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Grande Dicionário de Ciências Ocultas, Alquimia e Demonologia
Grande Dicionário de Ciências Ocultas, Alquimia e Demonologia
Apresentação
S ão chamadas ocultas as ciências nas quais intervêm efeitos
maravilhosos e sobrenaturais, em contradição aparente com a ciência
experimental.
Este nome foi dado porque, segundo alguns, seus adeptos se ocultavam
para exercê-las, a fim de escapar da autoridade civil ou religiosa.
Semelhante afirmação é enganadora, por não fazer outra qualificação.
As verdadeiras ciências ocultas têm sua origem na cabala, que nada tem
em comum com a magia negra. As ciências ocultas, assim chamadas
porque têm sido transmitidas de geração a geração de uma maneira
oculta, são, ao contrário, a quinta-essência da razão e da moral; é a
ciência tradicional dos segredos da natureza que de século em século
chega até nós, como as ondas do mar chegam até a praia - trazidas pelo
vento. 0 símbolo hindu adda-nari, com as bases de governo que regiam o
início da civilização, pode mostrar por que os antigos magos
recomendavam silêncio. Hoje, essas ciências são chamadas conjeturais.
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Por mais que se remonte à gênese da humanidade, e seja qual for a parte
do mundo de que se estudem os usos e costumes, tanto entre os antigos
como entre os modernos, encontram-se magos e adivinhos.
Os orientais crêem que Adão foi iniciado na arte cabalística desde sua
origem, e que Abraão possuía como astrólogo, profundos conhecimentos.
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Sem dúvida, os homens de gênio, que acabamos de citar, empregavam
procedimentos físicos desconhecidos pelo vulgo, e cujos efeitos
maravilhavam e subjugavam ao mesmo tempo as multidões.
Por outro lado, a palavra magia significa, em principio, mais o estudo das
ciências naturais do que a arte de operar prodígios. Com um conhecimento
razoável das leis químicas e físicas - diz Eusébio Silvestre - podem-se
explicar quase todos os milagres citados nos livros antigos, e também as
pretendidas posses demoníacas. 0 delírio sobrenatural das cavernas pode
também ser atribuído a uma espécie de êxtase, hipnotismo ou alucinação.
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considerando a astrologia, a alquimia e tudo o que diz respeito à alta
magia como um complemento da história natural.
Por sua vez, os judeus, povo sempre errante, redigia volumosos tratados de
ciências ocultas nos quais sua cabala se confundia com as concepções
árabes - servindo de intermediários entre os sarracenos e os ocidentais.
É aos hebreus e aos mouros que a Europa deve seu entusiasmo pela
alquimia, que Paracelso, Arnaldo de Vilanova e Raimundo Lúlio cultivaram
com extraordinário êxito, e que no século 16, com a astrologia, ocupou
vivamente os espíritos privilegiados. Nessa época, toda a Europa se viu
infestada por uma multidão de feiticeiros e feiticeiras, bruxos e bruxas
espanhóis; mas nem as fogueiras nem as torturas mais cruéis puderam
conter essa irrupção de feiticeiros de toda espécie; ao contrário, a
perseguição parecia aumentá-la.
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compreende a ventriloquia, a fantasmagoria e a prestidigitação, que
produzia, em outras épocas, efeitos prodigiosos sobre as multidões, e que
hoje encanta as pessoas nos teatros onde é exibida.
Que ardor, que entusiasmo devia produzir num espírito exaltado como o
da Idade Média, a idéia de que o estudo assíduo das ciências permitia
entrar, pouco a pouco, em relação com espíritos superiores, que
transmitiam pensamentos divinos sobre as coisas da terra!
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"É assim - diz Fernando Denis - que os tempos feudais, tão deploráveis na
história da humanidade, se converteram numa época memorável de
discussões apaixonadas, nas quais se avaliavam os direitos dos povos”. Os
tempos da filosofia hermética, que são quase os mesmos, foram de
prodigioso trabalho.
Por outro lado, os homens estão convencidos de que toda ciência oculta
deve ser encontrada infalivelmente nos livros legados pela antigüidade. Daí
o estudo fecundo e útil das línguas antigas e ainda das orientais; daí
também, talvez, as novas e fecundas relações com Aristóteles conservadas
pelos árabes.
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feito sem a imaginação o ilustre e inesquecível Paracelso - que morreu
consumido por seu próprio gênio, ele que deu um impulso extraordinário à
medicina no século 16!
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Nota: Este dicionário é o resultado de anos de pesquisa em diversos livros,
incluindo diversos grimórios e documentos datados de épocas da
Inquisição.
Para preservar a fidelidade aos Manuscritos Originais, conservamos as
informações tais como a recebemos. No entanto entendemos que muitas
vezes quando o autor se refere ao Diabo ou Demônio na verdade estava
simplesmente se referindo aos Deuses Pagãos cultuados em suas épocas.
Adam Kadmon
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A.’. A.’.: Argentum Astrum (A Estrela de Prata). A Grande Irmandade
Branca (de Adeptos). 0 Triângulo de pontos indica que a Ordem é uma
sociedade secreta conectada com os Mistérios Antigos.
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ABALAN - Príncipe do inferno, pouco conhecido, que pertence à corte e ao
séquito de Paymon. (Vide esta palavra).
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0 livro de Abdias foi traduzido para o latim por Julius Africanus com o
título de História Certaminis Apostolici, impresso em 1566. É uma edição
muito rara.
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habilmente no que se refere à estratégia militar e ensina os meios mais
eficazes para o consulente se tornar amado por seus soldados.
ABNELEITEM - É o chumbo.
ABRACADABRA
ABRACADAM
ABRACADAIB
ABRACADA
ABRACAD
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AISRACA
ABRAC
ABRA
ABR
AS
A
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ABRAHEL - Demônio sucumbo conhecido por uma aventura que Nicolas
Rerny descreve em sua Demonolatria.
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ciência como sendo efeitos de auto-sugestão, assim como a cabala que diz
ser o produto de uma superabundância de luz astral geradora da inanição
do corpo material.
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ACAN0R - Panela de barro com diversos buracos no fundo e nos lados.
(Johnson e Paracelso).
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ACHMERT - Adivinho árabe do século 9, autor de um livro intitulado
Interpretação dos Sonhos, segundo as doutrinas do Oriente. 0 texto
original deste livro foi perdido. Mas Rigault imprimiu a tradução grega e
latina de Artemidoro (Paris 1608). Tem o título de Omeirocritic.
ACUREB - O vidro.
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homens através do rosto, impressos na coleção de Scriptores
Phisiognomonix Osteres em grego e latim, em Altembourg (1780).
ADÃO - Segundo a Bíblia, foi o primeiro homem criado por Deus, à sua
imagem e semelhança, já adulto e de inteligência desenvolvida. Segundo
alguns autores orientalistas, Adão possuía conhecimentos sobrenaturais e
acreditam que esteve iniciado, desde a sua origem, nos segredos da alta
magia. A ciência moderna, e principalmente a geologia, a paleontologia e a
fisiologia, demonstram que o Adão e a Eva do Gênesis não passam de uma
cópia grosseira do Adimo e Pracriti dos vedas, em cujos livros estão
representados como sendo a essência celeste de onde emanam todas as
humanidades presentes e futuras.
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da tarefa. Este não ouviu os lamentos da terra e tirou os punhados
encomendados, um de cada uma das sete camadas, e levou-os à Arábia,
onde seria executada a grande obra da criação do homem. Deus ficou
satisfeito com a prontidão e fidelidade de Azrael, a quem encarregou de
separar as almas, sendo por isso chamado "o anjo da morte".
Deus então amassou a terra e fez uma figura com suas próprias mãos.
Enquanto secava, os anjos contemplavam-na maravilhados e contentes.
Eblís (lúcifer ou satã) não ficou satisfeito só em olhar e tocou-a no ventre.
Ao constatar que era oca, pensou e disse para si mesmo: "Esta criatura de
forma vazia terá necessidade de encher-se frequentemente e por isso
estará sujeita à muitas tentações". Então perguntou aos outros anjos o
que eles fariam se Deus quisesse sujeitá-los de algum modo a este futuro
soberano da Terra. Todos responderam que obedeceriam, mas Eblis,
aparentando a mesma opinião, resolveu que não o faria.
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perto da porta de saída, um outro muro de um metro onde tocam os pés.
Neste pequeno espaço, há um grande pedaço de tela onde os fiéis
depositam suas oferendas, e queimam perfumes. A distância dos pés à
cabeça é de uns 150 metros!
Gedda em árabe quer dizer avó e por isso os eruditos afirmam que o nome
se deve ao fato de o corpo de Eva estar enterrado ali. As tradições afirmam
que ao morrer sua mulher, Adão começou a viajar. Passou pela índia e
morreu no Ceilão, onde ainda existe sua tumba sob o Pico de Adão. Os
muçulmanos, mesmo os menos fanáticos, acreditam piamente (Carta de
M.A.D., cônsul da França na Abissínia de 12/1 / 1841).
Deus, que desta vez não quis usar a violência, ordenou ao seu Ministro
Gabriel que pegasse a flauta e tocasse uma ou duas músicas em volta do
corpo de Adão. Com o som, a alma começou a girar cadenciadamente em
volta dele e afinal num momento de delírio, entrou através dos pés que na
mesma hora se puseram em movimento. Desde então não lhe foi permitido
abandonar a sua nova moradia sem ordem expressa do criador.
Deus, acrescentam os rabinos, tinha feito Adão tão grande que sua cabeça
alcançava o céu. Asseguram que a árvore da vida, plantada no paraíso
terrestre, era tão grande que seriam precisos quinhentos anos para se dar
uma volta em torno dela. 0 talhe de Adão seria proporcional a ela. Os
anjos, admirados, murmuravam e diziam ao Senhor que havia dois
soberanos: um no céu e outro na terra. Então Deus apoiou a mão sobre a
cabeça de Adão e reduziu-o a mil côvados de altura (quinhentos metros).
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Também circulam entre os judeus algumas tradições maravilhosas. Vários
rabinos dizem que Deus fez Adão duplo e que separou os dois corpos com
uma machadada.
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ignorante. À esquerda, um boi encapuzado: é o homem bom, o neófito, o
adepto. Isis permanece de pé entre o bem e o mal, entre a rebeldia e a
obediência. Tem quatro braços que representam os quatro elementos, cada
um deles colocado em mãos separadas. 0 fogo está representado por um
punhal; o ar, por um anel ou argola; a terra, por uma ramagem florida e a
água, por um vaso.
0 malvado deve ser submetido pelo ferro e pelo fogo e usar a argola. As
tempestades condensam-se na Terra.
A natureza está oculta pela parte do malvado e deve ignorar tudo. Para ele
não pode haver piedade.
Isis traz um colar. Do lado do boi, este colar é formado por cabeças
humanas. Significa urna inteligência unida à outra, formando uma cadeia
divina. No lado do malvado, o colar se transforma em cadeias de ferro.
Significam prisão e escravidão, porque o mal é um tigre forte que ama o
sangue e a carnificina. E o boi é humilde, útil, e deve ser protegido contra
os avanços do outro.
Do lado do boi, a natureza aparece sem véus. Para ele, não existem
mistérios; para ele, os braços de Isis sustentam uma ramagem florida que
representa a abundância, onde a inteligência desabrocha: é a palma, o
cetro, a recompensa. 0 outro braço oferece o vaso para aplacar a sede do
boi e nutri-lo.
Uma serpente, com a cabeça voltada para o lado do boi, rodeia o pescoço
de Isis. É o manancial da vida, a eletricidade, o magnetismo, a luz e o
grande agente mágico.
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que se olham rodeiam o braço que segura a rama florida; é o símbolo do
equilíbrio da luz astral, o segredo da vida.
Tudo foi dado ao bom, até a própria pele do malvado que Isis usa do lado
do boi.
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biografia dos nigromantes mais célebres, alquimistas, adivinhos etc.,
dividida em sete partes (Leipzig, 1785-1789)
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Isto não é de se estranhar, porque segundo Arnobius (Adversus Gentes, VI,
16, 17) os gregos e os romanos viam no ídolo a própria divindade, que
através da consagração viera habitá-lo. Santo Agostinho nos diz, referindo-
se a Hermes Trismegisto, que os ídolos são os corpos dos deuses, cujo
espírito encarnou neles. Nisto se prova que o fetichismo e a idolatria
sempre foram cultos tão espirituais como quaisquer outros.
Segundo Max Muller, Aditi representa o que está além da aurora e que foi
elevado ao grau de símbolo do divino e do infinito. Para Gotama, Aditi é o
céu, a atmosfera, o pai e a mãe ao mesmo tempo; é todos os deuses e as
cinco raças; é tudo o que nasceu e nascerá. Aqui estão alguns trechos
traduzidos do Rig-Veda:
"Aditi, que tem como filhos estes reais (aditas), afaste os nossos inimigos."
"Oh! Divina Aditi, protetora segura e querida, venha com esses sábios
deuses (os aditas, seus filhos), esses protetores fiéis!"
"Que a sábia Aditi venha durante o dia em nosso socorro. Que estenda
sobre nós a sua benevolência e afaste os nossos inimigos."
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divinatio de que provém indica a ação divina e se forma da raiz sânscrita
div, brilhar de que também se originam as palavras latinas Divus e Deus.
Adivinhar é, pois, manifestar a divindade que existe em cada um de nós.
ADVERSOS (dias) - Eis aqui o que diz a tradição sobre os dias adversos: o
primeiro dia (da Lua) não será favorável para os que adoeçam nele, mas
conseguirão se curar se a doença for de grande duração. Adão foi criado
neste dia. Por isso, ele é adverso para os que cometerem o mesmo pecado
que causou sua expulsão do paraíso. 0 segundo dia (de Marte) é o da
criação de Eva. É um dia aziago para todos os mortais e para todas as
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tentações. Os ladrões que furtarem neste dia serão logo descobertos, e não
se deve dar crédito às coisas sonhadas durante as primeiras horas. No
terceiro dia Eva deu à luz a Caim, que sacrificou seu irmão por causa da
inveja. É o dia de Mercúrio, e não se deve empreender nada com fins de
prosperidade. 0 doente passará momentos terríveis, sendo um dos dias
mais funestos. 0 quarto dia, no qual Abel nasceu não tem nada de
adverso. Mas os que ficarem doentes sofrerão durante muito tempo de
males perigosos e os sonhos maus se realizarão, correspondendo este dia a
Júpiter. 0 quinto dia é o de Lameth, com o domínio de Vênus no
firmamento. É mau somente para aqueles que cometam más ações. 0
sexto dia é desfavorável (Saturno) para os viciados e para os que só
buscam os prazeres da carne. No sétimo (Sol), quando Abel foi
assassinado, a adversidade será para os assassinos e para os que
procuram atormentar o próximo. 0 oitavo dia é desfavorável para os
doentes. Matusalém nasceu nele e nunca ficou doente. Na impossibilidade
de seguir detalhadamente os dias de cada lunação, diremos que são
funestos 11, 12, 13 e 17 (dia da destruição de Sodoma e Gomorra), 18, 19
(quando nasceu Faraó), 22 (para os negócios), 26 (por causa da morte de
Saul e Jônatas), e 29 (por ser o dia de nascimento de Herodes).
AÉCIO DE AMIDA - Médico grego que viveu nos fins do século 5. Escreveu
o livro Tetrabibios, que é uma compilação dos melhores trechos dos
médicos antigos mais famosos.
AÉLITA - Dizem que esta pedra, encontrada nos ninhos das águias,
facilita o parto, quando as mulheres, durante a gravidez, a usam colada na
coxa.
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AEROMANCIA - Adivinhação pelos fenômenos aéreos. É um ramo da
astrologia, e a teratoscopia é uma divisão desta ciência. Os presságios são
deduzidos a partir da interpretação dos espectros que aparecem nas
nuvens. Francisco de La Torre-Blanca diz em seu Epit. Deliet sive de Magia
(liv. I. cap. 20), post. Pictorium et Psellum, que a aeromancia é a arte de
predizer, fazendo aparecer espectros no ar ou representando, valendo-se
de demônios, os acontecimentos futuros numa nuvem como se fosse uma
lanterna mágica.
AÊSON - Pai de Jasão, que segundo a fábula foi rejuvenescido por Medéia
depois de tê-lo cortado em pedacinhos e cozinhado num caldeirão.
Segundo os alquimistas, isto significa que a matéria da grande obra parece
morrer no vaso pela putrefação e depois revive, por assim dizer,
rejuvenesce, convertendo-se em pó branco e logo em seguida no vermelho.
Isto é o que se diz em todos os livros dos verdadeiros filósofos.
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luta e compensados pela afetividade, habitabilidade, filogenitura e
amabilidade, qualidades que constituem a força ativa dos seres humanos.
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AGAR - Nome dado à cal dos filósofos pelos alquimistas, e à cal comum
por alguns sectários antigos da química vulgar. Também foi conhecida
como Algit e Algerit.
AGEIL - É uma erva que assim era chamada em caldeu. Em grego, orum e
em português, cinoglossa. Segundo os magos, possui as seguintes
virtudes: colocada num determinado lugar juntamente com o coração e o
ventre de uma rã nova, todos os cachorros das proximidades se ajuntarão.
Colocada sob o polegar do pé esquerdo, impede o ladrar dos cães.
Amarrada ao pescoço de um cachorro, este começará a dar voltas sobre si
mesmo até desmaiar.
AGENERE (do grego a, privativo, e géno, génomai, gerar; o que não foi
gerado) - Variação da aparição tangível. Estado de certos espíritos que
podem revestir-se momentaneamente das formas de uma pessoa viva, a
ponto de causar completa ilusão (Allan Kardec, Livro dos Médiuns,
Vocabulário Espírita).
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em potência produzem o enxofre e o fogo ígneo da matéria, que, para se
converterem em agentes atuais, só precisam ser excitados pelo fogo
filosófico. Existe ainda outro agente sobre o qual quase todos os filósofos
guardaram silêncio, e até desprezaram: é o fogo elemental, do qual nunca
falam nada, a não ser algumas citações enigmáticas, para desorientar e
torturar os que querem empreender a grande obra. Depois de conhecida a
matéria, todo o segredo está na administração e no regime deste fogo. 0
agente interno dos alquimistas é o fogo ígneo da matéria, que, ao ser
excitado pelo externo, digere, cozinha e apodrece aquela matéria de uma
maneira muito melhor que o fogo elemental. Este agente é o segredo da
arte, e, para obtê-lo, é preciso tratá-lo como Thetis com Aquiles. Gontanus,
um dos escritores modernos sobre esta arte, diz que ele é mineral igual,
contínuo, que não produz vapor algum se não for excitado em demasia,
que participa do enxofre, que não é de modo algum tirado da matéria, que
dissolve, calcina e coagula. Obtém-se pelo trabalho e pela arte, e não custa
muito, se é que custa alguma coisa.
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de corromper as mulheres. Quando descobriu seu sexo diante dos juízes
foi perdoada, e a partir de então as mulheres puderam exercer esta
profissão.
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AGRIPA Enrique Cornélio - Médico célebre, mago e alquimista, que viveu
nos fins do século 15. Nasceu em Colônia (1436) e foi autor de várias obras
de magia, escritas em latim. Pierre D'Alban traduziu-as para o francês.
Entre elas, merece citação especial da filosofia Oculta (Haya, 1727), na
qual, como San Martin, se ocupa do valor e da significação dos números.
Com relação ao um, por exemplo, ele diz o seguinte:
0 número não passa de uma repetição da unidade. 0 um é o princípio de
todas as coisas, e todas elas vão até ele, e, depois dele, a nada. Tudo que
existe requer o um, porque tudo veio do um. Para que todas as coisas
sejam as mesmas, é preciso que participem do um. Assim, é preciso que
tudo o que quiser voltar a um abandone a multidão. Um refere-se a Deus
que, sendo um e numeroso, cria quantidade de coisas e as contém em si.
Existe, pois um Deus, um mundo que é de Deus, um sol para um mundo,
um fênix no mundo, um rei entre as abelhas, um chefe dos rebanhos e um
comandante nos exércitos. Existe um elemento que excede e penetra em
tudo, que é o fogo; existe uma coisa criada por Deus que é objeto de
admiração geral e que está nos céus e na terra: a alma vegetal e mineral
que se encontra em todas as partes que ninguém conhece e nem chama
pelo nome, mas que está oculta sob cifras, figuras e enigmas, e sem a qual
nem a alquimia nem a magia natural poderiam alcançar êxito". Agrippa
mereceu o sobrenome de Trismegisto, como Hermes. 0 imenso talento que
possuía foi a causa de sua perdição. Acusado de bruxaria, teve que fugir
diversas vezes do furor da multidão ignorante que lhe atribuía uma
infinidade de absurdos.
Conta-se que, enquanto ensinava em Louvain, um dos seus alunos, ao ler
um livro de conjuros, foi possuído pelo demônio. 0 mestre, temendo que
lhe atribuíssem a morte do rapaz, ordenou ao espírito maligno que
penetrasse novamente no corpo do jovem e desse umas sete ou oito voltas
com ele na praça pública antes de abandoná-lo. 0 demônio obedeceu, e,
pouco depois, o rapaz caiu sem vida no meio da multidão. Agrippa era
muito destro. Apesar de suas mãos gotosas e retorcidas, apoderou-se de
muitos tesouros. Morreu em Grenoble (1535), detestado e olhado como
bruxo maldito.
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AGUAPA - Arvore das índias Orientais, cuja sombra dizem ser venenosa.
Quem descansa sob ela fica inchado, e os habitantes atribuem esse efeito
cruel ao diabo.
ÁGUIA - Pela sua força, valor e por sua majestade, a águia é considerada o
rei dos pássaros. Entre todos os povos e em todas as épocas ela foi o
símbolo do poder. Os antigos viam nela o mensageiro de Júpiter. Os
persas, os romanos, os austríacos e os franceses, especialmente Napoleão,
adotaram-na em suas insígnias militares. Também é um dos animais
simbólicos da santa cabala que recomenda ao verdadeiro mago ter a
perspicácia e visão de uma águia. Os caldeus chamavam-na de voraz, e os
gregos, de rimbicus.
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época em que o Júpiter dos filósofos, ou a cor cinza, sucede a Saturno ou
a cor negra. A águia que Júpiter mandou para devorar as entranhas de
Prometeu não significa outra coisa senão a ação do volátil sobre a
substância fixa chamada pelos alquimistas mineral de fogo celeste. Eis aí
por que se imaginou que Prometeu teria roubado o fogo do céu e que, para
castigá-lo, Júpiter amarrou-o a uma pedra, chamada a pedra fixa dos
sábios, e que suas entranhas - a parte mais quente do homem - eram
devoradas continuamente por uma águia. Alguns dizem abutre, o que dá
na mesma. Por esta razão, a águia era chamada filha de Typhon e de
Echidna, ou melhor, da putrefação da matéria (Vide as Fábulas Egípcias e
Gregas Decifradas, livro 5 cap. 17).
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AIN SOPH - Em cabala é o ancião dos dias ou a causa primeira, o
absoluto. De Ain Soph emanam os sephirot.
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AIWAZ: Uma forma variante de Aiwass. 0 soletrar diferente soma 93 como
o número de Aiwaz e, portanto, mostra uma fórmula ligeiramente
diferente. Ver Agapé, Thelema, etc.
AKIBA - Rabino do século 19, que de simples pastor apaixonado por uma
jovem chegou a ser um sábio afamado. Os judeus dizem que ele foi
educado pelos espíritos elementais, que sabia conjurar, e que teve nos
seus melhores dias cerca de 80 mil alunos... Acredita-se que seja o autor
do Jetzira, ou livro da criação, atribuído por uns a Abraão e por outros ao
próprio Adão.
AKMIN - Cidade da Tebaida, famosa por ser a residência dos magos mais
notáveis. Pablo Lucas cita em sua segunda viagem (Livro V, t. 11) a
maravilhosa serpente de Akmin, que os muçulmanos veneravam como
sendo um anjo e que os cristãos acreditavam ser o demônio Asmodeu.
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Outro Alain, ou Alanus, que viveu no mesmo século, deixou para os
alquimistas um livro intitulado Dicta de Lapide Philosophico.
ALBARAS - Arsênico.
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ALBERTO, o Grande - Conhecido ainda com os seguintes nomes: Alberto,
o Teutônico, Alberto de Colônia, Alberto de Ratisbona, e Alberto Grottes,
sendo Alberto de Groto o seu nome verdadeiro. Nasceu na Suábia em
1205. Muito tapado e ignorante durante a infância, foi, na idade madura,
um dos maiores sábios de sua época e mestre de Santo Tomás de Aquino.
A transformação, segundo dizem, foi por causa de uma visão que teve da
Virgem.
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fisiognomonia e fornece sinais empíricos para se conhecer os dias felizes e
os azarados, preventivos contra a febre, purgantes, maneiras de fazer
cataplasmas e outras receitas curativas.
ALBOHOL - Amapola.
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ALBOR - Urina.
ALBOS - Crisol.
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ALCHAEST - Preparação do mercúrio. Elemento que dissolve todos os
metais, pelo qual todos os corpos terrestres podem ser reduzidos à sua
matéria original. É uma força que atua sobre a forma astral de todas as
coisas e, dando a polaridade de suas moléculas, dissolve-as.
ALCION - Ave consagrada a Thetis pelos antigos como deusa dos mares,
porque fazia seu ninho com arbustos nas beiras dos rios. É o nosso vulgar
martim-pescador, também considerado naqueles tempos como símbolo da
paz e da tranqüilidade. É uma velha crença entre os homens do mar dizer
que o martim-pescador é uma biruta natural: suspendendo-o pelo bico, ele
indica de que lado vem o vento, voltando seu peito para esta direção.
Também é antigo costume o colocar os alciones nos armários para
preservar os tecidos contra as traças, e nos telhados das casas.
Acreditava-se também que conservando um desses pássaros, suas penas
se renovavam como se estivesse vivo, enriquecendo o seu possuidor,
conservando a união nas famílias e tornando mais belas as jovens que
usassem suas penas. Os tártaros e os ostiakes tinham uma grande
veneração por este pássaro. Procuravam suas plumas com grande
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interesse e lançavam-nas numa tina com água. As que boiassem eram
recolhidas como sendo excelente talismã.
ALCIONE - Filha de Éolo, deus dos ventos, e esposa de Ceix, rei da Trácia.
Tendo este monarca morrido durante uma tempestade, Alcione, que o viu
em sonhos, correu à beira do mar e encontrou aí o corpo de Ceix, lançado
pelas ondas. Não querendo viver sem ele, atirou-se na água. Os deuses
converteram o casal em alciones e dispuseram que o mar estaria sempre
calmo, quando estes pássaros construíssem os seus ninhos.
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ALCONE - Ouropel, latão, no sentido químico. Em termos herméticos é o
latão dos filósofos depois de branqueado.
ALCUBRIR - 0 enxofre.
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importantes que tivessem os nomes assim começados. Apesar dos seus
esforços o cetro passou às mãos de Teodósio, o Grande.
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ALESSANDRO - Alexander ab Alexandro em latim. Jurisconsulto
napolitano, morto em 1523. Publicou um livro intitulado Genialium
Dierum, no qual trata de diversos fatos prodigiosos.
ALEXANDRE III - Rei da Escócia, que se casou em 1825 com Yolette, filha
do conde de Dreux. Durante a celebração das bodas, entrou no salão de
festas um espectro descarnado que começou a dançar. 0 pânico causado
entre os convidados fez com que as bodas fossem encerradas, e alguns
declararam que essa aparição anunciava a morte próxima do rei. Com
efeito, naquele mesmo ano, durante uma caçada, Alexandre caiu do cavalo
e morreu.
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do chão sentiu que estava sendo transportado para uma outra montanha,
completamente salvo. Alguns atribuem o prodígio às relíquias que levava
no pescoço, como todas as crianças, mas ele justificou o fato dizendo que
tinha sido salvo pela piedade e orações dos seus pais.
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ALFITOMANCIA - Adivinhação muito antiga por meio do pão de cevada.
Quando nossos antepassados queriam conhecer o culpado, entre vários
acusados, faziam cada um comer um tosco pedaço de pão de cevada.
Quem o digerisse facilmente era inocente, mas o culpado era descoberto
porque não conseguia engolir. Este procedimento empregava-se também
nos chamados juízos de Deus, de onde vem este ditado popular- “Que eu
me engasgue com este pedaço de pão se estou mentindo!”.
ALGALATIA - É a zibeta.
ALGAMET - Carvão.
ALHOFOL - Antimônio.
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tivessem comido alho. A sua ação medicinal sempre foi apreciada em todas
as épocas. São anti-helmínticos, estimulantes, anti-reumáticos e
expectorantes. Corrigem a menstruação, são bons contra a hidropisia e o
mal de pedra. São também usados com êxito contra as bronquites.
Aplicados diretamente, ou seja, sem a pele que os envolve, são calicidas
excelentes. E assim são recomendados no tratamento da raiva: dá-se de
comer ao atacado de hidrofobia tanta quantidade de alhos quanta puder
tolerar, submetendo-o logo em seguida a um verdadeiro banho de vapor
para provocar em seu organismo o suor mais abundante possível.
Paracelso atesta ter curado por este processo muitos enfermos atacados
por esta terrível doença. Botânica Oculta: para preservar-se de todo
malefício, colhem se sete alhos na hora de Saturno, enfiam-se numa
cordinha de cânhamo, e usa-se no pescoço durante sete sábados. Assim
estará livre de todas as feitiçarias pelo resto da vida. Quando se quiser
alhos inodoros, basta plantá-los e colhê-los quando a Lua não estiver
sobre o nosso horizonte.
51
desregrada e morrendo na miséria. Dizem que houve diversas aparições de
sua alma. Sua história foi escrita por Adrian de Montalembert, esmoleiro
de Francisco 1, num livro publicado em Paris (1328) com o título de A
Maravilhosa História do Espírito que Apareceu no Mosteiro das Religiosas
de São Pedro de Lyon.
Antes que o mosteiro fosse reformado, em 1523, havia nele uma série de
irregularidades. Cada um vivia conforme queria. Não existia abadessa nem
bispo que o governasse. Quando chegaram as monjas que iriam reformá-
lo, as que ali estavam recolheram suas coisas e se foram, figurando entre
elas a nossa heroína, que possuía as chaves da sacristia, onde estavam
guardados os ornamentos e as relíquias. Empenhou estas coisas de valor
por certa quantia e levou uma vida tão desregrada que foi motivo de
escândalo na época. Mais tarde, todo o seu corpo se encheu de chagas e
feridas terríveis. Morreu num local obscuro, abandonada por todos e foi
enterrada sem funerais nem orações de nenhuma espécie.
52
Mediadora entre Deus e os homens, fonte viva donde saem constantemente
rios de graças, ó Maria!
53
Miguel Toxites também diz que o alkaest é um mercúrio preparado para as
doenças do fígado. Vários químicos pretenderam que o alkaest não era
diferente do grande e do pequeno abordado por Paracelso, feito com
espírito de sal comum. Outros acreditam encontrar na etimologia deste
nome a palavra akali est, como se fosse sal álcali. Mas como os sais álcalis
das cinzas da soda, tártaro etc., não produziam o efeito do alkaest,
quiseram localizar o nitro fixando-o. Daí Glauber tirou o seu sal, a que deu
o nome de sal admirável. Mas nem uns nem outros conseguiram. Um
autor diz que é um licor muito comum entre os árabes. Nem Paracelso
nem Van Helmont explicaram com clareza o que entendiam que fosse este
licor dissolvente. Difere do dissolvente dos filósofos, na medida em que
este se une indissoluvelmente ao que dissolve e o outro se separa sem
diminuir.
ALKARA - Cucúrbita.
54
ALKIR - Assim é chamada a fumaça e o carvão.
ALKOEL - Johnson diz que é uma espécie de chumbo muito fino tirado
das minas de onde se extrai o lápis-lazúli. Alguns chamaram este chumbo
de antimônio.
ALKOSOR - É a cânfora.
55
depois da morte cada partícula volta à sua origem, confundindo-se no
todo, perdendo assim o ser, a sua individualidade.
56
Os estóicos atribuem os fenômenos do universo a uma força única e
material, "de onde tudo sai e se desenvolve na natureza: a coesão, a vida
vegetativa e a animal, depois a inteligência, a vontade etc." No livro dos
Dogmas de Platão e de Hipócrates, está escrito que existem três tipos de
almas, que habitam, respectivamente, o fígado, o coração e o cérebro. A
identidade da alma e da vida é um dos argumentos principais de Platão e
Plotino em favor da imortalidade.
Para São Basílio, da mesma forma que para São Gregório de Niza, vida e
inteligência não são mais que a nobre potência de uma só e mesma causa.
Kepler faz da Terra um ser animado e lhe dá uma alma racional: faz
também do universo um ser e coloca no Sol o assento da inteligência
perfeita.
57
No século 16, Etienne, Pasquier, Laurent, Campanella, Montaigne,
Gassendi e outros se esforçarara, com acerto, em provar que os animais
têm uma razão e uma linguagem especial.
Stahl diz que suas sensações produzem o movimento dos nossos órgãos, a
circulação do sangue, e os movimentos involuntários.
Pilon, judeu que também escreveu sobre a alma, afirma que, assim como
existem anjos bons e maus, também existem almas boas e más, que ao
descer aos corpos lhes comunicam 1 suas boas ou más qualidades.
58
Quando a alma de Patrocles apareceu a Aquiles, tinha a sua voz, sua boca,
seus olhos, seus vestidos, mas não o seu corpo palpável.
Orígenes acha estas idéias dignas de respeito, e diz que as almas devem
ter alguma consistência, mas de caráter muito sutil. Fundamenta seu
conceito na parábola de Lázaro e o rico mau: os dois têm forma, pois se
tocam, se falam, e este pede a Lázaro uma gota d'água para refrescar sua
boca. Santo Irineu, da mesma opinião de Orígenes, deduz do mesmo
exemplo que as almas recordam depois da morte tudo o que fizeram
durante sua vida. .
No discurso que Tito fez aos seus soldados para animá4os no assalto à
porta Antônia, em Jerusalém, emitiu uma opinião sobre a alma muito
parecida com a que tinham os escandinavos. "Saibam - disse-lhes Tito que
as almas dos que morrem na guerra sobem até aos astros e são recebidas
nas regiões superiores, onde aparecem como bons gênios, enquanto as dos
que morrem na cama, mesmo que tenham sido boas, são fundidas na
terra, onde permanecem no esquecimento e nas trevas" (Josefo, De Belo
Jud., cap. 1. 1. 6).
Entre os siameses existia uma seita que acreditava que as almas vão e vêm
de onde elas querem depois da morte; que as dos homens que viveram
bem adquirem nova força, um vigor extraordinário, perseguindo e
maltratando as dos maus, onde quer que elas estejam.
Platão diz no nono livro de suas leis que as almas daqueles que morreram
violentamente perseguem com furor no outro mundo as dos homicidas e
matadores, crença ainda muito arraigada.
59
Estavam todas de branco, vindas do Oriente, e desfilavam desde manhã
até as três horas da tarde. Todos os aldeões subiram nas muralhas,
achando que fossem tropas inimigas. Mas um deles, mais resoluto, vendo
um conhecido entre eles, chamou-o e perguntou o que significava aquela
procissão. 0 conhecido respondeu que eram almas culpadas se
penitenciando em peregrinação pelos lugares santos. Acabavam de visitar
o sepulcro de São Martinho e iam visitar Nossa Senhora do Farfe. 0 aldeão
de Narni ficou tão espantado com esta visão que permaneceu um ano
doente. Toda a cidade foi testemunha de tão maravilhosa procissão.
60
sua vontade e o perispírito satisfazem por si mesmos todas as suas
necessidades.
61
Se o impulso do pensamento que parte de um ponto é bastante para
irradiar-se sem tropeçar no espaço com outro ser que, animado de
moléculas afins, acolha o pensamento inicial, este segue até que o fio
condutor (o éter) o leve a um organismo apropriado, onde se choca e
responde. Poderíamos chamá-lo muito bem de telepatia ou ressonância.
Por último, sabemos que a luz, o calor, a cor etc. são manifestações de um
único agente que se propaga em forma de vibrações. Para se ter uma idéia
aproximada da alma humana é indispensável estudar a lei dos fluidos e da
retro integração dos mesmos.
62
ALMAGRA - Os químicos vulgares dão este nome ao cobre e ao latão. Mas
os filósofos químicos aplicam-no somente para a matéria de sua pedra. Eis
aqui como se explica Morien: "Oh! Bom rei! Deveis saber perfeitamente,
antes que o fumo encarnado, o fogo branco, o leão verde, o almagre, a
imundície da morte fétida, o sangue e a terra são as substâncias nas quais
consiste todo o magistério".
ALMAKIST - É o litargírio.
ALMARAGO - É o coral.
63
ALMETAL - Escórias do ferro.
64
presságio para o hóspede se algum convidado dormia sobre a mesa antes
que tivessem retirado os saleiros. Hoje em dia, muitas pessoas consideram
como um presságio funesto derramar sal na mesa ou fora dela, quando se
está comendo. Para conjurar os maus efeitos que tal fato possa produzir,
os entendidos dizem que se deve tomar um pouco do sal derramado com a
ponta da colher e jogá-lo ao ar, por trás do ombro esquerdo, dizendo estas
palavras: “Satanás, eis aqui a tua parte! Maldito seja; some!".
65
Na impossibilidade de compilar um tratado de medicina, indicaremos em
poucas linhas os principais métodos terapêuticos à disposição do mago.
66
o da eletricidade e do vapor só puderam ser feitas por pessoas que
desconheciam a história antiga. Não nos deteremos em grandes
explicações sobre isto, mas, de passagem, informamos que os sacerdotes
etruscos, adeptos da magia, conheciam a eletricidade e a usaram para
defender a vila de Narnia contra Alarico.
67
nada se sabe da origem deste ramo da filosofia arcaica, mas é evidente que
antecede à construção de qualquer zodíaco conhecido e talvez a todas as
mitologias do mundo. Tão pouco se pode negar que os verdadeiros
segredos da transmutação (no plano físico) eram conhecidos pela
antiguidade, perdendo-se nos primórdios da história. A química moderna
deve seus melhores descobrimentos à alquimia, e ainda que tenha
desprezado o axioma inegável desta última, de que só existe um elemento
no universo (classificando os metais como elementos) começa agora a dar
conta do seu grande erro. Alguns enciclopedistas já se viram obrigados a
confessar que vários relatos sobre a transmutação dos metais vão
acompanhados de tais testemunhos que os toma prováveis. Utilizando a
bateria galvânica, descobriu-se que até os álcalis têm uma base metálica,
sendo, assim possível obter metal de outras substâncias que contenham
os ingredientes que a compõem, e também mudar um metal em outro.
(Blavatsky, Chave da Teosofia).
A falsa alquimia pode ser definida como sendo a arte de tornar o homem
miserável, física e moralmente. A verdadeira tende a aperfeiçoar os metais
e conservar a saúde. A falsa, a destruir os primeiros e aniquilar a segunda.
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0 verdadeiro alquimista não faz propaganda de sua ciência, não deseja o
dinheiro dos outros, como diz Morien ao rei Calid: “Quem tudo possui não
precisa de nada”. Dão parte dos seus bens aos necessitados. Não vendem
seus segredos e se os comunicam algumas vezes aos seus amigos é porque
os julgam dignos de possuí-los e usá-los em harmonia com as leis de
Deus. Conhecem a natureza e suas operações, servindo-se dos seus
conhecimentos, segundo diz São Paulo, para conhecer o Criador.
69
passou sobre elas com uma leveza incrível, sem que os barcos enviados em
sua perseguição pudessem alcançá-lo. Isso lhe deu um crédito imenso
como mago. Mas o príncipe turco, Cheik Aladino, comprou o seu sogro que
era muito venal e um dia o pretenso messias apareceu morto a
punhaladas.
ALSECH - É o alume.
ALSUFIR - Cor que o magistério dos sábios adquire no fim das operações.
ALTAFOR - Cânfora.
ALTANACA - Ouro-pigmento.
Magia - 0 altar para as operações mágicas pode ser feito com madeira e
forrado, com uma toalha branca, devendo se constituir num pantáculo do
universo em seus três primeiros planos: humano, natural e divino. A
disposição mais adequada 6 colocar no meio do altar um pentagrama' de
Eliphas Levi ou de Agrippa. Este último deve ser usado quando é possível
achar o& metais necessários, mas o primeiro é preferível nos demais
casos.
70
Este pentagrama será desenhado sobre a pele de um animal virgem, num
pergaminho virgem, ou ainda melhor, sobre papel fabricado por um mago,
sob os auspícios solares, com a massa de papel consagrada com
antecedência.
ALTARA - Cucúrbita.
ALTINURAUM - Vitríolo.
ALTOFET - Antimônio.
71
própria para o caso, a menos que tenha muita afinidade com o vidro,
porque somente ele tem a consistência e a substância inalterável, capaz de
reter os espíritos e substâncias dos compostos que se evaporariam pelos
poros de outras matérias. Nem mesmo os metais servem, pois a afinidade
que têm com os espíritos minerais e metálicos daria como resultado um
composto em vez de deixá-los sublimar.
Mas Geber, como os filósofos, não usa sempre o termo aludel, como
sinônimo de terra: geralmente designa com este nome o vaso filosófico que
é preciso não confundir com o vaso onde se encerra a matéria. Eis por que
dizer “fechar hermeticamente o aludel” significa fixar o mercúrio dos
sábios (Vide Vaso).
72
ALUME ÁLCALI - Nitro precipitado.
73
enfeitavam seus sepulcros com amarantos e sempre-vivas, para significar
que a lembrança dos mortos sempre será viva e fresca.
74
tivessem sido lavadas. As pessoas distintas eram queimadas em telas de
amianto, para que suas cinzas pudessem ser conservadas puras e
separadas dos resíduos daqueles que eram queimados em fogueiras e piras
comuns. Os ramos, e especialmente seus sacerdotes, iniciados na magia,
acreditavam que o amianto tinha sido gerado pelo Sol para dar à Terra
uma prova de sua estima particular.
AMOGRABRIEL - É o cinábrio.
Amon-ra era o senhor celeste das três regiões, o primeiro, o chefe dos
deuses, que faz luz sobre as coisas ocultas, conforme as lendas
hieroglíficas. Amon, como o pai desconhecido do gnosticismo, é a fonte da
vida divina da qual seus monumentos reproduzem o símbolo. Este símbolo
é a cruz ansata, nos monumentos gnósticos. É a fonte de toda a força. 0
símbolo deste poder divino é o cordeiro, copiado igualmente em alguns
75
monumentos gnósticos. É a força do poder régio na terra, cujo símbolo é a
serpente, o animal mais pneumático, também copiado no gnosticismo.
Amon reúne em geral todos os atributos que a antiga teosofia oriental deve
ao ser supremo. É o pleroma, porque compreende em si todas as coisas. É
a luz, porque é o deus sol. É invariável no meio de todo o fenomenal dos
mundos. 0 nilômetro é o signo desta estabilidade. Não cria nada, mas tudo
emana dele. Esta opinião concorda com a teoria esotérica das emanações.
0 falo gerador é o símbolo egípcio deste poder. É encontrado nos
monumentos de alguns gnósticos. A idéia da geração aplica-se ao ser
supremo até nos códigos sagrados da divindade. Sua imagem representa
os atributos principais que os demais deuses possuem apenas em parte.
Como a história de amon - ra é muito longa, parece-nos prudente
recomendar um estudo mais profundo da egiptologia.
76
de desespero aos pés da estátua da Fortuna: esses casos são originados
por tristes loucuras.
0 autor do Kama Sutra recomenda aos que são desgraçados tanto pela
natureza como pela fortuna, o emprego de um ungüento composto com a
coronária tubernamenta, o costus speciosus ou arabicus e a calaphacta
flacourtia. Esfrega-se em todo o corpo, obtendo assim um aspecto mais
agradável e simpático. Com a mesma finalidade são usados: a erva-de-
porco, a équites pútrida e cosméticos negros, tirados das mesmas plantas
ou de suas misturas.
Pedro Mora indica este outro meio: “Para se fazer amar, toma-se um
coração de pomba, um fígado de gorrião, a matriz de uma andorinha e um
rim de lebre. Reduz-se tudo a uni pó finíssimo; e a pessoa que fizer este
filtro acrescentará uma parte do seu sangue, seco e pulverizado da mesma
forma. A pessoa que se quer induzir ao amor terá que aspirar duas ou três
vezes uma pequena quantidade desta porção; o efeito será maravilhoso”.
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0 Livro dos Segredos da Magia apresenta um grande número de receitas
tão estranhas que fica por conta do leitor o sucesso ou não de suas
elaborações: "Pegue um sapo vivo numa sexta-feira, antes da saída do sol,
na hora de Vênus e amarre-o pelas duas patas traseiras à chaminé de sua
casa. Quando estiver bem seco, reduza-o a pó em um almofariz e envolva-o
numa folha de papel. Coloque-o em seguida sob um altar, por detrás,
durante três dias e tire-o depois na mesma hora. Observe que é preciso
que se celebre missa sobre este altar. Depois é só colocar a composição
sobre uma flor, e todas as mulheres que desejar o seguirão sempre".
Para que a pessoa que o ama seja fiel, queime seis fios de cabelo, misture
a cinza com mel e passe a solução na madeira da cama. É bom renovar
esta operação de vez em quando para manter a constância do amor.
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Se quiser que suas cartas de amor ou de negócio tenham êxito, pegue uma
folha de pergaminho virgem e cubra-a dos dois lados com a seguinte
oração: Adama Evah como o criador todo-poderoso os uniu no paraíso
terrestre com laço santo, mútuo e indissolúvel, assim o coração daqueles a
quem escrevo me seja favorável e nada me recuse. Ely, Ely Ely. É preciso
queimar esta folha de pergaminho e recolher com cuidado toda a cinza.
Depois pegue tinta que nunca tenha sido usada, despeje-a num vaso novo
de terra e nele misture a cinza com sete gotas de leite de uma mulher que
amamente seu primeiro filho e acrescente uma pitada de pó de ímã. Use
uma pena nova preparada com um corta-plumas novo. Toda carta que
escrever com essa preparação fará com que o destinatário o atenda em
tudo o que desejar.
79
amuletos dados aos argelinos por seus marabus fossem mais inocentes do
que a sua farmacopéia.
80
adultos podem receber o batismo. Foi fundada na Alemanha, em 1521, por
Mumser e Stork, discípulos de Lutero.
81
ANANDA - Sânscrito. Bem-aventurança, alegria, felicidade. Nome de um
discípulo de Gautama, o Buda.
ANATHRON - É uma espécie de sal que cresce sobre as pedras e que difere
do salitre. Ao ferver, transforma-se numa espécie de alume ácido. Se a
ebulição for prolongada, toma o aspecto e a transparência do cristal,
deixando uma espuma que os antigos acreditavam, falsamente, ser a bílis
82
do vidro. Chamavam-na também de foes vitri (Planiscampi). Rulland
denomina-a sagismen vitri baurac.
ANATRIS - Mercúrio.
83
ANAXIMANDRO - Filósofo grego, que nasceu em Mileto por volta de 610
a.C, e morreu em 547. Ensinou que a Lua recebia a luz do Sol e que a
Terra era redonda. Estabeleceu o infinito como sendo o princípio
fundamental de tudo. Inventou os mapas geográficos e construiu uma
esfera. Atribuí-se a ele a invenção do quadrante solar.
ANCINAR - É o bórax.
ANCOSA - É a goma-laca.
Andra, por outro lado, não tem nenhum traço dos que caracterizam a
Aindra, que é o nome original de um deus benévolo, confirmado, como
disse muito bem o filósofo espanhol Sanches Calvo, por esta palavra
eúskara Andra, que significa a força.
Quando sua matéria é uma, chama-se alcoth, do qual dizem que este e o
fogo bastam ao artista, e, portanto, gera, concebe, nutre e resulta
finalmente esse fênix tão desejado, sem mistura de nenhuma substância
84
estranha. É preciso saber, sem dúvida, que sua matéria está composta de
duas ou três substâncias diferentes: sal, enxofre e mercúrio, mas tudo
junto forma o fixo e volátil que, ao se reunir, constitui uma substância
chamada andrógina-rebis, etc.
85
levava sem cansaço a quem o possuísse de Paris a Orleans no mesmo dia.
Anel de invisibilidade: os cabalistas deixaram o modo de fazer o anel que
levou Gyges ao trono da Lídia. É preciso fazê-lo numa quarta-feira de
primavera, sob os auspícios de Mercúrio, quando este planeta se encontra
em conjunção com um dos outros astros favoráveis, tais como a Lua,
Júpiter, Vênus e o Sol, e que se empregue nele um bom mercúrio bem
limpo e purificado (fixando-o e solidificando-o previamente, segundo a arte
dos magos) que possa entrar facilmente no dedo médio. Deve ter engastada
uma pedrinha, que se encontra no ninho de um pássaro muito raro, e uma
gravação com estas palavras: "Jesus, passant au milieu d'eux, s'en alla".
Depois, tendo colocado tudo sobre uma placa de mercúrio fixo, deve-se
fazer o perfume de mercúrio, envolver o anel num pedaço de seda de cor
conveniente ao planeta e levá-lo ao ninho de onde se tirou a pedra,
deixando-o ali durante nove dias. Ao retirá-lo, fazer novamente o perfume
e guardá-lo numa caixinha feita com mercúrio fixo, para que seja usado
quando for preciso. Colocando a pedra à vista, isto é, para cima, o
possuidor do talismã fica invisível para todo mundo. Virando-a em direção
à palma da mão, volta ao normal. Porfirio, Jamblico, P. de Apone e Agrippa
garantem que um anel feito assim também tem as mesmas virtudes: é
preciso tomar os pêlos que ficam sob a cabeça de uma hiena e fazer com
eles pequenas tranças, formando um anel, e levá-lo ao ninho já citado.
Deixá-lo lá, durante nove dias, e depois tirá-lo, passando-o no perfume
feito sob os auspícios do planeta Mercúrio. Quando se quiser ficar
invisível, é só colocá-lo no dedo.
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ANEL DE GYGES - Metáfora que costuma ser usada na literatura
européia. Gyges era um lídio que, depois de assassinar o rei Candolo, se
casou com sua viúva. Platão diz que Gyges desceu certa vez numa gruta e
descobriu um cavalo de bronze, dentro do qual encontrou um esqueleto de
um homem gigantesco, que usava um anel de bronze. Quando Gyges
colocava este anel tornava-se invisível (Blavatsky, Chave da Teosofia).
ANERIC - Enxofre.
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sua matéria e um em sua raiz, Estes três ângulos são: o sal, o enxofre e o
mercúrio. Os quatro são os elementos; os dois, o fixo e o volátil, e o um é a
matéria distante ou o caos onde tudo nasceu.
ANHOUR - 0 nome deste deus egípcio significa aquele que conduz ao céu.
É uma forma do deus solar, shou. É representado de pé, vestido com uma
túnica larga em atitude de caminhante. Sobre a sua longa cabeleira eleva-
se o moecus e penacho de quatro plumas. Sustenta em sua mão uma
corda longa que simboliza sua missão de condutor.
88
Júpiter: águia, cervo, delfim.
Marte: abutre, lobo, lucuim.
Sol: cisne, leão, salmão.
Vênus: pomba, cabrito, boi-marinho.
Mercúrio: cegonha, macaco, troxus.
Lua: mocho, gato, lurus.
Tradições da magia campestre com respeito aos animais planetários
(Papus, Magia Prática).
Leão - Quem usar correias feitas com sua pele não deve temer seus
inimigos. Se alguém come de sua carne ou bebe de sua urina durante três
dias, se estiver acometido de febre, ela o deixará. Seus olhos servem como
amuleto para amansar qualquer fera. Rola - 0 coração desta ave, envolto
numa pele de lobo, serve para aplacar o fogo da concupiscência e os
desejos amorosos. Feito em pó e colocado sobre os ovos de uma outra ave,
estes não gerarão. Se suas patas forem amarradas numa árvore, ela não
produzirá frutos.
Cabrito - Seu sangue, posto para ferver junto com vinagre e vidro, tomará
este último maleável, sem se quebrar. Se esta mistura for esfregada no
rosto, ver-se-ão coisas horríveis e espantosas.
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Boi-marinho - Um pouco do seu sangue e pedaços do seu coração
misturados e jogados na água servem para fazer com que os peixes se
reúnam no local.
Thot era simbolizado pela íbis, porque este pássaro caminhava com
medida sobriedade e seu passo era um padrão métrico.
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quinhentos anos, no dizer dos habitantes de Heliópolis, e somente é vista
quando o pai acaba de morrer. Se a pintura que vi é exata, eis aqui como é
o fênix: suas penas são vermelhas e douradas, e o porte é o da águia.
Contam-se coisas incríveis sobre o fênix. Dizem, por exemplo, que esta ave
transporta o corpo do pai, envernizado com mirra, desde a Arábia, para
enterrá-lo no templo do Sol etc...” Depois Heródoto, prosseguindo seu
relato, fala coisas incríveis. Vamos citar como exemplo o caso das
serpentes aladas:
"Na Arábia, em frente à cidade de Buto, existe um lugar onde fui para
tomar dados referentes às serpentes aladas. Quando cheguei, mostraram-
me uma quantidade enorme de ossos e espinhas de serpentes, impossível
de se calcular. Formavam grandes montes. 0 lugar onde estes restos
estavam espalhados fica na desembocadura de um estreito desfiladeiro,
formado por duas montanhas em uma vasta planície contígua aos campos
do Egito. Assegura-se que, ao começar a primavera, um grande número
dessas serpentes voava da Arábia para o Egito. Mas os íbis ou tântalos
saíam ao encontro delas no desfiladeiro, impedindo-as de passar e
destruindo-as completamente. Os árabes acham que, em reconhecimento
por este serviço, os egípcios têm um grande respeito a íbis".
91
de uma essência idêntica a ela e que mahat é uma radiação do sempre
desconhecido, absoluto universal (Blavatsky, Chave da Teologia).
Este animismo, que adquire nos sucessivos autores um caráter cada vez
mais científico, representa a primeira tentativa sistemática feita para
coordenar o mundo moral com o mundo físico, contando ainda hoje com a
participação de diversos homens eminentes, que perderam a fé na
psicologia pura, ao constatarem sua completa esterilidade. 0 sistema
animista, que pode ser considerado como meio-termo da escola, oferece
um atrativo enorme, um bom refúgio para os pensadores que, não
querendo abjurar as convicções espiritualistas, tendem a aproximar a vida
da ciência e dos fatos reais, e proclama a existência da alma não somente
para os' animais, mas também para as plantas; posto que se a alma é a
causa universal da vida, ou os vegetais também têm alma, ou a vida pode
explicar-se sem necessidade dela, até mesmo no homem.
92
o próprio Deus. Com efeito, Deus e todo o seu poder é necessário para
resolver o conflito psicofisiológico, criado por Descartes.
ANIRAN - Anjo ou gênio que preside os casamentos e que tem sob sua
jurisdição tudo o que acontece em cada dia 30 de cada mês solar do antigo
calendário, formado pelos magos. Este dia trigésimo denomina-se também
aniran, e está consagrado a este gênio, cuja festa se celebrava com
grandes solenidades. Hoje em dia, somente os parsis a celebram em
segredo.
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ANJOS - Os filósofos químicos dão este nome à matéria volátil de sua
pedra. Dizem então que o seu corpo está espiritualizado e que não se
conseguirá nunca a grande obra se os espíritos não se materializam e se os
corpos não se espiritualizam: esta operação é a sublimação filosófica,
devendo ter em conta, que o fixo não se sublima, se não for ajudado pelo
volátil.
Catolicismo: o concílio de Latrão, que faz lei em matéria de ortodoxia,
concordou que os anjos são espíritos puros, diferenciando-se dos homens,
que são compostos de corpo e alma. Os padres da Igreja e os teólogos
ensinam, geralmente, que os anjos estão distribuídos em três grandes
hierarquias ou principados, e cada hierarquia, em três companhias ou
coros. Os da primeira e mais alta hierarquia são designados em relação às
funções que desempenham no céu. Uns chamam-se serafins porque estão
abrasados pelo fogo da caridade diante de Deus. Outros querubins, porque
são reflexos luminosos de sabedoria; e outros, tronos e coros, porque
proclamam sua grandeza e a fazem resplandecer.
Os da segunda hierarquia recebem seus nomes das operações que lhe são
atribuídas no governo geral do universo. Estas são as dominações que
indicam aos anjos de ordem inferiores as suas missões e encargos; as
virtudes que cumprem os prodígios pedidos pela Igreja e pelo gênero
humano; as potências que protegem com sua força e vigilância as leis que
regem o mundo físico e moral.
94
ANNAGNALISMO ou NAGNALISMO - Pacto estabelecido mediante
cerimônia entre o homem e certos animais (de preferência os répteis), em
virtude do qual as duas partes juramentadas se prestam ajuda recíproca,
compartilhando, enquanto estiverem vivos, os momentos felizes e as
desgraças. Depois da morte de uma das partes, a outra também morre,
um ano depois.
95
jovens que sem talento ou habilidade se dedicam a um ofício sem as
noções necessárias. Em resumo, é uma estrela de mau agouro.
96
AOR – Na Cabala esta palavra representa a Luz, a primeira manifestação
do Verbo Criador, Quando esta luz se polariza positivamente toma o nome
de Od (Aod) e quando se polariza negativamente o de Ob (Aob). Em grau
inferior de manifestação é Aur, o fogo. São palavras hebraicas.
APIS - Entre os antigos egípcios era um boi negro com uma mancha
branca. Os sacerdotes alimentavam o boi Apis no templo de Vulcano e
algum tempo depois o sacrificavam por afogamento, dando-lhe o nome de
Serapis. Prorrompiam em grandes lamentos depois do sacrifício até
encontrar, outro igual que o substituísse. Este boi, segundo a explicação
dos filósofos espagíricos, tem, em sua cor preta e branca, o verdadeiro
caráter da matéria de sua obra e o símbolo de, Osiris e de Isis. É igual à
fábula do Minotauro dos gregos, os bois de Geryon e outros mais.
AQUIEL - Demônio, cuja conjuração deve ser feita aos domingos, à meia-
noite, e só atende quando chamado por meio de conjuros, em lugar
97
deserto, quando é lua nova ou quando o céu se apresenta fechado por
nuvens espessas.
98
As propriedades do primeiro arcano ou primeira matéria são as de
rejuvenescer o homem que o emprega, dando-lhe nova vida, como acontece
aos vegetais, que se desfazem de suas folhas, todos os anos, para depois se
revestirem com novas.
A pedra filosofal age sobre nossos corpos, como o fogo sobre a pele da
salamandra, limpa as manchas, purifica-a e renova-a, consumindo todas
as suas impurezas, introduzindo novas forças, como um bálsamo cheio de
vigor, que fortifica a natureza humana. 0 mercúrio da vida produz quase o
mesmo efeito: renovando a natureza, faz cair cabelos, as unhas, a pele,
fazendo nascer outros em seu lugar.
99
ARTEMISIA (Artemisa vulgarís) - Desta planta, chamada erva-de-são-
joão, empregam-se as folhas, raízes e flores. É emenagoga, estimulante e
tônica. Emprega-se com êxito contra a epilepsia. Fervida com vinho e
tomada em pequenas doses, evita os abortos e é indicada para provocar as
menstruações. Botânica Oculta: era uma das 12 plantas da antiga seita
rosa-cruz. Se for colhida no dia de São João e suspensa em um carvalho
no meio do campo, este se tornará fértil. Colhida durante a noite, torna-se
um poderoso amuleto contra todas as espécies de sortilégios. Com as três
flores e as folhas desta planta fazem-se perfumes contra os espíritos
guardiões dos tesouros e contra os demônios.
100
ASTRAL - 0 astral e um plano intermediário entre o físico e o espiritual.
Veja-se luz astral. 'Á palavra deriva do latim astrum, que, por sua vez, vem
do grego astér, estrela. De fato, é neste plano que a ação das forças
planetárias se exerce e é por meio dele que se manifestam no plano físico.
101
ATM – BUDDHI - MANAS (sânsc.) - Vontade – Sabedoria - Intelecto, os
princípios superiores da natureza humana. Constituem a sua tríada
espiritual permanente, isto é, o seu Ego, que é uno em essência e trino em
sua manifestação.
102
AVATAR - Transformações, metamorfoses e encarnações diversas de um
indivíduo. É palavra muito usada na mitologia indiana para exprimir as
encarnações de Vixnu, segunda pessoa da trindade indiana. Vixnu é o
filho de Deus, o princípio divino encarnado em nós e que passa por
numerosas reencarnações. Esta palavra e sânscrita e se diz avatâra,
descida, do formada de ava, de cima para baixo, e tri, atravessar.
103
AVENCA (Adianthum capillosum) - É um feto que cresce nas paredes dos
poços e nas rachaduras das rochas úmidas. Usa-se fresca, pois uma vez
seca perde suas propriedades curativas. Facilita a expectoração e acalma
as dores do peito. Usa-se em loções para tonificar o couro cabeludo
evitando a queda dos cabelos. Botânica Oculta: as folhas desta planta
formam a coroa de Platão, divindade mitológica que preside e governa as
regiões infernais. Planeta: Saturno.
104
105
Baphomet
(vide Baphomet)
106
Outra de suas propriedades é a de transmudar qualquer metal em ouro
puro, e também serve para desfazer encantamentos e sortilégios. 0 mal,
neste caso, é que ela mata a quem tentar arrancá-la do solo, sem ter o
cuidado de colhê-la com uma das mãos tendo na outra um pedaço de raiz
do mesmo vegetal. Josefo leva a sério esta crença em sua História dos
Judeus e acrescenta que o baarás é utilíssimo para expulsar os demônios
do corpo.
107
ocultistas não passaram daí, como provam os seus escritos, nos quais
nega a possibilidade dos prodígios e maravilhas da magia.
BADUCKE - Nome mágico de uma planta cujo fruto, posto para ferver em
leite, lhe dá a propriedade de apagar a vivacidade dos sentidos e
particularmente a potência viril. 0 baducke não foi classificado entre os
vegetais conhecidos, de modo que não temos certeza do seu nome vulgar.
Acredita-se que a famosa planta é pura ficção, sob a qual se esconde um
complexo preparado, onde entra uma boa parte de cânfora.
BAKIR - Título do livro rabínico mais antigo, onde são tratados os mais
altos mistérios cabalísticos.
BALA - Em outros tempos, era crença geral que alguns guerreiros usavam
processos mágicos, para se tornarem invulneráveis aos disparos de armas
de fogo. No entanto, era preciso que guardassem segredo da posse de
semelhante defesa, porque suas vidas ficavam sempre a mercê de uma boa
108
pontaria, se o inimigo, conhecedor do encanto, carregasse sua arma com
moedas de prata, já que o dinheiro torna refratária toda influência mágica,
segundo asseguravam os mágicos mais renomados.
BALTUS João Francisco - Escritor jesuíta do século 18, que compôs uma
obra em resposta a Fontenelle: Histoire des Oracles, para sustentar a
autenticidade dos prodígios sibilinos e sua origem infernal.
109
assumir a cor verde; o semicírculo que se encontra acima deve ser azul; as
penas que sobem até o peito devem ser de diversas cores. 0 bode tem seios
de mulher e indica através disso de humano os signos da maternidade e
do trabalho, ou seja, os signos redentores; sobre sua fronte, entre os
cornos, e por baixo da tocha, vê-se o signo do microcosmo ou o
pentagrama com a ponta para cima, símbolo da inteligência humana que,
colocado por baixo da tocha, faz da chama desta tocha uma imagem da
revelação divina. Este panteu deve ter por assento um cubo e por estrado
seja uma única esfera, seja uma esfera e um escabelo triangular. Em
nosso desenho lhe atribuímos apenas a esfera para não tornar a figura
excessivamente complicada. (Dogma e Ritual de Alta Magia – Eliphas Levi)
BARINE - Esposa do rei Childerico e mãe de Clóvis. Dizem que ela foi uma
mulher profundamente versada nas artes mágicas, e velhas crônicas
contam sobre isto, no seguinte fato: na noite do seu casamento, pediu a
Childerico que fosse ver o que estava acontecendo no pátio de honra do
palácio. Ele consentiu, e qual não foi sua surpresa ao ver que o pátio
estava cheio de leões, tigres e outras feras. Correu para contar à sua
mulher o que havia visto, e, por sua indicação, voltou novamente ao local,
por mais duas vezes. Na primeira, em vez de leões e tigres, observou que o
pátio estava cheio de ossos e lobos. Na segunda e última, viu uma grande
quantidade de cachorros raivosos e outros quadrúpedes de menor porte,
possuídos de um inexplicável furor, que se satisfaziam numa tremenda
luta. "As coisas prodigiosas que você acaba de ver disse Barine ao seu
110
esposo real - são uma pintura do que vai acontecer e simbolizam as
condições da nossa posteridade. Os leões, os tigres etc. são os filhos que
teremos. Os ossos e os lobos são os nossos netos: príncipes cheios de
vigor, mas também ávidos de presas e conquistas. Os cães simbolizam
o'povo, que, indócil ao jugo dos seus amos e em rebelião contra seus reis,
se entrega às paixões dos grandes e será vítima de uns e outros". Segundo
outra tradição, conservada em crônicas antigas não menos autênticas, os
cães representariam os últimos reis daquela raça, despojados do trono.
BARTHOLIN Tomás - Do século 17, autor de um livro que fala sobre curas
simpáticas e o pó da simpatia. É digno de menção por se encontrarem em
tal obra algumas observações muito curiosas.
111
BASILIUS - Existiu em Roma, nos tempos de São Gregório, um senador
com este nome, assassino e bruxo, que tomou o hábito religioso para
escapar da pena de morte que merecia por causa de seus feitiços. Mas
finalmente foi levado à fogueira, em companhia de um outro patrício,
chamado Pretextatus.
BAST: A Primordial Grande Mãe dos Egípcios, que "vomitou" ou deu à luz,
sem a intervenção do macho. Ela era, portanto, um dos modelos originais
da "imaculada concepção" e permanece como o modelo de Culto primevo
que existia antes da paternidade ser estabelecida, seja num sentido
místico ou sociológico. Ela era representada no Egito pela imagem de um
Gato ou da leoa sem juba, ou seja, a força solar em sua fase lunar. Ver
Sekhet.
112
eficácia, é indispensável que esteja preparada de certa maneira e
consagrada convenientemente. Deve ser de aveleira, cortada na primeira
quarta-feira da lua, entre as 11 e às 12 da noite, pronunciando estas
palavras e fazendo sobre ela as assinaladas cruzes da bênção: Agla + On +
Tetragrammaton + Abraxa per dominum nostrum + fiat Deus + lux unus +
in tenebris trinus + . A faca que vai ser usada deve ser nova e cortante por
cima, tendo gravado em uma das faces a frase: Vade retro, Sathan! e na
outra, entre duas estrelas de cinco pontas: Ammbarghemethomp, o que,
segundo parece, em linguagem mágica, quer dizer: as potências me
obedecerão.
Os magos hindus usam outra mais simples: é de bambu com sete nós,
mas sem letreiros ou outros sinais. E também sua consagração não
apresenta maiores dificuldades: o iniciado sai sozinho à noite, em busca
da varinha que lhe convém, corta-a de qualquer maneira e finca-a no solo,
diante de si, para rezar os mantras (espécie de orações mágicas, próprias
para o caso), estendendo as mãos sobre ela como para magnetizá-la.
Depois já pode servir-se da varinha quando quiser.
113
transmitiria à ponta, ou vértice, uma sensibilidade maior. Além disso, esta
disposição toma-se mais cômoda e simples.
114
BATRACITA - Pedra misteriosa que, segundo se diz, pode ser encontrada
no corpo das rãs e que é um soberano remédio contra os venenos e
malefícios.
115
enfrentar as aparições com uma espada benta, foi possível livrar a casa
destes poderes invisíveis. Dom Calmet, em seu Tratado das Aparições, diz,
a respeito do cura Bayer, que, sem dúvida, ele foi vítima de uma
alucinação persistente, ocasionada pelo medo. Esta opinião seria correta
se não fossem as testemunhas que presenciaram os fatos.
116
Babilônia. A profecia se cumpriu, e Deodoro de Sicília garante a
autenticidade do augúrio.
117
com a de satã, que foi o anjo expulso do céu, o rebelde luzbel. Milton expõe
perfeitamente a condição de belzebu quando diz que "é o primeiro em
poder e em crime, depois de satanás". Supõe-se que tenha uma estatura
enorme. Em Clavícula de Salomão descreve-se sua presença sob as formas
mais monstruosas.
118
BERNARDO, El Trevisano - Alquimista do século 15, famoso por sua arte
em bruxarias. Suas obras ocupam-se apenas da pedra filosofal e estão
escritas de uma forma tão obscura que se torna impossível decifrá-las.
BETH ELOHIM - Livro cabalístico que trata das almas humanas, dos
anjos e dos demônios.
119
BIFROUS - Nome de uma entidade infernal que concede uma
extraordinária ciência em questões matemáticas e astrológicas aos seus
protegidos. Conhece todos os mistérios que contêm o poder das ervas
mágicas e as pedras preciosas. Distingue-se pelo estranho capricho de
trasladar os mortos de um lugar para outro.
120
manifestou que queria missas, que se dessem esmolas às custas dos seus
bens e outras disposições relativas ao seus interesses. Cumpridos os seus
desejos nunca mais se repetiram os ruídos e várias pessoas
testemunharam o fato.
121
diácono e subdiácono, a negra durante as três noites que precederam ao
seu primeiro dia de rezar a santa missa em Sibour. Interrogado por que
rezou a missa diabólica antes da divina, respondeu que tinha tido a
intenção de ensaiar para ver se sairia bem no ritual quando chegasse o
seu momento. Vinte e quatro testemunhas depuseram afirmando sua
presença nas reuniões noturnas e acrescentaram o delato de que toda sua
família era de bruxos.
122
BOÊMIOS - Os rumes ou boêmios são hindus da classe média (artífices)
que emigraram em massa para a Europa, depois de terem vivido por algum
tempo no Egito. Eles estão de posse de uma grande parte da tradição
esotérica. Deram-lhe o nome impróprio de Boêmios por os julgarem
originários da Boêmia.
123
BONI José Francisco - Alquimista do século 17, nascido em Milão.
Demonstrou possuir bastantes conhecimentos de hermetismo, e suas
teorias com respeito aos espíritos elementais foram tomadas por Villars,
para escrever 0 Conde de Gabalis. Boni merece censura por seu evidente
charlatanismo e tendência para aproveitar-se da credulidade de certa
gente com fins pouco honrosos. Morreu nas prisões de Roma, em 10 de
agosto de 1681.
BOULLE Tomás - Vigário do cura Picard que, como este, foi acusado de
bruxo no processo de Magdalena Bavan, sendo queimado -vivo, em 22 de
agosto de 1647.
124
artesãos - seriam formadas pelos arianos invasores, e as castas inferiores -
trabalhdaores braçais - pelos dravidianos nativos. Uma quinta casta, os
intocáveis, seria constituída pelas tribos que se rebelaram contra os
invasores. Sendo membros da casta mais alta, o brâmanes gozaram
historicamente de posição social privilegiada - independente de sua
riqueza.
BRIONIA (Bryonia alha) - 0 povo batizou esta planta com diversos nomes:
nabo galante, nabo diabólico, morte do diabo e outros. Seu uso interno
oferece alguns perigos. Recomendamos seu uso para combater a inchação
da garganta, do peito, do ventre e das pernas, empregando a seguinte
fórmula: 25 gramas de raiz de briônia; 200 gramas de azeite de oliva.
Ferver até que o conteúdo tome a cor negra. Aplica-se em fricções nas
partes doentes. Botânica Oculta: emprega-se em determinadas cerimônias
de magia negra. Columela atribui-lhe a virtude de afastar os raios quando
plantada nos quatro pontos cardeais da casa. Mercúrio.
BRUHESEN - Famoso astrólogo do século 16, que cultivou sua ciência com
profundidade e extraordinário êxito.
125
Guilherme Parker viu, em plena luz do dia, a aparição do pai do duque,
avisando para prevenir o filho sobre o perigo que corria. Só depois da
segunda aparição ele se decidiu a avisar o duque, que recebeu a notícia
com desdém. Pela terceira vez Parker viu a aparição que lhe mostrou um
punhal dizendo: “Volte e diga ao filho ingrato que viu em minhas mãos o
instrumento do crime. E para que ele não duvide...” e revelou-lhe um
segredo de Buckingham. Parker cumpriu o encargo outra vez sem sucesso.
Poucas semanas depois aconteceu o assassinato e foi reconhecida a
certeza do aviso maravilhoso.
126
BYLETH - Gênio infernal de terrível condição, citado por Wierus. 0
exorcista que lutar contra ele precisará de muito tato e prudência para
evitar suas investidas. Para dominá-lo magicamente é preciso possuir a
varinha de aveleira, e com ela traçar fora, do círculo evocatório um
triângulo que deverá cair na parte que separa o oriente do meio-dia. Em
seguida deverá ler a oração que aprisiona os espíritos. Se Byleth não
comparecer é sinal de que o exorcista não tem poder para vencê-lo.
Quando, entretanto, ele se apresenta, convém recebê-lo com agrado e
benevolência. 0 exorcista não poderá esquecer-se de ter no dedo da mão
esquerda um anel de prata preparado cabalisticamente com os signos
dominantes correspondentes. Ele pode conceder ao homem um domínio
extraordinário sobre as coisas naturais e sobrenaturais.
127
128
Magista executando suas Práticas Mágickas.
129
Uma Representação do Círculo Mágicko.
130
CAACRINOLAAS - Demônio que se apresenta sob a forma de um enorme
cachorro, provido com asas de grifo. Comanda 36 legiões infernais. Possui
o segredo do futuro e é o inspirador dos homicidas e assassinos.
131
fundamento a intervenção dos seres citados que povoam as três regiões e
que, como conseqüência, muitas histórias tidas como fábulas têm um
fundo de realidade não estudada, e outras vezes mal compreendida, que o
cabalista conhece muito bem e pode demonstrá-lo, reproduzindo as mais
estupendas maravilhas com a mais simples naturalidade de uma
experiência de laboratório. A cabala admite várias hierarquias de entidades
que estabelecem urna escala de perfeição desde o homem até Deus, e
outra que desce do homem ao animal, à planta e à pedra. 0 universo é
dominado por um imenso vitalismo. Toda forma material orgânica ou
inorgânica revela um ser, uma entidade psicológica, formando uma série
onde o homem aparece no ápice, ou ponto de enlace entre as formas de
vida material e as do mundo angélico ou superior. A cabala magna divide-
se em sistemas ou adaptações que se acomodam ao modo de ser e de
pensar das diferentes raças. Mas o cabalista iniciado nos últimos mistérios
possui a chave, a suprema síntese que refunde estes aspectos parciais na
doutrina fundamental, eterna e única, da qual as diversas cabalas são
radiações mais ou menos perfeitas e profundas. Atualmente existem duas
grandes correntes ou aspectos do saber cabalístico: a cabala oriental, do
mundo asiático, e a cabala ocidental, de origem semítica.
132
café, tendo-se o cuidado de retirar todo o líquido. Uma hora depois coloca-
se um copo d'água na cafeteira e leva-se ao fogo para esquentar até que a
borra se separe da água. Toma-se um prato de louça bem seco ao fogo e,
depois de mexer a borra com uma colher, despeja-se nele certa
quantidade, de modo que não ultrapasse a metade. Agita-se o prato com a
maior rapidez possível em todas as direções durante um minuto e depois
joga-se todo o conteúdo num outro recipiente. No prato ficarão apenas
restos e partículas de café espalhados de tal maneira que formam uma
multidão de caracteres hieroglíficos. Curvas, círculos, ondulações,
quadrados e outras figuras que deverão ser interpretadas. Se o número de
círculos, por exemplo, mais ou menos perfeitos, sobrepujar as outras
figuras, anuncia que a pessoa receberá dinheiro. Se os círculos são
poucos, receberá urna quantia pequena. As figuras quadradas significam
desgostos na proporção do seu número. As ovais prometem êxito nos
negócios, quando bem definidas. Linhas grandes ou pequenas, quando
salientes ou múltiplas, pressagiam uma velhice feliz, mas se são em
pequena quantidade indicam necessidades e escassez de fortuna. As
ondulações ou linhas que serpenteiam anunciam desgraças e sortes
entremeadas. Se terminarem docemente, prometem a felicidade depois de
alguns pesares. Uma cruz no meio dos desenhos do prato significa uma
morte feliz. Quatro cruzes que quase se tocam anunciam que o consulente
morrerá entre os 40 e 45 anos, se for mulher, e 48 e 52, se for homem.
Três cruzes é sinal de sorte. Se forem muitas, o consultante será religioso
depois do ímpeto das paixões e se atormentará com austeridade em sua
velhice. Um triângulo promete um emprego honroso, e três, a pouca
distância um do outro, são sinal de fortuna. Geralmente esta figura é um
bom pressagio: em numero pequeno significa alguma honra. Em grande
número, dinheiro. Um ângulo composto de uma linha curta apoiada sobre
outra comprida é indício de uma morte desgraçada.
133
se esta curva forma um segundo círculo, ao redor do qual se enrosca,
pode-se ter certeza de que o filho será um gênio de talentos privilegiados.
CAMPETTI - Indivíduo que nos fins do século 18 fez maravilhas com uma
varinha rabdomântica. No entanto, costumava usar com mais freqüência,
134
para estes fins, uma espécie de pêndulo ou prumo, feito com um pedaço
de mineral de cobre, ferro etc., suspenso num fio.
135
Lançada na corrente da evolução, a alma humana atravessa, como
individualidade períodos alternativos de existências físicas e espirituais.
No começo de cada nova encarnação é a lei do Carma que determina o
gênero de personalidade que a nossa individualidade assume ao voltar a
terra; é o Carma que decide do onde e do como, isto é, em que condições o
reencarnado deve nascer.
A lei da causa e efeito ou Carma e simples manifestação de uma lei maior,
a Lei do progresso, e como tal pode ser alterada por outras variações desta
ultima. Karma palavra sânscrita derivada de kri, fazer.
136
obstáculos a um casamento. Valete: militar, ou jovem alegre e simpático;
ao revés, militar zeloso ou rejeitado. Dez: gozo, triunfo, surpresa; ao revés,
ligeira inquietação. Nove: êxito e satisfação; ao revés, temor pássaro. Oito:
triunfo no amor; ao revés, indiferença. Sete: matrimônio e paz no coração;
ao revés, angústias.
137
CATARAMONACHIA - Anátema lançado pelos pontífices gregos. Em
algumas ilhas de Morce, acredita-se que produz uma febre lenta seguida
de morte ao fim de seis semanas.
138
CEBOLA (Allium sepa) - Cebola branca ou comum. É uma planta
diurética, estimulante, vermífuga, expectorante e afrodisíaca. É
administrada contra a retenção de urina, lombrigas do intestino, catarro
pulmonar, tosse e o escorbuto. Ingere-se o sumo extraído por pressão na
dose de 4 a 8 gramas. Para uso externo, aplica-se cozida ou crua. No
primeiro caso, age como emoliente; e no segundo, como rubefaciente. 0
sumo da cebola crua aplicado em fricções no couro cabeludo evita a queda
de cabelos.
139
19 legiões, e consta que em 1586 fez um estreito pacto de aliança com a
bruxa Maria Martin.
140
CHAYA: Sombra, no sentido do Duplo Astral. Palavra sânscrita.
141
CHIVADOS - Denominação de uma espécie de bruxos da Angola, sobre os
quais os viajantes contam autênticas maravilhas que mereciam ser
estudadas com maior atenção e imparcialidade.
142
uma beberagem à base de cicuta. A história nos relata assim a morte de
Sócrates. Botânica Oculta: o suco desta planta entra na composição da
pomada dos bruxos. Preparada com vinho, produz nos pássaros um sono
letárgico.
143
ser invocado. Mas se quem faz a invocação é muito ousado ou temerário,
pode suprimi-los.
Quando tudo isto estiver pronto, põe-se diante do triângulo uma vasilha de
metal com brasas, onde se lançarão perfumes de pós de incenso e loureiro.
à meia-noite entra-se no círculo mágico, tendo na mão direita a vara
misteriosa com a grande apelação ao espírito, e na esquerda a chave ou
Clavícula de Salomão, o pedido que se vai fazer, assim como o pacto e a
despedida ao espírito; tudo escrito antecipadamente. 0 Grimório do Papa
Honório adverte que os círculos devem ser feitos com carvão, água benta
aspergida e pedaços do lignum crucis. A pessoa que quiser dedicar seu
espírito às artes mágicas deverá possuir uma verdadeira vocação por elas,
pondo toda a sua vontade e boa fé nos exercícios e práticas. É muito
importante que não se esqueça de que os espíritos lêem seus
pensamentos, e se não põe na invocação todos os seus sentidos, sem a
mínima distração no trabalho que executa em vez de ser atendida a
invocação será castigada pelos espíritos que tenha molestado ou chamado
para pactuar com eles. Deverá também saber que as invocações não
podem ser feitas em lugares onde existam cruzes ou sinais bentos. A
pessoa que quiser fazer as experiências deverá estar absolutamente só, a
não ser que o acompanhante seja pessoa iniciada na arte e que tenha feito
um pacto com algum espírito. Se por algum motivo de saúde ou por
qualquer outra causa não for possível executar a invocação no alto de uma
montanha, é preciso escolher uma casa solitária, revestida com tecido
negro em todas as paredes e tetos, abrir as janelas e dizer esta oração: Já
se encontra pronto o lugar para os experimentos. No lugar não existe nada
bento e nem somos religiosos. Minha alma encontra-se livre do espírito
divino e disposta ao pacto com os espíritos do averno, aos quais vou invocar
com toda a minha vontade e sem obedecer a mando ou imposição de
ninguém.
144
Punhal de cabo branco - No dia de Júpiter, que é quinta-feira, e quando a
Lua estiver cheia no horizonte, toma-se um punhal de aço, novo, que não
tenha sido usado para nenhum fim e leva-se ao fogo por três vezes,
colocando-se em seguida sobre uma dissolução de sangue de toupeira e
suco da planta aromática chamada pimpinela, preparado com
antecedência. Tanto a toupeira como a planta deve ser colhida em tempo
de lua cheia, no dia e na hora de Júpiter, assim como se há de esmagar a
planta e sangrar o animal. Ao banhar o aço com tal preparado, corta-se
com o mesmo um cabo de chifre de bode, que seja branco, preparado um
pouco antes para que tenha a virtude necessária. Quando se termina de
colocar o cabo, diz-se o seguinte conjuro: Eu te conjuro e formo instrumento
para que sirvas em meus trabalhos da arte pela virtude e influência do
planeta Júpiter em cuja hora estás fabricado, pela virtude dos elementos,
pedras preciosas, ervas, neves, granizos eventos. É meu desejo que possuas
todas as virtudes precisas para que eu possa fazer aqueles trabalhos que
me proponho com verdadeira segurança. A vós invoco neste meu trabalho, ó
espíritos superiores que respondeis pelos nomes de Damahu, Lumech,
Gadal, Pancia, Valoas, Merod, Lamidoch, Bal-dach, Ancreton, Mitraton e
Adonay para que me ajudeis em todos os trabalhos que me proponho
realizar para poder chegar ao conhecimento das ciências que possuís e
cujo primeiro passo dou nesta hora solene.
Feito isto, coloca-se o punhal numa bolsa larga de seda vermelha e o
perfume com pó de rosas e lírios de Florença.
Punhal de cabo negro - Deve ser feito no dia de Saturno, que é o sábado,
seguindo o mesmo processo usado para o de cabo branco, levando-se em
conta que no conjuro deve-se dizer segundo passo, em vez de primeiro. 0
cabo deve ser negro e de couro de carneiro. 0 sangue será de gato preto
com o suco da erva pimpinela.
145
0 bastão - Este instrumento deve ser feito com um galho de nogueira que
não tenha nenhum nó. Deve ser cortado no dia do Sol, que é domingo. Os
sinais serão feitos no dia de Mercúrio, quarta-feira, com uma pena de
ganso. Uma vez terminado, diz-se a seguinte conjuração: ó poderoso
Adonay! Suplico vossa intercessão para que deis a esta vara a virtude e
graça que possuís pelos séculos dos séculos, amém. Em seguida aspergir
sobre ele água clara de rio apanhada em dia de domingo.
A pluma do ganso macho - Para se adquirir uma pena desta ave que
possui todas as virtudes mágicas, deve-se assegurar bem que seja macho e
que seja totalmente adulto. Será sacrificado no dia de Júpiter à meia-noite,
à luz da lua cheia, e dizendo assim: Eu te sacrifico, ó ave sem par, nesta
hora solene, em honra do poderoso e excelso Adonay a quem penso dedicar
os primeiros trabalhos que fizer e a quem conjuro para que revista suas
plumas com os dons mágicos necessários para que me sirvam bem em todos
os meus experimentos.
Dito isto, degola-se a ave com uma faca que não tenha sido usada e com a
qual se farão os cortes na pluma a ser usada. Esta deve ser tirada da asa
direita da ave, procurando que seja a quinta pluma.
Varinha mágica - Busca-se uma aveleira silvestre que não tenha sido
cultivada pela mão do homem. Uma vez encontrada, espera-se o dia do
Sol, no mês de junho, entre os dias dois e 30. Toma-se a faca de cabo
branco e, quando o Sol surgir no horizonte, corta-se a vara dizendo em
seguida: Eu vos rogo, ó grande Adonay, Eloim, Ariel e Jeová! Que me sejais
propícios nesta hora, concedendo a esta varinha a força e as virtudes
daquelas que possuíram Jacó, Moisés e Josué. Volto a suplicar-vos ó
Adonay, Eloim, Ariel e Jeová, que a adorneis com a força de Sansão, a
ciência de Hiran e a sabedoria de Salomão, para que eu possa, por vossa
intercessão e pelas virtudes com as quais a atribuístes descobrir tesouros,
metais, águas e tudo o que se encontre oculto aos meus olhos. Depois de ter
pronunciado com grande fé e ardor estas palavras, levanta-se a vista para
o Sol e fazem-se três talhos na varinha. Uma vez de posse dela, leva-se
para casa e passa-se no fogo para purificá-la na casca e, logo em seguida,
mergulha-se em água de rio dizendo: ó vara de virtude rara! Vales muito
mais do que o ouro. Contigo conseguirei tesouros e sempre serás vasta.
Repete-se três vezes, perfuma-se e guarda-se com cuidado.
Adaga - Este instrumento só deve ser usado pelo mestre. Sua construção é
como a da espada, só que o cabo será do mesmo aço usado na folha.
146
Gancho - Neste instrumento devem-se observar as mesmas regras da
feitura da faca de cabo branco.
147
segundo afirmam os demonólogos, pois nunca a entrega de uma alma
pode ser perdoada.
148
COCLÉS Bartolomeu - Célebre quiromântico do século 16, grande
conhecedor da astrologia e da fisiognomonia. Suas previsões sempre
aconteceram com uma exatidão assombrosa. Pelo exame das linhas da
mão do astrólogo Luc Gauric previu que brevemente sofreria um castigo
tão cruel como injusto. Gauric, não tendo encontrado em seu horóscopo
nada parecido, duvidou. Mas desgraçadamente para ele Coclés teve razão:
Jean Benivoglio, tirano de Bolonha, fez com que Gauric sofresse os
tormentos da estrapada como castigo por ter prognosticado a próxima
caída do déspota, que de fato aconteceu. Tempos depois Coclés predisse
para si mesmo que morreria vítima de uma criminosa agressão. Em 24 de
setembro de 1504, um assassino, mandado pelo filho de Benivoglio, deu
exato cumprimento à profecia de maneira tão surpreendente que não
faltou nem o detalhe de ser um golpe recebido na cabeça a causa mortis de
Coclés.
149
CONCLAMAÇÃO - Nome que se dá à cerimônia de chamar repetidas vezes
o defunto, estando quem o chama junto ao cadáver, para que a alma volte
momentaneamente ao corpo e responda às perguntas do evocador. Os
magos da Idade Média, iniciados nas artes necromânticas dos
judeus,.verificavam a conclamação depois de ter preparado o chamamento
com diversas práticas e cerimônias que asseguravam o resultado. Seria
possível tal prodígio? Podemos dizer que existem alguns testemunhos
positivos, como o fato acontecido em Salamanca, nos tempos de D. João II.
Os fenômenos do espiritismo parecem lançar alguma luz a respeito da
possibilidade do fato, pelo menos aparentemente, deixando de lado a
questão se efetivamente a alma pode ser obriga da a voltar ao corpo
abandonado, pois todo fenômeno pressupõe uma causa determinada e não
qualquer tipo de explicação. Descoberta uma causa satisfatória, existe a
probabilidade mágica de se produzir maravilhas, sem que isso implique
outras condições sobre a vida da alma separada do corpo.
150
primeiro traçar o círculo mágico e em seguida dizer as seguintes palavras:
(conjuração universal dos espíritos) Eu (fulano) te conjuro, espírito (diz o
nome de quem se quer invocar), em nome de Deus todo-poderoso, de Deus
onipotente, de Deus criador, soberano Senhor de quanto existe em forma
visível e invisível, para que sem demora nem desculpas apareças sem
causar nenhum dano, estrépido ou males de qualquer espécie. Se não
fizeres isto, o arcanjo São Miguel te lançará inexoravelmente ao mais
profundo dos infernos. Acode, pois espírito (diz-se o nome) para obedecer-me
em tudo o que eu quiser mandar. Em nome de Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo, espírito, vem a mim! Espírito vem a mim! Espírito vem a mim!
151
CONSOLDA (Symphitum officinalis) - É conhecida com diversos nomes:
consolda grande, consolda maior, orelha-de-asno, orelha-de-vaca e língua-
de-vaca. Os antigos atribuíam-lhe a propriedade de consolidar as fraturas.
Botânica Oculta: quente e seca. Vênus em Sagitário ou em Aquário. Planta
consagrada pelos gregos a Juno, primeira das divindades femininas e
rainha dos deuses.
Sem dificuldades podemos, através desta lenda, chegar aos fatos reais que
serviram de motivo ao fabuloso relato.
152
cidade. Teobaldo consultou o parecer do arcebispo de Lyon, e este, com o
melhor critério, disse-lhe que cortasse pela raiz aquele fluxo de milagres
fundamentados na fraude. Mesmo assim os convulsivos de Dijon
continuaram fazendo das suas, até que o tempo se encarregou de lançar
na vulgaridade o fenômeno das convulsões.
0 que significa: “Por ordem real, Fica proibido a Deus fazer milagres neste
lugar”. As maravilhas dos convulsionários de São Medardo foram
documentadas por uma testemunha, pessoa muito ilustre e de nenhum
modo disposta a acreditar em prodígios, Carre de Montgeron, e vários
outros autores da época. Só assim podemos dar crédito às cenas
inverossímeis que parecem criadas pelos delírios da loucura.
COPELAR - Purificar o ouro e a prata por meio do fogo num crisol especial
chamado copela, feito de cinzas lavadas e pó de ossos calcinados.
COPHER - Betume.
153
CORRESPONDÊNCIA – Uma das sete leis principais que regem o
Universo, em virtude da qual há uma relação íntima entre os diversos
planos da Natureza e as várias classes de seres.
154
CRAVINHOS (Eugenia cariphyfia) - Têm propriedades tônicas, estomacais
e estimulantes. Empregam-se em infusões e em tinturas. Botânica Oculta:
planta quente e seca. Sol em Leão. Colhe-se quando o Sol está em Peixes
ou quando a Lua está em Câncer. A essência dos cravinhos é usada em
vários trabalhos de magia negra. Se um hipnotizador mantiver na boca um
cravo, durante o seu trabalho, aumentará sua força. A essência também é
usada em determinadas operações de magia sexual.
155
157
Arvore da Vida
158
DAATH - Conhecimento. A conjuração de chokmah e binah, ou melhor,
sabedoria e entendimento. Na árvore da vida aparece estendido sobre o
abismo entre o segundo e o terceiro sephira, e numa posição tal que,
reunindo em um ponto qualquer do espaço as três linhas emanadas dos
três primeiros sephira, daath seria o vértice da pirâmide configurada.
159
DANÇA DO SABÁ - Delancre conta que os bailes sabáticos tornam os
homens loucos e fazem as mulheres abortar. Bodin acrescenta que os
demônios tomam parte na festa sob a forma de bodes, formando par com
as bruxas mais privilegiadas. A dança do sabá é feita em roda e
freqüentemente com as costas voltadas para o centro, ao som de uma
música estranha de tamborim, flauta e violino. 0 final da dança é uma
desenfreada carreira circular que preludia as delirantes prostituições, às
quais os bruxos e bruxas se entregam, numa orgia, aos mais repugnantes
apetites sexuais.
DANIS - Bruxo francês que viveu no século 17. No dia 1º de maio de 1705,
às cinco da tarde, Dionísio Milanges de La Richardière, filho de um
advogado do Parlamento de Paris, foi acometido de acessos de letargia e
demência de caráter tão estranho que os médicos não sabiam o que dizer.
Pouco depois todos suspeitavam de embruxamento e perguntaram-lhe se
recordava de ter desgostado alguma pessoa estranha. Com efeito - disse -
no dia 18 de abril havia deixado seu cavalo na Rua Feret, em frente a uma
capela, sem que depois conseguisse tirá-lo de lá. Então lhe apareceu um
pastor que disse: “Cavaleiro, deveis voltar para casa porque não
conseguireis que vosso cavalo dê um passo adiante”. Dionísio zombou da
advertência, mas o certo é que teve de aceitar o fato, levando o cavalo pelas
rédeas. Pouco depois deste acontecimento morreu, sem que soubessem por
quê. Convencido de que tudo era produto de um feitiço, o pai do jovem
buscou todos os recursos possíveis na época contra os malefícios. Mas, um
dia, ao entrar no quarto de Dionísio viu o pastor sentado ao seu lado,
chamando em seguida todas as pessoas da casa. Mas somente ele podia
vê-lo. A partir deste dia a aparição estava quase sempre ao lado do rapaz,
que sofria horríveis temores e tormentos. Como último recurso, a família
levou-o diante do altar de São Mauro, saindo dali completamente livre do
encanto. Pouco tempo depois Danis recebeu a visita do bruxo. Vinha pedir
misericórdia, e diante de diversas testemunhas confessou ter sido o autor
do embruxamento que lhe fizera por um ano. Mas tendo-se livrado do
feitiço em oito semanas, os efeitos se voltaram contra ele. Precisava do
perdão. 0 povo avançou sobre o bruxo, que teve de fugir rapidamente para
não ser massacrado. Refugiou-se em Torey, fez diversas penitências,
submeteu-se a todo tipo de castigo, mas tudo em vão. Pouco depois
morreu sofrendo uma agonia horrível. (Advertimos que o relato é
rigorosamente histórico).
160
DECANATO - Divisão dos signos zodiacais de dez em dez graus,
empregada na astrologia.
DELANGIC Luis - Médico espanhol prestou seus serviços ao rei Carlos VII
de França no século 15. Professava a astrologia, e suas acertadas
previsões são famosas.
161
superiores, de natureza ainda menos material. Nesta atmosfera do astral
inferior, localizada na terrestre, na zona compreendida pelo cone de
sombra que projeta no espaço o nosso planeta, existem:
1º) os indivíduos da espécie humana falecidos, sobreviventes num estado
de consciência em que a razão é joguete das paixões e dos instintos, tanto
mais intensos quanto mais baixos e materiais-forem;
2º) os restos astrocorporais dos que abandonaram em sua segunda morte
o já disforme andrajo de matéria etéreo-orgânica que os revestia, restos
sensibilizados pelos instintos, que os dota de uma espécie de vida que, a
partir do ponto de vista psicológico, podemos comparar com a dos zoófilos,
para ter apenas uma idéia aproximada. Estes restos podem se revitalizar à
custa de outro ser fisicamente vivo que se ponha em contato com eles e,
neste caso, os citados proteus do astral chegam a se condensar tomando a
forma adequada ao pensamento que os vitaliza (quase sempre formas
monstruosas) tornando-se claramente perceptíveis. Aqui temos a origem
das aparições em certas invocações infernais, que fizeram surgir
fantasmas horríveis e disformes de aparência diabólica;
3º) os corpos fluídicos dos animais, seres que conservam no plano astral
todos os seus instintos bons ou maus - tais formas podem ser atraídas
facilmente por meio das práticas nigromânticas;
4º) os pensamentos dos homens e os desejos intensos de todos os seres
dotados de inteligência e instinto projetam-se no astral, onde perduram
mais ou menos tempo, revestidos da envoltura fluídica, que tomam,
apoderando-se por atração de matéria astroorgânica. Todas essas formas
constituem um depósito inesgotável de entidades evocáveis, nas quais
predominam os piores desejos e que em todas as ocasiões desempenharão,
às mil maravilhas, o papel de diabos, às vezes tão ao vivo que se podem
fazer sentir pelo invocador. Se este pode atrair todas essas entidades com
mais facilidade do que parece possível, nem sempre lhe é possível ver-se
livre delas, tornando-se um possesso delirante, um obcecado, cujo furor
pode chegar ao paroxismo. A loucura completa ou a morte põem um fim à
história das vítimas dos vampiros das regiões invisíveis.
162
DEMONOMANIA - Desvirtuação da razão em maior ou menor grau que
infunde no enlouquecido a crença nos demônios, nas bruxas e seus
prodígios, supondo-se vítima desses manejos tenebrosos. Quase todas as
vítimas que a Inquisição levou à fogueira por crimes confessos de tal
espécie eram demonomaníacos e nada mais.
DENOQUOR - 0 bórax.
163
espiritual da natureza (composta dos princípios tênues dos elementos
visíveis) é habitada por uma hoste de seres peculiares, que possuem o
nome de Devas e de Elementais: Pensava-se que fossem criaturas
realmente vivas, muito semelhantes ao ser humano na forma, e que
habitavam seus próprios mundos, invisíveis para muitas pessoas porque
os sentidos subdesenvolvidos do homem eram, e ainda são hoje (nos
tempos modernos), incapazes de funcionar para além das limitações dos
elementos mais densos.
DIABO - Nome que recebe o espírito do mal, rei do inferno, de suas legiões
e inimigo irreconciliável da espécie humana. 0s bruxos o reverenciavam
quase sempre sob a forma de um bode. Presidia os sabás em tais reuniões
noturnas se lhe tributavam as homenagens do ritual goético.
164
produziram o Universo criado. É desta oposição aparente destas duas
forças complementares que nasceu a doutrina do bem e do mal admitida
pela maioria das religiões e sistemas filosóficos. Todavia não devemos
esquecer que a dualidade só existe na manifestação e que na essência a
unidade é perfeita.
165
projeção de maneira que se tornava densa e visível. Assim fez crer que
podia viajar pelos ares e transportar-se para onde quisesse. De nada lhe
serviram os seus recursos mágicos no instante de sua morte. Apanhado
pelo povo, foi levado para um forno onde morreu queimado.
DION DE SIRACUSA - Certa noite viu em sua casa uma aparição sinistra.
Depois deste anúncio todos os indivíduos que compunham a família Dion
morreram.
DRAGANTIUM - 0 vitríolo.
166
inseparáveis do homem durante toda a sua vida, sendo um o anjo da
guarda e o outro seu anjo mau.
167
168
Pentagrama
169
EDELINE Guilherme - Doutor em teologia do século 15 que confessou
pública e solenemente sua assistência ao sabá e suas relações com os
bruxos. Depois de ter feito a confissão e retratação exigidas pela sentença
foi fechado num calabouço a pão e água. Edeline era prior em Saint
Germain-en-Laye.
EDIR - 0 aço.
EGO - Termo latino que significa eu. 0 ego, na filosofia esotérica, é a alma
humana, o verdadeiro ser do homem, a chispa divina que mora no
indivíduo durante sua encarnação ou vida nos três mundos: físico, mental
e espiritual.
170
ELEMENTOS - Segundo a cabala os elementos estão povoados por
entidades espirituais de natureza correspondente. Existem no fogo as
salamandras; no ar, os silfos; na água, as ondinas ou ninfas; na terra, os
gnomos. E se o leitor recorda o que dissemos sobre as doutrinas
cabalísticas, compreenderá que estes nomes aplicam-se a entidades que
muito pouco ou nada têm a ver com a fantasia mitológica do helenismo.
Falar cabalisticamente dos silfos é falar das almas, dos espíritos do ar, e
representa a potência ativa de tal elemento, originando, ordenando e
provocando sua manifestação. O que dissemos dos silfos serve também
para as ondinas, os gnomos e as salamandras, cada um em seu meio
respectivo. São as almas da terra e do fogo, respectivamente, gerando,
ordenando e dirigindo sua manifestação peculiar. Pode-se admitir, diz um
autor moderno, que ao invocar os gnomos (espíritos da terra) estes
auxiliem o invocador com a revelação dos segredos que sabem? Não. Isso
não é admissível e nem era o que os magos perseguiam. 0 princípio ativo
da terra, tal como o concebiam e como nós o concebemos, não é inteligente
nem volitivo. É simplesmente conservador. É a força atrativa que dá
coesão às moléculas e mantém as formas. Mas esta força atrativa vibra, e
sua vibração tem um ritmo especial, próprio privativo, que comunica ao
invocador, colocando-o em uníssono com ele e fazendo com que ele, de
certo modo, passe a ser uma parte integrante de sua própria massa, e
como conseqüência sensitivo a tudo que afeta os corpos. Uma vez neste
estado, a densidade desaparece para os seus sentidos. Sua perspicácia
penetra até nas próprias entranhas das rochas e sente em si o que
acontece nestas entranhas. Por isso diziam, e com razão, que o mago
dominava os elementos tornando-se até invisível e impalpável se assim lhe
conviesse. Claro que neste ponto como em todos os outros compreendidos
pela magia o exoterismo alucinava as massas, não as deixando ver o
esoterismo. Para a maioria os gnomos eram efetivamente entidades
conscientes, e o iniciado, longe de tirar as multidões deste erro,
incentivava-o com invocações, conjuros e exorcismos. Igualmente se faz
nas igrejas católicas com as imagens dos santos: são veneradas,
consagradas, recebendo todas as espécies de culto. Mas qualquer
sacerdote, por menos versado que seja em esoterismo, lhes dirá que não é
a imagem nem tampouco o santic> que se adora nela, mas o próprio Deus
refletido na vida exemplar da pessoa ali simbolizada. Por isso a Igreja
conserva tudo o que a antiga magia tinha de transcendental.
ELGALEI - 0 estanho.
171
ELIXIR DA VIDA - Segundo Trevisano é uma redução da pedra filosofal
em água mercurial. Também se atribuem virtudes importantíssimas.
Toma-se mercúrio cru, tal como sai das minas (duas libras), lavando-o
com vinagre forte e sal comum até que fique claro e resplandecente como
um espelho, enxugando-o em seguida a fim de tirar toda umidade do
vinagre. Depois tomam-se quatro libras de vitríolo romano que deve ser
seco ao sol ou num fogo muito brando, lentamente, até que vire cinza
branca.
Toma-se de novo uma libra e meia do mesmo vitríolo e oito onças de sal
moendo-o com o sublimado. E quando estes ingredientes estiverem bem
misturados devem ser sublimados da mesma forma que antes. Esta
sublimação se repetirá durante sete vezes, acrescentando-se o sal e vitríolo
romano, retirando-se sempre os resíduos em todas as vezes até que o
mercúrio fique puro e sublimado: claro como cristal, branco como a neve e
flexível como a cera. Mas há uma advertência: em qualquer vaso não se
deve pôr mais de uma libra de mercúrio para não prejudicar a preparação.
Tomam-se duas libras de lunária numa retorta de vidro não muito grande,
cuidando para que fiquem vazias duas terças partes; fecha-se bem o
remate da retorta, assim como todas as juntas, e no forninho dos
alquimistas, depois de seco o luto, coberto com tampa para que reverbere
bem as chamas, começa-se com fogo brando, que deverá ser aumentado
pouco a pouco, até que se veja cair da retorta para o recipiente certa água
vermelha, densa como mel, continuando então a aumentar o fogo para que
saia todo o licor. Quando o fogo estiver no auge e não houver mais nada
para sair, deixa-se esfriar durante três dias para que assentem os espíritos
do mercúrio em todos os pontos. Tira-se então o barro das juntas e abre-se
172
o vaso, sem tirar a matéria. Tendo retirado a retorta do forninho, outra se
unirá a ela com duas libras de lunária, que será destilada novamente
como antes, extraindo todo o licor que conservará para fazer uma
aguardente divina. Ao chegar neste ponto é preciso saber apenas que o
licor extraído é q mesmo que os sábios tratam obscuramente, ou seja, o
vinho ruivo, a que Aristóteles e Raimundo Lulio chamavam nigrum,
nigrius, nigro.
173
velho em moço, mas sempre levando em conta: Deus super omnia (Deus
acima de tudo).
174
0 volt (em latim vultus, efígie) do embruxamento mágico é a figurinha
modelada em cera, remedo da pessoa que se quer enfeitiçar. Quanto mais
exata a semelhança, mais possibilidade de êxito possuirá o malefício. Se
na composição do volt o bruxo puder incluir algumas gotas de óleo, ou
vinho consagrado para a missa, e fragmentos da hóstia juntamente com
roeduras de unha, um dente, um pouco de cabelo da futura vítima, opina-
se que está de posse dos requisitos mais completos para a realização do
embruxamento. Se for possível obter da pessoa a ser enfeitiçada algumas
coisas de seu uso particular e diário, como roupas, será melhor, para
vestir a figura de cera com maior exatidão. A tradição prescreve que se
administrem à boneca fabricada todos os sacramentos que tenha recebido
a pessoa escolhida: batismo, eucaristia, confirmação etc., devendo tudo ser
reproduzido com fidelidade constante. Depois vem a cerimônia da
execração que é feita crivando a figura com alfinetes envenenados
enquanto o bruxo lança mil injúrias contra a vítima.
175
Resumindo, podemos explicar o embruxamento da seguinte maneira: o
bruxo, posto em relação telepática com a vítima, pode provocar nela uma
saída do astral e condensar no volt o fluido exteriorizado.
176
0 professor Durville admite no homem uma força análoga à do imã.
Segundo este autor, o corpo humano está polarizado. Tal lei, combinada
com a de Mesmer, que admitia a existência de um fluido especial
denominado fluido magnético, pode originar uma terceira que
desenvolveremos mais adiante. Resumindo as três teorias, temos:
177
Tratando de apoderar-se da parte subconsciente do sujeito (o que não é
fácil em todas as ocasiões), o fluido do qual falamos intervém no fato.
Gerador da sugestão influencia previamente as células sensoriais e
psicossensoriais do indivíduo, depois do que projeta nelas o pensamento
sugestionador.
Delrio cita um bruxo que ao acender uma lâmpada mágica obrigava todas
as pessoas presentes a dançar sem parar. "Esta espécie de encantamento -
diz ele - pratica-se ordinariamente por meio das palavras que obrigam o
diabo." 0 Grande Grimório ensina a encantar as armas de fogo fazendo com
que seu efeito seja infalível, dizendo enquanto as carrega: "Deus tenha
178
parte aqui e o diabo a saída", e quando for dispará-las, dizer cruzando a
perna esquerda sobre a direita: Nontradas ... Mathon. Amem, etc ... 0
número de palavras e fórmulas mágicas para encantamentos é enorme, e
as pessoas simples ainda depositam nelas sua fé servindo de joguete nas
mãos de pessoas inescrupulosas e falsas.
EPAR - 0 ar.
179
EPHODEBUTHS - 0 fim da operação que leva à pedra filosofal.
180
Foi revelada por Espíritos Superiores e codificada (organizada) em 1857
por um professor francês conhecido como Allan Kardec.
Surgiu, pois, na França, há mais de um século. Traz em si três faces:
filosofia, ciência e religião (moral). Os adeptos da Doutrina Espírita são os
espíritas e suas práticas se baseiam no estudo das obras básicas da
Codificação e na assistência material e espiritual aos necessitados.
O Espiritismo possui cinco princípios básicos, de onde procedem todas as
suas práticas:
2 - A reencarnação.
181
morte, o espírito à matéria, a alma ao corpo, o calor ao frio, a luz à
obscuridade etc. Os espíritos podem ser individualmente bons ou maus,
da luz ou das trevas, mas todos cumprindo a missão que lhes foi atribuída
em sua criação. Durante os trabalhos pode-se invocar a todos, mas
definindo claramente a qualidade a que pertencem, segundo a espécie dos
pedidos a serem feitos.
Existem sete governadores que têm cargo sete funções diferentes. Seus
visíveis são: Aratron, Bethor, Phaleg, Och, Hageth, Ophiel e Phul, aos
quais se atribui:
182
1º) - a Aratron, o poder de transformar e transmutar os elementos, como
por exemplo: o carvão em ouro e o ouro em carvão; ensina a alquimia, a
magia, a física, torna qualquer pessoa ou coisa invisíveis e concede a
longevidade;
7º) - a Phul, o governo das regiões lunares. Seu poder é grande na cura
dos hidrópicos, transforma os metais em prata e protege os navegantes.
Concede trezentos anos de vida.
Em magia negra é pouco ou quase nulo o uso dos sinais ou marcas dos
espíritos celestes, pois compreende-se que a estes não se pedem pelas
artes da bruxaria aquelas coisas que se pedem aos gênios infernais. Por
isso, depois de citar os espíritos celestes, vamos acrescentar nesta relação
os poderes e os signos dos seis chefes de legiões ou espíritos negros, aos
quais a maioria dos bruxos pede proteção.
183
Sua paixão é a luxúria e a cólera. Sua cor, o pardo. Seu lugar predileto, os
locais onde aconteçam cenas de sangue e de libertinagem. Sua hora é a
primeira depois da meia-noite às terças e sextas-feiras em lugares onde
nem a luz das estrelas chegue, como por exemplo sob os ramos das
árvores e nos bosques mais espessos. Sua planta, a mandrágora. Seu
perfume, o sangue de qualquer animal que tenha a pele negra.
184
cabalísticas. Correspondem: ao fogo, as salamandras; ao ar, os silfos; às
águas, as ondinas ou ninfas e a terra, os gnomos.
A coesão das partes do seu corpo fantástico é muito débil, temendo por
isso o ar muito forte, o fogo e a ponta de qualquer arma ou seu corte.
185
discípulo desta escola. Segundo vários autores, o mestre Jesus Cristo
estudou com os essênios.
186
representa satã ou o bode da missa negra. Com apenas um dos raios para
cima, e o Salvador. 0 pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro
membros e uma única ponta que deve representar a cabeça. Uma figura
humana, de cabeça para baixo, representa naturalmente o demônio, ou
melhor, a subversão intelectual, a desordem e a loucura. Se a magia e uma
realidade, se esta ciência oculta é a verdadeira lei dos três mundos, esse
signo absoluto, antigo como a história ou mais do que ela, deve exercer
uma influência incalculável sobre os espíritos desprendidos de sua
envoltura natural. 0 signo do pentagrama chama-se também signo do
microcosmo e representa o que os cabalistas do livro de Sohar chamam de
"o microprosopo". A completa inteligência do pentagrama é a chave dos
mundos. É a filosofia e a ciência natural absoluta. 0 signo do pentagrama
deve ser composto dos sete metais, ou pelo menos ser traçado com ouro
puro sobre o mármore branco.
Traçado em linhas luminosas no vidro, por meio de uma maquina elétrica,
exerce também grande influência sobre os espíritos e aterroriza os
fantasmas.
187
preparavam e garantiam o êxito de suas operações. 0 modo como faziam
isso é o mesmo usado nos templos católicos pelos sacerdotes, pois o
transcendental da magia ainda é conservado e perpetuado pela Igreja. A
caldeirinha de água lustral (água benta), o hissopo e a cruz ansata, o
turíbulo são instrumentos indispensáveis nestas operações.
188
boneco como bem entendesse, mas tomando nota do momento exato, da
operação. 0 ajudante se retirou, e De Rochas e outros assistentes
acordaram o paciente pouco depois. Mantiveram uma conversa
descontraída e informal durante certo tempo, até que num dado momento
o sujeito interrompeu a reunião com um ai, dizendo que alguém lhe tinha
arrancado um cabelo na nuca, levando a mão ao local. Persuadido de que
ninguém lhe tinha encostado, continuaram a reunião. Depois, em
intervalos diferentes, por mais três vezes, o sujeito se queixou com
idênticas exclamações e pelo mesmo motivo. Mais tarde, ao compararem a
hora e os fatos, viu-se que tudo coincidia exatamente com as
manipulações do ajudante, em cumprimento às ordens recebidas.
189
190
Fênix
FACINUM - 0 cobre.
FARFADET - Duende.
191
exprime tudo: então, através dele, as idéias que fundamentam a sugestão
podem ser expressas, e assim sugestionar.
192
FILTROS - Beberagens ou misturas mágicas cuja finalidade é excitar a
paixão amorosa das pessoas que as ingerem em favor daquelas que as
aplicam. Em sua composição, entram determinadas substâncias
procedentes dos três reinos da natureza, substâncias que possuem uma
ação mágica e particular, para fazer surgir um ardor inextinguível no mais
apagado temperamento.
FLAGAE - Nome dado por Paracelso a uma espécie de gênios que velam
por nós.
193
FLUÍDO VITAL - Uma das modificações mais importantes do fluido
universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que
movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Podemos dizer que
ele é responsável pela animalização da matéria. É ele que dá vida a todos
os seres que o absorvem e assimilam. A matéria sem ele não tem vida
assim como ele sem a matéria não é vida. Quando os seres orgânicos
perdem a vitalidade, por ocasião da morte, a matéria se decompõe
formando novos corpos e o fluido vital volta à massa, ao todo universal,
para novas combinações e utilizações no Universo. Cada ser tem uma
quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações
dependem de uma série de fatores. Allan Kardec nos instrui sobre o
assunto em O Livro dos Espíritos.
FOEDULA - A espuma.
194
duração da forma criada depende da força de impulsão que lhe deu
origem, a clareza de seus contornos depende da precisão do pensamento e
sua cor varia conforme a natureza do pensamento.
195
pertencido a um homem sensato e de talento, favorecido com dotes mais
felizes.
196
Quando ela existe, reconhece-se facilmente sua forma esférica, que denota
o instinto de destruição sob todas as formas.
6º - Astúcia e sagacidade. A protuberância dessas qualidades está situada
acima e um pouco adiante da do instinto sanguinário. Estende-se para
frente sob a forma de uma proeminência arqueada que termina a uns três
centímetros do arco das sobrancelhas.
7º - Avareza. Propensão ao roubo. A protuberância do roubo, sumamente
desenvolvida num grande número de pessoas, consiste numa
proeminência de forma oblonga, que começa ali onde termina a da astúcia,
estendendo-se até à borda externa da arcada superior da órbita do olho.
Ocupa o mesmo lugar e tem a mesma forma nos animais dotados de um
alto grau do instinto de armazenamento e do sentimento de propriedade,
como se pode ver nas ratazanas, nas raposas etc.
197
demais faculdades do homem, está no cérebro e reside numa
circunvolução pouco extensa em superfície, mas muito desenvolvida, que
se manifesta exteriormente por uma protuberância colocada acima de cada
uma das sobrancelhas.
17º - Talento musical. 0 órgão do sentimento dos tons, indício de um
verdadeiro talento para a música, está colocado no cérebro imediatamente
acima do ângulo externo da base inferior da órbita do olho, e manifesta-se
exteriormente por uma dilatação da parte externa da parede orbital.
18º - órgão das matemáticas. Entre as relações dos tons e dos algarismos
existe uma analogia tão íntima que o órgão dos números é considerado
como a continuação do da música, pois parece que é simplesmente a
prolongação da circunvolução mais inferior do órgão da música. Isto não
significa que todo grande músico deva ser matemático e vice-versa.
19º - Sentido das artes. Mecânica, arquitetura e desenho. Este órgão é
uma circunvolução, envolvida numa espiral, colocada sob a região
temporal. Quando a protuberância do sentido das artes é muito saliente
tem um aspecto pouco gracioso. Nos retratos dos grandes artistas, esta
particularidade de conformação, considerada como uma imperfeição, às
vezes está dissimulada pela posição da cabeça, pelo penteado, mas sempre
presente.
20º - Sagacidade comparativa. 0 órgão da sagacidade comparativa inicia a
série de órgãos cerebrais, cujos análogos não se encontram no crânio de
nenhum animal. A circunvolução do cérebro que corresponde a esta
faculdade e que ocasiona a protuberância da sagacidade comparativa está
situada na região superior anterior da fronte, precisamente na linha
mediana; de forma que suas duas seções se tocam e não formam na
realidade mais do que uma só. Quando esta protuberância é muito
pronunciada, dá ao conjunto da parte média superior da fronte uma forma
abobadada e de certo modo cônica, como se pode ver na figura de São
Francisco de Sales, um dos escritores religiosos que fizeram da
comparação o uso mais freqüente e feliz. A protuberância da sagacidade
comparativa se desenvolve mais tarde e raramente aparece antes da idade
adulta.
21º - Espírito metafísico. Se existe uma faculdade que seja atributo
exclusivo do homem é a do espírito metafísico. Tem seu lugar em duas
circunvoluções do cérebro, colocadas na linha horizontal, à esquerda e à
direita das da sagacidade comparativa. Este órgão se manifesta
exteriormente por duas protuberâncias que acompanham a da sagacidade
comparativa. Nesse caso, todo o alto da fronte se torna muito largo e
arqueado como se vê nos antigos bustos de Sócrates, e Platão.
22º - Espírito de causticidade e agudeza.
Atributo das pessoas chamadas de talento, manifesta-se exteriormente por
dois segmentos, de esfera muito pronunciada, em cada lado de ambas as
bordas laterais da parte superior da fronte.
23º - Nume poético. Todo mundo sabe que os poetas já nascem, e que
nada adiantam o estudo e a aplicação para se conseguir este dom, que se
198
manifesta exteriormente por duas protuberâncias, em forma de roletes, em
cima das fontes.
24° - Órgão da benevolência e da justiça. O órgão cerebral da benevolência
não é ordinariamente visível, a não ser nas pessoas mais ou menos calvas.
Está colocado na extremidade superior da fronte, numa parte do crânio
coberta pelos cabelos, e tem a forma de uma protuberância curva, que se
estende alargando da frente para trás.
25º - Órgão da mímica. Talento de imitação. 0 lugar do órgão cerebral onde
reside o talento da mímica está colocado ao lado do órgão da benevolência
e um pouco mais atrás.
26º - Órgão da religiosidade. Seria uma impiedade monstruosa pretender
que se necessita de certo desenvolvimento de um órgão do cérebro para se
conhecer e adorar a Deus, o que daria cobertura ao ateísmo. Mas a
anatomia do cérebro demonstra que em cima da fronte, por trás da
protuberância da benevolência, existe uma outra de forma curva, muito
saliente nas pessoas em que o sentimento religioso é muito desenvolvido.
27º - Órgão da firmeza. A protuberância da firmeza ocupa o limite extremo
dos ossos frontais e parietais, no ponto em que estes últimos se juntam ao
frontal.
199
200
Gnomo
201
GATO - Por ser um símbolo da Lua, segundo os egípcios, o gato era
consagrado a Isis, sua deusa. Chamam-no de o destruidor dos inimigos do
Sol (Osíris).
GATO NEGRO - Este pobre animal tem a desgraça de ser uma presa
cobiçada pelos bruxos, que desde a antiguidade o usam como ingrediente
na preparação de diversos encantamentos e malefícios. Existem centenas
de relatos e receitas em diversos grimórios e outros livros sobre as
superstições que a humanidade acumulou sobre o gato negro.
202
consagrados a uma divindade específica. A geomancia, que surgiu em
tempos remotos, possivelmente tenha esse nome não apenas por
interpretar marcas feitas no solo, na terra, mas por ser uma das formas de
consulta à Divindade da Terra - ou Espírito da Terra.
GOAP - Rei dos demônios do meio-dia. Pode-se invocá-lo nas horas que
transcorrem desde as três até ao meio-dia, e das nove à meia-noite.
203
GOÉCIA - A goécia pura é a parte experimental da magia, no que se refere
aos poderes e faculdades que o homem desenvolve em si por determinados
processos e ao domínio que chegará a exercer sobre as entidades do astral.
204
GROSSIA - Certa espécie de amuletos.
GUMA - A prata.
GUSOYN - Demônio de grande poder, que pode ser evocado para descobrir
tudo o que se refere à coisas passadas, presentes e futuras. Tem sob suas
ordens 45 legiões de diabos e é preciso muita precaução ao evocá-lo, pois
ao menor descuido provocará a morte de quem o chama.
205
206
O Hierofante
Tarot de Thoth – Aleister Crowley
HAL - 0 sal.
207
HALO - Espécie de feto muito usado em magia negra.
HATA YOGA – Arte do bem estar físico. Parte da yoga que ensina a agir
antes de tudo sobre o corpo físico por meio de exercícios respiratórios de
modo a desenvolver o domínio da vontade sobre o organismo. Por este
meio, as energias vitais são aumentadas e condensadas de modo a
desenvolver as energias do corpo astral e dar-lhe a possibilidade de agir.
208
Hécate é, portanto, uma deusa lunar por excelência e sua presença é
sentida nas três fases lunares.
A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos
poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da
mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer
para renascer.
Esta deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal.
Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental
durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este
arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus
antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes
indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate
era então, a deusa das bruxas, padroeira do aspecto virago, mas nos é
impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às
projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes
sacerdotes e confessores cristãos.
HELIOTROPO (do grego hélios: sol, e tropo: -girar) - Botânica Oculta: esta
flor, corno seu nome indica, movimenta-se para seguir o curso do sol. Está
consagrada a Apolo e é uma das 12 plantas mágicas da antiga fraternidade
rosa-cruz. Se uma dessas flores for entregue a uma sonâmbula, ela
adquirirá uma extraordinária visão orgânica interna (metagnose), que lhe
permitirá fazer revelações surpreendentes. Possuirá, além disso, uma
faculdade especial para interpretar os sonhos. Planeta: Sol. Signo zodiacal,
Leão.
209
HERNEC PHILOSOPHORUM - 0 ouro-pigmento filosófico.
210
HIPOKINDO - Palavra mencionada por Paracelso, que, pronunciada de
certa maneira, adquire poder conjuratório e de encantamento sobre as
serpentes de qualquer espécie.
211
212
Incubo atacando uma virgem
ÍBIS: A Ibis, a garça, o falcão, a fênix, o cisne, o pato, o pavão, etc., têm
sido usados como modelos da Ave do Retorno, conhecidas nos Mistérios
Egípcios como a Ave Benu. A íbis é especialmente consagrada a Toth, o
Deus da Magia.
213
ICURIN - É o inferno das antigas crenças gaulesas. Acreditava-se ser uma
região subterrânea e horrível, nunca banhada pelos raios do sol, em cujas
trevas moravam répteis, insetos venenosos, leões ferozes e lobos que
cravavam suas unhas e dentes no corpo do condenado.
214
representado pelo Filho), e manifestados na carne (Terra, representada
pela Filha).
215
INCONSCIENTE – Princípio que dirige os órgãos ou seres fora da
consciência
216
vai acontecer, ou que está acontecendo num lugar distante de onde está.
Até há pouco tempo, o fato da intuição era quase impossível de se explicar.
Mas as conquistas realizadas no campo das descobertas psicológicas e
magnéticas deram origem aos curiosíssimos estudos da telepatia, onde fica
evidente a possibilidade da transmissão de idéias de cérebro para cérebro,
consciente ou inconscientemente. Portanto, é bem natural a produção dos
pressentimentos, ficando descartada toda hipótese que pretende apoiar-se
no extra físico e maravilhoso.
217
218
Jinn
219
JESOD - Fundação. 0 nono sephira. Uma potência masculina ativa que
completa as seis que formam o microprosopo.
220
221
Kundalini
222
espaço com suas três dimensões: longitude, latitude e espessura. A
substância eterna e infinita dá origem à matéria com seus estados: sólido,
líquido e gasoso. A eternidade corresponde ao Pai; a extensão, ao Filho; e a
substância, ao Espírito Santo. 0 tempo liga-se ao número; o espaço, à
medida; e a matéria, ao peso.
KARMA - Nome teosófico da lei que preside o destino dos seres e das
coisas.
223
KHABS: Palavra egípcia significando "uma estrela". Magicamente, a
essência do poder mágico que reside no Khu.
KIST - 0 opoponace.
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225
Licântropo
LAMERE - 0 enxofre.
LAOC - 0 estanho.
226
LARVAS - Entidades maléficas de procedência humana, residentes no
invisível, causadoras de grandes sustos e males estranhos. São os restos
astrais dos mortos, nos quais permanece um resto de vida semi-
consciente, puramente instintivo e passional, tanto mais denso e durável
quanto mais perversa e cheia de desejos tenha sido a vida da pessoa.
Ansiosas de vida, as larvas saturam-se de emanações e eflúvios da pior
espécie, correndo para todos os lugares onde haja sangue e dominem os
impulsos homicidas. Todo indivíduo que se deixa levar por desejos de ódio
e de morte atrai para si um enxame de larvas, fazendo em torno de si um
perigoso ambiente, podendo converter-se no instrumento de tais
povoadores do astral. As paixões pela libertinagem também se constituem
o elemento de sua vida, e densificadas pela que roubam de suas vítimas
podem se condensar, causando aparições de fantasmas, cujo encontro
pode ser perigoso.
LATRO - 0 mercúrio.
LAZER - Benjoim.
227
consultante. Do fundo da vasilha ouvia-se um silvo semelhante ao de uma
serpente.
228
LEVITAÇÃO - fenômeno psíquico, anímico, mediúnico, em que uma
pessoa ou uma coisa é erguida do solo sem um motivo visível, apenas
devido ao esforço mental. A mente movimenta fluidos ectoplasmáticos
capazes de vencer a força da gravidade.
LIAB - 0 vinagre.
LIGADURA - Malefício que tem por fim paralisar as funções de uma parte
do corpo do homem e da mulher, e mais especialmente a potência sexual.
A origem desta prática é antiqüíssima. Os Hebreus a atribuem a Cam, filho
de Noé, e os gregos praticaram-na. Platão em suas leis (livro 11) aconselha
àqueles que vão se casar para se prevenirem contra as possibilidades de
serem alvo deste feitiço.
LIRIO - Segundo a medicina antiga o pólen desta flor é bom para curar as
queimaduras. Sua água destilada melhora as dores do parto e corta os
maus-olhados. Os bulbos, fervidos com miolo de pão, fazem amadurecer
os abscessos em menos tempo. A mulher que comer dois pedacinhos da
raiz desta planta expulsará sem dor o feto morto que traz em suas
entranhas. A extremidade da raiz misturada com manteiga rançosa cura a
lepra. Botânica Oculta: o lírio e o emblema da castidade. Gabriel o levou
em sua anunciação a Maria. Esta flor é a imagem da criação universal, da
pré-formação, da ação do fogo primitivo sobre a mãe água. Com esta flor
também se faz um perfume mágico muito conveniente para ser queimado
nos lugares onde se realizam experiências teúrgicas ou se esperam
manifestações astrais. Frio e seco. Júpiter, Vênus, Lua em Áries ou Touro.
229
príncipe das virtudes, Perrier, príncipe dos principados, Olivier, príncipe
dos arcanjos, Junier, príncipe dos anjos, Sarcueil, Fume-Bouche, Pierre-
de-Feu, Carnivean, Terrier, Contellier, Candelier, Beliemoth, Ofiette,
Belphegor, Sabathan, Garandier, Dolers, Pierre-Fort, Axaphat, Prisier,
Kakos, Lucesme.
Tais lendas são muito antigas e encontram a sua raiz na mitologia grega.
No folclore brasileiro, há diferentes versões da lenda. Uma versão diz que a
sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo tornar-se-á um
lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido após uma
sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o sétimo filho homem de
um sétimo filho homem se tornará a fera.
Seu nome reúne em uma só palavra as raízes gregas "logos" e "sofos", que
o autor adotou, dando-lhes a significação de verbo criador ou manifestação
230
do saber supremo, e ciência original ou sabedoria, respectivamente para
designar um nova linha de conhecimentos, uma doutrina, um método e
uma técnica que lhe são eminentemente próprios.
231
Por caminhos diferentes algumas pessoas conseguiram uma vida muito
longa mantendo-se durante todo o tempo na mais perfeita saúde.
Coincidem as informações de que a base dos processos é a higiene, e que a
alimentação deve ser sóbria, com preponderância dos alimentos vegetais.
Mas, além disso, temos o detalhe de certos elixires de preparo muito
simples, dignos de serem recomendados, nunca podendo ser prejudiciais,
usados por pessoas que alcançaram vida longa e sadia. Daremos aqui
algumas das receitas mais famosas:
Elixir de Isabel Biesco - Viveu 120 anos: Cascas de quina em pó, uma
parte; raiz de laranja, 1/12; cascas de laranja, 1/12; alcoolato de lavanda,
1/2; xarope de açúcar, 4; e álcool de 22º, 8 partes.
LOT - A urina.
LÓTUS - Sob o ponto de vista religioso tem o mesmo significado que o lírio
do Sol. H. P. Blavastky, em seu Glossário Teosófico, escreve o seguinte:
"Planta de qualidades sumamente ocultas, sagrada no Egito, na Índia e em
outras partes". Chamam-na de "o filho do universo que carrega em seu
seio a semelhança de sua mãe". Houve um tempo em que “o mundo era
um lótus de ouro”, diz a alegoria. Os egípcios viam nesta planta um
símbolo do renascimento do Sol e da ressurreição. Por este motivo o
colocam na cabeça de Nowré Toum. Hórus e representado saindo do cálice
desta flor. Signo planetário: Sol. Signo zodiacal: Leão.
232
LOUREIRO CEREJEIRA (Prunus laurus cerasus) - Desta árvore a
terapêutica usa apenas as folhas. Seu princípio ativo é o ácido cianídrico,
veneno muito ativo, motivo pelo qual o leigo deve se abster de seu uso
medicinal.
LUBEN - 0 incenso.
233
234
Mandrágora
235
MAGIA – A mais elevada ciência existente em nosso planeta, pois ensina o
metafísico assim como as leis metafísicas validas em todos os planos. Esta
ciência tem sido chamada magia desde que os registros humanos
começaram, Mas isto tem sido reservado à círculos especiais
principalmente compostos de altos sacerdotes e altos governantes.
Magia é a ciência que ensina a aplicação prática das leis mais baixas da
natureza até as mais altas leis do espírito. A pessoa que tem a intenção de
aprender sobre Magia deve primeiro entender o funcionamento das leis
mais baixas da natureza de modo a conceber as leis baseadas nela e
finalmente as leis mais elevadas. (Franz Bardon)
236
MAGOS - Exotericamente denominam-se magos os antigos sacerdotes do
zoroastrismo. Mas como foram os magos os primeiros adeptos do
ocultismo tradicional, levando ao mundo a luz da ciência esotérica, de seu
nome se originou o da magia, e de seu significado e saber iniciático, o
nome de mago, que possui, de modo legítimo, os segredos da ciência
oculta.
237
possuem propriedades mágicas, segundo tradições antigas, e um poder
oculto para combater o esfriamento dos desejos eróticos.
238
MARTHYM - Duque dos infernos que aparece sob forma humana muito
robusta e possuidor de uma longa cauda. Conhece as virtudes misteriosas
das pedras e das plantas; tem ainda o poder de transportar seus
protegidos a distâncias enormes com a rapidez do raio. Tem 36 legiões sob
seu domínio.
239
toda impunidade. Esta planta também era usada para fazer a pomada com
a qual as bruxas se untavam para assistir ao sabá. É bem melhor que esta
receita infernal permaneça ignorada. Ela só foi publicada no livro Pactum
felizmente muito raro.
240
foram muito bem acolhidas pelos professores da faculdade. Pouco depois
começou a praticar tratamentos magnéticos inspirados nos de P. Hell,
dando origem a discussões apaixonadas e a um período de lutas que fez
com que Mesmer fosse para Paris. Aí conseguiu seus êxitos de maior
importância chegando a ser uma figura enaltecida na época pelas classes
sociais mais elevadas, assim como pela corte de Luís XVI. De qualquer
forma não se pode negar que Mesmer tenha, com a divulgação dos
primeiros fenômenos do magnetismo humano, marcado o ponto de partida
de um movimento fecundo que hoje se revela nos fatos prodigiosos do
hipnotismo.
241
rio. Este é um caso típico, merecedor de certo estudo, que, como outros,
está acima das simples superstições.
242
MOREAU - Quiromântico do século passado que predisse ao imperador
Napoleão suas derrotas e quedas. Gozou de excelente reputação em Paris
sustentada pelo êxito que tiveram suas profecias. Morreu em 1825.
243
244
Nostradamus
245
NECROMANCIA - Processo da magia negra para se obter respostas dos
cadáveres ou da cabeça de um morto, e também das almas dos falecidos,
por meio de evocações.
246
NOSTRADAMUS Miguel - Médico e astrólogo nascido em Saint-Remy em
1503. Suas famosas curas e o profundo conhecimento do seu ramo
granjearam-lhe a animosidade dos seus colegas. Desgostoso por estas
rivalidades, retirou-se da vida pública e profissional, dedicando-se
exclusivamente ao estudo de suas ciências favoritas. Compôs um grande
número de profecias em verso e em estilo simbólico abarcando sete
séculos. Nada é mais controvertido do que a comprovação das realizações
destas profecias de Nostradamus.
NOTARICON - Uma das três divisões da cabala judia. Trata das regras do
processo de tomar uma letra de cada palavra para formar uma frase
inteira, ou as primeiras letras de uma sentença para formar uma palavra.
247
248
Tabuleiro Ouija
249
estruturais ou carências no organismo físico. Na área psíquica acontece
coisa semelhante. Os indivíduos enfraquecidos moralmente, com falhas de
caráter, vícios etc., estarão mais sujeitos à obsessão.
O Espírito obsessor, conhecendo as fraquezas morais do enfermo, vai aos
poucos obtendo acesso à sua área mental, chegando em alguns casos a
dominá-lo. Se a obsessão se intensificar, e não for tratada espiritualmente
em tempo hábil, ocorrerá um aumento de afinidade fluídica entre obsessor
e obsedado, o que poderá acarretar no agravamento da enfermidade.
250
Pythagore (1813), La Langue Hébraique Restituée et le Veritable Sens des
Mots Hebreux (1815), Lettres à Sophie sur L´Histoire, (1801), Etudes
Litteraires et Philosophiques (1825). Renê Philipon publicou uma obra
póstuma de Fabre d'Olivet cujo título basta para dar uma idéia da
importância esotérica do texto. Diz assim: "A música explicada como
ciência e arte, e considerada sob o ponto de vista de suas relações
analógicas com os mistérios religiosos, a mitologia e a história da Terra".
Dizemos que este autor é um verdadeiro iniciado e que em seus escritos
descobrimos alturas prodigiosas do saber e a chave dos mais profundos
enigmas do ocultismo.
251
ORIAS - Demônio dos astrólogos e adivinhos. Possui a categoria de
marquês infernal. Apresenta-se sob a forma de um leão furioso posto sobre
um cavalo que tem uma serpente enrolada no pescoço. Revela os segredos
da astrologia. Governa 30 legiões.
252
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Pedra Filosophal
254
PANTARBE - Nome de uma pedra fabulosa à qual certos autores deram o
poder de atrair o ouro assim como o ímã atrai o ferro. Asseguram que pode
ser encontrada na índia e nos terrenos onde se tira o ouro.
255
atrair e se relacionar de modo material com os seres fluídicos do invisível.
Outras só provocam fases alucinatórias, cujas percepções carecem de
autêntica realidade objetiva. Todas essas substâncias recebem
magicamente o nome de perfumes, e seu estudo é um dos mais
transcendentais e secretos das ciências da iniciação.
256
PÍTRIS – Raça humana etérea de que proveio o homem carnal. Palavra
sânscrita que significa: País.
257
POUPA - Pequena ave conhecida entre os primitivos, principalmente os
caldeus, pelo nome de bori, e ison pelos gregos. Conforme a tradição dos
grandes magos, quem usasse seus olhos nos testículos engordava. No
ventre, todos os inimigos se reconciliavam, e se alguém temesse ser
enganado, bastava trazer a cabeça da poupa no bolso para evitar a fraude.
258
259
259
Mapa da Mão – vide Quiromancia
260
mentido e que pretendia encobrir sob as confessas ações de bruxaria, às
quais foi arrastado pelo medo e perseguições do demônio, e sob a figura de
um homem negro, seus verdadeiros delitos como malfeitor reincidente. Foi
condenado a morrer no suplício a 8 de maio de 1609.
261
cabeça. Uma terceira linha, que parte dos arredores do nascimento do
indicador para terminar quase horizontalmente abaixo do dedo mínimo, se
chama linha do coração. E, finalmente, uma quarta linha grande, que
cruza a mão quase verticalmente, se designa com o nome de linha
mediana ou linha da fortuna. Vejamos agora o significado dos montes e
linhas principais e mais adiante passaremos às linhas de segunda ordem.
Todos os que acabamos de mencionar se denominam sinais de primeira
ordem. Comecemos pelos montes: o monte muito pronunciado indica uma
qualidade excessiva; pouco saliente a qualidade é menor; ausente, é o
defeito correspondente a esta qualidade. Assim o monte de júpiter indica a
religião, a ambição, a afeição, as honras, ao mesmo tempo em que a
alegria e a felicidade; muito pronunciado é a superstição, o orgulho, a
tendência à loucura. A ausência deste monte é, portanto o ateísmo, a
indolência, a indiferença, o desejo à obscuridade, a falta de dignidade, a
tristeza. 0 monte de saturno acusa o bom êxito, a sagacidade, a prudência.
Exagerado dá êxito assombroso em tudo o que se empreende; indica
também a desconfiança, o receio e o rigorismo. A ausência denuncia a
desgraça obstinada, a má sorte, a imprudência e a ignorância em saber se
conduzir. 0 monte do sol indica o êxito, a glória, a celebridade, a
inteligência, o gosto pelo belo, as aspirações nobres, a esperança e a
riqueza. 0 excesso do monte provoca a celebridade a todo custo, a
popularidade pela vergonha ou crime, a extravagância de conceitos, gosto
pelo extraordinário, o desejo de brilhar, a audácia, a inveja, e a
prodigalidade; a ausência é o gosto pela vida tranqüila, material, a
inteligência limitada, o amor pelas pequenas coisas. 0 monte de mercúrio é
o do amor à ciência, à indústria, ao comercio, à vida ativa, ao trabalho e
aos negócios. 0 excesso indica a falsa ciência, aptidão para negócios
escusos, mais benéficos que honrados, à bolsa, à chantagem, ao jogo, à
existência azarada, ânsia de ganhar, propensão ao roubo. A ausência
indica aversão a todo estudo ou trabalho, vida fácil, horror às cifras e ao
cálculo. 0 monte de marte indica valor, resolução, força, intrepidez,
desprezo pela morte e pelo perigo, valentia. Naturalmente, o excesso é a
temeridade, a obstinação, a cólera, a brusquidão, a crueldade e a maldade.
A ausência do monte é indício de covardia, de moleza, de timidez, de
debilidade, de negligência. 0 monte da lua é marca de imaginação
inclinada ao sonho, à melancolia; denota castidade, decência, moralidade e
bons costumes; o excesso mostra sensibilidade extrema, caráter triste,
hipocrisia, amor à solidão. A ausência indica o aturdimento, o gosto pelos
prazeres bulicosos, o materialismo e a imoralidade. Finalmente o monte de
Vênus indica uma alma amante, caritativa, o gosto pela elegância e o
temperamento amoroso. 0 excesso, a graciosidade, o desregramento, a
libertinagem, a desordem e a falta de pudor. A ausência do monte
denuncia o egoísmo e a frieza. As qualidades e vícios dominantes da
pessoa são, naturalmente, os que resultam do exagero de um monte ou de
sua carência total; não obstante, antes de se decidir a vaticinar de um
modo absoluto. é preciso que se tenha o cuidado de observar se uma
262
qualidade ou defeito, claramente indicados, não estão compensados por
outros indicados por montes diferentes. Assim, alguém tachado de covarde
pela ausência do monte de marte não é senão excessivamente prudente
pelo avultamento do monte de saturno. 0 excesso de um monte deve servir
de base mais que a carência de outro, o que é conseqüência lógica, pois se
debaixo de um dedo falta um monte é por estar por demais desenvolvido o
de seu vizinho. Compreendido isto, passaremos a examinar as linhas
começando pelas linhas-mães, isto é, as da vida, cabeça, coração e
mediana.
263
indicador de o consulente estar exposto a ser devorado por animais
selvagens ou ferozes. Finalmente, se na mão de uma mulher se distingue
uma pequena cruz no meio da linha da cabeça, é sinal de que morrerá no
ano.
264
Linhas auxiliares - Entrelaçados, ramos, cadeias etc. As linhas auxiliares
são: a hepática ou linha do fígado; a do entendimento; e as capilares. A
hepática parte do bracelete para se dirigir ao monte de mercúrio; se não
tem solução de continuidade e é bem colorida, estômago forte, saúde e
êxito nos negócios; se está marcada por pontos ou forma cadeia, denota
debilidade e até impotência; se termina em forquilha, indica perigo de fogo
ou de morte violenta; se está cortada em forma de cruz, é sinal certo de
enfermidade. As pessoas que sofrem de enxaqueca têm a linha hepática
desigualmente colorida, vermelha por partes; quando se dirige até o monte
da lua, denota caráter caprichoso; quando é descontínua e entrecortada,
anuncia má saúde e tendência à dispepsia; quando sanguínea, serve para
distinguir um temperamento colérico. Um fato bastante curioso para
comprovar é que os alcoólatras não têm a hepática. A linha do
entendimento não aparece em todas as mãos, e é pouco aparente nas em
que figura. Bem determinada e colorida promete glória e celebridade; é
uma ramificação que se destaca ora da linha da vida, ora do monte da lua,
terminando no monte do sol; bem profunda, larga, vem na maioria das
vezes apoiar a linha da fortuna, significando que especialmente nas
ciências, nas letras, nas artes ou em altos cargos se chegará ao êxito e às
honrarias. As linhas capilares são as que por sua reunião formam às vezes
as linhas-mães, das quais não têm nenhuma das qualidades, causando
grande dispersão do fluxo que acode a cada uma delas, explicando, por
sua presença, o desacordo que possa haver entre os presságios que se
deduzem de uma grande linha e os acontecimentos que os desmentem. Em
resumo, uma linha-mãe, observada atentamente e que se constitua de
uma reunião de várias linhas capilares, é uma linha falsa. As capilares,
muito freqüentes nos montes, e em particular no de Vênus, são indício de
exuberância de seiva, que prejudica a qualidade. Nas mãos se observam
também algumas linhas que são como diminutos ramos de uma árvore.
Em geral, estas linhas chamadas adjetivas não têm mais que dois
significados; se partem da linha-mãe e se dirigem até a parte superior da
mão, lhe acrescentam uma influência benéfica; se ao contrário descem até
o punho, são prejudiciais. A linha horizontal sobre um monte é benéfica; a
oblíqua nada vale. Várias linhas horizontais e verticais formam o que se
chama de rede ou entrelaçado, e são mau indício. Um monte que indique
aptidão à ciência, se está coberto por um entrelaçado, será uma ciência
falsa, inútil e prejudicial. Em um homem que tenha na mão os sinais de
destreza, de inteligência, de habilidade e de êxito, as redes indicarão que
se servirá deles para cometer roubos etc. Os ramos semelhantes às linhas
são presságios felizes quando se dirigem para cima, e são mais curtos. As
linhas que parecem estar formadas por cadeias podem ser consideradas
como obstáculos e dificuldades aos efeitos que a linha possua. Os montes
e as linhas não são os únicos sinais que existem na palma da mão, pois
podemos observar também os seguintes: estrelas, quadrados, círculos,
triângulos, cruzes, anéis etc. A estrela pressagia fatalidade ou perigo, às
265
vezes também sorte inesperada, quando está situada sobre o monte de
júpiter; mas com mais freqüência e sinal de morte ou assassinato; a
estrela colocada na parte inferior do monte de Vênus indica morte causada
por pessoa do outro sexo. 0 quadrado é indício de energia e grande
habilidade; sobre o monte de Vênus, segundo alguns quiromantes,
significa prisão ou convento. 0 círculo só e presságio favorável quando está
situado sobre o monte do sol; nos demais casos é mau sinal, e como já
dissemos pode significar a perda de um, ou mesmo dos dois olhos, quando
é duplo. 0 ponto indica uma ferida, ou um ataque de loucura quando está
situado sobre a linha da cabeça; na linha do coração, um ponto branco
anuncia urna conquista amorosa. Há, às vezes, na mão, um fundo largo, o
que é sinal vergonhoso. É chamado de ilha em quiromancia, e é indício de
adultério, mistério no nascimento, projetos ou pensamentos
inconfessáveis. 0 triângulo é sinal de aptidão particular para as ciências
políticas, diplomáticas e às vezes também para as ciências ocultas ou
adivinhatórias. 0 anel de Vênus, espécie de semicírculo que se vê em
algumas mãos claramente assinalado entre o indicador e o mínimo, acusa
um amor desenfreado pelos prazeres sensuais; se este anel está formado
por linhas quebradas, tem uma significação mais vergonhosa. A cruz, sinal
comum sobre o monte de júpiter, indica um casamento por amor; na
palma da mão, fanatismo pela religião. Sobre o monte de mercúrio, indica
disposição para o roubo; no de Vênus, amor único, freqüentemente fatal, e
no da lua, falsidade, caráter perigoso e traiçoeiro.
266
e na observação. Feita a advertência, permitir-nos-emos consignar aqui
algumas profecias que estão estereotipadas em todos os livros de
quiromancia e que os autores reafirmam com confiança. Se a linha da
junção, colocada no nascimento do polegar, isto é, no lugar que forma
ângulo com a mão, se estende rodeando o polegar considerava-se em
outros tempos como sinal certo de enforcamento ou decapitação. Os
boêmios, que como se sabe eram entendidos em quiromancia, começavam
sempre por comprovar a presença ou ausência deste anel, e é preciso
reconhecer que com freqüência procedia corretamente, o que nada tem de
extraordinário, posto que a maior parte dos aventureiros e militares
veteranos, que naquele tempo freqüentavam as casas dos feiticeiros,
estava em constante perigo de terminar seus dias no patíbulo. Os tempos
de revoltas e guerras civis que assolaram a França até o século 18
facilitavam o acerto das profecias. Pretendia-se também que a letra Y,
colocada na palma da mão, era a marca pela qual se conhecia o alcoólatra
ou sacrílego, e que na mão de uma mulher grávida tinha de aparecer a
letra V; também era possível, pela disposição das linhas da mão de um
homem, dizer se sua mulher lhe era fiel ou não. Foi, sem dúvida, a
extravagância destes ridículos horóscopos que fez cair em descrédito a
quiromancia e seu estudo, e hoje até causa riso quando se ouve falar em
linhas da mão e se pergunta que correlação pode existir entre o caráter de
uma pessoa e sua mão. Esta e a pergunta que mais cria obstáculos de
todas as objeções que se possam fazer à ciência da mão, e, portanto a
única que vamos responder, citando como Desbarolles o fez em seu livro
Mistérios da Mão, a opinião de uma das autoridades nessa matéria: La
Quiromancia, por Gourdon De Genouillac, tradução de Canobirse.
(Biblioteca da Irradiação).
267
detalhista e indicam força física; largas e grossas são as mãos dos glutões
e dos jactanciosos; largas e delgadas as das pessoas destras e hábeis em
negócios. A mão grande, com palma compacta e carnosa é, além do mais,
sinal de instintos e apetites grosseiros, e ao contrário, a palma pouco
desenvolvida indica compleição delicada e gostos, instintos e tendências de
imaginação mais elevados. As mãos grossas denotam rudeza de
entendimento. As mãos pequenas são de pessoas de natureza afeminada,
de imaginação rápida, mas perspicazes e prontas a perceber o conjunto
das coisas. As mãos curtas indicam pessoas finas e fortes. "Se as mulheres
têm a palma muito curta (diz o espelho da astrologia), é sinal de que vão
parir com dificuldade, e as que têm a palma larga e os dedos proporcionais
devem ser hábeis em muitas coisas, especialmente em trabalhos de
costura." As mãos peludas - pêlos no dorso da mão, principalmente até
sua parte inferior - são sinal de boa compleição, mas se estão
desigualmente distribuídos e situados de um lado e de outro é indício de
temperamento nervoso e delicado. Uma mão sem pêlos denota natureza
fria, presunçosa e indolente. Toda mão seca e dura indica inflexibilidade
de caráter, espírito altaneiro e amor à dominação, à atividade e ao
positivismo. Esta é a mão dos comerciantes, agentes de negócios e grandes
políticos. As mãos moles pertencem às pessoas inclinadas a ociosidade e
aos aficionados do prazer fácil, do luxo e da pompa.
268
Sobre os dedos - Os dedos grossos e largos indicam temperamento
alcoólatra ou pelo menos de glutão; pequenos e moles são os dos audazes
e invejosos; pequenos e finos são os das pessoas perspicazes e
engenhosas; muito unidos uns aos outros, denotam mão de adulador e
cortesão; quando se movem facilmente até atrás, é sinal de lealdade e
retidão; os dedos que se cerram naturalmente em garras são os das
pessoas finas, cautelosas e demandistas. As unhas compridas e largas e
de aparência, vermelhada anunciam bom temperamento; estreitas e
pálidas indicam saúde delicada; arqueadas são sinal de inteligência;
planas, de valentia e bestialidade. As mãos se classificam em três
categorias: - com dedos lisos e pontiagudos - mãos com dedos lisos e
terminados em espátula ou quadrados mãos com dedos nodosos e
terminados pelo regular quadrado ou em espátula (as mãos com dedos
nodosos e pontiagudos são raras exceções). Vamos então examinar estas
diferentes formas de dedos, cada uma das quais denota um tipo moral. As
mãos com dedos pontiagudos e lisos são as dos poetas e artistas. As mãos
nodosas com dedos quadrados são as dos oradores, advogados, médicos,
comerciantes e positivistas. As mãos com dedos espatulados e nodosos são
de guerreiros, engenheiros, mecânicos, trabalhadores hábeis e gente de
ação. É bom advertir que só indicamos os tipos exclusivos, e que
naturalmente alguém que reúna atitudes diferentes pode oferecer um
conjunto, mais ou menos delineado de sinais opostos. Sucede as vezes que
os cinco dedos da mão são de forma idêntica; somente o indicador
pontiagudo indica, nos banqueiros, por exemplo, o gosto pelas artes e pela
poesia; o mínimo espatulado e dilatado, nos artistas, denota tristeza,
melancolia e tendência ao suicídio. Em geral, os dedos grossos na base
denunciam gostos materiais, o amor aos prazeres dos sentidos.
Sobre os nós e uniões dos dedos - Passemos agora aos nos que existem
nas uniões dos dedos. 0 nó que se coloca no nascimento do dedo se chama
nó do coração; o do meio do dedo, nó da cabeça, e o mais próximo da
unha, nó da inteligência; o polegar só tem dois nós, o nó do raciocínio e o
269
nó da força, este mais próximo da unha. 0 nó do coração bem aparente e
saliente indica caráter inclinado a obedecer a suas paixões e a se deixar
dominar por elas; são pessoas prontas a entusiasmar-se e a se sacrificar
por um partido. Este nó denota irreflexão, ardor correto e temperamento
fogoso. É seguramente a mão dos regalados, dos jogadores, dos bêbados e
dos glutões, onde se encontra habitualmente o desenvolvimento excessivo
deste nó. 0 nó da cabeça é quase seguramente encontrado nas pessoas
aficionadas a cifras e cálculos; como sinal característico indica as virtudes
da ordem, da previsão, mas ao mesmo tempo os defeitos inerentes a estas
qualidades, isto é, avareza, egoísmo, insensibilidade etc. 0 excesso do nó,
mostrando o exagero do sentimento de economia, por exemplo, a
parcimônia e a avareza. 0 nó da inteligência existe habitualmente no dedo
das pessoas que se dedicam a lutar; os advogados; entre os artistas, os
atores; muitos médicos; os filósofos os retóricos, os argumentadores, as
pessoas de ideais de independência e liberdade excessivas. Com os nós da
inteligência e da cabeça reunidos sobressairá a ordem simétrica, a
pontualidade, mas como qualidade reconhecida, tendência do lógico,
baseando todos os seus atos na ciência e na razão. Os dedos sem nó são
indícios de caráter oposto, isto é, que agem sempre por inspiração.
270
271
Maharaja Hira Singh, Tika Ripudamman Singh & Bhai Kahn Singh Nabha – 1898
(Rajas)
272
submetida ao experimento. A mesma lei governa as transformações mais
complicadas. Uma planta, por exemplo, corresponde perfeitamente à soma
de todas as matérias inorgânicas que assimilou, da terra e da atmosfera,
principalmente água, carbono e nitrogênio. Se dissecarmos a planta, a
água se separará em forma de vapor; se recolhermos este vapor, somando
seu peso ao da planta dissecada, teremos, precisamente, o peso da planta
quando viva. Se prosseguirmos com o experimento, queimando a folha,
obteremos ainda o mesmo total, somando o peso da água evaporada, o gás
desprendido durante a combustão e as cinzas ou resíduos desta
combustão. Pois bem, do rádio se desprende, como já dissemos, o hélio.
Este hélio pode ser recolhido e conservado durante certo tempo, mas
pouco a pouco se esvai sem deixar vestígio. Terá sido destruído, talvez?
Precisamente o mesmo ocorre com o rádio diante da outra lei, referente à
conservação da energia. 0 trabalho realizado por um corpo, seja uma
máquina ou um ser vivente, equivale sempre a uma quantidade
determinada de energia, manifestada ao exterior de maneiras diversas.
Assim, o movimento de uma máquina equivale à quantidade de calor por
ela consumida, como a atividade vital de um homem corresponde à
quantidade de alimentos ingerida, inclusive o oxigênio respirado. Nenhum
corpo, em suma, é ativo por si mesmo; uma pedra que cai do alto obedece
à força de atração; uma chama que arde consome a própria matéria que se
combina com o oxigênio atmosférico, assumindo um novo aspecto. A
matéria, portanto, é inerte; isto é, quando está quieta não se pode pôr em
movimento sem a intervenção de uma causa exterior, nem estando em
movimento pode deter-se sem a intervenção de uma outra coisa qualquer.
0 rádio, ao contrário, parece subtrair-se a todas estas leis. Suas radiações
não alteram o mínimo que seja sua quantidade nem sua qualidade. Está
demonstrado que esta é uma propriedade da matéria, que emite sem se
consumir nunca; pelo menos é o que resulta de quantas observações se
tenham realizado. E como se forma esta nova matéria? Que sucede com
toda a energia que dela se desprende? Nunca se chegou a imaginar que
um corpo pudesse produzir constantemente eletricidade, luz, calor e outra
matéria finíssima que parece perder-se no espaço sem receber nenhum
dos demais corpos? De onde procede continuamente esta provisão de
energia que parece inesgotável? As hipóteses formuladas para explicar os
novos fenômenos são muitas. Já se disse: trata-se de uma ilusão; o rádio
perde na realidade certa quantidade de seu peso, e tal perda escapa a
nossos meios de observação, mas será comprovada com o tempo. Isto é
possível, mas ainda que seja verdade é preciso admitir que existe uma
desproporção enorme entre a quantidade de matéria perdida (que
evidentemente deve ser insignificante, pois que não chegamos a percebê-la
com as mais delicadas balanças) e as energias emitidas. Já se disse
também: o rádio é alimentado por radiações externas, que procedem do
espaço, do Sol, por exemplo, irradiações que não há meios de se chegar a
conhecer, atualmente, e que se transformam em energia radioativa. Esta é
urna suposição sem nenhuma justificativa. Finalmente, a hipótese mais
273
lógica, se bem que verossímil só até certo ponto, é esta: os corpos
radioativos não emitem seus átomos, mas sim as diversas partes que
compõem o átomo; trata-se, em suma, de uma verdadeira demolição dos
átomos, muito lenta, mas incessante. As definições clássicas do átomo
como partícula mínima, indivisível, seriam desta maneira insustentáveis. 0
significado do átomo deveria ser modificado em parte, com relação à nova
hipótese, à qual aderiria a maior parte dos sábios. Como conseqüência de
tal hipótese deve supor-se que o antigo átomo, invisível, seja um sistema,
composto de partículas ainda menores, as quais se movem nos limites do
átomo, com velocidades excessivamente grandes, a julgar pela energia que
desprendem quando são postas em liberdade. Tais partículas, melhor
dizendo, tais subátomos devem possuir também potência elétrica, positiva
e negativa ou, pelo menos, a faculdade de desenvolver uma quantidade de
eletricidade proporcional a qualquer uma delas. Toda a matéria seria
composta deste modo; o fenômeno, pelo que dissemos e pelo que diremos
depois, se nos mostra evidente somente nos corpos manifestamente
radioativos; mas pelos experimentos do professor Le Bon sabemos que esta
radioatividade se estende a todos os corpos, os quais são espontaneamente
em grau infinitesimal radioativos, ou pelo menos capazes de chegar a sê-lo
com uma ligeira fricção, com calor ou luz. Assim, estas partículas que se
chamam elétrons em razão do que ainda se desconhece libertadas da força
que as mantém no espaço ocupado pelo átomo, não reconheceriam
nenhum obstáculo, porque seu tamanho lhes permitiria passar facilmente
entre átomo e átomo, através dos corpos mais densos. A hipótese, corno se
vê, é simplíssima, mas suas conseqüências são incalculáveis, pois abre à
ciência horizontes completamente novos. Que acontecerá, com efeito, se
um dia estes elétrons chegarem a substituir os átomos como partículas
indivisíveis da matéria?
e energia que, no processo de desagregação, chegou a se manifestar em
forma de luz, calor e eletricidade. Limitemo-nos a falar sobre a eletricidade,
desde que a luz e o calor, em última instância, podem considerar-se como
formas especiais da força elétrica, isto é, do movimento contínuo. Já se
disse que a energia radioativa é tal que a contida em um só grama de rádio
bastaria para fazer voar a esquadra inglesa até em cima do Monte Branco.
Um centigrama de rádio, desagregado da matéria, porem em conjunto,
daria origem a uma força calculada em 6,8 bilhões de cavalos-vapor; para
produzir esta força seriam necessários atualmente 2,83 milhões de quilos
de carvão-de-pedra, e estando o carvão-de-pedra a 24 francos a toneladas,
isto representaria a bela soma de 68 mil francos. Um único centigrama de
rádio desagregando-se da matéria seria suficiente para produzir o mesmo
resultado! Mas isto é somente um sonho porque a desintegração da
matéria é, por sorte, lentíssima, e se verifica na superfície dos corpos em
quantidade infinitesimal e imperceptível. Dissemos por sorte, porque no
dia em que tais desintegrações se realizassem a ponto de poderem ser
aplicadas como força nas proporções que acabamos de enunciar, em
poucos instantes toda a Terra se reduziria ao estado de éter. Já vimos que
274
um pedaço de ímã desvia em ângulos diversos as emanações emitidas pelo
rádio, dividindo-as em três classes de raios. Estas três classes de
radiações foram apresentadas, para maior facilidade de linguagem, com as
três primeiras letras do alfabeto grego; alpha, Beta, Gama. As radiações
altas são pouco penetrantes, mas possuem eletricidade positiva e negativa
e constituem a maior parte das radiações emitidas. Devido à sua,
influência, a atmosfera se converte em boa condutora de eletricidade.
Estas radiações são constituídas, segundo parece, por verdadeiras
partículas de matéria, animadas por uma velocidade que está numa
relação de 1 para 10, aproximadamente, com a da luz. As radiações beta
são idênticas aos raios catódicos dos tubos Crookes; possuem eletricidade
negativa e são desviadas pelo ímã, no sentido inverso ao das partículas
alfa Estas radiações são muito penetrantes e sua velocidade é muito
próxima à da luz. As partículas, ou elétrons, possuem uma massa
bastante inferior à das radiações alfa As radiações gama são semelhantes
aos raios X ou roentgen, e são, como estes, muito penetrantes; sua
velocidade é exatamente igual à da luz, isto é, 300 mil km/segundo. Além
destas três classes de radiações que indicamos, o rádio emite uma quarta,
que apresenta todas as características de um gás e pode ser condensada,
por meio de ar líquido, à temperatura de 150 graus abaixo de zero. Esta
matéria comunica aos corpos com os quais se põe em contato uma
radioatividade temporal. 0 produto da condensação, cuja propriedade se
comprovou com o eletrômetro, é invisível e imponderável, mas pode ser
dissolvido por certos ácidos e, evaporada esta solução, se encontra sempre
a radioatividade nos resíduos. Como já dissemos, estas emanações, este
gás imponderável, é o hélio; Ramsay, que figura entre os primeiros que
descobriram sua procedência do rádio, diz, não obstante, que não vem
diretamente do dito corpo, baseando-se no fato de que as emanações
deste, pertencentes à quarta categoria, têm um caráter muito distinto.
Estas emanações, seja pela condensação, seja por outro processo qualquer
que ainda se ignora, dão origem ao hélio. Le Bon não considera estas
quatro categorias de radiação como fundamentalmente semelhantes. As
que dão origem ao hélio, ainda que imponderáveis ou, melhor dizendo,
pouco ponderáveis, procedem sempre da matéria, são a matéria em estado
de transformação. Com relação aos elétrons da primeira das três
categorias, o ilustre físico francês repete uma hipótese já emitida por
outros, sobre a constituição da matéria, que a princípio foi considerada
absurda e que agora, como conseqüência da teoria eletrônica, se reveste de
novas aparências de verdade, por mais que à mente humana seja
impossível compreendê-la. Esta hipótese é a que se conhece com o nome
de teoria elétrica da matéria. Segundo ela, o que nos parece matéria não é
outra coisa senão energia, eletricidade condensada. Em outros termos: a
matéria não existe como tal, mas somente como força. Ainda que nos
pareça absurdo à primeira vista, os sábios a admitiram; e não somente os
filósofos, mas também os físicos têm aceitado e propagado esta idéia. Le
Bon a admite, considerando os elétrons como simples centros de força,
275
cargas elétricas infinitesimais existentes por si mesmas. A
imponderabilidade dos elétrons serve para suster tal teoria, mas é preciso
também ter-se em conta que só os sentidos ou os instrumentos
empregados pelo homem são demasiado grosseiros para pesar uma carga
considerada como imponderável. Por outro lado, a idéia de movimento não
aparece em nossa mente senão como atributo da matéria, e não é possível
compreendê-lo de outro modo. Para que a mente humana possa apreciar
um movimento é necessário também que perceba a coisa que se move, pois
o movimento por si mesmo é inconcebível. Mas a filosofia física vai além de
nossos sentidos e faz conjecturas mesmo onde falta a experimentação
empírica.
276
por corpúsculos idênticos, segundo dissemos? A variedade do átomo
parece devida a duas causas: no número e à posição dos elétrons.
Segundo vimos, calculou-se que um átomo de hidrogênio, o mais leve de
todos, tem mil elétrons. É evidente que um átomo composto de um número
diferente de elétrons não pode ter as características do átomo de
hidrogênio; tal átomo seria distinto, usando a terminologia própria da
física, em massa, extensão, peso. Observa-se, além disto, que a
constituição do átomo pode variar até o infinito pela posição que ocupem
seus elétrons, os quais podem, por exemplo, ser dispostos em forma
globular, estrelada, poliédrica etc. Daqui se deduz a variedade de
características que pode assumir o átomo sem alterar o número dos
elétrons que o compõem. Considerando a matéria assim constituída, sem
ter limites em sua variedade, o número de corpos simples que existem, ou
podem existir por novos métodos de agregação dos átomos, cria novos
corpos que podem, talvez, ter sua origem também nas desagregações de
outros corpos decompostos. Deste modo as formas da matéria se
sucederão constantemente no universo, de acordo com a lei eterna da
evolução. (Giacomo Lo Forte - EI Radio y la Constitución de la Materia)
277
Ignora-se o crédito que tais declarações mereceram dos juízes ou se a
jovem bruxa foi castigada com muito ou pouco rigor; o que parece certo é
que não foi condenada a morrer na fogueira.
278
aquela também vai progredindo, vai adquirindo maior desenvolvimento das
faculdades e aperfeiçoamento psicológico nas sucessivas vezes em que se
manifesta animando um organismo, e assim como a vida é una através
das formas que anima, o espírito é uno através de todos os corpos em que
sucessivamente encarna; apesar de o princípio de vida carecer de
individualidade, e portanto de consciência de si próprio, o do espírito,
individual por essência, distingue-se fundamentalmente em todas as suas
modalidades devido à noção do eu, que lhe é característica, que é seu
atributo essencial. A alma, quando o homem morre, passa para as regiões
do invisível, da maneira como indicamos na palavra imortalidade, e
quando chega o instante de voltar à Terra, à vida terrestre, adquire um
outro organismo, novo, dentro do qual continuam as provas morais da
existência. Concatena, pois, urna vida com outra, e cada homem, produto
psicológico e fisiológico de suas vidas anteriores, cumpre em cada vida a
missão que pode e deve realizar, preparando em todas e cada uma delas as
condições em que se desenrolarão as sucessivas.
279
um dos teosofistas americanos de maior mérito a respeito do carma. É
William 0. Judge, autor de Ecos do Oriente.
280
ser castigadas em um plano puramente subjetivo. E esta é a razão pela
qual tantas inteligências, tanto de pessoas jovens como de velhos, se
rebelaram contra a doutrina do fogo do inferno no qual teriam que
permanecer eternamente condenadas por haverem cometido pecados na
Terra. E estas mesmas pessoas, mesmo quando são incapazes de formular
a razão em termos metafísicos, compreendem instintivamente a
impossibilidade de se separarem do lugar em que a compensação se
verifica, do lugar onde se originaram o pecado e a confusão. Quando os
discípulos de Jesus lhe perguntaram se o cego de nascença devia sua
desgraça neste mundo a algum pecado que há via cometido, tinham em
mente a doutrina do carma, da mesma maneira que os índios e budistas,
quando vêem alguns de seus semelhantes aleijados ou privados de visão. A
teoria indicada anteriormente, de que a pessoa após a morte lança a nova
personalidade a espera de nova oportunidade para voltar à Terra, é uma lei
geral que atua em muitos outros casos além do nascimento ou morte de
um ser. É esta, precisamente, a teoria empregada pelos teosofistas para
explicar as relações existentes entre a Terra e a Lua. Segundo eles, a Lua é
o lugar em que vivemos antes de termos vindo para a Terra, e mesmo
antes do aparecimento desta. Quando nosso chamado satélite morreu,
toda a energia contida nele foi lançada ao espaço, onde permaneceu como
um turbilhão, até que lhe fosse proporcionado um corpo, a Terra; do
mesmo modo prevalece entre os homens a mesma lei, não sendo estes
mais que unidades que constituem coletivamente a agregação imensa
conhecida entre os teosofistas como o grande manu. E como os homens,
conquanto a sua casca exterior proceda da Lua, devem seguir a lei de sua
origem. A respeito, diz o seguinte o sacerdote budista acima citado: "Com a
morte de um ser, nada sai dele para o outro mundo, para seu
renascimento: mas graças à eficácia, melhor dizendo, por meio do raio que
a influência do carma emite, um novo ser é produzido no outro mundo,
muito parecido ao que morreu", porque neste novo ser acha-se contida
toda a vida do defunto. A palavra ser, tal como se aplica no parágrafo
anterior, exige que expliquemos a que se refere. É mais propriamente uma
massa de energia desprovida de consciência e ocupada pelos desejos da
pessoa da qual emanou; e constitui sua missão especial esperar a volta à
individualidade e o aparecimento de um novo corpo no qual sofrera ou
gozara. Cada homem é, portanto, seu próprio criador sujeito às grandes
leis cósmicas que dominam todas as criações. Evolução é uma palavra
mais precisa do que criação, pois nós, de vida em vida, formamos, do
material que nos é dado, novos corpos, a cada volta da roda do
nascimento. Os instrumentos que empregamos nesta obra são: o desejo e
a vontade. 0 desejo faz com que a vontade se fixe na vida objetiva; neste
plano, produz força, e desta procede a matéria em sua forma objetiva.
Dizem muitos ocidentais que esta doutrina oriental do carma é difícil de
compreender e só tem sentido para pessoas cultas e pensadoras. Mas a
questão é que tanto na Índia, como no Ceilão e na Birmânia, para não
citar outros países asiáticos, todo o povo a aceita e parece compreendê-la.
281
A razão disto reside provavelmente no fato de que eles crêem firmemente
na reencarnação, que se pode dizer que é a doutrina gêmea do carma. A
verdade é que não se pode compreender uma sem ter em conta a outra,
porque o carma não pode atuar sobre o ego de um modo justo ou real sem
que a reencarnação lhe proporcione os meios para tal. Nós nos deparamos
com o que merecemos enquanto vivemos ou estamos relacionados uns
com os outros, e não quando estamos isolados. Se a obtenção de poder,
em uma nação, ou a aquisição de riquezas se considera como um prêmio,
estes perderiam por completo seu valor se, por exemplo, não houvesse
ninguém para governar. Assim como a lei da reencarnação nos arrasta à
vida várias vezes, nos faz também conhecer um incalculável número de
egos. Mas os sábios de todas as épocas levam a doutrina do carma muito
além de simples operação de encarnação de homens. Vêem à todos os
mundos como sujeitos ao carma e guiados por sua lei. Como diz o antigo
livro hindu, Bhagavad Gita "Todos os mundos, até o de Brahma estão
sujeitos ao carma". Considerando o carma desta maneira, dizem que este
mundo, nas condições em que se encontra na atualidade, é o resultado do
que chegou a ser o princípio do Pralaya, que teve lugar há bilhões e bilhões
de anos. Ou, de outro modo, que o mundo evolui da mesma maneira que o
homem. Nasce, envelhece, morre e reencarna. Isto acontece várias vezes, e
durante estas encarnações sofre e goza as conseqüências de suas
encarnações prévias, porque o prêmio é um grande avanço na linha da
evolução, e o castigo consiste em um grande atraso. Como dissemos em
um parágrafo anterior, o homem é o objeto e a causa destes estados,
porque constitui o pináculo de toda a evolução. Além das considerações
feitas acerca do espaço cósmico e dos grandes fenômenos relacionados
com o mesmo, é comum que se apliquem as leis do carma e da
reencarnação a cada um dos átomos existentes no corpo, além do carma
total. Desde o momento em que fomos constituídos por uma massa de
vidas, nossos pensamentos ou ações afetam esta massa de vidas ou de
átomos e lhes imprimem um carma próprio dos mesmos. Dizem os
pensadores orientais: "Não passa um momento sequer sem que dentro de
nós alguns seres venham à vida, adquiram carma, morram e se
reencarnem". São três as principais divisões do carma. Uma delas é a que
atua realmente na vida e no corpo presente, e que leva consigo todas as
circunstâncias e mudanças da vida. Todos os dias vemos exemplos disto,
por toda parte. Um destes exemplos foi imortalizado na Índia, com a ereção
de um edifício. Sucedeu o seguinte: “Um rajá teve um sonho muito
estranho, que o impressionou tanto que mandou buscar adivinhos para
que o interpretassem. Disseram-lhe que deveria entregar vultosa quantia,
em dinheiro, à primeira pessoa que visse, quando despertasse no dia
seguinte, com a intenção de eles próprios se apresentarem ao rei muito
cedo. No dia seguinte, o rei se levantou muito cedo e se dirigiu à janela; e
quando a abriu a primeira pessoa que viu foi um pobre homem varrendo. 0
rei lhe entregou então uma fortuna, com o que o homem passou da
pobreza à opulência. 0 homem construiu então um enorme edifício para
282
comemorar sua súbita libertação das cadeias da miséria. Outra classe de
carma é a que se apresenta de forma latente e não ativa, porque o homem
não lhe oferece condições de entrar em ação. Pode-se compará-la ao vapor
mantido em suspensão na atmosfera e invisível, mas que quando encontra
condições favoráveis cai sobre a terra sob a forma de chuva. A última e
principal espécie de carma é a que estamos criando agora, e que
sentiremos em nascimentos futuros. Seu símbolo é a flecha lançada ao ar
pelo arqueiro.
283
primeira das 12 plantas empregadas pela fraternidade rosa-cruz. Planetas:
Vênus e Júpiter. Signo: Touro.
284
285
Sabbath das Bruxas
Museo Lazzaro Galdiano, Madrid
286
SABUGUEIRO (Sambucus nigra) - As flores do sabugueiro são sudoríficas.
São usadas nas anginas, nas bronquites, nos catarros e na escarlatina.
Externamente servem para os furúnculos e a erisipela, aplicadas como
cataplasma. Botânica Oculta: quente e seco. Símbolo dos céus. Se colhidas
um pouco antes da lua nova, suas propriedades curativas aumentam,
principalmente no mês de outubro. Para as operações mágicas devem ser
colhidas sob o signo de Leão. Planeta: Vênus.
SAL - Uma tradição mágica muito curiosa atribui ao sal a virtude de pôr
em fuga todas as potências infernais. Por isso, aconselhasse ao evocador
que espalhe este produto sobre o braseiro dos perfumes, quando não
quiser mais a presença das entidades evocadas.
SANGUE - O fluído vermelho que circula por nossas veias tem um poder
mágico excepcional. Poderoso condensador das forças astrais, o sangue
facilita as mais terríveis façanhas do feiticeiro. Mas esta facilidade
apresenta também um inconveniente de grande perigo: despertadas e
atraídas fortemente, as entidades do astral encontram no sangue um
ambiente propício para extrair os elementos de uma intensa vitalização e
materialização. Assim, conseguem os meios para se apresentar não como
dóceis instrumentos nas mãos do evocador, mas como entidades
adversárias em condições excelentes para lutar contra quem as evoca,
impondo uma escravidão de terríveis conseqüências.
287
derivada de Sekh, que no antigo Egito denotava calor, particularmente o
calor sexual, exemplificado por Sekhet ou Sakhmet, a feroz deusa do Sul
com cabeça de leoa.
SCOX - Duque e grande marquês infernal que aparece sob a forma de uma
cegonha. Dedica-se a fazer com que desapareçam das casas o dinheiro e
outras coisas de valor.
288
SÉSAMO (gergelim) - Esta planta se cultiva no Oriente e é muito
apreciada por causa do seu fruto, do qual se extrai um óleo muito doce,
empregado abundantemente na arte culinária da índia. Botânica Oculta:
em sânscrito ela chama-se tila. Os hindus empregam seus grãos para
compor perfumes que queimam durante os sacrifícios domésticos
dedicados aos manes de seus antepassados, ou pitris.
289
SÚCUBOS - Forma feminina dos demônios que estabelecem relações
carnais com os seres humanos.
290
291
A Força
Arcano 11 – Tarot de Thoth
292
TATTWA – Os cinco elementos sendo: O Éter, a Terra, a Água, o Ar e o
Fogo.
293
TELEPATIA RETROCOGNITIVA - O telepata alcança pensamentos
passados e já esquecidos pelo pensante.
294
Babalon, cavalgando sobre a Besta de sete cabeças com seu cálice
exaltado.
295
TREVO - Existem diversas espécies de trevos e todos têm muito pouca
aplicação em medicina. As fumigações de trevo acalmam os ataques de
asma. Botânica Oculta: em mística é o emblema da Trindade. Existe uma
crença muito generalizada de que quem encontra e colhe para si mesmo
um trevo de quatro folhas será afortunado nos jogos de azar.
TREZE - Numero fatal, que inspira terror em muitos povoados dos países
orientais e ocidentais.
296
utilizados até a destruição do Primeiro Templo, quando pararam de
funcionar.
297
298
Umbral
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constantemente acusado de assassino, numa guerra psicológica fora de
nossa compreensão. Muitas vezes sente fome ou sede insuportáveis, as
vezes por anos seguidos.
Sente frio ou calor inenarráveis. E muito freqüentemente sentem o seu
próprio corpo sendo consumido pelos vermes, o vê se deteriorando e sente
todas as sensações decorrentes deste estado de putrefação. O umbral se
caracteriza, na linguagem dos espíritos, como um lugar de extremo
sofrimento, "de choro e ranger de dentes". Muitas vezes o espírito, tão
ignorante, desencarna, passa ali vários anos e mesmo assim ignora sua
condição de desencarnado. Segundo as descrições dos espíritos, o umbral
é a sede dos espíritos de baixo desenvolvimento espiritual da terra, e sua
descrição são, não raro, de um lugar de trevas povoado de dor, gritos de
sofrimento, gemidos, de um insuportável cheiro pútrido, os que já é
suficiente para caracterizar o nível moral dos que ali residem. Essa
descrição deve ser tomada como uma constante, pois o umbral, como já
relatado alhures, se trata do nome do lugar onde existem essas
características básicas e para onde os espíritos inferiores são
encaminhados para resgatar dívidas, crimes e infrações. O umbral se
localiza próximo a crosta terrestre. Não é o inferno católico, pois neste a
alma recebe a sentença final de passar aí toda a eternidade queimando. No
umbral os espíritos tem uma passagem temporária.
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Vodu
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grande solenidade. As vítimas do vampirismo, segundo as crenças,
também se transformavam em vampiros.
VEPAR - Temível duque infernal que aparece sob a forma de sereia. Causa
feridas terríveis nas pessoas, que somente se curam com a eficácia dos
exorcismos. Manda em 29 legiões de diabos.
VOLAC - Grande presidente dos infernos que aparece sob a forma de uma
criança com asas de anjo e montado num dragão de duas cabeças.
Comanda 30 legiões.
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Vampiro Sumério
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Shiva Shakti
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Subjugo do Eu Inferior pelo Eu Superior, do material pelo espiritual. Não
confundi-lo nem restringi-lo com a simples prática do Hata Yoga que
subjuga o corpo físico a vontade.
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Representação do Zodíaco
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chamada pelos gregos de Zodíaco, e de Caminho Amarelo, pelos chineses -
pensou-se em medir o movimento dos astros e em dividir a aludida faixa
ou zona em partes iguais para facilitar a operação. A divisão em 28 partes
foi admitida ou quase todos os povos antigos. Os chineses, os coptas, os
árabes, os persas, os hindus e os siameses somente contaram 27. Os
caldeus, desde épocas remotas, estabeleceram o número de 12, até hoje
admitido.
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