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TO EMPRESARIAL Professora Tofess Patricia Noleto dos Santos I - INTRODUCAO arelagao entre a arte e o direito é a mais proxima do que se pode imaginar. Tomando por base pura e simples a afirmagao de que o Direito é a arte do bom e do justo. Aarte se toma pela ideia de criatividade e materializacdo de sua arte com sua obra. Ou seja “tem a marca a idealidade, o artista pensa e nao precisa, obrigatoriamente, manejar.” O direito em sua magnitude se constroi na percep¢ao da criatividade, ele se expressa artisticamente por seu fazer, no ato de colher o fato, natural ou humano e assim dar-lhe asua expressao juridica A identificagao do direito se da na expressao de uma arte politica, uma técnica social, tida no 4mbito da comunidade, ou seja do Estado. A historia da humanidade pode ser contada como a “histéria do desenvolvimento econémico”, ou seja com o inicio das iniciativas de desenvolvimento econémico, esfor¢os individuais para auferir as riquezas, beneficios pessoais, que acabaram beneficiando toda a humanidade, dando-lhe desenvolvimento e prosperidade. O comércio e o mercado sao fenédmenos humanos vitais. O contrato, a matematica, as terras, a siderurgia, a navegacao comercial... Tudo é visto pelo ética da empresa e atos de comércio. Anterior ao Novo Cédigo Civil, as normas do Direito Comercial eram regulamentadas sobre o "ato de comércio", que eram definidos como os atos praticados pelos comerciantes, relativo ao exercicio de sua atividade. Com a entrada em vigor do Novo Codigo Civil brasileiro em 11 de janeiro de 2003, deixa de existir a classica divisao existente entre ATIVIDADES MERCANTIS (industria ou comércio) e ATIVIDADES CIVIS (as chamadas prestadoras de servicos) para efeito de registro, faléncia e recuperacao de empresas (antiga concordata) DIREITO COMERCIAL O nosso Codigo comercial adotava a Teoria dos Atos do Comércio, nos moldes do Cédigo Francés. Adotavamos 0 critério de divisao das empresas, as atividades exercidas por elas, ou seja dispunham que a sociedade constituida com 0 objetivo social de prestacao de servicos (sociedade civil), tinha o seu contrato social registrado no Cartorio de Registro Civil das Pessoas Juridicas (exceto as Sociedades Anénimas e casos especificos previstos em lei), enquanto que uma sociedade mercantil, constituida com 0 objetivo de exercer atividades de industria e/ou comércio, tinha o seu contrato social registrado nas Juntas Comerciais dos Estados © Portanto Direito comercial trata-se do ramo do direito que tem por objetivo a regulamentag¢ao da atividade econémica daqueles que atuam de forma organizada com habitualidade na circula¢ao ou produgao de bens e presta¢ao de servi¢os, objetivando a obten¢ao de lucros. © 0 Cédigo deixou de agrupar as sociedades civis de fins econdmicos ou lucrativos sob um mesmo prisma, passando-se a considerar sociedades empresarias (antigas sociedades mercantis) ou sociedades simples (que nao exercem atividades de empresarios). DIREITO EMPRESARIAL Atividade empresarial trata-se da atividade econémica organizada, exercida com habitualidade para a producao, circulagao de bens ou prestag¢ao de servigos objetivando o lucro. Artigo 966 do cédigo Civil. CARACTERISTICAS -profissionalismo(habitualidade, pessoalidade) Atividade de produgao, Circulacdo de bens ou presta¢ao de servicos, Finalidade lucrativa, organizacao © PROFISSIONALISMO E 0 exercicio da atividade com habitualidade na pratica dos atos (reiteracdo na exploracdo da atividade) e pessoalidade (explora¢ado da atividade em nome préprio). © ATIVIDADE ECONOMICA explora¢do do empreendimento com Finalidade Lucrativa. ® ORGANIZACAO reuniao e articulagao dos quatro fatores de producao de capital: I- capital (dinheiro necessario para a articulacdo dos bens); II- insumos (bens materiais ou imateriais); III mao de obra ( terceiros organizados e coordenados pelo empresario); e IV tecnologia (qualquer técnica para a exploracao da atividade). © PRODUCAO OU CIRCULACAO DE BENS OU SERVICOS Atos passiveis de serem praticados pelo empresario na exploracao da atividade: I- producao de bens; II- circulagao de bens; III- produgao de servicos e IV circulagao de servigo. Na produgao a finalidade é buscar a mercadoria no produtor e fazer com que ela chegue ate o consumidor. Na circulacao é a intermediacao de servicos. 2 Com anAo aplicagao da teoria dos atos de comércio, passamos a adotar a "teoria da empresa" que segundo ALMEIDA "..abrange a atividade empresarial como um todo endo mais apenas aquelas atividades anteriormente definidas ..." (2003, p. 13). ? Portanto empresario é "aquele que exerce profissionalmente atividade econémica organizada para a produgao ou a circulagao de bens ou de servi¢os“ o 2 Isso nos mostra que 0 nosso sistema jurfdico passou a adotar uma nova divisdo que nao se apoia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é, comércio ou servi¢os, mas no aspecto econémico de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na teoria da empresa. De agora em diante, dependendo da existéncia ou nao do aspecto "econémico da atividade", se uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participagao de um ou mais sdcios) em algum segmento profissional, enquadrar-se-a como EMPRESARIO ou AUTONOMO, conforme a situacao. Caso prefira se reunir com uma ou mais pessoas para, juntos, explorar alguma atividade, deverao constituir uma sociedade que podera ser uma SOCIEDADE EMPRESARIA ou SOCIEDADE SIMPLES, conforme veremos as diferencas entre uma e outra, mais adiante. 2- EMPRESARIO Empresario é a pessoa fisica ou juridica, que profissionalmente organiza uma atividade econdmica de producao ou circulagao de bens ou servi¢os. (art. 966 do CC). Sao requisitos: - profissionalismo; - Atividade - Organizagao - Produgao ou circulagao de bens e servi¢os Em regra Geral pelo sistema de atos de comércio, as prestadoras de servi¢os ficavam fora da protecao do direito Comercial, devido a sua nao previsdo no antigo regulamento de 1850. Agora, com base no artigo 966 do Cédigo Civil, passaram a ser atos de empresario. - Os requisitos enumerados (profissionalismo; Atividade - Organizacdo;Produg¢ao ou circulagao de bens e servi¢os) passaram a ser atividades de empresarios, pois todas elas sao passiveis de enquadramento, direta ou indiretamente, nas categorias de producdo ou circulagao de servigos. Circulador de bens: é aquele que nao produz os bens mas faz intermediac¢ao por quem produz e o consumidor final. Circulacao de servicos: nao produz servico mas faz intermediagao por quem produz 0 servi¢o e o consumidor final. © S6 sera considerado empresario quem atuar com Profissionalismo, atividade econdémica, organizacional. ® Atuar com profissionalismo: habitualidade (nao pode ser espordadica) © Pessoalidade (exercer diretamente a atividade) ® A execucao pode ser exercida pelos seus contratados mas empresario tem que agir diretamente. ® Atividade econémica (tem que ter fins lucrativos) Excecao: existem pessoas que atuam com profissionalismo, modo organizado, atividade econémica e que nao sao empresarios. © Art. 966 § tinico cc @ Nao sera considerado empresario quem exercer profissao intelectual de natureza cientifica (decorre de uma ciéncia), (médico, adv., dentista, arq) literaria ou artistica, salvo se no exercicio da profissao for constituido elemento de empresa. Excecao da excecdo: se um desses profissionais constituirem o elemento de empresa. Ex: médico que presta servi¢o em seu consultdrio nao é empresario. Hospital presta servico, tem constituido elemento de empresa. Diferente se ambos prestam servico com profissionalismo. A diferenga esta no fato de que o médico atua com pessoalidade e na clinica ou hospital, o médico atua como empresario e muitas vezes nem atende o paciente ® DA CAPACIDADE DE EMPRESARIAR Varias foram as inovac¢ées trazidas pelo Novo Codigo Civil a respeito da questao da "capacidade" de um modo geral. Por exemplo, antigamente a maioridade era concedida aos 21 anos (artigo 9° - Codigo Civil de 1916), agora é aos 18 anos (artigo 52 - Cédigo Civil de 2002). Dessa forma, houve altera¢des nesta parte também referente ao Direito da Empresa. O Cédigo Comercial de 1850, trazia em seu primeiro artigo que poderiam "comerciar" todas as pessoas que se achassem na livre administracdo de suas pessoas e bens, e nao fossem expressamente proibidas pelo mesmo codigo, além dos legitimamente emancipados, filhos que tivessem mais de 18 anos com autorizacao dos pais por meio de escritura publica, mulheres casadas também maiores de 18 anos, com autoriza¢ao de seus maridos, etc. Atualmente, 0 artigo 972 do novo cédigo civil traz que podem exercer atividade de "empresario" os que estiverem em pleno gozo da "capacidade civil" e nao forem legalmente impedidos. Entao até mesmo o menor de 18 anos pode ser socio: "... desde que maior de 16 e seja emancipado. Ja o menor de 16 anos de idade sé podera participar de sociedade, se estiver devidamente representado pelos seus responsaveis legais. Entretanto, nao podera exercer a administracdo da empresa” (SEBRAE, 2003, p. 26). Nesse sentido também se aplicada o artigo 974 a respeito do incapaz. Antes deste, 0 artigo 973 faz mencao expressa a pessoa legalmente impedida de exercer atividade de empresario, 0 qual nao ha dispositivo no antigo cédigo civil ou mesmo no cédigo comercial. Sobre isto, é relevante citar: Se a pessoa estiver proibida de ser juridicamente qualificada como empresario, os atos por ela praticados que possam. representar obrigag6es para a empresa serao por ela assumidos pessoalmente, ou seja, com 0 comprometimento direto e objetivo de seu patrimdénio particular, devendo este responder pelas obriga¢ées contrafdas. A empresa, ou, quando for 0 caso, a sociedade, somente assume as dividas e obrigagées que foram contratadas por empresario ou sécio administrador investido dos necessarios poderes, sem qualquer tipo de impedimento para a pratica de atos de gestao empresarial (FIUZA, 2002, p. 878).

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