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Karpós

Desvendando os frutos do Espírito


Daniel Lopez

Karpós
Desvendando os frutos do Espírito
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Dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Lop864 Lopez, Daniel.


Karpós - Desvendando os frutos do Espírito /
Daniel Lopez. - 1.
Ed. - Rio de Janeiro : Desvendando o original, 2013.
120p. ; 14x21.

ISBN 978-85-67149-01-1 (broch.)

1. Vida cristã. 2. Teologia dogmática -


Obras populares.
I. Título.

CDD 248.4
CDU 248.14
Sumário

Apresentação 7

Capítulo 1 - Os Frutos  9

Capítulo 2 - O Amor 21

Capítulo 3 - A Alegria 27

Capítulo 4 - A Paz 33

Capítulo 5 - A Longanimidade  37

Capítulo 6 - A Benignidade 43

Capítulo 7 - A Bondade   47

Capítulo 8 - A Fidelidade   51

Capítulo 9 - A Mansidão   57

Capítulo 10 - Domínio próprio   63

Capítulo 11 - Frutos como meios


de graça e poder   69

Capítulo 12 - Buscai os frutos


enquanto se pode achar   79

Capítulo 13 - Quebrando a separação


por meio dos frutos  85
Capítulo 14 - A frutificação do
ministério feminino   95

Capítulo 15 - Quebrando a cadeia


do abismo através dos frutos  103

Capítulo 16 - A Síndrome de Zedequias:


Os Frutos em um mundo preocupado
apenas com dons  111

Referência Bibliográfica  119


Apresentação

Os reis da terra se levantam, e os príncipes


conspiram contra o SENHOR e contra o seu
Ungido. Tramam astutamente contra o teu povo e
conspiram contra os teus protegidos. (Salmos 2.2
e 83.3)

No dia 11 de setembro de 2001, um grupo de terroristas


conspirou um plano de ataque tão perfeito que passou
despercebido aos olhos da nação mais poderosa do mundo.
O plano consistia em utilizar os próprios aviões americanos
para atacar pontos estratégicos. Em vez de utilizar armas
e bombas, fizeram uso da própria estrutura americana
para atacá-los. Por isso, o plano não foi identificado com
antecedência.

De modo semelhante, o Príncipe deste Mundo


também tem utilizado uma arma que pertence ao povo de
Deus para destruí-los. Essas armas são os dons espirituais.
O enganador tem levado multidões de cristãos avivados a
buscar dons, mas sem informá-los sobre a finalidade dos
dons e a responsabilidade que os acompanha. Jesus nos
ensinou que a pessoa que recebe um dom e o enterra, perde
a salvação de sua alma. O Senhor também nos ensinou que

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a quem muito lhe é dado muito lhe será cobrado.


O inimigo tem levado milhares de pessoas a crerem
que, por possuir o dom de línguas, que é o menor dos
dons, eles se tornam “supercrentes”, aceitos por Deus e
dignos de honra e louvor. Jesus nos ensinou, porém, que é
por meio dos frutos, e não dos dons, que seremos aceitos
por ele. Essa desvirtuação das verdades bíblicas faz parte
da conspiração dos últimos tempos, do estabelecimento
da Igreja de Laodiceia, da Nova Ordem Mundial e do
Reino do Anticristo. Paulo nos ensinou que o Espírito
o avisou expressamente que, nos últimos dias, muitos
abandonariam a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores
e doutrinas de demônios. Essas doutrinas estão na Igreja, e
Deus está chamando um povo remanescente para pregar a
responsabilidade dos dons e a importância da produção de
frutos. Jesus ensinou que os ramos que estão conectados
a eles e não dão frutos serão arrancados e lançados fora
para serem queimados no fogo.

Esse livro é um esforço para desmascarar esta


conspiração maligna. Usar os dons com responsabilidade
e ressaltar a importância dos frutos é urgente nos dias
atuais. Passemos ao estudo dos Frutos do Espírito.

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1
Os Frutos

Vivemos, definitivamente, em uma época perigosa. O


inimigo tem levado muitas pessoas à falsa ideia de que é
através dos dons espirituais que identificamos se alguém
está em comunhão com Deus. A Palavra de Deus, porém, nos
afirma que é pelos frutos (Mateus 7.20) que conhecemos
a pessoa que está verdadeiramente conectada à Videira
Verdadeira que é Cristo (João 15.1-8).

Em grego, o termo traduzido por “fruto” é karpos, que


significa “aquilo que é retirado”, pois se deriva do verbo
harpazo, que pode ser traduzido como “arrebatar”, como
em Atos 8.39:

Quando saíram da água, o Espírito do Senhor


arrebatou (herpasen) a Filipe, não o vendo mais o
eunuco.

O mesmo termo é usado por Paulo em sua famosa


passagem de 2 Coríntios 12.2:

Conheço um homem em Cristo que, há catorze


anos, foi arrebatado (harpagenta) até ao terceiro
céu.
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A mesma expressão aparece em 1 Tessalonicenses 4.17:

Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos


arrebatados (harpagêsometha) juntamente com
eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor
nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o
Senhor.

Em Apocalipse 12.5, temos a mesma palavra:

Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger


todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho
foi arrebatado (herpasthe) para Deus até ao seu
trono.

Dessa maneira, vemos que os frutos são elementos


que acompanham a vida daqueles que serão levados para
junto de Cristo quando for retirado aquilo que impede
o mistério da iniquidade de operar com força total (2
Tessalonicenses 2.7-8). Estes que serão levados para junto
de Deus como frutos apanhados em uma colheita, serão
livres da grande provação que está para vir sobre o mundo
(Apocalipse 3.10).

Produzir frutos é estar na iminência de ser levado


por Jesus a lugares mais altos, ou a uma intimidade mais
profunda. Foi exatamente isso que aconteceu com o
apóstolo João quando estava na Ilha de Patmos, em grego,
a “Ilha do Meu Destruidor”. Mesmo isolado em um local de
destruição, preso em uma ilha penal, João teve um encontro
magnífico com Deus. João havia recebido sementes e
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Karpós

produzido frutos. Ele havia investido na vinha de Cristo,


na seara do Senhor, e tinha o sonho de conhecer Jesus
como ele realmente é. João sabia que a forma de Cristo
que conhecera durante três anos e meio não era a forma
eterna de Jesus. Mesmo no Monte da Transfiguração, João
entendeu que ainda não havia conhecido o Senhor como
ele realmente é. Por essa razão, escreveu o seguinte:

Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda


não se manifestou o que haveremos de ser.
Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo
como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que
nele tem esta esperança, assim como ele é puro.
(1 João 3.2-3)

João semeou, regou e colheu os frutos. Um belo dia,


o Senhor o arrebatou:

Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação,


no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me
na ilha chamada Patmos, por causa da palavra
de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em
espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de
mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O
que vês escreve em livro e manda às sete igrejas:
Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia
e Laodicéia. (Apocalipse 1.9-11)

João produziu frutos, por isso, foi arrebatado por


Jesus e o conheceu naquela forma eterna que ele tanto
almejava contemplar:
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Karpós

Voltei-me para ver quem falava comigo e,


voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos
candeeiros, um semelhante a filho de homem,
com vestes talares e cingido, à altura do peito,
com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos
eram brancos como alva lã, como neve; os olhos,
como chama de fogo; os pés, semelhantes ao
bronze polido, como que refinado numa fornalha;
a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão
direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada
espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como
o sol na sua força (Apocalipse 1.12-16).

Estar conectado à videira e produzir frutos é a melhor


maneira de conhecer Jesus como ele realmente é.

O termo grego para “fruto” (karpos) também se


relaciona a hellomai que significa “preferir” ou “escolher”,
como em 2 Tessalonicenses 2.13:

Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus


por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus
vos escolheu (heilato) desde o princípio para a
salvação, pela santificação do Espírito e fé na
verdade.

Temos o grande privilégio de termos sido escolhidos


por Deus, uma escolha para que pudéssemos fazer aqui
na terra as mesmas obras que Cristo realizou quando
construiu um tabernáculo entre nós. Somos chamados
não para vivermos uma vida relaxada e tranquila, mas

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Karpós

escolhidos para trabalhar na grande seara do Senhor, na


qual faltam trabalhadores (Mateus 9.37).

O curioso é que atualmente muitas pessoas acreditam


que elas escolheram seguir a Jesus, que decidiram ir para
a Igreja e frequentar um local de culto. Jesus, porém, nos
ensina algo muito distinto:

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo


contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao
Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. (João 15.16)

Jesus nos escolheu e nos separou para algo muito


específico: para que produzamos frutos. Quem está em
Jesus e não dá frutos é cortado e lançado fora. Frutificar
não é uma opção, uma escolha, mas a única maneira
possível de permanecer conectado à videira verdadeira.

A palavra karpos (fruto) também se relaciona a airo,


que significa “levantar” ou “tomar”, como em Mateus
11.29:

Tomai (arate) sobre vós o meu jugo e aprendei de


mim, porque sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para a vossa alma.

Aquele que toma sobre si o jugo de Cristo e segue


seus passos será também tomado por Cristo e levado aos
ares para celebrar com Ele as Bodas do Cordeiro. É tomado
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por Jesus não para viver acomodado, mas para seguir o


caminho do calvário:

Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer


vir após mim, a si mesmo se negue, tome (airo) a
sua cruz e siga-me” (Mateus 16.24).

Hoje as pessoas buscam Jesus para que ele realize


seus desejos e sonhos pessoais. Ocorre que é exatamente
o contrário. Devemos buscar Jesus para mortificarmos
nossa carne, nossos desejos e sonhos e vivermos na
dependência do Espírito Santo e em busca constante por
fazer não a nossa vontade, mas a vontade de Deus, que
é “boa, perfeita e agradável” (Romanos 12.2). Produzir
frutos é viver a vontade de Deus, é buscar primeiro o Reino
de Deus e sua justiça, para que as demais coisas nos sejam
acrescentadas (Mateus 6.33).

Em hebraico, a palavra geralmente traduzida por


“fruto” é periy. Esse termo também pode significar
“recompensa”. O cristão somente pode dar fruto se
trabalhar na vinha do Senhor, como na Parábola dos
Trabalhadores da Vinha (Mateus 20.1-16). Independente
da hora em que for contratado, ele receberá a recompensa
por seu trabalho, que é o fruto de seu labor. Trabalhar
na vinha de Cristo e dele receber sua recompensa é,
verdadeiramente, estar em comunhão com Jesus. Muitos
buscam recompensas materiais: carro, casa, esposa,
empresa, família, fortunas, fama e glória. A Bíblia, porém,

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nos fala sobre um “tesouro escondido”, que todo aquele


que o encontra deve zelar para não perdê-lo:

O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto


no campo, o qual certo homem, tendo-o achado,
escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende
tudo o que tem e compra aquele campo. (Mateus
13.44)

Esta é a recompensa que devemos buscar do Senhor:


a salvação de nossas almas e o privilégio de adentrar o
Reino de Deus. Muitos, porém, têm conquistado grandes
coisas, mas perdido sua própria alma. Aquele que conhece
o Senhor como ele realmente é sabe qual é a verdadeira
recompensa que está guardada para os cristãos fiéis que
obedecem ao mandamento de Jesus se produzir frutos.
Devemos lembrar o que nos ensinou Jesus:

Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo


inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem
em troca da sua alma? Porque o Filho do Homem
há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos,
e, então, retribuirá a cada um conforme as suas
obras. (Mateus 16.16-27)

Como faremos para ganhar tão sublime recompensa?


Produzindo frutos. Só há uma maneira de receber elogios
do Senhor e ter o prazer de festejar com Cristo em suas
bodas: produzir frutos e multiplicar os talentos que ele nos
concedeu.

Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco,


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sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu


senhor. (Mateus 25.21)

Escutar isso é um privilégio guardado para aqueles


que foram conectados à videira, deram frutos e foram
limpos pela água da palavra para que dessem mais frutos:

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.


Todo ramo que, estando em mim, não der fruto,
ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que
produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela
palavra que vos tenho falado. (João 15.1-3).

O fruto é também uma recompensa por um


comportamento correto e um proceder justo:

O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha


almas é sábio. (Provérbios 11.30)

O texto é completo em si mesmo. Periy-tsaddiyq ‘êts


chayyiym: “o fruto do justo é a árvore da vida”, ou seja, a
vida eterna é algo que o justo recebe como retribuição por
sua fidelidade aos ensinos do Senhor e sua obediência ao
mandamento de produzir frutos.

O termo hebraico para fruto (periy) também está


diretamente ligado às ideias de “quebrar” (pur) e “separar”
(paraz). Isso porque uma pessoa somente pode dar fruto
se quebrar (pur) todos os tipos de concepções que possui
e deixar que Cristo mostre a ela o que é bom, perfeito e
agradável (Romanos 12.2). Agindo assim, o verdadeiro

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Karpós

cristão se separa (paraz) do mal e é separado por Deus para


uma soberana vocação que há em Cristo Jesus (Filipenses
3.14).
Em hebraico, a palavra pur também pode ser traduzida
como “frustrar”:

O SENHOR frustra (hêphiyr) os desígnios das nações


e anula os intentos dos povos. (Salmos 33.10)

Deus frustra os planos de todos aqueles que intentam


contra os verdadeiros cristãos, aqueles que produzem
frutos e são lavados pelo sangue do cordeiro. Frutificar é
estar escondido na sombra do Onipotente, no esconderijo
do Altíssimo. Sábio é aquele que frutifica e busca em Deus
o aperfeiçoamento de sua frutificação.

Por outro lado, a expressão pur também pode trazer


o sentido de “retirar”:

Mas jamais retirarei (‘âphiyr) dele a minha


bondade, nem desmentirei a minha fidelidade.
(Salmo 89.33)

A pessoa que frutifica possui em Deus a garantia do


perdão, da benignidade e da segunda chance, pois ele
vive em seu cotidiano a misericórdia do Senhor. Jesus está
sempre de braços abertos àqueles que frutificam. Quando
caem, a misericórdia do Senhor se apresenta de forma
sublime e inesperada. Davi, homem de muitos frutos, certa
vez tomou uma mulher casada para si e matou seu esposo.
Segundo as leis divinas qualquer pessoa que praticasse tais
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abominações deveria ser morta. Deus, porém, conhecedor


do coração de Davi, perdoou-lhe o pecado:

Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR.


Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou
o teu pecado; não morrerás. (2 Samuel 12.13)

Deus levou em consideração o amor de Davi e os frutos


que durante anos gerou para Deus. Outra pessoa, porém,
pagou por seu pecado. E pagou caro, com sua própria vida.
O filho de Davi morreu em seu lugar. No futuro, outro Filho
de Davi morreria no lugar de alguém, mas não apenas de
um homem, porém de toda a humanidade, anunciando o
maior de todos os frutos, o amor, expresso em dar a vida
pelos outros:

Ninguém tem maior amor do que este: de dar


alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
(João 15.13)

Davi recebeu esse amor e doou tal amor ao mundo.

Um dos ancestrais de Cristo possuía um nome que


vem dessa mesma raiz. Seu nome era Perez (Gênesis
38.27-30). Quando estava para nascer, achou caminho
(paratsta) e, passando à frente de seu irmão gêmeo, saiu
do ventre de sua mãe em primeiro lugar, brotando como
um fruto (periy) maduro. Por isso foi chamado Perez
(parets). Ele, como um fruto que brota, adquiriu o direito à
primogenitura e à herança que lhe cabia. Da mesma forma,
o fruto é aquilo que brota e acha caminho para sobressair
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Karpós

na vida do cristão que verdadeiramente é um trabalhador


na vinha de Cristo. Estes que assim procedem e geram
frutos são os escolhidos, pois muitos são chamados, mas
poucos são os escolhidos (Mateus 22.14).
Outra ocasião em que esse termo aparece é quando
Daniel desvendou o recado que a mão misteriosa havia
escrito na parede de Belsazar. O profeta Daniel interpreta
o termo “parsim” (pharsiyn) da seguinte maneira:

Dividido (periysath) foi o teu reino e dado aos


medos e aos persas (pharas). (Daniel 5.28)

Aqui vemos que o termo hebraico para fruto (periy)


também se relaciona às palavras “dividido” (periysath) e
“Pérsia” (pharas). Isso nos leva a pensar sobre os dois tipos
de fruto que existem: o fruto do Espírito, que nos torna
separados para Deus, e o fruto da carne, que separa aquele
que os produz para o julgamento. Na ocasião da passagem
de Daniel, o reino da Babilônia havia plantado tanta
destruição e perversidade a ponto de utilizar os utensílios
sagrados do templo de Jerusalém em uma festa profana e
pagã (Daniel 5.1-5). Por esta razão, tendo produzido frutos
(periy) da carne, Deus separou (peras) o reino da Babilônia
para o julgamento (parets), de modo que este reino foi
dividido (periysath) e dado aos persas (pharas). Isso é o
que ocorre com aqueles que se conectaram à videira mas
deixaram de produzir frutos: são separados e lançados no
fogo para serem queimados (João 15.6).
Outra palavra relacionada a periy (fruto) é purah,

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Karpós

que significa “prensa do vinho” ou “lagar”. Isso nos leva


a concluir que é somente quando o cristão é prensado e
esmagado (pur) pelas circunstâncias da vida e pelos ataques
do inimigo que ele se torna um lagar (purah) de onde brota
o puro fruto da vide. Somente quando o cristão passa a ver
o fruto (periy) em sua vida é que ele consegue se separar
(paraz) do mal, esmagar (pur) a força do pecado e produzir
um vinho puro como o de um lagar (purah) administrado
pelo verdadeiro lavrador, que é o Pai (João 15.1).

Jesus também foi esmagado no Getsêmani, que em


hebraico é Gat-smanim, “prensa do óleo”. Quando foi
esmagado naquele jardim, Jesus começou a se preparar
para liberar o óleo da unção que estava dentro de si,
como uma azeitona esmagada que deixa fluir sua unção.
Esse mesmo óleo habita no interior do verdadeiro cristão.
Quando produz frutos, o servo de Deus também libera essa
mesma unção que está em Cristo, de modo que as pessoas
se alimentam dos frutos e são curadas pelo bálsamo do
Senhor.

Não se engane: é pelos frutos, e não pelos dons,


que seremos conhecidos por Cristo. Busque os frutos e o
próprio Cristo o limpará para que você possa produzir ainda
mais frutos para o engrandecimento do Reino de Deus.

20 Daniel Lopez

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