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Nova Lei Trabalhista

Sancionada em 2017, a nova lei trabalhista promoveu grandes mudanças na


legislação trabalhista no Brasil. Aqui veremos quais as principais mudanças que
esta lei trouxe para os trabalhadores e também para os empresários.

Para os trabalhadores

Contrato intermitente
O contrato de trabalho intermitente (também chamado de contrato-zero) foi
criado para que o trabalhador e o patrão pudessem ter uma nova modalidade
de contrato baseado no tempo de atividade. Ou seja, o contrato intermitente é
para aquele trabalhador que alterna entre períodos de atividade e inatividade.

Sendo assim, o trabalhador recebe o pagamento somente quando ele trabalha.

Fim da necessidade obrigatória de contribuição sindical


Com a nova lei trabalhista, o trabalhador passa a não ser mais obrigado a pagar
a contribuição sindical, mesmo quando ele não é filiado a algum sindicato.
Grande parte dos profissionais jurídicos acreditam que esta foi avanço
importantíssimo que a nova lei trabalhista trouxe.

Sendo assim, a partir do ano de 2018, foi permitido que o desconto na folha de
pagamento fosse feito apenas para aqueles que realmente quisessem contribuir
para o sindicato.

Banco de horas e jornada de trabalho


A jornada de trabalho de um trabalhador no Brasil continua a ser limitada em
44 horas semanais e oito horas diárias. A nova lei trabalhista não realizou esta
alteração, mas trouxe consigo a possibilidade de ajustar individualmente entre
as partes (trabalhador e patrão) as horas em banco de horas. Porém, é
necessário que esta compensação seja realizada dentro de um semestre.

Regulamentação do home office


Com a nova lei trabalhista o trabalho home office passa a ser regulamentado e
previsto como um trabalho onde o trabalhador exerce suas funções e executa
seus serviços fora da empresa através do uso da telemática ou da informática.
As desvantagens da mudança para os trabalhadores que atuam nesta
modalidade, é que eles não tem direito aos intervalos intrajornadas ou
interjornadas, além de não contarem com direito a horas extras. Essa
modificação conta no inciso III do artigo 62 da CLT.

Demissão
O processo de demissão com a nova lei trabalhista continua a manter o direito
do trabalhador às verbas rescisórias, que inclui a multa de 40% sobre o FGTS.
Claro, essa multa vale apenas para uma demissão sem justa causa.

Com a mudança na lei, o processo de demissão passa a ter uma nova situação
que é a rescisão de comum acordo. Sendo assim, o trabalhador passa a ter
direito de sacar 80% do FGTS, além da multa e o recebimento do aviso prévio
em caso de indenização. Apesar disso, ele passa a não ter direito ao seguro-
desemprego.

Férias
Com a nova lei trabalhista, o patrão pode fracionar as férias do emprego em até
três períodos, desde que o trabalhador concorde. Antes, o fracionamento
poderia ser de até duas vezes com o mínimo de dez dias para o menor período.

Rescisão de contrato
A rescisão de contrato para trabalhadores com mais de 12 meses de emprego
pode ser realizada dentro da empresa na presença dos advogados envolvidos
de ambas as partes. O sindicato, antes responsável por esta rescisão contratual
para a ser opcional neste caso.

Para o patrão

Pagamento das despesas de ações trabalhistas


Um dos pontos de maior importância na alteração da lei trabalhista é o
pagamento das despesas oriundas do processo de uma ação trabalhista pelo
empregado. Antes, o trabalhador que utilizava a justiça gratuita e perdesse uma
ação trabalhista não precisava arcar com as despesas do processo, incluindo o
pagamento dos honorários. Agora, em caso de derrota judicial, o empregado
deve pagar os honorários do advogado, visto que os custos não serão mais
pagos pela União.
Acordos coletivos
A nova lei trabalhista permite que os acordos coletivos passem a valer mais do
que a legislação trabalhista, algo que não ocorrida anteriormente. Sendo assim,
a legislação não deve interferir caso empregado e patrão estejam de acordo
sobre os seguintes temas:

- Participação nos lucros da empresa;


- Troca do dia de feriado;
- Salários e funções compatíveis à condição pessoal do trabalhador;
- Remuneração por produtividade;
- Planos de cargos;
- Identificação dos cargos que são considerados de confiança;
- Entre outros.

Demissão consensual
Como já abordado no tópico “Demissão” acima, a nova legislação trabalhista
passa a normatizar os acordos amigáveis para a demissão de um empregado.
Vale lembrar que a rescisão pode partir tanto do empregado quanto da
empresa, não sendo obrigatório o acatamento de ambas as partes.

Horas suplementares
Assim como na lei anterior, são permitidas até 2 horas de horas suplementares
por dia. Isto está de acordo com o Art. 58 da Lei 13.467/2017.

O que a nova lei trabalhista mudou foi a maneira de compensação destas horas
suplementares. Sendo assim, a lei prevê que no caso de compensação mensal,
não existe a obrigatoriedade de um acordo escrito, apenas de um ajuste entre
empresa e empregado.

No caso semestral, o empregado e a empresa podem realizar um acordo de


compensação utilizando acordo individual com prazo de 6 meses. Não existe a
necessidade de participação sindical.

Caso a compensação seja anual, será necessário um acordo coletivo ou


convenção coletiva de trabalho. Já neste caso, será necessário a participação
sindical para a formalização do acordo.

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