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Sistemas de Tratamento de Esgoto Sanitário

Digestão Anaeróbia

Conceitos fundamentais , aplicações, controle


operacional e critérios básicos de
dimensionamento - Reator UASB

- Parte 3 -
Prof. Luis Miranda
Sistemas de Tratamento de Esgoto Sanitário

1 - Tempo de detenção hidráulico

Para Tº > 20ºC TDH pode variar de 6 – 16h dependendo do tipo de


água residuária.

Temperatura do
Tempo de Detenção Hidráulico
esgoto (ºC)
Para Vazão Média Para Vazão Máxima
15 a 18 ≥ 10,0 ≥ 7,0
18 a 22 ≥ 8,0 ≥ 5,5
22 a 25 ≥ 7,0 ≥ 4,5
>25 ≥ 6,0 ≥ 4,0
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2 – Carga orgânica Volumétrica

Geralmente inferiores a 15 kgDQO/m³/d (efluentes Industriais)


Usual para esgoto sanitário: ‹ 3,5 kg DQO/m³.d

3 – Altura do reator (H)


Situa-se entre 5,0 e 7,0 m para efluentes de alta carga orgânica e de 3,0
e 5,0 m para efluentes de baixa carga.

H é função do tipo de lodo, COV e CHV, que definem as Vascendentes. Reatores com
lodo do tipo floculento conduzem a reatores com H entre 4 e 5m.
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4 – Altura do separador de fases


Situa-se entre 1,5 e 2,0 m para efluentes de alta carga orgânica e de 1,0
a 1,5 m para efluentes de baixa carga como esgoto sanitário.

H do compartimento de decantação: 1,5 a 2,0 m


H do compartimento de digestão: 2,5 a 3,5 m

Qualquer que seja a profundidade útil adotada para o reator recomenda-se uma
profundidade mínima do compartimento de digestão igual a 2,5 m.

Borda Livre 0,5 m


H da zona de decantação: 1,5 a 2,0 m

H da zona de digestão: 2,5 a 3,5 m


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5 – Velocidade ascensional de fluxo


Recomenda-se velocidade menor que 1 m/h.
Vazão média: 0,5 – 0,7 m/h
Vazão máxima: 0,9 – 1,1 m/h

Vazão de pico: < 1,5 m/h - tolerância de 2 a 4h


Para reatores operando com lodo do tipo granular estas velocidades podem chegar a 10 m/h (Efluentes industriais)

6 – Números de pontos de entrada – distribuição do afluente


Situa-se entre 1,5 e 2,0 m² para efluentes de alta carga orgânica e de
1,0 a 1,5 m² para efluentes de baixa carga (esgoto sanitário).
Regra Básica: efluente deve ser distribuído uniformemente na base do
reator, evitando caminhos preferenciais favorecendo o máximo
contato do afluente com a biomassa.
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7 – Compartimento de distribuição

Distribuição deve ser equitativa a fim de garantir um bom regime de


mistura, sem ocorrência de zonas mortas no leito de lodo.

Divisão equitativa da vazão afluente para diversos tubos distribuidores


é feita por pequenos compartimentos (caixas) alimentados por
vertedores, sendo que cada caixa alimenta um único tubo que vai até o
fundo do reator
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40 a 50 mm
V > 0,4 m/s
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8 – Separação dos gases

Separador deve permitir a formação de uma interface líquido-gás no


coletor suficiente para permitir a fácil liberação do gás retido no lodo.

Taxa de liberação deve ser elevada o suficiente para vencer uma


possível camada de escuma, e baixa o bastante para prontamente
liberar o gás do lodo, Não permitindo o arraste e consequente acúmulo
de lodo na tubulação de saída do biogás

Recomenda-se taxa de liberação mínima de 1,0 m³ biogás/m².h e


máxima de 3,0 a 5,0 m³ biogás/m².h.

Kg = taxa de liberação de biogás (m³/m².h)


Qbiogás= produção volumétrica de biogás (m³/h)*
Ai = área de interface gás-liquido (m²)
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*9 – Produção volumétrica de Biogás


Feita a partir da estimativa da carga de DQO afluente que é
convertida em metano. Simplificadamente pode ser determinada a
partir da equação abaixo:

DQO CH4: carga de DQO convertida em metano (kg DQOCH4/d)


Q: vazão de esgoto afluente (m³/d)
S0: [DQO] afluente (kg DQO/m³)
S: [DQO] efluente (kg DQO/m³)
Yobs: coeficiente de produção de sólidos em termos de DQO (0,11 a 0,23 kg
DQOlodo/kg DQOapl)
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9 – Produção volumétrica de Biogás


Conversão da massa de CH4 (kg DQOCH4/d) em produção volumétrica (m³ CH4/d)
pode ser feita através das seguintes equações:

QCH4: Produção volumétrica de metano (m³/d)


F(T): Fator de correção para temperatura operacional do reator (kg DQO/m³)

P : Pressão atmosférica (1 atm)


kDQO: DQO correspondente a 1 mol de CH4 (64 gDQO/mol)
R: Constante dos gases (0,08206 atm.L/mol.K)
T: Temperatura operacional do reator
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10 – Câmara de biogás
Largura da parte superior (seção retangular) deve ser ≥ 0,25m para
permitir a liberação adequada do biogás e uma boa inspeção e limpeza –
Nesta seção acumula-se parte da escuma formada no reator.
Deve-se usar materiais impermeáveis ao biogás e resistentes a corrosão.
No caso de câmaras de concreto é preciso proteger a estrutura contra
corrosão (recobrimento da armadura + impermeabilizante).
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Dimensionamento separador
trifásico e compartimento de
decantação

Separador trifásico e defletor de


biogás, abertura de passagem para o
decantador e câmaras de biogás

a: largura da abertura simples de passagem para o decantador.


b: trespasse do defletor de gases, em relação a abertura de passagem para o decantador (min. 0,10m).
α: ângulo de inclinação da parede do compartimento de decantação, em relação ao horizontal (min. 50º)
h1: altura da parede inclinada (aba) do compartimento de decantação.
h2: altura da parede vertical do compartimento de decantação (min. 0,30m).
H: altura total do compartimento de decantação (H = h1 + h2)
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REATOR UASB – Dimensionamento separador trifásico e compartimento de decantação


Separador trifásico e defletor de biogás, abertura de passagem para o decantador e
câmaras de biogás
Lg > 0,25m - permitir uma adequada taxa de liberação de biogás e facilitar a limpeza da escuma
normalmente formada neste ponto.

Compartimento de decantação

H mínimo: 1,5 m
H mínimo seção vertical: 0,3m

TAS (m³/m².h):

≤ 0,8 Qmédia TDH ≥ 1,5h


≤ 1,2 Qmáxima TDH ≥ 1,0h
< 1,5 Picos temporários TDH > 0,6h
Pico de vazão máxima de 2 h
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Dimensionamento separador trifásico e compartimento de


decantação
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10 – Produção de lodo
Estimativa da produção de lodo em reatores UASB

Plodo = produção de sólidos no sistema (kgSST/D)


Y = Coeficiente de sólidos no sistema (kgSST/kgDQOaplicada)
CODQO = carga de DQO aplicada ao sistema (kgDQO/d)

Valores de Y para esgoto doméstico: 0,10 a 0,20 kgSST/kgDQOaplicada

11 – Estimativa da produção volumétrica de lodo


Vlodo = produção volumétrica de lodo (m3/d)
= massa específica do lodo (1020 a 1040 kg/m³)
Clodo = concentração de lodo (%)
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12 – Resumo dos principais critérios e parâmetros hidráulicos para o


projeto de reatores UASB tratando esgoto sanitário.

Faixa de valores em função da vazão


Critério/Parâmetro
Qmédia Qmáxima *Qpico
CHV (m³/m³.d)** < 3,5 < 0,5 < 7,0
TDH (h) ≥7,0 ≥ 4,5 > 3,5
Velocidade ascendente de fluxo (m/h) 0,5 – 0,7 ≤ 1,1 < 1,5
Velocidade nas aberturas para o decantador (m/h) ≤ 2,5 ≤ 4,0 < 5,5
TAS decantador (m³/m².h) ≤ 0,8 ≤ 1,2 < 1,5
TDH decantador (h) ≥ 1,5 ≥ 1,0 > 0,6
* Picos de vazão com duração de 2 a 4 horas
** Temperatura do esgoto na faixa de 22 a 25ºC
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13 – Dimensionamento de um reator UASB sendo conhecido os


seguintes elementos de projeto:
População: 20.000 hab
Vazão afluente média: Qmed = 3.000 m³/d (125 m³/h)
Vazão afluente máxima diária: Qmax-d = 3.600 m³/d (150 m³/h)
Vazão afluente máxima horária; Qmax-h = 5.400 m³/d (225 m³/h)
[DBO]média afluente: S0-UASB-DBO = 333 mg/L
[DQO]média afluente: S0-UASB-DQO = 600 mg/L
Temperatura do esgoto; 23 ºC
Coeficiente de produção de sólidos: Y = 0,18 kgSST/kgDQOapl
Coeficiente de produção de sólidos em termos de DQO: Yobs = 0,21 kgDQOlodo/kgDQOapl
Concentração esperada para lodo de descarte: Clodo = 4%
Densidade do lodo: = 1.020 kgSST/m³
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1) Cálculo da carga afluente média de DQO (Lo-UASB-DQO)


LoUASB-DQO = SoUASB-DQO x Qméd = 0,600 kg/m³ x 3.000 m³/d = 1800 kgDQO/d

2) Adoção de um TDH: TDH = 8,0h

3) Determinação do volume total do reator(s)

V = Qméd x t = 125 m³/h x 8h V = 1.000 m³

Em função de facilidades construtivas e operacionais tem-se


recomendado que os volumes dos reatores não ultrapassem 2.500 m³.

Para pequenos sistemas tem se adotado reatores modulados utilizando


módulos com volumes da ordem de 400 a 500 m³
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5) Volume de cada reator: 500 m³

6) Adoção da altura do reator (H): 4,5 m


7) determinação da área de cada reator (Ar)
Ar = Vr/H = 500 m³ / 4,5 m = 111,1 m²
Adotar reatores retangulares de 7,45 m x 15,0 m (A = 111,8 m²)

8) Verificação da área, do volume e do TDH corrigidos


Área total corrigida: At = Nr x Ar = 2 x 111,8 m² = 223,8 m²

Volume total corrigido: Vt = At x H = 223,8 m² x 4,5 m = 1006 m³


TDH corrigido: t = Vt/Qméd = 1006 m³/125 m³/h = 8,0 h
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9) Verificação das cargas aplicadas

Carga hidráulica volumétrica:


CHV = Q/V = 3.000 m³/d / 1.006 m³ = 2,98 m³/m³.d

Carga orgânica volumétrica: COV = (Qméd x So-UASB-DQO) / Vt


COV = (3.000 m³/d x 0,600 kgDQO/m³) / 1006 m³ = 1,79 kgDQO/m³.d

10) Verificação das velocidades superficiais de fluxo

- Para Qméd: v = Qméd/At = 125 m³/h / 223,6 m² = 0,56 m/h (0,5 – 0,7)

- Para Qméd-d: v = Qméd-g/At = 150 m³/h / 223,6 m² = 0,67 m/h (≤ 1,1)


- Para Qmáx-h: v = Qmáx-h/At = 225 m³/h / 223,6 m² = 1,01 m/h (< 1,5)
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11) Sistema de distribuição do esgoto afluente


É recomendável adotar-se uma área de influência de 2,25 m², por tubo
de distribuição.
Nd = At / Ad = 223,6 m² / 2,25 m² = 99 tubos de distribuição (adotar 100
tubos em função da simetria do reator
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13) Estimativa da eficiência de remoção de DQO


EDQO = eficiência em termos de remoção % de DQO
t = TDH
0,68 = constante empírica
0,35 = constante empírica

A estimativa de eficiência em
reatores UASB, por meio das
equações abaixo deve ser feita
com ressalvas, tendo em vista o
reduzido número de dados que
deram origem as constantes
empíricas destas equações.
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13) Estimativa da eficiência de remoção de DBO


EDBO = eficiência em termos de remoção % de DBO
t = TDH
0,70 = constante empírica
0,50 = constante empírica

Na prática para as condições de temperatura e TDH adotados neste exemplo, tem


sido mais usual adotar-se eficiências de remoção iguais a 65% para DQO e 70%
para DBO.
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14) Estimativas da concentração de DBO e DQO no efluente final

S = So – (E x So)/100

SUASB-DQO = 600 – (65 x 600)/100 = 210 mg DQO/L

SUASB-DBO = 350 – (70 x 333)/100 = 100 mg DBO/L


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15) Avaliação da produção de metano

Avaliação da produção de CH4 deve ser feita a partir da DQO degradada de acordo
com a equação abaixo:
Um mol de CH4 requer 2 mois de O2 para completa
CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O oxidação a CO2 e H2O: logo cada 16g de CH4
produzido e retirado da faze líquida corresponde a
(16g) + (64g) → (44g) + (36g) remoção de 64g de DQO do efluente.

Nas CNTP corresponde a 35 mL de CH4 para cada grama de DQO degradada.

DQOCH4 = Q x (So – S) – Yobs . Q . So


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15) Avaliação da produção de metano


Carga de DQO convertida em metano (kg DQOCH4/d)

DQOCH4 = Q x (So – S) – Yobs . Q . So

DQOCH4 = carga de DQO convertida em metano (kg DQOCH4/d)


Q: vazão de esgoto afluente (m³/d)
So: Concentração de DQO afluente (kg DQO/m³)
S: Concentração de DQO efluente (kg DQO/m³)
Yobs: coeficiente de produção de sólidos no sistema em termos de DQO (0,11 a 0,23 kg DQOlodo/kg DQOapl)

DQOCH4 = 3.000 m³/d x (0,600 – 0,210 kg DQO/m³) – 0,21 kg DQOlodo/kg DQOapl x

3.000 m³/d x 0,600 kgDQO/m³

DQOCH4 = 792 kg DQO/dia


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15) Avaliação da produção de metano


Corrigindo para temperatura de operação do reator
P: pressão atmosférica (1 atm)
KDQO: DQO correspondente a um mol de CH4 (64 g DQO/mol)
R: constante dos gases (0,08206 atm.L/mol.K)
T: temperatura operacional do reator

f(T) = 2,63 kgDQO/m³

Determinação da produção teórica de metano

QCH4 = 301 m³/d


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16) Avaliação da produção de biogás


Avaliação da produção de biogás é feita a partir da estimativa ou da determinação do
percentual de metano no biogás.

Para esgoto sanitário adota-se um percentual de 60% de CH4 no biogás como média.
Em alguns casos este percentual pode ser maior (≈ 70%).

Qbiogás = Q /C = 301 m³.d-1 / 0,6 = 501,6 m³/d


CH4 CH4

17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o


decantador do reator.

- adotando-se 5 separadores trifásicos em cada reator


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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador

• Número de aberturas simples ao longo do comprimento do reator


(extremidades longitudinais dos separadores trifásicos)

• Número de aberturas simples ao longo da largura do reator (nas laterais dos


separadores trifásicos localizadas junto as paredes do reator):

Nab-s-1 = 4 (2 reatores x 2 separadores/reator x 1 aberturas/separador.


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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador

• Número de aberturas duplas ao longo da largura do reator (entre separadores


trifásicos):
• Nab-d-l = 8 (2 reatores x 4 aberturas duplas/reator).

• Número equivalente de aberturas simples ao longo da largura do reator:


Neqab-s-l = 4+ 8 X 2 = 20

• Largura de cada abertura simples: a = 0,35 m (adotado)

• Comprimento de cada abertura simples ao longo da largura do reator:

Cab-s-l = 7,45m – (2 x 0,35m) = 6,75 m


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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador


- Número de aberturas simples ao longo do comprimento do reator
(extremidades longitudinais)

- Número de aberturas simples ao longo da largura do reator (nas


laterais dos separadores trifásicos localizadas junto as paredes do
reator):

Nab-s-1 = 4 (2 reatores x 2 separadores/reator x 1 aberturas/separador.


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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador

- Número de aberturas duplas ao longo da largura do reator (entre


separadores trifásicos):

Nº ab. Dupla larg = 8 (2 reatores x 4 aberturas duplas/reator)

- Número equivalente de aberturas simples ao longo da largura do


reator:
Neqab-s-l = 4+ 8 X 2 = 20
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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador

- Largura de cada abertura simples: a = 0,35 m (adotado)

- Comprimento de cada abertura simples ao longo da largura do


reator: Cab-s-l = 7,45m – (2 x 0,35m) = 6,75 m

- Comprimento equivalente de abertura simples, ao longo da


largura do reator: Ceqab-s-l = 20aberturas x 6,75 m/abertura =
135 m

- Comprimento equivalente de abertura simples, ao longo do


comprimento do reator: Ceqab-s-c = 2 reatores x 15,0 m/abertura
x 2 aberturas = 60 m
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17) Dimensionamento das aberturas (passagem) para o decantador

- Área total das aberturas: Aab = (Ceqab-s-l + Ceqab-s-c) . a =

Aab = (135,0 m + 60,0 m) . 0,35 m = 68,3 m²


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18) Verificação das velocidades através das aberturas (Vab):

Para Qmédia.d: Vab = Qméd/Aab = (125 m³/h) / 68,3 m² = 1,83 m/h

Para Qmáxima.d: Vab = Qmáx-d/Aab = (150 m³/h) / 68,3 m² = 2,20 m/h

Para Qmáxima.d: Vab = Qmáx/Aab = (225 m³/h) / 68,3 m² = 3,30 m/h

- Velocidades ascensionais estão de acordo com o recomendado.

Vazão Afluente Velocidade (m/h)


Vazão Média ≤ 2,5
Vazão Máxima ≤ 4,0
Picos Temporários < 5,5
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18) Verificação das velocidades através das aberturas (Vab):

Portanto cada abertura para o decantador terá as seguintes dimensões:

- Abertura simples ao longo do comprimento do reator:


Comprimento = 15,0 m; Largura = 0,35 m

- Abertura simples ao longo da largura do reator:


Comprimento = 7,45 m – (2 x 0,35m) = 6,75 m; Largura= 0,35 m

- Abertura dupla, ao longo do comprimento do reator:


Comprimento = 7,45 m – (2 x 0,35 m) = 6,75 m; Largura = 0,70 m
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19) Determinação da área superficial do compartimento de decantação

- Número de compartimentos de decantação: Ndec = 10 (5 em cada reator)

- Comprimento de cada decantador: Cdec = 7,45 m (ao longo da largura do reator)

- Comprimento total de decantadores: Ctdec = 10 x 7,45 m = 74,50 m

- Largura de cada coletor de gás, junto a interface líquido-gás: Li = 0,25 m


(adotado)

- Largura externa de cada coletor de gás: Lg = Li + (2 x e) = 0,25 m + (2 x 0,005m) =


0,26 m (onde “e” é a espessura da parede do coletor de gás, considerando-se a
confecção do mesmo em fibra de vidro).

- Largura útil de cada compartimento de decantação: Ldec = [15,0 m – (5 coletores


de gás x 0,26 m/coletor)] / 5 decantadores = 2,74 m
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19) Determinação da área superficial do compartimento de decantação


- Área total de decantadores: Atdec = Ctdec x Ldec = 74,50 m x 2,74 m = 204,1 m²

20) Verificação das taxas de aplicação superficiais nos decantadores (qs-dec)


- Para Qméd:qs-dec = Qméd / Atdec = (125 m³/h) / 204,1 m² = 0,61 m/h

- Para Qmáx-d:qs-dec = Qmáx-d/ Atdec = (150 m³/h) / 204,1 m² = 0,73 m/h

- Para Qmáx-h:qs-dec = Qmáx-h / Atdec = (225 m³/h) / 204,1 m² = 1,10 m/h

Observa-se que as TAS estão de acordo com o quadro abaixo, portanto cada
compartimento de decantação terá as seguintes dimensões em planta:
Comprimento: 7,45 m
Vazão Afluente TAS (m/h)
Largura: 2,74 m
Vazão Média ≤ 0,8
Vazão Máxima ≤ 1,2
Picos Temporários < 1,5
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21) determinação do volume do compartimento de decantação.

- Altura da aba inclinada do compartimento de decantação: h1 = 1,60 m


- Largura da aba inclinada do compartimento de decantação: Laba = 1,02 m
- Altura da aba vertical do compartimento de decantação h2 = 0,40 m
- Área triangular entre as paredes inclinadas do decantador: Adec1 = 0,82 m²
- Área retangular, compreendida entre as áreas triangulares: Adec2 = 1,12 m²
- Área retangular, compreendida entre as paredes verticais do decantador = 1,92 m²
- Área total ao longo da profundidade do decantador: Adec = 4,68 m²
- Volume total de decantadores: Vdec = 348,5 m³
- Inclinação do compartimento da aba do compartimento de decantação em relação a
horizontal: α = tg (h1 / Laba) = tg (1,60 m / 1,02 m) = 57,5°
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22) Verificação dos TDH nos decantadores


- Para Qméd:tdec = Vdec / Qméd = (386,4 m³) / (125 m³/h) = 2,8 h

- Para Qmáx-d:tdec = Vdec / Qmáx-d = (386,4 m³) / (150 m³/h) = 2,3 h

- Para Qmáx-h:tdec = Vdec / Qmáx-h = (386,4 m³) / (225 m³/h) = 1,5 h

Observa-se que os TDH estão de acordo com os valores abaixo.


Portanto, cada compartimento de decantação terá as seguintes
dimensões em corte:
- Comprimento: 7,45 m
- Largura: 2,74 m
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Separador trifásico e defletor


de biogás, abertura de
passagem para o decantador
e câmaras de biogás

a: largura da abertura simples de passagem para o decantador.


b: trespasse do defletor de gases, em relação a abertura de passagem para o decantador (min. 0,10m).
α: ângulo de inclinação da parede (aba) do compartimento de decantação, em relação ao horizontal (min. 50º)
h1: altura da parede inclinada (aba) do compartimento de decantação.
h2: altura da parede vertical do compartimento de decantação (min. 0,30m).
H: altura total do compartimento de decantação (H = h1 + h2)
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REATOR UASB – Dimensionamento separador trifásico e compartimento de decantação

Lg > 0,25m - permitir uma adequada taxa de liberação de biogás e facilitar a limpeza da escuma
normalmente formada neste ponto.

Compartimento de decantação

H mínimo: 1,5 m
H mínimo seção vertical: 0,3m

TAS (m³/m².h):

≤ 0,8 Qmédia TDH ≥ 1,5h


≤ 1,2 Qmáxima TDH ≥ 1,0h
< 1,5 Picos temporários TDH > 0,6h

Pico de vazão máxima de 2 h


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23) Dimensionamento dos coletores de gases


- Número de coletores de gases: 10 (5 em cada reator)

- Comprimento de cada coletor: Cg = 4,71 m (ao longo da largura do reator)

- Comprimento total de coletores de gases: Ctg = 10 x 4,71m = 47,1 m

- Largura de cada coletor, junto a interface líquido-gás: Li = 0,25m (adotado)

Área total de coletores de gases junto a interface líquido-gás:


Ai = Ctg x Li = 47,1 m x 0,25 m = 11,8 m²

Verificação das taxas de liberação de gases nos coletores:


Kg = Qbiogás / Ai = [(401 m³/d) / (24 h/d)] / 11,8 m² = 1,42 m³/m².h
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23) Dimensionamento dos coletores de gases

Taxa mínima de liberação de biogás recomendada: 1,0 m³/m².h.

– Importante salientar que em reatores UASB tratando esgoto sanitário o volume


real de metano produzido e coletado no interior dos separadores trifásicos
usualmente é de cerca de 50 a 60% da produção teórica.

Dimensões dos coletores de biogás:


Comprimento = 4,71 m;
Largura = 0,25 m
Sistemas de Tratamento de Esgoto Sanitário

REATOR UASB – Coleta e queima de biogás

Projeto do dispositivo de separação de gases, sólidos e líquidos depende:

- Características da água residuária;


- Tipo de lodo presente no reator;
- COV aplicada;
- Produção esperada de biogás;
- Dimensões do reator.

Separador de fases deve ter dimensões que possibilite a formação de uma interface
gás-líquido suficiente para permitir a fácil liberação do biogás retido no lodo.

Taxa de liberação de biogás deve ser elevada o suficiente para vencer uma
possível camada de escuma, mas baixa o suficiente para permitir facilmente a
liberação do gás do lodo, evitando o arraste e acúmulo de lodo na tubulação de gás.
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24) Verificação das taxas de carregamento nos vertedouros das


calhas coletoras de efluente tratado

64,86 ou 65 m³/d.m
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25) Avaliação da produção de lodo

A produção de lodo estimada no sistema pode ser estimada conforme


abaixo:
Plodo = Y x Lo-UASB-DQO =

Plodo = 0,18 kg SST/kg DQOapl x 1.800 kg.DQO/d =

Plodo = 324 kgSST/d

Vlodo = Plodo / ( x Clodo) = (324 kg SST/d) / (1020 kg/m³ x 0,04) =

Vlodo = 7,9 m³/d

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