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Igreja Batista Álamo PNEUMATOLOGIA 

Curso básico de Teologia 

CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 


Igreja Batista Álamo 

Pneumatologia - Doutrina do Espírito Santo. 

Introdução: 

A pessoa e obra do Espírito Santo é de suma importância. Todos nós temos necessidade de 
sua presença e do seu poder. Sem Ele, seria impossível viver a vida cristã e servir a Deus. 
Ele é a dinâmica do Cristianismo. 

1 - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO: 

Quem é o Espírito Santo? Uma pessoa ou uma influência? Muitas vezes é descrito de uma 
maneira impessoal, tipo: 

● Sopro que preenche (Gn 2.7; Jó 32.8; Ez 37.9) 


● A unção que unge (Lc 4.18; At 10.38; Hb 2.9) 
● O fogo que ilumina (Lv 10.2; Ml 3.2, 3) 
● A Água Viva (Jo 7.37, 38; 4.14) 

O Espírito Santo convence o homem do pecado e da justiça e consome em nós tudo o 


que não é da vontade de Deus (Mt 13.11, 12; Lc 3.16, 17). 

1.1 - Atos pessoais que são atribuídos ao Espírito Santo: 

○ Ele sonda as profundezas de Deus (1Co 2.10) 


○ Ele fala aos homens e à Igreja (Ap 2.7) 
○ Ele intercede (Rm 8.26) 
○ Ele ensina (Jo 14.26) 
○ Ele guia e conduz (Rm 8.14) 

1.2 - Características pessoais que são atribuídas ao Espírito Santo: 

○ Intelecto ou poder de pensar (1Co 2.10, 11; Rm 8.27) 


○ Volição ou poder de vontade (1 Co 12.11) 

 

 

○ Sensibilidade ou poder de sentir (Rm 15.30; Ef 4.30). 

1.3 - O Espírito Santo merece tratamento pessoal: 

● pode-se mentir para Ele (At 5,3); 


● pode-se rebelar contra Ele e O entristecer (Is 63.10); 
● pode ser blasfemado (Mt 12.31); 
● a importância de reconhecer a Sua personalidade. 

Em relação à Adoração: Se o Espírito Santo é uma pessoa divina e, no entanto, 


desconhecida ou ignorada como tal, está sendo privada do amor e da adoração que Lhe é 
devida. 

2 - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO: 

2.1 - O Espírito de Deus: E


​ le é o executivo da trindade, operando em todas as esferas, 
tanto físicas quanto morais (1Co 3.16; 2.14). 

2.2 - O Espírito de Cristo: ​Rm 8.9. Não há nenhuma distinção especial entre os termos 
Espírito de Deus, Espírito de Cristo e o Espírito Santo (Jo 14.26; 16.14; Mt 18.20). 

2.3 - O Consolador: a
​ palavra “Consolador”, paracleto no original, significa alguém 
chamado para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer 
eventualidade (Jo 14.16) 

2.4 - Deus: q
​ uando Ananias mentiu ao Espírito Santo, Pedro destaca o fato de que tinha 
mentido a Deus, assim chamado o Espírito de Deus. 

Os atributos do Espírito Santo demonstram a sua divindade: ​os atributos são aquelas 
características essenciais, permanentes e distintivas, que podem ser afirmadas a respeito 
do seu ser.  

O que demonstra a santidade do Espírito Santo é que a Ele são atribuídas as mesmas 
características que vemos no Pai e no Filho, a saber: 

● Ele é eterno ​(Hb 9.14); 


● Ele é onipotente (​ Lc 1.35); 
● Ele é onipresente (​ Sl 139. 7-10); 

 

 

● Ele é onisciente (​ 1Co 2.10, 11; 12.11). 

Sua associação com o Pai e o Filho: 

● na comissão apostólica (​ Mt 28. 19,20); 


● na administração da Igreja ​(1Co 12. 4-6); 
● na bênção apostólica ​(2Co 13.13). 

3 - A OBRA DO ESPÍRITO SANTO: 

1. A obra do Espírito Santo em relação ao mundo: ​O Espírito Santo é o criador, é 


princípio de vida que trabalha na terra ainda sem forma e vazia (Gn 1.2; Sl. 33.6; 
106.30).  
2. Em relação aos homens antes do pentecostes: O
​ Espírito Santo é o agente de 
Deus aqui neste mundo e, através da história, notamos sua ação na vida dos 
homens, tanto regenerados como não regenerados. 
3. O Espírito Santo na preparação dos profetas e a inspiração das Escrituras: A
​  
Bíblia declara-se a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. A crença na 
inspiração verbal das Escrituras é uma verdade fundamental, indispensável à nossa 
fé.  
i. 3.1- nenhuma profecia das Escrituras foi produzida por qualquer 
indivíduo independente; 
ii. 3.2 - a origem está em Deus; 
iii. 3.3 - estes homens que falaram foram tomados pelo Espírito Santo e 
levados por seu poder ao alvo escolhido por Ele. 

4 - O ESPÍRITO SANTO E O MESSIAS: 

O Messias é ungido com o Espírito e batizará com Espírito Santo e fogo (Mc 1.8; Mt 3.11). 

4.1 - A Encarnação: Jesus Cristo, o Unigênito Filho de Deus, tomou sobre si uma 
natureza humana e um corpo humano, ambos preparados por uma operação especial do 
Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 2.25-28). 

 

 

4.2 - O Batismo de Jesus: o Espírito desceu sobre Jesus numa forma visível, 
assinalando a sua saída da vida particular para entrar num ministério público (Mt 3.16; Mc 
1.10-11; Lc 3.21-22). 

4.3 - A Tentação: como Filho do Homem, que veio redimir o homem caído, Jesus foi 
conduzido pelo Espírito a este grande conflito (Mt 4.1-11; Mc 1.12; Lc 4.1-13). 

4.4 - O ministério de Jesus: Dr Gray escreve: “depois da sua unção pelo Espírito, 
quase tudo o que se diz ter sido realizado por Jesus, se realizou não pelo poder de seu 
Espírito natural e sim pelo Espírito Santo” (Lc 4.1-21; 10.21; At 10.38; Mt 12.28). 

4.5 - A morte e a ressurreição de Jesus Cristo: o Espírito Santo está profundamente 


ligado com a cruz. A morte de Cristo, como propiciação para com Deus e expiação pelo 
pecado, se realizou no poder do Espírito Santo (Hb 9.14; Rm 1.4; 8.11). 

4.6 -​ ​O ministério de Jesus após sua ressurreição: durante os quarenta dias do seu 
ministério, após sua ressurreição, Cristo deu mandamentos aos seus discípulos pelo 
Espírito Santo (Jo 20.22; At 1.2-8). 

5 - O ESPÍRITO SANTO DEPOIS DO PENTECOSTES: 

1. O Espírito Santo convence do pecado: ​Ele convence do pecado, da justiça e do 


juízo, mostrando ao mundo o seu erro de tal maneira que seja produzido um 
reconhecimento pessoal do pecado. 
2. O Espírito Santo regenera: s​ em a obra do Espírito Santo, ninguém é capaz de se 
tornar um crente verdadeiro, porque o pecador é incapaz de virar para Deus sem a 
sua ajuda. 
3. O Espírito Santo habita no crente: ​o Espírito Santo vem habitar ou fixar sua 
residência na vida de todo o crente por ocasião da regeneração, seja qual for o grau 
de imperfeição ou maturidade deste crente (Jo 14.16-23). 
4. O Espírito Santo proporciona segurança:​ certeza de salvação é uma das bênçãos 
concedidas pela habitação do Espírito no coração do crente. 
5. O Selo do Espírito Santo: 
- O selo do Espírito Santo significa posse: Ele é o selo que Deus põe sobre cada alma 
salva, é o carimbo divino e a garantia da herança eterna. 

 

 

- O selo do Espírito Santo significa segurança: Deus sela a salvação do crente para a 
eternidade. 
- O Penhor do Espírito: Deus nos deu o dom do Espírito Santo como garantia de que 
pertencemos a Ele. 

6 - O ESPÍRITO SANTO SANTIFICA O CRENTE: 

Pela obra feita na cruz do calvário, recebemos a salvação da penalidade do pecado. 

Os pecados foram perdoados e lavados no sangue de Jesus. Pela obra do Espírito Santo, 
que habita no coração do crente verdadeiro, recebemos a salvação do poder do pecado. 
Essa obra chama-se santificação e é importantíssima. 

- a santificação posicional: pelo sangue de Jesus Cristo recebemos a santificação 


eterna, quer dizer, separação do mundo para Deus, como propriedade sua (Hb 
6.10-14). 
- a santificação progressiva: é aquilo que experimentamos dia após dia na vida cristã. 

7 - AS DUAS NATUREZAS: 

Há pessoas que ensinam que o crente, depois de ser salvo, já deixou a tendência de pecar. 
Ensinam que a natureza velha, adâmica, morreu, foi destruída. 

Verifica-se, porém, que os mais santos filhos de Deus têm mostrado estarem cônscios da 
presença e do poder duma natureza decaída. 

O novo nascimento não é apenas uma transformação daquilo que é velho, é a dádiva de 
uma nova natureza divina (2Pe 1.4), que se possui conjuntamente com a velha natureza. A 
presença de duas naturezas opostas num indivíduo ocasiona conflito, conforme 
observamos em Gl 5.17. 

● O segredo da vida vitoriosa: ​devemos notar que a vida cristã é uma vida vitoriosa. 
A vitória é prometida (Rm 6.14). A vida cristã é uma vida otimista, mas como 
podemos ter a vitória? (Gl 5. 16-25) 

 

 

8 - A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO: 

Já notamos que, no momento de sua regeneração pelo Espírito Santo, o crente é 


dependente do mesmo Espírito para viver uma vida vitoriosa. Todo o crente verdadeiro 
tem o Espírito Santo mas, infelizmente, nem todo o crente verdadeiro goza da plenitude do 
Espírito Santo. 

- As condições para ser cheio do Espírito Santo: c​ omo já notamos, todo o crente de 
verdade tem o Espírito Santo. Alguém tem dito: todo o crente possui o Espírito 
Santo, mas nem todo o crente é possuído pelo Espírito Santo. Por que? Há diversas 
razões, às vezes por ignorância da Palavra de Deus que ensina a necessidade de 
uma vida consagrada, às vezes por submissão parcial à vontade de Deus. 

Em Efésios 5.18-21, Paulo, depois de demonstrar que o nosso dever é viver uma vida cheia 
do Espírito Santo, descreve as consequências desta vida em relação um ao outro: 

a) Comunhão um com o outro: falando entre vós com salmos. 


b) Adoração: “entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos 
espirituais”. 
c) Ações de graça: “dando sempre ações de graças por tudo ao nosso Deus e Pai, em 
nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. 
d) Obediência e humildade: “submetendo-vos uns aos outros no temor do Senhor”. O 
que mais caracterizou a vida do Senhor Jesus foi a sua submissão ao Pai. 

9 - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO 

● A finalidade dos dons espirituais: ​uma das maneiras do Espírito Santo 


manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos 
crentes. Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da 
Igreja.  
○ Os dons espirituais proporcionam um ministério espiritual; 
○ Os dons proporcionam um ministério a todos; 
○ Os dons espirituais proporcionam o crescimento da Igreja 

 

 

As manifestações do Espírito se dão de acordo com a vontade do Espírito, ao surgir a 


necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons. 

● Como recebemos os dons espirituais: ​um dom espiritual é uma capacidade 


sobrenatural concedida pelo Espírito Santo para cumprir um ministério especial no 
corpo de Cristo. Devemos reconhecer que os dons são dados pela livre vontade do 
Espírito Santo (1Co 12.11). 
● O valor dos dons espirituais: ​Deus estabeleceu uma única Igreja. E dentro dessa 
Igreja, Deus, através do Espírito Santo, distribuiu vários dons diferentes. Apesar de 
existirem muitos dons, não existe um dom que seja melhor do que o outro, nem 
uma pessoa que esteja em uma categoria mais elevada que a outra. Não existe, 
dentro da Igreja, crente de primeira, segunda ou terceira categoria; todos são iguais. 
Todos os que estão na Igreja foram batizados em um único Espírito, beberam de 
um único Espírito. O apóstolo Paulo fala sobre isso em I Coríntios 12.12-30. 
● O significado dos dons: ​em 1Co 12.8-10 o apóstolo Paulo apresenta uma 
diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nessa passagem, ele 
não descreve as características desses dons, mas em outros trechos das Escrituras 
temos o ensino sobre os mesmos. 
○ Dom de profecia:​ é preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como 
manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na 
igreja, mencionado em Ef 4.11.  
○ Quem pode profetizar: C
​ omo dom de ministério, a profecia é concedida a 
apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas. 
Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a 
todo o cristão cheio dEle (At 2.16-18).  
○ Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: a) 
trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou 
revelação diretamente de Deus, sob impulso do Espírito Santo (1Co 14.24,25; 
29-31). Aqui não se trata de entrega de sermão previamente preparado. b) 
tanto no AT como no NT, profetizar não é primariamente predizer o futuro, 
mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à 
fidelidade e à paciência (1Co 14.3). c) a mensagem profética pode 
desmascarar a condição de uma pessoa (1Co 14.25), ou prover edificação, 

 

 

exortação, consolo, advertência e julgamento (1Co 14.3, 25, 26, 31). d) a 


igreja não deve ter como infalível toda a profecia deste tipo, porque muitos 
falsos profetas estarão na igreja (1Jo 4,1). Daí toda a profecia deve ser 
julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (1Co 14.29, 32, ; 1Ts 5. 20-21). 
Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a 
santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive 
submissa e obediente a Cristo. e) o dom de profecia manifesta-se segundo a 
vontade de Deus e não a do homem. Não há no NT um só texto mostrando 
que a igreja de então buscava revelação ou orientação através dos profetas. 
A mensagem profética ocorria na igreja somente quando Deus tomava o 
profeta para isso (1Co 12.11). 
○ A Palavra de Sabedoria: ​(1Co 12.8) - trata-se de uma mensagem vocal sábia 
e enunciada mediante operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal 
mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito 
Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata 
aqui da sabedoria comum de Deus para o viver diário, que se obtém pelo 
diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela 
oração (Tg 1.5-6). 
○ O dom do conhecimento:​ (1Co 12.8) - trata-se de uma mensagem vocal, 
inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de 
pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este 
dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 
14.24,25). 
○ O dom de interpretação:​ (1Co 12.10) - trata-se da capacidade concedida 
pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o 
significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada 
para a Igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou 
pode ser uma profecia. Toda congregação pode assim desfrutar dessa 
revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em 
línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela 
recebe a mensagem (1Co 14.6, 13,26). A interpretação pode vir através de 
quem deu a mensagem em línguas ou de outra pessoa. Quem fala em 
línguas, deve orar para que possa interpretá-las (1Co 14.3). 

 

 

○ Dom de discernimento de Espíritos:​ trata-se de uma dotação especial dada 


pelo Espírito Santo, para o portador do dom de discernir e julgar 
corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito 
Santo ou não (1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos mestres (ver Mt 
24.5) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (1Tm 4.1), esse 
dom espiritual será extremamente importante para a Igreja. 
○ O Dom de Misericórdia:​ é a disposição, capacidade e poder dados por Deus 
para o crente ajudar e consolar os necessitados ou aflitos (cf EF 2.4). 
○ Dom de exortação:​ é a disposição, capacidade e poder dados por Deus, 
para o crente proclamar a Palavra de Deus de tal maneira que ela atinja o 
coração, a consciência e a vontade dos ouvintes, estimule a fé e produza nas 
pessoas uma dedicação mais profunda a Cristo e uma separação mais 
completa do mundo (At 11.23; 14.22; 15.30-32; 16.40; 1Co 14.3; 1Ts 5.14-22; 
Hb 10.24,25). 
○ Dom da fé:​ fé sobrenatural comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o 
crente a crer em Deus, para realização de milagres. É a fé que remove 
montanhas (1Co 13.2) e consequentemente opera em conjunto com outras 
manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres (Mt 17.20; Mc 
11.22-24; Lc 17.6). 
○ Dons de curar:​ (1Co 12.9) - esses dons são concedidos à Igreja para 
restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 
10.1; At 3.6-8; 4.30). O plural (“dons”) indica cura de diferentes enfermidades 
e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de 
cura não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (1Co 
12.11,30), todavia todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os 
enfermos serão curados. Pode também haver cura em obediência ao ensino 
bíblico de Tg 5.14-16. 
● Quantas pessoas Deus quer curar? D
​ eus prometeu saúde ao seu 
povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus 
mandamentos (Ex 15.26). Sua declaração abrange dois aspectos: a) 
“nenhuma enfermidade porei sobre ti (como julgamento), que pus 
sobre o Egito”; e b) “Eu sou o Senhor que te sara (como Redentor)”. 

 

 

● Curados todos entre três milhões: Deus continuou sendo o Médico 


dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus 
sinceramente se dedicavam a buscar a Sua face e obedecer à Sua 
Palavra. 
● A cura é para todos: Jesus, como o Filho encarnado de Deus, era a 
exata manifestação da natureza e do caráter de Deus. No seu 
ministério terreno, revelava a vontade de Deus na prática, e 
demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de Deus 
curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo. 

Operação de Milagres:​ (1Co 12.10) - trata-se de atos sobrenaturais de 


poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se 
manifesta o reino de Deus contra satanás e os espíritos malignos (Jo 6.2). 

Dom de ensinar:​ O propósito principal do ensino bíblico é preservar a 


verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso 
inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. 
Podemos definir então que o dom de ensinar é a capacidade de explicar as 
verdades já reveladas na Palavra de Deus e aplicá-las à vida cotidiana do 
crente. As Escrituras declaram em 1Tm 1.5 que o alvo da instrução cristã 
(literalmente “mandamento”) é a “caridade de um coração puro. e de uma 
boa consciência e de uma fé não fingida. Logo, a evidência da aprendizagem 
cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, isto 
é, a manifestação na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade 
sincera. 

O dom de Línguas:​ (1Co 12.10) - no tocante às “Línguas”, como manifestação 


sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos:  

a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua 
desconhecida na terra (ex.: língua dos anjos). A língua falada através 
deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto 
por quem fala (1Co 14.14), como pelos ouvintes (1Co 14,16). 
b) O falar em outras línguas como dom abrange o espírito do homem e 
o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao 

 
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crente a comunicação direta com Deus (isto é, na oração, no louvor, 


no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito 
mais do que da mente (1Co 14.2, 14) e orando por si mesmo ou pelo 
próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade 
da sua mente (cf 1Co 14.2, 15, 28; Jd 20). 
c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua 
interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça 
o conteúdo e significado da mensagem (1Co 14.3, 27, 28). Ela pode 
conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a Igreja (1Co 
14.6). 
d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o 
culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou 
“fora de controle” (1Co 14.27, 28). 

O Dom de contribuir:​ os exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm 


princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro que são válidos 
para os crentes no NT. 

1. devemos lembrar-nos de que tudo quanto possuímos 


pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: 
é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum 
domínio sobre as nossas posses. 
2. devemos decidir, de todo o coração, servir a Deus e não ao 
dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bíblia deixa claro que a cobiça 
é uma forma de idolatria (Cl 3.5). 
3. Nossas contribuições devem ser para a promoção do Reino de 
Deus, especialmente para a obra da igreja local e a 
disseminação do evangelho pelo mundo (1Co 9.4-14; Fp 
4.15-18; 1Tm 5.17, 18), para ajudar aos necessitados (Pv 19.17; 
2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20; Lc 
6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22, 23). 
4. Nossas contribuições devem ser proporcionais à nossa renda. 
No AT o dízimo era calculado em uma décima parte. Dar 
menos que isto era desobediência a Deus. Aliás equivalia a 

 
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roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT requer que 


nossas contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus nos 
tem dado (1Co 16.2; 2Co 8.3,12). 
5. Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois 
assim é ensinado tanto no AT (Ex 25.1, 2; 2Cr 24.8-11) quanto 
no NT (2Co 8.1-5, 11, 12). Não devemos hesitar de contribuir de 
modo sacrificial (2Co 8.3), pois foi com tal espírito que o 
Senhor Jesus entregou-se por nós. Para Deus, o sacrifício 
envolvido é muito mais importante do que o valor monetário 
da dádiva. 
6. Nossas contribuições devem ser dadas com alegria (2Co 9.7). 
Tanto o exemplo dos israelitas no AT (Ex 35.21-29; 2Cr 24.10) 
quanto os cristãos macedônios do NT (2Co 8.1-5) servem-nos 
de modelo. 
7. Deus tem prometido recompensar-nos de conformidade com 
o que lhe temos dado (Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19). 

O dom de presidir: p
​ residir ou liderar é a disposição, a capacidade e poder 
dados por Deus, para o obreiro pastorear, conduzir e administrar as várias 
atividades da igreja, visando ao bem espiritual de todos (Ef 4.11,12; 1Tm 
3.1-7; Hb 13.7, 17, 24). A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, 
pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor 
Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso é de grande importância na 
preservação da pureza da igreja de Deus que seus pastores mantenham a 
disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; 
Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e 
ao testemunho apostólico. 

O dom de ministrar:​ é um dom dado para ajudar em qualquer ministério 


secular que exige frutos espirituais. Devemos notar que é o amor que 
controla o uso ou abuso dos dons do Espírito Santo. Sem amor, os dons do 
Espírito não valem nada. 

 
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10 - O FRUTO DO ESPÍRITO: 

O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida 
daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida 
íntegra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo 
apóstolo Paulo em Gl 5.22,23. 
O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma 

exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as 

restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da 

Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o jugo da Lei não é capaz de fazer com que 

alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo 

o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor. 

O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o 

Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas 

em que o Espírito nos conduz. Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. 

É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo 

nascimento, a vida no Espírito. 

Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que 

o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja 

de Cristo. O fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos 

recebem. 

● Por que “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito”? 

É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o 
singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve 
sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”. 

 
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Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A 

melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da 

carne, o fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações 

pertencem a um único fruto. 

Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em 

nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por 

tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude 

como sendo gomos de um mesmo fruto. 

Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor 

é à base de todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se 

tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão 

e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido 

necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas. 

Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à 

produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Rm 6.22; Ef 

5.9; Fp 1.11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um 

exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento 

verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento (Mt 3.8; Lc 3.8). 

● A descrição do fruto do Espírito: 

Como já dissemos, imediatamente após descrever as obras da carne, o apóstolo 


Paulo descreveu o fruto do Espírito. O apóstolo apresentou a seguinte relação 
representativa como sendo o fruto do Espírito: 
● Amor: 

 
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O amor é a base para todas as outras virtudes (cf. 1 Co 13; Ef 5.2; Cl 3:14). No 

mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade do 

amor na vida dos verdadeiros cristãos (Gl 5.6,13). 

Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O 

apóstolo João escreveu que ​“aquele que não ama não conhece a Deus”​ (1 Jo 4.8; cf. 3.14; 

4.19). O apóstolo Pedro também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola (1 Pe 

4.8). Claro que tudo isto reflete o ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou 

que seus discípulos seriam conhecidos pelo amor demonstrado (Jo 13.34,35). 

● Alegria 

A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, 

nem mesmo significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o 

apóstolo Pedro escreveu​ ​dizendo que é​ “inefável e gloriosa”​ (1 Pe 1:8). 

Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: ​“entristecidos, 

mas sempre alegres”​ (2 Co 6.10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com 

que nos alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas 

as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). 

● Paz 

No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande 
paz (Salmos 119.165; cf. 29.11; 37.11; 85.8). Resultante do amor, essa paz é a marca de um 
coração sereno. ela é uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por 
aqueles que são justificados mediante a fé (Rm 5.1). 

Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que 


outros também a tenham (Mt 5.9). Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína paz. 

● Longanimidade 

 
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A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos 

preserva das típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne (Gl 5.20). A paciência 

como fruto do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas 

promessas. Essa certeza não nos deixa cair em desespero (2 Tm 4.2,8; Hb 6.12). 

● Benignidade 

Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade (Rm 2.4; 11.22; cf. Sl 136.1). No 

ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber 

tamanha benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores (Mc 10.13-16; Lc 

7.11-17,36-50; 8.40-56; 13.10-17; 18.15-17; 23.24; Jo 8.1-11; 19.25-27). 

Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. 

Isso significa que não devemos causar dor a ninguém (Mt 5.43-48; Lc 6.27-38). 

● Bondade 

A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e 

expressa nas ações daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e 

espiritual produzida pelo Espírito Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e 

pelo que é correto. Essa bondade nos leva a rejeitar tudo o que é mau e perverso. 

● Fidelidade 

A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é 

uma tradução correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a 

bondade e a benignidade citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao 

contexto é “fidelidade” ou “lealdade”. 

Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a 

muitos membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo (Gl 4.16), mas para 

 
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com o próprio Evangelho (Gl 1.6-9; 3.1; 5.7). Assim, fidelidade como fruto do Espírito não 

apenas se resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à 

sua vontade. 

● Mansidão 

A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para 

com os outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor 

(Mt 11.29; 2 Co 10.1). 

● Domínio próprio 

O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O 

domínio próprio também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o 

termo grego descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o 

domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo. 

A lei existe para propósitos de restrição, mas quanto a estas virtudes, nada existe 

para limitá-las. 

CONCLUSÃO:​ o Espírito Santo, como Deus e integrante da Trindade Santa, realiza sua obra 

desde a criação, passando pela conversão do pecador e atuação na vida do crente e da 

Igreja. 

 
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