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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD
Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP
Créditos Teórico / Prático
Código e Nome da Disciplina
J589– DIREITO ADMINISTRATIVO I 4,0
Segundas e Quartas
17h20min – 19h00min
19h00min – 20h40min
Aula 03
a) Legalidade
b) Impessoalidade
c) Moralidade
d) Publicidade
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Tal divisão é adotada de - forma bastante didática - na obra do professor José dos Santos Carvalho
Filho.
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e) Eficiência
a) Finalidade
b) Autotutela
c) Motivação
d) Razoabilidade
e) Proporcionalidade
g) Segurança jurídica
h) Interesse público
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A partir deste ponto de nosso Curso trataremos a função administrativa do Estado como
Administração Pública, sempre grafada com iniciais maiúsculas. As duas expressões podem ser usadas
como sinônimas, mas a Doutrina e a Jurisprudência utilizam-se quase que exclusivamente da expressão
Administração Pública para designar os órgãos e agentes encarregados da administração dos bens e
interesses do Estado.
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sua atuação deve ser voltado para o interesse público 3. E se não estiver presente esse
objetivo, a atuação estará inquinada de desvio de finalidade.
Trata-se, de fato, do primado do interesse público. O indivíduo tem que ser visto
como integrante da sociedade, não podendo os seus direitos, em regra, ser equiparados aos
direitos sociais. Vemos a aplicação do princípio da supremacia do interesse público, por
exemplo, na desapropriação, em que o interesse público suplanta o do proprietário; ou no
poder de polícia do Estado, por força do qual se estabelecem algumas restrições às atividades
individuais.
Legalidade
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Interessante ressaltar que Celso Antonio Bandeira de Mello aponta para a existência do interesse
público primário, aquele que visa a defesa dos interesses da coletividade, e do interesse público
secundário, onde o Estado atua como qualquer outra pessoa jurídica em litígio no âmbito judicial. O
interesse público primário está, em qualquer hipótese, acima do interesse individual.
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a) delimitar o quadro geral de direitos e liberdades do particular;
Como importante decorrência das 2 últimas aplicações, podemos afirmar que a lei
deverá ainda, sempre com o objetivo de garantir o interesse público e os direitos individuais,
definir a forma de atuação da administração pública.
Tal postulado, consagrado após séculos de evolução política, tem por origem mais
próxima a criação do Estado de Direito, ou seja, o Estado que deve respeitar as próprias leis
que edita.
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Nesse sentido, serão definidas tanto as obrigações dos agentes públicos em relação à Administração
Pública (deveres internos em relação ao Estado) quanto as regras de conduta e as diretrizes que vão
orientar a relação dos agentes com os cidadãos (deveres procedimentais em relação ao cidadão).
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jurisdicional diante dos parâmetros já instituídos pela atividade legislativa. Por isso a Doutrina
cita que a função de administrar (e de julgar) é função subjacente à de legislar 5.
Impessoalidade
Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração
voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em
consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados
alguns para favorecimento de outros 6. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da
finalidade, sempre estampado na obra dos tratadistas da matéria, segundo o qual o alvo a ser
alcançado pela Administração é somente o interesse público, e não se alcança o interesse
público se for perseguido o interesse particular, porquanto haverá nesse caso sempre uma
atuação discriminatória.
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Adiante veremos que o poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo não se constitui
em atividade legislativa, servindo apenas para permitir a correta aplicação de lei criada pelo Poder
Legislativo e que estabeleça alguma relação entre particulares e o Estado.
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11/09/2014 – PLENÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.180 - DISTRITO FEDERAL.
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES.
Ação direta de inconstitucionalidade. “Brasília Music Festival”. Lei Distrital n. 3.189/03. 2. Previsão de
encargos orçamentários às secretarias de Estado de Cultura e de Segurança Pública. Projeto de lei
encaminhado por parlamentar. Vício de iniciativa. Violação aos arts. 61, § 1º, II, “b”, e 165, III, da
Constituição Federal. 3. Lei de roupagem supostamente genérica. Circunstâncias fático-jurídicas que
permitem seja identificado um único favorecido. Violação à moralidade e à impessoalidade
administrativas. Precedente. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente para
reconhecer a inconstitucionalidade da Lei Distrital n. 3.189/03.
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Embora sob a expressão “desvio de finalidade”, o princípio da impessoalidade tem
proteção no direito positivo: o art. 2º, “e”, da Lei nº 4.717/1965, que regula a ação popular,
comina com a sanção de invalidade o desvio de finalidade.
Não custa mencionar que Celso Antonio Bandeira de Mello aponta uma outra
faceta do princípio da impessoalidade, qual seja, o fato de os atos administrativos serem
titularizados pela Administração Pública como gestora dos interesses da coletividade, não
podendo serem atribuídos à pessoa deste ou daquele administrador. Nesse sentido, em nosso
ordenamento, temos previsão tanto constitucional7 quanto legal8 sobre o assunto.
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Art. 37 (...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
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Lei nº 6.454/1977.
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Moralidade
Acrescentamos que tal forma de conduta deve existir não somente nas relações
entre a Administração e os administrados em geral, como também internamente, ou seja, na
relação entre a Administração e os agentes públicos que a integram.
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De fato, quando estivermos analisando as formas de invalidação do ato administrativo veremos que
não apenas a ilegalidade leva à sua anulação, mas também o desrespeito aos demais princípios, posto
que torna o ato ilegítimo e, assim, também passível de anulação.
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Lei que visa anular ato administrativo que tenha a possibilidade de causar prejuízo ao erário público.
As razões de nulidade estão ligadas à violação de alguns dos requisitos de validade do ato
administrativo: competência, objeto, forma, motivo ou finalidade.
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Visa preservar os direitos difusos.
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Com base no princípio da moralidade, e ainda no princípio da eficiência, o
Supremo Tribunal Federal editou, em 29 de agosto de 2008, a Súmula Vinculante nº 13, que
veda a prática do nepotismo na Administração Pública12.
Em julgados recentes, o STJ tem reconhecido que o assédio moral é prática que
viola a moralidade administrativa.
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Súmula Vinculante 13: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.
ATENÇÃO:
"1. A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes
para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da
Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma, julgamento
em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015)
"Reclamação - Constitucional e administrativo - Nepotismo - Súmula vinculante nº 13 - Distinção entre
cargos políticos e administrativos - Procedência. 1. Os cargos políticos são caracterizados não apenas
por serem de livre nomeação ou exoneração, fundadas na fidúcia, mas também por seus titulares serem
detentores de um munus governamental decorrente da Constituição Federal, não estando os seus
ocupantes enquadrados na classificação de agentes administrativos. 2. Em hipóteses que atinjam
ocupantes de cargos políticos, a configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a fim de se
verificar eventual 'troca de favores' ou fraude a lei. 3. Decisão judicial que anula ato de nomeação para
cargo político apenas com fundamento na relação de parentesco estabelecida entre o nomeado e o
chefe do Poder Executivo, em todas as esferas da federação, diverge do entendimento da Suprema
Corte consubstanciado na Súmula Vinculante nº 13." (Rcl 7590, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira
Turma, julgamento em 30.9.2014, DJe de 14.11.2014)
"Com efeito, a doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos Conselheiros dos Tribunais de
Contas na categoria de agentes políticos, os quais, como regra, estão fora do alcance da Súmula
Vinculante nº 13, salvo nas exceções acima assinaladas, quais sejam, as hipóteses de nepotismo cruzado
ou de fraude à lei." (Rcl 6702 MC-AgR, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno,
julgamento em 4.3.2009, DJe de 30.4.2009)
“(...) ATO DECISÓRIO CONTRÁRIO À SÚMULA VINCULANTE 13 DO STF. NEPOTISMO. NOMEAÇÃO PARA O
EXERCÍCIO DO CARGO DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ. NATUREZA
ADMINISTRATIVA DO CARGO. VÍCIOS NO PROCESSO DE ESCOLHA. VOTAÇÃO ABERTA. APARENTE
INCOMPATIBILIDADE COM A SISTEMÁTICA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRESENÇA DO FUMUS BONI
IURIS E DO PERICULUM IN MORA. LIMINAR DEFERIDA EM PLENÁRIO. AGRAVO PROVIDO. I - A vedação
do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamente
dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. II - O cargo de Conselheiro do Tribunal
de Contas do Estado do Paraná reveste-se, à primeira vista, de natureza administrativa, uma vez que
exerce a função de auxiliar do Legislativo no controle da Administração Pública. I (...)”
(Rcl 6702 MC-AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 04/03/2009,
DJe-079 DIVULG 29-04-2009 PUBLIC 30-04-2009 EMENT VOL-02358-02 PP-00333 RSJADV jun., 2009, p.
31-34 LEXSTF v. 31, n, 364, 2009, p. 139-150)
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ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ASSÉDIO
MORAL. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ART. 11 DA LEI
8.429/1992. ENQUADRAMENTO. CONDUTA QUE EXTRAPOLA MERA IRREGULARIDADE.
ELEMENTO SUBJETIVO. DOLO GENÉRICO.
2. Não se enquadra como ofensa aos princípios da administração pública (art. 11 da LIA) a
mera irregularidade, não revestida do elemento subjetivo convincente (dolo genérico).
4. A prática de assédio moral enquadra-se na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei de
Improbidade Administrativa, em razão do evidente abuso de poder, desvio de finalidade e
malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em prejuízo de alguém.
5. A Lei 8.429/1992 objetiva coibir, punir e/ou afastar da atividade pública os agentes que
demonstrem caráter incompatível com a natureza da atividade desenvolvida.
6. Esse tipo de ato, para configurar-se como ato de improbidade exige a demonstração do
elemento subjetivo, a título de dolo lato sensu ou genérico, presente na hipótese.
(REsp 1286466/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe
18/09/2013)
Publicidade
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O princípio da publicidade pode ser reclamado através de 2 instrumentos básicos:
b) as certidões emitidas pelos órgãos da Administração (CF, art. 5º, XXXIV, b).
Por fim, é importante que não se deixe de fora o registro de que ao princípio da
publicidade devem submeter-se todas as pessoas administrativas, quer as que constituem as
próprias pessoas estatais, quer aquelas outras que, mesmo sendo de direito privado, integram
o quadro da Administração Pública, como é o caso das empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações que adotem o regime de direito privado 13.
Eficiência
Com a inclusão, pretendeu o governo conferir direitos aos usuários dos diversos
serviços prestados pela Administração ou por seus delegados e estabelecer obrigações
efetivas aos prestadores. Não é difícil perceber que a inserção desse princípio revela o
descontentamento da sociedade diante de uma antiga impotência para lutar contra a deficiente
prestação de tantos serviços públicos, que incontáveis prejuízos já causaram aos usuários. De
fato, sendo tais serviços prestados pelo Estado ou por delegados seus, sempre ficaram
inacessíveis para os usuários os meios efetivos para assegurar seus direitos. Os poucos meios
existentes se revelaram insuficientes ou inócuos para sanar as irregularidades cometidas pelo
Poder Público na execução desses serviços.
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Adiante voltaremos ao tema dessas entidades de direito privado ao estudarmos a Administração
Indireta.
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Vale a pena observar, entretanto, que o princípio da eficiência não alcança apenas
os serviços públicos prestados diretamente à coletividade. Ao contrário, deve ser observado
também em relação aos serviços administrativos internos das pessoas federativas e das
pessoas a elas vinculadas. Significa que a Administração deve recorrer à moderna tecnologia e
aos métodos hoje adotados para obter a qualidade total da execução das atividades a seu
cargo, criando, inclusive, novo organograma em que se destaquem as funções gerenciais e a
competência dos agentes que devem exercê-las. Tais objetivos é que ensejaram as recentes
idéias a respeito da administração gerencial nos Estados modernos, segundo a qual, se faz
necessário identificar uma gerência pública compatível com as necessidades comuns da
Administração, sem prejuízo para o interesse público, que impele toda a atividade
administrativa.
Finalidade
Autotutela
Motivação
Razoabilidade
Proporcionalidade
Segurança Jurídica
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Interesse Público
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