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MARINHA DO BRASIL

ESCOLA NAVAL

ASP (IM) 3018 BEATRIZ CRUZ


ASP (IM) 3037 COLLAÇO
ASP (IM) 3091 THIAGO MIRANDA
ASP (IM) 3115 ANDRÉ ASSIS
ASP (IM) 3130 BRUNO SANTOS
ASP (IM) 3147 PLÍNIO

TÍTULO

A PROTEÇÃO AO BRASIL E AOS BRASILEIROS

TEMA V

O EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS EM APOIO À DEFESA CIVIL

RIO DE JANEIRO
2021
ASP (IM) 3018 BEATRIZ CRUZ
ASP (IM) 3037 COLLAÇO
ASP (IM) 3091 THIAGO MIRANDA
ASP (IM) 3115 ANDRÉ ASSIS
ASP (IM) 3130 BRUNO SANTOS
ASP (IM) 3147 PLÍNIO

TÍTULO

A PROTEÇÃO AO BRASIL E AOS BRASILEIROS

TEMA V

O EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS EM APOIO À DEFESA CIVIL

Trabalho apresentado como Segundo Teste


Periódico da disciplina Introdução à Logística
Naval no Curso de Formação de Guardas-Marinha
da Escola Naval

Instrutor: CMG (RM1-IM) TÚLIO

RIO DE JANEIRO
2021
RESUMO

A missão das Forças Armadas é, dentre outras responsabilidades, a defesa da pátria. A


Defesa Civil, no entanto, se mostra como algo de responsabilidade de vários agentes
governamentais. A contribuição das Forças Armadas para a Defesa Civil se dá tanto de maneira
preventiva como de maneira a contribuir para a solução de problemas ligados a desastres e
ameaças de naturezas diversas.

Palavras-chave: Forças Armadas. Defesa. Civil. Desastres. Proteção.


ABSTRACT

The mission of the Armed Forces is, among other responsibilities, the defense of the
homeland. The Civil Defense, however, proves to be something of responsibility of various
government agents. The contribution of the Armed Forces to civil defense consists both in a
preventive manner and in a way that contributes to the solution of problems related to disasters
and threats of various natures.

Key-words: Armed Forces. Defense. Civil. Disasters. Protection.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 06
2 A MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS E A DEFESA CIVIL 07
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 10
REFERÊNCIAS 11
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho foi elaborado como ferramenta de avaliação para o Segundo Teste
Periódico da disciplina de Introdução à Logística Naval, com o intuito de elucidar qual seria a
participação das Forças Armadas na Defesa Civil.

Para alcançar o objetivo supracitado, o desenvolvimento do trabalho partirá da


conceituação dos termos a serem usados no seu decorrer, de modo a construir o entendimento
de qual a participação das Forças Armadas em questões de Defesa Civil. O último segmento do
trabalho consistirá em concluir a relevância das Forças Armadas para a defesa não apenas das
fronteiras e assuntos bélicos, mas dos brasileiros e as eventuais necessidades que façam
necessária a presença dessas Forças.

A metodologia usada consistirá no uso de uma norma, uma lei, um decreto e três artigos
como base teórica, além da citação de outras leis, reportagens e artigos.

O trabalho desdobrar-se-á com a norma referente às Instruções para Emprego das


Forças Armadas em Apoio à Defesa Civil, com a Lei nº 12.608/2012, com o Decreto nº
7.257/2010, com o artigo de Edson Ricardo Saleme e Renata Soares Bonavides sobre A Política
Nacional de Proteção e Defesa Civil, com o artigo de Paula Emília Gomes de Almeida sobre A
Política Nacional de Proteção e Defesa Civil alusivo aos desastres como problema político e,
por fim, com o artigo de Sérgio de Oliveira Netto sobre o Emprego das Forças Armadas em
ações de Defesa Civil.
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2 A MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS E A DEFESA CIVIL

As Forças Armadas são definidas na Constituição Brasileira (BRASIL, 2016) em seu


142º artigo como sendo

instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e


na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.

A partir do enunciado acima, é possível concluir que, além de garantir os poderes


constitucionais, a lei e a ordem, as Forças Armadas têm um papel definido na própria
Constituição Federal de defender a Pátria.

Essa defesa, no entanto, pode se dar de diversas formas. Seja a defesa contra ameaças
internacionais, seja a defesa contra ameaças internas: em ambos os casos, há um lado oposto
bem definido no conflito. A defesa contra um elemento não figurado se mostra um caso não
precisamente definido na Carta Magna.

O elemento não figurado supracitado é definido nas Instruções para Emprego das Forças
Armadas em Apoio à Defesa Civil (BRASIL, 2015, p. 23) como ameaças, as quais consistem
essencialmente em “[..] qualquer condição que possa ocorrer com intensidade ou severidade
suficiente para causar perda de vidas, danos ou impactos à saúde humana, à economia, à
infraestrutura e ao meio ambiente”.

Essas ameaças podem ser naturais, socionaturais ou antrópicas, mas não é o escopo do
presente trabalho discorrer sobre os pormenores alusivos às suas classificações.

As medidas a serem tomadas, frente a todos os problemas descritos na publicação citada


anteriormente, são o verdadeiro escopo deste texto. As Instruções para Emprego das Forças
Armadas em Apoio à Defesa Civil (BRASIL, 2015, p. 24) definem o “conjunto de ações
preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar desastres e minimizar
seus impactos para a população e restabelecer a normalidade social” como Defesa Civil.

O Conceito de Defesa Civil é fundamental para o desdobramento a seguir, pois consiste


nas providências a serem tomadas em casos de prevenção ou remediação das ameaças de
diversos tipos.

A questão central é: seria a “defesa da Pátria”, constante na definição da Constituição


Brasileira referente às Forças Armadas, alusiva, também, à Defesa Civil?
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O Artigo 16º da Lei Complementar nº 97 de 1999 aponta que sim: “cabe às Forças
Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a
defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República”.

As Instruções para Emprego das Forças Armadas em Apoio à Defesa Civil (BRASIL,
2015) também apontam que sim, enunciando que a missão das Forças Armadas é

cooperar, mediante autorização, com os órgãos e entidades que possuem


competências relacionadas com a Defesa Civil. Para isso, ficar em condições de apoiar
ações preventivas, incluindo planejamentos, instrução e simulações, e de resposta a
desastres, tudo com vistas a evitar ou mitigar os efeitos daquelas ocorrências; a
preservar o bem-estar da população; e a restabelecer a normalidade social.

Além da determinação constante na Lei Complementar nº 97 de 1999 e nas Instruções


para Emprego das Forças Armadas em Apoio à Defesa Civil em relação a mais uma atribuição
das Forças Armadas, a Lei nº 12.608 de 2012 estabelece a participação de outros elementos
governamentais no Apoio à Defesa Civil, como diz o Artigo 2º da mesma lei: “é dever da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos
riscos de desastre”.

Apesar de não ser o foco do trabalho dissertar sobre as diversas esferas de participação
dos elementos governamentais na no Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, conclui-se que
as Forças Armadas são um dos componentes responsáveis por esse tipo de assistência no Brasil.
A clarificação desse conceito é essencial para o desdobramento do trabalho.

A Defesa Civil e as ações que a compõem podem se dar de diversas maneiras, mas se
alinham em basicamente dois segmentos: a prevenção e contingência. O Artigo 5º da Lei nº
12.608 de 2012 aponta quinze objetivos do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, os quais
têm finalidades alinhadas com os segmentos supracitados.

No contexto das medidas a serem tomadas como contingência, ou seja, tendo ocorrido
o desastre de qualquer que seja a sua natureza, é ponto pacífico que as Forças Armadas são o
componente com mais meios à disposição para o melhor atendimento das necessidades.

Como diz OLIVEIRA NETTO (2014),

Isto porque as Forças Armadas dispõem de pessoal treinado, e de equipamentos para


enfrentar estas situações de crise. Que são fatores decisivos a um atendimento rápido
e eficiente da população atingida. [...] Na realidade, atualmente, é praticamente
impossível se cogitar de uma intervenção da Defesa Civil em cenários de grandes
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catástrofes sem o auxílio das Forças Armadas. Que, com suas aeronaves, veículos de
carga, grande capacidade logística, e militares capacitados para o enfrentamento de
condições adversas, vem se tornando a cada mais indispensáveis nestas missões de
vocação humanitária.

A participação das Forças Armadas na Defesa Civil não se limita unicamente ao


segmento de contingência. Um caso recente que representa o emprego das Forças Armadas no
segmento de prevenção a desastres e ameaças à Defesa Civil é a decisão do Conselho Nacional
da Amazônia Legal de iniciar a Operação Samaúma, a qual consiste na presença das Forças
Armadas em vinte e seis municípios dos Estados de Amazonas, de Rondônia, de Pará e de Mato
Grosso com a finalidade de evitar o desmatamento, como diz a notícia (AGÊNCIA BRASIL,
2021), “a escolha dos municípios prioritários foi feita pelo grupo gestor do Conselho Nacional
da Amazônia Legal com base na maior quantidade anual de alertas de desmatamento”.

O emprego das Forças Armadas no apoio à Defesa Civil se mostra estratégico e


interessante para ambas as partes, uma vez que, como OLIVEIRA NETTO (2014) descreve,
esse apoio é

Motivo adicional para que as forças militares sejam sempre mantidas em boas
condições operacionais. Pois, como visto, o seu aparelhamento não será utilizado
apenas para a defesa da pátria. Mas também para o benefício da sociedade, nas
iniciativas em parceria com os organismos de Defesa Civil.

Diante dos exemplos citados anteriormente, é explícita a importância das Forças


Armadas no apoio à Defesa Civil. Apesar de não ser a sua atribuição principal, definitivamente
estarão prontas para atender qual seja a necessidade.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo compreendido que a missão das Forças Armadas é voltada para a defesa da pátria,
foi possível observar que essa defesa engloba diversos contextos na proteção oferecida pelas
componentes do Ministério da Defesa.

Ameaças e desastres configuram um inimigo velado em uma guerra constantemente


combatida, e a forma de melhor lidar com esse conflito é por meio das políticas de Defesa Civil,
como descrito no Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Aqueles que foram incumbidos de participar na prevenção e contingência desses


problemas estão definidos, pela Lei nº 12.608 de 2012, como sendo a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios. Contudo, as Forças Armadas têm, também, como atribuição,
o envolvimento em assuntos de Defesa Civil, o que é explicitamente apontado nas Instruções
para Emprego das Forças Armadas em Apoio à Defesa Civil.

Diante dessa atribuição, é definido nessas mesmas Instruções que as Forças Armadas
podem desempenhar um papel preventivo, como planejamentos, instrução e simulações, e papel
de contingência, como responder a desastres.

As Forças Armadas mostram-se fundamentais para o desempenho da Defesa Civil por


fatores como sua alta capacitação em operar em condições adversas, além de sua atuação
amplamente acessível, devido à presença em todos as regiões do país, permitindo uma resposta
quase que imediata, uma vez ordenada sua movimentação, à ocorrência.

Além da atribuição constitucional de realizar a defesa da pátria, a proteção ao Brasil, é


indiscutível, diante da argumentação prévia no desenvolvimento deste trabalho, que as Forças
Armadas estão presentes e altamente capacitadas para desempenhar a proteção, também, aos
brasileiros, seja em conflitos com adversários definidos ou em conflitos com adversários
figurados, como os diversos tipos de ameaças e de desastres.
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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Forças Armadas atuarão em 26 municípios para coibir desmatamento.


Isto É, [s. l.], 6 jul. 2021. Disponível em: https://istoe.com.br/forcas-armadas-atuarao-em-26-
municipios-para-coibir-desmatamento/. Acesso em: 7 jul. 2021.

ALMEIDA, Paula Emília Gomes de. A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil: os
desastres como problema político. 1º Seminário Internacional de Ciência Política, [S. l.], p.
1-22, 11 set. 2021.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em:
https://legis.senado.leg.br/norma/579494/publicacao/16434817. Acesso em: 7 jul. 2021.

BRASIL. Decreto nº 7257, de 4 de agosto de 2010. Regulamenta a Lei nº 12.340, de 1º de


dezembro de 2010, para dispor sobre as transferências de recursos para ações de socorro,
assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas áreas
atingidas por desastre e sobre a prestação de contas e fiscalização dos recursos transferidos.
Brasília, DF, 2010.

BRASIL. Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais
para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Brasília, DF, 9 jun. 1999.
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/leicom/1999/leicomplementar-97-9-
junho-1999-377583-normaatualizada-pl.pdf. Acesso em: 7 jul. 2021.

BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção e


Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil -
SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação
de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis nos 12.340, de 1o de
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dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239,


de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
Brasília, DF, 10 abr. 2012. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12608.htm. Acesso em: 7 jul. 2021.

BRASIL. Instruções. Instruções para Emprego das Forças Armadas em Apoio à Defesa
Civil, Brasília - DF: Ministério da Defesa, 2015. Disponível em:
https://www.gov.br/defesa/pt-
br/arquivos/legislacao/emcfa/publicacoes/doutrina/md33a_Ia_01a_insta_empa_ffaaa_apoioa_
defesaa_civila_1a_eda_2015.pdf. Acesso em: 7 jul. 2021.

OLIVEIRA NETTO, Sérgio de. Emprego das Forças Armadas em ações de Defesa Civil.
Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3842, 7 jan. 2014. Disponível
em: https://jus.com.br/artigos/26341. Acesso em: 7 jul. 2021.

SALEME, Edson Ricardo; BONAVIDES, Renata Soares. A POLÍTICA NACIONAL DE


PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - PNPDEC NAS CIDADES BRASILEIRAS. Revista de
Direito Urbanístico, Cidade e Alteridade, [S. l.], p. 1-16, 14 dez. 2018.

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