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AULA 1: CUSTOS

Imagem 1 – Cálculos

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/atividade-calculadora-calculando-calculo-53621/

Descrição: a imagem mostra cálculos de custo e investimento.

1.1 Conceitos fundamentais

1.1.1 Nomenclaturas

Na contabilidade, assim como em outras ciências, muitos termos são


utilizados para se referir a especificidades técnicas da área. Iudícibus e Marion
(2007) destacam a importância de conhecer estes termos, não somente para que a
área tenha um domínio comum em relação ao uso correto das nomenclaturas, mas
também para que se evitem confusões e erros nos lançamentos e nas
interpretações contábeis.
Neste sentido, se faz importante diferenciar termos como: gasto, custo,
despesa, desembolso, receita. Vejamos algumas definições à luz do que propõem
Iudícibus e Marion (2007):

Receita: a receita corresponde as vendas das mercadorias e da prestação de


serviços. No Balanço ela aparece por meio da entrada de dinheiro em caixa ou
ainda, na forma de direitos a receber, como as duplicatas, por exemplo. A receita
sempre aumenta o ativo da organização, embora nem todo aumento de ativo
indique que se tenha como fonte a receita, a exemplo dos empréstimos e
financiamentos.
Gasto: é todo sacrifício para a aquisição de um bem ou serviço com
pagamento no ato ou no futuro. Em um primeiro momento, todo sacrifício para
aquisição de um bem ou serviço pode ser considerado um gasto, sem que
necessariamente haja um desembolso do valor.
Desembolso: é todo montante que sai do caixa da empresa (Disponível)
para que seja realizado um pagamento. Importa lembrar que todo gasto mais cedo
ou mais tarde se tornará um desembolso, sem que necessariamente todo
desembolso seja para quitação de um gasto.
Perda: ocorre quando há um gasto involuntário, anormal e extraordinário e
comumente impacta em redução do Ativo da organização.
Ganho: o ganho, por sua vez, aumenta o ativo, e ocorre de forma aleatória,
independente da atividade operacional da empresa, e isso o difere da receita, por
exemplo.
Custo: de acordo com Iudicibus e Marion (2007) quando a matéria prima é
adquirida, ocorre o gasto. Na sequência, a mercadoria é estocada para que numa
próxima etapa ela possa ser processada. A partir do momento em que a mercadoria
está em processamento ou já está processada e a ela são adicionados outros
gastos (mão de obra + matéria prima + embalagens, por exemplo), temos o que se
chama de custo. Logo, todo gasto que esteja já em etapa de processamento se
transforma em custo. Em uma indústria, por exemplo, toda matéria prima, mão de
obra direta e indireta, desgaste das máquinas, podem ser consideradas como custo.
Despesa: diferentemente da perda, a despesa acontece a partir do momento
em que ocorre o consumo de recursos para geração da receita, sem que haja
relação direta com o processo de fabricação. Ex. despesa com comissão sobre as
vendas.

#PARA GABARITAR#

A partir do momento em que a mercadoria está em processamento ou já está


processada e a ela são adicionados outros gastos (mão de obra + matéria prima +
embalagens, por exemplo), temos o que se chama de custo.

#PARA GABARITAR#

1.1.2 Histórico da contabilidade de custos e seus objetivos

A contabilidade, mesmo nas primeiras sociedades e de forma rudimentar


surgiu como um sistema de registro das relações econômicas. Inicialmente por
meio do método das partidas simples e posteriormente para o que conhecemos hoje
nas partidas dobradas. Santos (2017), afirma que a contabilidade é um sistema de
contas composto por normas, regras e princípios para a acumulação, geração e
análise de dados que se destina a atender a necessidades internas e externas de
uma empresa.
Martins (2010, p. 19) nos lembra que até a revolução industrial no século
XVIII, a contabilidade tinha como foco o aspecto financeiro, e ficou conhecida como
contabilidade geral, basicamente para atender a expansão comercial. Basicamente,
a apuração do resultado era efetuada por diferença, sem que fosse necessário
imputar muitos recursos e muita complexidade. No entanto, com o advento
revolução industrial, outras habilidades como mensurar adequadamente os
estoques; o custo das mercadorias e o resultado se tornaram fundamentais no
desenvolvimento da profissão. A Revolução Industrial mostrou que a contabilidade
financeira já não era mais suficiente para responder às questões emergentes
relacionadas ao custo do processo produtivo, surgindo assim a Contabilidade de
Custos.
A contabilidade de custos fornece informação tanto para a contabilidade
financeira quanto para a contabilidade gerencial, sendo necessária para identificar,
mensurar, coletar, classificar e fornecer informações que são úteis ao planejamento
e processo decisório.
Desta forma, Koliver (2002) distingue os objetivos da contabilidade de custos
em geral e específicos. Assumindo como pressuposto que a contabilidade de custos
deve gerar informações úteis à tomada de decisões, entende-se como objetivo
geral: a apreensão, classificação, registro, análise, interpretação de valores físicos e
monetários das variações patrimoniais – ocorridas, projetadas ou simuladas e
pertencentes ao ciclo operacional interno.
Koliver (2002), define em ordem, os seguintes objetivos específicos:

a) apreender as variações patrimoniais ocorridas no ciclo operacional interno da


entidade, para a sua correta avaliação e, consequentemente, dos ativos e
despesas a elas concernentes;
b) apurar os resultados por portador final dos custos, de acordo com seus preços
de venda;
c) avaliar a eficácia das operações, à luz de parâmetros estabelecidos, ou seja, o
controle de economicidade operacional;
d) analisar alternativas, reais ou simuladas, que busquem alterações nas
operações da entidade, no todo ou em parte.

Desta forma, podemos concluir que, tão fundamental quanto a contabilidade


financeira ou gerencial, a contabilidade de custos proporciona ao gestor uma visão
adequada ao entendimento do processo produtivo, da margem de lucratividade e de
onde possivelmente há percas financeiras, vislumbrando ainda a separação em
termos diretos, indiretos, fixos e variáveis.

#CONECTE-SE#

CUSTO OU DESPESA?

Jonatan de Sousa Zanluca

De grande importância para a gestão de negócios, a correta diferenciação dos


gastos em custos e despesas se faz necessária já que a contabilidade trata ambas
de formas distintas. Contabilmente, os custos integram diretamente a formação do
valor dos estoques; as despesas são deduzidas diretamente do resultado e são
incluídas em sua totalidade na Demonstração do Resultado do Exercício.

Custo: De acordo com a NPC 2 do IBRACON, “Custo é a soma dos gastos


incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos
necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e
compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a
colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na
elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto
social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma.”. Desta forma, custo é o
valor gasto com bens e serviços para a produção de outros bens e serviços.
Exemplos: matéria prima, energia aplicada na produção de bens, salários e
encargos do pessoal da produção.

Despesa: Valor gasto com bens e serviços relativos à manutenção da atividade da


empresa, bem como aos esforços para a obtenção de receitas através da venda dos
produtos. Exemplos: Materiais de escritório, Salários da administração.

Como diferenciar?

Os custos têm a capacidade de serem atribuídos ao produto final, despesas são de


caráter geral, de difícil vinculação aos produtos obtidos. Se ainda restar dúvida
proponho a seguinte pergunta para esclarecimento da natureza do gasto:

Se hipoteticamente eu eliminar este gasto a produção ou obtenção de


estoques seria diretamente afetada?

Se a resposta for afirmativa trata-se de um custo, pois está vinculado a produção,


caso contrário temos uma despesa.

Exemplo de aplicação:

Gasto com propaganda e publicidade é custo ou despesa?

Aplicando a análise acima veremos que ao cortar gastos com publicidade e


propaganda não teríamos alteração na produção de estoques, somente uma
possível queda nas vendas. Portanto trata-se de uma despesa.

Quadro Comparativo: Custos x Despesas

Custos Despesas
Gastos de produção Gastos administrativos e de vendas

Vinculados diretamente aos Não se identificam diretamente à


Produtos/Serviços produção

Gastos com o objeto de exploração da Gastos com outras atividades não


exploradas pela empresa (atividade-
empresa (atividade-afim)
meio)

Disponível em <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-
despesa.htm>. Acesso em 10 de dezembro de 2020.

# CONECTE-SE #

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