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Disciplina: Direito Civil

Turma: 7º Matutino
Docente: Soane Lopes
Discente: Rejane Soares Magalhães

Resumo: Da usucapião de bens imóveis

Introdução

O estudo sore a aquisição da propriedade foi de extrema importância par a


compreensão deste instituto, que possui extrema relevância em nosso
ordenamento jurídico, este instituto é bastante antigo, e através deste será
possível a aquisição da propriedade se observados alguns e importantes
requisitos, como por exemplo, alguns irão requer a existência de um justo título
e de boa-fé, enquanto outros, estes requisitos não será levado em consideração,
a aquisição será possível a depender do período referente em cada modalidade,
no presente estudo ficou claro também, que há alguns bens que não poderão
ser usucapidos. O estudo foi sintetizado de forma a abordar os principais e
importantes pontos da Usucapião de Bens imóveis.

Da usucapião de bens imóveis

A Usucapião é a aquisição da propriedade ou outro direito real pelo decurso do


tempo estabelecido e com a observância dos requisitos instituídos em lei, através
do período prolongando será possível a aquisição da propriedade, visto que há
alguns requisitos que devem ser observados para que possa existir esta
aquisição. Este encontra regulamentação dos artigos 1238 á 1244 do código Civil
e também em algumas leis especiais.

No decorrer do temo houve algumas alterações neste instituto, cita-se por


exemplo, a alteração que sofreu a sua terminologia, pois, o Código Civil de 1916
previa de forma masculina (o usucapião) porém o nosso atual Código Civil utiliza
o gênero feminino (a usucapião)
Como apresentado acima a Usucapião é a aquisição da propriedade ou outro
direito real pelo decurso do tempo estabelecido e com a observância dos
requisitos instituídos em lei, todavia, deve-se observar algumas características
importante deste instituto. Os atos de mera tolerância por exemplo, não induzem
à usucapião, é o caso da locação e do comodato, por exemplo. Para a
concessão deste instituto deve-se observar também a área, visto que não poderá
haver usucapião de área incerta, deve-se, abranger o todo e não apenas uma
parte da área a ser usucapida.

Destaca-se com características principais da posse especial, à usucapionem ou


usucapível, a posse com intenção de dono (animus domini), deve-se ter como
conteúdo a intenção psíquica do usucapiente de se transformar em dono da
coisa, deve existir também a posse mansa e pacífica, ou seja, a posse deve ser
exercida sem qualquer manifestação em contrário de quem tenha legítimo
interesse, não pode existir a oposição do proprietário do bem. A posse deve ser
contínua e duradoura, em regra, e com determinado lapso temporal, não pode
haver interrupção. Não pode haver também, qualquer tipo de vícios, deve ser
sem violência, clandestinidade ou a precariedade exige-se que seja uma posse
justa.

Segundo entendimento majoritário, será possível ainda a soma dos lapsos


temporais entre os sucessores para aquisição deste instituto, sejam eles
sucessores inter vivos ou mortis causa (soma de posse). Um herdeiro também
pode continuar a posse do de cujus para os fins de usucapião. Há entendimento
jurisprudencial que o ônus da sua comprovação cabe a quem alega a usucapião.

Importante destacar também a respeito de algumas situações que ocasionam


em impedimento, suspensão e interrupção. Cita-se também, que uma distinção
entre estes, vejamos algumas destas distinções: no impedimento por exemplo o
prazo sequer tem início, já na suspensão o prazo para e depois continua de onde
parou, e na interrupção, o prazo para e volta ao início, o que por regra somente
pode ocorrer uma vez.
Cita-se também, situações em que não correrão os prazos de usucapião, é o
que ocorre por exemplo entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal,
todavia há uma exceção a esta regra, é o que ocorre por exemplo com a nova
modalidade de usucapião urbana nos casos de abandono do lar conjugal (art.
1.240-A do CC), a mesma regra vale para os casos de união estável, não
correndo o prazo de usucapião entre companheiros ou conviventes.

Não deve-se esquecer que há situações as quais não haverão a usucapião, é o


que ocorre por exemplo entre ascendentes e descendentes, durante o poder
familiar, sendo a regra, até quando o menor completar dezoito anos, não sendo
possível também entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
durante a tutela ou curatela, os prazo não correm ainda contra os absolutamente
incapazes e os prazos não são contados contra os ausentes do País em serviço
público da União e em outras situações previstas em nosso ordenamento.

Em contrapartida, a situações nas quais haverão a interrupção do prazo da


usucapião, é o que acontece por exemplo no caso de despacho do juiz que,
mesmo sendo incompetente, ordena a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual, visto que, a citação retroage à data da
propositura da ação, qualquer ato judicial que constitua em mora o possuidor
interrompe o prazo para a usucapião, qualquer ato inequívoco, ainda que
extrajudicial, que importe reconhecimento do direito alheio por parte do
possuidor.

Vejamos algumas das modalidades da usucapião:

Da usucapião ordinária prevista no art. 1.242 do CC

Podemos perceber que a Usucapião Ordinário depende da existência de um


justo título e de boa-fé, vejamos o que dispõe o art. 1.242 do atual Código Civil
sobre esta espécie: Adquire também a propriedade do imóvel aquele que,
contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel
houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse
social e econômico.

Como podemos perceber a posse mansa, pacífica e ininterrupta com animus


domini por 10 anos, o Justo título e a Boa-fé, são requisitos pertencentes a esta
modalidade. Atentar ao parágrafo único, que diz respeito do prazo reduzido
sendo de cinco anos, o que só será possível se analisado os requisitos neste
expresso.

Da usucapião extraordinária previsto no art. 1.238 do CC

Diferente da Usucapião Ordinária, esta não depende de justo título ou prova de


boa-fé, vejamos o exposto no art. 1.238 do Código Civil de 2002: Aquele que,
por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel,
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para
o registro no Cartório de Registro de Imóveis. De acordo com o seu parágrafo
único, o prazo estabelecido no dispositivo será reduzido para dez anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele
realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

Percebe-se que tanto na usucapião ordinária, tanto na usucapião Extraordinária


haverá a necessidade de se provar a boa-fé ou o justo título, pois, há uma
presunção absoluta desses elementos.

Da usucapião constitucional, agrária ou especial rural – pro labore prevista


no art. 191, caput, da CF/1988 e art. 1.239 do CC e Lei 6.969/1981

Já o Especial pode ser urbano, individual ou coletivo ou rural. Expressa o art.


191 caput da nossa Constituição Federal Aquele que, não sendo proprietário de
imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.

Destaca-se como fator essencial nesta modalidade que a pessoa ou a família


esteja tornando produtiva a terra, por força de seu trabalho, pois, não haveria
sentido em se obter uma Usucapião rural ou agrária se não fosse pra torna esta
propriedade, em uma propriedade produtiva. Não seria legal, ético e nem tão
pouco moral adquirir a propriedade por meio deste instituto apenas por estatus,
apenas pra dizer que é proprietário de uma propriedade.

Todavia, há algumas áreas que não comporta a aquisição da propriedade pela


aquisição da Usucapião rural, cita-se como exemplo, a situação das áreas
indispensáveis à segurança nacional, são o caso também das terras habitadas
por silvícolas, as áreas de interesse ecológico, os parques nacionais, estaduais
ou municipais, assim declarados pelo Poder Executivo, assegurada aos atuais
ocupantes a preferência para assentamento em outras regiões, pelo órgão
competente.

Da usucapião constitucional ou especial urbana, prevista no art. 183, caput, da


CF/1988, art. 1.240 do CC e art. 9.º da Lei 10.257/2001). A inclusão da nova
usucapião especial urbana por abandono do lar conjugal pela Lei 12.424/2011
(art. 1.240-A do CC)

O caput do art. 183 da Constituição Federal, estabelece que Aquele que possuir
como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
Como percebe-se aqui, a Usucapião prevê que uma família que não possua
outra propriedade, seja urbana ou rural, poderá tornar-se proprietário de tal área
urbana, que possua até 250 m. por cinco anos de forma ininterrupta.
Da usucapião especial urbana coletiva (art. 10 da Lei 10.257/2001) Dispõe o
caput do art. 10 do Estatuto da Cidade, com nova redação desde junho de
2017 (Leis 10.257/2001 e 13.465/2017):

Analisaremos que o objetivo do legislador em inserir o referido instituto em nosso


ordenamento jurídico, foi conceder uma regularidade jurídica para moradias
irregulares e áreas de habitação precárias(favelas). Segundo o Art. 10. da Lei
10.257/2001 os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de
cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a
duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem
usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de
outro imóvel urbano ou rural.

Houve alteração da Lei 13.465/2017, uma das alterações diz respeito à


substituição de um critério subjetivo, ou seja, ocupação por famílias de baixa,
considera-se núcleo urbano informal, aquele clandestino, irregular ou no qual
não foi possível realizar, por qualquer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda
que atendida a legislação vigente à época de sua implantação ou regularização,
houve alteração também, no que diz respeito ao critério da área do imóvel objeto
da usucapião coletiva, pois, atualmente, a norma menciona que a área total
dividida pelo número de possuidores deve ser inferior a 250 m2 por possuidor,
antes, utilizava-se o parâmetro de área mínima de 250 m2.

Aqui é interessante observarmos que aqueles que estiverem de acordo com o


que solicita a lei pertinente, terá aquisição da propriedade na modalidade da
Usucapião da modalidade Usucapião especial urbana coletiva, porém, penso
que há outras demandas que também poderia ser atendidas, já que houve uma
atenção dos nosso legisladores em prol desse povo encarecido, pois, uma vez
conquistada o direito de propriedade, deveria também haver a concessão do
mínimo para subsistência desse povo que ali irá habitar, seja uma pavimentação,
iluminação, rede de esgoto entre outros, pois, é triste presenciar nos noticiários
que moradores destas localidades morrem, por falta do mínimo para sua
sobrevivência.
Da usucapião especial indígena previsto no art. 33 da Lei 6.001/1973

Estabelece o art. 33 dessa lei especial que O índio, integrado ou não, que ocupe
como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta
hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. O parágrafo único do dispositivo
enuncia que ele não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por
grupos tribais, às áreas reservadas tratadas pelo próprio Estatuto do Índio, nem
às terras de propriedade coletiva de grupo tribal, assim, essas áreas não podem
ser objeto dessa forma de usucapião especial.

Aqui percebemos que houve uma total atenção dos nosso legisladores, uma vez
que, deixa bem claro que o Índio poderá sim Usucapir, todavia, não será possível
a aquisição da propriedade de bens públicos, bens de domínio da União. Como
estabelece o Código Civil em seu art. 102, “Os bens públicos não estão sujeitos
a usucapião”. E também na Constituição Federal em seu art. Art. 191, p.ú Os
imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Da usucapião imobiliária administrativa decorrente da legitimação da


posse, anteriormente prevista no art. 60 da Lei 11.977/2009, e seu
tratamento após a Lei 13.465/2017 (arts. 25 a 27)

Além das modalidades judiciais expostas, a Lei 11.977/2009 – conhecida como


Lei Minha Casa, Minha Vida – instituiu modalidade de usucapião administrativa
ou extrajudicial, decorrente da legitimação da posse, a ser efetivada no Cartório
de Registro de Imóveis, dispensando demanda judicial. Como se verá a seguir,
o Novo Código de Processo Civil ampliou a possibilidade da usucapião
extrajudicial para todas as modalidades de usucapião imobiliária aqui estudadas,
desde que seguidos os procedimentos consagrados no Estatuto Processual
emergente.

Esta categoria recebeu modificações substanciais por força da Lei 13.465/2017,


que revogou os dispositivos legais relativos ao tratamento anterior e incluiu
novos. De acordo com a nova norma, como visto, a legitimação de posse passou
a ser definida como o ato do poder público destinado a conferir título, por meio
do qual fica reconhecida a posse de imóvel objeto da política de Regularização
Fundiária Urbana (REURB), conversível em aquisição de direito real de
propriedade, com a identificação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e
da natureza da posse (art. 11, inc. VI, da Lei 13.465/2017).

Conclusão

Vimos no presente estudo que a usucapião constitui uma situação de aquisição


do domínio, pela posse prolongada da propriedade, permitindo que uma
determinada situação de fato alongada por certo intervalo de tempo se
transforme em uma situação jurídica, a aquisição originária da propriedade. Foi
apresentado também características, fundamentação legal com o auxílio da
doutrina em estudo.

No presente estudo foi apresentado os aspectos materiais envolvendo a


usucapião de bens imóveis, as modalidades da usucapião, ordinária a usucapião
extraordinária, da usucapião constitucional, agrária ou especial rural, da
Usucapião constitucional ou especial urbana entre outras.

O estudo foi de suma importância, visto que será necessário o conhecimento


deste tema na atuação da nossa vida jurídica, portanto, considero que este
estudo proporcionou a construção do alicerce enquanto ao pertinente tema,
todavia, para melhor compreensão e domínio será necessário aprofundar em
estudos e pesquisas, seja doutrinaria ou jurisprudenciais.
Referência:

Direito Civil: direito das coisas – v. 4 / Flávio Tartuce. – 11. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2019.

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