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Direito Civil
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Edital
DIREITO CIVIL: Código Civil Brasileiro,Das pessoas naturais: arts. 1.º a 21;Das pessoas jurídicas:
arts. 40 a 69; Do domicílio: arts. 70 a 78; Dos bens: arts. 79 a 103; Dos atos lícitos e ilícitos: arts.
185 a 188; Da prescrição e decadência: arts. 189 a 211; Da prova: arts. 212 a 232; Do mandato:
arts. 653 a 692; Da posse: arts. 1.196 a 1.224; Das servidões: arts. 1.378 a 1.389; Da tutela e
curatela: arts. 1.728 a 1.783.
BANCA: FAURGS
CARGO: Oficial de Justiça
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Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos Art. 9º Serão registrados em registro público:
completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil. I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
Parágrafo único. Cessará, para os menores, II – a emancipação por outorga dos pais ou
a incapacidade: por sentença do juiz;
I – pela concessão dos pais, ou de um de- III – a interdição por incapacidade absoluta
les na falta do outro, mediante instrumento ou relativa;
público, independentemente de homologa- IV – a sentença declaratória de ausência e
ção judicial, ou por sentença do juiz, ouvi- de morte presumida.
do o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos; Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
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II – as sociedades; II – o nome e a individualização dos funda-
dores ou instituidores, e dos diretores;
III – as fundações.
III – o modo por que se administra e repre-
IV – as organizações religiosas; (Incluído senta, ativa e passivamente, judicial e extra-
pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) judicialmente;
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei IV – se o ato constitutivo é reformável no
nº 10.825, de 22.12.2003) tocante à administração, e de que modo;
VI – as empresas individuais de responsabi- V – se os membros respondem, ou não,
lidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
de 2011) (Vigência)
VI – as condições de extinção da pessoa ju-
§ 1º São livres a criação, a organização, a es- rídica e o destino do seu patrimônio, nesse
truturação interna e o funcionamento das caso.
organizações religiosas, sendo vedado ao
poder público negar-lhes reconhecimento Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos
ou registro dos atos constitutivos e neces- administradores, exercidos nos limites de seus
sários ao seu funcionamento. (Incluído pela poderes definidos no ato constitutivo.
Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração
§ 2º As disposições concernentes às asso- coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
ciações aplicam-se subsidiariamente às so- votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo
ciedades que são objeto do Livro II da Parte dispuser de modo diverso.
Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº
10.825, de 22.12.2003) Parágrafo único. Decai em três anos o direi-
to de anular as decisões a que se refere este
§ 3º Os partidos políticos serão organizados artigo, quando violarem a lei ou estatuto,
e funcionarão conforme o disposto em lei ou forem eivadas de erro, dolo, simulação
específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de ou fraude.
22.12.2003)
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
jurídicas de direito privado com a inscrição do interessado, nomear-lhe-á administrador provi-
ato constitutivo no respectivo registro, precedi- sório.
da, quando necessário, de autorização ou apro-
vação do Poder Executivo, averbando-se no re- Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurí-
gistro todas as alterações por que passar o ato dica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou
constitutivo. pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Públi-
Parágrafo único. Decai em três anos o direi- co quando lhe couber intervir no processo, que
to de anular a constituição das pessoas jurí- os efeitos de certas e determinadas relações de
dicas de direito privado, por defeito do ato obrigações sejam estendidos aos bens particu-
respectivo, contado o prazo da publicação lares dos administradores ou sócios da pessoa
de sua inscrição no registro. jurídica.
Art. 46. O registro declarará: Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurí-
dica ou cassada a autorização para seu funcio-
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo namento, ela subsistirá para os fins de liquida-
de duração e o fundo social, quando hou- ção, até que esta se conclua.
ver;
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Parágrafo único. Para as deliberações a que § 2º Não existindo no Município, no Estado,
se referem os incisos II e IV é exigido o voto no Distrito Federal ou no Território, em que
concorde de dois terços dos presentes à a associação tiver sede, instituição nas condi-
assembléia especialmente convocada para ções indicadas neste artigo, o que remanescer
esse fim, não podendo ela deliberar, em pri- do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
meira convocação, sem a maioria absoluta Estado, do Distrito Federal ou da União.
dos associados, ou com menos de um terço
nas convocações seguintes.
Art. 59. Compete privativamente à assembléia CAPÍTULO III
geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) DAS FUNDAÇÕES
I – destituir os administradores; (Redação Art. 62. Para criar uma fundação, o seu institui-
dada pela Lei nº 11.127, de 2005) dor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
Lei nº 11.127, de 2005)
maneira de administrá-la.
Parágrafo único. Para as deliberações a que
Parágrafo único. A fundação somente po-
se referem os incisos I e II deste artigo é exigi-
derá constituir-se para fins religiosos, mo-
do deliberação da assembléia especialmente
rais, culturais ou de assistência.
convocada para esse fim, cujo quorum será o
estabelecido no estatuto, bem como os cri- Parágrafo único. A fundação somente po-
térios de eleição dos administradores. (Reda- derá constituir-se para fins de: (Redação
ção dada pela Lei nº 11.127, de 2005) dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 60. A convocação da assembléia geral far- I – assistência social; (Incluído pela Lei nº
-se-á na forma do estatuto, garantido a um 13.151, de 2015)
quinto dos associados o direito de promovê-la.
II – cultura, defesa e conservação do patri-
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos mônio histórico e artístico; (Incluído pela
far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 Lei nº 13.151, de 2015)
(um quinto) dos associados o direito de promo-
vê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151,
de 2015)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente
do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de
se for o caso, as quotas ou frações ideais referi- 2015)
das no parágrafo único do art. 56, será destina- V – segurança alimentar e nutricional; (In-
do à entidade de fins não econômicos designa- cluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
da no estatuto, ou, omisso este, por deliberação
dos associados, à instituição municipal, estadual VI – defesa, preservação e conservação do
ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. meio ambiente e promoção do desenvol-
vimento sustentável; (Incluído pela Lei nº
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu si- 13.151, de 2015)
lêncio, por deliberação dos associados, po-
dem estes, antes da destinação do rema- VII – pesquisa científica, desenvolvimento
nescente referida neste artigo, receber em de tecnologias alternativas, modernização
restituição, atualizado o respectivo valor, as de sistemas de gestão, produção e divul-
contribuições que tiverem prestado ao pa- gação de informações e conhecimentos
trimônio da associação. técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº
13.151, de 2015)
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VIII – promoção da ética, da cidadania, da Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da
democracia e dos direitos humanos; (Incluí- fundação é mister que a reforma:
do pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – seja deliberada por dois terços dos com-
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela petentes para gerir e representar a funda-
Lei nº 13.151, de 2015) ção;
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
de 2015)
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a Público, e, caso este a denegue, poderá o
fundação, os bens a ela destinados serão, se de juiz supri-la, a requerimento do interessa-
outro modo não dispuser o instituidor, incorpo- do.
rados em outra fundação que se proponha a fim
igual ou semelhante. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério
Público no prazo máximo de 45 (quarenta
Art. 64. Constituída a fundação por negócio e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o
jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a Ministério Público a denegar, poderá o juiz
transferir-lhe a propriedade, ou outro direito supri-la, a requerimento do interessado.
real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
serão registrados, em nome dela, por mandado
judicial. Art. 68. Quando a alteração não houver sido
aprovada por votação unânime, os administra-
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer dores da fundação, ao submeterem o estatuto
a aplicação do patrimônio, em tendo ciência ao órgão do Ministério Público, requererão que
do encargo, formularão logo, de acordo com as se dê ciência à minoria vencida para impugná-
suas bases (art. 62), o estatuto da fundação pro- -la, se quiser, em dez dias.
jetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação
da autoridade competente, com recurso ao juiz. Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil
a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o
Parágrafo único. Se o estatuto não for ela- prazo de sua existência, o órgão do Ministério
borado no prazo assinado pelo instituidor, Público, ou qualquer interessado, lhe promove-
ou, não havendo prazo, em cento e oiten- rá a extinção, incorporando-se o seu patrimô-
ta dias, a incumbência caberá ao Ministério nio, salvo disposição em contrário no ato cons-
Público. titutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Pú- ou semelhante.
blico do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou
em Território, caberá o encargo ao Ministé- TÍTULO III
rio Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
Do Domicílio
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou
em Território, caberá o encargo ao Ministé- Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar
rio Público do Distrito Federal e Territórios. onde ela estabelece a sua residência com ânimo
(Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) definitivo.
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diver-
um Estado, caberá o encargo, em cada um sas residências, onde, alternadamente, viva,
deles, ao respectivo Ministério Público. considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
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Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o
quanto às relações concernentes à profissão, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar pro- o do seu representante ou assistente; o do
fissão em lugares diversos, cada um deles servidor público, o lugar em que exercer
constituirá domicílio para as relações que permanentemente suas funções; o do mili-
lhe corresponderem. tar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natu- encontrar imediatamente subordinado; o
ral, que não tenha residência habitual, o lugar do marítimo, onde o navio estiver matricu-
onde for encontrada. lado; e o do preso, o lugar em que cumprir
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a re- a sentença.
sidência, com a intenção manifesta de o mudar. Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, ci-
Parágrafo único. A prova da intenção resul- tado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade
tará do que declarar a pessoa às municipa- sem designar onde tem, no país, o seu domicí-
lidades dos lugares, que deixa, e para onde lio, poderá ser demandado no Distrito Federal
vai, ou, se tais declarações não fizer, da pró- ou no último ponto do território brasileiro onde
pria mudança, com as circunstâncias que a o teve.
acompanharem. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os con-
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio tratantes especificar domicílio onde se exerci-
é: tem e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas
capitais; LIVRO II
III – do Município, o lugar onde funcione a DOS BENS
administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar
onde funcionarem as respectivas diretorias TÍTULO ÚNICO
e administrações, ou onde elegerem domi-
cílio especial no seu estatuto ou atos cons- Das Diferentes Classes de Bens
titutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos esta-
belecimentos em lugares diferentes, cada CAPÍTULO I
um deles será considerado domicílio para
os atos nele praticados. DOS BENS CONSIDERADOS
EM SI MESMOS
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver
a sede no estrangeiro, haver-se-á por domi- Seção I
cílio da pessoa jurídica, no tocante às obri-
DOS BENS IMÓVEIS
gações contraídas por cada uma das suas
agências, o lugar do estabelecimento, sito Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto
no Brasil, a que ela corresponder. se lhe incorporar natural ou artificialmente.
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Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo
legais: uso importa destruição imediata da própria
substância, sendo também considerados tais os
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações destinados à alienação.
que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta. Seção IV
DOS BENS DIVISÍVEIS
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem
I – as edificações que, separadas do solo, fracionar sem alteração na sua substância, dimi-
mas conservando a sua unidade, forem re- nuição considerável de valor, ou prejuízo do uso
movidas para outro local; a que se destinam.
II – os materiais provisoriamente separados Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem
de um prédio, para nele se reempregarem. tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
Seção II por vontade das partes.
DOS BENS MÓVEIS Seção V
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi- DOS BENS SINGULARES
mento próprio, ou de remoção por força alheia, E COLETIVOS
sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social. Art. 89. São singulares os bens que, embora
reunidos, se consideram de per si, independen-
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos temente dos demais.
legais:
Art. 90. Constitui universalidade de fato a plu-
I – as energias que tenham valor econômi- ralidade de bens singulares que, pertinentes à
co; mesma pessoa, tenham destinação unitária.
II – os direitos reais sobre objetos móveis e Parágrafo único. Os bens que formam essa
as ações correspondentes; universalidade podem ser objeto de rela-
ções jurídicas próprias.
III – os direitos pessoais de caráter patrimo-
nial e respectivas ações. Art. 91. Constitui universalidade de direito o
complexo de relações jurídicas, de uma pessoa,
Art. 84. Os materiais destinados a alguma cons- dotadas de valor econômico.
trução, enquanto não forem empregados, con-
servam sua qualidade de móveis; readquirem
essa qualidade os provenientes da demolição
de algum prédio. CAPÍTULO II
DOS BENS RECIPROCAMENTE
Seção III CONSIDERADOS
DOS BENS FUNGÍVEIS
E CONSUMÍVEIS Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si,
abstrata ou concretamente; acessório, aquele
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem cuja existência supõe a do principal.
substituir-se por outros da mesma espécie, qua-
Art. 93. São pertenças os bens que, não cons-
lidade e quantidade.
tituindo partes integrantes, se destinam, de
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao afor-
moseamento de outro.
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Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respei- blico, como objeto de direito pessoal, ou
to ao bem principal não abrangem as pertenças, real, de cada uma dessas entidades.
salvo se o contrário resultar da lei, da manifesta-
ção de vontade, ou das circunstâncias do caso. Parágrafo único. Não dispondo a lei em
contrário, consideram-se dominicais os
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem bens pertencentes às pessoas jurídicas de
principal, os frutos e produtos podem ser obje- direito público a que se tenha dado estrutu-
to de negócio jurídico. ra de direito privado.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, Art. 100. Os bens públicos de uso comum do
úteis ou necessárias. povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
quanto conservarem a sua qualificação, na for-
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou ma que a lei determinar.
recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável Art. 101. Os bens públicos dominicais podem
ou sejam de elevado valor. ser alienados, observadas as exigências da lei.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facili- Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a
tam o uso do bem. usucapião.
§ 3º São necessárias as que têm por fim Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode
conservar o bem ou evitar que se deteriore. ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-
lecido legalmente pela entidade a cuja adminis-
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os me- tração pertencerem.
lhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem
sem a intervenção do proprietário, possuidor ou
detentor.
TÍTULO II
Dos Atos Jurídicos Lícitos
CAPÍTULO III
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não se-
DOS BENS PÚBLICOS jam negócios jurídicos, aplicam-se, no que cou-
ber, as disposições do Título anterior.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacio-
nal pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particula-
res, seja qual for a pessoa a que pertencerem. TÍTULO III
Art. 99. São bens públicos: Dos Atos Ilícitos
I – os de uso comum do povo, tais como Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão vo-
rios, mares, estradas, ruas e praças; luntária, negligência ou imprudência, violar di-
II – os de uso especial, tais como edifícios reito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-
ou terrenos destinados a serviço ou estabe- vamente moral, comete ato ilícito.
lecimento da administração federal, estadu- Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de
al, territorial ou municipal, inclusive os de um direito que, ao exercê-lo, excede manifesta-
suas autarquias; mente os limites impostos pelo seu fim econô-
III – os dominicais, que constituem o patri- mico ou social, pela boa-fé ou pelos bons cos-
mônio das pessoas jurídicas de direito pú- tumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
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Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo II – contra os ausentes do País em serviço
em que a pretensão. público da União, dos Estados ou dos Mu-
nicípios;
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser ex-
pressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem III – contra os que se acharem servindo nas
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se Forças Armadas, em tempo de guerra.
consumar; tácita é a renúncia quando se presu- Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
me de fatos do interessado, incompatíveis com
a prescrição. I – pendendo condição suspensiva;
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem II – não estando vencido o prazo;
ser alterados por acordo das partes. III – pendendo ação de evicção.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em Art. 200. Quando a ação se originar de fato que
qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem deva ser apurado no juízo criminal, não correrá
aproveita. a prescrição antes da respectiva sentença defi-
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a ale- nitiva.
gação de prescrição, salvo se favorecer a absolu-
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Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um § 3º A interrupção produzida contra o prin-
dos credores solidários, só aproveitam os outros cipal devedor prejudica o fiador.
se a obrigação for indivisível.
Seção IV
Seção III DOS PRAZOS DA PRESCRIÇÃO
DAS CAUSAS QUE
INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos,
quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que so- Art. 206. Prescreve:
mente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
§ 1º Em um ano:
I – por despacho do juiz, mesmo incompe-
tente, que ordenar a citação, se o interes- I – a pretensão dos hospedeiros ou fornece-
sado a promover no prazo e na forma da lei dores de víveres destinados a consumo no
processual; próprio estabelecimento, para o pagamento
II – por protesto, nas condições do inciso da hospedagem ou dos alimentos;
antecedente; II – a pretensão do segurado contra o segu-
III – por protesto cambial; rador, ou a deste contra aquele, contado o
prazo:
IV – pela apresentação do título de crédito
em juízo de inventário ou em concurso de a) para o segurado, no caso de seguro de
credores; responsabilidade civil, da data em que é ci-
V – por qualquer ato judicial que constitua tado para responder à ação de indenização
em mora o devedor; proposta pelo terceiro prejudicado, ou da
data que a este indeniza, com a anuência do
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que segurador;
extrajudicial, que importe reconhecimento
do direito pelo devedor. b) quanto aos demais seguros, da ciência do
fato gerador da pretensão;
Parágrafo único. A prescrição interrompi-
da recomeça a correr da data do ato que a III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da
interrompeu, ou do último ato do processo justiça, serventuários judiciais, árbitros e
para a interromper. peritos, pela percepção de emolumentos,
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida custas e honorários;
por qualquer interessado. IV – a pretensão contra os peritos, pela ava-
Art. 204. A interrupção da prescrição por um cre- liação dos bens que entraram para a for-
dor não aproveita aos outros; semelhantemente, mação do capital de sociedade anônima,
a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu contado da publicação da ata da assembléia
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. que aprovar o laudo;
§ 1º A interrupção por um dos credores so- V – a pretensão dos credores não pagos
lidários aproveita aos outros; assim como a contra os sócios ou acionistas e os liquidan-
interrupção efetuada contra o devedor so- tes, contado o prazo da publicação da ata de
lidário envolve os demais e seus herdeiros. encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º A interrupção operada contra um dos § 2º Em dois anos, a pretensão para haver
herdeiros do devedor solidário não prejudi- prestações alimentares, a partir da data em
ca os outros herdeiros ou devedores, senão que se vencerem.
quando se trate de obrigações e direitos in-
divisíveis. § 3º Em três anos:
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IV – presunção; § 2º Se algum comparecente não puder ou
não souber escrever, outra pessoa capaz as-
V – perícia. sinará por ele, a seu rogo.
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se pro- § 3º A escritura será redigida na língua na-
vém de quem não é capaz de dispor do direito a cional.
que se referem os fatos confessados.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não
Parágrafo único. Se feita a confissão por um souber a língua nacional e o tabelião não
representante, somente é eficaz nos limites entender o idioma em que se expressa, de-
em que este pode vincular o representado. verá comparecer tradutor público para ser-
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode vir de intérprete, ou, não o havendo na lo-
ser anulada se decorreu de erro de fato ou de calidade, outra pessoa capaz que, a juízo do
coação. tabelião, tenha idoneidade e conhecimento
bastantes.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas
de tabelião, é documento dotado de fé pública, § 5º Se algum dos comparecentes não for
fazendo prova plena. conhecido do tabelião, nem puder identifi-
car-se por documento, deverão participar
§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros re- do ato pelo menos duas testemunhas que o
quisitos, a escritura pública deve conter: conheçam e atestem sua identidade.
I – data e local de sua realização; Art. 216. Farão a mesma prova que os originais
II – reconhecimento da identidade e capa- as certidões textuais de qualquer peça judicial,
cidade das partes e de quantos hajam com- do protocolo das audiências, ou de outro qual-
parecido ao ato, por si, como representan- quer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas
tes, intervenientes ou testemunhas; por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subs-
critas, assim como os traslados de autos, quan-
III – nome, nacionalidade, estado civil, pro- do por outro escrivão consertados.
fissão, domicílio e residência das partes e
demais comparecentes, com a indicação, Art. 217. Terão a mesma força probante os tras-
quando necessário, do regime de bens do lados e as certidões, extraídos por tabelião ou
casamento, nome do outro cônjuge e filia- oficial de registro, de instrumentos ou docu-
ção; mentos lançados em suas notas.
IV – manifestação clara da vontade das par- Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-
tes e dos intervenientes; -se-ão instrumentos públicos, se os originais se
houverem produzido em juízo como prova de
V – referência ao cumprimento das exigên- algum ato.
cias legais e fiscais inerentes à legitimidade
do ato; Art. 219. As declarações constantes de docu-
mentos assinados presumem-se verdadeiras em
VI – declaração de ter sido lida na presença relação aos signatários.
das partes e demais comparecentes, ou de
que todos a leram; Parágrafo único. Não tendo relação direta,
porém, com as disposições principais ou
VII – assinatura das partes e dos demais com a legitimidade das partes, as declara-
comparecentes, bem como a do tabelião ou ções enunciativas não eximem os interes-
seu substituto legal, encerrando o ato. sados em sua veracidade do ônus de prová-
-las.
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Art. 223. A cópia fotográfica de documento, con- II – aqueles que, por enfermidade ou retar-
ferida por tabelião de notas, valerá como prova damento mental, não tiverem discernimen-
de declaração da vontade, mas, impugnada sua to para a prática dos atos da vida civil;
autenticidade, deverá ser exibido o original. III – os cegos e surdos, quando a ciência do
Parágrafo único. A prova não supre a au- fato que se quer provar dependa dos senti-
sência do título de crédito, ou do original, dos que lhes faltam;
nos casos em que a lei ou as circunstâncias II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
condicionarem o exercício do direito à sua 13.146, de 2015) (Vigência)
exibição.
III – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
Art. 224. Os documentos redigidos em língua 13.146, de 2015) (Vigência)
estrangeira serão traduzidos para o português
para ter efeitos legais no País. IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo
ou o inimigo capital das partes;
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinema-
tográficas, os registros fonográficos e, em geral, V – os cônjuges, os ascendentes, os descen-
quaisquer outras reproduções mecânicas ou dentes e os colaterais, até o terceiro grau de
eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova alguma das partes, por consangüinidade,
plena destes, se a parte, contra quem forem exi- ou afinidade.
bidos, não lhes impugnar a exatidão. § 1º Para a prova de fatos que só elas co-
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e so- nheçam, pode o juiz admitir o depoimento
ciedades provam contra as pessoas a que per- das pessoas a que se refere este artigo.
tencem, e, em seu favor, quando, escriturados § 2º A pessoa com deficiência poderá tes-
sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confir- temunhar em igualdade de condições com
mados por outros subsídios. as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
Parágrafo único. A prova resultante dos li- todos os recursos de tecnologia assistiva.
vros e fichas não é bastante nos casos em (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi-
que a lei exige escritura pública, ou escrito gência)
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Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor § 1º O instrumento particular deve conter a
sobre fato: (Revogado pela Lei n º 13.105, de indicação do lugar onde foi passado, a qua-
2015) (Vigência) lificação do outorgante e do outorgado, a
data e o objetivo da outorga com a desig-
I – a cujo respeito, por estado ou profissão, nação e a extensão dos poderes conferidos.
deva guardar segredo; (Revogado pela Lei n
º 13.105, de 2015) (Vigência) § 2º O terceiro com quem o mandatário tra-
tar poderá exigir que a procuração traga a
II – a que não possa responder sem deson- firma reconhecida.
ra própria, de seu cônjuge, parente em grau
sucessível, ou amigo íntimo; (Revogado pela Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) por instrumento público, pode substabelecer-se
mediante instrumento particular.
III – que o exponha, ou às pessoas referidas
no inciso antecedente, a perigo de vida, de Art. 656. O mandato pode ser expresso ou táci-
demanda, ou de dano patrimonial imedia- to, verbal ou escrito.
to. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência) Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à
forma exigida por lei para o ato a ser praticado.
Art. 230. As presunções, que não as legais, não Não se admite mandato verbal quando o ato
se admitem nos casos em que a lei exclui a pro- deva ser celebrado por escrito.
va testemunhal. (Revogado pela Lei n º 13.105,
de 2015) (Vigência) Art. 658. O mandato presume-se gratuito quan-
do não houver sido estipulada retribuição, ex-
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a ceto se o seu objeto corresponder ao daqueles
exame médico necessário não poderá aprovei- que o mandatário trata por ofício ou profissão
tar-se de sua recusa. lucrativa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada Parágrafo único. Se o mandato for oneroso,
pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia caberá ao mandatário a retribuição prevista
obter com o exame. em lei ou no contrato. Sendo estes omissos,
será ela determinada pelos usos do lugar,
ou, na falta destes, por arbitramento.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém Art. 661. O mandato em termos gerais só confe-
recebe de outrem poderes para, em seu nome, re poderes de administração.
praticar atos ou administrar interesses. A procu- § 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-
ração é o instrumento do mandato. ticar outros quaisquer atos que exorbitem
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas da administração ordinária, depende a pro-
para dar procuração mediante instrumento par- curação de poderes especiais e expressos.
ticular, que valerá desde que tenha a assinatura § 2º O poder de transigir não importa o de
do outorgante. firmar compromisso.
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Art. 662. Os atos praticados por quem não te- caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse
nha mandato, ou o tenha sem poderes suficien- havido substabelecimento.
tes, são ineficazes em relação àquele em cujo
nome foram praticados, salvo se este os ratifi- § 2º Havendo poderes de substabelecer, só
car. serão imputáveis ao mandatário os danos
causados pelo substabelecido, se tiver agi-
Parágrafo único. A ratificação há de ser ex- do com culpa na escolha deste ou nas ins-
pressa, ou resultar de ato inequívoco, e re- truções dadas a ele.
troagirá à data do ato.
§ 3º Se a proibição de substabelecer constar
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular da procuração, os atos praticados pelo substa-
negócios expressamente em nome do mandan- belecido não obrigam o mandante, salvo rati-
te, será este o único responsável; ficará, porém, ficação expressa, que retroagirá à data do ato.
o mandatário pessoalmente obrigado, se agir
no seu próprio nome, ainda que o negócio seja § 4º Sendo omissa a procuração quanto ao
de conta do mandante. substabelecimento, o procurador será res-
ponsável se o substabelecido proceder cul-
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, posamente.
do objeto da operação que lhe foi cometida,
quanto baste para pagamento de tudo que lhe Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas
for devido em conseqüência do mandato. de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe
as vantagens provenientes do mandato, por
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes qualquer título que seja.
do mandato, ou proceder contra eles, será con-
siderado mero gestor de negócios, enquanto o Art. 669. O mandatário não pode compensar os
mandante lhe não ratificar os atos. prejuízos a que deu causa com os proveitos que,
por outro lado, tenha granjeado ao seu consti-
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de de- tuinte.
zoito anos não emancipado pode ser mandatá-
rio, mas o mandante não tem ação contra ele Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao
senão de conformidade com as regras gerais, mandante ou recebeu para despesa, mas em-
aplicáveis às obrigações contraídas por meno- pregou em proveito seu, pagará o mandatário
res. juros, desde o momento em que abusou.
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou cré-
Seção II dito do mandante, comprar, em nome próprio,
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO algo que devera comprar para o mandante, por
ter sido expressamente designado no mandato,
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa
sua diligência habitual na execução do mandato, comprada.
e a indenizar qualquer prejuízo causado por cul-
pa sua ou daquele a quem substabelecer, sem Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários
autorização, poderes que devia exercer pessoal- nomeados no mesmo instrumento, qualquer
mente. deles poderá exercer os poderes outorgados, se
não forem expressamente declarados conjun-
§ 1º Se, não obstante proibição do man- tos, nem especificamente designados para atos
dante, o mandatário se fizer substituir na diferentes, ou subordinados a atos sucessivos.
execução do mandato, responderá ao seu Se os mandatários forem declarados conjuntos,
constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a não terá eficácia o ato praticado sem interferên-
gerência do substituto, embora provenien- cia de todos, salvo havendo ratificação, que re-
tes de caso fortuito, salvo provando que o troagirá à data do ato.
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Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de
poderes do mandatário, com ele celebrar negó- que tenha a posse em virtude do mandato, di-
cio jurídico exorbitante do mandato, não tem reito de retenção, até se reembolsar do que no
ação contra o mandatário, salvo se este lhe pro- desempenho do encargo despendeu.
meteu ratificação do mandante ou se responsa-
bilizou pessoalmente. Seção IV
DA EXTINÇÃO DO MANDATO
Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou
mudança de estado do mandante, deve o man- Art. 682. Cessa o mandato:
datário concluir o negócio já começado, se hou-
ver perigo na demora. I – pela revogação ou pela renúncia;
Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula
mandatário a remuneração ajustada e as despe- de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pa-
sas da execução do mandato, ainda que o negó- gará perdas e danos.
cio não surta o esperado efeito, salvo tendo o Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade
mandatário culpa. for condição de um negócio bilateral, ou tiver
Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, sido estipulada no exclusivo interesse do man-
para a execução do mandato, vencem juros des- datário, a revogação do mandato será ineficaz.
de a data do desembolso. Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a "em causa própria", a sua revogação não terá
ressarcir ao mandatário as perdas que este so- eficácia, nem se extinguirá pela morte de qual-
frer com a execução do mandato, sempre que quer das partes, ficando o mandatário dispensa-
não resultem de culpa sua ou de excesso de po- do de prestar contas, e podendo transferir para
deres. si os bens móveis ou imóveis objeto do manda-
to, obedecidas as formalidades legais.
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as
instruções do mandante, se não exceder os li- Art. 686. A revogação do mandato, notificada
mites do mandato, ficará o mandante obrigado somente ao mandatário, não se pode opor aos
para com aqueles com quem o seu procurador terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele
contratou; mas terá contra este ação pelas per- trataram; mas ficam salvas ao constituinte as
das e danos resultantes da inobservância das ações que no caso lhe possam caber contra o
instruções. procurador.
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas Parágrafo único. É irrevogável o mandato
ou mais pessoas, e para negócio comum, cada que contenha poderes de cumprimento ou
uma ficará solidariamente responsável ao man- confirmação de negócios encetados, aos
datário por todos os compromissos e efeitos do quais se ache vinculado.
mandato, salvo direito regressivo, pelas quan-
tias que pagar, contra os outros mandantes.
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Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este ca- CAPÍTULO III
ráter no caso e desde o momento em que as DOS EFEITOS DA POSSE
circunstâncias façam presumir que o possuidor
não ignora que possui indevidamente. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser manti-
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende- do na posse em caso de turbação, restituído no
-se manter a posse o mesmo caráter com que de esbulho, e segurado de violência iminente,
foi adquirida. se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado,
poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, contanto que o faça logo; os
CAPÍTULO II atos de defesa, ou de desforço, não podem
DA AQUISIÇÃO DA POSSE ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o mo-
mento em que se torna possível o exercício, em § 2º Não obsta à manutenção ou reintegra-
nome próprio, de qualquer dos poderes ineren- ção na posse a alegação de propriedade, ou
tes à propriedade. de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se dis-
ser possuidora, manter-se-á provisoriamente a
I – pela própria pessoa que a pretende ou que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a
por seu representante; obteve de alguma das outras por modo vicioso.
II – por terceiro sem mandato, dependendo Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de
de ratificação. esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro,
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o
ou legatários do possuidor com os mesmos ca- era.
racteres. Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes
Art. 1.207. O sucessor universal continua de di- não se aplica às servidões não aparentes, sal-
reito a posse do seu antecessor; e ao sucessor vo quando os respectivos títulos provierem do
singular é facultado unir sua posse à do anteces- possuidor do prédio serviente, ou daqueles de
sor, para os efeitos legais. quem este o houve.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito,
permissão ou tolerância assim como não auto- enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
rizam a sua aquisição os atos violentos, ou clan- Parágrafo único. Os frutos pendentes ao
destinos, senão depois de cessar a violência ou tempo em que cessar a boa-fé devem ser
a clandestinidade. restituídos, depois de deduzidas as despe-
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até sas da produção e custeio; devem ser tam-
prova contrária, a das coisas móveis que nele bém restituídos os frutos colhidos com an-
estiverem. tecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais repu-
tam-se colhidos e percebidos, logo que são se-
parados; os civis reputam-se percebidos dia por
dia.
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Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou,
todos os frutos colhidos e percebidos, bem tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
como pelos que, por culpa sua, deixou de per-
ceber, desde o momento em que se constituiu
de má-fé; tem direito às despesas da produção TÍTULO IV
e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde Da Tutela, da Curatela e
pela perda ou deterioração da coisa, a que não da Tomada de Decisão Apoiada
der causa. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela
perda, ou deterioração da coisa, ainda que aci-
dentais, salvo se provar que de igual modo se te- CAPÍTULO I
riam dado, estando ela na posse do reivindicante.
DA TUTELA
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à
indenização das benfeitorias necessárias e úteis, Seção I
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe DOS TUTORES
forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
de retenção pelo valor das benfeitorias necessá-
I – com o falecimento dos pais, ou sendo es-
rias e úteis.
tes julgados ausentes;
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressar-
II – em caso de os pais decaírem do poder
cidas somente as benfeitorias necessárias; não
familiar.
lhe assiste o direito de retenção pela importân-
cia destas, nem o de levantar as voluptuárias. Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete
aos pais, em conjunto.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com
os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao Parágrafo único. A nomeação deve constar
tempo da evicção ainda existirem. (Vide Decre- de testamento ou de qualquer outro docu-
to-lei nº 4.037, de 1942) mento autêntico.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai
benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao tinha o poder familiar.
possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos
pais incumbe a tutela aos parentes consangüí-
neos do menor, por esta ordem:
CAPÍTULO IV I – aos ascendentes, preferindo o de grau
DA PERDA DA POSSE mais próximo ao mais remoto;
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, em- II – aos colaterais até o terceiro grau, prefe-
bora contra a vontade do possuidor, o poder so- rindo os mais próximos aos mais remotos,
bre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais
moços; em qualquer dos casos, o juiz esco-
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para
lherá entre eles o mais apto a exercer a tu-
quem não presenciou o esbulho, quando, tendo
tela em benefício do menor.
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Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e resi- Seção II
dente no domicílio do menor: DOS INCAPAZES DE
I – na falta de tutor testamentário ou legí- EXERCER A TUTELA
timo;
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exo-
II – quando estes forem excluídos ou escu- nerados da tutela, caso a exerçam:
sados da tutela;
I – aqueles que não tiverem a livre adminis-
III – quando removidos por não idôneos o tração de seus bens;
tutor legítimo e o testamentário.
II – aqueles que, no momento de lhes ser
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tu- deferida a tutela, se acharem constituídos
tor. em obrigação para com o menor, ou tive-
§ 1º No caso de ser nomeado mais de um rem que fazer valer direitos contra este, e
tutor por disposição testamentária sem in- aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tive-
dicação de precedência, entende-se que a rem demanda contra o menor;
tutela foi cometida ao primeiro, e que os III – os inimigos do menor, ou de seus pais,
outros lhe sucederão pela ordem de nome- ou que tiverem sido por estes expressamen-
ação, se ocorrer morte, incapacidade, escu- te excluídos da tutela;
sa ou qualquer outro impedimento.
IV – os condenados por crime de furto, rou-
§ 2º Quem institui um menor herdeiro, ou bo, estelionato, falsidade, contra a família
legatário seu, poderá nomear-lhe curador ou os costumes, tenham ou não cumprido
especial para os bens deixados, ainda que o pena;
beneficiário se encontre sob o poder fami-
liar, ou tutela. V – as pessoas de mau procedimento, ou fa-
lhas em probidade, e as culpadas de abuso
Art. 1.734. Os menores abandonados terão tu- em tutorias anteriores;
tores nomeados pelo juiz, ou serão recolhidos a
estabelecimento público para este fim destina- VI – aqueles que exercerem função pública
do, e, na falta desse estabelecimento, ficam sob incompatível com a boa administração da
a tutela das pessoas que, voluntária e gratuita- tutela.
mente, se encarregarem da sua criação.
Seção III
Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos DA ESCUSA DOS TUTORES
pais forem desconhecidos, falecidos ou que ti-
verem sido suspensos ou destituídos do poder Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou
serão incluídos em programa de colocação fa- I – mulheres casadas;
miliar, na forma prevista pela Lei no 8.069, de II – maiores de sessenta anos;
13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, III – aqueles que tiverem sob sua autorida-
de 2009) Vigência de mais de três filhos;
IV – os impossibilitados por enfermidade;
V – aqueles que habitarem longe do lugar
onde se haja de exercer a tutela;
VI – aqueles que já exercerem tutela ou
curatela;
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I – pagar as dívidas do menor; § 2º São solidariamente responsáveis pelos
prejuízos as pessoas às quais competia fis-
II – aceitar por ele heranças, legados ou do- calizar a atividade do tutor, e as que concor-
ações, ainda que com encargos; reram para o dano.
III – transigir;
Seção V
IV – vender-lhe os bens móveis, cuja con- DOS BENS DO TUTELADO
servação não convier, e os imóveis nos ca-
sos em que for permitido; Art. 1.753. Os tutores não podem conservar em
seu poder dinheiro dos tutelados, além do ne-
V – propor em juízo as ações, ou nelas assis- cessário para as despesas ordinárias com o seu
tir o menor, e promover todas as diligências sustento, a sua educação e a administração de
a bem deste, assim como defendê-lo nos seus bens.
pleitos contra ele movidos.
§ 1º Se houver necessidade, os objetos de
Parágrafo único. No caso de falta de autori- ouro e prata, pedras preciosas e móveis
zação, a eficácia de ato do tutor depende da serão avaliados por pessoa idônea e, após
aprovação ulterior do juiz. autorização judicial, alienados, e o seu pro-
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, duto convertido em títulos, obrigações e le-
não pode o tutor, sob pena de nulidade: tras de responsabilidade direta ou indireta
da União ou dos Estados, atendendo-se pre-
I – adquirir por si, ou por interposta pessoa, ferentemente à rentabilidade, e recolhidos
mediante contrato particular, bens móveis ao estabelecimento bancário oficial ou apli-
ou imóveis pertencentes ao menor; cado na aquisição de imóveis, conforme for
II – dispor dos bens do menor a título gra- determinado pelo juiz.
tuito; § 2º O mesmo destino previsto no parágrafo
III – constituir-se cessionário de crédito ou antecedente terá o dinheiro proveniente de
de direito, contra o menor. qualquer outra procedência.
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos me- § 3º Os tutores respondem pela demora na
nores sob tutela somente podem ser vendidos aplicação dos valores acima referidos, pa-
quando houver manifesta vantagem, mediante gando os juros legais desde o dia em que
prévia avaliação judicial e aprovação do juiz. deveriam dar esse destino, o que não os exi-
me da obrigação, que o juiz fará efetiva, da
Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor de- referida aplicação.
clarará tudo o que o menor lhe deva, sob pena
de não lhe poder cobrar, enquanto exerça a tu- Art. 1.754. Os valores que existirem em estabe-
toria, salvo provando que não conhecia o débito lecimento bancário oficial, na forma do artigo
quando a assumiu. antecedente, não se poderão retirar, senão me-
diante ordem do juiz, e somente:
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos
que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas I – para as despesas com o sustento e edu-
tem direito a ser pago pelo que realmente des- cação do tutelado, ou a administração de
pender no exercício da tutela, salvo no caso do seus bens;
art. 1.734, e a perceber remuneração propor- II – para se comprarem bens imóveis e títu-
cional à importância dos bens administrados. los, obrigações ou letras, nas condições pre-
§ 1º Ao protutor será arbitrada uma gratifi- vistas no § 1º do artigo antecedente;
cação módica pela fiscalização efetuada.
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III – para se empregarem em conformidade vencem juros desde o julgamento definitivo das
com o disposto por quem os houver doado, contas.
ou deixado;
Seção VII
IV – para se entregarem aos órfãos, quando DA CESSAÇÃO DA TUTELA
emancipados, ou maiores, ou, mortos eles,
aos seus herdeiros. Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:
Seção VI I – com a maioridade ou a emancipação do
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS menor;
Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tives- II – ao cair o menor sob o poder familiar, no
sem disposto os pais dos tutelados, são obriga- caso de reconhecimento ou adoção.
dos a prestar contas da sua administração. Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:
Art. 1.756. No fim de cada ano de administra- I – ao expirar o termo, em que era obrigado
ção, os tutores submeterão ao juiz o balanço a servir;
respectivo, que, depois de aprovado, se anexará
aos autos do inventário. II – ao sobrevir escusa legítima;
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III – os deficientes mentais, os ébrios habi- I – nos casos de deficiência mental ou inte-
tuais e os viciados em tóxicos; lectual; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência) (Revogado pela Lei n º
IV – os excepcionais sem completo desen- 13.105, de 2015) (Vigência)
volvimento mental;
II – se não existir ou não promover a interdi-
I – aqueles que, por causa transitória ou ção alguma das pessoas designadas nos in-
permanente, não puderem exprimir sua cisos I e II do artigo antecedente; (Revoga-
vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, do pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
de 2015) (Vigência)
III – se, existindo, forem incapazes as pes-
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº soas mencionadas no inciso antecedente.
13.146, de 2015) (Vigência) (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vi-
III – os ébrios habituais e os viciados em tó- gência)
xico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de III – se, existindo, forem menores ou inca-
2015) (Vigência) pazes as pessoas mencionadas no inciso II.
IV – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
13.146, de 2015) (Vigência) (Vigência) (Revogado pela Lei n º 13.105,
de 2015) (Vigência)
V – os pródigos.
Art. 1.770. Nos casos em que a interdição for
Art. 1.768. A interdição deve ser promovida: promovida pelo Ministério Público, o juiz no-
meará defensor ao suposto incapaz; nos demais
Art. 1.768. O processo que define os termos da
casos o Ministério Público será o defensor. (Re-
curatela deve ser promovido: (Redação dada
vogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (Revo-
gado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da in-
terdição, o juiz, assistido por especialistas, exa-
I – pelos pais ou tutores; (Revogado pela Lei
minará pessoalmente o argüido de incapacida-
n º 13.105, de 2015) (Vigência)
de.
II – pelo cônjuge, ou por qualquer parente;
Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vi-
termos da curatela, o juiz, que deverá ser as-
gência)
sistido por equipe multidisciplinar, entrevistará
III – pelo Ministério Público. (Revogado pessoalmente o interditando. (Redação dada
pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (Revo-
gado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
IV – pela própria pessoa. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência) (Revogado Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pes-
pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) soas a que se referem os incisos III e IV do art.
1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o de-
Art. 1.769. O Ministério Público só promoverá senvolvimento mental do interdito, os limites da
interdição: curatela, que poderão circunscrever-se às restri-
Art. 1.769. O Ministério Público somente pro- ções constantes do art. 1.782.
moverá o processo que define os termos da Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as po-
curatela: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de tencialidades da pessoa, os limites da curatela,
2015) (Vigência) (Revogado pela Lei n º 13.105, circunscritos às restrições constantes do art.
de 2015) (Vigência) 1.782, e indicará curador. (Redação dada pela
I – em caso de doença mental grave;
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TJ-RS (Oficial de Justiça) – Direito Civil – Profª Patrícia Strauss
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (Revogado Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do
pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) art. 1.767 receberão todo o apoio necessário
para ter preservado o direito à convivência fami-
Parágrafo único. Para a escolha do cura- liar e comunitária, sendo evitado o seu recolhi-
dor, o juiz levará em conta a vontade e as mento em estabelecimento que os afaste desse
preferências do interditando, a ausência de convívio. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
conflito de interesses e de influência inde- 2015) (Vigência)
vida, a proporcionalidade e a adequação às
circunstâncias da pessoa. (Incluído pela Lei Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se
nº 13.146, de 2015) (Vigência) (Revogado à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado,
pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) observado o art. 5º.
Art. 1.773. A sentença que declara a interdição Seção II
produz efeitos desde logo, embora sujeita a re- DA CURATELA DO NASCITURO E
curso. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência) DO ENFERMO OU PORTADOR DE
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições
concernentes à tutela, com as modificações dos Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o
artigos seguintes. pai falecer estando grávida a mulher, e não ten-
do o poder familiar.
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não se-
parado judicialmente ou de fato, é, de direito, Parágrafo único. Se a mulher estiver interdi-
curador do outro, quando interdito. ta, seu curador será o do nascituro.
§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, Art. 1.780. A requerimento do enfermo ou por-
é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta tador de deficiência física, ou, na impossibilida-
destes, o descendente que se demonstrar de de fazê-lo, de qualquer das pessoas a que se
mais apto. refere o art. 1.768, dar-se-lhe-á curador para
cuidar de todos ou alguns de seus negócios ou
§ 2º Entre os descendentes, os mais próxi-
bens. (Revogado pela Lei nº 13.146, de 2015)
mos precedem aos mais remotos.
(Vigência)
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas nes-
te artigo, compete ao juiz a escolha do cura- Seção III
dor. DO EXERCÍCIO DA CURATELA
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabele- tutela aplicam-se ao da curatela, com a restri-
cer curatela compartilhada a mais de uma pes- ção do art. 1.772 e as desta Seção.
soa. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi-
gência) Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará
de, sem curador, emprestar, transigir, dar qui-
Art. 1.776. Havendo meio de recuperar o in- tação, alienar, hipotecar, demandar ou ser de-
terdito, o curador promover-lhe-á o tratamen- mandado, e praticar, em geral, os atos que não
to em estabelecimento apropriado. (Revogado sejam de mera administração.
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o
Art. 1.777. Os interditos referidos nos incisos I, regime de bens do casamento for de comunhão
III e IV do art. 1.767 serão recolhidos em estabe- universal, não será obrigado à prestação de con-
lecimentos adequados, quando não se adapta- tas, salvo determinação judicial.
rem ao convívio doméstico.
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CAPÍTULO III trato ou acordo, especificando, por escrito,
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA sua função em relação ao apoiado. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi-
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa
gência)
trazer risco ou prejuízo relevante, haven-
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o do divergência de opiniões entre a pessoa
processo pelo qual a pessoa com deficiência ele- apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz,
ge pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as ouvido o Ministério Público, decidir sobre
quais mantenha vínculos e que gozem de sua a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de 2015) (Vigência)
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
§ 7º Se o apoiador agir com negligência,
os elementos e informações necessários para
exercer pressão indevida ou não adimplir
que possa exercer sua capacidade. (Incluído
as obrigações assumidas, poderá a pessoa
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
apoiada ou qualquer pessoa apresentar de-
§ 1º Para formular pedido de tomada de de- núncia ao Ministério Público ou ao juiz. (In-
cisão apoiada, a pessoa com deficiência e cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigên-
os apoiadores devem apresentar termo em cia)
que constem os limites do apoio a ser ofe-
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz desti-
recido e os compromissos dos apoiadores,
tuirá o apoiador e nomeará, ouvida a pes-
inclusive o prazo de vigência do acordo e o
soa apoiada e se for de seu interesse, outra
respeito à vontade, aos direitos e aos inte-
pessoa para prestação de apoio. (Incluído
resses da pessoa que devem apoiar. (Inclu-
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
ído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoia-
tempo, solicitar o término de acordo fir-
da será requerido pela pessoa a ser apoia-
mado em processo de tomada de decisão
da, com indicação expressa das pessoas ap-
apoiada. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
tas a prestarem o apoio previsto no caput
2015) (Vigência)
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência) § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a ex-
clusão de sua participação do processo de
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido
tomada de decisão apoiada, sendo seu des-
de tomada de decisão apoiada, o juiz, assis-
ligamento condicionado à manifestação do
tido por equipe multidisciplinar, após oitiva
juiz sobre a matéria. (Incluído pela Lei nº
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente
13.146, de 2015) (Vigência)
o requerente e as pessoas que lhe prestarão
apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoia-
(Vigência) da, no que couber, as disposições referentes
à prestação de contas na curatela. (Incluído
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
restrições, desde que esteja inserida nos li-
mites do apoio acordado. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
mantenha relação negocial pode solicitar
que os apoiadores contra-assinem o con-
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