Você está na página 1de 9

ExponencialMentes – Inovação – notas

Questões apresentadas:
a) Por que algumas organizações são mais inovadoras que outras?
b) O que uma organização precisa fazer para se tornar inovadora?
c) Como a gestão da inovação se relaciona com a cultura da empresa?

1) O que é “Inovação”?

• Últimos 90 dias: mais de 1.100 livros relacionados lançados na Amazon

• Inúmeros critérios de classificação: 2, 5, 10, 15 tipos diferentes, cada


um com características detalhadas (de produtos, de processos,
tecnológica, de modelo de negócios, de marketing, de distribuição, e
assim por diante...)

• Definição – pela etimologia, vem do latim “in” -> “em“, e “novo” ->
“novo”

o Prefiro: “Ideia NOVA em AÇÃO” (Luis Rasquilha, da INOVA


Consulting)
o Sem a ação, não há inovação

• O termo Inovação aparece em registros pelo menos desde a Idade


Média, mas nunca se falou tanto a respeito como na última década. Por
quê?

• Mais: é uma palavra que gera na maioria dos executivos uma sensação
de confusão e de angústia, além de assumir uma característica quase
que etérea

• A consequência disso, não raro, é quase que uma alienação de líderes


empresariais com relação à Inovação

• Exemplo: eventos HSM


• Pesquisa global da McKinsey de alguns anos atrás mostrava que para
84% dos executivos, a inovação era considerada extremamente
importante para o crescimento dos negócios. Mas 94% deles estavam
insatisfeitos com sua performance em inovação.

2. O Cenário atual – assustador

• Durante esses 5 minutos em que estive falando:


- Quase 800 milhões de e-mails foram enviados
- Mais de 21 milhões de vídeos foram assistidos no YouTube
- Mais de 2,3 milhões de tweets foram gerados
- Cerca de US$ 4 bilhões foram gastos online
- 14 milhões de Gigabytes trafegaram pela Internet
- Quase 19 milhões de buscas foram feitas no Google

• 90% das informações disponíveis online atualmente foram criadas nos


últimos 24 meses

• Velocidade em que o conhecimento humano dobra:


1900 – 100 anos
1945 – 25 anos
2014 – 13 meses
2020 – 12 horas

• População mundial conectada:


2000 – 6%
2010 – 23%
2017 – 40%
2020 – 66%

• Em cerca de 15 anos, haverá tecnologia disponível para conectar nossos


cérebros à web através de nanobots.
• Bem antes disso, já começarão implantes de chips cerebrais e uso de
nanobots e outras partes e peças não biológicas, para fins medicinais
• Crescimento acelerado do uso de realidade virtual e realidade
aumentada
• Haverá Bilhões de aparelhos conectados à Internet, mundo afora, com
o crescimento de IOT
• Uso em larga escala dos “wearables”, gerando informações de todo o
tipo sobre nossa saúde, hábitos, deslocamentos, etc.
• Big Data
• Bitcoin e outras moedas criptografadas e Blockchain já estão
revolucionando serviços de intermediação financeira

Vivemos em uma era de crescimento exponencial do


conhecimento humano, a uma velocidade inimaginável

3. Os impactos sobre os negócios

• Quem mais ameaçará sua empresa nesses próximos anos não é seu
concorrente. É, muito provavelmente, alguém que sequer chegou ao
mercado. Exemplos recentes não faltam:
CD’s x Spotify
TV’s x YouTube
Taxis x Uber
FAO Schwarz x Amazon
Barnes & Nobles x Amazon
Hotéis x AirBNB
BlockBuster x Netflix
Telcos x WhatsApp ou Skype
Intermediários financeiros x Bitcoin e Blockchain

• Entre 40% e 50% dos empregos tendem a ser substituídos por IA,
incluindo atividades em áreas nobres do conhecimento, como medicina
diagnóstica, engenharia e até mesmo direito. Já está acontecendo.
• Nos próximos 5 a 7 anos é provável que entre 30 e 40% das empresas
que hoje estão entre as 500 maiores da Fortune desapareçam.

• Os ciclos de vida são cada vez mais curtos: quem se lembra do Palm?
Orkut? MySpace? GPS TomTom? São produtos do século XXI, que já
desapareceram ou se tornaram irrelevantes.

• A principal consequência do progresso acelerado é justamente essa: os


ciclos estão cada vez mais curtos, a evolução tecnológica faz com que
mudanças bruscas no equilíbrio de forças aconteçam, custos podem
cair dramaticamente, abrindo espaço para novos entrantes, novos
produtos e serviços revolucionários fazem os clientes descobrirem
necessidades que nem sabiam que tinham.

20 anos atrás uma filha estudiosa diria para o pai:


“Pai, vou de Taxi para a casa da Gigi. Você sabe onde tem pilhas? Assim vou
ouvindo CD no meu Discman e estudando nesse meu livro. Quando eu chegar,
te ligo de lá”.
10 anos atrás:
“Pai, vou de Taxi para a casa da Gigi. Vou ouvindo música no meu iPod e
estudando nesse meu livro. Quando eu estiver chegando lá te ligo”.
Hoje:
“Pai, estou indo para a casa da Gigi. Já chamei o Uber. Vou ouvindo música no
Spotify, e fazendo meus exercícios da Khan Academy. Chegando lá, te mando
um WhatsApp.”
4. Uma palavrinha sobre o Brasil e sobre investimentos em pesquisa

• Há cerca de 200.000 pesquisadores no país, dos quais 130.000 são


doutores. Quantos no setor empresarial? Pouquíssimos.

• Volume de patentes é mínimo, em comparação com países outros


países. Em 2014, segundo a WIPO, o Brasil registrou cerca de 0,5% do
número de patentes que a China no mesmo período.

• Aqui confunde-se criatividade com inovação.

• Há um grande distanciamento entre setor privado, academia e


verbas públicas para investimentos

• A crise econômica duradoura vem afastando ainda mais os


investimentos em inovação. As empresas em sua maioria estão “nas
trincheiras”, com toda a atenção voltada para táticas de defesa e
microgestão.

• Consequentemente, sem a atenção necessária para o processo


acelerado de transformação que o mundo vive atualmente.
Os chapéus da Gestão e da Liderança

Gestão Liderança
Fixar objetivos Estabelecer visão
Planejar Desafiar e comunicar
Alocar recursos Redirecionar recursos
Controlar Inspirar e motivar
Padronizar Propor ruptura
Minimizar riscos Assumir riscos
Dar foco, concentrar energia Expandir o foco
Ênfase no presente Ênfase no futuro

COMPLEXIDADE MUDANÇA
SISTEMAS / ESTRUTURA PESSOAS / FUTURO

“Como e quando?” “O quê e por quê?”

Para fins dessa discussão: dois tipos de inovação:


Radical – ruptura em relação ao modelo anterior – fazer coisas diferente
Incremental – fazer o mesmo, mas de jeito diferente, cada vez melhor
Por que algumas empresas são mais inovadoras que outras? As
características das empresas inovadoras
1. Missão / propósito claros, centrados nos clientes
a. Google: “Organizar a informação do mundo e torná-la
universalmente acessível e útil”
b. Amazon: “Ser a empresa mais centrada no cliente da Terra, onde
as pessoas possam encontrar e aprender sobre qualquer coisa
que elas queiram comprar on-line”
c. Deloitte: “Gerando impactos que façam diferença”

2. Engajamento. As pessoas trabalham focadas no cumprimento do


propósito, e não nas tarefas em si.

3. Agilidade para executar. Inovação só é inovação se colocada em prática.

4. Autonomia. As pessoas são capacitadas e têm maior amplitude de


poder para tomar decisões de suas áreas que estejam alinhadas à
missão, estratégia e objetivos da empresa, sem passar por aprovações
prévias.

5. Reconhecimento. As pessoas são compensadas, com regras claras, por


iniciativas inovadoras que tragam melhores resultados.

6. Processo estruturado. A Inovação faz parte da estratégia da empresa, e


conta com estrutura, investimentos e objetivos de resultados atrelados
e documentados.

7. Aceitação de erros. Nem tudo dá certo, portanto eventuais erros


cometidos ao inovar servem para aprendizado e não devem ser
reprimidos.
Recomendações para a empresa ser inovadora
1. Definir com clareza cristalina o propósito / razão de existir / missão da
empresa, e sua visão de futuro, com foco central em o que ela se propõe
a entregar aos clientes.
• Ajuda a rejeitar ideias e manter o rumo certo.
• Normalmente as empresas sofrem por excesso de ideias, e não falta
delas
• “Job to be done” – entender o que o cliente espera e por que ele
compra cada produto ou serviço
• “Caso Milk-shake”
• “Caso cliente HSM”

2. Comunicar isso incansavelmente a todos na empresa e efetivamente


tomar decisões que vão nessa direção.

3. Criar um sistema de liderança com perfis complementares, de modo a


balancear a gestão de curto prazo com a visão de futuro.

4. Capacitar a média e alta liderança, e dar autonomia às equipes para que


promovam as mudanças incrementais que atendam ao propósito e
visão estabelecidos.

5. Criar indicadores de performance por departamento, setor, etc., que


sejam reflexo dos objetivos maiores da organização, medi-los com rigor
e atuar para melhorá-los constantemente (PDCA - Vicente Falconi).

6. Criar uma cultura de tolerância a erros resultantes de iniciativas de


inovação.

7. Estabelecer políticas de remuneração variável que recompensem as


iniciativas de inovação (estabelecimento de metas individuais ou por
setor, com indicadores claros de mensurarão, e peso específico na
composição de remuneração variável).
8. Manter processo de acompanhamento periódico do andamento das
iniciativas de inovação da empresa, com envolvimento efetivo da alta
gestão.

9. Inovar com rapidez. Agilidade na execução é a chave. É melhor cometer


alguns erros e corrigi-los do que demorar para agir.

10.Ter uma equipe exclusiva, com liderança forte, envolvimento direto da


alta gestão, e verbas específicas, para pensar constantemente em
inovações radicais (nas grandes empresas industriais, farmacêuticas, de
tecnologia, etc. – Área de P&D ou parte dela). “Q” do James Bond.
Alternativamente, criar grupo multidepartamental que se reúna
periodicamente (pelo menos uma vez por mês), juntamente com
membro da alta gestão, para discutir projetos de inovação radical.

Você também pode gostar