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Índice para catálogo sistemático
1. História : Estudo e ensino Austrália Brasil . Japão Coreia léxico . Cíngapura Espanha Reino Unido Estados Unidos
Ensinode História
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento. In: Hisróría e memória. Campi- Questão para reflexão
nas: Unicamp, 1992.
A fotografia é uma rica fonte de informações para a reconstituição do
M(JSEU PAULISTA. Do teatro da memória ao laboratório da História: a ex-
passado,ainda que sua utilização também possa comportar a consti-
posição museológica e o conhecimento histórico. ,anais do ]Wuseu Pau/fs/a.
tuição de ficções.A diferença entre um ato ou processoe outro de-
v. 2, jan./dez. 1994; v. 3, jan./dez. 1995, São Paulo (Nova Série).
pende de diferentes favores.No primeiro caso, varia dependendo das
MUSEU PAULISTA.Comoexp/orar um mzlseu/z/gráfico.São Paulo: Museu questões feitas pelos historiadores em suas pesquisas; no segundo, é
Paulista da USB 1991.
consequênciadireta dos objetivos que levaram à sua produção, como
NAKOU, Irene. Exploração do pensamento histórico dos jovens em am- as fotonovelas, muitas populares até pouco tempo atrás, ou as foto-
biente de museu. Actas das SegundasJornadas Irlfernacionais de EducaçãoHistó- grafias publicitárias.
rica. Educação Histórica e Museus. Braga: Universidade do Minho, Centro Entretanto, isso não significa que as fotografias utilizadas para a
de Estudos em Educação e Psicologia, 2003. constituição de ficções não possam ser utilizadas, com o passardo
OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles. .A4z/sezz
Pau/isca: novas leituras. São Pau tempo, naspesquisashistoriográficas, colho documentos ou registros
lo: Museu Paulista da USP, 1992. que podem contribuir para lançar luz sobre determinada época, com
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suas formas de relacionamentos sociais, representações e signifi-
POMIAN, Krzysztof. Ca/eção.
In: Enciclopédia Einaudi. Lisboa: Imprensa Na-
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a cional, Casa da Moeda, 1984. v. 1, p. 51-86. cados, incluindo suasinfluências na constituição da memória. E
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a Da mesma forma que o historiador, o professor, como agente a
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RTZZI,Mana Cristina S. L. Além do artefato: apreciaçãoem museuse expo- fundamental na construção do conhecimento escolar, também pode 'u
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H sições. Revzsfado .A{,4E, São Paulo, n. 8, p. 21 5-20, 1998. a
a utilizar a fotografia como um poderoso instrumento de desenvolvi- Q
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SUANNO, Marlene. O que é museu? São Paulo: Brasiliense, 1986 mento do conhecimento histórico de seus alunos.
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Ensinode História CAPÍTULO
9 Fotografia e ensino de História
Ainda que haja semelhançascom relaçãoao uso da pintura Contudo, cinema e fotografia são formas diferentes de docu-
como documento histórico, especialmentedos retratos e das gra- mentos, que podem ser usados na pesquisa histórica e na construção
vuras, a utilização da fotografia, tanto na pesquisa historiográfica do conhecimento escolar. Diante dessas considerações, trabalha-
quanto na salade aula, precisalevar em conta, mesmo quando tra- remos ao longo deste capítulo com a seguinte questão: Como utilizar
balhamoscom uma produção ficcional (uma montagem publicitária, a fotografia no ensino de História? A resposta, como veremos, co-
por exemplo), que setrata de um recorte,do "congelamento" de um meça com a escolha de eixos temáticos que permitam organizar o
trabalho em sala de aula.
instante que existiu no passado.Para que pesquisadores,alunos e
professores possam compreender as imagens registradas pelas foto-
grafias (as situações em que foram produzidas e as intenções dos foÀ Teoria e aspectos metodológicos
tógrafos), as informações não são dadas pelas imagens, mas, sim,
pelos textos, pelas informações que as acompanham na forma de ex- A escolha de um eixo temático é o primeiro passopara a realização
plicações,legendas, entre outros elementos. Essasinformações per- de um bom trabalho educativo por meio da História. O eixo precisa
mitem a compreensão do contexto histórico em que as imagens ser uma temática forte, que permita a relação com outros processos
foram criadas; dessa forma, é possível entender as transformações, envolvidos nas causasdas mudanças históricas. 'lYabalho, urbani-
permanências, enfim, a dinâmica social da época. zação, industrialização, imigração são eixos temáticos importantes
Mesmo que não seja uma regra, dada a variabilidade ficcional, a para a compreensãoda História, pois estãointerligadose nos per-
fotografia, principalmente a jornalística, congela um instante do pas- mitem trabalhar com questõesculturais e políticas.
sado, ainda que selecionado pelo fotógrafo (autor ou artista dessa Ao elegerum eixo, o professor precisalevar em consideraçãoo
nova forma de arte), diferente da pintura, que é criação ou represen- projeto da escola; além disso, é preciso certificar-se de que o eixo está
tação pura. Segundo Saliba (1999, p. 4) adequado aos conteúdos mínimos e atende a cronologia que será
trabalhada em sala de aula, ainda que os eventos históricos não pre-
Ao contrário do que se costumadizer, a "imagem não fala-. por si só'. Penso cisem ser abordados de forma linear.
aqui nas imagens cruas, sem nenhum comentário ou legenda. Tais imagens A utilização de fotografias na pesquisa e no ensino precisa con-
podem interessar, impressionar. seduzir, comover e apaixonar. mas não po- siderar que uma imagem fotográfica tem múltiplas faces e realidades.
dem informar. O que nos informa são as palavras. Claro que há aquela mais evidente por ser visível, o instante conge-
lado. Entretanto, há as outras, ocultas, que podemos intuir ou pro-
Nessesentido, a fotografia aproxima-se do cinema, cuja pro- curar nas situações,lugarese pessoasretratadase, se possível,na
dução nunca nenhum governo, classesocial ou poder conseguiu do- trajetória de quem fez a fotografia (passoque, normalmente, é mais 0
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minar totalmente.Ângulos de comera,recortesmais abertosou difícil). Segundo Kossoy ( 1998, p. 42): <
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a fechados, tons, luminosidade fazem parte das construções fotográ- a
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fica e cinematográfica,ainda que ambasse diferenciemem um as- Quando apreciamos determinadas fotografias nos vemos, quasesem perceber, a
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pecto fundamental que altera toda sualinguagem e teia de significados: mergulhando no seu conteúdo e imaginando a trama dos fatos e as circuns- Q
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F ao passo que o cinema é constituído por imagens em movimento, a tâncias que envolveram o assunto ou a própria representação (o documento a
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fotografia se mantém no campo das imagens fixas.
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Ensinode História CAPÍTULO
9 Fotografia e ensino de História
fotográfico) no contexto em que foi produzido: trata-se de um exercício men- um indício gravadode que algo aconteceu.No entanto, toda fotografia
tal de reconstituição quase que intuitivo. é uma representação da realidade elaborada com base em valores cul-
turais e estéticosde seuautor, cuja aplicação varia conforme as técnicas
Fotografia confunde-se com memória, sobretudo com a familiar disponíveis (luz, lentes, ângulos de câmeras, entre outras) e, como tal,
e a coletiva, na medida em que a imagem fornece visibilidade e não pode ser entendida em sua totalidade se não for vinculada à com-
"veracidade" ao passado, ainda que o simples ato de um indivíduo preensão de seu processo de construção (Kossoy, 1998, p. 43):
rememorar seu passadopor meio dos álbuns de família implique
criar realidades, com elementos imaginativos e de interpretação que Esta incursão hermenêutica, multidisciplinar, passa justamente pela "desmon-
sempre sofrem alterações a cada visita às fotografias. \ tagem" do processode construção que teve o fotógrafo ao elaborar uma foto,
Entretanto, apesar da subjetividade dosatos individuais, imagens pelo eventualuso ou aplicaçãoque estaimagem teve por terceirose, final-
fotográficas de outras épocas são fundamentais quando analisadas sis- mente, pelas "leituras" que dela fazem os receptores ao longo do tempo. Nes-
tematicamente para a reconstituição histórica dos cenários, das me- sasvárias etapasda trajetória da imagem, ela foi objeto de uma sucessãode
mórias de vida (individuais e coletivas) e de fatos do passado (Kossoy. construçõesmentais interpretativas por parte dos receptores, os quais Ihe atri-
1998). Apesar disso, devemos sempre levar em consideração que: buíram determinados significados, conforme a ideologia de cada momento.
1...) É a nossaimaginação e conhecimento operando na tarefa de reconstitui-
A reconstituição por meio da fotografia não se esgota na competente análise ção daquilo que foi. Situamo-nos, finalmente, além do registro, além do docu-
iconográfica. Esta é apenas a tarefa primeira do historiador que se utiliza das mental, no nível iconológico: o iconográfico carregadode sentido. É este o
fontes plásticas. A reconstituição de um tema determinado do passado,por ponto de chegada.
meio da fotografia ou de um conjunto de fotografias, requer uma sucessãode
construções imaginadas (Kossoy, 1998, p. 42-3}. Para tanto, cabe aos pesquisadores, professores e alunos, mer-
gulhados nas "realidades" registradas nas imagens fotográficas, situá-
Para a reconstituição histórica que extrapole os elementos plás- -las em seus tempos e espaços, tentando compreender seus elos
ticos da imagem fotográfica é necessário,portanto, o uso do texto, da perdidos nas cadeias de fatos. Isso é possível apenas se soubermos
pesquisa de fontes documentais, incluindo relatos orais obtidos por como questionar, o que perguntar, ainda que esseato também seja
meio de entrevistas, informações que permitem reconstituições his- subjetivo, na medida em que depende de seusconjuntos de crenças,
tóricas mais amplas. valores, mitos e convicções. Daí a importância da escolha de eixos
Se essesprocedimentos precisam considerados na pesquisa his- temáticos norteadores do trabalho, dos quais depende a seleção das
toriográfica, o mesmo vale para a produção do conhecimento es- fotografias que serão utilizadas nas pesquisas e na construção do co- 0
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colar, em que a participação do professor na realização da pesquisa nhecimento histórico, seja acadêmico, seja escolar:
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prévia e na condução do processo é fundamental. E
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a Ao pensarmos nessas questões, também precisamos considerar Seráno oculto da imagem fotográfica, nos ates e circunstâncias à sua volta, na a
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que há um condicionamento geral traduzido na certezade que a foto- própria forma como foi empregada que, talvez, poderemos encontrar a senha
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grafia é uma prova irrefutável da verdade históüca, sinónimo da reali- para decifrar seu significado. Resgatando o ausente da imagem compreende- a
0 mos o sentido do aparente, sua face visível (Kossoy, 1998, p. 44). 8
dade passada,que traduz um consenso social. De fato, a foto nos traz
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Ensinode História CAPÍTULO
9 Fotografia e ensino de História
Outro aspecto metodológico fundamental é a preparação prévia raram e continuam alterando as relações de trabalho e, consequen
que o professor deve fazer com seus alunos. Após a exposição do temente, as relações sociais de uma forma mais abrangente
tema, da atividade e, se necessário, da realização de alguma leitura
prévia, passa-separa a próxima etapa: a pesquisa. Depois de sua con- Objetivos
clusão, é fundamental a previsão de um momento para o debate ou
para a apresentação dos dados obtidos pelos alunos e também para a Com a elaboração da linha do tempo, levar os alunos a compre-
última etapa, caracterizada pela criação de um "produto" final, um ender as mudançasgeradas no mundo do trabalho devido à inte-
cartaz, livro ou uma revista, entre outras estratégiasque permitam ração de outros processos,como a industrialização e a urbanização,
aos alunos a organização e a exibição pública dos dados e das conclui o que explica, por exemplo, em alguns casos,as profundas mudanças
sões obtidas. de perfis, de profissões de bisavós, avós e pais das crianças.
Ensinar os estudantes a ver e compreender as fotografias de
outra forma, como documentoshistóricos que, inseridosem con-
Sugestõesde atividades
textos diferentes, fornecem informações acerca de como era a vida
Partindo das premissas teóricas e metodológicas apresentadas, suge- no passado.Roupas,locais onde moravam, posiçõesque adotavam
rimos duas atividades a serem realizadas com os alunos do Ensino nas fotografias, entre outros elementos, ajudam-nos a entender a
Fundamental. As atividades podem sofrer adaptações, de acordo com teia de significados nas quais nossos antepassadosse inseriam e ex-
a realidade que se apresenta. plicam, parcialmente, as configurações atuais de nossasfamílias.
Considerando o universo familiar, pretendemos que os alunos
Atividade 1 - Linha do tempo compreendam que as açõesde seus antepassadosestão inseridas em
um contexto histórico, em uma teia de relaçõessujeitasàs decisões
A construção da //zzbado /empa é um recurso que vem sendo uti- individuais e a limitações e padrões de comportamento impostos
lizado há décadas pelos professores do ensino fundamental, sobre- pela sociedadebrasileira, os quais também tinham reflexos nas trans-
tudo das séries iniciais, como estratégia de reconstrução das origens formações mundiais.
familiares dos alunos. Por meio de uma adaptaçãodessaestratégia, é
possívelampliar sua abrangência,mantendo a proposta de cons- Níveldosalunos
trução de genealogias,mas utilizando-a como um instrumento de
construção do conhecimento histórico . A partir da 3a série (atual 4' ano). Nessafaixa etária, os alunos
são capazesde realizar exercícioscomparativos de forma mais sa-
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Eixotemático: o mundo do trabalho tisfatória.
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H Essa escolha nos permite trabalhar com as alterações econó- Materiais a
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a relacionados, como a urbanização e a industrialização, os quais alte- Fotografiasde família (incluindo algumas.da própria criança) a
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cadernos, canetas,questionários para entrevistas, cartolinas para ela- 0
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Ensinode História CAPÍTULO
9 Fotografia e ensino de História
boração de cartazes, canetas hidrográficas, réguas e máquinas foto- Se possível (de acordo com a realidade material de cada comu-
gráficas (se possível). nidade), os alunos deverão tirar fotografias de seus familiares, da
casaonde moram, da rua, de si mesmos, a fim de terem à disposição
Duração da atividade mais instrumentos de comparação entre passado e presente
Para essa etapa, o professor pode utilizar duas aulas.
O tempo a ser dedicado pode variar, pois depende das condições
de cadaturma e do calendário escolar. Entretanto, sugerimos a utili- Segundafase
zação de cerca de oito aulas (horas), distribuídas por algumas se-
manas,para que os alunos tenham tempo de realizar as atividades Realizaçãoda pesquisa, o que inclui seleção de fotografias, criação
extraescolaresrelacionadas, sobretudo a pesquisa e a montagem da de novas imagens e entrevistas (atividade extraescolar) .
linha do tempo.
Terceirafase
Primeirafase
Em sala de aula, as fotografias e entrevistas obtidas pelos alunos
Momento em que ocorre a preparação, a ser desenvolvida pelo deverão ser apresentadaspara todos. Cabe ao professor destacar as
professor. Este explica aos alunos os objetivos da pesquisa (traçar a semelhançase diferenças entre as origens e trajetórias de cada um.
linha do tempo de cada um, as profissõesde pais e avós e suas rela- Por exemplo, em casosde crianças com avós que trabalhavam na
ções com as mudanças que ocorreram no país), fornece o crono- agricultura e pais que atuam em outros setores,como na indústria,
grama de atividades, materiais necessáriose o que cada um terá de destacar as mudanças económicas relacionadas, como o crescimento
realizar no final do trabalho (linha do tempo elaborada com cartazes industrial, o aumento da população das cidadese a consequenteur-
que serão expostos na escola ou sala de aula). banização, que provocou mudanças nos bairros. Nessecaso, é impor-
Além da exposição, como forma de estimular a participação, o tante ressaltar que, em 50 anos, o Brasil passou de um país com uma
professordeve deixar que os alunos expliquem onde farão as pes- população predominantemente rural para uma população que, hoje,
quisas de fotografias de família. em sua maior parte, se concentra nas cidades.
Como as imagens não falam por si, o professordeverá montar Em seguida, o professor pedirá para os alunos elaborarem suas
com os alunos um roteiro de perguntaspara os familiares (pais,avós respectivaslinhas do tempo, as quais trarão as fotos coletadas e os
e bisavós) relativas as suas origens (se vieram de outras regiões do textos explicativos oriundos das entrevistas e de outras fontes es-
Brasil ou do mundo e os motivos que os levaram a essa mudança), critas. A linha deverá ser dividida em dois campos: família e socie-
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profissões, como conheceram seus maridos e esposas,se o mundo dade. Para cada foto colocada em ordem cronológica, o aluno
} mudou para pior ou para melhor (as razõesdisso) e, principalmente, deverá descrever o que acontecia em seu bairro, em sua cidade, em E
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a o que estavam fazendo quando determinada fotografia foi tirada -- seu estado e no Brasil, de modo a reforçar a percepção de que sua a
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para tanto, é necessário que cada estudante selecione primeiro as história familiar está inserida em uma teia maior de significados: 'u
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fotografias que achar mais curiosas. a sociedade. H
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é aconselhável pressionar os alunos com a pura e simples atribuição de urbanização com base nas fotografias, que registram as 'u
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© de notas; antes, deve-se destacar a importância da participação. mudanças e permanências históricas da paisagem,sobretudo a
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9 Fotografia e ensino de História
Ensinar os estudantes a ver e a compreender as fotografias mais presentes. No caso das grandes cidades, o ideal é que a atividade
como documentos históricos. inicie no bairro onde fica a escola.Deve-se dar destaque para o centro
dessebairro, local que tende a concentrar as principais construções,
Nível dos alunos mudanças e permanências.
Cabetambém ao professor explicar os objetivos da pesquisa- os
Primeiro ano do Ensino Fundamental em diante. Nessaetapa, fatores envolvidos na urbanização e como eles se refletem nas mu-
os alunos são capazesde entender, por meio de imagens, que deter- danças da paisagem-- e os locais onde pesquisar -- arquivos e biblio-
minado espaçoera de outra forma. tecasmu nicipais, igrejas locais, acervos de particulares, principalmente
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de moradoresconhecidos,pessoasda comunidadeque, eventual-
Materiais mente, podem ter fotografias. Entrevistas com parentes e moradores
proeminentes também devem ser realizadas; para tanto, deve-se pre-
Fotografias, livros que relatem a história da cidade ou do bairro parar um roteiro de questões. As perguntas podem ser do tipo: Em
los quais também podem trazer fotografias), questionários para que ano o senhor veio para cá? Como era naquele tempo? O que
entrevistas, cadernos, canetas, lápis, cartolinas para elaboração de mudou na rua (nome do local)/no bairro (nome do local)? A que o
cartazes,canetas hidrográficas, réguas e máquinas fotográficas (se senhor atribui essas mudanças?
possível). Além da exposição,o professordeve estimular os alunos a di-
zerem quais são as ruas, praças e outros locais que julgam ser impor-
Duração da atividade tantes para a pesquisa e por que acham isso - normalmente, as
explicações baseiam-seem relatos orais, apreendidos em família ou
Pode variar de acordo com cada turma e calendário escolar. En-
em outros grupos sociais,como a lembrança de uma rua onde o bon-
tretanto, sugerimos a utilização de cerca de dez aulas (horas), distri-
dinho passavae outros exemplos do gênero, dados que podem con-
buídas por algumas semanas,assim, os alunos terão tempo para tribuir com a atividade.
realizar as tarefas extraescolares relacionadas (ver adiante). Se for viável, os alunos deverão tirar fotografias de ruas ou lu-
garesque compõemo centro da cidade ou o bairro, para que seja
Primeirafase
possível comparar as mudanças e permanências da paisagem.
Nessaetapa, o professor pode utilizar duas aulas. É interessante
Preparaçãoda atividade pelo professor, que antes precisa ex-
que a turma sejadividida em grupos e que cadaum fique respon-
plicar o que é urbanização e como é que, por conta dela, a paisagem
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sávelpor uma área (conjunto de ruas e praças);isso fará com que 0
se altera. É necessário também que o professor escolha o local onde
} o trabalho será desenvolvido, de acordo com a sua realidade e a de
haja maior aprofundamento da pesquisa. }
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n seus alunos. na
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Em cidades de pequeno e médio porte, o ideal é que a atividade 'u
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se concentre no centro histórico, local onde, normalmente, estãoos De caráter extraescolar, essa fase refere-se à realização da pes
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Q edifícios mais antigos e as mudanças ao longo das décadasse fazem Q
quina,o que inclui a seleçãode fotografias, livros e outros docu-
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Ensinode História CAPÍTULO
9 Fotografia e ensino de História
mentos escritos, obtenção de novas fotografias de ruas e de outros tos comparativas, como no caso dos cartazes). Como cadagrupo ficou
lugares retratados em imagens antigas. Dessaforma, os alunos po- responsável por uma área da cidade ou bairro, a união dos textos po-
derão comparar duas imagens de um mesmo local e detectar as mu- derá resultar na organização de um livro ou de uma revista.
danças e permanências. Nesse momento, também são realizadas as Cartazes,livros ou revistas poderão ser exibidos em feiras cultu-
entrevistas. rais da escolaou mesmo em centros comunitários. Essaé uma forma
de contribuir para que os alunos se sensibilizem em relação à impor-
Terceirafase tância da História e se sintam valorizados na medida em que os tra-
balhos, provavelmente, serão comentados pela comunidade, que
Visita a uma rua, praça ou qualqueroutro lugar do centro do\ poderá se informar por meio do que foi produzido pelos estudantes.
bairro ou da cidade como forma de vivenciar com os alunos as mu- O aluno deve ser levado a compreender que a História, mesmo mo-
danças e permanências. Para tanto, o professor precisará dar uma tivada por um estudo localizado, não perde de vista o fato de que as
aula expositiva preparatória e outra no local, chamando a atenção causas são processos mais amplos, com raízes e consequências nacio-
dos estudantespara os elementosrelevantes.É importante que os nais e internacionais.
alunos registrem a experiência por escrito. Nessa etapa, o professor pode utilizar seis aulas, sem contar o
tempo necessáriopara que os alunos concluam suas produções (em
Quarta fase casa) e as exibam.
E retrata o passadoao lado de uma que se refere ao "tempo presente" fração, de informações escritasque nos permitem interpreta-las. E
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É preciso lembrar que há imagens fotográ6cas construídas, como a
a ja partir do momento que se torna um registro, a imagem faz parte do a
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passado) e um texto explicativo sobre as mudanças e suas causas. as publicitárias, as quais, apesar de poderem ser usadas como docu- 'u
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a Nos anos com alunos de faixa etária mais elevada, o professor mentos em pesquisas, geram maiores dificuldades para serem utili- Q
0 Q
Q poderá optar pela criação de um texto por grupo (sempre usando fo-
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Ensinode História CAPITULO9 Fotografa e ensino de História
zadasno ensino, sobretudo nas sériesiniciais, quando as crianças trando que elas não podem ser consideradastestemunhos "automáticos"
ainda não desenvolveram mecanismos mais sutis de análise. do passado,pois sua leitura ou interpretação dependeda contextualização
Entretanto, se a importância do texto, das informações escritas das condições e intenções que levaram seusautores a produza-las,algo, por
vezes, impossível, dada a ausência de fontes escritas. Destaca que as foto-
que nos permitem dissecaruma imagemfotográfica, é imprescin-
dível, a realização de uma pesquisa por parte dos alunos - o que deve grafias podem ser utilizadas para elaborar ficções e constituem fontes de
informações para a reconstituição do passado, duas faces que coexistem na
incluir a colega de fotografias, documentos textuais e dados por meio
interpretação da imagem fotográfica.
de entrevistas -- se torna elemento chave no sucesso da realização de
atividades educativas que envolvam o uso de fotografias no ensino l\4ANGUEL Alberto. l,andoimízgens.SãoPaulo: Companhia dasLetras, 2001
A obra se detém na análise de imagens fixas (pinturas, fotografias) e em
de História, como forma de compreensão dos contextos que geraram
movimento (cinematográficase televisivas), suasdiferenças e a importância
aquelas imagens, das permanências e mudanças.
fundamental das informações textuais nesses processos.
Além disso, o uso de fotografias no ensino também depende das
questõesque fazemos para elas, como ocorre quando os pesquisa- SALIBA, Ellas Thomé. As imagens canónicas e o ensino de História. In:
dores executam suas pesquisas historiográficas. SCHMIDT, Mana Auxiliadora; CAINELLI, Marlene Rosa (Orgs.). ///Encontro
Q Q
1998. O autor conceitua as fotografias como documentos históricos, mos- 1996.
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Ensinode História