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HIDROGRAFIA GERAL E
DO BRASIL
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Gegrafia e SOMESB
Hidrografia Geral
e do Brasil Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autor (a) ♦ Creuza Santos Lagem
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenadoção de Curso ♦ Gisele das Chagas
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno
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Sumário
FUNDAMENTOS TEÓRICOS-
CONCEITUAIS DA HIDROGRAFIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07
FUNDAMENTOS BÁSICOS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07
REGIÕES HIDROGRÁFICAS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 34
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A GESTÃO DOS RECURSOS
Gegrafia e
Hidrografia Geral HÍDRICOS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 44
e do Brasil
ATIVIDADE ORIENTADA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 49
GLOSSÁRIO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 58
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Apresentação da Disciplina
Caro aluno,
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Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil
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FUNDAMENTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS
DA HIDROGRAFIA
FUNDAMENTOS BÁSICOS
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no seu subsolo. Sua importância está relacionada com o papel da água na
vida humana. Ainda que os fenômenos hidrológicos mais comuns, como as
chuvas e o escoamento dos rios, possam parecer suficientemente conhecidos,
Gegrafia e devido à regularidade com que se verificam, basta lembrar os efeitos
Hidrografia Geral catastróficos das grandes cheias e das estiagens para se constatar quanto o
e do Brasil
Homem precisa entender sobre as leis naturais que regem aqueles fenômenos
e a necessidade de se aprofundar o seu conhecimento.
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Ciclo Hidrológico
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corpos d’água produzindo o vapor d’água que se condensa na atmosfera dando
origem às nuvens. Essas, por sua vez, formam as massas de ar que
armazenam a água na atmosfera e são transportadas pelo vento, até que as
Gegrafia e condições atmosféricas devolvam essa água acumulada para o continente
Hidrografia Geral em forma de precipitação (chuvas, neves e granizos). O estudo da fase
e do Brasil
atmosférica do ciclo hidrológico constitui-se em objeto de análise da
Climatologia.
Fase terrestre do ciclo hidrológico
Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos espaços que encontra
no solo e nas rochas. A água que se infiltra está submetida às forças devidas à atração
molecular ou adesão; à tensão superficial ou capilaridade e à gravidade.
A capilaridade se manifesta pela força de adesão das moléculas da água às
superfícies das partículas do solo. Ela acontece no início da precipitação ou quando as
chuvas são passageiras e de pouca intensidade. Nesse caso, a água não atinge as zonas
mais profundas repondo, apenas, a umidade do solo na sua parte mais superficial.
A continuidade da chuva e a sua intensidade fazem a gravidade vencer a força da
capilaridade e a água infiltra-se até não encontrar mais espaços, começando, então, a se
movimentar horizontalmente em direção às áreas mais baixas formando os lençóis d’água
ou aqüíferos.
A capacidade de infiltração de água no solo depende de fatores como grau de
porosidade do solo, da cobertura vegetal, do relevo e do tipo de chuva.
Porosidade – a quantidade de poros existentes no solo diminuem ou aumentam a
sua capacidade de infiltração. Solos arenosos apresentam maior capacidade de infiltração
que os argilosos devido a diferença de porosidade entre eles.
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Na figura à esquerda, a
disposição dos grãos do solo permite
a passagem da água, facilitando a
sua infiltração; já à direita a
disposição desses elementos
influenciam na menor porosidade e,
por conseqüência, na capacidade de
infiltração.
Cobertura vegetal – a
densidade da vegetação tem um
papel importante na permeabilidade do solo. Daí os problemas que o desmatamento traz à
conservação dos recursos hídricos
O relevo - o grau de declividade do relevo influencia o escoamento das águas. Em
declividades acentuadas, a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração.
Tipo de chuva - chuvas intensas saturam rapidamente o solo não permitindo mais a
infiltração da água que passa a escoar em superfície. As chuvas finas e demoradas têm
mais tempo para se infiltrarem.
Outros fatores como a compactação do solo pelo pisoteio do gado, ou pelo
asfaltamento das ruas também influenciam na capacidade de infiltração do solo.
Fases da infiltração
Segundo Pinto et all (1976), em função das forças que atuam sobre a infiltração,
assim como a natureza do terreno, a água pode se encontrar em duas zonas: a zona de
aeração, ou subsaturada ou na zona de saturada. A superfície que separa essas duas zonas
é denominada de piezométrica, ou nível hidrostático.
Zona de aeração: é a parte do solo que está parcialmente preenchida por água,
enquanto o ar preenche os demais espaços livres. Na parte mais superficial da zona de
aeração ocorre a água higroscópica, absorvida do ar e mantida em torno das partículas
de solo por adesão. A intensidade das forças moleculares não permite o aproveitamento
dessa umidade pelas plantas. A água capilar existe nos vazios entre os grãos e é
movimentada pela ação da tensão superficial, podendo ser aproveitada pela vegetação. A
água gravitacional é a água que vence a ação da capilaridade e percola (desce) sob a
influência da gravidade.
Na zona de aeração podemos distinguir três regiões:
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Zona de umidade do solo: é a parte mais superficial, onde a perda
de água de adesão para a atmosfera é intensa. Em alguns casos, é muito
grande a quantidade de sais que se precipitam na superfície do solo após a
Gegrafia e evaporação desta água, dando origem a solos salinizados ou a crostas
Hidrografia Geral ferruginosas (lateríticas).
e do Brasil
Em áreas onde o nível freático está próximo da superfície, a zona intermediária pode
não existir, pois a franja capilar atinge a superfície do solo. São brejos e alagadiços, onde
há uma intensa evaporação da água subterrânea.
Zona de Saturação: é a região abaixo do lençol freático (nível freático) onde a água
ocupa todos os poros ou fraturas da rocha esse encontra sob pressão hidrostática. É nessa
zona que se armazenam a água subterrânea que constituem os aqüíferos.
Águas Subterrâneas
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formas de captação dessa águas pelo homem. Os poços artesianos são captações dos
aqüíferos cativos.
Escoamento Superficial
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O estudo das bacias hidrográficas, pela sua importância no
aproveitamento dos recursos hídricos, será objeto especial do segundo bloco
temário desse livro.
Gegrafia e Entretanto, é importante entendermos que são as águas subterrâneas
Hidrografia Geral e as águas superficiais os segmentos fundamentais do ciclo hidrológico na
e do Brasil
formação e origem dos corpos d’água no planeta Terra.
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Entende-se por Limnologia o estudo dos lagos, do seu relevo, dos movimentos de
suas águas e do ecossistema lacustre. As águas lacustres são normalmente insípidas;
entretanto, existem vários lagos de águas salgadas, cujas causas podem ser: a) a
comunicação direta com o mar, como acontece com as lagoas costeiras; b) a concentração
dos sais existentes nas águas trazidas pelos rios; c) a existência de um antigo mar, do qual
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o lago é um residual; d) a alta
evaporação provocada pelas
condições climáticas. São exemplos
de lagos salgados, entre outros: o
Grande Lago Salgado nas Montanhas
Rochosas na América do Norte, e o
Balcash, na Ásia Central.
No que se refere à temperatura,
os lagos classificam-se em três tipos:
1) os lagos de regime tropical – com
temperaturas sempre acima de 4
graus, jamais se congelam. Ex: O
Lago Tchad, na África; os lagos do
Brasil, etc. 2) Os lagos de regime temperado – apresentam temperaturas de até 4 graus e
estão sujeitos ao congelamento em determinado período. A maioria dos lagos situados na
zona temperada é desse tipo. 3) Os lagos de regime polar – apresentam-se congelados a
maior parte do ano. Aparecem na maioria das altas montanhas e nas regiões de clima frio.
Embora a superfície dos lagos pareça tranqüila, sabe-se que as águas lacustres
possuem movimentos que muito se assemelham aos do mar: ondas, correntes e marés
como acontece nos Grandes lagos norte-americanos e o lago de Genebra na Europa.
As águas das chuvas e das geleiras alimentam muitos lagos, são, porém, as águas
correntes que representam a grande fonte de alimentação dos lagos. Afluentes são os rios
que alimentam os lagos, e emissários os que servem de escoadouro. O chamado ciclo vital
dos lagos compreende três fases distintas: a juventude, a maturidade e a velhice.
O lago está na juventude quando recebe mais água do que perde.Ex: O Grande
Lago Salgado. Encontra-se na maturidade quando há um certo equilíbrio entre os
recebimentos e as perdas de água. É o tipo mais comum. Está na velhice o lago que perde
mais água do que recebe. O lago Tchad e os lagos-mares Cáspio e Aral são exemplos
desse tipo de lago.
As geleiras ou glaciares
As geleiras ou glaciares são grandes massas de gelo que se acumulam nas regiões
polares e nas altas montanhas. As que se formam nas regiões polares são chamadas
geleiras continentais. Na Groenlândia elas se acumulam nas bacias interiores com uma
espessura em torno de 2000 metros. Na Antártida apresentam-se como verdadeiras calotas
geladas de notável espessura. Essas geleiras são fornecedoras dos icebergs tão perigosos
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à navegação. Lembram-se do filme Titanic? O navio afundou em função de
um iceberg, verdadeira montanha de gelo flutuante no oceano.
Nas regiões montanhosas de clima frio e elevadas precipitações
Gegrafia e atmosféricas aparecem as chamadas geleiras de montanhas ou de vales.
Hidrografia Geral Elas se acumulam nas depressões existentes nas montanhas
e do Brasil
denominadas circos. O crescente aumento de sua massa dá
início à descida pelas encostas, criando a língua da geleira
que percorre vales e avança até dezenas de quilômetros. São
exemplos de geleiras de montanhas as dos Alpes, do Himalaia e
dos Andes, entre
outras.
O domínio
geográfico das
geleiras é bastante
reduzido. Mas nem
sempre assim
aconteceu, pois é
sabido que em
outras eras e, mais
recentemente, no
início da era
quaternária pelo menos o hemisfério norte viu-se coberto por uma extensa calota glaciária.
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O Oceano Atlântico, situado entre o continente americano, do lado ocidental e a
Europa e a África, do lado oriental, tem a forma de um grande S. A sua posição geográfica
entre as terras da Europa e as da América o colocou como o mais navegado e o oceano
mais importante. Comparado ao Pacífico, o Oceano Atlântico possui poucas ilhas e
arquipélagos e seus trechos mais profundos situam na Antilhas com as fossas das Virgens
(8526m) e Milwaukee (9460m). Na costa brasileira, as maiores profundidades não vão além
de 6000m.
O Oceano Índico localiza-se quase totalmente na zona intertropical. Situado ao sul
da Ásia, tem a África a ocidente e a Austrália a oriente. O Índico é fechado ao norte e abre-
se largamente ao sul. Durante muito tempo foi conhecido como Mar das Índias, através das
referências históricas de fenício e árabes. Suas maiores profundidades encontram-se nas
proximidades das Ilhas de Sonda, onde se encontra a fossa de Java com 7450 metros.
Os oceanos glaciais caracterizam-se por apresentarem sua superfície congelada
quase permanentemente. Na realidade são prolongamentos dos grandes oceanos.
O Glacial Ártico é um verdadeiro mar mediterrâneo formado pelo Atlântico, ao norte
da América, da Europa e da Ásia. O Glacial Antártico caracteriza-se por ser totalmente
aberto, de maneira que se torna difícil definir os seus limites com os grande oceanos.
Circunda o continente antártico e atualmente vem sendo objeto de estudo de várias nações
que lá estabeleceram bases de pesquisa científica.
Os Mares
Qual a diferença entre mar e oceano se até agora usamos os dois termos como
semelhantes? Há muitas diferenças entre um mar e um oceano. Elas dizem respeito ao
tamanho, às características físico-químicas, à profundidade e a forma. Enquanto os oceanos
ocupam grandes extensões, possuem profundidades acentuadas; os mares sofrem uma
grande influência das massas continentais e apresentam características como salinidade e
temperatura bem definidas. Muitos mares são apenas denominações locais de certas partes
dos oceanos, que devido a influência das terras que margeiam, apresentam características
particulares. Podemos classificar os mares em três categorias: mares costeiros, mares
continentais e mares fechados.
Os mares costeiros, abertos ou adjacentes são os que se comunicam com os
oceanos que os formam através de aberturas mais ou menos amplas e não sofrem de
maneira tão intensa as influências das massas continentais. Dentro desta categoria, é
possível distinguir dois tipos: a) os mares-manchas e os mares golfos. Os mares manchas
posuem duas ou mais saídas constituindo-se em grandes estreitos, como é o caso do Mar
da Mancha, do Mar do Norte, do Mar Egeu, do Mar de Bering, entre outros. Os mares do
Golfo são abertos apenas um lado e apresentam o formato de um saco, a exemplo dos
mares das Antilhas, Omã e o Golfo do México.
Os mares continentais, interiores ou mediterrâneos acham-se intimamente
ligados aos continentes, nos quais penetram, às vezes, profundamente, comunicando-se
com os oceanos por meio de passagens estreitas. Sofrem a influência do clima e dos rios
das terras próximas, são geralmente pouco profundos e recebem menor influência das águas
oceânicas. O melhor exemplo desse tipo é o próprio mar Mediterrâneo juntamente com
seus mares secundários: Adriático e Negro. O mar Báltico e o Mar Vermelho pertencem à
mesma categoria.
Os mares fechados ou isolados são verdadeiros lagos de águas salgadas, sem
nenhuma comunicação com o oceano. A influência das terras que os cercam é forte e qualquer
desequilíbrio no aporte de águas fluviais que recebem pode provocar o seu desaparecimento.
São exemplos desse tipo o Mar Cáspio, o Mar de Aral e o Mar Morto.
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Tanto os mares como os oceanos são muito importantes para a
humanidade pis além dos recursos que oferecem são um traço de união entre
os povos, oferecendo meios de estreitas mais as relações entre os seres
Gegrafia e humanos.
Hidrografia Geral Topografia das bacias oceânicas. O relevo das bacias oceânicas
e do Brasil
varia de um lugar para outro refletindo os processos internos da terra. Para
determinar as características do fundo do mar várias pesquisas vêm sendo
efetuadas ao longo dos anos e o instrumental utilizado torna-se cada vez mais sofisticado.
Os resultados dessas pesquisas indicam que existem três feições topográficas comuns a
todos os oceanos: as margens continentais, os soalhos das bacias oceânicas e os
grandes sistemas de cordilheiras oceânicas. Além dessas feições há uma grande
semelhança entre o relevo do fundo do mar e o relevo dos continentes. Montanhas, planaltos,
planícies e profundas depressões se sucedem cuja particularidade é a predominância dos
processos de sedimentação nas profundezas oceânicas.
A margem continental é comumente formada por dois tipos de seqüência no sentido
terra-mar: 1) plataforma-talude-elevação ou 2) plataforma talude-fossa-crista. A plataforma
continental é a região submersa que aparece logo depois da orla litorânea, com profundidades
que vão de 10 a 500 metros. Sua largura é bastante variável: apresenta-se estreita no lado
ocidental da América e alarga-se enormemente ao redor das Ilhas Britânicas. O limite da
plataforma continental em direção ao mar é denominado de quebra da plataforma quando
começa o talude continental que se caracteriza por apresentar vários escarpamentos onde
as profundidades são variadas. Alguns taludes constituem-se no lado continental de uma
fossa profunda, como é o caso das fossas de Porto Rico, Aleutas e Peru nas Américas. A
elevação continental é uma feição deposicional situada ao pé do talude. Essas elevações
apresentam canyons ou canhões que são canais que transportamos sedimentos dos rios
rumo ao mar. O canhão do S. Francisco e do Amazonas vêm sendo objetos de pesquisa
dada a sua importância na dinâmica marinha da costa brasileira e mesmo da América do
Sul.
O soalho das bacias oceânicas compreende a feição topográfica entre a margem
continental e os sistemas de cordilheiras oceânicas. Constitui cerca de um terço das bacias
dos oceanos Atlântico e Índico e cerca de três quartos da bacia do oceano Pacífico.
Montanhas marinhas, vulcões, planos abissais, ilhas oceânicas são feições encontradas no
soalho oceânico. Muitas ilhas oceânicas têm origem vulcânica como as ilhas do Hawai.
Os sistemas de cordilheiras oceânicas formam uma série de áreas topograficamente
altas e interligadas presentes em todos os oceanos. Elas, em geral, limitam as grandes
placas tectônicas que constituem a litosfera do globo. Esses sistemas também são
conhecidos por cordilheiras meso-oceânicas onde são representativas as feições vulcânicas
e de falhamentos. Na região central
da Cordilheira Meso-Atlântica há um
rift-valley (vale de falha)
caracterizado por fortes terremotos
e fluxos de calor.
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Nos mares do globo, a salinidade apresenta grandes contrastes: o
Báltico e o Negro, por exemplo, são pobres em sais, ao passo que o Mar
Vermelho e o Mar Morto incluem-se entre os que apresentam maior grau de
Gegrafia e salinidade na Terra.
Hidrografia Geral Qual a origem dos sais nas água do mar? Muitas são as hipóteses. As
e do Brasil
mais referidas são as que lhes dão uma origem magmática, admitindo que
foram expelidas da própria crosta terrestre em virtude das grandes pressões
internas do planeta; ou as que os considera terrígenos, isto é, provenientes das áreas
continentais e conduzidos em dissolução e em quantidades ínfimas , durante milhões de
anos pelas águas dos rios.
Temperatura da água do mar – podemos considerar os oceanos como grandes
bombas em que o calor circula do Equador para os Pólos. De modo geral, a superfície das
águas oceânicas apresenta temperaturas idênticas às do ar com que está em contato,
dependendo estreitamente das latitudes, São mais altas na região intertropical e mais baixas
nas regiões temperadas e polares.
A temperatura das águas pode variar conforme o tipo de mar e de um oceano para
outro. Como vimos os mares abertos apresentam grande identidade com os oceanos que
os formam. Já os mares mediterrâneos ou continentais oferecem maiores variações. O
Oceano Índico é o mais quente dos oceanos por estar situado na zona Intertropical.
Em relação as águas profundas, registra-se de início uma diminuição à proporção
que a profundidade aumenta. Mas a partir de 1000 metros a diminuição já é mais lenta com
tendência à estabilidade.
Os gelos do mar - Em virtude da sua maior densidade, as águas do mar congelam-
se somente quando a temperatura desce a -2 graus e – 3 graus centígrados. Mas essa
congelação é apenas superficial. A crosta de gelo formada pelo congelamento das águas
superficiais dos mares e oceanos denomina-se banquisa. A banquisa é uniforme e plana e,
em geral, dissolvem-se ao terminar a estação fria e difere dos icebergs porque estes são
formados nas geleiras, de águas insípidas e que descem da terra para o mar.
Densidade da água do mar - é função da temperatura e da salinidade. Quanto
maior for a temperatura, menor será a densidade para uma determinada salinidade; e quanto
maior a salinidade, maior será a densidade para uma dada temperatura. A densidade das
águas dos oceanos, juntamente com a radiação solar, são responsáveis pela circulação
dos oceanos.
Circulação Oceânica
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As correntes marítimas do Oceano Atlântico são as mais conhecidas. De sua porção
equatorial partem duas: a corrente Norte Equatorial e a Sul Equatorial, ambas quentes. A
primeira vai dar origem a importante corrente do Golfo, ao passo que a segunda se biparte,
formando a corrente das Guianas e a corrente do Brasil. Das regiões árticas procedem a
corrente do Labrador e a corrente da Groenlândia, enquanto das regiões antárticas vem a
corrente das Falklands, que se prolonga com o nome de corrente de Benguela..
Das correntes atlânticas, a mais conhecida é a do Golfo no Atlântico Norte. Origina-
se no extremo leste do Golfo do México do encontro das águas da corrente Norte Equatorial
com as da corrente das Guianas. A corrente do Golfo desloca-se em direção ao norte,
através do estreito da Flórida e alcança a margem continental na altura do Cabo Hatteras,
onde se volta para mar aberto. Na latitude dos Açores bifurca-se. Um ramo bem mais ao
norte torna-se a corrente do Atlântico Norte que é responsável pelo aquecimento das Ilhas
Britânicas, a Islândia e as costas da Noruega, indo morrer no oceano Glacial Ártico. O outro
ramo abre-se em leque e alcança as costas da França, da península Ibérica e da costa do
Marrocos, formando a corrente das Canárias. A importância da Corrente do Golfo advém
do fato dela influir de maneira decisiva sobre as condições climáticas das regiões por ela
banhadas.
No oceano Pacífico, também existem duas correntes quentes que se formam nas
vizinhanças do Equador: a Norte Equatorial que se transforma na importante corrente do
Japão ou Curo-sivo (Rio Negro) e a Sul Equatorial que se prolonga com o nome de corrente
da Austrália. Dentre as correntes frias, destacam-se a corrente da Curilas procedente do
mar de Bering e a corrente de Humboldt ou do Peru, oriunda do oceano Antártico. A corrente
do Japão tem muitas semelhanças com a do Golfo face sua importância no clima das áreas
que banha. A corrente de Humboldt acompanha as costas do Chile e do Peru, na América
do Sul. Ricas em plâncton, suas águas atraem muitos peixes.Durante o fenômeno do El
Niño, ela desaparece e deixa em seu lugar uma corrente quente, diminuindo o plâncton e
aumentando as precipitações pluviométricas na costa sul-americana do Pacífico.
No oceano Indico, na parte situada ao norte do equador, aparece as correntes das
Monções, que obedecem ao regime dos ventos que ali predominam. Ao sul da linha equatorial
aparecem duas correntes: a das Agulhas e a de Madagascar.
Nos oceanos glaciais aparecem a corrente da Groenlândia, na banda oriental do
Ártico; e a corrente Antártica, que contorna todo o continente austral.
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Circulação Oceânica em Profundidade
Ondas e Marés
Além da circulação dos oceanos, existem outros tipos de movimentos do mar. São
os movimentos periódicos conhecidos como ondas e marés. As ondas ou vagas constituem
o resultado do movimento ondulatório que se processa na superfície das águas, em virtude
do vento ou da transmissão de energia ao oceano através de um terremoto ou de uma
explosão vulcânica. As ondas provocadas por fenômenos sísmicos são conhecidas como
tsunami. É uma onda gigante que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira.
A palavra vem do japonês “tsu” (porto, ancoradouro) e “nami” (onda, mar).
Você sabia que o Tsunami que provocou milhares de mortes nas costas do Pacífico
e do Indico teve origem nos movimentos das placas tectônicas existentes naquela área?
Um terremoto de nove pontos na escala Ritcher provocou ondas de até 10m de altura que
atingiu vários países da Ásia, provocando destruição e mortes nas costas atingidas.
Nas ondas de superfície o vento e as características da margem continental são
responsáveis pelas suas características. Numa onda distinguimos a crista a parte mais alta
de uma onda e o cavado a sua parte mais baixa. A distância da crista ao cavado define a
altura da onda. O comprimento de uma onda, isto é a distância que separa duas cristas
sucessivas corresponde 25 ou 30 vezes a sua altura. O tempo decorrido entre uma onda e
outra é medido pela passagem de duas cristas sucessivas por um ponto fixo e costuma ser
de seis a oito segundos. Quanto à velocidade, a média é de doze metros por segundo.
Marés
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Segundo a lei de Newton (lei da gravidade) o sistema Terra-Lua equilibra-se como
um todo pela forças de atração e centrífuga, mas os dois corpos reagem á força resultante
naquele ponto. O principal efeito dessa força é sobre os oceanos. Assim no ponto em que
nosso planeta estiver voltado para a Lua, como do lado oposto a esse ponto, forma-se uma
saliência da massa líquida – é a maré alta. Ao mesmo tempo, nos pontos que a atração não
é exercida, há um abaixamento das águas - é a maré baixa. Ora, em virtude do movimento
de rotação, tais saliências e tais abaixamentos das águas se vão sucedendo com
regularidade o que explica a alternância do fluxo e do refluxo das marés.
Além do efeito dominante da Lua, o Sol
exerce uma forte influência sobre as marés. Na
Lua Nova ou na Lua Cheia quando o sistema Sol-
Terra-Lua se acham em conjunção ou oposição,
Isto é, alinhados, registram-se as chamadas
marés de águas-vivas ou de sizígias (marés muito
altas) originadas da coincidência da atração dos
dois astros no mesmo sentido. Ao contrário, no
Quarto Crescente ou no Quarto Minguante, as
atrações dos dois astros sobre a Terra se
contrariam registrando-se fracas marés: são as
marés de águas mortas ou de quadratura.
Como as marés constituem fenômenos
periódicos, em um fluido, elas vão sofrer a influência da configuração dos oceanos, baías,
estreitos, braços de mar, etc. Por esta razão, o ciclo da maré apresenta diferenças de um
lugar para outro. Essas diferenças obrigam construção de tabelas ou tábuas de marés,
onde os especialistas estabelecem previamente as seqüências e amplitude das marés
para os portos marítimos de toda a Terra.
Resta mencionar os efeitos das marés ao contato com as águas de certos rios. Por
ocasião da subida ou fluxo da maré, as águas do mar avançam de encontro às águas fluviais.
Dependendo da diferença de densidade, velocidade e quantidade das águas fluviais, o
turbilhonamento das águas em conflito provocam um fenômeno chamado macaréu. No Rio
Amazonas, o macaréu é conhecido pelo nome de pororoca, sendo acompanhado por um
surdo rumor ouvido a 10 km.
# 1.
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Explique a importância das correntes marinhas na
dinâmica dos oceanos.
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A BACIA HIDROGRÁFICA: UNIDADE
FUNDAMENTAL NO ESTUDO DOS
Gegrafia e
Hidrografia Geral
RECURSOS HÍDRICOS
e do Brasil
As bacias podem ser classificadas de acordo com sua importância, como principais
(as que abrigam os rios de maior porte), secundárias e terciárias; segundo sua localização,
como litorâneas ou interiores.
Toda bacia hidrográfica é contornada por um divisor de água, isto é, a linha de
separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas. O divisor de água
une os pontos mais altos (cotas) entre bacias direcionando as águas superficiais para um
ou outro sistema de drenagem. O divisor d’água estabelece os limites da bacia e a sua
forma.
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O estudo de uma bacia hidrográfica passa pela análise da dinâmica fluvial. Toda
bacia possui um sistema de drenagem constituído por um rio principal e seus afluentes. Daí
a necessidade de compreendermos o comportamento do escoamento fluvial como variável
importante na caracterização das bacias hidrográficas
Escoamento Fluvial
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A deposição da carga detrítica carregada pelos rios ocorre quando há
diminuição da competência ou da capacidade fluvial. Essa sedimentação fluvial
origina formas como as planícies de inundação e os deltas dos rios. A planície
Gegrafia e de inundação ou várzea é formada pelos materiais – aluviões - depositadas
Hidrografia Geral no canal fluvial ou fora dele. Os deltas são formados pela deposição de carga
e do Brasil
detrítica pelo rio quando escoa para o mar ou para um lago.
Leitos Fluviais
Canais Fluviais
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26
ANÁLISE DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
Padrões de Drenagem
Os padrões de drenagem são definidos como o arranjo espacial dos cursos d’água.
Essa configuração resulta da natureza e da declividade das camadas rochosas e pela
evolução geomorfológica da região. Os padrões básicos são:
Drenagem dendrítica sua configuração assemelha-se aos ramos de uma árvore;
drenagem em treliça, padrão composto por rios principais que correm paralelamente e
afluentes cujas confluências se faz em ângulos retos. Essa forma espacial deve-se ao controle
estrutural da geologia da área; drenagem retangular: trata-se de uma derivação da drenagem
em treliça. Essa configuração resulta do controle exercido por falhas e fraturas do terreno;
drenagem paralela: nela os cursos d’água escoam paralelamente como os fios de um rabo
de cavalo. O controle estrutural está presente influenciada pela presença de declividades
acentuadas; drenagem radial - os canais fluviais encontram-se dispostos como os raios de
uma roda, em relação a uma área central; drenagem anelar os rios apresentam uma
configuração em forma de anéis.
A análise dos padrões de drenagem de uma bacia oferece informações importantes
ao pesquisador com referência à geologia e aos fenômenos estruturais presentes na área,
às formas de relevo e aos processos geomorfológicos atuantes.
Hierarquia Fluvial
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A hierarquia fluvial consiste na classificação de um curso d’água no
contexto de toda a bacia. A análise hierárquica de uma bacia compreende o
entendimento de alguns conceitos como rede fluvial, confluência, fonte,
Gegrafia e nascente ou manancial, segmento fluvial, ordem e rio base, tributários, sub-
Hidrografia Geral bacias.
e do Brasil
Rede fluvial ou rede de canais compreende o conjunto de rios em
determinada área, a partir das nascentes até a foz ou desembocadura dessa
rede. A confluência refere-se ao lugar onde dois canais se encontram. Fonte ou nascente
de um rio é o lugar onde o mesmo se inicia. Segmento fluvial é o trecho do rio ao longo do
qual ele apresenta uma certa classificação ou ordem. Rio base de uma determinada rede é
o rio que recebe somente tributários de ordem inferior à sua. Tributários o mesmo que
afluentes rios ou canais que deságuam em outro rio. Sub-bacias tributarias de uma bacia
hierarquicamente superior.
Dois nomes importantes aparecem como referências na análise hierárquica das
bacias e canais fluviais. São eles, Robert Horton (1945) e Arthur Strahler (1952), que criaram
métodos para determinar a classificação dos cursos d’água..
Horton propôs os critérios iniciais para a ordenação dos canais fluviais. Assim, ele
classificou como:
Canais de primeira ordem – aqueles que não possuem tributários, afluentes.
Canais de segunda ordem – somente recebem afluente de primeira ordem.
Canais de terceira ordem – podem receber um ou mais afluente de segunda ordem
e também de primeira ordem.
Canais de quarta ordem – recebem afluentes de terceira ordem e de outra ordem
inferior. E assim sucessivamente.
Entre dois canais confluentes será classificado como de ordem superior aquele que
se apresentar maior comprimento.
O rio principal da bacia é identificado pela mesma ordem da sua nascente até a sua
desembocadura.
28
bacias podem apresentar formatos variados. Existem alguns índices para se calcular a forma
das bacias correlacionando-a com figuras geométricas, como um retângulo, um círculo ou
um triângulo.
A área de uma bacia é a área plana delimitada pelos divisores de água A área é
calculada por planimetria em mapas através do uso de escalas e expressa em hectares ou
quilômetros quadrados. A determinação da área de uma bacia é fundamental para o cálculo
de outros parâmetros físicos.
Já a densidade hidrográfica estabelece a relação entre o numero de rios ou cursos
d’água e a área da bacia. Esses índices são importantes como indicadores do
desenvolvimento de um sistema de drenagem.
29
Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil
30
se o Japurá, o Negro e o Trombetas; na margem direita, o Juruá, o Purus, o Madeira, o
Xingu e o Tapajós.
Entre os afluentes do Amazonas encontram-se rios de águas barrentas (ou brancas,
como as populações locais se referem a eles), de águas claras e de águas pretas. Os rios
de águas barrentas, como o Madeira e o próprio Amazonas, têm essa cor por causa dos
sedimentos, ricos em nutrientes, carreados rio abaixo desde as montanhas andinas. Por
esse motivo, são os rios que apresentam maior produtividade.
Os rios de águas claras, como os rios Xingu, Tapajós e o Trombetas, têm as
nascentes nos planaltos do Brasil e das Guianas. Os trechos médio e alto desses rios
possuem muitas corredeiras e
quedas d’água.
A grande quantidade
de areia depositada na
planície amazônica deu
origem aos rios de águas
pretas, os rios mais
característicos da Amazônia.
Os solos arenosos da bacia
são muito pobres em
nutrientes, e os rios que
nascem sobre eles estão entre
os mais puros da Terra,
quimicamente falando. Suas
características químicas são
muito semelhantes às da água destilada. O mais famoso deles é o principal tributário do
Amazonas, o rio Negro, que ocupa aproximadamente 10% da bacia Amazônica.
A bacia do rio Tocantins - Araguaia é um sistema fluvial formado por dois grandes
rios que abrangem uma área superior a 800.000 km2. Esse sistema constitui-se na maior
bacia hidrográfica inteiramente situada em território brasileiro e seu principal rio formador é
o Tocantins, cuja nascente localiza-se no estado de Goiás, ao norte da cidade de Brasília. A
bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia localiza-se quase que integralmente entre os
paralelos 2º e 18º e os meridianos de longitude oeste 46º e 56º. Sua configuração alongada
no sentido longitudinal, seguindo as diretrizes dos dois importantes eixos fluviais – o Tocantins
e o Araguaia – que se unem no extremo setentrional da Bacia, formando o baixo Tocantins
que desemboca no Rio Pará, pertencente ao estuário do rio Amazonas.
A bacia do rio Tocantins possui uma vazão média anual de 10.900m3/s, volume médio
anual de 344 Km3 e uma área de drenagem de 767.000Km2, que representa 7,5% do
território nacional; onde 83% da área da bacia distribuem-se nos Estados de Tocantins e
Goiás (58%), Mato Grosso (24%); Pará (13%) e Maranhão (4%), além do Distrito Federal
(1%). Limita-se com bacias de alguns dos maiores rios do Brasil, ou seja, ao Sul com a do
Paraná, a Oeste, com a do Xingu e a leste, com a do São Francisco. Grande parte de sua
área está na região Centro Oeste, desde as nascentes dos rios Araguaia e Tocantins até
sua confluência, na divisa dos Estados de Goiás, Maranhão e Pará. Desse ponto para
jusante a bacia hidrográfica entra na região Norte e se restringe a apenas um corredor
formado pelas áreas marginais do rio Tocantins e Araguaia.
Embora possua, ao longo do seu curso, vários rápidos e cascatas, também permite
alguma navegação fluvial no seu trecho desde a cidade de Belém, capital do estado do
31
Pará, até a localidade de Peine, em Goiás, por cerca de 1.900 km, em épocas
de vazões altas. Todavia, considerando-se os perigosos obstáculos oriundos
das corredeiras e bancos de areia durante as secas, só pode ser considerado
Gegrafia e utilizável, por todo o ano, de Miracema do Norte (Tocantins) para jusante.
Hidrografia Geral O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no estado de Mato Grosso,
e do Brasil
possui cerca de 2.600 km, e desemboca no rio Tocantins na localidade de
São João do Araguaia, logo antes de Marabá. No extremo nordeste do Estado
de Mato Grosso, o rio divide-se em dois braços, rio Araguaia, pela margem esquerda, e rio
Javaés, pela margem direita, por aproximadamente 320 km, formando, assim, a ilha de
Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O rio Araguaia é navegável cerca de 1.160 km, entre
São João do Araguaia e Beleza, porém não possui neste trecho qualquer centro urbano de
grande destaque.
Essa Bacia destaca-se pelo potencial hidrelétrico, dado seu grande volume de água.
Apresenta uma vazão média de 68.400 m3/s em uma área de 758.000 km2, nela já se
encontra instalada a Usina Hidroelétrica de Tucuruí com potencial de 4.245 MW.
32
lançando-os diretamente nos rios. Os despejos de garimpos, mineradoras e indústrias
aumentam a carga de metais pesados, incluindo o mercúrio, em níveis acima do permitido.
Na cabeceira principal do rio São Francisco, o maior problema é o desmatamento para
produção de carvão vegetal utilizado pela indústria siderúrgica de Belo Horizonte, o que
tem reduzido as matas ciliares a 4 % da área original. O uso intensivo de fertilizantes e
defensivos agrícolas também tem contribuído para a poluição das águas. Além disso, os
garimpos, a irrigação e as barragens hidrelétricas são responsáveis pelo desvio do leito
dos rios, redução da vazão, alteração da intensidade e época das enchentes, transformação
de rios em lagos, etc., com impactos diretos sobre os recursos pesqueiros.
As barragens hidrelétricas e a irrigação transformaram o rio São Francisco e alguns
de seus tributários. Atualmente, o rio São Francisco possui apenas dois trechos de águas
correntes: 1.100 km entre as barragens de Três Marias e Sobradinho, com vários tributários
de grande porte e inúmeras lagoas marginais; e 280 km da barragem de Sobradinho até a
entrada do reservatório de Itaparica. Daí para baixo, transforma-se em uma cascata de
reservatórios da Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco – CHESF, (Itaparica,
Complexo Moxotó com Paulo Afonso I, II,III,IV e Xingó). Estes dois trechos e os grandes
tributários, onde existem as lagoas marginais, ainda permitem a existência de espécies de
peixes migradores, importantes para as pescarias comerciais e amadoras.
Da mesma forma que no seu trecho norte e nordeste, a bacia do Atlântico Sul no seu
trecho leste possui diversos cursos d’água de grande porte e importância regional. Podem
ser citados, entre outros, os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru,
das Contas e Paraguaçu.
O rio Paraíba do Sul, por exemplo, localizado entre os estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, é rio de maior significado econômico no país, possui ao longo do
seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte, como
Campos, Volta Redonda e São José dos Campos, bem com industrias importantes como a
Companhia Siderúrgica Nacional.
33
Bacia Atlântico Sul – trecho Sul-Sudeste
A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná,
Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, sendo o segundo em
comprimento da América do Sul. É formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. Possui
como principais tributários os rios Paraguai, Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Representa
um trecho da fronteira entre Brasil e Paraguai, onde foi implantado o aproveitamento
hidrelétrico binacional de Itaipu, com 12.700 MW, maior usina hidrelétrica em operação do
mundo. Posteriormente, faz fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Em função das suas
diversas quedas, o rio Paraná somente possui navegação de porte até a cidade argentina
de Rosário.
O rio Paraguai, por sua vez, possui um comprimento total de 2.550 km, ao longo dos
territórios brasileiro e paraguaio e tem como principais afluentes os rios Miranda, Taquari,
Apa e São Lourenço. Nasce próximo à cidade de Diamantino, no Estado de Mato Grosso,
e drena áreas de importância como o Pantanal Mato-Grossense. No seu trecho de Jusante,
banha a cidade de Assunción, capital do Paraguai e forma a fronteira entre este país e a
Argentina, até desembocar no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes.
O rio Uruguai, por fim, possui uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma
área em torno de 307.000 km2. Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas,
nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do Atlântico. Fazem parte da sua bacia os rios
Peixe, Chapecó, Peperiguaçu, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini.
O rio Uruguai forma a fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais ao sul, a fronteira
entre Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz até a cidade de Salto, cerca de
305 km a montante.
REGIÕES HIDROGRÁFICAS
34
mesma forma, a impermeabilização do solo em uma região provoca o aumento do nível dos
rios, gerando as enchentes ou inundações.
Diante de problemas como poluição, escassez e conflitos pelo uso da água, foi preciso
reconhecer a bacia hidrográfica como um sistema ecológico, que abrange todos os
organismos que funcionam em conjunto numa dada área. Entender como os recursos naturais
estão interligados e são dependentes. Daí os planejadores definiram a bacia hidrográfica,
ou seja, o espaço territorial determinado e definido pelo escoamento, drenagem e influência
da água, do ciclo hidrológico na superfície da Terra como a unidade fundamental de
planejamento e desenvolvimento regional.
A partir da década de 70, o conceito de bacia hidrográfica passou a ser difundido e
consolidado no mundo atendendo à necessidade de promover a recuperação ambiental e
a manutenção de recursos naturais escassos como a água. .
No Brasil, esse conceito passou a ser desenvolvido em meados dos anos 70. No
Estado de São Paulo, as primeiras experiências surgiram em 1976, na região metropolitana,
com a criação do Comitê do Acordo, firmado entre o Estado de São Paulo e o Ministério
das Minas e Energia.
A Lei 9.433/97 estabeleceu que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Esta lei coloca à disposição da sociedade um conjunto
de princípios, objetivando tornar inovador e moderno a administração dos recursos hídricos
no Brasil (CPRM 1998).
Com o objetivo de respeitar as diversidades sociais, econômicas e ambientais do
país, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, aprovou em 15 de outubro de
2003, a Resolução Nº 32 que instituiu a Divisão Hidrográfica Nacional.
Assim, o Brasil está dividido em doze Regiões Hidrográficas: Amazônica, Tocantins-
Araguaia, Atlântico Nordeste-Ocidental, Parnaíba, Atlântico Nordeste-Oriental, São Francisco,
Atlântico Leste, Atlântico Sudeste, Paraguai, Paraná, Uruguai e Atlântico Sul.
35
Comitês de Bacias Hidrográficas
Principais Atribuições
#
[ ]
Comente o papel da legislação vigente no que diz
respeito ao gerenciamento dos recursos hídricos das bacias
hidrográficas em nosso país.
Agora é hora de
TRABALHAR
36
O OLHAR PEGAGÓGICO
NA HIDROGRAFIA
37
Utilização pedagógica do texto: Elaboração de oficina
ecológica
Oficina ecológica é uma atividade pedagógica cuja finalidade é:
Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil - sensibilizar os alunos para os problemas ambientais que afetam o
sistema natural;
- ajudar a preservar o meio ambiente e a recuperar valores humanos
como amor ao próximo e à natureza;
- promover a exploração bibliográfica, documental e cartográfica da
temática estudada;
- estimular a discussão, a pesquisa, a comunicação com outras pessoas
ou instituições.
- Pesquisa sobre a questão como: De onde vem a água que você bebe?
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
38
O ABASTECIMENTO DE ÁGUA URBANO E RURAL
O Abastecimento Humano
A água para abastecimento humano tem prioridade sobre qualquer outro tipo de
uso, daí a maior parte da água dos mananciais de uma região ser destinada para essa
finalidade. A água destinada ao abastecimento humano tem que atender a critérios de
qualidade, indispensáveis à saúde humana.
Esses critérios são atendidos pelos sistemas de saneamento urbano que criam toda
uma rede de abastecimento constituída pelos dutos, estações de tratamento e reservatórios.
Os dutos transportam a água captada dos mananciais até as estações de tratamento e
destas aos reservatórios.
As estações de tratamento ETA’s recebem a “água bruta” (não tratada) diretamente
dos mananciais: rios, lagos ou barragens. Essa água é submetida a vários tratamentos,
como filtragem, recebe a adição de elementos químicos até tornar-se água tratada, própria
ao consumo humano. Da estação de tratamento, essa água é conduzida pelos dutos aos
grandes reservatórios- caixas d’água e através de bombeamento são canalizadas até as
residências.
Para que possa ser consumida sem apresentar riscos à saúde, ou seja, tornar-se
potável, a água tem que ser tratada, limpa e descontaminada. Com o objetivo de oferecer
água de boa qualidade, as instituições responsáveis pelo serviço de abastecimento de
uma localidade mantêm captações em rios, lagos e barragens responsáveis por 80% do
volume total produzido. Os 20% restantes - grande parte destinada a abastecer pequenas
localidades - são buscados em mananciais subterrâneos. A preservação destes mananciais,
como forma de garantir o abastecimento, é uma prioridade e deve ser compartilhada com
toda a comunidade, pois a
qualidade dos recursos hídricos e
fundamental para o equilíbrio
ambiental.
Um serviço deficiente de
abastecimento de água potável
afeta a saúde das populações. Por
isso, é importante contar com um
sistema adequado de
abastecimento.
Obs: Isso é apenas uma sugestão para a aplicação em atividades no ensino fundamental.
39
Exemplo de trabalho de campo numa Estação de Tratamento.
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
40
rural. O excesso desses dejetos tóxicos e orgânicos reduz o nível de oxigênio, provocando
a morte dos peixes, o crescimento anormal de vegetação invasora provocando o desequilíbrio
ambiental.
A escassez da água é um problema que vem crescendo no mundo. Além das
condições climáticas, o desmatamento desenfreado, as formas de irrigação inadequadas
o aumento da demanda decorrente do aumento populacional e o desperdício no uso são
algumas das causas da aceleração desse processo.
No Brasil, a irregularidade pluviométrica está na base da escassez da água, causa
fundamental da seca no Nordeste, cujos efeitos são bastante conhecidos pelos prejuízos
sócio-econômicos que provoca.
A análise dos recursos hídricos no contexto ambiental permite estimular a sensibilidade
dos alunos para as questões da água no mundo. A criação de um “escritório da água” numa
escola pode-se tornar o cenário mais atraente para uma educação ambiental, onde atividades
práticas propiciarão formas de transdisciplinaridade tão desejáveis no momento atual.
O escritório da água é o espaço (que pode até ser virtual) onde os cenários de
aproveitamento, políticas e avaliação social sobre a água são debatidos. Trata-se de um
banco de dados onde pesquisas, entrevistas, mapas, fotos e notícias importantes são
armazenadas e renovadas constantemente, oferecendo ao educando um espaço de bate
papo e tira dúvidas. A criatividade do professor de Geografia poderá ter nesse escritório
um auxiliar importante para o seu trabalho pedagógico.
Para implantação e boa utilização desse instrumento pedagógico é importante a
criação de um site simples e manuseável pelos alunos e o estabelecimento de normas de
acesso, manutenção e conteúdo desejável.
Sugestão de Leitura...
Texto sobre a importância dos recursos Hídricos.
Analises de Impactos ambientais.
Textos que Fomentem debates sobre as conseqüências das
enchentes.
Textos sobre a transposição do Rio São Francisco.
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
41
2. Descreva a importância das matas ciliares na manutenção dos cursos
de água.
Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil
42
Existem mais de 100 doenças causadas pela falta de saneamento básico entre as
quais cólera, amebíase, vários tipos de diarréia, peste bubônica, lepra, meningite, pólio,
herpes, sarampo, hepatite, febre amarela, gripe, malária, leptospirose, Ebola, etc.
#
[ ]Agora é hora de
TRABALHAR
1. É possível conjugar uso dos recursos naturais com
manutenção do meio ambiente?
43
2. Caracterize o que vem a ser desenvolvimento sustentável.
Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil
A Agência Nacional de Águas (ANA), criada em julho de 2000, tem como missão
básica a implantação do sistema nacional de recursos hídricos. A ANA possui participação
na execução da Política Nacional de Recursos Hídricos, apoiando os Conselhos Nacional e
Estaduais de Recursos Hídricos, bem como os respectivos Comitês de Bacias Hidrográficas
e Agências de Bacia no sentido de fornecer subsídio técnico na implantação desta política.
44
Os principais instrumentos de gestão dos recursos são:
#
[ ]Agora é hora de
TRABALHAR Explique a importância de legislações para cuidar dos
recursos hídricos em nosso país:
A base política administrativa dos recursos hídricos tem como princípios fundamentais de
gerenciamento:
45
O planejamento dos recursos hídricos é de longo prazo porque envolve
projetos como construção de barragens e hidrelétricas, hidrovias e serviços de
abastecimento urbano e industrial e retificação de cursos d’água.
Gegrafia e Dentro as políticas institucionais de recursos hídricos no Brasil aparecem o
Hidrografia Geral projeto de Transposição do Rio S. Francisco que por sua complexidade vem se
e do Brasil constituindo numa das grandes polêmicas no país.
Segundo os projetos ministérios do Meio Ambiente e da Integração Nacional
a Interligação da Bacia do São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional
integra o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido e da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, cuja elaboração ficou pronta em outubro. Segundo os técnicos o objetivo
principal desse programa é integrar ações para o desenvolvimento sustentável do semi-árido
setentrional e da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Assim, os pontos principais da sua
concepção são a Revitalização do Rio S. Francisco através de ações recuperação ambiental de
suas sub-bacias e a Integração de Bacias dos Eixos Norte e Leste.
Esse projeto é uma fonte permanente de conflito envolvendo praticamente todos os Estados
do NE. Enquanto o governo defende a sua implantação a sociedade civil vem estabelecendo
ações no sentido de suspendê-lo, discutindo alternativas mais racionais para o problema da
seca. Dizem os especialistas que uma redução significativa de vazão além de impactar a foz do
rio São Francisco deverá alterar a matriz energética da região, implicando no aumento de custo
da energia do sistema nacional. Então, além dos conflitos regionais derivados do uso da água do
Rio São Francisco, ter-se-á um conflito nacional decorrente do aumento das tarifas de energia
elétrica.
# 1.
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Como o planejamento no uso dos recursos hídricos
favorece a manutenção saudável dos mesmos?
46
No campo dos recursos hídricos, os conflitos de uso exigem instrumentos políticos que
permitam ao administrador público para atenuar questões como a poluição dos corpos d’água,
conflitos entre usuários competidores.
A outorga de direito de uso da água é o instrumento de política previsto em praticamente
todas as leis do setor. Ela é essencial para disciplinar o uso desse bem que torna-se a cada dia
mais escasso.
Segundo a Lei 9433/1997, no seu artigo 12 estão sujeitas ao regime de outorga, entre
outras, as seguintes modalidades de uso: a) derivação ou captação de água para consumo final
inclusive abastecimento público; b) extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final
ou processo produtivo; lançamento em corpo d’água de esgotos e demais resíduos; c)
aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
Segunda a legislação brasileira, a outorga em favor do uso da água para fins de geração
de energia elétrica é privativa do governo federal. Os usos restantes cabem ao Estado.
Há três modalidades de outorga de direito de uso da água: a permissão, a autorização e a
concessão. A permissão é dada quando a utilização da água não se destinar a uso público e ao
mesmo tempo requerer vazões significantes. A autorização será dada quando o uso não for de
utilidade pública, mas requerer vazões superiores. A concessão é aplicada quando a utilização
da água for de utilidade pública, não importando a quantidade da vazão. A autorização é da
competência da União, enquanto que as leis estaduais de recursos hídricos são responsáveis
pela permissão e a concessão.
#
[ ]Agora é hora de
TRABALHAR
1. Discuta a importância da Lei Nº. 9.433/97.
2. As leis referentes aos recursos hídricos podem, realmente, proteger esse patrimônio natural
em nosso país? Justifique.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da
população mundial tem acesso à água potável. As diferenças registradas entre os países
desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos
hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais. De acordo com os números
apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que controlar o uso da
água significa deter poder.
Nos países do Continente Africano, a situação de falta d’água já atinge índices críticos de
disponibilidade - a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou
47
de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de
água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.
Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm
acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população
Gegrafia e
Hidrografia Geral mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante
e do Brasil desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem
anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.
A cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da
Terra. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados
à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem com a escassez
de água. Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber,
satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos.
Calcula-se a exaustão anual dos aqüíferos em 160 bilhões de metros cúbicos ou 160
bilhões de toneladas. Além da urbanização, a industrialização também amplia a demanda pelo
produto. A industrialização consome ainda mais água que a urbanização. A concentração
populacional, também, gera demanda adicional, à medida que as pessoas ascendem na cadeia
alimentícia e passam a consumir mais carne bovina, suína, aves, ovos e laticínios, consomem
mais grãos.
Se os governos dos países carentes ou não de água não adotarem medidas urgentes
para gerenciar de forma sustentada e elevar a produtividade hídrica, a escassez de água em
pouco tempo se transformará em falta de alimentos. Com esta conscientização faz-se necessário
que cada nação crie estratégias de longo prazo para a valorização e valoração de seus recursos
hídricos.
48
#
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Atividade
Orientada
49
Gegrafia e
Etapa 2 (individual, 4 pontos)
Hidrografia Geral
Analisando o mapa topográfico abaixo, trace a rede de drenagem
dos rios A, B e C, identificando as margens direita e esquerda, a jusante, a
e do Brasil
montante e a área da bacia.
Em seguida, hierarquize os cursos d’água conforme a classificação
de STRAHLER (1952) e caracterize seu padrão de drenagem.
Etapa
Figura A
3 (individual, 4 pontos)
50
Figura B
FiguraC
51
3- Sabe-se que a quantidade de água existente no planeta se mantém
a mesma desde a formação da Terra até os dias de hoje, porém as
estimativas atuais alertam para a falta de água potável em alguns pontos do
Gegrafia e globo. Alguns cientistas alertam para a possibilidade da eclosão da 3ª Guerra
Hidrografia Geral
e do Brasil Mundial devido à escassez da potável em regiões do planeta. Relacione
essas afirmativas com todas as figuras acima e elabore um texto dissertativo,
mencionando a importância do Brasil dentro do cenário apresentado.
Glossário
Caro aluno,
Nesta parte do nosso manual apresentamos algumas palavras que fazem parte da
linguagem nos estudos dos recursos hídricos. Grande parte desses termos você pode
acessar em www.sct.rs.gov.br/redehidro. Outros mais comuns aparecerão no decorrer
do nosso livro, para esses, você poderá consultar os dicionários disponíveis.
AGUA DO SOLO – Água retida na camada superior da zona de aeração do solo, tão
próxima à superfície que pode passar à atmosfera por evapotranspiração e onde se fazem
sentir influências diurnas e sazonais, como por exemplo, chuva, irrigação, inundações,
drenagem e evapotranspiração.
52
AFLUENTE OU TRIBUTÁRIO – Curso de água que desemboca em um outro maior
ou em um lago.
AQÜÍFERO ARTESIANO – Aqüífero que contém água com suficiente pressão para
elevá-la acima da superfície do solo. Algumas vezes usado como sinônimo de aqüífero
confinado ou cativo.
DESNUDAÇÃO – Erosão por chuva, gelo, vento ou água do material sólido da terra.
Freqüentemente se dá o desaparecimento do solo pondo a descoberto o substrato rochoso.
Eliminação de toda a vegetação e matéria orgânica de um solo por meios naturais ou
artificiais.
53
CONFLUÊNCIA – Junção, ou ponto de junção, de dois ou mais cursos
de água.
Gegrafia e
Hidrografia Geral CONTAMINAÇÃO – Introdução na água de qualquer substância
e do Brasil
indesejável não presente nela normalmente, por exemplo, microrganismos,
produtos químicos, resíduos de esgotos, etc., e que a tornam imprópria ao
uso pretendido.
ÍNDICE DE SECA – Valor calculado que se relaciona a alguns dos efeitos cumulativos
de um déficit de unidade prolongado e anormal. Índice de seca hidrológica correspondente
a níveis abaixo da média, em cursos d’água, lagos, reservatórios, etc. Entretanto, um índice
de seca em agricultura deve se relacionar também com os efeitos cumulativos de déficit de
transpiração absoluto ou anormal.
54
NECESSIDADES EM ÁGUA DE IRRIGAÇÃO – Quantidade total de água exigida
por uma cultura para desenvolver-se normalmente “in situ”, por unidade de área.
NEVE – Precipitação de cristais de gelo, a maioria dos quais com aspecto ramificado
e, algumas vezes, estrelado.
55
REDE HIDROLÓGICA – Conjunto de estações hidrológicas e de postos
de observação situados numa dada área (bacia de um rio, região
administrativa), de modo a permitir o estudo do regime hidrológico.
Gegrafia e
Hidrografia Geral REGIME HIDROLÓGICO – Comportamento do leito de um rio durante
e do Brasil
um certo período, levando em conta os seguintes fatores: descarga sólida e
líquida, largura, profundidade, declividade, formas dos meandros e progressão
do movimento da barra, etc. Condições variáveis do escoamento num aqüífero; Modelo
padrão de distribuição sazonal de um evento hidrológico, por exemplo, vazão.
RIO – Curso de água de grande dimensão que serve de canal natural para a drenagem
de uma bacia.
RIO ENCAIXADO – Rio que cortou seu canal no fundo de um vale muito apertado.
RIO SUBTERRÂNEO – Massa de água corrente que passa por uma grande
cavidade subterrânea: gruta, caverna ou conjunto de grandes interstícios em comunicação.
56
SOLO – Parte desintegrada da camada superficial da crosta terrestre, constituída
de material incoerente ou de fraca coerência, como por exemplo, cascalho, areia, silte,
argila ou qualquer mistura desses materiais. Em Pedologia: material terrestre alterado por
agentes físicos, químicos e biológicos e que serve de base para as raízes das plantas.
TALVEGUE – Linha que segue a parte mais baixa do leito de um rio, de um canal ou
de um vale.
VALETA – Vala pequena construída nas margens de uma estrada para assegurar a
drenagem e escoamento das águas.
57
Referências
Gegrafia e
Hidrografia Geral Bibliográficas
e do Brasil
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Anotações
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Gegrafia e
Hidrografia Geral
e do Brasil
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
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