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NED
MOVE
MENT
GUIA DE
DESENVOLVIMENTO
MOTOR INFANTIL
DE 0 A 7 ANOS PARA
ESTIMULAR O SEU
PEQUENINO
ANDRÉ LIMA
Sobre o Projeto
O projeto ABConcept: Educando Corpo e Mente foi idealiza-
do pelos profissionais de Educação Física André Lima e Carlos
Eduardo Nerosky, tendo por objetivo instruir os pais acerca dos
estágios do desenvolvimento motor humano, desde a mais tenra
idade até a velhice, acendendo o holofote sobre a importância e a
influência da atividade física em cada etapa; fornecendo respos-
tas, diretrizes e atividades que auxiliem os pais a estimular in-
tencionalmente o desenvolvimento completo de seus pequeninos,
promovendo melhor qualidade de vida.
Contato:
Email: abconcept.edf@gmail.com
Facebook e Instagram: @abconcept.edf
Se podemos citar um momento na vida humana que nos deixa
surpresos e sem palavras, esse momento é a notícia da gravidez,
seja ela inesperada ou não. É um momento que traz um certo frio
na barriga de homens e mulheres, principalmente pela preocu-
pação sobre como você deseja marcar a geração seguinte; o que
sem dúvidas se refere a Educação.
5
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO 1
Tudo começa do começo - Condições que
podem influenciar no desenvolvimento 22
CAPÍTULO 2
Fase motora reflexa (de dentro do útero
até os 12 meses) 36
CAPÍTULO 3
Fase motora rudimentar (do nascimento
até os dois anos) 60
CAPÍTULO 4
Fase motora fundamental (dos dois anos
aos sete anos) 84
CONCLUSÃO 110
BIBLIOGRAFIA 116
INTRODUÇÃO
Todos nós já fomos criança um dia. Esse período de nossas
vidas costuma nos trazer lembranças de grande aprendizagem,
maravilhosas e marcantes. Correr e saltar, brincar e descansar,
criar e desmontar, rir e chorar, amar, conhecer, interagir, ser e
ousar. Quando amadurecemos, tomamos ciência de quão impor-
tante foram todos esses momentos em nosso desenvolvimento
físico, cognitivo e social.
9
É justamente por saber que nossas atitudes de hoje influen-
ciarão o futuro da geração seguinte que surgem algumas pergun-
tas: “O que queremos oferecer hoje a estas crianças que impactará
positivamente suas vidas? Qual deve ser meu proceder diário em
relação aos meus filhos? Qual é o legado que pretendo deixar para
a próxima geração?” Essas são questões que nos fazem refletir
sobre o por que o ser humano valoriza tanto os seus pequeninos.
10
E é exatamente essa educação integral do indivíduo que a
Educação Física busca atingir. No aspecto motor, desenvolver movi-
mentos fundamentais, melhorar a coordenação, ampliar o nível de
aptidão motora, criar e desenvolver a consciência corporal, bem
como suas potencialidades (equilíbrio, lateralidade, força, noções
de espaço e tempo). Sob o ponto de vista cognitivo, desenvolver um
pensamento questionador, capacidade de memória e interpretação,
estimular a resolução de problemas, bem como a aprendizagem
de conteúdos essenciais. Quanto ao aspecto social, melhorar a
autoestima, organização, disciplina, coragem, responsabilidade,
solidariedade, cooperação, entre outros.
11
e complexos (GALLAHUE et al., 2013). Bebês, crianças, ado-
lescentes e adultos estão envolvidos no processo de aprender a
mover-se com controle e competência, reação aos desafios que
enfrentam diariamente.
12
UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO
PERMANENTE PERMANENTE PERMANENTE
NA VIDA DIÁRIA RECREATIVA COMPETITIVA
13
envolvem movimentos estabilizadores, como obter o controle da
cabeça, pescoço e músculos do tronco; as tarefas manipulativas de
alcançar, agarrar e soltar, e os movimentos locomotores de arras-
tar-se, engatinhar e caminhar.
Caso você não tenha notado ainda, não sem razão, Gallahue
utiliza a figura de uma ampulheta. As fases de desenvolvimento
estão interligadas a tal ponto que uma fase incompleta pode afe-
tar negativamente o desenvolvimento motor daquele indivíduo
em todas as outras fases. É como se a areia colocada dentro da
ampulheta não tivesse sido o suficiente para passar para a fase
14
seguinte. Talvez você já deve ter visto ou conhecido um adulto que
não apresente competência motora o suficiente para realizar um
movimento combinado como o polichinelo ou pular corda.
15
mais difícil de acontecer, mais especificamente na fase adulta. Um
trabalho específico pode ajudar qualquer pessoa, ainda que con-
tribuindo com um pouco mais de “areia” em sua ampulheta.
16
alguma doença, câncer, e etc. Enfim, este é um fator inalterável.
Por outro lado, não é assim com o fator ambiental. O fator am-
biental é alterável e adaptável, dependendo de suas rotinas e
práticas individuais. Qual o seu peso, aspecto nutricional, parte
emocional, coordenação motora, aptidão física, resistência, per-
sonalidade, entre outros. É exatamente essa maior flexibilidade
que revela a importância da estimulação desde a mais tenra idade,
pois você pode influenciá-lo positivamente, maximizando o seu
desenvolvimento integral desde muito cedo.
17
querer transferir a responsabilidade para a instituição, apesar
de todo o carinho e cuidados recebidos, nada substitui o cari-
nho da família. A criança precisa desse apoio, da consciência de
que a sua família está em casa, e não o contrário.
18
De acordo com GALLAHUE et al. (2013) um fator que in-
fluencia muito no desenvolvimento de uma criança é o brincar,
pois é através das brincadeiras que a criança começa a ter cons-
ciência de seu próprio corpo e de sua capacidade motora, brin-
car também serve para facilitar o desenvolvimento cognitivo e
afetivo dessa criança e ainda ajuda a desenvolver sua capacidade
motora. Por isso a importância de um ambiente propício às brin-
cadeiras para essa criança.
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vai brincar por um pouco, pode até melhorar um pouco aqui ou
ali, mas é só. Você não conseguirá a devida evolução. Agora, na
segunda situação, eu te entregue uma bola e comece a te passar
instruções, diretrizes para que você se desenvolva, como por
exemplo: “Se há apenas uma bola em jogo e diversos jogadores,
como todos podem jogar ao mesmo tempo? Surge então a neces-
sidade de compartilhar a bola por meio do fundamento do passe.”
ou “Qual a forma correta de se efetuar o passe? E se ele for mais
longo, será que eu toco na bola da mesma forma?” ou “No jogo
enfrentamos adversários. Como fazemos para não perder a bola?
Vamos praticar uma condução por um circuito para melhorar
suas habilidades?”
20
adequada para o desenvolvimento integral de seus pequeninos;
com diretrizes de como criar e aplicar atividades de estímulo,
retiradas de um longo período de experiência dentro da área de
estimulação motora infantil na Educação Física.
21
1
TUDO COMEÇA NO COMEÇO
Condições que podem influenciar no
desenvolvimento
23
ser, ainda que invisível ao olho nu, ele já está absorvendo muita
coisa. Lembra do que disse acerca da esponja? Pois é, o bebê absor-
ve coisas boas e coisas ruins. Existem alguns fatores pré-natais
que influenciam no desenvolvimento. Vamos entender um pouco
melhor tudo isso?
FATORES DE RISCO
Embora existam gestações tranquilas, outras podem ser con-
sideradas de alto risco, na qual a mãe teve ou tem alguma condição
antes ou durante a gravidez que aumenta os riscos da criança de
passarem por problemas pré-natais ou pós-natais. Eis algumas
dessas condições na tabela abaixo (GALLAHUE et al., 2013):
CONDIÇÕES
EXPOSIÇÃO A USO DE HISTÓRIA
MÉDICAS
24
Vou fazer uma breve explicação de algumas das condições da
tabela acima, tendo em vista que a Fase Motora Reflexa já tem
início desde o período uterino do bebê.
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1,7 KG
LÍQUIDO SANGUE
EXTRACELULAR Ele fica, diriamos,
1,1 KG Hormônios placentários aguando. Isso explica
estimulam o estoque a tendência à
de sódio, que segura retenção de líquidos
0,8 KG água no corpo na gestação
1,1 KG
LÍQUIDO AUMENTO
AMNIÓTICO DAS MAMAS
Ele envolve o feto, Há um aumento
protegendo-o no seu volume e
contra choques e nos seus vasos
4 KG mantendo-o numa para deixá-lo pronto
temperatura ideal à amamentação
3,1 KG
PLACENTA FETO
Elapossibilita a Aos poucos,suas
passagem de células se diferenciam
diversas substâncias e crescem em
ao filho e serve número e tamanho
1,1 KG como filtro
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dos em consideração, em caso de necessidade do uso de um medica-
mento (como um caso de tratamento de câncer ou outra desordem):
1. O período da gestação em que o medicamento será ministrado;
2. A dosagem;
Condição
Remédio Possíveis efeitos
Materna
Deformidades macroscópicas,
Anormalidade
Progesterona masculinização dos órgãos
menstrual
femininos
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Infelizmente, existem algumas condições que a responsabi-
lidade maior recai sobre os hábitos da mãe, tais como o uso de
álcool, cigarro e até doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
28
Quanto às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s),
como por exemplo a herpes genital, clamídia, gonorreia, sífilis e
HIV/ aids (vírus da imunodeficiência humana/síndrome de imu-
nodeficiência adquirida), são uma ameaça direta à criança em
gestação. A DST materna pode ser transmitida para a criança
antes do nascimento, durante o parto ou pelo leite. DST’s como a
sífilis atravessam a placenta e infectam o bebê no útero. Gonor-
reia, clamídia e herpes genital podem ser transmitidos ao bebê
recém-nascido na hora do parto, quando ele passa pelo canal
vaginal. A infecção por HIV pode ser transmitida no útero, du-
rante o parto e pela amamentação. As consequências das DST’s
podem ser devastadoras tanto para a mãe como para a criança.
Portanto, é muito importante que as mulheres na expectativa de
uma gravidez ou que já estão grávidas façam testes de DST’s com
um profissional da área de saúde.
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Podemos adicionar aos fatores genéticos os defeitos cro-
mossômicos e os defeitos genéticos. Estima-se que 15 a 50% das
gestações são interrompidas por aborto espontâneo, geralmente
durante o primeiro trimestre. A maioria desses abortos é resultado
de anormalidades cromossômicas (MALINA, BOUCHARD e BAR-
OR, 2004; SANTROCK, 2011). Uma das alterações cromossômi-
cas mais conhecida é a Síndrome de Down, que costuma provocar
nascimento prematuro, crescimento mais lento, equilíbrio ruim,
braços e pernas curtos, defeitos cardiovasculares, e etc. Por outro
lado, os defeitos genéticos estão ligados aos distúrbios nos genes.
Então, podemos listar má formação óssea, a ausência de mem-
bros, célula falciforme, espinha bífida, entre outros.
FATORES POSITIVOS
Dentre as atitudes que afetam positivamente o desenvolvimen-
to do bebê durante a gestação podemos citar a prática de atividade
física, o aporte nutricional adequado e a estimulação afetiva.
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O exercício físico durante a gestação é muito recomendado,
desde que o tipo, a intensidade, a frequência e a duração sejam
monitorados (ACOG, 2010; CLAPP, 2000). Os benefícios para
a mãe incluem a manutenção ou melhoria da aptidão física car-
diovascular, a limitação do ganho de peso, a menor retenção de
gordura, reduz as dores e incômodos comuns, diminui as chances
de desenvolver hipertensão e diabetes gestacional, ajuda na facili-
tação do parto e a melhoria de uma série de fatores psicológicos e
emocionais. Os benefícios ao bebê em gestação incluem redução
da gordura e melhoria da tolerância ao estresse. Os benefícios de
longo prazo para a criança abrangem uma composição corporal
mais magra durante os primeiros anos da infância.
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de baixo risco, desde que não haja contraindicação médica, são
recomendadas a qualquer gestante; enquanto que as de alto risco
não devem ser praticadas de forma alguma, pois apresentam ris-
co ao bebê. As gestantes que se exercitavam regularmente antes
da gravidez devem ser estimuladas a manter o nível de atividade
pré-gravidez (CLAPP, 2000; MARCH OF DIMES, 2010).
32
Quanto à estimulação afetiva, é incrível a conexão que existe
entre a mãe e seu bebê. Pelo fato de alguns hormônios passarem
pela placenta, então, se a mãe libera adrenalina, o bebê acaba tendo
uma taquicardia por meio dos próprios hormônios da mulher.
Assim como se a mãe estiver bem, ela libera endorfina, que é pas-
sada para o bebê.
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Lembre-se de que o desenvolvimento integral do indivíduo,
depende de sua disposição genética e da estimulação à sua volta.
Use essa ferramenta para afetar seu bebê de maneira positiva,
buscando ajudá-lo a absorver as melhores experiências possíveis.
Por mais incrível que pareça, o desenvolvimento de seu filho(a)
já teve início. Por menor que ele possa ser, ainda que invisível ao
olho nu, ele já está absorvendo muita coisa.
34
2
FASE MOTORA REFLEXIVA
Os menores pés deixam as maiores pegadas em
nosso coração.
37
UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO
PERMANENTE PERMANENTE PERMANENTE
NA VIDA DIÁRIA RECREATIVA COMPETITIVA
MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
DE GALLAHUE
De 4 meses a 1 ano
dentro do útero e até FASE MOTORA
4 meses de idade ESPECIALIZADA
FASE MOTORA
FUNDAMENTAL
FASE MOTORA
Estágio de Codificação RUDIMENTAR
de Informações
Estágio de Codificação FASE MOTORA
REFLEXIVA
de Informações
39
O reflexo que gera urna resposta mais forte em um lado do
corpo do que no outro também pode indicar disfunção do sis-
tema nervoso.
40
da se fecha em uma resposta habitual ou estereotipada [...] (PAYNE
e ISAACS, 2007, p.215)
REFLEXO DE MORO
O reflexo de moro existe desde o nascimento e segue até os
seis meses de idade do bebê. Este reflexo tem sido um dos instru-
mentos mais utilizados em exames diagnósticos para saber se há
alguma alteração neurológica no infante.
41
tomar uma posição sentada, o domínio da cabeça e diversas
propriedades motoras.
42
de amamentação. A estimulação dos lábios, gengivas, língua ou
palato duro (reflexo de busca) provoca um movimento de sucção
(reflexo de sucção) na tentativa de receber nutrição.
43
você estimula a palma da mão do bebê com um objeto, e em res-
posta, ele fecha a mão envolvendo-o sem o uso do polegar. Caso o
aperto seja avaliado como fraco ou continue após o primeiro ano
de vida pode ser um sintoma de atraso no desenvolvimento motor
ou hemiplegia.
Reflexo de preensão
palmar.
REFLEXO DE BABINSKI E
PREENSÃO PLANTAR
O Reflexo de Babinski acontece quando você pressiona o pé
do recém-nascido, e como resposta ele estica os dedinhos. Por
volta do quarto mês, esse reflexo é substituído pelo de preensão
plantar, no qual sob a mesma ligeira pressão, ele flexiona todos
os dedos do pé.
44
Reflexo de preensão
plantar.
45
Os dois reflexos tônicos do pescoço são observados na maio-
ria dos bebês prematuros, mas não são uma resposta obrigatória
em recém-nascidos (não acontece sempre que a cabeça do bebê
é virada). Entretanto, o bebê de 3 a 4 meses de idade assume
a posição assimétrica cerca de 50% do tempo e depois ela vai
deixando de se manifestar gradualmente. Caso persista além do
sexto mês, existe a probabilidade de falta de controle dos centros
cerebrais superiores sobre os inferiores.
a b
c
Reflexo tônico assimétrico do pescoço e (b) + (c) reflexo tônico simétrico do pescoço.
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REFLEXO DE ENDIREITAMENTO
LABIRÍNTICO E ÓPTICO
Ambos os reflexos podem ser estimulados quando se inclina
o corpo do bebê para frente, para trás ou para o lado. A criança
reage mantendo a cabeça ereta no sentido oposto do deslocamen-
to para manter o alinhamento da cabeça em relação ao solo. Por
exemplo, se o bebê for mantido na posição de barriga para baixo e
for inclinado para trás, ele responderá erguendo a cabeça. Os dois
reflexos são parecidos, mas a diferença do visual é que os olhos
seguem a condução da cabeça para cima.
c
b
a
Reflexos labirínticos em três posições: (a) ereta,
(b) inclinada para trás e (c) bruços.
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inclinar o bebê em qualquer direção, a criança flexione os braços
para tentar permanecer na posição ereta.
a c
b
Reflexo de flexão.
REFLEXO DE PARAQUEDAS E DE
EXTENSÃO (AMORTECIMENTO E APOIO)
Esse é um reflexo defensivo, e acontece quando o bebê recebe
o estímulo visual de que vai cair ao solo (suspenso no ar), ele es-
tica os braços para frente buscando amortecer o contato com a
superfície, sua reação fica parecendo um paraquedista no meio de
um salto. Os reflexos de extensão podem ser provocados quando
o bebê é tirado do equilíbrio na posição sentada, empurrando-o
para a frente ou para trás.
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tomo do mês sexto. A reação para trás pode ser vista se manifes-
tando pela primeira vez entre o décimo e o décimo segundo mês.
Cada uma dessas reações tende a continuar além do primeiro ano
e são necessárias antes de o bebê aprender a caminhar.
Reflexo de paraquedas.
49
De acordo com PAYNE e ISAACS (2007), ambos os reflexos
estão relacionados com os movimentos de rolamento. O reflexo de
endireitamento do pescoço desaparece em tomo dos 6 meses de
idade. O reflexo de endireitamento do corpo emerge em tomo do
sexto mês e persiste até cerca dos 18 meses.
(a) Reflexo de
endireitamento
do pescoço e
a (b) reflexo de
endireitamento
b do corpo.
REFLEXO DE ENGATINHAR
O reflexo de engatinhar é observado quando o bebê é colocado
de barriga para baixo e você vai empurrando devagarinho a sola
do seu pé. De modo reflexo, ele assume uma posição de engati-
nhar, usando tanto os braços como as pernas. A pressão na sola
de ambos os pés gera o retorno da pressão por parte do bebê e um
empurrão para esticar a perna contrária.
50
Este reflexo costuma se apresentar no nascimento e desapare-
cer por volta do terceiro ou quarto mês. Por volta do sétimo mês,
ele reaparece como um movimento intencional, não mais reflexo.
Reflexo de engatinhar.
51
Entretanto, ele pode fornecer ao bebê informações valiosas, que
serão usadas mais tarde, quando os centros cerebrais superiores
amadurecem e a musculatura corporal torna-se forte o suficiente
para suportar o ato voluntário de ficar de pé e caminhar.
Reflexo primário
de pisar.
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REFLEXO DE NADAR
Quando colocado na posição de barriga para baixo dentro
ou sobre a água, o bebê realiza movimentos rítmicos extensores
e flexores dos braços e das pernas como se estivesse nadando.
Além disso, ele apresenta o reflexo de prender a respiração
quando o rosto do bebê é colocado na água. Esses movimentos
são tão organizados que nem se parecem com reflexos. Esses
movimentos involuntários geralmente desaparecem em torno
do quarto mês.
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PERÍODO DE 0 A 3 MESES:
É um período em que o cuidado e a segurança são palavras-
-chave, já que o bebê nasceu há pouco tempo, e seus estímulos
deverão ser de natureza mais suave. O foco aqui é mais de
interação entre pais e filhos, pois o bebê precisa desse contato e
afeto. Lembrando que é necessário respeitar a rotina de sono e
alimentação do bebê.
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o objeto. Neste “segurar” ele experimenta de modo bastante
sutil diferentes sensações táteis;
PERÍODO DE 3 A 6 MESES:
Suas relações com o mundo que a cerca se tornam mais
fortes. O bebê já é capaz de sentar-se com apoio, virar a cabeça
quando ouve um barulho, tenta se equilibrar e orientar no es-
paço. Neste período o bebê começa entender mais sobre o seu
“eu”, o corpo como sendo seu, por isso ele brinca com o mesmo.
À medida que o bebê vai crescendo, os exercícios também
avançam em complexidade.
55
Deitado de barriga para cima, dobre uma perna enquanto
estica a outra e ajude o pequeno a torcer o corpo na direção
da perna esticada. Repita esse exercício com a outra perna.
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Trabalhe o reflexo de endireitamento do pescoço posicio-
nando o bebê de barriga para cima, com a cabeça voltada
para o lado. Todo o restante do corpo deve se movimentar
na mesma direção da cabeça. Primeiro os quadris e as pernas
viram-se de modo alinhado, seguidos pelo tronco.
PERÍODO DE 6 A 12 MESES:
Esta é a fase em que o bebê adquire cada vez mais independên-
cia, principalmente motora. Tem vontade de pegar tudo, já pega os
brinquedos, sobe e desce, grita, canta. É neste período que a criança
adquire maior consciência sobre si e os outros. O bebê consegue se
ver “além” da mãe. Basicamente, os pais passam a ser o instrumento
para que esses pequenos possam sair andando por aí.
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no solo ou na cama, aproximando-o e afastando-o do solo,
deixando que, ao tocar o solo, sustente parcialmente o peso
do próprio corpo.
58
3
FASE MOTORA RUDIMENTAR
O ambiente onde vive um bebê precisa permitir
suas explorações e descobertas; precisa
permiti-lo brincar.
61
tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar, e os
movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar.
MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
DE GALLAHUE
De 1 a 2 anos do
nascimento até 1 ano FASE MOTORA
ESPECIALIZADA
FASE MOTORA
FUNDAMENTAL
Estágio de Pré-controle
FASE MOTORA
Estágio de Inibição de RUDIMENTAR
Reflexos
FASE MOTORA
REFLEXIVA
Isto é o que caracteriza um dos estágios desta fase motora, no
caso, o Estágio de Inibição de Reflexos, que engloba a maior parte
do primeiro ano de vida do bebê. Assim que os reflexos iniciais
vão enfraquecendo e sumindo (inibidos), que têm início desde o
nascimento, os centros cerebrais passam a tomar o controle das
funções motoras e dos órgãos do sentido (visão, tato, audição,
olfato, paladar e cinestesia), tornando a integração desses pro-
cessos muito desenvolvida; dando lugar ao outro período que é
chamado de Estágio de Pré-controle, que costuma ser do 12º ao
24º mês de vida, onde a criança começa a adquirir maior controle
e exatidão nos movimentos.
63
estava apagada. Pense que uma câmera lenta está posicionada no
quarto, e você é o câmera-man. Você observa atentamente a movi-
mentação dessa pessoa enquanto ela levanta e se direciona até o
banheiro, apaga a luz, e volta para a cama. Não era nada de mais.
64
o domínio da cabeça e do tronco e depois dos membros. Quando
consegue sentar e se manter estável, o bebê consegue liberar os
braços de modo mais efetivo para exploração. E assim, as habili-
dades de manipulação, incluindo a utilização da boca, permitem o
uso dos mecanismos sensório-motores para coletar informações.
Desse modo, os movimentos tornam-se símbolos do processo de
pensamento da criança (Gallahue et al., 2013).
HABILIDADES ESTABILIZADORAS
Pelo fato de todo movimento voluntário requerer um pou-
co de estabilidade, essa se torna a mais básica das habilidades.
Vencer a força gravitacional pode parecer algo muito simples para
nós: crianças, jovens e adultos. Não lembramos de quão forte ela
65
é, até que nos tornemos idosos, quando atividades tão básicas,
como sentar e levantar, se convertem quase que em cruzes para
se carregar.
66
bruços, atingindo esse objetivo no sexto mês. E apenas no oitavo
mês o bebê consegue fazer o rolamento na direção oposta, ou seja,
para ficar de barriga para cima.
a b c
67
próximo ao sexto mês. No sexto mês ele já consegue ficar de pé
apoiando-se em algo. Em meados do décimo mês, os pequeninos
já testam seu equilíbrio sem se apoiarem, ainda que por pouco
tempo. Pouco tempo depois ele começa a empurrar o próprio cor-
po para ficar de pé, partindo da posição ajoelhado; em seguida,
atingindo o ápice ao ficar de pé sozinho por períodos mais longos,
e até treinando uns passinhos para frente, entre o décimo primei-
ro e o décimo terceiro mês.
HABILIDADES LOCOMOTORAS
Enquanto que as habilidades estabilizadoras tenham um maior
foco no equilíbrio, as habilidades locomotoras se referem ao que
gera movimento. Embora ela não esteja dissociada do aspecto
locomotor, já que para se locomover se faz necessário o equilíbrio.
68
as pernas e os braços, que é o engatinhar. Passando depois a an-
dar de quatro apoios alternando braços e pernas opostos (perna
direita e braço esquerdo), com cerca de onze meses.
a
b
(a) Rastejar e (b) Engatinhar.
69
podem ajudar no tempo de surgimento do caminhar sem ajuda.
Tive um colega no meu trabalho, também educador físico, que
estimulava e prestava assistência no desenvolvimento motor de
seu filho, o qual conseguiu andar sozinho com cerca de 10 meses.
HABILIDADES MANIPULATIVAS
Assim como as demais habilidades, a manipulativa também é
influenciada pela maturação do sistema sensório-motor do bebê,
e seu desenvolvimento também pode variar em cada indivíduo.
Para adquirir o controle da capacidade de manipulação rudimen-
tar, o bebê precisa dominar algumas tarefas, são elas: alcance,
preensão e soltura.
70
com os olhos. Por volta do quarto mês, o pequeno começa a fazer
ajustes finos dos olhos e das mãos, necessários ao contato com o
objeto. Os movimentos ainda são lentos e estranhos, envolvendo,
principalmente, o ombro e o cotovelo. Mais tarde o punho e a mão
começam a agir de forma mais direta. No final do quinto mês, ela
já é capaz de alcançar objetos no ambiente e de fazer contato tátil
com eles. Essa conquista é necessária antes que a criança possa,
enfim, segurá-lo e prendê-lo na mão.
71
meses, as capacidades de preensão manual são bem próximas
às dos adultos.
72
quiserem. Até quatorze meses, a criança já passa a dominar o
soltar básico, controlando a coordenação de todos os aspectos do
alcance, preensão e soltura até os um ano e meio de idade.
b c
73
Também percebemos que tudo começa com tentativas meio
brutas, mas intencionais, de realizar uma série de tarefas de movi-
mento. E que, embora seja necessário que o bebê tenha seu siste-
ma neuromuscular amadurecido para poder avançar ao nível de de-
senvolvimento subsequente, um ambiente que forneça estimulação
suficiente, com abundantes oportunidades de prática e incentivo
positivo, pode se mostrar benéfico à aceleração do desenvolvimento
das tarefas rudimentares de estabilidade, locomoção e manipulação.
74
formação de sua personalidade e até em sua maturação física. Brincar
permite ao bebê estabelecer relações afetivas e aprender sobre si e o
mundo. É importante passear com a criança, fazê-la experimentar
diferentes superfícies (areia, chão duro, gramado, emborrachado),
espaços, e ensiná-la a valorizar e se alegrar com a criação de Deus (ali-
mentar os animais, visitar parques, regar plantas, e etc).
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segurando o bebê e caminhando para lá e pra cá. Essa motivação o
manterá disposto a manter a tentativa. Parece até difícil pensar em
um bebê sedentário, mas pode acontecer. Estimule-o a brincar e a se
manter ativo durante o dia. Nada de deixá-lo assistir a desenho no
celular, deitado na cama, por horas a fio.
76
Sim, ele vai cair, e tudo isto faz parte do processo de desenvolvi-
mento. Não vá para o outro extremo de superproteção a ponto de
não deixá-lo vivenciar o ambiente ao redor, ficando apenas sentado
num carrinho ou no colo de alguém; o que prejudicará e poderá
retardar a sua maturação sensório-motora. Agora, pelo fato do
bebê estar em busca de conhecimento e independência, é impor-
tante minimizar os riscos existentes e tomar algumas precauções,
tais como: colocar protetores de tomada, verificar se os pontos de
apoio para o bebê possuem quinas e tentar colocar amortecedores,
manter a porta do banheiro sempre fechada (existem casos de
crianças que se afogam no vaso sanitário), deixar produtos quími-
cos e objetos pontiagudos fora de alcance, e etc.
77
um problema em si, mas seu uso em excesso acaba por usurpar um
tempo precioso de exploração para o seu bebê.
PERÍODO DE 0 A 3 MESES:
No primeiro mês, a visão do recém-nascido ainda está em for-
mação. Por isso, seu melhor brinquedo é o rosto dos pais ou res-
ponsáveis. Levantar a sobrancelha, abrir e fechar a boca, mostrar
a língua, fazer bicos com os lábios, piscar um dos olhos, falar em
diferentes tons e ritmos para o bebê são formas de brincar com
ele. Mesmo que o tempo do brincar dure poucos minutos, ele
pode acontecer na troca das fraldas, no banho, quando o bebê está
deitado, mas desperto, ou mesmo no colo.
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No segundo mês, o bebê é capaz de focar sua visão e, entre outras
coisas, já reconhece o rosto da mãe e de pessoas mais próximas,
como o pai e familiares. Então, é hora de incrementar as brinca-
deiras faciais já que o bebê acaba imitando a expressão que ele
observa; então, execute diversas expressões faciais e dê ao bebê cer-
to um tempo de observação e de resposta para imitação. Apresentar
o espelho também é uma boa dica. Mesmo que ele ainda não saiba
que a imagem é ele.
79
PERÍODO DE 4 A 6 MESES:
No quarto mês, há uma coordenação entre a cabeça e os olhos
do bebê (visando a mesma direção), e suas mãos se endereçam
para o que ele deseja, sejam pessoas ou coisas. Entre o quarto e o
sexto mês os bebês desenvolvem a habilidade de sentar. Em um
primeiro momento, eles precisam de suporte, mas no final do sexto
mês muitos já se sentam sem nenhum apoio nas costas.
80
PERÍODO DE 6 A 9 MESES:
Ele adquire algumas competências que começam a mudar a
sua vida: sentar, rastejar e engatinhar. Ao mesmo tempo, outras
conquistas motoras, como os movimentos de pinça (junção do po-
legar e indicador) e de transferência de um objeto de uma mão para
outra voluntariamente, fomentam e ampliam suas possibilidades
de exploração. A sua máquina do corpo passa a trabalhar coorde-
nadamente: olhos, mãos e boca. Tudo isso lhe dá mais autonomia,
tanto na execução de tarefas quanto na sua forma de comunicação
(desde esticar os braços quando quer colo, até balbuciar). Surge a
necessidade de um espaço mais amplo e seguro para que o bebê
possa se movimentar.
PERÍODO DE 9 A 12 MESES:
Por ter sua habilidade estabilizadora e locomotora mais
desenvolvida nesse período, o bebê entra em uma fase em que
mexe em todas as coisas. A sua curiosidade está muito aflorada.
Consequentemente, é preciso garantir que dentro de casa, am-
biente onde o bebê vive, possa ser por ele conhecido, inclusive
para que ele aprenda e reconheça onde moram os perigos, o que
facilitará sua análise dos perigos no mundo afora.
81
A interação social-afetiva do bebê também muda nesse
período. Eles começam a bater palma, a apontar para o que
desejam, esboçar o aceno do tchau, imitar expressões faciais,
gestos e alguns sons que ouve, convocando seu responsável a
entrar na brincadeira. Use isto ao seu favor, acrescentando às
brincadeiras: conversas, músicas e leituras. Nesses diálogos, in-
clua gestos e expressões faciais (feliz, triste, cansado, animado, e
etc), variações rítmicas e sonoras (por exemplo, falar mais alto e
bem baixinho), nomeações de partes do corpo e o nome do bebê
e brincadeiras como seu mestre-mandou. Isso favorece o desen-
volvimento de sua percepção corporal e linguagem.
82
4
FASE MOTORA FUNDAMENTAL
“Ser criança é viver em um universo de brin-
cadeiras e conhecer mundos maravilhosos que
apenas uma imaginação abençoada é capaz de
conceber.”
85
momento perfeito para a criança se desenvolver e refinar uma
grande variedade de tarefas motoras, pois ela está descobrindo
as capacidades de seu corpo: movimentos manipulativos, esta-
bilizadores e locomotores; primeiro isoladamente, e depois com
movimentos combinados; como por exemplo, quando ela apren-
de a saltar, depois a correr, e posteriormente combinar ambos
os movimentos.
MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
DE GALLAHUE
De 6 a 7 anos
de 4 a 5 anos FASE MOTORA
de 2 a 3 anos ESPECIALIZADA
FASE MOTORA
FUNDAMENTAL
87
O estágio elementar, que costuma englobar os 4 e 5 anos de
idade, envolve a aquisição de maior controle motor e coordenação
rítmica das habilidades do movimento fundamental. A harmo-
nização dos elementos de orientação temporal e orientação es-
pacial do movimento progride, mas os movimentos executados
ainda são muito expansivos e “grosseiros”, como se a criança
gastasse muito mais energia para executar um determinado
movimento por não executá-lo com precisão e primor. Esse é o
estágio que muitas crianças começam a ingressar em atividades
esportivas direcionadas (aulas de futebol, balé, ginástica, judô,
capoeira, natação, e etc) que inicialmente requeiram mais uma
coordenação dos grandes músculos para sua execução. Muitos
indivíduos, tanto adultos como crianças, não conseguem avançar
além desses estágios elementares emergentes em uma ou mais
habilidades de movimento fundamental.
88
daquilo que você está vendo (coordenação viso-manual) e in-
terceptação de objetos em movimento (pegar, rebater, volear)
tendem a desenvolver-se um pouco mais tarde, pois apresentam
exigências visuais e motoras aprimoradas.
89
passado e consequente falta de estímulo, essas pessoas deixam de
evoluir e adquirir novas habilidades motoras. Mas também devo
relatar a grande quantidade de casos de alunos e adultos que se
esforçaram e conseguiram, sendo que houveram situações em que
nem eles mesmos acreditavam que fossem capazes.
90
É como se o “trabalho” da criança fosse brincar. Isto aconte-
ce porque é a forma que elas estabelecem relações afetivas e
aprendem sobre si e o mundo, conhecendo mais sobre seus cor-
pos e potencialidades de movimento, favorecendo o seu cresci-
mento cognitivo. A criança expressa muito de si, seu contexto
familiar e tudo que está ao seu redor quando brinca. Por exem-
plo, ao brincar de mamãe e filhinha com uma boneca, a criança
costuma agir como sua mão faz consigo mesma, ou então ela
vai atuar como vê nos desenhos que vê na televisão (as mesmas
expressões e atitudes).
91
Habilidades manipulativas: arremessar, pegar/recepção,
chutar, voleio (usando os pés, acertar um objeto antes que o
mesmo toque no solo), rebater, rolar, pular/driblar;
92
MUITO ALÉM DO
ASPECTO MOTOR
As habilidades motoras trabalhadas nesse período, apesar da
aparência de simples atividade física, adquirem uma ferramenta
de desenvolvimento de diversas competências necessárias à vida
de estudos como também diária, pois ela:
93
ter percebido, as capacidades motoras e perceptivas das crianças
exercem influência mútua.
94
Tomemos como um exemplo um jogador de beisebol. O estádio
está lotado aguardando a sua rebatida. Por ser o último jogador a re-
bater a bola, o resultado da partida depende dele. Se acertar o time
ganha a partida, mas se errar serão derrotados. Ele está nervoso e an-
sioso, seu coração bate acelerado, por conta da adrenalina que corre
em suas veias. Ao pegar o taco, respira fundo e fecha os olhos para
se concentrar, pois tem em sua memória perceptivo-motora que esse
tipo de atitude o ajudará a se acalmar e concentrar. O adversário faz o
arremesso da bola em sua direção. Ele então recebe o input sensorial
pela visão de que a bola está se aproximando rapidamente. Baseado
em seu HD mental, ele realiza a integração sensorial a partir de infor-
mações anteriores. A partir daí, ele ajusta a angulação do taco e o mo-
mento preciso de efetuar o movimento, dado treinamentos e partidas
anteriores, bem como a partir da velocidade de aproximação da bola,
que ele consegue observar (interpretação motora). E, de repente,
boom! Ele ativa o movimento e acerta em cheio a bola, que segue para
fora do estádio. Seu time termina a partida como vencedor. Ainda que
inconscientemente, seu corpo foi alimentado pelo feedback de que a
respiração profunda e o fechar dos olhos o ajuda na concentração, a
angulação do taco e sua velocidade de reação foram ideias para acertar
o projétil naquela velocidade de deslocamento.
95
Consciência corporal: é a noção que a criança tem de seu
próprio corpo. É como se fosse uma visão 3D que ela tem
de si mesma. Quais são as partes de seu corpo, onde elas se
localizam no espaço, o que cada uma é capaz de fazer e como
movimentá-las. Essa consciência está associada a imagem
corporal: qual o meu peso, altura, cor dos olhos e cabelos, o
que me diferencia e associa ao meu próximo.
96
pequenos grupos musculares ou movimentos bem específicos
(coordenação específica/fina), e a coordenação entre aquilo que
se vê e o movimento que se executa (coordenação viso-manual)
como cortar uma linha tracejada usando uma tesoura.
97
e em expressar lugares em que sente dor no corpo (não consegue
definir com precisão), não consegue gesticular adequadamente.
Uma pessoa que não teve uma noção espacial bem trabalhada
costuma andar esbarrando nas coisas, apresenta dificuldade em
diferenciar formas e tamanhos, se sente em apuros em estacionar
veículos, andar de moto então, nem se fala!
98
dental, palavrões, graça no falar, higienização corporal, limpeza da
casa, bagunças, roupas sujas e limpas, entre outros hábitos).
99
motoras, que amadurecidas, irão ajudá-la ao longo de toda a sua vida,
envolvendo o processo de escrita, leitura, dirigir veículos, gesticular
e dar direções adequadamente. Por fim, abordamos a importância
do acolhimento afetivo por parte dos pais e responsáveis, visando
oferecer uma segurança e direcionamento emocional para a criança,
tendo em vista que esse é um período de definições de certo e errado,
estabelecimento de bons e maus hábitos, timidez e etc.
100
dos 4 aos 7 anos (NASPE, 2009). Existe também a importância de
que a criança se engaje numa atividade física não-estruturada, ou
seja, de natureza livre; no mínimo 60 minutos diários para ambas as
idades. É muito importante que você explore diferentes ambientes
com a criança, pois oportunidades e estímulos diferentes de
exploração por meio do corpo e uso de objetos do ambiente ampli-
am a eficiência perceptivo-motora. Parques, playgrounds, calçadas,
quintais e gramados devem entrar na lista. Lembre-se de abordar
os aspectos de segurança e possíveis riscos com a criança antes de
qualquer atividade, seja ela direcionada ou não.
101
percebe a si e ao outro. Cotovelos, calcanhar, sobrancelhas, ombros,
dentes, cabelo, orelhas, e etc. Por exemplo, uma criança de 2 a 4 anos
dificilmente vai reconhecer os cílios, as unhas, queixo, sobrancelhas,
polegares e ombros; partes essas que já são esperadas para crianças
com 5 a 7 anos. Você pode pedir para que imite os movimentos de
alguém, jogos de lançar e apanhar, correr, saltar, espalhar partes de
um boneco e pedir que a criança monte, entre outros.
102
IDADE
DE 2 E MEIO
A 4 ANOS
Consciência Corporal
O corpo vivido;
Coordenação motora global e
específica;
Conhecimento do corpo
*Perceber as partes do corpo;
*Conhecer sua denominação.
Lateralidade
Primeira abordagem por
meio de pequenos jogos de
lateralidade.
Noção Espacial
Conhecimento das noções;
Ponto de vista motor;
*Conhecer o espaço imediato
*Desenvolver diferentes
noções.
Ponto de vista
perceptivo-motor;
*Exercícios de seleção e
progressões.
IDADE
DE 4 A 5 ANOS
Consciência Corporal
Conhecimento do corpo
Ponto de vista perceptivo-motor:
*Discriminação visual.
*Desenvolver várias noções corporais.
*Reproduzir uma figura humana.
Orientação espaço-corporal
Ponto de vista motor:
*Apurar os sentidos.
*Aprendizagem das diversas posições
e conseguir reproduzi-las.
Lateralidade
Todos os jogos de lateralidade que
envolvam os membros inferiores e
membros superiores.
Orientação Temporal
Primeira abordagem por meio de
pequenos jogos de lateralidade.
104
Noção Espacial
*Desenvolver noções em espaço plano e
em espaço com três dimensões.
*Exercícios de reprodução de formas,
grandezas e movimentos.
Orientação espacial
Ponto de vista motor:
*Noções de fila, fileira, frente a frente,
costa, costas contra costas.
*Memória espacial:
- descobrir seu lugar;
- memorizar um espaço criado.
*Desenvolver as orientações:
- Seguir um trajeto;
- Descobrir sua orientação quando os
pontos de referência mudam.
Ponto de vista perceptomotor:
*Discriminação visual.
*Memória perceptiva
*Completar o que está faltando.
*Encontrar Figuras idênticas.
Pré-Escrita
Conhecimento das noções;
Ponto de vista motor;
*Conhecer o espaço imediato
*Desenvolver diferentes noções.
Ponto de vista perceptivo-motor;
*Exercícios de seleção e progressões.
105
IDADE
DE 5 A 6 ANOS
Noção Espacial
Ponto de vista perceptivo-motor:
*Mesmos exercícios que para 4 e 5 anos,
mas escolher os mais difíceis.
*Encontrar figuras idênticas.
*Colorir figuras idênticas.
*Ditado de orientação.
*Aquisição dadireção gráfica.
*Conhecer a posição na sequência.
*Colocar e orientar objetos.
*Exercícios detopologia.
*Exercícios de reprodução de um
modelo utilizando cartelas:
- Dois elementos variam;
- Vários elementos variam;
- de pé/deitado;
- esquerda / direita;
- em cima/embaixo;
- esquerda/direita.
*Exercícios de ‘previsão’:
- dominós,
- fósforos.
106
Organização espacial
Ponto de vistamotor e sensório-motor:
*Observar medidas objetivas.
*Orientar-se de olhos abertos.
*Orientar-se de olhos fechado.
*Jogos de trajeto e de mapas.
*Dobraduras.
*Guiar os deslocamentos de outro.
*Prever diversos trajetos, tendo uma
instrução.
Ponto de vista perceptivomotor:
*Discriminação visual.
*Colorir figuras idênticas.
*Perceber um modelo em um conjunto.
*Exercícios de transparência.
*Criar assuntos a partir de formas
simples.
Lateralidade
*Retomar os jogos
que envolvam os membros inferiores e
membros superiores.
*Organizar-se em função de sua
lateralidade
107
Consciência Corporal
Ponto de vista perceptomotor:
*Discriminação, reconhecimento de
diversas posições.
*Associar objetos a diferentes partes
do corpo.
*Reproduzir diversas posições:
- no papel;
- por meio de formas.
Organização-espaço -corporal
Ponto de vista motor:
*Perceber, corrigir, reproduzir diversos
movimentos.
*Refinar seus movimentos: exercícios de
coordenação, de equilíbrio, de habilidade.
*Prever o gesto adequado à
determinada circunstância.
*Mímicas.
Ponto de vistaperceptomotor:
*Descobrir a figura humana descrita.
*Associar o movimento e o material.
*Descobrir a ação segundo a atitude.
*Agrupar os movimentos semelhantes.
*Recompor e exprimir os movimentos
e as ações.
Pré-Escrita
Grafismo
*No plano vertical:
108
-os mesmos exercícios que para as de 4
a 5 anos, mas, além disso:
- caramujo;
- ondas;
- pontes;
- argolas;
- linha quebrada e tetos;
- triângulo.
*No plano horizontal:
- os mesmos exercícios que no plano
vertical e exercícios de pressão do lápis;
- evoluções;
- molde vazado;
- colorir o desenho sem levantar o lápis.
Orientação Temporal
Ponto de vista perceptivomo- tor:
*Ordem e sucessão:
- memorizar uma ordem;
- descobrir a ordem cronológica;
- descobrir sequência lógicas.
*Duração do tempo:
- classificar segundo a velocidade;
- utilizar os termos ‘cedo’, ‘tarde’;
- cronômetro.
*Renovação cíclica dos períodos.
- Ordem das estações;
-Gestão da manhã, da noite;
- Ordem dos dias.
*Ritmos:
- Reproduzir um ritmo escrito.
109
CONCLUSÃO
111
desenvolvimento integral de seus pequeninos; com diretrizes
de como criar e aplicar atividades de estímulo, retiradas de um
longo período de vivências dentro da área de estimulação motora
infantil na Educação Física.
COGNITIVO AFETIVO
PSICOMOTOR
113
Ó SENHOR,
QUÃO
VARIADAS
SÃO AS TUAS
OBRAS!
TODAS AS
COISAS
FIZESTE COM
SABEDORIA;
CHEIA ESTÁ
A TERRA
DAS TUAS
RIQUEZAS.
Salmo 104:24
114
EI, ESPERE
AÍ! NÃO VAI
EMBORA
AGORA,
A NOSSA
CRIANÇA
NÃO
PARA DE
CRESCER!
O QUE VEM
DEPOIS
DISTO? E
AGORA?!
CONTINUED...
ACOG - THE AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND
GYNECOLOGISTS (2010). Exercise During Pregnancy. Online
em: www.acog.org/publications/patient_education/bp119.cfm
117
agogia, Goiás. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.
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Press.
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(2009). Active Start: a statement of guídelines for children birth
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120
SANTROCK, J. W. (2011). Child Development: An Introduction.
St. Louis, MO: McGraw-Hill.
http://ninguemcrescesozinho.com.br/2016/09/08/brinquedos-
e-brincadeiras-para-bebes-de-9-a-12-meses/
121