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METODOS F TECNICAS DE TRATAMENTO DE AGUA 2? edicao Volume 1 Luiz Di Bernardo « Angela Di Bernardo Dantas Kiba 2005 Copyright © 2005 dos autores Direitos reservados desta edigao: RiMa Editora Proibida 2 reprodugao total ou parcial Revisto, diagramagte @ fotolitos: RiMa Artes ¢ Textos Capa Marcio Martins Di Bernardo, Luiz; Dantas, Angela Di Bernardo ~ Ds36m Métodos ¢ téonicas de tratamento de agua ~ segunda edigdo / Luiz Di Bernardo; Angela Di Bernardo Dantas — Sao Carlos: RiMa, 2005. 20. ISBN ~ 85-7656-066-6 (volume 1) 1. Tratamento de 4gua, 2. Agua para consumo. humano. 3, Tecnologia de tratamento de égua. 4, Bstacio de tratamento de ‘gua. CDD: 620.85 Cas itora vwewwwtimaeditore.com.br DIRLENE RIBEIRO MARTIN PAULO DE TARSO MARTINS Rua Oscar de Souza Geribelo, 232 — Senta Paula 13564-031 ~ So Carlos, SP Fone: (Osx 16) 3372-5269 Fax: (Oxx16) 3372-3264 © conhecimento racional e as atividades constitvem, por certo, a parcels mais significativa da pesquisa Gientifice; comudo, néo a esguiam. A parte racionar dx pesquise, de feto, seria init! se néo fosse complementada pela intui¢éo que fomecesse aos cientistas novos “insights” e os tornassem mais criativos. Esses “insights” tendem a surgir repentinemente @, de forme caracteristica, em momentos de deScontragdo ~ no benho, durante um passeio pelo bosque ou na prale, etc. ~ @ néo quando 0 pesquisador esté sentaco 4 mesa de trabelho, lidando com suas ‘equagbas. Durante esses perfodos de descanso, ap6s intensa atividade intelectual, a mente intutiva parece apossar- 0 do pesquisador ¢ pode produzir as repentinas percep¢ées téo esclarecedoras e que déo tanta alegria ¢ prazer pesquisa cientifica. Fritjof Capra ‘Aes moue paie, Luiz Rogério Di Bernardo © Maria Frare Di Bernarde, in momorian, em quom oprondi a impor-me metas e de quem recebi orientagao para fazer do estudo um prazer, do trabalho um lazer. A Costancia, minha amiga, incentivadora @ esposa, que comigo luta para ensinar acs nossos flhos e neto 0 valores que tines @ que nus fazer relizes Aos meus filhos Angela, Bruno, Mario e Laura e neto Henrique, que assim espero, haverao de concordar que 0 melhor € maior tesouro que se pode acumular na vida ¢ o saber. Luiz Di Bemardo ‘Aos meus pais Luiz e Costancia, por me proporcionarem uma vida cheia de amor, apoio e incentivo. ‘Ao meu mario, Frederico, pelo amor e companheirismo e ao meu tho Henrique, pela alegria e inspiragao para vive. Angele Di Demarde Dantas Nota pos AuToRES A primeira edigao de Métodos e Técnicas de Tratamento de Agua foi lancada em 1993. Desde entéo, avancos sighifivativus suryiratit io arnpo Ue atannerity Ue agua iy Brasil, mullus delve resullailles Ue pesuuisas eallcaas nna Escola de Engenharia de Sao Carlos da Universidade de S40 Paulo (EESC-USP), sob orientago do primeiro autor. Foram desenvolvidos diversos trabalhos envolvendo variadas tecnologias de tratamento de Agua, tais como dupia Mrayao, Noto-nitragao, oxidagao, ausorgao, tratamento e dlsposi¢ao dos residues gerados em ETAS & automac&o de ETAs. Adicionalmente, estudos sobre outros aspectos relacionados ao tratamento de Agua, tals como as fragées de diferentes massas molares das substéncias humicas e suas relagdes com a coagulagao e formagso ‘Ge suDproautos aa oxiaagao, remogao de aigas e clanobactenias e SeUS SUDPTOdUIOS foram ODjetOs ce pesquisas dos autores nestes ultimos anos. Neste contexto, com a colaboracao da sequnda’autora, 0 livro foi revisado e atualizado. Assim, além de uma significativa transformag&o gréfica e editorial, o leitor poderd verificar a inclusao de mais quatro capitulos e a ‘complementago dos existentes. ‘A procente publicagSo dectina.co a difundir o¢ fundamontot togrices © prétices ecconciaie para a oplicagso correta dos diversos processos de tratamento de agua. E uma obra de fundamental importancia para profissionais da drea de Saneamento, além de ser esclarecedora para aqueles que se interessam pelo tema. ‘Murtas insttuigoes de romento @ pesquisa contsibulram para que a Segunda eai¢ao dese livo se concreuzasse, destacando-se, dentre outras: FAPESP, FINEP, CAPES e CNPq, Em especial, enfatiza-se a participago do primeiro autor no PROSAB (Programa de Pesquisa em Saneamento Basico), no qual foi possivel sua interagdo com pes Sadores de outras institui¢des brasileiras de ensino e pesquisa. Os autores agradecem as valiosas contribuigdes e sugestées dos engenheiros Emilia Kiyomi Kuroda e Valter Lcio de Padua em varios capitulos desta edicéo. 24 22 23 24 25 26 27 44 42 43 44 54 52 5.3 54 55 56 57 58 6.1 62 63 64 65 66 67 68 6.9 Sumario Capiruco 1 — Proprieoaoes oa Acua Introdugao. Estrutura Moleculer Propriedades Fisicas. Bibliografia... CarituLo 2 — TecNoLocias DE TRATAMENTO. Introd G8 ooncsneetssnnnnnnsnnansenesennnniee Caracteristicas das Aguas Classificagao das Aguas Padrao de Potabilidade ..... Tecnologias de Tratamento : Sustentabilidade, Meio Ambiente e Tecnologias de Tratamento .... Bibliografia eenninininnnnnnnnnnnnnst Capituto 3 - Casa de Quimica Consideracées Iniciais. Recebimento, Transferéncia ¢ Armazenamento..... a . Preparagao de Solugdes, Suspensées € Dispositivos de Dosagem Brojeto de nstalaodes e Apicacdes de Produtos Quimioos em ETAS € ETRs... Bibliografia Capituto 4 ~ Tempo oe Resipéncia nas Uninanes & Uso nf TRACANORES IntrOCUGEO vac nsesns sen Tipos de Tragadores e Formas de Aplicagao. Emprego de Tragarier para Avaliaga da Pampnriament Hidrodinamico de Unidades de uma Estagdo de Tratamento Bibliogratia .. . . Capiruco 5 — CoaGuLAagAo & FLOCULAGAO Introdugao Propriedades dae Particulas Colaidais o Subctancise Humicac.. Mecanismos da Coagulacéo ...... Aplicagao dos Diagramas de Solubilidade na Coaguiagao... Infiuéncia da Concentracdo e da Acidez da Solucdo do > Coagulante r na Eficiéncia da Soagulacto Uso de Polimeros como Auxiliares ... 7 vs . . i seeesae Controle do Processo de CoagulagSo..... even Bibliogratia Capituto 6 — INTERAGOES ENTRE ParTICULAS E Onmzagio vas Orgragéec pz Mictura Rarina & FLocuLagio Consideragées iniciais....... “ interago em Encontros Pericinéticos Intaragao am Fnenntras Ortacinéticas Interago em Fungo das Diferentes Velocidades de Sedimenaréo. Aspectos da Turbuléncia Modelacéo Matematica Aplicada aFloculacéo.. " oe a Limitagdes da Modelacéo Matematica ~ Relacéo entre Gradiente de Velocidade Médio e Tempo de Agitagao na Mistura Rapida e na Floculaco Otimizagao dos Pardmetros da Mistura Rapida e Fioculagéo em Equipamentos de Laboratorio 6.10 Escalonamento do Gradiente de Velocidade Médio na Floculago 0... 6.11 Redugo do Tempo de Floculacao em Funcdo do Escalonamento do Gradiente de Velocidade Médio na Floculagaio 6.12 Bibliografia .. 137 137 . 143 166 .. 167 167 178 182 226 228 247 254 Vill -Métodos e Técnicas de Tratamento de Agua CapituLo 7 — Unipabes De Mistura RApina & DE FLocuLacdo TA Introdugdo 7.2 Unidades de Mistura Rapida Eat 7.3 Unidades Mecanizadas de Mistura Répida 363 7.4 Unidades de Floculagao ... 358 75. Bibliogratia 396 CapituLo 8 - Decanacko CONVENCIONAL E DE ALTA TAXA 8.1 Introdugdo . oe 399 82. Sedimentagao de Particuias Discretas . - 399 8.3 Decantacdo Convencional ... 402 8.4 Decantadores Convencionais de Escoamento Ascendente.. 440 8.5 Decantagao de Alta Taxa... 447 8.6 Bibliografia.. . 510 Capiruto 9 — Fittragdo RAPIDA DESCENDENTE & FLUIDIFICAGAO 9.4 Introduce . 513 9.2. Filtrago com Agdo de Profundidade e de de hehe Super 513 9.3 Mecanismos da Filtragdo 515 9.4 Cinética da Filtragdo ... 520 9.5 Indices de Filtrablidade . 529 86 Caracteristicas dos Materais Fitrantes . 535 9.7 Perda de Carga em Meio Granular Fixo .. 542 9.8 Fluidificagdo de Meios Granulares SE . ae oe, BM9 9.9 Bibliografia.... ones * 563 CarituLo 10 — ProJeto ve Fittros RAPiDos 10.1 Consideragées Iniciais.....e..o 10.2 Métodas de Controle das Filtras 10.3. Meios Filtrantes ........ - 10.4 Fundo de Filtros e Camada Suporte 10.5 Perda de Carga no Fundo dos Filtros 10.6 Lavagem dos Filtros .... 10.7 Consideragées Sobre a Lavagem com Ar 10.8 Exemplos de Dimensionamento de Instalages de Filtrago com Taxa Becinante. . 10.9 Bibliografia.. 7 Capituto 11 — Flotacdo por Ar Dissovioo 11.4 introdugao ...... 11.2. Sistemas de Flotacéo .. . 41.3. Consideracdes sobre o Use da Flotacao no Tratamento de e Anus... 11.4 Pardmetros de Projeto de Flotagao . 2 11.5. Obtengao de Parametros de Projeto em Laboratorio... 11.8 Caracteristicas da Agua Bruta para 0 Emprego d da Floto-f -firapae 11.7 Bibliografia Capituto 12 — FitracAo Direta DescenpeNTe 12.1 Introdugdo. . eestnnnsnntnntntne 725 422. Caracteristicas e Funcionamento da Filtagao Direta Descendente sceraenenene 125 123 Pardmetros que Infuem na Tecnologia . enn 12.4 Pré-Tratamento .. 750 42.5 MeioFiltrante 777 12.6 Taxa de Fitragdo e Carga Hidraulica Disponivel . . 780 42.7 Método de Operacao coe 180 42.8, Otimizagéo do Desempenho da Flotagao Direta Descendente . 780 12.9 Bibliografia.. cesunitenttsnetenectses eis . 783 Capituto 1 PROPRIEDADES DA AGUA 1.1 IntRonucAO © organismo humano necessita de uma quantidade variada de substdncias @ elementos quimicos ind pensdveis & manutengdo da vida, tais como carbono, oxigénio, hidrogtnio, nitragénio, célcio, fosforo, potéssio, enxotre, SOdio, cloro, Magnesto, etc., que compoem a base quimica do protoplasma e participam dos processos metabolicos vitais. Outros elementos que o organismo necesita em quantidades muito pequenas, como cromo, cobalto, cobre, estanho, ferro, iodo, manganés, molibidénio, selénio, zinco e fluor, S80 denominados elementos Wayus. Oulrus, que pruvavelineity 38U Neuessdilus aU Set HuMIEKY, Hiss Cula TeCESSIUaUe slinld aU fol Confirmada, s20: arsénio, bario, bromo, estréncio, niquel, silicio e vanadio. As aguas naturais contém grande Parte das substancias ¢ elementos faciimente absorvidos pelo organismo, constituindo, portanto, fonte essencial ay desenvulvinenta Uo Ser Lumen, j6 YUE Leive Ue 00% Us 4yua vilizaue € inyeriva ne fur liquide, Por outiy lado, as éguas naturais podem conter organismos, substancias, composios e elementos prejudiciais 4 saude, devende ter seu numero ou concentrago reduzidos (ou eliminados) para o abastecimento pubblico. ‘A agua pura é um conceito mite, cuja existéncia é considerada hipotética. A obten¢do de agua com elevado grau de pureza exige sofisticados equipamentos e técnicas de laboratério, pois mesmo na destilac&o hé passagem de impurezas voléteis e formagdo de tracos de acido cloridrico provenientes da hidrélise de cioretos existentes, na Agua natural. Ademais, diversos compostos orgériicos e inorgénicos, mais voléteis e menos voléteis, podem estar presentes na agua destilada que, mesmo removidos, sero repostos a nao ser que o armazenamento n&o permita o contato com 0 ar atmosférico, pois dissolugao de gases, como o didxido de carbono, o oxigénio Puro e outros, é praticamente instantanes (FESB/CETESB, 1960). Na natureza, tem-se a seguinte situagao, em termos de porcentagem de disponibilidade: 95% de agua salgada e 5% de agua doce. Desses 5%. anroximadamente 99,7% encontram-se nas geleiras @ 0.3% constituem ‘as aguas superficiais e subterraneas. O Brasil possui grande quantidade de agua em seu tertitorio, contendo cerca de 8% da agua doce disponivel no mundo, Desses 8%, aAmaz6nia, com apenas 5% da populagao brasileira, possui 80% da gua doce. enuanto o restante in pais, com 95% da panulacao. disnae de samente 70% da Agua doce. . 95 % Agua Salgada 92% Resto do mundo 16% Ague Deco 8% Brasil 99.7% Geleiras \ eospamgzsria 0.3% Aguas Superficiais ‘esubtertineas 20% Resto do Brasil Figure 4.4 Olsponiilidede de agua na maureen Figura 1-2 cisponioriaaue ae agua aoce no Brest 2 Métodose Técnicas de Tratamentode Agua Cap.4 1.2 Estrutura MOLECULAR Amoléoula da égua (pura) & composte por dois\étomus de hidroyénio & um de oxigento, com massa molecular igual @ 18 g (1 mol ou 6,023 x 10% moléculas tem massa de 18 g). Na verdade, a égua é uma mistura de diversas espécies quimices, diferindo em massa molecular, ume vez que S80 conhecidos tr8s Is6topos de hidrogénio e seis de oxlaénio. dos auals somente tr88 80 estavels. resultando. portanta, deznite combinachas ikatdnieAs para a gua. Essas combinagées dependem da origem da dgue natural, porém, além de H,"*O (em maior porcentagem), ‘ocorrem outras, tais como H,,"0 (0.04%) e H,"O (0,2%). Daqui em diante, o termo gua refere-se A mistura natural das varias formas isotépicas. Na formagao da agua, 2 partir de seus elementos, a teagao é isotérmica (calor de formagao igual a - 68,317 Kcallmol a 25°C e 1 atm}, 0 produto (@gua) contém menos energia que os reagentes hidrogénio e oxigénio) e a energia de ligacde O-H apresenta valor igual a 109,7 Kcal/mola 273°C. As dimensées da molécula so mostradas na Fiaura 1.3a, na qual se nota a formacao de um trianaulo isésceles, cujo 2ngulo da ligagdo HOH vale 105°. Outras dimensSes também s4o mostradas nessa figura. A molécula de agua, que é assimétrica, contém distribuigo desigual de elétrons; 0 oxigénio, que & negativo, exerce maior influéncia nos elétrons compartihhados e, como possui dois pares de elétrons nao compartilhados, gera uma pequena separaco das cargas, com formacao de um dipolo. Em decorréncia da polaridade, ha forcas atrativas entre as moléculas, as quais tendem a se orientar, com o hidrogénio de uma ligando-se ao oxigénio da outra, como pode ser visto na Figura 1.3b. E charada ligagao de hidrogénio a interago atrativa entre um dtomo de hidrogénio de uma molécula de agua e os elétrons nao compartihados do atomo de oxigenio de outra motecuia de agua. Em razo da natureza das ligagdes quimicas, a estrutura da molécula de égua tem forma de um tetraedro no espago, com o oxigénio no centro (ver Figura 1.2c). (a) (0) ( Figura 1.3 Dimensées da moiécula da agua (a), ligagdes do hidrogania entre moléculas (b) @ arranjo tetraédrico da estrulura eletronica (c). As moléculas de agua, atraldes umas as outras, formam agregados com propriedades estruturais distintas, ‘come 6 0 caco da estrutura do gelo. Quando a temperatura é reduzida, a maioria das substancias diminul de volume com consequente aumento da massa especifica. A gua & excegéo, pois sua massa especifica é maxima a 4°C; abaixo dessa temperatura, hd aumento do volume, como visto na Figura 1.4 +0906 108 | cue tam | NA ‘00s | ‘002 >on ‘0002 | 1002 14,0001 | t00c0 saves LL, 4321012345678 900 Tamora (6) igura 1.4 Varingiio do valumo do goto o cn agua om fungdo da temperatura Agua ps Volume en tgde 4gra ou gelo em’) Cap.1 Propriecages da Agua 3 41.3 Propriepapes Fisicas As ligagdes de hidrogénio so responsdveis pelas principais propriedades da 4gua, como massa especifica, viscosidade, terso superficial, vic. A lemperatura de-solidificago da égua seturada de ar e & pressfio de 1 atm &, por definigéo, igual a 0°C, enquanto a de ebuligéo € de 100°C & pressdo de 1 atm. Na Tabela 1.1 sdo apresentados os valores da press&o de vapor da agua, massa especifica, peso especifico, viscosidade cinematiga tC viscosidade absolute. Em tratemente de dgva, outros propriedades podom tor intorooee,taia seme: sondutivida: elétrica = 0,7 mS; tenso superticial a 25°C = 72,75 x 10" Nicm, calor de fuso a 0°C = 60 cag, calor de evapora a 100°C = 540 calig. Tabela 1.1 Principals propriedades fisicas da 4gua Pressio de Peso Massa Viscosidade | ~ Viscosidade Temps | vapor espetifico especifica absolut cinematica i (mm Hg) (Nim?) {kgim’) 40° (N sim’) 410° (mts) 0 4,58 9.805 999.9 1,792 4,792 5 = + 9806 1000.9 1,519 4,519 10 oat 9.000 990,7 1,000 1908 18 - 9798" got | td fata 20 17854 9789 998.2 1005 | 4,007 2 | = 9773 997.1 094 o.97 30 31,82 9787 es7 | oot 0,804 35 - 9752 994,1 0,723 0727 40 55,32 9737 92.2 o6a8 uot 45 = 9720 990.2 | 0,598 0,605 50 9251 9697 988,1 0549 0,856 60 149,38 9 638 yes.2 vavy vars 80 355,10 9557 9718 0.357 0,967 vo = 9 459 361.9 ozes oan 100 760,00 ease | 584 | zed 0,206 41.4 Bintioeraria AMARAL, R. importéncia dos elementos essenciais em aguas para consumo humano. In: Congresso Brasileiro da Engenharia Sanitaria e Ambiental, 13 , 1985, Maceid, Alagnas, Rrasil DEGREMONT. Water treatment handbook Paris, France, Lavoisier Publishing, 1991 FESBICETESR. Agua: qualidade, padres de patabilidade o paluigse. S40 Paulo, Brasil: CETESA — Contro Tecnolégico de Saneamento Basico, 1969. JAMES M. MONTGOMERY ~ Consulting Engineers, Inc. Water treatment principles and design. USA: John Wiley and Sons, Inc., 1985. : CapituLo 2 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO 2.1. IntRoDUgAO Embora seja indispensavel ao organismo humano, a agua pode conter determinadas substancias, elementos quimicos e microrganismos que devem ser eliminados ou reduzidos a concentracdes que no sejam prejudiciais & sade humana. A industrializagao e o aumento populacional dos centros urbanos tém intensificado a contaminagao 0s mananciais, tornando indispensavel o tratamento da agua destinada ao consumo numano. Apesar de os mananciais superiiciais estarem mais sujeitos 4 poluicho e contaminagao decorrentes de atividades antropicas, também tem sido observada a deterioragao da qualidade das aguas subterraneas, o que acarreta sérios problemas de saiide piblica em localidades que carecem do tratamenta ¢ de sistema de vistibuiyao de agua adequady. Orande parte das doencas que se alastram nos paises em desenvolvimento é proveniente da 2gua de qualidade insatisfatoria, As doengas de transmiss4o hidrica mais comuns so as febres tifdide e paratiféide, disenterias bacilar e amebiana, célora, aequictorcomiace, hepaliteinfoccioea, giarclace 0 eriploeperidioce, Outrae doengae, daneminadae do origam hidrica, incluem as caries dentarias (falta de fldor), fluorose (excesso de fidor), saturnismo (decorrente do chumbo) e metahemoglobinemia (teor elevado de nitratos). Além desses males, os danos a sade humana podem decorrer da presenca de subslAncias tdxicas na Agua No Brasil, estima-se que 60% das intornagbes hospitalares ostejam relacionadas as deficiéncias do saneemento basico, que geram outras consequéncias de impacto extremamente negativo na qualidade e na expectativa de vida da populngio, havando aetuidoe quo indicam quo ceren de 00% doceas doongan co davem & auaéncia de dgua am quantidade satisfatoria ou a sua qualidade imprdpria para consumo. Em muitas localidades brasilulras, tem sido comum a distribuicao de agua que nfo atende ao padrao de potabilidade vigente no Pais. Além de problemas ‘operacionais. a escolha inadeauada da tecnologia adotada no projeto da estacao de tratamento de 4qua acarreta Sérios prejulzos 4 qualidade da agua produzida As principais conclusdes da Pesquisa Nacional em Saneamento Basico realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) em 1989 € 1990 sao: ‘+ Ovolume de residues sélidos que recebe o manejo adequado dificilmente alcanga a parcela de 25%: x ‘+ 51% do volume de agua utilizada no Pais proveniente de rios; 30% advém de lagos, lagoas, acudes e Festrvalorivs, do restamle, proventente de pogos de superticie, apenas 36% tem sua agua trataca e, aos subterréneos, 25,8%; + apenas 77% da Agua consumida pela populagdo ¢ tratada. Vale acrescentar que, no inicio do novo milénio, muitas cidades ainda nao dispdem realmente de Agua potdvel por faihas ou deficiencias de projeto e por operacdo e manutencao inadequadas. Segundo a Associaco Brasileira do Entidades do Meio Ambiente (ADEMA), cerce de 00% dos cogotvs uu Pals néu recebem qualque! ip Ue tratamento e s8o despejados diretamente em mares, rios, lagos e mananciais (Menezes, 2000), contribuindo seriamente para a deteriorago da agua passivel de ser usada como fonte de abastecimento. De acordo com os, dados do IBGE, de 1907, 50,6% dac cacae dae zenae urbanac do Bracil no e&e atondidas por rede colctora de esgoto, Na zona rural esse numero sobe para 96,5%. O crescimento sem planejamento das cidades, a ocupagao desordenada de regides de mananciais e margens de rios e, principalmente, a falta de saneamento basico sdo as causas de noluicao das Aguas da Pais Na volume tatal de Agia avictanta na naturaza, astima.ce que 050 constitui- se de agua salgada e 5% de Sgua doce, na maior parte sob a forma de gelo, sendo apenas 0,3% diretamente aproveitavel, com predominéncia de agua subterranea. Do volume total de 2qua doce existente no mundo, cerca de 8% encontram-se no Brasile. desse total, aoroximadamente 80% esto na Amaz6nia. reaifo do Pais ande se localizam 5% da populagdo. Em diagndstico dos Servicos de Agua e Esgotos realizado em 2001 pelo Sistema Nacional de Informac6es sobre Saneamento (SNIS), foram observados os seguintes niveis médios de atendimento Urbano no Brasil: agua: 92,4%; coleta de esgoto: 50.9%; tratamento de esgoto: 266%. Embora heja diversas recomendagées de diferentes autores relacionando a qualidade da agua bruta com a tecnologia de tratamento que pode ser adotada na estagao, é sempre desejavel a construgao e operagao de instalagbes-piloto, tanto para escolher o tipo de tecnologia a ser utllizada auanto para definir os oarémetras 6 . Métodos e Técnicas de Tratamenta de Agua Cap. 2 operacionais € de proieto. Em estacias axistentas, a troinamente de peccoal téonico 6 uma medida indispensével para garantir seu funcionamento adequado. Além disso, deve-se realizar estudos de tratabilidade para ajustar os pardmetros de projeto ¢ de operagdo sempre que for observado que a agua no atende ao padre de potebllidade, fato geralmente associado ao aumento de vazSo oud alteracdo na qualidade da daua bruta, No Brasil. a potabilidade Clorofta-a Donsidado de cianobactérias Sélkios tolls cssolvidos ‘Aluminio dissolvide Atimonio Arsenio total any wat Berilio total Boro total, Cacia etal Chumbo totat Gionototvier {Glocota total Clore residual ictal (combinado + livre) Gobaito tot Cobre dissoivido Gromo total Ferro dissolvido Fluoreto total Osta tule (aiviente Keatico) intermediarios} Lilo total Manganés total Mercurio tolat Niguel total Nitrato Nitrogénio amoniaca!totat Fésfoco total (ambienta intormediévio, com tempo de residéncia ‘entre 2.@ 40 dias, e trbutérios dietos de ambiente iéntico) Fosforo total ambiente lotico e trbutanios de ambientes 10 (ug) 20.000 (caVinL) on 2 mm. 500 mgt. On mg AN 0,008 mg Sui. 0,01 mag AsiL 0,7 ma Bak. 0,04 mg Bef. 05mg BIL 0,001 ma Ca 0,01 mg Pot 6.005 ny CNA 0 ng Cd our mg vit 0,05 mg Col 0.009 mg Cut. 0,09 snp Ore 0,3 mg Felt 14mg FAL ‘0.900 m9 PA 0.028 mg PA. 0.1 mg Pit 25mg Lit wt mig anv. 10,0002 mg Hof. 0,025 mg NiLt 40,0 mg NAL 4,0 mg NAL 3,7 mg NIL (pH <7.5) 20 moNILI75 <0H <80) 4,0 mg NIL (8.0 < pH <8,5) 0,8 mg NIL (pH > 8.5) Prata total 0,01 mg Agi Selénio total 0,01 mg Ser Sulfa total 250 mg SOL, Sulleto (HS nao dissociado) 10,002 mg S/L {rani wat 0,08 me UAL Vanddio total 1 ng VA Zinco total 0,18 mg Za.

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