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É realmente como
um prólogo, podem levar a sério.
By – Maruyama
No Império
“Sinto informar, mas terá que aguardar um pouco. Sua Majestade está no
meio de uma conversa.”
Caso fosse, Nimble seria convidado a estar presente. Mesmo que não fosse
permitida sua presença, uma notificação deveria ter sido enviada para informá-lo
de sua chegada.
Na verdade, Nimble tinha um palpite. Aliás, nem era para ter tantas
dúvidas, dado que ocorrera outras vezes.
“Não te via há tanto tempo... bem, só que não... Mas é bom te ver,
Baziwood-...”
“Ah, claro.”
“Estou aqui faz um tempinho. Isso já aconteceu mais vezes do que a gente
pode contar, logo a conversa vai terminar. Sabe como é.”
“Acha mesmo? Espero que sim. Este pergaminho deve ser entregue a ele o
quanto antes.”
Um selo nacional.
Ele acertou em cheio. O selo ali presente era o selo real do Reino Feiticeiro
de Ainz Ooal Gown.
“Ouvi dizer que veio diretamente da Primeira Ministra, Albedo. Mas não é
uma exigência urgente, é mais para um informe oficial.”
"Ah, tá... Se for um informe, não vale a pena interromper. Bem, se não
fosse, eu ía sair daqui arrombando aquela porta... Mas...”
“Isso... é algo que eu também quero saber. É um alivio saber que não sou o
único incapaz de ler as feições deles... Digo, o mensageiro que veio era um
undead, como de costume, e quem recebeu não consegiu ler nada das feições.”
“Ah, coitado de Sua Majestade, justo agora que melhorou um pouco, vai
ficar na pior de novo... É como diz o ditado; quanto mais alto, maior a queda.
Ele pode te odiar se entrar com isso.”
“Bem, vamos saber logo, logo. Me diga uma coisa, não acha cansativo ter
que fazer todas essas tarefas? Sem enrolação, não concorda que estamos com
pouca mão de obra?”
Por um momento, Nimble se lembrou dos rostos daqueles que não estavam
mais lá.
“...O grande problema é que não temos ninguém tão forte para honrar o
cargo.”
“Muitos dos guerreiros fortes do Império acabam indo parar na arena... Por
falar em gente forte, um dia desses eu vi o Palantynen passeando na Capital
Imperial. Parece que ele ficou ainda mais forte com algum treino bizarro. Ele
ficou bem monstrão, mesmo se juntar nós dois nele, a gente perde feio.”
“Ele é bem forte, mas será tão forte quanto o nosso trunfo?”
“Tá aí uma luta que eu queria ver. Até onde sei dos dois, é difícil dizer qual
é o mais forte... Mas acho que você está mais ou menos certo.”
“Isso é incrível!”
Caso fosse possível usar os soldados undeads para proteger Sua Majestade
Imperial, Nimble e os outros poderia tirar as longas férias que tanto desejavam.
Claro, ainda seria de arrepiar os cabelos deixar a proteção de Sua Majestade
entregue nas mãos de outro país. Considerando o andar das coisas, eles não
poderiam ser usados nem para guardar as portas do escritório. Isso porque
sequer poderiam ter certeza que os undeads não começariam uma rebelião a
mando do Rei Feiticeiro. Oh, como Nimble desejava que com um estalar de
dedos, pudesse mover todos os undeads que trabalhavam nas cercanias para um
lugar bem longe.
Por este motivo, a maioria não estava na cidade, apenas alguns ainda eram
mantidos no castelo para o caso de surgir alguma emergência.
Duvido muito que se importem, O Reino Feiticeiro não deve estar nem aí
para quem se junta ao Império.
“Mas por quê, hein? O que tem de tão complicado em servir o Império?
Olha pra mim, até eu consegui este emprego. Isso só mostra que o Império não
liga muito pra dogmas.”
“Falo no sentido de; logo cedo eu entendi que morreria cedo ou tarde
naqueles becos malditos. Então minha primeira esposa... calma aí, ela era minha
primeira naquele tempo? Ah, deixa pra lá, enfim, eu precisava de um ganha pão
mais firme por causa da patroa... Eu só queria garantir que os pirralhos tivessem
uma vida mais confortável do que a minha.”
Nimble teve uma boa experiência com seu pai, foi uma boa pessoa. Porém,
havia alguns tipinhos que jamais deveriam ter filhos. Seria terrivelmente rude
colocar Baziwood no mesmo balaio que eles, mas se fosse mesmo para
compará-los, Baziwood era indubitavelmente um bom pai e marido. Claro, ele
não o observou em casa para julgá-lo assim, mas sentia que ele fazia tudo que
estava a seu alcance como pai.
“Acha mesmo? Fico feliz de ouvi isso. E quanto a você? Quando seu filho
vai... ei, não vai se casar não?”
“—Ei, ei. Até eu, que sou um plebeu, me casei com uma nobre, esqueceu?
Lembro de algo como você receber tantas cartinhas de apresentação que nem
tinha mais onde colocar, vai dizer que é mentira? E você já não tem seu título de
Conde?”
“Mas é claro. Minhas esposas falam muito dessas coisas. Além disso, até
eu tenho título de Conde. Mas e aí, desembucha, por que ainda não deu adeus à
liberdade?”
“...Acho que está em um mato sem cachorro, hein. Mas, eu não me lembro
de você com esse medo todo perto dela...”
De fato, Nimble não nutria nada por ela. Como colegas, porém, ele
desejava que ela encontrasse a felicidade.
“Então—”
Baziwood estava prestes a dizer algo quando houve várias batidas na porta.
Sem esperar por uma resposta, a porta foi aberta. Era o secretário que negara a
entrada de Nimble agora a pouco. Ele já sabia, mesmo sem nenhuma palavra
dita, o que significava a intromissão do secretário.
Graças aos Deuses, eles nunca foram atacados pelo Reino Feiticeiro, que
também nunca encrencara com o Império. E sendo franco, o que recebiam do
Reino Feiticeiro era quase que uma dádiva. Por isso havia medo.
Medo de que lhe puxassem o tapete e caíssem no chão de uma vez. Jircniv
morria de medo dessa possibilidade. Quem em sã consciência confiaria
cegamente em um país cujos undeads eram funcionários públicos e demônios
chefes de estado...?
Até certo ponto, Ainz não era um Rei Demonio Undead que mataram a bel-
prazer; e sim um Rei demônio Undead que estava disposto a aniquilar tudo, isso
caso fosse necessário. Jircniv entendeu que o que acontecera no Reino também
poderia acontecer no Império se ele não andasse na linha. Até hoje ele ainda
tinha dificuldade de entender o que ocorrera com Pe Riyuro no massacre de seu
povo, só sabia que foi um assombroso número de mortes, isso o deixou em
choque.
“É sério que existe um anel com uma magia feita precisamente pra isso!?”
“Usar o Ring of Unicorn para curar minhas dores de estômago foi uma
grande perda de tempo. Já este anel foi o resultado de uma pesquisa abrangente
do mercado.”
Nimble olhou para Jircniv com sentimentos mistos. O mesmo valia para
Baziwood, que estava ao lado dele — embora não pudesse vê-lo dado o ângulo.
Ele sentiu que Jircniv desejava isso. Como se para mudar de assunto — ou
talvez para renovar os ânimos de seu mestre —, ele desenrolou o pergaminho.
Por sua vez, Jircniv deu uma lida de cabo a rabo duas vezes. Depois de temrinar,
Jircniv soltou um grande suspiro. E ficou em silêncio.
“Então, Vossa Majestade. O que estava escrito? Se for algo que o senhor
não deseja que saibamos, não vou mais tocar no assunto.”
“...Tudo bem. Na verdade, não é nada de mais. Está a par dos assuntos do
Reino Sacro, a Sem Rosto? Aparentemente, farão uma visita ao Reino Feiticeiro
muito em breve, farão uma cerimônia de boas-vindas. Estão nos convidando. E
este selo contém o brasão do Rei Feiticeiro.”
Jircniv deixou que ambos lessem o conteúdo, também não notaram nada de
mais nas entrelinhas.
“Bem... Acho que não tenho muito tempo, preciso ir preparando as coisas.”
Depois de ouvir Nimble dizer, Jircniv o olhou com uma expressão de dor e
disse:
“Se eu disser que estou indisposto, você iria em meu lugar como meu
representante? Guuoh! Meu estômago dói!”
“Temo que terei que incomodar meu amigo que veio de tão longe com
isso...”
Jircniv soltou alguns suspiros audíveis, Nimble e Baziwood ficaram se
entreolhando enquanto ocorria.
Embora lamentável, não havia nada que pudessem fazer a respeito. Não
havia como um vassalo recusar um convite direto de seu soberano.
“Não foi intenção de seu servo vê-lo tão perturbado, Vossa Majestade...
Mas permita-me começar os preparativos para sua excursão.”
“Hahah. Não guardo ódio algum por ter me entregue isso, Nimble. Comece
suas tarefas imediatamente.”
Fim
Créditos
PT:
https://ainzooalgown-br.blogspot.com
Autor:
Maruyama Kugane
En:
jtank4
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