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2. INTRODUÇÃO
O artigo em tela, elaborado por Frederico Ribeiro de Freitas Mendes e Ana Carolina
Rubim Rodrigues, tem como escopo apresentar e conceituar o Princípio da Jurisdição
Universal, além de abordar a criação e a estrutura do Tribunal Penal Internacional. Além disso,
possui como objetivo verificar se tal princípio é aplicado ao TPI, promovendo uma análise a
partir de dois relevantes casos concretos - Eichmann e Pinochet – e, por fim, al-Bashir.
3. JURISDIÇÃO UNIVERSAL
No que tange aos critérios de jurisdição desse Tribunal, temos a ratione materiae, uma
vez que destina-se a crimes mais graves como genocídio, crimes contra a humanidade, crimes
de guerra e de agressão (Arts. 5 ao 8 do ETPI); ratione temporis, tendo em vista que sua
aplicabilidade não retroage para julgar casos anteriores a data de entrada em vigor desse
tribunal, em 2002 e ratione personae, uma vez que limita a jurisdição aos Estados partes do
Estatuto ou o Estado na nacionalidade do acusado (Art. 12 ETPI). (MENDES; RODRIGUES,
p. 10).
Por fim, o objetivo do Tribunal Penal Internacional consiste em aplicar a lei à casos
concretos que, de forma reiterada ou não, compreendem crimes contra a humanidade. Ressalta-
se ainda que o TPI possui caráter subsidiário, pois, a fim de preservar a soberania dos países
signatários do Tratado de Roma, atua como uma atividade secundária. Dessa forma, bem como
posto pelos autores do artigo, possui “a função de recair sobre situações em que os autores dos
crimes contra a humanidade permanecem impunes por omissão do poder judicial dos Estados
dos quais fazem parte”. (MENDES; RODRIGUES, p. 9-10).
5. JURISDIÇÃO UNIVERSAL E TPI: LIMITAÇÕES E PRINCIPAIS PRECEDENTES
De acordo com a Jurisdição Universal, os crimes contra humanidade devem ser julgados
pela comunidade internacional. Entretanto, partindo do Princípio da Subsidiariedade posto
acima, cabe ao Estado onde ocorreu a violação tomar providências legais a fim de evitar ou
reparar tal violação, sob pena de ser responsabilizado internacionalmente em caso de omissão.
Contudo, caso tal Estado não se posicione, cabe a comunidade internacional o fazer, sendo esta
a finalidade do Tribunal Penal Internacional. (MENDES; RODRIGUES, p. 14).
Por fim, a situação do Brasil no cenário internacional vem sofrendo desgastes devido ao
modelo de gestão vigente no país, além da própria postura presidencial que, por si só, retira
credibilidade. Logo, ainda que o atual presidente não seja julgado no Tribunal Penal
Internacional, a investigação feita por tal órgão configura uma derrota política e diplomática.
7. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Direito Universidade de Coimbra. Disponível em: <
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