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ECONOMIA

10ºano
1.1 importância do estudo da Economia

Economia: Não designa apenas ciência económica, mas também pode designar
actividade económica (a nossa economia vai mal) ou sistema económico (economia
capitalista).
Palavra economia = poupança (rendimento – despesa = poupança) (produção –
consumo = poupança)
Têm origem na actividade económica: todo o esforço desenvolvido pelo Homem para
obter (produzir) bens escassos para satisfazer as suas necessidades ilimitadas.
Actividade económica: é constituída pelos chamados “fenómenos económicos”:
• Produção • Distribuição • Consumo • Repartição • Poupança

2. Conceitos a reter

➔ Valores absolutos e valores relativos


Valores absolutos: dados numéricos que medem uma grandeza em determinada
unidade (ex. milhares de pessoas)
Valores relativos: percentagens, permilagens, taxas de variação
Percentagens: representam uma proporção, isto é, uma parte de um todo em
determinado momento.

TX = Parte do todo (parcela) x 100


Todo (total)

Permilagens: igual às percentagens mas com base 1000 (X 1000)


Taxas de variação: evolução positiva ou negativa relativamente a um valor de partida,
em determinado momento do tempo :

O resultado pode ser: Uma %


Um nº índice
Tx.Variação(%)= valor atual - valor anterior x 100
valor anterior

➔ Importação e Exportação
Importação: Entrada de Bens e Serviços no país, provenientes do Resto do Mundo
(RM) e correspondente saída de divisas.
Exportação: saída de Bens e Serviços para o RM e correspondente entrada de
divisas.

➔ A população: sua importância


O conhecimento da população (nº de habitantes, distribuição no espaço, composição por
sexo e idades, etc.) é fundamental para a tomada de decisões (como produzir, o que
produzir, quanto produzir) pelos particulares e pelo Estado (ex. combate ao desemprego)
Taxa de natalidade: nº médio de nados-vivos por cada mil habitantes, num determinado
país, num dado período de tempo.

Tx.natalidade= nºdados-vivos x 1000


pop. total

Taxa de mortalidade: no médio de óbitos por cada mil habitantes, num determinado
país, num dado período de tempo.

Tx.mortalidade= nºobitos x 1000


pop.total

Taxa de mortalidade infantil: no médio de óbitos em crianças com menos de 1 ano de


idade por cada mil nados-vivos, num determinado país, num dado período de tempo.

Tx.mortalidade=nº óbitos de crianças com -1 ano x 1000


nº nados vivos

➔ Crescimento natural da população


Crescimento natural da população ( saldo natural) : diferença entre a natalidade e a
mortalidade, num periodo de tempo.

Saldo Natural= nº nascimentos - nº óbitos

ou
Tx. crescimento natural=Tx.natalidade - Tx.mortalidade
Nota: Nascimentos > óbitos ------------- Saldo Natural Positivo
Nascimentos = óbitos ------------- Saldo Natural Nulo
Nascimentos < óbitos ------------- Saldo Natural Negativo

➔ Movimentos migratórios e crescimento efectivo


Movimentos migratórios: deslocação da população
● Migração interna- no mesmo país
● Migração internacional- fora do país

● Emigração: saída da população


● Imigração: entrada da população

Saldo migratório - representa a diferença entre o nº de imigrantes e emigrantes de um


país num determinado momento.

Saldo migratório = nº imigrantes - nº emigrantes

Crescimento efectivo: dá-nos o crescimento global da população, sendo obtido


através da evolução natural e do saldo migratório.

Crescimento Efetivo = Saldo Natural + Saldo Migratório

ou

Tx. crescimento efetivo = saldo natural + saldo migratório x 1000


pop. total

➔ População total
População total ou Pop. Absoluta: toda a população existente em determinado país,
num determinado ano. :
População activa: conjunto de habitantes de um determinado país que se encontra a
exercer uma profissão remunerada (empregados, a cumprir serviço militar) ou que
procura emprego (desempregados: potenciais trabalhadores).

Pop ativa = Pop. Empregada & Pop. Desempregada

População Inativa: Defecientes, inválidos, estudantes com menos de 16 anos, donas


de casa.

➔ Estrutura etária da população e estrutura sectorial da população

Estrutura etária da população: caracterização da população residente num país ou


região, por idades (escalões etários) e por sexos, através do recurso a pirâmides
etárias.
Estrutura sectorial da população: Para simplificar, actividades económicas
semelhantes são agrupadas, dando origem a três sectores:
Primário (agricultura)
Secundário (indústria)
Terciário (serviços)
População activa por sectores de actividade em valor absoluto ou em %.
➔ Médias
Média: medida de tendência central.
Limitações:
1) Escondem as diferenças, ou seja, os extremos da distribuição (valor máximo e
mínimo)
2) Escondem o grau de concentração das ocorrências de uns dados relativamente a
outros

ACTIVIDADE ECONÓMICA E CIÊNCIA ECONÓMICA


1.1. Realidade social e ciências sociais
Realidade social- conjunto de interações entre os seres humanos e todo o meio
ambiente.
Fenómenos sociais : acontecimentos resultantes da vida em sociedade.
● Desemprego; ----> História Ciências Humanas
● Inflação; -----> Política
● Marginalidade;

1.3. A Economia como ciência: Objeto de estudo


Questões que interessam à Economia:
• Produção
• Consumo
• Distribuição Tentar encontrar soluções
• Poupança
• Repartição da riqueza
• Satisfação das necessidades da população
• Maximização do seu bem-estar
•etc...
Problema Fundamental da Economia -inexistência de recursos suficientes para a
satisfação de todas as necessidades, que são múltiplas.

Sendo assim:
As necessidades são infinitas
Bens são limitados (escassos)

Racionalidade Económica :
Satisfazer o máximo de necessidade com mínimo de recursos.
Por isso temos que fazer escolhas:

Necessidade satisfeita Benefício

A melhor alternativa
custo de oportunidade
A melhor 2º alternativa
Custo de oportunidade: avaliação das quantidades de bens que não podem ser
produzidas/consumidas em consequência da produção/consumo de um bem
determinado.

A Economia é a ciência das decisões e das escolhas, com vista ao aproveitamento


máximo dos recursos.

1.4. A actividade económica e os agentes económicos


Atividade económica- Conjunto de atividades relativas à produção, distribuição, repartição
dos rendimentos, consumo e acomulação.
Agentes económicos: conjunto dos elementos que intervêm na actividade
económica.,exercendo a mesma função principal com autonomia :

Famílias:
• Consumo: utilização de bens e serviços na satisfação de necessidades
• Poupança: parte do rendimento que não é utilizada no consumo
Empresas não financeiras:
• Produzir bens e serviços não financeiros
Instituições Financeiras:
•Apoiar financeiramente a atividade económica, captando as poupanças e aplicando-as
na atividade económica através de : Investimento , Crédito à poupança e Crédito ao
consumo.
Estado\ Administração Pública:
•Satisfazer necessidades coletivas a atividade económica e redistribuir os rendimentos
Resto do Mundo:
Exportação e Importação.

NECESSIDADES E CONSUMO
2.1. Necessidades – Noção e classificação
Necessidade: estado de carência ou desejo revelado por sensações desagradáveis de
falta.
Utilidade: aptidão de um bem para satisfazer determinada necessidade.

Características das necessidades:


• Multiplicidade (desejo de ter sempre mais)
• Sociabilidade (intensidade diminui com a satisfação das necessidades)
• Hierarquizáveis (ordenadas por intensidade)
• Interdependência (complementares ou substituíveis)

Classificação das necessidades:

2.3. O consumo – noção e tipos


Consumo: utilização de um bens\serviço com vista à satisfação de necessidades.:
É um ato econômico porque:
- contribui para a satisfação das necessidades.
1. Implica a tomada de decisões racionais com implicações na atividade
económica.
2. Influencia as decisões de outros agentes económicos.
exp: Consumo -> Mais ordens de produção -> mais produção
3. Tem implicações no investimento:
exp: RD= C + P
4. Pode gerar ou agravar crises económicas.
exp: menos consumo -> menos ordens de produção -> menos produção -
>desemprego -> menos rendimentos

É um ato social porque:


1. Coloca pressão contínua sobre os recursos naturais
2. pode prejudicar o ambiente
3. pode pôr em causa os direitos humanos

Tipos de consumo:

● Quanto ao autor :
1. Consumo privado: efetuado pelos particulares na satisfação das
respetivas necessidades.
exp: roupa, telemóvel
2. consumo público: efetuado pela Admnistração Pública e têm como
finalidade a satisfação da pop.
exp : hospitais, escolas...
● Quanto à natureza :
1. consumo essencial: satisfação de necessidades primárias.
2. consumo supérfluo: satisfação de necessidades não essenciais, as
chamadas necessidades terciárias.

● Quanto ao beneficiário:
1. consumo individual: satisfazer as necessidades individuais.
2. consumo coletivo: satisfazer as necessidades coletivas.
● Quanto à finalidade:
1. consumo final: satisfação direta e imediata de uma necessidade.
ex: consumo de pão.
2. consumo intermédio: utilização de bens não duradouros e de serviços
no processo produtivo, na produção de bens de consumo final.
exp: consumo de farinha para fabrico de pão.

2.4. Padrões de consumo – diferenças e factores


explicativos
● Factores económicos

1. Rendimento dos consumidores


• Em volume (quantidade):
Quanto MAIOR for o rendimento, MAIOR o consumo.

Quanto MENOR for o rendimento, MENOR o consumo.

Isto para bens normais. Caso se tratasse de bens


inferiores, seria o inverso.
Bens superiores: bens cujo consumo aumenta mais que o aumento do rendimento
(bens de luxo).
Bens normais: bens cujo consumo aumenta à medida que aumenta o rendimento.
(vestuário, alimentação)
Bens inferiores: bens cujo consumo diminui à medida que aumenta o rendimento.

• Em estrutura (qualidade) : a natureza (tipo) dos bens e serviços consumidos, isto é,


a estrutura de consumo, altera-se com o nível do rendimento.Como?

Lei de Engel - quanto MENOR for o rendimento MAIOR é a % desse rendimento em


(alimentação). (Quanto maior a % em alimentação, menor o nível de vida)
Estrutura de consumo: repartição percentual das despesas de consumo por diversas
classes de bens e serviços.

Coeficiente Orçamental = Valor da classe de despesa x 100


Valor total das despesas

2. Preços: A quantidade consumida de um bem (Ex. Bem A) também


depende do preço do próprio bem (se aumentar o preço do bem A diminui
o consumo do bem A ou se diminuir o preço do bem A aumenta o
consumo do bem A) .

Efeito-rendimento: é a variação nas quantidades consumidas dos bens em virtude da


variação dos preços, que influencia o rendimento real dos consumidores.
Efeito-substituição: é o aumento do consumo de um bem em virtude do aumento do
preço de um outro bem com a mesma função - Bens sucedâneos ou Bens Substituíveis.
(exp : azeite por óleo,café por chá)

3. Inovação tecnológica Determina a produção de Bens e Serviços que


satisfazem as nossas necessidades.
•Permite criar novos B&S capazes de responder às múltiplas necessidades do Homem
Novos hábitos de consumo (novas necessidades) (Ex. telemóveis, microondas,
computadores)
• Permite a melhoria dos produtos existentes, incorporando neles novas características
técnicas.
Produtos melhorados passam a ser consumidos em substituição dos até aí existentes.
● Factores extra-económicos

1. Estrutura etária: Faixas etárias diferentes possuem hábitos de consumo


diferentes.
2. Modos de vida: O clima, o grupo social a que os indivíduos pertencem,
condicionam os hábitos de consumo.
3. Moda: Influencia a renovação constante do consumo de alguns produtos
4. Publicidade : Dá a conhecer os produtos, mas também cria nos indivíduos a
necessidade e o desejo de adquirir certos bens Bens publicitários: TV, rádio,
jornal, ...
5. Tradições

2.6. A sociedade de consumo

É caracterizada pela extrema abundância de B&S postos à disposição dos consumidores


e que, através de meios sofisticados de comercialização, cria nas pessoas a necessidade
de efetuarem consumos impulsivos.
Consumo de massas
A produção condiciona o consumo e não o contrário. (os produtos não são produzidos
para responder a necessidades, mas sim para suscitar e estimular necessidades)
Consequências:
● Manipulação do consumidor
● Consumo de produtos desnecessários e sem valor
● Prejuízo para a sociedade/Humanidade
● Matérias-primas não renováveis
● Problemas Ambientais
● Endividamento das famílias

Consumismo: é o conjunto de comportamentos e atitudes susceptíveis de induzir ao


consumo indiscriminado, perigoso e impulsivo.

2.6. Consumerismo e responsabilidade social dos


consumidores
Consumerismo: é a acção social conduzida a vários níveis para legitimar ou aprofundar
os direitos dos consumidores, incluindo-se aqui a intervenção no mercado com o objectivo
de aperfeiçoar a qualidade de vida e os valores sociais.

Consciencialização para a defesa do consumidor e do meio ambiente


Passa por:
• Informação ao consumidor
• Reconhecimento de um conjunto de direitos
• Educação do consumidor

A PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS


3.1. Bens – sua classificação (leccionado na unidade anterior)
Bens: tudo aquilo que se utiliza para satisfazer as necessidades do Homem.
• Livres: não são escassos, não é preciso dispender de moeda ou trabalho para obter
(ar que respiramos)
• Económicos: a sua obtenção implica uma actividade/esforço/custo da humanidade,
pois são escassos.

Utilidade: Aptidão de um bem ou serviço para satisfazer uma necessidade.


Valor de uso: importância que um indivíduo atribui a determinado bem ao conservá-lo
apto a satisfazer uma necessidade
Valor de troca: valor atribuído aos bens, tendo em conta a possibilidade da sua troca por
outros bens. Este valor é sempre expresso noutro bem. Actualmente, costumamos utilizar
a moeda e, por isso, designamos este valor por preço.
Classificação dos bens económicos
Quanto à natureza:
● Bens Materiais (Produtos)
● Bens Imateriais/(serviços)

Quanto à função:
● Bens de Produção : (consumos intermédios, como é o caso:)
Matérias-primas (farinha, ovos para um bolo)
Matérias Subsidiárias (fazem parte da produção mas não
aparecem no resultado final, a energia utilizada para a produção
do bolo)
bens de equipamento (máquinas)
● Bens de Consumo: (Bens destinados logo ao consumo final, como
por exemplo o leite que bebemos, não é transformado)

Quanto à duração:
● Bens Duradouros (podem ser utilizados mais que uma vez)
(TV,calculadora)
● Bens não duradouros (só são usados uma vez, pois extinguem-
se) (comida)

Quanto às relações que estabelecem entre si:


● Bens sucedâneos (substituíveis\concorrentes)
● Bens Complementares (não são substituíveis) (para pintar é
preciso a tinta e o pincel)
-> complementaridade vertical
-> complementaridade horizontal

3.2. Produção e processo produtivo. Sectores de actividade


económica.
Produção: actividade pela qual um agente económico cria riqueza sob a forma de B&S,
com vista à satisfação das necessidades.
Processo produtivo: conjunto de etapas necessárias ao fabrico de um bem. Engloba
todas as fases de transformação,desde entrada das matérias-primas até à obtenção
dos produtos acabados.

Os setores de atividade económica


Multiplicidade de actividades económicas, podem ser agrupadas de acordo com as
características comuns entre si.
Classificação por 3 sectores de actividade económica (Colin Clark):
● Setor primário : atividades relacionadas com bens provenientes da natureza
(pesca, agricultura, pecuária)
● Setor secundário: indústrias transformadoras de matérias-primas fornecidas
pelo setor primário.
->Indústrias ligeiras, que têm menos investimento e por isso mais trabalho
intensivo (indústria de calçado\têxtil)
->Indústrias pesadas, muito investidas (indústria de cimento\produção de energia
● Setor terciário : serviços e outras atividades não abrangentes pelos outros
setores. (comércio\seguradoras\educação\turismo)

3.3. Factores de produção – noção e classificação


Factores de produção: conjunto de elementos necessários para produzir bens e
serviços. Recursos + trabalho + capital = Produção
São combinados de formas diversas

3.3.1. Os recursos naturais


Recursos naturais : bens que a natureza fornece.
Recursos renováveis: aqueles que não se esgotam e que a Natureza repõe.
Recursos não renováveis: aqueles que se esgotam e que tendem a desaparecer com
o consumo do Homem.

Necessidades ilimitadas vs recursos escassos


-Pressão sobre os recursos naturais
-Esgotamento dos recursos não renováveis Degradação dos recursos renováveis
-Tem-se agravado ao longo dos tempos (acelerado)

3.3.2. O trabalho. A situação em Portugal e na UE

1. Noção, tipos e evolução


Trabalho: toda a actividade, física ou intelectual, remunerada, realizada com uma
finalidade económica.

Formas / classificação do trabalho:


Qualificação ou preparação específica :
Simples - não é necessário ter qualificações específicas.
Complexo - é preciso ser qualificado através da formação ou de experiência
profissional.
Tipo de esforço:
Manual - esforço predominante físico.
Intelectual - esforço predominante mental.
Proximidade com as matérias-primas:
Directo
Indirecto

Objetivo a atingir ou natureza da função desempenhada:


Execução - da função desempenhada
Direcção - planeamento e controlo da atividade produtiva.
Inovação / invenção / investigação
Evolução dos processos produtivos (inovação tecnológica)
Evolução das formas de trabalho
Divisão natural do trabalho (sexo, idade)
Divisão social do trabalho (profissões)

População activa e taxa de actividade


População activa: a parcela da população residente num país com idade superior à
escolaridade obrigatória e com capacidade para o exercício de uma actividade
remunerada.
• População empregada: parte da população activa que, tendo capacidade
para o exercício de uma profissão, está a exercê-la.
• População desempregada: parte da população activa que embora tenha
capacidade para o exercício de uma profissão remunerada, temporariamente ou por
razões alheias à sua vontade, não está a exercê-la.
taxa de atividade= Pop. ativa x100
Pop.Total

Desemprego – Causas e tipos


Desemprego: é a situação de inactividade forçada de mão-de-obra, isto é, abrange os
indivíduos que gostariam de encontrar emprego e que não conseguem arranjar
nenhum.

Taxa de desemprego= Pop.desempregada x 100


Pop.ativa

Causas do desemprego:
Causas estruturais: o desemprego aparece em resultado de alterações estruturais da
economia e que afecta durante muito tempo os trabalhadores.
Causas conjunturais: o desemprego surge em consequência de variações mais ou
menos longas, mas passageiras, das condições do mercado e que afectam a curto
prazo os trabalhadores.

Tipos de desemprego:
Tecnológico (desemprego devido à dificuldade da mão de obra para a tecnologia) -
estrutural
Cíclico (recessões económicas) - conjuntural
Tipos de desemprego Repetitivo (pessoas que mudam muitas vezes de emprego) :
De longa duração (desempregado superior a 1 ano) – estrutural
Sazonal (actividades cíclicas)
Voluntário (razões pessoais)
Formação ao longo da vida
Assume uma grande importância hoje em dia por duas razões:
• Uma melhor qualificação dos recursos humanos -> Aumento da produtividade
• Inovação tecnológica
Trabalhadores com novas qualificações + Trabalhadores com mais qualificações

Terciarização
É um fenómeno que está associado ao processo de desenvolvimento dos países e
consequentemente ao desenvolvimento tecnológico e designa a importância crescente
das actividades do sector terciário no conjunto das actividades económicas que contribui
para : Capacidade de emprego & Contribuição para o produto (riqueza)

Este crescimento do sector terciário, nos países desenvolvidos, resulta do:


• Aumento / incremento dos serviços nas indústrias (organização dos processos
produtivos através da gestão do tempo, do espaço, dos recursos materiais e humanos
para melhorar os bens fornecidos)
• Incremento dos serviços relacionados com a comercialização dos bens (concepção
dos bens, controlo de qualidade, marketing)
• Incremento da subcontratação de empresas (limpeza, manutenção,...)

O capital – noção e tipos


Capital em sentido económico: capital ≠ riqueza
Património (bens / riqueza) que é aplicado Património (bens / riqueza) que não é Na
actividade produtiva (na produção de mais aplicado na actividade produtiva. Bens ou de
mais riqueza).

Classificação\ tipos de capital

1. Capital técnico: conjunto de todos os bens utilizados no processo produtivo.


● Capital fixo: capital técnico constituído por bens duradouros (utilizados em
mais do que um processo produtivo) (Ex.: Edifícios, máquinas,
ferramentas, ...).
● Capital circulante: parte do capital técnico constituído por bens não
duradouros (utilizados somente num processo produtivo) (Ex.: matérias-
primas – transformadas, matérias-subsidiárias – destruídas)

2. Capital financeiro: conjunto de todos os meios financeiros utilizados no processo


produtivo, sempre constituído por moeda e depósitos à ordem (elementos líquidos)
e por valores mobiliários (elementos quase líquidos como acções, obrigações,... ).
● Capital próprio: conjunto de valores pertencentes à própria empresa
(autofinanciamento)
● Capital alheio: conjunto de valores que constituem o funcionamento de
terceiros. ( crédito bancário)
3. Capital humano: instrução e formação dos indivíduos (indispensável para a
eficácia da produção). Conjunto de capacidades humanas economicamente produtivas

4. Capital natural: recursos naturais (indispensável para produzir).

Combinação dos factores de produção

É possível obter a mesma quantidade de um bem através de diferentes combinações:


basta alterar as quantidades de cada fator de um modo ajustado, como aumentar um nº
certo de máquinas (fator capital) e reduzir um adequado nº de trabalhadores ( fator
trabalho), com esta combinação é possível a criação de bens e serviços necessários para
a satisfação das necessidades.

Força de trabalho + Recursos Naturais + Meios de produção ou capital

k P = quantidade produzida de um bem


produção
P= F(K,T)
F = função
K = capital
T = trabalho

Todos os pontos da curva representam o


mesmo nível de produção com diferentes
T combinações de trabalho e capital.

Exemplo:
É possível produzir a msm quantidade de um determinado bem com mais trabalhadores
e menos máquinas ou vice versa.
A tabela indica diferentes quantidades de dois fatores produtivos para a produção de
2000 unidades de um bem x.

PONTOS FATOR TRABALHO FATOR CAPITAL

A 2 6

B 4 3
C 6 2

6
Produção = 2000 u.

4 6

Isoquantas: representação gráfica de todas as combinações possíveis


de factores que permitem obter um determinado nível de produção dado
o estado tecnológico.
Isocusto: curva que representa as diferentes combinações de custos
dos fatores para um dado custo total de produção.
Do factor trabalho + Do factor capital + Dos consumos intermédios
+ ... = total dos factores produtivos
Pode ser medida em termos Físicos ou tecnológicos (quantidade) ou
Monetários (valor)

Características dos fatores produtivos


Para ser possível substituir trabalho por capital, e vice-versa.

● Adaptabilidade\ Divisibilidade - quando é possível de adaptar os


fatores produtivos a novas situações de produção. emp : matérias-
primas ou energia pois podem servir para várias coisas.
● Substituibilidade - quando há possibilidade trocar um fator por
outro que cumpra a mesma função. exp : Trator passa a executar
as tarefas de um ser humano (estamos a substituir o fator trabalho
pelo fator capital (trator)).
● Complementabilidade - aplica-se nas situações em que o uso de
um fator implica a utilização de outro. emp: o trator para poder
trabalhar era preciso ser conduzido pelo ser humano,
complementando-se desta forma os fatores trabalho e capital
Função produção: conjunto de todas as combinações possíveis de
factores que permitem obter um determinado nível de produção, dado o
estado tecnológico.
(caderno)

A Produção resulta da combinação de diferentes fatores produtivos em


proporções variáveis , tendo em conta que, até certo limite, os fatores
produtivos são substituíveis.
A substituição dos fatores de forma eficiente exige tempo, podendo
verificar.se 3 situações:
● Curtíssimo prazo - período de tempo tão curto que não permite
qualquer fatores produtivos.
● Curto prazo - período de tempo no qual os fatores produtivos
variáveis (matérias primas, trabalhos, etc.) podem ser facilmente
substituído\ ajustados, mas os fixos (instalações, equipamentos,
máquinas) não podem ser completamente substituídos.
➢ fatores produtivos variáveis : podem ser alternados no curto
prazo.
➢ fatores produtivos fixos : não podem ser alternados no curto
prazo.

● Longo prazo - período de tempo em que todos os fatores podem


ser alterados (trabalho e capital)

Produto e Produtividade

Produtividade: Traduz a relação entre o que se produz e os meios que


se gastam para se obter essa produção.
A produtividade pode medir-se em relação:
● ao fator trabalho -> produtividade do trabalho
● ao fator capital -> produtividade do capital

Produtividade total em valor:

produtividade total = valor da produção


valor dos fatores
produtivos

Pretendemos apurar o valor da produção obtida por um fator,


Produtividade média em valor:

produtividade média = valor da produção


de um fator em valor valor desse fator

Pretendemos determinar a quantidade de produto obtido por um fator,


Produtividade média em quantidade:

produtividade média de = volume da produção


um fator em quantidade quantidade desse fator

Produtividade Marginal- permite medir o acréscimo de produção


obtido de cada vez que se adiciona uma unidade de pafor produtivo, ou
seja, o impacto de uma unidade suplementar de fator no resultado final.

Produtividade marginal = acréscimo na produção


acréscimo do fator utilizado

Há,no entanto, alguns fatores que são determinantes para o nível de


produtividade.Por um lado, deve haver uma grande aposta na qualidade
do trabalho através da valorização do capital humano e na adequação
das condições de trabalho, por outro, é fundamental investir em
investigação e desenvolvimento, desenvolver as infraestruturas, utilizar
máquinas e matérias-primas apropriadas e promover a eficiência da
Administração Pública.
A baixa produtividade é um dos grandes problemas da economia
portuguesa e para combater é necessário compreender as suas causas.

(:::::)esquema

Lei dos Rendimentos Decrescentes- aumento constante de um fator


(capital\trabalho) produtivo, mantendo tudo o resto constante, provoca
aumentos de produção que, a partir de certo ponto, a produção
resultante desse aumento vai diminuindo progressivamente, isto é, os
acréscimos de produção obtidos começam a ser cada vez menores -
diminuição marginal da produção.

Nota: há sempre pelo menos um fator que é constante (fixo) e outro que
é variável.

Exemplo:
Neste caso considera-se que o capital é um fator fixo e que o trabalho é
o fator variável.
fator capital produção mensal
fator capital produto marginal
(nº trabalhadores) (quantidade)

220-100 =120
3
maquinas 360 360-220 = 140
430 430-360=70

470 470-430 = 40

18 490-470 =20
A quantidade produzida mensalmente aumentou sempre mas o ritmo
desse aumento (evolução do produto marginal) começou a diminuir
após ter atingido o seu valor máximo (140). Por isso, a quantidae de
fator trabalho permite obter a combinação ótima dos fatores é 9
(trabalhadores), pois é quando se regista o maior acréscimo de
produção. A partir desse ponto os rendimentos começam a decrescer
(o produto marginal passa de 140 para 70, a seguir passa para 40, e por
fim, para 20)
(:::::) esquema

Custos de produção- representam o custo total que uma unidade


produtiva tem de desembolsar para o desenvolvimento da sua atividade.
Os custos de produção incluem os custos fixos e os custos variáveis.

Custo total = Custos fixos + Custos variáveis


CT = CF + CV

Custos fixos (CF)- Encargos suportados pelas empresas pelo processo


de fabrico de bens que não variam em função das quantidades
produzidas.

Custos variáveis (CV)- Encargos suportados pelas empresas pelo


processo de fabrico de bens que variam em função das quantidades
produzidas.

Custo unitário ou Custo médio (CM)- custo individual de cada bem


produzido.

Custo médio = _____custo total________


quantidade de bens

Custo marginal (CMg) - Total de encargos acrescidos que é necessário


suportar por cada unidade adicional que é produzida.

Custo Marginal = Custo Total (x) - Custo Total (x-1)


Economias de escala- Poupança obtida da diminuição dos custos
unitários, quando uma unidade produtiva aumenta a sua escala de
produção.

Maneiras de empresas conseguirem obter economias de escala:


● aumento da especialização do trabalho, de modo a melhorar a
produtividade;
planeamento adequado da atividade, permitindo uma redução dos
desperdícios dos recursos materiais e humanos;
● utilização de tecnologias mais eficientes;
etc.

No entanto,este aumento progressivo da dimensão da empresa pode, a


partir de um certo ponto, gerar..

Deseconomias de escala- A escala de produção aumenta tanto que os


seus custos unitários começam a aumentar.O aparecimento de
deseconomias de escala está associado a diversos fatores, como a
dificuldade em gerir os recursos das empresas e o escoamento das
produções ou o aumento do desperdício de recursos.

(:::::) esquema
COMÉRCIO E MOEDA
Comércio – noção e tipos
Distribuição: Conjunto das operações que permitem encaminhar um
produto da fase final da fabricação para a fase do consumidor ou
utilizador.
Canais/circuitos de distribuição: percurso efectuado pelo bem desde
a produção até ao consumo.

Produtor exportador/importador grossista retalhista consumidor

Armazenista ou grossista: comerciante que compra os bens aos


produtores em grandes quantidades, fracciona-os e armazena-os,
vendendo-os depois aos retalhistas.
Retalhista: comerciante que, em geral, compra os bens aos
armazenistas, vendendo-os posteriormente aos consumidores.
Hoje em dia, a tendência vai no sentido da concentração, isto é, da
supressão dos intermediários de forma a aproximar o consumidor do
produtor e, assim, diminuir os preços e aumentar as margens do produtor.

Logística: Conjunto de atividades que é necessário levar a cabo para


gerir a circulação dos fluxos de bens desde a produção até ao consumo.
Comercialização

Compra e venda dos


bens
Fracionamento e
embalagem

Armazenagem
Transporte

Transportes: actividade económica que consiste na deslocação das


mercadorias do local de produção para o local de consumo.
● Eliminam o factor espaço: permitem que aquilo que foi produzido
num determinado local esteja disponível noutro para consumo.
Comércio: o comércio consiste numa actividade de troca.
● Elimina o factor tempo: permite que aquilo que foi produzido
anteriormente esteja disponível quando os consumidores
precisarem.
Tipos e formas de comércio:
Interno: as trocas são efetuadas dentro de um espaço geográfico
nacional.
Externo ou internacional: as transações envolvem agentes
económicos de diferentes países.

➔ comércio independente (não depende de outras;próximo;


pequenas empresas) - Empresas familiares de pequena
dimensão. (minimercados, comércio ambulante)
● numero reduzido de empregados
● operam num único ponto de venda.
➔ comércio integrado (ou organizado)- estabelecimento
incluído numa cadeia de lojas. (shopping)
✳ reúne as funções grossista retalhista
✳ explora cadeias de pontos de venda
✳ Identifica-se pela mesma marca
✳ aplica políticas comuns na gestão.
Grandes armazéns : Oferecem no mesmo local diversas categorias de
produtos arrumados em secções,funcionando quase como uma loja
especializada; Consumidor encontra uma grande variedade de produtos
num mesmo edifício: Exemplo: El Corte Inglés.

Armazéns populares: Menos sotisficado do que Grandes Armazéns;


Clientes com menor poder de compra; Variedade de produtos mais
reduzida; Vende em livre-serviços, com o objetivo de reduzir custos e
oferece preços mais baixos. Exemplo: DeBorla.
Grandes superfícies generalistas: mais vulgarmente denominadas
hipermercados, onde se pode comprar de quase tudo no mesmo espaço,
desde alimentos até eletrodomésticos, passando por vestuário, calçado
e artigos para o lar; Exemplo: Continente, Jumbo.

Grandes superfícies especializadas: espaços suficientemente amplos,


como no caso anterior, onde o consumidor pode circular e escolher os
produtos que deseja – a diferença relativamente à situação descrita
anteriormente é que, neste caso, os produtos à venda não são tão
diversificados, enquadrando-se numa determinada especialização, que
pode ser, por exemplo, a jardinagem, materiais de construção, mobiliário,
etc.
Franchising: modalidade que resulta de um acordo celebrado entre duas
empresas independentes, o franchisador e o franchisado, em que o
primeiro, normalmente uma empresa multinacional que criou a marca e a
desenvolveu, cede ao segundo o direito de utilizar essa mesma marca
em troca do pagamento de uma percentagem sobre o volume de
negócios ou outra qualquer contrapartida;

➔ comércio associado ( o mesmo canal de transporte pode


levar a várias empresas);Forma de comércio em que empresas
comerciais se coligam com o objetivo de racionalizar algumas
operações comuns, preservando a sua autonomia jurídica.

Métodos de distribuição / sem pontos de venda:


Venda à distância: os produtos são apresentados aos consumidores
através de meios de comunicação.
Comércio electrónico (cibervenda): é a venda realizada através da
Internet.
Venda direta: o comprador e o vendedor estão em contacto, ou seja,
encontram- se no mesmo espaço físico.
Venda automática: efectuada por máquinas, como, por exemplo, na
venda de bilhetes, selos, etc;
Moeda

Inconvenientes da troca directa:


● Coincidência de interesses;
● Indivisibilidade de certos bens;
● Perecibilidade de certos bens;
● Dificuldade de transporte;
● Determinação do valor relativo entre bens.

Troca indirecta (Bem Moeda Bem): caracteriza-se pela existência de


um bem que serve de intermediário.
Moeda: bem de aceitação generalizada que serve de intermediário nas
trocas.
➔ Moeda mercadoria: uma das mercadorias serve como moeda
(sal)
➔ Moeda metálica: utilização do ouro e da prata -> Moeda padrão
-> ”””””” Trocos
● Moeda de papel: surgiu a par da moeda divisionária ou moeda de
trocos. (Moeda representativa;Moeda fiduciária,Moeda de curso fechado)

➔ Moeda escritural (ou bancária)- é constituída pela


movimentação dos depósitos bancários (depósito à ordem), e não
pelos meios que são utilizados para os movimentar (cheques,
ordens de pagamento, cartões de crédito e débito).
➔ Desmaterialização da moeda: processo que consiste no facto de
a maioria da moeda actual ter cada vez menos concretização
física.

Tipos de moeda actualmente utilizados:


● Moeda metálica (divisionária ou de trocos)
● Papel-moeda (ou notas de banco)
● Moeda escritural (ou moeda imaterial ou bancária)

Funções da moeda

● Unidade de conta ou medida de valor: é a moeda que expressa


os valores dos bens e serviços;
● Meio pagamento: sendo aceite por todos, permite adquirir bens e
serviços;
● Reserva de valor: é possível guardar moeda com vista a adquirir
bens e serviços no futuro.

Formas atuais de moeda

● Moeda divisionária ou de trocos: constituída pela moeda


metálica, utilizada, sobretudo, paga pagamentos de baixo valor;
● Papel-moeda: notas de banco, utilizadas principalmente para
pagamentos de valor mais elevado;

● Moeda escritural: constituída por depósitos previamente


efetuados nos bancos e que pode ser movimentada, através de
cheque, cartões de crédito e débito, etc.
A nova moeda portuguesa – o euro
No dia 1 de janeiro de 2002 entrou em circulação a moeda europeia – o
Euro –, substituindo assim as moedas nacionais que circulavam até
essa data nos países da Zona Euro – espaço comum onde circula a
mesma moeda (o Euro).
Vantagens e desafios da adoção do euro
A nova moeda europeia trouxe algumas vantagens:
● Facilitou as trocas, eliminando-se encargos com a transação de
divisas e com as diferenças cambiais;
● Possibilitou uma maior estabilidade dos preços, o que permitiu
uma redução das taxas de juro, beneficiando tanto as famílias
como as empresas;
● Aprofundou o processo de integração europeu criando um
espaço económico mais coeso;
● Reforçou o peso político e económico da UE no contexto de
comércio internacional.
Apesar das suas vantagens, o euro também colocou alguns desafios:
● Encargos relacionados com a implementação e adaptação da
nova moeda, como a aquisição de equipamentos, substituição de
programas informáticos e formação, por exemplo;
● Adoção de políticas económicas mais restritivas, de modo a
cumprir os critérios de convergência nominais;
● Dificuldade nas empresas em aumentar a sua competitividade
para fazer face a uma maior concorrência.

Preço de um bem – noção e componentes


O preço de um bem ou serviço - quantidade de moeda que é necessário
despender para o obter.
A moeda expressa o valor de troca de uma bem e não o seu valor de
uso:
● Valor de uso: é uma avaliação subjetiva da satisfação, e
corresponde ao conjunto de características próprias desse bem e
que conduz à sua escolha, dependendo de diversos fatores, que
variam de acordo com o contexto social em que a escolha é
efetuada;
● Valor de troca: exprime-se por uma relação de troca que,
relativamente a cada bem, estabelece a quantidade de outros
bens que lhe são equivalentes.
● Utilidade do bem- exprime a capacidade do bem para sastisfazer
necessidade.
Fatores que intervêm na formação do preço de um bem
● Custos de produção envolvidos na produção do bem, quer sejam
custos fixos + variáveis;
● Custo do fator trabalho;
● Preços dos bens substituíveis;
● Imagem de marca do bem: a empresa poderá pretender afirmar-
se no mercado através de uma estratégia de preços mais
elevados, de modo a criar uma imagem de prestígio, por exemplo;
● Intervenção do Estado: através da aplicação de impostos
indiretos, fazendo aumentar o preço do bem ou através da
concessão de subsídios, o que provoca uma redução do seu
preço;
● Nº de compradores e de vendedores existentes

Inflação – noção e medida


Inflação ≠ subida sazonal dos preços

Inflação: subida contínua e generalizada dos preços dos bens e


serviços.

Subida sazonal dos preços: aumento dos preços de alguns bens em


determinados períodos do ano.

Deflação ≠ desinflação ≠ estagflação

Deflação: Descida generalizada e persistente dos preços dos B&S


numa dada economia.
Desinflação: Diminuição do ritmo de crescimento dos preços, ou seja,
os preços continuam a subir, mas a um ritmo inferior.
Estagflação: Inflação acompanhada de estagnação económica.
Os preços continuam a subir - O crescimento económico abranda;
- O investimento cresce menos;
- Diminui o consumo;
- Diminuem as exportações;
- Diminui a produção.

Tipos de inflação
● Moderada: inferior a 10%;
● Galopante: entre os 11 e os 300%;
● Hiperinflação: superior a 300%.

Causas da inflação:
• Excesso de moeda em circulação – quando a quantidade de moeda
em circulação aumenta sem o correspondente aumento da produção de
B&S, os preços têm tendência a subir em virtude do aumento da procura;
• Aumento dos custos de produção provocadas quer pelo aumento dos
salários sem o correspondente aumento da produtividade dos mesmos
quer pelo aumento do preço das matérias-primas. Quando esse aumento
de preços se verifica em matérias-primas essenciais ao processo
produtivo, acaba por se estende à generalidade dos B&S (é o caso do
aumento do preço do petróleo). Poderá também existir, nestes casos,
inflação importada, quando as matérias-primas de outro país aumentam
o preço e provocam a subida dos preços no país do destino (a inflação
tem origem noutro país);
• Expectativas dos agentes económicos – a criação de um clima
inflacionista contribui, frequentemente, para o agravamento do próprio
processo inflacionário, porque leva os agentes económicos a tentarem
antecipar os aumentos dos preços, antecipando consumos (no caso dos
consumidores) ou açambarcando produtos, à espera que o seu preço
aumente (no caso dos produtores ou consumidores).
Consequências da inflação:
1. Depreciação do valor da moeda

À medida que os preços aumentam o consumidor, com o mesmo


dinheiro, compra cada vez menos produtos. Então podemos dizer que a
moeda vale cada vez menos, isto é, existe uma depreciação do seu
valor.

2. Depreciação do poder de compra 1

Se o rendimento das famílias se mantiver e os preços aumentarem,


dando origem a um processo inflacionista, então verifica-se a
deterioração do poder de compra, o que significa que, com o mesmo
rendimento, as famílias satisfazem cada vez menos necessidades.

De um modo geral, a inflação provoca a deterioração das condições de


vida e isto faz-se sentir de modo particular naqueles que
recebem rendimentos fixos (rendas, pensões), dada a não
valorização progressiva dos seus rendimentos.

Depreciação da moeda: redução do valor dessa mesma moeda.


Poder de compra: capacidade financeira das famílias que se traduz na
quantidade de B&S que elas podem adquirir com os seus rendimentos.
Deterioração do poder de compra: diminuição da capacidade
aquisitiva das famílias.

O IPC - Ìndice de preços do consumidor

Índice de preços do consumidor: é o instrumento utilizado para medir


a variação média do poder de compra dos consumidores.

1
Quantidade de bens e serviços que uma família pode adquirir com o seu rendimento.
Z = no ano x são necessários €Z para comprar os mesmos B&S que se
compravam no ano- base por €100.

O IPC permite:

1. Que o Governo avalie a política de preços;


2. Calcular o consumo das famílias em termos reais;
3. Negociar contratos de trabalho com os sindicatos indexando aos
salários o valor da inflação;
4. Indexar as pensões de reforma ao valor da inflação;
5. Medir a competitividade da economia;
6. Calcular a inflação.

IHPC (Índice Harmonizado De Preços do Consumidor)


Porquê o IHPC?
Necessidade de índice de preços no consumidor comparável e fiável,
entre os estados- membros da EU. Uniformização dos métodos para
efeitos de comparação e para a elaboração de indicadores agregados
ao nível da UEM.

Em que diferem o IPC e o IHPC

A taxa de inflação
Taxa de inflação ≠ Inflação
Taxa de inflação: Variação percentual dos preços verificada entre dois
momentos do tempo.

ou

Z% - Os preços subiram, em média, entre o ano x e o ano y, Z%.

Formas de cálculo da taxa de inflação


• Inflação média anual: mede a variação dos preços ao longo dos 12
meses de um ano (é calculada com base em várias observações
estatísticas e, por isso, é mais estável).
• Inflação mensal: compara a taxa de inflação de um mês com o valor
observado no mês anterior.

Inflação homóloga:quando se compara a taxa de inflação de um mês


com o mesmo mês do ano anterior.

NOTA
Nível de vida Custo de vida

É determinado Depende do
pelo conjunto de nível geral
bens e serviços que um dos preços. Determina
indivíduo pode obter com o seu igualmente o poder de compra
rendimento. Associa-se ao mas depende apenas da
poder de compra. variação dos preços.

RENDIMENTO PREÇOS

I. Se o custo de vida aumentar sem que o rendimento acompanhe este


aumento, verificar-se-á uma diminuição do nível de vida dos indivíduos.

II. O aumento do custo de vida acompanhado por um aumento superior do


rendimento, permitirá aos indivíduos elevar o nível de vida.

PREÇOS E MERCADOS
Mercado – noção e exemplos
Mercado: é a situação ideal onde se confrontam as intenções de produção dos
produtores e as solicitações dos consumidores, de que resulta o “preço de
mercado” para aquele bem.

No mercado, compatibiliza-se a oferta e a procura de um bem, para um certo


preço

O Mecanismo de Mercado- Modo como se combinam num mercado os interesses dos


produtores e compradores de um bem, que conduz a formação do preço ideal de
mercado.

A procura e lei da procura


Procura: A procura de um bem é a quantidade desse bem que os compradores estão
dispostos a adquirir a cada preço.

A Procura e a Lei da Procura

● A procura individual - quantidade procurada de um bem por um


indivíduo.
● A procura agregada ou coletiva -soma de todas as procuras individuais.

Lei da Procura – a quantidade procurada de um bem varia na razão inversa do respetivo


preço, “ceteris paribus”.
D – Curva da procura (D): esta curva representa, graficamente, as
quantidades de um bem que um conjunto de consumidores está disposto a
comprar a cada preço

Relação inversa ou função decrescente

Devido a 2 efeitos:
• Efeito-substituição: efeito resultante da alteração das condições de
concorrência entre os bens, quando o preço varia. O consumidor compra
outros bens.
• Efeito-rendimento: efeito resultante da alteração do rendimento real. É como
se o consumidor ficasse mais pobre.
Bens normais: um aumento do rendimento provoca um aumento proporcional
da procura desse bem.

Bens superiores: um aumento do rendimento provoca um aumento mais do


proporcional da procura. exp: Bens de luxo.

Bens inferior: aqueles em relação aos quais um acréscimo de rendimento


implica uma diminuição das quantidades procuradas.exp:bilhetes de autocarro
porque as famílias compram os seus próprios carros.

Situação 1: quando o nível de rendimento dos consumidores aumenta,


mantendo-se tudo o resto constante, o consumo de bens normalmente também
aumenta. curva da procura desloca-se para a direita.

Situação 2: quando o nível de rendimentos é menor,mantendo-se tudo o resto


constante, o consumo de bens normalmente diminui. Curva da procura
desloca-se da direita para a esquerda.

A Oferta e a Lei da Oferta


● Também aqui podemos distinguir a oferta individual da oferta agregada
– representa o comportamento global dos produtores de determinado
bem ou serviço, tendo em conta o preço desse mesmo bem.

OFERTA: conjunto de bens e serviços que os produtores estão dispostos a


vender no mercado, para cada preço, “ceteris paribus”.
Lei da Oferta – a quantidade oferecida de um bem varia na razão direta do respetivo
preço, “ceteris paribus”.

Alteração num
dos factores
determinantes
da procura
a) Rendimento dos
consumidores
Aumento do rendimento (caso de um bem normal) / diminuição do rendimento
(caso de um bem inferior)
Aumento do rendimento (caso de um bem inferior) / diminuição do rendimento
(caso de um bem normal)
b) Preço de outros bens
- Redução do preço de um bem substituto / aumento do preço de um bem
complementar
-Redução do preço de um bem complementar / aumento do preço de um bem
substituível
Alteração num dos factores determinantes da oferta
Alteração num dos factores determinantes da oferta

a. Custo dos factores de produção


- Redução nos custos de produção (Ex. Matérias-primas)
Devido ao aumento nos lucros ↗ -> motivação dos produtores para produzir
- Aumento dos custos de produção (Ex. Salários)
Devido à redução nos lucros -> ↘ motivação dos produtores para produzir

b) Melhoria da tecnologia ou dos métodos de produção


↘ C ↗ Qs (igual à redução dos custos de produção)
c) Preço de outros bens
- Aumento do preço de um bem substituível / diminuição do preço de um bem
complementar
- Aumento do preço de um bem complementar / diminuição do preço de um
bem substituível

Estrutura de mercados
Mercados de concorrência perfeita

Condições (pressupostos) teóricos de um mercado de concorrência perfeita:


Atomicidade: Existência de elevado número de vendedores e de
compradores,todos eles de importância e dimensão reduzidas, de tal forma
que,individualmente, nenhum deles tem capacidade para
influenciar,significativamente, nem o preço nem as quantidades oferecidas do
bem.
• Homogeneidade: Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são
homogéneos,por isso, para o comprador é indiferente o bem do produtor A ou
B.
• Transparência: Todos os intervenientes no mercado têm acesso a toda a
informação disponível (informação perfeita e completa).
• Permeabilidade: livre entrada e saída das empresas do mercado (não
existem barreiras).
• Mobilidade: facilidade em mudar de actividade ou de produto.

Nota: Basta que uma destas condições não se verifique para que não
estejamos em presença de concorrência perfeita (concorrência imperfeita)

MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA OU BILATERAL

Ao concorrerem entre si, as empresas provocam:

1. A descida do preço do produto O consumidor beneficia assim


2. A melhoria da sua qualidade desta concorrência.

I. Concorrência imperfeita

O mercados distinguem-se entre si em função:


1. Do número de intervenientes;
2. Da respetiva capacidade de influência no mercado.
● Num mercado podemos encontrar muitos, poucos ou apenas um
produtor
● Os produtos produzidos podem ser semelhantes ou diferenciados

Oligopólio

I. Várias (duas ou três) grandes unidades a produzir o mesmo produto.


II. O preço vai resultar do acordo que se estabelece entre essas unidades que
dividem entre si clientes e regiões.

Estas empresas estão muito próximas da situação de monopólio (unico produtor de


um B ou S)

Monopólio

I. Existência de apenas uma grande unidade de produção.


II. O produtor tem o domínio total do mercado e, de certo modo 2, pode impor o
preço que desejar, bem como produzir os bens que decidir.

Concorrência monopolística

I. Nestes, existem muitas unidades de produção pequenas (multiplicidade).


II. Estas unidades produzem bens não homogéneos logo há alguma diferenciação
do produto, dando a cada produtor um certo poder para fixar o preço do seu
bem.

2
Uma empresa em situação de monopólio não pode elevar demasiado o preço do produto, pois corre o risco de não o
vender e ainda, se o produto for de primeira necessidade, o de ser nacionalizada.
(são várias as formas de distinção do produto: marcas; modelos; embalagens;
variedades)

Há concorrência entre os produtos.

Concentração empresarial: Fusões e aquisições


Objectivos/ motivos para a concentração empresarial:
• Economias de escala: permite produzir em maior quantidade possibilitando
uma redução nos custos unitários de produção;
• Eliminação de parte ou da totalidade da concorrência o que permite um
maior controlo sobre os preços e as quantidades oferecidas no mercado.
Formas de concentração empresarial:
• Cartel: acordo temporário entre várias empresas que produzem bens
semelhantes com o objectivo de controlar a oferta e o preço do bem;
• Fusões: duas ou mais empresas unem-se, formando uma nova empresa
juridicamente diferente de qualquer das anteriores;
Ex: Sonae/Modelo Continente/Complexo Troia  “grupo econômico”
• Aquisições: uma ou mais empresas são adquiridas por outra.

Consequência da concentração empresarial:


• Diminuição da concorrência nos mercados.

Formação do preço em concorrência perfeita

Ponto de equilíbrio - Ponto do gráfico da lei da oferta e da procura que


representa o preço e a quantidade de equilíbrio.
Preço de equilíbrio- preço pelo qual as quantidades oferecidas e procuradas
de um be se igualam.
Quantidade de equilíbrio- quantidade que iguala a oferta e a procura de um
bem a um determinado preço (preço de equilíbrio)

Conceitos:

1. Grupo económico  conjunto de empresas de vários ramos de atividade e que defendem um mesmo
centro de decisão, o qual define as estratégias a seguir.

2. Holding  sociedade financeira que detém e gere participações em diversas empresas a fim de
orientar a atividade dessas empresas em função da estratégia do grupo.

3. Trust  grande empresa que resultou da fusão de empresas independentes e que tendem a adquirir
uma posição de monopólio.

4. Cartel  acordo entre empresas de modo a harmonizar as suas políticas e assim, reduzir a
concorrência no setor onde se encontram.
5. “Joint-venture”  quando duas ou mais empresas independentes criam uma filial sem que nenhuma
delas domine a outra. Utiliza-se normalmente nas situações de cooperação internacional e também
em projetos de grande responsabilidade.

6. Aquisição  quando uma empresa é comprada por outra, total ou parcialmente e em “Bolsa”.
a) Uma empresa oferece-se para ser comprada, colocando parte ou a totalidade do seu capital à
venda na bolsa  OPV (Operação Pública de Venda). Neste caso, esta empresa pretende
aumentar o seu capital e também ficar ligada a um grupo económico que lhe garanta mais
estabilidade.
b) Por vezes, uma empresa, por sua própria iniciativa, decide comprar outra, propondo aos
acionistas desta um valo para cada ação  OPA (Operação Pública de Aquisição).

O processo de aquisições permite muitas vezes que as empresas sobrevivam num mercado muito competitivo.

Neste contexto, os consumidores são os mais prejudicados pois a concorrência diminui.

! Nota ! : quando, nestes processos, estão incluídas empresas estrangeiras, é necessário ter algum cuidado
para que os interesses nacionais não sejam postos em causa.

ESQUEMAS-RESUMO:

 De concorrência perfeita ou bilateral


Concorrência
MERCADOS
monopolística
 De concorrência imperfeita Monopólio
Oligopólio

Poder dos mercados sobre a fixação dos preços

Concorrência perfeita Concorrência imperfeita

Os preços Os preços
resultam da dependem do
interação entre a poder que a
oferta e a procura. empresa tiver no
mercado (M > O >
CM)
unidade 6
RENDIMENTOS E REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS
Rendimentos primários: rendimentos que ocorrem na repartição primária – salários,
rendas, juros e lucros. Podemos ainda distinguir dois tipos de rendimentos primários:
os rendimentos provenientes do fator trabalho (salários) e os rendimentos
provenientes do fator capital (rendas, juros e lucros).

Rendimentos secundários: rendimentos provenientes de transferências sociais que o


Estado efetua para os agentes económicos – subsídio de desemprego, de doença, de
invalidez, etc.

O salário corresponde à parte do rendimento que é auferido pelo trabalhador em troca


do trabalho realizado no processo produtivo.

● Salário Direto: quantidade de moeda que o empresário paga aos trabalhadores


pela sua participação no processo produtivo, este salário inclui todos os
encargos que o trabalhador e o empresário têm de pagar ao Estado, como os
impostos diretos e as contribuições para a Segurança Social.
● Salário Indireto: quando se verifica o recebimento de moeda que não derivou de
uma participação direta no processo produtivo, como as transferências do
Estado, sob a forma de subsídios, para algumas famílias.

Os salários devem ser observados de duas perspetivas diferentes: a do trabalhador,


que encara o salário como uma fonte de receita, e a da entidade patronal, que vê os
salários e as demais despesas com o pessoal como um custo, uma fonte de despesa.

● Salário Bruto ou Líquido: salário ao qual ainda não foram deduzidos os impostos
e as contribuições sociais.
● Salário Líquido: aquele que é efetivamente o salário recebido, ou seja, salário
deduzido e impostos e contribuições sociais.

● Salário Nominal: representa a quantidade de moeda que um indivíduo recebe


em troca do seu trabalho.
● Salário Real: diz respeito à quantidade de bens e serviços que é possível adquirir
com o salário nominal, levando-se em conta o efeito da inflação, expressando
assim o poder de compra das famílias.

✔ Exemplo:
Aumento do salário nominal = 20%
Índice de preços no consumidor = 110 / Taxa de inflação =
10%
Aumento do salário real = (120/110) x 100 = 109

Apesar do aumento do salário nominal ter sido de 20%, o salário real


apenas aumentou 9%,
pois a taxa de inflação foi de 10%.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠

A repartição pessoal do rendimento


Repartição pessoal: é a repartição do rendimento criado numa comunidade
pelos diversos agregados familiares, independentemente da função
desempenhada no processo produtivo.
Objectivo: analisar as assimetrias / desigualdades dos rendimentos das
famílias, com a finalidade de estudar os seus efeitos sobre, nomeadamente, a
nível de poupança, a estrutura da sociedade e na intervenção do estado.
Indicadores de rendimento pessoal
a) Rendimento “per capita” (ou por habitante)

Rendimento
médio que cada habitante de um determinado país recebe por ano.
Normalmente, quanto maior for, maior será o nível de vida.
Limitação: sendo uma média, esconde as desigualdades existentes na
repartição pessoal.
NOTA: apesar das suas limitações, permite-nos ter uma ideia se o país produz
riqueza suficiente para distribuir pela população, garantindo-lhes o mínimo de
subsistência.

b) Leque salarial
Leque salarial: relação entre o valor mínimo com que o trabalho é remunerado
e o seu valor máximo.
É uma medida de amplitude ou de dispersão salarial.

Exemplo:
Salário máximo = 1500
Salário mínimo = 300
Leque salarial = 1500/300 = 5

A relação obtida diz-nos que o salário máximo é 5 vezes superior


ao salário mínimo, ou seja, a relação é de 1 para 5.
c) Curva de Lorenz (ou curva de concentração dos rendimentos)
Este indicador permite ultrapassar as limitações dos indicadores anteriores.
Através desta curva consegue-se avaliar o nível (grau) de concentração dos
rendimentos numa economia, isto é, as assimetrias na repartição do
rendimento.
Quanto maior for o afastamento da curva obtida, relativamente À reta de
equidistribuição, maior é a desigualdade verificada na repartição dos rendimentos.
Podemos assim verificar que o país Z apresenta uma maior desigualdade na repartição
dos rendimentos que os países X e Y, sendo que o X é o que apresenta uma menor
desigualdade
Este indicador da repartição do rendimento apresenta algumas limitações, já que no
cálculo do Rendimento Nacional não são contabilizados todos os rendimentos
provenientes da produção destinada ao autoconsumo ou ainda aqueles que fogem ao
fisco, como o contrabando, o comércio ilegal ou o comércio esporádico.

A redistribuição dos rendimentos

A redistribuição dos rendimentos é o conjunto de operações, realizadas numa lógica


social, com o objetivo de corrigir as desigualdades que ocorrem na repartição primária
dos rendimentos, ou seja, é uma repartição secundária.

Objectivo: Atenuar as assimetrias e proporcionar um melhor nível de vida de todos os


cidadãos (protecção individual)
Para conseguir isto, o Estado põe em prática políticas de intervenção:
● Política de preços: aplicação de impostos indiretos sobre o consumo de bens e
serviços consumidos sobretudo pelas classes de rendimentos mais elevados e
atribuição de subsídios aos bens e serviços de primeira necessidade;
● Política social: criação de sistemas de Segurança Social, garantindo a proteção
de cidadãos em situações de invalidez, doença, velhice ou desemprego;

● Política fiscal: aplicação de impostos diretamente sobre o rendimento das


pessoas ou de impostos indiretos que incidem sobre os bens e serviços.

Impostos: prestações pecuniárias (em dinheiro) cobradas aos cidadãos, em


determinadas situações previstas pela lei. Este podem ser diretos ou indiretos.
● Impostos diretos: impostos que incidem diretamente sobre o rendimento,
sendo, por isso, progressivos, ou seja, aumentam à medida que o rendimento
aumenta. Ex.: IRS (Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares) e IRC
(Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Coletivas);

● Impostos indiretos: impostos sobre o consumo de bens e serviços, ou seja, que


recaem sobre a utilização dos seus rendimentos, independentemente de quais
eles sejam. Ex.: IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), IA (Imposto
Automóvel) e ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos).
Taxas: prestações pecuniárias cobradas aos cidadãos que requerem determinados
serviços. Estas diferem dos impostos pois pressupõem a prestação de um serviço com
contrapartida do valor pago, como é o caso das taxas moderadoras dos serviços
públicos de saúde.

Transferências sociais: através das contribuições sociais, ou seja, das entregas


obrigatórias que os trabalhadores e as entidades patronais fazem à Segurança Social, o
Estado procede às transferências sociais, que são prestações, de âmbito social,
entregues aos cidadãos, podemos incluir os abonos, as pensões, os subsídios de
desemprego, invalidez, etc.
Rendimento Disponível dos Particulares

O rendimento disponível dos particulares é constituído pelo conjunto dos


rendimentos primários e secundários recebidos por cada individuo, depois de
deduzidos os descontos obrigatórios, impostos e contribuições sociais, por si
efetuados.
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠
= 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜𝑠 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜𝑠 = 𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜𝑠
= 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑠
POUPANÇA
E
INVESTIMENTO

O consumo é a porção de rendimento destinada à aquisição de bens e serviços que


permitem satisfazer as necessidades
Poupança é a parte do rendimento não empregue, no imediato, no consumo, é
guardado para o futuro.
Rendimento=Consumo+Poupança
Os destinos da poupança: a importância do investimento
Investimento: conjunto das despesas em bens de produção ou capital
efectuadas por uma empresa ou, em termos genéricos, pelo conjunto da
economia.
Importância do investimento: é o investimento, que não existe sem
poupança, que permite a continuidade do processo produtivo.

A poupança é uma condição necessária mas não suficiente, para que haja
crescimento económico, porque:
• Sem poupança não há investimento (condição necessária)
• Mas se a poupança não for investida, não contribuirá para o desejado
crescimento económico (condição não suficiente)
NOTA: Apesar de classificarmos o investimento destas três formas, não
significa que cada uma dessas categorias seja perfeitamente distinta da outra.
Assim, um investimento pode ser simultaneamente de inovação e de aumento

da capacidade produtiva, por exemplo.


Isto mostra-nos a importância da inovação no aumento da capacidade
produtiva.
Inovação ≠ Invenção: a invenção precede a inovação e só se transforma nela
se for aplicada à prática, ou seja, na criação de um novo produto ou novo
processo de produção.
Investigação tecnológica e Investigação e desenvolvimento (I&D)

A investigação assume um papel decisivo na competitividade das empresas,


pois é graças a ela que os produtos e processos de fabrico vão sendo
sistematicamente inovados. A atividade de I&D ao permitir a introdução de
inovações tecnológicas, participa para a melhoria do nível de vida das
população e para desenvolvimento de toda a economia e da sociedade em
geral.
O financiamento da atividade económica: autofinanciamento
e financiamento externo

a) Os bancos (Fazem parte das Instituições Financeiras Monetárias)


Bancos: Funcionam como intermediários entre a procura e a oferta de
financiamento.
• Operações passivas: consistem na captação de poupanças junto dos diversos
agentes económicos, sob a forma de depósitos que podem ser à ordem ou a
prazo e sobre os quais os bancos pagam juros.
• Operações activas: constituídas por todas as operações de concessão de
crédito sobre as quais os bancos recebem juros.

Criação: quando falámos de criação de moeda estamos a referir-nos à criação


de moeda escritural que é efectuado pelos bancos comerciais.

Emissão: quando falamos de emissão de moeda estamos a referir-nos à


colocação em circulação de notas e moedas de trocos; esta função é
desempenhada pelos bancos centrais.
Importância do IDE
Vantagens:
• Dinamização da economia de um país;
• Criação de emprego;
• Crescimento económico;
• Aumento das exportações do país.
Desvantagens:
• Dependência do país acolhedor relativamente ao exterior.

fim 10 ano

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