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Diane E. Papalia - Ruth Duskin Feldman Desenvolvimento Humadno we Consultoria, supervisao e revisio técnica desta obra: Maria Cecilia de Vilhena Moraes Silva Protessora do Departamento de Métodos e Técnicas em Psicologia do Curso de Psicologia / Faculdade de Ciéncias Humanas e da Satie da Pontilfeia Universidade Catdlica de Sao Paulo (PL Doutora em Psicologia Socal pele PUCSP, Maria Thereza de Alencar Lima Professora do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento do Curse de Psicologia / Faculdade de Ciéneias Humanas eda Saide da PUCSSP. Doutora er Psicologia Clinica pela PUCSSP. Odette de Godoy Pinheiro Professoraaposentada da Faculdade de Psicologia da PUCSP, Dourara om Psicolagla Socal pela PUC-SP, Plinio de Almeida Maciel Junior Professor do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento do Curso de Psicologia / Faculdade de Ciéncias Humanas e da Saide da PUCS?. Doutor em Psicologia Clinica pela PUC-SP P2134 Papal, Diane E ‘Desenvlsimenta humano [recurso eleténico|/ Diane Papa, Ruth Daskin Feldman, com Gabriela Matorel teadugio: Cala Filomena Marques Pato Vere. tal] [resi ténic: Mara Cecta de Vihera Moraes Siva... 4B), ~ 12. ed. = Dado eletrrices.~Poro Alegre: AMGH, 2013, aldo também come or mpzeso em 2013, ISBN 97885-4055217-1 1. Pscaogia do desenvolvimente 2. Desenvolvimento hhumato. | ssa, Ruth Dsien. I, Manor, Gabi Thub, pu 159.922 ‘Catalogncio na publicagio: Ana Paula M, Magnus ~ CRB 10/2052 Capitulo pontos principais (D Questées teéricas basicas CS erspectvas tories “OS Métodos de pesquisa < “= Etica na pesquisa a a So £ = S a ~ é cS vocé sabia que, “2 > Asteorias nunca séo"cléusulas (A pétreas'; estéo sempre abertas Gtarscnce ests do feseneimenta ees itn do pena segue Feet desenvolvimento stesso Nateoria dos otoesigiosae=rhson, oprocesodedesenalnenodo 30.01 & then sores ‘Bele csbua ddeias de Freud, como a nacio da crise de Edi, hoe sio consderadasobsoletas. Outras, como 0s conceit de ide superego, néo podem sr centficamentetestados. Embora Freud tess aberto nos sos lhos para importacia das prne'osimpulsos sexual, tvalmente multosplcanalsas rtm essa fase nos impulsos sexualseagessvos em detrimento de outas motivagSes. No entanto, viios de seus temas cerras “resist 20 teste do tempo” (Westen, 1998, p. 334). Freud nos fez percebet 2 importéncia dos pensamentos, sentimentose motivacbesinconscintes; 0 papel das expecéncias Infants na formacio a personaldade;aambivalincia das respstas emocionals especlalmente sre posts aos paso pape das reresentagdes menus do eve dos outros no estabelecimento da laces Jntimas eo curso do desenvolvimento normal partndo de um estado imaturoe dependente pare um ‘estado maduto e independente, Freud élxou uma marca indelévelnapsicandlsee na psicoogla do desenvolvimento (Westen, 1998) Precisamos lembrar que a teora de Freud surg mum momento expeciico du histriae numa determina sociedad. Freud baeou suas teorias sobre desenvolvimento normal no em umna pop Jago média de criangas, mas em uma cientela de adultos de classe média alta, a maora mulheres, em situagio de terapia. Sua énfase na influécia dos impusossexuas e nas primeira expriéncias io levou em conta outasinuéncis posterioes sobre a personalidad — nciuindo as inuéncias da Sociedade eda cultura, destacadas por mulos dos herdeiros da tradigiofreudiana, coma € 0 caso de Eni Erikson. Erik rikson:desenvolvimento psicossocial Erk Erkson (1902-1994), psicanalistaalemo que originalmente fez parte do ciculo de Freud em Viena, modificou e ampliou a teori feudian, enft- zando a inluéncia da sociedade no desenvolvimento da personalidad. Erikson fol também un pion 10.0 assumit a perspectiva do ciclo de vida, Enquanto Freud sustentava que as primelras experiéncias ‘ma infincia moldavam permanentemente a persanalidade, Erikson afrmava que o desenvolvimento do ego seestende por toda a vida. Desenvolvimento Humano 61 Orientada erry eee Bo cetera St Observacao clinica sim Fatoresinatos modificados pela experiéncia_Reativo ‘Observacio clinica Sim Interagio de fatores inatos eexperienciais tivo Procedimentoscientificas rigorosos Nio Experiéncia Reative (cxperimentais) Procedimentosclentiicos rigorosos Nio Experiéncia modificada porfatoresinatos Ato ereativo (experimentas) Entrevista lexiveis observagso meticulosa Sim Interagao de fatores inatos eexperienciais _Ativo Pesquisa transcultural;observacéo dacrianga Néo Experiéncia tivo Interagindo com pessoa mais competente Pesquisa de laboratério; monitoramento tec: Néo Interasao de fatores inatos eexperienciais tivo nolégico de respostas fisiol6gicas Observasao naturalistae anslise Nio Interasio de fatores inatos e experienciais. —_Ativo ‘Observagio naturalist elaboratorial Néo Interagio de fatores inatos eexperiencials_Ativoereativo {varia de acordo como teérico) -Ateotia do desenvolvimento psicossocial de Erikson (1950, 1982; Bison, Erikson « Kivnck, 1986) abrange oto estos a ongo do cielo de vida (Teele 2.2), que serio wists nos eaptuos apropiades deste lo. Cada esto envolveagulo que Erikson chamou de crise na personalidade'~um grande tema picosocial,particularmente importante naquele momento e que at certo ponto continuaré sendo um tema plo resto de vida. Esses pro blemas, que emergem segundo um cronograma taturacional, ever sr satisfatoriamente resolvidosparao desenvalvimenca de um ego saudével Cada estgi requr o equllbio ene uma tendénclapostvae uma tendéncianegativa comespondente A qualidade postva deve ser dominante, mas também é necessrio um pou coda qualidade negatvapara um desenvolvimento ideal. © tema crtco da primelra infra, por exemplo, € conflanga bésce versus desconfianca preciso confar no mundo e nas pessoas, Noentanto, também é preciso um pouco de desconiana paraseproteger do perio. ( exito em cada estigo & o desenvolvimento de uma determinada vitude, ou forga— nesse caso, a virue da esperanca. Uma solugio bem-sucedida para uma crise deixa 0 indvituo em bos posigto par lidar com a proxima. Opsicanalista rik. Erikson enfarizou Ateoria de Erkson ¢ importante devido a sua €nfase nas influbnclassocas ¢ cult gginfluéncas sociis sobre a persona raise no desenvolvimento para além da adolescénci,Talvez ee sela mais conhecido pelo fidade seu conceit de crise da identidade discutiéo no Capttulo 12), que tem produziéo muita pesquisa e debates pblicos verificador vocé é capaz de, Mostrar duas dierengas entre asteorias deEnkson ede ft de “cae” «marae lz o ea coflt 0 tence compet, Freud? 62. DianeE Papaliae Ruth Duskin Feldman eet eae ek eet Fases psicossexuais (Freud) Estagios cognitivos (Piaget) ‘Ora (nascimento.aes 12-18 meses).AConfianca bdsca versus desconfianga nascimento _Sens6rio-motor(nascimento aos 2 principal fontede prazerclo bebé aos 12-18 meses. bebédesenvoleosensode anos). Aos poucos o bebé torna-se ‘envolve avidadesligadas boca _perceberseomundoé umlugarbomeseguro. _caparde organizaratividades em (ugare alimentarse \Virtude:esperanea. relagio ao ambiente através das atvidades zensorale motora, ‘Anal (12-18 meses 053 anos). ‘Autonoma versus verganhae divida 12-18meses _Pré-operatéro 247 anos). Acianga ccianga obtém gratificagio sensual aos3.anos). A crianga desenvolve um equilbrio __desenvolve um sistema represen- retendo e expelindo as fezes.A deindependéncia.e auto-suficlnciaem relagio_tacional eutlizasimbolos para zona de gratificacio é a regio Avergonha e3 divida. Virtude: vontade representar pessoas, lugares © anal, eo teinamento para 0 uso ‘eventos. A linguagem e 0 jogo do toalete ¢ importante. imaginative sto importantes -manifestades desseestégio. ppensamento ainda no €ligico, Flca (846 anos). A crianga se apega _Iiciativa versus culpa (3 4056 anos) A crianga de- ‘ogenitordo sexo opostoe,poste- _senvolvea inciativa quando experimenta novas viormente,seidentfica como gen _atividades endo é dominada pela culpa, Virtude: tordomesmosexo.0 superegose _propésito, ‘deservolve. zona de gratficagio ‘ransfere-se para a regiso genital Latencia(6 anes puberdade).poca Produtividade versus inferioridade(6anospuber- _Operatério-concreto (7a 11 anes). de relativa calma entre fases mais dade). Acrianga deve aprender as habilidades da__crianga pode resolver problemas turbulentas. cultura ou enfrentarsentimentos de incompe-_logicamente seestiverem focadas téncia Vitude:habilidage, ‘no aqul e agora, mas n3o conse: ‘gue pensar abstratamente. Genital puberdadeidade adult). __Identidade versus confusdo deKdentidade[puberda-_Operaério-formal (11 anos atéa Ressurgimento dosimpulsosse- deo adulfojover).O adolescente deve determi- dade adulta.A pessoa consegue uals da fase falica,canalizadosna nar seuprépriosenso de eu (‘quem sou eu”")ou__pensarabstratamente, lidar com ‘sexualidade adulta madura, ‘experimentar uma confusio de paptis.Virtude: __situagBeshipotétcas ¢ pensar so- ficeidade. bre possibilidades Intimidade versus islamento (adult jovern. A pes- 50a procura estabelecer compromissos com a5 outros: se nio for bem-sucedida, poder softer isplamento eautoabsorgio.Virtude: amor. Generatidade versus estagnasao (vida aduta inter ‘medhrgl.Oaduito maduro preocupa-se em est- belecereorentar a proxima geragio, ou entio sen- teum empobrecimento pessoal Virtude: cuidado. Integridade versus desespero (ida adulta tarda). O idoso alcancaa acetacio da prépria vida, 0 ue favoreceaaceitagdo da morte, ou entdo se cdesespera com a incapacidade de revivera vida. Virtude:sabedoria Nota Toda aes so aproxinad. PERSPECTIVA 2: APRENDIZAGEM pespectvadeaprendiagen A perspectiva da aprendizagem sustenta que o desenvolvimento resulta da aprenaizagem, uma \ododenolentntotanatomudanga duradoura no comportamento baseada na experléncia au adaptagdo ao amablente. Os tes ERLE RTEET:, cos da aprendizagem procuram descobrit leis objtivas que governam as mudancas no comportamen- Saasiptasione amber, to observivel e veer 0 desenvolvimento como algo continuo, Desenvolvimento Humana 63 (steéticos da aprendizagem ajudaram a ornar o estuda do desenvolvimento humana mais clen ico. Seus terms s2o definidos com preciséo e seu foco em comportamentos observéveis significa ‘que as teorias poder ser testadas em laboratlo, Duas importantes teorias da aprendizagem séo 0 ehavtorismo e a teoria da aprendizagem social Behaviorisme 0 behaviorismo é uma teoria mecanicista que descreve 0 comportamento ob- servado como uma resposta prevsivel & experiéncla. Embora a hiologia estabeleca limites para o ‘que as pessoas podem fazer, os behaviorist consideram a influéncie do ambiente multo maior. Eles sustentam que os eres humanos, em todas as dade, aprendem sobre o mundo do mesmo modo que (0s outtosorganismos: reagindo a condlcoes ou aspectos do amblente que consideram agradivels, do lorasos ou ameacadores. A pesquisa behavioisa concentra-se na aprendizagem associativa, quando tum vinculo mental 6 formado entre dois eventos. Os dois tipos de aprendizagem assocaliva sto 0 condicionamento clssicoe 0 condicionamento operante Condicionamento cléssico 0 Asiologista ruso Ivan Pavlov (1849-1936) elaborou experimentos em (que ces aprendliam a salvar ao som de urn sino que tocava na hora da comida. Esses experimentos formarars a base do condicionamento classico, segundo o qual uma resposta (neste caso, a saliva (fo) a um estimulo{o sino) & evocada apés repetidasassociagbes a um estimulo que normalmente @ ella resposta (comida), behaviorista norteamericano John B. Watson (1878-1958) aplicou essas teorias de estimul- resposta a ctiangas, alegando que poderia moldar qualquer bebé do jeto que quisesse. Seus escritos inluenciaram toda uma geragéo de pas 2aplicar as prineipos da teotia da aprendizagem &criacso os filos, Em uma das primelras e mais conhectdas demonstracées de condicionamento clssico em seres manos (Watson e Rayner, 1920}, Watson ensinou um bebe de 11 meses, conhecido como “Pequeno Alber”, ater medo de objtos brancos peludos esse experimento, Albert fol exposto a um barulhe intenso quando comecou a golpearo rato. Assustado com o barulha, ele comesou a chara Depois de vérios pareamentos do rato com o barulho, ‘Albert choramingava de medo quando via o rato, Alber também comecou a apresentarrespostas de redo a coelhos ¢ gatas brancos, €& barba de homens mais velhos. Embora o estudo tivesse falhas retadalégicase nos das de hoe seria considerado altamente antgtico, sugeriu que o bebé padia ser condicionado a ter medo de algo que antes ele nfo temera © condicionamento clésico ocorte durante a vida toda, As preteréncis e aversoes a determina: os alimentos podem ser resultado da aprendizagem condiclonada, Respostas de medo a obletos como cartos ou cies podem ter origem num acidente ou numa experiéncia rum, Condicionamento operante Angel repousa em seu bergo. Quando ele comega a balbuclar (“max sma), a mde sori etepete as slabas. Angel aprende que seu comportamenta (balbucio) pode produzir uma consequéncia deseével (a alencéo carinhosa de um dos pas); assim ele continua balbuctando para atrar a atencio da mée. Umm comportamento orginalmente aciéental (babuclo} tornow-se uma resposta condicionada. Esse tipo de aprendizagem chama-se condicionamento operante porque 0 individuo aprende com as consequénclas de sua “operacdo" sobre o ambiente. Diferentemente do condicionamento cléssica, 0 condicianamerta operante envolve comportamenta volunttia, como o balbucio de Angel, envolve as consequéncias e no os preitores do comportamento, 0 psicélogo norte-americano B, F Skinner (1904-1990), que formulos os prinetpos do condicio »pamento operant, rabalhou prineipalmente com ratos e pombos, mas sustentava que esses principios aplicavam-se também aos seres humanas (Skinner, 1938). Ele descobriu que um organismo tenders 8 repetir uma resposta que fo reforgada por consequéncias desejéveise suprimiré uma tesposta que fol punida. Assim, reforgo & 0 processo pelo qual um comportamento éfortalecido, aumentando a probabilidade de que sea nepetido. No caso de Ange, a atencio da mae refoca o albucio. Puniglo € 0 processo pelo qual um comportamento éenfraquecido, diminuindo a probabilidade de repetico. Sea mie de Angel ranziss a testa quando ele balbuciase, diminuiraa probabilidade de ele balbuciar novamente, Se ura consequencia € reforgo ou punigdo depende da pessoa. O que éreforco para uns poder ser punigfo para outros. Para uma cianca que gosta de fica sozinha, ser mandade para o seu ‘quato talvez sea reforgo e no punicso. behavirsme Thora da aerenazagem cueenfii elprevivelso amber con hua decomporamera cbse ‘condiclonamentoclissco Dornier tan a cgi Geum emus quenoreatnene ‘leans eso com ot elma (uselen srspets ‘ondicionamento operate DApsenszagen sue asec compare ‘arenoie ne coneovic seloro ‘foralecaaurentand rasa Cade de cue searepetse punisto ‘enraguedminanso asaeabl- ded ec 64 _DianeE Papalae Ruth Duskin Feldman 0 reforgo é mals eficiente quando vem imediatamente apés um comporta ‘mento. Se uma resposta néo for mats reforgada, finalmente ses extina, isto 6, volta zo nivel original [linha de bese). Se, depois de algum tempo, ninguém repetiro balbucio de Angel, ele poderd halbuciar com menor frequéncia do que 0 fara se os seus balbucios ainda gerassem reforco. ‘Modificagdo do comportamento, ou teapia comportamental ¢ uma forma eliberada de condicionamento operante utiizada para eliminar o comport mento indeselével, como acessos de raiva, ou inculear comportamento dese \Svel, como guardar os brinquedes depols de brincat, Por exemplo, cada vez {que uma crianca guarda os brinquedes, ela recebe uma recompensa, como um logio ou um doce ou um bringuedo novo. A modificagzo do comportamento funciona particularmente com criancas que apresentam necessidades especias, como aquelas com Incapacidade mental ou emocional. A psicologla de Skinner, ro entanca € de aplicacdolimitada, pois ndo atende adequadamente is difere ‘as individuals, as influéncis culturaise sacais, ou outs aspectos do desen- volvimento hummano que podem ser atrbuldos a uma combinacio de fatores -e no somente a associagdes aprendidas Te aprendizagem social (social cognitiva) © psicblogo norte americano Albert Bandura (1925-) desenvolveu boa patte dos principios dessa tora, Enquanto os behaviorstas veem a agio do arabiente sobre a pessoa como © principal impulso para o desenvolvimento, Bandura (1977, 1989; Bandura Walters, 1963) sugere que o {mpeto para 0 desenvolvimento ¢ bidirecional Ele chamou esse conceito de determinismo reciproco ~ a pessoa age sobre 0 ‘mundo na medida em que o mundo age sobre a pessoa, De acordo com os prinipios de Skinner, umepuniséo. _& taoria da aprendizagem socal césicasustenta que a pessoa aprende 0 ‘como debear uma crianga de castigo, reduz a probabi lidade de que um comportamento venha ase epeti. verificador vocé é capaz de. dentifiarasprncpais ques- tees de interes para pers= pectva da aprendizagem? Distnguicondicionamento lissico de condiionamente operante? Distinguirreforge de punigio? D compararo behavierisme comatecria da aprendizz gem socia? tora da aprendzagem soc Teora segundo 2 quaos compar ‘eros sto aperids pele eer oe masiodemocdes abe ‘ham de ena éeteminismorecproco Terme sade por Bandra pas fe ssreconas que ftom ssnvchimert. aprendzagem observaciona ragem parmeodacbsevagio doconporaments des outs autefiches Peceagie que pescorem desu prpra capaci de vere seas fing eas ‘omportamento socal apropriado principalmente observando e imitando mode- Jos~ isto €,observando outras pessoas, como os pais, os professes ou os herds dos esportes, Esse processo € chammado de aprendizagem observacional ou ‘modelamento. As pessoas tendem a escolher modelos que tenham prestigio, controlem recursos ou que sejam recompensados pelo que fazem — em outraspalavtas, aqueles cujo omportarento & perce bido como valorizado na cultura. A imitagdo de modelos é 0 elemento mais importante para a crianga aprender uma lingua, lidar com 2 agresséo, desenvolver um senso moral e aprender os comportamen- ts apropriados de género. A aprendizagem observacional pode ocotret mesmo se uma pessoa néo ‘mitar 0 comportamento observado. ‘A versio mais atualizada da teoria da aprendizagem social de Bandura (1989) € teoria social cognitiva. A mudanga no nome rellete uma énfase maior nos processos cognitvos como essencials para o desenvolvimento. Os processos cognitvos operam & medida que as pessoas observamn modelos, aprender “tragmentos" de comportamento e, mentalmente, juntam esses fragmentos em novos @ ‘complexos padrdes de comportamento. Rita, por exempla, imita o andar de sua professoa de danca, ‘mas modela seus passos de danca de acordo com os de Carmen, uma estudante um pouco mals ava «ada, Mesmo assim, ela desenvolve seu pr6prio estilo, juntando suas observagGes em um novo padio, [Aravés do feedback de sex comportamento, & crianga 20s poucos forma padrdes para julgat suas ages e tormarse mals seletiva na escolha de modelos que demonstrem estes padrdes. Tambémn comeca.a desenvolver um senso de autoeficécla, ou sea, acon‘ianca de que tem o que é preciso para serbem-sucedida PERSPECTIVA 3: COGNITIVA. ‘A perspectiva cognitiva concentra-se nos processos de pensamento e no comportamento que relete esses processos. Essa perspecliv abrange tanto teoias mecanicistas quanto teorias organist. Inclui 2 teoria dos estos cognitivos de Piaget e a teotia sociocultural do desenvolvimento cognitivo de ‘Wyeotsgy. Também inelul a abordagem do processamento de Informagdo e as teoras neopiagetianas, que combinam elementos da teoria do processarmenta de inforacio com 2 teoria plagetiana. Desenvolvimento Humana 65 A teoria dos estagios cognitives de Jean Piaget Nossa ompreensin de como a riangas pensamn se deve mnuto ao ta alo do tevico sufgo Jean Piaget (1896-1980). Com sua éfase ‘nos processos mentais, a teoria dos estagios cognitivos foi a precursor da tual “revlugio cogniiva" Piaget, que erabitlogo ¢ fldofo por ormagio, tha ua visio organcisa do desea vimento como o produto dos esforgos da crianga para entende © agir em seu mundo © métado cinico de Paget combinava observgio com in degago flexvel, Ao pergutar por que a eangas respond a8 perpuntas da manena como ofzam, ele percebes qu cangas dt ‘mesma idadecometiam pos semehantes de ero em gia ss, or exemple descobri que uma rane iia de 4 anos aed fava que moedes ou fores eran mas numerosas quando dispostas em flas do que quando empihadas. A parr de suas obseragtes acerca de seus prépis fos ede outascrangas, ele criow ue abrangent eri do desenvolvimento cognitive, Page propts que o desenvolvimento cogntvo comeca com uma capaci inata ese adapta a0 ambience, Ao procuraroseio da mde, pear uma pdra ou explora sonia de um quarto, 2 cringe pequena desenvove um guadro mals preciso de seus are ote e maior compettnia pata iar com ees. Esse cescmerco comitvo ocome através de tes procesosintesreaconades: organi ati, adaptacio eequloraci. Organizagio #3 tendéncla cri categoria, cals como sare, observando as carctristicas que membros indvidis de uma categoria, como pada ecardais,tém em comum, Segundo Plage, as pessoas cram estruturas cognitivas cade vez mas complexaschamadas esquemas, questo modos de oranizar Informagoes sobre o mundo, que canteolam a manera como a crianga pena se comporta numa Geterminada stuacdo. Ne medida em que a crianga acquire mie informasbes, seus esquerae tomam-se cada ver mas complenos. Vel, por exempt, o ato de suas. O recémnascido tem fesquema simples para suger, mas logo desenvoive esquemasdiveros de como sugat 0 eit, smamadeir 08 0 dedo ‘Adaptacio ¢o ter de Plage: par 0 modo como a rang lt com at novas nformages 3 luz do que ela jd sabe. A adaptacao ocorre por intermédio de dois processos complementares: (1) assimilagio, que €sbsorver infermacio nova eincerporkia ts extrtiras cogntvsexisentes, (2) acomodacdo, que é ajustar as préprias estruturas cognitivas para encaixar a informagao nova. Consi- Gere novamente o ato de sur © beb€ que mama ne pet ou ra amadeiae que comesa3s0p170| casudinho de uma caneca ara criancs est demonstando asimilagio ~ usando um vlhoesquema ara liar com umastuagdo nova: caneca A equilibracdo ~ um esforgo constant para ating um equllroestvel~esaelece a pas sagern da assimiagio para a acomnodagao, Cuando a cinga no consepue lidar com novas expe nénciasdentto das estturas cogitivas existences, ela experimenta um estado mativacinal des confortvelconhecdo como desequilrio, Por exer a cranca sabe o questo résaos e ve um auido pela primeira vez. & erlang rorula 9 avo como *pssaro” [assimlago). Com o passa do tempo, en nota frergas entre avis e pissres, o que a dera um tant inuieta (dese, ‘motivando-a a mudar sua compreenséo (acomodacio] e dar um novo rétulo para o avio. Ela entio se enconra em equlirio. Ap organizar novos paces mentasecomportamentas que integra a nova experiénl, a erlang restaur a equli, Assim, aslo e acomedagio opram [urs tara prosuaireqiiria, Durante igs toa, a busca peo equlirio€ forge motradora po ris Go ctescimento cognitive Praget dscreveu o desenvolvimento cogitvo como ocorendo er quatto estéio universal aualtatvamente diferentes (ver Tabela 2.2 discuss dealada ea outoscaptuos. Cada esto merge nm momento de deseqiitri, 20 quai a mente da cigs se adapta aprendendo a pensar Jean Piaget estudou 0 desenvolvimento cognitive das criangas ‘observando-aseconversando com elas em muitasstuagées,efa- _zendo perguntas para descobrir convo suas mentesfuncionavar. eespciva copnitva Vdosegunda a aus process opensmeria to eencs pao (everslinen tora des estgioscognitvos Tora de Pagetsaqunso 9 9 esnalenentacognive da chang Sangeemunasérede quae (dos cue enchern tos quater ‘erie sve se apersbs ret corganzagao gorasousstamas éeconbecmanca esquemas Teme de Page ur spades on tates degersanero es compote ‘arent encore dle por pagio feo ge Page: saa sano a sos farmages sere oar ta por mee dos procsos lio serosicso assimilagio Team de Page ua a acoponiiode ovis nformaggesem unas ogni easier scomodagio Tere de Pager pas mangas puma extua aghaha eat psa ‘edurnonsinfomagtes equilbrasso Tmo de Page ua wendtncos reas onenulivisesielense ‘feleneioscogniosobido po rele dequTensenteasimbgoe omosigia 66 —_DianeE Papaliae Ruth Duskin Feldman Flaget escreveu seu primer artigo cientifico 9m 10 anos de dade — quando ‘eno avistou um pardal bine, verificador vocé é capaz de. D. citartésprincpiosiner- -telacionades que provocam rescimento cognitive, segun- do Piaget, edarum exemple decada? Segundo Lev Vygotsky, as criangas “aprendem por meio da interagdo socal teorarodocural Trae gay soe os fos conaas queafeamedesenal anadedesenvoliner aor} Femouttaace priigaty pre rencaroqueactana pedefae sh hse omueel pose com th, exis andaine ‘Slpote trp js ums cogs a okt abordagem do processamento de Informagie Beorgam co ete do desea rerocogalesquecbsenae alsa Unprcenor rei enoisoe ns fpeepcioe ntataiet fos de uma maneita nova ou modificada. Da primeira infinca até a adolescéncia, as operacées mentals cevoluem da aprendizagem baseada ra atividade sensério-motora bésica para o pensamento logico, abstato. ‘As observagbes de Plaget produairam multaInformagio e alguns insights surpreendentes, Piaget rmostrow-nos que a mente da crianga no é uma miniatura da mente adult, Saber como a criance pensa facta aos pais e professores entendéa e ensinéla. A teoria de Piaget fomeceu referencals aproximados sobre o que esperar da crianca em vitia idades¢ ajudou os educadotes a elaborar curt culos apropriads aos diversos niveis de desenvolvimento. Piaget, porém, parece ter subestimado seriamente as capacidades dos bebés e das ciancas peque- nas. Alguns psicdlogos contempordneos questionam seus estéjos dstints, apresentando evidéncias de que o desenvolvimento cognitivo € mais gradual e continuo (Courage e Howe, 2002}. Além disso esquisastransculturaisindicam que o desempenko em tarefas de raciocino formal é tanto uma funsio da cultura quanto do desenvolvimento; pessoas de sociedadesindustralizadas que partciparam de um sistema de educacio formal demonstvam um deserpenho melnor nesastarefas (Buck-Morss, 1975). Por timo, a pesquisa com adultos indica que ofoco de Paget na logic formal como o Spice do desen- volvimento cognitivo é por demas estreito. Nao explice a emergéncia de habilidades maduras como @ resolugdo de problemas pritico, a sabedoria ea capacidade de lidar com stuagbes ambiguas. Teoria sociocultural de Lev Vygotsky 0 psicélogo russo Lev Semenovich Vygotsky (1896.1934) concentrow-se nos processos socials e culturas que orientam o desenvolvimento cogutive da cranca, Ateoria sociocultural de Vygo'sky (1978), assim como a teora de Pia 2, enfatiza o envolvimento ativo da crianga com seu ambiente; mas, enquanto Piaget des crevla a mente, par s 6, absorvenda e interpretando informacées sobre o mundo, Vygotsky via 0 crescimento cognitvo como um processo colaborative. ss pessoas, segunda Vygotsky, aprendem pot meio da interacéo social. Flas adquirem habllidades cognitvas como parte de sua indugao a um modo de vida, Atvidades compartihadas ajudam a cranga aintermalizar os ‘modos de pensar da Sociedade, cujos hibits passam a ser os seus, Vgotsey deu uma énfase especial linguagem, nao simplesmente como uma expressio do conhecimento e do pensa ‘mento, mas como um meio essencal para aprender e pensar sobre o mundo Para Vygotsky, 0s adultos, ou os colegas mals desenvolvidos, deve ajudar a drecionar ce organizar a aprendizagem da crlanca antes que esta passa dominé-lae interalizta. Essa corientagdo ¢ muito eficaz para ajudar a cranca @ atravessar a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), 2 distancia entre o que ela jé¢ capaz de fazer sozinha eo que pode realizar com asistncia. A instrugia sensivel e efcaz, poranto, deve er como objetivo a ZDP e au- imentar em complexidade na medida em que as hablidedes da cianca sto apereicoadas. A responsabildade de direcionar e monitor da aprencizagem aos poucos passa aser da ctianga sim como quando umn aduto ensina uma erianga a bolar:prlmelro ele apola a cianga na ‘gua e depois val soltando-a aos poucos a medida que ea relaxao corpo na pasico horizontal, -Aguns seguidores de Vygotsky (Wood, 1980; Wood, Brunet e Ross, 1976) tem utlizado ‘a metéfora do andaime — pataforma temporéra onde fcam as trabalhadores de uma constru ‘gio a esse tipo de ensinamento. O andalme é o suporte temporiio que pas, profssores ou qutros Go & crianga que est relizando uma tarefa até que ela posse faz sozinha. A teoria de Vygotsky tem importantes implicagoes para 2 educacio e para a testagem cognitiva, Testes que focalizam 0 potencil de aprendizagem da crianca constituem uma valosa alterativa aos testes padronizados 4e intligéncia que evaliam o que ela aprendeu; e muitas ctiangas podem se benefciar do tipo de otientagao especializada prescria por Vygotsky, (A ZDP e o andime sto discutidos com mais detalhes ros Capitulos 7 ¢ 9.) Além disso, as delas de Vygotsky tém sido implementadas com sucesso nos ccuriculos de criancas de pré-escolae se mastram promissoras em promaver 0 desenvolvimento da autorregulacio, o que afetaré as futuras ralizacdesescolaes [Barnett etal, 2008), ‘Abordagem do processamento de informagio Essa abordagem procura explicar o desenvot- vimento cognitive analisando o processo envolvido na compreensto da informacio recebida e no de sempeno elicaz de taretas: processos como atencéo, meméra,estratégas de planejamento, tomadas de decisioeestabelecimento de metas. A abordagem do processamento de inormacdo nao é uma teo- ria nica, mas um enquadramento tedtico que sustenta um amplo espectro de teorase de pesquisas.

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