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Resenha dos cap.

16 e 19 do livro 19 Lições de Pedologia


Pedologia e Classificação de Solos – Unasp
Prof.: Wander Murillo
Aluna: Victoria Sousa
RA 174962

A leitura desse capítulo me fez enxergar a importância do mapeamento rural das


terras brasileiras, assim como é feito das zonas urbanas, pois diante do vasto território
do nosso país, surge a pergunta: qual terra seria melhor usada para fins agrícolas e
qual para urbanização?
Foi mencionado que não muito tempo atrás, grandes áreas que hoje estão em uso
para lavouras, pastagens e reflorestamentos na região amazônica e no cerrado não
eram exploradas por não se conhecer bem o perfil e o potencial dos seus solos.
Porém, infelizmente muitas destas áreas estão sendo hoje utilizadas, tanto para
agricultura como para outras atividades, sem um planejamento adequado.

A proposta dos mapeamentos é exatamente essa: tornar o conhecimento dos solos


com suas características de relevo, material de origem e organismos mais acessível,
para que o uso do mesmo seja o mais consciente possível, dentro do planejamento
devido.

E para atender essa necessidade, existem diferentes tipos de mapas com suas
respectivas funções, que foram apresentados no capítulo 16.
Destaco aqui os ultradetalhados; detalhados; semidetalhados; de reconhecimento;
exploratórios; generalizados e esquemáticos.
Os mapas detalhados e ultradetalhados são os que contêm um maior número de
informações, que são os que auxiliam no planejamento de propriedades agrícolas, de
projetos de irrigação e de aterros sanitários. Os mapas exploratórios e de
reconhecimento não são completos para detalhes que atendam a propriedades
agrícolas ou áreas urbanas específicas, mas eles que permitem uma avaliação
generalizada do potencial dos solos de uma determinada região que englobe, por
exemplo, vários municípios.
Esses mapas, em resumo, são levantamentos que sintetizam as informações sobre
formação, constituição e distribuição espacial dos solos de uma determinada região.
As informações geradas a partir deles são úteis aos profissionais de diversas áreas, que
atuam direta ou indiretamente com o solo. Isso inclui os agrônomos e vários outros
profissionais como engenheiros florestais, civis, ambientais, geólogos, ecólogos,
biólogos, geógrafos e urbanistas.
Mas obviamente só será útil aos que tem um conhecimento prévio de pedologia,
fatores de formação do solo e que desenvolvem a habilidade de ler tais mapas.

Após apresentar a importância e relevância desses levantamentos, o capítulo trouxe


informações de como esse trabalho é feito pelos pedólogos.
Ele é feito em duas etapas. A primeira é a de percorrer as principais estradas ou
trilhas, fazendo paradas ocasionais para examinar e anotar os diferentes tipos de
paisagem existentes e os perfis de solos correspondentes. É baseado nisso que eles
podem encontrar a melhor forma de identificar os solos predominantes.
E a segunda é o mapeamento propriamente dito, no qual a área é percorrida de forma
mais detalhada para determinar quais solos da legenda estão presentes e onde estão
seus limites laterais – que são marcados em um mapa-base, que no caso, poderá ser
uma fotografia aérea ou de satélite.
É um trabalho minucioso que abrange conhecimento teórico e prático no ramo da
pedologia e é de suma importância que os profissionais envolvidos nesses
levantamentos estejam bem familiarizados com os fatores de formação do solo.
O relevo é o fator mais utilizado nesse sentido, pois é o que mais varia em um espaço
menor. Já o clima, por exemplo, não muda tanto, mesmo em áreas relativamente
grandes, e o mesmo acontece com os organismos. Por essa razão, o pedólogo observa
as variações de relevo na paisagem para buscar os limites dos diferentes solos, pois é o
fator que mais pode modificar suas características em escalas de trabalho mais
utilizadas para o desenvolvimento de mapas.
Contudo, foi frisada a importância do pedólogo estar sempre atento às variações nas
características dos demais fatores, especialmente no material de origem e na
drenagem interna do solo.

Ainda nesse capítulo foi abordado sobre as unidades de mapeamento que agrupa as
áreas de solos e possibilita a representação em bases cartográficas, mostrando a
distribuição espacial, a extensão e os limites dos solos.
Essas unidades podem ser constituídas tanto por classes de solos como por tipos de
terreno, em grupo ou individualmente. E são definidas como:
1. Unidade simples – com dominância de um só componente, com limites difusos

2. Associação de solos – constituída por solos pertencentes a classes distintas,


com limites nítidos ou graduais

3. Complexo de solos – Componentes que não podem ser individualmente


separados

4. Grupos indiferenciados de solos – unidades com morfologia e propriedades


muito semelhantes e com respostas idênticas às práticas de uso e manejo

5. Fases de unidades de mapeamento – não é uma unidade taxonômica, mas um


recurso utilizado para indicar mudanças nas feições do meio físico, no
comportamento dos solos para fins específicos de uso e manejo e até nas
características morfológicas.

Parte importante desse trabalho minucioso são os relatórios que garantem o


compartilhamento de informações novas e relevantes nas pesquisas, planejamentos e
implantações.
Muitos outros detalhes foram mencionados reiterando a necessidade dos
levantamentos e mapeamento do nosso solo, mas acredito que aqui pude resumir os
pontos principais abordados.
E pra fechar sobre esse capitulo, um dado que particularmente me chamou a atenção
foi que nos Estados Unidos, por determinação do governo federal, são feitos
levantamentos pedológicos detalhados, município por município, os quais contêm,
além das interpretações para uso agrícola, informações destinadas expansão da área
urbana, à localização de áreas de recreação e de saneamento, e eu não tenho dúvida
que por conta dessa organização o país deles seja muito mais desenvolvido, pois assim
é possível potencializar os recursos disponíveis.
Agora, imagina o Brasil, com muito mais recursos naturais disponíveis, trabalhando de
forma calculada e intencional de acordo com os solos que temos, garantindo assim um
futuro mais seguro para as gerações a frente e maximizando o uso do nosso solo sem
exaurir os recursos.

Nisso já entra um pouco do que foi abordado no capítulo 19.

Neste capítulo o foco foi mostrar a grande necessidade de não somente conhecer os
solos, mas trabalhar respeitando as suas peculiaridades e buscando formas de uso
mais consciente e sustentável.
Felizmente levar esses pontos em consideração tem se tornado mais comum
atualmente, o que tem trazido novas abordagens e alternativas de uso e manejo do
solo.
Como resultado um plano conservacionista do uso da terra foi elaborado, levando em
consideração as características do solo, do relevo e do clima que serviram de base para
formular oito classes de capacidade de uso da terra.
O objetivo com isso é definir quais são as melhores opções de uso para cada terra,
bem como quais práticas devem ser implantadas para controlar melhor a erosão do
solo e, ao mesmo tempo, assegurar boas colheitas.
Para chegar nisso, faz-se uso prévio de um mapa detalhado que mencionei
anteriormente.
E copiando a definição dada pelo livro, essas classes I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII também
podem ser agrupadas em três subdivisões: (a) Terras próprias para todos os usos,
inclusive cultivos intensivos (classes I, II e III);
(b) Terras impróprias para cultivos intensivos, mais aptas para pastagens e
reflorestamento ou manutenção da vegetação natural (classes IV, V, VI e VII);
(c) Terras impróprias para cultivo, recomendadas para proteção da flora, da fauna ou
para ecoturismo (classe IIIV).

Saber disso tudo é muito útil para identificar quais melhores práticas e planejar a sua
execução, tanto em uma como em várias propriedades agrícolas. Porque nesse
planejamento se leva em conta além da capacidade de uso como também os fatores
econômicos e sociais, bem como a legislação ambiental que é importantíssima.

E essa é somente uma das formas que pode contribuir para a conservação do solo e da
biodiversidade do nosso país. O ponto é: entender que os recursos disponíveis não são
ilimitados, e que o uso constante e não criterioso vai sim resultar em degradação e
uma crise irreversível na agricultura. Mas práticas preventivas de respeito as condições
do solo e que visem circular os nutrientes, manter devidamente coberto e
propriamente manejado, trarão resultados ecológicos, sociais e econômicos muito
mais satisfatórios.
A motivação para tais ações virá no momento que houver uma crescente
conscientização que nosso maior bem é o solo, e assim como os pais prezam para
garantir uma herança para seus filhos, é nossa responsabilidade cuidar para que a
próxima geração tenha acesso a essa riqueza.
Hoje está em nossas mãos, não somente preservar como recuperar. É um longo trajeto
que começa aqui, com o estudo e compreensão da pedologia.

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