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Rafaella Dalla Valle Marcon

OAB/PR 82.608

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M.M JUÍZO DE DIREITO DA COMPETÊNCIA DELEGADA DA COMARCA DE


MANGUERINHA – ESTADO DO PARANÁ

NOEMI TRINDADE DE QUADROS PEREIRA,


brasileira, auxiliar de produção cortadora de frango, portadora da
carteira de identidade sob nº. 9.133.060-1, e do CPF/MF sob nº.
881.636.019-49, residente e domiciliada na Rua Carlos Gomes, 890,
Centro, no Município de Mangueirinha, Paraná, por sua procuradora
infra-assinada, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor
contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), autarquia
federal, com Superintendência neste Estado, a presente Ação
Previdenciária de Concessão de Aposentadoria por Invalidez, com
pedido sucessivo de Auxílio-Doença, forte nos artigos 42 e seguintes da
Lei 8.213/91, e 319 e seguintes do Código de Processo Civil, mediante os
seguintes fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
Rafaella Dalla Valle Marcon
OAB/PR 82.608

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I - DOS FATOS

A autora é segurada da Previdência Social,


ora com registro em carteira de trabalho, ora como contribuinte
individual, atualmente desempregada, devido a incapacidade para
trabalhar.

Na atividade laboral exercida pela autora


(auxiliar de produção), faz-se necessário além do uso de força física
diariamente, uma boa saúde e disposição mental.

No decorrer do ano de 2013, a autora se viu


definitivamente acometida de problemas graves (DOR ARTICULAR +
GONOARTROSE) fatos que geraram uma incapacidade total para o
trabalho.

Conforme acima exposto, a incapacidade


para o trabalho ocorreu no ano de 2013, sendo que então a autora
requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão de auxilio
doença, que foi deferido sob o nº 604.486.195-7, em 17/12/2013,
cessado e deferido por diversas vezes pelo INSS.

Com a cessação do benefício, e com os


problemas de saúde acima descritos recorrentes, a autora buscou o
reestabelecimento do mesmo, registrado sob nº. 624.865.246-9, o qual
foi INDEFERIDO em 19/09/2018, conforme documento anexo.

A negativa de concessão do beneficio


ocorreu sob o argumento de que não foi comprovado a incapacidade
para o trabalho.

Diante da situação narrada, não vê a


autora outro meio de obter o que lhe é de direito, senão em provocar o
Poder Judiciário para que assim possa então atingir seu objetivo.
Rafaella Dalla Valle Marcon
OAB/PR 82.608

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II - FUNDAMENTOS

A aposentadoria por invalidez, uma vez


cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para
o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e será paga
enquanto permanecer nessa condição, conforme preceitua os artigos
42 e 59 da Lei n. 8.213/91, e Julgado abaixo transcrito:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. LEI 8.213/91. INEXIGÊNCIA DE CARÊNCIA.
CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. ART. 1.º-F DA
LEI N.º 9.494/97. LEI 11.960/09. 1. Quatro são os requisitos
para a concessão do benefício em tela: (a) a qualidade
de segurado do requerente; (b) o cumprimento da
carência de 12 contribuições mensais, (c) a
superveniência de moléstia incapacitante para o
desenvolvimento de qualquer atividade que garanta a
subsistência, (d) o caráter permanente da
incapacidade. 2. Sendo o segurado portador de
patologia arrolada no art. 151 da Lei n° 8.213/91 entre as
doenças que dispensam o cumprimento de carência,
não há qualquer óbice à concessão do benefício
requerido, uma vez que a incapacidade, no caso em
apreço, é incontroversa. 3. A despeito dos precedentes
anteriores da Turma em sentido contrário, firmou-se na 3ª
Seção deste Tribunal o entendimento de que a Lei
11.960, de 29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que
alterou o art. 1.º-F da Lei 9.494/97, determinando a
incidência nos débitos da Fazenda Pública, para fins de
atualização monetária, remuneração do capital e
compensação da mora, uma única vez, até o efetivo
pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica
e juros da caderneta de poupança, aplica-se
imediatamente aos feitos de natureza previdenciária.
(TRF4, AC 0001591-72.2010.404.9999, Quinta Turma,
Rafaella Dalla Valle Marcon
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Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E.


14/06/2010).

O valor da renda mensal inicial da


aposentadoria por invalidez será igual a 100% do salário de benefício,
não podendo ser inferior a um salário mínimo nem superior ao limite
máximo do salário-de-contribuição.

A renda mensal inicial da aposentadoria por


invalidez, concedida por transformação de auxílio-doença, será de
100% do salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da
renda mensal inicial do auxílio-doença, reajustado pelos mesmos índices
de correção dos benefícios em geral.

Carência é o número mínimo de


contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao
benefício. Para o segurado empregado, o período de carência é
contado da data da filiação ao Regime Geral de Previdência Social. A
concessão da aposentadoria por invalidez em se tratando de
trabalhador rural (segurado especial) depende do cumprimento da
carência de 12 contribuições. Vejamos:

APOSENTADORIA - INVALIDEZ DE RURÍCOLA –REQUISITOS


- A aposentadoria por invalidez depende, para a sua
obtenção, da convergência de dois requisitos
primaciais: o primeiro, relativo ao cumprimento do
período de carência, e o segundo, expresso na
incapacidade total e permanente para o trabalho. Ao
lado de tais requisitos, na hipótese específica do
trabalhador rural, exige-se também a comprovação do
exercício dessa atividade por 12 meses, ainda que de
forma descontínua, em relação aos meses
imediatamente anteriores ao requerimento do benefício
(TRF-3.ª R. - Ac. unân. da 5.ª T. publ. no DJ de 22-8-2000
- Ap. Cív. 96.03.075.966-0-SP - Rel.ª Juíza Suzana
Camargo -Adv.: Luiz Carlos Bigs Martim; in ADCOAS
8198437).
Rafaella Dalla Valle Marcon
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Somente a título de esclarecimento, não


tem direito ao auxílio-doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já
tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a
incapacidade resulta do agravamento da enfermidade.

A pretensão da autora vem amparada nos


arts. 42 e 59 da Lei n. 8.213/91. A data de início do benefício deverá ser
fixada nos termos dos arts. 43 e 60 da Lei n. 8.213/91.

Por fim, deve-se atentar ao fato de que a


autora possui como única fonte de renda a concessão do beneficio de
Aposentadoria por Invalidez ou Auxilio doença, pois além dos motivos
acima elencados a autora possui um nível de escolaridade baixo,
impossibilitando a mesma de prover seu sustento realizando outra
atividade senão a de auxiliar de produção.

III - REQUERIMENTO

ISSO POSTO, requer a Vossa Excelência:

1- A concessão do benefício da assistência


judiciária gratuita por ser a autora pobre na acepção legal do termo,
não possuindo condições de arcar com as custa e demais despesas do
processo.

2- A citação do Instituto Nacional do Seguro


Social - INSS, bem como sua intimação para que, até a audiência de
tentativa de conciliação, junte aos autos o processo administrativo.

3- Condenar o Instituto Nacional do Seguro


Social – INSS – a conceder/restabelecer a autora o benefício de
AUXÍLIO-DOENÇA, com posterior conversão em APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ, a partir da data da efetiva constatação da total e
permanente incapacidade.

4- Pagar as parcelas vencidas e vincendas


incluindo-se o abono anual, monetariamente corrigidas desde o
respectivo vencimento e acrescidas de juros legais moratórios,
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incidentes até a data do efetivo pagamento, correspondentes,


atualmente, respeitando a prescrição quinquenal;

5 - A condenação do Réu ao pagamento


das custas e despesas processuais, se houverem, bem como dos
honorários de sucumbência na base de 20% sobre o valor da
condenação.

Requer a produção da prova pericial,


requerendo a nomeação de um médico especialista na doença
apontada para realizar a perícia, protestando pela produção das
outras se fizerem necessárias.

Dá à causa o valor de R$ 17.342,79 (dezessete


mil trezentos e quarenta e dois reais e setenta e nove centavos). 1

Pede deferimento

Pato Branco, 26 de fevereiro de 2019.

RAFAELLA DALLA VALLE MARCON


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QUESITOS DA PERÍCIA:

1) O(a) periciando(a) encontra-se acometido(a) por alguma doença


ou deficiência física? Especifique-a e relacione os fatos nos quais
baseou-se para chegar a tal conclusão (depoimento pessoal da parte
autora, exames, laudos etc.)?

1 Soma das parcelas vencidas e vincendas.


Rafaella Dalla Valle Marcon
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2) O(a) periciando(a) é acometido(a) de alguma das seguintes


doenças ou afecções: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental,
neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte
deformante), S.I.D.A., contaminação por radiação ou hepatopatia
grave?

3) Quais as características da doença que acomete o(a) periciando(a)


e qual a sua relação com a atividade exercida?

4) A enfermidade que acomete a parte autora é a mesma ou se


vincula àquela que levou ao requerimento do benefício na esfera
administrativa?

5) A que data remonta a incapacidade? Com base em que dados é


possível esta afirmação? Em não havendo possibilidade de fixar a data
exata, o perito deverá, à vista dos exames e documentos juntados,
estimar o momento mais aproximado do início da incapacidade?

6) A incapacidade adveio de agravamento de doença anterior?


Quando surgiu o agravamento que gerou a incapacidade? Em não
havendo possibilidade de fixar a data exata, o perito deverá à vista dos
exames e documentos juntados, estimar o momento mais aproximado
do seu início.

7) Analisando os documentos existentes no processo e aqueles


apresentados por ocasião da perícia médica em cotejo com o exame
clínico realizado, informe, se possível, se houve períodos intercalados de
capacidade e incapacidade desde o início da doença, especificando-
os.

8) Em face da moléstia, o(a) periciando(o) está:


( ) a) Capaz para o exercício de qualquer trabalho ou atividade que lhe
garanta subsistência;
( ) b) Incapaz somente para o exercício de seu trabalho ou da
atividade que lhe garante a subsistência;
( ) c) Incapaz para o exercício de certos tipos de trabalho ou atividade
que lhe garanta subsistência;
( ) d) Incapaz para o exercício de qualquer trabalho ou atividade que
lhe garanta subsistência.

9) A incapacidade é temporária (isto é o(a) autor(a) poderá retornar às


suas atividades laborativas habituais ou ser reabilitado para outra
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atividade) ou permanente? Havendo possibilidade de recuperação


para o exercício de outra atividade, quais os limitadores para a
reabilitação (idade, grau de instrução etc.)

10) Ou a incapacidade é permanente e total, isto é, não há


possibilidade de recuperação para o exercício de atividade laborativa?
Desde quando é possível afirmar o caráter irreversível da
incapacidade?

11) Existe algum tipo de cura ou de minoração dos efeitos para o(s)
mal(es) sofrido(s) pelo(a) periciando(a), conhecido(s) no atual estado
da ciência médica, seja cirúrgica ou medicamentosa? Em caso
positivo, o INSS ou o SUS estão capacitados a fornecer tal tratamento ao
(à) periciando(a)?

12) Existindo tratamento medicamentoso, o(a) periciando(a) poderá


desenvolver normalmente atividades laborativas ou apresentar
capacidade para a vida independente?

13) O autor necessita de acompanhamento ou auxílio permanente de


terceiro para realizar as tarefas da vida cotidiana? Desde quando?

14) ) É o(a) periciando(a) incapaz para os atos da vida civil?

15) Em se tratando de incapacidade pregressa, qual a possível data em


que a incapacidade encerrou (cite os documentos comprobatórios)?

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