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Trabalho com aeronaves EMBRAER desde 1998 passando pelo EMB120, família
ERJ145, protótipo do Legacy, do RA-99, E170/190.
Tenho o curso de Piloto Privado e em breve espero concluir o Piloto Comercial.
Tenho experiência em simuladores como o do EMB120 e ERJ145 e em “Home Simulator”
comecei com o FS95 e fui aprendendo até chegar ao FS2004, onde desde 2004 faço vôos
online e tive a oportunidade de ajudar na reestruturação da Virtual Varig.
Como conheço bem a aeronave e notei uma febre nos céus virtuais com o
Legacy da WILCO Publishing, resolvi fazer esse tutorial, para um dos melhores modelos
para o FS2004 até hoje. No entanto esse tutorial seguirá procedimentos reais adotados
aqui pois conto com a ajuda de 2 pilotos da aeronave, mesmo que não simulados pela
WILCO.
Espero que essa humilde contribuição ajude a quem deseja extrair o máximo de
realismo da simulação. Dúvidas e sugestões serão bem aceitas.
Aproveito para agradecer a todos que contibuiram para a elaboração desse
tutorial, e à você que o lê agora por acreditar no meu trabalho!
Atenciosamente,
Rafael M. Leite
rafapiloto175@uol.com.br
A Aeronave
O Legacy 600 surgiu após uma visão da EMBRAER para o mercado executivo que
cresce gradativamente a cada dia. O primeiro protótipo foi derivado de um ERJ135,
porém com trens de pouso e asas do 145XR e fez seu primeiro vôo em 2001 no meio de
incertezas quanto ao mercado aéreo mundial. De lá para cá conta mais de 70 unidades
voando nos mais diferentes países, o que prova seu sucesso.
Possui grandes atrativos no campo comercial, como o maior bagageiro da sua
categoria, e o fato de ser um dos poucos jatos a operar no complicado aeroporto de
London City que exige uma rampa de descida, Steep approach de 5.5 º ao invés de 3 º
normalmente utilizados e, claro, seu preço atualmente na faixa dos 23,6 milhões de
dólares.
No campo técnico começou discretamente, voando a Mach 0.77 no FL370
máximo o que às vezes incomodava. Porém após algumas mudanças, como a instalação
de calotas nas rodas, retirada dos limpadores-de-párabrisa (a WILCO ainda não tirou!!!) e
algumas outras pequenas mudanças aerodinâmicas e técnicas, teve seu teto mudado
pra FL410 e com Mach 0.80 o que hoje em dia agrada muito aos seus operadores. Tem a
opção de suporte Total Legacy Care que garante assistência 24/7 em qualquer ponto do
mundo. Continuando com os detalhes técnicos iremos ver durante o tutorial que sua
performance é muito satisfatória pois conta com FADEC`s para os motores o que garante
uma operação econômica e eficiente quando necessário. Não possui Autothrottle como
a maioria dos jatos de médio porte e sim com sistema de Autothrust.
Vamos então ao nosso vôo! Faremos um vôo de Paris para Amsterdã, pois o
database para os fixos brasileiros não é o forte da WILCO.
Outro detalhe no avião simulado, além de algumas texturas contarem com a
porta do lado direito o que não existe no Legacy real e os limpadores-de-párabrisa, ainda
não entendi o motivo de ela simular visualmente o modelo para até 13 passageiros e só
deixar colocarmos 6, pois se verificamos na opção payload nos mostra 3 pax fwd e 3 pax
aft...porém podemos usar mais apenas colocando o peso equivalente a 13 passageiros.
Asas: 5135
After tks: 1320
Fwd tks: 1786
Total: 8241 kg
Nosso range com máximo fuel e máxima carga e com 8 pax é de:
3250 nm.
Configurações Iniciais e Familiarização
O primeiro passo é selecionar a aeronave para iniciar desligada pois esse
tutoriallhe passará uma visão geral da operação e dos sistemas da aeronave.
Para isso precisamos abrir o Legacy Setup Utility em Iniciar – Todos os programas –
Wilco Publishing – Legacy. Basta seguir as seguintes configurações das fotos abaixo:
Agora nossa aeronave já está quase pronta para o vôo!
Vamos, antes de qualquer coisa, nos acostumar com o painel fabuloso da
Honeywell linha Primus 1000 que é dividida da seguinte maneira:
Onde:
ISIS = Instrument Standby Indication System
IRS = Inertial Reference System
DAP = Digital Audio Panel
Temos os seguintes atalhos abaixo do MFD:
FMS
Throttle
Pressure
Thrust Set
Overhead
Filght Info
HUD
No Overhead temos o seguinte:
Vôo
Obs: esse plano de vôo está utilizando o AIRAC 05/13. Caso tenha uma mais novo,
provavelmente sua SID poderá ser diferente.
Com essas informações em mãos iremos programar todo o nosso vôo. Mas antes
precisamos ligar a aeronave! Chamamos o pessoal de solo e já temo a GPU conectada e
basta acionarmos as baterias 1 e 2 em primeiro lugar, que se encontram no ELEC Panel.
GPU AVAILABLE
Fazemos isso porque devemos verificar a carga nas baterias, pois se estiverem
baixas aí sim deveremos utilizar a GPU. Basta abrirmos no nosso MFD a página ELEC,
Infelizmente este é um item não simulado pela WILCO mas na vida real teríamos 5
avisos no EICAS.
Após isso devemos ligar as NAV LIGHTS
Agora iremos prover combustível para o APU que no caso do Legacy 600 é
alimentado pelo sistema 2 da aeronave. Portanto deveremos ligar a bomba de
combustível da ASA 2, afinal só temos combustível nas asas.
Se o start do APU foi normal , deveremos passar a chave das SHED BUSES no ELEC
PANEL para AUTO:
Como podem ver meu AIRAC está vencido e até o momento a Feelthere não
lançou outro para que eu pudesse atualizá-lo!
Como é óbvio iremos clicar em POS INIT e teremos a seguinte página:
Iremos agora ao nosso IRS:
E teremos o seguinte:
Basta atentar para quando esse minuto terminar pois teremos o seguinte:
Muito bem! Parabéns! Já está com o Inercial alinhado! Caso tenha alguma duvida
no processo, desligue toda a aeronave e refaça até aprender bem!
Agora iremos programar nosso plano de vôo!
Para isso basta pressionarmos o botão FPL no nosso FMS:
Agora o que fazer? Como já deve ser um bom piloto, obviamente imaginou que
devemos colocar o nosso destino aqui.
Imaginou muito bem! Para isso basta que digitemos EHAM para que ele apareça
na linha de digitação:
E depois basta colocá-lo em DEST para termos o seguinte:
e em seguida:
UN874.VEKIN
Viu como foi fácil? Agora basta acessarmos a última página e digitarmos:
UN873.HELEN
UA5.TOLEN
Pronto! Agora só precisamos “fechar”o nosso plano de vôo. Para tal clicaremos no
nosso DEST, para que EHAM vá para a linha de digitação:
Vamos voar com Mach 0.80, o que pode substituir a linha LRC:
Na página seguinte não iremos alterar nada, para a informação aqui podemos
selecionar o steep increment desejado ( o padrão é 4000ft ) e podemos alterar o TO/LDG
FUEL ( não necessário pois a aeronave já calcula automaticamente).
Página seguinte:
Agora vamos selecionar nosso nível de vôo, FL270, para isso basta digitarmos ou
FL270 ou 27000, e colocarmos sobre a palavra OPTIMUM:
Neste vôo como eu não tenho as cartas permanecerão em zero até o nível de
cruzeiro pois poderemos alterar esses valores em vôo.
Na próxima página teremos:
Aqui temos o nosso tempo estimado de vôo, ETE na aeronave real temos a direita
às informações para a Alternativa, infelizmente não simulada aqui. Temos ainda FUEL REQ:
Para efeito de treino no táxi iremos decolar da pista 27L, portanto iremos usar NEXT
até termos a opção 27L:
A qual selecionaremos e podemos acompanhar o progresso da seleção aqui
nesta linha:
Mas infelizmente não estamos bem certos se é essa saída mesmo, o que fazer? O
FMS nos dá uma excelente opção, podemos clicar em REVIEW e vermos todo o
procedimento descrito no FMS:
Depois em JSTK:
E podemos ir verificando os fixos bastando pressionar o botão SKP
Se acompanharmos no MFD iremos notar que podemos ver toda a nossa rota:
PARABÉNS!!!
Completamos a programação de nosso vôo!!!
Podemos fechar nosso FMS pois já deixamos tudo programado, plano, takeoff,
climb, cruise, descend... O Pouso configuraremos mais adiante!
Vamos agora às nossas velocidades. Para tal basta imprimir a SpeedTable.jpg que
acompanha este Tutorial e ela é de fácil leitura.
No nosso MFD clicamos em MFD
Em seguida em SPDS
Nossa temperatura está entre a faixa mostrada acima de –40 a 44, iremos usar o
modo ALT T/O-1 de decolagem e iremos decolar com flap 9º, portanto basta seguirmos a
indicação acima para 18500Kg, obtendo:
V1 = 114
V2 = 123
VR = 129
AP = 138 (V2 + 15) Essa velocidade é a nossa Velocidade de Pouso com o Peso
atual. Se tivermos de retornar de imediato ao aeroporto devido a uma pane na
decolagem, não precisaremos “perder tempo” setando a nossa Landing Speed, basta
seguirmos a AP.
E clicaremos em STORE até a “seta” desaparecer. Usaremos A-ICE em off pois não
temos uma condição de muito frio na decolagem.
Enquanto os passageiros embarcam que tal um pouco de ar condicionado para eles? No
Legacy 600 apenas uma PACK é necessária pra ambientar a cabine. Deveremos ir ao AIR
CONDITIONING/PNEUMATIC e primeiramente abrir a BLEED do APU, e basta ligar a PACK 1 ,
por exemplo:
Agora podemos partir para a preparação final de cabine. Abriremos nosso
OVERHEAD e começamos da esquerda pra direita passando primeiramente pelo ELEC
PANEL, bastando armar as EMERG LIGHTS:
Como vamos voar utilizando o FMS como base de navegação devemos “dizer”
isso ao avião, para isso devemos ir ao Navigation Control PANEL pressionar o botão FMS
Ao fazermos isso poderemos notar que no nosso PFD, abaixo do nosso HSI teremos
as informações de nosso plano, assim como no nosso MFD:
E clicarmos em TEST
Com isso deveremos ver o teste no nosso MFD e ouvir a mensagem: “TCAS SYSTEM
TEST OK!”.
Na mesma RMU devemos setar os VOR`s e NDB`s que nos servirão de auxilio à
nossa navegação. Para isso devemos apenas clicar na LSK correspondente e
selecionarmos a frequência com o knob à direita:
Todos esses dados de VOR e NDB 1 e 2 podem ser mostrados no nosso PFD,
bastando que selecionemos no seguinte painel:
Nosso PFD passará a mostrar os dados sobrepostos à navegação do FMS:
Na aeronave real testaríamos o RADAR, porém a WILCO não simulou essa opção.
Como Amsterdã fica abaixo do nível do mar, porém com uma diferença muito
pequena, iremos deixar 0 mesmo.
Sugiro que imprimam o arquivo Checklist.doc que acompanha esse tutorial. É um
checklist real. Nele podemos notar que aqui iriamos checar as Oxygen Masks, Safety Pins,
etc.
Passamos agora à partida dos motores. Primeiramente iremos fazer o Cleared to
Start checklist, que inclui verificamos portas fechadas:
Aquí o nosso FADEC faz tudo sozinho bastando monitoramos no EICAS a correta
partida dos motores para ambos os lados:
E no OVERHEAD:
Na aeronave real podemos taxiar com ela aplicada. A GUST LOCK evita que o
profundor da aeronave fica se movimentando com o vento em solo.
Podemos já liberar nosso Parking Brake e iniciarmos o táxi...
Durante o Táxi podemos seleccionar Flaps 9º
Deveremos abrir o Painel de Autothrust em manter aberto pois iremos usá-lo após a
decolagem:
Sem estarmos com o Parking Brake aplicado devemos clicar em TO Config Check:
Deveremos ouvir “Take Off Ok!” se tudo estiver correto. Senão, se ouvirmos por
exemplo Takeoff Flaps...basta passarmos os flaps para 9º, etc,
Resetamos o combustível usado até o momento:
Com isso teremos no nosso PFD nosso HDG alinhado com nossa proa atual.
Atente para após 1000ft de Altitude deveremos selecionar Flap 0 (no nosso caso
quando atingirmos em torno de 1400ft).
AP
FLC Com FLC a aeronave acelerará até 240Kts.
NAV A luz do modo HDG permanece acesa até a aeronave captar o modo NAV
Notem a inscrição LNAV acima. Isso mostra que nossa aeronave já está seguindo o
modo de navegação lateral.
Ao cruzarmos 4000ft nosso Copiloto dirá: “Transition Altitude”.
Deveremos apenas clicar em STD tanto no PFD quanto no ISIS para passarmos à
pressã padrão.
Mantemos a subida no modo FLC e após 10000ft notamos que a aeronave acelera
para 270kts.
A partir de agora o Piloto decide se mantém o FLC, utiliza o modo Speed ou o
modo Vert (Vertical Speed).
Eu costumo manter FLC até 20000ft e usar o modo Vert em 1500ft após isso:
PERF DATA
PERF DATA PG2/4
A VFS irá no campo V1, a Vref irá em VR e V2 e Vapp em AP, porém como ainda
não sabemos o vento de onde iremos pousar podemos esperar para colocar o valor que
deverá ser a Vref + ½ Vento (ou seja, metade do vento da pista).
Nossa intenção é chegar nas proximidades de EHAM com 2000ft. Costumo fazer a
“continha” pra descida aqui, pois esse é o procedimento utilizado aqui na vida real. Ou
seja, se quero descer de 27000 para 2000, tenho 25000 de diferença, multiplico por 2 e
divido por 1000, tenho 50nm + 10nm de redundância Ou seja Isso faço com base no VOR
mais próximo do aeroporto de destino quando disponivel, ignorando a mensagem de TOD
(Top of Descent) calculada pelo avião.
Se quiser utilizar o modo FLC para descer de acordo com FMS não há problema,
mas sugiro que faça isso com mais prática no avião, pois ai poderá “dosar”a sua descida
com FLC, Speed, VS.
Podemos programar nossa chegada no aeroporto de Amestrdã. Conforme
confirmamos no radio nossa chegada está prevista para a pista 18R. Seguimos então o
seguinte caminho para a aproximação passada pelo controle: STAR HELE1A, Trans. NIRSI,
ILS 18R:
Arrival
Temos o seguinte:
Passe a aeronave para o modo HDG já que estamos em linha reta, não se
esquecendo de sincronizar o HDG com nossa Proa, conforme explicado anteriormente,
clicando no meio do botão HDG
Com a aeronave mantendo o HDG
Fazendo com que nossa aeronave passe deixe de seguir o FMS e passe a voar por
meios convencionais de navegação:
Aqui podemos notar nosso curso e distância para o VOR. Conforme calculamos
nossa descida se dará a 60nm do VOR SPL. Selecionamos 2000ft no MCP:
Quando atingirmos 60nm do VOR basta pressionarmos FLC e após o avião iniciar a
descida, setamos 2500ft de VS e vamos aumentando ou diminuindo ao nosso gosto:
Atente à velocidade! Controle a sua razão para não ter uma situação de
OVERSPEED.
Basta voltar a aeronave para o modo FMS, pressionando FMS e NAV.
Neste caso metade de 10Kts = 5Kts. Se não soubéssemos o vento na final, também
usaríamos como padrão o valor 5Kts. Portanto teremos:
E colcoando aqui
Podemos setar nossa frequência de ILS 110.10 na Frequência Stand By e CURSO
186, para não fazermos isso de última hora. Aqui vou deixar que você faça o processo.
Basta repetir o processo de passar a aeronave pra NAV, setar o Curso e voltar pra FMS
A partir de agora muita atençao! Vamos manter o avião em FMS até perto de
interceptarmos o ILS, só ai devermos mudar para NAV para podermos capturar o LOC e o
GS da pista 18R!
Portanto calibre sua descida para tal, via VS, SPD ou FLC.
Já podemos passar a nossa RMU para a frequencia do ILS da pista 18R, mas
podemos manter o VOR2 em SPL para manetrmos nossa referencia:
Para isso basta clicarmos em 1/2, o que nos abre a RMU2 e deixarmos o VOR SPL
selecionado. E para acompanharmos isso seguimos a sequência:
NAV1 e NAV2
Segundo a carta NIRSI1, nossa MDA é de 72ft. Então podemos colocá-la para servir
apenas de referência, pois nossa aeronave não é homolagada para pousos CATIII.
Após a passar por NIRSI e inciar sua descida para FL048, reduza sau velocidade
para em torno de 190-180kts e selecione flap 9º
Na passagem por EH607, você terá de tomar decisões rápidas. Aqui que um
copiloto seria interessante!. Primeiro inicie descida para 3500ft, passe a aeronave para o
modo NAV, não se esquecendo de sincornizar o HDG, e já arme o modo APR.
Note o Localizador no modo Arm. Ele ficará em branco até ser capturado.
Quando capturado podemos ver que ele passa para onde está HDG sobre o HSI.
Agora é só tocar macio. Não exagere no Pitch de pouso para evitar Tailstrike. Eu
costumo fazer assim, no CallOut Minimuns, potência em Idle e 05º de Pitch:
Os Ground spoilers, abrem automaticamente com 25Kts de velcidade de roda.
Mantenha seu motor em reverso até 60kts.
Execute o After Landing Checklist, após livrar a pista, o que inclui APU em ON,
Strobe lights Off e Landing Lights Off.
Agora para saber quantas horas de vôo irão para sua CIV, a página PROG 3/3
ajuda trocano automaticamente para a página abaixo:
Não se preocupe se não saiu muito perfeito o vôo. Afinal esta é uma aeronave
complexa e muito cheia de detalhes. Refaça o vôo, ou faça um segundo, talvez um
pouco mais longo para poder realemente se acostumar com a aeronave.
Desejo a você vôos longos, no seu mundo virtual ou no seu mundo real!
FAQ
✔ O SP2 é necessário?
R – Aconselho muito a baixar e instalar o SP2 do Legacy, pois além de algumas
coisas no modelo visual, corrige alguns bugs de navegaçao.
Saudações
Material Utilizado: