Você está na página 1de 47

Eurico Gaspar Dutra

(1946 – 1951)
A Constituição de 1946
No dia 2 de dezembro de 1945, foram realizadas eleições, como estava previsto. O candidato à Presidência da República pela coligação
PSD-PTB (Partido Social Democrata e Partido Trabalhista Brasileiro), general Eurico Gaspar Dutra, foi o vencedor com pouco mais de 55%
dos votos. Também foram eleitos deputados federais e senadores para compor uma Assembleia Nacional Constituinte, a fim de elaborar uma
nova Constituição para o Brasil pós-Estado Novo.
Em setembro de 1946, foi promulgada a quinta Constituição do Brasil e a quarta da República, que vigorou até 1964, quando os militares
implantaram no Brasil uma ditadura militar.

Características da constituição de 1946


• Restabeleceu a República Federativa Presidencialista.
• Três poderes harmônicos e independentes entre si.
• Voto secreto e universal aos maiores de 18 anos e alfabetizados.
• Igualdade de todos perante a lei.
• Eleições diretas para todos os níveis.
• Ampliou o mandato presidencial para cinco anos.
• Impôs restrições ao direito de greve e à organização sindical.
• Criou obstáculos à reforma agrária, impondo pesadas indenizações prévias aos proprietários em caso de desapropriações.
Governo do General Dutra (1946 – 1951)
• Esse governo foi iniciado num quadro econômico favorável. A balança de pagamentos estava em
situação favorável, o governo possuía uma reserva disponível de 700 milhões de dólares, graças
às exportações realizadas durante a 2ª Guerra Mundial.

• Adotando uma politica econômica liberal e com a entrada de produtos importados principalmente
dos EUA acabaram com toda reserva monetária do Brasil em um ano.

• No plano internacional o Brasil alinhou-se à política externa estadunidense, inserindo-se no


quadro da Guerra Fria, a partir de 1947, com o lançamento da Doutrina Truman.

• Para sedimentar a aliança, o Brasil recebeu os EUA na Conferência Interamericana de Petrópolis,


Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1947, e uma das resoluções foi a assinatura do Tratado
Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) entre os dois países.

• Rompimento das relações diplomáticas com a URSS, decretando a extinção do Partido Comunista,
chefiado por Luís Carlos Prestes, cassando os mandatos dos deputados eleitos pelo PCB.

• Para controlar à crise, o governo passou a emitir papel-moeda, desvalorizando a moeda nacional
frente ao dólar e alimentando a inflação.

• Nas ruas e nas fábricas, aumentava a insatisfação contra o aumento do custo de vida e o
congelamento dos salários que vigorava desde 1942, quando o Brasil adotou uma "economia de
guerra". Iniciou-se então uma série de protestos e greves operárias.
Plano SALTE
• Seguindo a orientação de economistas estadunidenses, que, por meio da Missão Cooke-Abbink,
tinham a finalidade de estudar uma solução para o desenvolvimento econômico do Brasil sob o
contexto da "política da boa vizinhança" mantida pelos Estados Unidos, o governo Dutra
elaborou o Plano Salte – Saúde, Alimentação, Transporte e Energia – para combater a crise.
Entretanto, a própria missão constatou que o Brasil precisaria de recursos externos para pôr em
prática seu plano econômico. Em se tratando do imediato pós-Segunda Guerra, o único país com
condições de "auxiliar" o Brasil seria os Estados Unidos, mas este estava comprometido com a
Europa Ocidental, por conta do Plano Marshall. Restrito apenas aos próprios recursos, o Brasil viu
o Plano Salte não obter grandes êxitos.
Outras realizações do governo Dutra.
• Criação da Escola Superior de Guerra voltada para a formação de oficiais militares;

• Criação de incentivos que favoreceu a instalação no país de grandes empresas estrangeiras

• Construção da rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro (atual rodovia Presidente Dutra).

• Construção da rodovia ligando a Bahia ao Rio de Janeiro;

• Instalação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco;

• Criação do Estatuto do Petróleo, voltado para a criação de refinarias e aquisição de navios petroleiros;

• Em abril de 1946, seu governo proibiu os jogos de azar em território nacional.


A sucessão presidencial
Nas eleições de 3/10/1950, Getúlio Vargas tornou-se o novo presidente do Brasil.
Segundo governo
Vargas
(1951-1954)
O RETORNO DE VARGAS (1951-1954)
• Getúlio Vargas, eleito presidente pelo voto popular direto, encontrou um
país diferente daquele que deixara em 1945. O setor industrial se
expandira, assim como a presença do capital estrangeiro, principalmente o
norte-americano.
• Com a sua ascensão, dois grupos emergiram no contexto político-
econômico:

Entreguistas:
Nacionalistas Liderados pela UDN defendiam a
Eram os defensores da promoção do participação do capital externo, alegando a
desenvolvimento econômico com capital necessidade de transferência de tecnologia e
nacional e participação do Estado, capitais
restringindo a abertura da economia ao capital
estrangeiro.
O desenvolvimentismo nacionalista e Estatal
Getúlio Vargas manteve-se fiel ao seu pensamento nacional populista, mas sabia que era
impossível renegar a presença do capital estrangeiro. Para contornar a situação, ele defendeu
a ideia de que os capitais externos deveriam ser disciplinados e o Estado deveria participar
ativamente do processo econômico.
• Nesse contexto, ele criou, em 1953, a Petrobras, estabelecendo a nacionalização do petróleo e
o monopólio estatal sobre a prospecção e refino do petróleo no país, após uma intensa
campanha popular: "O petróleo é nosso!".
• Planejava, ainda, criar a Eletrobrás, uma estatal para cuidar da geração e distribuição de
energia elétrica.
• Expansão da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda e a Hidrelétrica de Paulo
Afonso;
• Fundação do BNDS (1952).
• Elaboração do Plano Lafer que previa investimentos na indústria de base, Transportes,
Energia, frigoríficos e na modernização da agricultura.
As tensões sociais e a crescente oposição a Vargas
• A crise econômica, a inflação alta, o elevado custo de vida e uma onda de greves
e manifestações populares fizeram com que Getúlio aumentasse o valor do salario
mínimo em 100%.
• Reações negativas e atitudes de insatisfação começaram a surgir por toda parte:
os EUA mostravam-se descontentes com a criação da Petrobras e preocupados
em fiscalizar os lucros de suas empresas no país com a Lei de Lucros
Extraordinários, que só não foi aprovada no Congresso graças à pressão de
grupos internacionais; a burguesia estava assustada com o aumento do salário
mínimo; os militares acusavam o governo de comunista por causa do apoio dos
trabalhadores e lançaram o Manifesto dos Coronéis; e a imprensa, por meio dos
jornais de maior circulação da época, publicava artigos acusando o governo de
corrupção e de estar envolvido em "um mar de lama".
A oposição!

Aumento em
100% o salário Oposição dos
mínimo empresários
V
a Oposição dos EUA U
Criação da
r Petrobras 1953
Lei de Lucros Extraordinários
O acordo de desenvolvimento entre

g
Brasil e EUA foi unilateralmente
cancelado.
D
a N
Oposição dos militares
s Apoio dado aos
trabalhadores
que o acusavam de
comunista.
O atentado na Rua Toneleros

• A crise atingiu seu ápice no dia 5 de


agosto de 1954, quando Lacerda
sofreu um atentado na rua Toneleros,
em Copacabana.

• Ele foi ferido, mas um amigo que o


acompanhava, o major da
Aeronáutica Rubens Vaz, foi morto.
A autoria do crime apontou para
Gregório Fortunato, o guarda-costas
de Getúlio.
O suicídio!

• No dia 23 de agosto foi assinado o “Manifesto a Nação”, onde 27 generais das


forças armadas exigiram a renuncia do presidente.
“A oposição, com apoio dos militares, exigia a renúncia de Getúlio Vargas. Na
madrugada de 24 de agosto de 1954, Vargas suicidou-se com um tiro no coração e
a notícia provocou uma violenta comoção popular. A reação do povo surpreendeu
seus oponentes. Uma onda de simpatia por Getúlio Vargas envolveu o país. Lacerda
precisou esconder-se e pouco depois deixava o país à espera de que a fúria do povo
amainasse. Caminhões de entrega do jornal oposicionista O Globo foram
queimados pela multidão enfurecida, que se lançou de assalto ao edifício da
embaixada dos EUA”. (SKIDMORE, T. De Getúlio a Castelo. Ed. Saga)
• Para cumprir o restante do mandato de Getúlio, que terminaria em janeiro de
1956, assumiu o vice-presidente João Café Filho.
Carta testamento de Vargas!
Sucessão presidencial.

Eleições
Outubro 1955

Adhemar de Barros
Juscelino Kubitscheck Juarez Távora
(PSP)
(PSD) (UDN)
26%
36% 30%
O “golpe preventivo”
• A vitória de JK é questionada pelos setores golpistas da UDN, aliados a membros da Aeronáutica.
• Em novembro de 1955 o vice presidente Café Filho se afasta do cargo por motivos de saúde.
• Carlos Luz (PSD) então presidente da câmara dos deputados assume o cargo de presidente se
aliando a UDN que derrotada nas eleições animou-se com a possibilidade de um golpe de estado
visando impedir a posse de JK.
• Carta Brandi: Documento forjado durante a campanha e divulgado pelo jornal Tribuna da
Imprensa em que João Goulart (vice) aparecia tendo ligações com peronistas argentinos, que
estariam fornecendo armas destinadas às milícias operárias brasileiras.
• Percebendo a manobra política e golpista dos udenistas, que contavam com o apoio de Carlos Luz,
o então ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, liderou o que ficou conhecido como
Movimento de 11 de Novembro, ou “Golpe Preventivo” Carlos Luz foi deposto da Presidência
da República apenas três dias após ter assumido, e o cargo que foi entregue por Lott ao vice-
presidente do Senado, Nereu Ramos (senador pelo PSD).
• Em 31 de janeiro de 1956, Nereu Ramos empossou JK e Jango.
Curiosidades!

Alguns dos principais personagens políticos de 1955 (da esquerda para a direita):
Café Filho, Carlos Luz, Teixeira Lott e Nereu Ramos.
Juscelino Kubitschek
(1956-1961)
Plano de governo.
• O programa de governo de JK foi estabelecido no Plano de Metas, explicitando
31 objetivos que procuravam privilegiar os setores de energia, transporte,
alimentação, indústria de base e educação.
• Seu slogan era “Crescer 50 anos em 5”.
• Cunhou a expressão "nacional desenvolvimentismo", que representava uma
política econômica que combinava a ação do Estado com as empresas nacionais
e com o capital estrangeiro para promover o desenvolvimento com base na
industrialização.
• A chamada "metassíntese" consistia na construção de Brasília, com os objetivos
de transferir a capital do Rio de Janeiro para o interior, afastando-se da intensa
agitação do eixo Rio-São Paulo, e, ao mesmo tempo, incentivar a interiorização
demográfica e econômica.

Juscelino Kubitschek de Oliveira começou a governar enfatizando a necessidade de promover o


desenvolvimento e a ordem: o desenvolvimento agradaria e atenderia aos anseios da população desejosa de
mudanças e de modernização, e a ordem, por sua vez, era uma maneira de atender os militares e acalmá-los.
Desenvolvimento industrial, geração de energia e abertura
de rodovias
As regiões de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano – ABC paulista
receberam indústrias automobilísticas como a Volkswagen, a Ford e a General
Motors, tornando essa região o maior centro da classe operária brasileira.

Imagem histórica de fevereiro de 1959:o presidente da República Juscelino


Kubitschek visita as obras de construção da Rodovia Belém-Brasília
Metassíntese Brasília
Foi iniciada em 1956 e inaugurada em 21 de abril de 1960.
Balanço do governo JK

Pontos positivos Pontos negativos


• Desenvolvimento industrial (ABC). • Aumento das desigualdades econômico- sociais
entre o Sudeste e as demais regiões brasileiras.
• Construção das usinas hidrelétricas de Furnas • A migração e o êxodo rural descontrolados fez
e Três Marias. aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas
grandes capitais do sudeste do país.
• Ampliação da malha rodoviária para interligar • Maior dependência do transporte rodoviário em
Brasília a outras regiões do Brasil. detrimento dos demais.
• Construção de uma nova capital. • Para arcar com os gastos, JK aumentou a emissão
de papel-moeda, elevando a inflação e prejudicando
as camadas populares devido à corrosão salarial,
• Criação da Superintendência do aumentou consideravelmente a dívida externa do
Desenvolvimento do Nordeste – Sudene país e favoreceu os investimentos estrangeiros.
(1959) com o objetivo de promover o • Surgimento da liga camponesa no Nordeste em
desenvolvimento da região. decorrência dos latifúndio e pelas secas
prolongadas, passaram a reivindicar melhores
condições de vida, de trabalho e reforma agrária,
A sucessão presidencial

Eleições
Outubro de 1960

Jânio Quadros (PTN) +


Ademar de Barros General Lott pela
(UDN)
(PSP) coligação PSD-PTB.
(48,27% dos votos
Jânio Quadros
(Janeiro 1961 a 25 de agosto de 1961)
A campanha eleitoral.

• Jânio teve uma carreira meteórica, entre 1947 e a


década de 1950: exerceu os cargos de vereador e de
prefeito da cidade de São Paulo, sendo, depois,
governador do estado.
• Seus discursos inflamados dirigiam-se ao combate à
corrupção e, para isso, adotou a vassoura como
símbolo, para "varrer“ a sujeira e os corruptos.
• Nos palanques, apresentava-se despenteado, comendo
sanduíches de mortadela e com o paletó cheio de
caspas. Era assim que procurava se identificar com o
povo. Seu “quartel-general” era a Vila Maria, bairro
paulistano.
O governo de Jânio Quadros.
À frente da Presidência, com vistas a enfrentar a inflação, Jânio assinou a Instrução 204, da
Superintendência da Moeda e Crédito – Sumoc , estabelecendo:
• Reforma do sistema cambial com a desvalorização da moeda nacional (cruzeiro na época);
• Diminuição dos subsídios para a importação de trigo e gasolina, o que provocou a imediata alta no
preço do pão e dos transportes;
• Restrição ao crédito;
• Aumento dos impostos;
• Congelamento dos salários;
• Redução de vantagens dos militares.
Essas medidas econômico-financeiras descontentaram vários segmentos da sociedade e abalaram
profundamente sua popularidade.
Rejeição do congresso a suas propostas, dificuldade para governar e rompimento de Jânio com a
UDN.
A política externa independente e contraditória.
• Restabeleceu as relações diplomáticas com a União Soviética e visitou Cuba.
• Essa política externa independente desagradou profundamente os EUA e a conservadora UDN, cujo principal
representante, Carlos Lacerda na época governador da Guanabara, atacava violentamente o presidente como
já fizera com Vargas e JK.
• Lacerda passou a atacar utilizando-se do rádio, da televisão e do jornal, proferindo discursos violentos contra
a política externa independente de Jânio Quadros.
• No dia 19 de agosto de 1961, Jânio condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul Ernesto "Che“ Guevara,
ministro da Indústria e Comércio de Cuba, país alinhado com o bloco soviético e dirigido por Fidel Castro.
• O fato foi amplamente aproveitado pela oposição, que passou a chamar o presidente de comunista e alertava o
país sobre o perigo vermelho.
• No dia 24 de agosto, à noite, Carlos Lacerda, outra vez, fez um pronunciamento em rede de rádio e televisão
denunciando uma tentativa de golpe de Estado que estaria sendo articulado pelo presidente e por seu ministro
da Justiça, Oscar Pedroso Horta.
A Renuncia de Jânio Quadros
• No dia 25 de agosto Jânio Quadros renunciou ao mandato presidencial. Com
essa medida radical, ele intencionava mudar a situação política a seu favor, pois
acreditava que o Congresso Nacional, assim como o alto comando militar e o
empresariado não aceitariam sua renúncia, uma vez que João Goulart, o vice-
presidente, era visto com desconfiança por muitos políticos, militares e
empresários conservadores.

• O plano de Jânio não deu certo e o Congresso Nacional recebeu a carta renúncia e
nomeou o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, para
ocupar a Presidência da República pois o vice-presidente estava na China em
missão oficial.
João Goulart
(1961-1964)
Difícil começo!
Considerado por muitos o sucessor de Getúlio Vargas,
João Goulart teve, no PTB, uma carreira política
conturbada. Como ministro do Trabalho de Vargas,
Jango concedera um aumento de 100% do salário-
mínimo, irritando os patrões. Como vice-presidente
de JK, sofreu ataques de Carlos Lacerda, que, por
meio do jornal Tribuna da Imprensa, o acusava de
ladrão e corrupto. Como vice-presidente de Jânio
Quadros, foi surpreendido na China com a renúncia do
presidente. Como presidente, teve de aceitar
governar uma República parlamentarista.
Governo de João Goulart e o parlamentarismo.
• No Brasil, os militares e políticos da UDN se articulavam para tentar impedir a posse de Jango, alegando
suas ligações com os sindicatos e os comunistas.
• Os legalistas, entre eles Leonel Brizola, governador do RS, exigiram o cumprimento da Constituição, ou
seja, empossar o vice-presidente como presidente (Rede da Legalidade).
Solução:
• No dia 4/9/1961, os militares aceitaram uma solução proposta pelo Congresso Nacional: o
parlamentarismo. Assim, Jango teria seus poderes políticos limitados, dividindo-os com o primeiro-
ministro, indicado pelo Congresso Nacional. Também foi acordado que, em 1965, seria realizado um
plebiscito para consultar a população sobre a volta do presidencialismo.
• No dia 7 de setembro de 1961 tomou posse como presidente da República.
• De setembro de 1961 a janeiro de 1963, o Brasil passou por três primeiros-ministros: Tancredo de
Almeida Neves (PSD), Francisco de Paula Brochado da Rocha (PSD) e Hermes Lima (PTB).
• Leonel Brizola deu continuidade à campanha pela legalidade, afirmando que a mudança na forma de
governo era inconstitucional e exigindo a realização imediata do plebiscito previsto para o fim do mandato
de Jango.
• O plebiscito foi finalmente antecipado para 6/1/1963. O resultado foi a ampla vitória do presidencialismo:
cerca de 9,5 milhões num total de doze milhões votaram “não ao parlamentarismo”. O Brasil voltava a ser
uma República Presidencialista.
Governo de João Goulart e o retorno do presidencialismo.
Plano Trienal: foi criado pelo ministro do planejamento Celso Furtado um programa simultâneo para combater a inflação e retomar o
crescimento econômico. O objetivo era reduzir a inflação em um período de três anos de 52% anuais para 10% em 1965 e manter uma taxa de
crescimento de 7% anuais.

Reformas de base: foi o conjunto de reformas estruturais em diversas áreas para diminuir as desigualdades e fomentar o desenvolvimento.
• Reforma Agrária – Desapropriação do Latifúndio, mediante indenização com títulos da dívida pública, com distribuição para os
camponeses sem terra ou com pouca terra.
• Reforma Bancária – Para concessão de crédito aos pequenos produtores rurais e urbanos, visando ao seu crescimento econômico. O eixo
seriam os bancos estatais.
• Reforma Urbana – Regulamentação do uso e da posse do solo urbano, para desenvolvimento organizado das cidades, garantindo moradia
digna para todas as famílias.
• Reforma Educacional – Valorização do Ensino Público e Gratuito, do Magistério, abolição da cátedra vitalícia nas universidades. Combate
ao analfabetismo, utilizando-se o método Paulo Freire.
• Reforma Fiscal – Promoção da justiça fiscal, com tributação progressiva e taxação das grandes fortunas. Além disso, pretendia-se limitar a
remessa de lucros para o exterior, sobretudo por parte das empresas multinacionais, o que foi feito através do decreto nº 53451/64.
• Reforma eleitoral: consistia basicamente na extensão do direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente. Previa-se também a
legalização do Partido Comunista Brasileiro.
Jango entre “a direita e a esquerda”.
• Com a reforma agraria em andamento e a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural,
os grandes latifundiários se sentiram ameaçados;
• As camadas conservadoras, apoiadas por empresas estrangeiras, acusavam o governo de
sindicalista e comunista e seus representantes no Congresso Nacional barravam as
propostas de reformas do governo.
• Ao mesmo tempo, as camadas populares se agitaram por causa do aumento do custo de
vida e do desemprego.
• No Nordeste, agora eleito deputado federal pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro),
Francisco Julião liderava as Ligas Camponesas, exigindo a reforma agrária e invadindo os
latifúndios.
A reação as Reformas de base!

No dia 13/3/1964, 150 mil pessoas se concentraram no Rio de Janeiro, na Praça da


República, em frente à Estação Central do Brasil. Em 19 de março, veio a resposta ao Comício da Central: em São Paulo
saiu a Marcha pela família com Deus pela liberdade, reunindo a oposição
Observados de perto por policiais, milhares de pessoas ouviram o discurso de Jango no liderada pela Igreja Católica.
famoso "Comício da Central". Havia bandeiras vermelhas, cartazes exigindo a
legalização do Partido Comunista e sindicatos de todas as categorias requerendo Eram 500 mil pessoas. Milhares de manifestantes contrários ao
reformas. governo de João Goulart concentram-se na Praça da Sé, em São Paulo.
O golpe de 1964.

• Pressionado por todos os lados, o clima de tensão chegou ao máximo com o "motim dos marinheiros", no
Rio de Janeiro, e com a “Revolta dos sargentos", em Brasília. Jango recusou-se a punir os revoltosos, o que
provocou a indignação do Alto Comando Militar brasileiro. Foi a gota d’água.
• Dessa forma, em 31/3/1964 chegou ao fim o período populista por meio de um golpe de Estado os militares
tomaram o poder e João Goulart decidiu-se pelo exílio no Uruguai, seguido de Leonel Brizola, que havia
tentado uma reação.
Ditadura militar
(1964-1985)
Fases da ditadura

 Implantação da ditadura (1964-1967)


 Anos de chumbo (1968-1978)
 Desgaste e queda da ditadura (1979-1984)
Implantação da ditadura (1964-1967)
Junta provisória
• No dia 02 de abril ocorre a Formação da Junta provisória "Comando Supremo da Revolução“ (o brigadeiro
Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica), o vice-almirante Augusto Rademaker (Marinha) e o general
Artur da Costa e Silva).
• Foram extintas e decretadas ilegais as Ligas Camponesas e a União Nacional Estudantil.
• Em 09 de abril/1964 foi editado o Ato institucional nº1 (AI-1) que dava ao governo militar o poder de alterar a
constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por dez anos e demitir, colocar em
disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que tivesse atentado contra a segurança do
país.
• Após AI-1 milhares de militantes, sindicalistas, membros de organizações de esquerda foram presos e
torturados e o direito político de 378 pessoas foram suspensos, inclusive de JK, Jânio Quadros e Jango.
Humberto de Alencar Castello Branco (1964-1967)
• Tomou posse no dia 15 de abril de 1964.
• Foi responsável pela implantação de um plano de controle da inflação e da “modernização conservadora” da economia brasileira.
• PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo): revogação da lei de remessa de capital para o exterior; desnacionalização da economia;
liberdade de investimentos do capital estrangeiro.
• Criação do Serviço nacional de informação (SNI) para acompanhar, investigar atividades de pessoas, empresas e órgãos dentro e fora do
governo. Instrumento de controle da sociedade e do estado.
• Após a vitória da oposição nas eleições estaduais em MG e RJ procurou gradativamente endurecer o regime editando outros atos
institucionais.
• Ato Institucional nº2 (AI-2) editado em outubro de 1965, dissolveu todos os partidos e instituiu apenas dois partidos políticos, um
governista ARENA ( Aliança Nacional libertadora) e outro da oposição MDB (Movimento democrático Brasileiro), ampliou o poder do
executivo podendo decretar estado de sitio, fixou o sistema de eleições indiretas para presidente e vice-presidente da republica e determinou
que civis e militares enquadrados em crime contra segurança nacional fossem julgados em tribunais militares.
• Ato Institucional nº3 (AI-3) editado em fevereiro de 1966, tornou indiretas as eleições para governadores estaduais e criou prefeitos
biônicos (eleitos pelo governador).
• Ato Institucional nº4 (AI-4) editado em dezembro 1966 convocando o Congresso Nacional para discussão e aprovação do projeto da
constituição de 1967.
• Lei de Imprensa editada em fevereiro de 1967 institucionalizando a censura e o controle dos meios de comunicação.
• Lei de segurança nacional editada em marco de 1967 enquadrando como crime qualquer manifestação contraria ao governo ou as
instituições militares.
• Massacre da praia vermelha 22/set/1966 marca a repressão dos militares contra 600 estudantes da UFRJ.
Constituição de 1967

Características:
• Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de decisão;
• Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matéria de segurança e
orçamento;
• Estabelece eleições indiretas para presidente, com mandato de cinco anos;
• Militariza a Presidência da República, dando às Forças Armadas uma força
gigantesca;
• Acaba com o federalismo;
• Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional;
• Restringe ao trabalhador o direito de greve;
• Abre espaço para a decretação posterior de leis de censura e banimento.
Arthur da Costa e Silva (1967-1969)
Seu mandato ficou conhecido como “anos de chumbo” uma vez que representou um dos períodos mais duros da ditadura militar. Seu
governo esteve marcado por forte agitação política, atos de torturas, prisões e mortes. Pressão social sobre o governo e cobrança de
resultados na área social, educacional, habitacional, de inflação, de dívida externa e de reforma agrária.

GRUPOS DE OPOSIÇÃO AO SEU GOVERNO


• Frente Ampla: formada por lideres políticos como Carlos AI-5
Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart apoiavam a luta • Instituído no dia 13/12/1968 o AI-5 previa: o fechamento do
pelo retorno da democracia, perdão por crimes políticos, a escolha Congresso Nacional, passando as funções legislativas ao
de presidente por meio de eleições diretas e a formação de uma presidente da República; suspensão dos direitos políticos e das
nova Constituinte. garantias constitucionais, como a suspensão do habeas corpus
• PCB ( Partido Comunista Brasileiro) mesmo na ilegalidade (instrumento jurídico de garantia de liberdade individual);
eram a favor da luta armada contra os militares para implantar o intervenção federal em estados e municípios; e a possibilidade
sistema socialista através da ‘guerra revolucionária’. Alguns do presidente decretar estado de sítio sem autorização do
militantes chegaram a organizar atos de sequestro ou roubo a Congresso. O AI-5 tinha caráter permanente, sendo revogado 11
bancos para confrontar com os militares. anos após sua decretação.
• UNE os estudantes passaram a criticar a repressão e o desmando • Criação do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização),
dos militares. O enfrentamento acabou provocando um grave do Projeto Rondon e do Plano Nacional de Saúde.
incidente, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto
acabou sendo morto pelas autoridades. Sua morte acabou
incitando um grande protesto contra o regime militar que tomou as • Costa e Silva foi vítima de um derrame cerebral em agosto de
ruas do Rio de Janeiro e ficou conhecido como a “Passeata dos
Cem Mil”. 1969, o que o afastou do cargo de presidente Faleceu no Rio de
Janeiro em 17 de dezembro de 1969, com 70 anos , sendo o
vice-presidente Pedro Aleixo impedido de assumir passando o
cargo a uma junta militar.
Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
O governo do general Médici é considerado pelos historiadores o mais repressivo e violento do regime militar brasileiro (1964 a 1985). Principais características do
governo Médici:

• Forte censura aos órgãos de imprensa.

• Combate com repressão aos movimentos populares de esquerda, que protestavam contra a ditadura militar no Brasil. Os movimentos estudantil e sindical foram os
principais alvos da repressão do governo Médici.

• Com a repressão e a proibição de manifestações e protestos surgiram grupos armados inspirados nos movimentos revolucionários latino-americanos como, a ALN,
MR8, Vanguarda Armada Revolucionaria (VAR-Palmares) e o comando de Libertação Nacional (Colina).Suas principais praticas eram sequestros de diplomatas
estrangeiros em troca de presos políticos e assaltos a bancos.

• Combate à guerrilha urbana e rural utilizando, inclusive, métodos de tortura.

• Crescimento acelerado da economia. Este período ficou conhecido como “milagre econômico”. Foi proporcionado graças a grande entrada de investimentos
estrangeiros. O período também foi caracterizado pela estabilização da economia brasileira. O PIB (Produto Interno Bruto) aumentou muito neste período.

• Grande desenvolvimento industrial.

• Aumento da entrada no Brasil de empresas multinacionais.

• Investimentos em grandes obras públicas, principalmente na área de infraestrutura.

• Estimulo ao patriotismo, principalmente através do aumento de gastos com propagandas oficiais.

• Criação de empresas estatais, tais como: Embrapa, Telebrás e Infraero.


A repressão!

• Entre o fim da década de 1960 e início da década de 1970, as organizações guerrilheiras realizaram ações como assaltos a bancos para
conseguir recursos financeiros, sequestros de embaixadores para serem trocados por presos políticos, atentados contra autoridades e
empresários. Tinham como objetivo derrubar a ditadura e instaurar um governo revolucionário para o estabelecimento do socialismo no
Brasil.

Órgãos repressores
CIEx (Centro de Informação do Exército)
Cenimar (Centro de Informações da Marinha)
Cisa (Centro de Informação Social do Exército)
SNI (Serviço Nacional de Informação)
Codi (Comando de Operações de Defesa Interna)
DOI Destacamentos de Operações Internas
O objetivo do chamado DOI-Codi era garantir a política de Segurança Nacional.

Lideres guerrilheiros mortos


1969 foi fuzilado Carlos Marighella líder da (Ação Libertadora Nacional)
1970 foi morto Carlos Lamarca líder da (Vanguarda Popular Revolucionaria)
1974 todos os lideres da Guerrilha do Araguaia foram assassinados (PC do B)
Economia brasileira durante a ditadura
1º fase: O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) 1964-1967
PAEG foi o primeiro plano econômico do governo brasileiro após o Golpe Civil-Militar de 1964. O PAEG nasceu durante o governo Castelo
Branco com o objetivo de atender a cinco focos principais:

- Combater a inflação;

- Aumentar os investimentos estatais (infraestrutura);

- Reformar o Sistema Financeiro Nacional;

- Diminuir as desigualdades regionais (Norte-Sul);

- Atrair investimentos externos.

Objetivos do plano:

Corte de gastos públicos, aumento dos impostos, redução de empréstimos a empresas privadas e arrocho salarial, fim da estabilidade no
emprego (10 anos) e criação do FGTS.

O resultado dessa politica econômica foi o fechamento de varias empresas nacionais, redução da produção, tabelamento de preços, aumento do
numero de desempregados e arrocho salarial.
2º Fase: “O milagre econômico”: (1969-1973)
O termo “milagre” está relacionado com este rápido e excepcional crescimento econômico pelo qual passou o Brasil neste período. Este crescimento foi alavancado pelo PAEG implantado em 1964,
durante o governo de Castelo Branco.

Aspectos positivos:

- Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 7% e 13% ao ano;

- Melhorais significativas na infraestrutura do país;

- Aumento e diversificação das exportações e excessiva dependência do sistema financeiro e do comercio internacional;

- Aumento do nível de emprego proporcionado, principalmente, pelos investimentos nos setores de infraestrutura e indústria.

- Significativo desenvolvimento industrial, alavancado pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo
crescimento e fortalecimento das empresas estatais, tais como Eletrobrás, Petrobras e Itaipu.

Aspectos negativos:

- Inflação elevada. No período, a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano.

- Aumento da dívida externa. O desenvolvimento econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, pois criou
uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.

- Embora a economia tenha crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda e, portanto, aumentou ainda mais as desigualdades sociais no país com o aumento da concentração de renda nas
mãos dos mais ricos.

O fim do milagre econômico:

O crescimento econômico brasileiro começou a diminuir a partir de 1974 com uma crise mundial provocada pelo “choque do petróleo”. O elevado aumento do petróleo no mercado mundial afetou
diretamente a economia brasileira. Os combustíveis derivados do petróleo aumentaram muito, elevando ainda mais a inflação.

A balança comercial brasileira ficou com déficit elevado em função da importação de petróleo a preços exorbitantes.

Os investimentos externos e internos diminuíram significativamente, prejudicando o avanço da economia nos níveis anteriores. Entre os anos de 1974 e 1979, o PIB brasileiro passou a crescer na média
de 6,5%, diminuindo a geração de empregos e a massa salarial. Este fato fez com que houvesse uma significativa diminuição do consumo interno, prejudicando as empresas nacionais voltadas para o
mercado nacional.
Governo Ernesto Geisel (1974-1978)
Governo marcado pelo desgaste politico do governo provocado pelo AI-5 e pelo endurecimento da ditadura do governo Médici e o crescimento
da inflação provocada pelo endividamento externo.
• Proposta de abertura política “lenta, segura e gradual”. Para isso, foram definidas eleições livres para o Legislativo ainda em 1974 e para
governador em 1976.
• A crise econômica e a aceleração inflacionária iniciadas em 1974 provocaram a primeira grande derrota eleitoral da Arena naquele ano. O
MDB quase duplicou o número de seus deputados na Câmara, triplicou o número de seus senadores e passou a assumir seu verdadeiro papel
de oposição.
• Em 1976, Geisel editou a Lei Falcão, que controlava a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. No ano seguinte, diante do crescimento
da oposição e temendo uma vitória esmagadora do MDB nas eleições de 1978, ele fechou o Congresso Nacional e baixou o chamado Pacote
de Abril, que criava os senadores biônicos, isto é, senadores indicados pelo presidente, e mantinha as eleições indiretas para presidente. Os
governadores continuariam sendo indicados pelo presidente, assim como os prefeitos das capitais continuavam a ser indicados pelos
governadores. Além disso, o Pacote de Abril ainda determinava um mandato de seis anos para o próximo presidente.
• No plano econômico, o governo buscava retomar o bom momento do “milagre” e, por isso, lançou o Segundo Plano Nacional de
Desenvolvimento. A estratégia lançada foi a expansão das indústrias de bens de produção, mineração e grandes obras públicas com
financiamento internacional, como a Transamazônica, Itaipu, Sobradinho e Angra. Criação do Proálcool, pautado no fim da dependência
brasileira em relação ao petróleo.
• Morte do jornalista Wladimir Herzog, em 1975, pelos torturadores mobilizou parte considerável da opinião pública contra os desmandos do
governo militar, resultando no crescimento da oposição.
• Em dezembro de 1978, poucos meses antes de terminar seu mandato, Geisel assinou o fim do AI-5, garantindo, assim, que seu sucessor
pudesse levar a cabo a transição de um governo militar para um governo civil. Essa missão coube ao general Figueiredo.
Governo João Figueiredo (1979-1985)
• Figueiredo assumiu com o firme propósito de continuar a abertura política para a democracia, iniciada de maneira muito tímida pelo seu antecessor.

• A economia brasileira, se comparada com a euforia do início dos anos 1970, mostrava-se cada vez fragilizada por uma crescente inflação que corroía o salário da classe trabalhadora.

• Em 1979, ocorreu a grande greve dos metalúrgicos do ABC paulista, liderada pelo então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. As greves eram ilegais, mas continuaram a acontecer
durante todo o ano de 1979 e início da década de 1980.

• Lei de Anistia, decretada em abril de 1979, concedeu liberdade a todos os presos políticos, assim como garantiu o retorno dos exilados políticos ao país.

• À medida que o presidente Figueiredo deixava claro que o governo militar terminaria em seu mandato, os militares da linha dura, com o apoio de setores civis também conservadores,
começaram a buscar a desestabilização do governo, por meio de atentados cometidos pelos próprios militares, mas que eram atribuídos por estes a supostos comunistas, como o
atentado ao Riocentro, em 1981, quando dois integrantes do Exército tentaram detonar uma bomba em um evento musical que ocorria naquele local. Entretanto, a bomba explodiu
ainda no carro, matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário e ferindo gravemente o capitão Wilson Machado. Para a imprensa, foi divulgado que se tratava de um atentado
terrorista contra membros do Exército.

• Figueiredo restabeleceu, em 1980, o pluripartidarismo. Surgindo novos partidos como o PT, PDT, PTB, (PDS antigo Arena) e o MDB passou a ser PMDB-PSDB

• Em 1982, foram realizadas eleições diretas para governadores, prefeitos, senadores (mas 1/3 dos senadores ainda foi nomeado pelo presidente), deputados federais e estaduais e
vereadores.

• Em 1983, teve início a campanha conhecida como “Diretas Já”, depois que o deputado Dante de Oliveira apresentou uma emenda constitucional que propunha eleições diretas para
presidente da República, já em 1984. O movimento em defesa das Diretas Já ganhou consistência e a sociedade brasileira saiu às ruas para defender as eleições diretas para presidente.
Entretanto, por uma pequena diferença de votos, a Emenda Dante não foi aprovada na Câmara dos Deputados e o próximo presidente do Brasil ainda seria eleito por um Colégio
Eleitoral.

Eleições:

Tancredo Neves e José Sarney (PMBD-PFL) X Paulo Maluf e Aureliano (PDS)


• A vitória no Colégio Eleitoral coube aos dois primeiros. Na véspera da posse, Tancredo Neves adoeceu e não pode assumir o cargo de presidente, sendo empossado como tal o vice,
José Sarney. Um mês depois, Tancredo morreu, o que concretizou José Sarney como o primeiro presidente civil do Brasil depois de 21 anos de regime militar.
Redemocratização do
Brasil

Você também pode gostar