Você está na página 1de 311

© Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.

Todos os direitos reservados.


Pesquisa, Tradução e Edição:
Giselle Galvão & Francisco Marengo

Apresentação
S ão chamadas ocultas as ciências nas quais intervêm efeitos
maravilhosos e sobrenaturais, em contradição aparente com a ciência
experimental.

Este nome foi dado porque, segundo alguns, seus adeptos se ocultavam
para exercê-las, a fim de escapar da autoridade civil ou religiosa.
Semelhante afirmação é enganadora, por não fazer outra qualificação.

As verdadeiras ciências ocultas têm sua origem na cabala, que nada tem
em comum com a magia negra. As ciências ocultas, assim chamadas
porque têm sido transmitidas de geração a geração de uma maneira
oculta, são, ao contrário, a quinta-essência da razão e da moral; é a
ciência tradicional dos segredos da natureza que de século em século
chega até nós, como as ondas do mar chegam até a praia - trazidas pelo
vento. 0 símbolo hindu adda-nari, com as bases de governo que regiam o
início da civilização, pode mostrar por que os antigos magos
recomendavam silêncio. Hoje, essas ciências são chamadas conjeturais.

0 mesmo não aconteceu com a magia negra e com algumas outras


ramificações das ciências ocultas, exercidas às vezes por charlatães loucos
ou desequilibrados, com pretensões de se comunicarem com os deuses, na
época do paganismo, com os gênios, nas antigas crenças orientais, e com o
diabo, no cristianismo.

2
Por mais que se remonte à gênese da humanidade, e seja qual for a parte
do mundo de que se estudem os usos e costumes, tanto entre os antigos
como entre os modernos, encontram-se magos e adivinhos.

Os livros sagrados dos gregos, romanos, persas e chineses falam de


acontecimentos proféticos, de sombras evocadas e de mil prodígios feitos
por homens que pretendiam estar em contato com deuses, demônios e
gênios, donos de conhecimentos e de poderes sobrenaturais.

Desde a origem dos povos, adivinhos e magos fizeram parte do governo e


exerceram publicamente sua arte, à qual, freqüentemente, acrescentavam
a da medicina.

À vontade de conhecer o futuro existiu sempre, e em toda parte, a vontade


de deslumbrar as multidões por meio de prodígios; à interpretação dos
sonhos a pratica de evocação dos mortos, de quem queriam arrancar os
segredos do além-túmulo.

Foi somente depois de ingênuos milagres, e antes de um grau de


observação e de estudos incessantes, que se chegou a formar horóscopos,
através das mudanças dos astros. Os Vedas hindus - livros religiosos da
mais remota Antigüidade, que transmitiram, primeiramente à Ásia e
depois à Europa, dogmas tão sábios e superstições tão poderosas - contêm
também escritos mágicos.

Heródoto atribui aos egípcios a invenção da astrologia judiciária, cujos


princípios foram descobertos nas ciências ocultas da Caldéia. Várias raças
do novo mundo, que formam uma nação temida e venerada por outras
tribos - os caraíbas, por exemplo -, exercem, em pleno século 20, as artes
adivinhatórias.

A Bíblia fala freqüentemente de adivinhação, de magia e a pitonisa de


Endor é uma das primeiras feiticeiras. A verdade e que Deus tinha
proibido estas práticas demoníacas aos hebreus. Entretanto, o cajado de
Abraão tinha recebido do céu virtudes sobrenaturais.

Os orientais crêem que Adão foi iniciado na arte cabalística desde sua
origem, e que Abraão possuía como astrólogo, profundos conhecimentos.

Caím, Moisés, Zoroastro, Salomão, Numa etc., assim como outros


personagens da história bíblica e pagã, são considerados pela tradição
como auxiliados por inteligências superiores, e os demonógrafos ainda os
incluem entre os mais famosos magos. Vico, o criador da nova ciência,
afirma que a adivinhação foi o princípio fecundo da civilização nas nações
idólatras.

3
Sem dúvida, os homens de gênio, que acabamos de citar, empregavam
procedimentos físicos desconhecidos pelo vulgo, e cujos efeitos
maravilhavam e subjugavam ao mesmo tempo as multidões.

Por outro lado, a palavra magia significa, em principio, mais o estudo das
ciências naturais do que a arte de operar prodígios. Com um conhecimento
razoável das leis químicas e físicas - diz Eusébio Silvestre - podem-se
explicar quase todos os milagres citados nos livros antigos, e também as
pretendidas posses demoníacas. 0 delírio sobrenatural das cavernas pode
também ser atribuído a uma espécie de êxtase, hipnotismo ou alucinação.

Hipócrates acreditava na realidade dos sonhos, e, a esse respeito,


Aristóteles se colocava numa dúvida prudente, do mesmo modo que
alguns sábios modernos vacilam em reconhecer os fenômenos magnéticos.

Junto com os mistérios religiosos, a magia dos antigos tinha um caráter


imponente, grave e nobre, que contrasta de um modo especial com as
práticas grotescas e extravagantes da feitiçaria da Idade Média, em apogeu
num tempo de miséria e de ignorância, quando o cristianismo evocava
novamente os demônios e a torrente de bárbaros irrompia na Europa.

Foi uma espantosa irrupção de semi-feitiçaria a dos hunos, vândalos e


alanos, guerreiros repugnantes e ferozes, que, segundo Jornaudés,
nasceram do comércio dos gênios maus com as mulheres, nas assoladas e
ermas planícies do norte.

Combatida pelo cristianismo, a mitologia celta, antes de morrer, deixava ao


mundo poético da Idade Média seus poderosos magos, suas fadas terríveis
ou benfeitoras. A eles pertence o bardo Mardhin, de quem foi feito o
encantador Merlin, que exerceu sobre a poesia e a história uma influência
muito marcante, principalmente na Inglaterra e na França.

As cruzadas efetuaram a fusão das superstições européias com as


orientais, e a magia adquiriu um caráter muito diferente, sobretudo
quando os persas e os árabes misturaram o brilho de suas lendas com as
idéias ásperas e severas dos filhos do norte. Ao mesmo tempo em que as
cruzadas transformavam a magia e a bruxaria, também na Europa (nos
séculos 12 e 13) os mouros estabelecidos na Espanha desenvolveram o
gosto pelo estudo das ciências ocultas e da alta cabala, dando origem ao
gnosticismo, que foi cultivado pelos templários.

Ás grosseiras superstições da ignorância, os árabes de Espanha, a raça


mais instruída e mais sábia do mundo naquela época, preferiam as idéias
maravilhosas engendradas pelo estudo desordenado das ciências,

4
considerando a astrologia, a alquimia e tudo o que diz respeito à alta
magia como um complemento da história natural.

Por sua vez, os judeus, povo sempre errante, redigia volumosos tratados de
ciências ocultas nos quais sua cabala se confundia com as concepções
árabes - servindo de intermediários entre os sarracenos e os ocidentais.

É aos hebreus e aos mouros que a Europa deve seu entusiasmo pela
alquimia, que Paracelso, Arnaldo de Vilanova e Raimundo Lúlio cultivaram
com extraordinário êxito, e que no século 16, com a astrologia, ocupou
vivamente os espíritos privilegiados. Nessa época, toda a Europa se viu
infestada por uma multidão de feiticeiros e feiticeiras, bruxos e bruxas
espanhóis; mas nem as fogueiras nem as torturas mais cruéis puderam
conter essa irrupção de feiticeiros de toda espécie; ao contrário, a
perseguição parecia aumentá-la.

Uns eram hábeis charlatães; outros vítimas inconscientes de uma


imaginação em delírio e de uma histeria estática, doentes exaltados que
procediam de boa fé e que mereciam, segundo Montaigne, mais o heléboro
do que a cicuta.

Antigamente, as artes adivinhatórias, as artes de operar prodígios, assim


como as diversas ramificações das ciências ocultas, tiveram como fim
apenas o desejo de exercer uma influência política e religiosa (para os
charlatães), e o de ser útil à humanidade, iniciando-a pouco a pouco nos
segredos do que então constituía a ciência (para os homens de boa fé e de
melhor vontade); na Idade Média, o desejo de se enriquecer (para uns) e o
de se instruir (para outros). Para alguns, entretanto, não existia outro
interesse do que a necessidade de sonhar e de transportar sua imaginação
acima das misérias terrenas.

Em resumo, a onirocricia e a necromancia foram as primeiras ramificações


da árvore mágica; depois a astrologia, a aeromancia e a piromancia
apareceram. A fisiognomonia e a quiromancia, que, em nossos dias,
alcançaram um desenvolvimento considerável, são também muito antigas;
esta última, sobretudo, alcançou o apogeu de seu êxito no século 16.

Acredita-se que devemos à civilização moderna a cartomancia, o que não é


correto. Nos tempos mais remotos da civilização egípcia, o baralho
composto de 78 lâminas é o primeiro livro que a humanidade teve a seus
olhos. Esta opinião se fundamenta em que a cartomancia só aparece
depois, em 1540, quando Guilherme Postel penetrou no sentido simbólico
do baralho, isto é, do tarô. Á civilização moderna só devemos - nos séculos
18 e 19 - a grafologia, a rabdomancia, a cafeomancia, a quirognomia, a
cefalometria e a frenologia, que são apenas o, complemento dos estudos
feitos pelo grande Cardano; e por último, a magia de salão, que

5
compreende a ventriloquia, a fantasmagoria e a prestidigitação, que
produzia, em outras épocas, efeitos prodigiosos sobre as multidões, e que
hoje encanta as pessoas nos teatros onde é exibida.

Influência das Ciências


Ocultas
Os efeitos que acabamos de citar e que se desprendem do conjunto das
ciências ocultas produzem na marcha das sociedades para o progresso,
uma influência às vezes perniciosa, às vezes útil.

Inicialmente, ao exaltar a energia da imaginação do homem, fizeram com


que ele esquecesse o mundo real e se lançasse para a fantasia; ao mesmo
tempo, lutaram contra a impostura e o desequilíbrio do fanatismo, como
atestam os espantosos anais da feitiçaria.

Mais tarde, à medida que a humanidade avançava em seu árido caminho,


sem sondar esses mistérios que ocultavam, sob a forma mágica, o dogma
religioso e uma legislação fecunda, que semeava nas sociedades os germes
do progresso. É preciso lembrar que foi pelo fogo da imaginação, pela
curiosidade do desconhecido e a perseverança em um fim nobre que tantas
almas ardentes, dotadas da faculdade de estender o campo dos
conhecimentos positivos, se dedicaram, originalmente, a estudos que eram
áridos e que o futuro deveria fertilizar. Uma voz poderosa gritava:
caminha, caminha! Era a voz dos espíritos misteriosos da cabala, a dos
seres fantásticos que, em todos os países, acreditava encontrar o homem
entre o céu e a terra.

Que ardor, que entusiasmo devia produzir num espírito exaltado como o
da Idade Média, a idéia de que o estudo assíduo das ciências permitia
entrar, pouco a pouco, em relação com espíritos superiores, que
transmitiam pensamentos divinos sobre as coisas da terra!

Quem ousaria acreditar que gênios como Alberto, o Grande, Pico de


Mirândola, Arnaldo de Vilanova, Raimundo Lúlio e tantos outros teriam
exercido a influência útil que exerceram sobre seu século e ainda sobre os
séculos posteriores, se um reflexo da alta cabala não tivesse iluminado as
trevas de seu tempo?

6
"É assim - diz Fernando Denis - que os tempos feudais, tão deploráveis na
história da humanidade, se converteram numa época memorável de
discussões apaixonadas, nas quais se avaliavam os direitos dos povos”. Os
tempos da filosofia hermética, que são quase os mesmos, foram de
prodigioso trabalho.

Não se pode esquecer que Alberto, tão desdenhado na atualidade pelos


pedantes ou pelos ignorantes, é talvez o mais fecundo polígrafo que
existiu; e deve-se até acreditar que não foi senão com um fim elevado, com
o desejo de instruir os homens, que sábios como ele, compadecidos das
misérias humanas, se colocaram em relação com os espíritos elementais.

Por outro lado, os homens estão convencidos de que toda ciência oculta
deve ser encontrada infalivelmente nos livros legados pela antigüidade. Daí
o estudo fecundo e útil das línguas antigas e ainda das orientais; daí
também, talvez, as novas e fecundas relações com Aristóteles conservadas
pelos árabes.

A idéia da panacéia universal exerceu, de modo direto, uma influência


notável no estudo da medicina, excitando prodigiosamente os recursos da
imaginação.

Deviam ser muito perseverantes no laboratório aqueles que, como Arnaldo


de Vilanova e o marquês de Vilhena, pensavam ver, de um momento para
o outro, o chumbo se converter em ouro puro e fervente no fundo dos
recipientes, e a água da imortalidade exalar um perfume divino, presságio
da eterna juventude do gênero humano.

É preciso lembrar quantos enganos cometeram e como foram terríveis os


crimes a que deram margem; entretanto, esses erros de alquimia
engendraram a química; os estudos sobre astrologia judiciária abriram
caminho para a astronomia, enquanto a quiromancia e a fisiognomonia
preparam o terreno para as ciências experimentais e antropornétricas.

Certamente, é preciso uma alma como a de Raimundo Lúlio, esse monge


viajante, ou uma causa muito diferente da que guia os sábios modernos,
tão inferiores a ele, para correr o mundo e estudar as ciências dos
orientais, a fim de transmiti-las aos europeus, e entre perdoáveis utopias
proclamar em sua Ars Magna verdades tão incontestáveis como os
princípios que mais tarde fecundariam o gênio maravilhoso de Bacon.
Quando Alberto, esse profundo matemático, considerado um feiticeiro
charlatão ou comum, construía pacientemente sua Androda, ou quando,
em pleno inverno, recebia seu soberano entre árvores carregadas de frutas
e de flores, ele o fazia porque tinha estudado todas as leis da mecânica
para aplicá-las a um fim imaginário, porque a ciência lhe tinha revelado
procedimentos úteis a agricultura, com os quais honrou a magia. Que teria

7
feito sem a imaginação o ilustre e inesquecível Paracelso - que morreu
consumido por seu próprio gênio, ele que deu um impulso extraordinário à
medicina no século 16!

Depois, os descobrimentos dos filósofos herméticos procedem de um


manancial imaginário, mas são positivos, apesar da crítica ingrata ou da
malevolência vulgar.

A filosofia deve ao estudo da cabala muitos sistemas ecléticos, entre os


quais este vasto projeto de instrução universal que se atribui a Raimundo
Lúlio, que trouxe da Ásia uma magnífica coleção dos princípios
enciclopédicos dos conhecimentos humanos, que mais tarde deveriam
lançar no mundo vivos resplendores.

0 alquimista Arnaldo de Vilanova, por sua vez, operava os primeiros


ensaios regulares de destilação pelo álcool, e descobria os três ácidos:
nítrico, sulfúrico e muriático.

Foi, sem dúvida, devido às vãs investigações da filosofia hermética que


Roger Bacon, desdenhando da magia, encontrou a pólvora e descobriu o
telescópio, através de seus estudos de astrologia.

0 uso das preparações salificáveis, ferruginosas e antimoniais foi


inventado pelo incansável astrólogo e alquimista Paracelso. Enfim, o
estático Cardano, ao observar os planetas, supôs resolver admiráveis
problemas matemáticos. Foi ele quem resolveu o famoso caso irredutível,
quem primeiramente advertiu sobre a multiplicidade das equações dos
graus superiores e a existência de raízes negativas, e também quem
experimentou a aplicação de geometria à física.

Em suma, seria difícil enumerar todos os grandes descobrimentos que


surgiram de determinados erros, e tudo quanto as ciências experimentais
e positivas devem às ocultas. Hoje está demonstrado que a magia da
antigüidade não era outra coisa que a própria ciência; que a bruxaria e a
feitiçaria da Idade Média e suas visões fantásticas foram o efeito de uma
loucura endêmica que caracteriza essa época.

Na época atual, o iluminismo, o magnetismo, o hipnotismo e o espiritismo


substituem, para os amantes do maravilhoso, as diversas alucinações.
Mas a prova de que algo há de verdade nessas ciências é que o início do
século 20 foi marcado pela criação do Instituto Psicológico Internacional,
em Paris, destinado a estudar o conjunto dos fenômenos que compõem a
ciência conhecida pelo nome de psiquiatria.

8
Nota: Este dicionário é o resultado de anos de pesquisa em diversos livros,
incluindo diversos grimórios e documentos datados de épocas da
Inquisição.
Para preservar a fidelidade aos Manuscritos Originais, conservamos as
informações tais como a recebemos. No entanto entendemos que muitas
vezes quando o autor se refere ao Diabo ou Demônio na verdade estava
simplesmente se referindo aos Deuses Pagãos cultuados em suas épocas.

Adam Kadmon

Arquétipo da Humanidade Masculina; é também a Terra, o Mundo das


Imagens. Na Cabala Adão Kadmon é o Logos manifestado; corresponde ao
Terceiro Logos da Teosofia. O Primeiro Logos é a Luz do Mundo, o segundo e
o terceiro são suas sombras gradualmente crescentes.
(vide Adão)

9
10
A.’. A.’.: Argentum Astrum (A Estrela de Prata). A Grande Irmandade
Branca (de Adeptos). 0 Triângulo de pontos indica que a Ordem é uma
sociedade secreta conectada com os Mistérios Antigos.

A - A primeira letra do alfabeto tem provocado opiniões muito estranhas. A


mais extravagante delas é atribuída ao grande Covarruvias ele diz que os
meninos emitem o som do A logo ao nascer porque é a inicial de Adão. E
as meninas o E por se tratar da inicial de Eva.

Fabre d'Olivet atribui à letra A o símbolo da potência e da estabilidade,


contendo também a idéia de unidade e do princípio que a determina.
Segundo Court de Gibelin, o som A representa o estado de espírito em que
nos encontramos e foi colocado no início do alfabeto por ser o mais alto
dos sons, o mais brilhante, audível a grandes distâncias e próprio do
homem, chefe de toda a criação.

AA - Em alquimia significa amálgama. Dois minúsculos (aa) é a


abreviatura de partes iguais que também é usada nas receitas médicas.

AABAM - Nome usado pelos alquimistas para designar o chumbo.

AARÃO - Mago que viveu nos tempos do imperador Manuel Commene.


Dizem que possuía a Clavícula de Salomão e que por isso exercia
influência sobre uma legião de demônios, dedicando-se à magia negra.
Como castigo fizeram com que seus olhos fossem arrancados e sua língua
cortada. Mais tarde foi condenado à morte por terem encontrado em sua
casa um cadáver com os pés acorrentados e o coração perfurado por um
cravo.

ABADIE - Joana d’ - Moça da aldeia de Siboure, na Cascunha, que,


conforme Delancre no seu tratado sobre a inconstância dos demônios, foi
transportada para o sabá quando estava dormindo durante a celebração
da santa missa de domingo (13 de setembro de 1609). Assombrada,
assistiu a toda a cerimônia que era presidida por uma bruxa de duas
caras, e onde os sapos, vestidos com trajes reais, eram honrados por todos
os assistentes. Finalmente escandalizou-se com os excessos praticados por
todas as feiticeiras. Como ela era inocente foi levada de volta para casa
pelo mesmo demônio. Acordou e apanhou do chão a relíquia que o
demônio lhe tinha tirado do pescoço, antes de levá-la para o sabá. Parece
que o sacerdote ao qual confessou sua aventura a fez compreender os
perigos a que tinha sido exposta. Voltou novamente ao sabá e fez, sem
nenhum escrúpulo, tudo o que Satanás lhe ordenou e o que seus
representantes a aconselharam que fizesse, dizendo para si mesma que,
fazendo o mal que lhe era ordenado, ela não podia ser responsabilizada por
ele. (Veja Sabá).

11
ABALAN - Príncipe do inferno, pouco conhecido, que pertence à corte e ao
séquito de Paymon. (Vide esta palavra).

ABANO - Pedro de - Médico e alquimista italiano, nascido em Abano em


1246 e morto por volta de 1320. Unia aos seus profundos conhecimentos
de medicina e alquimia os da astrologia judiciária e por isso foi acusado de
magia pela Inquisição. Morreu durante a instrução do processo. Sua
criada conseguiu esconder o seu corpo dos inquisidores e fez com que se
contentassem em queimar o seu retrato. Abano escreveu diversas obras
consideradas sábias. Um século depois, seus conterrâneos renderam-lhe
grandes homenagens, colocando seu busto sobre as portas do palácio
público ao lado de Tito Lívio.

ABARIS - Grande sacerdote de Apoio, presenteado por este com uma


flecha de ouro, sobre a qual voava com a rapidez de um pássaro. Por isso,
os gregos chamavam-no de Acrobata. Consta que foi mestre de Pitágoras e
que este mais tarde lhe roubou a flecha, na qual haveria alguma alegoria.
Abaris previa o futuro, e por meio de suas ciências mágicas encontrou um
modo de viver sem comer e sem beber. Com os ossos de Pelops fez uma
estátua de Minerva e vendeu-a aos troianos como sendo um talismã vindo
do céu; era o Palladium que possuía a virtude de tornar inexpugnável a
cidade onde se encontrava.

ABBADON - Termo hebreu que significa perdição, ruína e morte. No


Apocalipse esta palavra designa o anjo do abismo, e na Mesida, de
KlopsIock, está escrita Abbadomna. É a voz de um anjo fiei de Milton
perdido entre os demônios e cuja harpa ressoa no meio dos gritos de
pandemônio. Segundo outros magos, é o chefe dos demônios de sétima
categoria.

ABDEEL Abraham - Comumente chamado assim: Echoenewald


(Beauchamp), pregador de Custrin, imprimiu em 1592 o Livro da Palavra
Oculta, no qual deixou um cálculo para se encontrar o anticristo e em que
época devia aparecer. Este método consiste em tomar por acaso uma
passagem do Apocalipse ou do Profeta Daniel e contar cada letra, de A a Z,
por seu valor numérico. Sendo A igual a um, B igual a dois, C igual a três
e assim por diante.
Abdeel declara que o anticristo é o papa Leão X. Encontra-se da mesma
maneira o nome dos três anjos por meio dos quais o anticristo deve ser
descoberto. Estes três anjos são: Huss, Huthen e um certo Noé que é
desconhecido.

ABDIAS DE BABILÔNIA - Atribui-se a um escritor com este nome a


história da disputa realizada entre São Pedro e Simão, o Mago, quando
este último se elevou nos ares, caindo em seguida e quebrando as pernas.

12
0 livro de Abdias foi traduzido para o latim por Julius Africanus com o
título de História Certaminis Apostolici, impresso em 1566. É uma edição
muito rara.

ABEL - Segundo as Escrituras, filho de Adão e Eva, de uma estatura


colossal. Afirma-se que tinha 48 pés de altura. Os rabinos lhe atribuem a
autoria de um livro de astrologia judiciária, que encontrou Hermes
Trismegisto depois do dilúvio e no qual o grande cabalista aprendeu a
ciência dos talismãs e a influência que as constelações e os astros exercem
sobre os três reinos da natureza. Os muçulmanos mostram para os
viajantes uma tumba gigantesca nos arredores de Damasco, dizendo ser a
de Abel. No que diz respeito ao livro, os filósofos rabinos supõem que pode
ser o mesmo que outros autores hebreus atribuem a Abraão ou a Adão.

AB-EL-AZYS - Célebre astrólogo árabe que viveu no início do século 10,


mais conhecido entre os eruditos e filósofos europeus por Alchavetius. Sua
melhor obra, um Tratado de Astrologia Judiciária, foi traduzida para o
latim pelo renomado filósofo espanhol Juan de Sevilla, mais conhecido por
Hispalensis. A edição de 1503, com comentários deste tradutor, é a mais
procurada.

ABEL DE LA HUE - Era um falso mago que explorava seus semelhantes


enganando-os com ilusões e patifarias. Em 1582 foi condenado por
feitiçaria e queimado vivo.

ABELHA - Este inseto é para alguns o símbolo do trabalho perene e


constante da natureza. Algumas superstições antigas falam que as abelhas
se interessam pelo bem ou pelo mal dos seus donos e que é preciso avisá-
las por meio de sinais. Caso contrário, a produção do seu trabalho cai ou
então emigram. Por isso, em algumas aldeias ainda é costume colocar um
pedaço de pano preto na colméia quando há um defunto em casa. Vírgílio,
maravilhado com o poderoso instinto das abelhas, deduz em uma
passagem do livro IV das Geórgicas que elas receberam uma parcela do
espírito divino.

ABEN-RAGEL - Célebre astrólogo cordobês que viveu no século S. A


observação e o estudo constante das estrelas fizeram com que publicasse
um tratado sobre horóscopos com o título de De Judiciis Seu Fatis
Stellarum, logo depois traduzido para o árabe. Ele sobressai de todos os
seus colegas pela exatidão de suas predições.

ABIGOR - Demônio que ocupa na corte infernal uma hierarquia superior,


desempenhando o cargo de grão-duque da monarquia infernal. Apresenta-
se sob a forma de um cavaleiro, montado num animal preto como ébano e
levando uma lança na mão direita. Sob suas ordens estão 60 legiões de
demônios. Os magos, que já o invocaram, asseguram que sempre responde

13
habilmente no que se refere à estratégia militar e ensina os meios mais
eficazes para o consulente se tornar amado por seus soldados.

ABISMO: Metafisicamente considerado, o Abismo é o Golfo entre o


fenomenal e o numenal; o ilusório e o real. Magicamente considerado, o
Juramento do Abismo significa fazer um esforço voluntário para Cruzar o
Abismo, ou transcender o mundo do sujeito e do objeto e solucionar as
antinomias da consciência mundana. Na Árvore da Vida, a Tríade Superna
de Kether, Chokmah e Binah representam a Unidade na Trindade acima
do Abismo, onde todos os opostos são reconciliados. Cruzar o Abismo é o
estágio mais crítico do Caminho Espiritual. Se a travessia não for atingida
claramente, a insanidade - temporária ou permanente - é o resultado. Uma
pessoa pode despender a melhor parte de uma encarnação sendo rasgada
em pedaços pelos elementos pendentes e irracionais de sua natureza. Daí
o perigo de tomar o Juramento sem ser adhikari (competente).

ABLUÇÃO - Em termos de filosofia espagírica não significa lavar alguma


coisa com água ou outro líquido qualquer, mas purificar a matéria que
está em putrefação, por meio de um fogo contínuo até que a matéria
enegrecida se torne branca. Os filósofos herméticos chamam de "águas" os
raios e a luz do seu fogo. Os antigos ocultaram esta ablução sob o enigma
da salamandra, que, segundo diziam, se alimentava, do fogo e do limo
incombustível que nele se branqueava e se mantinha sem se consumir.

ABNELEITEM - É o chumbo.

ABOIT ou ABIT - É a alvaiade, ou melhor, carbonato de chumbo natural,


em termos herméticos.

ABOU-RIAM – Astrólogo de grande renome mais conhecido por Mohamed-


bem-Ahmed. Sua especialidade além de fazer talismãs e filtros, consistia
em prever o futuro. Escreveu vários tratados de astrologia entre os quais
destaca o livro de Introdução à Astrologia.

ABRACADABRA: Screnus Samonicus, médico do século 2, sectário do


heresiarca Basilídio, recomendava aos seus adeptos que escrevessem esta
palavra cabalística sobre um pedaço de pergaminho virgem a fim de formar
uma pirâmide invertida ou triângulo, representando a letra grega Delta,
símbolo das três pessoas da Trindade, da seguinte forma:

ABRACADABRA
ABRACADAM
ABRACADAIB
ABRACADA
ABRACAD

14
AISRACA
ABRAC
ABRA
ABR
AS
A

Depois de ter dobrado o pergaminho, de tal forma que o escrito ficasse


Oculto, cortava-se o amuleto em cruz e pendurava-se no pescoço dos
doentes com uma fita de linho. O nome foi formado das palavras abraxas
e abra.

ABRACADABRA – Segundo Eliphas Levi, também pode ser o triângulo


mágico dos teósofos pagãos. A combinação de letras representa uma chave
do pentagrama. Na primeira palavra (abracadabra) o A está repetido cinco
vezes, e 30 vezes no triângulo completo, o que dá os elementos e os
números destas duas figuras:
A
X X

0 A separado representa a unidade do primeiro princípio, o agente


intelectual e ativo. 0 A unido ao B representa a fecundação do binário pela
unidade. 0 R é o signo do ternário porque representa hieroglificamente a
fusão resultante da união de dois princípios. 0 número 11 (que é o total da
palavra abracadabra) acrescenta a unidade do iniciado ao denário de
Pitágoras. 0 número 66 (total de letras do triângulo) forma
cabalisticamente o número 12, que é o quadrado do ternário e,
conseqüentemente, a quadratura mística do círculo.

ABRAHADABRA: A fórmula da Grande Obra. Abra é o Sol na forma de um


carneiro, Amen; Amen era um título (e não um nome) de Sebek ou Sevekh,
a divindade dracomana dos Tifonianos no antigo Egito. Foi o Culto desta
divindade que o sumo-sacerdote Ankh-f-n-Khonsu reviveu na Dinastia
XXVI. Had é o nome secreto de Sebek-Rá (que é também Shaitan) e a
fórmula de seu poder mágico. 0 Abra final indica que ele é o filho da Mãe, e
portanto [é] tifoniano.
Abrahadabra não deve ser confundida com Abracadabra: Veja Abrasax.

15
ABRAHEL - Demônio sucumbo conhecido por uma aventura que Nicolas
Rerny descreve em sua Demonolatria.

ABRASAX: A Divindade Suprema dos gnósticos. 0 nome deu origem ao


encantamento medieval de proteção "Abracadabra”, significando "Não me
machuque!". Abraxas é uma pronuncia variante.

ABRÓTANO (Abrotanum) - Planta parecida com o absinto. É anti-


helmíntica, estomacal e estimulante. É recomendável quando se quer
provocar o fluxo menstrual, e excelente para facilitar o parto. Botânica
Oculta: quente e seca. Lua. Colhe-se nos princípios de abril, sob o signo de
Escorpião.

ABSEMIR - Um dos nomes que os filósofos herméticos deram à matéria da


arte.

ABSOLUTO - 0 absoluto é o que existe independentemente de qualquer


condição. Este é o termo mais correto e lógico que podemos empregar
parra designar o Princípio Universal que não tem atributo nem limites. 0
Absoluto não manifestado só pode ser vagamente concebido pela mente
humana como um ponto matemático, sem dimensões, que ao se
manifestar em todas as direções se tornaria uma esfera. Se imaginarmos
que este ponto matemático tem consciência própria é capaz de agir,
pensa e deseja manifestar-se, o único modo pelo qual podemos conceber
sua ação será o de expandir sua própria consciência e substância do
centro à periferia. 0 centro é o Filho, o Verbo que estava no Pai desde toda
a eternidade; a Onipotência, enfim, a substancia do Pai, e do Filho, desde
o centro incompreensível até a periferia ilimitada, é o Espírito Santo, a
Onipotência, o Espírito de Verdade, manifestado e revelado externamente
pela Natureza visível. Um círculo sempre consiste de um centro, um raio e
uma periferia. São três e são um só, e nenhum deles pode existir sem os
outros dois.

0 adjetivo latino Absolutus, de que proveio este termo é formado da


preposição ab e do particípio solutus, que exprime a idéia primitiva de não
dissolvido, não penetrado.

ABSTINÊNCIA - As superstições mais vulgares fizeram com que até os


incrédulos pensassem que os magos mais hábeis pudessem viver sem
comer, o que não passa de um absurdo. Sem falar dos maravilhosos jejuns
mencionados na vida de alguns santos, Maria Pelet de Laval, mulher de
Hainaut, viveu 32 meses (de 6 de novembro de 1754 a 25 de junho de
1757) sem comer nem beber. Ana Harley se sustentou durante 27 anos
apenas com leite, que vomitava pouco depois de ingerido. Para os
orientais, os gênios alimentam-se apenas de aromas e não produzem
dejetos. Em resumo, todos esses fatos são explicados hoje em dia pela

16
ciência como sendo efeitos de auto-sugestão, assim como a cabala que diz
ser o produto de uma superabundância de luz astral geradora da inanição
do corpo material.

ABSTRAÇÃO - É o raciocínio, o cálculo. Se a abstração, comparada com o


instinto, é um poder quase divino, esse poder é completamente fraco
comparado com o dom da especialidade que é o único que pode explicar
Deus. A abstração compreende uma natureza em germe, como
virtualmente um grão contém o sistema de uma planta e seus produtos.

ABSTRATIVO - Os cabalistas dividem os seres humanos em três


categorias: os instintivos, que estão abaixo do nível, os abstrativos, que
ocupam o meio, e os especialistas, que estão por cima de todos. Segundo
esta definição, os maiores gênios são aqueles que, tendo partido das trevas
da abstração, chegaram às luzes da especialidade.

ACÁCIA - As acácias figuram entre as árvores sagradas do Egito e têm o


nome hieroglifico de Shen. A madeira era usada nas construções a cortiça
no processo de curtição de peles. Os egípcios cultivavam três espécies de
acácia: a nilótica, a lebsh e a fístula - sendo as duas ultimas originárias
da Índia.

ACÁCIA (Acácia) - Árvore sagrada dos egípcios. Na franco-maçonaria


simboliza a imortalidade da alma. Na seita Rosa-Cruz e em diversos ritos
maçônicos ensina-se que a acácia foi a madeira escolhida na confecção da
cruz onde morreu o Divino Mestre. Botânica Oculta: o suco do seu fruto,
colhido na hora planetária correspondente, é misturado às tintas que são
usadas para desenhar talismãs em pergaminhos. Planeta: Mercúrio.

ACÁCIA- Na maçonaria é o símbolo da n iniciação. Na legenda de Hiram,


verdadeiro Evangelho da maçonaria, é a planta que assinala a tumba deste
grande iniciador, ou melhor, o lugar onde seus traidores o enterraram,
depois de terem tentado conseguir dele a palavra de passe que os elevaria
à categoria de mestres. Simboliza também pureza e imortalidade.

AÇAFRÃO (Crocus sativus) - Tem muitas propriedades curativas, mas não


recomendamos o seu emprego na arte de curar para os leigos. Botânica
Oculta: utiliza-se em feitiços e perfumes mágicos. Colhe-se quando o Sol
está em Leão ou em Peixes, ou quando a Lua está em Câncer.

ACAID - Nome bárbaro que os alquimistas deram ao vinagre.

ÁCALACH - Nome do sal entre os sectários da filosofia espagírica


(PIaniscampi).

ACALAI - Nome hermético do sal.

17
ACAN0R - Panela de barro com diversos buracos no fundo e nos lados.
(Johnson e Paracelso).

AÇÃO (dos espíritos sobre a matéria) - A natureza íntima do espírito


propriamente dito, isto é, do ser pensante, é inteiramente desconhecida.
Revela-se apenas por seus atos estes não podem afetar nossos sentidos
materiais a não ser por um intermediário material. 0 espírito tem então
necessidade de matéria para agir sobre ela. Tem como instrumento direto
o seu perispírito, assim como o homem tem o corpo. 0 fluido universal é o
agente intermediário, espécie de veículo sobre o qual age, assim como nós
agimos sobre o ar para produzir certos efeitos com a ajuda dilatação, da
compressão, da propulsão e das vibrações. Compreende-se assim que os
espíritos podem agir sobre corpos pesados e compactos, levantando mesas,
etc., efeitos que entram na ordem dos fatos naturais e não tem nada de
maravilhoso (Allan Kardec, Livros dos Médiuns).

ACARTUM - Um dos nomes do mínio. Outros o denominam azimar.

ACATRIEL – Um dos príncipes dos bons demônios na cabala hebraica ou


judaica que admite demônios de duas classes.

ACAZDIR, ALCANI ou ALLOMBA - É o Júpiter dos químicos herméticos,


ou estanho. (Johnson).

ACCA-LAURENTIA - Também chamada de lupa, o que originou a lenda de


Rômulo e Remo, os fundadores de Roma, segundo a qual foram
amamentados por uma loba. Mais tarde foi criado um culto divino a este
animal e celebravam-se as festas lupercales em sua honra; Sem dúvida as
decaídas eram naquele tempo chamadas de lobas, como Acca-Laurentia
uma prostituta que teve a virtude de amamentar os fundadores de Roma,
depois de ter perdido o seu filho.

ACEFALITA - Membro de uma seita religiosa denominada acefalismo, que


não admite duas naturezas em Jesus Cristo.

ACETUM PHILOSOPHORUM - Água mercurial ou leite virginal que


dissolve os metais; também chamado o vinagre branco dos filósofos.

ACHAM - Demônio de ordem inferior que se conjura às quintas-feiras.


(Vide Conjurações).

ACHAMOTH - Espírito ou anjo do sexo feminino, mãe de Jeová nas


notáveis doutrinas dos valencianos.

ACHARAY-RIOBO - Chefe dos infernos entre os jacouts.

18
ACHMERT - Adivinho árabe do século 9, autor de um livro intitulado
Interpretação dos Sonhos, segundo as doutrinas do Oriente. 0 texto
original deste livro foi perdido. Mas Rigault imprimiu a tradução grega e
latina de Artemidoro (Paris 1608). Tem o título de Omeirocritic.

ACONC - Cura apóstata da diocese de Trento que abraçou o


protestantismo em 1557. A rainha Isabel concedeu-lhe uma pensão por ter
dedicado a ela a sua obra: De Stratagematibus Satanae in Religionis
Negotio, per Superstitionem, Errorem Haeresim, Odium, Calumnium,
Schisma impressa em 1565, e na qual chamava a rainha de diva Elizabeth.

ACONITO (ACONITUM NAPELLUS) - Os leigos não devem fazer uso


medicinal desta planta porque pode ser perigoso. Botânica oculta: é fria e
seca. Emprega-se com açafrão, arruda e aloés em fumigações para
espantar os maus espíritos. É uma das 12 plantas dos rosa-cruzes.. Os
gregos diziam que ela nasceu da espuma de Cérbero, quando Hércules o
tirou dos infernos. Atribui-se a ela a propriedade de fazer nascer os
cabelos. Planeta: Saturno. Signo zodiacal: Capricórnio.

ACTINOBOLISMO - Radiação sob a influência imediata da vontade.

ACULTOMANCIA - Adivinhação por meio de agulhas. Este método de


investigação do futuro ou do presente é feito da seguinte maneira:
colocam-se 25 agulhas em um prato e derrama-se água pura sobre elas de
uma certa altura. Todas as que se cruzarem indicam o número de inimigos
que o consulente terá.

ACUREB - O vidro.

ADABISI ou- -ODEBEZI- Tartaruga dos filósofos espagíricos.

ADALBERTO - Herege que causou grandes escândalos no século 9. É


considerado por alguns como autor de grandes e maravilhosos milagres, e
por outros como um grande cabalista. Distribuía unhas e cabelos
pulverizados, dizendo que eram grandes preservativos. Diziam que um
anjo chegado das extremidades do mundo lhe havia trazido relíquias e
amuletos de efeitos prodigiosos, e que consagrou altares a si mesmo,
fazendo com que o adorassem. Ensinava baseado numa carta que Jesus
Cristo lhe teria escrito por intermédio do arcanjo São Miguel.
M. Baluce, em seu apêndice sobre as capitulares dos reis francos, publicou
esta carta.

ADAMANTIAS – Médico Judeu que se converteu ao cristianismo em


Constantinopla. Escreveu alguns livros fisiognomonia, ou arte de julgar os

19
homens através do rosto, impressos na coleção de Scriptores
Phisiognomonix Osteres em grego e latim, em Altembourg (1780).

ADAMANTIS - Planta da Armênia e da Capadócia à qual era atribuída a


virtude de aterrorizar os leões, suavizando sua ferocidade (Plínio, 1:24.
c.XVII)

ADAMITA - Espécie de tártaro branco ou terra folhada, que os filósofos


herméticos denominaram terra adâmica, tártaro, terra virgem, adamita
etc.

ADAMÍTAS - Hereges do século 2, quase do mesmo tipo dos basilidianos.


Andavam nus e proclamavam a promiscuidade com as mulheres. Clemente
de Alexandria diz que eles se vangloriavam de possuir os livros secretos de
Zoroasto, o que faz supor que se tratava de livros de magia.

ADANEAH – Antepenúltima das sete terras ou mundos. Nesta terra, Adão


passou seus primeiros anos e seu comércio involuntário com Lilit, em 113
anos de existência povoou-a de espíritos malfeitores. Só chegou até a Terra
em que habitamos depois do nascimento de Seth.

ADÃO - Segundo a Bíblia, foi o primeiro homem criado por Deus, à sua
imagem e semelhança, já adulto e de inteligência desenvolvida. Segundo
alguns autores orientalistas, Adão possuía conhecimentos sobrenaturais e
acreditam que esteve iniciado, desde a sua origem, nos segredos da alta
magia. A ciência moderna, e principalmente a geologia, a paleontologia e a
fisiologia, demonstram que o Adão e a Eva do Gênesis não passam de uma
cópia grosseira do Adimo e Pracriti dos vedas, em cujos livros estão
representados como sendo a essência celeste de onde emanam todas as
humanidades presentes e futuras.

Os filósofos herméticos deram o nome de Adão ao seu magistério quando o


vermelho está perfeito, já que sua matéria, sendo a quinta-essência do
universo, e a primeira matéria de todos os indivíduos da natureza, tem
perfeita relação com Adão, no qual Deus reunia a mais pura substância de
todos os seres e que, além disso, Adão, que significa vermelho, expressa a
cor e as qualidades do magistério.

Lendas orientais sobre Adão - Segundo as tradições árabes, quando Deus


quis criar o homem, encarregou o anjo Gabriel de apanhar um punhado de
cada uma das sete camadas da terra. Esta, espantada, clamava dizendo
que Deus estava enganado ao fazer o homem, já que um dia se revoltaria
contra o seu criador. Gabriel comunicou a reclamação. Mas o Senhor não
fez caso e obrigou Miguel a executar a sua vontade. A terra se queixava
amargamente, justificando que se o homem fosse feito ela seria maldita
por causa dele. Miguel teve pena e então Deus encarregou o terrível Azrael

20
da tarefa. Este não ouviu os lamentos da terra e tirou os punhados
encomendados, um de cada uma das sete camadas, e levou-os à Arábia,
onde seria executada a grande obra da criação do homem. Deus ficou
satisfeito com a prontidão e fidelidade de Azrael, a quem encarregou de
separar as almas, sendo por isso chamado "o anjo da morte".

Deus então amassou a terra e fez uma figura com suas próprias mãos.
Enquanto secava, os anjos contemplavam-na maravilhados e contentes.
Eblís (lúcifer ou satã) não ficou satisfeito só em olhar e tocou-a no ventre.
Ao constatar que era oca, pensou e disse para si mesmo: "Esta criatura de
forma vazia terá necessidade de encher-se frequentemente e por isso
estará sujeita à muitas tentações". Então perguntou aos outros anjos o
que eles fariam se Deus quisesse sujeitá-los de algum modo a este futuro
soberano da Terra. Todos responderam que obedeceriam, mas Eblis,
aparentando a mesma opinião, resolveu que não o faria.

Formado o corpo do primeiro homem, Deus animou-o com uma alma


inteligente e proporcionou-lhe roupas maravilhosas. Em seguida, ordenou
que todos os anjos se inclinassem diante dele. Somente Eblis não
obedeceu, sendo imediatamente expulso do paraíso dado a Adão, que tinha
apenas a proibição de não comer a fruta de certa árvore. Eblis associou-se
ao pavão e a serpente, conseguindo, com seus insistentes discursos
tentadores, que Adão desobedecesse. No instante em que comeu o fruto
proibido suas roupas preciosas caíram aos seus pés e, vendo-se nu, teve
vergonha. Não tardou m ouvir a sentença que o expulsava do paraíso,
condenando-o ao trabalho e à morte. Ao ser lançado do céu, caiu sobre a
montanha de Serendib na ilha do Ceilão, onde ainda existe o Pico de Adão.
Eva, que também cometera o pecado, caiu perto do lugar onde mais tarde
se construiu a cidade de Meca. Eblis chegou com ela à Arábia. 0 pavão foi
desterrado para o Industão, e a serpente para a Pérsia. 0 desgraçado Adão
ficou num estado tão grande de miséria e solidão que se arrependeu de
sua falta e implorou clemência ao criador. Deus teve pena e mandou do
céu uma borboleta que se colocou no lugar onde mais tarde Abraão
edificou a caaba (casa santa de Meca). Gabriel ensinou-lhe as cerimônias
que devia praticar no santuário para obter o perdão de Deus e guiou-o em
seguida até a montanha de Arafat, onde se encontrou com Eva, depois de
trezentos anos de separação. Ainda existe em Meca uma pequena colina
onde os muçulmanos acreditam que Eva estava assentada quando Adão a
encontrou.
Em Gedda, ou Djedda (porto do mar Vermelho, com 20 mil habitantes)
existe um cemitério onde se encontra a pretensa tumba da nossa avó
comum: Eva.
Entrando pela porta maior do grande cemitério, vê-se à esquerda um
pequeno muro de um metro de altura, que forma um quadrado de uns três
metros. Ali repousa a cabeça da primeira mulher. No centro, há uma
espécie de cúpula, onde repousa o meio do corpo, e no outro extremo,

21
perto da porta de saída, um outro muro de um metro onde tocam os pés.
Neste pequeno espaço, há um grande pedaço de tela onde os fiéis
depositam suas oferendas, e queimam perfumes. A distância dos pés à
cabeça é de uns 150 metros!
Gedda em árabe quer dizer avó e por isso os eruditos afirmam que o nome
se deve ao fato de o corpo de Eva estar enterrado ali. As tradições afirmam
que ao morrer sua mulher, Adão começou a viajar. Passou pela índia e
morreu no Ceilão, onde ainda existe sua tumba sob o Pico de Adão. Os
muçulmanos, mesmo os menos fanáticos, acreditam piamente (Carta de
M.A.D., cônsul da França na Abissínia de 12/1 / 1841).

Outras lendas do Oriente afirmam que Deus formou o corpo de Adão


colocou-o no éden e em seguida enviou sua alma, criada muitos anos
antes para animá-lo.

Ela representa Deus já que sua massa perecível é indigna da elevação do


seu ser.

Deus, que desta vez não quis usar a violência, ordenou ao seu Ministro
Gabriel que pegasse a flauta e tocasse uma ou duas músicas em volta do
corpo de Adão. Com o som, a alma começou a girar cadenciadamente em
volta dele e afinal num momento de delírio, entrou através dos pés que na
mesma hora se puseram em movimento. Desde então não lhe foi permitido
abandonar a sua nova moradia sem ordem expressa do criador.

Os judeus conservavam as santas Escrituras até a vinda do messias.


Depois elas foram alteradas com estranhos absurdos. O Talmud ficou
completamente desfigurado. Os tamuldistas com grande fantasia explicam
o modo como foram usadas as 12 horas do dia em que Adão foi criado.
Dizem que na primeira hora Deus juntou o pó com o qual ia fabricá-lo e fez
um embrião; na segunda, Adão ergueu-se sobre os pés; na quarta hora
Deus chamou-o e pediu que desse nome aos animais. Logo depois
perguntou: “E a mim, como me chamarás?” Adão respondeu: "Jeová
(sabeis quem sois)". A sétima hora foi empregada no casamento de Adão e
Eva. Na décima, Adão desobedeceu; na undécima, foi julgado e condenado
a sair do éden, e finalmente na duodécima, sentiu os cansaços e fadigas do
trabalho.

Deus, acrescentam os rabinos, tinha feito Adão tão grande que sua cabeça
alcançava o céu. Asseguram que a árvore da vida, plantada no paraíso
terrestre, era tão grande que seriam precisos quinhentos anos para se dar
uma volta em torno dela. 0 talhe de Adão seria proporcional a ela. Os
anjos, admirados, murmuravam e diziam ao Senhor que havia dois
soberanos: um no céu e outro na terra. Então Deus apoiou a mão sobre a
cabeça de Adão e reduziu-o a mil côvados de altura (quinhentos metros).

22
Também circulam entre os judeus algumas tradições maravilhosas. Vários
rabinos dizem que Deus fez Adão duplo e que separou os dois corpos com
uma machadada.

Todos os povos do Oriente cercam Adão com fábulas diferentes. Os persas


contam que Deus o colocou no quarto céu, permitindo-lhe comer de todos
os frutos, menos o trigo, que não podia digerir. Adão e Eva, seduzidos pelo
diabo, comeram-no e foram afastados pelo anjo Gabriel.

Os habitantes de Madagascar relatam a criação de uma maneira mais


rude. Dizem que Adão comeu o que estava proibido e que o diabo sedutor
correu até o céu para acusá-lo, sendo expulso em seguida. Mas ainda não
casado, porque depois de algum tempo apareceu um tumor em sua perna,
de onde tirou uma mulher, com a qual se casou (D'Herbelot, Biblioteca
Oriental).

Na América meridional acreditava-se que o fruto proibido era a banana, no


qual Adão descobriu o mistério da Redenção por causa de suas fibras em
forma de cruz. Os habitantes da ilha de São Vicente acreditam que o fruto
fatal é o tabaco.

Os rabinos cabalistas afirmam que Adão foi expulso do paraíso para o


inferno, de onde saiu pronunciando convenientemente a santíssima
palavra Laverererareri (Basagne, Hist dos Judeus, tomo 111). Asseguram
também que submergiu no rio Gehon até o nariz, penitenciando-se e
flagelando seu corpo com tão pouca compaixão que, quando saiu de lá,
estava com a pele perfurada como uma peneira. Viveu cento e trinta anos,
e na hora da morte viu-se cercado pelos seus filhos, cerca de quinze mil,
fora as mulheres (Peignot, Livro das Singularidades, pág. 57).

Alguns garantem que o anjo Raziel foi o preceptor de Adão, dando-lhe um


livro onde aprendeu todos os segredos da natureza, o poder de conversar
com o Sol e a Lua, de curar doenças, provocar tremores de terra,
interpretar os sonhos e predizer os acontecimentos. Com o tempo, esse
livro teria passado às mãos de Salomão, que com ele aprendeu a compor o
famoso talismã do seu anel.

ADARNEM ou ADARNETH - É o ouro-pigmento em termos alquímicos.

ADARRIS - Em hermetismo é a flor ou espuma salgada da água do mar.

ADDA-NARI - Isis para os hindus, ou simplesmente a natureza. Em sua


frente, está o signo da geração universal. É uma figura que nos revela as
bases de um sistema de governo, necessário na infância da civilização, e
que nos explica ao mesmo tempo por que os magos antigos recomendavam
o silêncio. À direita há um tigre deitado aos seus pés: é o homem pecador e

23
ignorante. À esquerda, um boi encapuzado: é o homem bom, o neófito, o
adepto. Isis permanece de pé entre o bem e o mal, entre a rebeldia e a
obediência. Tem quatro braços que representam os quatro elementos, cada
um deles colocado em mãos separadas. 0 fogo está representado por um
punhal; o ar, por um anel ou argola; a terra, por uma ramagem florida e a
água, por um vaso.

Uma fonte de leite começa na cabeça de Isis, passa em frente do boi e


circula sob as patas do tigre que não o vê. 0 leite da ciência não jorra para
o pecador, para o malvado. Se quiser bebê-lo será preciso abaixar a
cabeça, dobrar-se, e só assim poderá vê-lo e para o ver é preciso procurar.

Os dois braços de Isis, do lado do tigre, sustentam: uma espada e o fogo; o


outro, a argola e o ar. 0 ar é a tempestade.

0 malvado deve ser submetido pelo ferro e pelo fogo e usar a argola. As
tempestades condensam-se na Terra.

A natureza está oculta pela parte do malvado e deve ignorar tudo. Para ele
não pode haver piedade.

Isis traz um colar. Do lado do boi, este colar é formado por cabeças
humanas. Significa urna inteligência unida à outra, formando uma cadeia
divina. No lado do malvado, o colar se transforma em cadeias de ferro.
Significam prisão e escravidão, porque o mal é um tigre forte que ama o
sangue e a carnificina. E o boi é humilde, útil, e deve ser protegido contra
os avanços do outro.

0 tigre olha de soslaio para os instrumentos de rigor suspensos sobre sua


cabeça e permanece imóvel, zangado e inquieto.

Do lado do boi, a natureza aparece sem véus. Para ele, não existem
mistérios; para ele, os braços de Isis sustentam uma ramagem florida que
representa a abundância, onde a inteligência desabrocha: é a palma, o
cetro, a recompensa. 0 outro braço oferece o vaso para aplacar a sede do
boi e nutri-lo.

Uma serpente, com a cabeça voltada para o lado do boi, rodeia o pescoço
de Isis. É o manancial da vida, a eletricidade, o magnetismo, a luz e o
grande agente mágico.

Existem ainda três colares formando um triângulo: são os três mundos da


cabala.

Do lado do tigre aparecem nove elos; é o número do mistério. Do lado do


boi existem apenas cinco que é o número da inteligência. Duas serpentes

24
que se olham rodeiam o braço que segura a rama florida; é o símbolo do
equilíbrio da luz astral, o segredo da vida.

Tudo foi dado ao bom, até a própria pele do malvado que Isis usa do lado
do boi.

Toda a moral desta figura encontra-se resumida num só signo. A mão de


Isis que segura o ramo faz o sinal do esoterismo, recomendando silêncio.
Esoterismo é o que deve permanecer oculto. Exoterismo é o que pode ser
dito sem temor.

Tem os três primeiros dedos abertos, o que significa em quiromancia a


força, o poder e a fatalidade. Esconde o anular e o auricular, que
representam a ciência e a luz, respectivamente. Isto quer dizer aos bons e
aos adeptos para se reunirem. Assim terão força, poder e saberão
contradizer e dirigir a fatalidade. Mas escondem a luz da ciência dos
malvados e dos ignorantes.

ADDIXIT ou ADOIXERANT - Termo usado pelos augúrios para expressar


que os pássaros predisseram um acontecimento feliz.

ADEBESSI - É a tartaruga dos filósofos, ou melhor, a cortiça que encerra a


verdadeira matéria do mercúrio dos sábios. Interrogado sobre qual era a
matéria árida da arte, um autor respondeu: "É a tartaruga com o suco da
videira”. Um emblema filosófico mostra Basílio Valentino preparando uma
tartaruga com vinho.

ADECH - Os filósofos herméticos dão este nome à região do corpo


vulgarmente conhecida como virilha. Algumas vezes interpretasse como
sendo o extrato que se forma com as idéias comuns de coisas para imitá-
las nas obras de suas mãos.

ADELFRELFF Johann Albert - Célebre visionário, filho natural de um


pastor alemão. Aprendeu diversas línguas e ficou louco com o delírio das
visões. Dizia que sete anjos o haviam encarregado de ser o representante
de Deus na Terra para castigar os soberanos com varas de ferro.
Atribuíram-lhe uma série de prodígios, mas foi queimado em Koenisberg,
11 de outubro de 1636 como mago, herege e perturbador. Predisse que
ressuscitaria ao terceiro dia, como Jesus Cristo, mas ignora-se se o fez.

ADELITAS - Adivinhos espanhóis que se orgulhavam de prever o bem ou o


mal pelo vôo ou pelo canto dos pássaros.

ADELUNG Johann Christoph - Literato alemão que morreu em Dresde em


1806. Escreveu uma obra intitulada História das Loucuras Humanas, ou

25
biografia dos nigromantes mais célebres, alquimistas, adivinhos etc.,
dividida em sete partes (Leipzig, 1785-1789)

ADEPTO - Aquele que por meio do desenvolvimento espiritual conseguiu


os mais altos conhecimentos da filosofia hermética e, portanto os poderes
conseqüentes. Mestre em ciências ocultas.

ADEPTOS - Pessoas que se ocuparam durante muito tempo com os


segredos da filosofia hermética, principalmente os alquimistas, que
pretendem ter encontrado a pedra filosofal e o elixir da longa vida. Dizem
que sempre existem 11 adeptos neste mundo. E como o elixir os faz
imortais, quando um novo alquimista descobre o segredo da grande obra,
um dos 11 antigos dá-lhe o posto e passa para outro dos mundos
elementais.
ADES - Rei do inferno. Alguns poetas antigos usaram esta palavra para
designar o inferno.

ADHAB ALGAB - Purgatório dos muçulmanos, onde os maus são


atormentados pelos anjos negros Munkir e Nekir.

ADHEBE - 0 mesmo que Adhes.

ADHES - Espírito que conserva a vida e o movimento no corpo dos


animais. Os filósofos herméticos distinguem três partes no homem: a
alma, o espírito e o corpo. A alma imortal e espiritual é uma extensão da
alma divina, alimentada por Deus, segundo Hermes em seu Asclepius. 0
espírito, que é como o laço entre a alma e o corpo, alimenta-se através da
respiração, do que há de mais sutil na natureza e da quintessência dos
elementos. E, finalmente, o corpo denso e terrestre que se alimenta de
terra e água, elementos que o compõem.

ADHIKARI: 0 estado de ser espiritualmente competente; a condição de


estar preparado para levar adiante qualquer forma de cultura mística.
Palavra Sânscrita.

ADVAÍTA: Literalmente, Não-Dual. A doutrina vedanta da NãoDualidade,


que revela a natureza suprema do Ser como sendo Um, não dois, ou
muitos, isto é, nada existe separado do Ser (Atman), e ainda assim todas
as coisas são formas assumidas pelo Ser. Palavra sânscrita.

ADHIVASA - Na índia, onde a teologia alcançou um ponto elevado,


fabricam-se milhares de ídolos de barro, marfim ou metal, que chegam a
ser objetos de culto mediante os ofícios do brahman, que convida a
divindade para habitar a imagem. Esta cerimônia tem o nome de adhivasa,
que quer dizer encarnação, na qual se insufla no ídolo o prana, ou a vida,
o sopro, a alma.

26
Isto não é de se estranhar, porque segundo Arnobius (Adversus Gentes, VI,
16, 17) os gregos e os romanos viam no ídolo a própria divindade, que
através da consagração viera habitá-lo. Santo Agostinho nos diz, referindo-
se a Hermes Trismegisto, que os ídolos são os corpos dos deuses, cujo
espírito encarnou neles. Nisto se prova que o fetichismo e a idolatria
sempre foram cultos tão espirituais como quaisquer outros.

ADIBAT - Mercúrio dos filósofos herméticos.

ADITI - Segundo as tribos antigas da Índia é o símbolo da unidade que


abarca a inteligência, a força e a vida da criação. Aditi, por sua própria
simplicidade, é um dos nomes mais difíceis de se interpretar. Os textos
falam dele poucas vezes. Apenas um par de hinos em todo o Rig-Veda,
segundo os filósofos mais sábios. Mas o pouco que se diz é de alta
importância e revela uma grande e misteriosa divindade. Aditi pode ser
substantivo ou adjetivo.

0 filósofo Muir vê em Aditi a natureza inteira, mãe dos deuses e dos


homens, fonte, origem e matéria de todas as coisas celestes, divinas,
humanas, presentes e futuras. 0 hino descreve a criação quando os aditas
são dados à luz. Nos capítulos seguintes, depois de assinalada a união de
Aditi com Visnu, um dos aditas da época bramânica, conta todas as
passagens interessantes sobre esses filhos de Aditi, principalmente o que
se refere aos dois reis aliados Mitra e Varuna.

Segundo Max Muller, Aditi representa o que está além da aurora e que foi
elevado ao grau de símbolo do divino e do infinito. Para Gotama, Aditi é o
céu, a atmosfera, o pai e a mãe ao mesmo tempo; é todos os deuses e as
cinco raças; é tudo o que nasceu e nascerá. Aqui estão alguns trechos
traduzidos do Rig-Veda:

"Aditi, que tem como filhos estes reais (aditas), afaste os nossos inimigos."

"Oh! Divina Aditi, protetora segura e querida, venha com esses sábios
deuses (os aditas, seus filhos), esses protetores fiéis!"

"Que a sábia Aditi venha durante o dia em nosso socorro. Que estenda
sobre nós a sua benevolência e afaste os nossos inimigos."

Finalmente. Aditi é o conceito que serviu de base para a criação da lenda


bíblica que nos apresenta Adão e Eva como pais do gênero humano.

ADIVINHAÇÃO: ato de prever acontecimentos futuros pela luz da própria


alma; profecia. Tal é o sentido real do termo na alta iniciação. A
verdadeira adivinhação e a iluminação da nossa consciência pela Luz
Divina, na qual o presente e o futuro se confundem. O termo latino

27
divinatio de que provém indica a ação divina e se forma da raiz sânscrita
div, brilhar de que também se originam as palavras latinas Divus e Deus.
Adivinhar é, pois, manifestar a divindade que existe em cada um de nós.

ADMISIURAB - É a terra filosófica.

ADONAI - É um dos 72 nomes que os antigos magos davam ao autor da


criação, e especialmente evocavam este para certa operação.

ADRAMELECH Grande chanceler dos infernos, intendente do guarda-


roupa do soberano dos demônios e presidente do alto conselho dos diabos.
Era adorado na cidade assíria de Sepharvaim, onde se queimavam
crianças em seus altares. Os rabinos asseguram que ele se apresenta, em
forma de mula e outras vezes como um pavão.

ADRARAGI - Nome que os químicos antigos deram ao açafrão comum e


que os químicos herméticos dão à matéria de sua arte.

ADRIANO - Acreditava nos adivinhos, na astrologia judiciária, e estando


certa vez à frente de uma legião auxiliar em Mesia, um adivinho lhe disse
que um dia seria imperador. Efetivamente, Trajano, que era seu tutor,
adotou-o e acabou reinando. Na Escócia, atribui-lhe a construção da
muralha do diabo. Fulgose, admirador da astrologia, diz que o imperador
Adriano era um astrólogo muito habilidoso, escrevendo, todos os anos, no
primeiro dia do primeiro mês, tudo o que ia acontecer no novo ano. No
começo do ano em que morreu, somente escreveu até o mês de sua morte,
dando a entender, com o silêncio, que conhecia o ponto final de sua vida.

ADROP - Nome que os filósofos herméticos deram à matéria empregada na


grande obra. Guido de Monte escreveu um tratado intitulado De
Philosophie Adrop.

ADSAMAR - Alguns alquimistas empregam este termo para designar a


urina.

ADULPHUR - Cinza ou areia.

ADUMA - A pedra dos filósofos tomada vermelha antes de se transformar


em elixir.

ADVERSOS (dias) - Eis aqui o que diz a tradição sobre os dias adversos: o
primeiro dia (da Lua) não será favorável para os que adoeçam nele, mas
conseguirão se curar se a doença for de grande duração. Adão foi criado
neste dia. Por isso, ele é adverso para os que cometerem o mesmo pecado
que causou sua expulsão do paraíso. 0 segundo dia (de Marte) é o da
criação de Eva. É um dia aziago para todos os mortais e para todas as

28
tentações. Os ladrões que furtarem neste dia serão logo descobertos, e não
se deve dar crédito às coisas sonhadas durante as primeiras horas. No
terceiro dia Eva deu à luz a Caim, que sacrificou seu irmão por causa da
inveja. É o dia de Mercúrio, e não se deve empreender nada com fins de
prosperidade. 0 doente passará momentos terríveis, sendo um dos dias
mais funestos. 0 quarto dia, no qual Abel nasceu não tem nada de
adverso. Mas os que ficarem doentes sofrerão durante muito tempo de
males perigosos e os sonhos maus se realizarão, correspondendo este dia a
Júpiter. 0 quinto dia é o de Lameth, com o domínio de Vênus no
firmamento. É mau somente para aqueles que cometam más ações. 0
sexto dia é desfavorável (Saturno) para os viciados e para os que só
buscam os prazeres da carne. No sétimo (Sol), quando Abel foi
assassinado, a adversidade será para os assassinos e para os que
procuram atormentar o próximo. 0 oitavo dia é desfavorável para os
doentes. Matusalém nasceu nele e nunca ficou doente. Na impossibilidade
de seguir detalhadamente os dias de cada lunação, diremos que são
funestos 11, 12, 13 e 17 (dia da destruição de Sodoma e Gomorra), 18, 19
(quando nasceu Faraó), 22 (para os negócios), 26 (por causa da morte de
Saul e Jônatas), e 29 (por ser o dia de nascimento de Herodes).

AÉCIO DE AMIDA - Médico grego que viveu nos fins do século 5. Escreveu
o livro Tetrabibios, que é uma compilação dos melhores trechos dos
médicos antigos mais famosos.

AÉLITA - Dizem que esta pedra, encontrada nos ninhos das águias,
facilita o parto, quando as mulheres, durante a gravidez, a usam colada na
coxa.

AERIANOS - Seita herética do século 4 que negava a diferença entre um


sacerdote e um bispo qualquer, condenando, além disso, o jejum, as festas
e as cerimônias da Igreja. Diziam também que a oração pelos defuntos era
mais prejudicial do que útil.

AEROLITO - Denominam-se assim as pedras que procedem das partes


superiores da atmosfera e que caem sobre a terra com um
acompanhamento constante de meteoros luminosos. Caem com grande
estrépito e, neste caso, tomam o nome de bólidos. Alguns sábios, entre eles
o ilustre Laplace, afirmavam que essas pedras eram lançadas pelos
vulcões da Lua. Outros, com melhor razão, diziam que eram pequenos
corpos planetários, atraídos pela Terra quando a força desta é maior do
que os. seus movimentos. De vez em quando se encontram em diversos
lugares da superfície da Terra, massas ferruginosas de uma natureza
especial e com peso excessivo. São aerólitos evidentemente. A queda
dessas pedras desde a alta abóbada celeste era conhecida na antiguidade,
sendo crença geral entre os adeptos e magos que essas pedras portavam
novos germes que de viam agregar-se à vida terrestre.

29
AEROMANCIA - Adivinhação pelos fenômenos aéreos. É um ramo da
astrologia, e a teratoscopia é uma divisão desta ciência. Os presságios são
deduzidos a partir da interpretação dos espectros que aparecem nas
nuvens. Francisco de La Torre-Blanca diz em seu Epit. Deliet sive de Magia
(liv. I. cap. 20), post. Pictorium et Psellum, que a aeromancia é a arte de
predizer, fazendo aparecer espectros no ar ou representando, valendo-se
de demônios, os acontecimentos futuros numa nuvem como se fosse uma
lanterna mágica.

AEROSSOMO – Corpo invisível e intangível que envolve nosso corpo físico


e forma uma espécie de atmosfera ao redor de nós. É neologismo formado
do grego aer, ar e o soma, corpo. Paracelso denomina-o corpo astral. É o
enormon de Hipócrates e o perispírito dos espíritas.

AÊSON - Pai de Jasão, que segundo a fábula foi rejuvenescido por Medéia
depois de tê-lo cortado em pedacinhos e cozinhado num caldeirão.
Segundo os alquimistas, isto significa que a matéria da grande obra parece
morrer no vaso pela putrefação e depois revive, por assim dizer,
rejuvenesce, convertendo-se em pó branco e logo em seguida no vermelho.
Isto é o que se diz em todos os livros dos verdadeiros filósofos.

AESPRARA - Incineração da carne ou da substância do corpo dos


animais.

AÊVOLI César - Autor de um livro de pouca importância, intitulado:


Opuscula de Divinis Attributis et de Modo et Potestate Quam Daemonos
Habent Intelligendi et Passiones Animi Excitandi. Opúsculo sobre os
atributos divinos e o poder que foi dado aos demônios para conhecerem as
coisas secretas e tentarem os homens (Veneza, 1589).

AFABILIDADE (Fisionomia) - Caráter complacente, natureza cortês,


elegância e facilidade de palavra. (Caracteres) - Pescoço comprido e fino
testemunha o indivíduo amável. Ao contrário, toda pessoa de pescoço
curto não tem graça nem modos afáveis. A afabilidade é o desejo de
mostrar-se simpático com o fim de conseguir ser correspondido com
sentimento igual por nossos semelhantes. As pessoas grosseiras e
independentes possuem pescoço curto, e, por isso, acham dificuldade para
inclinar a cabeça e se tornarem agradáveis, enquanto que os de caráter
oposto têm pescoço longo, mais apto às reverências (Pbyesiognomy
Illustred, de Simmis).

AFETIVIDADE - Os frenólogos situam o órgão correspondente na região


dos sentimentos. Para a cabala, esta qualidade pertence ao mundo
material, ou seja, ao mundo dos instintos, representado pela
aquisitividade, secretividade, combatividade, instintos maus, mas úteis na

30
luta e compensados pela afetividade, habitabilidade, filogenitura e
amabilidade, qualidades que constituem a força ativa dos seres humanos.

AFFEMQUE ou AFFEMCUM - Johnson diz que os alquimistas dão este


nome à alma das coisas.

AFFRODINA - Nome corrompido pelos químicos, de Afrodite, aplicado a


Vênus e ao cobre.

AFFROP - Nome que os filósofos espagíricos dão à matéria da grande obra.

AFIRMAÇÃO – Nos tratamentos mentais, as afirmações são sugestões


destinadas a modificar o estado mental do indivíduo e, por intermédio
deste o estado físico. A importância das afirmações ficou cabalmente
demonstrada na moderna psicologia, porém seria muito longo expor aqui
os motivos do valor delas. Todavia podemos dizer que toda Magia repousa
no poder do Verbo e da Afirmação, e todas as palavras mágicas perdem o
valor se não forem pronunciadas com compreensão de valor e com fé. A fé
dá poder à palavra e põe em movimento as forças indicadas pelo sentido
que ela tem.

AGABERTA - Diz Torquemada que alguns autores mencionam uma


mulher chamada Agaberta, filha de um gigante denominado Vagnoste, que
vivia nos países setentrionais e que era famosa feiticeira. Quase nunca
aparecia em sua forma natural. Às vezes, aparecia como uma velhinha
doente e enrugada; em outras ocasiões, apresentava-se tão alta que
parecia tocar as nuvens. Tomava a forma que desejasse com a maior
facilidade, como a famosa Uganda, a desconhecida, fruto da imaginação de
alguns autores. Muitos acreditavam que Agaberta podia obscurecer o Sol,
a Lua e as estrelas. Podia aplainar os montes, derrubar montanhas,
arrancar árvores, secar rios e fazer outras coisas semelhantes com tanta
facilidade que parecia ter sob sua vontade todos os diabos (Exameron, de
Torquemada).

AGAMENON - Personagem célebre que os cabalistas, particularmente


Ptolomeu, apresentam como protótipo da influência que o Sol exerce sobre
o homem. Segundo este conceito, a influência solar dá aos seres humanos
a beleza, uma alma grande, nobre e generosa majestade no porte e
elegância inata.

ÁGAPE - Do grego “Agapae” e do verbo “agapao”, que significa o amor que


já incorpora renúncia. Usada também para designar uma refeição, um
encontro de confraternização e também o amor entre familiares.

31
AGAR - Nome dado à cal dos filósofos pelos alquimistas, e à cal comum
por alguns sectários antigos da química vulgar. Também foi conhecida
como Algit e Algerit.

AGARES - Grão-duque da comarca oriental dos infernos. É representado


cavalgando um crocodilo e levando um gavião em uma das mãos. Persegue
os fugitivos do partido que protege e põe o inimigo em desordem. Este
chefe dos demônios é da categoria das virtudes e comanda 31 legiões.

AGÁRICO - (Polyporus officinallis) Gênero de fungos que nascem nos


troncos das árvores. É vermífugo, expectorante e emenagogo. Além disso, é
um purgante que produz cólicas muito violentas. Desconhecemos suas
propriedades mágicas. É quente, entre seco e úmido. Planeta: Lua.

ÁGATA - Pedra preciosa à qual os antigos atribuíam qualidades de


fortalecer o coração, preservar a peste, e curar picaduras de cobras e
escorpiões.

AGATHION - Demônio familiar, que só se apresenta ao meio-dia. Aparece


em forma de homem ou de besta, e às vezes deixa-se prender num talismã,
numa garrafa ou em um anel mágico.

AGAMODEMON - Bom demônio, adorado pelos egípcios sob a forma de


uma serpente com cabeça humana. Os dragões ou serpentes aladas, que
os antigos veneravam, chamavam-se agatodemônios, ou bons gênios.

AGEIL - É uma erva que assim era chamada em caldeu. Em grego, orum e
em português, cinoglossa. Segundo os magos, possui as seguintes
virtudes: colocada num determinado lugar juntamente com o coração e o
ventre de uma rã nova, todos os cachorros das proximidades se ajuntarão.
Colocada sob o polegar do pé esquerdo, impede o ladrar dos cães.
Amarrada ao pescoço de um cachorro, este começará a dar voltas sobre si
mesmo até desmaiar.

AGENERE (do grego a, privativo, e géno, génomai, gerar; o que não foi
gerado) - Variação da aparição tangível. Estado de certos espíritos que
podem revestir-se momentaneamente das formas de uma pessoa viva, a
ponto de causar completa ilusão (Allan Kardec, Livro dos Médiuns,
Vocabulário Espírita).

AGENTE - A alquimia reconhece vários agentes na operação da obra, dois


em potência e dois atuais, que põem em ação os que não eram agentes
originariamente.
Os dois agentes atuais são: o fogo celeste e o fogo central que preparam a
matéria ao artista. Depois da preparação da pedra, feita pelo artista, estes
dois agentes se reduzem a um só, que e o fogo filosófico. Os dois agentes

32
em potência produzem o enxofre e o fogo ígneo da matéria, que, para se
converterem em agentes atuais, só precisam ser excitados pelo fogo
filosófico. Existe ainda outro agente sobre o qual quase todos os filósofos
guardaram silêncio, e até desprezaram: é o fogo elemental, do qual nunca
falam nada, a não ser algumas citações enigmáticas, para desorientar e
torturar os que querem empreender a grande obra. Depois de conhecida a
matéria, todo o segredo está na administração e no regime deste fogo. 0
agente interno dos alquimistas é o fogo ígneo da matéria, que, ao ser
excitado pelo externo, digere, cozinha e apodrece aquela matéria de uma
maneira muito melhor que o fogo elemental. Este agente é o segredo da
arte, e, para obtê-lo, é preciso tratá-lo como Thetis com Aquiles. Gontanus,
um dos escritores modernos sobre esta arte, diz que ele é mineral igual,
contínuo, que não produz vapor algum se não for excitado em demasia,
que participa do enxofre, que não é de modo algum tirado da matéria, que
dissolve, calcina e coagula. Obtém-se pelo trabalho e pela arte, e não custa
muito, se é que custa alguma coisa.

AGLA - Palavra cabalística formada pelas iniciais das quatro vogais em


hebreu: athe, gibor, leolam, adonai, que significa poderoso e eterno sois oh
Senhor.

AGLA-AGLA - A cabala nos ensina que pronunciando esta palavra dupla,


voltados para o oriente, não só se descobrem os objetos perdidos como se
pressente o que está acontecendo longe. Para pronunciá-la, é preciso
concentrar-se numa espécie de pentáculo feito na terra com uma varinha
de madeira nova e virgem.

AGLAOPHOTIS - Erva que cresce nos mármores da Arábia e usada pelos


magos na evocação dos demônios. Depois empregavam a anancitida e a
sirroquita, substâncias que retinham os demônios evocados, pelo tempo
que se quisesse.

AGNAN - Demônio que atormentava os americanos com aparições e


maldades. Aparecia especialmente no Brasil, entre os tupinambás, sob
todas as formas. Quem quisesse vê-lo poderia encontrá-lo em todas as
partes (Wierus, De Prestig, liv. 1, cap. 22. Thebe, Obs. sur l'Amérique, cap.
35).

AGNOCASTO (Agnus castus) - Paracelso chamou esta planta de zatanea e


empregava a infusão de suas sementes para curar "os ardores da carne".
Suas propriedades anafrodisíacas já eram conhecidas pelos atenienses que
a colocavam na cama, quando queriam manter a continência. Planeta:
Saturno, Signo zodiacal: Câncer.

AGNOCIDES - Moça ateniense que estudou medicina disfarçada de rapaz,


no século 3 a.C. Como só assistia aos partos, foi acusada ante o Areópago

33
de corromper as mulheres. Quando descobriu seu sexo diante dos juízes
foi perdoada, e a partir de então as mulheres puderam exercer esta
profissão.

AGOUREIROS ou ÁUGURES - Ministros religiosos entre os romanos, que


previam o futuro pelo vôo e pelo canto dos pássaros.

AGOURO - AUSPICIO - É o prognóstico, profecia ou presságio que os


antigos faziam, valendo-se de certos sinais observados nas aves, que
indicavam a vontade dos deuses. Para efetuar o agouro, o sacerdote se
revestia com um traje de púrpura e assentava-se num lugar elevado,
chamado arx. Voltava-se para o oriente e designava com o bastão augural
certa parte do céu que recebia o nome de templo. Então, o sacerdote
observava detidamente as aves que apareciam naquela parte, de que
maneira voavam, cantavam, e até que ponto do templo elas voavam. Os
sinais observados a partir do lado esquerdo eram considerados como
venturosos; e de mau agouro, os do lado direito. As aves examinadas
recebiam o nome de prapetes e oscinas; as primeiras conforme o vôo, e as
outras de acordo com o canto. Quando os auspícios eram favoráveis
recebiam o nome de addicere, addmitere, e se eram sinistros, refragari. 0
augúrio procedia dos hebreus, apesar de ter sido proibido pelo
Deuteronômio e pelo Levítico.

AGRAFENA-SHIGANSKAIA - Célebre feiticeira, da costa nordeste da


Sibéria, que segundo supersticiosos da região, se apodera das doentes
atacadas pelo mirak: uma espécie de excitação nervosa, causada pela falta
de alimento vegetal.

AGREDA Maria de - Superiora de um convento, que teve algumas visões


nas quais lhe foi revelada a história que escreveu sobre a Santíssima
Virgem. Seu livro, A Cidade Mística de Deus, foi condenado em 1696, por
causa das extravagâncias que continha. Mas, em 1729, a Congregação do
Índice de Roma permitiu a sua liberação. Nasceu em Agreda (Soria) em
1602, e morreu em maio de 1665.

AGRÍCOLA Johann - Um dos principais partidários de Lutero, que nasceu


em Eisleben, condado de Mansfeld, em 1492, e morreu em 1566. Dizia que
a lei de Moisés era inútil para a salvação. Daí provém a seita dos
antinomeus, quer dizer, adversários da lei.

AGRIMONIA (Acrimônia eupatoria) Fria e seca. É vermífuga. Suas folhas


são adstringentes e curam as anginas nefrites e a debilidade da bexiga. Em
forma de loção, é muito boa para as cataratas, luxações e feridas. Eficaz
nas mordeduras de serpentes. Botânica Oculta as suas folhas, colocadas;
na cabeça de uma pessoa que está dormindo, impedem o seu despertar.

34
AGRIPA Enrique Cornélio - Médico célebre, mago e alquimista, que viveu
nos fins do século 15. Nasceu em Colônia (1436) e foi autor de várias obras
de magia, escritas em latim. Pierre D'Alban traduziu-as para o francês.
Entre elas, merece citação especial da filosofia Oculta (Haya, 1727), na
qual, como San Martin, se ocupa do valor e da significação dos números.
Com relação ao um, por exemplo, ele diz o seguinte:
0 número não passa de uma repetição da unidade. 0 um é o princípio de
todas as coisas, e todas elas vão até ele, e, depois dele, a nada. Tudo que
existe requer o um, porque tudo veio do um. Para que todas as coisas
sejam as mesmas, é preciso que participem do um. Assim, é preciso que
tudo o que quiser voltar a um abandone a multidão. Um refere-se a Deus
que, sendo um e numeroso, cria quantidade de coisas e as contém em si.
Existe, pois um Deus, um mundo que é de Deus, um sol para um mundo,
um fênix no mundo, um rei entre as abelhas, um chefe dos rebanhos e um
comandante nos exércitos. Existe um elemento que excede e penetra em
tudo, que é o fogo; existe uma coisa criada por Deus que é objeto de
admiração geral e que está nos céus e na terra: a alma vegetal e mineral
que se encontra em todas as partes que ninguém conhece e nem chama
pelo nome, mas que está oculta sob cifras, figuras e enigmas, e sem a qual
nem a alquimia nem a magia natural poderiam alcançar êxito". Agrippa
mereceu o sobrenome de Trismegisto, como Hermes. 0 imenso talento que
possuía foi a causa de sua perdição. Acusado de bruxaria, teve que fugir
diversas vezes do furor da multidão ignorante que lhe atribuía uma
infinidade de absurdos.
Conta-se que, enquanto ensinava em Louvain, um dos seus alunos, ao ler
um livro de conjuros, foi possuído pelo demônio. 0 mestre, temendo que
lhe atribuíssem a morte do rapaz, ordenou ao espírito maligno que
penetrasse novamente no corpo do jovem e desse umas sete ou oito voltas
com ele na praça pública antes de abandoná-lo. 0 demônio obedeceu, e,
pouco depois, o rapaz caiu sem vida no meio da multidão. Agrippa era
muito destro. Apesar de suas mãos gotosas e retorcidas, apoderou-se de
muitos tesouros. Morreu em Grenoble (1535), detestado e olhado como
bruxo maldito.

ÁGUA - É o quarto elemento. 0 que, segundo as ciências ocultas, está mais


perto da terra e por isso o mais úmido e espesso. Como o calor,
representado por Apolo, o culto da água foi representado por Dionísio,
sendo os dois considerados como o grande princípio de vida e de animação
da natureza. Princípio que supunham ser dotado de inteligência ao
extremo de fazerem dele um deus, cuja influência benfeitora penetrava em
todas as criaturas e se deixava sentir em todo o mundo.
A vasilha de água, a partir do momento em que o homem pré-histórico viu
que o líquido fervia sob a ação do fogo, converteu-se em objeto religioso e
náutico. Fez-se dela um móvel de preferência, colocando-a em um tripé
para receber comodamente o calor da fogueira, e chegou a ter uma
importância decisiva nos oráculos e no governo dos povos.

35
AGUAPA - Arvore das índias Orientais, cuja sombra dizem ser venenosa.
Quem descansa sob ela fica inchado, e os habitantes atribuem esse efeito
cruel ao diabo.

AGUERRE - No tempo de Henrique IV, um velho de 73 anos foi condenado


à morte por feitiçaria. Chamava-se Pedro D'Aguerre. Suas netas, Maria e
Joana, assim como outras jovens, declararam tê-lo visto, na missa negra,
em forma de diabo. Outras testemunhas afirmaram que Aguerre, nas
assembléias aos sábados, desempenhava as funções de mestre de
cerimônias, recebendo um bastão dourado das mãos do demônio.

ÁGUIA - Pela sua força, valor e por sua majestade, a águia é considerada o
rei dos pássaros. Entre todos os povos e em todas as épocas ela foi o
símbolo do poder. Os antigos viam nela o mensageiro de Júpiter. Os
persas, os romanos, os austríacos e os franceses, especialmente Napoleão,
adotaram-na em suas insígnias militares. Também é um dos animais
simbólicos da santa cabala que recomenda ao verdadeiro mago ter a
perspicácia e visão de uma águia. Os caldeus chamavam-na de voraz, e os
gregos, de rimbicus.

Evax e Aarão disseram que ela tem propriedades e virtudes admiráveis.


Quando, por exemplo, se reduz a pó o seu cérebro e se mistura com mel,
aquele- que comer a mistura arrancará os cabelos incessantemente até
obter uma total depilação do corpo. Quando esmagados e colocados em
infusão num vinho generoso infundem coragem a quem o beber.

Os filósofos herméticos deram o nome de águia ao mercúrio depois de


sublimado. Chamaram-no assim, primeiro, por causa de sua
volatibilidade, e segundo, porque, como a águia devora os outros pássaros,
também o mercúrio dos sábios destrói devora e reduz o ouro à sua matéria
primeira.

Cada sublimação, segundo Philalethe, é uma águia. E mesmo que sete


sublimações sejam suficientes, pode-se chegar até dez. Assim, quando
dizem para combater o leão, não devemos entender - diz o mesmo autor -
que seja necessário pôr sete partes de mercúrio contra um leão, mas o
nosso mercúrio sublimado e volatilizado sete vezes. Quanto mais águias
existirem contra o leão - diz Basílio Valentim -, menos durará o combate.
Atormentem o leão - diz o autor - até que ele perca a esperança de vencer.
Façam tantas águias até que chorem e recolham suas lágrimas, o sangue
do leão, e juntem tudo no vaso filosófico. Todo o passado significa a
dissolução da matéria e a sua volatilização.

A águia era um pássaro consagrado a Júpiter, pela propriedade que o


mercúrio dos sábios tem para volatilizar-se e apoderar-se dos sólidos, na

36
época em que o Júpiter dos filósofos, ou a cor cinza, sucede a Saturno ou
a cor negra. A águia que Júpiter mandou para devorar as entranhas de
Prometeu não significa outra coisa senão a ação do volátil sobre a
substância fixa chamada pelos alquimistas mineral de fogo celeste. Eis aí
por que se imaginou que Prometeu teria roubado o fogo do céu e que, para
castigá-lo, Júpiter amarrou-o a uma pedra, chamada a pedra fixa dos
sábios, e que suas entranhas - a parte mais quente do homem - eram
devoradas continuamente por uma águia. Alguns dizem abutre, o que dá
na mesma. Por esta razão, a águia era chamada filha de Typhon e de
Echidna, ou melhor, da putrefação da matéria (Vide as Fábulas Egípcias e
Gregas Decifradas, livro 5 cap. 17).

AGUIA DEVORANDO 0 LEÃO - Expressão hermética que expressa a


volatilização da substância fixa pela volátil, ou do enxofre pelo mercúrio
dos sábios.

ÁGUIA. EXTENSA - Sal amoníaco sublimado na química vulgar, e


volatilização da matéria no sentido hermético.

ÁGUIA VOLANTE - Mercúrio dos filósofos.

AHRIMAN - É uma divindade da teologia mazdana que representa o


espírito do mal, assim como o satanás da legenda bíblica. Mesmo sendo
um gênio do mal, Ahriman não deixa de ser uma divindade,
compartilhando com Orzmud o império universal. 0 nome primitivo de
Ahriman, em zenda é Aghro-Maynins.

AHURA-MAZDA - É o deus da luz e do bem que sustenta uma luta eterna


com o princípio do mal na religião primitiva dos egípcios. Osíris é então
um deus de luz, como Ahura-Mazda, também lutando contra os maus e
contra a escuridão todas as noites. Este mito egípcio é uma das muitas
formas em que se representou a luta entre o bem e o mal, a ordem e a
desordem, a luz e as trevas. Ahura-Mazda é o inimigo mortal de Arimanes
na luta tão celebrada por Firdusi no Shahnamck.

AHUSAL - É o enxofre dos filósofos e não o vulgar como foi interpretado


pelos químicos, que também o chamaram de aidbot e ak-bimist.

AIJA - É o deus do raio entre os lapões, assim como Tiermes é o deus do


céu. Aija, segundo a lenda é um ser vivo que se move constantemente
pelos ares, prestando a maior atenção às palavras dos homens, sempre
disposto a lançar um raio contra quem fale mal dele. Para os exegetas, Aija
é apenas uma forma de designar o ar animado, a personificação da
atmosfera onde o raio é gerado.

37
AIN SOPH - Em cabala é o ancião dos dias ou a causa primeira, o
absoluto. De Ain Soph emanam os sephirot.

AIRAZT - Alguns químicos deram este nome a Saturno, mas é preciso


entender o Saturno dos filósofos herméticos.

AISHA - Faculdade volitiva do homem. Adão universal, Aisha,


materializado em seu máximo grau, tem como resultado Heva (Eva), a
existência elementar (Papus e Chaboseau, Petit Glossaire).

AITHER - Termo egípcio que significa literalmente abismo do céu. É o


nome do fluido primitivo, o princípio criador de todas as coisas, pai de
todas as divindades.

AITHER PRIMORDIAL - Para os iniciados egípcios é o fluido universal e o


único poder. ou força: o que ilumina, trabalha, transporta, gera, faz
vegetar, aglomera, reúne e sintetiza as moléculas, enfim, o que fez tudo o
que existe e o que tudo faz. Sem ele, nada existiria; com ele, tudo pode ser
produzido. Este fluido que está em toda parte, que é o grande motor, a
alma dos mundos, é invisível para a maioria dos mortais, é imponderável e
está dotado de uma força incalculável. Se os homens soubessem
armazená-lo, transmiti-lo e dirigi-lo, poderia moer sem grão, amassar sem
farinha, cozinhar sem pão e manter a vida planetária. Este fluido ilumina
os mundos. Os sóis são sua emanação e, em medicina, é o remédio
universal. Aqui está uma definição puramente filosófica: “As castas
populares são obrigadas a usar ervas e simples minerais para curar os
males que afligem seus corpos”. E todos esses remédios devem estar
acompanhados de encantamentos grosseiros, sem o que não acreditariam
tratados com seriedade.
Nas castas superiores, a simples imposição das mãos de um mago basta
para curar todas as doenças, porque todas elas vêm de uma só causa: o
nascimento do animálculo (micróbios modernos), germes emitidos pelos
fluidos secundários, igualmente nocivos.
“A única projeção do fluido universal, aither, basta para aniquilá-los em
todos os corpos que existem e curar todos os males” (Isis Devoilés, Ernest
Bosc).

AITMAD - É o antimônio vulgar segundo os químicos e o antimônio de


Saturno ou filosófico, quando se toma a palavra no sentido hermético (Vide
o livro de Arteplius).

AIWASS: 0 mensageiro de certa Inteligência desconhecida e extraterrestre


que comunicou 0 Livro da Lei a Crowley, no Cairo, em 1904. 0 número de
Aiwass é 418, que é também o de Abrahadabra, a fórmula da Grande
Obra.

38
AIWAZ: Uma forma variante de Aiwass. 0 soletrar diferente soma 93 como
o número de Aiwaz e, portanto, mostra uma fórmula ligeiramente
diferente. Ver Agapé, Thelema, etc.

AIZOL - Johnson dá este nome à sempre-viva, em seu tratado de Lue


Hungarica, pg. 100.

AKASA - Palavra sânscrita que designa no esoterismo búdico a


eletricidade orgânica dos astros e dos seres, que evolucionavam em sua
superfície (Papus e Chaboseau, Petit Glossaire).

AKIBA - Rabino do século 19, que de simples pastor apaixonado por uma
jovem chegou a ser um sábio afamado. Os judeus dizem que ele foi
educado pelos espíritos elementais, que sabia conjurar, e que teve nos
seus melhores dias cerca de 80 mil alunos... Acredita-se que seja o autor
do Jetzira, ou livro da criação, atribuído por uns a Abraão e por outros ao
próprio Adão.

AKMIN - Cidade da Tebaida, famosa por ser a residência dos magos mais
notáveis. Pablo Lucas cita em sua segunda viagem (Livro V, t. 11) a
maravilhosa serpente de Akmin, que os muçulmanos veneravam como
sendo um anjo e que os cristãos acreditavam ser o demônio Asmodeu.

AL: Literalmente "0 Supremo "0 Poderoso", ou ainda “Deus”. É o título


técnico de Liber AL vel Legis (0 Livro da Lei) que foi entregue a Crowley por
Aiwaz em 1904. (Hebraico)

ALABARI ou AIRAZAT - Chumbo dos filósofos herméticos chamado de


coração de Saturno. É a matéria da arte que se tira da estirpe de Saturno.

ALABASTRO - Cal sulfatada compacta e reluzente. Os magos


consideravam-na como uma pedra que servia para romper as relações dos
amantes. Os antigos orientais transformavam-na em pó e faziam
ungüentos para perfumar as casas e embalsamar os mortos.

ALACAB - Sal amoníaco dos filósofos herméticos, que os químicos vulgares


chamavam sal de amoníaco.

ALAFAR - 0 vaso filosófico e não o de vidro, que contém a matéria da obra.

ALAFARANGI - Ação de lavar e purificar o chumbo calcinado


(Planiscampi).

ALAIN DE L’ISLE (Insulensis) - Religioso Bernardo, bispo de Auxerre, no


século 12, autor de Explicação das Profecias de Merlin. Escreveu esta obra
em 1170, devido à importância que se deu naquela época a tais profecias.

39
Outro Alain, ou Alanus, que viveu no mesmo século, deixou para os
alquimistas um livro intitulado Dicta de Lapide Philosophico.

ALARTA - Cobre calcinado.

ALASTOR - Demônio severo, executor supremo das sentenças do monarca


infernal. Desempenha as funções de Nemesis. Zoroastro o denomina o
Verdugo. Orígenes diz que é o mesmo Azael; outros o confundem com o
anjo exterminador. Os antigos chamavam alastores aos gênios maléficos, e
Plutarco disse que Cícero, por ódio contra Augusto, teve o projeto de se
suicidar perto da casa deste príncipe, a fim de se converter em seu alastor.

ALASTROB - Vide Alabari.

ALATAUS - Nome dado por alguns ao litargírio. (Johnson).

ALATRON - Espuma do nitro.

ALAURAT - Nitro dos filósofos e não o salitre ordinário com o qual os


químicos trabalham.

ALAZE - Enxofre vivo ou ambrosiano, avermelhado e transparente,


parecido com o outro pigmento fixo. Alguns químicos, pouco entendidos no
verdadeiro sentido dos autores herméticos, particularmente de Geber,
tomaram este enxofre pelo dos filósofos, o que não é outra coisa senão a
sua matéria com a cor de enxofre ambrosiano, por meio do cozimento
filosófico.

ALBACHEST ou ALBATHEST - Nome que alguns químicos deram à


matéria da pedra purificada de suas partes heterogêneas. Depois da
putrefação, é de cor branca.

ALBANDO - Ferro esbranquiçado pelo calor.

ALBANUM - Sal de urina.

ALBAR AERIS - Terra folhosa dos filósofos, ou latão branqueado, a lua, a


Diana desnuda, enfim, a matéria tomada branca.

ALBARAS - Arsênico.

ALBERICK - Cobre purificado e branqueado por operações químicas.

ALBERTO de Saint Jacques - Monge do século 18 que publicou um livro


intitulado Lumière aux Vivants par L'Expérience des Moris, onde estão
narradas diversas aparições de almas do purgatório.

40
ALBERTO, o Grande - Conhecido ainda com os seguintes nomes: Alberto,
o Teutônico, Alberto de Colônia, Alberto de Ratisbona, e Alberto Grottes,
sendo Alberto de Groto o seu nome verdadeiro. Nasceu na Suábia em
1205. Muito tapado e ignorante durante a infância, foi, na idade madura,
um dos maiores sábios de sua época e mestre de Santo Tomás de Aquino.
A transformação, segundo dizem, foi por causa de uma visão que teve da
Virgem.

Na velhice, voltou à antiga ignorância como para mostrar que a sua


sabedoria anterior tinha sido mesmo um milagre. Foi bispo de Ratisbona e
morreu em odor de santidade, em Colônia, com a idade de 84 anos. Suas
obras, que não foram publicadas até o ano de 1651, formam 21 volumes.
Folheando-os descobre-se o sábio cristão que não acredita em sonhos nem
feitiçarias. Ao contrário, diz que todos esses contos de demônios que
volteiam nos ares, através dos quais se pretende saber o futuro, são
absurdos, que uma razão sã nunca admitirá. Mayer diz que ele aprendeu o
segredo da pedra filosofal com os dominicanos e o ensinou ao seu
discípulo Santo Tomás de Aquino. Possuía uma pedra, onde estava
gravada a figura de uma serpente. Colocando-a no lugar onde elas
existissem, tinha a virtude de atraí-Ias e encantá-las. Durante 30 anos,
empregou toda a sua ciência para fabricar metais escolhidos sob a
influência dos astros. Fabricou um autômato dotado de palavra que lhe
servia de oráculo e respondia a todas as questões propostas. Mais tarde foi
destruído por Santo Tomás, acreditando que fosse uma obra do demônio
ou de um agente seu. Vaucauson demonstrou que se tratava apenas de
um aparato mecânico. Uma das mais célebres feitiçarias de Alberto, o
Grande, foi feita em Colônia por ocasião de um banquete oferecido por
Guilherme 11, conde da Holanda e rei dos romanos. Sendo pleno inverno,
a sala encheu-se de repente de flores, como se fosse primavera,
desaparecendo tudo logo depois do festim.

Também é atribuído a ele um livro intitulado Os Admiráveis Segredos de


Alberto, o Grande, que tem vários tratados sobre a virtude das ervas, das
pedras, dos animais etc., seguido de um compêndio muito curioso sobre
fisiognomonia e diversas receitas contra a peste, as febres malignas, os
venenos e a infecção do ar. 0 livro I trata da influência dós planetas no
nascimento das crianças, nos cabelos da mulher, nas menstruações, e da
maneira de conhecer o sexo do feto, de descobrir o veneno que as velhas
têm nos olhos, e outras coisas que acabam se tornando absurdas e
ridículas.

No II, trata da virtude de certas pedras e animais raros, das maravilhas do


mundo, dos astros e dos planetas. No III, expõem idéias originais sobre a
urina, segredos para abrandar o ferro, para manejar os metais, para
dourar o estanho e limpar as panelas da cozinha. 0 IV trata da

41
fisiognomonia e fornece sinais empíricos para se conhecer os dias felizes e
os azarados, preventivos contra a febre, purgantes, maneiras de fazer
cataplasmas e outras receitas curativas.

0 Sólido Tesouro do Pequeno Alberto, ou segredos da magia natural e


cabalística, foi traduzido do original latino e acrescido com figuras
misteriosas. Neste livro, que ainda não se tem certeza se é da autoria de
Alberto, o Grande, não se encontram os meios para evocar o diabo, como
acreditam alguns leigos. Entre outras coisas estão descritos nele: a arte de
reconhecer o futuro através dos sonhos, como ganhar no jogo, aumentar o
vinho, descobrir tesouros, fazer dançar, fabricar aguardente, o fogo grego,
o ouro artificial e uma infinidade de remédios para a cura das doenças
mais diversas (De Plancy, Dictionnaire Infernel).

ALBIGENSES - Seita religiosa do século 12 que professava as opiniões dos


maniqueus. Negavam a ressurreição dos corpos, a humanidade de Cristo,
a existência do paraíso e do inferno, o direito da Igreja de excomungar, e
zombavam das imagens, das orações pelos defuntos e outras cerimônias
do culto católico.

Os albigenses, que estavam espalhados pelo Languedoc e Provença, foram


quase todos exterminados em duas cruzadas: uma organizada em 1208,
pelo papa Inocêncio III, e a outra em 1226 por Luís VIII, que se apoderou
de Avignon. Na primeira invasão, quando os cruzados se apoderaram de
Bessieres em 1200, sessenta mil habitantes foram mortos. Dizem que
neste lugar um legado do papa gritava aos seus soldados: “-Matem sem
descanso que Deus conhece os seus eleitos!”.

ALBIGERIUS - Os demonólogos dizem que os possessos pelo diabo caem


às vezes em êxtases profundos, durante os quais suas almas viajam para
muito longe, e, quando voltam, revelam as coisas mais secretas. Santo
Agostinho cita um cartaginês, chamado Albigerius, que por este meio sabia
de tudo o que estava acontecendo ao redor. E ao sair do êxtase revelava o
que o outro meditava nas profundezas do pensamento.

Também nos fala de outro, que, sem chegar ao êxtase, perfeitamente


desperto, revelava com exatidão e, fidelidade tudo o que se passava bem
distante do lugar onde estava. Quando o sacerdote que o assistia se
encontrava a seis léguas de casa, comunicava aos presentes onde ele
estava e o que fazia. Estes fatos são surpreendentes. Aristóteles opina que
a alma imortal às vezes pode viajar sem o corpo (Leloyer, Hist. Disc. des
Spectres, liv. IV).

ALBIMEE - 0 ouro pigmento.

ALBOHOL - Amapola.

42
ALBOR - Urina.

ALBORAGH - Matéria dos filósofos, de cor branca.

ALBORAK - 0 cavalo branco que levou Maomé ao céu.

ALBORCA - Vide mercúrio filosófico.

ALBOS - Crisol.

ALBOTAR - Cerusa, alvaiade.

ALBUMAZAR - Astrólogo do século 9, nascido em Korassan, e famoso por


seu tratado astrológico Milhares de Anos, no qual afirma que o mundo só
foi criado quando os sete planetas se encontraram em conjunção no
primeiro grau de Carneiro, e que sua destruição acontecerá quando
estiverem no último grau de Peixes.

ALBUSÃO - É o enxofre dos alquimistas.

ALCACHOFRA (Scolymus) - Alga afrodisíaca. A raiz e a semente


apanhadas quando o Sol entra no quinto grau da constelação de Libra
curam os fluxos de sangue e as cólicas. A água da pele exterior é excelente
para conservar o cabelo. Marte em Escorpião.

ALCADY - Vitríolo branco; sal branco dos herméticos.

ALCAFIEL - Antimônio filosófico ou matéria de Saturno, própria para a


obra dos filósofos herméticos.

ALCALHAL - Vinagre, em termos de química vulgar. Mas no sentido


hermético, sua água ou mercúrio dissolvente.

ALCANI - Expressão da ciência hermética. É a mudança da forma


superficial nos metais como o branqueamento de nenus, que é uma falsa
tintura cor de lua ou de planeta etc. (Planiscampi).

ALCESTE - Filha de Pelias e mulher de Admeto, rei de Tesalia. Quando


este príncipe ficou doente, Alceste consultou o oráculo e o deus disse que
ele morreria se não fosse feito um sacrifício humano. Alceste se entregou
para ser imolada, mas Hércules, agradecido pela hospitalidade que tinha
recebido de Admeto, baixou aos infernos e salvou Alceste, apesar da
oposição de Plutão devolvendo-a ao seu marido. Uma das melhores
tragédias de Eurípides está argumentada no sacrifício de Alceste.

43
ALCHAEST - Preparação do mercúrio. Elemento que dissolve todos os
metais, pelo qual todos os corpos terrestres podem ser reduzidos à sua
matéria original. É uma força que atua sobre a forma astral de todas as
coisas e, dando a polaridade de suas moléculas, dissolve-as.

ALCHAVICIO ou ABDELASIS - Astrólogo árabe de grande reputação em


toda a Europa, que viveu nos meados do século 10. Hispaliense traduziu
seu tratado de astrologia para o latim, no século 12, com o título Allibitius
cum Comento.

ALCHIERAM - Nome que alguns químicos deram ao resíduo que fica no


fundo da cucúrbita depois da destilação.

ALCHINDUS - Verius coloca-o entre os magos e Deirio enumera-o entre os


escritores supersticiosos. Mas foi apenas um médico árabe do século 11,
que empregava como remédio palavras e combinações de números.

Os demonólogos acreditavam que ele estava possesso devido ao seu livro


Teoria das Artes Mágicas, que nunca leram, pois Pico de la Mirandola
disse: “Ele só conhecia três homens que se ocuparam com a magia natural
e permitida: Alchindus, Roger Bacon e Guilherme de Paris”.

Alchindus era apenas um físico, nos tempos de ignorância. Alguns


acrescentam Jacobo ao Seu nome árabe, Alcendi, que foi latinizado.
Acredita-se que era maometano e foi acusado de ter escrito muitos
absurdos e erros.

ALCHITRAM - 0 mesmo que Alchieram. Este nome é encontrado em


algumas químicas significando o óleo de enebrina, e Rolandus usa-o para
designar o arsênico preparado e o pez líquido.

ALCHITURA - É o pez líquido.

ALCION - Ave consagrada a Thetis pelos antigos como deusa dos mares,
porque fazia seu ninho com arbustos nas beiras dos rios. É o nosso vulgar
martim-pescador, também considerado naqueles tempos como símbolo da
paz e da tranqüilidade. É uma velha crença entre os homens do mar dizer
que o martim-pescador é uma biruta natural: suspendendo-o pelo bico, ele
indica de que lado vem o vento, voltando seu peito para esta direção.
Também é antigo costume o colocar os alciones nos armários para
preservar os tecidos contra as traças, e nos telhados das casas.
Acreditava-se também que conservando um desses pássaros, suas penas
se renovavam como se estivesse vivo, enriquecendo o seu possuidor,
conservando a união nas famílias e tornando mais belas as jovens que
usassem suas penas. Os tártaros e os ostiakes tinham uma grande
veneração por este pássaro. Procuravam suas plumas com grande

44
interesse e lançavam-nas numa tina com água. As que boiassem eram
recolhidas como sendo excelente talismã.

Quando um ostiak tinha a sorte de possuir um desses pássaros,


conservava o seu bico, as patas e a pele com grande cuidado numa bolsa,
para preservá-lo de toda a desgraça.

ALCIONE - Filha de Éolo, deus dos ventos, e esposa de Ceix, rei da Trácia.
Tendo este monarca morrido durante uma tempestade, Alcione, que o viu
em sonhos, correu à beira do mar e encontrou aí o corpo de Ceix, lançado
pelas ondas. Não querendo viver sem ele, atirou-se na água. Os deuses
converteram o casal em alciones e dispuseram que o mar estaria sempre
calmo, quando estes pássaros construíssem os seus ninhos.

Os naturalistas não estão de acordo quanto à sua espécie: uns afirmam


que é o pretelo; outros, que é da família das andorinhas salanganas.

ALCMENA - Filha de Electiron, rei de Argos e mulher de Amphitrion, rei de


Tiryntia. Para seduzi-Ia, Júpiter tomou as feições do seu marido e a fez
mãe de Hércules. Dizem os alquimistas que Alcmena representa a água
metálica, casada com o ouro dos filósofos, sob o nome de Amphitrion-
Júpiter que é o símbolo do enxofre, une-se a esta água com a habilidade,
arte da química ou Sofia, resultando desta união o Hércules ou mercúrio-
filosófico.

ALCOIB - É o austum. Alguns o usam para designar o sal amoníaco.

ALCOHOL - Em hermetismo é o antimônio.

ALCOHOLIZAÇÃO - Redução de um corpo as suas partes menores.


Segundo os filósofos espagíricos é o mesmo que calcinação filosófica, já
que usam o mesmo termo para significar duas comas. Entretanto não se
deve confundir a alcoholização com a calcinação dos químicos vulgares,
pois em ciência hermética se servem deste termo apenas por semelhança.

ALCOHOL MINERAL - Substância muito sutil, o mais leve dos elementos,


muito fixa e animada por um fogo celeste invisível. Encontra-se esta
substância em todos os compostos. Mas a arte a extrai de uma só para
fazê-la entrar na composição da pedra filosofal e do elixir universal, que é
a medicina para curar as doenças dos três reinos.

ALCOL - Alguns químicos chamaram assim ao vinagre. Na alquimia é a


substância de um corpo desprovido de toda partícula física.

ALCOLISMO - Ação de triturar, pulverizar ou esfarelar algum objeto.

45
ALCONE - Ouropel, latão, no sentido químico. Em termos herméticos é o
latão dos filósofos depois de branqueado.

ÁLCOOL Glacatti Corneoli) - Pó de cristal muito sutil e impalpável.

ÁLCOOL - Nome que os químicos dão a todas as substâncias puras,


extraídas pela destilação dos corpos dos animais dos vegetais e dos
minerais, sendo por outros chamado de espiritu. Paracelso também dá este
nome aos pós muito sutis, como a flor de farinha, ao misturá-la. Mas os
químicos só aplicam esta acepção hoje em dia ao espírito do vinho
retificado.

ALCOPHIL NEGRO (Acofil nigra) Um dos nomes que os alquimistas deram


ao antimônio.

ALCOR - 0 óxido de cobre segundo os antigos hermetistas.

ALCORE - Talco em hermetismo.

ALCUBRIR - 0 enxofre.

ALCUR ou ALCUBRITH - É o enxofre.

ALEC - É o sal ordinário ou de cozinha.

ALECH - 0 mesmo que vitríolo.

ALECHARIT - Mercúrio ordinário. Não o vulgar, mas o dos filósofos.

ALECTORIA (LAPIS ALECTOREUS) - Espécie de pedra brilhante e quase


transparente como o cristal, do tamanho de uma fava. É encontrada no
ventrículo dos velhos galos capões, segundo afirma Alberto. Os antigos
diziam que quem a tivesse obteria valor e riqueza. Era tida também como
um filtro, com propriedades de aplacar a sede.

ALECTROMANCIA - A arte de adivinhar por meio de um galo. A operação


é feita da seguinte maneira: traça-se um círculo com carvão, dividindo-o
em 24 porções iguais e colocando em cada qual uma letra do alfabeto. Um
grão de trigo ou de milho em cada divisão e solta-se um galo que começará
a bicar os grãos. Anotam-se as letras correspondentes e assim se obtêm as
palavras sobre o que se quer saber.

Os adivinhos, querendo saber quem seria o sucessor de Valentiniano,


empregaram a alectromancia, e o galo tirou as letras Teod... Quando soube
do fato, Valentiniano mandou matar todos os adivinhos e personagens

46
importantes que tivessem os nomes assim começados. Apesar dos seus
esforços o cetro passou às mãos de Teodósio, o Grande.

ALEMBACI - Chumbo queimado ou calcinado.

ALEMBIC - Os filósofos herméticos deram este nome ao seu mercúrio, já


que com sua ajuda fizeram destilações, sublimações etc.

ALEMBROTH - Nome que os filósofos espagíricos deram algumas vezes ao


sal do seu mercúrio, também chamado de sal dos filósofos e sal da arte.
Também é o nome que alguns químicos deram ao sal de tártaro, chamado
com freqüência de magistério dos magistérios (Johnson Rui).

ALEMZADAR - Sal amoníaco.

ALEPH - Primeira letra do alfabeto hebreu. Cabalisticamente representa o


homem, considerado como unidade coletiva, princípio, mestre e dominador
da Terra. É também o signo do poder e da estabilidade. Letra mãe.
Equivale à letra A do nosso alfabeto e ao número 1. Esotericamente
costuma-se representar esta letra com um ponto dentro de um círculo. No
tarô, o aleph está representado por um homem de pé, na atitude da
vontade que se traduz em ação. Sua roupa é branca, como imagem da
pureza original reconquistada. Uma serpente mordendo a própria cauda e
que lhe serve de cinturão é o símbolo da eternidade. Sua fronte aparece
rodeada por um halo dourado. 0 círculo significa a circunferência
universal na qual gravitam as coisas criadas, e o ouro representa a luz. A
mão direita empunha um cetro de ouro, emblema do poder, e se eleva até o
céu, em sinal de aspiração à ciência, à sabedoria e à força. A mão
esquerda aponta para a terra, significando que a missão do homem
perfeito é reinar sobre o mundo material. Este gesto duplo explica também
que a vontade humana deve refletir a vontade divina para produzir o bem e
evitar o mal. Diante dele, encontra-se uma pedra cúbica, às vezes uma
mesa, sobre a qual descansam uma taça, uma espada com o cabo em
forma de cruz e dois círculos, nos quais está desenhado um pentagrama,
ou estrela de cinco pontas. 0 cetro equivale ao poder, a taca é o recipiente
onde se misturam as paixões, a espada simboliza o poder de ofender
limitado pela cruz, os círculos de ouro representam o poder oculto do
dinheiro e a chave magna da magia cerimonial. A lâmina mostra o aspecto
criador.

ALERNET - Ouro pigmentado.

ALES - Chama-se assim ao sal composto de outras variedades.

47
ALESSANDRO - Alexander ab Alexandro em latim. Jurisconsulto
napolitano, morto em 1523. Publicou um livro intitulado Genialium
Dierum, no qual trata de diversos fatos prodigiosos.

ALETH - É o Júpiter dos filósofos e o estanho dos químicos.

ALEUROMANCIA - É um meio de adivinhação através da farinha. Coloca-


se uma onça de farinha numa vasilha com água e mexe-se de vez em
quando, dizendo estas palavras: abi ab incantamento venefico. Quando a
farinha estiver depositada no fundo do vaso, tira-se o líquido e coloca-se a
farinha úmida em um prato novo de estanho. Depois, dizendo as mesmas
palavras citadas acima, retira-se a pasta e coloca-se ao sol, das 11 horas
ao meio-dia e meia. Então, quase seca, a farinha mostrará certo número
de linhas salientes ou côncavas, formando diversas figuras, cuja leitura
fornecerá ao consulente o que quiser saber. A maneira de se ler está
exposta no verbete cafeomancia.

ALEXANDRE de Paflagônia - Célebre feiticeiro do século 10, que nasceu


em Paflagônia, na aldeia de Abonitica. Seus pais eram pobres e não
puderam educá-lo de acordo. Mas ele se valeu de alguns dotes naturais
que possuía e saiu pelo mundo, aprendendo os segredos da magia. Acabou
se transformando num charlatão.

ALEXANDRE, o Grande - Os orientais criaram lendas prodigiosas em


torno deste rei da Macedônia. Era chamado por eles de Iskandar. Os
demonólogos dizem que Aristóteles ensinou-lhe a magia, os cabalistas lhe
atribuem um livro sobre as propriedades dos elementos, e os rabinos
afirmam que ele teve um sonho antes de se apoderar de Jerusalém, o que
impediu que maltratasse os judeus. Sua figura, gravada como um talismã,
era considerada um grande preservativo.

ALEXANDRE III - Rei da Escócia, que se casou em 1825 com Yolette, filha
do conde de Dreux. Durante a celebração das bodas, entrou no salão de
festas um espectro descarnado que começou a dançar. 0 pânico causado
entre os convidados fez com que as bodas fossem encerradas, e alguns
declararam que essa aparição anunciava a morte próxima do rei. Com
efeito, naquele mesmo ano, durante uma caçada, Alexandre caiu do cavalo
e morreu.

ALEXANDRE V - Foi eleito papa em 1492 e julgado com exagero por


alguns escritores. Outros garantem que ele tinha sob suas ordens um
demônio familiar, que depois foi transferido para os Bórgia.

ALEXANDRO Alesius - Amigo de Melanchton, nascido em 1500, em


Edinburgh. Conta-se que quando jovem estava no alto de uma montanha,
deu um passo em falso e caiu num precipício. Quando estava quase perto

48
do chão sentiu que estava sendo transportado para uma outra montanha,
completamente salvo. Alguns atribuem o prodígio às relíquias que levava
no pescoço, como todas as crianças, mas ele justificou o fato dizendo que
tinha sido salvo pela piedade e orações dos seus pais.

ALEXANTHI - Flores de cobre.

ALEXIR - Toda medicina química em hermetismo.

ALEZARAM - Levedura de chumbo ou Saturno dos filósofos, limpo e


tomado branco.

ALFABETO SIMPÁTICO - Pica-se no braço direito, com uma agulha fina,


certo número de letras e introduz-se na ferida ou nas picadas, o sangue de
algum amigo ou amiga com quem se queira corresponder. Realizada esta
espécie de tatuagem, e comunicadas as letras ao amigo ou amigo por quem
se fez este sacrifício, tudo o que acontecer com ele, por mais longe que
esteja, ficar-se-á sabendo.

ALFACTA ou ALFATA - É o mesmo que destilação.

ALFADER - Deus muito importante da teogonia escandinava que, antes de


criar o céu e a terra, era príncipe dos gigantes. As almas dos bons iam
viver com ele em Simla, ou Wingolff. Mas as dos maus iam para Helan e
daí para Niflehim, a região das nuvens inferiores, no nono mundo. Edda
lhe dá vários nomes: Nikar, o Soberbo; Svidrer, o Exterminador; Oske,
aquele que escolhe os mortos etc. 0 nome Alfader também foi dado a Odin.

ALFADIDAM - São as escórias ou espuma de ferro. Não as que ficam no


forno, mas aquelas chamadas de palhas de ferro que caem na bigorna com
as batidas do martelo.

ALFAQUIES - Muçulmanos que pregavam o islamismo aos cristãos,


ocultamente, e conspiravam contra a Inquisição espanhola. São os
doutores da lei muçulmana, e nos autos da fé apareciam junto com os
judeus.

ALFARES - Gênios escandinavos: Lios, os bons, e Docks, os maus.

ALFATIDA - Cobre calcinado. Significa também limalha de cobre.

ALFEINO (Da constelação de Leão) - É o chefe dos espíritos brancos. Guia


os homens nos sentimentos espinhosos da honra e da virtude. É uma
estrela de excelentes influências para os homens que não são viciados.

ALFIDUS - A mesma coisa que cerusa.

49
ALFITOMANCIA - Adivinhação muito antiga por meio do pão de cevada.
Quando nossos antepassados queriam conhecer o culpado, entre vários
acusados, faziam cada um comer um tosco pedaço de pão de cevada.
Quem o digerisse facilmente era inocente, mas o culpado era descoberto
porque não conseguia engolir. Este procedimento empregava-se também
nos chamados juízos de Deus, de onde vem este ditado popular- “Que eu
me engasgue com este pedaço de pão se estou mentindo!”.

ALFOL - Sal amoníaco na química vulgar, e a água dos filósofos na ciência


hermética.

ALFRIDARIA - Ciência derivada da astrologia e que atribui,


sucessivamente, alguma influência sobre a vida aos planetas, que reinam
cada um durante certo número de anos.

ALFUR - Açafrão comum para os químicos e açafrão dos sábios, ou a


matéria dos filósofos, convertida em cor de açafrão pela digestão.

ALFURN ou ALBAIT - É a cerusa ou a matéria da obra, convertida em cor


branca.

ALFUSA - É a tutia (óxido de zinco).

ALGALATIA - É a zibeta.

ALGALI - Nitro. Em termos de ciência hermética é a matéria-prima da


obra.

ALGAMET - Carvão.

ALGEROTH - Pó do mercúrio da vida.

ALGOL - Nome que os astrólogos árabes davam ao diabo.

AL - HAKEM-MANIARILLAH - Quinto califa do Egito, que sucedeu a seu


pai Azir em 990, com a idade de 11 anos. Tornou-se célebre por suas
crueldades; e extravagâncias, perseguindo cristãos e judeus. Fez-se
príncipe titular dos crentes e possuidor de deus, fundando a seita religiosa
dos drusos. Morreu assassinado por um Jovem muçulmano em 1021,
crendo seus partidários que ele subiu ao céu.

ALHOFOL - Antimônio.

ALHOS (Allium sattivum) - Os egípcios davam muito valor a estes bulbos.


Os gregos, ao contrário, proibiam a entrada no templo de pessoas que

50
tivessem comido alho. A sua ação medicinal sempre foi apreciada em todas
as épocas. São anti-helmínticos, estimulantes, anti-reumáticos e
expectorantes. Corrigem a menstruação, são bons contra a hidropisia e o
mal de pedra. São também usados com êxito contra as bronquites.
Aplicados diretamente, ou seja, sem a pele que os envolve, são calicidas
excelentes. E assim são recomendados no tratamento da raiva: dá-se de
comer ao atacado de hidrofobia tanta quantidade de alhos quanta puder
tolerar, submetendo-o logo em seguida a um verdadeiro banho de vapor
para provocar em seu organismo o suor mais abundante possível.
Paracelso atesta ter curado por este processo muitos enfermos atacados
por esta terrível doença. Botânica Oculta: para preservar-se de todo
malefício, colhem se sete alhos na hora de Saturno, enfiam-se numa
cordinha de cânhamo, e usa-se no pescoço durante sete sábados. Assim
estará livre de todas as feitiçarias pelo resto da vida. Quando se quiser
alhos inodoros, basta plantá-los e colhê-los quando a Lua não estiver
sobre o nosso horizonte.

ALHOVA (Trigonella fenum grecum) Aplicado em cataplasmas, o pó de


suas sementes é um remédio eficaz para resolver as inchações e
inflamações.

ALIGULE - É toda a preparação química.

ALIMENTOS (Magia) - 0 ideal em magia é colocar à disposição da vontade


a maior quantidade possível de força nervosa num certo tempo. A melhor
disposição é em jejum, ou melhor, quando o ser humano está menos
ocupado pelo trabalho fisiológico, especialmente pela digestão.

A maioria dos magos práticos tende a este estado de desmaterialização


progressiva do ser, de separação entre o organismo e o ser psíquico através
do jejum, da fadiga corporal e até da espiritual. A liberdade de espírito, ou
seja, a acumulação do fluido nervoso necessário à vontade para as
operações mágicas, só pode ser conseguida diminuindo o peso do
organismo. Mas como a renovação da força nervosa está ligada à absorção
de alimentos, não deve esquecer-se de que o estado de saúde psíquica é
mantido por um harmonioso equilíbrio entre o espírito e o organismo. Se
deseja despertar as faculdades transcendentais, é preciso submeter-se ao
regime vegetariano, tomar chá várias vezes ao dia, e meditar pela manhã e
à noite, durante uma hora ou uma hora e meia. Assim será possível
conseguir fenômenos claros de telepatia e visão astral (Papus. Traité
Elémentaire de Magie Pratique).

ALIOCAP - Sal amoníaco.

ALIS DE TELIEUX - Monja que viveu no mosteiro de São Pedro, em Lyon,


de onde fugiu nos meados do século 16, levando em seguida uma vida

51
desregrada e morrendo na miséria. Dizem que houve diversas aparições de
sua alma. Sua história foi escrita por Adrian de Montalembert, esmoleiro
de Francisco 1, num livro publicado em Paris (1328) com o título de A
Maravilhosa História do Espírito que Apareceu no Mosteiro das Religiosas
de São Pedro de Lyon.

Antes que o mosteiro fosse reformado, em 1523, havia nele uma série de
irregularidades. Cada um vivia conforme queria. Não existia abadessa nem
bispo que o governasse. Quando chegaram as monjas que iriam reformá-
lo, as que ali estavam recolheram suas coisas e se foram, figurando entre
elas a nossa heroína, que possuía as chaves da sacristia, onde estavam
guardados os ornamentos e as relíquias. Empenhou estas coisas de valor
por certa quantia e levou uma vida tão desregrada que foi motivo de
escândalo na época. Mais tarde, todo o seu corpo se encheu de chagas e
feridas terríveis. Morreu num local obscuro, abandonada por todos e foi
enterrada sem funerais nem orações de nenhuma espécie.

No mesmo convento havia uma jovem religiosa de 17 anos, natural de


Delfinado, extremamente piedosa e que se compadecia dela, rezando
constantemente pela salvação de sua alma. Uma noite, quando sozinha em
sua cela, sentiu que alguém levantava a colcha e fazia o sinal da cruz em
sua fronte. Acordou em seguida e, não vendo ninguém, julgou que tivesse
sonhado. No dia seguinte pensou ter ouvido diversos sons, como se alguém
estivesse batendo com um bastão sob os seus pés. Devido à insistência
dos golpes, ficou assustada e contou o fato imediatamente à madre
superiora, que soube acalmá-la devidamente.

Quando cantavam o ofício divino na igreja ou falavam o nome de Deus, o


espírito dava mostras de grande regozijo. Nunca era ouvido quando a
jovem estava ausente. Ao conjurá-lo, em nome de Deus, respondeu que a
seguia por sua própria vontade e que não a abandonaria até conduz;-Ia ao
céu. Antônia manifestou que tais fenômenos deviam ser motivados pelo
espírito de sóror Alis, a sacristã, com a qual tinha sonhado diversas vezes
depois de sua morte. Perguntado, o espírito respondeu que efetivamente
era a irmã Alis, e deu provas disto. A abadessa perguntou se ela queria
que seu corpo fosse enterrado na abadia, ao que respondeu
afirmativamente. 0 espírito fazia ruídos ao redor da jovem, cada vez mais
fortes na medida em que esta se aproximava da porta da igreja do
mosteiro. Montalembert conta que a alma foi libertada através de orações e
conjuros que lhe causaram grande alegria. Continuava dando golpes, não
sob a terra, mas no ar, e revelou que não estava no purgatório. Mas
desconhecia por que ainda não estava na mansão dos bem-aventurados.
Apareceu, vestida de hábito à irmã Antônia e em sua última visita
ensinou-lhe as seguintes orações, que o autor diz serem compostas por
São João Evangelista. Cada uma começa com as letras do nome de Maria:

52
Mediadora entre Deus e os homens, fonte viva donde saem constantemente
rios de graças, ó Maria!

Auxiliadora de todos e fonte de eterna paz ó Maria!

Reparadora dos fracos e medicina eficaz da alma ferida, ó Maria!

Iluminadora dos pecadores, chama de saúde e de graga, ó Maria!


Alívio dos desgraçados oprimidos, sois aquela que acaba com nossos males,
ó Maria!

Quem a rezar diariamente com fervor e piedade, segundo o espírito, nunca


sofrerá o fogo eterno. Poucos dias depois o espírito de sóror Alis
desapareceu e não voltou a molestar a irmã Antônia. (Migne, Dictionnaire
des Sciences Ocultes).

ALISO (Bétula, negra) - Esta planta tem uma propriedade interessante.


Quando o tempo se fecha, ameaçando chuva, suas folhas tornam-se
brancas. É por isso um perfeito barômetro natural. Botânica Oculta: seu
carvão é usado para traçar os círculos nas evocações diabólicas.

ALISTITES - Sal amoníaco.

ALIX - Sal comum preparado.

ALIZANDIR ou ALIZIADIR - É o sal amoníaco.

ALJAMA - Reunião de mouros ou judeus. Também se denomina assim a


sinagoga dos judeus.

ALKAEST - É um licor que, segundo Paracelso e Van Helmont, dissolve


todos os corpos visíveis, reduzindo-os à sua primeira matéria. Não é
diferente do que os químicos chamam de mercúrio. Esta dissolução é
natural, doce, sem corrosão, conserva a semente dos corpos, dispondo-os
para a geração, enquanto que as dissoluções dos químicos comuns são
feitas através de águas fortes, que participam em seus efeitos do fogo
elemental que destrói e mata em lugar de vivificar. Esta é a razão pela qual
os filósofos herméticos dizem: “Os químicos destroem e nós edificamos.
Eles queimam com o fogo, e nós, com a água. Eles matam, nós
ressuscitamos. Eles lavam com água, nós lavamos com fogo”. Paracelso
descreve sua preparação em seu livro 11, De Natura Reram. Martin
Rulandus diz que o alkaest é um mercúrio preparado. Mas não com
tártaro, como acreditam alguns que foram enganados pelas opiniões de
Van Helmont, que diz o seguinte sobre o alkaest: “Senão puderem
descobrir este segredo do fogo, procurem ao menos tornar volátil o sal de
tártaro e façam as dissoluções com ele”. (Van Helmont, De Fabribus).

53
Miguel Toxites também diz que o alkaest é um mercúrio preparado para as
doenças do fígado. Vários químicos pretenderam que o alkaest não era
diferente do grande e do pequeno abordado por Paracelso, feito com
espírito de sal comum. Outros acreditam encontrar na etimologia deste
nome a palavra akali est, como se fosse sal álcali. Mas como os sais álcalis
das cinzas da soda, tártaro etc., não produziam o efeito do alkaest,
quiseram localizar o nitro fixando-o. Daí Glauber tirou o seu sal, a que deu
o nome de sal admirável. Mas nem uns nem outros conseguiram. Um
autor diz que é um licor muito comum entre os árabes. Nem Paracelso
nem Van Helmont explicaram com clareza o que entendiam que fosse este
licor dissolvente. Difere do dissolvente dos filósofos, na medida em que
este se une indissoluvelmente ao que dissolve e o outro se separa sem
diminuir.

ALKALAC - Sal fixo.

ALKALALAI - Grito de alegria dos kamshadales, repetido três vezes


durante as festas das vassouras, em homenagem aos três grandes deuses
que são: Filiat Chout Chi (o pai), Touita (seu filho), e Gaetch (seu neto). A
festa das vassouras consiste, no meio destes povos sujos, em varrer o local
onde ficam suas cabanas.

ALKALAP - Estanho, Júpiter.

ALKALAT - Flor de sal e também sal sublimado.

ALKALIE - Lodo dos filósofos.

ALKANT - Mercúrio dos sábios.

ALKARA - Cucúrbita.

ALKASOR - Pedra vermelha ou também o enxofre.

ALKAUT - Mercúrio ou prata viva.

ALKAUTUM - É o nome que alguns químicos deram ao arsênico, e outros,


ao cobre calcinado, ou aesustum (Johnson).

ALKIBIE ou ALKIBRIC - Enxofre dos sábios ou a matéria filosófica oculta,


de cor purpúrea na primeira preparação. É um enxofre vivo, sem ouro,
Apoio, origem do fogo celeste, Prometeu, Osíris etc.

ALKIN - Cinzas pedregosas ou dos filósofos que, segundo Morien, não


devem ser desprezadas, pois contêm o diadema do seu rei, do seu Baco
etc.

54
ALKIR - Assim é chamada a fumaça e o carvão.

ALKOEL - Johnson diz que é uma espécie de chumbo muito fino tirado
das minas de onde se extrai o lápis-lazúli. Alguns chamaram este chumbo
de antimônio.

ALKOSOR - É a cânfora.

ALMA - Vulgarmente, é a entidade sensível, consciente e voluntária que


preside todos os atos inteligentes do homem. Os espiritistas a definem
como substância espiritual e imortal que constitui a essência do ser
humano. Teve, e ainda tem muitas definições, formando uma verdadeira
torre de Babel por causa do concurso de muitas línguas e escolas
modernas. Devemos nos prender ao mais antigo e universal.
Primitivamente, nos primórdios da humanidade, significava sopro, ar,
fluido, mas depois mudou de sentido. A palavra alma é a mesma coisa que
athma: vêm dos nossos pais, os ários da Logdiana, cuja língua é mãe do
grego, latim, francês, alemão... Segundo as autoridades em filiações
filológicas. Os ários distinguiram a alma pensante e espiritual da alma
fisiológica e vital.

Em latim se diz anima. Animismo é o nome genérico de toda a teoria que


afirma a vida e a espiritualidade. Compreende o princípio vital e o
consciente. Expressa a união com o espírito humano, assim como com a
alma divina, a alma individual e a alma universal. Esta palavra oferece a
vantagem de nos ligar ao arya do vedismo e do mazdeísmo, aos hindus do
bramanismo e aos persas de Zoroastro, aos gregos, latinos e cristãos.

A clara compreensão da palavra alma pode evitar-nos muitas discussões


inúteis e até esclarecer-nos muitos conceitos dos antigos. Assim, é bem
possível que o Espírito Santo dos nossos longínquos avós fosse o fluido
universal dos modernos, o laço de união da inteligência suprema com o
universo. Também pode ser, no homem, e por analogia, o fluido, o
perispírito. Mas repetimos que, hoje, espírito é o que por tal entende o
sentido comum - princípio inteligente do universo (Livro dos Espíritos,
Allan Kardec). É a definição mais simples e inteligível que contêm toda a
palingenesia evolutiva, podendo ser aceita por todas as escolas.

Para os materialistas, a alma é um princípio da vida orgânica, que, sem ter


existência própria, acaba junto com a vida. Segundo esta opinião, a alma é
um efeito e não uma causa. Na opinião dos panteístas, a alma é o princípio
da inteligência, agente universal de onde cada ser absorve uma porção,
existindo em todo o universo uma só alma que distribui partículas de si
mesma entre todos os seres inteligentes durante a sua vida, mas que

55
depois da morte cada partícula volta à sua origem, confundindo-se no
todo, perdendo assim o ser, a sua individualidade.

Segundo os espiritualistas, a alma é um ser moral distinto e independente


da matéria e que conserva a sua individualidade depois da morte. Para
essa doutrina, a alma é causa e não efeito.

Para alguns, a alma se divide em vegetativa, sensitiva e racional. Os


antigos filósofos chamavam alma do mundo ao espírito universal, que
supunham espalhado por todas as partes do universo. Para os
espiritualistas, ela é espiritual, imortal e indivisível. E para os
materialistas, uma simples função, cerebral. Os católicos acreditam que as
almas são criações de Deus e se regeneram pelo batismo. Alguns, para
chegar ao paraíso e gozar a visão beatífica, têm que expiar seus pecados no
purgatório, aproveitando-se das orações e boas obras das almas que
moram na Terra.

Os estóicos concedem à alma apenas uma existência temporal até à


conflagração do mundo. Os pitagóricos simbolizam-na por um número.
Segundo Platão, a alma cumpre o seu destino depois de certo número de
revoluções. Os egípcios acreditavam que a alma continuava ligada ao corpo
até a sua putrefação total. Por isso, o embalsamavam para retê-lá por mais
tempo.

Os chineses a dividem em alma inteligente, que volta ao céu, e alma


sensitiva, que desce à terra.

Os persas acreditavam que ao romper os laços com o corpo, a alma fazia


uma estação em cada um dos sete planetas antes de chegar ao Sol, sua
última morada.

Leibnitz considera a alma como um princípio de organização e de vida.


Chamou-a primum movens força inteligente e livre. A espiritualidade
começa onde começa a inteligência; tem por base a atividade essencial e a
unidade tem por coroamento a inteligência e a liberdade.
Para Hipócrates, a alma é um ar, um sopro repartido na natureza inteira,
uma espécie de éter universal que tem a importância da alma da natureza
e que se comporta segundo os órgãos e os meios, através dos quais
penetra. Éter que, segundo ele, opera as maravilhas da vida e do
pensamento.

Conforme Aristóteles, a alma é o princípio do ser animado. A vida


manifesta-se por quatro grandes potências: nutrição, sensibilidade,
locomoção e entendimento, que são graduações da alma que se entrelaçam
na medida em que a escala orgânica se aperfeiçoa. Todos são atributos
dela e, na medida que vão aparecendo, a alma vai se formando.

56
Os estóicos atribuem os fenômenos do universo a uma força única e
material, "de onde tudo sai e se desenvolve na natureza: a coesão, a vida
vegetativa e a animal, depois a inteligência, a vontade etc." No livro dos
Dogmas de Platão e de Hipócrates, está escrito que existem três tipos de
almas, que habitam, respectivamente, o fígado, o coração e o cérebro. A
identidade da alma e da vida é um dos argumentos principais de Platão e
Plotino em favor da imortalidade.

Segundo Proculus, a alma é uma só, e tem diversas potências divididas em


dois gêneros: as forças vitais e as forças inteligentes. É essência, mas
essência vivente, isto é, vida inteligente. São Gregório de Niza apresenta a
potência vital em três grandes divisões: primeira, a vida nutritiva, mas
desprovida de sentimento. Segunda, a vida sensitiva, que por sua vez é a
nutritiva; e terceira, a vida racional que compreende a nutrição e o
sentimento. Mas a alma verdadeira - diz - é uma por natureza.

A alma, o espírito e o corpo não significam - segundo acredita São Gregório


de Niza - que São Paulo os crie em três substâncias diferentes, mas em
três graus de vida que Deus colocou no homem.

Para São Basílio, da mesma forma que para São Gregório de Niza, vida e
inteligência não são mais que a nobre potência de uma só e mesma causa.

São Crisóstomo faz também da potência vivificante a essência da alma. 0


mesmo pensa São João Damasceno.

Assim como os padres da igreja grega, os da latina se pronunciam em geral


a favor de uma alma, princípio único da vida e do pensamento. Santo
Agostinho ensina que a alma que pensa é a mesma que anima os corpos e
os governa, sendo este conceito de acordo com os platônicos. Santo
Agostinho e Plotino dizem que existe uma escala de graus de purificação e
de aperfeiçoamento por meio dos quais o homem se eleva até Deus em seu
primeiro grau. A alma é somente potência vivificante, da vida vegetativa,
comum ao homem e ao animal; e ascendendo um novo grau chega-se à
vida racional, própria somente do homem. Acima da inteligência, Santo
Agostinho admite graduações da alma, elevando-se desde a vida vegetativa
até à visão de Deus. Santo Alberto, o Grande, Santo Tomás de Aquino,
Santo Agostinho e outros sábios não reconhecem duas almas: uma
escondida no sangue (animal) e outra na razão, mas somente uma que
vivifica o corpo e é racional ao mesmo tempo.

Kepler faz da Terra um ser animado e lhe dá uma alma racional: faz
também do universo um ser e coloca no Sol o assento da inteligência
perfeita.

57
No século 16, Etienne, Pasquier, Laurent, Campanella, Montaigne,
Gassendi e outros se esforçarara, com acerto, em provar que os animais
têm uma razão e uma linguagem especial.

Bonnet pretende que a alma produz suas sensações.

Stahl diz que suas sensações produzem o movimento dos nossos órgãos, a
circulação do sangue, e os movimentos involuntários.

Descartes chega a crer violenta a idéia natural de Deus.

Malebranche duvida do testemunho da revelação.

Paracelso presume que se podem fabricar homens por meio da alquimia.

Spinoza atribui o poder de pensar à substância material.

Needam faz surgir seres viventes da farinha colocada em fermentação e diz


que a alma é uma propriedade do movimento modificado pela organização.

Helvetius confunde-a com sensibilidade física.

Cabanis apóia a teoria de Helvetius e sustenta que o cérebro digere as


idéias como o estômago digere o alimento.

Todos os povos, até os mais selvagens, reconhecem a imortalidade da


alma, afirmando de diversas maneiras a sua existência.

Os judeus acreditam, segundo Hoornobeeck, que as almas foram criadas


todas juntas e em parelhas: uma alma de homem junto com uma de
mulher. Por isso os casamentos são felizes quando se tem a sorte de se
encontrarem as almas que foram criadas juntas, uma para a outra.

Pilon, judeu que também escreveu sobre a alma, afirma que, assim como
existem anjos bons e maus, também existem almas boas e más, que ao
descer aos corpos lhes comunicam 1 suas boas ou más qualidades.

Os muçulmanos asseguram que as almas permanecem nos sepulcros,


junto aos corpos, até o dia do juízo, quando terão novamente que animá-
los. Os pagãos acreditavam que as almas separadas dos corpos grosseiros
e materiais conservavam depois da morte uma forma mais sutil e leve que
a figura dos corpos abandonados, mas muito maiores e majestosas, e que
estas formas eram luminosas e da natureza dos astros; que as almas
conservavam a inclinação por coisas que haviam amado durante a vida,
aparecendo constantemente nas proximidades de suas tumbas.

58
Quando a alma de Patrocles apareceu a Aquiles, tinha a sua voz, sua boca,
seus olhos, seus vestidos, mas não o seu corpo palpável.

Orígenes acha estas idéias dignas de respeito, e diz que as almas devem
ter alguma consistência, mas de caráter muito sutil. Fundamenta seu
conceito na parábola de Lázaro e o rico mau: os dois têm forma, pois se
tocam, se falam, e este pede a Lázaro uma gota d'água para refrescar sua
boca. Santo Irineu, da mesma opinião de Orígenes, deduz do mesmo
exemplo que as almas recordam depois da morte tudo o que fizeram
durante sua vida. .

No discurso que Tito fez aos seus soldados para animá4os no assalto à
porta Antônia, em Jerusalém, emitiu uma opinião sobre a alma muito
parecida com a que tinham os escandinavos. "Saibam - disse-lhes Tito que
as almas dos que morrem na guerra sobem até aos astros e são recebidas
nas regiões superiores, onde aparecem como bons gênios, enquanto as dos
que morrem na cama, mesmo que tenham sido boas, são fundidas na
terra, onde permanecem no esquecimento e nas trevas" (Josefo, De Belo
Jud., cap. 1. 1. 6).

Entre os siameses existia uma seita que acreditava que as almas vão e vêm
de onde elas querem depois da morte; que as dos homens que viveram
bem adquirem nova força, um vigor extraordinário, perseguindo e
maltratando as dos maus, onde quer que elas estejam.

Platão diz no nono livro de suas leis que as almas daqueles que morreram
violentamente perseguem com furor no outro mundo as dos homicidas e
matadores, crença ainda muito arraigada.

Os antigos davam ao barqueiro Caronte o encargo de conduzir as almas


dos mortos para a região das sombras, e existia uma tradição análoga
entre os velhos bretões. Estes povos localizavam a mansão dos mortos
numa ilha que existia entre a Islândia e a Inglaterra. Os barqueiros e
pescadores não pagavam nenhum tributo, segundo Tzetes, porque eram os
encarregados de passar as almas, operação que se realizava assim: por
volta da meia-noite eles ouviam pancadas em suas portas, e mesmo ao
atender não viam ninguém. Caminhavam então pela costa, onde
encontravam navios que lhes pareciam vazios, mas que na verdade
estavam carregados de almas. Eram então conduzidas até a ilha das
sombras, onde nada viam e nada entendiam, mas lhes parecia que as
almas vinham saudar as recém-chegadas, chamando-as por seus nomes e
reconhecendo os parentes. Os pescadores, a princípio admirados,
acabavam se acostumando com essas maravilhas e voltavam.

Diversas vezes foram vistas, conforme as crônicas, no século 11, multidões


de almas, em grandes grupos, passando perto da cidade de Narni.

59
Estavam todas de branco, vindas do Oriente, e desfilavam desde manhã
até as três horas da tarde. Todos os aldeões subiram nas muralhas,
achando que fossem tropas inimigas. Mas um deles, mais resoluto, vendo
um conhecido entre eles, chamou-o e perguntou o que significava aquela
procissão. 0 conhecido respondeu que eram almas culpadas se
penitenciando em peregrinação pelos lugares santos. Acabavam de visitar
o sepulcro de São Martinho e iam visitar Nossa Senhora do Farfe. 0 aldeão
de Narni ficou tão espantado com esta visão que permaneceu um ano
doente. Toda a cidade foi testemunha de tão maravilhosa procissão.

Espiritismo - A alma, quando está separada do corpo, denomina-se


espírito. 0 corpo humano se compõe de espírito ou alma e matéria. A esta
composição acrescenta-se outra partícula, a mais importante e
indispensável, que tem a propriedade de abandonar o organismo material
no instante à morte ou desencarnação. Aquela partícula denomina-se
perispírito ou envoltura do espírito. É seu corpo fluídico que afeta a forma
do organismo carnal e não se separa nem pode separar-se do espírito,
servindo de intermediário em toda impressão externa, assim como de
condutor para todo pensamento que tenha de ser executado pela vontade
exclusiva do espírito. Por exemplo: eu me. golpeio na perna, e como o
organismo possui um sistema nervoso fluídico, sendo assim o mais ligado
ao perispírito, este transmite imediatamente ao espírito a sensação
recebida. 0 espírito concebe o pensamento de fazer um curativo, informa o
perispírito que impulsiona o membro para a execução desse desejo. Eis
aqui as funções do perispírito, ou mediador plástico, já assim chamado na
antiguidade: transmitir ao espírito as impressões externas que procedem
do, ambiente que rodeia o corpo material, e receber, do eu pensante ou
espírito, as vibrações do seu pensamento para ser executado. Quando o
espírito já está nos espaços interestelares, ou melhor, completamente livre
dos laços materiais, então as funções do perispírito são mais numerosas e
difíceis de cumprir. Mas o espírito, agente regulador, nestes casos, facilita
sua atividade. Um espírito que se acha no planeta Netuno, por exemplo,
tem que vir à Terra. Os fluidos destes dois corpos siderais são inteiramente
distintos. Como conseqüência, é absolutamente necessário, para penetrar
no ambiente da atmosfera terrestre, que se assimile aos fluidos de que está
composto, sem o que nem lhe seria possível, nem se poria em relação com
os seus habitantes por causa da diversidade dos fluidos. Para conseguir o
objeto desejado, o eu, o ser pensante, guia e diretor de si mesmo, muda
num abrir e fechar de olhos a fluidez ou etericidade do seu perispírito,
deixando-o em completa harmonia fluídica com a Terra ou com qualquer
outro corpo celeste, pois constitui uma lei invariável, sendo suficiente o
seu próprio desejo para consegui-lo.

Podemos muito bem comparar o espírito no espaço com um homem sem


todos os seus membros carnais. E na realidade não precisa deles, porque

60
sua vontade e o perispírito satisfazem por si mesmos todas as suas
necessidades.

0 espírito liberto escreve corretamente, toca com perfeição qualquer


instrumento de cordas ou de sopro e executa outras mil maravilhas que
nos surpreendem e admiram, porque em nós, seres terráqueos, a
ignorância nos impede de ver além dos olhos. Assim é que se torna difícil
admitir a Epístola II, cap. III, ver. 13, de Simão Pedro, onde está escrito:
"Mas esperamos, segundo suas promessas (de Jesus), novos céus e uma
nova Terra, assento e morada da justiça".

A alma ou espírito perde todos os sentidos corporais que recebeu no


planeta, com exceção da audição ou propriedade de ouvir que conserva
depois do que chamamos morte. Esta perda, mais ou menos prolongada, é
recuperada no momento de sair da confusão. Assim é que, durante esta
triste situação, alguns espíritos costumam dizer aos que assistem às
sessões: “Eu escuto mas não os vejo, e isto é estranho porque nunca fui
cego". Apesar desta observação, é tamanha sua ofuscação naquele estado
que chegam à negar que tenham morrido. E é um trabalho difícil
convencê-los do erro em que se encontram.

Temos exemplos práticos em Aventuras Assombrosas de um Soldado Filho


de um Cura, livro que merece ser consultado.

As almas que se conheceram na Terra podem encontrar-se novamente nos


espaços por meio do perispírito e a vontade do eu pensante, principal e
essencial agente, sem o qual aquele, por si só, nada conseguiria.
Cumprimentando-se carinhosamente, com as maiores alegrias, o fazem
com grande simplicidade e naturalidade, porque os espíritos no espaço não
têm sexo. Cada um está preso a um planeta, encontrando-se em
agrupamentos ou coletividades graduadas, segundo seu adiantamento
moral, de modo que o mais adiantado penetra até ao pensamento dos que
compõem a imediatamente inferior, sendo esta propriedade, regra geral,
para todas elas. Nosso relato seria interminável se fôssemos nos referir ao
imenso poderio da alma humana.

Até aqui somente nos ocupamos dela e de algumas de suas propriedades.


Resta ainda falar sobre a Comunicação Universal. 0 mecanismo Marconi
nos facilita a compreensão destas comunicações. 0 pensamento parte de
um ser livre ou encarnado; irradia-se no meio ambiente em que vivem
todos os seres e as coisas; o pensamento encontra em sua marcha outras
moléculas. Se forem homogêneas e afins, compenetram-se e a
comunicação se estabelece. Se forem heterogêneas, então se repelem e
produzem efeitos contrários ou negativos. Se não são nem uma coisa nem
outra, acontece que não se percebe o efeito do seu choque. Assim são
explicadas as simpatias, as antipatias e as indiferenças.

61
Se o impulso do pensamento que parte de um ponto é bastante para
irradiar-se sem tropeçar no espaço com outro ser que, animado de
moléculas afins, acolha o pensamento inicial, este segue até que o fio
condutor (o éter) o leve a um organismo apropriado, onde se choca e
responde. Poderíamos chamá-lo muito bem de telepatia ou ressonância.

Por último, sabemos que a luz, o calor, a cor etc. são manifestações de um
único agente que se propaga em forma de vibrações. Para se ter uma idéia
aproximada da alma humana é indispensável estudar a lei dos fluidos e da
retro integração dos mesmos.

Hermetismo - A alma é o magistério perfeito ao vermelho, isto é, o


fermento que anima a pedra para fazer o elixir. Os químicos também dão
este nome ao enxofre, pois assim como a alma conserva o corpo por um
calor e uma umidade que impede a dissolução de suas partes, assim
também o enxofre age como um bálsamo, reunindo as partes do corpo e
conservando a sua coesão. Em hermetismo costuma-se denominar a alma
de água filosófica.

ALMACAUDA - É o litargírio. (óxido de chumbo).

ALMA DE ANIMIAL - Há um tratado de um jesuíta, V. Bougeant, que


desenvolve a idéia dos antigos de que as bestas eram animadas pelos
demônios menos culpados, que sofriam assim a sua expiação.

ALMA DE SATURNO (Anima Saturni ou Athea plumbi) - Termo químico.


Gosto muito doce de chumbo, extraído do vinagre e precipitado com água
ordinária (Planiscampi).

ALMA DE VITRÍOLO - É o enxofre de vitríolo que se extrai do seguinte


modo: coloque em um alguidar dois azumbres de água de chuva filtrada e
três punhados de vitríolo ordinário, remova bem e deixe dissolver o vitríolo
expondo depois a vasilha ao ar e ao sol. Na superfície da água formar-se-á
uma película cor de íris que deve ser recolhida com cuidado, com uma
colher de vidro ou marfim, e colocada num vaso ou crisol infusível. Depois
de retirada esta primeira capa, agite a água, e, depois de assentada,
formar-se-á uma outra película que se tirará da mesma forma. Continue a
operação até que não se formem mais películas. Esta alma do vitríolo,
exposta a um fogo vivo, toma-se vermelha como sangue, sem se consumir.
Quando a vasilha estiver ao ar livre, é preciso preservá-la da ação da água
e da poeira.

Este pó vermelho, junto com uma pequena quantidade de cobre líquido,


produz um efeito surpreendente e o mesmo acontece ao combinar-se com
outros metais (Minsygh).

62
ALMAGRA - Os químicos vulgares dão este nome ao cobre e ao latão. Mas
os filósofos químicos aplicam-no somente para a matéria de sua pedra. Eis
aqui como se explica Morien: "Oh! Bom rei! Deveis saber perfeitamente,
antes que o fumo encarnado, o fogo branco, o leão verde, o almagre, a
imundície da morte fétida, o sangue e a terra são as substâncias nas quais
consiste todo o magistério".

Almagra é o latão chamado anteriormente terra vermelha, ou melhor, o


enxofre filosófico (Morien).

ALMAKIST - É o litargírio.

ALMA PESADA - Na série de cenas gravadas nos monumentos do antigo


Egito existe uma relativa às funções de Hermes Psicopompe, ou condutor
de almas, que as pesava ao chegarem ao Amenthi, sozinho ou ajudado por
seu agente Anubi. Estes símbolos passaram a Pitágoras, aos códigos
sagrados dos judeus e aos monumentos do gnosticismo. Daniel, capítulo
V, versículo 27, cita a idéia de se pesar as almas numa balança. Parece um
antigo empréstimo. É uma alegoria, sem dúvida, de sentido profundo e
grande ensinamento.

ALMARAGAZ - É o chumbo convertido em litargírio na copela ou crisol.

ALMARAGO - É o coral.

ALMARCART - É o litargírio, ou escórias do ouro.

ALMARCIDA - É o litargírio de prata.

ALMARGEN e ALMARGOL - É o coral.

ALMARTACK - É o litargírío calcínado.

ALMA SENSIVEL - Segundo Mannget é o sal amoníaco.

ALMASKASITE - Vide Mercúrio.

ALMAT - Cerusa ou urina, ou ferrugem de chumbo.

ALMATKASITE - É a prata viva.

ALMECHAFIDE - É o cobre e bronze.

ALMENE - Sal-gema ou ordinário.

63
ALMETAL - Escórias do ferro.

ALMIBA - Assim é chamado o almíscar, se dermos crédito a Planiscampi.

ALMISADIR-ALO - Cardenilho ou urina de cobre. Paracelso entende neste


sentido, quando escrito com z em vez de s. Mas os filósofos chamam o seu
sal amoníaco de almisadir ou almisadit, e algumas vezes almisada.

ALMISARUB - Terra filosófica que é preciso cultivar para semear o grão de


ouro que deve produzir o cêntuplo ou mais ainda.

ALMON - Rio consagrado à deusa Cibele. Assegura-se que os sacerdotes


chamados coribantes iam a este rio para se lavar e se curar das feridas,
que uns causavam aos outros, durante as cerimônias em honra desta
deusa.

ALMULUS SALOMON - Autor de uma explicação dos sonhos, em hebreu,


impressa em Amsterdam no ano de 1642.

ALNEC ou ALLENNE - Estanho ou Júpiter.

ALO - Para os químicos vulgares é o sal comum. No sentido hermético é o


sal dos metais.

ALOCAF - É o sal amoníaco.

ALOCER - Poderoso demônio, grão-duque dos infernos. Dizem que aparece


vestido de cavaleiro sobre um cavalo enorme, com a cara inflamada, os
olhos soltando chispas e fala com gravidade. Ensina os segredos da
astronomia e das aétes liberais, dominando 36 legiões.

ALOÉS - 0 suco de aloés misturado com vinagre impede a queda dos


cabelos (Papus, Petit Dictionaire Magique).

ALOES (Aloes socotrina) - Gênero de plantas liliáceas; de suas folhas se


extrai um suco que se converte em massa quebradiça cor de alfarroba.
Produto conhecido vulgarmente como acibar e que produz excelentes
resultados quando usado de acordo. Botânica Oculta: o áloes em pó
misturado com incenso é empregado como perfume para atrair as
influências de Júpiter.

ALOFIL - Pedaço de tecido que se emprega para tampar os vasos


(Johnson).

ALOMANCIA - Adivinhação por meio do sal. 0 sal foi considerado em todos


os tempos como uma coisa sagrada. Entre os romanos era um mau

64
presságio para o hóspede se algum convidado dormia sobre a mesa antes
que tivessem retirado os saleiros. Hoje em dia, muitas pessoas consideram
como um presságio funesto derramar sal na mesa ou fora dela, quando se
está comendo. Para conjurar os maus efeitos que tal fato possa produzir,
os entendidos dizem que se deve tomar um pouco do sal derramado com a
ponta da colher e jogá-lo ao ar, por trás do ombro esquerdo, dizendo estas
palavras: “Satanás, eis aqui a tua parte! Maldito seja; some!".

Os cristãos também empregam o sal, em algumas cerimônias religiosas,


como símbolo de sabedoria.

ALOMBAI - Chumbo calcinado ou queimado (Planiscampi).

ALOPATIA - Sendo toda afecção o resultado de uma desordem na ação dos


elementos geradores físicos, astrais ou psíquicos. Existem três meios
gerais, três pontos de partida diferentes para restaurar o equilíbrio
perdido.
1º) Pode-se agir sobre o corpo físico, por meios puramente físicos, tratando
o órgão enfermo e acalmando os sintomas por deslocamento. É a medicina
dos contrários ou medicina física, a mais empregada nas escolas oficiais e
a base fundamental da alopatia.
2º) Pode-se agir sobre o corpo astral, por meios mais sutis, fazendo
suportar um dinamismo considerável a uma parcela ínfima de matéria.
Neste caso, reforça-se o órgão astral que restabelecerá o equilíbrio
alterado. É a medicina dos semelhantes ou medicina astromagnética, a
mais ignorada das escolas oficiais e a base fundamental da homeopatia.
3º) Pode-se finalmente agir sobre o ser psíquico, por meios puramente
mágicos, incitando as idéias criadoras que modificam toda forma material.
É a medicina dos correspondentes ou medicina hermética, que as escolas
oficiais apresentam com o nome de hipnoterapia, mas que em toda a sua
extensão forma a terapêutica sagrada.

As doenças que pode m atacar o ser humano classificam-se igualmente


segundo o centro particular afetado. As afecções podem agir sobre o corpo
astral e sobre o ser psíquico, mas nunca sobre o espírito, que somente se
perturba nas suas relações com o organismo e não em sua essência.

A alopatia será aplicável nas doenças que provêm do corpo físico.

A homeopatia dará excelentes resultados nas doenças que se originam do


corpo astral, como doenças do peito, o câncer e alguma& afecções
nervosas.

A medicina hermética deve ser utilizada nos casos psíquicos, nas


obsessões, vampirismo, tão pouco conhecidos dos médicos atuais que os
confundem com loucura.

65
Na impossibilidade de compilar um tratado de medicina, indicaremos em
poucas linhas os principais métodos terapêuticos à disposição do mago.

Ao apresentar-se um doente, a primeira regra que deve ser observada é a


determinação da influência planetária que o domina, fazendo-se um rápido
horóscopo para ver a posição relativa do céu no dia do seu nascimento.

Se a doença depende do corpo físico, o emprego do álcool e de plantas que


fortifiquem as boas influências planetárias do doente será o suficiente.
Se a afecção for de origem astral, o emprego de perfumes combinados com
o magnetismo será de grande auxílio. Neste caso, pode-se usar também o
talismã construído sob influência favorável para a cura da doença. A
homeopatia, iluminada pelo estudo das correspondências astronômicas,
também é muito útil para esta espécie de afecções. Enfim, nas doenças
que desregulam as relações da força nervosa que liga o ser psíquico ao
espírito, ou que atacam o ser psíquico, o mago terá à sua disposição a
música, o encanto do verbo agindo pela persuasão. Este processo tem
dado resultados maravilhosos na América, aos iniciados da Christian
Science e também o magnetismo combinado com fórmulas mágicas
(Papus, Magie Pratique).

ALOPECIA - Espécie de encanto com o qual se fascina a quem se quer


prejudicar. Alguns autores dão o nome de alopecia à arte de atar a agulha.

ALOS - Chamam-se assim os sais no sentido geral.

ALOSANTHL - São as flores do sal.

ALOSET - Mercúrio dos filósofos.

ALOTIN - Vide Anilibar.

ALPIEL - Anjo ou demônio que, segundo o Talmud, é o intendente das


árvores frutíferas.

ALQUIMIA - Do árabe, ul-khemi. É, como o nome diz, química da


natureza. Poderíamos escrever milhares de páginas se quiséssemos definir
de um modo claro e definitivo o que significa o que vale e o que originou a
alquimia dos magos. Estes perseguiam a fabricação do ouro espargírico, a
panacéia universal, o elixir da vida etc. Estes trabalhos infatigáveis
relativos à transmutação dos metais até ao ouro potável (que a química
moderna conseguiu realizar) deram origem a inúmeros descobrimentos, às
quais a humanidade deve o progresso de hoje. Algumas descobertas, tidas
como exclusivamente modernas, já eram conhecidas pelos magos e os
alquimistas das épocas mais remotas. As afirmações de que o século 19 foi

66
o da eletricidade e do vapor só puderam ser feitas por pessoas que
desconheciam a história antiga. Não nos deteremos em grandes
explicações sobre isto, mas, de passagem, informamos que os sacerdotes
etruscos, adeptos da magia, conheciam a eletricidade e a usaram para
defender a vila de Narnia contra Alarico.

Plínio descreve a morte de Tullus Hostilius, usando a eletricidade. Anselmo


de Tralle, famoso arquiteto (construtor de Santa Sofia) e alquimista,
conhecia os efeitos do vapor. Um monge alquimista, Pauselenas, não só
nos fala em suas obras sobre a aplicação da química na fotografia, como
afirma que os autores jônicos falam do mesmo processo, assim corno da
câmara escura, aparelhos óticos, sensibilidade de placas etc. Por último, *
alquimista Roger Bacon, a quem se atribui * invenção da pólvora, não fez
outra coisa senão seguir as pegadas dos outros alquimistas anteriores a
ele. Segundo Marcus Groe, em seu Liber Ingenium há descrições dos
efeitos da pólvora. Em resumo, a alquimia é e tem sido para a química o
que a astrologia é para a astronomia.

Teosofia - A alquimia trata das forças sutis da natureza e das várias


condições da matéria, nas quais aquelas agem. Ao dar aos iniciados a idéia
do mysterium magnum sob o véu mais ou menos artificial da linguagem,
para que não seja perigoso nas mãos de um mundo egoísta, o alquimista
admite como primeiro postulado a existência de certo dissolvente universal
na substância homogênea, de onde foram evoluídos os elementos, a que
chamam de ouro puro ou summum materie. Este dissolvente, também
chamado menstruum universale, possui o poder de lançar fora do corpo
humano todo germe de doença, de renovar a juventude e prolongar a vida.
Assim é a lapis philosophorum (pedra filosofal). 0 grande sábio e filósofo
árabe Geber foi quem introduziu a alquimia na Europa no século 7.

A alquimia é estudada sob três aspectos distintos, que admitem muitas


interpretações diferentes: o cósmico, o humano e o terrestre. Eges três
métodos eram típicos sob as três propriedades alquímicas: o enxofre, o
mercúrio e o sal. Diferentes escritores declararam que são três, sete, dez e
doze pessoas diferentes. Mas todos concordam que haja somente um
objeto na alquimia, que é o de transmutar os metais grosseiros em ouro
puro. É indiscutível que na natureza se efetua a transmutação dos metais
inferiores em outros melhorados. Mas isto é só um aspecto da alquimia, o
terrestre ou meramente material, existindo outro muito mais
transcendental, puramente psíquico e espiritual. 0 alquimista ocultista
despreza o ouro da terra e dirige todos os seus esforços na transmutação
do quaternário inferior no ternário divino superior ao homem, os quais,
quando finalmente se unem, constituem um só. Os planos espiritual,
mental, psíquico e físico da existência humana comparam-se, na alquimia,
aos quatro elementos: o fogo, o ar, a terra e a água. Cada um é capaz de
uma constituição tríplice, ou melhor: fixa, inestável e volátil. Pouco ou

67
nada se sabe da origem deste ramo da filosofia arcaica, mas é evidente que
antecede à construção de qualquer zodíaco conhecido e talvez a todas as
mitologias do mundo. Tão pouco se pode negar que os verdadeiros
segredos da transmutação (no plano físico) eram conhecidos pela
antiguidade, perdendo-se nos primórdios da história. A química moderna
deve seus melhores descobrimentos à alquimia, e ainda que tenha
desprezado o axioma inegável desta última, de que só existe um elemento
no universo (classificando os metais como elementos) começa agora a dar
conta do seu grande erro. Alguns enciclopedistas já se viram obrigados a
confessar que vários relatos sobre a transmutação dos metais vão
acompanhados de tais testemunhos que os toma prováveis. Utilizando a
bateria galvânica, descobriu-se que até os álcalis têm uma base metálica,
sendo, assim possível obter metal de outras substâncias que contenham
os ingredientes que a compõem, e também mudar um metal em outro.
(Blavatsky, Chave da Teosofia).

Hermetismo - Todos os autores herméticos discordam na definição desta


ciência, já que existem duas alquimias: uma falsa e outra verdadeira. Esta
última é definida por Denis Zachaire do seguinte modo: -É uma parte da
filosofia natural que ensina a formar os metais sobre a terra, imitando as
operaç5es que a natureza executa debaixo da mesma, aproximando-se de
suas operações o mais possível". Paracelso diz que a alquimia é uma
ciência que ensina a transmudar os metais uns em outros. Mas a melhor
definição que se pode dar, ao que os bons autores chamam de verdadeira
alquimia, é a seguinte: a alquimia é a ciência e a arte de fazer um pó
fermentativo transmudar os metais imperfeitos em ouro, e que também
serve como remédio universal a todos os males naturais dos homens,
animais e plantas.

A falsa alquimia pode ser definida como sendo a arte de tornar o homem
miserável, física e moralmente. A verdadeira tende a aperfeiçoar os metais
e conservar a saúde. A falsa, a destruir os primeiros e aniquilar a segunda.

A primeira emprega os agentes da natureza e imita suas operações. A


segunda apóia-se em princípios falsos e usa como agente o tirano e o
destruidor da natureza. A primeira obtém de uma matéria vil, e em
pequena quantidade, uma substância preciosa. A segunda obtém de uma
matéria preciosa, o ouro, uma matéria desprezível, fumaça e cinzas. 0
resultado da verdadeira é a cura imediata de todas as enfermidades que
afligem a humanidade; o da falsa são os males que ordinariamente
destroem os homens.

A alquimia caiu em descrédito desde que um grande número de charlatães


pretendeu abusar da boa fé do povo, demasiado crédulo e ignorante.

68
0 verdadeiro alquimista não faz propaganda de sua ciência, não deseja o
dinheiro dos outros, como diz Morien ao rei Calid: “Quem tudo possui não
precisa de nada”. Dão parte dos seus bens aos necessitados. Não vendem
seus segredos e se os comunicam algumas vezes aos seus amigos é porque
os julgam dignos de possuí-los e usá-los em harmonia com as leis de
Deus. Conhecem a natureza e suas operações, servindo-se dos seus
conhecimentos, segundo diz São Paulo, para conhecer o Criador.

Nenhum dos filósofos alquimistas, como Hermes Trismegisto, Geber,


Morien, São Raimundo Lulio, Commopolita, Espugnet e muitos outros,
deixou de pregar o amor de Deus e do próximo e condenou os falsos
alquimistas, publicando claramente que os procedimentos da verdadeira
alquimia são os mesmos empregados pela natureza, ainda que abreviados
pela arte, mas contrários em absoluto aos empregados pela química
vulgar. Que ninguém se vanglorie, pois, de vencer por seus procedimentos,
e que suas regras sirvam como pedra de toque àqueles que estão expostos
a serem enganados pelos charlatães e pelos impostores.

As operações da natureza são praticamente as mesmas da alquimia,


diferenciando-se apenas no nome e podem ser reduzidas a sete:
calcinação, putrefação, solução, destilação, sublimação, conjunção,
coagulação ou fixação. Mas é preciso tomar essas palavras no sentido
filosófico, segundo o procedimento da natureza, que deve ser conhecida e
estudada antes de ser imitada.

0 fogo usado nas operações da alquimia não é o ordinário, conhecido como


fogo elemental. É o fogo celeste que se estende por todas as partes e a base
da pedra, tão louvada pelos filósofos, da qual dizem que é o pai. Mas este
fogo não agiria se não fosse excitado por um fogo celeste, volátil, que se
tira ou se obtém pela destilação filosófica de uma pedra conhecida pelos
filósofos e chamada pelos mesmos a mãe de sua pedra. Bercher defendeu e
demonstrou a existência da alquimia em seu "Suplemento de sua Física".
(Dictionnaire Mito-Hermétique, Bernet).

ALRINACH - Demônio do Ocidente que presidia as tempestades,


terremotos, chuvas, e que freqüentemente afundava os navios. Aparecia
em forma de mulher.

ALRUNES - Demônios súcubos ou feiticeiros que foram mães dos hunos.


Tomavam diversas formas, mas não podiam mudar de sexo. (Vide também
Mandrágoras).

ALRUY DAVID - Impostor judeu que em 1199, fazendo-se passar por


descendente de David, dizia ser o messias. 0 rei da Pérsia mandou prendê-
lo, mas conforme conta Benjamin de Tudela, fez-se invisível e escapou da
prisão em direção à praia onde estendeu seu manto sobre as águas e

69
passou sobre elas com uma leveza incrível, sem que os barcos enviados em
sua perseguição pudessem alcançá-lo. Isso lhe deu um crédito imenso
como mago. Mas o príncipe turco, Cheik Aladino, comprou o seu sogro que
era muito venal e um dia o pretenso messias apareceu morto a
punhaladas.

ALSEBRIS VIVO - Em química é o enxofre vivo ou natural. Mas em


hermetismo é a pedra do fogo, a matéria convertida em vermelho nas
primeiras operações dos filósofos.

ALSECH - É o alume.

ALSELAT - Cobre calcinado (aes ustum).

ALSUFIR - Cor que o magistério dos sábios adquire no fim das operações.

ALTAFOR - Cânfora.

ALTAMBUS - Pedra encarnada ou pedra de sangue humano. 0 elixir


filosófico.

ALTANACA - Ouro-pigmento.

ALTANGATUFUN - Ídolo dos kalmucos que tinha o corpo e a cabeça de


serpente, com quatro patas de porco. Acreditava-se que quem levasse esta
imagem nos combates tomava-se invulnerável. Para prová-lo, segundo a
lenda cossaca, um khan prendeu o ídolo em um livro e mandou que hábeis
atiradores disparassem suas flechas contra ele sem que conseguissem
atingi-lo. Isso só foi possível quando o ídolo foi retirado do livro.

ALTAR - É a pedra destinada à celebração dos sacrifícios que se oferecem


à divindade. Nos templos pagãos eram construídos de granito ou de ricos
metais, tendo o formato de um pedestal quadrado, retangular ou redondo.
Nos templos judeus existem dois altares: um de bronze, para os sacrifícios,
e outro de ouro, para os perfumes. Entre os cristãos, o altar tem a forma
de um sepulcro antigo, sendo de mármore, madeira ou metal. Nos
primeiros séculos, existia apenas um altar em cada igreja, e era feito de
maneira que o rosto do sacerdote ficasse' voltado para o oriente.

Magia - 0 altar para as operações mágicas pode ser feito com madeira e
forrado, com uma toalha branca, devendo se constituir num pantáculo do
universo em seus três primeiros planos: humano, natural e divino. A
disposição mais adequada 6 colocar no meio do altar um pentagrama' de
Eliphas Levi ou de Agrippa. Este último deve ser usado quando é possível
achar o& metais necessários, mas o primeiro é preferível nos demais
casos.

70
Este pentagrama será desenhado sobre a pele de um animal virgem, num
pergaminho virgem, ou ainda melhor, sobre papel fabricado por um mago,
sob os auspícios solares, com a massa de papel consagrada com
antecedência.

Ao redor do pentagrama serão postos sete pequenos cubos metálicos


correspondentes a cada um dos metais planetários (o cubo de mercúrio
deve ser encerrado num pequeno cubo de cristal). Os metais serão
colocados na ordem da estrela egípcia de sete pontas. Nos quatro extremos
do altar serão colocados os seguintes objetos:
1º) no extremo superior direito (iod) a luz;
2º) no extremo superior esquerdo (he) o queima-perfume ou forno,
conforme o caso;
3º) no extremo inferior esquerdo (vau) o sal mágico;
4º) no extremo inferior direito a água mágica (he).
Espelho Mágicko - Por cima do altar e preso à parede será colocado um
espelho mágico côncavo, aplicado sobre o fundo negro. (Traité Élémentaire
de Magie Pratique, de Papus).

ALTARA - Cucúrbita.

ALTEY - É o sal de Saturno, ou substância doce que se extrai do chumbo


por meio do vinagre (Johnson). (Vide Alma de Saturno).

ALTIMAR - Cobre calcinado (aes ustum).

ALTIMION - As escórias do chumbo.

ALTINGAT - É o cardenilho (acetato de cobre), ferrugem ou óxido do


chumbo.

ALTINURAUM - Vitríolo.

ALTIT - Asa fétida.

ALTOFET - Antimônio.

ALTRUÍSMO: Qualidade oposta ao egoísmo.

ALUACH ou ALUCHO - Júpiter ou estanho.

ALUDEL ou ALUTEL - É o vaso necessário para a grande obra. Na quarta


parte do livro 1º da obra intitulada A Perfeição Máxima, Geber descreve-o
da seguinte maneira: o aludel deve ser fabricado com um vidro de
densidade igual em toda a sua massa. Qualquer outra substância não é

71
própria para o caso, a menos que tenha muita afinidade com o vidro,
porque somente ele tem a consistência e a substância inalterável, capaz de
reter os espíritos e substâncias dos compostos que se evaporariam pelos
poros de outras matérias. Nem mesmo os metais servem, pois a afinidade
que têm com os espíritos minerais e metálicos daria como resultado um
composto em vez de deixá-los sublimar.

Mas Geber, como os filósofos, não usa sempre o termo aludel, como
sinônimo de terra: geralmente designa com este nome o vaso filosófico que
é preciso não confundir com o vaso onde se encerra a matéria. Eis por que
dizer “fechar hermeticamente o aludel” significa fixar o mercúrio dos
sábios (Vide Vaso).

Os químicos vulgares deram ao termo aludel o sentido de forno ou


cucúrbita. Quando seus adeptos se referem a ela parecem indicar um
fomo; mas é preciso entender um forno secreto, tomando-o de vez em
quando pela matéria, da qual extraem seu mercúrio; outras vezes, seu
enxofre vivo ou pedra ígnea, que conserva e alimenta o fogo interno da
obra. Também se usa a palavra aludel para designar o mesmo mercúrio
animado ou vivo.

ALUDIT - É o mercúrio dos sábios.

ALUECH - Júpiter, estanho purificado.

ALUMBOTY - É o chumbo calcinado.

ALUME - São muitas as propriedades do alume, segundo os magos da


antiguidade. Belino, por exemplo, diz que esfregando um pedaço de pano
numa clara de ovo misturada com alume e colocando-o em seguida para
secar, depois de tê-lo lavado com água salgada, impedirá que pegue fogo.
Triturando carmim com alume de rocha e ajuntando a esta mistura sumo
de sempre-viva e resina de loureiro, consegue-se um preparado que,
passado nas mãos, dá ao homem o poder de manejar um ferro em brasa
sem se queimar.

Hermetismo - É o nome que os filósofos deram algumas vezes ao sal, que


não é o alume ordinário, mas o sal princípio do alume dos outros sais, dos
minerais e dos metais.

ALUME AFURIN - Designam-se com este nome todos os alumes


calcinados.

ALUME AIKOLI - Nitro simples.

ALUME ALATURI - É o sal álcali.

72
ALUME ÁLCALI - Nitro precipitado.

ALUME DE AIAP - É o sal da Grécia (Planiscampi).

ALUME MARINHO - É o espírito úmido do ar que vivifica os seres


sublunares pelo calor que o acompanha.

ALUME SIRIACO - Alume alkokar.

ALUMONODIG - Sal amoníaco.

ALUNIBUR - Prata. Lua dos filósofos e sua pedra ao branco perfeito.

ALUNSEL - As gotas que caem do capitel do alambique para o recipiente.

ALUSEN - Chama-se assim toda substância enxofrada.

ALUSIR - Nome que alguns adeptos deram à pedra levada ao vermelho.

ALZAFAR - Cobre queimado ou calcinado.

ALZEMAFOR - Cinábrio (sulfureto vermelho de mercúrio).

ALZERNAD - Magistério ao vermelho.

ALZILAD - Peso de três gramas.

AMALGAMAR - É reunir ou juntar o mercúrio filosófico com o enxofre ou o


ouro dos sábios, mas não no estilo dos químicos vulgares, misturando
num almofariz uma substância sólida com outra líquida, mas praticando o
fogo dos filósofos segundo o regime prescrito, ou melhor, aperfeiçoando a
obra pelo cozimento ou digestão contínua no mesmo grau de calor
sulfuroso que envolve, mas que não queima (Vide Artephius, Sobre o
Regime do Fogo).

AMALGRA - É o enxofre dos filósofos ou a pedra tornada vermelha.

AMAR - É o vinagre dos sábios e seu dissolvente. Os químicos deram este


nome ao vinagre comum.

AMARANTO - Flor que se admite entre os símbolos da imortalidade. Os


maias atribuíam grandes propriedades às coroas feitas com tal flor,
sobretudo o de conceder favores e glória aos que as usavam. Os antigos

73
enfeitavam seus sepulcros com amarantos e sempre-vivas, para significar
que a lembrança dos mortos sempre será viva e fresca.

AMASIS - Rei do Egito que, segundo Heródoto, fechava completamente a


boca, sendo preciso empregar as imprecações mais solenes da magia para
abri-la novamente (Vide Ligadura).

AMDUSCIAS - Grão-duque dos infernos, que tem a figura de unicórnio e


que, quando é evocado, apresenta-se sob forma humana, dando concertos
musicais sem que se vejam os instrumentos. É chefe de 29 legiões.

AMELITE - Os egípcios dão este nome à mulher imaginária de Zoroastro,


significando com ele a umidade do ar sutil, muito rarefeito, que serve de
conduto ao fogo celeste, representado por Zoroastro, o qual, faltando este
ar puro e isento de substâncias estranhas, não poderia manifestar-se
sensivelmente. Sua união indivisível, que produz a vida em todos os seres
naturais, sempre foi estudada com atenção pelos filósofos naturalistas,
segundo nos informam as religiões mais antigas. Suspeita-se que Arriman,
príncipe das trevas, é oposto a Zoroastro, a quem declara guerra
implacável. Mas o resultado final é a vitória de Zoroastro, da luz, já que as
trevas é uma privação da luz e uma negação não pode ter existência real.

AMENS - É o sal marinho ordinário.

AMENTHI - Inferno egípcio, onde as almas prestavam contas de suas


vidas. Depois, eram distribuídas segundo suas obras. Umas iam para
diversas regiões do céu; outras, para corpos terrestres, onde deviam expiar
suas faltas. Segundo as idades históricas, o conceito do amenthi variou
assim como os dos deuses. 0 gnosticismo depurou a maioria dos mitos ao
transladar grande parte deles para si.

AMENTHIS - Entre os primitivos povos da Grécia se conhecia com o nome


de amenthis o reino dos mortos, de onde as almas, depois de terem sido
julgadas pelo grande Osíris, assumiam a beatitude ou desciam para a
região das trevas eternas, de onde nunca mais sairiam.

AMETISTA - Pedra preciosa de cor violeta-escuro, que aparecia em nono


lugar no peitoral do sumo sacerdote dos judeus, e que, segundo uma velha
crença, livrava da embriaguez aqueles que a possuíam.

AMIANTO - Pedra incombustível que, segundo Plínio e vários


demonógrafos, era um excelente preservativo contra os encantos da magia
e da feitiçaria.
Os antigos consideravam o amianto como uma espécie de linho
incombustível, tecendo com ele lenços, mantos e roupas de uso interno,
que lançavam ao fogo, quando estavam sujas, dele saindo como se

74
tivessem sido lavadas. As pessoas distintas eram queimadas em telas de
amianto, para que suas cinzas pudessem ser conservadas puras e
separadas dos resíduos daqueles que eram queimados em fogueiras e piras
comuns. Os ramos, e especialmente seus sacerdotes, iniciados na magia,
acreditavam que o amianto tinha sido gerado pelo Sol para dar à Terra
uma prova de sua estima particular.

Hermetismo: os filósofos deram o nome de amianto à sua pedra, por


resistir à ação do fogo mais violento.

AMILCAR - General cartaginês que, ao sitiar Siracusa, teve um sonho no


qual uma voz lhe dizia que na noite seguinte cearia dentro da cidade.
Aconteceu o assalto, a invasão, e de fato ele ceou em Siracusa. Mas como
vencido.

AMISADER - Sal amoníaco filosófico.

AMMON-RA - Ammon em egípcio significa oculto, invisível, misterioso. E


ra significa sol. Ammon-ra, personagem divino, representa o Deus
invisível, mas que se torna visível aos homens em forma de sol.

AMNIOMANCIA - Arte de adivinhar através da membrana que cobre


algumas vezes a cabeça dos recém-nascidos. Esta palavra vem do grego
amnios, nome dado pelos médicos à membrana. As parteiras costumavam
adivinhar a sorte da criança pelo exame desta membrana: seria feliz se
fosse vermelha, e desgraçada se fosse cor de chumbo. Os advogados
antigos compravam estas pelicas por preços altos, acreditando que com
elas teriam mais sorte em suas causas. Desta crença deriva o provérbio
"nasceu empelicado", usado para o homem que tem sorte.

AMOGRABRIEL - É o cinábrio.

AMON - Chama-se igualmente amon - ra. É o deus oculto e velado, que


está acima de toda inteligência. 0 "deus desconhecido" de São Paulo no
Aerópago, o ser supremo dos gnósticos.

Os escritores gregos estão de acordo sobre este ponto, conforme as


inscrições dos monumentos egípcios interpretados por Champollion.

Amon-ra era o senhor celeste das três regiões, o primeiro, o chefe dos
deuses, que faz luz sobre as coisas ocultas, conforme as lendas
hieroglíficas. Amon, como o pai desconhecido do gnosticismo, é a fonte da
vida divina da qual seus monumentos reproduzem o símbolo. Este símbolo
é a cruz ansata, nos monumentos gnósticos. É a fonte de toda a força. 0
símbolo deste poder divino é o cordeiro, copiado igualmente em alguns

75
monumentos gnósticos. É a força do poder régio na terra, cujo símbolo é a
serpente, o animal mais pneumático, também copiado no gnosticismo.

Amon reúne em geral todos os atributos que a antiga teosofia oriental deve
ao ser supremo. É o pleroma, porque compreende em si todas as coisas. É
a luz, porque é o deus sol. É invariável no meio de todo o fenomenal dos
mundos. 0 nilômetro é o signo desta estabilidade. Não cria nada, mas tudo
emana dele. Esta opinião concorda com a teoria esotérica das emanações.
0 falo gerador é o símbolo egípcio deste poder. É encontrado nos
monumentos de alguns gnósticos. A idéia da geração aplica-se ao ser
supremo até nos códigos sagrados da divindade. Sua imagem representa
os atributos principais que os demais deuses possuem apenas em parte.
Como a história de amon - ra é muito longa, parece-nos prudente
recomendar um estudo mais profundo da egiptologia.

AMON ou AAMON - Poderoso demônio que se apresenta sob a forma de


lobo com pescoço de serpente, que lança chamas pela boca. É o mais firme
dos demônios principais, sabendo o passado e o futuro, e tendo sob suas
ordens 40 legiões.

AMONIACO - Além dos usos próprios da farmacopéia, o sal amoníaco tem


misturado com goma arábica, a propriedade de se poder fazer com ele
letras, imitando o ouro e a prata. Para obter este efeito, basta pulverizar
muito bem ambas as coisas, acrescentando a esta mistura dez a doze
adarmes de pedra de toque. Quando tudo está bem pulverizado, pode-se
escrever com a mistura, esfregando em seguida o que foi escrito contra o
metal cuja cor se deseja obter.

AMOR - Para os latinos, amor; para os gregos, Eros. São muitas as


crenças supersticiosas que se atribuem inocentemente ao amor. Citaremos
apenas algumas: quando os cabelos do homem se anelam naturalmente,
por exemplo, ele é amado. Em Roscoff, na Bretanha, as mulheres varriam
a poeira da capela de Santa União depois da missa, deixando-a do lado
onde seus esposos ou noivos deviam chegar, e se vangloriavam de
assegurar assim, por meio deste inofensivo sortilégio, o coração daqueles
que elas amavam.

Em outros países, acreditam conseguir fazer-se amar amarrando no


pescoço certas palavras separadas por cruzes. Existem amantes tão
apaixonados que se entregam ao demônio para serem felizes. Conta-se que
um criado vendeu sua alma ao diabo sob a condição de casar-se com a
filha do seu amo, tomando-se o mais desgraçado dos homens.

Também se atribui à inspiração dos demônios certos amores monstruosos,


como a paixão de Pigmaleão por sua estátua. Outro jovem também se
enamorou perdidamente pela Vênus de Praxiteles. Um ateniense matou-se

76
de desespero aos pés da estátua da Fortuna: esses casos são originados
por tristes loucuras.

Os filtros eram combinações de beberagens, pós e ungüentos destinados a


aumentar o poder sobrenatural dos feiticeiros.

"Em suas composições - diz Plytoff - aparecem com freqüência a cicuta e a


valeriana, a hera, a malva, o cipreste, a serpente, o mocho e o sapo. Os
filtros afrodisíacos eram feitos com cabeças de milhanos (ou milhafres),
rabos de lobo, cinzas de imagens de santos canonizados, cabelos etc. Além
disso, as composições deviam sofrer passes especiais, consagradas em
cerimônias fantásticas."

Além destes estranhos ingredientes, existem ainda as seguintes


substâncias que ocupam lugar de destaque na elaboração dos filtros de
amor: o esperma, sangue de menstruação, corações de pombas, testículos
de coelho e de galo, fígado de hiena e muitas outras coisas. As drogas
mágicas remontam à mais alta antiguidade.

0 autor do Kama Sutra recomenda aos que são desgraçados tanto pela
natureza como pela fortuna, o emprego de um ungüento composto com a
coronária tubernamenta, o costus speciosus ou arabicus e a calaphacta
flacourtia. Esfrega-se em todo o corpo, obtendo assim um aspecto mais
agradável e simpático. Com a mesma finalidade são usados: a erva-de-
porco, a équites pútrida e cosméticos negros, tirados das mesmas plantas
ou de suas misturas.

Vatsyayana assegura que cosméticos compostos com resíduos da


combustão de ossos de camelo, corujas, abutres e pavões dão um poder
ilimitado de sedução. Excremento de macaco lançado como sortilégio sobre
uma jovem a impede de se casar.

0 reverendo padre diabólico, Picatrix, como o chama Rabelais, ensina este


meio astrológico e mágico: Para que duas pessoas se amem, fazem-se suas
imagens. “Quando o ascendente estiver no primeiro aspecto de Câncer,
Vênus sobre o horizonte e a Lua em primeiro aspecto de Touro, unem-se
estas duas imagens de modo que se abracem, e enterram-se num lugar
onde viva uma delas e se amarão constantemente".

Pedro Mora indica este outro meio: “Para se fazer amar, toma-se um
coração de pomba, um fígado de gorrião, a matriz de uma andorinha e um
rim de lebre. Reduz-se tudo a uni pó finíssimo; e a pessoa que fizer este
filtro acrescentará uma parte do seu sangue, seco e pulverizado da mesma
forma. A pessoa que se quer induzir ao amor terá que aspirar duas ou três
vezes uma pequena quantidade desta porção; o efeito será maravilhoso”.

77
0 Livro dos Segredos da Magia apresenta um grande número de receitas
tão estranhas que fica por conta do leitor o sucesso ou não de suas
elaborações: "Pegue um sapo vivo numa sexta-feira, antes da saída do sol,
na hora de Vênus e amarre-o pelas duas patas traseiras à chaminé de sua
casa. Quando estiver bem seco, reduza-o a pó em um almofariz e envolva-o
numa folha de papel. Coloque-o em seguida sob um altar, por detrás,
durante três dias e tire-o depois na mesma hora. Observe que é preciso
que se celebre missa sobre este altar. Depois é só colocar a composição
sobre uma flor, e todas as mulheres que desejar o seguirão sempre".

Papus se expressa do seguinte modo em sua obra Traité Elémentaire de


Magie Pratique: "Ao enamorado, já escravo de uma outra vontade, não lhe
é possível pedir magicamente as forças astrais, mas pode-se comover o ser
impulsivo pelos procedimentos mágicos, e como poucos indivíduos sabem
resistir aos impulsos de sua alma mortal, os filtros baseados nas
correspondências simpáticas têm grandes probabilidades de êxito. A teoria
do filtro do amor pode ser comparada à do laço dos mexicanos. Lança-se o
laço para ferir, de alguma maneira, a imaginação daquele sobre quem se
quer agir. Depois, é preciso enrolar o laço na pessoa sobre quem se age,
servindo-se de substâncias que condensem este fluido, como as unhas, os
dentes, os cabelos, especialmente o sangue. Enfim, é preciso atrair o ser
enlaçado, aspirando ao fluido magnético exteriorizado. Neste período é que
as palavras e as cerimônias produzem efeitos".

Com respeito aos filtros de amor constituídos por misturas de substâncias


venenosas, somente os perversos fazem uso deles.

Os filtros podem dividir-se em:

1º) filtros puramente astrológicos;


2º) filtros que agem por sugestão;
3º) filtros que atuam por magnetismo e magia (correspondência);
4º) procedimentos sintéticos, que resultam da reunião de vários dos
procedimentos precedentes. Todas estas divisões serão encontradas nos
seguintes procedimentos:
Fale com a moça por quem está apaixonado e diga-lhe que vai fazer um
horóscopo para adivinhar se o casamento se realizará em breve. Faça com
que a entrevista não tenha testemunhas. Quando seus olhares estiverem
cruzados, pronuncie, resolutamente, estas palavras: kaphe, kasita, non
kapheta et publica filii omibus mis. Não estranhe esta linguagem
enigmática, da qual ignora o sentido oculto, mas se o disser com fé será
certamente amado.

Para que a pessoa que o ama seja fiel, queime seis fios de cabelo, misture
a cinza com mel e passe a solução na madeira da cama. É bom renovar
esta operação de vez em quando para manter a constância do amor.

78
Se quiser que suas cartas de amor ou de negócio tenham êxito, pegue uma
folha de pergaminho virgem e cubra-a dos dois lados com a seguinte
oração: Adama Evah como o criador todo-poderoso os uniu no paraíso
terrestre com laço santo, mútuo e indissolúvel, assim o coração daqueles a
quem escrevo me seja favorável e nada me recuse. Ely, Ely Ely. É preciso
queimar esta folha de pergaminho e recolher com cuidado toda a cinza.
Depois pegue tinta que nunca tenha sido usada, despeje-a num vaso novo
de terra e nele misture a cinza com sete gotas de leite de uma mulher que
amamente seu primeiro filho e acrescente uma pitada de pó de ímã. Use
uma pena nova preparada com um corta-plumas novo. Toda carta que
escrever com essa preparação fará com que o destinatário o atenda em
tudo o que desejar.

AMON ou AMAIMON - Um dos quatro reis do inferno que governa a parte


oriental. Deve ser invocado das nove às doze, e das três às seis da tarde.
Asmodeu é o seu lugar-tenente e o Primeiro príncipe dos seus Estados.

AMPHIARAUS - Adivinho da Antigüidade que se escondeu para não ter


que ir para a guerra de Tebas, porque previu que, se fosse, morreria. E de
fato isto aconteceu, quando foi encontrado e levado à força. Mas dizem que
ressuscitou e que curava as doenças, indicando os remédios através dos
sonhos, como fazem hoje em dia os que praticam o sonambulismo
magnético. Também lhe é atribuída a invenção da piromancia.

AMRIT: Ambrósia ou néctar. Em terminologia mágica, Amrit é a destilação


de Kala , ou Raio, que, quando absorvida, inebria com seu sabor divino e
que confere felicidade.

AMSHAN - Segunda inteligência na teoria da emanação do desetir.

AMSHASPANDIS - Os seis gênios que rodeiam o trono de Ormuzd, o


primeiro nascido do teroimone akerefle, ou o tempo sem limites no sistema
das emanações da cabala.

AMULETO (Preservativo) – Chamam-se assim certos remédios ou objetos


supersticiosos usados pelas pessoas para preservar-se de qualquer perigo
ou doença. Os gregos os chamavam de filasterios. Eram geralmente
imagens caprichosas como o escaravelho no Egito, pedaços de
pergaminho, de cobre, estanho, prata, ou também pedras especiais, nas
quais se traçavam certos caracteres ou hieróglifos. Como esta superstição
nasceu do apego excessivo à vida e do temor pueril a todo perigo, o
cristianismo condenou-a.

Nos primeiros séculos da Igreja, os santos 0 doutor Albernethy


recomendava o assovio para curar o bócio. Assim, é possível que os

79
amuletos dados aos argelinos por seus marabus fossem mais inocentes do
que a sua farmacopéia.

Os selvagens da África, os povos da Ásia e da Oceania, os muçulmanos, os


árabes e alguns outros têm seus amuletos que consistem em pedras
talhadas e polidas, pedaços de madeira ou de ouro, frutas secas, pós de
diversas espécies, almofadinhas e saquinhos, representações toscas de
homens, mulheres, divindades, caracteres mágicos ou místicos etc.

AMULETOS AMOROSOS - Os amuletos mais usados para o amor são


confeccionados da seguinte maneira, segundo Papus: na primeira sexta-
feira da Lua, compre uma fita vermelha de meia vara, em nome da pessoa
amada. Faça um nó em laços de amor e não aperte, dizendo o pater até a
palavra in tentationem. Depois comece a apertá-lo, dizendo: sed libera nos
a maio por ludea-ludei-ludeo e aperte-o definitivamente. Diga um pater por
dia, seguindo a mesma cerimônia, até formar nove nós. Coloque depois a
fita no braço esquerdo, sobre a carne e toque a pessoa amada.

Se um homem quiser ver em sonho a imagem da pessoa com quem deve se


casar deverá ajuntar coral pulverizado, pó de ímã, sangue de pombo
branco, e fazer uma pasta que guardará dentro de um figo, envolvido num
pedaço quadrado de seda azul. Coloque-o no pescoço, junto com um
raminho de mirto, dizendo estas palavras: Kyrie elementissime, qui
Abraham servo tuo dedistis uxorem et filio ejus obedientissimo, per
admirabile signum indicasti Rebeccam uxorem, indica mihi, servo tuo,
quam nupturus sim uxorem, per mysterium tuorum Spirituum Baalibeth,
Assaibi, Abumostish. Amen.

É preciso, pela manhã, conservar na mente a imagem que se tenha visto


em sonhos. Se nada foi visto, é preciso repetir a experiência mágica três
sextas-feiras seguidas. E se mesmo depois disto nada acontecer, pode-se
ter certeza que ficará solteiro.

AMY - Um dos príncipes da monarquia infernal. Aparece no inferno


rodeado de chamas, mas na terra se apresenta sob forma humana
ensinando os segredos da astrologia e das artes liberais, proporcionando
bons criados, e descobrindo para seus amigos os tesouros guardados pelos
demônios. Manda em 36 legiões e deve esperar duzentos mil anos para
voltar ao céu, onde ocupará o sétimo trono.

AMYRAUT Moisés - Teólogo protestante que nasceu em Anjou, em 1596, e


morreu em 1664, depois de ter publicado um tratado sobre os sonhos,
muito raro hoje em dia.

ANABAPTISTAS - Esta palavra é composta por dois vocábulos gregos que


significam novo batismo. É uma seita religiosa que acredita que só os

80
adultos podem receber o batismo. Foi fundada na Alemanha, em 1521, por
Mumser e Stork, discípulos de Lutero.

ANABERGO - Demônio terrível entre os demônios guardiões das minas.


Um dia, matou muitos operários na riquíssima mina de prata de Corona
Rosária, na Alemanha. Anabergo apresenta-se sob a forma de um cabrito
com chifres de ouro, lançando-se contra os mineiros com impetuosidade,
ou sob a forma de um cavalo, soltando chamas pelas narinas. Este
demônio talvez seja o espírito muito conhecido hoje em dia pelos químicos
com o nome de fogo grisu.

ANABRIO - Um dos sete príncipes do inferno que se apresentaram um dia


diante de Fausto. Estava transformado em um cão preto e branco, com
grandes orelhas de quatro fendas.

ANACAB - Sal amoníaco dos sábios.

ANAGOGIA - Estado de êxtase místico, de exaltação da alma até as coisas


celestes. É também a interpretação figurada de um fato ou de um texto da
Bíblia.

ANAGRAMA - Transposição das letras de uma palavra ou um nome,


mediante certa combinação daquelas entre si, dá um sentido especial, seja
favorável ou adverso, à pessoa ou coisa com cuja palavra se forma o
anagrama. Calvino foi o primeiro a usá-lo.

ANAIS AKÁSICOS – Arquivos de matéria etérica ocultos na natureza.


Neles ficam permanentemente gravadas e fotografadas as imagens
astromentais de todos os atos, sentimentos e pensamentos individuais e
acontecimentos mundiais, por mais aparentemente insignificante que
sejam.

ANALÉPTICOS - Todas as substâncias que servem para restabelecer as


forças perdidas. Medicamentos ou alimentos.

ANALOGIA - Método fundamental da ciência oculta que permite


determinar o invisível pelo exame do visível; o oculto, pelo patente; a idéia,
pela forma (Petit Glossaire de Papus e Chaboseau). Relação que diversas
coisas têm entre si.

ANALOGISTAS - Os discípulos de Ammonius Saccas, assim chamados por


causa dos seus costumes de interpretar todas as lendas sagradas, mitos e
mistérios, por um princípio de analogia e correspondência, cuja regra se
encontra agora no sistema cabalístico, e principalmente nas escolas de
filosofia esotérica do Oriente (Blavatski, Chave da Teosofia).

81
ANANDA - Sânscrito. Bem-aventurança, alegria, felicidade. Nome de um
discípulo de Gautama, o Buda.

ANANIAS - Nome comum a muitas personagens mencionadas na Sagrada


Escritura. 0 primeiro é um dos três jovens hebreus que, por não querer
adorar a estátua de Nabucodonosor, foi lançado num fomo, de onde Deus
o tirou milagrosamente sem que tivesse sido atingido pelas chamas. 0
segundo foi ferido de morte, aos pés de São Pedro com sua esposa Safira,
por ter querido enganar o santo apóstolo na venda do seu campo. E o
terceiro foi eleito soberano pontifície dos judeus no ano de 49 d.C.,
perseguindo os cristãos e apresentando São Paulo diante do Grande
Conselho dos Judeus, esbofeteando-o no momento em que começava a se
defender. "Deus o castigará, sepulcro caiado" - disse-lhe o apóstolo. De
fato, alguns anos depois, Agripa II despojou-o de sua dignidade e, logo em
seguida, foi assassinado por um grupo chefiado por seu próprio filho
Eleazar.

ANANIAS E SAFIRA - Esposos mencionados nos Atos dos Apóstolos (v. 1 a


10) Abraçaram o cristianismo, mas tendo guardado parte do dinheiro com
o qual deviam contribuir como os outros fiéis, foram repreendidos
secretamente pelo apóstolo São Pedro, caindo mortos instantaneamente.

ANÁS – Teosofia: Palavra sânscrita que significa literalmente, os santos.


Os que do minaram o aryasalyani e penetraram no caminho aryamarga
que conduz ao nirvana ou moksha, o grande caminho quádruplo. Como no
esoterismo, unicamente se pode alcançar os quatro caminhos, ou graus,
por meio de um grande desenvolvimento espiritual e crescimento em
santidade. Aos estágios para alcançar o estado de arhat, chamados
respectivamente srotapatti, sakridagamin, amagamin e arkat, ou as quatro
classes de anás, correspondem os quatro graus e verdades (Blavatsky,
Chave de Teosofia).

ANASISAPTA - Palavra cabalística de sentido misterioso que nenhum


mago quis decifrar. A única coisa que se sabe é que, quando escrita sobre
um pergaminho virgem com pena de auca macho, preserva o seu
possuidor contra um grande número de doenças agudas ou morbosas.

ANÁTEMA - Sentença que expulsa do seio de uma sociedade religiosa


aqueles que a traem. Antigamente era a oferenda que se dedicava aos
deuses e à vítima expiatória.

ANATHRON - É uma espécie de sal que cresce sobre as pedras e que difere
do salitre. Ao ferver, transforma-se numa espécie de alume ácido. Se a
ebulição for prolongada, toma o aspecto e a transparência do cristal,
deixando uma espuma que os antigos acreditavam, falsamente, ser a bílis

82
do vidro. Chamavam-na também de foes vitri (Planiscampi). Rulland
denomina-a sagismen vitri baurac.

ANATON - Às vezes significa a espuma ou sal de vidro, mas,


ordinariamente, se toma como sendo o sal nitro.

ANATOSIER - É o sal amoníaco.

ANATRIS - Mercúrio.

ANATRON - Carbonato de soda hidratado.

ANATRUM - É o vidro de várias cores. Geralmente é mais conhecido como


terra sarracena ou esmalte.

ANATUM - Casca de ovo.

ANAXÁGORAS - Famoso filósofo jônico que nasceu em Clasomene


quinhentos anos antes de Cristo. Teve Anaximenes como mestre de
filosofia, renunciando à fortuna e às honras para dedicar-se aos estudos,
estabelecendo-se em Atenas nos dias de Péricles. Entre seus discípulos
encontravam-se Sócrates, Eurípides e outros filósofos importantes. Foi um
dos primeiros que explicaram abertamente o que Pitágoras ensinava em
segredo, ou seja, o movimento dos planetas, os eclipses do Sol, da Lua etc.
E foi também quem ensinou a teoria do caos, baseada no princípio de que
"nada sai do nada", ex nihilo nihil fit, e a dos átomos, essência e
substância, base de todos os corpos "como sendo da mesma natureza
destes, por eles formados". Afirmava que os átomos foram postos em
movimento por nous (inteligência universal, o mahat dos hindus) que é
uma entidade imaterial, eterna e espiritual; por esta combinação, foi
formado o mundo, fundindo-se os grosseiros corpos materiais e
ascendendo até as regiões celestes mais elevadas, os átomos etéreos ou
éter ígneo. Adiantando-se em mais de 2 mil anos à ciência moderna,
ensinou que as estrelas eram da mesma matéria da nossa Terra. Que o Sol
era uma massa resplandecente, que a Lua era um corpo sombrio e
inabitável, recebendo sua luz do Sol. Confessou também que a existência
real das coisas percebidas por nossos sentidos não pode ser provada pela
demonstração. Acusado de impiedade e condenado à morte, foi salvo por
Péricles e desterrado para Lampsacus, onde morreu aos 70 anos de idade.

ANAXARCO - Filósofo grego, natural de Abdera e da escola de Demócrito.


Foi discípulo de Metrodoro. Acompanhou Alexandre à Ásia e falava sempre
com este príncipe com muito pouco respeito. Nicreonte, tirano de Chipre,
para vingar-se de um insulto que havia recebido dele, fez com que o
colocassem num almofariz e o socassem com um enorme pilão de ferro.

83
ANAXIMANDRO - Filósofo grego, que nasceu em Mileto por volta de 610
a.C, e morreu em 547. Ensinou que a Lua recebia a luz do Sol e que a
Terra era redonda. Estabeleceu o infinito como sendo o princípio
fundamental de tudo. Inventou os mapas geográficos e construiu uma
esfera. Atribuí-se a ele a invenção do quadrante solar.

ANAXIMENES de Mileto - Discípulo e sucessor de Anaximandro viveu


pelos idos de 550 a.C. e admitia o ar como sendo o princípio de todas as
coisas, princípio divino, eterno, infinito e sempre em movimento. Ensinava
que o Sol e a Terra eram planos, estando sustentados pelo ar, cujo
elemento originava todos os corpos. Morreu por volta de 500.

ANCHRE - Chama-se a cal por sua propriedade de fixar as substâncias


voláteis.

ANCINAR - É o bórax.

ANCOSA - É a goma-laca.

ANDENA (Chalips orientalis) - É um aço trazido do Oriente. Liquefaz-se


como os metais, podendo ser modelado.

ANDRA - Divindade iraniana que alguns confundem com Aindra. Segundo


alguns etimologistas e filósofos, Andra seria uma transcrição de Aindra.
Para outros, Andra, que, em alguns manuscritos, aparece como uma
deidade infernal, mas se parece com o vocábulo eúskaro Andra, senhora,
neste caso poderia ser unia deidade feminina. A lua, chamada Chandra ou
Euchechandra, senhora da casa ou da tribo, foi transformada em demônio,
depois de esquecido o sexo, por um ódio religioso de povo conquistador ou
convertido.

Andra, por outro lado, não tem nenhum traço dos que caracterizam a
Aindra, que é o nome original de um deus benévolo, confirmado, como
disse muito bem o filósofo espanhol Sanches Calvo, por esta palavra
eúskara Andra, que significa a força.

ANDRÓGINA ou HERMAFRODITA - Os químicos herméticos deram este


nome à matéria purificada de sua pedra, depois da união. Falando com
propriedade, é um mercúrio, chamado macho e fêmea, rebis e outros
nomes, segundo se pode ver na palavra matéria. A razão pela qual foi
designado com este nome é porque, segundo os filósofos, sua matéria
basta-se a si mesma para gerar o filho mais perfeito que os pais.

Quando sua matéria é uma, chama-se alcoth, do qual dizem que este e o
fogo bastam ao artista, e, portanto, gera, concebe, nutre e resulta
finalmente esse fênix tão desejado, sem mistura de nenhuma substância

84
estranha. É preciso saber, sem dúvida, que sua matéria está composta de
duas ou três substâncias diferentes: sal, enxofre e mercúrio, mas tudo
junto forma o fixo e volátil que, ao se reunir, constitui uma substância
chamada andrógina-rebis, etc.

ANDRÔMEDA - Filha de Cefeu e de Calíope, foi lançada a um monstro


marinho e liberta do mesmo por Perseu, com quem se casou. A fábula
supõe que isto aconteceu no Egito, pois os filósofos empregam a alegoria
dos dragões que combatem entre si ou que são vencidos pelos heróis para
expressar o combate do fixo e do volátil durante o tempo em que a
dissolução da matéria se torna negra como breu fundido.

ANDURAC - 0 ouro-pigmento vermelho.

ANEL - Em outros tempos, existiam muitos anéis encantados ou que


serviam de amuletos: os magos faziam anéis estrelados com os quais
faziam maravilhas. Esta crença estava tão difundida entre os pagãos que
seus sacerdotes não podiam usar anéis, a não ser que fossem tão simples
em seu formato para todos verem que não continham nenhum amuleto.
Os anéis mágicos tiveram alguns usos entre os cristãos e existiam muitas
superstições a propósito do anel do casamento que se colocava no quarto
dedo, chamado anular, de onde se supunha partir uma linha que ia
diretamente ao coração.

0 momento em que o marido dá a aliança à sua esposa diante do sacerdote


era de grande importância, segundo um velho livro secreto. Se o marido
detém a aliança na entrada do dedo, e não o passa à segunda falange, a
mulher será a dona. Mas se a coloca até o fim, completamente, ele será o
senhor, e as mulheres acreditavam que, colocando-a num gorro de dormir,
e, em seguida, pondo o gorro sobre os cabelos, podiam ver em sonhos o
homem com o qual se casariam.

Os orientais reverenciam os anéis, e igualmente as alianças, acreditando


nos anéis encantados, estando seus contos cheios de prodígios feitos por
tais objetos de enfeite, e citam principalmente, com uma admiração sem
limites, o de Salomão, com o qual diziam que dominava toda a natureza. 0
grande nome de Deus estava gravado no tal anel, guardado por dragões no
sepulcro desconhecido de Salomão, e, segundo a crença do Oriente, quem
se apoderar dele será dono de todo o mundo e terá todos os gênios sob as
suas ordens.

Henrique VIII amava extraordinariamente os anéis de ouro, que, segundo


afirmava, curavam a febre.

Os bruxos inventaram alianças mágicas, que têm várias virtudes, citando-


se entre elas o anel dos viajantes. Este, cujo segredo nos é desconhecido,

85
levava sem cansaço a quem o possuísse de Paris a Orleans no mesmo dia.
Anel de invisibilidade: os cabalistas deixaram o modo de fazer o anel que
levou Gyges ao trono da Lídia. É preciso fazê-lo numa quarta-feira de
primavera, sob os auspícios de Mercúrio, quando este planeta se encontra
em conjunção com um dos outros astros favoráveis, tais como a Lua,
Júpiter, Vênus e o Sol, e que se empregue nele um bom mercúrio bem
limpo e purificado (fixando-o e solidificando-o previamente, segundo a arte
dos magos) que possa entrar facilmente no dedo médio. Deve ter engastada
uma pedrinha, que se encontra no ninho de um pássaro muito raro, e uma
gravação com estas palavras: "Jesus, passant au milieu d'eux, s'en alla".
Depois, tendo colocado tudo sobre uma placa de mercúrio fixo, deve-se
fazer o perfume de mercúrio, envolver o anel num pedaço de seda de cor
conveniente ao planeta e levá-lo ao ninho de onde se tirou a pedra,
deixando-o ali durante nove dias. Ao retirá-lo, fazer novamente o perfume
e guardá-lo numa caixinha feita com mercúrio fixo, para que seja usado
quando for preciso. Colocando a pedra à vista, isto é, para cima, o
possuidor do talismã fica invisível para todo mundo. Virando-a em direção
à palma da mão, volta ao normal. Porfirio, Jamblico, P. de Apone e Agrippa
garantem que um anel feito assim também tem as mesmas virtudes: é
preciso tomar os pêlos que ficam sob a cabeça de uma hiena e fazer com
eles pequenas tranças, formando um anel, e levá-lo ao ninho já citado.
Deixá-lo lá, durante nove dias, e depois tirá-lo, passando-o no perfume
feito sob os auspícios do planeta Mercúrio. Quando se quiser ficar
invisível, é só colocá-lo no dedo.

Quando alguém quiser preservar-se da influência destes anéis cabalísticos,


terá que fazer um anel de chumbo refinado e purificado, onde deve ser
engastado um olho de uma doninha jovem, que tenha parido apenas uma
vez. Sobre o contorno devera gravar estas palavras: Apparuit Dominus
Simoni. 0 anel deve ser feito num sábado, quando Saturno esteja em
oposição a Mercúrio, envolvido num pedaço de tecido que tenha sido
usado para envolver um defunto, e assim deve ficar durante nove dias.
Depois, ao retirá-lo, fazer três vezes o perfume de Saturno, e usá-lo
quando for preciso.

Os que idealizaram estes anéis supuseram que o explicava o princípio de


antipatia, que é tido como certo entre as matérias que entravam na
composição do talismã. Podem fazer-se também outros anéis, sob a
influência dos planetas, e dar-lhes virtudes através de ervas e pedras
maravilhosas. Mas nesses caracteres, ervas colhidas, constelações e
encantos, o diabo está presente, como diz Leloyer, quando não é
simplesmente o demônio da impostura mais grosseira. "Os que observam
as horas dos astros - diz - observam apenas as horas dos demônios que
presidem às pedras, às ervas e aos astros propriamente ditos."

86
ANEL DE GYGES - Metáfora que costuma ser usada na literatura
européia. Gyges era um lídio que, depois de assassinar o rei Candolo, se
casou com sua viúva. Platão diz que Gyges desceu certa vez numa gruta e
descobriu um cavalo de bronze, dentro do qual encontrou um esqueleto de
um homem gigantesco, que usava um anel de bronze. Quando Gyges
colocava este anel tornava-se invisível (Blavatsky, Chave da Teosofia).

ANEMIA - Tome chá em forma de infusões feitas com folhas frescas de


persil e a palidez desaparece (Papus, Petit Dictionnaire Magique).

ANERIC - Enxofre.

ANERIT - É o enxofre vivo ou animado.

ANETACA - Coalho, matéria fixa dos sábios.

ANFIEARTO-ESPIRITO - É o espírito do sal.

ANFIR-FILHO - Mercúrio filosófico.

ANFUCA - Matéria coagulada. Em termos de ciência hermética, é o enxofre


fixo e incombustível dos filósofos, que fixa o mercúrio e faz o elixir
apropriado para fixar o ouro dos metais imperfeitos.

ANGÉLICA - A infusão de Angélica em vinho cura as úlceras internas


(Papus, Petit Dictionnaire Magique).

ANGÉLICA - Chamada erva-do-espíritosanto. Sua raiz é tônica e


estimulante, sendo usada com êxito na debilidade dos órgãos digestivos.
Em geral, tem propriedades antiespasmódicas, anticólicas, carminativas e
estomacais. Botânica Oculta: boa para preservar-se de alucinações;
contraria a fascinação. Posta no pescoço das crianças tem o poder de
defendê-las contra os encantamentos. As folhas, colhidas na hora de
Saturno, são boas para curar a gota. A raiz, tirada na hora do Sol ou de
Marte, sob o signo de Leão, cura a gangrena e as mordeduras venenosas.
Colhe-se em fins de agosto. Leão e Aquário.

ANGO - É a nona erva na farmacopéia dos antigos alquimistas e


corresponde ao nosso lírio. Amassada quando o Sol está em Leão (não a
flor), misturada com suco de louro e colocada sob o estrume, gera vermes
que, reduzidos a pó e colocados em volta do pescoço e nas roupas de
alguma pessoa, impedirão que durma.

ÂNGULO - 0 todo tem três ângulos, é um termo de ciência hermética.


Dizem os filósofos que a sua matéria ou mercúrio filosófico é uma coisa
que tem três ângulos em sua substância, quatro em sua virtude, dois em

87
sua matéria e um em sua raiz, Estes três ângulos são: o sal, o enxofre e o
mercúrio. Os quatro são os elementos; os dois, o fixo e o volátil, e o um é a
matéria distante ou o caos onde tudo nasceu.

ANHOUR - 0 nome deste deus egípcio significa aquele que conduz ao céu.
É uma forma do deus solar, shou. É representado de pé, vestido com uma
túnica larga em atitude de caminhante. Sobre a sua longa cabeleira eleva-
se o moecus e penacho de quatro plumas. Sustenta em sua mão uma
corda longa que simboliza sua missão de condutor.

ANIADA - Termo de filosofia espagírica que significa a força e as virtudes


dos astros, dos quais recebemos as influências celestes para a imaginação
e a fantasia. No sentido moral são as graças que recebemos com os
sacramentos.

ANIADIN - Significa vida longa na opinião dos filósofos químicos.

ANIADUM - Segundo o sentido moral dos filósofos herméticos, quer dizer


as graças que o Espírito Santo infunde. Conforme Rulland - é o próprio
homem espiritual, regenerado, depois de despojado de sua envoltura
terrena.

ANIMAIS IMPERFEITOS - São muitas as dúvidas que existem sobre se os


animais imperfeitos são gerados através de sementes ou por corrupção.
Avicena, em seu Tratado do Dilúvio, acredita que possam ser formados de
uma ou de outra maneira: "Poderia acontecer outro dilúvio universal, e
que em tal dilúvio tudo o que fosse vivo se corrompesse. Assim,
corrompidos todos os animais, viriam influências sobre seus cadáveres, e
então, por virtudes sobrenaturais e celestes, seriam gerados outros
animais, semelhantes aos que existiam antes". Não obstante, esta opinião
é considerada falsa porque, se isto fosse possível, as matérias e os diversos
princípios de geração seriam diferentes. A causa da divisão dos animais
imperfeitos é que são formados de outra matéria diferente dos perfeitos. E
assim, esses animais se multiplicam na proporção em que a umidade se
divide, saindo pelos poros de um corpo corrompido.
0 fato de formarem espécies diferentes procede da semelhança ou da
diferença da umidade que sai do cadáver em partículas parecidas ou
diferentes.

ANIMAIS MÁGICOS - Vários animais são usados em magia como


desprendedores do fluido astral necessário em algumas operações. As
plumas dos pássaros, em correspondência com os planetas, são usadas
como hissopos para a água dinamizada pelo influxo magnético. Daremos
três correspondências com respeito a cada planeta: um pássaro, um
quadrúpede e um peixe.
Saturno: poupa, toupeira, seiche.

88
Júpiter: águia, cervo, delfim.
Marte: abutre, lobo, lucuim.
Sol: cisne, leão, salmão.
Vênus: pomba, cabrito, boi-marinho.
Mercúrio: cegonha, macaco, troxus.
Lua: mocho, gato, lurus.
Tradições da magia campestre com respeito aos animais planetários
(Papus, Magia Prática).

Poupa - Quem tiver os olhos deste pássaro engordará. Se o colocar diante


do estômago, se reconciliará com todos os seus inimigos. Se trouxer esses
olhos numa bolsinha, evitará que algum mercador o engane.

Águia – Reduzindo-se a pó o seu cérebro e misturando com suco de cigue,


os que comerem esta mistura arrancarão os cabelos até que fiquem
completamente carecas. A razão disto é que o cérebro da águia é tão
quente que provoca ilusões fantásticas.

Toupeira - Tem virtudes e propriedades admiráveis. Envolvendo-se uma


de suas patas em uma folha de loureiro e se colocando na boca de um
cavalo, este fugirá e terá medo. E se põe num ninho de algum pássaro, os
ovos ficarão estéreis. Quando quiser caçar as toupeiras, basta colocar
apenas uma no lugar onde se presume que elas existam, queimada com
enxofre. Logo depois, as outras toupeiras se reunirão ao redor da morta.
Se um cavalo for esfregado com a água usada para cozinhar uma toupeira,
ele se tornará branco. A toupeira encerrada num lugar com um pouco de
enxofre incendiado chama as outras com um grito especial.

Lobo - Se a cauda de um lobo for enterrada num povoado, impedirá que os


outros lobos entrem nele. 0 mesmo acontece se o rabo for colocado no
estábulo: as feras não se aproximarão do gado.

Leão - Quem usar correias feitas com sua pele não deve temer seus
inimigos. Se alguém come de sua carne ou bebe de sua urina durante três
dias, se estiver acometido de febre, ela o deixará. Seus olhos servem como
amuleto para amansar qualquer fera. Rola - 0 coração desta ave, envolto
numa pele de lobo, serve para aplacar o fogo da concupiscência e os
desejos amorosos. Feito em pó e colocado sobre os ovos de uma outra ave,
estes não gerarão. Se suas patas forem amarradas numa árvore, ela não
produzirá frutos.

Cabrito - Seu sangue, posto para ferver junto com vinagre e vidro, tomará
este último maleável, sem se quebrar. Se esta mistura for esfregada no
rosto, ver-se-ão coisas horríveis e espantosas.

89
Boi-marinho - Um pouco do seu sangue e pedaços do seu coração
misturados e jogados na água servem para fazer com que os peixes se
reúnam no local.

A rã e o mocho tomam o homem loquaz, desatam a língua e o coração. A


língua de uma rã posta sob a cabeça faz as pessoas falarem dormindo. Já
o coração de um mocho, colocado junto ao peito, do lado esquerdo, faz
com que a pessoa revele todos os seus segredos.

ANIMAIS SAGRADOS - Os egípcios tinham um respeito tão profundo por


Deus, que além de adorá-lo, simbolizam o Deus único por divindades
secundárias.

0 povo pôde chegar ao fanatismo, entregando-se a práticas supersticiosas


com os animais sagrados, práticas que foram exploradas pela casta
sacerdotal, mas nunca pelas classes instruídas. As classes elevadas (salvo
na época de completa decadência) não adoraram os animais porque jamais
supuseram que suas almas, ao deixar a envoltura terrena, pudessem
transmigrar para o corpo de um animal. Os principais animais sagrados
do Egito foram os seguintes: a leoa, simboliza Lezhet. 0 chacal, Anubis. 0
hipopótamo, Taoeux. 0 gato e a gata, Bast. 0 bennou (ave fria), Osíris. 0
escorpião, Seth. 0 escaravelho, Kephra. 0 urso era ao mesmo tempo
símbolo divino e real. 0 abutre era o emblema de Maut e da maternidade.

0 cinocéfalo - Espécie de macaco consagrado a Thot Lumus; como este


animal se alimentava nos templos, tinha os olhos vendados durante a
conjunção do Sol e da Lua. 0 cinocéfalo aparece de cócoras sobre a seta da
balança durante o juízo ou o peso da alma. Parece simbolizar também o
equilíbrio e estava consagrado à adoração do Sol nascente.

Thot era simbolizado pela íbis, porque este pássaro caminhava com
medida sobriedade e seu passo era um padrão métrico.

0 carneiro simbolizava Amon-Rá, o grande deus do Egito, porque sua força


principal reside em sua cabeça e marcha à frente do rebanho, e também
porque representa o ardor gerador.

0 gavião - A ave de Hórus simboliza o renascimento da divindade sob a


forma do sol nascente. Por isso, Rá é representado com cabeça de gavião
coroando o disco. Quando esta ave é representada com cabeça humana, é
o hieróglifo da alma. Simboliza também o Sol, já que pode como a águia,
fixar seu olhar neste astro.

0 fênix - Simbolizava a astrologia, a ciência sagrada. Vejamos o que


Heródoto diz sobre esta ave maravilhosa: “Existe outra ave sagrada que só
vi em pinturas. Chama-se fênix. Aparece somente no Egito a cada

90
quinhentos anos, no dizer dos habitantes de Heliópolis, e somente é vista
quando o pai acaba de morrer. Se a pintura que vi é exata, eis aqui como é
o fênix: suas penas são vermelhas e douradas, e o porte é o da águia.
Contam-se coisas incríveis sobre o fênix. Dizem, por exemplo, que esta ave
transporta o corpo do pai, envernizado com mirra, desde a Arábia, para
enterrá-lo no templo do Sol etc...” Depois Heródoto, prosseguindo seu
relato, fala coisas incríveis. Vamos citar como exemplo o caso das
serpentes aladas:

"Na Arábia, em frente à cidade de Buto, existe um lugar onde fui para
tomar dados referentes às serpentes aladas. Quando cheguei, mostraram-
me uma quantidade enorme de ossos e espinhas de serpentes, impossível
de se calcular. Formavam grandes montes. 0 lugar onde estes restos
estavam espalhados fica na desembocadura de um estreito desfiladeiro,
formado por duas montanhas em uma vasta planície contígua aos campos
do Egito. Assegura-se que, ao começar a primavera, um grande número
dessas serpentes voava da Arábia para o Egito. Mas os íbis ou tântalos
saíam ao encontro delas no desfiladeiro, impedindo-as de passar e
destruindo-as completamente. Os árabes acham que, em reconhecimento
por este serviço, os egípcios têm um grande respeito a íbis".

É provável que esses depósitos fossem de serpentes usadas como adubo


para a agricultura, e, além disso, Heródoto, nada diz sobre a estrutura de
suas asas e como se ligavam ao corpo.

ANIMAL - Os filósofos herméticos deram este nome à sua matéria, depois


de ter sofrido a putrefação. Seu nome natural é animal, e, ao tomar este
nome, muda bastante, não ficando negrume nem mau cheiro na mesma
(Morien).

Animal é também é um dos nomes que os filósofos herméticos deram à


sua matéria da pedra tobriad, com a bênção de Jesus Cristo, o animal com
todo o seu sangue. Chama-se animal por crescer na sublimação e ter uma
alma de cor sanguinolenta como o espírito invisível do vitríolo.

ANIMA MUNDI - É a "alma do mundo". A mesma coisa que alaya dos


budistas: a essência divina que penetra, impregna, anima e informa todas
as coisas, desde o átomo mais diminuto de nossa matéria até o homem e
Deus. Num sentido, é "a mãe de sete peles" (envolturas) que as estrofes da
Doutrina Secreta mencionam: a ciência de sete planos, de percepção,
consciência e diferenciação, tanto moral como física. Em seu aspecto mais
elevado é nirvana, e no inferior, a luz astral. Era feminina com os
gnósticos, os primeiros cristãos, e os nazarenos; e bissexual com outras
seitas que a consideravam unicamente em seus quatro planos superiores.
Quando se diz que cada alma humana nasceu destacando-se ela mesma
da anima-mundi, significa esotericamente que nossos egos superiores são

91
de uma essência idêntica a ela e que mahat é uma radiação do sempre
desconhecido, absoluto universal (Blavatsky, Chave da Teologia).

ANIMISMO - Sistema filosófico que, para explicar o duplo aspecto da


natureza humana, admite a existência da alma como única causa real e
efetiva dos fenômenos psicológicos e vitais. Existem numerosas
graduações que causam grandes confusões na definição do campo
abordado por este modo filosófico de ver. 0 que poderíamos denominar de
extrema direita em animismo tem um critério intransigente de
espiritualismo onde a alma, princípio imponderável, intangível e imortal é
tudo. 0 corpo nada significa. É apenas a veste de carne do espírito, única
realidade absoluta do homem, proveniente de Deus. Como Platão, o
animismo compara a alma a um piloto que conduz o seu barco. E vê na
morte uma feliz recuperação da liberdade espiritual e no corpo, um
cárcere, onde a alma sofre os martírios da sensibilidade e do desejo.

Stahl, o autor da Verdadeira Teoria Médica é um animista continuador do


critério de Aristóteles e Santo Tomás. A alma que Stahl imagina não é
somente uma alma pensante como a de Descartes. É uma alma que pensa
e vive ao mesmo tempo. Ela constrói o corpo, escolhe os materiais do
mundo inorgânico, agrupa-os, vitaliza-os, mantendo e dispondo todas as
funções orgânicas.

Este animismo, que adquire nos sucessivos autores um caráter cada vez
mais científico, representa a primeira tentativa sistemática feita para
coordenar o mundo moral com o mundo físico, contando ainda hoje com a
participação de diversos homens eminentes, que perderam a fé na
psicologia pura, ao constatarem sua completa esterilidade. 0 sistema
animista, que pode ser considerado como meio-termo da escola, oferece
um atrativo enorme, um bom refúgio para os pensadores que, não
querendo abjurar as convicções espiritualistas, tendem a aproximar a vida
da ciência e dos fatos reais, e proclama a existência da alma não somente
para os' animais, mas também para as plantas; posto que se a alma é a
causa universal da vida, ou os vegetais também têm alma, ou a vida pode
explicar-se sem necessidade dela, até mesmo no homem.

Na esquerda da escola animista encontramos o vitalismo. Este sistema


nasceu da oposição entre espírito e matéria, defendida pela filosofia de
Descartes. Leibnitz recorreu ao expediente da harmonia preestabelecida,
segundo a qual é necessário que ao se contrair, por exemplo, o músculo de
um braço, exista na vontade esse desejo, ou melhor, um fenômeno de
constantes coincidências entre dois elementos que de nenhum modo se
relacionam. Para se supor, a partir disto, que o homem vivente é um
milagre incessantemente repetido parece-nos faltar apenas um passo.
Malebranche põe um intermediário poderoso entre o corpo e a alma, que é

92
o próprio Deus. Com efeito, Deus e todo o seu poder é necessário para
resolver o conflito psicofisiológico, criado por Descartes.

A teoria de Malebranche implica a necessidade vitalista de admitir um


terceiro elemento nascido da necessidade de estabelecer um intermediário
entre a alma e o corpo para que relacione ambos os princípios da
existência orgânica. E é aqui que adquire nova vida a hipótese do arcano
de Paracelso, Van-Helmont e outros defensores análogos do aludido
semimaterial, elemento que reside nos órgãos do corpo e que recebe as
ordens da alma para que o corpo as cumpra. Cudvoort idealizou o seu
mediador plástico, onde concorrem as propriedades da matéria e do
espírito para formar um elemento que por sua dupla condição material e
espiritual pode entrar em relações com a alma e com o corpo para servir
àquela de elemento transmissor dos seus desejos, e a este, de veículo para
fazer chegar à consciência as sensações do mundo exterior.

Progressivamente, nos novos sistemas, este intermediário vai perdendo seu


caráter ambíguo e puramente passivo para converter-se em assento da
força vital, que já se considera distinta das faculdades psicológicas e a vida
mesma é considerada uma substância real e efetiva, que concorre com as
duas clássicas do animismo de SthaI, para formar a trindade de elementos
constitutivos; do ser humano.

ANINGA - A Lua, para os groenlandeses.

ANIRAN - Anjo ou gênio que preside os casamentos e que tem sob sua
jurisdição tudo o que acontece em cada dia 30 de cada mês solar do antigo
calendário, formado pelos magos. Este dia trigésimo denomina-se também
aniran, e está consagrado a este gênio, cuja festa se celebrava com
grandes solenidades. Hoje em dia, somente os parsis a celebram em
segredo.

ANIS - Posto em infusão no vinho com açafrão, cura os corrimentos


oculares. Fragmentos da mesma planta, introduzidos nas narinas depois
de macerados em água, curam as úlceras do nariz (Papus, Petit Dictionaire
Magique).

ANIS VERDE (Pimpinella anisum) - Os frutos desta planta ativam o


trabalho do estômago e dos intestinos. Também são diuréticos e
moderadores. Usa-se em infusão, pondo os frutos para ferver (10 gramas)
em um litro de água. Tampa-se bem, deixa-se esfriar e côa-se em seguida.
Serve para combater as cólicas dos bebês, as oftalmias e as úlceras do
nariz. Botânica Oculta: não conhecemos suas propriedades mágicas.
Suas propriedades curativas são mais eficazes, se a planta for colhida na
hora de Mercúrio, sob as constelações de Gêmeos ou Virgem.

93
ANJOS - Os filósofos químicos dão este nome à matéria volátil de sua
pedra. Dizem então que o seu corpo está espiritualizado e que não se
conseguirá nunca a grande obra se os espíritos não se materializam e se os
corpos não se espiritualizam: esta operação é a sublimação filosófica,
devendo ter em conta, que o fixo não se sublima, se não for ajudado pelo
volátil.
Catolicismo: o concílio de Latrão, que faz lei em matéria de ortodoxia,
concordou que os anjos são espíritos puros, diferenciando-se dos homens,
que são compostos de corpo e alma. Os padres da Igreja e os teólogos
ensinam, geralmente, que os anjos estão distribuídos em três grandes
hierarquias ou principados, e cada hierarquia, em três companhias ou
coros. Os da primeira e mais alta hierarquia são designados em relação às
funções que desempenham no céu. Uns chamam-se serafins porque estão
abrasados pelo fogo da caridade diante de Deus. Outros querubins, porque
são reflexos luminosos de sabedoria; e outros, tronos e coros, porque
proclamam sua grandeza e a fazem resplandecer.

Os da segunda hierarquia recebem seus nomes das operações que lhe são
atribuídas no governo geral do universo. Estas são as dominações que
indicam aos anjos de ordem inferiores as suas missões e encargos; as
virtudes que cumprem os prodígios pedidos pela Igreja e pelo gênero
humano; as potências que protegem com sua força e vigilância as leis que
regem o mundo físico e moral.

Os da terceira categoria estão encarregados da direção das sociedades e


das pessoas. Eles são: os principados, que se ocupam dos reinos,
províncias e dioceses; os arcanjos, que transmitem as mensagens de alta
importância; os anjos da guarda, que nos acompanham, velando pela
nossa segurança e santificação.

Segundo os espiritistas, os anjos são as almas dos homens que


alcançaram o grau de perfeição concedido à criatura gozando a plenitude
da felicidade prometida. Antes de ter conseguido o grau supremo, gozam
de uma sorte relativa ao seu adiantamento.

ANKH-F-N-KHONSU: 0 nome de um Sumo-Sacerdote de Ammon-Rá da


XXVI Dinastia de quem Crowley dizia ser uma reencarnação. "A Vida (ou
Energia) da Lua", é um de seus significados.

ANNA - Os japoneses chamam assim aos ilustres discípulos de Buels. Eles


reuniram as máximas mais belas do mestre e os versículos principais de
sua doutrina, em parte escritos de próprio punho em folhas de árvores.
Com isto, os anna compuseram um livro que é como a Bíblia para os
cristãos.

94
ANNAGNALISMO ou NAGNALISMO - Pacto estabelecido mediante
cerimônia entre o homem e certos animais (de preferência os répteis), em
virtude do qual as duas partes juramentadas se prestam ajuda recíproca,
compartilhando, enquanto estiverem vivos, os momentos felizes e as
desgraças. Depois da morte de uma das partes, a outra também morre,
um ano depois.

Um ocultista francês, V. Christian, considera o nagnalismo um fato


comprovado e muito comum entre os povos da antiguidade. Outros
autores, tão convencidos como Christian da realidade do fenômeno,
supõem que o pacto é de caráter magnético, ou melhor, que o magnetismo
dá meios ao homem para enlaçar, com a, sua morte e vida, a de certos
animais. Esta superstição é hoje muito difundida entre as tribos selvagens
da África, onde é comum o pacto entre indivíduos e animais, como cobras
e macacos.

0 nagnalismo deve ser antiqüíssimo, a julgar pelas provas arqueológicas,


que ficaram em todo o mundo, de sua remota existência. Perto de
Granville, no Estado de Ohio, existe uma colina esculpida com a forma de
uni imenso crocodilo. Em outro lugar do mesmo Estado norte-americano,
existe uma serpente, talhada na rocha, que mede 250 metros. Sua cabeça
gigantesca abre as fauces, como para tragar a presa simbolizada por um
enorme monte de terra.

As colinas representando animais são coisas muito freqüente entre os


monumentos, que nos ficaram de outros tempos e outras civilizações, e
que não podem ser atribuídos à cultos de animais sagrados, pois
encontram-se a cada instante nos lugares onde o animal representado
nunca existiu.

Nagnalismo puro é a faculdade, que os bruxos tinham, de se converter em


lobo. 0 bruxo e o lobo não eram, como se acreditava uma só e mesma
coisa. Eram um ser humano e um animal, que estabeleciam o pacto,
segundo fórmulas conservadas em velhos grimórios e formulários de magia
malfeitora. Uma extensão destas idéias fez com que os feiticeiros
pensassem também em prender e se prenderem às sombras e restos
astrais de animais, que evocavam e vitalizavam, segundo os ditados da
magia infernal, pretendendo valer-se deles para lançá-los invisivelmente
sobre a vítima eleita. Alguns partidários e crentes desta superstição dizem
que a fidelidade de certos animais para com o homem consiste num pacto
primordial, que durará tanto quanto o homem sobre a Terra (Aymerich).

ANNAVERGE - Da constelação de Peixes. É um gênio do mal, que aparece


aos sábados, sob a forma de um cabrito com chifres de ouro, montado
num cavalo, soltando fogo pelas ventas. Influencia constantemente os

95
jovens que sem talento ou habilidade se dedicam a um ofício sem as
noções necessárias. Em resumo, é uma estrela de mau agouro.

ANOCA - É a "falta de entendimento", “1oucura” e o nome aplicado por


Platão e outros ao Manas inferior, quando está demasiadamente ligado
com Karma, o qual está caracterizado pela irracionalidade ágnoia. 0 grego
ágnoia é, evidentemente, um derivado do sânscrito ajnana (foneticamente
apyana), que significa ignorância, irracionalidade e ausência de
conhecimento (Blavatsky, Chave da Teosofia).

ANHEL - Um dos anjos que os rabinos encarregam do governo dos


pássaros, porque põem cada espécie criada sob a proteção de um ou mais
anjos.

ANSELMO DE PALMA - Astrólogo, nascido em Parma e morto em 1440,


que escreveu Instituciones Astrológicas (não publicado). Wiems e alguns
demonógrafos incluem-no entre os feiticeiros, e atribuem a ele uma série
de palavras misteriosas, que eram usadas para curar as chagas.

ANSUPERRONIANO - Feiticeiro das redondezas de São João da Luz, o


qual, segundo informes tomados nos tempos de Enrique IV da França, por
Delancre, foi visto muitas vezes no sabá, montado num demônio, sob a
forma de cabrito, e tocando flauta para o baile das feiticeiras.

ANTAHKARANA – Laço ou ponte entre a mente superior e a mente inferior


do homem, ou entre o Ego, a Alma imortal e a Personalidade perecível.

ANTAMTAPP - Inferno dos hindus, cheio de cachorros raivosos, feras e


insetos nocivos. 0 condenado fica estendido e continuamente picado por
corvos de bico de ferro. Os brâmanes dizem que os suplícios deste inferno
são eternos.

ANTICRISTO - Por anticristo entende-se ordinariamente um tirano ímpio e


cruel, inimigo de Cristo. Deve reinar sobre a Terra, quando chegar o fim do
mundo. As perseguições, que exercerá sobre os escolhidos, serão as
últimas e mais terríveis provas que terão de suportar. Garantem que o
próprio Cristo declarou que os mesmos sucumbiriam, se o tempo de
provação não fosse abreviado. 0 anticristo dirá que é o messias e fará
prodígios, capazes de induzir em erro até mesmo os escolhidos.

ANTIGUIDADE - A ciência experimental e aplicada existia na antiguidade,


mas o método de ensinamento difere essencialmente do atual. A ciência só
era comunicada depois de ter passado por certas provas físicas, morais e
psíquicas, de onde vem o nome de ciência oculta ou velada.

96
AOR – Na Cabala esta palavra representa a Luz, a primeira manifestação
do Verbo Criador, Quando esta luz se polariza positivamente toma o nome
de Od (Aod) e quando se polariza negativamente o de Ob (Aob). Em grau
inferior de manifestação é Aur, o fogo. São palavras hebraicas.

APATOMANCIA - Adivinhação por meio das coisas que se vêem na hora. A


este gênero de adivinhação pertencem os presságios, fundados no encontro
de uma lebre, a passagem de uma águia no ar etc.

APHEBRIOCK: Enxofre filosófico.

APHRODISIO: Os adeptos muitas vezes dão este nome à sua matéria,


quando está no estado chamado por eles mesmos de sua Vênus, pois
então têm a idade desta deusa, ou melhor, a cor alaranjada.

APIS - Entre os antigos egípcios era um boi negro com uma mancha
branca. Os sacerdotes alimentavam o boi Apis no templo de Vulcano e
algum tempo depois o sacrificavam por afogamento, dando-lhe o nome de
Serapis. Prorrompiam em grandes lamentos depois do sacrifício até
encontrar, outro igual que o substituísse. Este boi, segundo a explicação
dos filósofos espagíricos, tem, em sua cor preta e branca, o verdadeiro
caráter da matéria de sua obra e o símbolo de, Osiris e de Isis. É igual à
fábula do Minotauro dos gregos, os bois de Geryon e outros mais.

APORTE: Manifestação da força psíquica em que se apresentam


fenômenos de transportes de objetos.

APOSIÇÃO - Quando os químicos herméticos dizem que é preciso começar


pela aposição do mercúrio alaranjado para passar da cor branca à
vermelha, não se deve entender que é preciso acrescentar mercúrio à
substância que existe no copo. Esta expressão somente significa que é
preciso continuar o cozimento, para que a cor do limão suceda ao branco,
depois o laranja e finalmente o vermelho, segundo a conduta da digestão
do mercúrio dos filósofos.

AQUÁRIO: 0 Undécimo Signo do Zodíaco. É regido por Saturno, o


representante planetário de Shaitan, e é de grande importância neste Éon,
porque a Era de Aquário, que se diz ter começado em 8 de abril de 1948,
corre paralela com o Eon de Hórus, com o qual ela interage.

AQUASTRE - Nome que Paracelso deu ao que nós chamamos espírito.


Chama-se assim por causa da Bíblia, que diz: “O Espírito de Deus era
levado sobre as águas”.

AQUIEL - Demônio, cuja conjuração deve ser feita aos domingos, à meia-
noite, e só atende quando chamado por meio de conjuros, em lugar

97
deserto, quando é lua nova ou quando o céu se apresenta fechado por
nuvens espessas.

AQUELENA - Nome dado por Paracelso à planta conhecida pelo nome de


pé-de-calhandra.

ARACAP - É a águia dos filósofos.

ARANHAS - De funesto presságio entre gregos e romanos e também


atualmente, segundo a opinião geral da gente do campo. Dizem que
quando elas são vistas subindo pelas paredes é sinal de um desgosto que
terminará bem. E se estão indo para baixo, são seguras as mais tristes
conseqüências.

ARCA – Em quase todos os cultos antigos havia uma espécie de cofre


simbólico em que eram guardados os objetos sagrados com que se
invocava a Divindade. A mais conhecida era a Arca da Aliança dos
Hebreus. Na arca encontravam-se os símbolos e arcanos do Taro. Para os
iniciados e aqueles que receberam o batismo do espírito a Arca representa
o corpo humano, templo do Espírito Santo; os objetos simbólicos eram
emblemas de nossos cinco sentidos externos, pelos quais percebemos as
manifestações exteriores de Deus. No íntimo de tudo isso há ainda um quê
invisível, impenetrável, não simbolizado, que é a divina presença ou o
espírito: é o arcano. O Termo latino arca, de que se deriva, significa cofre.

ARCANO – É aquilo que se acha encoberto sob um símbolo; a idéia


expressa por um termo. Tudo tem seu arcano, seu lado oculto e invisível.
Tal é o verdadeiro sentido iniciático, porém emprega-se por extensão
também para indicar o objeto externo que tem uma significação oculta e
interior. O termo latino arcanum, donde o nosso se origina provém de
Arca. (Vide Arca)

ARCANO (Medicina) - Paracelso chama assim a uma substância


incorpórea, imortal e fora do alcance dos conhecimentos humanos e de
sua inteligência. Mas esta propriedade, incorpórea, segundo ele, é apenas
relativa, por comparação com nossos corpos. E acrescenta: “Os arcanos
são de uma excelência muito superior à matéria de nossos corpos, que
desta diferem como o branco do negro, e que a propriedade essencial dos
arcanos é a de alternar, trocar, conservar e restaurar nossos corpos”. 0
arcano é, na realidade, a substância que contém toda a virtude dos corpos
de onde se extrai. 0 próprio Paracelso distingue duas classes de arcanos:
um chamado perpétuo, e outro para a perpetuidade. Estes se subdividem
em quatro: a matéria primeira, o mercúrio da vida, a pedra dos filósofos e
a tintura.

98
As propriedades do primeiro arcano ou primeira matéria são as de
rejuvenescer o homem que o emprega, dando-lhe nova vida, como acontece
aos vegetais, que se desfazem de suas folhas, todos os anos, para depois se
revestirem com novas.

A pedra filosofal age sobre nossos corpos, como o fogo sobre a pele da
salamandra, limpa as manchas, purifica-a e renova-a, consumindo todas
as suas impurezas, introduzindo novas forças, como um bálsamo cheio de
vigor, que fortifica a natureza humana. 0 mercúrio da vida produz quase o
mesmo efeito: renovando a natureza, faz cair cabelos, as unhas, a pele,
fazendo nascer outros em seu lugar.

A tintura mostra seus efeitos, como o rebis, que transmuda a prata e


outros metais em ouro. Também age sobre o corpo humano, purgando-o
das coisas que podem corrompê-lo, dando-lhe uma pureza e excelência
maior do que se possa imaginar. Fortifica os órgãos e aumenta de tal modo
o princípio da vida, prolongando-a além dos limites normais.

ARHAT – Araht, Artha e Rahat. “O digno”; o aria perfeito, “o merecedor de


honras divinas”. Foi o primeiro nome dado aos santos jainos e logo aos
budistas iniciados nos mistérios. Arhat é o que penetrou no último e mais
elevado caminho da emancipação dos renascimentos. (Sânscrito)

ARIO - Notável herege do século 4 que nasceu em Antioquia. Ele ensinava


que o filho de Deus não é semelhante ao pai. Foi condenado diversas vezes
pelos concílios e desterrado por Constâncio, até que Juliano, o Apóstata, o
chamou novamente, cumulando-o de honrarias. Morreu em
Constantinopla em 366 e seus partidários tomaram o nome de arianos.

ARISTOLÓQUIA - É pulmonar, diurética, emenagoga, detergente e


vulnerária. Favorece a expulsão da placenta e cura os fluxos uterinos. Em
loções, feita com vinho, serve para curar a sarna e toda espécie de feridas.
Botânica Oculta: o fumo dos seus grãos acalma os epilépticos, os
possessos e facilita o ato sexual.

ARNICA (Arnica Montana) - Recomenda-se para jogar na cabeça durante


as tonteiras transitórias. Dá excelentes resultados no combate aos
catarros pulmonares crônicos e nas retenções de urina pela paralisia da
bexiga. É um remédio externo muito popular contra as pancadas e
contusões, mas deve ser diluída em água a sua tintura, e não usada pura.
Botânica Oculta: é uma das 12 plantas dos antigos rosa-cruzes. Sol.

ARQUEU - 0 poder formador da natureza, que divide os elementos e os


organiza. É, o princípio de vida; o poder que contém a essência vital e o
caráter das coisas; e no homem, o duplo ou subconsciente...
É termo latino, do grego Archase.

99
ARTEMISIA (Artemisa vulgarís) - Desta planta, chamada erva-de-são-
joão, empregam-se as folhas, raízes e flores. É emenagoga, estimulante e
tônica. Emprega-se com êxito contra a epilepsia. Fervida com vinho e
tomada em pequenas doses, evita os abortos e é indicada para provocar as
menstruações. Botânica Oculta: era uma das 12 plantas da antiga seita
rosa-cruz. Se for colhida no dia de São João e suspensa em um carvalho
no meio do campo, este se tornará fértil. Colhida durante a noite, torna-se
um poderoso amuleto contra todas as espécies de sortilégios. Com as três
flores e as folhas desta planta fazem-se perfumes contra os espíritos
guardiões dos tesouros e contra os demônios.

ARTIMOLOGIA - Ciência esotérica dos números também chamada


aritmética qualitativa. É neologismo constituído de duas palavras gregas
arithmós, número e logia (de logos, palavra, raciocínio.) Os pitagóricos
davam grande valor a este estudo, assim como os cabalistas afirmam que
Deus cria pelo peso, número e medida.

ÁRVORE - É o nome que os filósofos deram à matéria da pedra filosofal, já


que é do reino vegetal, ou melhor, vegetativa. A grande árvore dos filósofos
é o seu mercúrio, a sua tintura, seu princípio e a sua raiz; algumas vezes,
e a obra da pedra. Um autor anônimo escreveu um tratado intitulado: A
Árvore Solar, que se encontra no sexto tomo do Teatro Químico. O
Cosmopolita em seu Enigma dedicado à infância da verdade, supõe que foi
transportado a uma ilha enfeitada com tudo o que existe de mais precioso
na Terra. Entre tudo o que existia em tal ilha, havia duas árvores: uma
solar e outra lunar, que produziam ouro e prata respectivamente.

ÁRVORE DA VIDA - Nome que os filósofos herméticos deram algumas


vezes ao seu mercúrio, mas mais comumente ao seu e"ir, pois que então é
a medicina comum aos três reinos, ou a panacéia universal que ressuscita
os mortos, ou melhor, os metais imperfeitos, e aperfeiçoa a prata, se está
branca, e o ouro, se vermelho.

ÁRVORE DE OURO ou SOLAR - Chama-se assim a pedra ao vermelho.

ÁRVORE DE PRATA - Magistério ao branco ou a matéria depois da


putrefação.

ASIAH - O terceiro dos três mundos da Cabala, a parte inferior do mundo


astral, isto é, o mundo físico ou material. É palavra hebraica.

ASSINALAMENTO - Marcas ou sinais impressos pelas influências


planetárias nos seres e nas coisas, por meio dos quais o, iniciado
reconhece a influência planetária predominante no ser ou objeto. Deriva
do latim signum, sinal.

100
ASTRAL - 0 astral e um plano intermediário entre o físico e o espiritual.
Veja-se luz astral. 'Á palavra deriva do latim astrum, que, por sua vez, vem
do grego astér, estrela. De fato, é neste plano que a ação das forças
planetárias se exerce e é por meio dele que se manifestam no plano físico.

ASTROLOGIA - Ramo da ciência, oculta que trata do estudo físico,


psíquico e espiritual dos astros considerados como seres completos. Como
ciência de adivinhação, é a mais antiga e a origem de todas as outras,
porém a aplicação de seus princípios a adivinhação, é uma simples
dedução das leis universais, cujo estudo é para ela muito mais importante.
É ela que nos leva ao conhecimento das causas segundas e das leis que
regem todas as manifestações.
A palavra provém do grego astér, estrela e logos, e corresponde a expressão
portuguesa linguagem dos astros.

ASTROSOFIA - É um ramo da Astrologia que trata da cosmologia e da


fisiologia do universo, bem como do s princípios filosóficos que se deduzem
do estudo, das leis e dos fatos cosmológicos. Deriva do grego estér, estrela,
e sofia, sabedoria, correspondendo a expressão sabedoria das estrelas ou
dos astro. É neologismo, pois na antiguidade todos estes conhecimentos
estavam englobados no vocábulo Astrologia.

ATANÁSIA (Tanacetun vulgare) - A infusão de ramas floridas corrige os


desarranjos menstruais. Dose diária: 8 gramas.

ATAVISMO (Ressurgência Atávica): 0 nome de uma Fórmula Mágica


concebida por Austin Osman Spare para despertar níveis subliminares de
consciência de modo a revitalizar poderes sobrehumanos adormecidos.

ATLANTIDA - Continente habitado pela raça vermelha e que ocupava o


sítio do atual Atlântico. Submergiu em conseqüência de um cataclismo
terrestre.
Este continente sucedeu geologicamente a Lemúria e precedeu à Europa
atual. Platão, no Timeu, apresenta alguns dados sobre tal continente, os
quais foram confirmados pelas descobertas modernas. Esta palavra nos
veio do grego Atlantis, derivado do termo atlante, Aztlan.

ATMA - Sopro, espírito. No esoterismo hindu designa o mais elevado dos


sete princípios constitutivos da personalidade humana, ou a
universalização da individualidade, a entidade. Também designa o Eu
Universal. (Sanscrito)

ATMA-VICHARA: Inquirição (vichara) sobre a natureza do Atina


(Verdadeiro Ser). A forma mais elevada de cultura espiritual que leva
diretamente à suprema experiência da Realidade. (Sânscrito)

101
ATM – BUDDHI - MANAS (sânsc.) - Vontade – Sabedoria - Intelecto, os
princípios superiores da natureza humana. Constituem a sua tríada
espiritual permanente, isto é, o seu Ego, que é uno em essência e trino em
sua manifestação.

AUGEÓIDES: 0 Sagrado Anjo Guardião. Augoeides é derivado de Augos


(Grg.), a luz da manhã. Um termo usado por Iamblicluis no seu De
Mysteriis. Bulwer Lytton popularizou o termo em sua novela ocultista,
Zanoni, onde ele o interpretava como significando o Ser Luminoso ou Ego
Superior. A Obtenção do Conhecimento do Sagrado Anjo Guardião é o
fundamento do Treinamento de um Magista, e a não ser pelo Cruzamento
do Abismo, constitui o estágio mais crítico em seu desenvolvimento.

AUM - Palavra sagrada do esoterismo oriental. É o emblema da Trindade


na unidade. Pronuncia-se: OM. Compõe-se de três letras A, U, M. O A
unido ao U dá AU ou O longo, e o U unido intimamente ao sinal de
nasalidade (anuswara) forma o som único OM.
É interessante notar-se que este nome e formado, das letras Alpha, Omega
e My, que são a primeira, a última e a média do alfabeto grego. Na Cabala
as duas letras Aleph (primeiro), e Mem são letras mães. É palavra
sânscrita, porém sua origem deve ser anterior a da raça ariana.

AUR - Fogo, manifestação materializada da 1uz astral. Alguns autores a


grafam AOR. É palavra hebraica.

AURA - Espécie de emanação fluídica que rodeia o corpo humano, como


uma luz ou fosforescência. É principalmente ao redor da cabeça e na
extremidade dos dedos que é mais observável. O Nimbo ou Auréola dos
santos do catolicismo e uma representação figurada da aura que, na
atualidade, é admitida pela ciência. - Foi provado que não só as coisas
vivas, mas tudo o que e material tem sua aura maior ou menor, conforme
o grau de vida a, pois não há nada que seja absolutamente morto. O
termo latino aura significa vento, vapor, exalação, como o grego aura,
proveniente da raiz ao ou au, que exprime a idéia de respirar.

AURORA DOURADA (A Ordem Hermética da): Esta Ordem foi fundada em


1888 e grandemente dominada por S. Liddell MacGregorMathers. Crowley,
Spare e Fortune foram membros da A.’. D.’. em vários estágios de suas
carreiras. Quando a Ordem falhou em manter contato com os Chefes
Secretos ou Invisíveis da Grande Irmandade Branca, Crowley reparou a
deficiência e revitalizou a Corrente estabelecendo contato com Aiwaz em
1904. Crowley mais tarde renomeou a Ordem como A.’. A.’., ou Estrela de
Prata.

102
AVATAR - Transformações, metamorfoses e encarnações diversas de um
indivíduo. É palavra muito usada na mitologia indiana para exprimir as
encarnações de Vixnu, segunda pessoa da trindade indiana. Vixnu é o
filho de Deus, o princípio divino encarnado em nós e que passa por
numerosas reencarnações. Esta palavra e sânscrita e se diz avatâra,
descida, do formada de ava, de cima para baixo, e tri, atravessar.

AVEIA (Avena sativa) - Contra os reumatismos: cataplasmas quentes


preparados com vinho. Contra a hidropisia: sementes reduzidas a pó, 25
gramas, e 250 gramas de água. Deixa-se ferver durante 15 minutos, e
depois de frio côa-se num coador de lã. Além disso, é um diurético
excelente, podendo ser receitado para doentes debilitados, sem risco de
enfraquecê-los. Contra as chagas pútridas: cataplasma quente, composto
de 5 gramas de levedura de cerveja e 100 gramas de farinha de aveia. Para
curar a sarna: deitar nu em um campo de aveia e esfregar o corpo com
talos da planta molhados em água de fonte. Depois, deixa-se a pele secar
naturalmente, e a sarna irá desaparecendo. Desconhecemos suas
propriedades mágicas. Planetas: Sol e Lua.

AVELEIRA (Hamamelis Virginica) Planta conhecida pelo povo como


aveleira da feiticeira. Tem muitas aplicações terapêuticas. Uma das
propriedades mais notáveis da aveleira é de ser anti-hemorroidal. Eis como
se prepara a pomada para curar as hemorróidas: manteiga sem sal, 100
gramas. Tintura de avelã, 10 gramas. Mistura-se igualmente num
almofariz. Uso: três aplicações ao dia. A tintura de avelã é feita da seguinte
maneira: 100 gramas de álcool 90 graus. Pedacinhos de aveleira (cascas e
folhas frescas), 20 gramas. Macera-se tudo e deixa-se quieto durante 20
dias. Depois é só coar. Botânica Oculta: a varinha de adivinhação é feita
com um ramo de aveleira silvestre, cortado à saída do Sol, em qualquer dia
do mês de junho. Existem tratados de magia adivinhatória recomendando
que seja cortada na lua cheia, mas sempre no mês de junho. Esta é a
maneira de se usar esta varinha: corta-se uma forquilha de aveleira
medindo um pé e meio de comprimento, da grossura de um dedo e que
não tenha mais de um ano. Toma-se pelos extremos, um em cada mão,
sem apertar, de modo que o vértice da varinha aponte para a frente. Anda-
se devagar pelos lugares onde se supõe que exista água, metais, ou
dinheiro escondido. Há um outro modo de se servir da varinha, que
consiste em levá-la equilibrada no dorso da mão, andando lentamente: ao
passar sobre um manancial, ela começa a dar voltas. 0 padre Kircher já
tem outro método: corta-se o ramo da aveleira em dois pedaços iguais,
retos e sem nós; afina-se a ponta de um e cava-se um oco numa das
extremidades do outro, de forma que se encaixem. Levam-se assim os
pedaços de aveleira sustentados entre os dedos indicadores. Quando se
passa por cima de fontes de água ou filões metálicos a varinha oscila com
ritmo. Planeta: Mercúrio.

103
AVENCA (Adianthum capillosum) - É um feto que cresce nas paredes dos
poços e nas rachaduras das rochas úmidas. Usa-se fresca, pois uma vez
seca perde suas propriedades curativas. Facilita a expectoração e acalma
as dores do peito. Usa-se em loções para tonificar o couro cabeludo
evitando a queda dos cabelos. Botânica Oculta: as folhas desta planta
formam a coroa de Platão, divindade mitológica que preside e governa as
regiões infernais. Planeta: Saturno.

AZEBEL - Demônio de segunda categoria.

AZEITE DE ENXOFRE - É o ácido sulfúrico em alquimia.

AZEL - Anjo do fogo elemental. É também o nome do pai de Zoroastro.

AZILUTH - 0 Universo no seu conjunto do visível e do invisível. É palavra


hebraica empregada pelos cabalistas.

AZOTH - 0 principio criador da natureza; a panacéia universal ou prana.


Representa a luz astral em seu aspecto de veículo da essência universal da
vida. Esta palavra e formada da primeira letra dos alfabetos latino, grego e
hebraico:- A (a, alfa ou alefe) e das ultimas letras dos mesmos alfabetos: Z
(zê) no latim, O (Omega), no grego e Th (Tau) no hebraico.

AZRAEL ou AZRAIL - Anjo da morte.

104
105
Baphomet
(vide Baphomet)

BAAL - Potência infernal, que vários autores de renomadas obras de


demonografia designaram como sendo o general-chefe das hastes de
averno. Nos tempos anteriores ao cristianismo, foi adorado como um Deus
e os babilônios e caldeus chegaram a lhe oferecer sacrifícios humanos.
Quando o povo de Israel esqueceu o seu Deus para cair na idolatria, Baal
foi reverenciado. Entre os seus adoradores da Ásia, era freqüente fazer dele
a mítica representação do Sol.

BAALXERITH ou BALBERITO - Antiga deidade fenícia, transportada por


influência do cristianismo ao inferno. Segundo os demonógrafos, existe
uma crença que lhe atribui as importantes funções do secretário e
arquivista-geral dos domínios infernais. Nos séculos 15, 16 e 17 Balberito
foi o favorito de bruxos e feiticeiros, a julgar pela freqüência com que o
vemos invocado nas fórmulas imprecatórias e conjuros escritos naquela
época. Em muitos grimórios relativamente modernos e em outros antigos
que ainda não caíram no esquecimento, invoca-se a cada instante a
interferência de Balberito, principalmente para encontrar tesouros e para
achar coisas perdidas e escondidas.

BAALZEPHON ou BALZEFON - Deidade egípcia cuja especialidade era a


de impedir que os escravos dos seus devotos fugissem. A ruína dos cultos
pagãos deu-lhe a mesma sorte de outras divindades: passou para o
inferno, onde detém o mando das legiões diabólicas.

BAARÁS - Nome árabe de uma planta maravilhosa, também conhecida por


erva-de-ouro que se supõe ser procedente do Monte Líbano. Tem a virtude
de ser extraordinariamente luminosa durante a noite e invisível de dia.

106
Outra de suas propriedades é a de transmudar qualquer metal em ouro
puro, e também serve para desfazer encantamentos e sortilégios. 0 mal,
neste caso, é que ela mata a quem tentar arrancá-la do solo, sem ter o
cuidado de colhê-la com uma das mãos tendo na outra um pedaço de raiz
do mesmo vegetal. Josefo leva a sério esta crença em sua História dos
Judeus e acrescenta que o baarás é utilíssimo para expulsar os demônios
do corpo.

BABALON - A Mulher Escarlate, a Grande Prostituta, derivada do


Apocalipse de São João, a grafia diferente (da original Babylon/Babilônia a
Grande, Mãe das Abominações) provém da experiência de Frater
V.V.V.V.V. na Visão e a Voz, 10º Éter. Basicamente, representa um
conceito feminino: o conceito da liberdade sexual e de ação e poder da
mulher, oprimida no Æon de Osíris e soberana no de Ísis. A característica
de liberdade não é feminista, e sim de igualdade ao homem. O Novo Æon
veio para igualá-los e não provar a superioridade de um em relação ao
outro, como nos outros períodos. "Todo homem e toda mulher é uma
estrela".
Essa relação da mulher e sexo, é melhor explicada em "Comentários de Al",
por A. Crowley e editado no Brasil por Marcelo Motta.

BACIS - Adivinho de Beócia. Existiram muitos outros com este mesmo


nome, todos eles renomados como clarividentes e taumaturgos.

BACO - Deus do paganismo clássico cujos antecedentes idolátricos e


míticos remontam às mais antigas criações teogônicas do Oriente. A partir
do ponto de vista da magia, Baco é estudado ao transformar-se em gênio
infernal que preside as famosas congregações de bruxos e bruxas nos
sabás ou aquelarres. Leloyer, no seu Discurso dos Espectros diz: “Baco é
um demônio, espantoso, coroado de cornos formidáveis e armado com
uma azagaia ardente. É o deus dos bruxos e bruxas, seu famoso cabrito e
príncipe dos sátiros, silenos e outras criações de parecida classe infernal.
Durante as missas negras, mostra-se tal qual o descrevemos. E, mesmo
que fora dela sua cara e corpo sejam de homem, os bruxos nunca o
desconhecem, por causa dos pés disformes, que se assemelham às patas
do cavalo e, outras vezes, às do boi!”. Posteriormente os bruxos o
chamariam de Leonardo.

BACON Rogério - Sábio franciscano do século 13, muito versado em todos


os conhecimentos de sua época e particularmente aos relativos à física.
Sua crença ou não na magia é uma das questões ainda hoje muito
controvertidas entre os autores do ocultismo. Mas está fora de dúvida a
sua fé nos prodígios da alquimia, à qual dedicou um livro intitulado
Speculum Alchimiae, e não parece falso que Bacon tenha dado crédito às
pretensões da astrologia. Mas acreditamos que as suas convicções

107
ocultistas não passaram daí, como provam os seus escritos, nos quais
nega a possibilidade dos prodígios e maravilhas da magia.

BADUCKE - Nome mágico de uma planta cujo fruto, posto para ferver em
leite, lhe dá a propriedade de apagar a vivacidade dos sentidos e
particularmente a potência viril. 0 baducke não foi classificado entre os
vegetais conhecidos, de modo que não temos certeza do seu nome vulgar.
Acredita-se que a famosa planta é pura ficção, sob a qual se esconde um
complexo preparado, onde entra uma boa parte de cânfora.

BAEL - Diabo muito conhecido em bruxaria, provavelmente saído do culto


ao Baal infernal. 0 grande grimório supõe que ele esteja à frente das
potências infernais e particularmente obedecido por setenta legiões de
demônios da espécie mais turbulenta e temível. Dizem que se torna visível
sob a forma de um homem monstruoso, com três cabeças: uma de pessoa,
e as outras duas de gato e sapo. Tem o poder de tomar invisíveis aqueles a
quem protege, e invulneráveis a todo ataque, que não venha de inimigo
iniciado nas artes diabólicas. Quando alguns dos seus invocadores eram
levados à tortura e à fogueira, concedia-lhes a faculdade de se tornarem
fisicamente insensíveis e morrerem docemente no meio dos mais terríveis
suplícios.

BAETILES - Pedras maravilhosas, que eram consultadas para se obterem


respostas oraculares e que também surtiam efeito de poderosos talismãs.
Existiam de todos os tamanhos, e eram mais freqüentes aquelas que, por
suas pequenas dimensões, podiam ser levadas num saquinho pendente do
pescoço. Eram encontradas em cima das montanhas, procedentes do céu,
de onde desciam acompanhadas por um raio. Eram de cor azul-escuro,
esverdeado, de natureza metálica, e tudo faz presumir que se tratava de
pedaços mais ou menos grandes de meteoritos.

BAGOÉ - Nome da sibila toscana, que se acredita ter sido a primeira


mulher mensageira dos deuses, para transmitir as revelações do oráculo.

BAIAU - Filho de Simeão, rei dos búlgaros, e, segundo as tradições,


iniciado nas artes mágicas, através das quais se transformava
freqüentemente em um animal feroz, que aterrorizava seus súditos com
terrível poder.

BAKIR - Título do livro rabínico mais antigo, onde são tratados os mais
altos mistérios cabalísticos.

BALA - Em outros tempos, era crença geral que alguns guerreiros usavam
processos mágicos, para se tornarem invulneráveis aos disparos de armas
de fogo. No entanto, era preciso que guardassem segredo da posse de
semelhante defesa, porque suas vidas ficavam sempre a mercê de uma boa

108
pontaria, se o inimigo, conhecedor do encanto, carregasse sua arma com
moedas de prata, já que o dinheiro torna refratária toda influência mágica,
segundo asseguravam os mágicos mais renomados.

BALAAM - Famoso nigromante madianita, que viveu nos tempos de Balac,


rei de Boab. Este soberano pediu-lhe que amaldiçoasse os israelitas,
quando estes, vindos do deserto, chegaram às margens do Jordão. É
conhecido o relato bíblico da sua detenção no caminho do campo moabita,
e, igualmente, suas frases inspiradas.

BALAN - Potência infernal que, ao ser invocada, responde sobre todas as


coisas do passado e do futuro. Também pode tornar os seus protegidos
invisíveis, se estes se submetem incondicionalmente ao seu poder infernal.

BALCOIN Maria - Bruxa muito famosa no tempo de Henrique IV da


França. Foi julgada como autora de repugnantes crimes de bruxaria, mas
não consta que tenha morrido na fogueira.

BALTAZO - Nome de um dos demônios que aparecem nos acontecimentos


de possessão diabólica de Laon. Suas aparições foram de um aspecto tão
material e tangível que parece ter sido obra de algum impostor que assim
fez para se aproveitar da credulidade da endemoniada Nicolasa Audri. Ela
foi uma pobre desequilibrada que, nos meados do século 16, foi à tumba
do seu avô, para rezar por ele, já que tinha morrido sem se confessar.
Certa vez, então, ele apareceu-lhe, pedindo que celebrassem missas em
seu favor, para que saísse do purgatório. Nicolasa caiu desmaiada de
terror, e tal foi a sua comoção moral que todos pensaram estar possessa
do diabo. Depois se sentiu apoderada de 27 demônios, comandados por
Baltazo e Belzebu.

BALTUS João Francisco - Escritor jesuíta do século 18, que compôs uma
obra em resposta a Fontenelle: Histoire des Oracles, para sustentar a
autenticidade dos prodígios sibilinos e sua origem infernal.

BAPHOMET (Bode do sabá, Bafomé e de Mendes) - Figura panteísta e


mágica do absoluto. A tocha entre os dois cornos representa a inteligência
equilibradora do ternário; a cabeça sintética do bode, que reúne alguns
traços do cão, do touro e do asno representa a responsabilidade da matéria
apenas e a expiação nos corpos dos pecados corporais. As mãos são
humanas para demonstrar a santidade do trabalho; fazem o signo do
esoterismo acima e abaixo para recomendar o mistério aos iniciados;
mostram também duas meias-luas, uma branca, que é a de cima, e a
outra negra, que está embaixo, para explicar as relações do bem e do mal,
da misericórdia e da justiça. A parte inferior do corpo está velada e é a
imagem dos mistérios da geração universal, expressa unicamente pelo
símbolo do caduceu. 0 ventre do bode está coberto de escamas e deve

109
assumir a cor verde; o semicírculo que se encontra acima deve ser azul; as
penas que sobem até o peito devem ser de diversas cores. 0 bode tem seios
de mulher e indica através disso de humano os signos da maternidade e
do trabalho, ou seja, os signos redentores; sobre sua fronte, entre os
cornos, e por baixo da tocha, vê-se o signo do microcosmo ou o
pentagrama com a ponta para cima, símbolo da inteligência humana que,
colocado por baixo da tocha, faz da chama desta tocha uma imagem da
revelação divina. Este panteu deve ter por assento um cubo e por estrado
seja uma única esfera, seja uma esfera e um escabelo triangular. Em
nosso desenho lhe atribuímos apenas a esfera para não tornar a figura
excessivamente complicada. (Dogma e Ritual de Alta Magia – Eliphas Levi)

BARAT - Nome dado, na Bretanha, ao progressivo e mortal estado de


languidez física e moral, como conseqüência de um enfeitiçamento.

BARBATOS - Potência infernal conhecedora do passado, do futuro e de


todas as coisas ocultas, pela arte de encantamento.

BARBELOTHE - Seita gnóstica de doutrinas extravagantes, manchadas


por costumes imorais e sacrílegos.

BARBUDO - Nome com que se designava o demônio possuidor do segredo


da pedra filosofal e que recebeu este apelido em conseqüência de ter
sempre aparecido com a cara coberta por uma barba branca descomunal.

BARDANA (Lappa maior) - Fria e seca. Age sobre as doenças da pele,


úlceras, gotas e sífilis. Dá excelentes resultados nos cálculos dos rins e da
bexiga, como nas cólicas hepáticas. As folhas, aplicadas depois de cozidas,
espantam as traças.

BARESTE Eugênio - Autor de certas profecias que abarcam um


determinado período de tempo ainda não terminado, e que não parece ter
uma realização satisfatória.

BARINE - Esposa do rei Childerico e mãe de Clóvis. Dizem que ela foi uma
mulher profundamente versada nas artes mágicas, e velhas crônicas
contam sobre isto, no seguinte fato: na noite do seu casamento, pediu a
Childerico que fosse ver o que estava acontecendo no pátio de honra do
palácio. Ele consentiu, e qual não foi sua surpresa ao ver que o pátio
estava cheio de leões, tigres e outras feras. Correu para contar à sua
mulher o que havia visto, e, por sua indicação, voltou novamente ao local,
por mais duas vezes. Na primeira, em vez de leões e tigres, observou que o
pátio estava cheio de ossos e lobos. Na segunda e última, viu uma grande
quantidade de cachorros raivosos e outros quadrúpedes de menor porte,
possuídos de um inexplicável furor, que se satisfaziam numa tremenda
luta. "As coisas prodigiosas que você acaba de ver disse Barine ao seu

110
esposo real - são uma pintura do que vai acontecer e simbolizam as
condições da nossa posteridade. Os leões, os tigres etc. são os filhos que
teremos. Os ossos e os lobos são os nossos netos: príncipes cheios de
vigor, mas também ávidos de presas e conquistas. Os cães simbolizam
o'povo, que, indócil ao jugo dos seus amos e em rebelião contra seus reis,
se entrega às paixões dos grandes e será vítima de uns e outros". Segundo
outra tradição, conservada em crônicas antigas não menos autênticas, os
cães representariam os últimos reis daquela raça, despojados do trono.

BARNABAS - 0 salitre extraído da urina.

BARTH0KOL - 0 sopro divino ou inspiração, por meio do qual os profetas


de Israel eram inspirados como porta-vozes do céu.

BARTHOLIN Tomás - Do século 17, autor de um livro que fala sobre curas
simpáticas e o pó da simpatia. É digno de menção por se encontrarem em
tal obra algumas observações muito curiosas.

BASEANIA - Espécie de fascinação, empregada na antiga Grécia pelos


magos daquela época. Seu efeito consiste em fazer a pessoa ver as coisas
de modo diametralmente oposto à sua natural maneira de ser. Tratava-se,
pois, de um fenômeno hipnótico que qualquer um hoje reproduziria sem
muito esforço.

BASILIDE - Heresiarca do século 2 que constituiu seu sistema de crenças


misturando as do pitagorismo com as de Simão, o Mago, os dogmas
cristãos e as crenças judias. Diz-se que era muito versado no que se refere
aos estudos cabalísticos. Escreveu um evangelho apócrifo e certas
profecias sob o nome de Barcabas. Idealizou o talismã do abracadabra,
muito conhecido em todos os tempos. Uma das curiosidades contidas na
doutrina de Basilide é a estranha versão do final da paixão de Jesus.
Segundo ensinava, Cristo mudou de figura a tempo, dando seu aspecto a
Simão Cirineu e tomando o deste para si. Conseqüentemente, Cirineu foi
crucificado em seu lugar, enquanto Jesus enganava os judeus. Depois,
subiu aos céus sem ter sido reconhecido.

BASILIO Valenti - Famoso alquimista alemão, a quem se deve a


descoberta do antimônio. Suas obras têm o valor das preciosas
observações e estudos experimentais, que fizeram avançar a química.

BASILISCO - Pequena cobra, cuja cabeça aparecia enfeitada com uma


crista de galo e que, segundo consta, tinha o poder de matar com uma
simples olhada. Este fabuloso animal da antiguidade não tem nada a ver
com o basilisco tão conhecido em nossos tempos, já que falta a este a
maravilhosa faculdade que distingue aquele.

111
BASILIUS - Existiu em Roma, nos tempos de São Gregório, um senador
com este nome, assassino e bruxo, que tomou o hábito religioso para
escapar da pena de morte que merecia por causa de seus feitiços. Mas
finalmente foi levado à fogueira, em companhia de um outro patrício,
chamado Pretextatus.

BASSANTIN Santiago - Astrólogo escocês que predisse a triste morte de


Maria Stuart em 1562, segundo o testemunho de Roberto Melcil. Fez
também outras profecias que tiveram muito êxito. Publicou um tratado de
Astrologia que, sem dúvida, é o melhor que conhecemos no gênero.

BAST: A Primordial Grande Mãe dos Egípcios, que "vomitou" ou deu à luz,
sem a intervenção do macho. Ela era, portanto, um dos modelos originais
da "imaculada concepção" e permanece como o modelo de Culto primevo
que existia antes da paternidade ser estabelecida, seja num sentido
místico ou sociológico. Ela era representada no Egito pela imagem de um
Gato ou da leoa sem juba, ou seja, a força solar em sua fase lunar. Ver
Sekhet.

BASTÃO DO DIABO - Existe em Tolentino (Itália) um raro bastão que


dizem ter pertencido ao próprio diabo, dele se servindo para realizar
estupendos prodígios de magia infernal. É lavrado em madeira negra,
muito dura, e traz estranhas figuras e desenhos que ninguém conseguiu
até hoje decifrar satisfatoriamente.

BASTÃO DO VIAJANTE - Para prepará-lo, é preciso, primeiro, colher uma


vara de sabugueiro. Depois, retirar a sua medula e enfiar no oco que ficou
os olhos de um lobinho, a língua e o coração de um cachorro, três lagartos
verdes e três corações de andorinhas, tudo previamente reduzido a pó. Ao
reencher o bastão deve-se cobrir com sete folhas de verbena, colhidas na
véspera de São João, colocando-se na parte de cima uma pedra multicor,
que se encontra no ninho da poupa. Disposto de tal maneira engasta-se no
bastão um punho metálico triangular, sobre o qual se deve traçar o selo de
Salomão em cor verde. A quem o levar, onde quer que seja ninguém se
atreverá a atacar. Em muitos pontos da Europa, principalmente no campo,
ainda existe uma forte crença na magia desta preparação, que só serve
para que os incautos paguem bons preços pelos bastões dos viajantes,
preparados pelos charlatães do ocultismo.

BASTÃO MAGICO - A varinha ou cetro do mago é um dos antiqüíssimos


instrumentos que aparece em todas as operações de índole teúrgica. Não
só serviu para traçar o círculo na terra, dentro do qual o evocador se
coloca ao abrigo dos perigos, aos quais certamente estaria exposto ao
chamar a si as potências do invisível, como também foi um meio efetivo de
dominação, ao qual as potências evocadas obedecem cegamente. Isto
asseguram os mestres do ocultismo. Para que a varinha mágica tenha esta

112
eficácia, é indispensável que esteja preparada de certa maneira e
consagrada convenientemente. Deve ser de aveleira, cortada na primeira
quarta-feira da lua, entre as 11 e às 12 da noite, pronunciando estas
palavras e fazendo sobre ela as assinaladas cruzes da bênção: Agla + On +
Tetragrammaton + Abraxa per dominum nostrum + fiat Deus + lux unus +
in tenebris trinus + . A faca que vai ser usada deve ser nova e cortante por
cima, tendo gravado em uma das faces a frase: Vade retro, Sathan! e na
outra, entre duas estrelas de cinco pontas: Ammbarghemethomp, o que,
segundo parece, em linguagem mágica, quer dizer: as potências me
obedecerão.

Cortada, a varinha de aveleira deve ser consagrada, fazendo-se com ela


três cruzes no ar, de frente para o norte. Depois se escreve em sua casca
com uma punção (que não tenha servido antes para nenhuma outra
coisa), na parte superior, Agla + ; no meio, On + , e no outro extremo,
Tetragrammaton + , dizendo ao mesmo tempo estas palavras: conjuro te
cito mihi obedire. Venias per Deum vivum + per Deum Verum + per Deum
Sanctum + .

A varinha mágica também pode ser de outra madeira, contanto que se


coloquem nela sete anéis dos sete metais iniciáticos, isto é: de chumbo,
ferro, ouro, cobre, mistura de mercúrio e estanho, estanho e prata, e em
cada extremo uma bola de aço. Uma, imantada positivamente, e a outra,
negativamente.

Os magos hindus usam outra mais simples: é de bambu com sete nós,
mas sem letreiros ou outros sinais. E também sua consagração não
apresenta maiores dificuldades: o iniciado sai sozinho à noite, em busca
da varinha que lhe convém, corta-a de qualquer maneira e finca-a no solo,
diante de si, para rezar os mantras (espécie de orações mágicas, próprias
para o caso), estendendo as mãos sobre ela como para magnetizá-la.
Depois já pode servir-se da varinha quando quiser.

BASTÃO RABDOMÃNTICO - Em ciências ocultas, designa-se com este


nome uma pequena vara enforquilhada que, retida pelas mãos, gira e
inclina-se, apontando o lugar onde estejam enterrados os mananciais de
metais ou o que se quer descobrir. Ela deve ser feita com madeira de avelã
ainda verde e que tenha bastante quantidade de medula. Segundo vários
autores, deve ser cortada no mesmo dia em que se for usar porque assim
produzirá efeitos satisfatórios. E já que nem todos a seguram da mesma
forma, acontece que também nem todos, ao fazê-la, lhe dão a mesma
figura. Mas a maioria prefere empregar a enforquilhada, porque tal
disposição parece ser mais cômoda e eficaz. Por se supor que a mão
comunicava certa virtude à varinha, chegou-se facilmente a conclusão de
que, segurando a mesma com as duas mãos nas pontas da forquilha,

113
transmitiria à ponta, ou vértice, uma sensibilidade maior. Além disso, esta
disposição toma-se mais cômoda e simples.

Além dessas recomendações, é preciso levar em conta estas


particularidades:
1º) se quiser saber se é água o que a varinha indica, toma-se um pedaço
de pano molhado e envolve-se com ele. Se o movimento persistir, é sinal de
que o manancial é de água;
2º) quando se procuram moedas ou metais, fixa-se no vértice da varinha
uma moeda ou pedaço de metal. Neste caso, é conveniente que o portador
não esteja usando nada metálico, nem mesmo sapatos feitos com pregos e
tachinhas;
3º) quando o que se busca é dinheiro escondido ou objetos de ouro e de
prata, e se deseja conhecer a maior ou menor profundidade onde se
encontra enterrado o tesouro, tomam-se dois ramos de aveleira que
tenham dois brotos, os quais, da mesma forma que o tronco, tenham
apenas um ano de idade. Cortadas essas varinhas, cada uma com seus
dois brotos, de maneira que se pareçam com um Y, tomam-se pelo tronco,
uma em cada mão e passeia-se pelo lugar escolhido por seus indícios,
observando os movimentos dos instrumentos rabdomânticos. Pela maneira
como se cruzarem na parte superior ou inferior deduz-se que os tesouros
estão muito profundos, no primeiro caso, e pouco, no segundo;
4º) quando os tesouros estiverem escondidos em lugar encantado ou
protegido por fórmulas de magia, é preciso anular o obstáculo com
conciliações, que exigem o emprego das conjurações dentro do círculo
mágico (Vide círculo mágico).

BATISMO DOS BRUXOS - Os autores que escreveram sobre o sabá


contam que nesta ocasião batizavam, com todas as cerimônias do ritual
negro, sapos, lagartixas e outros animais de índole parecida. Usavam como
água batismal a urina do bode que presidia o aquelarre, repetindo os
sinais sacramentais da Igreja, mas executando-os ao contrário. Usavam a
mão esquerda em vez da direita ao fazer as cruzes sobre a cabeça do
batizado, acrescentando às orações, ditas ao inverso, estas palavras: in
nomine patrico, matrico, araguaco, petrica, agora, agora Valentia. 0 que
parece significar: "teu nome patrico, matrico, patrico de aragão, nesta
hora, nesta hora Valência". Esta absurda e repugnante cerimônia foi
empregada também para consagrar infernalmente as crianças que os pais
levavam ao sabá. Não é fácil saber o que há de certo sobre este assunto.
Têm-se como base apenas as próprias declarações dos bruxos. E o
importante é que chocantemente coincidam sobre o fundamental. Isto nos
faz supor que, enlouquecidos pelas práticas da magia e alucinados pelo
uso de pomadas e incensos, em cuja composição continham substâncias
de ações bastante conhecidas hoje em dia, eram vítimas dos seus próprios
procedimentos, tomando como realidade as criações dos seus pesadelos,
provocados entre as sombras daquelas reuniões noturnas.

114
BATRACITA - Pedra misteriosa que, segundo se diz, pode ser encontrada
no corpo das rãs e que é um soberano remédio contra os venenos e
malefícios.

BATSCUN BASSA - Demônio que se invoca nos povoados da Turquia para


que se consiga bom tempo e chuva, segundo o caso. Torna-se propício
oferecendo-se torradas de pão a ele.

BAVAN Magdalena - Famosa bruxa do século 17 que fez declarações


notáveis a propósito dos costumes sabáticos, durante o processo dos
fenômenos de possessão, acontecidos no convento das monjas de Louviers.
Magdalena era companheira de tal comunidade. Contou que certa vez,
estando em Rouen, na casa de uma costureira, foi iniciada nos mistérios
da arte infernal por um bruxo que a levou às reuniões do sabá. Ali
contraiu matrimônio com o diabo Dagon e elevada à dignidade de princesa
do sabá, quando prometeu que enfeitiçaria toda a comunidade. Usando
formas sagradas, compôs diversos malefícios. Depois, deu à luz quatro
crianças, que assassinou com as próprias mãos, durante uma missa
negra. Contou que, mais de uma vez, chegou a comer carne de recém-
nascidos e outros horrores característicos de alienação mental. Magdalena
Bavan foi julgada e condenada à fogueira, em 1647.

BAYEMON - Nome atribuído injustamente ao papa Honório, que um


grimório dá a certo diabo, cuja fórmula de conjuro é esta: Oh! Rei
Bayemon, fortíssimo, que reinas nos lugares do ocidente, chamo-te e
invoco-te em nome da divindade. Eu te intimo, em nome do altíssimo, para
que me envies a este círculo mágico (o espírito que se deseja atrair) e todos
os outros que te obedeçam, para que respondam ao que vou perguntar. Se
não me obedeceres, eu te atormentarei com a espada do fogo divino,
aumentarei os teus sofrimentos e te abrasarei! Obedece rei Bayemon!

BAYER - Em 1725, existia em Ruthesin, povoado pertencente à diocese de


Constança, um cura chamado Bayer, que gozava de uma justa reputação
de homem virtuoso e caridoso. Certo dia bateu à sua porta um
desconhecido, pobre e de aspecto estranho, a quem ofereceu hospitalidade
e um lugar à sua mesa. A conduta do forasteiro não pôde ser mais
extraordinária, durante a refeição. E, ao terminar, despediu-se do
sacerdote, manifestando uma repentina vontade de continuar a caminho.
Durante a conversa, manifestou a Bayer que vinha comissionado pelo
bispo para dar cumprimento a certos mandados, e se apresentou com um
nome tão inexato como o fato de ser comissário do bispo de Constança. A
partir deste dia, a casa do sacerdote foi teatro de uma série de fenômenos
misteriosos: aparições, ruídos, luminosidades, vozes, lamentos etc. Consta
que tais prodígios foram presenciados por diversas pessoas da localidade e
que nada valeram os exorcismos, aspersões de água benta, e que, só ao

115
enfrentar as aparições com uma espada benta, foi possível livrar a casa
destes poderes invisíveis. Dom Calmet, em seu Tratado das Aparições, diz,
a respeito do cura Bayer, que, sem dúvida, ele foi vítima de uma
alucinação persistente, ocasionada pelo medo. Esta opinião seria correta
se não fossem as testemunhas que presenciaram os fatos.

BECHARD - Demônio que Clavícula de Salomão designado como rei dos


ventos e das tempestades. Produz a queda do granizo, a chuva, os trovões,
pelo poder de um malefício, em cuja composição entram os sapos
massacrados e outros ingredientes.

BEHEMOTH - Demônio que os demonógrafos imaginam como retardado e


pouco inteligente, apesar da sua dignidade infernal e importância. Bodin
supõe que ele personifica o faraó dos tempos de Moisés, inimigo do povo
israelita. 0 livro de Jó fala de sua figura monstruosa. Wierus não inclui
este demônio em sua descrição tão detalhada da monarquia infernal. Mas,
em outra parte, afirma que Behemoth poderia muito bem ser um dos
nomes de satanás. Os hebreus o imaginam sob a figura de um boi, e, entre
os judeus, é freqüente jurar "pelo boi Behemoth".

BEHERITO - Demônio cujo primeiro e quase único testemunho se


encontra nas atas dos fatos demoníacos das monjas de Loudun. Pode ser
que Beherito e Berith sejam uma mesma personalidade do inferno. E o
competente Collin du Plancy parece concordar com esta opinião
(Dicionário Infernal).

BEKKER Baltasar - Teólogo protestante, nascido em 1634. Foi o maior


inimigo das fascinações e poderes dos diabos, bruxos e seres que lhe
pareciam totalmente falsos e de pura índole supersticiosa. Chegou a negar
a existência do demônio, coisa que excitou a revolta dos seus
correligionários, a ponto de conseguirem com que fosse despojado de suas
funções sacerdotais e considerado herege.

BEL - Divindade suprema da teogonia dos caldeus. Wierus transforma-o


num demônio, cuja voz tem um som retumbante muito especial.

BELADONA (Atropa belladona) - Fria e úmida. Esta planta é muito ativa


e, como o acônito e o meimendro, seu emprego deve ser dirigido por um
médico. Botânica Oculta: tem propriedades muito semelhantes às do
meimendro e é outra das várias plantas que entram na composição da
pomada das bruxas. Suas folhas secas e trituradas, misturadas com
açafrão e cânfora constituem as larvas do astral. Saturno, Vênus,
Escorpião.

BELEPHANTES ou BELOFANTES: Astrólogo caldeu a quem se atribui a


funesta predição feita a Alexandre Magno referente à sua entrada na

116
Babilônia. A profecia se cumpriu, e Deodoro de Sicília garante a
autenticidade do augúrio.

BELICHE - Nome que se dá ao demônio em língua malgaxe (ilha de


Madagascar). Nos sacrifícios religiosos, as primeiras porções do corpo da
vítima são lançadas a ele porque, segundo se afirma, mesmo que o diabo
tenha que comer, não projeta nem executa nenhum dano contra as
criaturas humanas.

BELIN Alberto - Frade beneditino, nascido em Besançon no ano de 1610.


Escreveu vários livros de magia da qual se declarava partidário: virtudes e
efeitos dos talismãs.

BELINUNCIA - Nome de um vegetal usado pelos mágicos, cujo suco


venenoso servia aos antigos guerreiros da Gália para envenenar as pontas
de suas lanças e de suas flechas. Os druidas atribuíam-lhe a virtude de
produzir a chuva nos tempos de seca.

BELLOC Joana - Célebre bruxa do país de Labour submetida a


interrogatório por Pierre Delancre durante o reinado de Henrique IV, da
França. Em suas confissões fez uma curiosíssima e detalhada descrição
das demoníacas cerimônias do sabá.

BELOMANCIA - Adivinhação através de flechas muito usada por todos os


povos da antiguidade. Dificilmente se empreendia uma expedição guerreira
sem antes consultar os augúrios belomânticos. Na atualidade o processo
ainda é usado pelos árabes, que empregam três flechas com três inscrições
diferentes: colocadas num saco, a primeira que for tirada dá a resposta
pedida.

BELPHEGOR, BELFEGOR ou BAALFEGOR - Demônio que domina nas


invenções e nos descobrimentos de maior mérito. Wierus observa que tal
entidade infernal está sempre com a boca aberta e Leloyer deduz que disto
provém o seu nome, porque phegor quer dizer cavidade ou fenda,
explicando também que as oferendas e as cerimônias em sua honra eram
feitas em cavernas. A magia lembra seu nome e o faz intervir nos casos de
desejo de sensualidade e riqueza. Atende de preferência às invocações das
mulheres, e quando atende aos chamados de um homem costuma tomar a
aparência de uma mulher de deslumbrante beleza e juventude.

BELSAM - Outro entre os demônios que pela primeira vez se revelaram


nas declarações das possessas do convento de Loudun (1632).

BELZEBU - Antiga divindade cananéia que o cristianismo converte em


príncipe dos demônios. Muitos demonógrafos consideram-no o chefe
supremo dos impérios infernais, confundindo sua significação diabólica

117
com a de satã, que foi o anjo expulso do céu, o rebelde luzbel. Milton expõe
perfeitamente a condição de belzebu quando diz que "é o primeiro em
poder e em crime, depois de satanás". Supõe-se que tenha uma estatura
enorme. Em Clavícula de Salomão descreve-se sua presença sob as formas
mais monstruosas.

BENU (0 Pássaro Benu): A mítica "ave do retorno" usada como o modelo


dos várioS ciclos de tempo que variam de acordo com referências
astronômicas específicas. Ver Fênix.

BERANDA - Bruxa queimada em Maubre (França) no ano de 1577. 0


suplício desta histérica ainda ocasionou outra vítima da maneira mais
lastimosa. Quando ia em direção à fogueira fixou o olhar numa senhora e
disse-lhe em voz alta: "Não te recordas da última vez em que estivemos no
sabá, quando levavas o jarro de veneno?" 0 medo de ser considerada
também uma bruxa fez com que ficasse muda. Isto foi julgado como sendo
uma prova indubitável de sua culpa.

BERBIGUIER Aleixo Vicente Carlos - Nascido em Corpentras (França) e


autor de uma curiosíssima obra autobiográfica, publicada em 1821, onde
se contam as mais estupendas coisas dos demônios e sobre a maneira de
se apoderar deles. Sem dúvida Berbiguier não estava de posse do seu
perfeito juízo e isto foi o suficiente para que caísse de boa fé nas mãos de
charlatães que lhe escreviam falsas cartas como sendo escritas por
demônios e bruxas.

BERILO - Pedra preciosa parecida com a esmeralda, de cor verde muito


transparente, usada como espelho mágico pelos videntes que com ela
predizem o futuro.

BERITH ou BERITO - Duque da hierarquia infernal, poderoso e terrível.


Os nigromantes chamam-no de bolfri. Apresenta-se vestido de vermelho,
montado num cavalo da mesma cor, e levando uma coroa na fronte. Revela
o passado, o presente e o futuro de quem o evoque ou da pessoa por quem
se pergunte. Pode mudar todos os metais em ouro puro, concede
dignidades e honras aos seus protegidos. Obedece pela virtude de an6
mágicos, cujos efeitos não pode contestar.

BERNA Benedito - Bruxo octogenário citado por Bodin e outros autores,


que confessou seus tratos com um demônio-fêmea chamado Hermelina,
durante os segundos 40 anos de sua vida, e uma grande série de crimes
repugnantes, talvez tão imaginários como a pessoa da diaba, como o
sacrifício de várias crianças para chupar-lhes o sangue.

118
BERNARDO, El Trevisano - Alquimista do século 15, famoso por sua arte
em bruxarias. Suas obras ocupam-se apenas da pedra filosofal e estão
escritas de uma forma tão obscura que se torna impossível decifrá-las.

BES - É um deus fálico. 0 deus da concupiscência e da luxúria.

BESTA, A: Em tenra idade, Crowley se identificou como sendo a Besta 666


(Mestre Therion) e Aiwaz confirmou sua identificação intuitiva com seu
Poder no Livro da Lei. A palavra "besta" tem uma afinidade etimológica
com Bast e Besz .

BESZ: Literalmente. "o transformador". Uma forma primitiva da Besta.


Esta palavra. Besz, pode fornecer a fonte etimológica do nome Aiwaz.

BETH ELOHIM - Livro cabalístico que trata das almas humanas, dos
anjos e dos demônios.

BETONICA (Betonica officinalis) - Usada internamente, produz


evacuações abundantes. Exteriormente é aplicada com sucesso nas
úlceras varicosas e nas chagas infecciosas. Emprega-se em cozimento: 100
gramas em um litro de água. Botânica Oculta: é boa contra feitiços.

BHAVANI: Uma forma de Káli, a Deusa do Tempo hindu.

BIBLIA DO DIABO - Texto fantástico que se supunha ter sido inspirado


pelo diabo, assim como a Bíblia o foi por Deus. Posteriormente, o termo
tomou uma significação menos precisa e mais real, de maneira que agora a
bíblia do diabo é todo o conjunto de grimórios escritos em diversas épocas
e línguas.

BIBLIOMANCIA - No princípio foi usada para esclarecer os casos


duvidosos com respeito à culpabilidade ou inculpabilidade das pessoas
envolvidas em processos de bruxaria. A prova era feita assim: colocava-se
o suspeito num dos pratos de uma grande balança. No outro, a Bíblia. Se o
peso da pessoa fosse maior do que o do texto, ela era culpada. Por este
processo podemos ver que por mais volumosa que fosse a Biblia, o sujeito
nunca era inocente.

Também recebeu o nome de bibliomancia um sistema adivinhatório que


consiste em repassar as folhas de uma Bíblia com uma agulha de ouro e
tomar a primeira palavra escrita na página que fique a descoberto. A
repetição de tal processo permite a construção de frases de sentido mais
ou menos direto e compreensível, que formarão a profecia. Existe, também,
um meio mais simples, que é o de abrir o livro ao acaso e procurar a
resposta para o que se pretende na primeira frase em que o consulente
puser os olhos.

119
BIFROUS - Nome de uma entidade infernal que concede uma
extraordinária ciência em questões matemáticas e astrológicas aos seus
protegidos. Conhece todos os mistérios que contêm o poder das ervas
mágicas e as pedras preciosas. Distingue-se pelo estranho capricho de
trasladar os mortos de um lugar para outro.

BILLIS - Denominação que recebem certos bruxos muito temidos em


diversas partes do continente africano, por sua habilidade em fazer filtros
e malefícios.

BINAH (Hebraico): A terceira Sefira da Árvore da Vida. Binah significa


"Entendimento": ela é a primeira sefira acima do Abismo. Se o
entendimento não iluminar a mente, não importa quão brilhante um
homem possa ser ele permanece um idiota, espiritualmente falando,
comparado a alguém que tenha cruzado o Abismo.

BINÁRIO - A ação, do jogo biológico ou dinâmico simbolizado pelo 2. Dois


é o antagonismo, imobilidade momentânea, quando as forças são iguais;
mas é a luta, o princípio do movimento. 0 numero dois é, portanto,
imprescindível, porquanto representa ação combinada de duas unidades,
ou, por outra vida, a qual não se pode realizar senão pela ação, e pelo
desenvolvimento. Dois é, portanto, o antagonismo; mas três é a existência,
é o pendulo que, girando da esquerda para a direita ou vice-versa, produz
o equilíbrio e com ele o movimento. 0 adjetivo latino binarius, de que
deriva, provém de bini, um par, que e proveniente de bis, duas vezes,
originado do grego, dis, correspondente ao radical sânscrito dwi.

BÍON: "Vesículas representando estágios transicionais entre substâncias


vivas e não-vivas" (Wilhelm Reich, A Função do Orgasmo, vol. 1. New York,
1942)

BIRCK Humberto - 0 caso de Birck é um dos que estão mais bem


documentados e que por isso se constitui um notável precedente entre os
do espiritismo. Este homem morreu em Oppenheim em 1620, e no sábado
seguinte começaram a se ouvir misteriosas batidas na casa onde tinha
morado, com sua primeira mulher. Um irmão desta, mulher, também
falecida, suspeitou que ninguém mais além de Humberto poderia ser o
causador daqueles ruídos, e tendo como certa a sua aparição disse para
uma maior segurança: “Se sois quem estou pensando, dai três pancadas".
E assim aconteceu. Logo em seguida outras manifestações estrepitosas,
não menos estranhas, continuaram durante seis meses. Transcorridos
outros seis meses, as manifestações se reproduziram e quando lhe
perguntaram o que queria, ouviu-se uma voz sepulcral que dizia: “Que
venham o padre e meus filhos no próximo sábado”. Cumprido este desejo,

120
manifestou que queria missas, que se dessem esmolas às custas dos seus
bens e outras disposições relativas ao seus interesses. Cumpridos os seus
desejos nunca mais se repetiram os ruídos e várias pessoas
testemunharam o fato.

BISTORTA (Poligonum bistorta) - Sua raiz é usada como um poderoso


adstringente para combater as diarréias crônicas. Usa-se também em
gargarejos para curar as inflamações crônicas da boca e para fortalecer as
gengivas. Aplicada em loção, ajuda a cicatrizar toda espécie de chagas. É
um grande tônico para combater a tuberculose incipiente quando tomada
em vinho (de 50 a 100 gramas). Desconhecem-se suas virtudes mágicas.

BITHIAS - Famosas bruxas dos escitas que, segundo Plínio, tinham o


poder de matar apenas com o olhar.

BLOKULA - Até o ano de 1670 aconteceu na Suécia, num certo lugar


chamado Mohra, um caso de bruxaria que teve grande ressonância. Ao
local foram enviados juízes inquisidores, e setenta bruxos foram
condenados à morte, fora as numerosas pessoas enviadas para os
calabouços. Acontecia que os bruxos se reuniam à noite, na entrada de
uma caverna distante, e ali chamavam o diabo gritando três vezes:
"Antesser, vem e leva-nos a Blokula". 0 diabo aparecia sob diversas
formas, mas mais freqüentemente vestido como homem, usando um colete
cinza, calças vermelhas, meias azuis e a cabeça coberta com um
“sombreiro” pontiagudo. Ajudado por um número suficiente de demônios,
transportava os bruxos pelo ar, cavalgando em suas clássicas vassouras.
Quando chegavam a Blokula começava a execravel festa onde as mulheres
se entregavam ao diabo, prometendo servi-lo em tudo cegamente, e logo se
celebrava o festim. Segundo o que foi declarado pelas bruxas, o produto de
suas uniões carnais eram os sapos e as serpentes. Entre as coisas
infernais ensinadas por seu mestre estava a arte de tirar leite das vacas
através da magia. A bruxa cravava uma faca na parede e amarrava uma
corda ao cabo que esfregava com os dedos, como se estivesse ordenhando
o animal. Então fixava seu pensamento na vaca de alguém, que ao mesmo
tempo ia ficando sem leite e extenuada ao máximo. Processos semelhantes
permitiam também causar sofrimentos e dores às pessoas que odiavam e
até matá-las com facadas simuladas no ar.

BOBIN Nicolas - Bruxo companheiro de façanhas e de sentença de


Bertheme de Lignon. Fez declarações parecidas, acrescentando que as
vezes o diabo se apresentava em forma de um preto velho de voz rouca e
cansada, chamando-o em particular para receber dele um pó de malefícios
que usou da pior maneira, conforme o demônio tinha ordenado.

BOCAL - Sacerdote-bruxo, executado nos tempos de Henrique IV da


França, que freqüentava o sabá em trajes eclesiásticos, oficiando, como

121
diácono e subdiácono, a negra durante as três noites que precederam ao
seu primeiro dia de rezar a santa missa em Sibour. Interrogado por que
rezou a missa diabólica antes da divina, respondeu que tinha tido a
intenção de ensaiar para ver se sairia bem no ritual quando chegasse o
seu momento. Vinte e quatro testemunhas depuseram afirmando sua
presença nas reuniões noturnas e acrescentaram o delato de que toda sua
família era de bruxos.

BODDHI - "Conhecimento". No Esoterismo hindu, o sexto dos sete


princípios constitutivos da personalidade humana, o homem no estado
radiante; espiritualidade, alma divina, a existência transcendente.
Escreve-se também Buddhi. (Sânscrito).

BODDHISATVVA - Termo do budismo que designa seres de sabedoria


elevada que seguem uma prática espiritual que visa a remover obstáculos
e beneficiar todos os demais seres. A expressão significa, em tradução
literal do sânscrito, "ser (sattva) de sabedoria (bodhi)".

BODEAU Joana - Bruxa de Labour que parece ter dado o primeiro


depoimento a respeito da cerimônia da missa negra, onde se usava uma
hóstia negra de forma triangular.

BODIN Juan - Célebre jurisconsulto e demonógrafo do século 16. A obra


intitulada Republique se constitui a base mais sólida de sua reputação e
La Harpe diz que ela contém em germe o espírito das leis. Atribui-se a ele
uma outra obra (Colloquium Heptaplomeron de Abelitis Rerum Sublimisina
Arcanis) composta de diálogos entre sete interlocutores de diversas crenças
religiosas que discutem o valor de cada uma. Como a católica nunca sai
vitoriosa, ele foi tachado de protestante, judeu etc.
Sua Deomonomanie dês Sorciers impressa em Paris em 1581, divide-se em
quatro livros, nos quais estuda o bruxo, afirma a realidade dos seus feitos
e a intervenção do diabo no assunto. Nunca foi escrito um livro igual, onde
são narradas com maiores detalhes as artes da bruxaria, as maneiras de
se prevenir contra elas, combatê-las, as cerimônias do sabá, práticas
iniciatórias, maneira de perseguir e identificar os bruxos, marcas do seu
comércio diabólico, processos que devem ser usados para que confessem
seus delitos, espécies de tormentos cuja ação é mais eficaz, penas que
devem ser impostas etc. Concluindo, Bodin afirma que é indispensável que
os bruxos sejam exterminados, assim como seus partidários.

BOEHM Jacó - Alquimista do século 17 e chefe de uma seita de


iluminados. Seus escritos vão além de cinqüenta volumes de estilo
completamente obscuro.

122
BOÊMIOS - Os rumes ou boêmios são hindus da classe média (artífices)
que emigraram em massa para a Europa, depois de terem vivido por algum
tempo no Egito. Eles estão de posse de uma grande parte da tradição
esotérica. Deram-lhe o nome impróprio de Boêmios por os julgarem
originários da Boêmia.

BOGUET Henrique - Juiz inquisidor dos crimes de bruxaria que escreveu


um livro publicado nos começos do século 17. Além desta edição (Lyon
1602), existiram outras, feitas em 1607, 1608, 1610, e a de Paris de 1603.
A de Rouen, de 1606, intitula-se Discurs des Sorciers. A obra é um resumo
dos casos nos quais o juiz interveio, revelando grande ingenuidade, assim
como uma feroz e fanática crueldade contra os bruxos. Os descendentes
do autor fizeram o possível para fazer desaparecer os exemplares de tais
edições, tornando-se por isso um livro muito raro. Damos aqui um resumo
dos seis avis contidos em seu trabalho:

“(1º) Os adivinhos devem ser condenados à fogueira, assim como os bruxos


e os hereges. Quem tenha assistido a um sabá merece a morte. É preciso,
pois, encarcerar qualquer pessoa suspeita de bruxaria pela mais leve
acusação, ainda que o delator se retrate, podendo-se admitir contra os
bruxos toda espécie de testemunho. 0 bruxo obstinado será queimado e
aquele que se confessar arrependido deverá ser estrangulado;
2º) nos crimes de bruxaria podem-se condenar por meros indícios,
conjecturas ou presunções: tais delitos não requerem provas muito
precisa;
3º) o crime de bruxaria atenta diretamente contra Deus e, por isso, precisa
ser castigado imediatamente;
4º) os bens de um bruxo condenado devem ser confiscados, assim como é
feito aos hereges, pois a bruxaria é um delito ainda maior;
5º) ficará patente que existe bruxaria quando o acusado exercer
adivinhação, coisa certa como filha do demônio: as blasfêmias e
imprecações se constituem em indícios. Por último, pode-se perseguir,
tendo como base apenas a opinião pública, qualquer pessoa;
6º) as fascinações, por meio das quais os bruxos enganam e deslumbram
com o olhar, fazendo ver coisas que não existem, são obras do diabo. Os
fascinadores e outras espécies de magos devem pagar suas ações com a
vida”.

BOIFANNI - Nome de um poderoso diabo desconhecido dos demonólogos


até que certa possessa do século 17 revelou sua existência.

BONATI - Astrólogo florentino do século 13. Gozava de grande prestígio e


dizem que fez notáveis predições. Anunciou ao conde Monferrato o dia e
como seria ferido numa campanha, o que foi cumprido exatamente. Não se
explica o fato dele ter se arrependido de sua ciência buscando no convento
o perdão para os seus pecados, vestindo o hábito franciscano.

123
BONI José Francisco - Alquimista do século 17, nascido em Milão.
Demonstrou possuir bastantes conhecimentos de hermetismo, e suas
teorias com respeito aos espíritos elementais foram tomadas por Villars,
para escrever 0 Conde de Gabalis. Boni merece censura por seu evidente
charlatanismo e tendência para aproveitar-se da credulidade de certa
gente com fins pouco honrosos. Morreu nas prisões de Roma, em 10 de
agosto de 1681.

BONNET Joana - Bruxa de Boissy (França), queimada viva em janeiro de


1583, por ter confessado contatos carnais e comércio com o diabo.

BOTANOMANCIA - Adivinhação por meio dos ramos e folhas de verbena e


outros vegetais que foram muito usados na antiguidade. Uma das
maneiras mais usadas que chegou até nossos dias, e que ainda se pratica,
consiste em observar a direção que as folhas das árvores tomam quando
arrastadas pelo vento, deduzindo daí as respostas para o consulente.

BOTRIS - Planta de folhas aveludadas e recortadas, às quais se atribuem


virtudes extraordinárias, principalmente a de expulsar os fetos que
tenham morrido no útero materno.

BOULLE Tomás - Vigário do cura Picard que, como este, foi acusado de
bruxo no processo de Magdalena Bavan, sendo queimado -vivo, em 22 de
agosto de 1647.

BOULLENE Santiago - Astrólogo autor de vários livros que não chegaram


até os nossos tempos.

BRAMA - Etimologicamente Brama deriva do sânscrito Brahman, no


contexto da radical brh, com o significado fundamental ser grande, forte,
absoluto, capaz de criar. Brama é Criador. Entretanto, o conceito de Brama
se tem mostrado flexível, mais ou menos como no Ocidente o conceito de
ente; Brama, todavia sofreu os efeitos de uma outra cultura, outros estilos,
e principalmente das fragilidades do monismo oriental, muito atingido por
antropomorfismos, enquanto ente conservou sua limpidez de conceito da
filosofia. Brama é o princípio mais geral da realidade do mundo como um
todo, com caráter de ser indeterminado, mas, determinável nas mais
variadas formas da realidade, que continua sempre. Brama contêm todos
os vícios do conceito de Deus na imaginação das religiões ocidentais.

BRÂMANE - Membro da casta sacerdotal hindu. O termo brâmane


significa literalemente "aquele que realizou ou tenta realizar Brahman - a
divindade". A teoria da invasão ariana, questionada nos meios acadêmicos
depois das explorações arqueológicas no vale do Indo, propunha que os
brâmanes e as outras duas castas superiores - xátrias (guerreiros) e

124
artesãos - seriam formadas pelos arianos invasores, e as castas inferiores -
trabalhdaores braçais - pelos dravidianos nativos. Uma quinta casta, os
intocáveis, seria constituída pelas tribos que se rebelaram contra os
invasores. Sendo membros da casta mais alta, o brâmanes gozaram
historicamente de posição social privilegiada - independente de sua
riqueza.

BRÂMINE - O mesmo que Brâmane.

BRIAH – O plano astral ou psíquico do universo, conforme os cabalistas.


Palavra hebraica.

BRINVILLERS marquesa de - Famosa envenenadora francesa do século


17, a quem a fúria de morte levou a fazer diversas vítimas, apenas por
prazer, chegando ao extremo de visitar os hospitais para dar veneno aos
doentes. Morreu na fogueira, em 1676.

BRIONIA (Bryonia alha) - 0 povo batizou esta planta com diversos nomes:
nabo galante, nabo diabólico, morte do diabo e outros. Seu uso interno
oferece alguns perigos. Recomendamos seu uso para combater a inchação
da garganta, do peito, do ventre e das pernas, empregando a seguinte
fórmula: 25 gramas de raiz de briônia; 200 gramas de azeite de oliva.
Ferver até que o conteúdo tome a cor negra. Aplica-se em fricções nas
partes doentes. Botânica Oculta: emprega-se em determinadas cerimônias
de magia negra. Columela atribui-lhe a virtude de afastar os raios quando
plantada nos quatro pontos cardeais da casa. Mercúrio.

BRIZOMANCIA - Nome que se costuma dar à arte de interpretação dos


sonhos. Vem de brizo, deusa do descanso natural.

BROLIC - Jovem iniciado na prática da bruxaria que segundo o


testemunho de Delacere, manifestou grande repugnância ao se submeter
às cerimônias do sabá, custando-lhe muito caro o afastamento das coisas
do diabo.

BROWNIE - Gênio benéfico no qual têm muita fé as populações de


algumas partes da Escócia e outras ilhas britânicas.

BRUHESEN - Famoso astrólogo do século 16, que cultivou sua ciência com
profundidade e extraordinário êxito.

BRULEFER - Nome dado em Clavícula de Salomão ao demônio que se


invoca quando se quer conduzir o amor de um homem ou de uma mulher.

BUCKINGHAM - Duque favorito do rei da Inglaterra que morreu


assassinado por Felton em 1628. Pouco antes do acontecido, consta que

125
Guilherme Parker viu, em plena luz do dia, a aparição do pai do duque,
avisando para prevenir o filho sobre o perigo que corria. Só depois da
segunda aparição ele se decidiu a avisar o duque, que recebeu a notícia
com desdém. Pela terceira vez Parker viu a aparição que lhe mostrou um
punhal dizendo: “Volte e diga ao filho ingrato que viu em minhas mãos o
instrumento do crime. E para que ele não duvide...” e revelou-lhe um
segredo de Buckingham. Parker cumpriu o encargo outra vez sem sucesso.
Poucas semanas depois aconteceu o assassinato e foi reconhecida a
certeza do aviso maravilhoso.

BUCON - Demônio da pior espécie, mencionado em Clavícula de Salomão.

BUDDHA - Iluminado; o ser que, elevando-se a Boddhi, conquistou o


Nirvana. Para o Buda perfeito, o Nirvana e um nada relativo, porque,
depois da reintegração no absoluto, a vontade, lançada a salvação
universal, continua a agir.
Este nome foi dado a um sábio iluminado que viveu na Índia 650 anos
antes de Cristo. É palavra sânscrita. Escreve-se com dd, pois, com um só d
tem significação mui diversa.

BUDDHI - Vide Boddhi.

BUER - Demônio de segunda categoria que aparece sob a forma de uma


estrela ou roda de cinco raios e que avança dando rápidas voltas. Possui o
segredo das plantas medicinais e das curas mais estupendas. Obedecem-
lhe 50 legiões de diabos.

BUGLOSSA (Anchusa italica) - Vulgarmente conhecida como língua-de-


vaca. 0 suco das folhas desta planta é excelente para curar as palpitações
do coração. Para isto se misturam 30 gramas de suco com igual
quantidade de açúcar até formar uma espécie de xarope. As flores são
recomendadas nas bronquites leves e nos catarros ligeiros. Usa-se assim:
ferver dez gramas de flores em meio litro de água. Deixa-se esfriar e côa-se.
Tomam-se quatro taças durante o dia.

BUNE - Diabo muito poderoso que se apresenta sob a forma de um


monstruoso dragão de três cabeças. É o grande gênio infernal de todas as
práticas de magia negra e o cemitério é o seu lugar favorito. Comanda 30
legiões.

BUNIS - Os tártaros dizem que é preciso temer todos os seus ataques e os


bruxos deste país têm fama de contar com o auxilio dos Bunis para
executar as suas maldades. BUTADIEU - Demônio citado algumas vezes
nos processos franceses de bruxaria durante o século 17.

126
BYLETH - Gênio infernal de terrível condição, citado por Wierus. 0
exorcista que lutar contra ele precisará de muito tato e prudência para
evitar suas investidas. Para dominá-lo magicamente é preciso possuir a
varinha de aveleira, e com ela traçar fora, do círculo evocatório um
triângulo que deverá cair na parte que separa o oriente do meio-dia. Em
seguida deverá ler a oração que aprisiona os espíritos. Se Byleth não
comparecer é sinal de que o exorcista não tem poder para vencê-lo.
Quando, entretanto, ele se apresenta, convém recebê-lo com agrado e
benevolência. 0 exorcista não poderá esquecer-se de ter no dedo da mão
esquerda um anel de prata preparado cabalisticamente com os signos
dominantes correspondentes. Ele pode conceder ao homem um domínio
extraordinário sobre as coisas naturais e sobrenaturais.

127
128
Magista executando suas Práticas Mágickas.

129
Uma Representação do Círculo Mágicko.

130
CAACRINOLAAS - Demônio que se apresenta sob a forma de um enorme
cachorro, provido com asas de grifo. Comanda 36 legiões infernais. Possui
o segredo do futuro e é o inspirador dos homicidas e assassinos.

CABALA - Pico de la Mirandola diz que este termo de origem hebraica


significa tradição. A antiga cabala dos judeus é, segundo alguns autores,
uma espécie de maçonaria. Outros dizem que se trata de um sistema
interpretativo da Bíblia e da arte de encontrar significações ocultas na
decomposição das palavras e o modo de produzir maravilhas pela virtude
dos termos pronunciados de determinada maneira. Este saber prodigioso
livra os que o possuem das fraquezas humanas, concede-lhes bens
sobrenaturais, comunica-lhes o dom da profecia, o poder de fazer milagres,
a arte de mudar os metais em ouro puríssimo etc. A cabala revela aos seus
adeptos que o mundo sublunar tem uma duração de sete mil anos e que
tudo que está por cima durará quarenta e nove mil. Os judeus conservam
a cabala por tradição e afirmam que Moisés a recebeu do Eterno, aos pés
do Monte Sinai, e que Salomão era muito versado nela, tendo por isso feito
coisas estupendas e maravilhosos talismãs. A cabala grega, inventada,
segundo se diz, por Pitágoras e Platão, e renovada pelos valentinianos,
extrai seu poder das combinações feitas com as letras do alfabeto helênico.
A cabala magna, ou seja, o corpo da doutrina seguida em nossos tempos
por todos os cabalistas do mundo, explica as coisas mais ocultas e difíceis
pela significação e coordenação dos números, letras e palavras, seguindo
determinados princípios que constituem as formas interpretativas deste
sistema de ver as coisas naturais e sobrenaturais. 0 estudo do invisível e
de seus espíritos e potências têm na magna cabala uma imensa
importância, explicando os fatos do mundo físico e supra físico de um
modo muito especial, que nada tem de fantástico nem de supersticioso,
ainda que a maneira de explicar as suas causas e suas leis conserve um
aspecto simbólico e hieroglífico que torna quase impossível uma exposição
clara e rápida dos seus ensinamentos. Sabendo, pois, que na cabala os
termos têm significações às vezes muito diferentes das que possuem na
linguagem comum, podemos dar idéia de alguns dos seus princípios. Os
quatro elementos: ar, terra, fogo e água, ou melhor, o mundo físico visível,
o astral dos arquétipos e o causal das energias e forças primeiras, estão
povoados pelos espíritos elementais que o homem pode dominar, fazendo-
se dono dos fenômenos e ações dos três mundos. A cabala não tem o fato
como milagroso e violador das leis da natureza. E para significar a
possibilidade científica deste domínio, diz-se que nos tempos da inocência
de Adão, este era o rei e senhor dos elementos. Mas ao perder sua
inocência, ou melhor, ao se converter num homem passional e grosseiro,
perdeu a sua força dominadora. E é justamente esta que o homem pode
adquirir pelos meios conservados cuidadosamente pela ciência cabalística.
Os iniciados acrescentam que os deuses do paganismo e todas as
categorias de gênios e misteriosas entidades acreditadas na antigüidade,
os demônios do cristianismo e as aparições de todas as espécies, têm por

131
fundamento a intervenção dos seres citados que povoam as três regiões e
que, como conseqüência, muitas histórias tidas como fábulas têm um
fundo de realidade não estudada, e outras vezes mal compreendida, que o
cabalista conhece muito bem e pode demonstrá-lo, reproduzindo as mais
estupendas maravilhas com a mais simples naturalidade de uma
experiência de laboratório. A cabala admite várias hierarquias de entidades
que estabelecem urna escala de perfeição desde o homem até Deus, e
outra que desce do homem ao animal, à planta e à pedra. 0 universo é
dominado por um imenso vitalismo. Toda forma material orgânica ou
inorgânica revela um ser, uma entidade psicológica, formando uma série
onde o homem aparece no ápice, ou ponto de enlace entre as formas de
vida material e as do mundo angélico ou superior. A cabala magna divide-
se em sistemas ou adaptações que se acomodam ao modo de ser e de
pensar das diferentes raças. Mas o cabalista iniciado nos últimos mistérios
possui a chave, a suprema síntese que refunde estes aspectos parciais na
doutrina fundamental, eterna e única, da qual as diversas cabalas são
radiações mais ou menos perfeitas e profundas. Atualmente existem duas
grandes correntes ou aspectos do saber cabalístico: a cabala oriental, do
mundo asiático, e a cabala ocidental, de origem semítica.

CABEÇA-DE-CORVO - A matéria quando toma a cor negra.

CABET - Limalhas de ferro.

CABIRES - Deuses dos mortos nas crenças egípcias.

CABRAS - Animais prediletos dos bruxos e diabos. Parece que o demônio


tinha uma predileção especial em tomar a forma deste animal quando se
apresentava aos seus seguidores e adoradores. Falaremos mais
detalhadamente sobre isso no termo "macho caprino" (bode). As cabras
foram objeto de uma simbólica adoração na antigüidade, o que nos explica
perfeitamente a repugnância que inspira ao cristianismo, e sua tendência
em relacioná-las com o inferno.

CACODEMON - Assim era denominado na antigüidade o anjo mau de cada


pessoa. Recebe o mesmo nome a duodécima casa astrológica do Sol, por
ser a dominada por Saturno, o que vale dizer, de más influências.

CACTONITA - Pedra de grande virtude que entra na composição de vários


talismãs. Sem dúvida era o nome dado à cornalina, muito usada pelos
antigos para assegurar a vitória nas batalhas.

CAFA ou CUFA - Cânfora.

CAFEOMANCIA - Os preparativos para se ler o futuro nos restos do café


são muito simples: deixa-se depositar no fundo da cafeteira a borra do

132
café, tendo-se o cuidado de retirar todo o líquido. Uma hora depois coloca-
se um copo d'água na cafeteira e leva-se ao fogo para esquentar até que a
borra se separe da água. Toma-se um prato de louça bem seco ao fogo e,
depois de mexer a borra com uma colher, despeja-se nele certa
quantidade, de modo que não ultrapasse a metade. Agita-se o prato com a
maior rapidez possível em todas as direções durante um minuto e depois
joga-se todo o conteúdo num outro recipiente. No prato ficarão apenas
restos e partículas de café espalhados de tal maneira que formam uma
multidão de caracteres hieroglíficos. Curvas, círculos, ondulações,
quadrados e outras figuras que deverão ser interpretadas. Se o número de
círculos, por exemplo, mais ou menos perfeitos, sobrepujar as outras
figuras, anuncia que a pessoa receberá dinheiro. Se os círculos são
poucos, receberá urna quantia pequena. As figuras quadradas significam
desgostos na proporção do seu número. As ovais prometem êxito nos
negócios, quando bem definidas. Linhas grandes ou pequenas, quando
salientes ou múltiplas, pressagiam uma velhice feliz, mas se são em
pequena quantidade indicam necessidades e escassez de fortuna. As
ondulações ou linhas que serpenteiam anunciam desgraças e sortes
entremeadas. Se terminarem docemente, prometem a felicidade depois de
alguns pesares. Uma cruz no meio dos desenhos do prato significa uma
morte feliz. Quatro cruzes que quase se tocam anunciam que o consulente
morrerá entre os 40 e 45 anos, se for mulher, e 48 e 52, se for homem.
Três cruzes é sinal de sorte. Se forem muitas, o consultante será religioso
depois do ímpeto das paixões e se atormentará com austeridade em sua
velhice. Um triângulo promete um emprego honroso, e três, a pouca
distância um do outro, são sinal de fortuna. Geralmente esta figura é um
bom pressagio: em numero pequeno significa alguma honra. Em grande
número, dinheiro. Um ângulo composto de uma linha curta apoiada sobre
outra comprida é indício de uma morte desgraçada.

Um círculo de muitas faces, quer dizer, composto de muitos ângulos


planos e reunidos, pressagia um casamento feliz. Um retângulo bem
distinto é um indício certo de discórdias domésticas. Se estiver rodeado de
cruzes, a mulher deixará o lar, com alguma infidelidade. Se forem ângulos,
será o marido. Se entre os desenhos do prato se vê uma linha de duas ou
três polegadas, menos carregada que o resto das figuras indica viagem.
Será longa se a linha se estende. Fácil, se estiver limpa, e perigosa, se
estiver atravessada por outras linhas e pontinhos. E se sobressai do fundo
do prato, a viagem será a um país estrangeiro.

Um círculo onde se encontrem quatro pontos bem marcados promete um


filho. Dois círculos prometem dois, e assim sucessivamente. Se o círculo
for quase perfeito, o filho será varão, e mulher se for imperfeito. Se um dos
círculos que encerram quatro pontos estiver acompanhado de uma linha
curva e ondulante, é presságio infalível que o filho esperado terá talento. E

133
se esta curva forma um segundo círculo, ao redor do qual se enrosca,
pode-se ter certeza de que o filho será um gênio de talentos privilegiados.

Se encontrar no prato a figura de uma casa ao lado de um círculo, o


consultante pode ter certeza de que terá uma. 0 desenho de um
quadrúpede promete miséria e pesar. 0 de uma ave, fortuna e lance feliz. A
figura de uma cobra ou qualquer outro réptil anuncia uma traição. A
forma de uma rosa promete saúde. E assim uma série de traços, figuras,
desenhos e outros sinais que compete ao leitor decifrar com sensibilidade e
atenção.

CALDEIRÃO MÁGICO - Desde os tempos mais remotos as misturas e


composições da bruxaria são feitas em caldeirões de ferro semi-esféricos,
que se põem sobre o fogo de plantas e ervas mágicas, sendo preferida a
verbena.

CALDO DE SABÁ - Delancre afirma que no sabá os bruxos colocam dentro


do caldeirão fervente os corpos das crianças mortas e dos enforcados,
misturando diversas drogas e substâncias mágicas. Quando bebem o caldo
resultante deste cozimento, convertem-se em perfeitos malfeitores e gozam
do poder de voar, adivinhar o futuro e fazer todas as espécies de feitiços.

CÃLICE DO SABÁ - Delancre também afirma que quando os bruxos dizem


sua missa negra, usam um cálice e uma hóstia negra na invocação ao
Demônio.

CALMET S. Agostinho - Sábio frade beneditino, autor da obra


Dissertations sur les Démons et les Esprits, et sur les Revenants et
Vampires de Hongrie, de Bohême, de Moravie et de Silene, na qual trata de
fantasmas e aparições com grande riqueza de detalhes.

CALUNDRÔNIO - Pedra mágica sobre a qual dão poucas informações, mas


que parece possuir o poder de desviar os encantamentos e preservar o
possuidor contra as más vontades.

CAL VERMELHA - Matéria da pedra tornada vermelha.

CAMÉLIA (Camellia) - Botânica Oculta: esta planta, convenientemente


destilada, produz um azeite de grande valor mágico destinado à
alimentação das lamparinas usadas em diversos ritos teúrgicos, como nas
evocações angélicas. Seu uso seria muito benéfico nas sessões espíritas,
pois com ele só se conseguiriam comunicações com espíritos muito
elevados, ou pelo menos bondosos.

CAMPETTI - Indivíduo que nos fins do século 18 fez maravilhas com uma
varinha rabdomântica. No entanto, costumava usar com mais freqüência,

134
para estes fins, uma espécie de pêndulo ou prumo, feito com um pedaço
de mineral de cobre, ferro etc., suspenso num fio.

CÂNHAMO-DA-ÍNDIA (Cannabis indica) - Planta originária do Oriente. É


muito ativa e não deve ser usada sem certos cuidados. É recomendada
contra a coqueluche, nevralgias e cefaléias. É aconselhada como um
sedativo nos espasmos estomacais e como hipnótico. Botânica Oculta: o
cânhamo-da-índia produz um extrato com o qual se faz o famoso haxixe.
Este produto, em fumo ou doses ingeridas, proporciona êxtases místicos,
diabólicos ou extremamente eróticos, segundo a mentalidade do indivíduo
que o usa. Saturno.

CANTARME - Nome dado na Antigüidade a certas classes de


encantamento.

CAOS: A substância primal que, paradoxalmente, não é de modo algum


substancial, fora da qual a ilusão da Matéria parece surgir. A Matriz
primordial.

CAPARROSA - Caparrosa azul: sulfato de cobre. Caparrosa verde: sulfato


de ferro.

CAPNOMANCIA - Adivinhação por meio da fumaça. Queimavam-se


algumas ervas mágicas e o augúrio era obtido pela observação da direção
que tomava a fumaça.

CAPUT ou CALESSA - Nomes do salitre.

CAPUT MORTUUM - Resíduo inútil.

CARACTERES - A maioria dos talismãs deve suas virtudes aos sinais e


caracteres sagrados que se colocam neles. 0 famoso anel de Salomão,
possuidor da força de submeter os gênios, devia sua eficácia aos
caracteres cabalísticos que o enfeitavam.

CARBONES COELI - As estrelas.

CARDAN Jerônimo - Médico e astrólogo do século 16, muito versado em


questões de magia e feitiçaria. Em suas obras encontram-se curiosíssimos
detalhes e observações de grande mérito.

CARMA - A lei da causa e do efeito, lei que se realiza no decorrer das


reencarnações. Essa doutrina é a de um determinismo relativo que, em
cada encarnação pode ser modificado pela vontade firme do indivíduo. Os
pensamentos, as palavras, os atos são causas determinantes do Carma.

135
Lançada na corrente da evolução, a alma humana atravessa, como
individualidade períodos alternativos de existências físicas e espirituais.
No começo de cada nova encarnação é a lei do Carma que determina o
gênero de personalidade que a nossa individualidade assume ao voltar a
terra; é o Carma que decide do onde e do como, isto é, em que condições o
reencarnado deve nascer.
A lei da causa e efeito ou Carma e simples manifestação de uma lei maior,
a Lei do progresso, e como tal pode ser alterada por outras variações desta
ultima. Karma palavra sânscrita derivada de kri, fazer.

CARRO DA ALMA – Parte superior do corpo astral que se torna, depois da


morte, o corpo do espírito. Esta é uma denominação dada por Pitágoras e
pelos cabalistas, que o denominavam Mercabah.

CARRO DA MORTE - Em muitos lugares da Bretanha se diz que quando


uma pessoa está para morrer, o carro da morte passa pelas imediações de
sua casa entre uma procissão de espectros.

CARTOMANCIA - Hoje em dia está muito difundido o costume de se ler o


futuro através das cartas. Mas esta arte data do século 12. A origem dos
naipes é uma questão de arqueologia muito difícil de ser resolvida, apesar
de ter sido tratada com seriedade por muitos sábios. Não há dúvida de que
as cartas vieram do Oriente, assim como o xadrez, pois existe entre os dois
uma semelhança que não pode ser atribuída ao acaso.

Os naipes iluminados como os manuscritos eram antigamente muito


caros. Em 1470, por exemplo, Visconti, duque de Milão, pagou mil e
quinhentas peças de ouro a um pintor francês por um jogo de cartas. 0
descobrimento da gravação em madeira propagou por toda a Europa os
jogos de cartas. Existem métodos inumeráveis para se lerem as cartas,
mas citaremos apenas os mais comuns; para este jogo adivinhatório
utilizam-se 32 cartas que são: ás, rei, valete, dama, dez, nove, oito e sete
nos naipes de ouros, copas, espadas e paus.

De ouros - Ás: gozo, dinheiro, êxito e boas notícias, quando na posição


certa; ao revés, gozo de curta duração. Rei: homem leal e potente; ao revês,
homem de boa vontade, mas cheio de contrariedades. Dama: mulher
honrada, amorosa e suscetível; ao revés, mulher zelosa e muito cortesã.
Valete: enamorado e galanteador; ao revés, embusteiro. Dez: fortuna, êxito
e honras; ao revés, debilidade. Nove: dinheiro inesperado e triunfo
amoroso; ao revés, presente de pouca importância. Oito: solução
vantajosa; ao revés, dificuldades nos empreendimentos. Sete: amores
contrariados, cobrança de uma conta esquecida; ao revés, pequeno débito
coberto. De copas - Ás: carta amorosa e notícia satisfatória; ao revés, visita
de amigo. Rei: homem franco e leal; ao revés, homem avarento e obstáculo
imprevisto. Dama: mulher amorosa; ao revés, mulher que oferece

136
obstáculos a um casamento. Valete: militar, ou jovem alegre e simpático;
ao revés, militar zeloso ou rejeitado. Dez: gozo, triunfo, surpresa; ao revés,
ligeira inquietação. Nove: êxito e satisfação; ao revés, temor pássaro. Oito:
triunfo no amor; ao revés, indiferença. Sete: matrimônio e paz no coração;
ao revés, angústias.

De espadas - Ás: carta ou notícia próxima; ao revés, notícia desagradável.


Rei: militar ou camponês perigoso; ao revés, perigo iminente, discussão
com amigo. Dama: camponesa maledicente; ao revés, danos produzidos
por calúnia. Valete: notícias mal interpretadas por um mau servidor ou
militar de má conduta; ao revés, más notícias. Dez: viagem; ao revés, má
viagem. Nove: atraso e contrariedade; ao revés, distúrbios amorosos ou de
família. Oito: proteção, êxito nos amores; ao revés, intentona inútil. Sete:
boa notícia; ao revés, tagarelice de criança.

De paus - Ás: triunfo e prazer; ao revés, tristeza e má notícia. Rei: homem


perverso ou magistrado venal; ao revés, impotência do malvado, processo
perdido. Dama: viúva ou mulher abandonada; ao revés, mulher perigosa e
equívoca que deseja casar-se novamente. Valete: jovem de má conduta; ao
revés, jovem que medita uma traição. Dez: empresa fracassada, prisão ou
desgraça; ao revés, prisão passageira ou de pouca duração. Nove: atraso,
obstáculo, morte; ao revés, perda de um parente. Oito: doença próxima,
má notícia; ao revés, matrimônio fracassado. Sete; penas de pouca
duração; ao revés, intriga sem importância.

CASSOTIDE - Fonte de Delfos cuja virtude desenvolvia a faculdade


profética nas mulheres de maneira portentosa.

CATABÓLICOS - Delancre chama assim os diabos nos quais se supõe o


poder de se apossarem de uma criatura humana para torturá-la de mil
maneiras, dando-lhe em seguida uma morte horrorosa.

CATALDE - Bispo de Toledo, do século 6. Dizem que mil anos depois


apareceu um fantasma a certo jovem tarentino para lhe dizer que
escavasse num determinado lugar onde encontraria um manuscrito de
Catalde, que deveria ser entregue ao rei de Aragão e de Nápoles. Na
primeira vez o jovem não quis dar crédito à revelação. Mas foram tão
repetidas e maravilhosas as indicações do defunto que ele contou
publicamente o acontecido e foi acompanhado por diversas pessoas ao
local determinado para cavar. Com efeito, lá estava um pequeno cofre de
chumbo contendo um livro, onde estavam gravadas todas as desventuras
que aconteciam ao reino de Nápoles, ao rei Fernando e aos seus filhos. As
terríveis profecias se cumpriram e muitos historiadores garantem a
autenticidade do fato.

137
CATARAMONACHIA - Anátema lançado pelos pontífices gregos. Em
algumas ilhas de Morce, acredita-se que produz uma febre lenta seguida
de morte ao fim de seis semanas.

CATHO Ângelo - Astrólogo que previu a morte de Carlos, o Temerário, com


todos os detalhes. Luis XI o tinha em grande estima e honrou-o,
concedendo-lhe o arcebispado de Viena.

CATINA - Alume de rocha.

CATROPTOMANCIA - Adivinhação que se pratica por meio dos espelhos.


Por arte e poder dos conjuros, o diabo faz aparecer neles a pessoa e os
objetos que se deseja ver. No passado, as bruxas usavam este processo
para saber onde estavam escondidos os autores de furtos e mortes. Hoje as
ciências ocultas nos falam dos espelhos mágicos como maneira eficaz para
investigar o distante e o desconhecido.

CAUDA DE DRAGÃO - Em alquimia significa mercúrio.

CAUSATAN - Demônio da pior espécie.

CAUSINOMANCIA ou PIROMANCIA - Adivinhação pelo fogo. Na


Antigüidade, quando as chamas não consumiam os objetos ou coisas
combustíveis nelas lançados durante os sacrifícios sagrados, a oferenda
era considerada como bem recebida e de bom presságio.

CAYM - Demônio de categoria superior que aparece entre as chamas


armado com uma espada. Distingue-se por seus talentos de polemista e
sua extraordinária capacidade para confundir o homem de maior saber
com sofismas e outros artifícios. Este diabo é o que manteve terríveis
discussões com Lutero, inclusive aquela em que o reformista acabou
lançando um enorme tinteiro sobre o seu estranho competidor. Caym
conhece os segredos do futuro e foi um dos anjos rebeldes. Comanda 30
legiões infernais.

CAZOTTE - Ilustre escritor francês, nascido em Dijon (1720), e que foi


guilhotinado em 1793. A magia e seus predecessores lhe deram temas
para escrever diversos trechos de magníficas criações. As autoridades do
ocultismo estão de acordo em considerá-lo um perfeito iniciado, que
possuía o dom da mais poderosa clarividência. Uma de suas prodigiosas e
proféticas revelações foi presenciada por La Harpe, e permanece
desafiando agora e sempre os ataques da crítica cética. Na presença de
muitas pessoas, no ano de 1788, anunciou os sangrentos acontecimentos
da Revolução Francesa, o triste fim dos reis, o de cada um dos presentes e
o seu próprio.

138
CEBOLA (Allium sepa) - Cebola branca ou comum. É uma planta
diurética, estimulante, vermífuga, expectorante e afrodisíaca. É
administrada contra a retenção de urina, lombrigas do intestino, catarro
pulmonar, tosse e o escorbuto. Ingere-se o sumo extraído por pressão na
dose de 4 a 8 gramas. Para uso externo, aplica-se cozida ou crua. No
primeiro caso, age como emoliente; e no segundo, como rubefaciente. 0
sumo da cebola crua aplicado em fricções no couro cabeludo evita a queda
de cabelos.

CEFALOMANCIA - Emprega-se esta arte para um as dúvidas que caem


sobre um suspeito de crime. Assava-se uma cabeça de asno sobre brasas
evocando os gnomos em alta voz e perguntando se o suspeito era ou não
culpado. Se as mandíbulas e a cabeça do asno permanecessem quietas,
era indício de que o fato foi fortuito. Caso contrário, o sujeito era culpado.

CELEDONIA (Chelinoum majus) - Usada internamente, é muito perigosa.


Por isso citaremos apenas o seu uso externo: cataplasma aplicada sobre a
pélvis para a supressão das regras. Segundo a tradição popular, também
serve para clarear as vistas. Botânica Oculta: a raiz de celedônia colocada
sobre a cabeça de um doente em estado febril fará com que este cante se
for morrer. E ao contrário, chorará amargamente. Sol, Sagitário.

CÉLULA - Segundo os rosa-cruzes, a célula é um corpúsculo esférico cuja


envoltura possui polaridade negativa e o núcleo polaridade positiva,
independentemente de sua natureza fisiológica, física, química, elétrica ou
magnética.

CEMITÉRIO - 0 lugar onde se enterram os mortos sempre foi um


magnífico ambiente para as operações dos bruxos. Justificam que ali
podem evocar os fantasmas com maior facilidade e é onde o diabo prefere
fazer suas aparições apesar da qualidade de campo santo atribuída a ele.

CERAUNOSCOPIA - Adivinhação que os antigos, praticavam pela


observação dos raios e dos relâmpagos e dos trovões, assim como de
outros fenômenos do ar

CEROMANCIA - Liquefaz-se cera virgem enquanto se invocam as


salamandras, formulando em seguida as perguntas desejadas. Finalmente,
derrama-se o líquido sobre madeira lisa molhada com água lustral. Ao
solidificar-se, a cera formará uma série de figuras cabalísticas a serem
interpretadas como respostas.

CERVERO - 0 cristianismo fez desta criação mitológica uma entidade


infernal que figura, segundo Wierus, com o título de marquês do império
satânico. Aparece sob a forma de um enorme pássaro preto. Obedecem-lhe

139
19 legiões, e consta que em 1586 fez um estreito pacto de aliança com a
bruxa Maria Martin.

CHABRAT ZERCH - Uma das ordens da Irmandade Rosa-Cruz que se


dedica ao estudo da alquimia, espiritual e da cabala.

CHACKRA - A origem da palavra “chackra” vem do Sânscrito e significa


“roda de luz”. Chackras são pontos de energia de diferentes vibrações,
representando diferentes aspectos do corpo, da alma e do espírito. Eles
estão localizados ao longo da coluna vertebral do corpo humano. Sua
função é de receber e transmitir energia para as áreas afetadas do corpo
físico, trazendo o equilíbrio. Trabalhando com os chackras, é possível unir
todos os aspectos de nossas vidas, incluindo os aspectos físicos, materiais,
espirituais, sexuais e etc. No corpo físico, encontram-se sete chackras
principais, sendo três mestres e quatro maiores. Sabemos que existem
trezentos chackras menores espalhados pelo corpo físico. Também há
muitos chackras que se encontram fora do corpo. Quando todos os
chackras estão abertos e balanceados, a energia nos permite comunicar
com os espíritos do Universo.

CHAMOS - Demônio que foi reverenciado como divindade dos amonitas, e


moabitas, que assim denominavam o Sol.

CHAOMANCIA - Arte adivinhatória baseada nos sinais oferecidos pelo ar.


Desconhecem-se os detalhes de tal sistema, mas parem constituir-se num
segredo possuído por alguns alquimistas, que o aludem com freqüência,
mas sem dar maiores explicações.

CHAOS ou CAOS - 0 ar, segundo Paracelso.

CHARADRINS - Pássaros imundos que desconhecemos e dos quais só


ouvimos falar através dos hebreus, que lhe atribuíam maravilhas
estupendas.

CHASTENET Leonarda - Bruxa mendiga e octogenária que viveu em


Poitou, na França, condenada à fogueira em 1592.

CHAT - Voz egípcia equivalente a corpo físico humano.

CHAUDRON Madalena - Vítima desventurada do fanatismo de uma época


e do ódio dos seus familiares que a acusaram injustamente de bruxaria.
Sob tormentos e torturas as mais diversas acabou confessando o que não
tinha feito, vencida por dores horríveis. Em vista disto, foi condenada a
morrer enforcada e depois seu corpo foi queimado na fogueira. Este
verdadeiro assassinato foi cometido em Gênova em 1562. É triste recordar
que não foi o único provocado pelo medo, pelo fanatismo e pela ignorância.

140
CHAYA: Sombra, no sentido do Duplo Astral. Palavra sânscrita.

CHAVE DE OURO - Encontram-se impressos diversos livros com este


título, que pretendem ensinar o segredo para se ganhar em todas as
loterias. Quase sempre se ocupam de estranhas combinações numéricas,
que por determinadas razões de simpatia entre certas quantidades e suas
séries, permitem achar os números premiados.

CHELA – Discípulo ou aprendiz em ocultismo, o qual contrai obrigações


diversas à medida que se vai adiantando na sua instrução. Termo
sânscrito.

CHETH: A oitava letra do alfabeto hebraico, cujo número quando soletrado


ao todo é 418, o número da Grande Obra e de Abrahadabra, a Palavra do
Éon.

CHEVESQUE - Pássaro noturno a que Torquemada atribui o constante


desejo de entrar nas casas onde existam crianças para chupar-lhes o
sangue. Daí procede a denominação de chevesques que os demonógrafos
deram aos bruxos aos quais era atribuída a inclinação para beber o
sangue das criaturas que raptavam. Collin de Pancy encontra nos
chevesques a idéia original da crença nos vampiros. Mas, na Boêmia, o
vampirismo é uma coisa antiqüíssima e nisto só podemos ver uma
coincidência de opiniões.

CHEYBI - Na terminologia egípcia significa alma humana.

CHICÓRIA (Chicorium intibus) - Quente e seca. É depurativa e laxante


contra as digestões lentas, deixando-se ferver 20 gramas de folhas novas
num litro de água e tomando-se o chá após as refeições. 0 uso prolongado
é indicado nas cólicas hepáticas. Botânica 0culta: fica-se de cócoras diante
desta planta no dia de São João Batista, antes de sair o sol, e arranca-se
lentamente, pronunciando em voz baixa, três vezes, a palavra sagrada
tetragrammaton. Depois deve ser mantida em casa, envolvida em panos
brancos e limpos. Com isto, obtém-se um poderoso talismã contra todas as
espécies de ciladas diabólicas e feitiços. Todos os que moram nesta casa
participarão dos efeitos benéficos deste amuleto.

CHFRES - Atributo infernal que caracteriza toda aparição de espécie


demoníaca. Na Itália fazem dos chifres um enfeite que serve para livrar as
pessoas do mau-olhado.

CHIRIDIRILLES - Demônio que socorre os caminhantes sob a forma de


um negro montado a cavalo.

141
CHIVADOS - Denominação de uma espécie de bruxos da Angola, sobre os
quais os viajantes contam autênticas maravilhas que mereciam ser
estudadas com maior atenção e imparcialidade.

CHODAR - Nome que os negromânticos dão ao demônio Belial, dominador


da parte oriental e que tem sob suas ordens os diabos causadores de
fenômenos prodigiosos.

CHOKMAH - Sabedoria. 0 segundo sephira.

CHOQUE DE RETORNO – Há em magia uma lei inviolável, análoga à que


os eletricistas denominam “choque de retorno”. Consoante esta lei, toda
força posta em movimento deve atingir um alvo. Se, por exemplo, uma
pessoa deseja mediante processo mágicko atingir alguém, esta pessoa põe
em movimento uma força. Ora, se porventura essa força não alcança a
pessoa visada, voltará e ferirá aquele que quer ferir. Quem com a espada
mágicka fere, com a espada mágicka será ferido. O que em linguagem
vulgar quer dizer: “O feitiço volta-se contra o feiticeiro”. A expressão é
galicismo inevitável.

CHORONZON: 0 Demônio da Dispersão e Confusão. Seu número é 333


que é também aquele da Impotência e da falta de controle, assim
identificando estes conceitos. Dr. Dee descreveu este "demônio" como
quintessencializando a antítese metafísica de tudo que e implicado em
"Magia".

CHRISTI PARVULUM - Urina de uma criatura com menos de um ano de


idade.

CHU - 0 espírito, no antigo Egito.

CICUTA (Conium maculatum) - Planta sumamente venenosa que deve ser


evitada para uso interno. Pode ser confundida com o cerefólio e a salsa.
Para se evitarem funestas conseqüências indicamos as diferenças: a cicuta
tem as folhas três vezes aladas; folhinhas agudas incididas nas bordas.
Seu cheiro é desagradável. 0 cerefólio tem as folhas como a cicuta;
folhinhas curtas e largas. Seu cheiro lembra o anis. A salsa tem folhas
inferiores duas vezes aladas; folhas largas, trilobadas e em forma de
cunha. Seu cheiro é pouco pronunciado. Para combater o envenenamento
pela cicuta é preciso provocar o vômito e administrar em seguida os ácidos
vegetais debilitados como suco de limão, vinagre etc. A cicuta não produz
nenhum efeito tóxico nas cabras e carneiros, sendo, no entanto, venenosa
para os bois, cavalos e coelhos. No homem produz sede, dor de cabeça, de
estômago, vertigens, delírios, e por último o esfriamento geral que precede
a morte. Os frutos desta planta, menos ativos que as folhas, são utilizados
na fabricação do anis. Os gregos faziam com que os condenados bebessem

142
uma beberagem à base de cicuta. A história nos relata assim a morte de
Sócrates. Botânica Oculta: o suco desta planta entra na composição da
pomada dos bruxos. Preparada com vinho, produz nos pássaros um sono
letárgico.

CINOGLOSSA (Cinoglossum officinalis) - Mais conhecida como língua-


de-cachorro. Aproveitam-se as folhas desta planta e a cortiça de sua raiz.
Tem propriedades calmantes, peitorais, narcóticas e antidiarréicas. As
folhas podem ser aplicadas em cataplasmas nas inflamações epidérmicas e
sobre as queimaduras. Botânica Oculta: trazer um pedaço da raiz é bom
para se reconciliar com os inimigos e atrair a simpatia.

CINTURÕES MÁGICOS - Vários livros descrevem de que modo podem ser


curadas todas as doenças internas, fazendo com que o paciente use um
cinturão feito de ramas colhidas na noite de São João ou na véspera, ao
meio-dia.

CIPRESTE (Cupressos sempervivens) - 0 fruto desta árvore, a pinha,


quando cozida, é boa para manter a cor dos cabelos. Botânica Oculta: o
cipreste é o símbolo da morte. Sua madeira serve para a construção da
mesa triangular empregada em certas ações de bruxaria, e para ser
queimada junto com ervas e drogas em algumas invocações aos
elementais.

CIRCULO MÁGICO - É a figura circular que se traça no solo inscrevendo-


se um triângulo, um quadrado, um signo-de-salomão e outros sinais que
têm como finalidade resguardar o evocador dos ataques das potências
malignas invocadas. Em Clavículas de Salomão descreve-se assim o
círculo mágico a propósito do pacto com os espíritos: Quando se quer
contrair um pacto com um dos principais espíritos, corta-se na
antevéspera do pacto uma vara de nogueira com uma faca nova, que
nunca tenha sido usada, no momento em que o sol aparece no horizonte.
Feito isto, arranja-se uma pedra-ímã, dois círios bentos, dois talismãs e
escolhe-se um lugar onde ninguém possa incomodar. Estende-se no chão
uma pele de cabrito virgem, que tenha sido sacrificado numa sexta-feira;
traça-se com a pedra-ímã ou hematita o grande círculo cabalístico sobre a
pele, formado por cinco círculos concêntricos, o triângulo, sobre o qual se
forma a rota T, geralmente chamada do tesouro, porque na realidade
deverá ser considerada sob as seguintes acepções: rota da eternidade, do
inferno, do espaço, do desconhecido, do tempo, do oculto, do misterioso
etc.

Os talismãs serão colocados sob os candelabros que sustêm os círios


bentos, pondo aos lados três coroas de verbenas, alfavaca, ou flor de
sabugueiro colhidas na noite de São João. Os signos J H S e as cruzes
marcadas na pele servem para que nenhum espírito possa fazer danos ao

143
ser invocado. Mas se quem faz a invocação é muito ousado ou temerário,
pode suprimi-los.

Quando tudo isto estiver pronto, põe-se diante do triângulo uma vasilha de
metal com brasas, onde se lançarão perfumes de pós de incenso e loureiro.
à meia-noite entra-se no círculo mágico, tendo na mão direita a vara
misteriosa com a grande apelação ao espírito, e na esquerda a chave ou
Clavícula de Salomão, o pedido que se vai fazer, assim como o pacto e a
despedida ao espírito; tudo escrito antecipadamente. 0 Grimório do Papa
Honório adverte que os círculos devem ser feitos com carvão, água benta
aspergida e pedaços do lignum crucis. A pessoa que quiser dedicar seu
espírito às artes mágicas deverá possuir uma verdadeira vocação por elas,
pondo toda a sua vontade e boa fé nos exercícios e práticas. É muito
importante que não se esqueça de que os espíritos lêem seus
pensamentos, e se não põe na invocação todos os seus sentidos, sem a
mínima distração no trabalho que executa em vez de ser atendida a
invocação será castigada pelos espíritos que tenha molestado ou chamado
para pactuar com eles. Deverá também saber que as invocações não
podem ser feitas em lugares onde existam cruzes ou sinais bentos. A
pessoa que quiser fazer as experiências deverá estar absolutamente só, a
não ser que o acompanhante seja pessoa iniciada na arte e que tenha feito
um pacto com algum espírito. Se por algum motivo de saúde ou por
qualquer outra causa não for possível executar a invocação no alto de uma
montanha, é preciso escolher uma casa solitária, revestida com tecido
negro em todas as paredes e tetos, abrir as janelas e dizer esta oração: Já
se encontra pronto o lugar para os experimentos. No lugar não existe nada
bento e nem somos religiosos. Minha alma encontra-se livre do espírito
divino e disposta ao pacto com os espíritos do averno, aos quais vou invocar
com toda a minha vontade e sem obedecer a mando ou imposição de
ninguém.

É preciso que não se sinta nenhum medo na hora da aparição do espírito.


0 verdadeiro iniciado deve ser temerário. Por isso, aquele que não executar
a invocação com a verdadeira fé que lúcifer requer dos que vão pactuar
com ele é castigado com uma infinidade de sofrimentos e às vezes com a
morte.

Para que as invocações tenham verdadeira força será conveniente possuir


algum talismã ou amuleto com os sinais cabalísticos da Clavícula e fazer o
traçado do grande círculo, sem por isso esquecer as advertências
anteriores. Se os instrumentos não têm a preparação devida ou não estão
bem graduados os sinais que cada um requer, faltam as virtudes
suficientes que devem existir nos trabalhos. Por isso deve-se ter grande
cuidado na sua construção, conservação e uso. Assim, explicaremos agora
o número e a fabricação de cada um dos instrumentos.

144
Punhal de cabo branco - No dia de Júpiter, que é quinta-feira, e quando a
Lua estiver cheia no horizonte, toma-se um punhal de aço, novo, que não
tenha sido usado para nenhum fim e leva-se ao fogo por três vezes,
colocando-se em seguida sobre uma dissolução de sangue de toupeira e
suco da planta aromática chamada pimpinela, preparado com
antecedência. Tanto a toupeira como a planta deve ser colhida em tempo
de lua cheia, no dia e na hora de Júpiter, assim como se há de esmagar a
planta e sangrar o animal. Ao banhar o aço com tal preparado, corta-se
com o mesmo um cabo de chifre de bode, que seja branco, preparado um
pouco antes para que tenha a virtude necessária. Quando se termina de
colocar o cabo, diz-se o seguinte conjuro: Eu te conjuro e formo instrumento
para que sirvas em meus trabalhos da arte pela virtude e influência do
planeta Júpiter em cuja hora estás fabricado, pela virtude dos elementos,
pedras preciosas, ervas, neves, granizos eventos. É meu desejo que possuas
todas as virtudes precisas para que eu possa fazer aqueles trabalhos que
me proponho com verdadeira segurança. A vós invoco neste meu trabalho, ó
espíritos superiores que respondeis pelos nomes de Damahu, Lumech,
Gadal, Pancia, Valoas, Merod, Lamidoch, Bal-dach, Ancreton, Mitraton e
Adonay para que me ajudeis em todos os trabalhos que me proponho
realizar para poder chegar ao conhecimento das ciências que possuís e
cujo primeiro passo dou nesta hora solene.
Feito isto, coloca-se o punhal numa bolsa larga de seda vermelha e o
perfume com pó de rosas e lírios de Florença.

Punhal de cabo negro - Deve ser feito no dia de Saturno, que é o sábado,
seguindo o mesmo processo usado para o de cabo branco, levando-se em
conta que no conjuro deve-se dizer segundo passo, em vez de primeiro. 0
cabo deve ser negro e de couro de carneiro. 0 sangue será de gato preto
com o suco da erva pimpinela.

A espada - Para fazer este instrumento deve-se escolher o dia de Marte,


que é terça-feira, durante o reinado de Capricórnio que é de 21 de
dezembro a 21 de janeiro, da meia-noite às seis da manhã, estando a lua
cheia sobre o horizonte. Deve-se ter preparado uma toupeira para
sacrificá-la no mesmo dia e banhar a espada em seu sangue, misturado
com o suco da erva pimpinela. 0 cabo pode ser de osso ou de madeira da
aveleira.

0 punhal - Este instrumento deve ser feito no dia de Mercúrio, quarta-


feira, tingindo-o com o sangue de toupeira e com o suco de mercúrio. Seu
cabo será de chifre de bode.

Lanceta - Usam-se as mesmas regras para o punhal, só que o cabo deve


ser de aço.

Agulha - As mesmas normas ditadas para o punhal e a lanceta.

145
0 bastão - Este instrumento deve ser feito com um galho de nogueira que
não tenha nenhum nó. Deve ser cortado no dia do Sol, que é domingo. Os
sinais serão feitos no dia de Mercúrio, quarta-feira, com uma pena de
ganso. Uma vez terminado, diz-se a seguinte conjuração: ó poderoso
Adonay! Suplico vossa intercessão para que deis a esta vara a virtude e
graça que possuís pelos séculos dos séculos, amém. Em seguida aspergir
sobre ele água clara de rio apanhada em dia de domingo.

A pluma do ganso macho - Para se adquirir uma pena desta ave que
possui todas as virtudes mágicas, deve-se assegurar bem que seja macho e
que seja totalmente adulto. Será sacrificado no dia de Júpiter à meia-noite,
à luz da lua cheia, e dizendo assim: Eu te sacrifico, ó ave sem par, nesta
hora solene, em honra do poderoso e excelso Adonay a quem penso dedicar
os primeiros trabalhos que fizer e a quem conjuro para que revista suas
plumas com os dons mágicos necessários para que me sirvam bem em todos
os meus experimentos.

Dito isto, degola-se a ave com uma faca que não tenha sido usada e com a
qual se farão os cortes na pluma a ser usada. Esta deve ser tirada da asa
direita da ave, procurando que seja a quinta pluma.

Varinha mágica - Busca-se uma aveleira silvestre que não tenha sido
cultivada pela mão do homem. Uma vez encontrada, espera-se o dia do
Sol, no mês de junho, entre os dias dois e 30. Toma-se a faca de cabo
branco e, quando o Sol surgir no horizonte, corta-se a vara dizendo em
seguida: Eu vos rogo, ó grande Adonay, Eloim, Ariel e Jeová! Que me sejais
propícios nesta hora, concedendo a esta varinha a força e as virtudes
daquelas que possuíram Jacó, Moisés e Josué. Volto a suplicar-vos ó
Adonay, Eloim, Ariel e Jeová, que a adorneis com a força de Sansão, a
ciência de Hiran e a sabedoria de Salomão, para que eu possa, por vossa
intercessão e pelas virtudes com as quais a atribuístes descobrir tesouros,
metais, águas e tudo o que se encontre oculto aos meus olhos. Depois de ter
pronunciado com grande fé e ardor estas palavras, levanta-se a vista para
o Sol e fazem-se três talhos na varinha. Uma vez de posse dela, leva-se
para casa e passa-se no fogo para purificá-la na casca e, logo em seguida,
mergulha-se em água de rio dizendo: ó vara de virtude rara! Vales muito
mais do que o ouro. Contigo conseguirei tesouros e sempre serás vasta.
Repete-se três vezes, perfuma-se e guarda-se com cuidado.

Varinha Misteriosa - Para formar esta varinha devem ser executadas as


mesmas operações usadas para a varinha mágica, na mesma época, mas
em dia de Mercúrio.

Adaga - Este instrumento só deve ser usado pelo mestre. Sua construção é
como a da espada, só que o cabo será do mesmo aço usado na folha.

146
Gancho - Neste instrumento devem-se observar as mesmas regras da
feitura da faca de cabo branco.

Bolina - Será feita de madeira e dentro das mesmas regras estabelecidas


para a varinha mágica.

CIRIO MÁGICO - Cardan afirma que para saber se um tesouro existe ou


não enterrado em determinado lugar, é preciso iluminar-se com um círio
grosso feito de gordura humana, posto em uma meia-lua de madeira de
aveleira, colocada como castiçal, com as pontas para cima. A célebre bruxa
dos tempos de Luís XVI, La Voisin, fazia cirios negros preparados com
gordura de enforcados e que deviam servir para as celebrações da missa
negra.

CLAIRON Clara Josefa, Lyris de Latude - 0 nome desta artista trágica


francesa recordará sempre um fato cuja realidade não pode deixar dúvidas
e que pertence à classe dos que indubitavelmente revelam a existência de
algo desconhecido e pouco explicado até agora. Ela conta em suas
Memórias, publicadas em 1799, que desde o falecimento de certo
admirador seu que nos últimos momentos prometeu voltar para o lado da
mulher amada, todas as noites, lá pelas 11 horas, ouvia um grito agudo
que parecia exalado das próprias janelas da casa de Clairon. 0 fato curioso
espalhou o medo entre os vizinhos e amigos da tal senhora, de modo que
foi preciso colocar a polícia no caso a fim de investigar se tudo não passava
de obra de algum mal-intencionado. Mas a despeito de toda vigilância e
das mais cuidadosas precauções, na mesma hora e lugar se escutava o
terrível lamento. Pouco tempo depois o caso chegou ao auge. Já não se
ouviam mais lamentos, mas tiros de fuzil, logo depois palmas e finalmente
o eco de uma melodia maravilhosa. Tudo isto aconteceu em Paris e foi
testemunhado por numerosas pessoas de todas as classes e condições
durante dois anos e meio.

CLARETA - A clara do ovo.

CLARIAUDIÊNCIA - Faculdade mediúnica de se ouvir espíritos.

CLARIVIDÊNCIA - é a visão hiperfísica. Médiuns videntes: os que, em


estado de vigília (acordado), vêem os Espíritos. A visão acidental e fortuita
de um Espírito, numa circunstância especial, é muito freqüente; mas, a
visão habitual, ou facultativa dos Espíritos, sem distinção, é excepcional.

CLAUNEK - Demônio do poder e das riquezas. É quem intervém nas


invocações para o achado de tesouros se o evocador estabelece um pacto
com ele. Mas é preciso levar em conta o que se faz em tais circunstâncias,

147
segundo afirmam os demonólogos, pois nunca a entrega de uma alma
pode ser perdoada.

CLAVÍCULAS – Chavinhas: coletânea de preces, de correspondência e de


ritos concernentes à magia cerimônias. Deriva do latim Clavícula, pequena
chave.

CLEDONISMANCIA - Sistema adivinhatório baseado nas frases que


chegam primeiro aos nossos ouvidos, quando estamos preocupados com
um assunto que nos parece duvidoso.

CLEIDOMANCIA - Esta arte, como outras, é o julgamento de Deus para as


multidões. É preciso saber quem fez isto ou aquilo? Escreve-se o nome do
suspeito num pedaço de papel e enrola-se numa chave que deve ficar
pendurada por um pedaço de fita que sai das folhas de uma Bíblia. Uma
virgem toma o livro nas mãos e o consultante grita em voz alta o nome
escrito no papel. Se a chave girar, o fato suposto é real.

CLEROMANCIA - Maneira de pressagiar que consiste em ajuntar numa


caixinha diversas fichas pretas e brancas, ou dados. Lançados sobre uma
mesa formam figuras a serem interpretadas.

CLICHÊ – Imagem astral de um acontecimento destinado a realizar-se


sobre a Terra ou sobre qualquer planeta em dado momento. A realização
dos clichês pode ser acelerada ou retardada por diversas causas,
notadamente pela prece ou pela vontade do homem. Palavra francesa.

COBRE AMARELO - 0 latão.

COCA (EritroxyLum coca) - Conhecido com o nome de coca-do-peru.


Arbusto cujas folhas, de propriedades excitantes como o café e o chá, são
muito usadas pelos índios que gostam de mascá-las. Foram consideradas
sagradas pelos antigos povos do Peru que as queimavam no altar erigido
ao Sol. Tem uma ação tonificante excelente para aumentar a força nos
neurastênicos e convalescentes. Engana a fome e o cansaço. Das folhas
desta planta é extraída a cocaína. Botânica Oculta: as injeções
hipodérmicas do seu sal, a cocaína, podem constituir segundo o sábio
ocultista Estanislau da Guaita, um verdadeiro pacto com os seres do
astral. Planetas: Saturno e Sol.

COCLEARIA (Coclearia officinalis) - Suas propriedades antiescorbúticas


são conhecidas há muito tempo. Também é recomendada contra as
afecções pulmonares, catarros dos brônquios, da bexiga e nas flores
brancas.

148
COCLÉS Bartolomeu - Célebre quiromântico do século 16, grande
conhecedor da astrologia e da fisiognomonia. Suas previsões sempre
aconteceram com uma exatidão assombrosa. Pelo exame das linhas da
mão do astrólogo Luc Gauric previu que brevemente sofreria um castigo
tão cruel como injusto. Gauric, não tendo encontrado em seu horóscopo
nada parecido, duvidou. Mas desgraçadamente para ele Coclés teve razão:
Jean Benivoglio, tirano de Bolonha, fez com que Gauric sofresse os
tormentos da estrapada como castigo por ter prognosticado a próxima
caída do déspota, que de fato aconteceu. Tempos depois Coclés predisse
para si mesmo que morreria vítima de uma criminosa agressão. Em 24 de
setembro de 1504, um assassino, mandado pelo filho de Benivoglio, deu
exato cumprimento à profecia de maneira tão surpreendente que não
faltou nem o detalhe de ser um golpe recebido na cabeça a causa mortis de
Coclés.

COCOTO - Demônio súcubo mencionado por Bodin em sua famosa


Demonomania.

COENTRO (Coriandruin satium) - Planta usada com êxito no combate ao


histerismo em todas as suas fases, às afecções gastrintestinais, às
cefalalgias e às quartãs Infusão: 200 gramas do fruto em um litro d'água.
Quatro tacinhas diárias segundo a intensidade do mal. Emprega-se
também para melhorar o sabor da cerveja. Botânica Oculta: com os frutos
misturados sob forma de pó com almíscar, açafrão e incenso, obtém-se um
perfume de Vênus muito eficaz nas práticas de magia sexual. Os amuletos
e talismãs amorosos devem ser defumados este perfume. (Agrippa).

CONCENTRAÇÃO – Ato de fixar o pensamento num só ponto ou numa só


coisa. É um dos exercícios mais indispensáveis ao desenvolvimento do
homem.

COHOBAR - Destilar repetidamente a mesma substância no mesmo


recipiente em que acabou de ser destilada.

COHOL - Os médicos da escola de Avicena chamavam assim uma mistura


de pós muito finos empregados como colorantes.

COLERITUM - Espécie de licor que corrói todos os metais, exceto o ouro.

COMETAS - Sempre foram considerados como presságio de desventuras, A


aparição no céu de uma estrela de rabo era tida como aviso seguro de
grandes desgraças. Mas os autores como Cardan sustentam que a fatal
influência cometaria é proveniente da alteração que provoca na atmosfera,
uma causa puramente física.

COMINDI - Goma arábica.

149
CONCLAMAÇÃO - Nome que se dá à cerimônia de chamar repetidas vezes
o defunto, estando quem o chama junto ao cadáver, para que a alma volte
momentaneamente ao corpo e responda às perguntas do evocador. Os
magos da Idade Média, iniciados nas artes necromânticas dos
judeus,.verificavam a conclamação depois de ter preparado o chamamento
com diversas práticas e cerimônias que asseguravam o resultado. Seria
possível tal prodígio? Podemos dizer que existem alguns testemunhos
positivos, como o fato acontecido em Salamanca, nos tempos de D. João II.
Os fenômenos do espiritismo parecem lançar alguma luz a respeito da
possibilidade do fato, pelo menos aparentemente, deixando de lado a
questão se efetivamente a alma pode ser obriga da a voltar ao corpo
abandonado, pois todo fenômeno pressupõe uma causa determinada e não
qualquer tipo de explicação. Descoberta uma causa satisfatória, existe a
probabilidade mágica de se produzir maravilhas, sem que isso implique
outras condições sobre a vida da alma separada do corpo.

CONDÊ - A morte dessa ilustre figura da História da França foi


acompanhada de notáveis visões. Narra madame de Sevigne que um
famoso nobre chamado Vernillon viu, numa janela do castelo de Chantilly,
um fantasma revestido de armadura guardando um sepulcro. Vernillon,
que se dirigia ao castelo, acompanhado de um escudeiro, constatou que
também ele via a mesma coisa, e, à medida que a distância diminuía, mais
aparecia a figura do sentinela-fantasma. Quando chegaram ao castelo e
pegaram as chaves dos quartos, comprovaram com assombro que as
portas do sepulcro estavam trancadas e que ninguém as havia aberto há
mais de seis meses. Vernillon contou ao príncipe Condé tudo o que havia
acontecido. Exatamente três semanas depois morreu Condé. Na época
atual tais categorias de fenômenos estão sendo estudados de maneira
científica e, sobre isso, duas obras importantes assinalam este
acontecimento: Os Fantasmas dos Vivos, de autor inglês, e 0 Desconhecido,
de Flammarion.

CONDES INFERNAIS - Elevada categoria de demônio que se pode invocar


a qualquer hora do dia ou da noite, se a chamada é feita num lugar de
vegetação espessa por onde não passe ninguém.

CONJUROS - Exorcismos, palavras e cerimônias mediante as quais se


expulsam os demônios do corpo e se anulam suas más obras. 0 ritual da
Igreja emprega determinados processos particulares, rezas e aspersões de
água benta para expulsar os diabos do corpo dos possessos. Esta é a
verdadeira acepção do termo conjuro ou conjuração, sendo este último o
mais usado. A magia, sem dúvida, tem outros conjuros que em vez de
servir para expulsar os demônios e potências malignas, são empregados
para invocá-los, atraí-los e dominá-los. Seu efeito não é então conjuratório,
mas evocatório, coisa muito diferente e até oposta. Para fazê-lo é preciso

150
primeiro traçar o círculo mágico e em seguida dizer as seguintes palavras:
(conjuração universal dos espíritos) Eu (fulano) te conjuro, espírito (diz o
nome de quem se quer invocar), em nome de Deus todo-poderoso, de Deus
onipotente, de Deus criador, soberano Senhor de quanto existe em forma
visível e invisível, para que sem demora nem desculpas apareças sem
causar nenhum dano, estrépido ou males de qualquer espécie. Se não
fizeres isto, o arcanjo São Miguel te lançará inexoravelmente ao mais
profundo dos infernos. Acode, pois espírito (diz-se o nome) para obedecer-me
em tudo o que eu quiser mandar. Em nome de Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo, espírito, vem a mim! Espírito vem a mim! Espírito vem a mim!

Conjuração de outro texto mágico que tem como finalidade dotar um


grimório de particular poder e eficácia: Epíritos! Conjuro-vos todos e vos
ordeno que doteis as páginas e o conteúdo deste livro com uma eficácia
especial para que sempre que alguém o leia, se este alguém for pessoa que
saiba ler na forma e condições que convém ao caso, apareçais sem demora
sob forma humana visível e agradável na medida em que o evocador vos
chame por vossos respectivos nomes. Conjuro-vos, formal e solenemente,
para que assim o façais dispostos a submetê-los sem demora à vontade do
invocador para executar o que está escrito e especificado neste livro,
obedecendo em tudo o que esteja ao vosso alcance, em benefício de quem os
mande sem que tenteis enganá-lo com falsidades e ilusões. E se por
qualquer circunstância quando um de vós for chamado e não puder atender,
cuidará de enviar um substituto para executar o que for ordenado. Conjuro-
vos para que façais tais coisas sem desculpas nem demora em nome de
Deus todo-poderoso, de Deus eterno, de Deus vivo de Deus criador e
supremo juiz. Em nome do seu filho único Jesus Cristo, em nome do Espírito
Santo, e em nome de todas as potências celestiais que obedecem à voz do
eterno por, todos os séculos dos séculos. Amém.

Muitas outras conjurações poderíamos descrever, mas elas existem em


grandes quantidades nos diversos livros de magia, todas idênticas e de
uma repetição cansativa. Quanto a sua eficácia, diremos apenas que se os
diabos não atendem, é porque simplesmente estas entidades não existem
como o verdadeiro mago sabe muito bem. As entidades que podem
aparecer são formas astrais geradas no invisível, que se o invocador não
domina desde o primeiro instante, certamente lhe proporcionarão algum
dano e comprometerão a integridade da sua razão e até da sua própria
vida. As potências do astral possuem uma força, uma eficácia funesta,
digna de ser levada em conta com muito respeito e inteligência. Sua
proximidade costuma ser funesta. Isto nos prova as sessões de espiritismo
onde a boa fé dos assistentes é o caminho que os leva ao domínio terrível
de tais entidades, domínio que não tarda em produzir transtornos mentais
em suas vítimas, alucinações terríveis e outros resultados lastimáveis.

151
CONSOLDA (Symphitum officinalis) - É conhecida com diversos nomes:
consolda grande, consolda maior, orelha-de-asno, orelha-de-vaca e língua-
de-vaca. Os antigos atribuíam-lhe a propriedade de consolidar as fraturas.
Botânica Oculta: quente e seca. Vênus em Sagitário ou em Aquário. Planta
consagrada pelos gregos a Juno, primeira das divindades femininas e
rainha dos deuses.

CONSTANTINO, o Mago - Imperador bizantino muito versado, segundo


dizem, nos maiores segredos da magia negra. Preparava filtros estranhos
evocando a sombra dos mortos e, misturando determinadas substâncias
obtinha efeitos maravilhosos. Consta que morreu queimado por uma
chama inextinguível que se prendeu ao seu corpo sem que ninguém
pudesse deter o avanço daquele fogo devorador.

Sem dificuldades podemos, através desta lenda, chegar aos fatos reais que
serviram de motivo ao fabuloso relato.

Constantino dedicava-se à magia hermética, a operações alquimistas e


suas experiências de laboratório deram, sem dúvida, origem à crença de
seus poderes sobrenaturais. Possivelmente vítima dos seus trabalhos,
pereceria consumido por um fogo terrível que se supôs proveniente do
inferno e causado pelos demônios. Constantino, o Mago, viveu no século 6
e é conhecido na História com o nome de Constantino V.

CONTRA-ENCANTO ou CONTRAFEITIÇO - Nome que recebe toda


fórmula ou cerimônia mágica que tem poder para desvirtuar os efeitos de
qualquer outra que encante ou maleficíe pessoas ou coisas. Desfazer um
malefício é coisa diferente de empregar um contrafeitiço. Para o primeiro
busca-se o objeto transmissor da força maleficente, ou se procura saber a
maneira que o maleficiador usou: encontram-se as figurinhas de cera, o
sapo preparado, ou outras coisas e averigua-se que fórmulas e invocações
foram usadas pelo maleficiador repetindo-se ao revés as práticas
maleficiatórias. 0 contrafeitiço implica a realização de processos e
cerimônias mágicas dirigidas contra o bruxo de maneira que aqui se opõe
golpe contra golpe, e ação maléfica contra ação maléfica.

CONVULSÕES - A História guarda a lembrança de casos notáveis e hoje se


sabe que não existe prodígio nenhum nas convulsões. No século 9
apareceram uns farsantes em Dijon (França) e depositaram numa igreja
certas relíquias supostamente trazidas de Roma. Teobaldo, o bispo,
suspeitando de fraude, quis impedir que elas fossem colocadas no templo.
Mas logo se espalhou a notícia de que as relíquias estavam fazendo
milagres e a multidão fanática impediu a sua atitude. No princípio os
prodígios não passavam de casos isolados de convulsão, produzidos entre
os crentes que vinham reverenciar as relíquias. Mas, logo depois, as
convulsões se transformaram em epidemia, tirando todo o sossego da

152
cidade. Teobaldo consultou o parecer do arcebispo de Lyon, e este, com o
melhor critério, disse-lhe que cortasse pela raiz aquele fluxo de milagres
fundamentados na fraude. Mesmo assim os convulsivos de Dijon
continuaram fazendo das suas, até que o tempo se encarregou de lançar
na vulgaridade o fenômeno das convulsões.

Posteriormente, em Paris, encontramos outra época de convulsões.


Referimo-nos aos acontecimentos do cemitério de São Medardo, que foi
fechado por ordem das autoridades para coibir a propagação de tão rara
epidemia. A medida do governo foi oportuníssima e é curioso o letreiro que
alguém colocou na porta do campo santo:

De par le roi, defense à Dieu,


D’operer miracle en ce lieu.

0 que significa: “Por ordem real, Fica proibido a Deus fazer milagres neste
lugar”. As maravilhas dos convulsionários de São Medardo foram
documentadas por uma testemunha, pessoa muito ilustre e de nenhum
modo disposta a acreditar em prodígios, Carre de Montgeron, e vários
outros autores da época. Só assim podemos dar crédito às cenas
inverossímeis que parecem criadas pelos delírios da loucura.

COPELAR - Purificar o ouro e a prata por meio do fogo num crisol especial
chamado copela, feito de cinzas lavadas e pó de ossos calcinados.

COPHER - Betume.

CORAL - Os livros de magia falam das virtudes do coral para conter o


sangue das feridas. Ficin acredita que serve também para preservar o
homem do medo e dos efeitos do raio. Nem é preciso dizer até que ponto
são supersticiosas tais idéias. Nas crenças populares do Midi e
particularmente na Itália, o coral preserva dos maus-olhados e dos danos
que os sortilégios possam causar. Sem dúvida, esta preocupação foi
originada pelo costume de lavrar nesta substância figas, chifres e diversas
formas de talismãs que ainda são usados.

COR MINERAL - 0 ouro.

CORPO - Em alquimia é a parte fixa da pedra filosofal.

CORPO ASTRAL - Também chamado duplo astral, é a sombra ou


contraparte etérea do homem ou animal. 0 corpo astral é feito de matéria
do plano astral, mais ou menos densa, de acordo com o desenvolvi mento
do indivíduo. Nos seres mais evoluídos o corpo astral é de matéria mais
sutil, acontecendo o oposto nos seres passionais e viciados. 0 corpo astral,
segundo Besant, é o ponto de comunicação entre a alma e o corpo.

153
CORRESPONDÊNCIA – Uma das sete leis principais que regem o
Universo, em virtude da qual há uma relação íntima entre os diversos
planos da Natureza e as várias classes de seres.

CORRIOLA (Calystegia sepium) - Planta comum na Espanha, que cresce


nos canaviais, e que tem uma resina semelhante à jalapa. Seu suco, que é
muito leitoso, é um purgante eficaz. A raiz é aconselhada nos casos de
paralisia incipiente. Botânica Oculta: se suas folhas forem aplicadas por
alguns momentos sobre uma chaga, ela ficará curada magneticamente.
Uma infusão de suas folhas, misturadas com vinho ou licor, é uma bebida
amorosa, ou melhor, tem a virtude de conservar a harmonia e o amor
entre enamorados. A raiz, usada como amuleto, preserva e cura as
doenças dos olhos. Planetas: Júpiter e Sol.

CORTEX MARIS ou CARLOX MARIS - 0 vinagre filosófico.

CORVO - Pássaro de mau agouro, anunciador de desgraças e de morte. Na


Islândia se obtinham presságios observando o grasnar, o vôo e outros
movimentos do corvo, ao qual atribuíam o poder de saber o que estava
acontecendo à distância e prenunciar o futuro. Em muitos lugares da
Europa ainda é costume dizer que quando um corvo pousa numa casa
anuncia a morte de alguém que more nela.

COSMOGONIA – Ramo da ciência que trata da criação e origem do


Universo.

COUVE (Bramica oleracea) - Os antigos consideravam-na como remédio


universal. Hipócrates a receitava cozida com mel para aplacar toda espécie
de cólicas. As mulheres de Atenas comiam abundantes pratos de couve
durante a gravidez. 0 entusiasmo pela couve foi tão grande que se chegou
a atribuir à urina das pessoas que se alimentavam com couve a virtude
extraordinária de curar os herpes, as pústulas e até o câncer. As dores
lombares desapareciam com aplicações de folhas cozidas, bem quentes,
assim como os reumatismos. As sementes da couve são um excelente
vermífugo. Câncer e Escorpião. A couve roxa, comida antes de uma festa
evita os danos produzidos pelas bebidas tomadas em grandes quantidades.
Têm também propriedades contra prisão de ar, bílis e icterícia. Lua e
Júpiter.

CRANIOSCOPIA - Sistema investigador do caráter e condições da pessoa,


que consiste na observação da forma, protuberâncias e depressões da
região-craniana que determinam a expansão ou depressão de faculdades
localizadas fisiologicamente nas relativas zonas da massa cerebral.

154
CRAVINHOS (Eugenia cariphyfia) - Têm propriedades tônicas, estomacais
e estimulantes. Empregam-se em infusões e em tinturas. Botânica Oculta:
planta quente e seca. Sol em Leão. Colhe-se quando o Sol está em Peixes
ou quando a Lua está em Câncer. A essência dos cravinhos é usada em
vários trabalhos de magia negra. Se um hipnotizador mantiver na boca um
cravo, durante o seu trabalho, aumentará sua força. A essência também é
usada em determinadas operações de magia sexual.

CRESTOS Cósmico - (grego) O Salvador, o Purificador. Sacerdote e


Profeta. Na Linguagem da Iniciação, significa a morte da natureza interna,
inferior ou pessoal do homem. O Princípio do Bem. Muito tempo antes da
era cristã, havia “Chrestianos”, e tais eram os Essênios. Na 1ª Epístola de
São Pedro, II, 3, dá-se a Jesus o título de “O Senhor Chrestos”.

CRISTALOMANCIA - Procedimento adivinhatório que implica o uso de


espelhos mágicos.

CROMAAT - A palavra egípcia maat significa verdade, com o prefixo cro


equivale a "como em verdade". É uma saudação usada nos rituais da
Ordem Rosa-Cruz da Inglaterra.

CROMNIOMANCIA - Adivinhação por meio das cebolas.

CRUZ - Símbolo antiqüíssimo da união dos dois princípios da criação:


positivo e negativo. Do latim crux.

CUCÚRBITA - Cucúrbita ou retorta.

CYDAR - Planeta Júpiter.

155
157
Arvore da Vida

158
DAATH - Conhecimento. A conjuração de chokmah e binah, ou melhor,
sabedoria e entendimento. Na árvore da vida aparece estendido sobre o
abismo entre o segundo e o terceiro sephira, e numa posição tal que,
reunindo em um ponto qualquer do espaço as três linhas emanadas dos
três primeiros sephira, daath seria o vértice da pirâmide configurada.

DACTILOMANCIA - Traça-se sobre uma mesa um círculo ao redor do qual


estejam escritas as letras do alfabeto. 0 consultante toma com sua mão
esquerda um fio de seda que serve de prumo amarrado num anel
previamente consagrado. Apóia-se o coto velo na mesa, fora do círculo, faz-
se a invocação das sílfides e formulam-se as perguntas que se quiser.
Então o anel, segundo a vontade dos gênios, saltará de uma letra para
outra formando as respostas oportunas.

DAFNOMANCIA - Sabe-se que o loureiro é uma arvore sagrada e que


produz efeitos opiáceos. Para se praticar a dafnomancia existem dois
processos. Um consiste em dar a uma virgem folhas de louro par,
mastigar, a fim de se congraçar com os deuses, vindo estes, por seu
intermédio, contestar as perguntas que forem feitas. 0 segundo consiste
em lançar ao fogo uma rama de loureiro, fazendo-se as perguntas ao
mesmo tempo. Se as folhas se queimarem, é um resposta afirmativa. 0
contrario e a negação

DAGON - Demônio de segunda ordem n categoria infernal. Foi uma


deidade dos filisteus que o adoraram sob a forma de um busto de pessoa,
continuado por uma grande cauda de peixe.

DAIMON - Gênio ou nume que inspirava Sócrates. A Igreja usa o termo


com equivalente de demônio.

DAKSHINAMURT (Sânscrito): Literalmente, "com a face voltada para o


Sul". 0 título dado ao Pólo Norte espiritual - a Testemunha Silente e Imóvel
dos Ciclos da Existência.

DAMIANA (Turner aphrodisiaca) - Planta do Brasil, Califórnia e México,


da qual se empregam apenas as folhas. É diurética e afrodisíaca. Sua ação
fundamental é a de um bom tóxico nervoso cujo efeito é durável. É
indicada na neurastenia, nas convalescenças lentas e na impotência. É um
bom estimulante das funções cerebrais e excelente nos casos de dispepsia
e nas gastralgias acompanhadas de dores de cabeça, assim como nas
afecções dos rins e da bexiga.

159
DANÇA DO SABÁ - Delancre conta que os bailes sabáticos tornam os
homens loucos e fazem as mulheres abortar. Bodin acrescenta que os
demônios tomam parte na festa sob a forma de bodes, formando par com
as bruxas mais privilegiadas. A dança do sabá é feita em roda e
freqüentemente com as costas voltadas para o centro, ao som de uma
música estranha de tamborim, flauta e violino. 0 final da dança é uma
desenfreada carreira circular que preludia as delirantes prostituições, às
quais os bruxos e bruxas se entregam, numa orgia, aos mais repugnantes
apetites sexuais.

DANIS - Bruxo francês que viveu no século 17. No dia 1º de maio de 1705,
às cinco da tarde, Dionísio Milanges de La Richardière, filho de um
advogado do Parlamento de Paris, foi acometido de acessos de letargia e
demência de caráter tão estranho que os médicos não sabiam o que dizer.
Pouco depois todos suspeitavam de embruxamento e perguntaram-lhe se
recordava de ter desgostado alguma pessoa estranha. Com efeito - disse -
no dia 18 de abril havia deixado seu cavalo na Rua Feret, em frente a uma
capela, sem que depois conseguisse tirá-lo de lá. Então lhe apareceu um
pastor que disse: “Cavaleiro, deveis voltar para casa porque não
conseguireis que vosso cavalo dê um passo adiante”. Dionísio zombou da
advertência, mas o certo é que teve de aceitar o fato, levando o cavalo pelas
rédeas. Pouco depois deste acontecimento morreu, sem que soubessem por
quê. Convencido de que tudo era produto de um feitiço, o pai do jovem
buscou todos os recursos possíveis na época contra os malefícios. Mas, um
dia, ao entrar no quarto de Dionísio viu o pastor sentado ao seu lado,
chamando em seguida todas as pessoas da casa. Mas somente ele podia
vê-lo. A partir deste dia a aparição estava quase sempre ao lado do rapaz,
que sofria horríveis temores e tormentos. Como último recurso, a família
levou-o diante do altar de São Mauro, saindo dali completamente livre do
encanto. Pouco tempo depois Danis recebeu a visita do bruxo. Vinha pedir
misericórdia, e diante de diversas testemunhas confessou ter sido o autor
do embruxamento que lhe fizera por um ano. Mas tendo-se livrado do
feitiço em oito semanas, os efeitos se voltaram contra ele. Precisava do
perdão. 0 povo avançou sobre o bruxo, que teve de fugir rapidamente para
não ser massacrado. Refugiou-se em Torey, fez diversas penitências,
submeteu-se a todo tipo de castigo, mas tudo em vão. Pouco depois
morreu sofrendo uma agonia horrível. (Advertimos que o relato é
rigorosamente histórico).

DARDOS MÃGICOS - Os lapões, entre os quais se encontram os mais


temidos representantes da bruxaria, costumam valer-se de pequenos
dardos de chumbo e acreditam que os lançando ao espaço vazio
conseguem ferir invisivelmente a pessoa odiada, produzindo-lhe dores
horríveis, doenças e até mesmo a morte.

DAURA - 0 eléboro. Segundo outros, o ouro.

160
DECANATO - Divisão dos signos zodiacais de dez em dez graus,
empregada na astrologia.

DELANCRE Pedro - Renomada autoridade em questões de bruxaria.


Nasceu Bordéus no século 16, morreu em Paris ano de 1630. Delancre é
autor de obras muito procuradas que se intitum: De L’Incredulité et
Mécréafice du St lège Pleinement Convaincues (Ediçâo, Paris, editora
Nicolas Buon, 1612) e Tableau de L’Inconstance de Mauvais Anges et
Démons (do mesmo editor e ano).

DELANGIC Luis - Médico espanhol prestou seus serviços ao rei Carlos VII
de França no século 15. Professava a astrologia, e suas acertadas
previsões são famosas.

DELRIO Martim Antonio – Autor da Disquisitionum Magicarum, obra


publicada em 1855 e reimpressa diversas vezes. O livro divide-se em seis
partes, tratando magia natural e artificial, fascinações e magia infernal,
malefícios, adivinhações e predições, normas de conduta que os juizes vem
adotar nos julgamentos dos bruxos, médios autorizados e proibidos que
têm eficácia contra a ação das artes malfeitoras dos feiticeiros.

DEMIURGO - 0 grande artífice. 0 poder supremo que construiu o universo,


o Verbo de São João, o logos dos neoplatônicos, a primeira manifestação
do absoluto, o Jeová dos hebreus e o grande arquiteto dos Maçons e
Martinistas.

DEMONIOS - Para os entendidos em ciências ocultas, não são nem podem


ser uma mesma coisa: o diabo e suas legiões os demônios. 0 velho satanás
morre congelado pela indiferença glacial das pessoas que deixaram de
acreditar nele. Símbolo do mal que a religião cristã materializa, tomando-o
do dualismo persa, volta às intangíveis regiões da idéia pura, e recupera
seu caráter inocente de noção metafísica. Do mesmo modo, as legiões
satânicas que personificaram os inumeráveis atributos de um senhor,
fundem-se e desaparecem nele, livrando as consciências de seus antigos
terrores. Sem dúvida, experiências repetidas e deploráveis demonstram
que ao invocar as imaginárias entidades infernais costumam acontecer
acidentes desgraçados ao invocador, que às vezes paga com a vida sua
intromissão imprudente nas regiões da magia negra. Como isto pode
acontecer? Quais são as potências que causam o mal? 0 iniciado sabe
muito bem: se o diabo não existe, se seus exércitos infernais são pura
lenda, não o são de modo algum as entidades do astral. 0 ocultismo ensina
que o mundo físico está rodeado por outro mundo, o astral. Outra
atmosfera, invisível em circunstâncias normais, nos rodeia. Nela vão parar
as almas dos falecidos no momento da morte, revestidas de um corpo de
matéria sutil que também abandonam quando ascendem a regiões

161
superiores, de natureza ainda menos material. Nesta atmosfera do astral
inferior, localizada na terrestre, na zona compreendida pelo cone de
sombra que projeta no espaço o nosso planeta, existem:
1º) os indivíduos da espécie humana falecidos, sobreviventes num estado
de consciência em que a razão é joguete das paixões e dos instintos, tanto
mais intensos quanto mais baixos e materiais-forem;
2º) os restos astrocorporais dos que abandonaram em sua segunda morte
o já disforme andrajo de matéria etéreo-orgânica que os revestia, restos
sensibilizados pelos instintos, que os dota de uma espécie de vida que, a
partir do ponto de vista psicológico, podemos comparar com a dos zoófilos,
para ter apenas uma idéia aproximada. Estes restos podem se revitalizar à
custa de outro ser fisicamente vivo que se ponha em contato com eles e,
neste caso, os citados proteus do astral chegam a se condensar tomando a
forma adequada ao pensamento que os vitaliza (quase sempre formas
monstruosas) tornando-se claramente perceptíveis. Aqui temos a origem
das aparições em certas invocações infernais, que fizeram surgir
fantasmas horríveis e disformes de aparência diabólica;
3º) os corpos fluídicos dos animais, seres que conservam no plano astral
todos os seus instintos bons ou maus - tais formas podem ser atraídas
facilmente por meio das práticas nigromânticas;
4º) os pensamentos dos homens e os desejos intensos de todos os seres
dotados de inteligência e instinto projetam-se no astral, onde perduram
mais ou menos tempo, revestidos da envoltura fluídica, que tomam,
apoderando-se por atração de matéria astroorgânica. Todas essas formas
constituem um depósito inesgotável de entidades evocáveis, nas quais
predominam os piores desejos e que em todas as ocasiões desempenharão,
às mil maravilhas, o papel de diabos, às vezes tão ao vivo que se podem
fazer sentir pelo invocador. Se este pode atrair todas essas entidades com
mais facilidade do que parece possível, nem sempre lhe é possível ver-se
livre delas, tornando-se um possesso delirante, um obcecado, cujo furor
pode chegar ao paroxismo. A loucura completa ou a morte põem um fim à
história das vítimas dos vampiros das regiões invisíveis.

DEMONOGRAFIA - Descrição dos demônios, da organização do inferno,


dos poderes e atributos que correspondem a cada entidade maléfica, sobre
a maneira de invocá-los e estabelecer pactos com eles, sobre suas
intervenções nos fatos da feitiçaria etc. Os autores que tratam destas
coisas recebem o nome de demonógrafos, como Delancre, Leloyer, Wieras e
outros não menos famosos.

DEMONOMANCIA - Obtenção de oráculos inspirados pelo poder dos


demônios e de respostas diretas que costumam dar quando invocados no
círculo mágico e por meio do cerimonial de diabólicas invocações
ensinadas pela magia.

162
DEMONOMANIA - Desvirtuação da razão em maior ou menor grau que
infunde no enlouquecido a crença nos demônios, nas bruxas e seus
prodígios, supondo-se vítima desses manejos tenebrosos. Quase todas as
vítimas que a Inquisição levou à fogueira por crimes confessos de tal
espécie eram demonomaníacos e nada mais.

DENOQUOR - 0 bórax.

DENTE-DE-LEÃO (Taraxacum dens leonis) - Planta vulgar e comum em


todos os campos e prados. Segrega um suco abundante, amargo e leitoso,
e da qual usamos as folhas e a raiz. Seu cozimento acalma a tosse e as
irritações do peito. Dá bons resultados contra os escarros sanguinolentos e
as febres. Excita o curso da bílis e exerce uma ação favorável nos enfartes
do fígado e na icterícia. Provoca as contrações da vesícula biliar. Tem
também propriedades diuréticas e depurativas.

DERAUT - A urina, segundo Paracelso.

DERSES - Uma exalação oculta da terra por meio da qual se opera o


crescimento das plantas. (Paracelso).

DESBORDÉS - Servidor do duque de Lorena, acusado em 1628 de ser


autor de vários fatos prodigiosos e de ter profetizado a morte da princesa
Cristina, mãe do duque. Instruído o processo, os juízes o condenaram a
fogueira.

DEVACHAN OU DEVAKHAN - A "morada dos deuses". Um estado


intermediário entre duas vidas terrestres, no qual EGO (Âtmâ-Buddhi-
Manas, ou seja a Trindade feita Uno) entra, depois de sua separação do
Kâma-Rûpa e da desintegração dos princípios inferiores depois da morte
do corpo na terra. (Devachan é o nome que em linguagem teosófica se dá
ao céu ou mansão dos bem aventurados). Literalmente traduzido significa:
morada resplandecente ou mansão dos deuses.

DEVAS - São as grandes entidades da natureza, pois muitos deles são


gigantescos, podendo abranger todo um vale, bosques e florestas, com
suas dimensões (essência luminosa). Eles podem criar formas nas
montanhas, nuvens, lagos e etc. O rosto dos Devas é belo e nobre, e seus
olhos são muito mais centros de força do que órgãos de visão. Por um
lento movimento de sua aura, o Deva atinge todas as coisas vivas,
vertendo sobre cada uma delas, a sua força vital estimuladora. Os
Elementais, ou espíritos menores, respondem instintivamente a esses
impulsos, cuja origem reconhecem como um traço constante em suas
vidas. Do mesmo modo que a natureza visível é habitada por um número
infinito de criaturas viventes, assim também, a contraparte invisível e

163
espiritual da natureza (composta dos princípios tênues dos elementos
visíveis) é habitada por uma hoste de seres peculiares, que possuem o
nome de Devas e de Elementais: Pensava-se que fossem criaturas
realmente vivas, muito semelhantes ao ser humano na forma, e que
habitavam seus próprios mundos, invisíveis para muitas pessoas porque
os sentidos subdesenvolvidos do homem eram, e ainda são hoje (nos
tempos modernos), incapazes de funcionar para além das limitações dos
elementos mais densos.

DHARMA – Dever, lei, princípio, religião. É o reto dever e seu rigoroso


cumprimento. (Sânscrito)

DHYANA (Sânscrito): Meditação, no sentido verdadeiro de "consciência


livre-de-pensamentos". Ch´an, Dz'yan e Zen são as formas Chinesa, Senzar
e Japonesa para esta palavra.

DIABO - Nome que recebe o espírito do mal, rei do inferno, de suas legiões
e inimigo irreconciliável da espécie humana. 0s bruxos o reverenciavam
quase sempre sob a forma de um bode. Presidia os sabás em tais reuniões
noturnas se lhe tributavam as homenagens do ritual goético.

DIABOS - Conjunto ou reunião dos seres infernais que moram no inferno


sob a dependência e o poder de satanás. 0 inferno está dividido como uma
grande monarquia em classes diferentes de diabos que, segundo sua
espécie e importância, exercem poderes maiores ou menores. Ali existem
príncipes, grão-duques, ministros, generais, marqueses, condes etc., e às
ordens destas personalidades os demonólogos fazem figurar hostes
formidáveis de diabos. A escala ou hierarquia dos poderes diabólicos está
formada do seguinte modo (aceitando o parecer mais comum, entre os
autores que trata destas coisas, curiosa síntese das descrições que
encontramos no notável grimório intitulado Tratado Completo de
Verdadeira Magia): lúcifer, imperador; belzebu, príncipe; astaroth, grão-
duque. Estes são os espíritos do reino infernal. Depois vêm os espíritos
superiores que estão subordinados aos anteriores e que são: lucifugo,
primeiro-ministro; satanachia, grão-general, agliareth, grão-general;
fleuretti, tenente-general; sargatanas, brigadeiro; nebiros, marechal-de-
caml Os seis grandes espíritos que acabamos de mencionar dirigem toda a
potência infernal que foi dada aos outros espíritos. E mesmo que ainda
existam milhões de espíritos subordinados aos precedentes, se inútil
enumerá-los porque não se podem evocar sem a ordem dos espíritos
superiores que os mantêm como escravos. Assim, fazendo-se o pacto com
um dos seis principais, não deve importar qual seja o espírito que os sirva.

DÍADA – Este termo é empregado para designar os pares de força, de


seres, de idéias que se põe em ação. Na filosofia dualística representa os
dois princípios, masculino e feminino, que pela sua oposição e união

164
produziram o Universo criado. É desta oposição aparente destas duas
forças complementares que nasceu a doutrina do bem e do mal admitida
pela maioria das religiões e sistemas filosóficos. Todavia não devemos
esquecer que a dualidade só existe na manifestação e que na essência a
unidade é perfeita.

DIAMANTE - Pedra preciosa a que os antigos atribuíam o poder de


preservar contra o envenenamento e a peste. Se fossem gravados nela
certos signos encerrados num selo de Salomão, adquiriria propriedades
talismânicas para tornar invisível quem a possuísse. Supõe-se também
que tenha o poder de produzir o sono mágico em quem a olhe fixamente, e
isto não tem nada de especial porque é sabido o grande poder hipnótico
que os pontos brilhantes têm sobre as pessoas que tenham certas aptidões
para o sono nervoso ou provocado.

DIATESSADELTON – Mercúrio precipitado.

DICTAMO BRANCO (Dictannis albus) - Erva ramosa com folhas


semelhantes ao freixo. É balsâmica, sedativa, sempre verde. Estimula e
favorece a digestão e regulariza o fluxo menstrual. Botânica Oculta: Uma
guirlanda dessas flores colocada sobre a cabeça de uma pessoa
magnetizada contribui de uma maneira surpreendente para o
desenvolvimento da clarividência em estado de sonambulismo. A raiz do
dictamo branco depois de seca e lançada ao fogo produz uma fumaça que
favorece o trabalho do magnetizador e ajuda ao sujeito refratário. Sol em
Câncer.

DIGBY - Vulgarizador das curas simpáticas, ou seja, curas mágicas à


distância, cujas doutrinas depois de terem caído em descrédito voltam hoje
a adquirir caracteres de uma possibilidade muito notável, através das
experiências feitas por hipnotizadores modernos de merecido renome.

DIGESTÃO - Em alquimia é a fermentação lenta causada por um calor


artificial semelhante ao do estômago, para a qual se emprega esterco de
cavalo em banho-maria ou as cinzas quentes dos sarmentos.

DINSCOPS - Nome de uma bruxa do país de Cleves (França) mencionada


por Bodin. Sua mão direita tinha o poder de causar malefícios. Foi
queimada viva, e no momento em que o fogo consumiu sua mão malfeitora
todos os indivíduos encantados por ela recobraram a saúde no mesmo
instante.

DIODORO DE CATAMA - Famoso mago cujo extraordinário poder


fascinador lhe deu meios para realizar muitos prodígios e milagres
aparentes. Produto dos seus conhecimentos ou de disposições naturais, o
fato é que sabia projetar-se a distância em corpo astral e condensar a

165
projeção de maneira que se tornava densa e visível. Assim fez crer que
podia viajar pelos ares e transportar-se para onde quisesse. De nada lhe
serviram os seus recursos mágicos no instante de sua morte. Apanhado
pelo povo, foi levado para um forno onde morreu queimado.

DION DE SIRACUSA - Certa noite viu em sua casa uma aparição sinistra.
Depois deste anúncio todos os indivíduos que compunham a família Dion
morreram.

DIVERTELLUM - A matriz dos elementos. Cada metal tem sua matriz


elementar onde se desenvolve. (Rogério Bacon).

DRACO: Idêntico a Taurt, a Mãe das Revoluções. Uma das constelações


que giram em torno do Pólo Norte; equivalente a Nuit. A revolução do
Dragão (Draco) em tomo do Pólo formou o primeiro relógio já conhecido.
Nuit como a guardiã do tempo, que nas antigas mitologias era interpretada
num senso moral relacionado à periodicidade feminina.

DRAGANTIUM - 0 vitríolo.

DRAGÃO VERMELHO - Título de um livro de magia celeste e infernal, cuja


primeira edição parece ter sido em 1521. Em 1531 fez-se outra, seguindo
um manuscrito fechado em 1507. Mais tarde apareceram várias
reimpressões.

DRUIDAS - Sacerdotes dos antigos povoados da Gália. Constituíram um


corpo iniciático possuidor de muitos conhecimentos profundos que
mantinham em segredo. Os indícios que nos restam do saber druídico
evidenciam que aqueles iniciados manejavam com destreza os mistérios da
magia e nota-se neles um fundo filosófico, que oferece curiosas analogias
com os credos esotéricos das civilizações mais antigas da índia.

DUAT - Segundo os antigos egípcios, o lugar onde residem por algum


tempo os espíritos dos mortos.

DUELECH - Pedra que se forma na bexiga do homem. (Paracelso).

DUENDE - Espírito malicioso e embusteiro, mas não perverso.

DULCEDO SATURNI - A alma do chumbo.

DULIA - Culto aos anjos.

DUPLA IMAGEM - Segundo a cabala é o ego duplo, cujas partes se


chamam respectivamente Metraton (a superior) e Samael (a inferior).
Alegoricamente estão figuradas como sendo os dois companheiros

166
inseparáveis do homem durante toda a sua vida, sendo um o anjo da
guarda e o outro seu anjo mau.

DUPLO CELESTE - Também chamado o duplo divino. É a parte imortal do


homem, o ego superior dos ocultistas.

DURGA: Uma forma de Káli, a Deusa do Tempo hindu.

167
168
Pentagrama

ECIHDMA - Obstáculo que se apresenta na operação da grande obra.

ECLIPSES - Entre os antigos era crença popular muito difundida que os


eclipses da Lua eram causados por certas conjurações de feiticeiros que a
obrigavam a sair do seu lugar no espaço para poder cobrir as plantas com
uma espuma usada para preparar seus malefícios. A fim de livrar a Lua
desta ação mágica o povo fazia uma grande algazarra quando começava o
eclipse para que ela não ouvisse e não obedecesse às palavras dos magos.
0 fenômeno também era considerado como anúncio seguro de grandes
desgraças e calamidades. Nos povoados primitivos do Peru acreditava-se
que o Sol ao escurecer estava mostrando sua irritação contra eles, e o
medo de grandes desgraças era também muito grande nos eclipses
lunares. Em certas partes da Europa, estes fenômenos ainda causam certo
temor entre as pessoas simples dos campos. Em magia negra o eclipse
lunar oferece uma ocasião propícia para todas as operações nigromânticas.
Assegura-se que naquele instante os conjuros adquirem maior força, o que
não nos parece totalmente uma superstição, já que a falta de luz favorece
muito as projeções do astral.

169
EDELINE Guilherme - Doutor em teologia do século 15 que confessou
pública e solenemente sua assistência ao sabá e suas relações com os
bruxos. Depois de ter feito a confissão e retratação exigidas pela sentença
foi fechado num calabouço a pão e água. Edeline era prior em Saint
Germain-en-Laye.

EDIR - 0 aço.

EGO - Termo latino que significa eu. 0 ego, na filosofia esotérica, é a alma
humana, o verdadeiro ser do homem, a chispa divina que mora no
indivíduo durante sua encarnação ou vida nos três mundos: físico, mental
e espiritual.

EGRÉGORA - Egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada


pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais
pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os
agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as
empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc.

Egrégora é como um filho coletivo, produzido pela interação "genética" das


diferentes pessoas envolvidas. Se não conhecermos o fenômeno, as
egrégoras vão sendo criadas a esmo e os seus criadores tornam-se logo
seus servos já que são induzidos a pensar e agir sempre na direção dos
vetores que caracterizaram a criação dessas entidades gregárias. Serão
tanto mais escravos quanto menos conscientes estiverem do processo. Se
conhecermos sua existência e as leis naturais que as regem, tornamo-nos
senhores dessas forças colossais.

Por axioma, um ser humano nunca vence a influência de uma egrégora


caso se oponha frontalmente a ela. A razão é simples. Uma pessoa, por
mais forte que seja, permanece uma só. A egrégora acumula a energia de
várias, incluindo a dessa própria pessoa forte. A egrégora se realimenta
das mesmas emoções que a criaram. Como ser vivo não quer morrer e
cobra o alimento aos seus genitores, induzindo-os a produzir,
repetidamente, as mesmas emoções. Assim, a egrégora gerada por
sentimentos de revolta e ódio, exige mais revolta e ódio. Já a egrégora
criada com intenções saudáveis, tende a induzir seus membros a
continuar sendo saudáveis. A egrégora de felicidade procura "obrigar" seus
criadores a permanecer sendo felizes.

ELEMENTAIS - Espíritos dos quatro elementos da natureza.

ELEMENTÁRIOS - Egos residentes no subplano do mundo astral, cujo


apego à terra faz com que se infundam nas pessoas de pouca vontade ou
muito sensíveis.

170
ELEMENTOS - Segundo a cabala os elementos estão povoados por
entidades espirituais de natureza correspondente. Existem no fogo as
salamandras; no ar, os silfos; na água, as ondinas ou ninfas; na terra, os
gnomos. E se o leitor recorda o que dissemos sobre as doutrinas
cabalísticas, compreenderá que estes nomes aplicam-se a entidades que
muito pouco ou nada têm a ver com a fantasia mitológica do helenismo.

Falar cabalisticamente dos silfos é falar das almas, dos espíritos do ar, e
representa a potência ativa de tal elemento, originando, ordenando e
provocando sua manifestação. O que dissemos dos silfos serve também
para as ondinas, os gnomos e as salamandras, cada um em seu meio
respectivo. São as almas da terra e do fogo, respectivamente, gerando,
ordenando e dirigindo sua manifestação peculiar. Pode-se admitir, diz um
autor moderno, que ao invocar os gnomos (espíritos da terra) estes
auxiliem o invocador com a revelação dos segredos que sabem? Não. Isso
não é admissível e nem era o que os magos perseguiam. 0 princípio ativo
da terra, tal como o concebiam e como nós o concebemos, não é inteligente
nem volitivo. É simplesmente conservador. É a força atrativa que dá
coesão às moléculas e mantém as formas. Mas esta força atrativa vibra, e
sua vibração tem um ritmo especial, próprio privativo, que comunica ao
invocador, colocando-o em uníssono com ele e fazendo com que ele, de
certo modo, passe a ser uma parte integrante de sua própria massa, e
como conseqüência sensitivo a tudo que afeta os corpos. Uma vez neste
estado, a densidade desaparece para os seus sentidos. Sua perspicácia
penetra até nas próprias entranhas das rochas e sente em si o que
acontece nestas entranhas. Por isso diziam, e com razão, que o mago
dominava os elementos tornando-se até invisível e impalpável se assim lhe
conviesse. Claro que neste ponto como em todos os outros compreendidos
pela magia o exoterismo alucinava as massas, não as deixando ver o
esoterismo. Para a maioria os gnomos eram efetivamente entidades
conscientes, e o iniciado, longe de tirar as multidões deste erro,
incentivava-o com invocações, conjuros e exorcismos. Igualmente se faz
nas igrejas católicas com as imagens dos santos: são veneradas,
consagradas, recebendo todas as espécies de culto. Mas qualquer
sacerdote, por menos versado que seja em esoterismo, lhes dirá que não é
a imagem nem tampouco o santic> que se adora nela, mas o próprio Deus
refletido na vida exemplar da pessoa ali simbolizada. Por isso a Igreja
conserva tudo o que a antiga magia tinha de transcendental.

ELEPHAS SPAGIRICE - A água forte (ácido nítrico diluído numa pequena


quantidade de água).

ELGALEI - 0 estanho.

171
ELIXIR DA VIDA - Segundo Trevisano é uma redução da pedra filosofal
em água mercurial. Também se atribuem virtudes importantíssimas.

Toma-se mercúrio cru, tal como sai das minas (duas libras), lavando-o
com vinagre forte e sal comum até que fique claro e resplandecente como
um espelho, enxugando-o em seguida a fim de tirar toda umidade do
vinagre. Depois tomam-se quatro libras de vitríolo romano que deve ser
seco ao sol ou num fogo muito brando, lentamente, até que vire cinza
branca.

Toma-se em seguida uma libra do mercúrio, duas do citado vitríolo, uma


de sal comum duas vezes dissolvido, lavado e congelado, e mói-se tudo
sobre uma pedra limpa até que o mercúrio fique completamente misturado
entre as cinzas do vitríolo e do sal. Coloca-se logo esta amálgama numa
redoma de vidro de gargalo longo, pondo-a em seguida sobre uma caçarola
cheia de cinza ou de areia, dando-se início ao fogo brando até que toda a
umidade tenha desaparecido dos materiais, aumentando depois o fogo
gradualmente. E quando o mercúrio tiver subido pelos lados do vaso,
branco como a neve e resplandecente como o cristal, deixa-se esfriar e
retira-se o mercúrio sublimado. Pode-se então observar que ao separar os
resíduos do mercúrio, este tem o mesmo peso primitivo por ter tomado do
sulfureto de vitríolo o que perdera em resíduos.

Toma-se de novo uma libra e meia do mesmo vitríolo e oito onças de sal
moendo-o com o sublimado. E quando estes ingredientes estiverem bem
misturados devem ser sublimados da mesma forma que antes. Esta
sublimação se repetirá durante sete vezes, acrescentando-se o sal e vitríolo
romano, retirando-se sempre os resíduos em todas as vezes até que o
mercúrio fique puro e sublimado: claro como cristal, branco como a neve e
flexível como a cera. Mas há uma advertência: em qualquer vaso não se
deve pôr mais de uma libra de mercúrio para não prejudicar a preparação.

Em seguida deve se saber preparar a erva lunária filosófica, da qual todos


os sábios trataram em seus livros, extraindo dela o vinho vermelho,
chamado licor de lunária, da seguinte maneira:

Tomam-se duas libras de lunária numa retorta de vidro não muito grande,
cuidando para que fiquem vazias duas terças partes; fecha-se bem o
remate da retorta, assim como todas as juntas, e no forninho dos
alquimistas, depois de seco o luto, coberto com tampa para que reverbere
bem as chamas, começa-se com fogo brando, que deverá ser aumentado
pouco a pouco, até que se veja cair da retorta para o recipiente certa água
vermelha, densa como mel, continuando então a aumentar o fogo para que
saia todo o licor. Quando o fogo estiver no auge e não houver mais nada
para sair, deixa-se esfriar durante três dias para que assentem os espíritos
do mercúrio em todos os pontos. Tira-se então o barro das juntas e abre-se

172
o vaso, sem tirar a matéria. Tendo retirado a retorta do forninho, outra se
unirá a ela com duas libras de lunária, que será destilada novamente
como antes, extraindo todo o licor que conservará para fazer uma
aguardente divina. Ao chegar neste ponto é preciso saber apenas que o
licor extraído é q mesmo que os sábios tratam obscuramente, ou seja, o
vinho ruivo, a que Aristóteles e Raimundo Lulio chamavam nigrum,
nigrius, nigro.

Todos os resíduos que ficarem depois de retirado o licor deverão ser


jogados fora porque não possuem nenhum valor, como terra danada e
inútil, do mercúrio e do vitríolo romano.
Aprenda agora a extrair do vinho um espírito: coloca-se uma libra do tal
licor em uma vasilha de vidro não muito larga, com um alambique e um
recipiente muito bem fechados nas juntas, de maneira que não possa
respirar de modo nenhum, e coloca-se em banho-maria sobre o vaso. 0
fogo deve ser tão lento e manso que seja possível manter as mãos nele sem
se queimar. Assim será destilada uma água clara como água comum, que
durante quatro dias sairá do vinho. Adverte-se que é melhor retirar esta
água pouco a pouco com calor manso a fim de que não saia com ela o ar.
Esta água celeste é a quinta-essência do mercúrio e a parte mais pura e
incorruptível dele, procurada com o maior cuidado pelos alquimistas.
Contudo, isso leva consigo uma parte supérflua e inútil que recebeu o
nome de fleuma, que se deve separar, empregando o meio que
explicaremos adiante, levando-se em conta que esta água bendita deve ser
extraída com fogo moderado e manso, de modo que haja um espaço de 20
minutos entre unia, gota e outra. Mesmo que tenham transcorrido os
quatro dias citados como suficientes para a extração da água, não se tira o
vinho do banho-maria antes de se ter certeza de que não existe mais água
ou vapor. Então deixa-se esfriar. tira-se o recipiente e tapa-se muito bem,
de modo que a aguar~ dente não se evapore.

A retificação do espírito deve ser feita da seguinte maneira: toma-se a água


retirada do vinho vermelho e coloca-se numa redoma de vidro, com seu
alambique e recipiente, bem cerradas as juntas e por meio dele se destilará
o espírito novamente, até que não destile nem mais uma só gota, guarda-
se à parte o que ficar na redoma e volta-se a retificar a água mercurial da
mesma forma, seu peso de dissolvente circulado e proceda-se como antes,
em operações sucessivas, até que todo o ouro se encontre dissolvido em
água gloriosa. Coloca-se o resultado numa redoma de vidro em ponto de
banho leve, destila-se toda a água mercurial circulada até que fique
somente um resíduo semelhante à cera no fundo da redoma. Coloca-se
esta matéria num lugar úmido e frio e em seis dias naturais tudo se
dissolverá em água clara como uma estrela resplandecente. Esta água é o
ouro potável e sem corruptibilidade, criado com água de sua natureza sem
mistura de coisa estranha. Se se der uma gota somente a um enfermo que
pareça morto, fá-lo-á reviver com a graça de Deus, transformando-o de

173
velho em moço, mas sempre levando em conta: Deus super omnia (Deus
acima de tudo).

ELOHA - Singular de elohim.

ELOHIM - Segundo a cabala hebréia são as dez potestades criadoras. Por


assim dizer, os operários que plasmam os pensamentos emanados da
mente divina.

ELOME - 0 ouro-pigmento (mineral composto de arsênico e enxofre).

ELQUALITER - 0 vitríolo verde.

EMBRUXAMENTO - Um autor francês moderno, em Porte du Trait des


Ages, estuda o problema com notável acerto:
“0 problema do embruxamento é, sem dúvida, o que mais intensamente
impressiona o ser humano, e nada tem de especial que assim seja, quando
se trata do embruxador que fere a distância sem medo de ser descoberto,
ficando sua vítima impossibilitada de aparar os golpes mortais que
recebe”.
Com respeito ao embruxamento mágico descreverei sumariamente suas
práticas já que são bastante conhecidas. 0 embruxamento científico,
fundamentado nas investigações de sábios como A. de Rochas, será
tratado com a devida extensão. Não vemos nele outra coisa além de puro
hipnotismo.
Sobre a terceira espécie, o embruxamento psíquico, a prática nos
demonstra por meio de rigorosas experiências que existe esta terceira
forma de embruxamento. 0 embruxamento mágico - Os progressos da
fisiologia psicológica e o estudo dos fenômenos do hipnotismo permitem
submeter a maior parte dos fatos de bruxaria ao domínio da histeria e das
doenças nervosas. Atualmente encontrou-se a relação existente entre as
teorias dos magos de outros tempos e as práticas dos nossos
hipnotizadores atuais. A ciência já aceita o que negava até há pouco
tempo, mas domina o assunto de maneira diferente para classificar o fato
em seu quadro de possibilidades científicas. Eis aqui como se explica que
os fenômenos da bruxaria propriamente dita não se revestem hoje com os
caracteres que antes a distinguiam.

Convém observar que existe algo nunca aniquilado pelos progressos


científicos e que a ciência procura explicar agora por meio das descobertas
do hipnotismo. Referimo-nos ao embruxamento, tal como foi praticado
pelos nigromânticos dos séculos passados, aludidos por Rochas em suas
obras Crônicas de São Dionísio. Por isso vamos citar o sábio cabalista
Stanilas de Guaita, que diz em um dos seus livros Le Temple de Satan:

174
0 volt (em latim vultus, efígie) do embruxamento mágico é a figurinha
modelada em cera, remedo da pessoa que se quer enfeitiçar. Quanto mais
exata a semelhança, mais possibilidade de êxito possuirá o malefício. Se
na composição do volt o bruxo puder incluir algumas gotas de óleo, ou
vinho consagrado para a missa, e fragmentos da hóstia juntamente com
roeduras de unha, um dente, um pouco de cabelo da futura vítima, opina-
se que está de posse dos requisitos mais completos para a realização do
embruxamento. Se for possível obter da pessoa a ser enfeitiçada algumas
coisas de seu uso particular e diário, como roupas, será melhor, para
vestir a figura de cera com maior exatidão. A tradição prescreve que se
administrem à boneca fabricada todos os sacramentos que tenha recebido
a pessoa escolhida: batismo, eucaristia, confirmação etc., devendo tudo ser
reproduzido com fidelidade constante. Depois vem a cerimônia da
execração que é feita crivando a figura com alfinetes envenenados
enquanto o bruxo lança mil injúrias contra a vítima.

Um sapo, ao qual se dá o nome da pessoa a ser atingida, pode substituir o


boneco de cera, mas as cerimônias deprecatórias não variam. Segundo
dizem, amarra-se o sapo vivo com os cabelos da vítima e enterra-se na
casa do maleficiado ou em qualquer outro lugar por onde tenha que passar
todos os dias.

De acordo com o descrito referente aos costumes de outros tempos, parece


que o embruxamento propriamente dito não passa de uma invocação da
pessoa que se quer enfeitiçar. Na confecção do volt, na administração de
todos os sacramentos à figura da vitima, nas torturas a que o bruxo a
submete, cheio de ódio, se exalta até chegar a exteriorizar-se para atuar a
distância sobre sua vítima desgraçada, mediante um processo no ,qual
encontramos os caracteres que distinguem os da telepatia.

Tal operação é pura cerimônia de magia negra: o maleficiador se exalta


pela super excitação da vontade e converte as forças psicológicas em arma
homicida que nestes instantes projeta de si, a distância. Quanto à matéria
empregada para a fabricação do volt, não é indiferente a sua escolha e
poderemos ver nos manuais de bruxaria certos detalhes que evidenciam a
relação existente entre o embruxamento mágico e as experiências de A. de
Rochas. (Exteriorisation de la Sensibilité, e outros livros).

A forma mais freqüente do volt é, com efeito, a figurinha de cera, e esta


substância é um excelente condensador do fluido astral, assim como a
gelatina, a água, a lama etc. De Rochas serviu-se destas matérias repeti-.
Da mente para condensar nelas o fluido astral, exteriorizado de seus
sujeitos hipnóticos.

175
Resumindo, podemos explicar o embruxamento da seguinte maneira: o
bruxo, posto em relação telepática com a vítima, pode provocar nela uma
saída do astral e condensar no volt o fluido exteriorizado.

Ou de outro modo: o bruxo, exteriorizando-se a si mesmo, adquire a


faculdade de ferir a distância à pessoa que se quer enfeitiçar. Com a
finalidade de estabelecer a relação telepática, os bruxos recolhem cabelos,
dentes, roeduras de unhas dos indivíduos a quem querem danar
magicamente.

0 embruxamento científico - Em seus livros, o coronel A. de Rochas relata


detalhadamente as fases pelas quais passa uma pessoa durante o sono
hipnótico: credulidade, letargia, catalepsia, letargia, sonambulismo,
letargia, estado de relação e letargia. Mais adiante, e em virtude de novas
experiências, A. de Rochas acrescenta outras: estado de simpatia ao
contato, letargia, estado de lucidez, letargia, estado de simpatia à
distância.

Nas últimas fases (letargia, catalepsia e sonambulismo) nota-se o curioso


fenômeno da exteriorização da sensibilidade. A comprovação do fenômeno
indicado nos conduzirá ao estudo do embruxamento científico.

Quando um sujeito está num dos três estados clássicos da hipnose,


letargia, catalepsia, ou sonambulismo, não revela o menor sintoma de
sensibilidade. Mas à medida que se vai passando para as fases mais
profundas, tal como mencionamos a insensibilidade, persistente na
superfície da pele, cessa a 15 ou 20 centímetros dela, de maneira que se
picar num lugar qualquer do espaço a tal distância, o sujeito experimenta
o efeito da picada, sentindo dor no ponto correspondente do seu corpo.
Certas substâncias, como vimos anteriormente, água, por exemplo, a cera
e a gelatina, impregnam-se da sensibilidade assim exteriorizada e podem
conserva-las certo tempo. Se, às costas da pessoa dormida, se pica a cera
onde se encontra condensada a sua sensibilidade, ou se aproxima um
pavio aceso da água saturada por processos análogos, o sujeito sente no
ato uma sensação de picada ou de queimadura. Em uma experiência que
realizamos obtivemos diversos fenômenos desta classe, experimentando o
indivíduo as sensações que acabamos de descrever. Assim, podemos dizer
que a exteriorização da sensibilidade num estado profundo de hipnose é a
base do embruxamento moderno.

0 embruxamento psíquico - Em nossos anteriores estados mágicos e


filosóficos manifestamos que o embruxamento científico não consentido
pertencia ainda ao domínio das hipóteses. Mas depois, nossos próprios,
trabalhos e procedimentos nos convenceram de que o enfeitiçamento
psíquico é perfeitamente realizável.

176
0 professor Durville admite no homem uma força análoga à do imã.
Segundo este autor, o corpo humano está polarizado. Tal lei, combinada
com a de Mesmer, que admitia a existência de um fluido especial
denominado fluido magnético, pode originar uma terceira que
desenvolveremos mais adiante. Resumindo as três teorias, temos:

1º) a da emissão nervosa (ou fluido magnético);


2º) a da polaridade do corpo humano; 39) a força psíquica.
Por conseguinte, empregando-se os passes (influência fluídica) sem
esquecer as leis da polaridade humana, faz-se dormir a pessoa, os efeitos
tomam-se muito superiores aos obtidos pelos mesmeristas, que nada
sabem a respeito de tais leis. A influência magnética e a fluídica atuam
conjuntamente e ambas emanam do operador para apoderar-se do
magnetizador. Além disso, é preciso ter em conta que o fluido magnético
pode atuar não só por suas propriedades fisiológicas, mas também pelas
psíquicas. Com efeito, para que possa acontecer a transmissão de uma
idéia, é necessário que os centros nervosos do paciente estejam saturados
de fluido. Então o cérebro cessa de estar em comunicação com o grande
simpático e o operador se apossa das células sensoriais e psicossensoriais,
que exercem a soberania do organismo cerebral.

As sugestões geradas na mente do magnetizador são recebidas pelas


células nervosas da pessoa e só prevalecem nos primeiro<estados da
hipnose, quando o subconsciente fica à mercê do operador a quem as
células obedecem com cega fidelidade. Numa palavra, durante as citadas
fases hipnóticas, a porção subconsciente da pessoa fica sujeita
absolutamente, à vontade do operador. Mas nos estados profundos da
hipnose (segunda fase do sonambulismo, o êxtase), a vida consciente do
indivíduo recobra o mando sobre as idéias e as sugestões já não são
possíveis. A porção consciente já se uniu à subconsciente. Neste caso
aparece a exteriorização da sensibilidade de um modo completo e o duplo
fluídico (corpo psíquico, corpo astral, perispírito, acrossoma etc.) pode se
reconstituir num outro plano.

Ao sair do corpo físico o duplo psíquicossensorial fica ligado a ele por um


prolongamento tão efetivo quanto invisível. 0 ser irradia por todas as
partes um fluido, uma aura que toca os seres que a rodeiam, e sobre a
qual cada um de nós se torna mais ou menos sensível. Não existe
nenhuma ilusão ou exagero nisto que foi dito. A fotografia revela a
existência de eflúvios que saem do corpo humano e que não podem ser
atribuídos ao calor ou à eletricidade. Este fluido, matéria radiante ou
agente magnético, não fica sob a percepção dos sentidos, porque sua
tenuidade é tanta que escapa completamente às nossas sensações
ordinárias. Só os sonâmbulos podem percebê-lo.

177
Tratando de apoderar-se da parte subconsciente do sujeito (o que não é
fácil em todas as ocasiões), o fluido do qual falamos intervém no fato.
Gerador da sugestão influencia previamente as células sensoriais e
psicossensoriais do indivíduo, depois do que projeta nelas o pensamento
sugestionador.

Em vista disto deduziremos a existência dos três agentes que se seguem:

1º) o magnetismo do sangue e dos nervos;


2º) a emissão consciente e controlada de nossas forças nervosas;
3º) um magnetismo superior.

Agentes que também podemos classificar assim:


1º) polaridade humana (ação, influência que uma pessoa exerce sobre a
outra);
2º) emissão nervosa (radiação do corpo humano, fluido magnético, indução
da sugestão).

A certa distância do sujeito o operador dotado de um grande dinamismo


fluídico (emissão nervosa) pode influenciar o paciente. Com efeito, sua
força psíquica, recolhida pela corrente do fluido dinamizado, incorpora-se
às células sensoriais e psicossensoriais do indivíduo, que já influenciado
segundo as leis da polaridade humana torna-se pronto para receber a ação
desta força psíquica. Portanto, a idéia que se incorpora às células
sensoriais e psicossensoriais é uma sugestão mental que põe o sujeito à
mercê do operador e, por conseguinte é à base do enfeitiçamento psíquico.
Nada é mais certo do que isto e a experiência comprova plenamente a
teoria. 0 operador que se faz dono das células sensoriais aniquila a parte
consciente do sujeito. Por isso, colocando o sujeito em fase de
inconsciência (toda vez que existe a substituição de vontade e de
pensamento) aquele pode abusar dos poderes adquiridos na medida dos
seus desejos.

ENCANTOS - Denominam-se assim certas palavras colocadas de modo que


formem frases de estrutura particular em prosa ou em verso. Estas
fórmulas mágicas diferem das invocações porque, ao contrário destas
últimas, não precisam da presença das potências celestes ou diabólicas
para surtir efeito. Os encantos possuem em si uma eficácia, uma virtude
capaz de produzir determinadas maravilhas sem que o mago precise
esperar, como nas invocações, que a potência acuda para executá-las.

Delrio cita um bruxo que ao acender uma lâmpada mágica obrigava todas
as pessoas presentes a dançar sem parar. "Esta espécie de encantamento -
diz ele - pratica-se ordinariamente por meio das palavras que obrigam o
diabo." 0 Grande Grimório ensina a encantar as armas de fogo fazendo com
que seu efeito seja infalível, dizendo enquanto as carrega: "Deus tenha

178
parte aqui e o diabo a saída", e quando for dispará-las, dizer cruzando a
perna esquerda sobre a direita: Nontradas ... Mathon. Amem, etc ... 0
número de palavras e fórmulas mágicas para encantamentos é enorme, e
as pessoas simples ainda depositam nelas sua fé servindo de joguete nas
mãos de pessoas inescrupulosas e falsas.

ENCARIT - A cal viva.

ENCHIRIDION - Grimório cujo título completo é: Enchiridion Leonis Papae,


e que se supõe ter sido enviado pelo papa Leão ao imperador Carlos Magno
como um presente muito raro. (Edição de Roma, 1670). É um ritual
mágico completo baseado nos arcanos da Clavícula de Salomão. Contém
muitas orações alegóricas cuja chave são os pentáculos da cabala
tradicional. É um dos manuais de magia onde está melhor conservada e
entendida a verdadeira tradição cabalística. Seu autor era sem dúvida um
perfeito iniciado da ciência secreta hebraica, que aproveitou suas luzes
para escrever um livro rigorosamente esotérico e de tendência benfeitora.

ENCRUZILHADAS - Lugar onde se cruzam dois caminhos. Nas


encruzilhadas, segundo se diz, os bruxos se reuniam com freqüência para
colocar aí suas oferendas ao diabo. Hoje em dia os espíritas devotos da
Umbanda e do Candomblé também deixam aí suas oferendas para os Exus
e pombas-gira. Mas, estes não são considerados diabos, são simplesmente
entidades que podem trabalhar tanto para o bem como para o mal,
dependendo do pedido do evocador.

EON (Aeon); Um termo gnóstico para Divindade Suprema; também um


ciclo de tempo denotando um período de aproximadamente 2.000 anos (no
Culto de Crowley). 0 presente Éon é o de Hórus, que começou em 1904.
Ele substitui o Eon de Osíris, que era tipificado pela ascensão e queda de
religiões como o Judaísmo e o Cristianismo. Anterior a este havia o Eon de
Ísis, a era pagã, do qual muitos elementos estão reaparecendo no presente
Éon.

EONES - Segundo os gnósticos, os eones são os seres chamados potências


celestes por outras doutrinas. Os eones procedem de Deus por emanação,
de maneira que do plerona (a divindade) saem a sofia (sabedoria), nous (a
inteligência), sigé (o silêncio), logos (o verbo), achamot (a prudência) etc. As
teorias gnósticas atribuem a formação do mundo a um eon, e um outro
eon foi o que veio à Terra sob o nome de Jesus. Filho de Deus. Da primeira
categoria de cones supõe-se que, sempre por emanação saíram outros e
outros, constituindo uma decrescente de potestades cujo enlace
harmônico governa o universo, sendo este a Pura e exata expressão da
vontade de Deus.

EPAR - 0 ar.

179
EPHODEBUTHS - 0 fim da operação que leva à pedra filosofal.

EPOPTAI - Palavra grega que significa vidente e também iniciado.

EQUINÓCIO DOS DEUSES: Um termo técnico denotando uma Mudança


de Éon quando uma nova influência é irradiada através da guirlanda
estelar (zodíaco) do Cosmos efetuando mudanças radicais na consciência
humana e em outras formas de consciência. 0 último Equinócio dos
Deuses ocorreu em 1904.

EROMANCIA - Um dos seis sistemas de adivinhação que eram mais


freqüentes entre os persas. Consiste no seguinte: o consultante tapa sua
cabeça e rosto com uni pano e segura nas mãos uma vasilha com água.
Então formula seu desejo ou sua pergunta. Se a água lhe parecer que está
fervendo, é prognóstico de que as coisas sairão bem.

ESCABIOSA (Succina pratensis) - Nasce em terrenos úmidos e argilosos.


Suas folhas e raízes são utilizadas em medicações sudoríferas, depurativas
e em muitos outros casos.

ESFINGE – É a chave velada da ciência oculta; é um conjunto de quatro


símbolos ligados na sua unidade: o corpo do touro, as asas da águia, as
garras do leão e enfim a cabeça humana. Este todo concretiza o
quaternário oculto: Saber, Querer, Ousar e Calar; estas quatro qualidades
representadas respectivamente: o saber pela cabeça humana, o querer ou
poder, pelo corpo do touro; a audácia pelas patas e garras do leão, o
silêncio, isto é, o saber calar-se até a realização do ato meditado, pelas
asas descidas sobre os flancos do touro.

ESOTÉRICO - 0 oculto. A verdade envolta em símbolos, parábolas,


alegorias, ritos, cerimônias etc. Os ensinamentos esotéricos só são
comunicados àqueles que se mostram dignos de possuí-los.

ESOTERISMO - Doutrina dos filósofos da Antigüidade reservada


exclusivamente aos iniciados. Pitágoras foi o criador deste termo.

ESPAGNET João de - Autor de duas obras de hermetismo: Enchiridion da


Física Restabelecida e Segredo da Filosofia Hermética. Ambas têm muita
importância sob o ponto de vista das operações alquímicas. Escreveu
também o prólogo da obra de Delancre: Tratado sobre a Inconstância dos
Demônios.

ESPIRITISMO - O Espiritismo é uma doutrina que trata da natureza, da


origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com a vida material.

180
Foi revelada por Espíritos Superiores e codificada (organizada) em 1857
por um professor francês conhecido como Allan Kardec.
Surgiu, pois, na França, há mais de um século. Traz em si três faces:
filosofia, ciência e religião (moral). Os adeptos da Doutrina Espírita são os
espíritas e suas práticas se baseiam no estudo das obras básicas da
Codificação e na assistência material e espiritual aos necessitados.
O Espiritismo possui cinco princípios básicos, de onde procedem todas as
suas práticas:

1 - A existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte.

2 - A reencarnação.

3 - A lei de causa e efeito.

4 - A comunicação entre o mundo material e espiritual.

5 - A evolução progressiva dos Espíritos.

ESPIRITOS - Entidades do mundo invisível que a magia divide em celestes


e infernais, segundo a sua procedência. 0 espiritismo também dá este
nome às almas das pessoas que já morreram, mas trataremos aqui apenas
dos espíritos mencionados nos livros de ensinamentos mágicos.

Os espíritos dividem-se em várias classes, sendo, portanto diversas as


suas faculdades e condições.

0 Espírito Supremo, ou Criador, é que tudo governa e rege, estando


sujeitas a ele, de um modo absoluto, todas as coisas criadas, sejam
materiais ou espirituais. Sob suas ordens diretas, e como chefes
principais, estão os espíritos superiores que comandam por sua vez os
médios e os inferiores. Cada espírito reúne qualidades e acepções
diferentes. Existem os celestes, os aéreos, os terrestres e os infernais,
denominando-se segundo suas condições de proteção, misericórdia,
tentação, do bem ou do mal. Cada um cumpre sua missão especial no
universo e todos rendem cultos e obediência ao Supremo Criador e
Espírito Soberano.

É regra geral em todas as religiões admitir como verdade a existência do


espírito do bem e do mal, fazendo-os antagônicos entre si. A ciência
sagrada da verdadeira magia não pode admitir isso pela simples razão de
que o bem e o mal são o complemento de todas as coisas. Assim como não
existe prazer sem dor, é necessário que exista em toda a criação o absoluto
e o relativo, que e o seu complemento. Pode-se assim garantir que o bem
está unido ao mal, a sorte à infelicidade, a tristeza à alegria, a vida à

181
morte, o espírito à matéria, a alma ao corpo, o calor ao frio, a luz à
obscuridade etc. Os espíritos podem ser individualmente bons ou maus,
da luz ou das trevas, mas todos cumprindo a missão que lhes foi atribuída
em sua criação. Durante os trabalhos pode-se invocar a todos, mas
definindo claramente a qualidade a que pertencem, segundo a espécie dos
pedidos a serem feitos.

Deve-se levar em consideração que os espíritos bons sempre dominam os


maus, e que o sinal-da-cruz, chamado de símbolo da redenção, tem
virtude e força sobre todos os maus espíritos, que não podem resistir à sua
visão. Mas, para a invocação dos espíritos da luz ou celestes, também a
cruz não deve ser usada por ser para eles um sinal de grande veneração e
respeito, deixando-os extasiados e subjugados, sem que prestem atenção a
nenhuma outra coisa. Por isso a cruz deve ser extirpada de todas as
cerimônias mágicas, podendo ser usada apenas nos exorcismos ou nas
invocações dos espíritos celestes superiores e principais. Feitas estas
advertências, vamos indicar as diferentes hierarquias e nomes dos
espíritos aos quais deverão ser feitas as invocações, segundo a experiência
que se queira executar.

0 Espírito Supremo é o Criador de tudo e ninguém exerce mando sobre ele,


devendo-lhe todos obediência, submissão e respeito. Seu poder é tão
imenso que não existe nem um átomo em toda a criação onde seu
misterioso fluido não chegue. Tudo é vivificado com a essência divina do
seu ser, e mesmo que a matéria morra, aparentemente, serve sem dúvida
para desenvolver novas vidas e produzir novos seres. Dele derivam todos
os outros espíritos, que na realidade não passam de partes do grande todo.
Por isso a ciência mágica demonstra que, mesmo se dividindo em diversas
classes, os espíritos voltam a se identificar com ele, à medida que vão se
aperfeiçoando e depois de cumpridas suas missões.

Espíritos superiores são aqueles considerados em primeiro plano e que


possuem poder de comando sobre os que se acham na escala inferior.

0 primeiro de todos é Adonay, chamado Anjo da Luz. Ele recebe


diretamente do Criador as ordens que devem ser transmitidas a todos os
outros. Logo abaixo dele, e com poderes idênticos, estão Eloim e Jeová,
que acatam as ordens de Adonay, para transmiti-las aos espíritos
encarregados de executá-las. Em seguida, conforme a hierarquia, vêm
Mitraton, Azarel, Astrochio, Eloy, Milech, Ariel e Zenatog, que também
possuem diversos outros espíritos sob seus comandos.

Existem sete governadores que têm cargo sete funções diferentes. Seus
visíveis são: Aratron, Bethor, Phaleg, Och, Hageth, Ophiel e Phul, aos
quais se atribui:

182
1º) - a Aratron, o poder de transformar e transmutar os elementos, como
por exemplo: o carvão em ouro e o ouro em carvão; ensina a alquimia, a
magia, a física, torna qualquer pessoa ou coisa invisíveis e concede a
longevidade;

2º) - a Bethor, a concessão de altas dignidades; estabelece uma relação


estreita com os homens e os espíritos, que lhes dão respostas verídicas.
Transporta os objetos de um lugar para outro. Concede pedras preciosas e
prolonga a vida, humana até aos setenta anos, contando com a permissão
de Deus;

3º) - a Phaleg, os atributos de Marte. Governa a paz e eleva as pessoas,


que receberam o seu sinal, aos mais altos postos;

4º) - a Och, a presidência nos atributos do Sol; dá saúde e vida longa,


distribui a sabedoria, ensina a medicina e concede a faculdade de
converter todas as substâncias em ouro puro e pedras preciosas;

5º) - a Hageth, sob a influência de Vênus, concede extraordinária beleza às


moças e muda o cobre em ouro e vice-versa;

6º) - a Ophiel, o poder da transmutação dos metais pela influência de


Mercúrio. Transforma o mercúrio em ouro, coisa que é tida como o maior
prodígio do saber alquímico e que é chamada de "pedra filosofal";

7º) - a Phul, o governo das regiões lunares. Seu poder é grande na cura
dos hidrópicos, transforma os metais em prata e protege os navegantes.
Concede trezentos anos de vida.

Em magia negra é pouco ou quase nulo o uso dos sinais ou marcas dos
espíritos celestes, pois compreende-se que a estes não se pedem pelas
artes da bruxaria aquelas coisas que se pedem aos gênios infernais. Por
isso, depois de citar os espíritos celestes, vamos acrescentar nesta relação
os poderes e os signos dos seis chefes de legiões ou espíritos negros, aos
quais a maioria dos bruxos pede proteção.

0 sinal número um é a marca de belzebu, chefe de todos os demônios e


protetor especial das feitiçarias e de todas as espécies de malefícios. Sua
paixão é o ódio. Sua cor é a negra. Seu lugar predileto é onde exista a dor,
as lágrimas e a morte. Sua hora, a meia noite. Sua planta, a cicuta. Seu
perfume, o da pimenta queimada na fogueira das invocações.

0 número dois é a marca de Leonardo, dono e senhor de bruxos e bruxas.


Aparece no sabá sob a forma de bode. É o protetor dos filtros maléficos e
dos excessos eróticos, onde existam o incesto, a sodomia, a bestialidade e
outras cenas deste tipo, que são oferecidas a ele como ato de reverência.

183
Sua paixão é a luxúria e a cólera. Sua cor, o pardo. Seu lugar predileto, os
locais onde aconteçam cenas de sangue e de libertinagem. Sua hora é a
primeira depois da meia-noite às terças e sextas-feiras em lugares onde
nem a luz das estrelas chegue, como por exemplo sob os ramos das
árvores e nos bosques mais espessos. Sua planta, a mandrágora. Seu
perfume, o sangue de qualquer animal que tenha a pele negra.

0 número três é o de Nickísa, que domina o elemento líquido e promove os


transbordamentos, inundações, as catástrofes marítimas e outros
sinistros. Sua paixão é a inveja; sua cor, o verde-azulado e o cinza-
esverdeado. Seu lugar predileto são as rochas da costa e as praias
desertas. Sua planta, o cogumelo venenoso. Seu perfume, a resina de
pinho.

0 número quatro corresponde a Gob, que domina no elemento terra e nas


coisas subterrâneas, provocando os movimentos sísmicos, a expansão dos
gases asfixiantes; dá propriedades mortais às substâncias venenosas;
preside ao desenvolvimento e à propagação da peste e outras epidemias,
intervindo nos acontecimentos desgraçados da vida humana, fomentando
as paixões da avareza, o orgulho e a crueldade. Sua paixão é a avareza.
Sua cor, a de terra suja, esverdeada e também avermelhada. Seu lugar
predileto, os subterrâneos e as galerias de minas. Sua hora, o anoitecer
das segundas-feiras. Sua planta, as raízes venenosas. Seu perfume, as
folhas da arruda.

0 número cinco pertence à Peralda, que domina no ar. Promove furacões,


ciclones, combinando com Nickisa para provocar chuvas torrenciais, com
Gob para espalhar doenças infecciosas e tornar certos lugares inabitáveis,
com Djim para dirigir o raio onde ele possa espalhar a destruição e a
morte. Sua paixão é a cólera. Sua cor, o cinza-azulado sujo. Seu lugar
predileto, os cumes das montanhas. Sua hora, as últimas dos dias frios e
nublados. Sua planta, o acônito, e o perfume, as maçãs de cipreste.

A Djim corresponde o número seis. É o senhor infernal do fogo. Em


sociedade com Gob, provoca os terremotos com chamas ardentes e lavas,
assim como todas as erupções vulcânicas. É a causa dos incêndios e das
explosões, instigando o homem para a guerra. Protege e dirige o braço do
assassino, do homicida, sendo o causador destes tiros e ferimentos
considerados acidentais. Sua paixão é a destruição de tudo que tenha
vida. Sua cor, o vermelho-amarelado e azulado. Lugar predileto: onde haja
fogo e principalmente nos vulcões. Sua hora, a meia-noite das terças-
feiras, com preferência havendo tempestades. Sua planta, o eufórbio, e
perfume: a pólvora.

ESPIRITOS ELEMENTAIS – Denominam-se assim as quatro ordens de


entidades cuja existência nos elementos é reconhecida pelas doutrinas

184
cabalísticas. Correspondem: ao fogo, as salamandras; ao ar, os silfos; às
águas, as ondinas ou ninfas e a terra, os gnomos.

ESPIRITOS ELEMENTARES - São espécies de entidades do mundo astral,


que permitem ao mago verificar as mais surpreendentes evocações e que
costumam manifestar-se, quando casualmente encontram um meio de
condensar sua estrutura fluídica. Encontram uma excelente ocasião
durante as sessões espíritas, e costumam ser a verdadeira causa de
muitos fenômenos que se supõem originados pelos espíritos. As larvas
fluídicas não passam de espíritos elementais que rodeiam todo ser
humano e que têm um corpo aéreo, formado pelos vapores do sangue.
Como se formam estas larvas? A tradição mágica sustenta que são os
filhos da solidão de Adão, nascidos de seus sonhos, quando desejava a
mulher que o Senhor ainda não lhe tinha concedido.

Quando estão bastante condensados para serem vistos, tornam-se uma


espécie de vapor colorido pelo reflexo de uma imagem. Não têm vida
própria, mas imitam a vida de quem os forma ou invoca, assim como a
sombra imita o corpo. Produzem-se especialmente ao redor das pessoas
idiotas ou que se entregam a atos solitários ou imorais. Daí a razão pela
qual os magos condenam os atos solitários do prazer.

A coesão das partes do seu corpo fantástico é muito débil, temendo por
isso o ar muito forte, o fogo e a ponta de qualquer arma ou seu corte.

Convertem-se numa espécie de apêndices vaporosos do corpo real dos


seus pais, já que não vivem senão a vida daqueles que os criaram ou os
invocaram. Assim, essas larvas absorvem o calor vital das pessoas sadias e
esgotam rapidamente as forças das que são fracas. Disto nasceram as
histórias e lendas de vampiros; histórias que infelizmente às vezes são
reais e comprovadas. Por isso também é que ao nos aproximarmos de um
médium (pessoa obcecada pelas larvas) sentimos um esfriamento geral na
atmosfera. Essas larvas devem sua existência apenas às mentiras das
imaginações exaltadas, e aos desajustes mórbidos dos seres que se
entregam aos prazeres sensuais, principalmente à masturbação, à
pederastia, nunca se produzindo na presença de uma pessoa que sabe e
pode rasgar o véu que encobre sua origem, e revelar o mistério de sua
procedência.

ESSÊNIOS - Seita esotérica do judaísmo; possuidores da tradição


cabalística que aplicavam à interpretação dos livros sagrados. Em suas
reuniões, desenvolviam as faculdades superiores da vidência e da
inspiração profética. 0 ingresso entre os essênios era sujeito a uma longa
iniciação, cheia de provas morais que evidenciassem a firmeza, a
paciência, a reserva e o desprezo de toda a vaidade e de todo o luxo do

185
discípulo desta escola. Segundo vários autores, o mestre Jesus Cristo
estudou com os essênios.

ESTRAMÔNIO (Datura stramonium) - Conhecida vulgarmente como


figueira do inferno. Cresce em lugares incultos, arenosos e entre os
escombros. Suas folhas são amargas e desprendem um cheiro
nauseabundo. Pode ser usada como medicamento de diversas formas. Mas
por ser seu uso muito perigoso aconselhamos apenas que usem suas
folhas secas na fabricação de cigarros contra a asma. Botânica Oculta:
esta solanácea tem um grande uso em magia negra. Por isso, foi apelidada
pelos franceses de "figueira do diabo". Planeta: Saturno.

ESTRELA PENTAGONAL - Pentagrama, estrela flamejante. A estrela de


cinco pontas é um dos símbolos da magia que sempre aparece em diversos
ritos. Sua colocação, ou seja, a maneira de orientar suas pontas significa
algumas vezes operação de magia branca, e em outras, de magia negra.
Com uma ponta para cima, significa teurgia, e concita as influências
celestes, que por seu poder mágico virão em apoio do mago. Com uma
ponta para baixo, significa Goetia, e conforme as intenções do invocador
atrai as influências astrais maléficas.

Símbolo necessário em todas as operações mágicas, obrigatoriamente


precisa ser composto por todos os metais, e em sua consagração devem
intervir todos os elementos. Para iniciar a consagração, deve-se soprar
cinco vezes, uma em cada ponta, aspergindo outras cinco vezes com água
lustral. Seca-se na fumaça dos cinco perfumes, a saber: o incenso, a
mirra, o aloés, o enxofre e a flor de cânfora. Sopra-se outras cinco vezes,
pronunciando-se cada vez um dos nomes dos cinco gênios: Gabriel, Rafael,
Anael, Samael e Orifiel. Coloca-se em seguida no chão, virando as pontas
sucessivamente para o norte, o sul, leste e oeste, pronunciando ao mesmo
tempo, e em voz alta, as letras iod, he, vau, e em voz baixa os nomes aleph
e tau. Depois deve ser colocada sobre o altar das invocações, rezando as
preces dos silfos, das ondinas, salamandras e gnomos, aspergindo-a
novamente outras cinco vezes e secando-a na fumaça dos cinco perfumes.
A missão principal do uso do pentagrama é testemunhar a obra que se
está fazendo. Se for uma ação de luz, a ponta única da estrela estará
voltada para cima, e se for uma ação das trevas a posição será invertida.
Eliphas Levi tem a seguinte citação em seu Dogma e Ritual da Alta Magia:

"0 pentagrama é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. É a


estrela dos magos. 0 signo do Verbo feito carne, e, segundo a direção dos
seus raios, este símbolo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a
ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João, ou o
bode de Mendes. É a iniciação ou a profanação. E lúcifer ou vésper. A
estrela matutina ou vespertina. Maria ou Lilith. A vitória ou morte, e a luz
ou a sombra. Elevado no ar, com as duas pontas para cima, o pentagrama

186
representa satã ou o bode da missa negra. Com apenas um dos raios para
cima, e o Salvador. 0 pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro
membros e uma única ponta que deve representar a cabeça. Uma figura
humana, de cabeça para baixo, representa naturalmente o demônio, ou
melhor, a subversão intelectual, a desordem e a loucura. Se a magia e uma
realidade, se esta ciência oculta é a verdadeira lei dos três mundos, esse
signo absoluto, antigo como a história ou mais do que ela, deve exercer
uma influência incalculável sobre os espíritos desprendidos de sua
envoltura natural. 0 signo do pentagrama chama-se também signo do
microcosmo e representa o que os cabalistas do livro de Sohar chamam de
"o microprosopo". A completa inteligência do pentagrama é a chave dos
mundos. É a filosofia e a ciência natural absoluta. 0 signo do pentagrama
deve ser composto dos sete metais, ou pelo menos ser traçado com ouro
puro sobre o mármore branco.
Traçado em linhas luminosas no vidro, por meio de uma maquina elétrica,
exerce também grande influência sobre os espíritos e aterroriza os
fantasmas.

Como se vê, todos os mistérios da magia, todos os símbolos da gnose,


todas as figuras do ocultismo, todas as chaves cabalísticas da profecia se
resumem no signo do pentagrama, que Paracelso proclama como o maior e
mais poderoso de todos os signos.

ÉTER – Entre os esoteristas designa a Luz Astral, que é a fonte de todas as


energias.

EURINOME - Demônio de categoria elevada, também chamado de


"príncipe da morte" por vários demonólogos. Apresentam sua figura com
um aspecto horroroso, repugnante, e com uma forma humana
monstruosa, com o corpo todo coberto de chagas. A expressão do seu rosto
é feroz, contraído pelo ódio inextinguível, mostrando duas fileiras de
dentes enormes e agudos. Gosta de carne morta e podre, que come com
uma avidez bestial.

EVESTRUM - Esta palavra significa que a pedra filosofal está a ponto de


se realizar.

EVOCAÇÕES - Atos do ritual da magia. Consiste em pronunciamentos de


fórmulas, acompanhadas de cerimônias particulares, que têm por
finalidade atrair e obrigar as entidades invisíveis a prestarem sua ajuda ao
evocador.

EXORCISMO - Exorcizar é dirigir contra um a vontade de muitos. Evocar é


atrair ou se colocar em relação mental com o ser evocado. E conjurar é
jurar, fazendo um ato de fé comum. Os magos exorcizavam, evocavam e
conjuravam os princípios dos quatro elementos, porque desse modo

187
preparavam e garantiam o êxito de suas operações. 0 modo como faziam
isso é o mesmo usado nos templos católicos pelos sacerdotes, pois o
transcendental da magia ainda é conservado e perpetuado pela Igreja. A
caldeirinha de água lustral (água benta), o hissopo e a cruz ansata, o
turíbulo são instrumentos indispensáveis nestas operações.

EXOTÉRICO - Ao contrário de esotérico, é todo o externo de uma crença,


doutrina ou opinião. É a parte que os entendidos em determinados
ensinamentos entregam ao domínio de todos. Assim, conta-se que
Pitágoras dividia seus discípulos em duas classes, guardando para os
esotéricos a parte mais profunda de sua filosofia.

ÊXTASE - Este fenômeno é muito conhecido, principalmente entre as


pessoas que, tendo a imaginação muito fértil, são suscetíveis às sugestões.
0 êxtase geralmente é produzido por influências magnéticas que agem
sobre nós. Pode ser parcial ou total. Se for o primeiro, a pessoa pode ter
sua imaginação abstraída, de certo modo, de tudo o que a rodeia, mas
percebe os sons e tudo o que acontece ao redor, ainda que não preste
atenção neles. Quando o êxtase é total, o sujeito permanece insensível aos
estímulos do exterior.
Segundo a ciência, o êxtase é produzido por uma exaltação cerebral que
pode ser causada pela ingestão de narcóticos, influência, hipnose ou
superstições religiosas. Durante o acesso, o corpo permanece imóvel e
insensível às dores mais vivas, às queimaduras, picadas e lacerações.

EXTERIORIZAÇÃO - Certos fatos assombrosos do hipnotismo, estudados


profundamente por De Rochas, deram soluções científicas a importantes
questões da magia, e entre elas a possibilidade do embruxamento e dos
fenômenos oferecidos por alguns médiuns espíritas. Estes fatos receberam
o nome de exteriorizações da sensibilidade, da produtividade e da força
motriz, segundo sua classe, e já se constituem uma verdade científica,
positivamente adquirida, que certamente será a base de outras
descobertas não menos assombrosas.

Baseando-se no fato já comprovado de que, em determinados graus da


hipnose, os sujeitos são insensíveis organicamente (anestesia), ou
sumamente sensíveis (hiperestesia) à vontade do hipnotizador, De Rochas,
Richet e outros tentaram a exteriorização da sensibilidade, e obtiveram
resultados bastante satisfatórios.

De Rochas cortou uma mecha de cabelos de um sujeito, de sua nuca, e


adaptou-a no mesmo lugar num boneco de cera, que tinha feito para
realizar a experiência. 0 sujeito foi submetido ao sono hipnótico, e sua
sensibilidade, transferida para o boneco, que foi entregue a um seu
ajudante. Este levou-o para uma outra casa, com ordens para que, depois
de algum tempo, no momento em que quisesse, arrancasse os cabelos do

188
boneco como bem entendesse, mas tomando nota do momento exato, da
operação. 0 ajudante se retirou, e De Rochas e outros assistentes
acordaram o paciente pouco depois. Mantiveram uma conversa
descontraída e informal durante certo tempo, até que num dado momento
o sujeito interrompeu a reunião com um ai, dizendo que alguém lhe tinha
arrancado um cabelo na nuca, levando a mão ao local. Persuadido de que
ninguém lhe tinha encostado, continuaram a reunião. Depois, em
intervalos diferentes, por mais três vezes, o sujeito se queixou com
idênticas exclamações e pelo mesmo motivo. Mais tarde, ao compararem a
hora e os fatos, viu-se que tudo coincidia exatamente com as
manipulações do ajudante, em cumprimento às ordens recebidas.

Richet comprovou diversas vezes que os sujeitos em estado de letargia, que


perdem toda a sensibilidade orgânica, percebem nitidamente a sensação
correspondente, mas fora do corpo. Para prová-lo, picou e queimou várias
vezes as carnes de pessoas, sem que estes dessem o menor sinal de dor.
Mas ao contrário, ao aplicar um fósforo aceso numa zona atmosférica que
variava entre 20 centímetros e 5 metros, ou ao picar esta região com um
alfinete, as pessoas sentiram a queimadura e a picada. Depois destas
experiências, é impossível negar-se a exteriorização da sensibilidade. A
mesma coisa acontece com a exteriorização da percepção.
Não só um, mas diversos pesquisadores provaram que, em certo grau de
sonambulismo, a pessoa pode ver atrás, pelas mãos, pelos pés, ou mesmo
por nenhum dos órgãos do corpo, mas fora de si e a distâncias imensas.
Estes fenômenos, segundo suas espécies, podem ser de clarividência e
clariaudiência.

EZEP - 0 que tem relação com o ouro.

EZIMAR - Flor de cobre.

189
190
Fênix

FAAL - Nome que os habitantes de San Juan de Acre dão a um repertório


de observações astrológicas que consultam frequentemente e no qual
depositam uma fé extraordinária. 0 Faal contém detalhes muito curiosos e
interpretações particulares, associadas a outras de origem muito remota e
que ainda sobrevivem nos países orientais.

FACINUM - 0 cobre.

FAIRFAX Eduardo - Poeta inglês do século 16 que escreveu um livro


intitulado A Demonologia. Uma obra sem grandes méritos, mas que, ao
tratar dos costumes e processos dos bruxos da Inglaterra, revela detalhes
de comprovada importância.

FAQUIR – Asceta ou penitente hindu que no dizer de muitos viajantes é


capaz de produzir prodígios; tais como demonstrado no livro de Papus
fazer germinar uma semente obtendo uma planta de alguns centímetros
em poucas horas, ou ainda abrir cortes que cicatrizam imediatamente.
Muitos fenômenos do faquirismo são simples sugestões coletivas. Em
árabe a palavra quer dizer mendigo.

FARFADET - Duende.

FASCINAÇÃO - A fascinação às vezes é um aspecto da sugestão, e neste


caso os resultados são os mesmos. Para sugestionar, e indispensável usar
a linguagem oral ou escrita, de preferência a primeira. Para fascinar, é
preciso impressionar com o olhar, de uma maneira brusca, cintilante,
fugaz ou prolongada, conforme o caso. Tem-se dito com razão que o olhar

191
exprime tudo: então, através dele, as idéias que fundamentam a sugestão
podem ser expressas, e assim sugestionar.

"Este olhar me impressionou... ou, este olhar atacou-me os nervos" -


dizemos às vezes com muita exatidão. Mas por que nos impressionou ou
por que nos atacou os nervos? Simplesmente porque com ele nos foi
transmitida uma força que nos emocionou. Porque esta força
vigorosamente ativa fez com que nossos órgãos sensoriais vibrassem num
ritmo diferente do normal.

FÉ – É o verdadeiro poder mágicko pelo qual realizamos as coisas. Sem


este poder nada pode ser realizado. A fé não se baseia na compreensão
intelectual, mas na verdadeira compreensão espiritual. Ela não é a crença
num poder exterior, mas sim a consciência interna da posse de um poder.

FEITIÇO – encantamento, embruxamento feito com o objetivo de exercer


influências sobre outra pessoa, pode ser feito tanto para o bem como para
o mal.

FEL DRACONIS - Mercúrio. Estanho.

FÊNIX - Pássaro fabuloso e simbólico, que possuía a propriedade de


renascer de suas próprias cinzas. Às vezes, refere-se à pedra filosofal, e
outras, à reencarnação periódica da alma.

FÊNIX - Grande dignitário da corte infernal: aparece aos homens sob a


forma de uma imensa ave, fênix, que f ala com voz de criança. Possui o
segredo de todas as ciências, e e preciso invocá-lo aos acordes de uma
música melodiosa, ou cantando. Tem fama de ser bem intencionado e
pouco propenso a enganar os que o evocam capaz de agir beneficamente,
porque espera que dentro de pouco tempo chegará a hora de regressar aos
céus.

FETICHE - Ídolo ou objeto de culto supersticioso.

FICIN Marsílio - Filósofo do século 15 e autor de várias obras de ciências


ocultas que hoje são muito difíceis de se encontrar. Nelas, Ficin demonstra
que estava muito a par dos segredos mais importantes do esoterismo.

FIDA - Prata fundida.

FILIUS UNICUS DEI - A pedra filosofal.

FILÓSOFOS DO FOGO - Nome dado aos filósofos herméticos e alquimistas


da Idade Média e também aos irmãos rosa-cruzes.

192
FILTROS - Beberagens ou misturas mágicas cuja finalidade é excitar a
paixão amorosa das pessoas que as ingerem em favor daquelas que as
aplicam. Em sua composição, entram determinadas substâncias
procedentes dos três reinos da natureza, substâncias que possuem uma
ação mágica e particular, para fazer surgir um ardor inextinguível no mais
apagado temperamento.

FINLANDESES - Naturais da Finlândia, aos quais uma tradição muito


difundida atribui aptidões congênitas de feiticeiros e videntes. A vidência é
certamente na Finlândia um fenômeno freqüentíssimo, diversas vezes
comprovado por viajantes que ali estiveram.

FISIOGONOMIA - Adivinhação de caráter pelas formas do rosto.

FLAGAE - Nome dado por Paracelso a uma espécie de gênios que velam
por nós.

FLAMEL Nicolas - Célebre alquimista do século 14. Pessoa


competentíssima em várias ciências e artes, tendo sido escritor,
matemático, arquiteto, pintor, poeta e outras mil coisas que não o tiraram
da pobreza. De uma hora para outra, foi visto esbanjando riquezas que,
segundo confessou, foram conseguidas pela descoberta da pedra filosofal.
Atribuem-se a Flamel as seguintes obras: Transformação Metálica, 0 Livro
das Seis Palavras, Esclarecimentos sobre a Pedra Filosofal para Fazer a
Transmutação dos Metais, Música Química, e diversos outros trabalhos
herméticos.

FLAURUS - Demônio da alta hierarquia que aparece sob a forma de um


leopardo, com uma cabeça horrível de pessoa. Conhece o passado, o
futuro; é inimigo dos exorcistas e manda em 20 legiões de diabos.

FLORES - Matéria da pedra ao vermelho. Também significa óxidos.

FLOS MARIS - Esperma de baleia.

FLOS SECTAE CRAE - A flor de açafrão.

FLUIDO UNIVERSAL – Plasma divino, hausto do Criador, elemento


primordial em que vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres. É o
princípio material do universo, do qual se derivam todas as coisas
materiais mediante alterações e combinações ainda insondáveis. As
matérias derivadas do fluido universal apresentam-se nos estados sólido,
líquido, gasoso e no estado fluídico propriamente dito, também chamado
de fluido espiritual, tanto que, enquanto os três primeiros podem ser
manipulados pela mão do homem, o último é sensível ao poder do
pensamento e da vontade dos Espíritos.

193
FLUÍDO VITAL - Uma das modificações mais importantes do fluido
universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que
movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Podemos dizer que
ele é responsável pela animalização da matéria. É ele que dá vida a todos
os seres que o absorvem e assimilam. A matéria sem ele não tem vida
assim como ele sem a matéria não é vida. Quando os seres orgânicos
perdem a vitalidade, por ocasião da morte, a matéria se decompõe
formando novos corpos e o fluido vital volta à massa, ao todo universal,
para novas combinações e utilizações no Universo. Cada ser tem uma
quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações
dependem de uma série de fatores. Allan Kardec nos instrui sobre o
assunto em O Livro dos Espíritos.

FOEDULA - A espuma.

FOGO - Os rosa-cruzes, os hermetistas e os discípulos de Zoroastro


consideram o fogo como símbolo da divindade. Esotericamente o fogo é o
único elemento cósmico. Daí as denominações de fogo fluídico (ar), fogo
líquido (água), fogo sólido (terra) e fogo sideral (fogo).

FOGO BRANCO - Termo cabalístico equivalente a Ain-Soph.

FOGO DE CINZAS - Em alquimia equivale a banho-de-areia.

FOGO NEGRO - Termo cabalístico aplicado à sabedoria e à luz absoluta.

FOGO NOVO - Cerimônia que se celebra no sábado santo em memória da


ressurreição de Cristo. Para os antigos rosa-cruzes, era uma grande
festividade.

FOGO VIVENTE - Em linguagem mística significa divindade. Expressão


usada pelos rosa-cruzes ao se referirem à vida espiritual.

FOHAT – A força do pensamento subjetivo que liga a matéria ao espírito;


no homem é a energia mental que materializa o pensamento. (Sânscrito)

FOREAS - Demônio de grande poder e prestígio infernal. Aparece sob a


forma de um homem montado a cavalo, brandindo uma lança aguda.
Conhece as virtudes das plantas, das pedras preciosas, e faz com que seus
protegidos tenham o dom da invisibilidade e o de encontrar tesouros
escondidos.

FORMA PENSAMENTO – Elemental artificial produzido pelo pensamento


humano. Todo pensamento produz uma entidade viva, que tem como
corpo a essência elemental e como vida animadora o pensamento. A

194
duração da forma criada depende da força de impulsão que lhe deu
origem, a clareza de seus contornos depende da precisão do pensamento e
sua cor varia conforme a natureza do pensamento.

FORNEUS - Demônio cuja missão especial é a de proteger fielmente


aqueles que conquistam sua amizade por meio de um pacto. Fiel
cumpridor do que promete, nunca engana a quem o evoca, pedindo em
troca apenas obediência durante a vida, deixando a alma livre, quando
chega o momento da morte.

FRENOLOGIA - Também chamada de craniologia e cranioscopia, tem


como objeto de estudo o seguinte: determinar as funções do cérebro em
geral, e de suas diversas partes em particular, destinadas pela natureza a
revelar as diferentes disposições e inclinações de uma pessoa, por meio
das protuberâncias e depressões do seu crânio.
Existe, com efeito, entre os crânios humanos, considerados
separadamente, diferenças tão profundas que podem ser percebidas com
um simples olhar. 0 crânio alemão, por exemplo, reúne todos os caracteres
da raça europeia. E esses caracteres são tão acentuados que não podem
passar despercebidos a ninguém. A sua parte posterior é muito mais
desenvolvida que a parte anterior. A forma frontal é notavelmente
inteligente e corresponde às melhores condições que temos descrito sobre
a fisionomia da frente. A calma, a reflexão, a atividade ajuizada deveriam
ser as qualidades dominantes do homem a
quem pertence este crânio. Que diferença notável entre este crânio e o de
um índio! Examinando-se os dois, percebe-se na hora a superioridade
intelectual do europeu e os principais caracteres desta superioridade. A
abóbada do crânio é mais alta e muito menos desenvolvida. Mas o que
mais choca no crânio do índio é a força extraordinária das mandíbulas e
de todos os ossos da cara, que contrastam neste ponto com a finura e
relativa delicadeza dos mesmos ossos europeus.
O crânio do africano, ainda menos desenvolvido que o do índio, está a uma
enorme distância do europeu. O exame deste crânio mostra a causa do
aplainamento do nariz e da grossura dos lábios avultados, assim como a
proeminência das maçãs do rosto, caracteres gerais da fisionomia dos
negros. A desproporção é evidente entre a fronte e as outras partes do
perfil, e considerando isto, menos a fronte, vê-se que é de um homem
inteligente, mas a fronte, que é bem desenhada, compensa este defeito. Por
isso, vemos muitos negros às vezes apresentando uma inteligência mais do
que regular, graças a uma boa educação.
Entre os antigos, parece que nenhum naturalista se ocupou com o valor
frenológico da força do crânio, e somente Andrés Vesalie, o célebre
anatomista do século 16, é o único, entre os modernos, anteriores a
Lavater, que parece ter vislumbrado o fato. Segundo ele, a forma normal
de um crânio é a do europeu, de proporções mais regulares, devendo ter

195
pertencido a um homem sensato e de talento, favorecido com dotes mais
felizes.

Vesalie considera como a primeira forma não-natural do crânio o conjunto


curvado e a brevidade de abóbada craniana, que de notam faculdades
muito mais limitadas.

Já dissemos que o crânio apresenta protuberâncias, exteriores que


correspondem às partes ou porções do cérebro que indicam as diversas
disposições, faculdades ou inclinações inatas, chamadas por Gall de
órgãos especiais. As 27 faculdades fundamentais que estas protuberâncias
indicam são estas:
1º - Propagação. 2º - Amor de progenitura. 3º - Afetividade. 4º - Defesa
pessoal. 5º - Assassinato. 6º - Astúcia: propensão ao roubo. 7º -
Propriedade. 8º Orgulho. 9º - Vaidade. 10º - Circunspeção. 11º - Memória
dos fatos. 12º - Memória dos lugares. 13º - Memória das pessoas. 14º -
Memória das palavras. 15º Filologia. 16º - Pintura. 17º - Música. 18º -
Matemáticas. 19º - Sentimento das artes. 20º - Sagacidade comparativa.
21º - Espírito metafísico. 22º - Espírito de causticidade e agudeza. 23º -
Nume poético. 24º - Benevolência e justiça. 25º Talento de imitação ou
mímica. 26º Religiosidade. 27º - Firmeza de caráter.
1º - Propagação. 0 lugar do instinto da propagação está no cerebelo, e não
nos órgãos reprodutores, como se crê comumente. 0 cerebelo não existe
nos animais que se reproduzem sem união. Este órgão não se desenvolve
até a idade de 12 anos, nas crianças de ambos os sexos, quando então a
parte inferior do crânio se alarga, por assim dizer, para dar lugar ao
cerebelo.
2º - Amor de progenitura. Imediatamente acima do cerebelo está colocado
o órgão do amor de progenitura. Este amor, cujo órgão se manifesta
exteriormente pela protuberância do instinto materno, é mais acentuado
na mulher do que no homem. Esta é a razão por que, em geral, o crânio da
mulher é mais comprido em proporção à largura. Esta protuberância
encontra-se contígua à do instinto de propagação, do qual parece ser uma
espécie de dependência.
3º - Afetividade. A protuberância que corresponde ao órgão da amizade, da
afetividade, ou, em outros termos, à disposição para amar o próximo, é a
continuação da do amor de progenitura, e uma das que, desgraçadamente,
são menos pronunciadas no crânio humano. Existem pessoas que não a
possuem, como os egoístas, os avaros e os tiranos.
4º - Defesa pessoal. 0 órgão da defesa pessoal, também chamado de
protuberância da tendência combativa, é tão comum no homem como é
raro o do amor ao próximo. Ela se encontra na parte posterior da cabeça,
ao nível das orelhas: esta parte é sempre mais larga nos valentes do que
nos covardes.
5º - Propensão ao homicídio. Não muito longe da anterior, justamente
atrás das duas orelhas, existe uma protuberância felizmente muito rara.

196
Quando ela existe, reconhece-se facilmente sua forma esférica, que denota
o instinto de destruição sob todas as formas.
6º - Astúcia e sagacidade. A protuberância dessas qualidades está situada
acima e um pouco adiante da do instinto sanguinário. Estende-se para
frente sob a forma de uma proeminência arqueada que termina a uns três
centímetros do arco das sobrancelhas.
7º - Avareza. Propensão ao roubo. A protuberância do roubo, sumamente
desenvolvida num grande número de pessoas, consiste numa
proeminência de forma oblonga, que começa ali onde termina a da astúcia,
estendendo-se até à borda externa da arcada superior da órbita do olho.
Ocupa o mesmo lugar e tem a mesma forma nos animais dotados de um
alto grau do instinto de armazenamento e do sentimento de propriedade,
como se pode ver nas ratazanas, nas raposas etc.

8º - Sentimento de propriedade. A protuberância da paixão pela


propriedade é diferente da do roubo,
9º - Orgulho. É uma das protuberâncias mais freqüentes em todas as
raças humanas. Está situada em cima da cabeça, no centro da parte
superior do crânio, e não pode dominar além de certos limites, sem
provocar a alienação mental.
10º - Vaidade. A protuberância da vaidade, mais freqüente que a do
orgulho, consiste numa proeminência muito saliente à direita e à esquerda
dos parietais, inteiramente diferente da do orgulho.
11º - Circunspeção. Esta faculdade se manifesta por uma protuberância
muito larga, situada na parte posterior e superior do crânio. 0 excesso do
desenvolvimento da circunspeção leva à timidez e à covardia às vezes.
12º - Memória dos fatos. Está na circunvolução do cérebro, numa
protuberância pouco extensa, mas muito saliente, em cada lado da parte
inferior da fronte, o que dá um aspecto particular e apreciável, à primeira
vista, às pessoas cuja fronte está altamente dotada desta faculdade.
13º - Memória dos lugares. Está representada por uma protuberância
saliente em cada lado da parte superior da fronte. É muito notada nos
mais ilustres navegantes.
14º - Memória das pessoas. Esta faculdade, menos comum ainda que a
dos lugares, é representada por uma protuberância muito pequena que se
encontra no interior da órbita ocular, sendo por isso invisível
exteriormente.
15º - Memória das palavras. Este gênero de memória, que é um verdadeiro
prodígio em algumas pessoas, não se manifesta exteriormente por
nenhuma protuberância particular. Como a memória das pessoas, a das
palavras influi bastante sobre o olhar, e os que a possuem, juntamente
com o sentido da linguagem, têm geralmente os olhos saltados.
16° - órgão da pintura. Antes dos trabalhos de Gall sobre a anatomia do
cérebro, o sentimento da pintura e do colorido, principalmente, era
atribuído exclusivamente ao olho. As averiguações e observações deste
sábio anatomista demonstraram que o lugar deste sentido, como o das

197
demais faculdades do homem, está no cérebro e reside numa
circunvolução pouco extensa em superfície, mas muito desenvolvida, que
se manifesta exteriormente por uma protuberância colocada acima de cada
uma das sobrancelhas.
17º - Talento musical. 0 órgão do sentimento dos tons, indício de um
verdadeiro talento para a música, está colocado no cérebro imediatamente
acima do ângulo externo da base inferior da órbita do olho, e manifesta-se
exteriormente por uma dilatação da parte externa da parede orbital.
18º - órgão das matemáticas. Entre as relações dos tons e dos algarismos
existe uma analogia tão íntima que o órgão dos números é considerado
como a continuação do da música, pois parece que é simplesmente a
prolongação da circunvolução mais inferior do órgão da música. Isto não
significa que todo grande músico deva ser matemático e vice-versa.
19º - Sentido das artes. Mecânica, arquitetura e desenho. Este órgão é
uma circunvolução, envolvida numa espiral, colocada sob a região
temporal. Quando a protuberância do sentido das artes é muito saliente
tem um aspecto pouco gracioso. Nos retratos dos grandes artistas, esta
particularidade de conformação, considerada como uma imperfeição, às
vezes está dissimulada pela posição da cabeça, pelo penteado, mas sempre
presente.
20º - Sagacidade comparativa. 0 órgão da sagacidade comparativa inicia a
série de órgãos cerebrais, cujos análogos não se encontram no crânio de
nenhum animal. A circunvolução do cérebro que corresponde a esta
faculdade e que ocasiona a protuberância da sagacidade comparativa está
situada na região superior anterior da fronte, precisamente na linha
mediana; de forma que suas duas seções se tocam e não formam na
realidade mais do que uma só. Quando esta protuberância é muito
pronunciada, dá ao conjunto da parte média superior da fronte uma forma
abobadada e de certo modo cônica, como se pode ver na figura de São
Francisco de Sales, um dos escritores religiosos que fizeram da
comparação o uso mais freqüente e feliz. A protuberância da sagacidade
comparativa se desenvolve mais tarde e raramente aparece antes da idade
adulta.
21º - Espírito metafísico. Se existe uma faculdade que seja atributo
exclusivo do homem é a do espírito metafísico. Tem seu lugar em duas
circunvoluções do cérebro, colocadas na linha horizontal, à esquerda e à
direita das da sagacidade comparativa. Este órgão se manifesta
exteriormente por duas protuberâncias que acompanham a da sagacidade
comparativa. Nesse caso, todo o alto da fronte se torna muito largo e
arqueado como se vê nos antigos bustos de Sócrates, e Platão.
22º - Espírito de causticidade e agudeza.
Atributo das pessoas chamadas de talento, manifesta-se exteriormente por
dois segmentos, de esfera muito pronunciada, em cada lado de ambas as
bordas laterais da parte superior da fronte.
23º - Nume poético. Todo mundo sabe que os poetas já nascem, e que
nada adiantam o estudo e a aplicação para se conseguir este dom, que se

198
manifesta exteriormente por duas protuberâncias, em forma de roletes, em
cima das fontes.
24° - Órgão da benevolência e da justiça. O órgão cerebral da benevolência
não é ordinariamente visível, a não ser nas pessoas mais ou menos calvas.
Está colocado na extremidade superior da fronte, numa parte do crânio
coberta pelos cabelos, e tem a forma de uma protuberância curva, que se
estende alargando da frente para trás.
25º - Órgão da mímica. Talento de imitação. 0 lugar do órgão cerebral onde
reside o talento da mímica está colocado ao lado do órgão da benevolência
e um pouco mais atrás.
26º - Órgão da religiosidade. Seria uma impiedade monstruosa pretender
que se necessita de certo desenvolvimento de um órgão do cérebro para se
conhecer e adorar a Deus, o que daria cobertura ao ateísmo. Mas a
anatomia do cérebro demonstra que em cima da fronte, por trás da
protuberância da benevolência, existe uma outra de forma curva, muito
saliente nas pessoas em que o sentimento religioso é muito desenvolvido.
27º - Órgão da firmeza. A protuberância da firmeza ocupa o limite extremo
dos ossos frontais e parietais, no ponto em que estes últimos se juntam ao
frontal.

FUMIGAÇÕES - No cerimonial das operações evocatórias. e invocatórias


da magia, as fumigações aparecem como sendo parte importantíssima,
usando-se drogas lançadas ao fogo para a produção de vapores e aromas
que cheguem ao plano ou esfera invisível e aí produzam os efeitos. Este
processo tem um fundamento de realidade para o ocultista, pois se sabe
que efetivamente chegam ao astral emanações de substâncias que podem
produzir efeitos particulares. Além disso, as fumigações, que influenciam
as pessoas que se expõem aos seus vapores, provocam determinados
estados de êxtase, vidência etc., através dos quais podem ver e ouvir coisas
que não afetam seus sentidos no estado normal.

FURFUR - Conde infernal. Aparece com freqüência em forma de anjo, e os


demonólogos afirmam que lhe agrada manter em harmonia os casamentos
colocados sob sua proteção.

199
200
Gnomo

GAMAHÉ - Espécie de talismã, que consiste numa certa pedra, em cuja


massa aparece naturalmente desenhado um sinal, figura ou coisa que
lembre aquelas usadas na arte cabalística. Quanto mais perfeita e clara
seja a reprodução, maiores virtudes são atribuídas a estas pedras.

GAMYGYN - Demônio de condição e hierarquia importantes. Acode com


facilidade às evocações e igualmente se dobra ao mando do exorcista. Sua
especialidade é a de fazer aparecer diante do evocador as almas dos
afogados e as que estão em certos círculos ou departamentos do
purgatório. Manda em 30 legiões infernais.

GASTROMANCIA - Adivinhação por meio do estômago. Na Idade Média,


alguns feiticeiros conheceram a arte de evocar os demônios e fazê-los
penetrar em seu estômago, de onde respondiam às perguntas formuladas,
sem que o endemoniado movesse os lábios.

201
GATO - Por ser um símbolo da Lua, segundo os egípcios, o gato era
consagrado a Isis, sua deusa. Chamam-no de o destruidor dos inimigos do
Sol (Osíris).

GATO NEGRO - Este pobre animal tem a desgraça de ser uma presa
cobiçada pelos bruxos, que desde a antiguidade o usam como ingrediente
na preparação de diversos encantamentos e malefícios. Existem centenas
de relatos e receitas em diversos grimórios e outros livros sobre as
superstições que a humanidade acumulou sobre o gato negro.

GAURIE Lucas - Astrólogo italiano do século 16, a quem Catarina de


Médicis dispensou extraordinários favores. Fez-se notável na corte da
França por suas notáveis profecias astrológicas, que tiveram o mais exato
cumprimento. Uma delas foi a da morte do rei Henrique 11, que, com
efeito, recebeu o anunciado ferimento nas exatas condições previstas por
Gaurie. Os seus escritos foram publicados em 1575, em três volumes.

GAZAR - 0 gálbano. Resina gomosa e medicinal.

GAZIEL - Demônio que guarda os tesouros escondidos sob a terra e que os


transporta de um lugar para outro, quando correm o risco de serem
descobertos. Assusta a quem o atrapalha, com formidáveis estrondos de
sinos invisíveis, e possui a faculdade de fazer que os mortos revivam por
curtos espaços de tempo.

GEBURAH - Segundo a cabala hebraica, é o quinto sephira. Uma potência


feminina e passiva, que significa severidade e poder.

GEMATRIA - Uma divisão da cabala na qual se expõe o valor numérico


das palavras hebraicas.

GEMETRIA - Uma das partes em que se divide o estudo da Cabala.


Consiste na interpretação das palavras hebraicas pelas combinações
numéricas, que resultam da reunião das letras, cada uma das quais tem
um valor aritmético. Pertence também à gemetria a arte de deduzir os
significados pela transposição das letras.

GEOMANCIA - palavra composta por Geo, do grego, Terra, e por mancia,


também do grego, manteia, adivinhação, ou divinação. Divinação, por sua
vez, vem do latim divinale, divino. Ou seja, em sua origem, divinação, ou
adivinhação, era algo associado à Divindade, que tudo sabia do passado,
do presente e do futuro. Por isso, em seus primórdios, os resultados das
práticas divinatórias e os oráculos eram considerados manifestações de
divindades, que respondiam a questões que angustiavam seres humanos.
Essas consultas aos deuses quase sempre eram realizadas em locais

202
consagrados a uma divindade específica. A geomancia, que surgiu em
tempos remotos, possivelmente tenha esse nome não apenas por
interpretar marcas feitas no solo, na terra, mas por ser uma das formas de
consulta à Divindade da Terra - ou Espírito da Terra.

GEROMANCIA - Esta adivinhação fundamentava-se no exame das


vísceras das vítimas. Os que a praticavam eram chamados de arúspices, e
o grande Cícero foi um dos que desempenharam esta função.

GERSA - Composição de chumbo. Alvaiade ou cerusa.

GEUGUES - Adivinhos japoneses cuja especialidade é a visão à distância, e


a visão das coisas ocultas, no que demonstram uma extraordinária
lucidez, perfeitamente compreensível para aquele que conheça os mistérios
do sonambulismo provocado e da auto-hipnose.

GIBARD - Medicina tirada dos minerais. (Paracelso).

GINOSOFISTAS – Filósofos indianos que os gregos deram este nome por


andarem nus. Aparentavam não temer a dor e a morte. Esta palavra
deriva-se do grego gymnós, nu.

GLÂNDULA PINEAL - É uma pequena massa de substância nervosa


aderida à parte posterior do terceiro ventrículo do cérebro. E um órgão
misterioso, chamado pelos ocultistas de terceiro olho. Mediante certas
práticas mágicas, consegue-se seu desenvolvimento, e com isto as
faculdades de clarividência, transmissão de pensamento e outros poderes
ocultos.

GNOMOS - Nome rosa-cruz dos espíritos elementais, minerais e terrestres.


Vivem no elemento terra, sob a superfície terrestre, e são os guardiões dos
tesouros escondidos nas entranhas da Terra.

GNOSE - Palavra grega que significa literalmente conhecimento.

GNÓSTICOS - Filósofos que floresceram nos três primeiros séculos da era


cristã. Entre eles, figuravam Valentino, Basílides, Marcion, Simão, o Mago,
Jamblico etc.

GOAP - Rei dos demônios do meio-dia. Pode-se invocá-lo nas horas que
transcorrem desde as três até ao meio-dia, e das nove à meia-noite.

GOÉCIA - Diz um autor moderno: "A magia negra, a feitiçaria e a


nigromancia. É a arte de realizar malefícios e encantamentos”.

203
GOÉCIA - A goécia pura é a parte experimental da magia, no que se refere
aos poderes e faculdades que o homem desenvolve em si por determinados
processos e ao domínio que chegará a exercer sobre as entidades do astral.

GOMORY - Poderoso personagem do inferno, que aparece sob a forma de


uma mulher, tendo na cabeça uma coroa ducal. Conhece todas as coisas
do passado, do presente e do futuro, e o modo de apoderar-se das riquezas
escondidas e encantadas. Manda em 27 legiões de diabos-fêmeas.

GOOPH - Termo hebreu que significa: o corpo físico. Também se escreve


guff.

GORSON - Demônio da demarcação do Ocidente. Deve ser evocado pela


manhã, às nove horas.

GRAFOLOGIA - Sistema de conhecimentos pertencente ao quadro das


ciências ocultas, que, pelo exame da forma de um escrito, deduz as
tendências principais caráter e inclinações - do indivíduo que o fez.
Para proceder assim, a arte grafológica se baseia ou se fundamenta no fato
de que, gerando o pensamento da pessoa que escreve, movimentos
fisiológicos mecânicos em seu organismo - em perfeita consonância com o
seu modo de ser e de proceder -, a escritura, ou melhor, a materialização
indelével do caráter do indivíduo, não pode deixar de refletir ao menos o
estado psicológico da alma no momento em que escreve; é portanto um
reflexo fiel dela.

GRANDE OBRA – Termo com o qual os alquimistas e magos designam as


operações a realizar para se obter a sua transmutação interior, ou seja, o
aperfeiçoamento do homem através da alquimia espiritual. Este termo foi
adotado por Crowley para designar a natureza do próximo estágio na
evolução da consciência humana, isto é, de mundano para Solar. A
fórmula desta Obra, de acordo com Crowley, reside na união do
Microcosmo com o Macrocosmo na maneira especial indicada pela Palavra
do Éon - Abrahadabra, que é uma fórmula de magia sexual. Seu número é
418.

GRAUS DE EBULIÇÃO - 0 primeiro grau do fogo corresponde a 50 graus


centígrados. 0 segundo, à ebulição da água. 0 terceiro, à fusão do estanho,
e o quarto, à ebulição do mercúrio.

GRILLEN - Vitríolo (sal resultante de um metal e ácido sulfúrico).

GRIMÓRIOS - Livros, conjuntos de escritos, formulários, muito difundidos


no século 16 e raríssimos hoje em dia, escritos por magos, ocultistas de
todas as espécies e que continham receitas de ação medicinal, bruxarias,
encantamentos e outras coisas semelhantes.

204
GROSSIA - Certa espécie de amuletos.

GRUMA - Tártaro (matéria térrea e salina que se desprende do vinho).

GUARINI - A influência do Sol no homem doente.

GUMA - A prata.

GURU – Mestre ou iniciador, palavra que vem do sânscrito.

GUSOYN - Demônio de grande poder, que pode ser evocado para descobrir
tudo o que se refere à coisas passadas, presentes e futuras. Tem sob suas
ordens 45 legiões de diabos e é preciso muita precaução ao evocá-lo, pois
ao menor descuido provocará a morte de quem o chama.

205
206
O Hierofante
Tarot de Thoth – Aleister Crowley

HAAGENTI - Grande presidente dos infernos. Aparece sob a forma de


touro e, às vezes, de um dragão pavoroso. Sob a sua direção, o mago
chegará a conhecer os maiores segredos do hermetismo e da goécia, e o
processo mais seguro para converter qualquer metal no ouro mais puro. 0
pacto com Haagenti é quase irremissível. Manda em 36 legiões.

HABORYM - Demônio dos incêndios. Aparece sob a forma de um homem,


montado sobre uma serpente de três cabeças: uma de réptil, outra de
pessoa e uma de gato. Traz na mão uma tocha inextinguível com a qual faz
arder até as pedras. É obedecido por 26 legiões de diabos.

HACHOSER - Nome hebraico que significa: luzes refletidas. Segundo a


cabala, são os poderes menores e inferiores.

HAGER - A pedra de águia.

HAL - 0 sal.

207
HALO - Espécie de feto muito usado em magia negra.

HALPHAS - Grande personagem dos infernos muito hábil em promover


discórdias, o furor, os ódios, os motins e as guerras. É muito difícil de ser
evocado, pois prefere trabalhar por conta própria. Manda em 26 legiões.

HARPÓCRATES: A forma grega do deus egípcio Hoor-Paar-Kraat, o deus-


anão ou "criança" que é o símbolo do presente Éon de Hórus. Em termos
mágicos, Hoor-Paar-Kraat representa o resultado da fórmula psico-sexual
de "amor sob vontade"; a "criança" assume a forma impressa sobre sua
mãe (Nuit) no momento de sua concepção.

HARPPE - Trata-se de um caso de vampirismo, que aconteceu no século


14 e que apresenta os testemunhos necessários para que seja considerado
um fato histórico. Dom Calmet conta que um indivíduo chamado Harppe
teve o capricho de conseguir que o enterrassem de pé na entrada da
cozinha de sua casa, e nos últimos momentos de vida exigiu de sua
mulher que prometesse solenemente cumprir a sua vontade. Tudo foi feito
conforme ele queria e, poucas semanas depois de sua morte, começou a
aparecer nas proximidades da casa um fantasma, que causou danos e foi
fatal a mais de uma pessoa. 0 camponês Olaus Pa se atreveu a afrontar a
presença do espectro: sem se intimidar por sua terrível maneira de
aparecer, deu-lhe um tremendo golpe com uma lança. Na mesma hora o
fantasma desapareceu e quando no dia seguinte Olaus desenterrou o
corpo de Harppe, viu que este tinha se conservado sem sofrer os danos da
decomposição e apresentava claramente a enorme lesão, causada por sua
lança no espectro que tinha atacado na noite anterior. Como se explica
este caso? Trata-se de uma densa materialização do corpo astral do
vampiro ou bruxo, e as experiências feitas com a exteriorização da
sensibilidade provam que toda lesão causada neste segundo corpo fluídico
densificado aparece no organismo material visível como se tivesse sido
feita diretamente nele.

HATA YOGA – Arte do bem estar físico. Parte da yoga que ensina a agir
antes de tudo sobre o corpo físico por meio de exercícios respiratórios de
modo a desenvolver o domínio da vontade sobre o organismo. Por este
meio, as energias vitais são aumentadas e condensadas de modo a
desenvolver as energias do corpo astral e dar-lhe a possibilidade de agir.

HECATE – Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega.


Ela é uma deusa tríplice lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco
lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado
feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu,
na Terra e no Submundo.

208
Hécate é, portanto, uma deusa lunar por excelência e sua presença é
sentida nas três fases lunares.

A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos
poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da
mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer
para renascer.

Esta deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal.
Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental
durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este
arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus
antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes
indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate
era então, a deusa das bruxas, padroeira do aspecto virago, mas nos é
impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às
projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes
sacerdotes e confessores cristãos.

HELÉBORO NEGRO (Helleborus niger) - Conhecido também com os


nomes de erva-do-natal, erva-do-inferno e rosa-de-fogo. É um purgante
violento, sendo também vermífugo e emenagogo. Seu uso é perigoso e por
isso o leigo não deve usá-lo sem assistência. Botânica Oculta: o heléboro
negro é um dos vegetais mais usados pelos bruxos que lançam suas raízes
pulverizadas e colhidas na hora de Saturno nas brasas durante as
cerimônias de invocações infernais. Além do negro, existem também o
heléboro verde e o branco.

HELIOTROPO (do grego hélios: sol, e tropo: -girar) - Botânica Oculta: esta
flor, corno seu nome indica, movimenta-se para seguir o curso do sol. Está
consagrada a Apolo e é uma das 12 plantas mágicas da antiga fraternidade
rosa-cruz. Se uma dessas flores for entregue a uma sonâmbula, ela
adquirirá uma extraordinária visão orgânica interna (metagnose), que lhe
permitirá fazer revelações surpreendentes. Possuirá, além disso, uma
faculdade especial para interpretar os sonhos. Planeta: Sol. Signo zodiacal,
Leão.

HERMES – Nome grego de Mercúrio, o mensageiro dos Deuses. Este nome


foi dado a dois iniciados egípcios notáveis por sua sabedoria. Um deles foi
denominado Trismegisto, isto é três vezes o grande.

HERMETISMO – Aspecto do ocultismo ensinado nos tempos do Hermes


egípcio; geralmente designa-se sob este nome a parte teórica e filosófica da
alquimia da idade média.

209
HERNEC PHILOSOPHORUM - 0 ouro-pigmento filosófico.

HIDROMANCIA - Adivinhação por meio da água. Suspendia-se um anel,


amarrado na ponta de uma linha, sobre a vasilha com água. Se o anel se
chocava várias vezes contra a parede do vaso, era sinal de que o
consultante teria êxito na sua empresa. Outros processos também eram
usados, como a observação do movimento do mar, dos rios e muitos
outros.

HIEROFANTE - Título que se dava ao mais elevado dos adeptos nos


templos do antigo Egito. Era o revelador da ciência sagrada e chefe dos
iniciados, e se denominava "0 Grande Hierofante". Os ensinamentos
esotéricos dados por ele nunca eram escritos ' mas simplesmente
transmitidos oralmente entre os discípulos.

HIERÓGLIFO - Caractere, signo, desenho que trás na sua forma um ou


mais sentidos ocultos ou sagrados. Deriva do grego ieros, sagrado e glifo
gravar.

HIEROGRAMA - Caráter ou alfabeto oculto. Desenho simbólico. Hieróglifo


egípcio.

HIEROGRAMATA - Sacerdote egípcio encarregado de ler e de escrever com


caracteres mágicos.

HIPNOTISMO - Os prodígios magnéticos sobre os quais atraiu tão


calorosas controvérsias a propaganda do famoso Mesmer caíram, no
princípio do século 19, no maior descrédito. As conclusões negativas da
Academia de Medicina da França pareceram uma razão suficiente para um
abandono decisivo da questão, e os teimosos magnetizadores enfrentaram
uma segura e pouco invejada fama de loucos e charlatães. Tal era o triste
estado da questão, quando, em 1840, um cirurgião de Manchester, James
Braid, observou os efeitos hipnogênicos do ponto brilhante, e,
recomeçando as experiências, fez com que o sono nervoso retornasse â
cena para o espanto dos sábios da Inglaterra. Braid batizou de hipnotismo
suas descobertas, e, sob este nome, os fatos que antes só haviam
despertado uma obstinada reprovação na França. A partir de então, o
Fenômeno foi acolhido de uma forma diferente, tornando-se a base das
maravilhas que hoje em dia ninguém mais discute.

Atualmente, estabelecem-se entre o sono hipnótico e o magnético certas


diferenças especiais, quanto aos seus caracteres e condições, se bem que
no fundo ambos são uma mesma coisa e um só fenômeno, e tem-se como
certa a influência que uma pessoa pode exercer sobre outra, ainda que
esta influência seja algo diferente do agente fluídico, suposto pelos
magnetizadores de outras épocas.

210
HIPOKINDO - Palavra mencionada por Paracelso, que, pronunciada de
certa maneira, adquire poder conjuratório e de encantamento sobre as
serpentes de qualquer espécie.

HIPPOMANCS - Substância mágica muito em voga em todas as


preparações dos antigos fabricantes de filtros. Ignora-se o que é
exatamente, pois com o mesmo nome se designa certa excrescência
carnosa que aparece na cabeça das éguas, quando nascem, e o humor
viscoso que os órgãos reprodutores destes animais segregam na época do
cio. Também é nome de certa planta que dizem ter a virtude de enfurecer
eroticamente os cavalos e as éguas que a comem.

HORISON - Mercúrio aurífero.

HORIZONTIS - 0 ouro potável.

HOROSCOPO - Atribui-se aos egípcios, aos caldeus, aos hebreus e a


Zoroastro a invenção da arte de adivinhar a sorte das pessoas
interpretando a influência dos astros no seu caráter e ações.

HÓRUS: A forma grega do nome Heru-ra-ha, o deus egípcio que une as


formas gêmeas de Hoor-Paar-Kraat e de Ra-hoor-khult. Heru é o Herói de
todos os mitos antigos envolvendo uma triunfante divindade solar, um
triunfo do sol sobre o dragão da escuridão, Tífon, Draco, Nuit, etc. A vitória
representa meramente a mudança eônica dos modelos da Maternidade
para a posterior concepção da divindade tipificada pela Paternidade, tanto
na mitologia quanto na sociologia. Hórus é particularmente o Sol de
Inverno, e é associado ao hemisfério norte, assim como Set, seu gêmeo, é o
Senhor do Sul. Em seu conflito constante reside o mistério da Magia e a
polaridade das correntes de energia mutuamente antagônicas.

HOVAH - A mãe de todo ser vivente.

HRUMACHIS: A forma grega para o nome egípcio do deus Harmakhu,


literalmente, "Hórus da Estrela".

HYLE - Matéria da pedra filosofal. Mercúrio dos filósofos hermetistas. Lodo


ou barro primordial.

211
212
Incubo atacando uma virgem

IAH - Segundo a cabala hebraica, significa vida.

IAOS - Entre os caldeus, é o nome da divindade suprema. Também


significa alento de vida.

IATROQUÍMICA – Arte de preparar os medicamentos alquímicos.

ÍBIS: A Ibis, a garça, o falcão, a fênix, o cisne, o pato, o pavão, etc., têm
sido usados como modelos da Ave do Retorno, conhecidas nos Mistérios
Egípcios como a Ave Benu. A íbis é especialmente consagrada a Toth, o
Deus da Magia.

ICHTHYOMANCIA - Antigo sistema de adivinhação baseado na


interpretação de certos sinais observados nas entranhas dos peixes. 0
célebre Homero fala deste processo que caiu no esquecimento nos tempos
de Roma.

ICHTHYS - Palavra grega que significa peixe. 0 símbolo do peixe foi


atribuído a Jesus Cristo, porque as cinco letras gregas que compõem tal
palavra são as iniciais da seguinte frase grega: lesoús Christós Theoú Uiós
Sotér, que significa "Jesus Cristo, o Salvador, Filho de Deus". Por isso, o
peixe aparecia nos monogramas dos antigos cristãos.

213
ICURIN - É o inferno das antigas crenças gaulesas. Acreditava-se ser uma
região subterrânea e horrível, nunca banhada pelos raios do sol, em cujas
trevas moravam répteis, insetos venenosos, leões ferozes e lobos que
cravavam suas unhas e dentes no corpo do condenado.

ID – (latino, pronome neutro), “isto”. Em psicanálise é a parte da psique


tida como reservatório da libido e a fonte da energia instintiva. É dominado
pelo princípio do prazer e impulso instintivo, mas seus impulsos são
controlados pelo desenvolvimento do princípio superior, que é o ego ou
superego. Correspondente em parte à consciência elemental ou
subconsciente dos ocultistas e teósofos.

IDEOS - Nas obras de Paracelso, esta palavra tem o significado de caos, ou


mysterium magnum.

IESODE: A nona Sephira da Arvore da Vida. A Esfera da Lua que é o


símbolo astronômico da Mudança e, portanto, da Magia. Os mistérios do
Sexo estão particularmente atribuídos a esta Sefira, que é a esfera da
atividade dos Iezídes, ou adoradores de Shaitan.

IEVE – Tetragrama místico hebraico empregado para exprimir o nome da


divindade, sem o pronunciar. Escreve-se assim, porém em hebraico de trás
para frente: EVEI e pronuncia-se cada letra separadamente: Iod, He, Vô,
He que juntas podem ler-se: Iéve, Ióva, Jeovah. Nome santo, princípio da
vida e do amor, um dos mais misteriosos da teologia hebraica.

IEZIDE: 0 profeta dos Iezides, que precedeu a Maomé em muitos séculos e


que estabeleceu o culto de Shaitan na Suméria. Crowley era uma
reencarnação deste Profeta e 0 Livro da Lei foi o cumprimento da promessa
de "um livro escrito da eternidade", ou seja, de uma fonte extraterrestre. 0
místico centro de culto dos Iezides é a sefira lesode ou lezode, a Esfera da
Lua, que trata especialmente da Magia da Transformação. 0 número de
YZID é 31 que é o [número] de AL, de LA, de LAShTAL, de 0 Livro da Lei e
da Corrente Aiwaz.

IGNIS LEONIS - 0 leão de fogo é um fogo alquímico.

IGNIS OETHEREUS - Pedra infernal (nitrato de prata fundido).

I.H.V.H. - As potências masculino-feminina unidas num único Nome -


Iehovah (Iah-Hovah) - e que é impronunciável porque não pode ser falado.
Esta é a Palavra Silente, e seus efeitos são manifestados através de
vibrações. 0 número de Iehovah (IHVH) é 26, que é a soma dos números do
tronco (coluna central) da Árvore da Vida. IHVH também sintetiza os
Elementos Fogo, Água, Ar e Terra, nesta ordem. Eles são energizados pelo
Fogo (o Pai), e pela Água (a Mãe), e transmitidos através da atmosfera (Ar,

214
representado pelo Filho), e manifestados na carne (Terra, representada
pela Filha).

ILECH CRUDUM - Termo alquímico que expressa a combinação de um


corpo, formado por seus três princípios constituintes, representados pelo
sal, o enxofre e o mercúrio, ou seja: corpo, alma e espírito respectivamente
nos elementos da terra, da água e do fogo. (Paracelso).

ILECH MAGNUM - Expressão alquímica que significa o poder curativo da


medicina espagírica. (Paracelso).

ILECH SUPERNATURALE - Termo alquímico que indica a união das


influências astrais - superior e inferior. (Paracelso).

ILEIADES - 0 princípio vital.

ILIADOS - Segundo Paracelso, este termo tem o mesmo significado que


ideos, na matéria primordial.

ILIASTER - Em alquimia, significa o poder oculto da natureza, por meio do


qual todas as coisas crescem e se multiplicam. Matéria primordial;
matéria-prima.

ILIASTER PRIMUS - A vida: o bálsamo da natureza.

ILIASTER SECUNDUS - 0 poder da vida inerente à matéria.

ILIASTER TERTIUS - 0 poder astral do homem.

IMAGEM ASTRAL – Princípio que dirige o duplo do homem ou de qualquer


outro ser físico.

IMAGINAÇÃO - Em ocultismo não deve ser confundida com a fantasia, já


que a imaginação é o poder plástico da alma, produzido pela consciência
ativa, o desejo e a vontade.

IMPRESSÃO - Uma má impressão é o efeito de uma imaginação daninha


que pode ocasionar sérios transtornos corporais e mentais.

INCENSO - Goma-resina que é extraída do Junipenas thurifera e que vem


da África em forma de grãos de diversos tamanhos. Esta substância tem
diversas aplicações medicinais, mas é mais conhecida desde a antiguidade
como purificadora dos ambientes dos templos para as cerimônias
religiosas sob a forma de fumaça.

215
INCONSCIENTE – Princípio que dirige os órgãos ou seres fora da
consciência

INCUBOS - Demônios que seduziam as mulheres. Contam que eles


praticavam o ato carnal sem que produzisse na vítima uma verdadeira
satisfação, mesmo que o incubo assumisse a forma do homem querido. 0
espasmo venéreo determinava uma forte ejaculação seminal, que a mulher
sentia como se penetrasse em seu interior uma violenta corrente de gelo.
Este demônio também teria uma potência extraordinária, que lhe permitia
repetir o coito um ilimitado número de vezes.

INDIVIDUALIDADE – Este termo indica o fragmento divino encarnado no


homem, a parte imperecível e imortal. Distingue-se assim da personalidade
que perece todas as vezes que o homem abandona a existência física.

INDIVIDUALIZAÇÃO – É a lei do progresso e da evolução que faz do ente


um poder cada vez mais consciente e livre das leis fatais dos planos
inferiores. É pela individualização que os animais passam para o plano
humano e os homens passam para o plano divino, pois esta faculdade
aumenta cada vez mais seu poder consciente.

INFLUÊNCIAS MÁGICAS - Os magos, reconhecendo o grande princípio da


constante influência que tudo exerce reciprocamente na natureza,
estudaram com muita atenção as que atuam no homem de modo favorável
ou adverso, e dividiram-nas, segundo sua origem, em influências dos
astros ou astrológicas, naturais ou dos seres e das coisas, influências da
vontade, do amor ou do ódio, e influências sobrenaturais dos bons e maus
espíritos.

INICIAÇÃO – Espécie de educação gradual, na qual o discípulo instruído


primeiramente nas suas possibilidades por meio de uma exposição
dogmática e ainda hipotética, desenvolve em si por seus próprios esforços
faculdades transcendentes das quais não possui agora senão o germe.

INICIADO – É o que tem conhecimento dos mistérios ou seja passou pelas


iniciações.

INSENSIBILIDADE - Existem muitos indícios de que certos bruxos sabiam


preparar pomadas e misturas capazes de produzir um estado de
insensibilidade que lhes permitia sofrer sem grandes dores todas as
crueldades da tortura. Nisso não há nada de estranho, se de fato eles
conheciam os poderes dos narcóticos e anestésicos existentes em algumas
plantas, mesmo antes de elas serem aproveitadas pela ciência.

INTUIÇÕES - Nome dado aos pressentimentos, ou melhor, ao fenômeno


bastante freqüente de que num determinado instante o sujeito sente o que

216
vai acontecer, ou que está acontecendo num lugar distante de onde está.
Até há pouco tempo, o fato da intuição era quase impossível de se explicar.
Mas as conquistas realizadas no campo das descobertas psicológicas e
magnéticas deram origem aos curiosíssimos estudos da telepatia, onde fica
evidente a possibilidade da transmissão de idéias de cérebro para cérebro,
consciente ou inconscientemente. Portanto, é bem natural a produção dos
pressentimentos, ficando descartada toda hipótese que pretende apoiar-se
no extra físico e maravilhoso.

INVISIBILIDADE - Os grimórios costumam trazer diversos segredos cujo


uso torna a pessoa invisível. Não é preciso dizer que é uma das
preocupaç5es humanas carentes de qualquer fundamento.

INVOCAÇÃO - Ao invocar, o mago busca e pede a proteção das potências,


valendo-se das palavras e das fórmulas invocatórias como o melhor meio
para conseguir o poder que deseja. Estudando a fundo o verdadeiro valor
das palavras invocatórias, chegamos a compreender que se as fórmulas
dadas têm uma ação eficaz - a que se associa o valor dos pensamentos que
encerram e o efeito astral dos sons das letras, cuja modulação contém
ações especiais no campo do invisível - isto não impede que o iniciado,
conhecedor dos mistérios de ambas as ações, não possa improvisar uma
invocação ou modificar qualquer outra segundo lhe aconselhem as
condições da experiência realizada.

IOGUE – Devoto que pratica Ioga.

IOD - Princípio, manifestação, honra viril, falo, cetro paternal. Quando é


vogal, simboliza a divindade; é a imagem da manifestação potencial,
duração espiritual, eternidade, poder ordenador. Se torna consoante,
designa duração material.

IPCACIDOS - Pêlos da barba de um bode (termo goético).

ISWARA – O logos de onde são emanadas todas as individualidades.


Palavra sânscrita que significa Senhor.

217
218
Jinn

JAH - Segundo a cabala hebraica, é o nome divino de Chokmah ou


Sabedoria. Uma potência ativa masculina. Equivale a Iah, Yah, Jaho e
Jeová.

JANUS - 0 ouro líquido dos filósofos herméticos,

JEAN DE MILAN - Astrólogo francês que predisse ao espanhol Velazques,


governador de "La Española", as gloriosas empresas do caudilho Hernán
Cortês, no Peru.

JEAN DE SICILE - Astrólogo que anunciou a coroação do imperador


Segismundo. Predisse o futuro a Bonecicanet e lhe fez saber a traição que
o marquês de Montferrat e o conde Francisco fariam aos franceses.

JEANNE DU HARD - Bruxa de idade avançada que gozou muitos anos a


impunidade pelo domínio aterrorizante que exercia sobre seus
conterrâneos. Finalmente, caiu nas mãos da Inquisição que a levou à
fogueira, onde morreu, maldizendo seus verdugos e invocando os poderes
infernais.

JEOVÁ - É o nome judeu da divindade, também chamado Iahvé.

219
JESOD - Fundação. 0 nono sephira. Uma potência masculina ativa que
completa as seis que formam o microprosopo.

JETTATURA (mau-olhado) - A influência que determinadas pessoas


exercem sobre as outras por meio do olhar é uma opinião de origem muito
antiga e difundida em todos os países do mundo. Colocado no terreno da
crítica mais desapaixonada, este assunto poderia ser provado como real se
fosse provado o seguinte: 1º - o poder especial do olhar; 2º - o poder
projetante da vontade; 3º - o influxo da sugestão. 0 mau-olhado é, pois
um, mero fenômeno de magia magnética, que pode ser combatido
seguramente com os conceitos do magnetismo.

JINN – plural Jinni (árabe) – Categoria de gênios benéficos ou maléficos a


que aludem as antigas tradições religiosas, inclusive as cristãs. São os
elementais e semi-inteligentes espíritos da natureza dos ocultistas e
teósofos, e os gines dos persas.

JIVA – Um dos sete princípios que entram na constituição do homem


perfeito. Transforma a matéria inerte e dela faz uma força que tem tanta
afinidade para com a matéria inerte que ela não pode ser separada de
qualquer outra massa a que se adere, sem que se precipite
instantaneamente sobre a massa ou partícula da massa para com essa
combinar-se. Por isso quando o corpo de um homem morre, a vitalidade
que adere a cada uma das partículas de seu corpo vai reunir-se a novos
organismos, a medida que se produz a decomposição ou a dispersão deste
corpo. (Sânscrito).

220
221
Kundalini

KA - Segundo a magia egípcia, o sopro ou alento de vida. 0 corpo mental


humano.

KABALAH - K-ABBALA - KABALA ou CABALA - A sabedoria oculta dos


rabinos judeus; as doutrinas secretas mais antigas concernentes à
cosmogonia e outras matérias divinas. Os princípios fundamentais da
kabala são: 1) 0 conceito do absoluto. 2) A evolução do universo, em parte
por emanação e em parte por formação. 3) A permanente comunicação
mística entre Deus, a natureza e o homem. Segundo os tratadistas mais
autorizados, tradição oculta ou esotérica. Os kabalistas afirmam que
Enoch ensinou-a a Abraão e este transmitiu-a oralmente aos seus filhos e
descendentes, e que Moisés, quando foi iniciado nos mistérios egípcios,
escreveu-a em seus livros numa linguagem simbólica, o que não tem nada
de extraordinário, se for considerado que na época em que Moisés viveu o
templo de Thebas guardava os arquivos sacerdotais da extinta raça
vermelha ou atlântica, e os da igreja de Ram, o precursor da raça branca.

Todas as religiões conservaram a recordação de um livro primitivo, escrito


em figuras pelos sábios dos primeiros séculos do mundo, cujos símbolos,
simplificados e vulgarizados, mais tarde forneceram suas letras à escrita,
seus caracteres ao verbo, e seus signos misteriosos e pentáculos à filosofia
oculta. Este livro - atribuído primeiramente a Enoch (o sétimo mestre do
mundo depois de Adão), pelos hebreus; a Hermes Trismegisto, pelos
egípcios; a Cadmus, o misterioso fundador da Vila Santa, pelos gregos era
o resumo simbólico da tradição primitiva, depois chamada de cabala, ou
melhor, tradição. Os cabalistas indicam simbolicamente os três principais
atributos da divindade por três letras iod, encerradas num triângulo
eqüilátero. 0 primeiro atributo é a eternidade; o segundo, a extensão
infinita; o terceiro, a substância. A eternidade dá origem ao tempo com sua
tríplice divisão: passado, presente e futuro. A extensão dá origem ao

222
espaço com suas três dimensões: longitude, latitude e espessura. A
substância eterna e infinita dá origem à matéria com seus estados: sólido,
líquido e gasoso. A eternidade corresponde ao Pai; a extensão, ao Filho; e a
substância, ao Espírito Santo. 0 tempo liga-se ao número; o espaço, à
medida; e a matéria, ao peso.

KADUSH - Termo cabalístico: o Sol.

KAHA - Malefício usado nas ilhas Marquesas. É feito da seguinte maneira:


o bruxo apodera-se de um pouco de saliva da vítima, depositando-a sobre
uma folha de árvore, e sobre esta cerimônia goética influencia de modo
parecido como se faz com as figuras de cera. Não se pode criticar tais
práticas como puramente supersticiosas, se forem levados em conta os
fatos revelados pela exteriorização da sensibilidade.

KAIB - Leite de vinagre.


KAKEWA - Terra metálica.

KAKODEMON - 0 gênio do mal, em contraposição a agathodemon, o gênio


do bem.

KALA (Sânscrito): Tempo, um período, essência, emanação, um raio, uma


estrela, etc.

KALI: Literalmente, "Negra". A Deusa do Tempo e dos Ciclos do Tempo


para os hindus. Ela também representa o poder da Dissolução, cósmica e
outras, sendo, portanto, igualada à Noite, à Escuridão e à Morte.

KALIFAX - Espírito infernal, citado em muitas invocações diabólicas.

KAMAKALA (Sânscrito): Literalmente, "raio-do-desejo".

KAMA-LOKA - Conceito hindu equivalente ao purgatório dos católicos. Um


espaço para a recuperação das almas sem harmonia, e para a assimilação
das lições recebidas na vida anterior.

KAMA-RUPA: Veículo de desejos. Alma animal, instintiva. Corresponde ao


corpo físico no que ele tem de animal. Kama-Rupa, em aparência, pode ser
comparado à água-viVa, por seu aspecto gelatinoso, etéreo.

KARMA - Nome teosófico da lei que preside o destino dos seres e das
coisas.

KEROBAL - Demônio muito invocado pelas bruxas em seus malefícios.

KHA - Envoltura etérea ou corpo astral, segundo a magia egípcia.

223
KHABS: Palavra egípcia significando "uma estrela". Magicamente, a
essência do poder mágico que reside no Khu.

KHEM: A forma itifálica do deus Hórus.

KHEPRA - Deus egípcio que preside o renascimento e a transmigração das


almas.

KHETER - A primeira sephira da tríada suprema. Corresponde ao


macrosopopus, “rosto largo”, cujos dois aspectos são: Hokmah e Binah.
Palavra hebraica que significa coroa.

KHU Corpo luminoso, a chispa vital emanada do Sol, a chama verdadeira


que vai até Deus (magia egípcia).

KHUMANO-GOO - Nome de um talismã que os japoneses preparam


desenhando num papel vários caracteres e figuras de poder mágico. Serve
para afugentar os espíritos malignos das pessoas e dos lugares.

KIST - 0 opoponace.

KLIPPOTH - Termo usado na cabala hebraica. Tem vários significados:


demônios, casca ou envoltura dos defuntos e espíritos elementais.

KOBAB - Nome cabalístico associado ao planeta Mercúrio. Também é a luz


astral.

KOBOLD - É o gnomo da mitologia escandinava.

KOSMOS - A palavra kosmos, escrita com k, aplica-se a todo o universo,


enquanto a escrita com c refere-se apenas ao nosso sistema solar.

KUNDALINI - O poder serpentino ou poder anular, que circula em espiral


no corpo do Iogue que tem a faculdade de despertar a força magnética em
si mesmo. Esta energia se desenvolve pelo acúmulo de forças vitais nos
centros nervosos, poré4m quando o domínio da vontade sobre o organismo
é fraco, este poder se torna um perigo, pois exalta extraordinariamente as
paixões. É palavra sânscrita.

224
225
Licântropo

LAMED: A letra Lamed, ou "L", tem um papel vital no simbolísmo do Novo


Éon. Junto com Aleph ela forma o Nome de 0 Livro da Lei (AL). A influência
especialmente associada com esta letra é conhecida como Nu-lsis (uma
combinação dos dois aspectos de Nuit, o Celestial e o Terreno). Esta
influência manifesta uma força cósmica cujo representante planetário é
Vênus. Palavra hebraica.

LAMERE - 0 enxofre.

LAMIAS - Espécie de espíritos infernais que, segundo os demonólogos,


moram nos lugares desertos e abandonados, aparecendo sob a forma de
mulher com cabeça de dragão.

LAMPADOMANCIA - Adivinhação por meio das lâmpadas ou lamparinas,


nas quais se observam o movimento, a forma e a cor da chama.

LAOC - 0 estanho.

LAPIS INFERNUM - A pedra-pomes.

LAPIS PHILOSOPHORUM - A pedra filosofal, ou pedra dos filósofos.

226
LARVAS - Entidades maléficas de procedência humana, residentes no
invisível, causadoras de grandes sustos e males estranhos. São os restos
astrais dos mortos, nos quais permanece um resto de vida semi-
consciente, puramente instintivo e passional, tanto mais denso e durável
quanto mais perversa e cheia de desejos tenha sido a vida da pessoa.
Ansiosas de vida, as larvas saturam-se de emanações e eflúvios da pior
espécie, correndo para todos os lugares onde haja sangue e dominem os
impulsos homicidas. Todo indivíduo que se deixa levar por desejos de ódio
e de morte atrai para si um enxame de larvas, fazendo em torno de si um
perigoso ambiente, podendo converter-se no instrumento de tais
povoadores do astral. As paixões pela libertinagem também se constituem
o elemento de sua vida, e densificadas pela que roubam de suas vítimas
podem se condensar, causando aparições de fantasmas, cujo encontro
pode ser perigoso.

LAShTAL: Uma fórmula mágica de suprema importância no Novo Éon. Ela


é construída no mesmo princípio que IAO. LA é Nuit, AL é Hadit (Hórus) e
ShT é a Luz Astral (o deus Set), o campo de operação das infinidades
representadas por AL e LA.

LATOM - Mercúrio filosófico antes da putrefação, antes da negrura, ou


cabeça do corvo.

LATRO - 0 mercúrio.

LAZER - Benjoim.

LEÃO VERDE - 0 vitríolo.

LEÃO VERMELHO - Termo alquímico com o qual se designam os vapores


nitrosos. Segundo a demonologia, é o diabo.

LEBANOMANCIA - Os gregos e os romanos dedicavam-se a esta espécie de


adivinhação, lançando certos perfumes a um braseiro colocado no altar da
divindade que presidiria a operação. Brotava uma labareda mais ou menos
densa, que ao levantar-se tomava formas análogas a certas coisas
conhecidas, e cuja configuração determinava o conteúdo das palavras
augurantes.

LECANOMANCIA - Maneira de predizer o futuro por meio da água, do ouro


e de pedras preciosas. Num vaso de mármore, cheio de água e fixo num
altar, o consultante colocava lâminas de ouro e pedras preciosas, nas
quais tinha gravado antecipadamente caracteres mágicos como os do
Zodíaco, ou signos planetários. Então, por meio do livro mágico, do qual
recitava algumas palavras terríveis, obrigava os demônios a responder ao

227
consultante. Do fundo da vasilha ouvia-se um silvo semelhante ao de uma
serpente.

LEFFAS - Expressão de Paracelso que se refere ao corpo astral dos


planetas.

LEGIÕES - Segundo a conta escrita pelos demonógrafos, existem nos


infernos 6.666 legiões de demônios. Cada legião compõe-se de outros
tantos diabos. E todos eles têm como chefes 72 dignitários infernais.
Alguns demonólogos; acham pouca esta cifra e elevam-na mais ainda.

LELOYER Pedro - Senhor de La Brosse, conselheiro do rei com jurisdição


em Augers e famoso demonógrafo. Nasceu em Aujon (França) em 1550. É
autor de uma obra intitulada Discours et Histoire des Spectres, Vision et
Aparifions des Esprits, Anges, Démons et Ames se Montrant Visibles atix
Honunes, dividida em oito livros que formam uma riquíssima coleção de
fatos tomados de todos os autores e relativos a todas as épocas, para
provar a realidade dos fenômenos e a maneira de distinguir os bons dos
maus, assim como a maneira de afugentar os demônios.

LÊMURES - Entidades malignas do astral que estão constituídas pelas


almas revestidas de seu corpo fluídico e que desejosas de se reintegrarem
na vida dos humanos correm a eles, sendo origem de muitas
manifestações mais ou menos completas e surpreendentes. Convém não
confundir os lêmures com as larvas, que são diferentes.

LEMÚRIA - Nome de um suposto continente perdido, localizado no Oceano


Índico ou no Oceano Pacífico. A idéia teve origem no século XIX, pela teoria
geológica do Catastrofismo, mas desde então tem vindo a ser adotada por
escritores do Oculto, assim como pelo povo Tâmil, da Índia. Relatos sobre
a Lemúria diferem quanto à maioria dos pormenores. No entanto, todos
partilham a crença comum de que o continente existiu na pré-história mas
afundou no oceano devido a alterações geológicas. A maioria dos cientistas
considera hoje continentes submergidos uma impossibilidade física, dado
a teoria da Isostasia.

LEONARDO - Nome familiar dado pelos bruxos a satã quando preside as


reuniões sabáticas. Também o chamavam de o grande negro e às vezes
Felipe.

LEVIATAN - Alta dignidade do inferno, pai de toda fraude e mentira, e


muito dado a infundir-se no corpo dos possessos. Dificilmente abandona a
pessoa de quem se apossa.

228
LEVITAÇÃO - fenômeno psíquico, anímico, mediúnico, em que uma
pessoa ou uma coisa é erguida do solo sem um motivo visível, apenas
devido ao esforço mental. A mente movimenta fluidos ectoplasmáticos
capazes de vencer a força da gravidade.

LIAB - 0 vinagre.

LICANTROPIA - é a capacidade ou maldição caída sobre um homem que


se transforma em lobo (lobisomem).

LIGADURA - Malefício que tem por fim paralisar as funções de uma parte
do corpo do homem e da mulher, e mais especialmente a potência sexual.
A origem desta prática é antiqüíssima. Os Hebreus a atribuem a Cam, filho
de Noé, e os gregos praticaram-na. Platão em suas leis (livro 11) aconselha
àqueles que vão se casar para se prevenirem contra as possibilidades de
serem alvo deste feitiço.

LILITH - Wierus e outros demonógrafos fazem de Lilith a rainha dos


demônios súcubos, sendo que seus servidores são especializados em matar
os recém-nascidos. Na tradição talmúdica, Lílite é a primeira mulher de
Adão. Ela representa, nas Escolas de Mistério, a sombra sexual, ou a
succuba, formada pelo desejo incontrolável. Lilite é uma força vampiresca,
que, se projetada além da aura do magista, pode obsediar o objeto de suas
atenções.

LINGA SHARIRA – É uma espécie de duplo etérico, de duplicata do corpo


físico, ao qual liga a alma. Sâncrito.

LIQUOR AQUILEGIUS - 0 vinho destilado.

LIRIO - Segundo a medicina antiga o pólen desta flor é bom para curar as
queimaduras. Sua água destilada melhora as dores do parto e corta os
maus-olhados. Os bulbos, fervidos com miolo de pão, fazem amadurecer
os abscessos em menos tempo. A mulher que comer dois pedacinhos da
raiz desta planta expulsará sem dor o feto morto que traz em suas
entranhas. A extremidade da raiz misturada com manteiga rançosa cura a
lepra. Botânica Oculta: o lírio e o emblema da castidade. Gabriel o levou
em sua anunciação a Maria. Esta flor é a imagem da criação universal, da
pré-formação, da ação do fogo primitivo sobre a mãe água. Com esta flor
também se faz um perfume mágico muito conveniente para ser queimado
nos lugares onde se realizam experiências teúrgicas ou se esperam
manifestações astrais. Frio e seco. Júpiter, Vênus, Lua em Áries ou Touro.

LITANIA INFERNAL - Lúcifer, Belzebu, Leviathan, Baal, príncipe dos


serafins. Baalberith, príncipe dos querubins, Astaroth, principe dos tronos,
Rosierh, príncipe dás dominações, Carreau, príncipe das potências, Belias,

229
príncipe das virtudes, Perrier, príncipe dos principados, Olivier, príncipe
dos arcanjos, Junier, príncipe dos anjos, Sarcueil, Fume-Bouche, Pierre-
de-Feu, Carnivean, Terrier, Contellier, Candelier, Beliemoth, Ofiette,
Belphegor, Sabathan, Garandier, Dolers, Pierre-Fort, Axaphat, Prisier,
Kakos, Lucesme.

LITOMANCIA - Adivinhação por meio de pedras que se obtém fazendo com


que batam umas contra as outras para deduzir sinais pela intensidade e
timbre do som.

LOBSOMEM - é um ser lendário, com origem em tradições européias,


segundo as quais, um homem pode se transformar em lobo ou em algo
semelhante a um lobo, em noites de lua cheia, só voltando à forma
humana, novamente, quando o galo canta.

Tais lendas são muito antigas e encontram a sua raiz na mitologia grega.
No folclore brasileiro, há diferentes versões da lenda. Uma versão diz que a
sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo tornar-se-á um
lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido após uma
sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o sétimo filho homem de
um sétimo filho homem se tornará a fera.

LOGOS - O verbo que se apresenta sob três aspectos: o primeiro, o Logos


não Manifestado é a indicação primordial do Parabrama; o segundo Logos
é o espírito substancial, a vida, o espírito do Universo, emanado do
primeiro. O terceiro, ou logos manifestado chama-se Mahat, é a ideação
divina, o pensamento cósmico; Mahat é para o Cosmos o que Manas é para
o homem individual. Palavra grega que significa discurso, verbo.

LOGOSOFIA - é uma ciência, também vista como uma doutrina ético-


filosófica, desenvolvida pelo pensador e humanista argentino Carlos
Bernardo González Pecotche, que oferece ferramentas de ordem conceitual
e prática para obter o auto-aperfeiçoamento através de um proceso de
evolução consciente e realizar, paralelamente, um processo que conduz ao
conhecimento de sí mesmo.

A Logosofia é sabedoria criadora porque os conhecimentos que dela


emanam lhe são consubstanciais em sua totalidade: formam um todo
indivisível e imutável. Sustenta seus ensinamentos com o extraordinário
vigor de sua força estimulante e afirma cada uma de suas verdades na
própria evidência de sua realidade incontrovertível.

Seu nome reúne em uma só palavra as raízes gregas "logos" e "sofos", que
o autor adotou, dando-lhes a significação de verbo criador ou manifestação

230
do saber supremo, e ciência original ou sabedoria, respectivamente para
designar um nova linha de conhecimentos, uma doutrina, um método e
uma técnica que lhe são eminentemente próprios.

A Logosofia não vai em busca das causas ou princípios, como a filosofia.


Percorre em sentido inverso o caminho, constituindo-se ela mesma em
fonte de explicação das causas, dos princípios e de toda outra indagação
apresentada à inteligência humana. Parte da própria verdade e vai para o
indivíduo, com o que se diferencia das demais ciências, cujos cultores
devem partir em sua procura. (Livro: Logosofia ciência e método)

LOJA - Da palavra grega logos, significa ensinamento secreto. Foi adotada


pelos franco-maçons para designar o local onde realizavam suas reuniões.
Este nome também é dado a cada uma das irmandades maçônicas com
seu título e número correspondente.

LOJA BRANCA - Fraternidade de iniciados na magia divina. Sua missão é


a de guiar a humanidade para a luz e a justiça, pregando o altruísmo e a
sabedoria.

LOLLARD - Herético precursor dos satanistas, cujas teorias supõem-se


terem sido baseadas nas dos albigenses. Ensinava que os demônios
tinham sido expulsos do céu sem razão e que algum dia seriam
reintegrados às mansões celestes.

LONGEVIDADE - A vontade de prolongar a vida o mais possível tem sido


uma das maiores preocupações do homem. A magia de todos os tempos
consagrou ao assunto a sua mais séria dedicação. Mas os verdadeiros
alquimistas foram homens de grande sabedoria e que de nenhum modo
pensaram sequer em enganar as leis fatais da natureza. Uma coisa é
querer a vida eterna, outra, muito diferente, é procurar o modo de
prolongar a terrena, vivendo até os seus últimos limites, sempre acordados
no meio de nossas sociedades onde imperam a falta de higiene, os maus
costumes, a preponderância dos vícios, as paixões, o excesso de trabalho,
a má, alimentação etc.

A vida normal do homem, colocado em condições fisiológicas perfeitas,


pode atingir os 150 anos aproximadamente. Isto quer dizer que podemos e
temos o direito de procurar os meios de obter a realização de uma
longevidade na qual não intervenham os milagres, mas buscando, como os
verdadeiros ocultistas, as causas destruidoras do meio ambiente moral e
material, estabelecendo as bases de um regime que nada tem de
prodigioso, ajudado pelo uso de composições destinadas a revigorar o
organismo, colocando-o em melhores condições para a luta vital.

231
Por caminhos diferentes algumas pessoas conseguiram uma vida muito
longa mantendo-se durante todo o tempo na mais perfeita saúde.
Coincidem as informações de que a base dos processos é a higiene, e que a
alimentação deve ser sóbria, com preponderância dos alimentos vegetais.
Mas, além disso, temos o detalhe de certos elixires de preparo muito
simples, dignos de serem recomendados, nunca podendo ser prejudiciais,
usados por pessoas que alcançaram vida longa e sadia. Daremos aqui
algumas das receitas mais famosas:

Elixir de Isabel Biesco - Viveu 120 anos: Cascas de quina em pó, uma
parte; raiz de laranja, 1/12; cascas de laranja, 1/12; alcoolato de lavanda,
1/2; xarope de açúcar, 4; e álcool de 22º, 8 partes.

Elixir de Margarita Potter - Viveu 130 anos: Galhos de Angélica, 1 parte;


raiz da mesma planta, 1; amêndoas amargas, 3; álcool de 22º, 39 partes;
açúcar, 22.

Em todas essas fórmulas o açúcar e o álcool são acrescentados depois de


sete ou oito dias após a infusão dos outros componentes. Filtra-se tudo em
seguida.

Elixir de Simon Cleofas - Presidente de um país da América do Sul, viveu


120 anos e usava o seguinte elixir: bagas de zimbro, 31 Partes; xarope de
açúcar, 750; e álcool de 24º, 1.100 partes.

Elixir de Henry Jenkins - Viveu 169 anos na Inglaterra - Cominho, 1


parte; coriandro, 1; flores de laranja, 4; cravos, 1 1/4; canela superior, 2;
noz moscada, 1 1/4; açafrão, 2; água de chuva, 270; açúcar branco em pó,
280; álcool de 350, 330 partes.

E existem diversas outras receitas, quase todas levando os mesmos


ingredientes, com pequenas variações.

LOT - A urina.

LÓTUS - Sob o ponto de vista religioso tem o mesmo significado que o lírio
do Sol. H. P. Blavastky, em seu Glossário Teosófico, escreve o seguinte:
"Planta de qualidades sumamente ocultas, sagrada no Egito, na Índia e em
outras partes". Chamam-na de "o filho do universo que carrega em seu
seio a semelhança de sua mãe". Houve um tempo em que “o mundo era
um lótus de ouro”, diz a alegoria. Os egípcios viam nesta planta um
símbolo do renascimento do Sol e da ressurreição. Por este motivo o
colocam na cabeça de Nowré Toum. Hórus e representado saindo do cálice
desta flor. Signo planetário: Sol. Signo zodiacal: Leão.

232
LOUREIRO CEREJEIRA (Prunus laurus cerasus) - Desta árvore a
terapêutica usa apenas as folhas. Seu princípio ativo é o ácido cianídrico,
veneno muito ativo, motivo pelo qual o leigo deve se abster de seu uso
medicinal.

LOUREIRO COMUM (Laurus . nobilis) - A denominação latina de loureiro


nobre indica a diferença. entre este e o outro. Suas propriedades são
carminativas, digestivas, estomacais, e é bom para os nervos. Utilizam-se
suas folhas em infusão. Ás suas folhas e ramagens era atribuída a virtude
mágica de afugentar as sombras e aparições malignas. Os antigos também
acreditavam que podiam afugentar o raio.

LUBEN - 0 incenso.

LUCIFER – Nome do planeta Vênus, quando se mostra no horizonte,


pouco antes de raiar o dia; chamam-lhe também Estrela da Manhã.
No cristianismo passou a representar o pretenso chefe dos espíritos do
mal, por analogia do extraordinário brilho de Vênus com o primitivo
esplendor do suposto anjo decaído. O Portador da Luz. Deriva-se do
Latim: Lux, luz e Ferre, trazer.

LUZ ASTRAL - Conceito ocultista. É considerado um fluido magnético de


propriedades maleáveis e que pode ser usado magicamente, pois seria um
meio pelo qual se manifestariam forças sobrenaturais. Muito comum ao
hermetismo, a luz astral foi bastante popularizada por Eliphas Levi.

LUZES MEDIANIMICAS – Denominam-se desta maneira todas as variadas


classes de manifestações luminosas que costumam acontecer nas sessões
experimentais do espiritismo.

233
234
Mandrágora

MAÇONARIA - A maçonaria é uma associação universal de origem


iniciática, e por isso mesmo apresenta dois aspectos: um externo e
circunstancial, e outro interno ou de índole esotérica. A história da
maçonaria como centro iniciático é a mesma de todas as sociedades
análogas. Nascida no segredo de sua organização, existe desde os tempos
mais remotos. Os que a desconhecem dizem que Já passou para a história
e não tem mais razão de ser. Mas enquanto a razão, a liberdade e a justiça
não imperarem no mundo, em todas as camadas sociais, a maçonaria
combaterá em prol destas idéias porque isto constitui seu dever, a maior
marca de glória dos maçons, destes filhos esclarecidos pela luz irradiada
dos templos da iniciação.

MACROCOSMO – O grande mundo compreendido em seu conjunto visível


e invisível; o Universo.

MAGDHA – Nome da mais antiga escrita da Índia em que se escreviam os


antigos textos da língua páli. Seu alfabeto continha trinta e seis letras.

235
MAGIA – A mais elevada ciência existente em nosso planeta, pois ensina o
metafísico assim como as leis metafísicas validas em todos os planos. Esta
ciência tem sido chamada magia desde que os registros humanos
começaram, Mas isto tem sido reservado à círculos especiais
principalmente compostos de altos sacerdotes e altos governantes.

Magia é a ciência que ensina a aplicação prática das leis mais baixas da
natureza até as mais altas leis do espírito. A pessoa que tem a intenção de
aprender sobre Magia deve primeiro entender o funcionamento das leis
mais baixas da natureza de modo a conceber as leis baseadas nela e
finalmente as leis mais elevadas. (Franz Bardon)

Magia é a Ciência e a Arte de provocar mudanças de acordo com a


Vontade. (Aleister Crowley)

MAGICK: Crowley usou esta ortografia principalmente para distinguir a


magia do Novo Eon, que é de uma natureza diretamente eletroquímica, das
técnicas cerimoniais do Éon anterior.

MAGISTA - Aquele que se dedica ao estudo e experiência da magia.

MAGISTER TEMPLI: Mestre do Templo. A designação técnica de um Grau


na A.’. A.’., cujos membros obtiveram sucesso em "cruzar o Abismo". Ver
Abismo. A notação cabalística desse Grau é 8°=3, que indica a total
permeação do universo do Magista (representado por Saturno, 3) pela Luz
Hermética (8).

MAGNETISMO ANIMAL - Denominação adotada pelo médico Mesmer para


oferecer um corpo de doutrina referente aos fenômenos apresentados pelo
sono nervoso ou provocado. Até os tempos de J. Braid conservou-se a
denominação, reunindo sob seu título todas as teorias e diversas
explicações que foram dadas aos fatos mágicos. Mas ao aparecer a palavra
hipnotismo, que foi melhor aceita pelos homens de ciência, iniciou-se uma
divisão entre as duas, ficando a primeira com tudo aquilo de mais incrível,
fora de comprovação científica, e a segunda com os fatos aceitáveis.

MAHATMA – Grande alma. O homem eminentemente espiritual que


chegou ao máximo da perfeição possível e cuja natureza superior venceu
por completo a inferior.

MAGOA - Um dos potentes demônios das regiões orientais. Deve ser


invocado dentro do círculo mágico, em qualquer dia e hora, dizendo-se o
seguinte:
Eu te conjuro e invoco, ó poderoso Magoa, rei do Oriente, e ordeno que me
obedeças enviando à minha presença, sem tardança, MassayeI, Asiel,
Satiel, Arduel e Acorib, para que digam tudo o que quero saber e fazer.

236
MAGOS - Exotericamente denominam-se magos os antigos sacerdotes do
zoroastrismo. Mas como foram os magos os primeiros adeptos do
ocultismo tradicional, levando ao mundo a luz da ciência esotérica, de seu
nome se originou o da magia, e de seu significado e saber iniciático, o
nome de mago, que possui, de modo legítimo, os segredos da ciência
oculta.

MAGUS: A designação técnica de um Grau na A:. A:. que é tão exaltado


que é atingido somente por uns pouco indivíduos durante o curso de um
Éon. Crowley atingiu o Grau em 1915 e assumiu o moto de Mestre Therion
(A Besta 666). A notação cabalística deste Grau de Magus é 9°=2°, que
indica o controle total de Iesode (o centro da energia cósmica na Arvore da
Vida) pela Vontade do Magista. Esta é a consecução perfeita e completa do
resultado da fórmula "Amor sob vontade".

MAHASATTIPATHANA (Sânscrito): Uma forma budista de meditação na


qual a mente não é restringida a um único objeto, mas é posta a observar
o fluxo de pensamentos com o propósito de localizar sua fonte e analisar
sua natureza.

MAIMON - Chefe da nona hierarquia de diabos e capitão de todos os que


se distinguem como tentadores, insidiosos e preparadores de emboscadas
onde exista a boa fé dos seres humanos. Giram em volta das pessoas boas,
tentando anular as boas inspirações que as guiam.

MALFAS - Grande presidente da corte infernal que costuma apresentar-se


sob a forma de um corvo. Se aparece com forma humana, sua voz tem um
timbre particular muito desagradável. Favorece as empresas militares e
essa é a sua especialidade. Manda em 40 legiões de demônios.

MALKUT: A décima e última Sefira da Árvore da Vida. Ela é a Esfera da


Terra e representa a manifestação mais densa da corrente cósmica. Ela é o
equivalente da "filha" na fórmula IHVH. É no plano de Malkuth que o
processo da "redenção" começa. A fórmula dessa redenção varia com os
sucessivos éons. E o propósito do presente livro indicar seu mecanismo no
Novo Eon.

MAMMON - Demônio da avareza. Domina os subterrâneos e protege os


pesquisadores de tesouros.

MANAS – A mente o princípio pensante inteligente, individualizante.

MANDRÁGORA - Erva medicinal cujo fruto exala um cheiro muito forte e


fétido, semelhante a uma pequena maçã. Tanto o fruto como a raiz

237
possuem propriedades mágicas, segundo tradições antigas, e um poder
oculto para combater o esfriamento dos desejos eróticos.

MANDRAGORA (Panax quinquefolium) - Pouco empregada em medicina,


mas em troca desempenha um papel muito importante nas artes mágicas.
Botânica Oculta: esta planta era conhecida pelos hebreus com o nome de
jabora. Entra na composição do ungüento dos bruxos que vão assistir ao
aquelare. A raiz é um poderoso condensador das forças astrais. Os bruxos
chineses usam-na para produzir a loucura ou causar sofrimentos terríveis.
Os seguintes dados foram extraídos do Glossário Teosófico de H. P.
Blavatsky: a raiz desta planta tem a forma humana. Em ocultismo é usada
pelos magos negros para diversos fins maléficos, e alguns ocultistas "de
esquerda" fazem homúnculos com ela. Segundo uma crença popular, a
mandrágora grita como gente quando é arrancada da terra. Desde os
tempos mais antigos foi considerada a planta mágica por excelência.

MANDRÁGORES - Nome de certos demônios familiares que parecem


propícios em dar ao homem uma franca proteção contra as mentiras e os
enganos.

MANTRAM – Palavra, verso ou fórmula destinada a produzir um efeito


mágicko.

MARBAS - Grande presidente infernal. Aparece sob a forma de um leão


furioso. Quando está frente a frente com o exorcizador toma a forma
humana. Descobre as coisas ocultas, envia as doenças, inspira o saber das
artes mecânicas e metamorfoseia o homem de vários modos. Manda em 36
legiões de diabos.

MARCA DO DIABO - Supunha-se que os bruxos, de vez que tivessem feito


um juramento de submissão ao demônio, eram marcados em qualquer
parte do corpo com um sinal indelével e invisível para os leigos, sendo
notado apenas pela sua falta de sensibilidade. Como conseqüência,
quando se queria condenar algum suspeito de bruxaria, picavam todo o
seu corpo em busca de uma região indolor. Tão logo era encontrado o
ponto insensível sua condenação, à fogueira estava garantida.

MARMA (Sânscrito): Um termo usado nos tantras para indicar o local de


uma zona de poder no corpo humano. Na ciência secreta de Sri Vidya tal
local é indicado no Sri Yantra na interseção de três ou mais linhas.

MARQUÊS INFERNAL - Esta categoria diabólica significa superioridade de


poder sobre os condes da própria espécie infernal. 0 marquês deve ser
invocado nas horas que transcorrem desde as três da tarde até o anoitecer.

238
MARTHYM - Duque dos infernos que aparece sob forma humana muito
robusta e possuidor de uma longa cauda. Conhece as virtudes misteriosas
das pedras e das plantas; tem ainda o poder de transportar seus
protegidos a distâncias enormes com a rapidez do raio. Tem 36 legiões sob
seu domínio.

MAYA – Segundo os Vedas é a matéria fonte dos fenômenos das


existências individuais.

MÉDIUNS - Nome dado aos indivíduos que possuem demonstradas


faculdades de índole especial para a produção dos chamados fenômenos
espíritas. Existem diversos tipos de médiuns, entre eles os médiuns
escritores, usados pelos espíritos para escrever suas mensagens, os que se
encontram possuídos pela entidade invisível (médium orador) usando sua
boca e garganta, os que vêem as formas etéreas que povoam o ar do
ambiente da sessão (médiuns videntes), aqueles que realizam curas
milagrosas com a ajuda dos espíritos, os curandeiros etc.

0 mais freqüente, no entanto, é que o indivíduo possua uma mediunidade


qualquer, e logo se sirva dela para a produção de outras mais ou menos
afins com a sua própria. É muito raro que o médium desenvolva duas ou
três mediunidades com a mesma perfeição.

Para os espíritas, médium é um ser com faculdades especiais. Para alguns


médicos é um desequilibrado. Representação moderna dos videntes,
iluminados, estáticos e possuídos de outros tempos, reconhecem-se neles
idênticas neuropatias e anormalidades nervosas. Mas esotericamente, ou
melhor, sob o ponto de vista ocultista, existe algo mais.

0 médium desventurado é uma vítima das entidades do astral. É um ser


pobre que em troca da produção de alguns fatos mais ou menos
assombrosos está condenado a uma vida de dores materiais e morais até a
loucura ou a morte prematura.

MEIMENDRO NEGRO (Hyosciamus niger) - Quente e seco. Tem diversos


usos, em medicina, mas só citaremos alguns, por ser uma planta muito
perigosa, que só deve ser empregada pelos médicos. Eis a maneira de fazer
um óleo excelente para reumatismos e nevralgias: põem-se 25 gramas de
folhas novas de meimendro em banho-maria, num litro de um bom azeite
de oliva, e deixa-se até que evapore a água do vegetal. Aplica-se sobre a
parte doente, cobrindo-a com um lenço de lã. As sementes desta planta
são utilizadas em defumações para acalmar as dores de dente. 0 cheiro do
meimendro produz um profundo estupor. Botânica Oculta: a fumaça de
suas sementes, colhidas e queimadas na hora de Saturno, provoca brigas
e discussões violentas. Bruxos malvados se aproveitam disto para produzir
a loucura e, às vezes, a morte de uma pessoa, agindo a distância e com

239
toda impunidade. Esta planta também era usada para fazer a pomada com
a qual as bruxas se untavam para assistir ao sabá. É bem melhor que esta
receita infernal permaneça ignorada. Ela só foi publicada no livro Pactum
felizmente muito raro.

MELISSA (Melyssa officinalis) – Erva-cidreira. É usada contra o


histerismo e a hipocondria. Nos estados espasmódicos, desfalecimentos,
vertigens, enxaquecas e fraqueza estomacal. Seu uso mais freqüente é em
infusão: 5 gramas em meio litro de água. Botânica Oculta: as sibilas dos
templos de Cumas, de Delfos, de Eritrea e de outros despertavam sua
inspiração com uma beberagem dinâmica onde a erva-cidreira entrava
como componente principal. Planetas: Sol e Júpiter.

MENANDRO - Discípulo de Simão, o Mago. Os escritores católicos


costumam caluniar tanto um como o outro, dizendo-os mistificadores da
pior espécie, atribuindo seus poderes à ajuda dos demônios. No entanto,
Menandro foi um homem de conhecimentos superiores na magia, do que
deu reiteradas provas com a realização de fatos prodigiosos. Seus
ensinamentos são o gnosticismo do mestre, que encontra a mais completa
expansão nas doutrinas de Valentim.

MENTALISMO – Princípio Hermético que nos explica que o Universo é todo


mental, ou seja, que todos os fenômenos da vida, incluindo a matéria e o
espírito são Criações da Mente de Deus. Sendo assim podemos concluir
que também fazemos parte dessa Criação, em cuja Mente vivemos, nos
movimentamos e construímos nossas vidas.

MERCURIAL (Mercuriales annua) – Usa-se a planta fresca. É laxante e


purgativa em doses elevadas. Além disso, também tem qualidades
diuréticas, sendo recomendada na hidropisia. Botânica Oculta: fria e
úmida. Seu suco, depois de cozida, facilita a concepção de um menino se a
mulher usar a planta-macho durante quatro dias, e de uma menina se usa
a planta-fêmea. Planeta: Lua. Signo zodiacal: Virgem.

MERCÚRIO – Em alquimia é a força vital dos corpos.

MESCAL (Anhalonium levinii) - As folhas destes cactos, mastigadas,


produzem alucinações aterradoras. Com as folhas secas, também
mastigadas, obtêm-se visões alegres de caráter erótico. Esta planta é muito
procurada pelos índios do Texas e do Novo México. 0 cacto, segundo a
crença popular, traz sorte. Deve ser colhido na hora de Saturno.

MESMER Antônio - Suposto fundador da doutrina do magnetismo animal


e propagador de suas maravilhas na Áustria, França e Alemanha. Nasceu
em 1734 e obteve o título de doutor em medicina pela Faculdade de Viena.
Em sua tese de doutoramento fez exposição de idéias estranhas, que não

240
foram muito bem acolhidas pelos professores da faculdade. Pouco depois
começou a praticar tratamentos magnéticos inspirados nos de P. Hell,
dando origem a discussões apaixonadas e a um período de lutas que fez
com que Mesmer fosse para Paris. Aí conseguiu seus êxitos de maior
importância chegando a ser uma figura enaltecida na época pelas classes
sociais mais elevadas, assim como pela corte de Luís XVI. De qualquer
forma não se pode negar que Mesmer tenha, com a divulgação dos
primeiros fenômenos do magnetismo humano, marcado o ponto de partida
de um movimento fecundo que hoje se revela nos fatos prodigiosos do
hipnotismo.

METAMORFOSE - A mitológica idéia da possibilidade das metamorfoses


humanas ressurge nas crenças dos bruxos dos tempos médios, e fala-se
então de conjuros e malefícios que convertem a vítima num cachorro, num
gato etc., ou que transformam o maleficiador (este é o caso mais freqüente)
num lobo terrível ou outra fera que ataca, fere e espanta as pessoas que se
deseja vingar, ou causar algum mal. 0 fato da metamorfose não foi
comprovado e alguns bruxos somente o confessaram sob torturas.

METEMPSICOSE - Se a metempsicose significa a possibilidade de a alma,


depois que a pessoa morre ir animar um outro organismo humano, e
sempre no sentido progressivo da evolução psicológica, as doutrinas
esotéricas estão de acordo. Mas se a metempsicose se refere ao fato de que
a alma humana pode ocupar organismos de animais, então se trata de
uma pretensão absurda com a qual o ocultismo nada tem que ver. As
teorias referentes às reencarnações são merecedoras de um estudo atento
e de uma séria meditação. Resolve assim os problemas mais obscuros e
fundamentais da psicologia e da moral, tornando-se uma conseqüência
forçosa da doutrina da evolução, quando se passa do mundo das formas
ao da vida psicológica.

METOMOSCOPIA ou METOPOSCOPIA - Sistema de adivinhação do


caráter e condições de uma pessoa pela leitura dos sinais impressos nas
rugas de sua fronte.

MICROCOSMO – O mundo pequeno geralmente o homem. O homem é o


macrocosmo em relação ao átomo e o microcosmo em relação ao universo.

MILLO - Vampiro húngaro do século 18. Certa jovem chamada Stanoska,


que uma noite havia se deitado em perfeito estado de saúde, despertou
repentinamente enlouquecida pelo terror, gritando e dizendo que o próprio
Millo, morto há seis semanas, lhe tinha aparecido e tentado estrangulá-la.
A desventurada Stanoska morreu três dias depois. 0 suspeito de
vampirismo foi desenterrado, e o corpo apresentava as provas das
presunções. Por conseguinte, o cadáver foi decapitado e seu coração
perfurado com um cravo. Depois queimaram-no e lançaram suas cinzas no

241
rio. Este é um caso típico, merecedor de certo estudo, que, como outros,
está acima das simples superstições.

MINOSON - Demônio que desperta a ganância em todos os tipos de jogos.


Depende de Hael, personagem de influência muito grande nos antros
infernais.

MIRABILLIS LIBER - Famoso texto cuja maior parte é atribuída a São


Cesário. Consiste numa recopilação de profecias atribuídas a diversos
personagens e santos da Igreja católica. 0 mais notável deste livro,
impresso em 1522, são as narrações dos fatos que aconteceram na França
nos fins do século 18, tais como a expulsão da nobreza, as perseguições
contra o clero, a supressão dos conventos, a morte do rei e da rainha, e
outros acontecimentos que segundo as profecias terminariam com o
restabelecimento da ordem na nação francesa pela águia.

MIRRA (Myrrha commyfora abissynica) - Em terapêutica tem um campo


muito reduzido. Geralmente é utilizada em pó, aplicando-o sobre as
úlceras cancerosas, e em vaporizações para desinfetar a casa de um
doente. Botânica Oculta: diz a mitologia que esta resina foi produzida
pelas lágrimas da deusa Mirra, que se uniu incestuosamente com o pai
gerando o gentil Adonis. Segundo Van Helmont, a mirra dissolvida no
álcool e tomada em doses determinadas prolonga a vida e evita uma série
de doenças. Também é um produto muito usado nas operações teúrgicas e
goéticas. Planeta: Vênus.

MISSA NEGRA – Missa satânica.

MÔNADA - O ser humano tem vários núcleos de consciência, pontos focais


de sua expressão nos diferentes níveis do universo. A mônada é para ele o
núcleo fundamental na sua atual fase de evolução. Deriva-se de outro,
mais profundo, o regente monádico, "centelha cósmica emanada do
Criador". A mônada é sua projeção no universo físico cósmico; a alma, a
projeção da mônada nos níveis abstratos o ego humano, a projeção da
alma no mundo concreto. A mônada atua como estação transformadora da
energia do regente monádico; por ela consciência do indivíduo conhece as
leis dos níveis inferiores e prepara a síntese que levará regente à realização
como Avatar. É o centro de vida imperecível do homem. No estado de
consciência monádico, ele é um ente individual, mas não vive a
separatividade

MORAX - Conde e capitão dos infernos que aparece sob a forma de um


touro negro e vermelho. Revela ao homem os mistérios da astronomia e de
todas as artes liberais. Também costuma tomar a forma humana. Manda
em 36 legiões.

242
MOREAU - Quiromântico do século passado que predisse ao imperador
Napoleão suas derrotas e quedas. Gozou de excelente reputação em Paris
sustentada pelo êxito que tiveram suas profecias. Morreu em 1825.

MOSCA - Segundo os demonólogos, o diabo costuma tomar a forma de


uma mosca e denominam belzebu o senhor destes animais. Esta idéia foi
muito difundida nos povoados da Europa durante os séculos passados.

MUNDOS - A ciência oculta sustenta a doutrina da habitabilidade dos


mundos, e afirma que estão povoados também aqueles que parecem
menos propícios para desenvolver em sua esfera os fenômenos da vida.
Para explicar isto, o ocultismo ensina que desconhecemos as formas
extraterrestres de organização e as dos estados em que a matéria pode se
manifestar em outros planos diferentes ao da nossa vida física. Afirma
também que os mundos são etapas da evolução orgânica, de modo que o
habitante da Terra será o de outros mundos quando estiver esgotado o
ciclo de suas experiências terrestres, onde continuará a marcha evolutiva
de sua entidade psicológica.

MURMUR - Grande duque e conde infernal, demônio da música. Aparece


sob a forma de um homem armado, cavalgando um abutre e acompanhado
por uma multidão de trombetas. Os sons das cornetas e dos clarins o
precedem.

243
244
Nostradamus

NABERUS - Marquês infernal, marechal de campo e inspetor geral dos


exércitos diabólicos. Aparece sob a forma de um corvo. Favorece a
eloqüência e inspira tudo o que for relativo às artes liberais. Exerce
comando sobre os necromânticos. Ensina as virtudes mágicas de animais,
plantas e metais. Revela o futuro e tem sob seu comando 19 legiões de
diabos.

NABO (Brassica napus) - Cozido em cinzas e aplicado atrás das orelhas


alivia a dor de dentes. Contra o catarro, a bronquite e a tosse, emprega-se
a raiz cozida. Com esta raiz se tempera uma sopa excelente para as
pessoas que sofrem inflamações dos intestinos. Planeta: Lua. Signo
zodiacal: Capricórnio.

NAIRANCIA - Sistema árabe de adivinhação fundamentado nas


interpretações obtidas de certos sinais e aspectos do Sol e da Lua.

NARCISO (Narcissus pseudonarcissus) - Tem qualidades adstringentes,


antiespasmódicas e febrífugas. Emprega-se nas tosses nervosas e nas
coqueluches. Usado externamente é um bom emenagogo. As flores,
secadas rapidamente, conservam sua cor amarela, sendo neste caso
antiespasmódicas e narcóticas. Botânica Oculta: frio e seco. Quem o leva
atrai a amizade. Planeta: Vênus. Signos: Touro e Leão.

245
NECROMANCIA - Processo da magia negra para se obter respostas dos
cadáveres ou da cabeça de um morto, e também das almas dos falecidos,
por meio de evocações.

NEMBROTH - É um dos espíritos freqüentemente evocados pelos mágicos.


Seu dia favorito é terça-feira. Para despedi-lo, depois dos trabalhos, basta
jogar uma pedrinha.

NENÚFAR - Planta afrodisíaca à qual os antigos atribuíam poderes


anafrodisíacos.

NEPHESH - Princípio material da alma animal, provavelmente o duplo ou


corpo fluídico. Palavra hebraica.

NERGAL - Demônio de segunda ordem, chefe da polícia infernal e primeiro


espião de belzebu. Nergal foi uma deidade adorada pelos assírios, caindo
mais tarde no esquecimento e lançada ao inferno pelo catolicismo para
tornar-se um demônio de pouca importância.

NESCHAMAH – Princípio superior do homem e sua parte espiritual.


Palavra hebraica.

NIGROMANCIA - Sistema mágico de encontrar as coisas que estejam


ocultas em lugares obscuros, profundos e tenebrosos, como acontece nas
cavernas, minas, galerias subterrâneas etc. Para efetuar a operação
nigromântica invocam-se as potências infernais propícias para descobrir
tesouros e riquezas escondidos sob a terra ou em lugares ignorados,
pedindo que os traga ao evocador ou que o guie até eles. A evocação deve
ser feita à noite.

NINFAS - Entidades da mitologia helênica as quais os demonólogos


cristãos puseram nos infernos convertendo-as em demônios. A partir do
ponto de vista esotérico, o simbolismo mitológico contém uma verdade
digna de estudo. Quanto à transformação cristã, nada é preciso fazer ou
dizer por se tratar de um recurso desprovido de todo valor iniciático.

NIRVANA – Domínio do espírito sobre a matéria.

NOALS Joana - Bruxa queimada em virtude de sentença do Parlamento de


Bordéus no dia 20 de março de 1619. Foram atribuídos a ela diversos
malefícios, entre eles um "chevilhamento" que causou muita repercussão.
A acusada confessou espontaneamente, dando detalhes de como efetuou o
embruxamento.

NOGUEIRA (Juglans regia) - As folhas frescas, em infusão, são um


excelente remédio para combater as escrófulas e a icterícia.

246
NOSTRADAMUS Miguel - Médico e astrólogo nascido em Saint-Remy em
1503. Suas famosas curas e o profundo conhecimento do seu ramo
granjearam-lhe a animosidade dos seus colegas. Desgostoso por estas
rivalidades, retirou-se da vida pública e profissional, dedicando-se
exclusivamente ao estudo de suas ciências favoritas. Compôs um grande
número de profecias em verso e em estilo simbólico abarcando sete
séculos. Nada é mais controvertido do que a comprovação das realizações
destas profecias de Nostradamus.

NOTARICON - Uma das três divisões da cabala judia. Trata das regras do
processo de tomar uma letra de cada palavra para formar uma frase
inteira, ou as primeiras letras de uma sentença para formar uma palavra.

NOZES - Dizem que têm grandes virtudes. Se forem queimadas e


reduzidas a pó, e este colocado no vinho e azeite, serve como excelente
ungüento para conservar o cabelo.

NÚ-ÍSIS: Os poderes combinados das Correntes celestiais e terrenas da


forma como elas se manifestam através das polaridades do sexo. Nuit e
Ísis tipificam as forças do Espírito e da Matéria respectivamente.

NUIT: 0 Espaço Infinito e as infinitas estrelas infinitas deste. Num sentido


metafísico, Nuit é o Continuum de Felicidade que resulta da dissolução da
existência mundana nos elementos da não-existência. Ela (Nuit) é
representada como uma forma humana feminina curvada sobre a terra,
como na Estela da Revelação. Num sentido mais especializado e mágico,
Nuit é o complemento de Hadit, o ponto onipresente do qual ela é a
circunferência infinita. Ela é o Norte, e se iguala a Hórus; ele é o Sul, e se
iguala com Set.

247
248
Tabuleiro Ouija

OB (Hebraico) - Uma serpente. Um nome dado à Luz Astral. E a raiz da


palavra "obeah".Ver também Od.

OBEAH: Feitiçaria Africana e do Oeste da índia. Envolve a adoração da


Serpente (Ob) e a projeção da Luz Astral para propósitos mágicos. Ob é o
agente materializador universal, e, entre as serpenteS gêmeas do Caduceu.
de Mercúrio, ou Hermes, representa o elemento passivo, sendo Od a
corrente ativa.

OBSESSÃO - A obsessão é uma espécie de enfermidade de ordem psíquica


e emocional, que consiste num constrangimento das atividades de um
Espírito pela ação de um outro. A influência maléfica de um Espírito
obsessor pode afetar a vida mental de uma pessoa, alterando suas
emoções e raciocínios, chegando até mesmo a atingir seu corpo físico. A
influência espiritual só é qualificada como obsessão quando se observa
uma perturbação constante. Se a influência verificada é apenas
esporádica, ela não se caracterizará como uma obsessão.
Somente os Espíritos maus e imperfeitos provocam obsessões,
interferindo na vontade do indivíduo, fazendo com que ele tenha ações
contrárias ao seu desejo natural.
A obsessão só se instala na mente do paciente quando o obsessor encontra
fraquezas morais que possam ser exploradas. São pontos fracos que,
naturalmente, todos nós temos, pela imperfeição que nos caracteriza.
Deste modo, conclui-se que todos estão sujeitos à obsessão.
As doenças do corpo carnal só se manifestam quando existem fragilidades

249
estruturais ou carências no organismo físico. Na área psíquica acontece
coisa semelhante. Os indivíduos enfraquecidos moralmente, com falhas de
caráter, vícios etc., estarão mais sujeitos à obsessão.
O Espírito obsessor, conhecendo as fraquezas morais do enfermo, vai aos
poucos obtendo acesso à sua área mental, chegando em alguns casos a
dominá-lo. Se a obsessão se intensificar, e não for tratada espiritualmente
em tempo hábil, ocorrerá um aumento de afinidade fluídica entre obsessor
e obsedado, o que poderá acarretar no agravamento da enfermidade.

OCULOMANCIA - Antigo modo de descobrir os autores de roubos e outros


crimes baseado na maneira de olhar do suspeito.

OCULTISMO (ou ciência oculta) - Conjunto de teorias e práticas cujo


objetivo é desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando
descobrir seu aspecto espiritual e superior. Ele trata do que está além da
esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido. O
ocultismo está relacionado aos fenômenos supostamente sobrenaturais.

OD – A corrente positiva da Energia Mágica que tem sua origem na


Serpente de Poder (ver Kundalini) no homem. Reichenbach chamou essa
força de Odílio e Wilhelm Reich, de Orgônio. Os experimentos destes
cientistas demonstraram a existência desta força sutil sob condições de
laboratório. Od é representada pela serpente ativa do Caduceu de Hermes.
Junto com Ob, Od forma a Baqueta Mágica de Duplo Poder empunhada
pelos deuses do antigo Egito e mencionada em 0 Livro da Lei. A
polarização de Ob e Od é representada pelo globo que coroa o Caduceu, ou
Baqueta, em tomo do qual as serpentes se enrolam. 0 globo simboliza
Aour, Luz (mais apropriadamente Lux), que é o resultado desta polarização
e equilíbrio. No Céu, esta LVX é típificada pelo Sol; no Homem pela
Consciência; no Reino Mineral, pelo Ouro, etc.

OENISTICIA - Adivinhação realizada interpretando o vôo das aves


seguindo determinadas regras.

OFIDIOMANCIA - Adivinhação por meio das serpentes, conforme a sua


maneira de rastejar.

OINOMANCIA - Adivinhação por meio do vinho, segundo a qual se


deduzem as profecias conforme os caracteres do seu sabor ao bebê-lo e
outras circunstâncias especiais. Os persas usavam muito este processo.

OLIVET Antoine Fabre d' - Escritor esotérico nascido em Ganges


(departamento francês de Heranit) em 1767. Compôs algumas obras
teatrais e várias poesias sem muito valor literário, que não lhe deram a
fama adquirida com os livros de alta filosofia e de filosofia da história.
Morreu em Paris em 1825. Suas obras principais são: Les Vers Dorés de

250
Pythagore (1813), La Langue Hébraique Restituée et le Veritable Sens des
Mots Hebreux (1815), Lettres à Sophie sur L´Histoire, (1801), Etudes
Litteraires et Philosophiques (1825). Renê Philipon publicou uma obra
póstuma de Fabre d'Olivet cujo título basta para dar uma idéia da
importância esotérica do texto. Diz assim: "A música explicada como
ciência e arte, e considerada sob o ponto de vista de suas relações
analógicas com os mistérios religiosos, a mitologia e a história da Terra".
Dizemos que este autor é um verdadeiro iniciado e que em seus escritos
descobrimos alturas prodigiosas do saber e a chave dos mais profundos
enigmas do ocultismo.

OLOLIGMANCIA - Adivinhação que se praticava deduzindo-se os


presságios através dos latidos dos cães. Atualmente caiu em completo
desuso.

OM - Palavra de alto poder mágico entre os hindus. É mais freqüente


encontrá-la escrita deste modo: AUM.

ONEIROCRICIA - Arte de interpretar os sonhos.

ONFALOMANCIA - Sistema de adivinhação por certos caracteres que o


umbigo apresenta. As antigas parteiras eram as que mais usavam esta
arte adivinhatória.

ONICOMANCIA - Adivinhação por meio das unhas.

ONOMANCIA - Adivinhação baseada no estudo dos nomes das pessoas.

OOMANCIA - Adivinhação que se praticava quebrando um ovo na água.


Conforme os desenhos formados pela clara, eram feitas as deduções e
previsões.

OPALA - Atribui-se a esta pedra preciosa o poder de preservar dos


contágios de doenças e de toda má influência dos ares impuros. Impede as
afecções do coração, as síncopes e os estados de animo que se distinguem
por urna tristeza incurável.

OPHTHALMIUS - Pedra fabulosa cuja virtude era tornar invisível quem a


possuísse.

ORÁCULOS - Sistema de conhecer as coisas futuras muito acreditado nos


povoados da antiguidade clássica.

ORAY - Grande marquês da corte infernal que se apresenta sob a forma de


um arqueiro. Sua faculdade é a de animar os combates, aumentando sua
mortalidade. Comanda 30 legiões de demônios.

251
ORIAS - Demônio dos astrólogos e adivinhos. Possui a categoria de
marquês infernal. Apresenta-se sob a forma de um leão furioso posto sobre
um cavalo que tem uma serpente enrolada no pescoço. Revela os segredos
da astrologia. Governa 30 legiões.

ORION - Este importante complexo de estrelas foi adotado pelos antigos


egípcios como um símbolo do Sahu, ou o corpo-de-estrela (corpo-espírito)
dos mortos que se ergue. A constelação foi originalmente chamada de
"Hórus da Ressurreição".

ORNITOMANCIA - Adivinhação baseada no vôo, canto e chilrear das aves.

OROBAS - Grande príncipe dos infernos. Aparece sob a forma de cavalo e


de homem. Responde sobre as coisas ignoradas do passado, do presente e
do futuro. Concede dignidades e empregos. É por exceção um demônio
inimigo da mentira e manda em 20 legiões.

OTIS - Grande presidente dos infernos que se apresenta sob a forma de


uma terrível víbora. Se tomar a forma humana, aparece com dois chifres
enormes e com uma grande faca na mão. Tem 60 legiões sob seu mando.

OUIJA – Tabuleiro constituído de uma prancheta com o alfabeto e outros


símbolos. Usado para manter contato com os espíritos. Ouija é marca
registrada.

OZE - Grande presidente dos infernos. Toma o aspecto de homem e


também de leopardo. Faz com que seus adeptos sejam felizes nas artes
liberais. Responde a todas as perguntas de caráter divino e abstrato.
Metamorfoseia o ser humano e transtorna o seu juízo fazendo-o delirar
grandezas. A dominação mágica de Oze dura somente uma hora cada dia.

252
253
Pedra Filosophal

PÃ: Uma palavra grega significando "Tudo". 0 valor cabalístico de Tudo é


61 que e AIN, Nada, ou Nuit. Assim, Tudo=Nada é uma expressão mística
da fórmula de PÃ. 0 latim O (Tudo) e o Om hindu também representam a
mesma idéia. No antigo panteão egípcio, Amun, uma variante de Aum ou
Aumgn, se referia a um conceito similar. Mas este poder cósmico (Pã) é
concebido popularmente na forma da cabra ou com pés de cabra, sendo a
cabra o símbolo do saltador solitário em locais elevados, isto é, a aspiração
e conseqüente exaltação da alma a locais elevados e sagrados. 0 número
de Pã é 131 que é também o de Samael, uma forma de Shaitan, daí, uma
outra razão para a sua associação na mente não-iniciada com o terror e o
Grande Desconhecido.

PACTOS - Bergier, o autor do Dicionário Teológico, define o pacto como


sendo um convenio expresso ou tácito estabelecido com o demônio que se
realiza com o propósito de se obterem, mediante sua eficácia, coisas e fatos
superiores ao poder das forças naturais.

PAGÉ – Misto de sacerdote, feiticeiro e médico entre os indígenas


brasileiros.

PALINGENESIA – Regeneração, renascimento por meio alquímico de uma


planta ou animal empregando para isso suas cinzas.

PALMASCOPIA - Augúrio tirado das palpitações notadas por meio da mão


em diversas partes do corpo da vítima dedicada ao sacrifício.

PANTÁCULOS - Espécie de talismãs.

254
PANTARBE - Nome de uma pedra fabulosa à qual certos autores deram o
poder de atrair o ouro assim como o ímã atrai o ferro. Asseguram que pode
ser encontrada na índia e nos terrenos onde se tira o ouro.

PARABRAHAM – O absoluto não manifestado.

PARACELSO Aurelius Filipus Teophrastus Bombastus Von Hohenheim


- Nasceu em 1493. Os primeiros estudos de Paracelso foram a medicina e
a cirurgia, dedicando-se com maior afinco à alquimia. Apesar dos rancores
e invejas que causou nos seus contemporâneos ele ficou na História como
sendo o precursor de muitas idéias e conceitos médicos, além dos êxitos
obtidos em suas pesquisas alquímicas. Morreu em 1541 em condições
obscuras.

PAYMON - Um dos reis do inferno. Aparece sob a forma de um homem


gigantesco montado num dromedário, com cara de mulher, levando na
cabeça uma coroa enfeitada com pedrarias. Comanda duzentas legiões.

PEANITA - Pedra fabulosa à qual os antigos atribuíam uma grande virtude


para tirar as mulheres das dificuldades do parto.

PEDRA DA SAÚDE - Recebe este nome em algumas regiões da França e da


Itália certo mineral muito duro e suscetível de um polimento muito bonito.
Engastado em broches e anéis assegura-se que muda de cor quando a
saúde da pessoa fica abalada. Em muitas partes atribui-se a mesma
propriedade às pérolas e às turquesas.

PEDRA FILOSOFAL - Os alquimistas denominavam indistintamente pedra


filosofal e pó de projeção o produto alquímico que fazia transmutar os
metais grosseiros para convertê-los em ouro puríssimo.

PEGOMANCIA - Adivinhação que se praticava nas fontes naturais de água


lançando nela algumas pedras e observando seus movimentos dentro do
líquido.

PENTAGRAMA – Estrela de cinco pontas.

PERATOSCOPIA - Adivinhação baseada no significado atribuído aos


fenômenos e coisas extraordinárias que apareciam nos ares.

PERFUMES - Em magia empregam-se algumas substâncias vegetais e


minerais para que, dinamizadas pelo fogo, possam entrar em contato mais
facilmente com o astral, atraindo e condensando suas energias e
entidades. Outras influenciam mais diretamente sobre o evocador e os
assistentes, desenvolvendo em uns e em outras exaltações e estados semi-
hipnóticos, psíquicos, e de exteriorização que os capacitam para distinguir,

255
atrair e se relacionar de modo material com os seres fluídicos do invisível.
Outras só provocam fases alucinatórias, cujas percepções carecem de
autêntica realidade objetiva. Todas essas substâncias recebem
magicamente o nome de perfumes, e seu estudo é um dos mais
transcendentais e secretos das ciências da iniciação.

PERGAMINHO VIRGEM - 0 pergaminho virgem se prepara com a pele de


animais que ainda não tenham gerado, ou com a das crias mortas antes de
nascer. É indispensável que ninguém veja o pergaminho virgem. Serve
para traçar nele os pentáculos, talismãs, figuras mágicas, pactos, fórmulas
conjuratórias, etc.

PERISPÍRITO – Corpo astral ou duplo.

PEYOTE (Echinocactus ilianosii) - Desconhecemos suas propriedades


medicinais. Botânica Oculta: o notável escritor espírita Quintin Lopez
Gomez, em seu Dicionário de Metapsíquica, diz o seguinte: Planta pequena
que só se encontra nas estepes do Norte e do Centro do México. Sua
absorção, em qualquer das preparações que com ela se fazem, produz uma
excitação geral agradável, e traz com ela visões de incomparável beleza.

PHENIX ou FÊNIX - Grande marquês infernal que aparecia sob a forma


de pássaro. Também costuma tomar a forma humana. É competentíssimo
em ciências e poesia. Comanda 20 legiões, e depois de passado o seu
tempo de provas voltará ao céu.

PHILLORODOMANCIA - Adivinhação por meio das folhas de rosas. Os


gregos faziam estalar os círculos feitos com elas sobre o dorso ou sobre a
palma da mão, tirando deduções e interpretações do ruído que faziam.
Hoje o costume permanece, mas como uma brincadeira infantil.

PHILOTANUS - Demônio de categoria inferior submetido a Belial. Tem


uma predileção especial pelas obras de bruxaria protegendo os feiticeiros
contra as pessoas que os perseguem.

PINGALA – O sistema nervoso do lado direito da medula espinhal que é


positivo e masculino. Palavra sânscrita que significa vermelho escuro.

PINHO (Pinus sylvestris) - As bolotas do pinho têm excelentes


propriedades tônicas, excitantes, diuréticas e anticatarrais. Por isso são
recomendadas contra a hidropisia, retenções de urina, sífilis, asma,
catarros bronquiais, reumatismo, escorbuto e escrófulas em geral. Deve
ser usada em infusão na medida de 15 gramas para cada meio litro
d'água.

256
PÍTRIS – Raça humana etérea de que proveio o homem carnal. Palavra
sânscrita que significa: País.

PLANETAS - Sua importância mágica está relacionada com o seu papel


astrológico. Vide Horóscopo e Sideromancia.

PLEXO SOLAR - Chackra ocalizado na região central do peito, na área


vazia, entre as costelas, na altura do início do estômago. Energiza e
controla o pâncreas, o fígado, o estômago, o intestino grosso, o apêndice, o
diafragma e até certo ponto o intestino delgado, os pulmões e o coração,
controla ainda a temperatura do corpo, as emoções e a parte hormonal. É
o centro de distribuição de energia.

PLOGOJOWITS - Chamava-se assim um indivíduo que nos meados do


século morreu em Kisolovam, pequeno povoado da Hungria. Pouco depois
de sua morte começaram a dizer que aparecia durante as noites, matando
aqueles a quem visitava. Chegaram a assinalar nove pessoas como sendo
vítimas deste vampiro. Ao desenterrarem-no, seu cadáver estava intacto e
rosado. Pregaram então uma estaca em seu peito queimando-o em seguida
para destruir o espantoso prodígio. Consta que desde então o povoado
recobrou a tranqüilidade sem que se tornasse a falar de um outro vampiro.

PNEUMA - O sopro animador, o espírito.

PNEUMATOLOGIA - Ciência dos espíritos.

POSSESSÃO - É a ação que um Espírito exerce sobre um indivíduo


encarnado, substituindo-o temporariamente em seu próprio corpo
material. Esta ação não é permanente considerando que a união
molecular do perispírito ao corpo opera-se somente no momento da
concepção. A possessão pode ser o feito de um bom Espírito que quer
falar e, para fazer mais impressão sobre os seus ouvintes, toma
emprestado o corpo de um encarnado, que este lhe cede voluntariamente
tal como se empresta uma roupa. “Isto se faz sem nenhuma perturbação
ou incômodo e, durante este tempo, o Espírito se encontra em liberdade
como num estado de emancipação e freqüentemente se conserva ao lado
de seu substituto para ouvi-lo.”
Obviamente a possessão também pode ocorrer através de um Espírito
malfeitor e neste caso caracteriza-se um processo obsessivo. Assim ocorre
quando a vítima não possui força moral para resistir à agressão e é
obrigada a afastar-se temporariamente de seu corpo

POSTURA DA MORTE: Uma postura mágica desenvolvida por Austin


Osman Spare. Ela torna os sentidos inativos e leva a uma vacuidade total
que pode ser usada como o útero para o nascimento de qualquer forma
desejada.

257
POUPA - Pequena ave conhecida entre os primitivos, principalmente os
caldeus, pelo nome de bori, e ison pelos gregos. Conforme a tradição dos
grandes magos, quem usasse seus olhos nos testículos engordava. No
ventre, todos os inimigos se reconciliavam, e se alguém temesse ser
enganado, bastava trazer a cabeça da poupa no bolso para evitar a fraude.

PRANA – A soma total da energia cósmica.

PRANAYAMA - é um palavra sânscrita e significa respiratório. Ele é o


quarto ramo do Raja Yoga exposto no Yoga Sutras de Patañjali. Prana é a
fontre de energia. O prana é substrato universal. Pranayama é o
conhecimento e controle do Prana.

PSEPHOSMANCIA - Espécie de adivinhação praticada pelos antigos que


consistia em deduzir prognósticos através das figuras formadas por
algumas pedrinhas escondidas na areia.

PSICOCINÉTICA - É a produção de movimento em objetos pelo exercício


de poder mental ou psíquico.

PSICOMETRIA - Um poder psíquico que permite adivinhar fatos


segurando objetos.

PSIQUISMO - Os fenômenos espíritas, ao serem estudados pelos critérios


independentes dos homens mais respeitáveis da ciência, dão origem a um
ramo de conhecimentos psico-fisiológicos, que de acordo com o nome
proposto pelo sábio W. Crookes recebem a denominação geral de
psiquismo. É, portanto o estudo metódico e experimental dos fenômenos
causados pelas faculdades mediúnicas de certas pessoas e formula como
primeira base desta classe de conhecimentos que não é necessária a
intervenção dos espíritos para explicá-los, afirmando que sua origem é
perfeitamente natural e que os fenômenos se produzem pela ação de certas
forças orgânicas do médium.

PTAH – (egípcio). O terceiro aspecto da divindade, corresponde ao espírito


santo dos cristãos.

PUCEL - Poderoso grão-duque do inferno que aparece sob a forma de um


anjo de cor sombria. Competem-lhe todas as coisas referentes às ciências
ocultas, à geometria e às artes liberais. Comanda 48 legiões.

PURUSHA - O espírito imortal do indivíduo.

258
259
259
Mapa da Mão – vide Quiromancia

QLIFOTE (Hebraico): A forma plural de Qlifa, algumas vezes escrito


Klippah. Qlífotes é o nome dado a um mundo ou plano de entidades sem
alma que, como tais, não estão verdadeiramente vivas, mas apenas
protelando-se em cascões de pessoas que já foram conscientes. Eles são
autômatos tais como aqueles que assombram cemitérios ou sessões
espíritas, e o magista é advertido para não traficar com eles de modo
algum. Também entre as Qlífotes estão os mais perigosos remanescentes
de elementais que já foram um dia altamente organizados que se arrastam
numa existência sombria, vampirizando os vivos.

QUERUBINS - São seres angelicais do reino celestial. São sempre


associados com a santidade de Deus. Quando Adão pecou, Deus colocou
querubins na entrada do Jardim do Éden para guardar o caminho para a
Árvore da Vida. Eles representam o justo governo de Deus, e são
executores da justiça de Deus e dos seus santos julgamentos.

QUIRAC Isaac - Bruxo de Nerac, preso em Bordéus para responder


perante os juizes sobre seus delitos diabólicos. Interrogado em inquérito,
contou de que modo foi iniciado nos mistérios negros da bruxaria, e
descreveu cenas de reuniões sabáticas de maneira coincidente com o dito
por outros bruxos e bruxas. Confessou que havia feito malefícios e
assinalou como vítima de suas magias infernais um filho dos senhores a
quem servia, e em cuja casa estava quando o prenderam que emudeceu
por três meses. Perante a Câmara de Tournelle reconheceu que havia

260
mentido e que pretendia encobrir sob as confessas ações de bruxaria, às
quais foi arrastado pelo medo e perseguições do demônio, e sob a figura de
um homem negro, seus verdadeiros delitos como malfeitor reincidente. Foi
condenado a morrer no suplício a 8 de maio de 1609.

QUIRIM - Pedra maravilhosa que, segundo os demonógrafos, se se colocar


sobre a cabeça de uma pessoa que dorme, fará com que ela declare até
seus mais íntimos segredos.

QUIROMANCIA - Estudo das condições morais e mentais da pessoa por


meio de análise e interpretação da estrutura, forma e aspecto da mão e
suas partes, e das linhas, pontos e outras figuras que aparecem se
destacando na palma. A reunião dos dados, trazidos por estes caracteres
que se relacionam de um modo claro e preciso com as influências e
dominações astrológicas e sideromânticas, permite formular os ditames do
destino que presidem a vida do consulente e penetrar, por conseguinte, no
que lhe tenha reservado o futuro. "A quiromancia propriamente dita difere
da quironomia pelo fato de que a quironomia só se ocupa da forma da mão
e dos dedos, enquanto a quiromancia, deixando de lado a forma, se
preocupa exclusivamente da parte interna da mão, na qual observa as
proeminências e as linhas. Se o leitor abrir a mão esquerda e olhar
atentamente, verá, na parte côncava, uma espécie de carta topográfica,
com quatro grossas linhas que formam um M. Correndo a vista até o
polegar, encontrará uma grande protuberância; outra entre o dedo mínimo
e o punho, e enfim, na base de cada dedo, um pequeno montículo; -além
disto encontrará uma rede de pequenas linhas, de pequenas cruzes, de
pequenos ângulos enredando-se, enlaçando-se, cortando-se,
absolutamente como em uma carta geográfica onde figuram as estradas,
os canais, as estradas de ferro e os rios. Para distinguir tudo melhor, não
abra demasiado a mão, a fim de evitar que pela tensão se borre a menor
linha, e comecemos pelos pequenos montículos situados próximo da raiz
dos dedos, os quais têm nomes que lhes deram os quiromantes do
passado, e nada se opõe a que se conservem. 0 monte abaixo do dedo
indicador se denomina monte de júpiter. 0 debaixo do médio se denomina
monte de saturno. 0 debaixo do anular, monte do sol. 0 debaixo do
mínimo, monte de mercúrio. A proeminência, situada abaixo da
precedente, se denomina monte de marte. A debaixo do polegar, monte de
Vênus. Finalmente, a parte proeminente que se encontra às vezes na
continuação do monte de marte próxima ao punho, monte da lua. 0
buraco da mão se chama o plano ou a planície. Conhecidas estas
primeiras divisões, passemos às linhas. A linha maior, que partindo do
punho segue o monte de Vênus, acaba e freqüentemente se confunde com
a segunda grande linha que corta a mão em duas, se chama linha da vida.
A segunda linha, da qual acabamos de falar, e que passa obliquamente
pela parte funda da mão, isto é, que tem origem entre o polegar e o
indicador, para terminar próximo ao monte de marte, se chama linha da

261
cabeça. Uma terceira linha, que parte dos arredores do nascimento do
indicador para terminar quase horizontalmente abaixo do dedo mínimo, se
chama linha do coração. E, finalmente, uma quarta linha grande, que
cruza a mão quase verticalmente, se designa com o nome de linha
mediana ou linha da fortuna. Vejamos agora o significado dos montes e
linhas principais e mais adiante passaremos às linhas de segunda ordem.
Todos os que acabamos de mencionar se denominam sinais de primeira
ordem. Comecemos pelos montes: o monte muito pronunciado indica uma
qualidade excessiva; pouco saliente a qualidade é menor; ausente, é o
defeito correspondente a esta qualidade. Assim o monte de júpiter indica a
religião, a ambição, a afeição, as honras, ao mesmo tempo em que a
alegria e a felicidade; muito pronunciado é a superstição, o orgulho, a
tendência à loucura. A ausência deste monte é, portanto o ateísmo, a
indolência, a indiferença, o desejo à obscuridade, a falta de dignidade, a
tristeza. 0 monte de saturno acusa o bom êxito, a sagacidade, a prudência.
Exagerado dá êxito assombroso em tudo o que se empreende; indica
também a desconfiança, o receio e o rigorismo. A ausência denuncia a
desgraça obstinada, a má sorte, a imprudência e a ignorância em saber se
conduzir. 0 monte do sol indica o êxito, a glória, a celebridade, a
inteligência, o gosto pelo belo, as aspirações nobres, a esperança e a
riqueza. 0 excesso do monte provoca a celebridade a todo custo, a
popularidade pela vergonha ou crime, a extravagância de conceitos, gosto
pelo extraordinário, o desejo de brilhar, a audácia, a inveja, e a
prodigalidade; a ausência é o gosto pela vida tranqüila, material, a
inteligência limitada, o amor pelas pequenas coisas. 0 monte de mercúrio é
o do amor à ciência, à indústria, ao comercio, à vida ativa, ao trabalho e
aos negócios. 0 excesso indica a falsa ciência, aptidão para negócios
escusos, mais benéficos que honrados, à bolsa, à chantagem, ao jogo, à
existência azarada, ânsia de ganhar, propensão ao roubo. A ausência
indica aversão a todo estudo ou trabalho, vida fácil, horror às cifras e ao
cálculo. 0 monte de marte indica valor, resolução, força, intrepidez,
desprezo pela morte e pelo perigo, valentia. Naturalmente, o excesso é a
temeridade, a obstinação, a cólera, a brusquidão, a crueldade e a maldade.
A ausência do monte é indício de covardia, de moleza, de timidez, de
debilidade, de negligência. 0 monte da lua é marca de imaginação
inclinada ao sonho, à melancolia; denota castidade, decência, moralidade e
bons costumes; o excesso mostra sensibilidade extrema, caráter triste,
hipocrisia, amor à solidão. A ausência indica o aturdimento, o gosto pelos
prazeres bulicosos, o materialismo e a imoralidade. Finalmente o monte de
Vênus indica uma alma amante, caritativa, o gosto pela elegância e o
temperamento amoroso. 0 excesso, a graciosidade, o desregramento, a
libertinagem, a desordem e a falta de pudor. A ausência do monte
denuncia o egoísmo e a frieza. As qualidades e vícios dominantes da
pessoa são, naturalmente, os que resultam do exagero de um monte ou de
sua carência total; não obstante, antes de se decidir a vaticinar de um
modo absoluto. é preciso que se tenha o cuidado de observar se uma

262
qualidade ou defeito, claramente indicados, não estão compensados por
outros indicados por montes diferentes. Assim, alguém tachado de covarde
pela ausência do monte de marte não é senão excessivamente prudente
pelo avultamento do monte de saturno. 0 excesso de um monte deve servir
de base mais que a carência de outro, o que é conseqüência lógica, pois se
debaixo de um dedo falta um monte é por estar por demais desenvolvido o
de seu vizinho. Compreendido isto, passaremos a examinar as linhas
começando pelas linhas-mães, isto é, as da vida, cabeça, coração e
mediana.

Linha da vida - A linha da vida, grande, bem traçada, é sinal de saúde e


longevidade; quanto mais descer até o punho, mais viverá; cortada é sinal
de enfermidade, e a largura e a profundidade do corte indicam o grau de
perigo de morte. Às vezes a mão apresenta uma dupla linha de vida: é o
mais feliz presságio que se pode esperar; é uma vida de felicidade
completa. Um ou dois pequenos círculos sobre esta linha indicam a perda
de um ou dois olhos, o .que é uma tradição cuidadosamente conservada
por todos os quiromantes. A linha da vida, cruzada de pequenas linhas,
indica numerosas indisposições; formada de cadeias, é uma existência
difícil, penosa e enferma; de cor clara, indica temperamento sanguíneo; se
lança ramificações até o monte de júpiter, significam honras, dignidades;
se é inchada entre o polegar e o indicador é inclinação ao assassinato; se
finaliza em uma cruz é sinal de prosperidade. Uma cruz na linha da vida
na mão de uma mulher é sinal de amor ao vício. Outros numerosos sinais
se deduzem desta linha; eis aqui os principais: se a linha da vida é pálida e
larga, é indício de tolice e grosseria; profunda, coberta de manchas
avermelhadas e lívidas, anuncia a malícia, a falsidade, o palavrório, a
inveja e a presunção; manchada desta maneira em todo o seu
comprimento é sinal de cólera, ira, furor, maldade, ruindade e
malignidade. A linha da vida estreita, comprida e bem avermelhada
designa sagacidade, ingenuidade e generosidade.

Linha da cabeça - Quando esta linha é reta - diz um antigo quiromante -,


bem marcada e de uma cor natural, resulta em saúde e inteligência, juízo
são e uma memória feliz; se é grande, gozará de boa saúde até a mais
avançada idade, indicando também valor; se é tão curta que só chega até o
meio da mão, denota timidez, debilidade, obstinação, avareza, e se é lívida
indica infidelidade. Quando se prolonga pelo monte da lua é sinal de gosto
pelas coisas místicas e às vezes indício de loucura próxima. A linha da
cabeça, pálida e larga, acusa pouco entendimento e circunspeção; pálida e
estreita, falta de iniciativa e resolução e sinal de indecisão. Larga,
profunda e de um vermelho vivo, denota rudeza e imprudência. Em forma
de cadeia é falta de firmeza de idéias; tortuosa indica tendência ao roubo.
Se estiver coberta de pequenos círculos, denuncia assassinatos cometidos
ou que se cometerão ou pelo menos homicídios em duelos ou brigas. Se se
quebra no meio para formar semicírculo, a tradição assegura que é sinal

263
indicador de o consulente estar exposto a ser devorado por animais
selvagens ou ferozes. Finalmente, se na mão de uma mulher se distingue
uma pequena cruz no meio da linha da cabeça, é sinal de que morrerá no
ano.

Linha do coração - A linha do coração corrobora as afirmações anteriores


e acrescenta mais algumas. Se for bem formada, reta, bastante grande e
suficientemente marcada, anuncia bondade, natural pureza, modéstia e
constância no bem. Se começa abaixo do dedo médio e dela não partem
ramificações, é ameaça de morte violenta e vida curta; ordinariamente esta
indicação corresponde com a pequenez da linha da vida. Habitualmente, a
linha do coração que se inicia por três ramos, que se dirigem até o
indicador, é sinal de riqueza e honrarias, mas se dirigem até o médio é
sinal de fatalidade. Em resumo, esta linha é benéfica quando serve de
tronco a outras menores que se elevam até júpiter; quando está
completamente privada de ramificações denota miséria e infortúnio. Se a
linha do coração começa entre o polegar e o indicador, no mesmo lugar
que a linha da cabeça, de modo que forme ângulo agudo com esta, é
indício de vida azarada, cheia de transtornos e perigos. A linha do coração
pálida e larga é sinal de corrupção e coração empedernido; estreita e pálida
é falta de força e vitalidade. Pontos vermelhos distribuídos sobre esta linha
denotam feridas no coração, morais ou físicas. Enfim, a mão desprovida da
linha do coração é de um homem de má fé, malvado, traidor, de quem se
deve desconfiar. A ausência desta linha é, além de tudo, indício de vida
curta.

Linha da fortuna - É uma das que os quiromantes interrogam com mais


cuidado, pois está muito mais sujeita a grandes variações de forma que as
demais linhas, sendo por isso mesmo mais vantajosa para a interpretação
dos presságios. A linha da fortuna serve com freqüência para confirmar,
pelo simples fato de sua presença, as indicações deduzidas da forma ou
lugar que ocupam os outros sinais. Se subir reta do punho ao dedo médio,
cortando as outras linhas, e parecendo dominá-las, é sinal de extrema
sorte e êxito assombroso. Esta linha não existe em todas as mãos, o que
não chega a ser um mau sinal, pois se é reta e bem marcada como
dissemos anuncia satisfação completa de todas as coisas; quando é
tortuosa, desigual ou se perde por baixo do dedo mínimo, anuncia
acontecimentos desgraçados, misérias e soçobro. Se une por baixo do
punho ao bracelete, é sinal de prisão. Se está cortada pela linha do
coração e se detém nela é sinal de um futuro partido por uma afeição mal
empregada. Aqui temos o conhecimento das grandes linhas para comparar
seus sinais com os dos montes a fim de ver se concordam, ou se ao
contrário se destroem, e neste caso convém investigar qual é a influência
dominante, por meio das linhas auxiliares, que vamos classificar e que
servem para corroborar os presságios deduzidos da inspeção das outras
linhas.

264
Linhas auxiliares - Entrelaçados, ramos, cadeias etc. As linhas auxiliares
são: a hepática ou linha do fígado; a do entendimento; e as capilares. A
hepática parte do bracelete para se dirigir ao monte de mercúrio; se não
tem solução de continuidade e é bem colorida, estômago forte, saúde e
êxito nos negócios; se está marcada por pontos ou forma cadeia, denota
debilidade e até impotência; se termina em forquilha, indica perigo de fogo
ou de morte violenta; se está cortada em forma de cruz, é sinal certo de
enfermidade. As pessoas que sofrem de enxaqueca têm a linha hepática
desigualmente colorida, vermelha por partes; quando se dirige até o monte
da lua, denota caráter caprichoso; quando é descontínua e entrecortada,
anuncia má saúde e tendência à dispepsia; quando sanguínea, serve para
distinguir um temperamento colérico. Um fato bastante curioso para
comprovar é que os alcoólatras não têm a hepática. A linha do
entendimento não aparece em todas as mãos, e é pouco aparente nas em
que figura. Bem determinada e colorida promete glória e celebridade; é
uma ramificação que se destaca ora da linha da vida, ora do monte da lua,
terminando no monte do sol; bem profunda, larga, vem na maioria das
vezes apoiar a linha da fortuna, significando que especialmente nas
ciências, nas letras, nas artes ou em altos cargos se chegará ao êxito e às
honrarias. As linhas capilares são as que por sua reunião formam às vezes
as linhas-mães, das quais não têm nenhuma das qualidades, causando
grande dispersão do fluxo que acode a cada uma delas, explicando, por
sua presença, o desacordo que possa haver entre os presságios que se
deduzem de uma grande linha e os acontecimentos que os desmentem. Em
resumo, uma linha-mãe, observada atentamente e que se constitua de
uma reunião de várias linhas capilares, é uma linha falsa. As capilares,
muito freqüentes nos montes, e em particular no de Vênus, são indício de
exuberância de seiva, que prejudica a qualidade. Nas mãos se observam
também algumas linhas que são como diminutos ramos de uma árvore.
Em geral, estas linhas chamadas adjetivas não têm mais que dois
significados; se partem da linha-mãe e se dirigem até a parte superior da
mão, lhe acrescentam uma influência benéfica; se ao contrário descem até
o punho, são prejudiciais. A linha horizontal sobre um monte é benéfica; a
oblíqua nada vale. Várias linhas horizontais e verticais formam o que se
chama de rede ou entrelaçado, e são mau indício. Um monte que indique
aptidão à ciência, se está coberto por um entrelaçado, será uma ciência
falsa, inútil e prejudicial. Em um homem que tenha na mão os sinais de
destreza, de inteligência, de habilidade e de êxito, as redes indicarão que
se servirá deles para cometer roubos etc. Os ramos semelhantes às linhas
são presságios felizes quando se dirigem para cima, e são mais curtos. As
linhas que parecem estar formadas por cadeias podem ser consideradas
como obstáculos e dificuldades aos efeitos que a linha possua. Os montes
e as linhas não são os únicos sinais que existem na palma da mão, pois
podemos observar também os seguintes: estrelas, quadrados, círculos,
triângulos, cruzes, anéis etc. A estrela pressagia fatalidade ou perigo, às

265
vezes também sorte inesperada, quando está situada sobre o monte de
júpiter; mas com mais freqüência e sinal de morte ou assassinato; a
estrela colocada na parte inferior do monte de Vênus indica morte causada
por pessoa do outro sexo. 0 quadrado é indício de energia e grande
habilidade; sobre o monte de Vênus, segundo alguns quiromantes,
significa prisão ou convento. 0 círculo só e presságio favorável quando está
situado sobre o monte do sol; nos demais casos é mau sinal, e como já
dissemos pode significar a perda de um, ou mesmo dos dois olhos, quando
é duplo. 0 ponto indica uma ferida, ou um ataque de loucura quando está
situado sobre a linha da cabeça; na linha do coração, um ponto branco
anuncia urna conquista amorosa. Há, às vezes, na mão, um fundo largo, o
que é sinal vergonhoso. É chamado de ilha em quiromancia, e é indício de
adultério, mistério no nascimento, projetos ou pensamentos
inconfessáveis. 0 triângulo é sinal de aptidão particular para as ciências
políticas, diplomáticas e às vezes também para as ciências ocultas ou
adivinhatórias. 0 anel de Vênus, espécie de semicírculo que se vê em
algumas mãos claramente assinalado entre o indicador e o mínimo, acusa
um amor desenfreado pelos prazeres sensuais; se este anel está formado
por linhas quebradas, tem uma significação mais vergonhosa. A cruz, sinal
comum sobre o monte de júpiter, indica um casamento por amor; na
palma da mão, fanatismo pela religião. Sobre o monte de mercúrio, indica
disposição para o roubo; no de Vênus, amor único, freqüentemente fatal, e
no da lua, falsidade, caráter perigoso e traiçoeiro.

Linhas das uniões dos dedos - Polegar, indicador, anular, mínimo, V e Y.


Se na base do polegar há uma pequena linha paralela à da vida, é
presságio de fortuna; se as dobras formadas pela junção que separa o
indicador da mão são largas e de um vermelho escuro, anunciam preguiça
e indolência; se são pouco aparentes, denotam afabilidade. Várias
pequenas linhas entre a segunda junção e a base do indicador anunciam
heranças. 0 médio que tem dobras tortuosas na junção da base pertence a
um homem que raciocina lentamente, de inteligência preguiçosa e de
concepção difícil. Na mão da mulher, uma pequena linha a cada lado da
base anuncia boa disposição para a maternidade. Há motivos para supor
que dará criancinhas ao mundo. Se as linhas passam de quatro, o
primeiro filho será padre. Se há algum ponto ou estrela sobre as linhas,
será morto na guerra. Se as linhas da união do anular são delgadas e
pálidas, indicam alegria e talentos agradáveis; tortuosas e vermelhas
pressagiam enfermidades. Linhas próximas à junção da unha, na mulher,
acusam grande devoção. Enfim, no dedo mínimo, se as linhas são
obscuras e salpicadas de manchas, indicam tendência ao roubo, e se a
junção do dedo mínimo com a mão está repleta de linhas tortuosas, é sinal
de esperança e fortuna. A mulher que tem no extremo do dedo mínimo
urna cruz é falante e impertinente; assim diz a tradição, que se deve
respeitar. A boa intuição de nossos leitores deve separar o que é
exclusivamente do domínio da imaginação do que está baseado no estudo

266
e na observação. Feita a advertência, permitir-nos-emos consignar aqui
algumas profecias que estão estereotipadas em todos os livros de
quiromancia e que os autores reafirmam com confiança. Se a linha da
junção, colocada no nascimento do polegar, isto é, no lugar que forma
ângulo com a mão, se estende rodeando o polegar considerava-se em
outros tempos como sinal certo de enforcamento ou decapitação. Os
boêmios, que como se sabe eram entendidos em quiromancia, começavam
sempre por comprovar a presença ou ausência deste anel, e é preciso
reconhecer que com freqüência procedia corretamente, o que nada tem de
extraordinário, posto que a maior parte dos aventureiros e militares
veteranos, que naquele tempo freqüentavam as casas dos feiticeiros,
estava em constante perigo de terminar seus dias no patíbulo. Os tempos
de revoltas e guerras civis que assolaram a França até o século 18
facilitavam o acerto das profecias. Pretendia-se também que a letra Y,
colocada na palma da mão, era a marca pela qual se conhecia o alcoólatra
ou sacrílego, e que na mão de uma mulher grávida tinha de aparecer a
letra V; também era possível, pela disposição das linhas da mão de um
homem, dizer se sua mulher lhe era fiel ou não. Foi, sem dúvida, a
extravagância destes ridículos horóscopos que fez cair em descrédito a
quiromancia e seu estudo, e hoje até causa riso quando se ouve falar em
linhas da mão e se pergunta que correlação pode existir entre o caráter de
uma pessoa e sua mão. Esta e a pergunta que mais cria obstáculos de
todas as objeções que se possam fazer à ciência da mão, e, portanto a
única que vamos responder, citando como Desbarolles o fez em seu livro
Mistérios da Mão, a opinião de uma das autoridades nessa matéria: La
Quiromancia, por Gourdon De Genouillac, tradução de Canobirse.
(Biblioteca da Irradiação).

QUIRONOMIA - Parte da quiromancia que estuda a mão segundo seus


aspectos e sua forma para deduzir caracteres e indicações que
complementam, precisam e detalham a análise e interpretação das linhas
e outros sinais existentes na palma da mão. A mão é o membro por
excelência do homem. A mão da justiça é sinal de soberania. Beija-se a
mão dos reis em sinal de submissão, a dos padres e benfeitores em sinal
de respeito, e a das mulheres em prova de admiração. Quando alguém
quer se casar, pede a mão daquele a quem ama; levanta a mão para
reafirmar a sinceridade de suas palavras, e quando reza a Deus cruza as
mãos, como se quisesse expressar com esta atitude sua debilidade e
pequenez. No Oriente se suspende uma pequena mão de metal em todos
os monumentos aos quais se quer preservar de mau-olhado. 0 trabalho
manual engrossa as mãos, a ociosidade as afina. Também se considera a
mão pequena como indício de mão de raça, e exagerando este princípio, a
chamam mão aristocrática, esquecendo que a mão dos rudes e valentes
cavaleiros da Idade Média era poderosa, forte e adequada à pesada espada
que brandiam. As mãos grandes pertencem, portanto, em geral, aos
trabalhadores; entre as pessoas cultas, denotam caráter minucioso e

267
detalhista e indicam força física; largas e grossas são as mãos dos glutões
e dos jactanciosos; largas e delgadas as das pessoas destras e hábeis em
negócios. A mão grande, com palma compacta e carnosa é, além do mais,
sinal de instintos e apetites grosseiros, e ao contrário, a palma pouco
desenvolvida indica compleição delicada e gostos, instintos e tendências de
imaginação mais elevados. As mãos grossas denotam rudeza de
entendimento. As mãos pequenas são de pessoas de natureza afeminada,
de imaginação rápida, mas perspicazes e prontas a perceber o conjunto
das coisas. As mãos curtas indicam pessoas finas e fortes. "Se as mulheres
têm a palma muito curta (diz o espelho da astrologia), é sinal de que vão
parir com dificuldade, e as que têm a palma larga e os dedos proporcionais
devem ser hábeis em muitas coisas, especialmente em trabalhos de
costura." As mãos peludas - pêlos no dorso da mão, principalmente até
sua parte inferior - são sinal de boa compleição, mas se estão
desigualmente distribuídos e situados de um lado e de outro é indício de
temperamento nervoso e delicado. Uma mão sem pêlos denota natureza
fria, presunçosa e indolente. Toda mão seca e dura indica inflexibilidade
de caráter, espírito altaneiro e amor à dominação, à atividade e ao
positivismo. Esta é a mão dos comerciantes, agentes de negócios e grandes
políticos. As mãos moles pertencem às pessoas inclinadas a ociosidade e
aos aficionados do prazer fácil, do luxo e da pompa.

Desbarolles classifica à parte uma mão à qual chama de 'mão de prazer',


"essencialmente voluptosa, preguiçosa mas ardente para os prazeres e
apta a desfrutar todos eles. É gorducha, quase inchada; os dedos são lisos
e pontiagudos, sem nós e dilatados na base da terceira falange, lugar dos
prazeres materiais.
A pele é branca e compacta, com algumas pequenas concavidades; a
palma é forte, carnosa; a raiz do polegar (monte de Vênus) é bastante
desenvolvida. 0 polegar é geralmente muito curto. “Esta mão, que se
colocou entre as mais belas, é a das pessoas aficionadas do prazer e das
mulheres que se denominam filhas de mármore”. Esta última atribuição é
algo arbitrária; a mão de prazer é a mão típica das mulheres; algumas têm
as mãos grandes com dedos espatulados, mas são a minoria. As pequenas
mãos rosadas, moles, flexíveis, com os dedos largos e afilados são as mais
abundantes na França. Só as distinguimos pelas falanges, que variam
segundo as aptidões e caracteres.

Mistério das mãos - Vimos a forma da mão, estudada em conjunto; vamos


agora passar aos detalhes. Para isto tomaremos de preferência a mão
esquerda, por ser a que está menos sujeita a se deformar com o trabalho
ou exercício, e, depois de haver comprovado se é grande ou pequena,
grossa ou fina, e que como tal dá uma certa avaliação do caráter do
indivíduo, buscaremos a confirmação na forma dos dedos, esperando obter
a certeza pela decifração das linhas traçadas nos sulcos da mão.

268
Sobre os dedos - Os dedos grossos e largos indicam temperamento
alcoólatra ou pelo menos de glutão; pequenos e moles são os dos audazes
e invejosos; pequenos e finos são os das pessoas perspicazes e
engenhosas; muito unidos uns aos outros, denotam mão de adulador e
cortesão; quando se movem facilmente até atrás, é sinal de lealdade e
retidão; os dedos que se cerram naturalmente em garras são os das
pessoas finas, cautelosas e demandistas. As unhas compridas e largas e
de aparência, vermelhada anunciam bom temperamento; estreitas e
pálidas indicam saúde delicada; arqueadas são sinal de inteligência;
planas, de valentia e bestialidade. As mãos se classificam em três
categorias: - com dedos lisos e pontiagudos - mãos com dedos lisos e
terminados em espátula ou quadrados mãos com dedos nodosos e
terminados pelo regular quadrado ou em espátula (as mãos com dedos
nodosos e pontiagudos são raras exceções). Vamos então examinar estas
diferentes formas de dedos, cada uma das quais denota um tipo moral. As
mãos com dedos pontiagudos e lisos são as dos poetas e artistas. As mãos
nodosas com dedos quadrados são as dos oradores, advogados, médicos,
comerciantes e positivistas. As mãos com dedos espatulados e nodosos são
de guerreiros, engenheiros, mecânicos, trabalhadores hábeis e gente de
ação. É bom advertir que só indicamos os tipos exclusivos, e que
naturalmente alguém que reúna atitudes diferentes pode oferecer um
conjunto, mais ou menos delineado de sinais opostos. Sucede as vezes que
os cinco dedos da mão são de forma idêntica; somente o indicador
pontiagudo indica, nos banqueiros, por exemplo, o gosto pelas artes e pela
poesia; o mínimo espatulado e dilatado, nos artistas, denota tristeza,
melancolia e tendência ao suicídio. Em geral, os dedos grossos na base
denunciam gostos materiais, o amor aos prazeres dos sentidos.

Sobre as falanges - Cada dedo consta de três falanges. As do polegar têm


importante significação. A primeira, que forma a base, é a da paixão;
quanto mais desenvolvida for, mais estará a pessoa dominada pelo amor
sensual. A segunda é a do raciocínio e da lógica, e quanto maior mais
indicativa. Enfim, a primeira (que se considera a terceira em quiromancia,
pois os dedos partem da mão), que é dita a falange armada de unha, é a da
vontade. Quem possui esta falange comprida e a segunda curta, possui
mais vontade que raciocínio e lógica, e vice-versa. Nos outros dedos as
falanges compridas na raiz indicam que as qualidades do coração são mais
desenvolvidas que as da convicção; as baseadas no raciocínio, tais como a
ordem, a economia, a honradez, se traduzem pela segunda falange mais
comprida que as outras; a falange da unha, grande, indica qualidades de
engenho e inteligência.

Sobre os nós e uniões dos dedos - Passemos agora aos nos que existem
nas uniões dos dedos. 0 nó que se coloca no nascimento do dedo se chama
nó do coração; o do meio do dedo, nó da cabeça, e o mais próximo da
unha, nó da inteligência; o polegar só tem dois nós, o nó do raciocínio e o

269
nó da força, este mais próximo da unha. 0 nó do coração bem aparente e
saliente indica caráter inclinado a obedecer a suas paixões e a se deixar
dominar por elas; são pessoas prontas a entusiasmar-se e a se sacrificar
por um partido. Este nó denota irreflexão, ardor correto e temperamento
fogoso. É seguramente a mão dos regalados, dos jogadores, dos bêbados e
dos glutões, onde se encontra habitualmente o desenvolvimento excessivo
deste nó. 0 nó da cabeça é quase seguramente encontrado nas pessoas
aficionadas a cifras e cálculos; como sinal característico indica as virtudes
da ordem, da previsão, mas ao mesmo tempo os defeitos inerentes a estas
qualidades, isto é, avareza, egoísmo, insensibilidade etc. 0 excesso do nó,
mostrando o exagero do sentimento de economia, por exemplo, a
parcimônia e a avareza. 0 nó da inteligência existe habitualmente no dedo
das pessoas que se dedicam a lutar; os advogados; entre os artistas, os
atores; muitos médicos; os filósofos os retóricos, os argumentadores, as
pessoas de ideais de independência e liberdade excessivas. Com os nós da
inteligência e da cabeça reunidos sobressairá a ordem simétrica, a
pontualidade, mas como qualidade reconhecida, tendência do lógico,
baseando todos os seus atos na ciência e na razão. Os dedos sem nó são
indícios de caráter oposto, isto é, que agem sempre por inspiração.

Terminemos este estudo dos dedos por esta passagem do capitão


D'Arpentigny, que dedicou toda a sua vida ao estudo da mão. "A confiança
que têm em si mesmo os homens de dedos espatulados é extrema; a
abundância é seu objetivo. Possuem instinto e um sentimento positivo da
vida no mais alto grau; e reinam, pela inteligência que têm, no mundo das
coisas e interesses materiais. Aficionados ao trabalho manual, à ação,
dotados por conseguinte de sentidos mais ativos que delicados; a
constância no amor lhes é mais fácil que aos corações inclinados à poesia,
nos quais; influi, mais que o dever e o costume, a juventude e a beleza."
Enfim, acrescenta Desbarolles: "Os de dedos pontiagudos não serão
ordenados. Os de dedos quadrados amarão o espetáculo da ordem, porém
não terão ordem; concordarão com a aparência mas não quererão olhar
dentro de seus próprios armários. Os de dedos espatulados contrairão um
compromisso entre a ordem e o espetáculo da ordem; concordarão as vezes
por amor ou necessidade de movimento". Esta genialidade humorística é
algo exagerada, mas explica perfeitamente o significado da mão (La
Quiromancia, por Gourdon de Genouillac; tradução de Conabirse.
Biblioteca da Irradiação).

270
271
Maharaja Hira Singh, Tika Ripudamman Singh & Bhai Kahn Singh Nabha – 1898
(Rajas)

RABDOMANCIA - Adivinhação por meio da varinha de adivinhação. Veja-


se o que foi dito em bastão rabdomântico.

RÁDIO - Corpo simples da química descoberto em 1898. 0 descobrimento


do rádio - que melhor que os outros corpos radioativos permite estudar os
novos fenômenos, que a princípio pareceram incompatíveis com as leis
físicas conhecidas - colocou à mostra novos e importantes problemas,
referentes não só à constituição da matéria mas também às mesmas leis
que regulam o movimento e a existência. Entre estas leis, as duas mais
gerais, nas quais entram todos os fenômenos conhecidos, parecem
diretamente aludidas pela nova descoberta, isto é, indestrutibilidade da
matéria e conservação da energia. E acrescentaremos que é dogma de fé da
ciência que a matéria não pode ser criada nem destruída. Passa por
sucessivas modificações; assume diversos aspectos; combina de maneira
variada; sofre todo tipo de metamorfose; e depois das mais complicadas
combinações de laboratório, acaba-se por encontrar sempre a mesma
quantidade da qual se havia, partido. Nem uma partícula sequer chega a
se perder. Um quilograma de água pode transformar-se em vapor ou em
gelo, mas em quantidade não se altera jamais. A água se compõe de duas
partes de hidrogênio e uma de oxigênio (H2O), isto é, um átomo de
oxigênio se combina com dois átomos de hidrogênio para formar uma
molécula de água. Os átomos destes dois corpos têm um peso
determinado; se efetuarmos a decomposição de uma quantidade
determinada de água por meio da eletrólise, e separarmos seus
componentes, se somarmos o peso dos gases que resultam, obteremos
sempre um total que representa, precisamente, a quantidade de água

272
submetida ao experimento. A mesma lei governa as transformações mais
complicadas. Uma planta, por exemplo, corresponde perfeitamente à soma
de todas as matérias inorgânicas que assimilou, da terra e da atmosfera,
principalmente água, carbono e nitrogênio. Se dissecarmos a planta, a
água se separará em forma de vapor; se recolhermos este vapor, somando
seu peso ao da planta dissecada, teremos, precisamente, o peso da planta
quando viva. Se prosseguirmos com o experimento, queimando a folha,
obteremos ainda o mesmo total, somando o peso da água evaporada, o gás
desprendido durante a combustão e as cinzas ou resíduos desta
combustão. Pois bem, do rádio se desprende, como já dissemos, o hélio.
Este hélio pode ser recolhido e conservado durante certo tempo, mas
pouco a pouco se esvai sem deixar vestígio. Terá sido destruído, talvez?
Precisamente o mesmo ocorre com o rádio diante da outra lei, referente à
conservação da energia. 0 trabalho realizado por um corpo, seja uma
máquina ou um ser vivente, equivale sempre a uma quantidade
determinada de energia, manifestada ao exterior de maneiras diversas.
Assim, o movimento de uma máquina equivale à quantidade de calor por
ela consumida, como a atividade vital de um homem corresponde à
quantidade de alimentos ingerida, inclusive o oxigênio respirado. Nenhum
corpo, em suma, é ativo por si mesmo; uma pedra que cai do alto obedece
à força de atração; uma chama que arde consome a própria matéria que se
combina com o oxigênio atmosférico, assumindo um novo aspecto. A
matéria, portanto, é inerte; isto é, quando está quieta não se pode pôr em
movimento sem a intervenção de uma causa exterior, nem estando em
movimento pode deter-se sem a intervenção de uma outra coisa qualquer.
0 rádio, ao contrário, parece subtrair-se a todas estas leis. Suas radiações
não alteram o mínimo que seja sua quantidade nem sua qualidade. Está
demonstrado que esta é uma propriedade da matéria, que emite sem se
consumir nunca; pelo menos é o que resulta de quantas observações se
tenham realizado. E como se forma esta nova matéria? Que sucede com
toda a energia que dela se desprende? Nunca se chegou a imaginar que
um corpo pudesse produzir constantemente eletricidade, luz, calor e outra
matéria finíssima que parece perder-se no espaço sem receber nenhum
dos demais corpos? De onde procede continuamente esta provisão de
energia que parece inesgotável? As hipóteses formuladas para explicar os
novos fenômenos são muitas. Já se disse: trata-se de uma ilusão; o rádio
perde na realidade certa quantidade de seu peso, e tal perda escapa a
nossos meios de observação, mas será comprovada com o tempo. Isto é
possível, mas ainda que seja verdade é preciso admitir que existe uma
desproporção enorme entre a quantidade de matéria perdida (que
evidentemente deve ser insignificante, pois que não chegamos a percebê-la
com as mais delicadas balanças) e as energias emitidas. Já se disse
também: o rádio é alimentado por radiações externas, que procedem do
espaço, do Sol, por exemplo, irradiações que não há meios de se chegar a
conhecer, atualmente, e que se transformam em energia radioativa. Esta é
urna suposição sem nenhuma justificativa. Finalmente, a hipótese mais

273
lógica, se bem que verossímil só até certo ponto, é esta: os corpos
radioativos não emitem seus átomos, mas sim as diversas partes que
compõem o átomo; trata-se, em suma, de uma verdadeira demolição dos
átomos, muito lenta, mas incessante. As definições clássicas do átomo
como partícula mínima, indivisível, seriam desta maneira insustentáveis. 0
significado do átomo deveria ser modificado em parte, com relação à nova
hipótese, à qual aderiria a maior parte dos sábios. Como conseqüência de
tal hipótese deve supor-se que o antigo átomo, invisível, seja um sistema,
composto de partículas ainda menores, as quais se movem nos limites do
átomo, com velocidades excessivamente grandes, a julgar pela energia que
desprendem quando são postas em liberdade. Tais partículas, melhor
dizendo, tais subátomos devem possuir também potência elétrica, positiva
e negativa ou, pelo menos, a faculdade de desenvolver uma quantidade de
eletricidade proporcional a qualquer uma delas. Toda a matéria seria
composta deste modo; o fenômeno, pelo que dissemos e pelo que diremos
depois, se nos mostra evidente somente nos corpos manifestamente
radioativos; mas pelos experimentos do professor Le Bon sabemos que esta
radioatividade se estende a todos os corpos, os quais são espontaneamente
em grau infinitesimal radioativos, ou pelo menos capazes de chegar a sê-lo
com uma ligeira fricção, com calor ou luz. Assim, estas partículas que se
chamam elétrons em razão do que ainda se desconhece libertadas da força
que as mantém no espaço ocupado pelo átomo, não reconheceriam
nenhum obstáculo, porque seu tamanho lhes permitiria passar facilmente
entre átomo e átomo, através dos corpos mais densos. A hipótese, corno se
vê, é simplíssima, mas suas conseqüências são incalculáveis, pois abre à
ciência horizontes completamente novos. Que acontecerá, com efeito, se
um dia estes elétrons chegarem a substituir os átomos como partículas
indivisíveis da matéria?
e energia que, no processo de desagregação, chegou a se manifestar em
forma de luz, calor e eletricidade. Limitemo-nos a falar sobre a eletricidade,
desde que a luz e o calor, em última instância, podem considerar-se como
formas especiais da força elétrica, isto é, do movimento contínuo. Já se
disse que a energia radioativa é tal que a contida em um só grama de rádio
bastaria para fazer voar a esquadra inglesa até em cima do Monte Branco.
Um centigrama de rádio, desagregado da matéria, porem em conjunto,
daria origem a uma força calculada em 6,8 bilhões de cavalos-vapor; para
produzir esta força seriam necessários atualmente 2,83 milhões de quilos
de carvão-de-pedra, e estando o carvão-de-pedra a 24 francos a toneladas,
isto representaria a bela soma de 68 mil francos. Um único centigrama de
rádio desagregando-se da matéria seria suficiente para produzir o mesmo
resultado! Mas isto é somente um sonho porque a desintegração da
matéria é, por sorte, lentíssima, e se verifica na superfície dos corpos em
quantidade infinitesimal e imperceptível. Dissemos por sorte, porque no
dia em que tais desintegrações se realizassem a ponto de poderem ser
aplicadas como força nas proporções que acabamos de enunciar, em
poucos instantes toda a Terra se reduziria ao estado de éter. Já vimos que

274
um pedaço de ímã desvia em ângulos diversos as emanações emitidas pelo
rádio, dividindo-as em três classes de raios. Estas três classes de
radiações foram apresentadas, para maior facilidade de linguagem, com as
três primeiras letras do alfabeto grego; alpha, Beta, Gama. As radiações
altas são pouco penetrantes, mas possuem eletricidade positiva e negativa
e constituem a maior parte das radiações emitidas. Devido à sua,
influência, a atmosfera se converte em boa condutora de eletricidade.
Estas radiações são constituídas, segundo parece, por verdadeiras
partículas de matéria, animadas por uma velocidade que está numa
relação de 1 para 10, aproximadamente, com a da luz. As radiações beta
são idênticas aos raios catódicos dos tubos Crookes; possuem eletricidade
negativa e são desviadas pelo ímã, no sentido inverso ao das partículas
alfa Estas radiações são muito penetrantes e sua velocidade é muito
próxima à da luz. As partículas, ou elétrons, possuem uma massa
bastante inferior à das radiações alfa As radiações gama são semelhantes
aos raios X ou roentgen, e são, como estes, muito penetrantes; sua
velocidade é exatamente igual à da luz, isto é, 300 mil km/segundo. Além
destas três classes de radiações que indicamos, o rádio emite uma quarta,
que apresenta todas as características de um gás e pode ser condensada,
por meio de ar líquido, à temperatura de 150 graus abaixo de zero. Esta
matéria comunica aos corpos com os quais se põe em contato uma
radioatividade temporal. 0 produto da condensação, cuja propriedade se
comprovou com o eletrômetro, é invisível e imponderável, mas pode ser
dissolvido por certos ácidos e, evaporada esta solução, se encontra sempre
a radioatividade nos resíduos. Como já dissemos, estas emanações, este
gás imponderável, é o hélio; Ramsay, que figura entre os primeiros que
descobriram sua procedência do rádio, diz, não obstante, que não vem
diretamente do dito corpo, baseando-se no fato de que as emanações
deste, pertencentes à quarta categoria, têm um caráter muito distinto.
Estas emanações, seja pela condensação, seja por outro processo qualquer
que ainda se ignora, dão origem ao hélio. Le Bon não considera estas
quatro categorias de radiação como fundamentalmente semelhantes. As
que dão origem ao hélio, ainda que imponderáveis ou, melhor dizendo,
pouco ponderáveis, procedem sempre da matéria, são a matéria em estado
de transformação. Com relação aos elétrons da primeira das três
categorias, o ilustre físico francês repete uma hipótese já emitida por
outros, sobre a constituição da matéria, que a princípio foi considerada
absurda e que agora, como conseqüência da teoria eletrônica, se reveste de
novas aparências de verdade, por mais que à mente humana seja
impossível compreendê-la. Esta hipótese é a que se conhece com o nome
de teoria elétrica da matéria. Segundo ela, o que nos parece matéria não é
outra coisa senão energia, eletricidade condensada. Em outros termos: a
matéria não existe como tal, mas somente como força. Ainda que nos
pareça absurdo à primeira vista, os sábios a admitiram; e não somente os
filósofos, mas também os físicos têm aceitado e propagado esta idéia. Le
Bon a admite, considerando os elétrons como simples centros de força,

275
cargas elétricas infinitesimais existentes por si mesmas. A
imponderabilidade dos elétrons serve para suster tal teoria, mas é preciso
também ter-se em conta que só os sentidos ou os instrumentos
empregados pelo homem são demasiado grosseiros para pesar uma carga
considerada como imponderável. Por outro lado, a idéia de movimento não
aparece em nossa mente senão como atributo da matéria, e não é possível
compreendê-lo de outro modo. Para que a mente humana possa apreciar
um movimento é necessário também que perceba a coisa que se move, pois
o movimento por si mesmo é inconcebível. Mas a filosofia física vai além de
nossos sentidos e faz conjecturas mesmo onde falta a experimentação
empírica.

Tais conjecturas podem ser mais ou menos aceitáveis, verossímeis ou úteis


na prática científica, mas não podem ter o valor das teorias estabelecidas
sobre fatos comprovados. Força e matéria são, portanto, coisas distintas,
ainda que constituindo uma só coisa. Para sermos mais exatos, diremos
que a energia é qualidade indispensável da matéria, isto é, que não existe o
menor fragmento de matéria que não esteja dotado de energia. Como
haveremos, pois, de conceber a matéria ante os fenômenos revelados pelo
rádio? Conhecemos certa quantidade de corpos simples, cujo número pode
ser aumentado pela descoberta de outros. Estes corpos estão formados de
átomos inalteráveis, especificamente, mas destrutíveis e divisíveis como
partículas da matéria. 0 átomo de hidrogênio ou de qualquer outro corpo
não pode perder nenhuma parte de si mesmo; isto é, perder algum elétron
ou alterar o movimento de seus vários elétrons e permanecer hidrogênio.
Quando ocorre um processo de desagregação, como sucede com o rádio, o
átomo desagregado, que perdeu, ainda que só em parte, seus elétrons, não
pode continuar fazendo parte da espécie a que pertencia. Explicaremos
isto com um exemplo que seja, por assim dizer, mais evidente.
Consideremos o mecanismo de um relógio; ele é especificamente
inalterável; não podemos alterar nem suprimir nenhuma de suas peças
sem perigo de decompô-lo. Se o desmontarmos peça por peça, teremos
certamente rodas, parafusos e molinhas, mas não teremos um relógio. Da
mesma maneira, se o átomo de qualquer corpo simples se desagrega,
teremos elétrons mas não teremos átomos. Crookes concluiu após
experiências com seu tubo que todos os elétrons são idênticos, qualquer
que seja a energia do átomo de que provenham, isto é, que os átomos de
qualquer corpo que se decomponham dão sempre origem à mesma
matéria, que se pode considerar matéria-prima; em se concentrando de
várias maneiras forma diversos átomos cuja combinação dá origem a todos
os corpos simples, que, combinando-se por sua vez, criam toda a
variedade de coisas e de seres que conhecemos. 0 elétron - seja ele
considerado com matéria dotada de características especiais, ou como
energia com existência própria sem um só ponto de apoio - é sempre o
elemento fundamental da matéria. Mas como, de que maneira as
variedades distintas que impressionam nossos sentidos podem ser criadas

276
por corpúsculos idênticos, segundo dissemos? A variedade do átomo
parece devida a duas causas: no número e à posição dos elétrons.
Segundo vimos, calculou-se que um átomo de hidrogênio, o mais leve de
todos, tem mil elétrons. É evidente que um átomo composto de um número
diferente de elétrons não pode ter as características do átomo de
hidrogênio; tal átomo seria distinto, usando a terminologia própria da
física, em massa, extensão, peso. Observa-se, além disto, que a
constituição do átomo pode variar até o infinito pela posição que ocupem
seus elétrons, os quais podem, por exemplo, ser dispostos em forma
globular, estrelada, poliédrica etc. Daqui se deduz a variedade de
características que pode assumir o átomo sem alterar o número dos
elétrons que o compõem. Considerando a matéria assim constituída, sem
ter limites em sua variedade, o número de corpos simples que existem, ou
podem existir por novos métodos de agregação dos átomos, cria novos
corpos que podem, talvez, ter sua origem também nas desagregações de
outros corpos decompostos. Deste modo as formas da matéria se
sucederão constantemente no universo, de acordo com a lei eterna da
evolução. (Giacomo Lo Forte - EI Radio y la Constitución de la Materia)

RA-HOOR-KHUIT - 0 deus egípcio da Força e do Fogo. Ele é o filho de Nuit


e Hadit e, portanto, o universo manifesto, assim como Hoor-Paar-Kraat
(seu gêmeo) é o universo oculto. Ra-Hoor-Khuit representa a Criança
Coroada e Conquistadora e como tal [é] o cumprimento da Vontade do
Magista que ele traz ao nascimento ou manifesta. Ra-Hoor-Khuit é uma
forma de Hórus; ele é retratado na Estela da Revelação entronizado e
coroado; sua mãe, Nuit, arqueada sobre ele, com Hadit (seu pai) na forma
de um globo alado de Luz embaixo dela.

RAJAS – Um dos três princípios da manifestação cósmica, que é o desejo


de agir, a ambição. Palavra sânscrita que quer dizer atividade.

RAJA-IOGA – Método de preparação para a união mística por meio do


domínio da mente sobre o corpo. Palavra sânscrita que quer dizer União
Real.

RALDE Maria de la - Jovem de 17 anos a quem se perseguiu por crime de


bruxaria. 0 fato se passou em princípios do século 16.

É Em suas confissões se encontra uma declaração notável. 0 sabá,


segundo esta bruxa, nada tem de terrífico e tenebroso; o diabo impõe a
seus fiéis um culto fácil e cheio de sensações agradáveis; domina, nas
reuniões sabáticas, um marcado espírito de benevolência e durante elas o
demônio se faz adorar, dizendo ser o verdadeiro deus. Maria de la Ralde
acrescentou que não acreditava que assistindo ao sabá fazia coisa má e
merecedora de castigo. Não confessou que houvesse praticado algum
malefício, assegurando que nas reuniões não se falava de tais coisas.

277
Ignora-se o crédito que tais declarações mereceram dos juízes ou se a
jovem bruxa foi castigada com muito ou pouco rigor; o que parece certo é
que não foi condenada a morrer na fogueira.

RAMBOULLIET marquês de - Nos tempos de Luis XIV, os marqueses de


Ramboulliet e de Precy eram dois bem vestidos cavaleiros, aos quais unia o
mais profundo e fraternal carinho. Um dia a conversa dos dois nobres
recaiu sobre as coisas do outro mundo e reciprocamente confessaram sua
pouca fé em uma vida que começasse no momento da morte. Fizeram
então um juramento solene de que o primeiro que morresse, se
efetivamente encontrasse o mundo do além, apareceria ao outro como
prova da imortalidade do espírito. Passados três meses o marquês de
Ramboulliet foi chamado pelo dever e partiu para a guerra de Flandres. 0
marquês de Precy caiu de cama enfermo. Transcorreram seis semanas
desde a separação dos dois amigos, e uma madrugada, quando o relógio
bateu seis horas, Precy viu que Ramboulliet descerrava as cortinas e se
aproximava vestido em trajes de campanha. 0 enfermo saltou então da
cama para abraçar o recém-chegado, mas Ramboulliet retrocedeu dizendo
que não vinha para receber suas demonstrações de carinho, mas sim para
anunciar, de acordo com o juramento, que havia morrido no dia anterior;
que tudo que se contava a respeito do outro mundo era correto e que
preparasse um novo tipo de vida no pouco tempo que lhe restava, pois na
primeira ocasião de perigo em que se encontrasse morreria. Precy
continuou não dando crédito ao testemunho de seus próprios olhos:
insistiu no desejo de abraçar a aparição, suspeitando que fosse uma
brincadeira de Ramboulliet; mas ao fechar os braços estes não tocaram
corpo algum, e Ramboulliet lhe mostrou, para comprovar o que dizia, o
lugar onde recebera o golpe mortal, exibindo larga ferida da qual ainda se
via o sangue sair. Imediatamente o fantasma desapareceu, deixando Precy
louco de medo. Aos berros despertou a todos da casa. Todos acudiram
precipitadamente, e ouvindo o que Precy disse trataram de persuadi-lo de
que havia tido uma alucinação. Quando chegaram as notícias de Flandres,
constatou-se que as coisas haviam ocorrido detalhe por detalhe como a
aparição manifestou. 0 marquês de Precy perdeu realmente a vida num
dos combates ocasionados por distúrbios civis daqueles anos, cumprindo-
se, assim, integralmente, a profecia feita por Ramboulliet.

RECHAKA – Prática respiratória que consistem em expirar por uma narina


tapando a outra. Palavra sânscrita que significa esvaziamento.

REENCARNAÇÃO - A teoria da reencarnação está diretamente relacionada


com a da imortalidade da alma, de origem oriental, e é um parecer
professado pela teoria do ocultismo antigo e moderno. Consiste na crença
de que o espírito evolui como evoluem as formas orgânicas, e da mesma
forma como estas constituem as diversas etapas a que recorre a vida,
aperfeiçoando-se constantemente desde o ser unicelular até o homem,

278
aquela também vai progredindo, vai adquirindo maior desenvolvimento das
faculdades e aperfeiçoamento psicológico nas sucessivas vezes em que se
manifesta animando um organismo, e assim como a vida é una através
das formas que anima, o espírito é uno através de todos os corpos em que
sucessivamente encarna; apesar de o princípio de vida carecer de
individualidade, e portanto de consciência de si próprio, o do espírito,
individual por essência, distingue-se fundamentalmente em todas as suas
modalidades devido à noção do eu, que lhe é característica, que é seu
atributo essencial. A alma, quando o homem morre, passa para as regiões
do invisível, da maneira como indicamos na palavra imortalidade, e
quando chega o instante de voltar à Terra, à vida terrestre, adquire um
outro organismo, novo, dentro do qual continuam as provas morais da
existência. Concatena, pois, urna vida com outra, e cada homem, produto
psicológico e fisiológico de suas vidas anteriores, cumpre em cada vida a
missão que pode e deve realizar, preparando em todas e cada uma delas as
condições em que se desenrolarão as sucessivas.

Deste modo, para a teoria da reencarnação, o mundo e os planetas são


lugares de aperfeiçoamento da vida espiritual, e este aperfeiçoamento se
realiza não por arbitrarias decisões de um deus caprichoso, mas pelo
cumprimento de leis imutáveis, de leis que não têm nada de sobrenatural,
de leis que se cumprem devido à eficácia do princípio de causa e efeito e de
ação e reação, da mesma maneira como ocorre com as coisas do mundo
físico, a matéria inanimada. A lei fundamental da evolução psicológica é a
lei do destino, ou seja, a lei do carma, segundo a denominação dos
ocultistas orientais. Não se deve confundir com o fatalismo muçulmano,
exagero estéril que conduz o homem a uma quietude e indiferença
inimigas de todo o progresso; a lei do carma, ao contrário, é
eminentemente progressiva e estimulante para que o ser inteligente jamais
abandone as influências externas, ação interior que dele exige o
cumprimento de todas as determinações que lhe impõem a cada momento
a realização das leis do destino. Os espíritas crêem na reencarnação; mas
de um modo incompleto e disforme, porque na desencarnação - com a
crença de que os vivos podem prestar ajuda aos mortos para que as almas
progridam - os espíritos superiores levam os mortais, como uma mão
invisível, a fazer com que se salvem dos perigos da vida. Como se isto fosse
pouco, ainda se tem confiança nas decisões que Deus pode tomar devido a
sua condição de infinitamente bom e providente, critério que revela a
influência da filosofia religiosa no espiritismo, que ao se aproximar cada
vez mais das idéias cristãs mais se afasta do pensamento original. Na
teosofia, conserva-se pura a doutrina da reencarnação e de sua lei
fundamental, a lei do carma. Por isto, o valor da teosofia é imenso,
sobretudo se a compararmos com o espiritismo. Para se compreender bem
a teoria da reencarnação, é absolutamente indispensável conhecer
exatamente a lei do carma e suas funções. Vamos reproduzir o que disse

279
um dos teosofistas americanos de maior mérito a respeito do carma. É
William 0. Judge, autor de Ecos do Oriente.

"A doutrina oriental referente ao prêmio e ao castigo é muito diferente do


sistema teológico aceito em todos os países cristãos, desde o momento em
que, tanto os bramanistas quanto os budistas, fixam o lugar do castigo e
da recompensa nesta Terra, enquanto os cristãos colocam o tribunal de
Deus o mais longe possível da mesma. Para não perdermos tempo
discutindo sobre estas duas teorias será suficiente citarmos as palavras de
Jesus, de São Mateus e as do salmista. 'Com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também', disse Jesus (Mateus VII-2); e Mateus nos
declara que 'teremos que responder por toda palavra, ação e pensamento',
enquanto Davi, o poeta real, diz que 'aqueles que servirem ao Senhor
jamais comerão o pão do mendigo'. Sabemos que as duas primeiras
declarações concordam com a doutrina da redenção, enquanto a afirmação
de Davi é negada todos os dias em todas as cidades de todos os
hemisférios. Entre os budistas do Ceilão denomina-se a doutrina por
camma; entre os hindus se denomina carma. Sob o ponto de vista
religioso, 'os prêmios ou castigos, cuja influência sofrem em harmonia com
seus merecimentos, e em qualquer estado da existência, os seres viventes,
são a conseqüência de ações boas ou más'. Quando morre, um ser emite
uma massa de força ou energia, que constituirá uma nova personalidade
quando se reencarnar. Nesta energia se encontra a síntese da vida que
acaba de abandonar, e é ela que obriga o ego a assumir aquele corpo
naquelas circunstâncias que constituem, todas juntas, os meios de que o
carma se vale para cumprir suas leis. Portanto, o inferno não é uma
condição posterior à morte em algum lugar desconhecido, destinado
especialmente pelo todo-poderoso para o castigo de seus filhos; é, na
verdade, nosso próprio globo, porque é na Terra e no transcurso das vidas
terrenas onde e quando somos castigados pelas más ações previamente
cometidas, e nos encontramos com a felicidade ou o prazer como prêmio
de nossos antigos merecimentos. Quando se vê um homem bom sofrendo
horrivelmente durante sua vida, ocorre naturalmente a pergunta: tem o
carma algo, a ver com isto, e é justo que uma pessoa, assim seja tão
atormentada? Para aqueles que crêem no carma é completamente justo,
porque tal homem deve, em suas vidas anteriores, ter cometido atos que
são precisamente castigados agora. E, da mesma maneira, o mau que se
vê livre de sofrimentos, feliz e próspero, o deve ao fato de que, em
existência anterior deve ter sido maltratado por seus semelhantes, ou
passado por muitos sofrimentos. “Este último caso demonstra
precisamente a justiça do carma, posto que, estando favorecido pela
fortuna, apesar de ser um malvado, cria causas que, quando nascer outra
vez, trabalharão para castigá-lo por suas maldades atuais.” Podem supor
alguns que o ego deveria ser castigado depois da morte, mas semelhante
conclusão não é lógica, porque as más ações cometidas aqui, no plano
objetivo, não podem com o menor grau de propriedade científica ou moral

280
ser castigadas em um plano puramente subjetivo. E esta é a razão pela
qual tantas inteligências, tanto de pessoas jovens como de velhos, se
rebelaram contra a doutrina do fogo do inferno no qual teriam que
permanecer eternamente condenadas por haverem cometido pecados na
Terra. E estas mesmas pessoas, mesmo quando são incapazes de formular
a razão em termos metafísicos, compreendem instintivamente a
impossibilidade de se separarem do lugar em que a compensação se
verifica, do lugar onde se originaram o pecado e a confusão. Quando os
discípulos de Jesus lhe perguntaram se o cego de nascença devia sua
desgraça neste mundo a algum pecado que há via cometido, tinham em
mente a doutrina do carma, da mesma maneira que os índios e budistas,
quando vêem alguns de seus semelhantes aleijados ou privados de visão. A
teoria indicada anteriormente, de que a pessoa após a morte lança a nova
personalidade a espera de nova oportunidade para voltar à Terra, é uma lei
geral que atua em muitos outros casos além do nascimento ou morte de
um ser. É esta, precisamente, a teoria empregada pelos teosofistas para
explicar as relações existentes entre a Terra e a Lua. Segundo eles, a Lua é
o lugar em que vivemos antes de termos vindo para a Terra, e mesmo
antes do aparecimento desta. Quando nosso chamado satélite morreu,
toda a energia contida nele foi lançada ao espaço, onde permaneceu como
um turbilhão, até que lhe fosse proporcionado um corpo, a Terra; do
mesmo modo prevalece entre os homens a mesma lei, não sendo estes
mais que unidades que constituem coletivamente a agregação imensa
conhecida entre os teosofistas como o grande manu. E como os homens,
conquanto a sua casca exterior proceda da Lua, devem seguir a lei de sua
origem. A respeito, diz o seguinte o sacerdote budista acima citado: "Com a
morte de um ser, nada sai dele para o outro mundo, para seu
renascimento: mas graças à eficácia, melhor dizendo, por meio do raio que
a influência do carma emite, um novo ser é produzido no outro mundo,
muito parecido ao que morreu", porque neste novo ser acha-se contida
toda a vida do defunto. A palavra ser, tal como se aplica no parágrafo
anterior, exige que expliquemos a que se refere. É mais propriamente uma
massa de energia desprovida de consciência e ocupada pelos desejos da
pessoa da qual emanou; e constitui sua missão especial esperar a volta à
individualidade e o aparecimento de um novo corpo no qual sofrera ou
gozara. Cada homem é, portanto, seu próprio criador sujeito às grandes
leis cósmicas que dominam todas as criações. Evolução é uma palavra
mais precisa do que criação, pois nós, de vida em vida, formamos, do
material que nos é dado, novos corpos, a cada volta da roda do
nascimento. Os instrumentos que empregamos nesta obra são: o desejo e
a vontade. 0 desejo faz com que a vontade se fixe na vida objetiva; neste
plano, produz força, e desta procede a matéria em sua forma objetiva.
Dizem muitos ocidentais que esta doutrina oriental do carma é difícil de
compreender e só tem sentido para pessoas cultas e pensadoras. Mas a
questão é que tanto na Índia, como no Ceilão e na Birmânia, para não
citar outros países asiáticos, todo o povo a aceita e parece compreendê-la.

281
A razão disto reside provavelmente no fato de que eles crêem firmemente
na reencarnação, que se pode dizer que é a doutrina gêmea do carma. A
verdade é que não se pode compreender uma sem ter em conta a outra,
porque o carma não pode atuar sobre o ego de um modo justo ou real sem
que a reencarnação lhe proporcione os meios para tal. Nós nos deparamos
com o que merecemos enquanto vivemos ou estamos relacionados uns
com os outros, e não quando estamos isolados. Se a obtenção de poder,
em uma nação, ou a aquisição de riquezas se considera como um prêmio,
estes perderiam por completo seu valor se, por exemplo, não houvesse
ninguém para governar. Assim como a lei da reencarnação nos arrasta à
vida várias vezes, nos faz também conhecer um incalculável número de
egos. Mas os sábios de todas as épocas levam a doutrina do carma muito
além de simples operação de encarnação de homens. Vêem à todos os
mundos como sujeitos ao carma e guiados por sua lei. Como diz o antigo
livro hindu, Bhagavad Gita "Todos os mundos, até o de Brahma estão
sujeitos ao carma". Considerando o carma desta maneira, dizem que este
mundo, nas condições em que se encontra na atualidade, é o resultado do
que chegou a ser o princípio do Pralaya, que teve lugar há bilhões e bilhões
de anos. Ou, de outro modo, que o mundo evolui da mesma maneira que o
homem. Nasce, envelhece, morre e reencarna. Isto acontece várias vezes, e
durante estas encarnações sofre e goza as conseqüências de suas
encarnações prévias, porque o prêmio é um grande avanço na linha da
evolução, e o castigo consiste em um grande atraso. Como dissemos em
um parágrafo anterior, o homem é o objeto e a causa destes estados,
porque constitui o pináculo de toda a evolução. Além das considerações
feitas acerca do espaço cósmico e dos grandes fenômenos relacionados
com o mesmo, é comum que se apliquem as leis do carma e da
reencarnação a cada um dos átomos existentes no corpo, além do carma
total. Desde o momento em que fomos constituídos por uma massa de
vidas, nossos pensamentos ou ações afetam esta massa de vidas ou de
átomos e lhes imprimem um carma próprio dos mesmos. Dizem os
pensadores orientais: "Não passa um momento sequer sem que dentro de
nós alguns seres venham à vida, adquiram carma, morram e se
reencarnem". São três as principais divisões do carma. Uma delas é a que
atua realmente na vida e no corpo presente, e que leva consigo todas as
circunstâncias e mudanças da vida. Todos os dias vemos exemplos disto,
por toda parte. Um destes exemplos foi imortalizado na Índia, com a ereção
de um edifício. Sucedeu o seguinte: “Um rajá teve um sonho muito
estranho, que o impressionou tanto que mandou buscar adivinhos para
que o interpretassem. Disseram-lhe que deveria entregar vultosa quantia,
em dinheiro, à primeira pessoa que visse, quando despertasse no dia
seguinte, com a intenção de eles próprios se apresentarem ao rei muito
cedo. No dia seguinte, o rei se levantou muito cedo e se dirigiu à janela; e
quando a abriu a primeira pessoa que viu foi um pobre homem varrendo. 0
rei lhe entregou então uma fortuna, com o que o homem passou da
pobreza à opulência. 0 homem construiu então um enorme edifício para

282
comemorar sua súbita libertação das cadeias da miséria. Outra classe de
carma é a que se apresenta de forma latente e não ativa, porque o homem
não lhe oferece condições de entrar em ação. Pode-se compará-la ao vapor
mantido em suspensão na atmosfera e invisível, mas que quando encontra
condições favoráveis cai sobre a terra sob a forma de chuva. A última e
principal espécie de carma é a que estamos criando agora, e que
sentiremos em nascimentos futuros. Seu símbolo é a flecha lançada ao ar
pelo arqueiro.

RESEDA (Reseda vulgaris) - Esta planta, também chamada minhoneta,


não se usa apenas na terapêutica. Sua raiz é aperitiva, detersiva e
resolutiva. Botânica Oculta: planta dedicada a São Lucas. A vidente
Catarina Emerich afirma que este evangelista usava esta planta embebida
no azeite para ungir os doentes. Na mística divina tem uma relação muito
particular com a Virgem Maria. É símbolo da doçura. Planetas: Sol e
Vênus.

RHAPCODOMANCIA - Adivinhação que se praticava, abrindo casualmente


um livro de poesia e tomando as primeiras palavras vistas pelo consultante
como sendo a resposta para suas perguntas. Geralmente usavam-se nesta
adivinhação as obras de Homero e de Virgílio.

RHOUMBUS - Instrumento mágico dos gregos. Uma espécie de pião que


era usado nas cerimônias dos sortilégios.

RICINO (Ricinus communis) - Usam-se suas folhas e sementes. As folhas


cicatrizam as feridas, e o óleo de rícino é purgativo por excelência.
Botânica Oculta: quente e úmido. Colhido quando o Sol está em Leão,
preserva a quem o leva de toda fascinação. Evita também toda espécie de
feitiço e visões de terror. Para efeitos curativos: Júpiter, em Peixes.

RIMMON - Demônio de categoria inferior. Atribuíam-lhe o poder de curar a


lepra, e sem dúvida é uma das tantas deidades do paganismo que a Igreja
transformou em diabo.

ROSA (Rosa vulgaris) - É pouco usada na terapêutica moderna, apenas


conhecida pela água-de-rosas para lavar os olhos. Avicena, em sua Opera
Médica Arabica, diz o seguinte sobre a rosa: "Em xarope ou infusão,
facilita a concepção, sendo de pétalas vermelhas. A água destilada das
rosas brancas é excelente para as doenças venéreas e para as inflamações
dos olhos". Botânica Oculta: a rosa era uma flor iniciática em diversas
ordens religiosas da antigüidade. Atualmente a arte sacra continua
considerando-a como símbolo do amis, da paciência, do martírio, da
Virgem (Rosa Mística). No quarto domingo da quaresma de todos os anos,
o papa benze a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos
sacramentais oferecidos pela Igreja católica em sua liturgia. A rosa é a

283
primeira das 12 plantas empregadas pela fraternidade rosa-cruz. Planetas:
Vênus e Júpiter. Signo: Touro.

ROUWE - Marquês e conde infernal que aparece sob uma forma


monstruosa. Concede aos seus adeptos o conhecimento das línguas.
Comanda 19 legiões.

RUACH – O princípio animador espiritual intermediário entre o espírito


puro e o corpo astral. Corresponde à palavra psique. Palavra hebraica que
quer dizer sopro.

RUBI - Pedra preciosa que os antigos consideravam um excelente antídoto


para os venenos e preservativos nos casos de peste. Também se acreditava
que combatia a tristeza e os maus pensamentos. Se mudar de cor, anuncia
próximas e certas calamidades.

RUPA – Forma; é o corpo externo do homem e dos Deuses.

284
285
Sabbath das Bruxas
Museo Lazzaro Galdiano, Madrid

SABATH - Nome clássico que se emprega para designar as periódicas


assembléias dos bruxos. Normalmente são cerimônias realizadas
principalmente nos equinócios e nos solstícios, alternando-se também em
algumas pequenas cerimônias.

SABASIUS - Chefe do sabath dos bruxos, segundo afirmam diversos


autores da demonologia. Nos velhos tempos do paganismo, este nome era
sinônimo de Baco. Para os cabalistas é um certo gnomo.

SABELLICUS - Famoso mago alemão dos princípios do século 17, que


gozou de grande renome. Seus feitos lhe granjearam a fé das pessoas, e,
sem disputas nem oposições, reconheceram-no como chefe dos astrólogos,
necromânticos e adivinhos de todos os países. O que parece indubitável é
que Sabellicus era personagem muito entendido em artes mágicas.

SABUAC - Grande marquês infernal que aparece sob a figura de um


soldado com cabeça de leão, armado completamente e montado num
cavalo de aspecto repugnante. Transforma os homens em pedras. Constrói
torres altíssimas e fortes muros num instante, tendo sob suas ordens 50
legiões de demônios.

286
SABUGUEIRO (Sambucus nigra) - As flores do sabugueiro são sudoríficas.
São usadas nas anginas, nas bronquites, nos catarros e na escarlatina.
Externamente servem para os furúnculos e a erisipela, aplicadas como
cataplasma. Botânica Oculta: quente e seco. Símbolo dos céus. Se colhidas
um pouco antes da lua nova, suas propriedades curativas aumentam,
principalmente no mês de outubro. Para as operações mágicas devem ser
colhidas sob o signo de Leão. Planeta: Vênus.

SAINT GERMAIN Marquês de - Famoso personagem que apareceu na


França nos meados do século 17, esbanjando fortuna. Quando lhe
perguntavam por que desperdiçava tanto, dizia que possuía o segredo de
fazer todos os metais e pedras preciosas. Relatam - pelas histórias que
contava, pelos detalhes que apresentava sobre o tempo de Cristo e outras
épocas - que devia ter mais de mil anos de idade. Tempos depois,
desapareceu da França tão misteriosamente como tinha aparecido, e hoje
a lenda de sua imortalidade volta à cena com algumas notícias de que teria
sido visto na Rússia, na Polônia, outras vezes no Egito e em alguns países
da Ásia.

SAL - Uma tradição mágica muito curiosa atribui ao sal a virtude de pôr
em fuga todas as potências infernais. Por isso, aconselhasse ao evocador
que espalhe este produto sobre o braseiro dos perfumes, quando não
quiser mais a presença das entidades evocadas.

SANGUE - O fluído vermelho que circula por nossas veias tem um poder
mágico excepcional. Poderoso condensador das forças astrais, o sangue
facilita as mais terríveis façanhas do feiticeiro. Mas esta facilidade
apresenta também um inconveniente de grande perigo: despertadas e
atraídas fortemente, as entidades do astral encontram no sangue um
ambiente propício para extrair os elementos de uma intensa vitalização e
materialização. Assim, conseguem os meios para se apresentar não como
dóceis instrumentos nas mãos do evocador, mas como entidades
adversárias em condições excelentes para lutar contra quem as evoca,
impondo uma escravidão de terríveis conseqüências.

SATÃ ou SATANÁS – ou Shaitan: A antiga divindade dos Iezídes, cultuada


na Baixa Mesopotâmia, a fonte da Tradição Sumeriana que Crowley
restaurou. O nome Shaitan é uma forma de Set e tem muitos significados
cabalísticos. O nome também oculta a fórmula completa da Magia Sexual
da forma como praticada por Aleister Crowley. A corrupção do nome como
Satã é obra daqueles que falharam em entender a verdadeira fórmula e,
assim, degradaram a imagem.

SHAKTI (Sct.) - Força ou Poder, tipificado como uma potência feminina ou


"deusa" nas Tradições Draconianas do Egito e da índia. A palavra "sakti" é

287
derivada de Sekh, que no antigo Egito denotava calor, particularmente o
calor sexual, exemplificado por Sekhet ou Sakhmet, a feroz deusa do Sul
com cabeça de leoa.

SCIAMANCIA - Sistema divinatório baseado na evocação das sombras dos


mortos. Diferencia-se da necromância e da psicomancia pelo fato de que
não é a alma ou corpo do defunto que dá as respostas, mas uma sombra
ou simulacro do falecido.

SCOX - Duque e grande marquês infernal que aparece sob a forma de uma
cegonha. Dedica-se a fazer com que desapareçam das casas o dinheiro e
outras coisas de valor.

SIDHI (Sct.) - Poder oculto. A pessoa que possui um siddhi é conhecida


como um Siddha.

SÍRIUS - A Estrela-Cão. Na Tradição Arcana, a enorme estrela Sírius


simboliza o sol atrás do sol, ou seja, o verdadeiro pai de nosso Universo.
Sírius era a estrela primordial de todo o tempo, como a duplicadora ou
renovadora (dos ciclos de tempo). Ela era conhecida no Egito como a Dupla
e, portanto, um Criador ou refletor da Imagem. Sírius, ou Set era o
"acéfalo" original - a luz da região inferior (o Sul) que era conhecido (no
Egito) como An (o cão), daí Set-an (Satã), o Senhor das regiões infernais, o
local do calor, mais tarde interpretado num sentido moral como "inferno".

SÓTIS (Grg.) - a Alma (Isto é, a estrela) de Ísis. Um outro nome para


Sírius, a Estrela-Cão. Set é a Estrela de Ísis, assim Vênus é transcendida
em Sírius no sentido de que a "criança" se sobrepõe a mãe". O Ciclo
Sotíaco (de Sótis) era um período de tempo, como a Fênix e outros ciclos.
No antigo Egito, Sótis era o Iniciador do Ano, nascendo a tempo de
anunciar a inundação do Nilo, que trazia alívio a uma terra ressequida
pelo sol. Assim, Sótis era a Estrela da Anunciação.

SUVASINI (Sct.) - Literalmente, dama de cheiro doce. A donzela


consagrada, especialmente escolhida para o ritual secreto do Chacra
Tântrico (Círculo). A versão tântrica da Mulher Escarlate.

SERPENTÁRIA (Aristolochia serpentaria) - Emprega-se contra as


lombrigas intestinais, contra as febres malignas, contra as dispepsias, o
reumatismo e principalmente contra as picadas de animais venenosos.
Administra-se em infusão. Botânica Oculta: fria e seca. Os saltimbancos
africanos costumam usá-la para encantar as serpentes. Esta erva é um
poderoso condensador de fluidos astrais sob qualquer uma de suas
formas.

288
SÉSAMO (gergelim) - Esta planta se cultiva no Oriente e é muito
apreciada por causa do seu fruto, do qual se extrai um óleo muito doce,
empregado abundantemente na arte culinária da índia. Botânica Oculta:
em sânscrito ela chama-se tila. Os hindus empregam seus grãos para
compor perfumes que queimam durante os sacrifícios domésticos
dedicados aos manes de seus antepassados, ou pitris.

SIDEROMANCIA - Conjunto de conhecimentos que englobam o estudo dos


corpos celestes, seus movimentos e posições em relação à Terra, e do
influxo que possam exercer sobre as pessoas e coisas terrestres. A
sideromancia estuda o céu, como os caldeus e os egípcios o estudaram, de
um modo integral, que compreende o aspecto astronômico e astrológico.
Nos tempos remotos da civilização caldéia e das iniciações druídicas,
astronomia e astrologia eram uma só coisa, tendo como base idêntica o
estudo das verdades físicas e matemáticas; mas a astronomia de então não
só estudava aquilo que chamamos de aspecto puramente científico, como
também procurava suas relações com a vida universal e sua influência nos
problemas da existência orgânica. E condicionando o saber no segredo dos
colégios iniciáticos, somente saía fora deles a parte puramente
astronômica, ficando escondida no mistério daquelas escolas sacerdotais
toda a parte concernente aos estudos de predição metereológica do tempo
e à astrologia.

SIGNOS MÁGICOS - As figuras que aparecem nos escritos, amuletos,


talismãs etc., de significado desconhecido para os que não estão
familiarizados com as representações simbólicas e hieroglíficas do
esoterismo, recebem a denominação geral de signos mágicos. Também são
sinais mágicos os que se fazem com as mãos, com o cetro, ou com a
espada no ar, de uso muito freqüente nas conjurações e no cerimonial das
evocações. SIMÃO, o Mago - O famoso taumaturgo dos tempos de Nero,
conhecido pelo nome de Simão, o Mago, deu origem a uma série de lendas
cuja falsidade é patente. Seu famoso encontro com São Pedro e seu desafio
mágico não passam de pura ficção, assim como o fato de ter ressuscitado
três dias depois de sua morte. O certo é que Simão era habilíssimo em
toda obra de magia e sem dificuldades fazia uma aparatosa exibição dos
seus poderes para infundir em seus admiradores a fé mais inquebrantável
e a confiança mais cega nas palavras do célebre taumaturgo. A doutrina
ensinada por Simão era a gnose, e isto não basta para provar sua condição
iniciática e o mérito ocultista de suas pregações.

SORTILÉGIOS - Fórmulas de magia negra que produzem o enfeitiçamento.

SPODOMANCIA - Sistema divinatório que se praticava na Antigüidade por


meio de cinzas procedentes das fogueiras dos sacrifícios.

SUCOR BENOTH - Demônio chefe dos eunucos de belzebu.

289
SÚCUBOS - Forma feminina dos demônios que estabelecem relações
carnais com os seres humanos.

SWEDENBORG - Célebre inspirado sueco cujo êxtase constitui o


fundamento de suas revelações sobre o mundo dos espíritos e sua
influência sobre as coisas da vida terrestre e outros corpos celestes. Sem
dúvida, Swedenborg é um precursor do espiritismo e sua influência é mais
importante do que imaginam os próprios espíritas. Nasceu em 1688 e
morreu em 1772.

290
291
A Força
Arcano 11 – Tarot de Thoth

TAHUTI: Toth, Deus da Sabedoria e da Magia. A forma egípcia de Hermes


e Mercúrio, sendo o último o representante planetário de Set.

TALISMÃ – Objeto carregado de força magnética.

TAMARINDO (Tamarindus indica) - É indicado para combater o


escorbuto, as afecções biliosas e a disenteria. Administra-se em infusão.
Botânica Oculta: os frutos desta planta constituem um bom alimento para
os médiuns videntes, pois ajuda as faculdades criptoscópicas e
adivinhatórias. Planetas: Sol e Saturno.

TAMAS – A obscuridade, a negação, a inércia, a resistência; isto é, a


qualidade passiva que se opõe a Rajas.

TAP - Grande presidente dos antros infernais. Aparece sob a forma


humana. Goza de grande prestígio entre os necromânticos e protege as
obras mais tenebrosas da magia. Comanda 60 legiões de diabos.

TAROS - Nome dado às cartas usadas pelo cartomântico. Constitui-se de


78 lâminas sendo dividido em Arcanos Maiores e Menores. Os arcanos
maiores são constituídos de 22 figuras particulares, correspondendo a
cada qual uma letra do alfabeto hebraico.

292
TATTWA – Os cinco elementos sendo: O Éter, a Terra, a Água, o Ar e o
Fogo.

TAURTI: A Deusa Mãe Primeva adorada no antigo Egito na forma de uma


hipopótamo grávida. Ela era representada astronomicamente pela
constelação da Grande Ursa (Tífon). Taurt significa a Mãe das Revoluções,
e é possível que ela tenha dado seu nome ao Tarô, que é o Livro das
Revoluções Secretas das Estrelas e dos Ciclos-de-Tempo Cósmicos.

TELECINÉSIA – Movimento de objetos não provocado por força física


conhecida ou visível.

TELEGRAFIA HUMANA OU PSÍQUICA - Comunicação a distância entre


duas pessoas vivas, que se evocam reciprocamente. Ver: Telepatia.

TELEPATIA do grego telê + pathós - Transferência de idéias, imagens ou


sensações de pessoa para pessoa, sem o emprego dos sentidos conhecidos.
Kardec usou a expressão telegrafia humana, significando a comunicação à
distância entre duas pessoas vivas, que se evocam reciprocamente. Esta
evocação provoca a emancipação da alma, que vem se manifestar e pode
comunicar seu pensamento pela escrita ou por qualquer outro meio.
Comunicação pelo pensamento sendo que as pessoas podem estar
distantes fisicamente. Os desencarnados só se comunicam por telepatia
embora possam, por necessidade ou condicionamento mental, usar a boca
para falar uns com os outros. Kardec usou o termo "comunicação à
distância". Telepatia é um termo da Parapsicologia

TELEPATIA ACLOPADA - Foi idealizada por astrônomos ingleses com o


fito de enviar ondas telepáticas para o Espaço sideral a fim de ver se estas
voltavam trazendo informes de vibrações extraterrenas. As ondas
telepáticas foram acopladas a raios catódicos.

TELEPATIA ESPONTÂNEA - Ocorre quando o telepata capta algum


pensamento sem prévia combinação com o que pensou.

TELEPATIA EXPERIMENTAL - É a denominação dada aos espetáculos de


telepatia onde o telepata, de comum acordo com um parceiro a ele afeito,
realiza o fenômeno com maior facilidade, porque o pensamento a ser
captado é o do parceiro e não a do espectador.

TELEPATIA PRECOGNITIVA - O telepata antecipa-se ao pensamento do


outro, antedizendo-o.

293
TELEPATIA RETROCOGNITIVA - O telepata alcança pensamentos
passados e já esquecidos pelo pensante.

TELEPATIA TEMPORAL - Há uma enorme diversificação a respeito do que


seja; para alguns, confunde-se com a clariaudiência e a clarividência ou a
telepatia com escuta de sons e visão de imagens.

TELEPLASMA - Nome dado ao ectoplasma por alguns experimentadores,


sugerido pela equipe de W. Crookes, referindo-se ao que se desprendeu do
médium para efetuar o fenômeno.

TELEPLASMAR - Moldar com o teleplasma.

THELEOSOPHIA - Nome dado por Boirac à clarividência, mediante suas


explicações, sem qualquer objetividade e sem uso.

TEMPLÁRIOS - Nome com que se distinguem os cavaleiros professos da


extinta Ordem Militar do Templo. Em algumas partes, vários
agrupamentos maçons tomaram o título da ordem para reconstituir sua
existência sob o segredo da iniciação maçônica. Estas tentativas não
conseguiram grande êxito, ainda que repetidas de diversos modos.

TEOMANCIA - Parte da cabala que estuda os mistérios da divindade e os


contidos nos nomes sagrados. Supõe-se que o seu conhecimento seja de
tanta importância que os rabinos dizem que Moisés fez todas aquelas
maravilhas graças ao seu profundo conhecimento da teomancia.

TEOSOFIA - Teosofia é um termo filosófico antigo, com o qual se


designava a teologia, quer dizer, a ordem de conhecimentos
transcendentais que tratam de Deus e seus atributos segundo as
conclusões deduzidas das verdades reveladas. Conserva-se hoje o nome de
teosofia para distinguir todo o sistema ou doutrina, mais ou menos
teológico, que, desprezando a fé religiosa e os princípios estabelecidos da
razão, apóia-se nas revelações especiais do iluminismo, ponto de apoio de
certas seitas que assim constituem seus sistemas teosóficos. 0 ocultismo
circunscreve o significado da palavra teosofia à de conhecer o universo e o
homem.

TERATOSCOPIA - Arte de deduzir predições da forma e do modo como


certas figuras espectrais aparecem na atmosfera ou nas nuvens.

TETH (Hebraico): Um leão-serpente. A nona letra do alfabeto hebraico. Ela


é atribuída à divindade solar-fálica Set, Tet, Hadit ou Toth, que são todos
formas de Teth, cuja fórmula especial está contida na undécima Chave do
Livro de Toth; ela é entitulada de Luxúria e exibe a Mulher Escarlate,

294
Babalon, cavalgando sobre a Besta de sete cabeças com seu cálice
exaltado.

TETRAGRAMMATON - Nome dado à inscrição composta com as quatro


letras com as quais se escreve em hebraico Jeová.

TEURGIA - Parte da magia que trata das influências celestes e benéficas,


do modo de evocá-las e de toda a obra que preside as idéias do amor e do
bem. A teurgia investiga principalmente os fatos elevados da magia, que
dependem do mundo angélico ou dos princípios, e oferece ao homem os
meios de se colocar em comunicação com as denominadas potências
celestes. Chama-se também magia branca. (Vide Goécia).

THALMUD - Repertório hebreu que contém a doutrina, a moral e as


tradições esotéricas do povo judeu. Uns 120 anos antes de Jerusalém ser
destruída e de os hebreus serem dispersos, o rabino Juda-Hanadosh,
temendo que seu povo perdesse as lembranças sagradas da raça contidas
na lei, lembranças que se transmitiam oralmente, compôs o livro onde
condensou o caudal das tradições e comentários da lei escrita, e uma
determinada série de recordações históricas, desde as mais antigas épocas
até o seu tempo. Depois, outros rabinos foram acrescentando novos
comentários, de modo que a obra primitiva, ou Mischna, converteu-se
numa coleção de 12 volumes, denominada Gemara. Isto hoje forma o
Thalmud, de tal modo apreciado pelos doutores hebreus, que asseguram
que nele está a verdadeira ciência e os maiores segredos que o homem
iluminado pela cabala pode conhecer.

THAMUR - Demônio de segunda ordem cujo domínio é o fogo, dentro do


qual mora. Os bruxos o invocam para toda obra de ódio, de destruição e de
morte.

THELEMA (Grego): Vontade. A Palavra da Lei, assim como Abrahadabra é


a Palavra do Éon. 0 número de Thelema é 93, que é também o de Agapé, o
meio de cumprir da Lei.

TIFARETH (Hebraico): A sexta Sefira no centro da Arvore da Vida. A


Esfera do Sol, isto é o Sagrado Anjo Guardião. Tífarete significa "Beleza".

TIPTOLOGIA - do grego tuptó + logos + -ia - Linguagem por pancadas;


modo de comunicação dos Espíritos. Tiptologia alfabética.

TORIBISMO - do ingl. Throby - pulso, batida + ismo. Forma pela qual


Sudre definiu os fenômenos de assombração.

TOTH: 0 deus Tahuti, cujo Livro contém as Supremas Chaves da Magia.

295
TREVO - Existem diversas espécies de trevos e todos têm muito pouca
aplicação em medicina. As fumigações de trevo acalmam os ataques de
asma. Botânica Oculta: em mística é o emblema da Trindade. Existe uma
crença muito generalizada de que quem encontra e colhe para si mesmo
um trevo de quatro folhas será afortunado nos jogos de azar.

TREVO DE QUATRO FOLHAS - Tinha de ser colhido aquele que crescesse


sob o patíbulo e que tivesse sido regado pelo sangue dos justiçados. Para
arrancá-lo, deveria esperar dar meia-noite do primeiro dia de lua. Obtido
desta forma, atribuíam-lhe os mais portentosos poderes.

TREZE - Numero fatal, que inspira terror em muitos povoados dos países
orientais e ocidentais.

TRIGUNAS – As gunas são as qualidades primordiais, em número de três:


sattwa, a claridade, apureza; Tamas, a obscuridade ou a impureza e
Rajas, a atividade.

TÚLIA - Nos meados do século 16, descobriu-se em Roma um sepulcro na


Via Apia. Dentro, encontraram o corpo de uma jovem boiando num líquido
de natureza ignorada. 0 corpo tinha tais aparências de frescura que
parecia estar apenas dormindo. Ao pé do cadáver havia uma lamparina
acesa, que se apagou tão logo a sepultura foi aberta. Pelo conteúdo das
inscrições decifradas, soube-se que ela tinha sido enterrada 15 séculos
antes, e deduziu-se que aquele corpo era o de Túlia, a filha de Cícero.
Transportada para o interior do Capitólio, começou a ser venerada com
certa religiosidade pelo povo. 0 clero então decidiu que o cadáver fosse
lançado ao Tibre, perdendo-se assim uma notável relíquia daqueles
tempos.

TUMIM E URIM - É o nome dado à um processo de adivinhação utilizado


pelos antigos israelitas para descobrir a vontade de Deus sobre
determinado evento. De acordo com a visão judaica , o Urim e Tumim
remonta ao Sumo Sacerdote de Israel. A placa peitoral que utilizava era
dobrada ao meio , formando um bolso onde ficava um pergaminho
contendo o nome de Deus. Este nome fazia com que certas letras gravadas
sobre as pedras preciosas acendessem de acordo com as questões
perguntadas. Assim em Urim as letras se acendiam e em Tumim , a
resposta era final e inalterável. Aquele que desejava uma resposta (e
apenas questões de relevância dentro da comunidade israelita poderiam
ser perguntadas) ia ao sumo sacerdote. Este virava-se para a arca da
aliança , e o inquiridor de pé atrás do Sumo-Sacerdote fazia a pergunta em
voz baixa. O sumo sacerdote, olhando para as letras que se acendiam , era
inspirado para decifrar a resposta de Deus. Estes utensílios foram

296
utilizados até a destruição do Primeiro Templo, quando pararam de
funcionar.

297
298
Umbral

UBIQUIDADE – Faculdade de poder achar-se em vários lugares ao mesmo


tempo. A ubiqüidade é um fenômeno de desdobramento, no qual o
indivíduo deixa seu corpo num lugar e apresenta-se noutro com seu corpo
astral. Deriva do latim ubique, em toda parte.

UKO - Demônio de classe inferior que sempre aparece rodeado de chamas.


Os demonólogos afirmam que seu poder e importância infernal são muito
pouco importantes.

UMBANDA – Religião afro-brasileira com bases na invocação de espíritos


designados Orixás.

UMBRAL - Nome atribuído a uma localidade do chamado "astral inferior",


onde se estabelecem os espíritos de baixa vibração espiritual, que
precisam pagar por infrações cometidas contra as leis de Deus. Em geral
suicidas, homicidas, almas desajustadas e cometedoras de graves delitos.
Sua descrição não foge muito as descrições dantescas do inferno. E aí
pode estar uma das razões da lenda de um inferno de fogo e enxofre.
Porém a realidade dos espíritos que expiam no umbral é bem diferente e
por que não dizer bem pior que a do inferno católico. O espírito, não raro,
sofre incessantemente com a visão de seu suicídio ou de seus crimes. Ás
vezes, por anos a fio, revê sem parar o instante em que com um tiro tirava
a própria vida, sente a carne sendo dilacerada pelo projétil, vê a condição
desamparada de seus filhos que porventura tenha deixado, é

299
constantemente acusado de assassino, numa guerra psicológica fora de
nossa compreensão. Muitas vezes sente fome ou sede insuportáveis, as
vezes por anos seguidos.
Sente frio ou calor inenarráveis. E muito freqüentemente sentem o seu
próprio corpo sendo consumido pelos vermes, o vê se deteriorando e sente
todas as sensações decorrentes deste estado de putrefação. O umbral se
caracteriza, na linguagem dos espíritos, como um lugar de extremo
sofrimento, "de choro e ranger de dentes". Muitas vezes o espírito, tão
ignorante, desencarna, passa ali vários anos e mesmo assim ignora sua
condição de desencarnado. Segundo as descrições dos espíritos, o umbral
é a sede dos espíritos de baixo desenvolvimento espiritual da terra, e sua
descrição são, não raro, de um lugar de trevas povoado de dor, gritos de
sofrimento, gemidos, de um insuportável cheiro pútrido, os que já é
suficiente para caracterizar o nível moral dos que ali residem. Essa
descrição deve ser tomada como uma constante, pois o umbral, como já
relatado alhures, se trata do nome do lugar onde existem essas
características básicas e para onde os espíritos inferiores são
encaminhados para resgatar dívidas, crimes e infrações. O umbral se
localiza próximo a crosta terrestre. Não é o inferno católico, pois neste a
alma recebe a sentença final de passar aí toda a eternidade queimando. No
umbral os espíritos tem uma passagem temporária.

ÚMIDO RADICAL – Porção mais material do mercúrio dos corpos. É um


termo de Alquimia.

UNIDADE – Qualidade do que é único. A unidade é o atributo do absoluto,


quando é considerada um sentido sintético, porém, sendo considerada seu
sentido analítico, é o princípio da individualidade e da divisão. Como a
mônada pode ser considerada como um princípio de individualização
sempre semelhante a si mesmo. A Doutrina da Unidade é o supremo
ensino do Ocultismo, sendo a compensação da imutável e infinita
consciência, síntese de todas as consciências particulares.

UPHIR - Demônio muito competente em toda coisa em que intervenha a


preparação de algum composto químico. Os bruxos médicos se
aconselham com ele.

UREUS – Serpente simbólica dos egípcios, sinal de iniciação e poder


oculto. Para os gnósticos é a mônada em seu último grau de evolução.

URIM – Vide Tumim.

300
301
Vodu

VALAFAR - Poderoso grão-duque infernal que se apresenta sob a forma de


anjo. Conhece os mistérios do passado e do futuro, infundindo a coragem
nos homens. Comanda 36 legiões.

VALERIANA (Valleriana officinalis) - Desta planta utilizam a raiz e o


rizoma. Emprega-se para combater o histerismo, a epilepsia, os espasmos
e a coréia. Dá também excelentes resultados nas insônias, vertigens e
palpitações. Modernamente, é usada nas diabetes nervosas e em todas as
espécies de neuroses. Administra-se em infusão. Botânica Oculta: planta
muito usada nos trabalhos de bruxaria. Durante o sono hipnótico produz
efeitos surpreendentes. Planeta: Saturno. Signo: Touro.

VALL OU WALL - Poderoso duque infernal. Apresenta-se sob a forma de


um espantoso dromedário e também de homem furioso. Conhece os
segredos do passado, do presente e do futuro. Comanda 30 legiões.

VAMPIROS - Os vampiros produziram o mais extenso terror, durante


muitos anos, nos povoados da Escandinávia, Dinamarca, Alemanha,
Áustria, Rússia e Polônia. Particularmente durante o século 18, observa-se
um recrudescimento destas idéias no Norte e Centro da Europa. O
vampirismo é coisa muito antiga no território hindu e outras partes do
mundo asiático. Na ilha de Ceilão, acredita-se desde épocas remotas que
os mortos abandonam o sepulcro e aparecem para produzir sustos e
danos, e para chupar o sangue ou a energia vital das pessoas. Para evitá-
lo, era preciso desenterrar o cadáver do vampiro, cortar sua cabeça,
arrancar seu coração, e queimá-los, juntamente com as outras partes, em

302
grande solenidade. As vítimas do vampirismo, segundo as crenças,
também se transformavam em vampiros.

VAPULA - Poderoso duque infernal que aparece sob a forma de um leão


com asas de grifo. Manda em 36 legiões de demônios. É o diabo que
aconselha os homens amantes das investigações científicas.

VEPAR - Temível duque infernal que aparece sob a forma de sereia. Causa
feridas terríveis nas pessoas, que somente se curam com a eficácia dos
exorcismos. Manda em 29 legiões de diabos.

VERBENA - Utilizam-se desta planta as folhas e o sumo, que são amargos


e excitantes da digestão. É usada nas febres, e algumas pessoas a
consideram mais eficaz que a quina. Botânica Oculta: uma das 12 plantas
da fraternidade rosa-cruz. As flores desta planta são muito usadas em
operações de magia sexual. Com elas se compõe um filtro de amor
irresistível, Planetas: Sol e Mercúrio. Signo: Libra.

VERDELET - Demônio de segunda ordem que preside as cerimônias


infernais das reuniões dos bruxos franceses. Também era conhecido pelos
nomes de Solibois, VertSoli, Saute-Buisson e Maítre Persíl.

VERÔNICA (Verônica officinalis) - Desta planta usa-se apenas o sumo.


Aumenta a urina e facilita a expectoração. É usada principalmente na
bronquite e na tuberculose. É aconselhada na icterícia e nos cálculos.
Botânica Oculta: quente e seca. Colhe-se depois da lua cheia, ao terminar
a época canicular. Planeta: Sol. Signo: Áries.

VEVER - Um termo do vodu. O equivalente ao hindu Yantra.

VINCA PERVINCA (Vinca minor) - Suas folhas são empregadas nas


perdas de sangue, nas diarréias e na menstruação excessiva.
Externamente usa-se em gargarejos contra as inflamações da garganta, em
lavagens vaginais; e em cataplasmas, contra os infartos do peito.

VODU (Voodoo) - Sistema religioso e de Feitiçaria Africana,


particularmente a que utiliza a corrente Vuduísta. Ver sob Od.

VOLAC - Grande presidente dos infernos que aparece sob a forma de uma
criança com asas de anjo e montado num dragão de duas cabeças.
Comanda 30 legiões.

303
304
Vampiro Sumério

XAPRAN - Demônio de segunda categoria a quem os demonólogos


atribuem o papel de atiçar constantemente o fogo das caldeiras infernais.
Parece que os bruxos o invocavam freqüentemente nas reuniões sabáticas.

XERBETH - Demônio instigador dos prodígios imaginários, dos contos


maravilhosos e das mentiras supersticiosas.

XILOMANCIA - Sistema divinatório que usava pedaços de madeira para


fazer as previsões. Está em completo desuso.

305
306
Shiva Shakti

YAB-YUM - A celebrada versão tibetana de Shiva-Shakti, a união e a


polarização das correntes ativas e passivas da energia mágica simbolizada
pelo Pai Divino (Yab) e a Mãe Divina (Yum). No Hinduísmo (Tantra), os
papéis são invertidos, a fêmea, Shakti, sendo ativa, enquanto o macho,
Shiva, é passivo.

YANTRA - A forma linear de um mantra ou Nome Divino do qual o mais


completo exemplo é o famoso Sri Yantra (algumas vezes chamado Sri
Chacra), a representação diagramática da Energia Primordial (Sakti). O Sri
Yantra constitui a base do Sri Vidya, a ciência secreta dos Kalas ou
vibrações místicas que emanam da suvasini escolhida para representar o
papel de Deusa no Ritual Tântrico do Sri Chackra.

YOGA – Escola de filosofia fundada por Pantânjali, porém que antes se


processava como sistema de filosófico de vida. Tem por objetivo o controle
pleno da mente sobre o corpo, sobre suas funções inclusive a respiração.
Também se verifica a União com o Todo por intermédio da meditação.

307
Subjugo do Eu Inferior pelo Eu Superior, do material pelo espiritual. Não
confundi-lo nem restringi-lo com a simples prática do Hata Yoga que
subjuga o corpo físico a vontade.

YUGA – Períodos ou ciclos alternativos pelos quais passa a evolução. É


palavra sânscrita.

308
309
Representação do Zodíaco

ZAEBOS - Grande conde infernal. Apresenta-se sob a figura de um


guerreiro montado num crocodilo. Atende com presteza o evocador
obedecendo a suas ordens com muita solicitude.

ZAIRAGIA - Sistema de divinação de origem árabe. Para praticá-lo, põem-


se vários círculos, um dentro dos outros, e pinta-se nas bordas de todos
eles, as letras do alfabeto. Depois é só faze-los girar, e deduzir os augúrios
das palavras que, formem casualmente as letras dos diversos círculos,
apontando para uma determinada direção.

ZEPAR - Grande duque infernal que aparece sob a forma de um


imponente guerreiro. Fomenta nos humanos toda espécie de más paixões.
Comanda 28 legiões.

ZODÍACO - 0 Zodíaco é, com efeito, o caminho aparente que o Sol segue


pela abóbada celeste. Mas como os homens não podiam ver o astro
passando por trás nem por diante dos corpos siderais - porque sua luz
oculta todo o resto do céu - Flaminarion opina que o Zodíaco foi traçado
segundo observações feitas com a Lua, que parecia seguir um caminho
idêntico. Bailly diz que logo que os homens reconheceram que a Lua e os
planetas nunca ultrapassam uma zona da esfera celeste bastante estreita

310
chamada pelos gregos de Zodíaco, e de Caminho Amarelo, pelos chineses -
pensou-se em medir o movimento dos astros e em dividir a aludida faixa
ou zona em partes iguais para facilitar a operação. A divisão em 28 partes
foi admitida ou quase todos os povos antigos. Os chineses, os coptas, os
árabes, os persas, os hindus e os siameses somente contaram 27. Os
caldeus, desde épocas remotas, estabeleceram o número de 12, até hoje
admitido.

ZOHAR – Livro que contém toda doutrina ou ciência esotérica hebraica;


escrito por Simeão Ben Jachai. Anteriormente, admite-se que
anteriormente esta doutrina tenha sido transmitida oralmente desde
Moisés que, no Monte Horebe, teve a visão da Sarça Ardente, isto é, o
conhecimento pela luz divina do tetragrammaton, a verdadeira ciência dos
Iniciados. Mais tarde no Sinai, os espíritos mais elevados das altas
hierarquias celestes o iniciaram na completa doutrina e ciência exterior da
qual ele se tornou Mestre e Mago. Esta doutrina teria sido transmitida de
boca em boca até a tomada de Jerusalém por Tito. Destruída a cidade, os
principais sacerdotes e os príncipes da casa de Judá, únicos depositários
da doutrina pereceram, a exceção de seis deles que escaparam da morte.
Uma vez verificando-se a impossibilidade de manter a Tradição Oral em
virtude da dispersão do povo de Deus, Simeão Ben Jachai recebeu ordem
de cima, segundo a lenda, para escrever a doutrina esotérica. O texto foi
escrito em siro-caldáico, do qual houve duas edições: mas existe também
em manuscrito uma edição latina que o Barão Vilta de Lion possuía. Zohar
é uma palavra hebraica que significa explendor.

311

Você também pode gostar