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BC 0205 – Laboratório de Fenômenos Térmicos

ALUNO: RA:
TURMA: PROFESSOR:

EXPERIMENTO 2: CALORIMETRIA (CONTINUAÇÃO)

Proposta – Como continuação dos experimentos relacionados à calorimetria, pretende-


se na aula de hoje, também determinar o equivalente de energia do calor. Basicamente a
teoria desenvolvida na primeira aula do curso será utilizada novamente para o
desenvolvimento desse experimento.

Teoria - Calorimetria é o conjunto de técnicas e métodos dedicados à medição da


quantidade de calor absorvido ou liberado por um sistema em um processo físico ou
químico, como, por exemplo, em uma reação química ou em uma mudança de estado
[1]. Calor significa uma transferência de energia térmica de um sistema para outro
graças à diferença de temperatura entre eles [1]. Esta forma de energia, em geral
associada ao movimento (a energia cinética) das partículas constituintes de um sistema
físico, transfere-se entre sistemas pelos mecanismos de radiação, condução e convecção.
O calorímetro é um dos instrumentos utilizados na medição do calor envolvido
em uma mudança de estado de um sistema. Tal mudança de estado pode envolver uma
mudança de fase, de temperatura, de pressão, de volume, de composição química ou de
qualquer outra propriedade associada com trocas de calor. O calorímetro ideal consiste
de um sistema termodinâmico isolado e fechado que não permite trocas de calor e
matéria com o ambiente. Há um estado inicial em que se identificam dois ou mais
sistemas separados, cada qual com sua temperatura, e há um estado final onde os
sistemas que inicialmente estavam separados entram em contato térmico alcançando o
equilíbrio termodinâmico. Em nosso calorímetro, minimizamos a transferência externa
de calor por condução isolando o sistema por paredes de isopor e minimizamos a
transferência externa de calor por radiação isolando-o em uma lata de alumínio.
O principio de funcionamento do calorímetro baseia-se na proporcionalidade
direta entre a quantidade de calor Q e a variação de temperatura. A constante de
proporcionalidade é denominada capacidade calorífica C, que também é chamada de
capacidade térmica [2]. Se um calor Q for absorvido por um objeto durante uma
variação de temperatura (Tf – Ti), então [3]:

Q = C(Tf – Ti) (1)

Se o objeto tem massa m, então:

Q = cm(Tf – Ti), (2)

onde c é calor especifico da substância constituinte do sistema. O calor específico do


material também é chamado de capacidade térmica por unidade de massa.
Considere uma amostra de massa mA de uma substancia de calor especifico cA,
aquecida a uma temperatura TA e, em seguida, mergulhada em uma massa m de água,
de calor especifico c e mantidas em um recipiente de paredes adiabáticas de capacidade
térmica C. Numa situação inicial, tem-se que a água e o recipiente estão em uma
temperatura Ti < TA. Após estabelecer-se o equilíbrio térmico, o sistema atinge a
temperatura final Tf que pode ser medida por um termômetro. Como as paredes são

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adiabáticas (não há troca de calor com o exterior), o valor de Q = mAcA (TA –Tf) perdida
pela amostra é inteiramente cedida a água e ao recipiente, por isso [4]:

mAcA (TA – Tf) = (mc + C)(Tf – Ti) (3)

Uma unidade usual para medida da quantidade de calor é a caloria (cal), que é
definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de
água pura de 14,5 oC a 15,5 oC [4,5]. Para que 1 kg de água sofra esta mesma elevação
de temperatura, é necessário fornecer-lhe 103 cal = 1 kcal, pois a quantidade de calor
necessária, se os demais fatores permanecerem os mesmos, é diretamente proporcional a
massa da substância. Outras unidades utilizadas são o Joule (J) e a Unidade térmica
britânica (Btu). A relação entre estas unidades é [3]:

1 cal = 3,969 x 10-3 Btu = 4,1868 J

A quantidade de calor necessária para transformar a fase do sistema na


temperatura de transição é proporcional à massa do objeto.
É possível também verificar, com a utilização do calorímetro, que há um
equivalente de energia para o calor. Uma forma de obter essa correspondência é utilizar
um mecanismo de controle da energia que está sendo fornecida ao sistema. Isto pode
ser feito acoplando ao calorímetro uma resistência elétrica que, alimentada por uma
fonte de tensão, aquecerá a água. Neste caso, a corrente elétrica que atravessa o resistor
o aquece, ocorrendo basicamente a conversão de energia elétrica em energia térmica e o
calor dissipado pela resistência é absorvido pela água. Na parte final deste experimento
determina-se o equivalente elétrico do calor, considerando que a quantidade de energia
elétrica dissipada no resistor, em joules, é dada pela expressão (4).

Eel = Pel ∆t (4)

Na equação (4), Pel é a potência do resistor e ∆t é o intervalo de tempo em que o


resistor ficou submetido à tensão.

Procedimento Experimental – Calorimetria II

Objetivos do Experimento:
Calcular:
1. A energia dissipada no resistor (Eel) como função do tempo, em joules, utilizando a
expressão (4).
2. A quantidade de calor ganha pela água;
3. O equivalente elétrico do calor, em J.

Materiais:
• Calorímetro;
• Termômetro;
• Cronômetro;
• Água;
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• Balança;
• Resistor;
• Fonte de tensão contínua.

Procedimento experimental:

(3) Determinação do equivalente de energia para o calor, controlando a entrada de


energia no sistema pela potência utilizada em um resistor.
- Meça a resistência dos resistores utilizados no calorímetro;
- Coloque água no calorímetro;
- Mergulhe o resistor e o termômetro na água;
- Verifique se o termômetro e o resistor não estão tocando as paredes do
calorímetro;
- Meça a temperatura inicial da água e anote;
- Ligue os terminais do resistor na fonte de tensão (canal 1), ajuste a tensão para
aproximadamente 22 V e a corrente para aproximadamente 1 A e, quase que
simultaneamente, acione o cronômetro.
- Agite a água do calorímetro para a temperatura permanecer uniforme.
- Após aproximadamente 60 s, meça a temperatura (Tf) do sistema.
- Meça pelo menos 10 pontos.

Questões:

[Calor específico da água: 4190 J/kg.K]


1) Meça a resistência do resistor
Valor da resistência: ________; Tensão na fonte _______; Corrente na fonte______;
2) Preencha a tabela abaixo:

Tabela 1: Dados da medida com a tensão aplicada.


Tempo ( ) Temperatura ( )
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

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3) Calcule a quantidade de energia elétrica dissipada no resistor (eq. 4).

4) Faça o gráfico da temperatura x tempo.

Figura 1: Temperatura x tempo.

5) Calcule a quantidade de calor (Q) transferida no experimento.

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6) Qual é a interpretação Física dos coeficientes angular e linear do gráfico acima?


Por meio do coeficiente angular determine a potência. Obtenha a equação que rege o
comportamento do gráfico feito na questão 4.

7) O que você pode concluir dos valores medidos para a quantidade de calor (Q)
transferida e da quantidade elétrica dissipada no resistor? Ocorreu como esperado?
Argumente e Justifique sua resposta.

REFERÊNCIAS

[1] I. Roditi, Dicionário Houaiss de Física, Ed. Objetiva LTDA, Rio de Janeiro (2005).
[2] P. A. Tipler, G. Mosca, Física – Mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica, 5 ed.
Editora LTC, Rio de Janeiro (2006).
[3] D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, Fundamentos de Física 2, Ed. LTC, Rio de
Janeiro (2006).
[4] M. Ference Jr., H. B. Lemon, R. J. Stephenson, Curso de Física – Calor, Ed. Edgard
Blucher LTDA, São Paulo.
[5] H. M. Nussenzveig, Curso de física Básica 2 – Fluidos, Oscilações e ondas, Calor,
Ed Egard Blucher LTDA, São Paulo (1981).

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