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E-mail: alemengo2003@yahoo.com.br
ANÁLISE MATEMÁTICA
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2014 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
515 A477a
Alves, Alessandro Ferreira
Análise matemática / Alessandro Ferreira Alves – Batatais, SP : Claretiano,
2014.
236 p.
ISBN: 978‐85‐8377‐331‐3
1. Números reais. 2. Sequências numéricas. 3. Funções reais de uma variável.
4. Conceituação. 5. Limites. 6. Continuidade. I. Análise matemática.
CDD 515
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera
Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Juliana Biggi
Dandara Louise Vieira Matavelli Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera Projeto gráfico, diagramação e capa
Raquel Baptista Meneses Frata Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2 GLOSSÁRIO DE CONCEITOS.............................................................................. 17
3 ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................. 22
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 23
5 E-REFERÊNCIAS . ............................................................................................... 23
Bibliografia Básica
ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
______. Análise matemática para licenciatura. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro C. Patarra. 3. ed. São
Paulo: Harbra, 1994. v. 2.
Bibliografia Complementar
BOULOS, P. Introdução ao cálculo: cálculo integral. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher,
1999. v. 2. Séries.
DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de análise matemática. Portugal: McGraw-Hill,
1993.
______. Problemas e exercícios de análise matemática. São Paulo: Escolar Editora, [s. d.].
GUIDORIZZI, H. R. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 4.
SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Seiji Hariki. São Paulo:
Makron Books, 1987. v. 2.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que de-
verá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os prin-
cipais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedi-
mentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?)
referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibi-
lizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos Digitais In-
tegradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo
Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias
(vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), como tam-
bém garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estuda-
dos. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
© Conteúdo Introdutório 9
1. INTRODUÇÃO
Querido aluno, seja bem-vindo!
Daremos, neste instante, os primeiros passos para
entendermos um dos conteúdos mais importantes para um
curso de Licenciatura em Matemática: a Análise Matemática,
que inicialmente poderíamos pensar como desenvolvimento e
formalismo do Cálculo Diferencial e Integral de uma variável real,
ou seja, na descrição formal dos diversos resultados e propriedades
que cercam as funções do tipo y = f(x).
Quando falamos em Cálculo, no nível de uma disciplina
introdutória, as apresentações comumente são realizadas de forma
intuitiva e bem informal, talvez com nenhum rigor matemático em
demonstrações de resultados. Didaticamente falando, poderíamos
dizer que isso está correto, já que pela própria natureza dos temas
discutidos, estes tiveram o seu desenvolvimento, a partir do século
17 até aproximadamente 1820, de maneira intuitiva e baseado na
informalidade.
Porém, a partir dos avanços da Matemática de uma forma
geral, exigiram-se conceituações mais precisas das ideias de função,
continuidade, derivada, convergência, integral etc. A necessidade
de uma estruturação mais formal dos tópicos de Cálculo Diferencial
e Integral ocasiona o surgimento de uma disciplina inicial de
Análise Matemática. Em outras palavras, definimos de um modo
bem simples que a Análise Matemática é uma formalização
mais apurada dos tópicos de Cálculo Diferencial e Integral de
uma variável real, ou seja, a disciplina surgiu diretamente da
necessidade de descrevermos demonstrações rigorosas das ideias
intuitivas do cálculo, tais como: limites, derivadas, integrais, séries
e sequências, séries numéricas etc.
É de fundamental importância que um licenciado em
Matemática e futuro professor dessa área não possua lacunas
em processos de demonstrações. Cabe ainda comentarmos que
1
5) A função f ( x) = sen não possui limite no ponto x
= 0. x
6) A função f ( x) = | x | possui limite no ponto x = 0.
Na Unidade 4, apresentamos as funções contínuas e
deriváveis, bem como os seus principais resultados relacionados.
A noção de função contínua é um dos pontos centrais da
Topologia, denominação dada à parte da Geometria dentro da
Matemática. Ela será estudada nesta unidade em seus aspectos
mais básicos, como introdução a uma abordagem mais ampla e
como instrumento para aplicação na parte de derivadas e na
resolução de diversos exemplos simulados. Como é sabido, quando
falamos em função contínua, lembramos, grosso modo, que uma
função é contínua quando a sua representação geométrica não
possui nenhum "furo" ou "salto".
Com relação à parte das funções deriváveis, salientamos
inicialmente a sua interpretação geométrica por meio da inclinação
da reta tangente, depois visualizamos a definição formal e regras
operatórias, bem como a parte dos resultados fundamentais.
É necessário destacarmos a aplicabilidade da derivada nas mais
diversas áreas do conhecimento. Observe a Figura 2.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
"Zero, esse nada que é tudo” (Laisant).
Noções
Sequências
Topológicas
Numéricas
Séries
Numéricas
Funções
Deriváveis
Critérios de
Convergência
Teoremas Fundamentais
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
© Conteúdo Introdutório 23
ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
______. Análise matemática para licenciatura. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
BOULOS, P. Introdução ao cálculo: cálculo integral. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher,
1999. v. 2. Séries.
DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de análise matemática. Portugal: McGraw-Hill,
1993.
EDWARDS, Jr. C. H.; PENNEY, D. E. Cálculo com geometria analítica. Rio de Janeiro:
Prentice-Hall do Brasil, 1997. v. 1.
FIGUEIREDO, D. G. Análise I. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1996.
GUIDORIZZI, H. R. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 4.
LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro C. P. 3. ed. São Paulo:
Harbra, 1994. v. 2.
LIMA, E. L. Análise real. Coleção Matemática Universitária. Rio de Janeiro: IMPA, 1989.
v. 1.
SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Seiji Hariki. São Paulo:
Makron Books, 1987. v. 2.
THOMAS, George B. Cálculo. São Paulo: Addison Wesley, 2003. v. 1.
5. E-REFERÊNCIAS
ENADE. Questões. Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/enade/matemati-
ca2008.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2013.
INFOESCOLA. Números naturais. Disponível em: <http://www.infoescola.com/matema-
tica/numeros-naturais/>. Acesso em: 8 out. 2013.
MATEMÁTICA ESSENCIAL. Matemática encial: alegria financeira fundamental mé-
dio geometria trigonometria superior cálculos. Disponível em: <http://pessoal.sercom-
tel.com.br/matematica/superior/calculo/nreais/nreais.htm>. Acesso em: 8 out. 2013.
OBM. Olimpíada brasileira de matemática. Disponível em: <http://www.google.com.br/
url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=6&ved=0CEoQFjAF&url=http%3A
%2F%2Fwww.obm.org.br%2Fexport%2Fsites%2Fdefault%2Frevista_eureka%2Fdocs%2F
artigos%2Finducao.doc&ei=LRVUUt29C4G49gT1s4HYDQ&usg=AFQjCNGEf2pCbegE4HP
dQlNtWIOR0Ltdew>. Acesso em: 8 out. 2013.
PROFMAT. Mestrado profissional em matemática em rede nacional. Disponível em:
<http://bit.profmat-sbm.org.br/xmlui/handle/123456789/345>. Acesso em: 8 out. 2013.
SABE.BR. A importância da matemática nas áreas do conhecimento. Disponível em:
<http://www.sabe.br/blog/matematica/files/2011/10/A-Import%C3%A2ncia-da-
Matem%C3%A1tica.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2013.
SLIDESHARE. Exerícios. Disponível em: <http://www.slideshare.net/RodrigoThiagoPas-
sosSilva/exerccios-pif>. Acesso em: 8 out. 2013.
UNESP. Introdução à ánalise. Disponível em: <http://www.mat.ibilce.unesp.br/personal/
pauloricardo/introducaoanalise.pdf>. Acesso em: 8 out. 2013.
UOL. Educação. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/matematica/inducao-infi-
nita-raciocinio-logico-na-matematica.jhtm>. Acesso em: 8 de out. 2013.
USP. Universidade estadual de São Paulo. Disponível em: <http://ecalculo.if.usp.br/ferra-
mentas/pif/exercicios/exercicios.htm>. Acesso em: 8 out. 2013.
Conteúdos
• Axiomas de Peano.
• Conjunto dos números naturais.
• Operações básicas.
• Conjuntos finitos.
• Conjuntos infinitos.
• Conjuntos limitados.
• Conjuntos enumeráveis.
• Conjunto dos números reais como corpo ordenado completo.
• Supremo e ínfimo.
• Princípio da Indução Finita (PIF).
• Técnicas de demonstração.
26 © Análise Matemática
5) Sempre leia mais de uma vez os conceitos e/ou descrição dos resultados
propostos nesta obra, pois nem sempre conseguiremos entender na primei-
ra ou segunda leitura realizada tais definições e métodos de demonstração.
1. INTRODUÇÃO
A Análise Matemática é uma formalização mais apurada do
Cálculo Diferencial e Integral de uma variável real, estudado nas
disciplinas específicas de Cálculo, ou seja, ela surgiu diretamen-
te da necessidade de descrevermos demonstrações rigorosas das
ideias intuitivas do cálculo, tais como: limites, derivadas, integrais,
séries e sequências, séries numéricas etc.
Segundo Ferreira (2010, p. 4):
A Matemática é produto da cultura humana e faz parte do nosso
cotidiano. Por isso, deve ser trabalhada de forma a ser aprendida
por todos. É uma ciência exata, cuja produção envolve o pensar
crítico e criativo. Ela atualmente esta presente em todas as áreas
do conhecimento, participando de forma significativa para o desen-
volvimento de novas teorias, resolvendo diversas situações. Nes-
ta disciplina, ao invés de atuar como um transmissor de regras e
modelos do fazer simplesmente [...] tentarei ser um organizador
de aprendizagens, um consultor que oferece as informações e um
estimulador da aprendizagem.
3
A importância maior do trabalho de Kepler sobre o cálcu-
lo de volumes de tonéis está no método dos indivisíveis, que ele
desenvolveu e utilizou. Demorou um pouco, mas, alguns anos de-
pois da publicação do livro de Kepler, vários outros matemáticos
seguiram o mesmo caminho. Essencialmente, o que eles faziam
era imaginar a figura cuja área ou volume se pretendia calcular,
como união de uma infinidade de elementos infinitesimais, como
explicamos anteriormente para o caso do círculo e da esfera. Des-
sa forma, vemos que os matemáticos do século 17, ao dividirem
as figuras em elementos infinitesimais, imitavam o procedimen-
to de Arquimedes, só que ficavam apenas na parte intuitiva, sem
Revisão de Conceitos
Vejamos agora alguns conceitos básicos que serão de grande
utilidade para o entendimento de novas definições e da formaliza-
ção de diversos resultados a serem apresentados ao longo do seu
estudo. Cabe ressaltar que alguns desses conceitos são de conhe-
cimento da Matemática Elementar. Além disso, salientamos que
para a parte relacionada sobre funções já vamos trabalhar com
os conjuntos numéricos, apesar de colocarmos o formalismo com
relação às suas construções um pouco mais a frente.
A noção de função surge quando se procura estudar fenôme-
nos e fatos do nosso mundo e, especialmente, nos mais diversos
campos do conhecimento. Quantas vezes criamos ou procuramos
relacionar as coisas entre si, por exemplo, ao estudarmos a relação
do lucro com a quantidade vendida de determinado produto, ou
de outra forma, ao estudarmos o fenômeno da queda livre de um
corpo, podemos associar a cada instante a sua velocidade, bem
como a sua posição. Em outras palavras, diretamente e indireta-
mente, estamos utilizando a noção de função de uma variável real.
A é o domínio
B é o contradomínio
x= 2 y − 1 ⇒ x + 1= 2 y ⇒ y= .
2 y −1
x= ⇒ 5 xy + 2 x= 2 y − 1 ⇒ 2 x + 1= 2 y − 5 xy ⇒ 2 x + 1=
5y + 2
2x +1
(2 − 5 x). y ⇒ y =
2 − 5x
Aspectos Introdutórios
Vamos caracterizar o conjunto dos números naturais por
meio de três propriedades específicas, as quais são chamadas de
Axiomas de Peano, que são descritas a seguir e se encontram na
obra de Elon (1989, p. 1).
P1) (Axioma de Peano 1) Existe uma função injetiva (ou injetora
ou 1 a 1) s : → . Desta forma, para os nossos propósitos a
imagem s(n) de cada número natural n ∈ será denominado de
sucessor de n.
P2) (Axioma de Peano 2) Existe um único número natural, que
denotaremos por 1, 1∈ tal que 1 ≠ s ( n) para todo n ∈ .
P3) (Axioma de Peano 3) Se um conjunto X ⊂ é tal que 1 ∈ X
e s ( X ) ⊂ (isto é, n ∈ X ⇒ s ( n) ∈ X ) então X = .
n −1
2 , se n é ímpar
f ( n) =
−n , se n é par
2
Logo
(− x).(− y ) = −[−(xy)] = xy
Em particular, temos que:
(−1).(−1) =
1.
O conjunto dos números reais é um corpo ordenado: o que
significa?
Em outras palavras, isso significa que existe um subconjunto
+
⊂ , chamado conjunto dos números reais positivos, que
cumpre as seguintes propriedades:
• P1) A soma e o produto de números reais positivos são sempre
positivos. Ou seja, x, y ∈ + ⇒ x + y ∈ + e x. y ∈ + .
• P2) Dado x ∈ , exatamente uma das três alternativas
seguintes ocorre: ou x = 0 , ou x ∈ + ou − x ∈ + .
Prova:
+ +
1) x < y e y < z significam y − x ∈ e +z − y ∈ .
Por (P1) segue que ( y − x) + ( z − y ) ∈ , isto é,
z − x ∈ + , ou seja, x < z .
+
2) Dados x, y ∈ , ou y − x ∈ , ou y − x = 0 ou
+
− y − x ∈ + (isto é, x − y ∈ ). No primeiro caso, tem-
© U1 - Aspectos Introdutórios da Análise Matemática 69
Geralmente, x < y e x ' < y ' implicam x + x ' < y + y ' . Com
efeito ( y + y ') − ( x + x ') = (y − x) + (y'− x') ∈ + .
Analogamente, 0 < x < y e 0 < x ' < y ' implicam x.x ' < y. y ' ,
pois y. y '− x.x ' = y. y '− y.x'+ y.x'− x.x ' = y.(y'− x') + (y − x).x' > 0 .
0 1/3 ½ -ε ½
1 1 1
Dessa forma, se tomarmos ε < − , segue que existe x = ,
1 2 3 2
tal que − ε < x , onde utilizamos (S2’), que é a reformulação da
2
condição (S2).
b) Para mostrarmos que inf X = 0 , notemos inicialmente
1
que 0 é uma cota inferior de X, já que > 0 para
n +1
b2 ≥ x, ∀ x ∈ X
ii) sup X= b2 ⇒
se c ≥ x, ∀ x ∈ X então b2 ≤ c
a2 ≤ y, ∀ y ∈ B
ii ) inf B
= a2 ⇒
se c ≤ y, ∀ y ∈ B então c ≤ a2
Como inf B = a2 é outra cota inferior de A (já que A ⊂ B ),
segue de (i) para c = a2 , que a2 ≤ a1 , ou seja, a1 ≥ a2 , ou ainda,
inf A ≥ inf B , como queríamos mostrar.
Exemplo (ínfimo): mostre que todo conjunto X limitado in-
feriormente tem ínfimo.
Solução: consideremos X um conjunto limitado inferior-
mente. Seja B o conjunto definido da seguinte forma:
B = {conjunto de todas as cotas inferiores de X}
3. LEITURA COMPLEMENTAR
Recomendamos a leitura do texto complementar, pois isso
fixará os pontos que abordamos nesta Unidade.
10 membro =1
0 0
0 1.(1 + 1) 1 membro = 2 membro
2 membro
= = 1
2
k .(k + 1)
Segunda Parte – hipótese de indução: 1 + 2 + 3 + ... + k =
2
k .(k + 1)
tese de indução: 1 + 2 + 3 + ... + k =
Prova: 2
k (k + 1)
1
+ 2 3 + ... +k + (k=
+ + 1) + (k=+ 1)
por hipótese 2
k (k + 1) + 2(k + 1) (k + 1)(k + 2)
=
2 2 c. q. d
Exemplo (PIF):
3 3 3 n 2 .(n + 1) 2
3
Prove pelo PIF que + ... + n
1 + 2 + 3= ,n∈ .
4
Solução:
Primeira Parte – a proposição é verdadeira para n = 1 , pois:
0
1 membro =1 3
0 0
0 12
.(1 + 1) 2
1 membro = 2 membro
2 =membro = 1
2
k 2 .(k + 1) 2
Segunda Parte – hipótese de indução: 13 + 23 + 33 + ... + k 3 =
4
Tese de Indução:
3 3 3 3 (k + 1) 2 .(k + 2) 2
3
1 + 2 + 3 + ... + k + (k + 1) =
4
Prova:
3 k 2 (k + 1) 2 k 2 (k + 1) 2 + 4.(k + 1)3
+ 23
1 33 + ... +
+ k 3 + (k=
+ 1)3 + 1)3
+ (k= =
por hipótese 2 2
(k + 1) 2 (k 2 + 4k + 4) (k + 1) 2 .(k + 2) 2
=
2 4 c. q. d
Exemplo (PIF): Prove pelo PIF que p(n): n < 2n .
Solução: Consideremos o seguinte teorema:
n
Para qualquer n ∈ , vale n < 2 .
Uma prova por indução de p (n) : n < 2n é como segue:
a) Base de Indução. Seja k = 0 . Então: 0 < 1 =20 .
Portanto, p (0) é verdadeira.
b) Hipótese de Indução. Suponhamos que, para algum k ∈ , temos
k
que: p (k) : k < 2 é verdadeira.
Passo de Indução. A prova para p (k + 1) : (k + 1) < 2k +1 é como segue:
k +1
k + 1 < 2 (Pela hipótese de indução)
≤ 2k + 2k = 2.2k = 2k +1
Logo, para qualquer n ∈ , temos que n < 2n . C. q. d.
Para maiores detalhes sobre o PIF (Princípio da Indução Finita) e outros exemplos
resolvidos, você pode consultar a obra de ÁVILA, 2006, p. 11.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
5. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Procure responder às questões propostas a seguir para fixar
com mais propriedade os aspectos teóricos que foram propostos
nesta unidade. É muito importante você praticar a utilização das
definições e resultados discutidos anteriormente na realização de
novos problemas simulados. Além disso, é importante saber que
tal abstração é muito útil em outras áreas do conhecimento, como
na Área Computacional, no manuseio da Computação Gráfica e Ál-
gebra de Boole.
1) Consideremos P uma propriedade relativa aos números naturais. Sabe-se
que:
© U1 - Aspectos Introdutórios da Análise Matemática 85
a
3) Mostre que= 2 + 3 é um número irracional.
Gabarito
1) Letra (c).
2) Solução
a –=
b ² ( a | b |) ²
–= a ² – 2. a . b b ²
+=
a ² – 2. a . b + b ² ≤ a ² – 2.a.b=
+ b² (a =
– b) ² a – b²
Portanto, a – b ≤ a – b . C. q. d.
a
3) Solução: seja= 2 + 3 , logo podemos escrever:
a− 2 =3
Elevando ambos os membros ao quadrado, obtemos:
(a – 2 )² = ( 3 )²
Ou seja:
x ² – 2. 2.x + 2 =3
© U1 - Aspectos Introdutórios da Análise Matemática 87
Ou ainda:
x ² –1 = 2. 2.x
Elevando, novamente, ambos os membros da igualdade anterior, temos que:
x4 − 2x2 + 1 =8.x 2
Como as possíveis raízes racionais da equação apresentada são -1 e 1? Lembra
da teoria sobre polinômios no segundo grau, segue que 2 + 3 não é
racional? C. q. d.
4) Soluções
a) INFINITO g) FINITO
b) FINITO h) INFINITO
c) FINITO i) INFINITO
d) INFINITO j) FINITO
e) FINITO k) FINITO
f) INFINITO l) INFINITO
5) Verifique se F ou V:
a) V h) V
b) F i) V
c) F j) F
d) F k) F
e) V l) V
f) V m) V
g) V
6) Solução
(⇒) Por hipótese, temos dois números naturais, denotemos por x e y, tais
que o produto entre os dois seja ímpar, isto é, podemos escrever:
x.y
= 2.k + 1, com k natural.
Dessa forma, devemos provar que x e y são ímpares. Em verdade, vamos
fazer a prova por redução ao absurdo, ou seja, vamos negar a tese (supor por
absurdo que x e y não sejam ímpares) e chegarmos a uma contradição com o
fato de que o produto x.y é ímpar.
Daí:
Logo, suponhamos por absurdo que x e y não sejam ímpares, isto é, x e y são
números naturais pares, logo podemos escrever x = 2.r e y = 2.s, com r e s
números naturais, então:
=x.y ( 2.r ) . ( 2.s )
= 2. ( 2.r.s ) , ou seja, o produto x.y é par (absurdo,
já que o produto x.y por hipótese é ímpar).
6. CONSIDERAÇÕES
A partir do momento em que discutimos os principais con-
ceitos e resultados da teoria sobre os conjuntos dos naturais e dos
reais, por meio da apresentação das propriedades características e
resultados fundamentais, que servem de alicerce para o desenvol-
vimento de toda a teoria acerca da Análise Matemática, em nossa
próxima unidade vamos trabalhar com as sequências numéricas e
séries numéricas, discutindo resultados e critérios de convergên-
cia. Nesta unidade que finalizamos, devemos salientar, mais uma
vez, que foi descrita uma construção formal do conjunto dos na-
turais, bem como foi mostrado que o conjunto dos números reais
é um corpo ordenado completo. Tivemos a revisão de conceitos e
propriedades já conhecidas desde a Matemática Elementar, mas
sobre um ponto de vista mais formal, além, é claro, de visualizar-
mos novas definições, como de enumerabilidade.
7. E-REFERÊNCIAS
BRASIL ESCOLA. Números reais. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matema-
tica/numeros-reais.htm>. Acesso em: 8 out. 2013.
______. Números naturais. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/
numeros-naturais.htm >. Acesso em: 8 out. 2013.
CARDONA, A. V.; AZAMBUJA, C. R. J.; SANTOS, M. B. ENADE comentado. Disponível em:
<http://books.google.com.br/books?id=__xULfnRoG4C&printsec=frontcover&dq=inaut
hor:%22Augusto+Vieira+Cardona,+C%C3%A1rmen+Regina+Jardim+de+Azambuja,+Mon
ica+Bertoni+dos+Santos%22&hl=ptBR&sa=X&ei=dOQEU4vVHsLesAT6joKYAw&ved=0CC
wQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 8 out. 2013.
INFO ESCOLA. Números naturais. Disponível em: <http://www.infoescola.com/matema-
tica/numeros-naturais/>. Acesso em: 8 out. 2013.
© U1 - Aspectos Introdutórios da Análise Matemática 89
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
______. Análise matemática para licenciatura. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: Edgard
Blucher, 2006.
BOULOS, P. Introdução ao cálculo: cálculo integral. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher,
1999. v. 2. Séries.
DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de análise matemática. Portugal: McGraw-Hill,
1993.
EDWARDS, Jr. C. H.; PENNEY, D. E. Cálculo com Geometria Analítica. Rio de Janeiro:
Prentice-Hall do Brasil, 1997. v. 1.
FERREIRA, A. A. Guia de Estudos da Disciplina de Matemática. Varginha: Centro
Universitário do Sul de Minas Gerais (UNIS/MG), 2009.
FIGUEIREDO, D. G. Análise I. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1996.
GUIDORIZZI, H. R. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 4.
LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro C. Patarra. 3. ed. São
Paulo: Harbra, 1994. v. 2.
LIMA, E. L. Análise Real. Rio de Janeiro: IMPA, 1989. v. 1. (Coleção Matemática
Universitária).
SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Seiji Hariki. São Paulo:
Makron Books, 1987. v. 2.
THOMAS, G. B. Cálculo. São Paulo: Addison Wesley, 2003. v. 1.
Conteúdos
• Sequências numéricas.
• Limite de uma sequência numérica.
• Sequências limitadas.
• Sequências monótonas.
• Subsequências.
• Sequências convergentes.
• Sequências divergentes.
92 © Análise Matemática
• Teorema de Bolzano-Weierstrass.
• Séries convergentes.
• Séries divergentes.
• Critérios de convergência para séries numéricas.
1. INTRODUÇÃO
Você já deve ter visto a nomenclatura das sequências infini-
tas, em verdade, já deve ter certa familiaridade com tal conceito,
visto que este já foi estudado em um curso de cálculo diferencial e
integral introdutório.
Sabe-se, com o passar do tempo, que muitos são os nomes
de pessoas que dedicaram suas vidas à descoberta e ao aperfei-
çoamento da matemática. Elas atuaram nos mais variados ramos
do conhecimento humano, mas compartilharam entre si um dese-
jo comum: o manuseio dos números e das formas.
Na França, no ano de 1789, nascia Cauchy, um dos matemá-
ticos que contribuíram de forma significativa para o desenvolvi-
mento do cálculo, mais precisamente, porque descreveu nas en-
trelinhas a teoria sobre sequências e séries numéricas.
Outro conceito muito importante dentro da Matemática que
estaremos abordando nesta unidade, é o de série numérica, ou sé-
rie infinita, que surgiu naturalmente da tentativa de se generalizar
o conceito de soma para uma sequência de infinitos termos. Para
discutirmos as séries numéricas, poderíamos pensar, inicialmente,
nos exemplos envolvendo as progressões geométricas, estudadas
na Matemática Elementar. Sabemos que as progressões geométri-
cas são formadas por uma sequência numérica, onde esses núme-
ros são definidos (exceto o primeiro) utilizando a constante q, que
representa a razão da PG. Essas séries surgem muito cedo, ainda
no Ensino Fundamental, quando lidamos com dízimas periódicas.
Com efeito, uma dízima como 0,7777... nada mais é do que uma
progressão geométrica infinita.
Além disso, discutiremos as principais propriedades e resul-
tados fundamentais associados às sequências e séries numéricas.
1 1 1
Exemplo (sequência numérica): ( xn ) = 1, , ,..., ,... é a sequência
2 3 n
cujo n-ésimo termo é dado por xn =
1 . Note que os primeiros quatro
n
termos dessa sequência são: 1, 1 , 1 e 1 .
2 3 4
1 1 1
Exemplo (sequência numérica): ( xn ) = 1, , 2 , 3 ,... é a se-
2 2 2
1
quência cujo n-ésimo termo é dado por xn = 2 . Note que os pri-
n
1 1 1
meiros quatro termos dessa sequência são: 1, , e .
2 4 8
1 1
Exemplo (sequência numérica): ( xn ) = 1,3, ,3, ,3,... é a
2 3
1
sequência cujo n-ésimo termo é dado por xn = se n for ímpar
n
e xn = 3 se n for par. Note que os primeiros seis termos desta se-
1 1 1
quência são: 1,3, ,3, ,3 e .
2 3 4
Exemplo (sequência numérica): ( xn ) = 1, 2,1, 4,... é a sequên-
cia cujo n-ésimo termo é dado por xn = n . Note que os primeiros
quatro termos dessa sequência são: 1, 2, 3 e 4.
Exemplo (sequência numérica): ( xn ) = 2, 2, 2, 2,... é a se-
quência cujo n-ésimo termo é dado por xn = 2 . Note que essa se-
quência possui todos os termos iguais a 2.
n
Exemplo (sequência numérica): se f (n) = , então:
2.n + 1
1 2 3 4
=f (1) = , f (2) = , f (3) = , f(4) e assim por diante. A ima-
3 5 7 9
1 2 3 4
gem de f consiste nos elementos da sequência , , , ,... Alguns
3 5 7 9
1 2 3 4
dos pares ordenados na sequência são (1, ), (2, ), (3, ) e (4, ) .
3 5 7 9
© U2 - Sequências e Séries Numéricas 97
Se o n-ésimo elemento for dado por f(n), então a sequência será o conjunto de
pares ordenados da forma (n, f(n)) ; onde n é um inteiro positivo.
n
podemos obter a > c , desde que tomemos 1 + n.d > c , isto é,
c −1 n
n> , logo concluímos que a sequência (a ) não é limitada
d
superiormente. C.q.d.
Assim, de acordo com a Desigualdade de Bernoulli, para todo
número real x ≥ −1 e todo n ∈ , temos que (1 + x) n > 1 + n.x .
n 1
Assim, temos que: se n > n0 , então | − |< ε ⇔
2.n + 1 2
2.n − 2.n − 1
se n > n0 , então | | <ε ⇔ se n > n0 então
2.(2.n + 1)
1 1
< ε ⇔ se n > n0 , então 2n + 1 > ⇔ se n > n0 , então
2.(2.n + 1) 2ε
1 − 2ε .
n>
4ε
1 − 2ε
Para que a afirmação anterior seja válida, toma-se n0 =
e se n for um inteiro: 4ε
1 − 2ε n 1
(I) se n > então | − |< ε
4ε 2.n + 1 2
1 3
Note que no caso em que ε = , então n0 = e (I) torna-se:
8 2
3 n 1 1
se n > então | − |<
2 2.n + 1 2 8
Por exemplo, se n = 4 ,
n 1 4 1 1
| − | =| − | =
2.n + 1 2 9 2 18
1 1
e < . O que acabamos de estabelecer em (I) mostra
18 8
1
que a sequência em questão converge para o valor , ou seja,
2
n 1
lim = . C. q. d.
n →∞ 2.n + 1
2
Exemplo (limite de uma sequência): a sequência
1 1 1
( xn ) = 1, , ,..., ,... é convergente ou divergente? Justifique.
2 3 n
1 1 1
Prova: sim, a sequência ( xn ) = 1, , ,..., ,... é convergente,
2 3 n
e temos que o seu limite é 0, ou seja, lim xn = 0 . De fato, dado
n∈
1
ε > 0 , tomaremos um n0 > . Então, para todo n > n0 , teremos
ε
1 1 1
n > , o que implica < ε , ou seja, | − 0 | < ε . C. q. d.
ε n n
Exemplo (limite de uma sequência): determine se a
4.n 2
sequência numérica ( xn ) = 2 é convergente ou divergente,
2.n + 1
justificando a sua resposta.
4.n 2
Prova: em verdade, queremos determinar se lim 2
n →∞ 2.n + 1
2
4.x
existe. Para tal, vamos considerar a função f ( x) = e
2.x 2 + 1
estudar o limite lim f ( x) . Notemos que:
x →∞
4.x 2
4.x 2 2 4
lim x
= lim = lim
= 2
x→∞ 2.x + 1 x→∞ 2 + 1
x →∞ 2.x 2 + 1 2
2 x2
x x2
4.n 2
Dessa forma, lim 2 e é igual a 2 , ou seja,
n →∞ 2.n + 1
4.n 2
lim 2 = 2 . Em outras palavras, concluímos que a sequência
n →∞ 2.n + 1
em questão é convergente e que converge para 2 . C. q. d.
Vejamos agora uma série de resultados fundamentais para a
continuidade dos nossos propósitos sobre a teoria das sucessões
numéricas.
Teorema 1 – Unicidade do Limite de uma Sequência: uma
sequência não pode convergir para dois limites distintos, ou seja,
o limite de uma sequência, se existir, é único. (ELON, 1989, p. 24).
© U2 - Sequências e Séries Numéricas 103
sen
forma (O que fizemos aqui?) e lim sen( π ) = 0 , bem
x →+∞ x
1
como xlim = 0 , a Regra de L’ Hopital, que é uma ferramenta para
→+∞ x
−π π
.cos( )
x 2
x π
=lim f ( x) lim= lim
= π .cos( ) π
x →+∞ x →+∞ −1 x →+∞ x
2
x
Logo, lim xn = π , se n for inteiro positivo. Dessa forma, con-
n →+∞
π
cluímos que a sequência dada é convergente e nlim n.sen( ) = π .
→+∞ n
C. q. d.
Exemplo (limite de uma sequência): é imediato que a se-
quência ( xn ) = (1, 2,1, 4,...) não pode convergir. Por quê?
Prova: essa sequência não é convergente, pois possui duas
subsequências que convergem para valores distintos.
Exemplo (limite de uma sequência): a sequência
( xn ) = (2, 2, 2, 2,...) obviamente é convergente e converge para o
limite L = 2 . C. q. d.
Exemplo (limite de uma sequência): a sucessão
1 1 1
( xn ) = (1,3, ,3, ,3, ,3,...) não converge, visto que, novamente,
2 3 4
temos duas subsequências distintas de ( xn ) que convergem para
valores diferentes. C. q. d.
Exemplo (limite de uma sequência): determinar se a sequên-
cia ( xn ) =((−1) n + 1) é convergente ou divergente (ELON, 1989, p.
24).
Prova: os elementos dessa sequência são
n
0, 2, 0, 2,..., (−1) + 1,.... Como xn = 0 se n for ímpar e xn = 2
se n for par, parece que a sequência é divergente. Para provar-
mos isso, vamos supor por absurdo que a sequência é convergente
e chegarmos a um absurdo. Para tal, consideremos lim xn = L ,
n →+∞
logo, pela definição de limite, para todo ε > 0 existe um número
n0 > 0 tal que se n for inteiro e se n > n0 , então | xn − L |< ε .
1
Em particular, par ε = , existe um número n0 > 0 tal que
2
1
se n for inteiro e se n > n0 então | xn − L |< ⇔ n > n0 , então
2
1 1
− < xn − L < .
2 2
Como xn = 0 para n ímpar e xn = 2 para n par, decorre
dessa afirmação que:
1 1
1 1
− <L< < 2−L <
e −
2 2
2 2
1 3
Mas se − L > − , então 2 − L > e, assim, 2 − L não pode
2 2
1
se menor do que . Logo, existe um absurdo e a sequência dada
2
realmente é divergente. C. q. d.
Você pode encontrar maiores detalhes sobre os aspectos
introdutórios das sequências numéricas e primeiras propriedades
em Ávila (2006, p. 72-80), bem como em Leithold (1994, p. 688-
710).
1
Prova: de fato, dado ε > 0 , como
> 1 (já que 0 < a < 1 ),
a
seguindo o exemplo 1, em que, dado arbitrariamente ε > 0 , existe
n
1 1
0
a ε
n n
lim=a inf{a ; n ∈=
} 0 . C. q. d.
n →∞
© U2 - Sequências e Séries Numéricas 109
1
xn
considerarmos= =, y n n 2 ) ou convergir para um valor qual-
n 1
quer (por exemplo, se considerarmos = xn = e y n c.n ).
n
Teorema 7 – Regras Operatórias: Se lim xn = L1 e lim y n = L2 ,
então:
1) lim( xn ± yn ) =L1 ± L2
2) lim( xn . yn ) = L1.L2
3) = x L1
lim( n ) , se L2 ≠ 0
yn L2
A prova desse resultado pode ser vista em Elon (1989, p. 27).
lim( xn + yn ) = + ∞ .
n →∞
n ∈ , então lim( xn . yn ) = + ∞ .
n →∞
s1 = 1
1 3
s2 =1 + =
2 2
1 1 7
s3 =1 + + =
2 4 4
1 1 1 15
s4 =1 + + + =
2 4 8 8
1 1 1 1 31
s5 =1 + + + + =
2 4 8 16 16
1 1 1 1 1
sn =1 + + + + + ... + n −1
2 4 8 16 2
Essa sequência de somas parciais {sn } é a série infinita
denotada por:
+∞
1 1 1 1 1 1
∑2
i =1
n −1
=1 + + + + + ... + n −1 + ...
2 4 8 16 2
1 1 1 1 2
s=
1 u=
1 = s2 =s1 + u2 = + =
1.2 2 2 2.3 3
2 1 3 3 1 4
s3 =s2 + u3 = + = s4 =s3 + u4 = + =
3 3.4 4 4 4.5 5
1
b) Como uk = , temos, por frações parciais,
k .(k + 1)
1 1
uk = − .
k k +1
Logo, podemos escrever:
1 1 1 1
u1 = − =1 − =
1 1+1 2 2
1 1
u2= −
2 3
1 1 1 1
u3= un −1
−= −
3 4 n −1 n
1 1
un = −
n n +1
Assim, como sn = u1 + u 2 + u 3 + ... + u n −1 + u n ,
1 1 1 1 1 1 1 1 1
sn =1 − + − + − + ... + − + −
2 2 3 3 4 n −1 n n n +1
Eliminando os parênteses e combinando os termos, obtemos:
1 n
sn =1 − =
n +1 n +1
Tomando n igual a 1, 2, 3 e 4, vemos que os resultados estão
de acordo. C. q. d.
Exemplo (séries numéricas): vimos, anteriormente, na
parte sobre sequências que, quando | a | < 1 , a série geométrica
1
1 + a + a 2 + ... + a n + ... é convergente, com soma igual a ,ea
1− a
Claretiano - Centro Universitário
116 © Análise Matemática
1 1 1
série 1 + 1 + + + ... + + ... também é convergente, com soma
2! 3! n!
igual a constante de Euler e = 2,7174.... C. q. d.
1 1 1 1 1 1 1
s =1 + + + + + + + +
2 3 4 5 6 7 8
1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + ... + + + + + ... + + ...
9 10 11 16 17 18 19 32
Em seguida ele observou que cada um desses grupos é maior do
1
que :
2
1 1 1 1 1
+ > + =
3 4 4 4 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + > + + + = 4. =
5 6 7 8 8 8 8 8 8 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + ... + > + + + ... + = 8. =
9 10 11 16 16 16 16 16 16 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + ... + > + + + ... + = 16. =
17 18 19 32 32 32 32 32 32 2
© U2 - Sequências e Séries Numéricas 117
1 1 1 1 1 1 1 1
sm ≤ 1 + r + r + r + r + r + r + + n−1 r + + n r
2 3 4 5 6 7 (2 ) (2 − 1)
Ou seja,
i
2 4 2n −1 n −1
2
sm < 1 + +
2r 4r
+ + =
2( n −1) r
∑ r <c
i =0 2
1 1 1
Solução: notemos que ∑ = + ... + + ... . Como a
4.n 4 4.n
1
série harmônica ∑ n é divergente, então, pelo Teorema 03 (ii)
1
com c = , a série dada é divergente. C. q. d.
4
an +1
n suficientemente grande (em particular, se lim < 1 ), então a
n →∞ a
n
série ∑ an será absolutamente convergente (ELON, 1989, p. 41).
De acordo com Elon (1989, p. 41), notemos que, quando apli-
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Procure responder às questões propostas a seguir para fixar
com mais propriedade os aspectos teóricos que foram propostos
nesta Unidade 2. É importante que você pratique a utilização das
definições e resultados discutidos anteriormente na realização de
novos problemas simulados, principalmente, quando falamos dos
critérios de convergência de séries numéricas.
1) Considere a sequência numérica ( an ) = (1,3,5,...) , com a
=n 2.n + 1 .
A sequência em questão é convergente ou divergente? Justifique a sua
resposta.
n
2) Consideremos a sequência ( xn ) = , mostre que o limite
n 1. 4.n + 1
lim =
n →∞ 4.n + 1
4
3) Consideremos a sequência de números reais (x n ) . Mostre que: se
lim xn = k então lim | xn |= | k | .
4) Escreva os quatro primeiros elementos da sequência e determine se ela é
convergente ou divergente:
a)
ln(n)
2
n
3 − n2
b) 2
n −1
n3 + n 2
c) 2
n
d)
2n + 2
4.n + 2
Gabarito
1) Neste caso, temos que a sequência ( an ) = (1,3,5,...) , com a=
n 2.n + 1 ,
não é convergente, já que ela não é uma sequência limitada.
3 − n2 2
b) 2 convergente para −1 , basta dividirmos cada termo por n
n − 1
e calcular o limite.
n3 + n 2 2
c) 2 divergente, basta dividirmos cada termo por n e calcular
n
o limite, que será + ∞ .
d)
2n + 1 convergente para 1 , basta dividirmos cada termo por n e
4.n + 1 2
calcular o limite.
5) Temos que:
23
2
23 23 1 1
5, 232323... =
5+ + + ... =
5+ . 1 + + + ... =
100 (100) 2
100 100 100 a =1
r =1/100
1
(1− 0,01)
23 1 23 518
5+ . =5 + =
100 0,99 99 99
5. CONSIDERAÇÕES
A partir do momento em que discutimos os principais con-
ceitos e resultados da teoria sobre as sequências numéricas e
séries numéricas por meio da apresentação das propriedades ca-
racterísticas e resultados fundamentais, como, por exemplo, cri-
térios de convergência, que servem de alicerce para a sequência
dos nossos estudos, na próxima unidade, trabalharemos com as
noções topológicas e limites de funções reais. Em verdade, para
a discussão formal sobre o limite de uma função y = f(x), faz-se
necessária a introdução dos aspectos iniciais da Topologia. Cabe
salientar que já estamos familiarizados a diversos resultados sobre
limites de funções.
6. E-REFERÊNCIAS
BRASIL ESCOLA. Sequências numéricas. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
matematica/sequencia-numerica.htm>. Acesso em: 10 out. 2013.
INFO ESCOLA. Sequências numéricas. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Análise matemática para licenciatura. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: Edgard
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DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de análise matemática. Portugal: McGraw-Hill,
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EDWARDS, Jr. C. H.; PENNEY, D. E. Cálculo com Geometria Analítica. Rio de Janeiro:
Prentice-Hall do Brasil, 1997. v. 1
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GUIDORIZZI, H. R. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 4.
LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro C. Patarra. 3. ed. São
Paulo: Harbra, 1994. v. 2.
LIMA, E. L. Análise real. Rio de Janeiro: IMPA, 1989. v. 1. (Coleção Matemática
Universitária).
SIMMONS, George F. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Seiji Hariki. São
Paulo: Makron Books, 1987. v. 2.
THOMAS, George B. Cálculo. São Paulo: Addison Wesley, 2003. v. 1.
Limites de Funções
3
Objetivos
• Compreender os conceitos introdutórios da Topologia.
• Interpretar e aplicar os conceitos introdutórios da Topologia na descrição e
discussão dos resultados envolvendo limites de funções.
• Compreender e aplicar a noção formal de limite de uma função na resolução
de problemas.
• Compreender e explicar geometricamente a noção formal de limite de uma
função na resolução de problemas.
• Discutir e analisar os principais resultados envolvendo o limite de uma fun-
ção y = f(x).
• Compreender os limites laterais, os limites infinitos e expressões indetermi-
nadas.
Conteúdos
• Conjuntos abertos.
• Conjuntos fechados.
• Ponto de acumulação.
• Conjuntos compactos.
• O conjunto de Cantor.
• Limites de funções: definição formal e propriedades iniciais.
• Operações com limites.
• Limites laterais.
• Limites infinitos e limites no infinito.
• Expressões indeterminadas.
• Exemplos e exercícios resolvidos.
132 © Análise Matemática
1) Observe com cuidado a definição formal de uma função f definida nos re-
ais valores reais. É importante entender inicialmente a noção intuitiva para
depois nos adaptarmos à definição formal. Isso será um facilitador para a
resolução de problemas simulados.
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estaremos interessados em descrever for-
malmente um dos conceitos bastante explorados em Cálculo Di-
ferencial e Integral, que é a noção de limite de uma função real y
= f(x). O conceito de limite de uma função realiza um papel muito
importante em toda a teoria matemática envolvida com o Cálculo
Diferencial e Integral. Há uma cadeia ordenada muito bem estabe-
lecida no Cálculo: conjuntos, funções, limites, continuidade, deri-
vadas e integrais.
Em verdade, num primeiro momento poderíamos pensar
que o limite já nos serve para entendermos o comportamento
geométrico de funções um pouco mais complicadas. Por exemplo,
quando estamos estudando uma determinada situação descrita
por uma função polinomial, não temos tanta dificuldade, já que
funções polinomiais são bem comportadas. Não seria plausível fa-
lar o mesmo se, por exemplo, a função que descreve tal situação
fosse uma função logarítmica, ou seja, o grau de complexidade au-
mentaria.
Você vem se familiarizando com a ideia de função desde o
Ensino Fundamental e Médio. Embora a ideia de função possa ser
identificada em obras do século 14, foi só a partir do século 17 que
ela teve grande desenvolvimento e utilização. Isso porque nessa
época surgiu a Geometria Analítica, e muitos problemas matemáti-
cos puderam ser convenientemente formulados e resolvidos em
termos de variáveis ou incógnitas que podiam ser representadas
em eixos de coordenadas, já que o grau de complexidade desses
problemas aumentou de forma significativa.
Dessa maneira, a noção de limite, que estudamos na Uni-
dade 2, referente ao limite de uma sequência, será agora esten-
dida à situação mais geral, no caso, quando falamos no contexto
de funções, ou seja, onde temos uma função f : X → , definida
num subconjunto qualquer X ⊂ . Em verdade, estamos interes-
1
Figura 1 O gráfico da função f ( x ) = 1 − .
x
Para que você entenda um pouco melhor o comportamento
da função em questão, vamos descrever nos Quadros 1 e 2 os va-
lores de f(x) para alguns valores particulares de x.
Quadro 1 Valores tabulados de f(x) para valores positivos de x.
x 1 2 3 4 5 6 ... 500 ... 1000 ...
1 2 3 4 5 499 999
f(x) 0 ... ... ...
2 3 4 5 6 500 1000
© U3 - Limites de Funções 137
1
lim 1 − =
1
x →±∞
x
y
Exemplo (funções): a função polinomial = x² + 3x – 2
(polinômio de grau 2) tende para + ∞ quando x tende para ± ∞ ,
ou seja, quando x → ± ∞ . Assim, neste caso, a notação que
utilizamos é:
lim ( x 2 + 3 x − 2) = + ∞
x →±∞
y
x ² + 3 x – 2 : gerado no programa Winplot.
Figura 2 O gráfico da função =
1
Exemplo (funções): a função y = tende para o in-
( x + 1) 2
1
finito quando x → −1 , e escrevemos tal fato: lim = +∞.
x →−1 ( x + 1) 2
1
Figura O gráfico
3 03:
Figura O gráfico da função
da função y= y = : gerado : gerado no programa Winplot.
2 no programa Winplot.
+ (x + 1)
1
Exemplo (funções): a função y = cos
Fonte: Elaborado pelo próprio autor através do programa
. A Figura 4 nos
Winplot.
x
mostra a representação geométrica do gráfico desta.
Exemplo (Funções): A função y = cos( ) . A Figura 04 abaixo nos mostra a representação geométrica do gráfico da
mesma.
1
Figura 4 O gráfico da função y = cos : gerado no programa Winplot.
x
Observando a Figura 4 e o Quadro 5, a seguir, podemos afir-
mar que o gráfico desta função oscila numa vizinhança de zero,
sem tender para nenhum limite.
1
Quadro 5 Valores tabulados de y = cos para valores de x.
x
1 1 1 1
x ≅ 0, 318309 ≅ 0, 159154 ≅ 0, 106103 ≅ 0, 0795774
π 2π 3π 4π
y –1 1 –1 1
1
podemos falar que o ponto a = é um ponto interior do conjunto
A = (0, 1) . 2
pensamento". Talvez a rigor essa não seja uma boa definição, pois
exige que saibamos o que seja "coleção", termo esse que toma-
mos sempre como sinônimo de conjunto.
Dessa forma, o conjunto de Cantor, que denotaremos por
K , é um conjunto com uma particularidade bem peculiar dentro
da Matemática formal e de modo especial dentro da Teoria dos
Conjuntos com foco na Análise Matemática. Nesse sentido, temos
que o conjunto K de Cantor apresenta as seguintes propriedades:
1) É um conjunto compacto.
2) É um conjunto com interior vazio, ou seja, não contém
intervalos.
3) Não contém pontos isolados, isto é, todos seus pontos
são pontos de acumulação.
4) É um conjunto não enumerável.
Não nos preocuparemos com o detalhamento formal dessas
propriedades, para maiores detalhes com relação às justificativas
das propriedades descritas anteriormente, que são bem construti-
vas, você pode pesquisar em (ELON, 1989, p. 56).
Em verdade, tal conjunto é um subconjunto fechado do intervalo
[0,1] , obtido como complementar de uma reunião de intervalos
abertos, cujos dois passos iniciais de sua construção seriam
1 2
retirar do intervalo [0, 1] seu terço médio aberto ( , ) e logo
3 3
na sequência o terço médio do aberto de cada um dos intervalos
1 2
restantes [0, ] e [ ,1] .
3 3
Para maiores detalhes sobre o conjunto de Cantor, é interes-
sante que leia Ávila (2006, p. 38-40).
lim x 2 = 16
x→ 4
ε
| x − 4 |. | x + 4 | <
3
Dessa maneira, necessitamos agora substituir | x + 4 | por
um valor constante. Assim, vamos supor que 0 < δ ≤ 1 e, então, de
0 < x – 4 < δ seguem as seguintes desigualdades equivalentes:
| x − 4 |< 1
−1 < x − 4 < 1
3 < x < 5 (Por quê?) (Some 4)
7< x+4<9
ε
Portanto, | x + 4 | < 9 . Assim, se escolhermos δ = min{ ,1} ,
temos que se x – 4 < δ , então: 9
| x 2 − 16 | = | x + 4 | . | x − 4 | < δ .9
ε
| x 2 − 16 | = | x + 4 | . | x − 4 | ≤ .9
9
| x 2 − 16 | = | x + 4 | . | x − 4 | < ε
ε
| f ( x) − M | <
2
Tomemos então δ = min{δ1 , δ 2 } , então temos que:
ε ε
| f ( x) − L | < e | f ( x) − M | <
2 2
Sempre que 0 < x – a < δ .
Dessa forma, para x tal que 0 < x – a < δ , então podemos
escrever:
ε ε
| L − M | = | L − f ( x) + f ( x) − M | ≤ | f ( x) − L | + | f(x) + M | < + = ε
2 2
Como a escolha do número ε foi realizada de forma
0 , ou seja, que L = M . Ou
arbitrária, concluímos que | L − M | =
seja, o limite de uma função, quando existe, é único. C. q. d.
b) lim(7 x − 5)
x→ 0
c) xlim (3 x + 1)
→−1
d) lim( x − 4)
x→ 4
e) lim(2 x)
x →1
d) lim( x − 4)
= 1.(4) −=
4 0
x→ 4 m=
1
n = −4
e) lim(2 x=
) 0 2 c.q.d.
2.(1) +=
x →1 m= 2
n =0
© U3 - Limites de Funções 153
a) lim[ f ( x) ± g ( x=
)] lim[ f ( x)] ± lim[ g ( x)]
x→ a x→ a x→ a
b) lim c. f ( x) = c.lim f ( x)
x→ a x→ a
f ( x) lim f ( x)
x→ a
d)
= lim , com lim f ( x) ≠ 0 .
x→ a g ( x) lim g ( x) x→ a
x→ a
a) lim( x3 + x 2 − x − 5)
x →1
b) lim 5.x3
x→ 2
x −5
c) lim
x→3 x3 − 7
x2 −1
lim
d) x → 3
x −1
e) lim x4 − 4x + 1
x →− 2
x −5 x −5 3−5 −2 −2 −1
c) lim = lim = = = =
x→3 x3 − 7 x→3 3 3
x − 7 (3) − 7 27 − 7 20 10
x2 −1 x2 −1
lim
= lim =
x→3 x − 1 x→3 x − 1
d)
( x + 1).( x − 1)
lim = lim( x + 1) = 3 + 1 = 4
x→3 x −1 x→3
lim x 4 − 4=
x +1 lim ( x 4 − 4 x=
+ 1)
x →− 2 x →− 2
e) C. q. d.
(−2) 4 − 4.(−2) +=
1 25
= 5
1
concluímos que lim x 2 . | sen( ) | = 0 . C. q. d.
x→ 0 x
(- ∞ , a) ∩xnX. >
seja, a ∈ Z’ onde Z =pontos Paraaque
, pertencentes a X .eFinalmente,
isto aconteça, é necessário suficiente que a = a
lim é
x um ponto
, onde (x ) é de
p. 67):
Dizemos que o número real a é um ponto de acumulação à
esquerda para X e escrevemos a ∈ X '− , quando para todo
ε > 0 tem-se X ∩ (a, a − ε ) ≠ ∅ , ou seja, a ∈ ' onde
= (− ∞, a ) ∩ X . Para que isto aconteça, é necessário e
suficiente que a = lim xn , onde ( xn ) é uma sequência cujos
termos xn < a , pertencem a X .
x ∈ X ∩ ( a, a + δ ) ⇒ | f ( x ) − L | < ε
Definição 12 – limite à esquerda (ELON, 1989, p. 68):
Consideremos f : X → e a ∈ X '− . Dizemos que o nú-
mero real L é limite à esquerda de f(x) quando x tende
para a , e escrevemos L = lim− f ( x) , quando para todo
x→a
ε > 0 dado arbitrariamente, pode-se escolher δ > 0 tal que
x ∈ X ∩ (a − δ , a) ⇒ | f ( x) − L | < ε .
− | x |
, se x ≠ 0
f ( x) = x ,
1, se x = 0
Daí:
− | x |
, se x ≠ 0
Você pode observar o gráfico da função f ( x) = x
na Figura 6. 1, se x = 0
− | x |
, se x ≠ 0
Figura 6 O gráfico da função f ( x) = x .
1, se x = 0
f ( x) lim
Logo, lim+ = = +
x 0 . De outra forma, se x < 0 , então
x→ 0 x→ 0
f ( x) = − x e, portanto, lim− f ( x)= lim (− x)= 0 . A Figura 7 nos
x→ 0 x→ 0−
) x 2 + 1 , logo:
• x < 2: se x < 2, então f ( x=
lim− f ( x) = lim−+ ( x 2 + 1) = lim− x 2 + lim− 1 = 4 + 1 = 5
x→ 2 x→ 2 x→ 2 x→ 2
© U3 - Limites de Funções 161
2
• Consideremos f ( x) = x3 e g ( x) = x , neste caso, temos
que lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = 0 , daí:
x→ 0 x→ 0
f ( x) x3
lim = lim= lim
= x 0
x→ 0 g ( x) x→ 0 x 2 x→ 0
2
• Consideremos f ( x) = x e g ( x) = 2 x 2 , neste caso, temos
que lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = 0 , daí:
x→ 0 x→ 0
f ( x) x2 1 1
lim = lim= 2
lim
=
x→ 0 g ( x) x→ 0 2 x x→ 0 2 2
f
Ou seja, podemos visualizar que o limite do quociente
g
assume mais de um valor de acordo com a caracterização das fun-
ções f e g envolvidas no quociente analisado.
Vamos ilustrar, agora, por meio dos cálculos de limites,
onde são necessários artifícios algébricos para fugirmos da
0
indeterminação do tipo . São os casos em que temos funções
0
racionais em que o limite do denominador é zero para um
x+2−2 1 1 2
lim = lim = =
x→ 0 x.( x + 2 + 2) x → 0 ( x + 2 + 2) 2 2 4
c.q.d.
Exemplo (fugindo das indeterminações): vamos determinar
x −1
3
lim .
x →1 x −1
Solução: neste caso, para facilitar o cálculo, realizaremos
uma troca de variáveis, em verdade, faremos a substituição de
variáveis:
=x t6, t ≥ 0
© U3 - Limites de Funções 165
3 6
3
x −1 t −1 t 2 −1
lim= lim= lim = 3
x →1 x − 1 t →1 t 6 − 1 t →1 t − 1
(t − 1).(t + 1) (t + 1) 2
lim = 2
lim
= 2
t →1 (t − 1).(t + t + 1) t →1 (t + t + 1) 3 c.q.d.
( x + h) 2 − x 2 ( x 2 + 2.x.h + h 2 ) − x 2 2.x.h + h 2
lim = lim = lim =
h→ 0 h h→ 0 h h→ 0 h
h.(2 x + h)
lim = lim(2 x += h) 2.x
h→ 0 h h→ 0
c.q.d.
c.q.d.
Exemplo (limites infinitos): vamos determinar
1
lim( x3 + x + ).
x→ 0 x2
c.q.d.
Quando trabalhamos com o intuito de determinar alge-
bricamente limites infinitos relacionando funções diversas, de-
vemos tomar um cuidado especial. Isso se deve ao fato de que,
© U3 - Limites de Funções 167
12 k>0
0+ f(x) / g(x) + ∞ k/ 0+ =+ ∞,k>0
13 + ∞ 0+ f(x) / g(x) + ∞ + ∞ / 0+ =+ ∞
14 k>0
0− f(x) / g(x) – ∞ k/ 0− =– ∞,k>0
15 + ∞ 0− f(x) / g(x) – ∞ + ∞ / 0− = – ∞
0/0
16 0 0− f(x) / g(x) ?
é indeterminação
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Procure responder às questões propostas a seguir para fixar
com mais propriedade os aspectos teóricos que foram propostos
nesta unidade. É muito importante que você pratique a utilização
das definições e resultados discutidos anteriormente na realização
de novos problemas simulados, principalmente, quando falamos
na parte da determinação de limites de funções reais.
1) Qual o significado de falarmos que lim f ( x) = L ?
x→ a
2 x + 4, se x ≤ 1
f ( x) =
8 x − 2, se x > 1
Pede-se:
a) Calcule lim f ( x) .
x →1+
b) Calcule lim f ( x) .
x →1−
b) lim (4 x5 − 4 x 4 − 6 x + 3)
x →−∞
x2 − 4x + 1
c) lim
x →∞ 2 x 5 − 3 x 2 − 8
x+3 − 3
5) Determinar lim .
x→ 0 x
Gabarito
1) Em verdade, significa dizermos que quando x se aproxima de a , temos
que as imagens de f ( x) se aproximam de L .
| 2x 8|
2. | x − 4 | < ε
ε
| x− 4 |<
2
Logo, a última desigualdade acima nos sugere a escolha para o número δ . Ou
ε
seja, tomando δ= , vem que:
2
| (2 x − 5) − 3 | < ε sempre que 0 < | x − 4 | < δ .
Portanto, concluímos que lim(2 x − 5) = 3.
x→ 4
c) Como lim
= f ( x) lim
= f ( x) 6 , segue que existe lim f ( x) e é
x →1+ −
x →1 x →1
b) lim (4 x5 − 4 x 4 − 6 x + 3) = lim (4 x 5 ) = − ∞
x →−∞ x →−∞
x2 − 4x + 1 x2 1
c) lim 5 2
= lim = 5
= 0
x →∞ 2 x − 3 x − 8 x →∞ 2 x 2 x3
x+3 − 3 ( x + 3 − 3) ( x + 3 + 3)
lim lim
= .
x→ 0 x x→ 0 x ( x + 3 + 3)
( x + 3) 2 − ( 3) 2 x +3−3
lim= lim =
x → 0 x.( x + 3 + 3) x → 0 x.( x + 3 + 3)
1 1 3 3
lim = = .
x→ 0 ( x + 3 + 3) 2 3 3 6
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final desta unidade, na qual você teve a opor-
tunidade de estudar os principais conceitos e resultados da teoria
sobre os limites de funções por meio da apresentação das proprie-
dades características e resultados fundamentais.
Na nossa próxima unidade, trabalharemos com as noções de
continuidade e derivação, ou seja, abordaremos as principais pro-
priedades e resultados fundamentais sobre as funções contínuas e
funções deriváveis. Cabe ressaltar, ainda, que diversos resultados
importantes sobre funções contínuas e deriváveis já são bem con-
hecidos por nós, por exemplo, o fato de que toda função derivável
em x = a é contínua no ponto x = a .
6. E-REFERÊNCIAS
IME. Funções de uma variável real. Disponível em: <http://magnum.ime.uerj.br/~calculo/
Livro/lim.pdf>. Acesso em: 28 out. 2013.
MATEMATICA ESSENCIAL. Conjuntos, funções, limites, continuidade, derivadas e integrais.
Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/calculo/limites/
limites.htm>. Acesso em: 28 out. 2013.
______. Ideia intuitiva de limite. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/
matematica/superior/calculo/limites/limites.htm#lim02>. Acesso em: 28 out. 2013.
______. Limite de uma função real. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/
matematica/superior/calculo/limites/limites.htm#lim03>. Acesso em: 28 out. 2013.
______. Limites infinitos. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/
superior/calculo/limites/limites.htm#lim04>. Acesso em: 28 out. 2013.
© U3 - Limites de Funções 173
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
______. Análise matemática para licenciatura. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001.
BOULOS, P. Introdução ao cálculo: cálculo integral. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher,
1999. v. 2. Séries.
CANTOR, G. Contributions to the founding of the theory of transfinite numbers.
New York: Dover, 1955.
DEMIDOVITCH, B. Problemas e exercícios de análise matemática. Portugal: McGraw-Hill,
1993.
EDWARDS, Jr. C. H.; PENNEY, D. E. Cálculo com Geometria Analítica. Rio de Janeiro:
Prentice-Hall do Brasil, 1997. v. 1
FIGUEIREDO, D. G. Análise I. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1996.
GUIDORIZZI, H. R. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 4.
LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Cyro C. Patarra. 3. ed. São
Paulo: Harbra, 1994. v. 2.
LIMA, E. L. Análise real. Rio de Janeiro: IMPA, 1989. v. 1. (Coleção Matemática
Universitária).
SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. Tradução de Seiji Hariki. São Paulo:
Makron Books, 1987. v. 2.
THOMAS, G. B. Cálculo. São Paulo: Addison Wesley, 2003. v. 1.
Conteúdos
• Funções contínuas.
• Propriedades das funções contínuas.
• Funções contínuas num intervalo.
• Funções contínuas em conjuntos compactos.
• Teorema de Weierstrass.
• Função uniformemente contínua.
• A noção de derivada.
• Interpretação geométrica.
• Derivadas laterais.
• Regras operacionais.
• Derivada e crescimento local.
• A Regra da Cadeia.
• Máximos e mínimos.
• Funções deriváveis num intervalo.
176 © Análise Matemática
• Derivação implícita.
• A Regra de L’Hospital.
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você estudará os aspectos teóricos relacio-
nados à interpretação geométrica de uma dada função, ou seja,
aqui surge a noção de continuidade, ou função contínua. Exem-
plos clássicos de funções contínuas que podemos visualizar sem
grandes dificuldades são as funções polinomiais, ou seja, àquelas
caracterizadas por polinômios.
Observe a Figura 2:
c) lim f ( x) = f (a) .
x→ a
Observe a Figura 8:
x2 −1
Figura 10 O gráfico da função f ( x) = .
x −1
1
Figura 11 Gráfico da função f ( x) = gerado pelo programa Winplot.
( x − 2) 2
lim g ( x) = lim− g ( x) = + ∞
x → 2+ x→ 2
© U4 - Funções Contínuas e Funções Deriváveis 189
g(2) = 3
1
, se x ≠ 2
Figura 12 Gráfico da função g ( x) = ( x − 2) 2 gerado pelo programa
Winplot. 3, se x = 2
Definição 3 – Função Contínua em um Conjunto X: dizemos
que a função f : X → é uma função contínua no conjunto X
quando f é contínua em todos os pontos a ∈ X (ELON, 1989, p.
75).
Exemplo (função contínua): todo polinômio p : → é
uma função contínua.
p( x)
Exemplo (função contínua): toda função racional
q( x)
(quociente de dois polinômios) é contínua no seu domínio, o qual
é o conjunto dos pontos x tais que q ( x) é diferente de zero (i.e.,
(porque n é ímpar).
Portanto, o intervalo p () é ilimitado inferior e superior-
mente, isto é, p () = . Isso nos diz que p : → é uma fun-
ção sobrejetiva, de acordo com a definição apresentada na Uni-
dade 1. Dessa maneira, em particular, deve existir c ∈ tal que
p (c) = 0 , que significa, em outras palavras, que p ( x) admite uma
raiz real. C. q. d.
1
Figura 13 Gráfico da f ( x) =
gerado pelo programa Winplot.
1 + x2
O Teorema a seguir nos dá a existência de valores máximos e
mínimos de uma função contínua quando seu domínio é um con-
junto compacto, ou seja, quando ela está definida em um compac-
to. Vale relembrar que o conjunto X é dito compacto quando é
limitado e fechado.
Teorema 4 – Teorema de Weierstrass: seja f : X → con-
tínua no conjunto compacto X ⊂ . Dessa forma, existem núme-
ros reais x0 e x1 tais que f ( x0 ) ≤ f ( x) ≤ f ( x1 ) para todo x ∈
(ELON, 1989, p. 82).
Em verdade, o Teorema de Weierstrass é consequência dire-
ta do Teorema 5. Para maiores detalhes sobre as provas relaciona-
das a esses resultados, pesquise em Elon (1999, p. 81-83) e Ávila
(2006, p. 164-177).
Teorema 5: A imagem f ( X ) de um conjunto compacto
X ⊂ por uma função contínua f : X → é um conjunto com-
pacto (ELON, 1989, p. 82).
Corolário 1: se X ⊂ é um conjunto compacto, então toda
função contínua f : X → é limitada, isto é, existe c > 0 tal que
| f (x) | ≤ c para todo x ∈ X (ELON, 1989, p. 82).
f ( y ) − f ( x)
o quociente seja limitado, isto é, que exista uma
y−x
f ( y ) − f ( x)
constante k > 0 tal que x, y ∈ X , x ≠ y ⇒ ≤k.
y−x
Dessa forma, temos a seguinte afirmação: toda função
lipschitziana f : X → é uniformemente contínua.
Prova: neste caso, temos por hipótese que a função é lips-
ε
chitziana, assim, dado ε > 0 , tomando δ = . Dessa forma:
k
x y ∈ X , | y − x |< ⇒ | f ( x) − f (y) | ≤ . | − y | .
.
Ou seja, segue que f é uniformemente contínua. C. q. d.
Exemplo (função uniformemente contínua): se f : → é
um polinômio de grau 1, isto é, f (=
x) a .x + b , com a ≠ 0 , então f
é lipschitziana com constante k = |a|, já que:
| f (y) − f ( x) | ≤ | a. y + b − (ax +=
b) | | a | . | y − x | .
Portanto, esta é uniformemente contínua.
De acordo com Elon (1989, p. 84), cabe ressaltarmos ainda
quatro observações importantes acerca das funções uniforme-
mente contínuas, que são:
• A fim de que f : X → seja uniformemente
contínua é necessário e suficiente que, para todo par de
sequências ( xn ), ( yn ) em X com lim ( yn − xn ) =
0,
tenha-se lim[ f ( yn ) − f ( xn )] =
0.
• Seja X ⊂ um conjunto compacto. Sendo assim,
toda função contínua f : X → é uniformemente
contínua.
∆y f ( x2 ) − f ( x1 )
m( x1 ) lim
(1) = = lim , quando o limite
Q → P ∆x x2 → x1 x2 − x1
existe.
Se tomarmos x2= x1 + ∆x no limite anterior, podemos
reescrevê-lo como segue:
f ( x1 + ∆x) − f ( x1 )
(2) m( x1 ) = lim
∆x →0 ∆x .
Salientamos que a partir do momento em que conhecemos
a inclinação da reta tangente, diretamente podemos caracterizar
a sua equação.
© U4 - Funções Contínuas e Funções Deriváveis 201
f ( x + ∆x) − f ( x)
f '( x) = lim , quando este limite existe.
∆x →0 ∆x
Logo:
f ( x) − f ( x0 )
lim[
= f ( x) − f ( x0 )] lim .lim ( x − x0 )
x →0 x →0
x − x0 x →0
93).
Supondo g '(a ) ≠ 0 , a Regra de L'Hôpital diz que:
f ( x) f '(a )
lim =
x→a g ( x) g '(a )
= (3 x + 2) 2 ,
Solução: neste caso, notemos que para h(x)
= 3 x + 2 e f ( x) = x 2 , ou seja, a função h(x) é
temos que g(x)
a composta das funções f (x) e g (x) , ou ainda, h(x) = f (g(x)) ,
portanto, devemos utilizar a regra da cadeia para encontrarmos a
derivada da função h(x) . Logo:
[ f ( g ( x))]' =f '(3 x + 2).g'(x) =
2.(3 x + 2).(3) = 6.(3 x + 2) = 18 x + 12
Exemplo (regras 5
operatórias): considerando a função
3 x + 2 , vamos encontrar dy .
=y h=
( x)
2x +1 dx
Solução: neste caso, podemos observar que a função h(x) é
3x + 2 5
a composta envolvendo as funções g ( x) = e f ( x) = x ,
2 x + 1
logo devemos utilizar a regra da cadeia para encontrarmos a
dy
derivada . Além disso, devemos notar que ao determinarmos
dx
a derivada g '( x) na regra da cadeia, devemos utilizar a regra do
quociente. Daí:
4 4
dy 3 x + 2 3.(2 x + 1) − 2.(3 x + 2) 3x + 2 −1
5.=
. 2
5. . 2
dx 2 x + 1
(2 x + 1) 2 x + 1 (2 x + 1)
g '( x )
que você leia Ávila (2006, p. 178-182), bem como Leithold (1994,
p. 148-190) e Figueiredo (1996, p. 75-81).
Daí:
mostrar.
No decorrer dos nossos estudos, trabalhamos com as sequ-
ências e séries numéricas; podemos discutir tais aspectos teóricos
relacionando-os com a parte de progressões geométricas. Note
© U4 - Funções Contínuas e Funções Deriváveis 221
b) ( ) está entre 2n e 3n .
2
n n
c) ( ) está entre e .
2 2
2
d) ( ) está entre n e n .
e) ( ) é maior do que n 2 .
Solução: a resposta correta é a letra (D).
Exemplo 6: (ENEM) Leia com atenção a história em
quadrinhos (Figura 19).
c) ( ) 2600
d) ( ) 2700
e) ( ) 2800
Solução: a resposta correta é a letra (B).
Você pode discutir a parte sobre as sequências e séries infi-
nitas, introduzindo os aspectos relacionados as progressões geo-
métricas, bem como trabalhando com a soma de uma PG.
Você já sabe que a noção de função surge quando se procu-
ra estudar fenômenos e fatos do nosso mundo e, especialmente,
nos mais diversos campos do conhecimento; não só dentro da Ma-
temática. Reparemos quantas vezes criamos ou procuramos rela-
cionar as coisas entre si, por exemplo, ao estudarmos a relação
do lucro com a quantidade vendida de determinado produto, ou
de outra forma, ao estudarmos o fenômeno da queda livre de um
corpo, podemos associar a cada instante a sua velocidade, bem
como a sua posição. Em outras palavras, você consegue perceber
diretamente e indiretamente a utilização do conceito de função na
sua vida cotidiana sem grandes dificuldades.
Falando um pouco mais de forma específica, quando comen-
tamos sobre a parte de limites, você poderia propor aos seus alu-
nos uma discussão geométrica, instigando-os com relação à dis-
posição gráfica de funções um pouco mais complexas. Assim, você
poderia discutir também gráficos de funções que são contínuas e
descontínuas apresentando vantagens e desvantagens. Cabe res-
saltar que a partir do desenvolvimento da tecnologia, você pode
trabalhar a construção de gráficos, bem como a interpretação
gráfica de problemas, com a utilização de aplicativos para smar-
tphones, tablets e programas computacionais gratuitos, como, por
exemplo, o que exemplificamos no material, o Winplot. Lembre-se
de que em grande parte o nosso aluno já está familiarizado com
esses mecanismos tecnológicos.
Ou seja:
30+ n =0⇔n=−30 (o que não convém já que n é natural)
Ou
600 − 10n = 0 ⇔ n = 60
Donde concluímos que:
f (n) = 0 ⇔ n = 60
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Procure responder às questões propostas a seguir para fixar
com mais propriedade os aspectos teóricos que foram colocados
sobre as derivadas e aplicações. É muito importante que você pra-
tique a utilização das definições e resultados discutidos anterior-
mente na realização de novos problemas simulados.
2x + 3
1) A função f ( x) = é contínua no ponto x = −2 ? Justifique a sua
resposta. x² + 4
2) Toda função contínua num ponto x = a é derivável em x = a ? Verdadeiro
ou Falso? Justifique.
2 x + 3 2.(−2) + 3 −1
• lim
= =
x→ −2 x 2 + 4 (−2) 2 + 4 8
dC
c) Temos que f '(2000) = . Como C é medido em reais
dT T = 200
dC
e T em toneladas deve ser medido em reais por tonelada.
dT
dC
Dessa forma, a declaração = 100 diz que, quando 2000
dT T = 200
toneladas de minério tiverem sido extraídas da mina, o custo
de extrair a tonelada seguinte é aproximadamente R$ 100,00.
Outro modo de falarmos isso é que custa cerca de R$ 100,00
extrair a tonelada número 2000 ou 2001. Note que isso pode
ser bem diferente do custo para extrair a décima tonelada, que
provavelmente será mais acessível.
4) Seja:
S ( x) = x3 + (4 − x) 2 , 0 ≤ x ≤ 2 .
Devemos determinar x, que torna mínimo o valor de S. Temos que:
S '( x) = 3 x 2 + 2 x − 8
Daí:
4
x = 3
S '( x)= 3 x 2 + 2 x − 8 ⇔ ou
x = −2
- +
4
Dessa forma, x=
torna mínimo o valor de S. Ou seja, concluímos que os
3
4 8
números procurados são e .
3 3
5) Sabemos que a velocidade é a taxa de variação do espaço com relação ao
tempo, ou seja, neste caso, podemos escrever:
Velocidade = s'(t)
Ou seja,
−1
Velocidade =
t2
−1 −1
Logo, a velocidade no tempo t = 2 é dada por s'(2)
= =
22 4
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que a Análise Matemática é caracterizada como sen-
do o desenvolvimento formal do Cálculo Diferencial e Integral de
uma variável real, ou seja, a descrição formal dos diversos resul-
tados e propriedades que cercam as funções do tipo y = f ( x) ,
ou ainda, com nenhum rigor matemático em demonstrações de
resultados mais apurados.
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6. E-REFERÊNCIAS
IME. Funções de uma variável real. Disponível em: <http://magnum.ime.uerj.br/~calculo/
Livro/lim.pdf >. Acesso em: 31 out. 2013.
MATEMATICA ESSENCIAL. Cálculo: Derivadas de Funções (II). Disponível em: <HTTP
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/calculo/derivada/derivada2.
htm>. Acesso em: 31 out. 2013.
______. Ensino Superior: Cálculo: Máximos e Mínimos: Conceitos básicos. Disponível em:
<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/maxmin/mm01.htm>. Acesso
em: 31 out. 2013.
MUNDO EDUCAÇÃO. Limite de uma função. Disponível em: <http://www.
mundoeducacao.com/matematica/limite-uma-funcao.htm>. Acesso em: 31 out. 2013.
UFF. Limite e Continuidade. Disponível em: <http://www.professores.uff.br/salete/cdii/
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SCIELO. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos
ou diferentes caminhos? Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v2n2/08>.
Acesso em: 4 jan. 2014.
UNESP, Homepage. Disponível em: <http://www.mat.ibilce.unesp.br/laboratorio/pages/
historia/leibniz.htm>. Acesso em: 4 abr. 2014.
USP. Continuidade. Disponível em: <http://ecalculo.if.usp.br/derivadas/continuidade/
continuidade.htm >. Acesso em: 31 out. 2013.
WIKIDOT. Definição de continuidade. Disponível em: <http://amiii.wikidot.com/2-1-
continuidade-de-funcoes-de-varias-variaveis-parte-4>. Acesso em: 31 out. 2013.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
______. Análise matemática para licenciatura. 3. ed. rev. e amp. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001.
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