão, do
Sistema S e de outros entes públicos, incluindo, em especial, os valores
registrados no Sistema de Preços Praticados do Siasg e nas atas de registro
de preços da Administração Pública Federal, em detrimento de pesquisas
com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em sítios
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve ser
tida como prática subsidiária e suplementar (Acórdão TCU 6.237/2016 –
Primeira Câmara).
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1.5. Avaliação da Pesquisa de Preços
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2. Principais erros na realização da
Pesquisa de Preços
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devida justificativa;
X. não observância dos aspectos formais da proposta, tais como,
razão social, CNPJ, endereço da empresa, entre outros;
XI. inexistência nos autos da documentação comprobatória ou de
informações complementares da realização da pesquisa;
XII. Realizar pesquisa de preços apenas pelo valor global do objeto
sem considerar a cotação individual de cada item,
potencializando o risco da prática de jogo de planilhas.
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3. Principais dúvidas sobre a Pesquisa de
Preços
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observância, inclusive por órgãos não vinculados aos referidos atos
normativos, situação típica do STJ.
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Também, cabe mencionar decisão proferida pelo TCU, por meio do
Acórdão 6.237/2016 – 1C, que recomendou que a pesquisa de preços
deve levar em conta diversas origens, como, por exemplo, Portal de
Compras Governamentais, contratações similares do próprio órgão e de
outros entes públicos, em detrimento de pesquisas com fornecedores,
publicadas em mídias especializadas ou em sítios eletrônicos, cuja adoção
deve ser tida como prática subsidiária ou complementar.
Dessa forma, verifica-se que tanto a legislação como a
jurisprudência estabeleceram uma ordem de prioridade para adoção dos
valores a serem utilizados na composição dos preços, devendo ser
adotados primeiramente aqueles praticados no âmbito da Administração
Pública e, apenas, se inviável estes, deverão ser adotados preços de outras
fontes de pesquisas.
Assim, sempre que houver 3 (três) preços válidos ou mais oriundos
de contratações similares dos órgãos da Administração Pública não
haverá necessidade de utilização dos preços obtidos junto às demais
fontes.
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IV. Quando a pesquisa de preços for solicitada a fornecedores,
quais são as formalidades exigidas?
As pesquisas de preços realizadas junto aos fornecedores, quando
da impossibilidade de se obter resultados praticados pela Administração
Pública, poderão ser solicitadas por telefone, via e-mail, por
correspondência ou pessoalmente. Além da especificação do objeto e os
respectivos preços unitário e global, as propostas devem conter as
seguintes informações:
a. no caso de pesquisa de preços realizada por telefone, devem ser
registrados e juntados aos autos os dados do servidor responsável
pela pesquisa e do proponente, como o número do telefone, a data,
contendo os dados do proponente (nome, CNPJ e endereço) e das
pessoas que forneceram o orçamento;
b. no caso de pesquisa de preços realizada por e-mail ou
correspondência, deverão ser juntados aos autos cópia do pedido e
da resposta do fornecedor, contendo os dados do proponente; e
c. junto a fornecedores, por meio de representante da
Administração do Tribunal, deverá ser juntado aos autos
documento em nome da empresa, contendo os dados do
proponente, a data, o nome e a assinatura do representante ou
responsável pelo fornecimento do preço; e
d. no caso de mídia especializada, deve ser juntado o resultado da
consulta de forma a identificar os dados do proponente, o site
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consultado com registro da data da realização.
e. Em todas as pesquisas deverá haver a comprovação de que o
objeto consultado corresponde ao descrito e especificado no
Termo de Referência ou Projeto Básico da respectiva contratação.
A fim de justificar a ausência de amplitude da pesquisa, quando
necessário, deverão ser juntadas aos autos, as manifestações de
desinteresse das empresas pesquisadas.
Ressalte-se que a possibilidade de utilizar como fonte de pesquisa
de preço a consulta a fornecedores deve ocorrer de forma suplementar,
subsidiária, na ausência de obtenção de preços praticados junto à
Administração Pública.
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compras governamentais como exemplo o Portal Licitações-e, do Banco
do Brasil e o Portal Licitações Caixa, da Caixa Econômica Federal, por
representarem preços praticados junto ao poder público, poderão ser
utilizados como fontes principais da pesquisa.
VI. Qual seria o critério a ser empregado para que uma mídia ou
sites seja considerado especializado e aceito para fins de
pesquisa de preços?
Para que um site seja considerado especializado, esse deverá estar
vinculado necessariamente a um portal na internet com a utilização de
ferramentas de busca de preços ou tabela com listas de valores, atuando
de forma exclusiva ou preponderante na análise de preços de mercado,
desde que haja um notório e amplo conhecimento no âmbito de sua
atuação. Exemplos: Webmotors, Wimoveis e Imovelweb.
No que tange ao site de domínio amplo, esse deve estar presente
no mercado nacional de comércio eletrônico ou de fabricante do produto,
detentor de boa credibilidade no ramo de atuação, desde que seja uma
empresa legalmente estabelecida. Exemplos: Americanas e Saraiva.
Em relação à mídia especializada, ela não está vinculada
necessariamente a um portal na internet, mas sim a outros meios, tais
como jornais, revistas, estudos etc., desde que haja um notório e amplo
reconhecimento no âmbito em que atua. Cita-se como exemplo a Tabela
de Preço Médio de Veículos, derivada de estudos realizados em todo o
País pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE.
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VII. É permitida a pesquisa de preço por telefone?
Sim, é permitida a realização de pesquisa de preços por telefone,
desde que esteja presente nos autos o comprovante de sua realização
constando a identificação do servidor responsável pela pesquisa (nome e
matrícula) e os dados do proponente e do responsável pelas informações
prestadas (nome e CNPJ da empresa e dados dos colaboradores que
forneceram o orçamento), além dos registros da realização da pesquisa
(telefone, data e horário).
Frise-se que o TCU, no Acórdão n. 8.095/2012 – Segunda Câmara,
entende que a comprovação da pesquisa de preços realizada via telefone
deve estar consignada nos autos da contratação.
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não for possível a obtenção de preços junto ao Poder Público, já que a
utilização da internet, com essa finalidade, deve ser vista como prática
subsidiária, suplementar.
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possíveis, observando a preferência por aqueles obtidos junto ao poder
Público, devendo ser consignado no processo de contratação a
justificativa quanto à impossibilidade de utilização da ordem de
preferência e de obtenção de no mínimo três orçamentos válidos.
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preços. Entretanto, a avaliação no caso concreto pode requerer prazo
diverso do acima especificado, isso, porque a depender da contratação,
variáveis como: cotação do dólar, taxa de juros, crises econômicas entre
outros, pode impactar de forma considerável o preço praticado.
Assim, nessas situações, caberá ao gestor desenvolver um juízo
crítico sobre o resultado obtido na pesquisa de preços, e qual o prazo mais
adequado de validade dos valores obtidos.
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XIII. Os procedimentos adotados na realização de pesquisa de
preços para obras e serviços de engenharia são os mesmos
para aquisições e demais serviços?
Não. O Decreto n. 7.983/2013, que estabelece regras específicas
para esses casos, disciplina que o custo global de referência de obras e
serviços de engenharia, exceto os serviços e obras de infraestrutura de
transporte, será obtido a partir das composições dos custos unitários
previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à
mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil -
Sinapi, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou
que não possam ser considerados como de construção civil, o que, nesse
caso, exige que se faça a apuração por meio de pesquisa de preços na
forma recomendada neste guia de orientação.
Em relação ao Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil – Sinapi, a Caixa Econômica Federal é a responsável pela
manutenção da base técnica de engenharia, a qual é resultado de
pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
sobre os custos e índices da construção civil.
Já o Sistema de Custos de Obras Rodoviárias – Sicro tem por
finalidade estimar o custo da execução de serviços de construção,
conservação e sinalização rodoviários em diversas unidades da federação.
Nesse mesmo sentido, a Resolução CNJ n. 114/2010, alterada pelas
Resoluções CNJ n. 132/2011 e 326/2020 que tratam do planejamento, da
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execução e do monitoramento de obras no Poder Judiciário, estabelece a
necessidade de utilização do Sinapi e do Sicro, para obtenção do custo
global da obra. Assim, a pesquisa de preços de obras e serviços de
engenharia deve ser efetuada na forma especificada pela resolução.
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XVI. Quais são os documentos necessários para comprovação da
pesquisa de preços?
Para comprovação da realização da pesquisa de preços é necessário
juntar aos autos cópias dos relatórios emitidos pelos sites, portais e
ferramentas governamentais, das páginas consultadas dos portais de
compras governamentais, dos contratos e das atas de registro de preços
vigentes, firmados por outros órgãos públicos, da resposta obtida junto
ao fornecedor, das páginas consultadas nos sites especializados e as
informações obtidas via telefone, entre outros.
Ressalte que, na impossibilidade da demonstração da pesquisa de
preços nos termos recomendados nesse guia, a sua justificativa deverá ser
acostada aos autos.
Insta frisar que apenas a planilha contendo os valores da proposta
não tem o condão de comprovar a validade da pesquisa, sendo
imprescindível a junção dos documentos elencados no parágrafo acima,
ou justificativa quanto à impossibilidade.
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demais.
O § 1º do artigo 48 da Lei n. 8.666/93 possibilita que, no caso de
licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, sejam
consideradas manifestamente inexequíveis as propostas cujos valores
sejam inferiores a 70% do valor orçado pela Administração. Assim, a
própria lei determina quando o preço referente a obras e serviços de
engenharia será manifestamente inexequível.
Ressalte-se que o critério acima especificado é restrito a obras e
serviços de engenharia e se relaciona à avaliação das propostas das
licitantes. Porém, como inexiste norma tratando de critérios para
definição de preços inexequíveis para outros objetos, entende-se que este
parâmetro pode servir para identificar os valores que se presumem
inexequíveis na realização da pesquisa de preços, uma vez que há
previsão legal de integração da norma sempre que houver lacuna ou
omissão da lei.
Diante de tal entendimento, para se verificar a inexequibilidade de
um valor em uma pesquisa de preços, é suficiente compará-lo à média dos
demais valores, se o resultado for inferior a 70%, poderá ser considerado
como inexequível.
Insta frisar que os valores registrados em atas de registro de preço e
contratos firmados com o poder público, em execução ou executados,
que se enquadrarem na situação acima assinalada, não deverão ser
considerados inexequíveis, uma vez que, tendo sido executados pela
administração ou previamente avaliados no processo de licitação já
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tiveram sua exequibilidade demonstrada.
No que tange aos preços excessivamente elevados, entende-se que
raciocínio análogo pode ser aplicado para identificação dos referidos
preços. Dessa forma, sempre que o valor for superior a 30% da média dos
demais preços, a Administração poderá considerá-lo excessivamente
elevado.
Considerando ainda que a Administração poderá adotar até mesmo
o menor preço como critério de definição do preço de mercado, entende-
se razoável o limite de 30% para classificação de um preço como
excessivamente elevado.
Outrossim, os principais problemas apresentados na realização da
pesquisa de preços estão relacionados à fixação da estimativa muito
acima do que vem a ser contratado. Desta forma, urge a necessidade de
definição de parâmetro que busque equalizar o preço orçado com o
praticado pelo mercado.
Conclui-se, por tudo isso, que um dos mecanismos passível de
aplicação para definição dos preços excessivamente elevados é compará-
lo com a média dos demais valores, sendo considerado excessivamente
elevado aquele que superar 30% da média dos demais.
Para melhor entendimento, na planilha abaixo foi apresentada
simulação contemplando as duas possibilidades, pesquisa realizada com
preços excessivamente elevados e preços inexequíveis:
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PREÇO DE MERCADO EXCLUÍNDO OS EXCESSIVAMENTE ELEVADOS
MEDIA DOS PERCENTUAL EM RELAÇÃO À MÉDIA DOS PREÇO MÉDIO
EMPRESA/FONTE TIPO DE FONTE PREÇO AVALIAÇÃO
DEMAIS VALORES DEMAIS PREÇOS VÁLIDO
ALFA FORNECEDOR R$ 50,00 R$ 89,57 56% VÁLIDO
BETA ATA R$ 60,00 R$ 87,90 68% VÁLIDO
CHARLE COMPRASNET R$ 74,40 R$ 85,50 87% VÁLIDO
DELTA FORNECEDOR R$ 150,00 R$ 72,90 206% EXCESSIVAMENTE R$ 72,90
ECO FORNECEDOR R$ 75,00 R$ 85,40 88% VÁLIDO
FOX FORNECEDOR R$ 100,00 R$ 81,23 123% VÁLIDO
HOTEL PESQUISA INTERNET R$ 78,00 R$ 84,90 92% VÁLIDO
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Dessa forma, o valor de R$ 77,48, obtido após os cálculos
promovidos na planilha acima, correspondente ao preço médio válido,
será o valor utilizado para fins de estimativa de preço do objeto a ser
contratado.
Para a utilização do preço mínimo, aplica-se a mesma metodologia,
ou seja, exclui-se os valores excessivamente elevados e inexequíveis,
nessa ordem, com vistas a certificar que o preço mínimo apurado, após
uso da metodologia, e que será utilizado para estimar a contratação não
seja um valor inexequível.
A planilha abaixo, considerando os mesmos dados da planilha
anterior, demonstra como esse valor é apurado.
MÉDIA DOS PERCENTUAL EM RELAÇÃO À MÉDIA DOS
EMPRESA/FONTE TIPO DE FONTE PREÇO AVALIAÇÃO PREÇO MÍNIMO
DEMAIS VALORES DEMAIS PREÇOS
ALFA FORNECEDOR R$ 50,00 R$ 89,57 56% VÁLIDO
BETA ATA R$ 60,00 R$ 87,50 68% VÁLIDO
CHARLE COMPRASNET R$ 74,40 R$ 85,50 87% VÁLIDO
DELTA FORNECEDOR R$ 150,00 R$ 72,90 206% EXCESSIVAMENTE R$ 50,00
ECO FORNECEDOR R$ 75,00 R$ 85,40 88% VÁLIDO
FOX FORNECEDOR R$ 100,00 R$ 81,23 123% VÁLIDO
HOTEL PESQUISA INTERNET R$ 78,00 R$ 84,90 92% VÁLIDO
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apresenta de forma heterogênea, uma vez que, nesse caso, há influência
dos extremos dos dados coletados, isso ocorre principalmente quando
não há desconsideração dos preços inexequíveis ou excessivamente
elevados.
Já a média é indicada, quando a administração julgar não ser mais
adequada a utilização do preço mínimo e quando os preços estão
dispostos de forma homogênea, sem a presença de valores extremos, ou
seja, quando é adotado um método de avaliação que exclui os
inexequíveis e os excessivamente elevados.
Um dos parâmetros passíveis de serem utilizados para definir
quando utilizar a média ou a mediana é fazer uso da medida de dispersão
denominada coeficiente de variação. O coeficiente de variação fornece a
oscilação dos dados obtidos em relação à média. Quanto menor for o seu
valor, mais homogêneos serão os dados.
O coeficiente de variação é considerado baixo quando apresentar
percentual igual ou inferior a 25%, sendo nesse caso indicada a média
como critério de definição do valor de mercado. Se ele for superior a 25%,
o coeficiente indica a presença de valores extremos afetando a média,
situação em que se recomenda o uso
da mediana como critério de definição do preço médio.
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Ao analisar a planilha acima, verifica-se que o critério a ser utilizado
deverá ser a mediana, uma vez que o coeficiente de variação totalizou
40%, ou seja, acima do percentual indicado, sendo assim influenciado
pelos extremos da amostra, representados pelos preços ALFA e ECO.
Frise-se que o cálculo da Média, do Desvio Padrão e do Coeficiente
de Variação podem ser obtidos de forma simples, por meio de fórmulas
existentes no Excel, desta forma não serão aqui apresentados como são
calculados esses valores.
Em relação ao exemplo supra, constata-se que o método indicado
para aferição do preço de mercado é da média aritmética, uma vez que o
coeficiente de variação é de 10%, o que representa a homogeneidade dos
valores apresentados.
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ou modelos de definição de parâmetros para aferição da pesquisa de
preços.
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decorrentes da lei, e dos itens envolvendo insumos e materiais serão
efetuados com base em índices oficiais, previamente definidos no
contrato.
Para os caso de contratação de prestadora de serviço continuado
sem utilização de mão de obra, aplica-se o mesmo ensinamento acima
citado.
A vantajosidade da prorrogação nos contratos de serviços
continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra poderá ser
dispensada quando houver previsão contratual de índice de
reajustamento de preços, conforme entendimento constante no Parecer
n. 00001/2019/DECOR/CGU/AGU, devendo o gestor atestar que o índice
de reajuste aplicável ao contrato acompanha a ordinária variação dos
preços de mercado, bem como apresentar justificativa, de ordem
econômica, administrativa ou outra pertinente, a ser indicada como
elemento de vantagem (vantajosidade) legitimador da renovação
(prorrogação) contratual.
Quando a vantagem econômica de contratos não puder ser
comprovada nas prorrogação nas formas acima estabelecidas, a
prorrogação deverá ser precedida da realização de pesquisas de preços
contratados por outros órgãos e entidades da Administração Pública ou
preços de mercado, conforme disciplinado nesse manual.
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XXI. No caso de contratação decorrente da Adesão à Ata de
Registro de Preço, a pesquisa de preço deverá ser realizada?
Sim. É necessário que se comprove a vantajosidade da adesão.
O Acórdão TCU. 2.764/2010 – Plenário reforça o dever de realizar
pesquisa de preços a fim de atestar a compatibilidade dos valores dos
bens a serem adquiridos com os preços de mercado e confirmar a
vantajosidade obtida com o processo de adesão.
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Assim, é necessário que a pesquisa de preços também seja realizada
com o menor nível possível de detalhamento do objeto a ser contratado.
No exemplo mencionado, a pesquisa de preços deve apresentar o
valor para a o objeto a ser adquirido e o valor para a instalação. Além disso,
no exemplo, caso para a instalação seja necessária a utilização de material,
serviço de mão de obra e utilização de equipamentos, esses itens também
deverão apresentar seus preços unitários.
Dessa forma, torna-se possível ao gestor e outros interessados
analisarem a pesquisa de preço e identificar se o preço de cada um dos
itens está de acordo com o mercado ou superestimado.
Assim, evita-se o jogo de planilha, que ocorre quando se permite
que a licitante cote preços altos para os itens mais demandados e preços
baixos para os itens menos utilizados, de modo que ela obtenha o menor
valor global da licitação.
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Nessas circunstâncias, considerando a inviabilidade de competição,
a adequação de preço será aferida por meio de comparação da proposta
apresentada com os preços praticados pela futura contratada junto a
outros entes públicos e/ou privados, em avenças envolvendo o mesmo
objeto ou objeto similar, em função de atividade anterior praticada pelo
próprio contratado, conforme disposto no Acórdão TCU 2.993/2018 –
Plenário.
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“X”. Na impossibilidade de apresentação de preços pelo fornecedor
exclusivo, pode-se apresentar proposta para o mesmo objeto da marca”
Y”, ou equipamento de raio x para inspeção de encomendas.
Deve-se lembrar que os serviços devem ser equivalentes,
apresentando similaridade quanto ao grau de complexidade, tamanho,
peso e outras características.
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contratações por inexigibilidade. Se a contratação incluir apenas a
certificação, a pesquisa deverá contemplar apenas a certificação. No caso
de se desejar contratar o treinamento necessário e o exame de
certificação, a pesquisa de preços realizada deverá apresentar o valor
global da proposta e o valor de cada um dos dois itens (treinamento +
certificação)
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educativa?
Excepcionalmente, e caso não seja possível a comprovação de
preços praticados pela empresa ou profissional a ser contratado, a
unidade poderá utilizar como limite máximo os valores da Gratificação por
Encargo de Curso ou Concurso – GECC, uma vez que este é um valor já
prefixado pela Lei, sendo, assim, considerado válido e razoável do pondo
de vista da Administração Pública.
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metodologia utilizada pela unidade responsável pela contratação.
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como comparativo de preços. Isso ocorre quando, comprovadamente,
não for possível a obtenção de preços pelos meios indicados pela
legislação e especificados nesse guia.
De acordo com o artigo 12 da Portaria TCU n. 444/2018, constatada
a inviabilidade da obtenção de preços mediante realização da pesquisa
de preços, justificadamente, poderão ser adotadas outras soluções a fim
de não frustrar a compra ou a contratação pretendida, o que inclui o
reajuste de preços.
Deve-se mencionar que o índice a ser adotado deve estar atrelado
ao segmento do objeto a ser contratado e, na falta de índice específico ou
setorial, poderá servir como base o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA/IBGE).
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4. Principais passos para uma
Pesquisa de Preços eficiente
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de preços, em execução ou concluídos no período
de 1(um) ano anterior à divulgação do instrumento
convocatório
VI. verifique no próprio órgão a existência de
contratos similares, vigentes ou concluídos no
prazo de 1 (um) ano que antecede a divulgação do
instrumento convocatório;
VII. Junte aos autos a comprovação da solicitação dos
contratos similares firmados com o próprio órgão
ou com outros órgãos da Administração Pública.
Na impossibilidade de se obter êxito em relação à
pesquisa de preços elaborada junto ao Poder Público, os
seguintes passos devem ser adotados:
I. mantenha sempre atualizada a relação de
fornecedores de bens e serviços;
II. encaminhe solicitação de cotação de preços a
todas as empresas detentoras do objeto da
contratação e junte aos autos o comprovante da
solicitação;
III. realize pesquisa na mídia e site especializados ou
de domínio amplo;
IV. Junte aos autos todos as pesquisas obtidas junto às
diversas fontes, independente de êxito.
Independente do parâmetro utilizado, os passos
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seguintes deverão ser sempre observados:
I. proceda à avaliação dos preços obtidos, excluindo
os valores inexequíveis ou que se destoam do
alinhamento dos demais preços pesquisados;
II. realize o levantamento de preço obtido por meio
de mecanismos previamente definidos podendo
se utilizar da média, mediana ou menor preço;
III. junte aos autos as justificativas quanto à
impossibilidade de obtenção de três propostas
válidas, bem como quando não for possível obter
preços de fontes diversas, observada a ordem de
preferência;
IV. capacite os servidores que direta ou indiretamente
estejam relacionados à pesquisa de preços;
V. Promova acordos de cooperação com outros
órgãos da Administração Pública, em especial com
tribunais superiores, STF, CNJ e TJDFT, com
objetivo de compartilhar informações de
fornecedores e de contratações similares que
possam ser utilizadas na pesquisa de preços. A
dificuldade na realização da pesquisa de preços
não se limita ao âmbito do STJ, sendo de interesse
mútuo dos demais órgãos do poder público adotar
boas práticas para melhor realizá-la.
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5. Normas e Publicações
consultadas
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Equipe Técnica
Ana Lucia Torres Soares Cavalcante
Antonio Lezuan Ferreira Souza
Daniela Meireles Borba
Danilo Bruno Barbosa Campos
Fernando Caldeira Melo
Francisco Ulisses da Trindade Júnior
Maria Elizabeth Canuto Calais
Revisão
Diocésio Sant’Anna da Silva
Coordenação
Diocésio Sant’Anna da Silva
Design
Vitor Dutra Freire
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Manual de Orientação sobre
Pesquisa de Preços
A pesquisa de preços tornou-se um obstáculo a ser
superado na condução dos certames licitatórios públicos,
exigindo um vasto conhecimento da jurisprudência atual
sobre a matéria, de forma a possibilitar o aperfeiçoamento
das rotinas até então estabelecidas.
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