Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(1946 – 1951)
A Constituição de 1946
No dia 2 de dezembro de 1945, foram realizadas eleições, como estava previsto. O candidato à Presidência da República pela coligação
PSD-PTB (Partido Social Democrata e Partido Trabalhista Brasileiro), general Eurico Gaspar Dutra, foi o vencedor com pouco mais de 55%
dos votos. Também foram eleitos deputados federais e senadores para compor uma Assembleia Nacional Constituinte, a fim de elaborar uma
nova Constituição para o Brasil pós-Estado Novo.
Em setembro de 1946, foi promulgada a quinta Constituição do Brasil e a quarta da República, que vigorou até 1964, quando os militares
implantaram no Brasil uma ditadura militar.
• Adotando uma politica econômica liberal e com a entrada de produtos importados principalmente
dos EUA acabaram com toda reserva monetária do Brasil em um ano.
• Rompimento das relações diplomáticas com a URSS, decretando a extinção do Partido Comunista,
chefiado por Luís Carlos Prestes, cassando os mandatos dos deputados eleitos pelo PCB.
• Para controlar à crise, o governo passou a emitir papel-moeda, desvalorizando a moeda nacional
frente ao dólar e alimentando a inflação.
• Nas ruas e nas fábricas, aumentava a insatisfação contra o aumento do custo de vida e o
congelamento dos salários que vigorava desde 1942, quando o Brasil adotou uma "economia de
guerra". Iniciou-se então uma série de protestos e greves operárias.
Plano SALTE
• Seguindo a orientação de economistas estadunidenses, que, por meio da Missão Cooke-Abbink,
tinham a finalidade de estudar uma solução para o desenvolvimento econômico do Brasil sob o
contexto da "política da boa vizinhança" mantida pelos Estados Unidos, o governo Dutra
elaborou o Plano Salte – Saúde, Alimentação, Transporte e Energia – para combater a crise.
Entretanto, a própria missão constatou que o Brasil precisaria de recursos externos para pôr em
prática seu plano econômico. Em se tratando do imediato pós-Segunda Guerra, o único país com
condições de "auxiliar" o Brasil seria os Estados Unidos, mas este estava comprometido com a
Europa Ocidental, por conta do Plano Marshall. Restrito apenas aos próprios recursos, o Brasil viu
o Plano Salte não obter grandes êxitos.
Outras realizações do governo Dutra.
• Criação da Escola Superior de Guerra voltada para a formação de oficiais militares;
• Construção da rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro (atual rodovia Presidente Dutra).
• Criação do Estatuto do Petróleo, voltado para a criação de refinarias e aquisição de navios petroleiros;
Entreguistas:
Nacionalistas Liderados pela UDN defendiam a
Eram os defensores da promoção do participação do capital externo, alegando a
desenvolvimento econômico com capital necessidade de transferência de tecnologia e
nacional e participação do Estado, capitais
restringindo a abertura da economia ao capital
estrangeiro.
O desenvolvimentismo nacionalista e Estatal
Getúlio Vargas manteve-se fiel ao seu pensamento nacional populista, mas sabia que era
impossível renegar a presença do capital estrangeiro. Para contornar a situação, ele defendeu
a ideia de que os capitais externos deveriam ser disciplinados e o Estado deveria participar
ativamente do processo econômico.
• Nesse contexto, ele criou, em 1953, a Petrobras, estabelecendo a nacionalização do petróleo e
o monopólio estatal sobre a prospecção e refino do petróleo no país, após uma intensa
campanha popular: "O petróleo é nosso!".
• Planejava, ainda, criar a Eletrobrás, uma estatal para cuidar da geração e distribuição de
energia elétrica.
• Expansão da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda e a Hidrelétrica de Paulo
Afonso;
• Fundação do BNDS (1952).
• Elaboração do Plano Lafer que previa investimentos na indústria de base, Transportes,
Energia, frigoríficos e na modernização da agricultura.
As tensões sociais e a crescente oposição a Vargas
• A crise econômica, a inflação alta, o elevado custo de vida e uma onda de greves
e manifestações populares fizeram com que Getúlio aumentasse o valor do salario
mínimo em 100%.
• Reações negativas e atitudes de insatisfação começaram a surgir por toda parte:
os EUA mostravam-se descontentes com a criação da Petrobras e preocupados
em fiscalizar os lucros de suas empresas no país com a Lei de Lucros
Extraordinários, que só não foi aprovada no Congresso graças à pressão de
grupos internacionais; a burguesia estava assustada com o aumento do salário
mínimo; os militares acusavam o governo de comunista por causa do apoio dos
trabalhadores e lançaram o Manifesto dos Coronéis; e a imprensa, por meio dos
jornais de maior circulação da época, publicava artigos acusando o governo de
corrupção e de estar envolvido em "um mar de lama".
A oposição!
Aumento em
100% o salário Oposição dos
mínimo empresários
V
a Oposição dos EUA U
Criação da
r Petrobras 1953
Lei de Lucros Extraordinários
O acordo de desenvolvimento entre
g
Brasil e EUA foi unilateralmente
cancelado.
D
a N
Oposição dos militares
s Apoio dado aos
trabalhadores
que o acusavam de
comunista.
O atentado na Rua Toneleros
Eleições
Outubro 1955
Adhemar de Barros
Juscelino Kubitscheck Juarez Távora
(PSP)
(PSD) (UDN)
26%
36% 30%
O “golpe preventivo”
• A vitória de JK é questionada pelos setores golpistas da UDN, aliados a membros da Aeronáutica.
• Em novembro de 1955 o vice presidente Café Filho se afasta do cargo por motivos de saúde.
• Carlos Luz (PSD) então presidente da câmara dos deputados assume o cargo de presidente se
aliando a UDN que derrotada nas eleições animou-se com a possibilidade de um golpe de estado
visando impedir a posse de JK.
• Carta Brandi: Documento forjado durante a campanha e divulgado pelo jornal Tribuna da
Imprensa em que João Goulart (vice) aparecia tendo ligações com peronistas argentinos, que
estariam fornecendo armas destinadas às milícias operárias brasileiras.
• Percebendo a manobra política e golpista dos udenistas, que contavam com o apoio de Carlos Luz,
o então ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, liderou o que ficou conhecido como
Movimento de 11 de Novembro, ou “Golpe Preventivo” Carlos Luz foi deposto da Presidência
da República apenas três dias após ter assumido, e o cargo que foi entregue por Lott ao vice-
presidente do Senado, Nereu Ramos (senador pelo PSD).
• Em 31 de janeiro de 1956, Nereu Ramos empossou JK e Jango.
Curiosidades!
Alguns dos principais personagens políticos de 1955 (da esquerda para a direita):
Café Filho, Carlos Luz, Teixeira Lott e Nereu Ramos.
Juscelino Kubitschek
(1956-1961)
Plano de governo.
• O programa de governo de JK foi estabelecido no Plano de Metas, explicitando
31 objetivos que procuravam privilegiar os setores de energia, transporte,
alimentação, indústria de base e educação.
• Seu slogan era “Crescer 50 anos em 5”.
• Cunhou a expressão "nacional desenvolvimentismo", que representava uma
política econômica que combinava a ação do Estado com as empresas nacionais
e com o capital estrangeiro para promover o desenvolvimento com base na
industrialização.
• A chamada "metassíntese" consistia na construção de Brasília, com os objetivos
de transferir a capital do Rio de Janeiro para o interior, afastando-se da intensa
agitação do eixo Rio-São Paulo, e, ao mesmo tempo, incentivar a interiorização
demográfica e econômica.
Eleições
Outubro de 1960
• O plano de Jânio não deu certo e o Congresso Nacional recebeu a carta renúncia e
nomeou o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, para
ocupar a Presidência da República pois o vice-presidente estava na China em
missão oficial.
João Goulart
(1961-1964)
Difícil começo!
Considerado por muitos o sucessor de Getúlio Vargas,
João Goulart teve, no PTB, uma carreira política
conturbada. Como ministro do Trabalho de Vargas,
Jango concedera um aumento de 100% do salário-
mínimo, irritando os patrões. Como vice-presidente
de JK, sofreu ataques de Carlos Lacerda, que, por
meio do jornal Tribuna da Imprensa, o acusava de
ladrão e corrupto. Como vice-presidente de Jânio
Quadros, foi surpreendido na China com a renúncia do
presidente. Como presidente, teve de aceitar
governar uma República parlamentarista.
Governo de João Goulart e o parlamentarismo.
• No Brasil, os militares e políticos da UDN se articulavam para tentar impedir a posse de Jango, alegando
suas ligações com os sindicatos e os comunistas.
• Os legalistas, entre eles Leonel Brizola, governador do RS, exigiram o cumprimento da Constituição, ou
seja, empossar o vice-presidente como presidente (Rede da Legalidade).
Solução:
• No dia 4/9/1961, os militares aceitaram uma solução proposta pelo Congresso Nacional: o
parlamentarismo. Assim, Jango teria seus poderes políticos limitados, dividindo-os com o primeiro-
ministro, indicado pelo Congresso Nacional. Também foi acordado que, em 1965, seria realizado um
plebiscito para consultar a população sobre a volta do presidencialismo.
• No dia 7 de setembro de 1961 tomou posse como presidente da República.
• De setembro de 1961 a janeiro de 1963, o Brasil passou por três primeiros-ministros: Tancredo de
Almeida Neves (PSD), Francisco de Paula Brochado da Rocha (PSD) e Hermes Lima (PTB).
• Leonel Brizola deu continuidade à campanha pela legalidade, afirmando que a mudança na forma de
governo era inconstitucional e exigindo a realização imediata do plebiscito previsto para o fim do mandato
de Jango.
• O plebiscito foi finalmente antecipado para 6/1/1963. O resultado foi a ampla vitória do presidencialismo:
cerca de 9,5 milhões num total de doze milhões votaram “não ao parlamentarismo”. O Brasil voltava a ser
uma República Presidencialista.
Governo de João Goulart e o retorno do presidencialismo.
Plano Trienal: foi criado pelo ministro do planejamento Celso Furtado um programa simultâneo para combater a inflação e retomar o
crescimento econômico. O objetivo era reduzir a inflação em um período de três anos de 52% anuais para 10% em 1965 e manter uma taxa de
crescimento de 7% anuais.
Reformas de base: foi o conjunto de reformas estruturais em diversas áreas para diminuir as desigualdades e fomentar o desenvolvimento.
• Reforma Agrária – Desapropriação do Latifúndio, mediante indenização com títulos da dívida pública, com distribuição para os
camponeses sem terra ou com pouca terra.
• Reforma Bancária – Para concessão de crédito aos pequenos produtores rurais e urbanos, visando ao seu crescimento econômico. O eixo
seriam os bancos estatais.
• Reforma Urbana – Regulamentação do uso e da posse do solo urbano, para desenvolvimento organizado das cidades, garantindo moradia
digna para todas as famílias.
• Reforma Educacional – Valorização do Ensino Público e Gratuito, do Magistério, abolição da cátedra vitalícia nas universidades. Combate
ao analfabetismo, utilizando-se o método Paulo Freire.
• Reforma Fiscal – Promoção da justiça fiscal, com tributação progressiva e taxação das grandes fortunas. Além disso, pretendia-se limitar a
remessa de lucros para o exterior, sobretudo por parte das empresas multinacionais, o que foi feito através do decreto nº 53451/64.
• Reforma eleitoral: consistia basicamente na extensão do direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente. Previa-se também a
legalização do Partido Comunista Brasileiro.
Jango entre “a direita e a esquerda”.
• Com a reforma agraria em andamento e a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural,
os grandes latifundiários se sentiram ameaçados;
• As camadas conservadoras, apoiadas por empresas estrangeiras, acusavam o governo de
sindicalista e comunista e seus representantes no Congresso Nacional barravam as
propostas de reformas do governo.
• Ao mesmo tempo, as camadas populares se agitaram por causa do aumento do custo de
vida e do desemprego.
• No Nordeste, agora eleito deputado federal pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro),
Francisco Julião liderava as Ligas Camponesas, exigindo a reforma agrária e invadindo os
latifúndios.
A reação as Reformas de base!
• Pressionado por todos os lados, o clima de tensão chegou ao máximo com o "motim dos marinheiros", no
Rio de Janeiro, e com a “Revolta dos sargentos", em Brasília. Jango recusou-se a punir os revoltosos, o que
provocou a indignação do Alto Comando Militar brasileiro. Foi a gota d’água.
• Dessa forma, em 31/3/1964 chegou ao fim o período populista por meio de um golpe de Estado os militares
tomaram o poder e João Goulart decidiu-se pelo exílio no Uruguai, seguido de Leonel Brizola, que havia
tentado uma reação.
Ditadura militar
(1964-1985)
Fases da ditadura
Características:
• Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de decisão;
• Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matéria de segurança e
orçamento;
• Estabelece eleições indiretas para presidente, com mandato de cinco anos;
• Militariza a Presidência da República, dando às Forças Armadas uma força
gigantesca;
• Acaba com o federalismo;
• Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional;
• Restringe ao trabalhador o direito de greve;
• Abre espaço para a decretação posterior de leis de censura e banimento.
Arthur da Costa e Silva (1967-1969)
Seu mandato ficou conhecido como “anos de chumbo” uma vez que representou um dos períodos mais duros da ditadura militar. Seu
governo esteve marcado por forte agitação política, atos de torturas, prisões e mortes. Pressão social sobre o governo e cobrança de
resultados na área social, educacional, habitacional, de inflação, de dívida externa e de reforma agrária.
• Combate com repressão aos movimentos populares de esquerda, que protestavam contra a ditadura militar no Brasil. Os movimentos estudantil e sindical foram os
principais alvos da repressão do governo Médici.
• Com a repressão e a proibição de manifestações e protestos surgiram grupos armados inspirados nos movimentos revolucionários latino-americanos como, a ALN,
MR8, Vanguarda Armada Revolucionaria (VAR-Palmares) e o comando de Libertação Nacional (Colina).Suas principais praticas eram sequestros de diplomatas
estrangeiros em troca de presos políticos e assaltos a bancos.
• Crescimento acelerado da economia. Este período ficou conhecido como “milagre econômico”. Foi proporcionado graças a grande entrada de investimentos
estrangeiros. O período também foi caracterizado pela estabilização da economia brasileira. O PIB (Produto Interno Bruto) aumentou muito neste período.
• Entre o fim da década de 1960 e início da década de 1970, as organizações guerrilheiras realizaram ações como assaltos a bancos para
conseguir recursos financeiros, sequestros de embaixadores para serem trocados por presos políticos, atentados contra autoridades e
empresários. Tinham como objetivo derrubar a ditadura e instaurar um governo revolucionário para o estabelecimento do socialismo no
Brasil.
Órgãos repressores
CIEx (Centro de Informação do Exército)
Cenimar (Centro de Informações da Marinha)
Cisa (Centro de Informação Social do Exército)
SNI (Serviço Nacional de Informação)
Codi (Comando de Operações de Defesa Interna)
DOI Destacamentos de Operações Internas
O objetivo do chamado DOI-Codi era garantir a política de Segurança Nacional.
- Combater a inflação;
Objetivos do plano:
Corte de gastos públicos, aumento dos impostos, redução de empréstimos a empresas privadas e arrocho salarial, fim da estabilidade no
emprego (10 anos) e criação do FGTS.
O resultado dessa politica econômica foi o fechamento de varias empresas nacionais, redução da produção, tabelamento de preços, aumento do
numero de desempregados e arrocho salarial.
2º Fase: “O milagre econômico”: (1969-1973)
O termo “milagre” está relacionado com este rápido e excepcional crescimento econômico pelo qual passou o Brasil neste período. Este crescimento foi alavancado pelo PAEG implantado em 1964,
durante o governo de Castelo Branco.
Aspectos positivos:
- Aumento e diversificação das exportações e excessiva dependência do sistema financeiro e do comercio internacional;
- Aumento do nível de emprego proporcionado, principalmente, pelos investimentos nos setores de infraestrutura e indústria.
- Significativo desenvolvimento industrial, alavancado pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo
crescimento e fortalecimento das empresas estatais, tais como Eletrobrás, Petrobras e Itaipu.
Aspectos negativos:
- Aumento da dívida externa. O desenvolvimento econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, pois criou
uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.
- Embora a economia tenha crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda e, portanto, aumentou ainda mais as desigualdades sociais no país com o aumento da concentração de renda nas
mãos dos mais ricos.
O crescimento econômico brasileiro começou a diminuir a partir de 1974 com uma crise mundial provocada pelo “choque do petróleo”. O elevado aumento do petróleo no mercado mundial afetou
diretamente a economia brasileira. Os combustíveis derivados do petróleo aumentaram muito, elevando ainda mais a inflação.
A balança comercial brasileira ficou com déficit elevado em função da importação de petróleo a preços exorbitantes.
Os investimentos externos e internos diminuíram significativamente, prejudicando o avanço da economia nos níveis anteriores. Entre os anos de 1974 e 1979, o PIB brasileiro passou a crescer na média
de 6,5%, diminuindo a geração de empregos e a massa salarial. Este fato fez com que houvesse uma significativa diminuição do consumo interno, prejudicando as empresas nacionais voltadas para o
mercado nacional.
Governo Ernesto Geisel (1974-1978)
Governo marcado pelo desgaste politico do governo provocado pelo AI-5 e pelo endurecimento da ditadura do governo Médici e o crescimento
da inflação provocada pelo endividamento externo.
• Proposta de abertura política “lenta, segura e gradual”. Para isso, foram definidas eleições livres para o Legislativo ainda em 1974 e para
governador em 1976.
• A crise econômica e a aceleração inflacionária iniciadas em 1974 provocaram a primeira grande derrota eleitoral da Arena naquele ano. O
MDB quase duplicou o número de seus deputados na Câmara, triplicou o número de seus senadores e passou a assumir seu verdadeiro papel
de oposição.
• Em 1976, Geisel editou a Lei Falcão, que controlava a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. No ano seguinte, diante do crescimento
da oposição e temendo uma vitória esmagadora do MDB nas eleições de 1978, ele fechou o Congresso Nacional e baixou o chamado Pacote
de Abril, que criava os senadores biônicos, isto é, senadores indicados pelo presidente, e mantinha as eleições indiretas para presidente. Os
governadores continuariam sendo indicados pelo presidente, assim como os prefeitos das capitais continuavam a ser indicados pelos
governadores. Além disso, o Pacote de Abril ainda determinava um mandato de seis anos para o próximo presidente.
• No plano econômico, o governo buscava retomar o bom momento do “milagre” e, por isso, lançou o Segundo Plano Nacional de
Desenvolvimento. A estratégia lançada foi a expansão das indústrias de bens de produção, mineração e grandes obras públicas com
financiamento internacional, como a Transamazônica, Itaipu, Sobradinho e Angra. Criação do Proálcool, pautado no fim da dependência
brasileira em relação ao petróleo.
• Morte do jornalista Wladimir Herzog, em 1975, pelos torturadores mobilizou parte considerável da opinião pública contra os desmandos do
governo militar, resultando no crescimento da oposição.
• Em dezembro de 1978, poucos meses antes de terminar seu mandato, Geisel assinou o fim do AI-5, garantindo, assim, que seu sucessor
pudesse levar a cabo a transição de um governo militar para um governo civil. Essa missão coube ao general Figueiredo.
Governo João Figueiredo (1979-1985)
• Figueiredo assumiu com o firme propósito de continuar a abertura política para a democracia, iniciada de maneira muito tímida pelo seu antecessor.
• A economia brasileira, se comparada com a euforia do início dos anos 1970, mostrava-se cada vez fragilizada por uma crescente inflação que corroía o salário da classe trabalhadora.
• Em 1979, ocorreu a grande greve dos metalúrgicos do ABC paulista, liderada pelo então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. As greves eram ilegais, mas continuaram a acontecer
durante todo o ano de 1979 e início da década de 1980.
• Lei de Anistia, decretada em abril de 1979, concedeu liberdade a todos os presos políticos, assim como garantiu o retorno dos exilados políticos ao país.
• À medida que o presidente Figueiredo deixava claro que o governo militar terminaria em seu mandato, os militares da linha dura, com o apoio de setores civis também conservadores,
começaram a buscar a desestabilização do governo, por meio de atentados cometidos pelos próprios militares, mas que eram atribuídos por estes a supostos comunistas, como o
atentado ao Riocentro, em 1981, quando dois integrantes do Exército tentaram detonar uma bomba em um evento musical que ocorria naquele local. Entretanto, a bomba explodiu
ainda no carro, matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário e ferindo gravemente o capitão Wilson Machado. Para a imprensa, foi divulgado que se tratava de um atentado
terrorista contra membros do Exército.
• Figueiredo restabeleceu, em 1980, o pluripartidarismo. Surgindo novos partidos como o PT, PDT, PTB, (PDS antigo Arena) e o MDB passou a ser PMDB-PSDB
• Em 1982, foram realizadas eleições diretas para governadores, prefeitos, senadores (mas 1/3 dos senadores ainda foi nomeado pelo presidente), deputados federais e estaduais e
vereadores.
• Em 1983, teve início a campanha conhecida como “Diretas Já”, depois que o deputado Dante de Oliveira apresentou uma emenda constitucional que propunha eleições diretas para
presidente da República, já em 1984. O movimento em defesa das Diretas Já ganhou consistência e a sociedade brasileira saiu às ruas para defender as eleições diretas para presidente.
Entretanto, por uma pequena diferença de votos, a Emenda Dante não foi aprovada na Câmara dos Deputados e o próximo presidente do Brasil ainda seria eleito por um Colégio
Eleitoral.
Eleições: