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FACULDADE DE ENGENHARIA

ENGENHARIA CIVIL

PORTOS E VIAS NAVEGÁVEIS

Prof. D.Sc. LUIS MIGUEL GUTIÉRREZ KLINSKY

São José dos Campos


FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL

PORTOS E VIAS NAVEGÁVEIS


EMBARCAÇÕES
1. TIPOS DE NAVIOS

2. ESTRUTURA

3. GEOMETRIA

4. DIMENSÕES

5. PROPULSÃO

6. FORÇAS ATUANTES

7. EXERCÍCIOS
DEFINIÇÕES
EMBARCAÇÃO possui um caráter de definição genérico para
pequenas e grandes construções cujo objetivo é navegar tanto no
mar, como em lagos, rios, etc.

NAVIO é aplicado principalmente a embarcações


de dimensões consideráveis
EMBARCAÇÕES

TIPOS DE NAVIOS

A classificação que recebem é dada pela natureza


do transporte que efetuam

1. Navio de passageiros e Ro-Ro de passageiros

2. Navios de carga: carga geral e específica

3. Navios mistos: carga e passageiros


EMBARCAÇÕES

1. NAVIO DE PASSAGEIROS
A principal função destes navios é transportar passageiros
• Entre cidades costeiras
• A lazer Cruzeiro interoceânico

Barcas do Rio de Janeiro

Cruzeiro amazônico
EMBARCAÇÕES

1. NAVIO DE PASSAGEIROS

Os RO-RO (roll on – roll off) permitem o ingresso dos


veículos dos passageiros no navio
EMBARCAÇÕES

2. NAVIOS DE CARGA
CARGA GERAL
Chamados de navios “breackbulk” e podem transportar os mais
diversos tipos de carga, embaladas ou não

São obsoletos e tendem a desaparecer


EMBARCAÇÕES

2. NAVIOS DE CARGA
PORTA-CONTENTORES
Transportam exclusivamente mercadorias unitizadas em contentores.
Seus espaços destinados aos contentores designam-se baias

Alguns desses navios


têm guindastes
especiais para
acomodar os
contentores
EMBARCAÇÕES

2. NAVIOS DE CARGA
ROLL-ON ROLL-OFF

Nestes navios a
carga entra e
sais dos
portões,
geralmente
sobre rodas ou
sobre veículos
EMBARCAÇÕES

2. NAVIOS DE CARGA
GRANELEIROS
Transportam carga
a granel sólida:
• Carvão
• Cereais
• Minérios
• Cimento

Vale Brasil
Maior graneleiro
do mundo
EMBARCAÇÕES

2. NAVIOS DE CARGA
NAVIOS TANQUE
Transportam carga
a granel líquida:
• Combustíveis
• Água
• Óleos
• Melaço

a. PETROLEIRO
b. QÚIMICO
c. GASES LIQUEFEITOS
EMBARCAÇÕES

3. NAVIOS MISTOS
TIPO O/O (Ore/Oil)
Combinam o
transporte de
minério e
petróleo, por
meio de tanques
separados
EMBARCAÇÕES

OUTROS TIPOS DE NAVIOS

a) Navios quebra-
b) Navios draga
gelos
EMBARCAÇÕES

OUTROS TIPOS DE NAVIOS

c) Navios rebocadores d) Navios de combate à


poluição
EMBARCAÇÕES

OUTROS TIPOS DE NAVIOS

e) Navios de prospecção f) Navios de apoio às


petrolífera plataformas
EMBARCAÇÕES

OUTROS TIPOS DE NAVIOS

g) Navios de pesca h) Navios-escola


EMBARCAÇÕES

EMBARCAÇÕES FLUVIAIS
As embarcações fluviais devem ser adaptadas às possibilidades de navegação da
hidrovia onde irão operar, contudo, existem alguma características desejáveis para
qualquer tipo de condição

Calado compatível com a mínima


lâmina de água normalmente
encontrada na hidrovia

Dimensões adequadas aos raios de


curvatura da hidrovia

Proteção adequada para os


apêndices do casco (lemes, hélices)

Boas características de manobra

Ampla visibilidade do passadiço

Recursos para desencalhe por seus


próprios meios
EMBARCAÇÕES

EMBARCAÇÕES FLUVIAIS
Capacidade adequada de
armazenagem de combustível e
recurso para tratamento de água do
rio

Disponibilidade de radar com grande


poder de discriminação em distância

Disponibilidade de holofote com foco


de luz direcional, concentrado, sem
formação de halo

Disponibilidade de ecobatimento
capaz de determinar profundidades
muito pequenas
EMBARCAÇÕES

EMBARCAÇÕES FLUVIAIS
EMBARCAÇÕES AUTOMOTORAS EMPURRADORAS E REBOCADORAS
Com propulsão própria Jangadas e as chatas ou barcaças
EMBARCAÇÕES

DE ACORDO COM O RAIO DE AÇÃO ONDE OPERAM


1. Navios de longo curso
Operam sem limite de zona

2. Navios de cabotagem
Operam entre portos de um território ou em zonas não
oceânicas
3. Navios costeiros
Operam à vista de terra ou dentro de determinados limites
próximos da costa

4. Navios de tráfego local


Operam nos portos, rios, lagos, lagoas, estretitos ou de um
modo geral na área de jurisdição de uma capitania marítima
EMBARCAÇÕES

PRINCIPAIS PARTES DE UM NAVIO

1. PROA
2. BOLBO
3. ÂNCORA
4. CASCO
5. HÉLICE
6. POPA
7. CHAMINÉ
8. PONTE
9. CONVÉS
EMBARCAÇÕES

QUANTO À POSIÇÃO NO NAVIO


POPA PROA
Extremidade Extremidade
posterior do anterior do navio
navio
EMBARCAÇÕES

QUANTO À POSIÇÃO NO NAVIO


Bordo esquerdo, quando se
BOMBORDO olha para a proa

Bordo direito, quando se


ESTIBORDO ou BORESTE olha para a proa
EMBARCAÇÕES

QUANTO À POSIÇÃO NO NAVIO


ALHETA AMURA
Extremidade Faces laterais do
posterior do costado na zona
navio da proa
EMBARCAÇÕES

QUANTO À POSIÇÃO NO NAVIO


Direção do
vento
Lado onde sopra o
BARLAVENTO vento

Lado abrigado do
SOTAVENTO vento
EMBARCAÇÕES

QUALIDADES NÁUTICAS DOS NAVIOS


FLUTUABILIDADE
• Capacidade de flutuação do navio
• Depende da impermeabilidade do
casco, do volume e divisão interna e
compartimentos estanques

ROBUSTEZ
• Capacidade de resistir às forças a que
está sujeito
• Depende dos componentes estruturais,
dos materiais utilizados e da qualidade
da construção

MOBILIDADE
• Capacidade de navegar pelo seus
próprios meios
EMBARCAÇÕES

QUALIDADES NÁUTICAS DOS NAVIOS


MANOBRABILIDADE
• Capacidade de manobrar
(governar) pelos seus próprios
meios num determinado espaço

ESTABILIDADE
• Capacidade de regressar à posição
de equilíbrio quando dela for
afastado por ação de forças
externas
• Depende da forma do casco e do
posicionamento dos centros de
gravidade e de impulsão do navio
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA DO NAVIO (CASCO)


CARENA, QUERENA OU
OBRAS VIVAS OBRAS MORTAS

• Parte imersa do casco, situa-se • Parte do casco situada acima


abaixo da linha de flutuação da linha de flutuação,
• Esta é a parte do casco que incluindo as superestruturas
origina a impulsão

Flutuação em plena Costado


carga Linha de flutuação
Linha da água

Flutuação leve
Carena
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA DO NAVIO (CASCO)


FUNDO
Parte inferior do casco

COSTADO
Parte lateral do casco que termina
superiormente na borda

ENCOLAMENTO
Zona de ligação entre o costado e fundo
que pode ter forma curva, retilínea ou
em quinado

FORRO
Parte exterior do costado

AMURADA
Parte interna do costado
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA DO NAVIO (CASCO)


CONVÉS OU PAVIMENTO
PRINCIPAL
• Pavimento resistente mais próximo
da borda que fecha a parte superior
do casco
• Prolonga-se a toda a extensão do
navio

PAVIMENTO SUPERIOR
• Nos navios com convés abrigo, o
pavimento superior passa a ser
primeira coberta

BORDA FALSA
• Prolongamento do costado acima do
convés
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO


A solidez da estrutura é garantida por um conjunto de
componentes que constituem a ossada do navio
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

QUILHA
• É a coluna vertebral da
embarcação
• É uma peça robusta
situado no centro
inferior da
embarcação, de proa
até popa, que serve de
base para as balizas
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

BALIZAS
• São elementos estruturais, geralmente de forma curva, constituída por
dois ramos iguais (meias-balizas) que se desenvolvem desde a quilha
até a borda
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

CAVERNAME
• Conjunto de balizas
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

LONGARINAS
• São reforços longitudinais destinados a aumentar a resistência
longitudinal da estrutura e a consolidação do cavername
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

VAUS
• Constituídos de
cantoneiras transversais
que ligam os dois ramos de
cada baliza (meias-balizas)
• A zona de ligação entre as
balizas e os vaus é
consolidada por meio de
esquadros
• Servem também para
assentamento dos
pavimentos
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

PÉS DE CARNEIRO OU MONTANTES


• Estes componentes,
construídos em tibo ou
outras peças de aço
perfilado, tem por função
escorar os vaus,
aumentado a resistência à
flexão
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

RODA DE PROA
• É a peça que fecha a
ossada do casco na zona
da proa, ficando ligada à
quilha pelo extremo
inferior
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

CADASTE
• É a peça que fecha a ossada do casco na zona de popa, e que suporta o
leme
• Sua forma depende
do formato da popa
• Deve ser resistente
para suportar as
vibrações induzidas
pelo impacto das
massas de água
movimentadas pelo
hélice
EMBARCAÇÕES

ESTRUTURA RESISTENTE DO NAVIO

ANTEPARAS
• São divisórias transversais ou longitudinais estanques ou não, que
dividem interiormente o navio
EMBARCAÇÕES

LEME DO NAVIO

• É uma peça muito importante e


tradicional para governo da
embarcação
• É uma superfície arredondada na
parte posterior, e na parte superior
termina em um eixo introduzido ao
interior do navio
EMBARCAÇÕES

SUPERESTRUTURA E CASARIO

SUPERESTRUTURA
• São as construções acima do
convés que se estendem em
toda a largura do navio
• Recebem o nome de casotas
ou rufos quando a sua
largura é inferior à do navio
• Ambos tem função
importante na segurança do
navio, garantindo a
proteção contra eventual
entrada de água
EMBARCAÇÕES

GEOMETRIA DO NAVIO
A forma básica de um navio é definida através de um desenho
designado “Plano Geométrico” ou “Plano de Formas”,
representando o casco em três dimensões
EMBARCAÇÕES

GEOMETRIA DO NAVIO
Linhas e planos de referência
PLANO DE FLUTUAÇÃO ou DAS LINHAS DE ÁGUA
• É o plano definido pela superfície da água

PLANO HORIZONTAL
• É um plano paralelo ao plano de flutuação
EMBARCAÇÕES

GEOMETRIA DO NAVIO

Diferenças na geometria de uma embarcação


fluvial e uma embarcação marítima
EMBARCAÇÕES

GEOMETRIA DO NAVIO

FORMA DOS CASCOS

• Não é uma forma básica e variou muito ao passar dos


anos, em função das necessidades de navegação
• Usualmente tem forma diédrica
EMBARCAÇÕES

DIMENSÕES LINEARES DO NAVIO


Os navios têm, como todas as construções com volume, três
dimensões básicas:
• Comprimento: no navio mantém o nome de “comprimento”
• Altura: no navio recebe o nome de “pontal”
• Largura: no navio recebe o nome de “boca”
EMBARCAÇÕES

DIMENSÕES LINEARES DO NAVIO


EMBARCAÇÕES

DIMENSÕES LINEARES DO NAVIO

COMPRIMENTO TOTAL, OU FORA A FORA (LFF)


• É o comprimento do navio medido horizontalmente entre as
partes mais salientes da proa e da popa

BOCA (B)
• É a designação utilizada para a largura de um navio

PONTAL (D)
• Distância (altura, medida no plano diametral a meio
comprimento entre perpendiculares), entre a reta do vau do
pavimento principal e a face superior da quilha (navios de
aço)
EMBARCAÇÕES

DIMENSÕES LINEARES DO NAVIO

CALADO (d)
• Distância vertical entre o ponto mais baixo da quilha
(superfície inferior) e o plano de flutuação
• Pode ser medido a vante (AV), a ré (AR), a meio navio
• Os navios apresentam uma marcação no costado em ambos
os bordos

CENTRO DE CARENA
• Centro de gravidade do volume de carena

ISOCARENAS
• São as carenas de igual volume, correspondentes a um
mesmo flutuador a diferentes inclinações
EMBARCAÇÕES

RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO


A velocidade de um navio é determinada pela sua
potência e pela resistência ao movimento que se opõe

Todo barco está sujeito


a seis tipos de
movimento
• 3 Translação
• 3 Rotação

Esses movimentos devem ser considerados em toda


instalação fixa a ser construída, pois um projeto que não
os leve em conta pode produzir a acidentes e danos
consideráveis
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA
• Denomina-se também de resistência à propulsão
• Para sua determinação, são realizados os seguintes cálculos

1. RESISTÊNCIA POR ATRITO


• Atribuído ao contato da carena com o líquido no qual se navega

Baistrochi (2001) 𝑹 = 𝟒, 𝟖𝟕𝟔𝟏 ∙ 𝑭 ∙ 𝑨 ∙ 𝑼 𝟏,𝟖𝟑


R = Resistência (kgf)
A = área da superfície molhada do casco do navio (m2)
U = Velocidade (nós) (1 nó = 1,8533km/h)
F = coeficiente de atrito, determinado experimentalmente por
Froude e Tideman
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA

1. RESISTÊNCIA POR ATRITO

Baistrochi (2001) 𝑹 = 𝟒, 𝟖𝟕𝟔𝟏 ∙ 𝑭 ∙ 𝑨 ∙ 𝑼 𝟏,𝟖𝟑

F = coeficiente de atrito, determinado experimentalmente por


Froude e Tideman

Comprimento
60,96m 91,44m 121,92m 152,4m 128,88m
do Navio

FROUDE 0,00900 0,00891 0,00884 0,00878 0,00872

TIDEMAN 0,00942 0,00922 0,00910 0,00904 0,00898

Nota: F é dado para comprimentos distintos em navios recém pintados, navegando em


água salgada a 13oC. O coeficiente é inversamente proporcional ao comprimento.
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIOS 2.1
Os dados do Navio “Imperatriz” são os seguintes:

Compriment Largura Pontal Calado Velocidade


q (TM)
o “E” (m) “M” (m) (m) Máximo (m) (nós)

98,9 14,05 7,5 6757 5,9 12

5,9m
Área molhada do navio =
32,64m2

0,75B
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIO 2.1

a) Calcular a resistência por atrito


b) Calcular a potência efetiva do motor
c) Calcular a resistência ao vento
d) Calcular a resistência total (navio lento)
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

2. DISTÂNCIA DE FRENAGEM
• É importante saber o espaço necessário para que um navio possa frenar
• Os navios de cargas líquidas precisam de maior distância para frenar, quando
comparado com os navios de cargas sólidas, devido à inércia das cargas líquidas
• Monti (2000) formulou a equação para estimar a distância necessária para um
navio mediano (185m de comprimento), com velocidade moderada possa
frenar:

𝟎, 𝟎𝟏𝟔𝟎 ∙ 𝒒 ∙ 𝑼 𝟐
𝒅𝒇 =
𝑹𝒕
df = distância de frenado (m)
U = velocidade (nós) (1 nó = 1,8533 km/h)
Rt = resistência total (TM)
q = carga (TM)
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA

3. RESISTÊNCIA À FORMAÇÃO DE ONDAS


• Geradas principalmente na proa
• Desprezível em baixas velocidades

• Conforme a velocidade do
navio aumenta, a onda de
proa cresce e também a de
popa, mudando
continuamente a se encontrar
em fase e defasadas
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA

3. RESISTÊNCIA À FORMAÇÃO DE ONDAS


• Velocidade crítica ou velocidade de casco, na qual o navio avança
de forma a que seu comprimento é igual ao comprimento da onda

• O efeito pode ser


reduzido pelo
aumento do
comprimento do
navio
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO
NAVIO
RESISTÊNCIA DA CARENA

3. RESISTÊNCIA À FORMAÇÃO DE ONDAS


• O bulbo tem a
principal função de
reduzir a formação
de ondas pelo
navio, melhorando
a eficiência da
navegação pela
redução do
consumo de
combustível
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA

4. RESISTÊNCIA DA OBRA MORTA E SUPERESTRUTURA

• O ar se opõe ao
movimento da
obra morta e das
superestrutura

𝑹𝒗 = 𝑨𝒗 ∙ 𝑲 ∙ (𝑽𝒗)
𝟐

Rv = Resistência do vento (kgf)


Av = área da superfície em contato na direção do vento(m2)
K = coeficiente aerodinâmico que oscila entre 0,025 e 0,032
F = velocidade do vento (nós) ( 1 nó = 1,8533 km/h)
RESISTÊNCIAS AO MOVIMENTO DO NAVIO

RESISTÊNCIA DA CARENA

5. RESISTÊNCIA TOTAL E SUA RELAÇÃO COM O PORTE


• É a soma de vários componentes e depende da forma, dimensões e
natureza das superfícies em movimento, da velocidade de choque e da
densidade e/ou viscosidade do ar e da água
• Não existem equações totalmente satisfatórios, mas a equação de Gamboa
(2002) é aceitável:

(𝑬)
𝟒
𝑼
𝑹𝒕 = 𝑲𝟏 ∙ 𝑨 ∙ (𝑼 )𝟏,𝟖𝟐𝟓 + 𝑲𝟐 ∙ 𝒒 ∙
𝟐
𝟑

Rt = Resistência total (kgf)


K1 = coeficiente entre 0,14 e 0,15 (coeficiente de Froude)
A = área da superfície molhada do casco do navio (m2)
U = velocidade (nós) (1 nó = 1,8533 km/h)
K2 = coeficiente entre 0,05 (navios velozes) e 0,065 (navios lentos)
E = comprimento do navio (m)
q = carga (TM)
PROPULSÃO DOS NAVIOS

PROPULSÃO

SIRGA
• Consiste em movimentar a
embarcação desde terra por meio de
cordas

POLE
• Consiste em empregar uma vara para
movimentar a embarcação desde
terra
PROPULSÃO DOS NAVIOS

PROPULSÃO

REMO
• Energia proporcionada por uma
pessoa que apoia uma pá na
água e propulsiona a
embarcação

VELA
• Aproveita a energia
proporcionada pelo vento para
impulsar a embarcação. Hoje em
dia procura-se um dispositivo
que aproveite o vento para
aliviar o motor principal
PROPULSÃO DOS NAVIOS

PROPULSÃO

JATO
• Uma bomba aspira água por
meio de um conduto, e expulsa
contra a popa, gerando força de
empuxo que produz uma
marcha à vante

RODAS
• Ao girar projetam água e movimentam a
embarcação.
• A roda pode estar na popa ou em ambos
lados do casco
• Sistema abandonado para os mares, mas
ainda usado no Rio Mississippi (USA)
PROPULSÃO DOS NAVIOS

PROPULSÃO

PROPULSÃO CICLOIDAL OU HÉLICES DE EIXO VERTICAL

• Constituído de um rotor com


movimento de rotação
constante ao redor de um eixo
vertical
• No rotor é acoplado um disco
com aletas de perfil
hidrodinâmico
• A excentricidade das aletas
fornece a força de empuxo na
direção desejada
PROPULSÃO DOS NAVIOS

PROPULSÃO

PROPULSÃO EM FUNÇÃO DO ATRITO


Braistrocchi (2001) sugere a
seguinte equação para
determinar a potência efetiva
(Hp) para movimentar a
embarcação, considerando a
perda por atrito

F = coeficiente de atrito (Froude ou Tideman)


A = área da superfície molhada do casco do navio (m2)
U = Velocidade (nós) (1 nó = 1,8533km/h)
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO


• A velocidade de um navio é função da sua geometria, que somado a
outros fatores (resistência em geral), fazem que o conceito de
velocidade de um navio seja difícil de entender
• A seguir tem alguns conceitos, mas, a definição de qual deles usar é
do próprio projetista do navio
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA
• A máxima velocidade da viagem, desde o ponto de vista de
condições de navegabilidade da via fluvial

𝑨𝒔
𝒏=
𝑨𝒃
As = área da seção do canal (m2)
Ab = área transversal da seção
do navio (m2)

• Em função de:
➢ n = proporção entre as áreas da seção do canal e a área
transversal do navio
➢ ΔZ = variação da altura, da depresão do nível de água, em
referência à linha de flutuação do navio
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA

• Se Z e U (velocidade do navio) se mantêm 𝑽


constantes sobre um determinado
𝑭𝒓 =
comprimento e largura, tem-se:
𝒈∙𝒉

𝑽𝒄 + 𝑼𝒄
• Então para uma condição crítica: 𝑭𝒓 = 𝟏 =
𝒈 ∙ 𝒉(𝟏 − )
𝟏 ∆ 𝒁𝒄
𝒏
− 𝒉

g = aceleração da gravidade (m/s2)


Fr = número de Froude
V = velocidade do rio (m/s)
Vc = velocidade crítica do rio (m/s)
ΔZc = variação da altura crítica, da
Uc = velocidade crítica do navio (m/s) depressão do nível de água (m)
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIO 2.2
A partir dos seguintes dados de uma embarcação, onde a área da
superfície molhada é de 13,53m2, a área transversal Ab=27m2 , a
área da seção do rio As=162m2, a altura desde o fundo do leito do
rio e a quilha h=2m.

Compriment Largura Calado Velocidade


q (TM)
o “E” (m) “M” (m) Máximo (m) (nós)

80 9,5 1350 4,0 10

a) Determinar a velocidade crítica do navio e do rio


b) Determinar a variação da altura crítica nas margens do rio
c) Calcular a velocidade máxima de navegação desse navio,
pela equação da continuidade
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA
A vazão do rio Q1 é igual à vazão que circula por baixo do navio
Q2, portanto, obtém-se à equação de continuidade:
𝑸𝟏 = 𝑸𝟐
𝑽𝑨 = (𝑽 + 𝑼 )(𝑨𝒔 − 𝑨𝒃 − 𝑩 ∆ 𝒁)

𝒈∙𝒉( 𝒉 )
𝑽 𝑽+𝑼 𝟏 ∆𝒁
= 𝟏− −
𝒈∙𝒉 𝒏

Desconsiderando as perdas de energia por choque, viscosidade, obtém-se a


equação do movimento de Bernoulli, supondo que o fluxo é unidimensional:
𝑽𝟐 (𝑽 + 𝑼 )𝟐
𝒉+ = (𝒉 − ∆ 𝒁) +
𝟐𝒈 𝟐𝒈
𝟐 𝟐

𝟐 ( 𝒈∙𝒉) ( 𝒈∙𝒉)
∆𝒁 𝟏 𝑽+𝑼 𝑽
= −
𝒉
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA
Em função da proporção entre as áreas (Muñoz, 2004):
𝑽𝒄 ∆ 𝒁𝒄 𝑼𝒄
n 𝒈∙𝒉 𝒉 𝒈∙𝒉

2 0,20 0,152 0,38


3 0,33 0,158 0,36
4 0,42 0,192 0,33
5 0,47 0,188 0,31

6 0,52 0,184 0,29


∞ 1 0 0
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA
Em função da proporção entre as áreas e a velocidade crítica (Muñoz, 2004):

∆𝒁
( 𝑽𝒄 )
𝑽
∆ 𝒁𝒄
𝒏 0,9 0,85 0,8 0,5
2 0,51 0,42 0,35 0,11
3 0,50 0,41 0,34 0,10
4 0,48 0,39 0,32 0,10
5 0,47 0,38 0,31 0,09
6 0,46 0,37 0,30 0,09
∞ 0 0 0 0
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

1. VELOCIDADE MÁXIMA

Equações adicionais (Muñoz, 2004)

𝑽 = 𝟎, 𝟗 ∙ 𝑽𝒄

𝟏
∆ 𝒁  ≈   ∆ 𝒁𝒄
𝟐

É recomendável a velocidade de 10 (km/h), como


velocidade econômica e o valor de n ≥ 7
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

2. VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO COMPRIMENTO


• Experimentalmente determinou-se uma relação entre a velocidade em nós
e o comprimento do navio em metros
• Esta velocidade fixa o limite a partir do qual a resistência aumenta de tal
forma que deixa a navegação com custo elevado (alguns autores a
denominam velocidade crítica)

Gamboa (2002) 𝑼 = 𝟏, 𝟖𝟏 ∙ 𝑬

U = velocidade em nós (1 nó = 1,8533)


E = comprimento (m)
𝑼
Se: < 1,3 velocidade moderada
𝑬
1,3 a 1,8 velocidade elevada
> 1,8 velocidade muito elevada
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

3. VELOCIDADE CONCEITUAL OU NECESSÁRIA


• Em função da demanda de uma região, onde se deseja implementar uma via
de comunicação por água, aplicável à navegação por um rio
• Este conceito é função da produção da região ou das regiões beneficiadas com
o projetos, em alguns casos à de passageiros
• Esta velocidade é calculada em função do tempo (de um ponto a outro)
VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

DEFINIÇÃO DA VELOCIDADE DE NAVEGAÇÃO

3. VELOCIDADE CONCEITUAL OU NECESSÁRIA


𝑫𝒗 𝑫𝒗
+
𝑻𝒗𝒓 − 𝑻𝒏𝒄 − 𝑵𝒊𝒗 ∙ 𝑻𝒐𝒑𝒎 − ( 𝑵𝒆𝒇 ∙ 𝑹 𝒄𝒅 ∙ 𝑵𝒗𝒓𝒅 )
𝑫𝑫 𝑻𝒏𝒄

𝑼=
𝟐
U = velocidade da embarcação em nós (1 nó = 1,8533km/h)
Tnc = tempo da navegação contra corrente (h)
Niv = número de localidades visitadas; viagem completa
Rcd = relação da carga e descarga (TM/h)
Dd = demanda diária de transporte (TM)
Dv = distância recorrida (milha náutica) (1 milha náutica = 1,853 km)
Topm = tempo de operação de atraco, desatraco e espera em cada cais (h)
Nvrd = número de viagens completas diárias
Nef = número de embarcações da frota
Tvr = tempo de uma viagem completa de ida e volta (h)
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIO 2.3
Calcular a velocidade conceitual necessária para um segmento que
demanda um tempo de navegação contra corrente de 7,4h. Com os
seguintes dados:
• Na viagem completa são visitadas 14 localidades e a relação de
carga e descarga é de 100TM/h, com demanda diária de transporte
de 274TM.
• O tempo de operações para atracar, desatracar e de espera em cada
cais é de 0,2h.
• Diariamente é realizada uma viagem diária e a frota tem 5
embarcações.
• Para uma viagem completa (ida e volta), se demora 16h.
• A distância percorrida em uma viagem completa pode ser obtida da
seguinte Tabela, considerando entre o Porto 6 e o Porto 7:
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIO 2.3

PORTOS

Porto 1 Porto 2 Porto 3 Porto 4 Porto 5 Porto 6 Porto 7

Porto 1 - 160 397 454 630 778 900

Porto 2 - - 237 294 470 618 740

Porto 3 - - - 57 233 381 503

Porto 4 - - - - 176 324 446

Porto 5 - - - - - 148 270

Porto 6 - - - - - - 122

Porto 7 - - - - - - -
EMBARCAÇÕES

EXERCÍCIO 2.4

Calcular a distância de frenagem do navio do exercício 2.2


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Notas de aula de Luis Filipe Baptista – ENIDH/DEM (Portugal)


Notas de aula do Prof. Antônio Nelson R. da Silva (EESC-USP)
Notas de aula do Prof. Ramiro Alfredo Rorrico Irahola (U. San
Simon)

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