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Luas, áreas e quadraturas

M. Elisa E. L. Galvão
IME-USP/UNIFIEO

Desde aproximadamente 500 AC, uma pergunta esteve presente entre os


matemáticos e só foi completamente respondida no século XIX:

Podemos construir, com régua e compasso, um quadrado equivalente a um círculo?

ou seja, dado um círculo de raio R, como conseguir, através de construções geométricas, o


lado do quadrado cuja área é igual à área do círculo?
Se comparamos as expressões bem conhecidas que nos dão as áreas envolvidas
no problema, temos que o comprimento x do lado do quadrado procurado verifica a
equação  R2 = x2 ; podemos assim responder que o lado do quadrado tem o comprimento
x igual a R  .
No entanto, como os gregos há aproximadamente dois milênios e meio
trabalhavam sempre com a “ álgebra geométrica “, a resposta à esta questão estava restrita à
utilização das construções geométricas. À época, a área de uma figura geométrica era
obtida através de sua quadratura, ou seja, através da construção de um quadrado
equivalente à ela, daí a origem da questão.
A partir desta noção de quadratura, vamos examinar alguns exemplos
interessantes que foram estudados por Hipócrates, relacionados à quadratura de regiões
especiais que são usualmente chamadas luas. São as primeiras quadraturas efetuadas para
regiões não poligonais, sendo que o problema geral relacionado à quadratura das luas só
foi completamente resolvido apenas no século XX, ou seja, quase 2500 anos após o seu
estudo ter-se iniciado.
As luas ( ou lunas ) estudadas desde os
gregos, entre 500 e 400 AC, ficam determinadas
quando traçamos duas circunferências em um
plano, com centros distintos e que têm exatamente
dois pontos em comum; as luas são as duas
regiões não convexas ( ou também ditas côncavo-
convexas ) e os estudos tinham o objetivo de
avaliar suas áreas e, assim, tentar alternativas de
soluções para o problema da quadratura do
círculo.

Quadraturas de regiões triangulares e poligonais

As figuras a seguir ilustram a seqüência de construções que permite realizar a


quadratura de regiões triangulares; a partir da quadratura das regiões triangulares, foram
desenvolvidos processos para resolver o problema da quadratura para regiões poligonais.
O triângulo ABC é equivalente ao retângulo O retângulo ABDE é equivalente ao quadrado cujo
ABDE lado x é a altura do triângulo retângulo FBH cuja
hipotenusa tem medida
FB = AF + AB, sendo AF = BD = AE.

Na construção da direita, tomando BF =AE = BD e a circunferência com


diâmetro AF ; usamos o fato de que x 2 = AB . BF = AE . AB, pois o triângulo AFH é
retângulo; sua altura x relativa à hipotenusa será o lado do quadrado procurado.

Dado um quadrilátero ABCD é possível encontrar um triângulo equivalente a


ele tomando, por exemplo, a reta ( pelo vértice D, na figura abaixo ) paralela à uma de suas
diagonais ( no exemplo, a diagonal AC). O triângulo  BCE, na figura, é equivalente ao
quadrilátero ABCD, pois os triângulos  ACD e  ACE são equivalentes ( têm a mesma
base e a mesma altura ). Um procedimento semelhante a este pode ser utilizado para
polígonos quaisquer.

O triângulo  BCE é equivalente ao quadrilátero ABCD

Solucionado o problema da quadratura para as regiões poligonais, os


matemáticos da antiguidade se viram diante de um impasse: a questão da quadratura do
círculo, cuja resposta, negativa, foi dada somente no século XIX: é impossível construir,
com régua e compasso, o lado de um quadrado equivalente a um círculo dado. A quadratura
do círculo, junto com os problemas associados à duplicação do cubo e à trissecção do
ângulo, compõe o quadro dos três famosos problemas da Geometria grega.

Hipócrates de Chios e a quadratura das luas

Durante praticamente dois milênios e meio os matemáticos produziram muitos


resultados interessantes associados às três grandes questões da Geometria grega, e, em
particular, ao problema da quadratura. Como já mencionamos, os primeiros de que temos
conhecimento são atribuídos a Hipócrates de Chios, que passou parte de sua vida em
Atenas ( provavelmente entre 450 e 430 AC ) e tratou da quadratura das luas hoje chamadas
“ luas de Hipócrates”. Os registros sobre esse trabalho, referem-se a uma História da
Geometria escrita por Eudemus no século IV AC; o primeiro exemplo trata da quadratura
de luas construídas sobre os lados de um triângulo retângulo isósceles, ilustradas pelas
figuras a seguir. A lua é equivalente ao triângulo ADC.

Para a quadratura das luas, Hipócrates utilizou uma


propriedade simples dos setores circulares: a razão entre as áreas
de dois setores cujos ângulos centrais são congruentes é igual à
razão entre os quadrados dos comprimentos de suas respectivas
cordas. Ou seja, se A1 e A2 são as áreas dos setores circulares OAB
e OCD na figura ao lado, temos então:
2
A1 AB
= 2
.
A2 CD
AB 2
Esta razão é também a razão entre as áreas dos triângulos
CD 2
OAB e OCD e entre as áreas dos correspondentes segmentos circulares.

Voltando ao exemplo de Hipócrates, a diagonal e o lado do triângulo retângulo


isósceles ABC são tais que AB 2 = 2 AC 2. Usando esta relação, podemos concluir que a
razão entre as áreas A2 e A1 das semicircunferências com diâmetros AB e AC ,
respectivamente, é tal que
A2 = 2 A1 .
Hipócrates observou, a partir destas informações, que a soma das áreas das duas
luas ( que denotaremos 2 A ) pode ser obtida subtraindo a área da semicircunferência maior
( A2 ) da soma da área do triângulo ( A t ) e as áreas das circunferências menores
( A1 ) , ou seja:
2 A = At + 2 A1 - A2.
Temos, portanto, 2 A = At , ou seja, a área A da lua será a metade da área do triângulo
ABC, ou ainda igual à área do triângulo ACD estando, portanto, resolvido o problema
da quadratura da lua.

Uma outra versão do primeiro exemplo de Hipócrates que encontramos


frequentemente é a dada pela figura a seguir. A semicircunferência externa é circunscrita a
um triângulo retângulo isósceles ( que é a metade de um quadrado e tem sua diagonal
como hipotenusa ) e a semicircunferência interna tangencia os catetos.

Neste caso, temos novamente AB 2 = 2 AC 2, e a razão entre as áreas A1 e A2 dos segmentos


circulares correspondentes às cordas ABe AC , respectivamente será, A1 = 2 A2 . A
área A da lua será tal que:
A = At + 2 A2 - A1,
Logo, a lua é equivalente ao triângulo ABC.

O segundo exemplo de Hipócrates é considerado, por alguns autores antigos


como Simplicius e Eratóstenes, como uma tentativa frustrada de quadrar o círculo.
Especialistas, hoje, consideram que, dada a qualidade do trabalho de Hipócrates, seria
improvável que ele tivesse cometido uma falha de tal ordem. Nesse exemplo, as luas são
determinadas por semicircunferências cujos diâmetros são os lados de um hexágono
inscrito e o diâmetro da circunferência circunscrita a esse hexágono.

A2
Neste caso, se, da área do hexágono ( AH ) somada às áreas das seis semicircunferências
subtrairmos a área do círculo, temos a soma das áreas das luas. A razão entre as áreas A1 e
A2 das semi-circunferência cujos diâmetros medem 2R e R será 4, e o cálculo da área das
luas será dada por:
6 A = AH + 6 A2 – 2 A1, sendo, agora, A1 = 4 A2 ,
ou ainda,
6 A = AH - 2 A2 .
Consequentemente, a quadratura da lua só poderá ser encontrada por este
processo se a quadratura do círculo for possível. Por outro lado, a suposta quadratura do
círculo por esse processo de Hipócrates conduz a um impasse, ou seja, fica na dependência
de se mostrar que a reunião das luas admite uma quadratura.

Na sequência de seu trabalho, Hipócrates exibiu também dois exemplos de


quadraturas de luas, em que o arco exterior é maior ou menor do que uma
semicircunferência.

O exemplo em que o arco exterior é maior do que uma semicircunferência está


baseado na construção de um trapézio isósceles cuja base menor é congruente aos lados não
paralelos, ou seja, na figura, AD = CD = BC. Além disso, supõe-se que AB 2 = 3 BC 2 e
que os ângulos entre os segmentos O1D e O2D e a mediatriz das bases são congruentes.

Com estas hipóteses, temos que a razão


entre as áreas A1 e A2 dos segmentos
circulares correspondentes às cordas AB
e BC , respectivamente, ( ou,
conseqüentemente, AD e CD ) é 3, ou
seja, A1 = 3 A2. Novamente, podemos
escrever a igualdade:
A = AT + 3 A2 - A1
onde A é a área da lua e AT é a área do
trapézio; temos, mais uma vez,
A = AT
e a quadratura da lua é possível.

Sendo o ângulo ADC um ângulo obtuso, AC 2  L2  L2 ; por outro lado,


AB2  3L2  BC 2  AC 2  3L2 , logo o ângulo ACB é agudo, e, portanto, o arco exterior é
maior do que uma semicircunferência. Vale a pena ainda observar que a medida do arco
exterior da lua é o triplo da medida de seu arco interior.
A construção do trapézio nas condições acima com régua e compasso é um
ótimo exercício; observamos que uma possibilidade será começar pelo triângulo retângulo
( 3  1)
AHD cuja hipotenusa tem comprimento AD = L o cateto AH mede L,
2
conforme a figura abaixo.
A figura a seguir ilustra o caso em que o arco externo é menor do que uma
semicircunferência. Novamente, o trapézio é isósceles, a base menor é congruente aos lados
3
não paralelos, e, neste caso, considera-se que AE 2 = BC 2 ; esta hipótese garante que
2
as áreas A1 e A2 dos segmentos circulares correspondentes às cordas AEe BC ,
respectivamente, satisfaçam à relação 2 A1 = 3 A2 . A relação entre as áreas agora pode ser
descrita pela expressão:
A = AP + 3 A2 - 2 A1 ,
onde AP é a área do polígono AEBCD, que será equivalente à lua original.

A construção, com régua e compasso, do trapézio que serve de base à lua já é


mais trabalhosa do que no exemplo anterior. A construção original descrita pelos escritores
antigos começa pelo segmento DC , na figura acima, sua mediatriz e uma circunferência
com centro D e raio DC . Toma uma reta pelo ponto C de forma que o segmento
AE que ela determina ao interceptar a mediatriz e a circunferência tenha o comprimento
desejado, ou seja,
2 3
AE = BC 2 ( este é um tipo de recurso
2
frequentemente utilizado na resolução dos
problemas na antiguidade, chamado “ neusis” ).
Observamos que o triângulo ADC pode ser
construído, com régua e compasso, se calcularmos
o comprimento do lado AC ; os triângulos
retângulos AFC e GEC são tais que:
AC a / 2
= , ou seja,
2a EC
AC . EC = a 2, onde a = DC é o raio da
circunferência.

Temos uma equação do segundo grau em y = AC , usando que


3 6  22
EC = y - a , cuja solução y = a admite construção com régua e
2 4
compasso. O trapézio poderá ser construído a partir do triângulo, assim como os arcos de
circunferência que determinam a lua. O ângulo do vértice D será obtuso. Podemos ainda
verificar que, se  = m ( A PD ), m ( APB ) = 3  e m ( AQB ) = 2 , ou ainda, 2 m (
APB ) = 3m ( AQB ) .

O problema geral da quadratura

Novos resultados para o problema da quadratura das luas voltam a aparecer


na literatura somente a partir do século XVIII; duas referências importantes são os
trabalhos de Wallenius e de Euler [E] . A idéia principal utilizada por Hipócrates para a
quadratura das luas, que comentamos nos exemplos iniciais pode ser generalizada
considerando luas determinadas por arcos que admitem poligonais inscritas , como nas
figuras abaixo.

Se uma lua é limitada externa e internamente por dois arcos com extremos O
e O’ em que estão inscritas poligonais formadas por segmentos congruentes de
comprimentos Sm e Sn, respectivamente, que são cordas de setores circulares semelhantes
S 2m n A m
cujas áreas são Am e An , tais que 2 = = , então o argumento de Hipócrates
Sn m A n
nos permite mostrar que a área da lua coincide com a área AP do polígono limitado pelas
poligonais consideradas:
A = AP + m A m – n A n
e, portanto, a lua admite uma quadratura.

Para estudar, na forma mais geral possível, as luas de Hipócrates, vamos


examinar propriedades dos arcos de circunferência que a limitam e sua relação com a área
da lua. A pergunta a responder será: para que valores de m e n a divisão acima é
construtível.

Calculando a área de uma lua


A área A da lua da figura abaixo será a diferença das áreas A1 e A2 dos
segmentos circulares; a área de cada segmento é obtida subtraindo da área do setor circular
a área do triângulo correspondente, supondo o ângulo  < /2:

 

12 1 2
A = A 1 – A2 A1 = r 2  - r sen 2 A2 = R 2  - R sen 2
2 2
A lua da figura à esquerda, limitada exterior e
interiormente, respectivamente, pelos arcos cujos
raios são r e R e cujos ângulos centrais têm
medidas 2 e 2 tem sua área dada pela
diferença das medidas das áreas dos
correspondente segmentos de círculo de corda AB
cujas medidas estão expressas nas legendas acima.
A área da lua será, portanto:
1 2 12
A=r2-R2+ R sen 2 - r sen 2.
2 2
Essa expressão será mais simples se trabalharmos
com a hipótese de que
r 2  - R 2  = 0 , (*)
Podemos reescrever, então a expressão (*) na
forma

R 2 = u r 2, sendo u =

. (*)

Veremos a seguir, que, nos casos estudados por


Hipócrates, essa hipótese se verifica.
Como os dois segmentos circulares têm a corda ABem comum, temos ainda uma relação
trigonométrica:
PB = r sen  = R sen  , e, portanto, sen ( u  )= u sen ( ) (**)
Como conseqüência das fórmulas acima, teremos a expressão da área em termos de r, u e
:
1 2 12
A= R sen 2 - r sen 2 = r 2 sen  ( u 1  sen2  - u 1  usen2  )
2 2
Para que seja possível encontrar a área da lua por quadratura, deveremos conseguir
encontrar, com régua e compasso, a solução para a equação
usen  = sen (u) (**)
para um dado valor de u.

Podemos obter soluções para os valores: u = 2, 3, 3/2, 5 e 5/3, usando as fórmulas da


trigonometria; vejamos, em cada caso, o correspondente tipo de equação associada e sua
solução.

1o caso: u = 2
A equação (**) fica na forma: 2sen = sen ( 2  ) ou seja, 2sen  = 2 sen ( )
cos ( ) . Como   0, cos ( )= 2/2, logo,  = /4 e = /2, o que nos remete à lua já
estudada anteriormente, sendo R = r 2.

2o caso: u = 3
A equação (**) fica na forma: 3sen = sen ( 3  ) ou seja, 3sen  = 3 sen ( )
– 4 sen ( ) . Como   0, 4 sen ( ) =3 - 3, ou sen ( ) =(3 - 3)/4, sendo, neste
3 2 2

caso, R = r 3. Temos, neste caso, o exemplo de Hipócrates em que o arco exterior é


maior do que uma semicircunferência ( figura abaixo, à esquerda ); a razão entre os raios é
a razão de semelhança entre os comprimentos dos segmentos AB e CD .
3o caso: u = 3/2

 3 3
Temos, neste caso, u   , R r , o que nos remete ao exemplo de Hipócrates
 2 2
em que o arco externo é menor do que uma semicircunferência ( figura acima, à

direita). Para encontrar a solução de usen  = sen (u), chamando  = , teremos
2
3 sen 2 = 2 sen 3. Daí:
2 3 sen  cos = 2 sen ( 3 - 4 sen2 ),
que, nos conduz `a equação do segundo grau:
4cos2  - 3 cos -1 = 0, cuja solução
2 ( 3  11) 9  33
cos = nos dá sen  = .
8 4
Com esses valores para o seno e cosseno do ângulo , no triângulo retângulo PMC, na
figura acima, à direita, teremos que: MC = r sen 2 ; por outro lado, no triângulo retângulo
a 2 ( 3  11)
PNC, CN = = r sen . Daí, AC = 2 MC = 4 r sen  cos  = 2 a =
2 8
6  22
a, e temos verificadas as condições do exemplo de Hipócrates.
4

4o caso: u = 5

Temos: u   5 , R  5r ; a equação usen  = sen (u) neste caso nos conduz a

5 sen  = 5 sen  -20 sen3 + 16 sen5
5 4 5 5
cuja possível solução não nula para sen2 é , que nos dá uma solução ,
8
construtível, cuja medida é, aproximadamente, 23,5º.

5o caso: u = 5/3
 5 5
Neste último caso u   , R r e a equação, tomando 3 =  agora fica na
 3 3
forma
5 sen 3 = 3 sen 5 ou
3 ( 5 sen  -20 sen  + 16 sen  ) =
3 5
5 ( 3 sen  - 4 sen3 )
1
As possibilidades não nulas para sen2 são (15  15  60  6 15 ) , e a solução  =
24
16,81º corresponde ao sinal negativo. A solução positiva nos dá  = 63,19º e o ângulo 3 =
 ultrapassará 180º .

As três primeiras soluções são as já detalhadas, descritas por Hipócrates. As


duas seguintes têm a primeira referência de sua descoberta associada a Martin Johan
Wallenius, em 1766 . Em 1771, Euler publicou um trabalho sobre luas, tratando também do
problema das equações relacionadas às áreas. Uma terceira referência associada aos dois
últimos exemplos é um trabalho de Thomas Clausen (1840). O problema geral foi resolvido
na primeira metade do século XX, na sequência de trabalhos dos matemáticos russos
Tschakallof ( 1928 ), Tschebotaröw (1934 ) e Dorodonow ( 1947 ), em que se mostrou a
não existência de outros exemplos construtíveis, a partir da análise geral das equações
resultantes das condições que explicitamos nos casos acima . Em 1966, a demonstração de
não existência foi completada por A. Baker ( [B], [G], [P] ), e, finalmente, são conhecidas
todas as soluções possíveis .

Referências

[B] Baker, A., Linear forms in logarithms of algebraic numbers, Mathematica, 13 ( 1966) ,
204-216.
[D] Durhan, W., Journey through Genius, Penguin Books, 1990.
[E] Euler, L., Solutio Problematis Geometrici circa Lunulas a Circulis Formatas, Comm.
Acad. Sc., Tom IX, 1771, 207-221.
[F,G] Fauvel, J., Gray, J., The History of Mathematics – a reader, Open Univ., 1987.
[G] Girstmair, K., Hippocrates´lunes and transcendence, Expo. Math., 21 (2003), 179-183.
[H] Heath, T., A History of Greek Mathematics, Vol. I, Dover Pub. Inc., 1981.
[K] Knorr, W. R., The Ancient Tradition of Geometric Problems, Dover Pub. Inc., 1986
[P] Postinov, M.M., The Problem of Squarable Lunes, Am. Math, Monthly, 107 ( 2000 ) ,
645-651.
http://www. mathpages.com/home/kmath171.htm

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