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Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 36 7 - CORRENTES DE FALTA Toda instalagdo elétrica esta sujeita a defeitos que proporcionam altas correntes elétricas, as denominadas correntes de falta. Sempre da ocorréncia de uma falta, os dispositivos de protegao devem atuar com seguranga, isolando 08 defeitos com minimo de dano as linhas e equipamentos. Os cabos, as barras, as chaves, bem como os demais componentes de uma instalacao elétrica, devem ser capazes de suportar por um determinado tempo os efeitos térmicos e mecanicos resultantes da circulagao das elevadas correntes de falta. Uma avaliacio do valor da corrente de falta é, a rigor, bastante complexa, pois trata-se de um problema que envolve diversos fatores, muitos dos quais totalmente imprevisiveis. Por exemplo, o valor das correntes de falta depende: + da impedancia de toda a rede de distribuig&o de média e de alta tensao que alimenta a instalacdo elétrica; + do tipo e da poténcia da fonte ou das fontes envolvida(s); da impedancia das linhas de baixa tensao; da impedancia de falta (contato mais ou menos perfeito); do instante iniciai do inicio da falta com relagao a variagdo senoidal da tensao aplicada. So consideradas fontes das correntes de falta os geradores e motores ‘sincronos, os motores de inducao, e os sistemas elétricos das concessionarias. Todas essas fontes devem ser bloqueadas quando da ocorréncia de uma falta Como ja dito, 0 calculo de correntes de falta ¢ muito complexo. Porém, para os objetivos desse curso, pode-se determinar as correntes de curto- Circuito com razoavel precisao utilizando as equagdes seguintes: Circuitos trifasicos com tensdes 220/380 V: 22 aa 100 1 sel 484,100 #cosGco) #F , 5 Veer Teer *S Ss Circuitos monofasicos (bifésicos) de 220 V: 2 te 100° el i. 484, 100° conden *U , 2001 Toc” Teer 9S Ss Toc Circuitos trifasicos com tensées 127/220 V: oe 12,7 09 = [162 4 5780s $cc 8S Vea teat 8? radas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 37 Circuitos monofasicos (bifasicos) de 127 V: Nas equagées acima tem-se: Icca9 = Corrente de curto circuito trifasica no ponto em que ocorre a falta [kA]; loc = corrente de curto circuito monofdsica ou bifésica no ponto em que ocorre a falta [kA]; loci = Corrente de curto circuito inicial. Esta corrente é normalmente aquela que ocorre no secundério do transformador e seu valor pode ser obtido junto as concessionarias de energia elétrica [kA]; |= comprimento do circuito elétrico {m] S = segao do condutor elétrico [mm*]; COS Occ = fator de poténcia da corrente de curto circuito. O valor desse fator de poténcia depende da corrente de curto circuito inicial (Ioci) e pode ser obtido através da tabela 7.1. Tabela 7.1: Fator de poténcia da corrente de curto circuito (cos 4c) Ica {kA} | 1,543 [3,145] 46a6 | 61a 10 [10,1 a 20] Maior que 20 COS co. 0,9 08 0,7 0,5 0.3 0,25 Exemplo 7.1: Seja um circuito trifésico de 380 V_constituido por condutores de cobre de seco 16 mm* e comprimento 20 m. Sendo a corrente de curto circuito presumida no inicio da linha de 15 KA, determine o valor da corrente de curto circuito no final da linha. Solugao. Da Tabela 7.1 obtém-se o valor do fator de poténcia da corrente de curto Circuito: cos dec = 0,3. Como tem-se um circuito trifasico de 380 V, utiiza-se a seguinte expressao para célculo da corrente de curto circuito no final da linha: 22 Teesg = | Veer Substituindo-se os valores tem-se: Tees = [aminorasraiNsemt 484 4 10020,3620 5°20° Vist 1521616 loos) = 6,23 [kA] Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 38 Exemplo 7.2: Seja um circuito trifésico de 380 V constituido por. condutores de cobre de secao 10 mm? e comprimento 65 m. Sendo a corrente de curto circuito presumida no inicio da linha de 10 kA, determine o valor da corrente de curto circuito: a) no meio da linha; b) na extremidade da linha. Solugao. Da Tabela 7.1 obtém-se 0 valor do fator de poténcia da corrente de curto Circuito: cos 422 = 0,5. Temos duas condigées. a) meio da linha: | = 32,5 [m]. Utiliza-se a seguinte expressao para calculo da corrente de curto circuito: Teese = Substituindo-se os valores tem-se: 22 Tocsg => 484 | 10000,5 Vio? 10°10 locay = 2,56 [kA] b) _extremidade da linha: | = 65 [m]. Utiliza-se a seguinte expresso para calculo da corrente de curto circuito: 22 heey =—$—$>_—____ [84 , Weemfeg Of Sei? Veer Tec ° 8 Ss Substituindo-se os valores tem-se: 22 Tec = 100005665 , Vi02 0°10 Iocay = 1,40 [kA] As equacées também podem ser utilizadas em cascata para determinar- se correntes de curto circuito em pontos diferentes. Faculdades Int radas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 39 Exemplo 7.2: Seja um circuito conforme a figura seguinte: UL Corrente de Curto Circuito Inicial - | ge, ~ 4 Alimentador Quadro Geral Quadro Terminal { Circuito Terminal Dados dos circuitos da figura’ © loci = 12,5 kA; ‘Segao dos condutores do circuito alimentador: 35 mm®; Comprimento do circuito alimentador: 45 m; ‘Segao dos condutores do circuito terminal: 16 mm?; Comprimento do circuito terminal: 30 m. Sabendo que 0 circuitos alimentador e terminal so trifasicos de 127/220 V, determine o valor da corrente de curto circuito na extremidade do circuito terminal. Solucao. Para solugdo desse problema, inicialmente deve-se calcular a corrente de curto circuito na extremidade do alimentador. Como a corrente de curto Circuito inicial vale 12,5 kA, o fator de poténcia, segundo a Tabela 7.1, vale: COS Geo = 0,3. Como tem-se um circuito trifésico de 127/220 V, utliza-se a seguinte expressdo para calculo da corrente de curto circuito na extremidade do alimentador: bot [ 162 Vicar STe el (5790890 cor *S Substituindo os valores tem-se: 2,7 Lee =—att—§— rc 5790,3045 | Seas 12,5? 12,5835 Iooay = 3,82 [kA] Faculdades Int radas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 40 Esta corrente de curto circuito na extremidade do alimentador ir servir como corrente de curto circuito inicial para o cdlculo da corrente na extremidade do circuito terminal. O fator de poténcia passa a valer: 008 geo = 0,8 (Tabela 7.1). Como tem-se um circuito trifasico de 127/220 V, utiliza-se a seguinte expressao para calculo da corrente de curto circuito na extremidade do alimentador: 12,7 S7e el | 162 ees . Viea* Meer *5 Tees = Substituindo os valores tem-se: 247 Lee =—— a ——<— ——— 57908030 , 5230: 162 fase 382016 162 loos = 1,78 [KA] Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 41 8 — DISPOSITIVOS DE PROTEGAO PARA INSTALACOES ELETRICAS DE BAIXA TENSAO Todos os condutores vivos de um circuito devem ser protegidos contra as sobrecargas e contra os curtos-circuitos, por um ou mais dispositivos de protegao que promova(m) sua interrupgao quando da ocorréncia de uma dessas condiges anormais. Por outro lado, a protecao contra as sobrecargas e contra os curto-circuitos devem ser devidamente coordenadas. S40 considerados dispositivos que asseguram a prote¢ao contra as sobrecargas e contra os curlos-circuitos os que so capazes de interromper qualquer sobrecorrente igual ou inferior a corrente presumida de curto-circuito, no ponto de aplicagéo. Podem ser aplicados para essa dupla fungao disjuntores com disparadores de sobrecorrente, disjuntores associados com fusiveis e dispositivos fusiveis de uso geral. Sao considerados dispositivos que asseguram apenas protegao contra sobrecorrente aqueles que tm capacidade de interrupcao inferior A corrente de curto-circuito presumida no ponto de aplicagao. E 0 caso, por exemplo, dos relés térmicos. 8.1 - Sobrecarga. As correntes de sobrecarga sao caracterizadas pelos seguintes fatos: provocam, no circuito, correntes superiores a corrente nominal (até 10 x In); ‘* provocam solicitagses dos equipamentos acima de suas capacidades nominais. As sobrecargas sao extremamente prejudiciais ao sistema elétrico, produzindo efeitos térmicos altamente danosos aos circuitos. 8.2 — Correntes de curto-circuito. As correntes de curtos-circuitos sao provenientes de falhas ou defeitos graves das instalagées, tais como: * falha ou rompimento da isolagao entre fase e terra; * falha ou rompimento da isolagao entre fase e neutro; ‘+ falha ou rompimento da isolagao entre fases distintas. As correntes de curto-circuito se caracterizam por possuir valores extremamente elevados, da ordem de 1.000 a 10.000% da corrente nominal do circuito. 8.3 — Disjuntores termomagnéeticos. Os disjuntores s4o dispositivos que garantem, simultaneamente, a manobra e a protegao contra correntes de sobrecarga e contra correntes de curto circuito. De forma resumida, os disjuntores cumprem trés funcdes basicas: * abrir e fechar os circuitos (manobra); ‘+ proteger os condutores e os aparelhos contra sobrecarga, através de seu dispositivo térmico; * proteger os condutores contra curto-circuito, através de seu dispositivo magnético. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 42 A Figura 8.1 apresenta exemplos de disjuntores. Figura 8.1: Exemplos de disjuntores. O disjuntor mais utilizado para protecdo e manobra de circuitos de iluminagéo e tomadas é do tipo “quick-leg’, no qual um disparador ou dispositivo de protegao térmica funciona de acordo com o principio do bimetal, cujo principio baseia-se na dilatagao de duas laminas de metais diferentes (normalmente aco e latao), portanto com coeficientes de dilatacao distintos, desligando 0 circuito na eventualidade de uma sobrecarga. No caso de ocorrer um curto-circuito, a protegao far-se-A através de um disparador magnético bobinado. 8.3.1 — Principio de funcionamento de um disjuntor termomagnético. Existem dois modos de atuagao de um disjuntor: a atuacdo térmica, em caso de ocorréncia de sobrecarga, e a aluagao magnética, em caso de ocorréncia de curto-circuito. Operacao térmica. Os disparadores térmicos operam baseados no principio dos pares termoelétricos, isto é, nas diferentes dilatagdes que apresentam os metais quando submetidos a uma variagao de temperatura. Duas laminas de metais diferentes sAo ligadas através de solda, sob pressdo ou eletroliticamente. Estas laminas dilatam diferentemente quando aquecidas, fazendo com que o conjunto se curve e produzindo o fechamento de um contato que, por sua vez, provoca a abertura do disjuntor. A Figura 8.2 ilustra o exposto. Os disparadores térmicos, que nos disjuntores, normalmente, s&o percorridos pela corrente de carga do circuito, devem operar a partir de uma corrente de operacdo, referida a uma temperatura de calibragao. Para temperaturas ambientes superiores a de calibrago, o disjuntor pode atuar com valores de corrente inferiores & de operacao previamente fixadas. Alguns disparadores témicos possuem um faixa de corrente de ajuste sendo a calibragdo realizada atuando-se sobre o alongamento ou a curvatura das laminas. de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 43 Figura 8.2: Principio de funcionamento de um disparador térmico bimetalico. a o—4y - 4 it it 4) Posigho de repouso 0) Posgto de atuagto Operagao magnética. A Figura 8.3 mostra o esquema basico de um disparador magnético. Sua armadura 6 tensionada através de uma mola, de tal forma que apenas acima de um valor definido de corrente, chamada de corrente de operacao, é vencida a inércia da armadura e a tensao da mola. A armadura 6, ento, atraida pelo nucleo, promovendo, através de conexées mecanicas, a abertura dos contatos de um disjuntor. Figura 8.3: Principio de funcionamento de um disparador magnético. A forca necessaria para equilibrar a aco da mola é proporcional ao quadrado da forga magnetomotriz do circuito magnético, N x I, sendo N o numero de espiras da bobina e | a corrente de operagao do disparador (que circula pelo circuito protegido e pela bobina). Assim, qualquer corrente de valor superior a | provoca a atuacao do dispositivo. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 44 A cortente de operagao pode ter um valor unico fixado ou pode ser varidvel numa faixa de corrente de ajuste, 0 que é obtido através da variacao do entreferro ou da tensao da mola. 8.3.2 ~ Seqiiéncia de fechamento manual. A Figura 8.4 apresenta a seqiéncia de fechamento manual de um disjuntor. A parte A apresenta a posigao de contatos abertos. Nesta posi¢ao 0 contato mével (4) esta fulcrando na alavanca de manobra (1) e a mola de disparo (2) esté tracionada. A mola transmite ao contato mével uma forga cujo conjugado em relagao ao fulero tem sentido anti-horario. O esquema B mostra o momento que se aplica uma forga a alavanca de manobra, deslocando-se 0 fulcro. O contato mével (4) desloca-se para a posig&o fechado. No esquema C 0 disjuntor encontra-se fechado: contato mével (4) e contato fixo (5) tocam-se. A velocidade de fechamento nao depende da velocidade de acionamento da alavanca de comando. Figura 8.4: Seqiiéncia de fechamento manual de um disjuntor. 8.3.3 — Atuacao térmica. A Figura 8.5 apresenta a atuacdo de um disjuntor no momento de ocorréncia de uma sobrecarga. O esquema A mostra 0 disjuntor na posigao fechada: a alavanca foice (3) esta bloqueada na alavanca de engate (6). Quando da ocorréncia de uma sobrecarga, 0 bimetal (7) se curva até agir sobre a parte final da alavanca de engate. O esquema B mostra a rotagdo da alavanca de engate que liberta a alavanca foice a qual é fixada a mola. O contato se abre enquanto 0 conjugado da forca, transmitido pela mola ao contato mével, muda de sentido em relacao ao fulcro. O esquema C apresenta 0 término da atuagao térmica: 0 contato mével continua seu movimento até a abertura total, enquanto a alavanca de manobra passa a posigao intermediaria, indicando a atuacao automatica do dispositivo. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 45 Figura 8.5: Seqiléncia de atuacao térmica de um disjuntor. 8.3.4 — Atuacdo magnética. A Figura 8.6 apresenta a atuacdo do disjuntor durante a ocorréncia de um curto-circuito. O esquema A mostra o disjuntor na posigao fechada: a alavanca foice (3) esta bloqueada na alavanca de engate (6). Ocorrendo um curto-circuito, 0 disparador eletromagnético (8) atrai a alavanca de engate, liberando a alavanca foice. O esquema B mostra 0 momento que 0 contato se abre. Também nesse caso, a alavanca de manobra passa a posicao intermediaria, indicando a atuagao automatica do dispositivo. O esquema C mostra um novo fechamento do dispositivo: para fechar novamente o disjuntor, deve-se rearmar 0 mecanismo, girando a alavanca de manobra até a posi¢ao de abertura; reengatada a alavanca, pode-se de novo proceder ao fechamento. Figura 8.6: Seqiiéncia de atuacao magnética de um disjuntor. Trés caracteristicas dos disjuntores sao importantes: 1. seu némero de pélos: * monopolares ou unipolares — protegem somente uma nica fase; * bipolares — protegem, simultaneamente, duas fases; * tripolares — protegem, simultaneamente, trés tases; 2. tensao de operacao: + baixa tensdo (tens&o nominal até 1.000 V); + média e alta tensdes (acima de 1.000) V. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagbes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 46 3. corrente de interrupgéo admissivel: maximo valor da corrente de curto circuito que o disjuntor consegue interromper. 8.4 — Fusiveis. Um dispositivo fusivel é um equipamento de protegdo que, pela fusdo de uma parte especialmente projetada, abre 0 circuito no qual se acha inserido e interrompe a corrente, quando esta excede um valor especificado durante um tempo especificado. Tipos de fusi de baixa tens: Diazed. So usados preferencialmente na protegdo dos condutores de redes de energia elétrica e circuitos de comando. A Figura 8.7 apresenta o esquema de um fusivel diazed e a Figura 8.8 exemplos de curvas caracteristicas deste tipo de fusivel. THES IW 25a IW 238s 1 2IEs WW 245 10 2945 10 2545 2345 10 Core (A valor eeat > (Comer (A) valor efcat <> radas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 47 Silized. Estes fusiveis tem como caracteristica serem ultra-rpidos, sendo, portanto, ideais para a protegao de aparelhos equipados com semicondutores (tiristores e diodos) em retificadores e conversores. A Figura 8.9 apresenta exemplos deste tipo de fusivel. Figura 8.9: Fusiveis Silized. Neozed. Sao fusiveis de menores dimensées e com caracteristicas de retardo da atuacdo, utilizados para protecdo de redes de energia elétrica e circuitos de comando. A Figura 8.10 apresenta um exemplo deste tipo de fusivel. Figura 8.10: Fusiveis Neozed. Faculdades Integradas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 48 Fusiveis NH. Estes fusiveis retnem as caracteristicas de fusivel retardado para correntes de sobrecarga e de fusivel répido para correntes de curto-circuito. Sdo préprios para proteger os circuitos, que em servigo, estao sujeitos s sobrecargas de curta duragao, como por exemplo acontece na partida direta de motores trifésicos de indugao. A Figura 8.11 apresenta exemplos deste tipo de fusivel e a Figura 8.12 suas curvas caracteristicas. Figura 8.11: Exemplos de fusiveis NH. Tempo de fusso (3) —> WW 2345 10 2345 i 2545 1 2s45 10 2345 ‘Cortenie (A) - valor eficaz —> 102345 102 Faculdades Integradas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 49 8.4.2 ~ Precaucées a serem tomadas nas substituicdes de fusiveis. ‘* nunca utilizar um fusivel de capacidade de corrente superior ao projetado para a instalagdo, nem por curto periodo de tempo; * 1a falta do fusivel, no momento da troca, jamais faga qualquer tipo de remendo, supondo que a instalacdo esta protegida; * no lugar do fusivel que queimou, podemos colocar um fusivel de capacidade de corrente menor, até que seja providenciado o correto; * se 0 rompimento do fusivel se deu por sobrecarga, fazer um levantamento da carga do circuito para redimensioné-lo; * se foi por curto-circuito a causa do rompimento do fusivel, proceder ao reparo da instalacdo antes da substituicdo do fusivel. 8.5 — Dimensionamento dos dispositivos de protecao. Protecdo contra sobrecargas. NBR 5410 estabelece condigdes que devem ser cumpridas para que haja uma perfeita coordenacdo entre os condutores vivos de um circuito e os dispositivos que os protege contra sobrecarga e curto-circuito. Assim, duas condigdes devem ser satisfeitas simultaneamente: 1° condigdo: lp < In 12 = 29,7 A. 1,45 x Iz => 1,45 x 22,3 = Iz = 32,3 A. 29,7 A< 32,3 A= a segunda condigao ¢ atendida. Resposta condutores de 4 mm?; ‘+ disiuntor bipolar de 25 A. Exemplo 8.2: Dimensionar os condutores e 0 disjuntor de um circuito que alimenta uma carga de 9 kVA. Considere os seguintes dados: * circuito trifasico sem neutro; * tensao de 220 V; * condutores de cobre com isolagao PVC instalados em eletrodutos de PVC em alvenaria; fator de poténcia de 0,8; um tinico circuito no eletroduto; temperatura ambiente de 30°C; comprimento do circuito de 20 m; queda de tensdo percentual de 2%; utilizar disjuntores unipolares. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini $3 Solugdo. a) dimensionamento dos condutores. Tem-se: ‘+ maneira de instalar: B5 (Tabela 3); + trés condutores carregados (trifésico sem neutro); Inicialmente deve-se calcular a corrente de projeto: => Ib=23,62[Al. Fator de corregéo da temperatura: f1 = 1,00 (temperatura de 30°C — Tabela 6). Fator de correcdo de agrupamento: {2 = 1,0 (um circuito no eletroduto — Tabela 7). Assim, Ib’ = Ib Com o valor de Ib consulta-se a Tabela 5 para determinar o valor da segao do condutor e obtém-se: seco do condutor de 4 mm”. Deve-se verificar se a queda de tensdo deste condutor esta dentro das especificagdes (AU% = 2,0%). Tem-se: 0,02 #220 62 ¢ 0,02 AU, = AU yy =9,31 AK De posse desse valor, consulta-se a Tabela 9. Utiliza-se o fator de poténcia de 0,8. Assim sendo, verifica-se que 0 condutor de 4 mm? atende os requisitos de queda de tensao. Portanto, 0 condutor escolhido 6 o de 4 mm*. b) dimensionamento dos disjuntores monopolares. No dimensionamento dos disjuntores, é interessante adotar um valor de temperatura ambiente 10°C acima da registrada. Verificagao da 1* condigao: 1 condig&o: Ip < In a segunda condicao é atendida. Resposta: * condutores de 4 mm*; + disjuntores unipolares de 30 A. Exemplo 8.3: Dimensionar os condutores e o disjuntor de um circuito que alimenta uma carga de 1.800 W. Considere os seguintes dados: * tensdo de 110 V (F-N); * condutores de cobre com isolagao PVC instalados em eletrodutos de PVC embutidos em alvenaria; fator de poténcia de 1,0; trés circuito no eletrodut temperatura ambiente de 30°C; comprimento do circuito de 5 m; queda de tensdo percentual de 2%; Solugao. a) dimensionamento dos condutores. Tem-se: ‘+ maneira de instalar: B5 (Tabela 3); ‘© dois condutores carregados (F - N); Inicialmente deve-se calcular a corrente de projeto: _1800 Ib=— 110 = Ib=1636(A]. Fator de corregao da temperatura: f1 = 1,00 (temperatura de 30°C - Tabela 6). Fator de correg&io de agrupamento: {2 = 0,7 (trés circuitos no eletroduto Tabela 7). CAlculo da corrente ficticia de projeto (Ib’) Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 5S wr- 2636 1,00¢0,7 Ib'= 23,37 [A] Com o valor de Ib’ consulta-se a Tabela 5 para determinar o valor da ‘seco do condutor e obtém-se: segao do condutor de 2,5 mm? (Iz = 24 A). Deve-se verificar se a queda de tensdo deste condutor esta dentro das especificages (AU% = 2,0%). Tem-se: 0,02 © 110 16,35 © 0,02 = AU wy, =26,91 V/A.km. De posse desse valor, consulta-se a Tabela 9. Como 0 fator de poténcia € de 1,00, utiliza-se 0,95 na Tabela 9. Assim sendo, verifica-se que 0 condutor de 2,5 mm® atende os requisitos de queda de tensao, Portanto, o condutor escolhido é 0 de 2,5 mm’. b) dimensionamento dos disjuntores. No dimensionamento dos disjuntores, é interessante adotar um valor de temperatura ambiente 10°C acima da registrada. Verificacao da 1* condi¢ao: 1 condig&o: Ip < In corresponde a um disjuntor comercial de 20 Verificagdo da Segunda condigao le 1,45. lz Para disjuntores: l= 1,35 x Verificacdo do disjuntor unipolar: lp = 1,35 x 17 > ky = 22,95 A. 1,45 x lz = 1,45 x 22,4 = 33,28 A. 22,95 A< 33,28 A = a segunda condicdo 6 atendida para o disjuntor unipolar. Verificacdo do disjuntor bipolar: 12 = 1,35 x 17.6 = 12 = 23,76 A 1,45 x Iz=9 1,45 x 22,4 = 33,28 A. 23,76 A < 33,28 A = a segunda condicao 6 atendida para o disjuntor bipolar. Resposta: condutores de 4 mm?; ‘* disjuntores unipolares de 20 A; ou + disjuntor bipolar de 20 A. Exemplo 8.4: Dimensionar 0s condutores e a protegao (disjuntores ou fusiveis Diazed) de um circuito alimentador de uma instalagao elétrica residencial com as seguintes cargas: tomadas de uso geral (Tugs): 2.800 W; iluminagao: 1.000 W; 2 chuveiros (4.000 W cada); 2 condicionadores de ar (1.900 W cada); 1 torneira elétrica (3.000 W); 1 ferro elétrico (1.000 W); 1 forno de micro ondas (1.500 W); 1 maquina de lavar louga (2.000 W); 1 maquina de secar roupa (2.500 W); Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini $7 Considere as seguinte informacées: tensao de 220 V (2F - N); condutores de cobre com isolacéo PVC instalados em eletroduto de PVC embutidos em alvenaria; fator de poténcia de 0,95; comprimento de 25 m; temperatura de 30°C; um Unico circuito no eletroduto; queda de tens&o admissivel de 2%. Solugao. a) Clculo da demanda da instalacao. A demanda da instalagao pode ser calculada pela seguinte expressao: D =P1 x fd1 + P2 x fd2 + P3 x fd3 + Pd x fd4 + PS x fd5 + P6 x fd6 + P7 x fd7 + P8 x fd8 + PO x fd9. P1 6 referente a poténcia de Tugs e iluminago. Assim, tem-se: P1 = 2.800 + 1.000 = 3.800 W. Da Tabela 9 obtém-se o valor do fator de demanda fd1: fd1 = 0,59. P2 6 referente a chuveiros, torneiras, ferros e aquecedores de 4gua de passagem elétricos. Assim, tem-se: P2 = 4.000 + 4.000 + 3.000 + 1.000 = 12.000 W. Da Tabela 11 obtém-se o valor do fator de demanda fd2: fd2 = 0,76. P4 6 referente a fornos de microondas, maquinas de lavar louga e maquinas de secar roupa. Assim, tem-se P4 = 1.500 + 2.000 + 2.500 = 6.000 W. Da Tabela 18 obtém-se o valor do fator de demanda fd4: fd4 = 0,7. P6 é referente a poténcia de condicionadores de ar. Assim, tem-se: P6 = 1.900 + 1.900 = 3.800 W. Da Tabela 15 obtém-se o valor do fator de demanda fd6: fd6 = 1,00. P3, P7, P8 e PQ referem-se a equipamentos que nao constam na instalagdo. Assim, esses itens nao serao considerados. Portanto, 0 calculo da demanda fica: D = 3.800 x 0,59 + 12.000 x 0,76 + 6.000 x 0,7 + 3.800 x 1 D = 19.362 W. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini $8 b) dimensionamento dos condutores. Tem-se: + maneira de instalar: BS (Tabela 3); ‘* trés condutores carregados (2F - N); Inicialmente deve-se calcular a corrente de projeto: th = 93, qh sstap. 220 Fator de corregdo da temperatura: f1 = 1,00 (temperatura de 30°C - Tabela 6). Fator de corregao de agrupamento: f2 = 1,0 (um circuito no eletroduto — Tabela 7). Assim, lb! = Ib Com o valor de Ib consulta-se a Tabela 5 para determinar o valor da secao do condutor e obtém-se: segdo do condutor de 25 mm? (Iz = 89 A). Deve-se verificar se a queda de tensdo deste condutor est4 dentro das especificagées (AU% = 2,0%). Tem-se: _ 0,02 220 AU yu = 88 © 0,025 = AU yy =2 WAkm De posse desse valor, consulta-se a Tabela 9. Como 0 fator de poténcia € de 1,00, utiiza-se 0,95 na Tabela 9. Assim sendo, verifica-se que um condutor de 16 mm? atende os requisitos de queda de tensao. Portanto, 0 condutor escolhido 6 o de 25 mm?. c) dimensionamento da protecao. c1) disjuntores. No dimensionamento dos disjuntores, é interessante adotar um valor de temperatura ambiente 10°C acima da registrada. Verificagao da 1* condigéio: 1? condigAo: Ip < In Siz ly = 88 A; Da Tabela 5, verifica-se que 0 condutor de 25 mm?, maneira de instalar BS com trés condutores carregados, suporta uma corrente de 89 A. Este valor nao precisa ser corrigido pelos fatores de correcdo, pois os mesmos valem 1,0. A primeira condigao, portant, fica: Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 59 88 < In < 89. O valor de Iy € obtido através da Tabela 8.3, utilizando a coluna de temperatura 40°C (30 + 10). Assim, verifica-se que nao ha disjuntor comercial que atenda essa especiticagao. Deve-se verificar a possibilidade de uso de fusiveis antes de optar por trocar 0 condutor. c2) Fusiveis. Verificagao da 1* condigao: 1 condigéo: lp < hv corresponde a um disjuntor comercial de 90 A; Verificacdo da Segunda condigao Ip S 1,45 x Iz Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagbes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 60 Para disjuntores: l= 1,35x ly l= 1,35 x 90 => b= 121,5A. 1,45 x Iz => 1,45 x 111 = 160,95 A. 121,5 A < 160,45 A => a segunda condigao é atendida pelos disjuntores. c4) fusiveis para o condutor de 35 mm? Verificagao da 1° condigao: 1 condigao: Ip < Iw Slz Tem-se: 88 Ir = 1,6 x In Tem-se: Ir = 1,6 x90 = 144A 1,45 x Iz => 1,45 x 111 = 160,95 A. 144 A < 160,95 A = a segunda condigao ¢ atendida. Resposta condutores de 35 mm®; disjuntores unipolares ou tripolares de 90 A. fusiveis Diazed de 90 A. E importante observar que existiam outras quatro opgdes de protecao que poderiam ser utilizadas: os disjuntores de 100 A e os fusiveis de 100 A. No entanto, 0 custo seria maior. Portanto, deve-se optar por uma dessas solugdes apresentadas. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas ~ Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 61 8.5.2 ~ Protecdo contra curto circuito, O dispositivo destinado a proteger os condutores contra curto circuito deve atender duas condigées previstas na NBR 5410. A primeira condigao é que a capacidade de interrupcao de corrente do dispositivo, Icy, seja no minimo igual a corrente de curto circuito presumida no ponto de aplicacao do dispositivo. Isto é: lon 2 leo sendo: cy = capacidade de interrup¢ao de corrente do dispositive de protecdo [kA]; loc = corrente de curto circuito presumida no ponto de instalagao do dispositivo [kA] A segunda condigaéo € que o tempo de atuacao da protecao deve assegurar que 0 condutor nao ira atingir seu limite térmico. Em outras palavras, deve-se assegurar que 0 dispositive de protegao atue rapidamente evitando uma possivel queima do condutor. Essa segunda condicao é importante quando o dispositivo a ser utilizado sera responsdvel apenas pela protecao contra curto circulto, ficando a protegao da sobrecarga sob responsabilidade de outro dispositivo. Nos nossos exemplos e exercicios, iremos considerar sempre que o dispositivo ser responsavel pela protecéo de ambos os tipos de deteito. Assim, pode-se desprezar a Segunda condicao. Exemplo 8.5: Escolher os disjuntores, entre os apresentados na sequéncia, para serem utilizados na protecdo do circuito seguinte. JL Corrente de Curto Circuito Inicial - |, an Quadro Geral Jo, Alimentador ts, Quadro Terminal |. J Circuito Terminal 1 Circuito Terminal 2 radas de Sao Paulo - FISP Instalagdes Elétricas Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 62 Dados dos circuitos da figura: oct: 18,8 kA; Alimentador: * S= 150mm’, |=95m; * Circuito terminal 1: © S=90mm*, |=63m; * Circuito terminal 2: * S=70mm’; 1=51m. Todos 0s circuitos so trifasicos de 220/380 V. Capacidade de interrupgao dos disjuntores disponiveis: 1A; 2.5kA; SKA; 7,5kA; 10kA; 15kA; 20 kA Solugao. O problema consiste em escolher os disjuntores D;, Dz € Ds. O disjuntor D, deve ser capaz de interromper a corrente de curto circuito que ocorrer na extremidade do circuito alimentador. Ja os disjuntores D2 e Ds devem ser capazes de interromper, respectivamente, as correntes de curto circuito na extremidade do circuito terminal 1 e do circuito terminal 2. Para solugdo desse problema, inicialmente deve-se calcular a corrente de curto circuito na extremidade do alimentador. Como a corrente de curto circuito inicial vale 18,8 kA, o fator de poténcia, segundo a Tabela 7.1, vale: 008 Go: = 0,3. Como tem-se um circuito trifasico de 220/380 V, utiliza-se a seguinte expressao para cdlculo da corrente de curto circuito na extremidade do alimentador: ho = 2 cox = * [484 100 # cos cer #1 emacs Substituindo os valores tem-se: Teex 484 Vis, 1884150 * 1502 locay = 10,51 [kA] Assim, a corrente de interrup¢ao do disjuntor D; tem de ser igual ou superior a 10,51 KA. Portanto, utiliza-se um disjuntor de capacidade de interrupgao de 15 kA. Faculdades Integradas de So Paulo - FISP Instalagdes Elétricas - Professor Luiz Henrique Alves Pazzini 63 Esta corrente de curto circuito na extremidade do alimentador ir servir como corrente de curto circuito inicial para o célculo das correntes nas extremidades dos circuitos terminais. O fator de poténcia passa a valer: COS Qe = 0,8 (Tabela 7.1). Como tem-se circuitos trifasicos de 220/380 V, utiliza-se a seguinte expressao para calculo das correntes de curto circuito nas extremidades dos circuitos terminais: 22 Lex = ——— > 484 100 *cosdoc #f , Sel Vee Teer *S s Circuito terminal 1: 22 103 484 i051? 100# 0, 10,5 907 Icoa) = 7,40 [kA] Assim, a corrente de interrupcao do disjuntor Dz tem de ser igual ou superior a 7,40 kA. Portanto, utiliza-se um disjuntor de capacidade de interrupgao de 7,5 kA. Circuito terminal 2: Tecw = 484 100003515 zt + 1051? 1051¢70 79? locay = 7,29 [kA] Assim, a corrente de interrupgéo do disjuntor Ds tem de ser igual ou superior a 7,29 kA. Portanto, utiliza-se um disjuntor de capacidade de interrupcao de 7,5 kA. Resposta: Faculdades Integradas de So Paulo - FISP

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