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1.

    Discorra sobre os princípios da legalidade e da anterioridade no direito penal militar.


2.    Segundo preconiza o Código Penal Militar, o tempo do crime é aquele em que o agente
pratica a ação ou omissão, ainda que outro seja o tempo do resultado (art. 5º CPM). Quanto
ao lugar do crime, cite e conceitue as teorias existentes e dê pelo menos um exemplo de cada
uma delas.
3.    Defina crime militares em tempo de paz e crime militares em tempo de guerra e
apresente no mínimo dois exemplos para cada.
4.    Discorra sobre as fontes do direito penal militar.
5.    Segundo o art. 125, § 4º compete a Justiça Militar processar e julgar nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares. Diante dessa previsão
legal é correto afirmar que em nenhuma hipótese o militar estadual será processado e
julgado pela justiça comum? Explique.

1. O Código Penal Militar estabelece em seu art. 1º, que: “Não há crime
sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
Artigo este, também expresso na Constituição Federal de 1988, em seu
art. 5º, inciso XXXIX. Sendo assim, temos com esse artigo, a garantia de
que, ao ser acusada de um crime, a pessoa terá a certeza de que o
mesmo se encontrará previsto na lei, evitando assim, possíveis
excessos por parte do Estado, quando exercer o direito de punir. Nesse
sentido, temos o Princípio da Anterioridade, previsto no art. 5º, XXXIX,
da Constituição Federal e também previsto no art. 1º do CPM, onde cita
que “(...) não há crime sem lei anterior que o defina (...), que significa
que a lei penal só pode ser aplicada para casos futuros, onde a lei já
deve estar prevista antes do fato criminoso, não sendo permitindo ao
Estado criar uma nova pena após o crime ter sido praticado.

2. Considera-se lugar do crime o local onde será praticada a infração


penal. Existem três teorias usadas para definir o lugar do crime, sendo
elas:
 Teoria da Atividade: que considera o lugar do crime aquele onde a
conduta foi praticada;
 Teoria do Resultado: que considera o lugar do crime onde ocorreu o
resultado;
 Teoria da Ubiquidade: que considera o lugar do crime tanto o lugar
onde ocorreu a conduta, quanto onde se deu o resultado. Teoria
essa adotada pelo nosso Código Penal Militar, no caso dos crimes
comissivos, conforme consta no art. 6º: “Considera-se praticado o
fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo
ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes
omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria
realizar-se a ação omitida.” Já no caso dos crimes omissivos, a
teoria adotada é a da Atividade.

3. Os crimes militares em tempo de paz são aqueles quando praticados


conforme o art. 9º do CPM, sendo as suas situações previstas nos
incisos I: “os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo
diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o
agente, salvo disposição especial;” e inciso II, que abrange a
competência em razão da pessoa, em razão da matéria, em razão do
lugar e do tempo.
Como exemplo de crimes militares em tempo de paz, temos o
Motim (Art. 149 CPM) e o crime de Violência contra Superior (Art. 157 do
CPM).
Já os crimes militares em tempo de guerra, são os crimes
previstos quando praticados na situação do art. 10 do CPM, e conforme
os incisos I e II: são os crimes especialmente previstos para o tempo de
guerra; e também os crimes militares previstos para o tempo de paz; III -
os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer
que seja o agente: e IV - os crimes definidos na lei penal comum ou
especial, embora não previstos neste Código, quando praticados em
zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado.
Como exemplo de crimes militares em tempo de guerra, podemos
citar o crime de Traição (Art. 355 do CPM) e o crime de Espionagem
(Art. 366 do CPM).

4. As fontes do Direito Penal Militar se dividem em fontes materiais, sendo


ela a Constituição Federal e as fontes formais, que se dividem em
diretas/imediatas, sendo ela a norma: o Código Penal Militar, e as
indiretas: que são o uso de costumes militares, jurisprudências,
princípios gerais do Direito e analogia.

5. Não. Pois conforme previsão expressa do art. 9º, § 1º do CPM, os


crimes militares quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. Temos assim, o
deslocamento da competência para a Justiça Comum, através da Lei
9.299/96 que trouxe a competência para o Tribunal do Júri, onde mesmo
o crime ter sido praticado por militar, será competente para o julgamento
a justiça comum.

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