Você está na página 1de 16
hf os ¢ CIBER Fa CULTURA é i ry ¥ f 1384 nd R iE) ry ty { fi 4, an) arn ty, 4 n aK ’ fi Ny ty ) 4 i aE EYES NT i vc r i ] i Hi ty, ¥t! ; aera r Tie t t } ] t t F t by +! A u t 9 6 6 6 © dos Autores, 2004 (npg seis erence severe ra cof parses pari. (reatlgusoo Nisin te Tecnologia do age ds Tact de Comunicate Sa UTRs ontmao ple hteszorAnie Pres) Cape: Tira Links Stadio onectods Cap. An Pr, bscao na image asta Goes Danes rat Poole The vor 1 ” rojo Grice Fliforg30: FOSFOROGRAFICO / Cote Sbardeloto ‘Arte final da capa erecuperagio ds fotografias: Vitor Hoge Tage Revisio tent eoranizaao do text: Ande Parente ite: Luis Gomes [Dados Intemacionais de Catalogagio na Publicagdo (CIP) Bibliotecdria Responsivel: Denise Mari de Andrade Souza CRB 101960 TTTL Tramas da rede: novas dimensbes filosoficas, estéticas © politicas da comunicagio / organizador André Parente. ~ Porto Alegre : Sulina, 2004, 303p. ISBN: 85-205-0373-X |. Ciencias Sociais. 2. Sociologia da Técnica, 3. Meios de Informagio. 4. Comunicagdo no Ciberespago. 5. Filosofia da Internet. 1. Parente, André DD: 070.1 300 303.4834 306.4 CDU: 101:004.738.5 ZB btn Todos 9s dinvitos desta edicko rossrvador 4 Editors Meridional Lida. Av. Osvaldo Aranha, 440 gj 101. Cop; 90035-190 Porte Aiogre-RS Tel: (51) 3311 4082 - Pax: (51) 3264 4194 ‘wwsw.editorasuina.com br sulina@editorasulina.com.br Serexsto / 2004 Turmesso no Beast / Panten ws Braz Para Lucas, Jalio, Joao Paulo vicius ! Sumario Prefacio - 9 PARTE 1: A FILOSOFIA DAREDE - 15 - A filesofia da rede - 17 Pierre Musso = Redes que a razio desconhece: laboratérios, biblotecas, colecdes - 39 Bruno Latour com a colaboracéo de Emilie Hermandt = Por uma nova abordagem da ciéncia, da inovac3o edo mercado. O panel das redes sécio-técnicus - 64 Michel Cation + A rede: uma figura empi Virginia Kastrup - Enredando o pensamento: redes de transformacdo, e subjetividade - 91 André Parente da ontologia do presente - 80 PARTE 2: A REDE COMO NOVA DIMENSAQ. DA COMUNICACAO - 111 + Paradoxos da teleinformética - 113 Jean-Louis Weisberg +A revolucso comutativa - 142 Mare Guillaume ~ A producao biopolitica - 161 Michael Hardt ¢ Antonia Negri = 0 ciberespaco e a economia da atencao - 174 Pierre Lévy = Esperanca e excesso - 189 Paulo Vaz = Democracia, multidao e guerra no ciberespago - 209 Henrique Antoun SB PARTE 3: ESTETICA DA REDE - 239 - Homo telematicus no jardim da vida artificial - 241 Roy Ascott - Por uma estética das redes - 248 Mario Costa = Espacos hibridos: A arte da comunicacéo de Eduardo Kac - 255 Katia Maciel e Nina Velasco e Cruz - Utilizagses artisticas de imagens em direto na world wide web - 265 Luisa Paraguai Donati e Gilbertto Prado - Arte e tecnologias moveis: hibridizando espacos piblicos - 282 Adriana de Souza e Silva Notas sobre os autores - 298 PREFACIO .\ nogio de rede wem despertando um tal interesse nos tea- balhos teéricos priticos de campos tio diversos como a ciéncia, a tecnologia a arte, que temos a impressio de estar diante de um novo paradigma, ligado, sen divida, a.um pensamento das relagdes ‘em oposigio a.um pensamento das esséncias. Procuramos reunir neste livro artigos que tém como princi pal objetivo fazer compreender a um pablico amplo ¢ trans plinacque se quisermos entender 0 mundo em que vivernos, quale que seja 0 dominio considerado, devemos pensar sobre a nocio de rede. Mas se elegemos a figura da rede como principal metifora para entendermas as transfarmagées em curso, no podemos entender sua importancia e extenso se a reduzimos ao faro histérico da emes- _sincia das movas tecnologias de comunicacio e do ciberespaco. Muito embora os textos aqui apresentados, escritos por espe. -cialistas de areas to distintas quamto a filosofia, as ciéneias huma- ras. © exanas, a arte e a tecnologia, nos oferecam distintos imtcxesses -¢ abordgens sobre as questées das redes, eles compartilham algo em comum: a rede se tornou uma dimenséo, indissociavelmente ontolégica ¢ pritica, de modelizacio do mundo c da subjetividade © pensamento das redes esti associado a pelo menos tx’s teminicas -gerais, cada uma delas constituindo uma pacte do livro: « fibinfa de rede, a rede coma nova dimensia da camunizaa @ a eta da rede Na primeica parte, 4 filorfia da ree, s20 diseuricias as im- plicagies epistemoldgicas, floséficas ¢ cognitivas dos concettos de rede. Em um aetigo que nada mais & do que um resumo de seu liv sobre as redes Telecom mnicagio ea fseia das redes (1997), Pierre Musso 10s five urna historia social ¢ critica da nogio de rede. Fm sua anilise, cle restabelece o legado de Claude Henn de Saint-Samon, que renova ‘leitura do social a partirdo conceiro de organismo-rede na segunda metade do século NIX. Bruno Latour e Michel Callon sio filésofos {que a0 mesmo tempo deram continuidade e renovaram a cpistemolo- 9 eel ja francesa dos anos 60, a0 recusarem a sepaagio estanque entre as “anviades cientificas ¢ as outras priticas do conhecimento, Para eles, a figura da rede 6, no apenas uma forma de contrapor ao modelo do difusionisme 0 modelo da traducZo, mas, sobsetudo, uma forma de superagio da distingio entre a objetwidade cientifica e o interesse social. Os textos de Latour e Callon discurem a importinciae a dint ‘mica das redes na constituigo da ciéncia, do mercado ¢ da inovagio. Para eles, uma determinada idéia, conceito, procedimento c dispositive téenico-cientfico nfo sera aceita se nto mobilizar uma rede s6cio- técnica cujos elementos sto heterogéneos ¢ envolve necessariamente atores humanos e no-humanos. Virginia Kasteup, discute 0 conceito de rizoma em Gilles Deleuze ¢ 0 conceito de rede em Bruno Latour — que é como que a verso empirica e atualtzada do rizoma ~,conceitos {que nos peemitem superar os modelos de representacio nos estudos ccognitivos e apontam para a dimensio criadora ou puieticu da cognisio, ‘o que ctia novas condicdes para reavaliar 0 estatuto do si mesmo que resulta da atividade de conhecimento-criasio da tealidade. Na segunda parte, 1 rede como nova dinwnsdo da comnmicasto, cunimos contribuicdes que deixam claro que a comunicagao, atra- vés da rede, se tomou uma dimensio fundamental para a consti ‘uicio do espaco ¢ do tempo, bem como do novo sistema de produ- 0 € ceproduio do capital, Em seu brilhante artigo, Paradoxes da selenformatica, Jean-Louis Weissberg, analisa a incidéncia cultural da teleinformatica, Para cle, nao apenas as visdes estabelecidas so sim- plificadoras —catasteofe do tempo real, ou, a0 conteirio, supremacia do saber como fundamento das relagdes sociais -, bem como nio hha incidéncias culturais unilaterats ¢ globais observaveis desde 0 ‘momento que examinamos os extratos do teabalho da telepzesenga Pelo conteirto, a telepresenca produ tensdes antaginicas que coe- xistem: destersitorializagio e ancoragens locais, tempo diferido ¢ tem- Po real, seqiiencialidade e hipertextualidade, aceleracio ¢ desaccle- aslo. Mare Guillaume mostra que a nocio de camintayao esti na base de dispositivos tio diversos como o hipertexto, a informiitica dif 2, @ internet, a empresa virtual ¢ 0 hipercomércio. Por esta razio, se queremos controlar as Forgas conmtatiras, que se multiplicam no mun- do onde tudo, incluindo os nossos gens, esti sendo digitalizado, 10 devernos comprender sus estratégias e movimentos. Para Antonio ‘Negri ¢ Michael I Fact « produto bupotiaca € a nova dimensio produ tivado “impéno”, Para eles, a biopolitica denca de ser proritariamente a perspectiva do poder, tendo por objeto passive 0 corpo da popula- ‘sto e suas condigbes de reproduciio, um pader que se exerce sobre a vida, e passa a see uma poténeia, espinosiana de vida, que resiste aos poderes estabelecides e se transforma no poderde afetare ser afetado Com abiopolitica,a vida a0 meseno tempo se dissemina ese hibridia, se moleculariza e se deveota das dicotomias paralisantes —biolégico/ mecinico, indivichuat /coletivo, humano /intmana — para ganhar uma dimensio ampliada Bios). J& Pierre Lévy mostra que a nocio de sociedade da informacio e de economia da informaci0 no dio conta, seniio de forma muito superficial, das teansformagdes em curso. E. preciso exprimir a rcalidade comtemporinea de outca forma: a ri ueza procede das idéias em wm meio favorivel & mulriplicagio das idéas. E por esta cao que, segundo ele, a inteligéncia coletiva, a economia daatengio e a sociabilidade vierual sio, ao mesmo tempo, 6 Futuro ¢ 0 ponto de passagem da producio de riqueza. Para Paulo ‘Vaz, em um texto que jf se tornou um clissico entee nds, durante a sua fase inicial, @ internet suscitou miltiplas esperangas. No se via gue o desenvolvimento da rede provocaria um “diltivio” de infor- maces, Este descompasso entre 0 sonho e o esqueciment, pode ser cexplicado oe compreendeemos os conceitos que ordenam a experiéncia do espaco na cultura ocidental. Neles, as esperancas resultam da ten- déncia a se pensar a rede a partic de questdes geradas por uma espa- cialidade de determinacio, formada pelo meio € pela cultura. -\ limitagio da promessa € 0 excesso, sua ambiguidade é a invasao do cotidiano pela eficacia técnica. O testo de Heneique Antoun teata da cemergéncia da guerra em rede nas comunidades viersais da ciber- cultura. Conteapondo-se a guerra da informacio empreendida pelos Estados através das midias de massa, o movimento de hata reivin- dicacio zapatista é a convergéncia de diferentes redes (grupos de ONG, grupos de hacker, grupos indigenas, grupos de guerrlha) que formam uma comunidade vierual capar de fazer a dicotomia po- litica entre as forcas ctno-rcligiosas regionais ¢ as forcas corporativas _lobais desaparecerem em seu interior. Oamplo uso das redes tecno- " légicas seve pata permitir a articulacio de vedes de colaboragio 1c luta através do ciberespago, transformando assim o sentido da dempcracia e da politica na contemporaneidade. (Na tereeiea parte, Esti da rede. dispomos de uma série de textos que analisam as teansformagdes das condigdes da nossa ex periéncia do espago € do tempo das redles telemiticas. Roy Ascott, tum dos proneiros da arte telemitica, introduz em seu actigo Hosts, tekematian x belissima nogio de felenata paca exprimir a idéia de wma conectividacle generalizada: “consciéncia em rede”, “cider inte rativa", “pensamento 4 distincia”, “espinito em geral” (Gregory Bateson). Fim Ftcu da red, Mavio Costa afiema a vocacio esté- tica das novas tecnologias: viabilizar uma problematizagio cadical do campo “antistico” e a definicio de um novo campo estético que pode ser designado como sublime tecnolégico. Segundo ele, nogses como “obra”, “Sujcito”, “criatividade”, “expressividade”, “estilo”, Jf tomadas forremente problemiticas pelo advento da forogeatia, resultam de todo improvaveis, inconsistentes ¢, sobretudo, desne- ccessirias com as novas tecnologias da imagem, Kitia Maciel e Nima Velasco ¢ Cruz analisam 0 conceito de espagos hibridos, caracteris- tico da arte contemporinea, na obra do artista brasileiro Eduardo Kac. Kae constréi a0 longo de sua obea uma espécie de Tekmatica trpica onde procura reconduzic 05 fluxos da vida como elementos dda arte Plantas, animass, fas, computadoses, genes so matécia para 2 hibridizagao de ciecuitos de vida como dados da rede. Com este esto, o artista dispensa ranto 0 objeto como o espaco original gerado or este ¢ crra espagos miiltiplos ¢ hibridos para a comunicacio © Para a arte. \ proposta de Gilbertto Prado ¢ Luisa Paraguai Donat ¢ fazee um breve rolato de espagos artisticos concebidios especifi- camente para a ae, apresentados em tcés situagées distintas, que PropGem transformagses nas possibilidades de pacticipacio, iter Fecéncia ¢ expressio dos patticipantes. Dentee as diversas intecta- es disponiveis na neb, os autores previlegiam a utilizagio de cameras Ge video que transmitem imagens em tempo real e uma vez que inteoduizem novas possbildades de criagko, aprenlizagem ¢ cxpe- Bementagdo attistica. Fem Arte ¢ tecnologia: mireis, Adciana Souza ¢ Sea tata do papel da aste midinica na configueasio de eapayos 12 hibridos, transformando os espagos {impessoais de cicculaciio) em lugaces (piblicos ¢ vivides de comunicagio). Em especial, si0 ana lisados projetos artisticos que utilizam tecnologias moveis de comu- nicasao, como os telefones celulares, Para teeminar, notamos que este liveo é feuto do esforco da dedicagio de muitas pessoas, pesquisadores, professores, alu- nos, €, €m particular, 08 meus colegas do Niicleo de Tecnologia da Imagem da UFR). Em primeico lugar, gostaria de agradecer a0s autores dos textos, que cederam seus dieeitos de forma gentil c desinteressada: Adana Sou fle, Antonio Neg Brno atu, Gaberto Pe, cique Ant Jean-Louis Weisberg, Katia Maciel, Luisa Para- palo, Niet Sutin, Mario Costa, Michael Hardt, Michel Callon, Nina Velasco e Ceuz, Paulo Vaz, Picere Lévy, Pierre Musso, Roy Ascorte Virginia Kasteup. Gostaria de agradecer ainda a Marina Boechat, Aline Court ¢ Jikto Parente por terem ajudado na pesquisa que levou a definigio da ‘capa do livro, Agnes Denes, por nos autorizar a utilizacio da sua obra Snail People — The Vortex (1989) na capa, ¢ Mircia Cabral ¢ Heitor Furtado do Tira Linhas Studio pelo belissimo desig final da capa Um ageadecimento especial vai para os alunos bolsistas do PIBIC (UFRJ-CNPq), Camila Medina, Liliane Thoma Mafort & Daniel Tavares, que digitaram ¢ traduziam varios textos sob a minha revisio. Finalmente, gostacia de afirmar que sem o suporte do Con- selho Nacional de Desenvolvimento Cientifico ¢ Tecnolégico (CNPq) a realizacio deste tipo de pesquisa ¢ publicagio no seria possivel André Parente 13 ARTE E TECNOLOGIAS MOVEIS: HIBRIDIZANDO ESPACOS PUBLICOS ' Adana de Sous ¢ Sta "Paca aacte moderna, 0 espago aumentado pode serpensado como 0 passo seguinte na trajetéria de uma parede plana paca tm cespago 3D. Ji hi algumss décadas, os artistas Kdam com todo 0 cespago da galena; em vex de criarem um objeto que o observador deveria ‘olhar’, os artistas colocaram o observador ‘dentzo’ desse objeto. Hoje, junto com os muscus, o§ artistas possuem um nowy desafio: colocar o usuirio dentro de um espaco preenchido com dados dinimicos © contestuais, com os quais 0 uswitio pode i= terngie”® (Manavich, 2002, p22) 1. Introdugdo fo € definido pela mistues, ou o desapareck mento das bordas, entre espacos fisicos ¢ digitas. Espacos hibridos cs, eriados pela constante mobilidade dos usuatiog «que carregam aparclhos porviteis de carmunicacto, como telefones eee lulates, continuamente conectados A internet e a outeos usuirios. Tals espacos possuem trés caracteristicas principais: mobilidade, sociabie idade © conectividade. Este artigo trata do papel da arte mudidtica aa configuracio de espacos hibridos,transformando os espasos (impes« soais de citculacZo) em lugares (pliblicos e vividos de communica). Kevin Kelly (1997) discerne lugares de espacos, sugerindo que a0 passo que os hugates siio geograficamente contéguos. “Mesmo sendo extremamente pros peros € ricos (.}, 08 lugares fisicos limitam 0 niimero de conexdes «que as entidades podem fazer. ima pessoa em um lugar pode apenas interagie com um niimero fixo ¢ restrito de outeas pessoas na mesa localidade”.* De modo semelhante, Manuel Castells (2000, p438) Um espaco hibei 8 espagos nfo sio limirados pela prosimidad 282 sugere que um lugar é um “local cuja Forma, Sanco ¢ significado esto contidos dentro das bordas da contiguidade fisica”.*Além disso, apesar de lugares no serem necessariamente comunidades, podem fio de comunidades. Assim, um lugar pode ser entendido como um espago cultural, paleo para interacies sociais. Por outzo lado, Kelly (ap. at) declava que o significado verda- deito de um espaco no esti celacionado apenas a sua “vietualidade habilidade de absorver conexdes ¢ selagdes Assim, 0 conceito de ‘espaco’ niio é geogeifico, mas cclativo A sede réncia guiada pelo sntimero de conexdes que contém. Um espaco hibrido também € tum espago conectado, constiruido por uma rode move de pessoas e Tecnologias némades que opesam cm espacos fisicos nio-eantiguos. Assim, para integrar esse espago, um né (ou seja, um individuo) no precisa compartilhar o mesmo espago geogrifico com os outtos nds da rede mével. O espago hibrido é criado pela implicac3o* de luga diferentes ¢ descontinos Hoje, as menologias nomades de comunicagio criam communi dades nto contiguas em espagos fisicos. Nao é possivel comparar tais comunidades 4s wadigionsaisinteracSes cara-a-cara, visto que acomut ‘acto acontece tanto entre pessoas que compartiliam a mesma loca lidade, como também entre individuos que habitam espacos fsicos contesbuir py into geogritiea”, mas AAs redes sio estrurucas espaciais, tendo sua ¢ dlistantes. Pasa se gre sociabilidade, mio € mais preciso compartihar a mesena vizinhanga, nem estar em uum lugar especifico conectado & imernet As tecnologias nmudes de comunicagio re-inventam espagos vrbanos como ambientes de multiust ificando que é agora possivel se comuniear com individuos que nio esto presentes fisiea- mente, 20 mesmo tempo em que se move pelo espaco fisico, que é também habitado por outeas pessoas. E a implicacio de contextos que cria a expetiéneia de muliusuatios Projetos artisticos em espagos piiblicos que utilizam tecno- Bias moveis de eomunicacto, especialmente os telefones celulaees, Im 9 espaco urbano ao interpolar um contexto distante 20 espaco contiguo ¢ familie. Existem basicamente ftica contemporinea contribu re-interps ¢ desconher dduas maneinas pelas quais a acte mi 283 para a criagio de espacos hibridos. Uma ocorre dentro dos musetsy 4 outea acontece em espagos pliblicos urbanos. Um exempla de um novo espaco hibrido criado pela arte midiftica dentro de museus tradicionais é a exposigio nate, que ocorreu no Museu de Atte da Cidade de Los Angeles (LACMA) de dezembro de 2003 a setembeo de 2004 Nano preenche o espago da Baore Childrens Gallery, no LACMA, com instalagdes que utilizam tecnologias cletsinieas, camo com-putadores, projecdes ¢ sensores, configurando um espaga que apenas adquiee sentido através da intcracio do visitante com o espago ¢, assim, transforma 0 conceito tradicional de ‘muscu’, Sus obras, que exploram 0 universo da nanotecnologia, procuram aumentat @ que € supostamente invisivel, misturar espagos fisicos ¢ virtuais € reclefinir as fronteiras entce 0 real ¢ o imaginacio. © segundo asi, analisado neste attigo, é representado por instalaces-interativas de: grande-porte que intervém em espagos piiblicos urhanos, como pte G28 e edificios. Finalmente, este artigo trata de projetos especificas de arte midiatica que utilizam os telefones celulates como interfaces, csiando ou criticando ambientes de sociabilidade. Dentre todos 0s possiveis usos e desenvolvimentos para os telefones celulares, 0 artist, designer & professor Joachim Sauter? considera © celular come uma interface poderosa para fins artisticos. A arte midiitica 6 um campo potencial que cria espagos hibridos via interfaces moveis ¢ ubiquas. 2. Arte hibrida e espacos piblicos A conexio entee a arte, as tecnologias méveis ¢ a computagio uubiqua re-configura a relagio entre a obra de arte ¢ 0 observador; que nido é mais observados, mas participadoc. Segundo Katia Macial (2003, p.33), 0 termo foi criado pelo artista brasileiro Helio Oixiciea “para caracterizae 0 espectador como parte da obra. Sem a participa io do espectador, a obra de arte no existe.” As novas tecnologias digitais méveis, no entanto, re-configuram essa relaglo, crianco tm espago potencial que conecta a obra de arte ¢ 0 visitante, ¢ os Fisitan= tes entre si, mesmo quando se encontcam em espagos fisicos ilo contiguos. Consequientemente, no ¢ mais possivel esperar por tim visitante quieto ¢ silencioso, pois as proprias obras de arte requerem a 284 interagdo com o trabalho e entre seus participadores. Simultancamente, esses espagos hibridos comecaram a extrapolar o espaco dos museus ¢ a habitar, também, os espagos urbanos ao ar livee, teansformando a maneica como nos eclacionamos com a cidade € com os espagos de ciculacio. As cidades também se re-configuram como espagos hibri- dos e a arte midiitica contribu substancialmente para a transforma- Go de espagos de cieculacio urbanos em lugares de sociabiliade Dentro do pensamento ocidental, o tempo nfo pode ser re~ vertido, portanto, aficmar que hoje os gates” sio valorizados niio significa que os espacos urbanos voltario a ser 0 que eram antes do advento das tecnologias avancadas de transporte e de comunicasao, como a Ferrovia ¢ 0 telégeafo, quando o tempo de deslocamento de pessoas ¢ informagio pelo espaso era significativamente mais lento Ao conteitio, a velox cireulagao € 0s espacos digitais esto hoje embutidos na cealidade das cidades. Assim, € 0 ‘conceito’ de cidade que se transforma Em vez de teansferir a comunicagao para os espacos digitais (que desprezam as distincias gcogeiticas), as tecnologias nomades possibilitam a comunicacao 4 distincia enquanto se move pelo espago uurbano.F provavel que as tecnologias ndmades nao mucdem 0 forma ro geogeifico das cidades, como o fez a ferrovia no século XIX, mas possivelmente influenciario 0 modo como compreendemos as cida- des a as navegamos. Denteo desse contexto, as obras de arte hibeidas xc-interpeetam os espacos piiblicos e/ou usam espagos victuais para modificar os espagos fisicos, ransformando padwes de sociabilidade e de interagio humana em areas especitficas ara exemplificar a realidade aumentada no espago das aida. Lev Manovich (2002, p.10) analisa o trabalho da astista canadense Janet Cardiff, que se tornou famosa por seus passcios sonoros (andia nulls) desde 1991. artista, “erin suas obras seguindo uma trajetiria atavis de algum cspago, narrando um testo que combina instrugdes para o usuitio Cdesca as escadas”, “olhe através ca jancla”, “atravesse a porta 4 diceita”), com Fragmentos narrativas, efeitos sonoros © ous fipOs de informages actistcas, Para cxperimentar a obea, o ususeio colaca 285 am fone de ouvide conectado a um tocador de CDs © segue at instruges de Candift”* Sem usar aparelhos sofisticados ou computadores weanahh? Cardiff desenvolve uma obra muito semelhante a0 Museu Wearable de Flavia Sparacino, do MIT. Esta obra consiste cm uma interface que é catsegada pelo visitante, composta de um sistema de sudio e 1m “olho privado” que personaliza a visita 20 museu. Por exemplo, 5c visitante passa um longo tempo em frente a um quadro especifico, sistema libera informagio audiovisual sobre aqucle trabalho. Assim, 0 guia € diferentemente configurado dependendo de cada visitante De acordo com Sparacino (2002, p.2), 0 objetivo do projeto & criar “am sistema que pode ser personatizado para criar ¢ modificar con dinamicamente os caminhos em um enorme banco de dados tetido ¢ entregar para 0 ustrio em tempo real, durante sua visita, emacio desejada”.® Apesar de Cardiff também ter sido lada para desenvolver passeias sonoros em museus, a singular ridade de sua obra se deve a0 fato de que 0 passeio guiado acontece cem espacos urbanos. través de palawras ¢ sons, a artista sobrepde tum outro significado conceitual ap espaco fisico, implicando um contexto diferente denteo do espago usbano através do qual o usuario se move. F quase como o efeito do salkman, mas, dessa vez, 0 passeio ‘ro depende apenas do usuario, sendo produto de um certo tipo de interagio entre o patticipante, a artista €o proprio ambiente. O passeio guiado de Cardiff quase cria um espago hibsido, exceto pelo fito de que o passcio, como 0 walkman, isola o usuatio do contato com outas toda pessoas, nfo criando, assim, um ambiente de sociabilidade. Hosokava (1987, p.7) indaga se 0 uso do nulema com a realidade. Ao caminhar pelo espago, 0 ouvinte do walkman esti em um mundo cujos sons no correspondem ao ambiente que ¥ A capacidade de escolher a teilha sonora do mundo também isola 6 ouvinte do contato com outras pessoas ao redos, tornando © ambicate fisico um pano de fundo paca os pensamentos do ouvinte © isolamento do cidadio também esti celacionado a crescente rovoca a perda de contato velocidade com que se circula por espacos urbanos, Ao encaras as cidades como sspacos de circulacao, seria pos 286 sivel indagar: “por que os cidados parariam em espagos piblicos, ‘a menos que algo de extraondinatio acontesa®” As obras do artista sanadense, Raphael Lozano- Hemmer, cepresentam, de certa forma, esse “extraocdinario” que interfere no espaco urbano, Fazendo com que os individuos parem e expetichentemh 9s éspagds publicos de diferentes maneiras. Além do mais, suas instalages. sa0 bem: sucedidas 20 usar espagos vietuais para transfo-mar o espaco atual mexican da cidade, conectando ustitios distantes ¢ ausentes a teanseuntes presentes Lozano-Hemmer cria instalagSes piblicasde grande porte que teansformam 0 eomportamento ¢ a percepeio de espacos piiblicos, Victoria! Elevation (Relationa: Architecture 4) consistia em 18 holofores obéticos instalados no topo de prédios ao redor da Zécalo Plaza na Cidade do M eram conteola Os mensional ar-dine que era, entio, codificado como instrugdes paca 0 re-posicionamento dos holofotes no espago fisico. © participante on ne poderia vero resultado de seu desenho por meio de wehaam instala- das na praca. Esse projeto combinava o espago digital com o ambiente fisico de um modo nao tradicional. Geralmente, 0 ciberespaco € visto como um lugar onde os usutios podem entrar c criat nows mundos dligatais, os quais nao esto contidos em espagos fisicos, Com Vatorta Elevation, no entanto, 0 espago digital foi usado para modificac uma praca fisica. Igualmente importante foi o modo como os cidadaos mexicanos reagiram A obra A Zécalo Plaza j2 era um importante ponto de referéncia na cidade. Veetorial K vation smpliou seu impacto co, visto que muitos indivi observar os feixes luminosos, transformando-a em um vivido espaco piiblico A ceeen ico (na primeica versio, em 1999/2000) As luzes las eemotamente através de um nebyre na internet os poderiam criar diferentes desenhos em um modelo ted juos iam para a praga A noite para Amodal Suspension (Relational Architecture 8, 2003), semelhante a lctréal Bleratiot 4, também emprega holofotes em um espaco piiblico. No entanto, em vez de mostrar composigdes feit ai-tine, 0s holofotes “capturam” mensagens SMS ainda nao lidas cenviadas entre os usuarios através de scus telsfones celulares ou através do website. As mensagens sio, entio, codificadas em wma 287 seqiténcia de flashes ¢ expostas no eéu ao redor do Yamaguchi Center for Aris aid Media SCAN), 10 Japio. Amedal Suspension 6 virtual em um duplo sentido: primeito, porque conecta usudtios que niio estio fisicamente presentes; segundo, porque expde as mensagens de texto antes de sua atualizacao, ou seja, quando ainda estio vagando pelo no-dugar do espaco digital. Assim, a obra se apodera de mensagens vittuais ainda em um estado potencial, antes de serem lidas ¢ as transforma em enridades fisicas Um cfeito semethante em espagos piiblicos pode ser observa- do em outras obras do mesmo artista, como Bady Movies (Relationat Ardhtetare 6), De acordo com a descrigio de Lozano-Hemmer, a obra, “transforma um espago piblico com 400 a 1800 metas quadeados de projegées interatvas. Milhares de eetratos tirados nas ruas das cidades onde © projeto é exibido sto mostradas usando projetores contcolados roboticamente. No entanto, os retratos 36 aparecem dentro das sombeas projetadas de transeuntes locais,cujas silhuetas medem entre 2.¢ 25 meteos de altura, dependendo de qudo Tonge as pessoas se encontram das poderosas Fontes de luz que se ‘encontram no eho da praca." (LOZANO-HEMMER, 2001)" “Apesar de no usar a intecnt, obra cia uma forma de espaco. hibrido 20 teazer reteatos de desconhecidos escondidos na parede paca denteo dos coxpos dos pasticipantes. Os reteados so somente revelados quando os paeticipantes se colocam em feente 20s enormes holofotes que lavam os retratos, tornando-os visiveis dentro das sombras projetadas. Da mesma forma, o video de dacumentagio de Body Mories mostea diversos individuos se dirigindo ao local onde a obra estava projetada 4 noite apenas para intcragie com as sombras , consequentemente, com outras pessoas Tniciativas semelhantes vio além de teansformar uma tiniea 's singulares em espasos piilicos. Amplos projetos de arte midtitica podem consteuir um completo ‘epago artistico de modo a “reviver” espagos urbanos. Fsses espagos attisticos podem set considerados como novas formas de museus, tradicional que lida com novas intecfaces digitais. Por exemplo, na regio do estrutura fisica ou de instalag construidos especificamente para acomods 288 Ruhr na Alemanha, antigas minas de carv2o inativas estio sendo transformadas em espagas para a expos de arte mididtica. A exposicio Coneated Citiey (1999) teansformou a ‘icea em umn labo- ratSrio temporiitio, no qual artistas representavam a sttua¢ho U industrial como uma enorme colegio dle cidades conectadas no ape- nas através dos sistemas de transporte habiruais, mas também cada ais ligadas por linhas invisivers de comunieaci redes a midia digital. Nesse caso, assim como nos exemplos anteriores, & te digital em espagos fisicos pode transformar nossa relagio com os espacos piblicos, possivel obseevar que a implicacio da 3. Telefones celulares, arte e espacos ptiblicos Ao perceber a importincia dos aparcihos ndmades de co- ‘municagio, alguns artistas comecaram a explorar interconexdes entre 8 tclefones celulares, a arte © 0s espagos piiblicos. Um indicativo importante de que a tecnologia esti se tornando ubiqua acontece quando a arte comega a lidar com esses aparclhos, desafiando seus limites € fungées estabelecidas. No entanto, teabalhos artisticos que lidar especificamente com tclefones celulares ¢ relagdes de socia Dilidade ainda sio difi balhos foram identificados por ta’s motivos: primeiro, porque lidam ss de serem encontrados. Os seguintes tra especificamente c uma in. terface; segundo, porque conectam teenologias nomades ¢ espacos puiblicos ¢, finalmen interface existent. ‘ecnologia do telefone celular co , pOKTUC gepresentam visGes originass de uma 3.1. Wop Art: criando contetido para um meio embutido no espace fisico \ artista Giselle Betguelman € pionciea no Brasil em seu tra balho com tecnologias mBveis ¢ intervengdes remotas pela internet cos urbanos. O trabalho Wop rt (2001) conecta a tecnologia WAP® ai Op Art, “Como lidas com uma forma de arte eoncebida paca ser experimentada ‘entze’, a0 mesma tempo em que se faz outeas coisas?” € 0 que 0 ususirio Ié no mebsite do projet." O abje- 289 nivo da artista era situagio paradoxal, pois \ete Op apenas adquice significado dependendo do ani centragao e introspecedo do observador. Giselle (2003, p.1), a situacio era paradoxal ino devido ao precasio estado do meio cm 20011, mas sim por causa da incompatibilidade entre 0 que estava sendo oferecido para see lido © © contexto da leitura. Geralmente, imagens concebidas para aparclhos méveis no peemitem a contemplacio, sio produsidas para secem vistas em trinsito, em movimento. 0 contritio, a Op Art De acordo obra ‘0 em frente quer um observador estit Outro aspecto interessante da obra é também relacionade a0 movimento, .\ arte Op estava interessada na idéia de criagig de um movimento numa superficie bidimensional, ao enganar a percepgio. 1 de ilusGes Sticas. Assim Beiguelman eria 0 visual com uma si movimento na tela de um aparelho mével. O trabalho consistia em uma série de oito protetores de tela para o telefone celular que poderiam ser “baixados” através de um navegador WAP. Cada um tinka um tema diferente: sea, streets, exit noexit, rand, diffrence, et, and 2beiCode39. Wap Art & um exemplo simples de cultucal pode ser disseminado pelo uso de teenolo- gas némades. ima questio real que os provedores de contetido deveriam comecar a pensar é: ‘como adaptar contetido para os meios, embu nnpsinyg or x = como contet no ambiente, ou para um meio que é us 3.2. Social Mobiles: questionando os telefones celulares como aparelhos de comunicacdo Em marco de 2003, a Agéncia para Assuntos Culturais 10 Japio promoveu o 6° Festival de Artes Miditicas de Tokio. O traba- Iho vencedor na categoria “Arte Digital Interativa” 6 um projet peculiar, mais conceitual do que estético, que lida com assuntos relacionados a telefones celulares como interruptores de conexées sociais, Desenvolvido por Crispin Jones em parceria com a IDEO, uma empresa Jondrina de desentho industrial, Social Mobrles consiste em cinco protétipos de telefones celulares, cada qual representando uma “caracteristica itritante” do aparelho. Por exemplo, 0 SoMol 220 (© Celular que da Choques) libera uma quantidade variivel de cho- que ¢ lado da linha. Conseqtientemente, as duas partes envolvidas na con versa tendem a falar mais baixo. Jones vai a de tclefone celular ¢ feito para pessoas “que persistentemente inco- modam 0s outros com suas conversas intrusivas”"* JONES, 2002) De modo semelhante, © Celular que Fala (SoMo2) € um ‘ahhah,” “sim”, para ser usado em locais onde as conversas ao celular nio sio las, como em muscus ou cinemas. Quando uma chama € recebida, 0 telefone automaticamente “fala” com a ouitra pessoa sem necessitar que 0 usuirio converse em vor alta. A conclusto de Jones (Id): “quando dois SoMo? s4o usados, em ambos os lados de uma conversa, uma nova linguagem poderia ser criada”.” Ou inco, dependendo da altura em que a pessoa fala do outro n ¢ Sugere que esse tipo telefone que produz barulhos automiticos, como “hu bem-v t10 exemplo é © Celular Carapulta SoMoS). Esse tefeFone tem um mecanismo de estiliague que pode ser ativado a0 se apontae para uma pessoa que est falando intcusivamente no telefone em espagos piblicos. © telefone, entio, emite sons que perturbam a conversa, invadindo, também, 0 espago do ignificativo que o prémio no Japio tenha sido entregue a uum trabalho cujo objetive principal soja encorajar a discussio sobre ies indica que “os (© papel dos cclulaes em espacos piiblicos aparelhos no sio realmente solucSes; sio intervencBes”™ (Apia FRAUENFELDER, 24 fev: 2003). © artista testou os protétipos nas ruas de Londees, ctiando intervengdes em espagos puiblicos ¢ incentivando a discussio sobre 0 uso piblico de relefones celulares. Matt Hunter, da IDEO, ceitica aggumentando que os fabsicantes estio apenas interessados em tornar ilitar a comunicagio, mas nao pensam designers de tclefones celulares, 8 aparelh menores para f sobre as implicagdes de possibilitar a comunicacio em tot (Id) O uso de telefones eel ares € extremamente popular pliblica de teansportes de Londres ¢ os cidadiios se sentem perturbados pela falta de educago em relagio ao uso dos aparelhos, Apesar de op celulares como meios de comunicacio estar mudando, devido ao crescente uso de SMS ¢ internet nos aparelhos moves, trabalhos como 0 de Jones séo importantes para despertat 1 dos telefor 293 a consciéncia das conseqiiéncias (boas ¢ ruins) do uso de uma tecno- logia que se torna ubiqua. © trabalho de Jones enfatizava o uso de vor no telefone celular, que é hoje a fungio menos usada em muitos ¢ a Grt-Brotanha, que encontearam outros cfones celulares, de modo a nfo perturiae ambientes piblicos, através de SMS, internet e jogos. paises, como a Finkn jodos de usar seus A implicago de contestos distantes no contesto presente no 6 sempre bem-vinda, especialmente em espagos piiblicos. Apesar de 08 usuarios, muitas vezes, no se incomodarem com a incluso da vida privada alheia em um contexto piblico, ouvindo conversas de terceiros, 0 uso bilateral de telefones celulares nao cria um ambicntes sitios, Conseqiientemente, os padres de sociabilidade j4 ctiados por meio do telefone tradicional niio sio transformados. Os telofones celulares realmente mudam a sociabilidade em espacos io mais usados como telefon quando os aparethos sio compartilhados entre amig de mult piiblicos quando nao tradictonais; tat travendo colegas distantes para dentro do contexto presente e ainda por meio dos jogos. Em ambos os casos, hd uma comunidade ¢ viamente existente que é ampliada ¢ desenvolvida através do uso do colulae, Semethante 20s 2 de multiuswarios na internet, nos {quis apenas a construgo do espaco vierual niio era suficiente para sustentar uma comunidade, 0 telefone celular sozinho nie cria uma experiéncia de multiusuar. 3.3. Blinkenlights: 0 telefone celular como controle remoto para jogos Algumas obras exploraram ou ‘nas como telefones, mas também como interface de jogos ou controtes sm espacos piiblicos. Em 2002, 0 Chan Computr Club teansformou um prédio de oito andares na Alevanderplats, cm Bedlim, na maior tela interativa do mundo. L44 limpadas foram arcumadas atrés das janclas frontais do prédio, sendo independen: temente controladas por um computador centeal de modo a produit le telofones celulares nfo ape remotos que interv luma mattiz monocromitica de 18x18 pixel. Os usuarios podiam “controlar a fachada do prédio” via telefone celular ow via internet, 292 criando animagées, jogando Ping Pong ou enviando cartas de amor. telefone celulas porta ser usado para jogar Ping Pong com ‘© computador, atcavés da ligagio para um mimeo especifica. Em lum primeigo momento, 0 usuitio ouvia algumas instrugdes, come “use 0 cinco para movee a barra para cima ¢ 0 oito pata mové-la para baixo”. Sc uma segunda pessoa ligasse para o sistema simultanea- mente, os jogadores poderiam jogar entre si. A “pequena” diferenca para um jogo de computador era o tamanho da “tela”: um prédio inteico no meio da Alewanderplats Um outro uso de Biintonlghts cra a possibilidade de se enviae uma mensagem de amor para outra pessoa. Se, por exemplo, um usuirio soubesse que sua namorada fosse passar pela peaga em uma hora especifica, poderia criar uma animagio usando © programa “blinkesnaia?”, que podia ser baixado pelo nebitee, entlo, envi-ta [por evmati para o grupo de artistas. animacio com a mensagem cra cntiio, colocatia no sistema e 0 usuario recebia um cédigo de acesso. Dep jogar Ping Pong e, quando 0 jogo aparecesse na “tela”, dscava c6 digo de acesso, que liberava animagio. Um outco modo mais simples de se criar animag6es cea simplesmente produzindo uma imagem usando caracteres ASCII (0 ¢ 1) em um arquivo de texto. © madelo abaixo, por exemplo, produ um coracio pulsando, a0 ser alteenade: se do cédigo, o usuitio ligava para o sistema, como se fosse @200 @300 o00000000000000000 00001 1100011100000 (00001110001 1100000 000111110111110000 900111110111110000 001111111111111000 000111111111110000 001111111111111000 o00011111111100000 000111111111110000 ‘0000001 11110000000 000011111111100000 ‘000000001000000000 0000001111 10000000 ‘90000000000000000 000000001000000000

Você também pode gostar