“A intervenção do Estado na actividade económica tem como consequência
a criação de um conjunto de instituições que restrengeram o poder e a liberdade individual de intervenção na actividade económica, isto é, a ordem económica natural foi substituída pela ordem natural juridicamente determinada. Desta nova ordem justifica a interdependência entre o direito e a economia, uma vez que compete à lei jurídica situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político, definindo, os seus direitos e as suas responsabilidades e também fixando os limites dentro dos quais poderá ser exercida a liberdade de acção de cada um desses agentes da actividade económica”.
a) Com base nesse texto estabeleça a relação entre o direito e a economia
política?
As duas ciências tratam das relações humanas: o direito, buscando administrar o
conflito e a economia, bem como administrar a escassez esta, sem dúvida, a geradora do conflito.
Sendo os fatores de produção limitados e as necessidades ilimitadas, sempre
haverá a escassez, como sua primeira consequência, o conflito. Surge, então, a necessidade de normas, leis para gerarem o equilíbrio social necessário e criarem, dessa forma, condições para produção, com o devido respeito ao meio ambiente, de uma maior quantidade e qualidade de bens econômicos para que sejam distribuídos de forma equitativa, gerando uma diminuição da escassez e, como consequência, um menor conflito social.
Utilizar dos recursos limitados, transformá-los em bens e serviços e distribuí-los
de forma equitativa depende das normas do direito, das leis prescritivas, pois a disciplina jurídica viabiliza à economia interagir de forma organizada os agentes econômicos. A economia obtém assim a “eficiência econômica” por meio de uma minimização dos recursos limitados e maximização dos bens e serviços e novos recursos (significa produzir o máximo utilizando o mínimo de recursos humanos e patrimoniais), dentro do respeito aos direitos ambientais, fundamentais para a sobrevivência humana, gerando o bem-estar social por meio de uma distribuição equitativa1.
1 ALMEIDA, Luiz Carlos Barnabé de (2012). Introdução ao Direito Económico. São Paulo: Saraiva. pp70-71