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V

Penso que foi por volta dos meus 16 anos que nos tornámos Amigos.
Como fazíamos parte do Grupo Coral e ele tocava viola, ensaiava cânticos novos,
constantemente. Nesses domingos, juntávamo-nos, em sua casa, a ensaiar vozes e cânticos,
a fazer tricot, a experimentar receitas novas ou a fazer as famosas panquecas viradas no ar
com a magia e malabarismos do “cozinheiro”. Eram tardes fantásticas .
Nesse âmbito, fizemos várias formações com jovens do país, em Fátima, na Casa do
Jovem, e, na diocese. O amigo dinamizou atividades com o Grupo Coral (participamos em
festivais da diocese, num fim de semana fantástico, no Gerês, etc.), e, claro, estávamos
sempre nas diversas atividades da paróquia. Ensaiava lindamente as crianças da catequese,
para as festas da Primeira Comunhão e outras; dinamizava diversas atividades e tornou-se
cúmplice do nosso pároco. Notava-se que havia uma relação de amizade muito bonita, entre
eles.
Um dia, não me lembro da data, pedi ao amigo para me ensinar a tocar viola e ele
disse-me “vai ser difícil porque vou para o seminário”. Na verdade, não fiquei surpreendida e
fiquei muito contente pela sua vocação.
Apesar da mudança ocorrida, a nossa amizade cresceu.
Na terra preparamos a sua festa da ordenação sacerdotal, a “Missa Nova” e tudo
fizemos para que esse dia, 25 de julho, se tornasse inesquecível.
Hoje, passados 25 anos da sua ordenação sacerdotal/Ordenação Presbiteral e, apesar
de alguma distância (trabalho obriga!), a nossa amizade mantem-se e fazemos festa (como
na juventude) sempre que nos encontramos. Mas, como a juventude não se esgota na idade
nem com a idade, espero que o amigo mantenha essa jovialidade e continue a ser feliz (sem
esquecer que para reconhecer a felicidade é preciso conhecer a dor).
Penso que a nossa amizade continuará.
Há amizades que são assim, são para a vida!

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